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1. Introdução Teórica
André Ampère através de uma série de experimentos engenhosos escreveu pela primeira vez a
expressão de força entre elementos de corrente. Atualmente, com a utilização do cálculo vetorial tal expressão
pode ser escrita como:
r r r (1)
(
F = I L × B )
Como a corrente é a variação da carga no tempo, pode-se reescrever (1) como
r dQ r r (2)
F=
dt
L×B ( )
Finalmente, como a velocidade pode ser dada pela variação de L no tempo, (2) se torna:
r
r dL r r r r (3)
F = Q × B ⇒ F = e v × B ( )
dt
r
que é conhecida como equação de Lorentz, onde e é a carga de um elétron movendo-se velocidade v em um
r
campo magnético com densidade de fluxo B.
Uma aplicação importante da expressão anterior é a determinação da relação carga massa do elétron,
cujo procedimento para sua obtenção será descrito a seguir.
J. J. Thomson, em 1897, construiu um equipamento que permitiu determinar pela primeira vez a
relação e/m. Este equipamento baseia-se na observação da trajetória de um feixe de elétrons acelerados dentro
de uma região de campo magnético perpendicular uniforme. Especificamente, o feixe de elétrons de
velocidade conhecida é acelerado através de um potencial também conhecido. Neste caso, o campo magnético
uniforme será produzido por um par de bobinas de Helmholtz, como mostrado na Figura 1. Este campo
magnético deflete o feixe de elétrons em uma trajetória circular. A seguir, será obtida uma expressão que
relacione e/m com potencial de aceleração V, a corrente I das bobinas de Helmholtz, e o raio da trajetória de
elétrons r.
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ENE – UnB – Laboratório de Eletromagnetismo 2 Experiência 3B
O feixe de elétrons, neste experimento, é perpendicular ao campo magnético. Então a equação (3)
pode ser escrita na forma escalar como:
r r r (4)
Fm = e v B sen(90°) = evB
Como os elétrons se movem em uma trajetória circular, deve atuar sobre eles uma força centrípeta F,
de magnitude:
v2
FC = m (5)
r
onde m é a massa do elétron, v é sua velocidade e r é o raio do movimento circular. E desde que a força que
esteja agindo sobre os elétrons seja somente aquela provocada pelo campo magnético, então Fm = FC . Logo,
das equações (4) e (5), tem-se:
e v (6)
=
m Br
Portanto, para determinar essa relação é necessário apenas conhecer a velocidade dos elétrons, o
campo magnético produzido pelas bobinas de Helmholtz e o raio do feixe de elétrons.
Os elétrons são acelerados através de um potencial de aceleração V. A energia cinética dos elétrons é
igual à energia potencial de aceleração. Então:
1 2 (7)
eV = mv
2
Logo a velocidade dos elétrons é dada por:
(8)
V
v = 2e
m
2
ENE – UnB – Laboratório de Eletromagnetismo 2 Experiência 3B
A densidade de fluxo magnético produzido no eixo do par de bobinas de Helmholtz é dada por:
N µ0 I Weber (9)
B= 3 m2
5 2
×a
4
3
5 2
2Va (10)
e
=
v
= 4 C
m Br ( N µ0 Ir )2 kg
onde V é o potencial de aceleração, a é o raio das bobinas de Helmholtz igual a 15 cm, N é o número de
−7
espiras de cada bobina igual a 130, µ0 é a permeabilidade magnética do vácuo igual a 4π × 10 H/m, I é a
corrente através das bobinas de Helmholtz, r é o raio da trajetória do feixe de elétrons, e é a carga do elétron
(1,602189x10-19 C), m é a massa do elétron (9,109534x10-31 kg).
2. Parte Experimental
Neste experimento, será medida a relação carga massa e/m do elétron dada por
−19
e 1, 609 × 10 C
= −31
= 1, 766 × 1011 .
m 9,109 × 10 kg
1. Se você estiver trabalhando em uma sala iluminada, coloque o capuz sobre a aparelhagem da relação
carga massa do elétron.
2. Deixe a chave reversível para cima para medir a relação e/m, como mostra a Figura 2.
3. Gire o botão do ajuste de corrente das bobinas de Helmholtz, para a posição OFF.
4. Conecte as fontes e medidores no painel frontal do equipamento da relação e/m, como mostrado na
Figura 2.
3
ENE – UnB – Laboratório de Eletromagnetismo 2 Experiência 3B
6. Gire lentamente o botão de ajuste da corrente das bobinas de Helmholtz no sentido horário. Observe a
corrente no amperímetro, que não deve ultrapassar 2A.
7. Espere alguns minutos para o catodo esquentar. Quando ela aquecer, você verá o feixe de elétrons
emergir do canhão de elétrons e o feixe será curvado pelo campo das bobinas de Helmholtz. Verifique se
o feixe de elétrons está paralelo com as bobinas de Helmholtz.
8. Leia a corrente das bobinas de Helmholtz no amperímetro e a tensão de aceleração do voltímetro. Anote
os valores na Tabela 1.
9. Meça com precisão o raio do feixe de elétrons, através do tubo. Para evitar erros de paralaxe, mova sua
cabeça para alinhar o feixe de elétrons com a reflexão do feixe que você pode ver sobre a escala
espelhada. Meça o raio do feixe olhando sobre a escala espelhada nos dois lados da escala e tire a média
dos resultados. Anote os valores na Tabela 1.
10. Repita todas as medidas anteriores para as seguintes voltagens de aceleração: 200, 250 e 300 VDC e
complete a Tabela 1.
Tabela 1
Potencial de Corrente das bobinas Raio do feixe de Relação carga massa
aceleração (V) (I) elétrons (r) (e/m)
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3. Questões e Relatório
1. Utilizando a lei de Biot-Savart determine a intensidade de campo magnético no eixo de uma espira
condutora, de raio a e corrente I.