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FÍSICA 3

Campo Magnético

Prof. Alexandre A. P. Pohl, DAELN, Câmpus Curitiba


EMENTA
• Carga Elétrica
• Campo Elétrico
• Lei de Gauss
• Potencial Elétrico
• Capacitância
• Corrente e resistência
• Circuitos Elétricos em Corrente Contínua
• Campo Magnético
• Indução Magnética
• Indutância
• Magnetismo em Meios Materiais
• Atividades
Campo Magnético
Fenômenos magnéticos

• Observação de fenômenos magnéticos: há 2500 anos (em Manisa/Turquia);

• Um imã permanente exerce uma força sobre outro imã;

• Uma haste de ferro pode se tornar um imã quando colocada em contato com
um imã permanente;

• Quando uma haste imantada flutua sobre a água ou é pendurada por um fio
preso ao seu centro, ela tende a se alinhar com a direção norte-sul. A
extremidade que aponta para o norte é denominada polo Norte e a outra polo
Sul;

• Um imã cria um campo magnético no espaço ao seu redor e um segundo corpo


sofre a ação desse campo.
Campo Magnético
A própria Terra é um imã.
seu polo norte geográfico está
próximo do polo sul magnético.

O eixo de simetria do campo


magnético não é paralelo ao eixo
geográfico. Esse desvio é conhecido
como declinação magnética.

O campo magnético também não é


horizontal. O ângulo que aponta o
campo para cima ou para baixo é
conhecido como inclinação magnética.
Campo Magnético

Os polos de um imã permanente são


conhecidos como norte e sul.

Sua denominação é obtida quando expostos


ao campo magnético terrestre.

Polos opostos de um imã se atraem e polos


iguais se repelem.
Polos Magnéticos
e Cargas Elétricas
Embora existam cargas elétricas positivas e negativas isoladas, não existe
evidência experimental de um polo magnético isolado.

Assim, os polos sempre existem formando pares!

A relação entre o magnetismo e correntes elétricas foi


descoberta por Oersted* em 1819. Ele verificou que a agulha
de uma bússola era desviada por um fio que conduzia corrente.

Cerca de duas décadas antes o cientista italiano Gian


Domenico Romagnosi demonstrou uma conexão entre
o magnetismo e a eletricidade ao demonstrar que uma
descarga elétrica de uma pilha voltaica podia defletir
a agulha de uma bússola. Hans Christian Oersted,
cientista dinamarquês.
Campo Magnético

A agulha de uma bússola é desviada


por um fio que conduz corrente elétrica
Campo Magnético
Alguns anos depois Joseph Henry nos EUA e Michael Faraday na Inglaterra
descobriram que o movimento de um imã nas vizinhanças de uma espira
condutora pode produzir uma corrente elétrica na mesma.

Mas qual é a origem do magnetismo?

Diferentemente da força elétrica que atua sobre uma carga, as forças magnéticas
só atuam sobre cargas em movimento.

A origem do magnetismo está associada ao movimento dos elétrons e ao


momento magnético fundamental das partículas elementares no interior do átomo.

No interior de um corpo imantado, tal como um imã permanente, existe um


movimento coordenado de alguns elétrons dos átomos
Analogia
Campo elétrico
• uma distribuição de cargas elétricas em repouso cria um campo elétrico E
no espaço em torno da distribuição;
• O campo elétrico exerce uma força F = qE sobre qualquer carga q que esteja
presente no campo.

Campo magnético
• Uma carga em movimento ou uma corrente elétrica cria um campo magnético
em sua vizinhança (além do campo elétrico);
• o campo magnético exerce uma força F sobre outra corrente ou carga que se
mova no interior do campo.

O campo magnético é uma grandeza vetorial, designada pela letra B.


Força Magnética
A força que um campo magnético exerce sobre uma carga (ou corrente)
depende:
• do módulo da carga
• da intensidade do campo magnético
• da velocidade da partícula carregada

A força magnética F não possui a mesma direção do campo magnético B.


A força atua em uma direção perpendicular à direção de B e da velocidade, v.
r r r
F = q v×B Utiliza-se a regra da
mão direita para
determinar a direção
ou e o sentido da força.

r A equação é válida
para cargas positivas e negativas.
F = q v B senϕ
Força Magnética

Carga
positiva

Carga
negativa
Tubo de Raios Catódicos
B B
CRT –
Cathode Ray Tube
v
A seta verde representa
v o sentido do feixe de
elétrons.

Quando o feixe de elétrons emitido Quando o feixe de elétrons emitido


pelo catodo de um tubo pelo catodo é perpendicular (ou possuir outro
de raios catódicos é paralelo ao campo ângulo) ao campo magnético B, então tal feixe
magnético B, então tal feixe não sofre é defletido.
nenhuma deflexão.
Força Magnética
Através da equação da força magnética pode-se inferir as unidades para
o campo magnético. Assim,

A unidade de B deve ser a mesma de F/qv (N.s/C.m) ou (N/A.m)

Assim, 1 N/A.s = 1 TESLA.

Pode-se usar também a unidade de B no sistema CGS: gauss (1 G = 10-4 T)

O campo magnético da Terra é igual a 1 gauss (ou 10-4 teslas)

O campo magnético no interrior dos átomos é cerca de 10 T.

Em laboratórios pode-se produzir campos da ordem de 45 T.


Campo Elétrico e Magnético
Na presença de um campo elétrico e magnético simultâneos, ambos
exercem força sobre a partícula em movimento:

r r r r
F = q (E + v × B)

A força resultante F é a soma vetorial da força elétrica e da força magnética.


Exemplo
Um feixe de prótons (q = 1,6x10-19 C) s move a 3,0x105 m/s em um campo
magnético uniforme, com módulo igual a 2,0 T, orientado a longo do eixo
positivo Oz, como mostra a figura abaixo. O feixe de prótons está contido
No plano xz, formando um ângulo de 30° com o eixo +Oz. Determine a
força que atua sobre o próton.

r r r
F = q v × B = q v B senϕ
= (1,6 × 10 C )(3 × 10 m / s )(2,0T )sen 30
-19 5 0

−14
= 4,8 × 10 N
Exemplo (continuação)
Solução usando notação vetorial:

r
v = (3,0 × 10 m / s )(sen 30 )iˆ + (3,0 × 10 m / s )(cos 30 ) kˆ
5 0 5 0

r
B = (2,0T ) kˆ
r
[ 5 0 5 0
]
F = q (3,0 × 10 m / s )(sen 30 )iˆ + (3,0 × 10 m / s )(cos 30 ) kˆ × (2,0T ) kˆ =
= (− 4,8 × 10 N ) ˆj
−14

A força aponta no sentido negativo de Oy.


Linhas de Campo Magnético
Pode-se representar qualquer campo magnético pelas linhas de campo magnético.

As linhas são desenhadas de modo que a linha que passa em cada ponto seja
tangente ao campo magnético no ponto considerado.

É importante observar que as linhas de campo


NÃO apontam na mesma direção da força que
atua sobre a carga (diferentemente das linhas de
campo elétrico). A força magnética é sempre
perpendicular ao campo!
Exemplos de
Linhas de Campo Magnético

Observar notação
que representa
as linhas de campo
entrado e saindo
do plano (slide).
Fluxo Magnético
O fluxo magnético é definido, de forma análoga ao fluxo elétrico (Lei de Gauss):

Calcula-se a componente normal do campo magnético que atravessa uma


determinada superfície, conforme mostrado na figura abaixo. Em geral, essa
componente varia de ponto a ponto sobre a superfície.

O fluxo magnético é definido como:


r r
d Φ = B ⋅ d A = B cos ϕ dA
B

O fluxo magnético total (através de uma superfície)


é calculado como:
r r
Φ = ∫ B ⋅d A = ∫ B cos ϕ dA
B
Unidade de Fluxo Magnético

O fluxo magnético é uma grandeza escalar. A unidade de fluxo magnético é


dada pela unidade de campo magnético (1 T) multiplicada pela unidade de
área (1 m2): Essa unidade é chamada de Weber (1 Wb).

1 Wb = 1 T . m2
Se 1 T = 1 N/A  1 Wb = 1 N. m/A
Fluxo Magnético
O fluxo magnético total através de uma superfície fechada é sempre igual
a zero!
r r
Φ = ∫ B⋅d A = 0
B

Isto decorre do fato de não existirem monopolos magnéticos (mas apenas


dipolos).

Se monopolos fossem descobertos (resultados de pesquisa infrutíferos


até o momento), o lado direito seria proporcional à carga magnética no
interior da superfície fechada (de forma semelhante à Lei de Gauss)!

As linhas de campo magnético nunca possuem extremos (como no caso


do campo elétrico, onde linhas sempre começam e terminam em cargas).
As linhas de campo magnético são sempre contínuas!
Outra Definição para B
A partir do conceito de fluxo magnético ΦB pode-se entender ou definir
o campo magnético como uma razão entre a densidade de fluxo pela área.

Supondo que um fluxo uniforme (mas pode ser um fluxo qualquer) ΦB


atravesse um elemento de área A, tem-se:

Φ
B= B

A
Neste caso, o campo magnético B é chamado, algumas vezes, de densidade
de fluxo magnético. Em estudos futuros será introduzida uma outra grandeza
chamada de intensidade de campo magnético, denominada por H. Tais
Garndezas estão relacionadas pela equação: B = µ H, onde µ é a
permeabilidade magnética do meio.
Exemplo
A figura abaixo mostra a vista de perfil de de um plano com área de 3,0 cm2
em um campo magnético uniforme. Sabendo-se que o fluxo magnético
através da área é igual a 0,90 mWb, calcule o módulo do campo magnético
e determine a direção e o sentido do vetor de área.

−3
Φ 0,90 × 10 Wb
B= B
= = 6,0 T
A cosϕ (3 × 10 m )(cos 60 )
−4 2 0

O vetor de área A forma um ângulo de 60°


com a direção de B. Caso se considerasse
O vetor de área no sentido oposto, o ângulo
seria de 120° e o fluxo magnético seria
negativo.
Movimento de Partícula
em Campo Magnético
Seja uma partícula com carga q velocidade v que se move em um campo
magnético uniforme B, como mostra a figura abaixo.

O módulo da força resultante é F = qvB.

Como a força é sempre perpendicular a v,


ela não pode alterar seu módulo, mas apenas
sua direção.

Ou seja, a força magnética nunca possui uma


componente paralela à velocidade da partícula.
Assim, tal força nunca realiza trabalho sobre
a mesma!
Movimento de Partícula
em Campo Magnético
Quando uma partícula carregada se move em uma região onde só existe
um campo magnético, o módulo de sua velocidade permanece sempre constante.

A partícula se move sob uma força de módulo constante, descrevendo um


movimento circular uniforme. Nesse caso, a partícula sofre uma aceleração
centrípeta, cujo valor é:
2
v
F = q vB = m
R
mv
∴R =
qB
Em que m é a massa da partícula e R é o raio da trajetória circular.
Movimento de Partícula
em Campo Magnético
A velocidade angular, ω, da partícula é dada pela expressão v = Rω.
Combinando com a equação anterior, obtém-se:

v qB qB
ω= =v =
R mv m

Pode-se calcular a frequência com que a partícula percorre a trajetória


Circular, dada por f = (ω / 2π). Tal frequência é denominada frequência ciclotrônica.
Exemplos
A figura ao lado mostra um feixe de elétrons
em uma câmera de vácuo sendo curvado
por um campo magnético.

Quando a velocidade inicial da partícula não é


perpendicular ao campo, a componente de
velocidade paralela ao campo permanece constante
(não há nenhuma força nessa direção).

Nesse caso, tal partícula descreve um movimento


helicoidal (ver figura ao lado).
Exemplo 2
Um magnétron (fonte usada para gerar microondas) emite ondas eletromagnéticas
com frequência f = 2450 MHz. Qual é o módulo do campo magnético para que os
elétrons se movam em órbitas circulares com essa frequência?

ω = 2π f = (2π )(2450 × 10 s ) = 1,54 × 10 s


6 −1 10 −1

m ω (9,11× 10 kg )(1,54 × 10 s
−31 10 −1
)
B= = −19
= 0,0877 T
q 1,60 × 10 C

Tais fontes são usadas em fornos de microondas. As frequências geradas


São fortemente absorvidas pela água, de modo qu servem para aquecer e
cozinhar alimentos.
Força magnética sobre
um fio condutor
Seja um fio condutor retilíneo, com seção reta A e comprimento L, no qual uma
corrente elétrica escoa de baixo para cima. O fio se encontra no interior de um
campo magnético, como mostra a figura.

A velocidade de arraste va das cargas está orientada


de baixo para cima. Assim, r r r
F = qv ×B a

Considerando-se a contribuição de todas as cargas


no condutor, tem-se:

No. total de cargas é: (n A L), em que n é o número de


cargas por unidade de volume. A força total (módulo)
sobre todas as cargas é:
F = (n A L )(q v B ) a
Força magnética sobre
um fio condutor
Como a densidade de corrente é dada por J = n q va, o produto J A fornece a
corrente total I no condutor. Portanto,

F = ( J A)( L B ) = I L B
Quando há um ângulo ϕ entre o vetor B e o fio, obtém-se uma generalização
da expressão acima dada por: r r r
F = I L×B
Que representa a força total aplicada sobre o fio. Quando o fio não é retilíneo,
pode-se calcular a força resultante divindo o fio em pequenos segmentos:
r r r
d F = I d L×B
Ilustração para Diversos Casos

Campo B aponta para a Campo B aponta para a Mudando-se o sentido


Direita. Esquerda. da corrente.
Princípio do Alto-Falante

A força resultante que tem origem na interação entre o campo magnético radial
do imã permanente e a corrente que percorre as espiras (voice coil) provoca
o movimento das espiras que, por sua vez, aciona o cone do alto falante, gerando
uma onda acústica no espaço. O sentido e módulo da força depende do
sentido e módulo da corrente elétrica nas espiras (voice coil).
Exemplo
Uma barra de cobre retilínea conduz uma corrente de 50 A de oeste para leste
em uma região entre os polos de um grande eletroimã. Nessa região existe um
campo magnético no plano horizontal orientado para o nordeste (ou seja,
considerando uma rotação de 45° de leste para oeste), com módulo igual a 1,2 T.

a) Determine o módulo, a direção e o sentido da força magnética que atua sobre


uma seção de 1,0 m da barra.
b) mantendo-se a barra no plano horizontal, como ela deve ser orientada para que
o módulo da força seja máximo? Qual o módulo da força nesse caso?
Solução
a) A direção da força é perpendicular ao plano formado pela corrente e pelo
campo. Portanto, a força se encontra na vertical a tal plano e seu sentido
é de baixo para cima (sul para norte). O módulo da força é calculado por:

F = I L B senϕ = (50A )(1,0m )(1,2T )(sen45 ) = 42,4 N 0

Pode-se realizar esse mesmo cálculo usando notação vetorial:

r
L = (1,0 m )iˆ
r
B = (1,2T )(cos45 iˆ + sen45 ˆj )
0 0

r r r
∴ F = I L × B = (50)[(1,0 m )iˆ × (1,2T )(cos45 iˆ + sen45 ˆj )] =
0 0

= (42,4 N )kˆ
Solução
b) Para se obter o módulo da força deve-se orientar a barra de tal forma que
o ângulo entre a barra e o campo magnético seja igual a 90°. Assim, a barra
deve ser girada de 45° no sentido horário, a partir de sua posição inicial.

O módulo da força resultante será então:

F = I L B senϕ = (50A )(1,0m )(1,2T ) = 60,0 N


Exemplo 3
Na figura abaixo o campo magnético B é uniforme e perpendicular ao plano
da figura, apontando para fora. O condutor possui um segmento retilíneo de
comprimento L perpendicular ao plano da figura no lado direito. A seguir,
O fio continua sobre uma semicircunferência de raio R e, finalmente,
continua com segmento retilíneo de comprimento L, situado sobre o eixo Ox
(do lado esquerdo). O condutor transporta uma corrente I. Calcule a força
Magnética sobre os três segmentos do fio.
Força e Torque
sobre uma Espira
Condutores que transportam corrente são geralmente fechados e formam
espiras. Seja a figura abaixo, na qual vemos uma espira retangular com
lados de dimensões a e b e que conduz uma corrente I.
Força e Torque
sobre uma Espira
Uma linha perpendicular ao plano da espira forma um ângulo φ com direção
do campo magnético B. Para se obter a força magnética total sobre a espira é
necessário calcular a força sobre cada segmento dela. Assim:

Força sobre o lado direito da espira (de comprimento a): a corrente I e o campo B
são perpendiculares. Portanto, F = I a B. Tal força possui sentido da esquerda para
a direita.

Força sobre o lado esquerdo da espira (de comprimento a): a corrente I e o campo B
são perpendiculares. Portanto, F = I a B. Tal força possui sentido da direita para
a esquerda.

Portanto, essas duas forças possuem sentidos opostos!


Força e Torque
sobre uma Espira
Os lados da espira de comprimento b formam um ângulo de (90°- φ) com o
campo magnético B. Portanto, F = I b B sen(90°- φ) = I b B cos(φ). As linhas
de força estão sobre o eixo y e possuem sentidos opostos.

Portanto, a força total resultante será: FR = IaB - IaB + IbB cos(φ) - IbBcos(φ) = 0

A força resultante sobre uma espira de corrente em um campo magnético


uniforme é igual a zero.
Torque sobre a Espira
As duas forças aplicadas sobre a lateral de comprimento b estão sobre a
a mesma linha e, portanto, o torque resultante é igual a zero em qualquer ponto.

Entretanto, as forças aplicadas sobre a lateral d comprimento a estão situadas


sobre duas linhas diferentes e cada uma delas fornece um torque em torno do
eixo Oy, o que gera um torque resultante diferente de zero!

Para cada uma dessas forças o braço de momento é dado por: (b/2) senφ, de
modo que o torque de cada uma é calculado por: F (b/2) senφ.

O torque total é calculado por:

τ = 2 F  senφ = I a B b senφ
b
2
Torque sobre a Espira

O torque é máximo quando φ = 90° e é zero quando φ = 0° ou 180°

Portanto, a espira realiza um movimento de rotação em torno do eixo Oy!

A área da espira é igual a A =ab. Assim, pode-se reescrever o torque como:

τ = I A B senφ = µ B senφ
O produto IA é conhecido como momento de dipolo magnético ou momento
Magnético e é designado pela letra grega µ.
Dipolo Magnético
Para um dipolo elétrico determinou-se sua energia potencial como sendo

r r
U = − p⋅ E

Da mesma forma, a energia potencial de um dipolo magnético será dada por

r r
U = −µ ⋅ B
Quando o dipolo muda de orientação no campo magnético, o campo realiza
trabalho sobre ele. Quando o deslocamento for infinitesimal (dφ), esse trabalho é
computado como
dW = τ dϕ
Espiras e Bobinas
Os resultados obtidos para uma espira retangular podem ser estendidos para
uma espira plana de qualquer formato. Se por tal espira circula uma corrente I,
Então o momento magnético associado será: µ = I A.

Os resultados podem ainda ser generalizados para uma bobina formada por
um conjunto de N espiras planas agrupadas de forma compacta. Um arranjo
particular, cujas espiras são dispostas em um enrolamento helicoidal compacto
é conhecido como solenóide.

O torque total é calculado pela soma dos torques


sobre cada espira individual:
Solenóide
No solenóide o momento magnético será: µ = NI A
e o torque por τ = N I A Bsenϕ
φ  é o ângulo entre o eixo do solenóide e a direção do campo magnético.

O efeito desse torque tende a fazer o eixo do solenóide se alinhar com o campo.

Exemplo: galvanômetro de D’ Arsonval


Exemplo
Uma bobina circular com raio de 0,050 m possui 30 espiras e está situado sobre
um plano horizontal. Ela conduz uma corrente de 5,0 A no sentido anti-horário,
quando observada de cima para baixo. A bobina está em um campo magnético
uniforme orientado da esquerda para a direita, com módulo igual a 1,2 T. Calcule
o módulo do momento magnético e o módulo do torque sobre a bobina.

A área da bobina é: A = πr2 = π(0,05)2 = 7,85x10-3 m2

O momento magnético de cada espira é:


µ = IA= (5,0 A)(7,85x10-3 m) = 3,93x10-2 A.m2

O momento magnético total será:


µtot = Nµ= (30) (3,93x10-2 A.m2) = 1,18 A.m2

O torque total é calculado como: τ = µtot B senφ =


= (1,18 A.m2)(1,2 T)(sen 90°)= 1,41 N.m
Dipolo em Campo Magnético
Não Uniforme
A figura ao lado mostra uma espira inserida
em um campo magnético não-uniforme.

Neste caso,a força resultante sobre a espira


não é igual a zero. O momento magnético µ
possui sentido contrário ao do campo e o
campo magnético possui uma componente
paralela e outra perpendicular ao momento
magnético.

As componentes radiais de força acabam se


cancelando. Entretanto, as componentes de
força ao longo do eixo do imã acabam se somando.

Assim, no caso a a força resultante afasta a espira e


no caso b ocorre uma aproximação.
Magnetização de objetos

A existência do fenômeno magnético está ligada ao fato de elétrons se


movimentarem no interior do átomo e possuírem um momento magnético.

De forma grosseira, pode-se comparar o elétron a uma bola carregada que


gira em torno de si mesma. A circulação da carga em torno do eixo de rotação
é semelhante a uma espira de corrente.

Alguns materiais podem adquirir um momento magnético diferente de zero quando


colocados na presença de um imã. O processo ocorre em duas etapas.
Magnetização de objetos

Na primeira etapa os momentos magnéticos do material


(ferro) tendem a se alinhar ao campo B do imã,
de modo que aquele adquire um momento magnético
paralelo ao campo.

Na segunda etapa, o campo


magnético do imã atrai o dipolo magnético produzido
pelo objeto. Se os polos do imã forem invertidos,
ocorre a mudança da direção do dipolo magnético,
fazendo com que a força de atração continue existindo.
Motor de Corrente Contínua
Em um motor, o torque magnético atua sobre um
condutor que transporta uma corrente e a energia
é convertida em energia mecânica que faz a espira
girar.

A parte móvel do motor é chamada de rotor e é


constituída por uma espira que pode girar em torno
de um eixo.

A espira possui extremidades abertas ligadas a dois


contatos. Tais extremidades são ligadas a dois
segmentos condutores que formam o chamado
comutador.

Cada comutador está em contato com uma escova,


ligada a um circuito externo que contém uma fonte de
fem.
Motor de Corrente Contínua
A corrente produzida pela fonte fem circula pela espira
no sentido horário (quando a espira é vista de cima).
O rotor é uma espira de corrente com momento magnético
µ.

O torque produzido pela interação do dipolo magnético


da espira com o campo B faz a espira girar no sentido
anti-horário, alinhando o momento magnético da espira
com o campo do imã permanente.

Assim, o rotor gira de 90° a partir de sua configuração


inicial. Se a corrente através do rotor fosse constante,
o rotor atingiria sua posição de equilíbrio nessa situação.

Nesse instante o comutador entra em ação. As duas


escovas estão em contato com as partes ISOLANTES do
comutador. Assim, não há passagem de corrente pela espira.
Motor de Corrente Contínua
Apesar de a corrente ser zero instantaneamente,
a espira, por inércia, continua a se movimentar no
sentido anti-horário.

Em um instante seguinte, quando a parte condutora


do comutador entra novamente em contato com as
escovas, a corrente passa a circular
novamente no mesmo sentido (horário, visto de cima).

Assim, surge novamente o torque com o mesmo


sentido do caso anterior, o que mantém a espira
girando no sentido anti-horário.

Em casos práticos, o rotor possui várias espiras. Isto


produz um momneto magnético maior. O uso de
eletroimãs também produz campos magnéticos mais
intensos.

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