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A. E.

Fitzgerald
Charles Kingsley, Jr.
Stephen D. Umans
,
MAQUINA
, S
6Ed ELETRICAS
SUMÁRIO RESUMIDO

CAPÍTULO 1 Circuitos Magnéticos e Materiais Magnéticos 19


CAPÍTULO 2 Transforma dores 69

CAPÍTULO 3 Princípios de Conversão Eletromecânica de Energia 119

CAPÍTULO 4 Introdução às Máquinas Rotativas 174

CAPÍTULO 5 Máquinas s rncronas 239

CAPÍTULO 6 Máquinas Polifásicas de Indução 295

CAPÍTULO 7 Máquinas CC 343


CAPÍTULO 8 Máquinas de Relutância Variável e Motores de Passo 390
CAP ÍTULO 9 Motores Mano e B ifásim s 43 2

CAPÍTULO 10 Introdução à Eletrônica de Potência 470

CAPÍTULO 11 Controle de Velocidade e de Conjugado 529

Apêndice A Circuitos Trifásicos 593

Apêndice B Tensões. Campos Magnéticos e lndutâncias de


Enrolamentos CA Distribuídos 608

Apêndice C A Transformação dgO 620

Apêndice D Aspectos Práticos de Engenharia sobre


DesempenhO e a Operação de Máquinas Elétricas 630

Apêndice E Tabela de Constantes e Fatores de Conversão


para Unidades do SI 642

Índjce 643
SUMÁRIO

CAPITUL0 1 3.6 Sisaenw. de Campo M 3g.néajco Multj.


Circuitos Magnéticos e Materiais e>;(ilád<> 140
Magnéticos 19 3.7 Fof\a.s e Conjugados em Sistemas com
Imãs Pcnnnnentes 146
1.1 Lntroduçflo aos Ci•·cuitos Magnéticos 20 3.8 Equ:oç<les l) inúmicus 154
1.2 Fluxo Concmcnodo. lndm!lncia e Energia 28 3.9 T.Xnicas A na lfticu~ 158
1.3 PtOJ)I'ic<ludcs dos M1Ucriais Mcagnéticos 35 3. 10 Resumo 160
1.4 Excilação CA 39 3.11 Prvblcmn< 16 1
1.5 lrntLS Pcrm:mcnlt'l 4S
1.6 Aplicações de imils Permanentes 50 CAPITUL0 4
I.7 Resumo S6 Introdução às Máquinas
1.8 Problemas S6 Rotativas 174
CAPíTUL0 2 4.1 Conc<ilos Elcmen1nres 174
Transformadores 69 4.2 lntrod~iio 1ls M:lquinas CA c CC In
4.3 FMM de Enrolomentos 01$1ribufdos 187
2.1 lntrod~ilo aos Tr.m<f~ fh ~A Campo< M•,OOicos em M:lquinas
2.2 Condiçôes <em Caq:a 71 Rotativa_~~; 196
2.J Efeito da Corrtnte do Secundário: 4.5 Onda> Omml<s de FMM em
Ttansfonnador Ideal 75 Máquina' CA ,199
2.4 Reatt.ncia' no TmmJonnador c Circuitos 4.6 Tensão Ocmda 206
Equ i v-Jicnte~oo 79 4.7 Conjug<Wo em Máquinas de Pólos Não
l.S Aspec-to~ de Engcnhnrirt da Análise de S a li ente ~ 212
Tr:.m..:rormu\lorcs 84 4.8 Mó(IUinus LincMcs 223
2.6 A utotronsformudorc.o;, Transformadores de 4.9 Saturoçno M1agnt!tico 225
Maíhi()los l::nrolcuncntos 91 4.10 Flu.xos Dbt>CDivos 22H
2.7 Transformadorc~ em Ci rcuito.~ Trifásicos 95 4.lJ Resumo 230
2.8 Tr::msfol'nl lklorc<~. de Tensfio e Corrente 99 4.12 Probl e ma~ 232
2.9 O SiSlerna por Unidade I (}.1
2.10 Resumo 11 1 CAPITULO S
2.11 Problemas 113 Máquinas Sfncronas 239
CAPITUL0 3 5.1 lnuoduçriO ils M:lquinas Síncronas
Polifá>IC:as 239
Princlpios de Conversão
5.2 lndu1.Ancio.s das M;iquinas Sínc:ronas;
Eletromecãnica de Energia 119
Cucuhos Equmllentes 242
3.1 Forças e Coojug>dos em Sis~emas de S.J Caracccrfslicas a VBzio e de Cur1o-
Campo Mugné1ioo 120 Circuito 249
3.2 Balanço Entlj;~l i co 123 5.4 Caroetcr·htica!> de Ângulo de Carga em
3.3 Energia em Si,temaç de Campo Mngnético Regu·nc Permancn1e 158
de Excilllçao Única 125 5.5 Camclerislica> de Operaç§o em Regime
3.4 Dele•·minuçao dn Força e do Conjugado Perm:ancntc 266
Magnético~ n partir dn Energia 128 5.6 Efeitos dos Pólos S:~li e nles: lntrodução
3.5 Dctcrminoçl1o du força e do Conjugado à Teoria li~ t~i xos Direto e e m
M :agnét ico~ o partir dn Co-energia 134 QuadrJiura 272
16 PREF.ÁCIO

5.7 Carnctcrf>tica< de Ângulo de Carga das CAPÍTULO S


Máquinas de Pólos Saliemes 279 Máquinas de Relutância Variável e
5.8 Mcxores CA de lmã Pennancntc 283 Motores de Passo 390
5.9 R.sumo 285
5.10 Problemas 287 8.1 Fundamento-; tbAnáhse MRV 390
8.2 Confiaunoçm MRV Mci<:as 398
CAPITULO & 8.3 Fonna. de Ondo no Produção de
Máquinas Pollfáslcas de Indução 295 Conjugode 403
8.4 An~l ise Ndo.lincar 412
6.1 lntroduçilo às Máquinas de Indução 8.5 Mocore• de Pusso 418
Polifásicn< 295 8.6 Resumo 426
6.2 Correntes e Fluxos em Máquinas de 8.1 Prohtcmns 428
lnduçno Polirdsicas 300
6.3 Circuilo Ec.1uivolcme do Mo1or CAPITUL0 9
de lnduçllo 302 Motores Mono e Bifásicos 432
6.4 Análise do Circuito Equivalente 305
6.5 Conjugado e l)olência Usando o Teorema 9.1 MoiOn:li de Jnduçao M onofáçicos: um
de Thé,·enin 310 Exame Qualitatj\'O 432
6.6 Detennonoç!lo de l'wiim<:tros a panir de 9.2 Desempenhos de Partida e de
Ensatos a Vutio c com R01or Funcionamc:n1o dos MOCOI"e$ Monorásicos
Bloqueado 318 de lnduç!lo e srncronos 435
6.7 Efeitos da Resi<t~ncia do Rcxor, Rcxores 9J Teom do Campo Gimntc de Mcxores de
Bobin3dos c de Dupla Gaiola lnduç!lo Monof;lsicos 443
de Esquilo 327 9.4 Mcxon:s de lnduç!lo Bifllsicos 449
6.8 Rt>umo 3}4 9.5 Resumo 466
6.9 Problemas 335 9.6 Problemas 467

CAPITULO ? CAPITULO 10
Máquinas CC 343 Introdução à Eletrônica de
7.1 lntroduçllo 343 Potência 470
7.2 Açllodo Comutador 350 10.1 Chaves de Potência 470
7.3 Efeito da FMM daAm\Odura 352 10.2 RetilicoçDo: Convc,..ão CA·CC 482
7.4 F'und"menlos Analílitos: Aspectos do IO.J ln\'to.llo: Conversao CC·CA 5 IO
Circuito Elétrico 355 10.4 Resumo S21
7 .S Fundamentos AMifiicos: Aspectos do 10.5 BibliOjVDfia S23
Circuito Magnético 359 10.6 Pmblcmas 523
7.6 AMiisede Desempenho em Estado
Permanente 363 CAPITULO 11
7.7 Máquinas CC de fmã Permanente 369
Controle de Velocidade e
7.8 Comutaç!lo c lncerpolos 374
Conjugado 529
7.9 EnrolomentO> de Compensoç!lo 377
7.10 Moto~ Série Universais 379 11.1 Controle de MOtores CC 529
7.11 Resumo 380 11.2 Controle de Mcxores Sfncronos 547
7.12 Probi<m.e< 381 11.3 Controle de Mocom< de Indução 563

11 r w '"" :1 o sk
PREFÁCIO 17

11.4 Controle de Motores de Relutância APtNOICE C


Variável 579 A Transformação dqO 620
11 .5 Resumo 582
11.6 Bibliogmfia 583 C. I Tmnsfonnação para Variáveis de Eixo
11.7 Problemas 584 Direm e em Quadratura 620
C.2 Relações Básicas das Máquinas Sí1lcronas
APÊNDICE A com Variáveis dqO 622
C.J Relações Básk.as das Máquinas de Indução
Circuitos Trifásicos 593
em v,lriávcis dqO 626
A.J Geração de Tensões Trifásicas 593
A.2 Tensões, Correntes e Potências Trifá!>ica.o;; APtNDICE D
595 Aspectos de Engenharia sobre o
A.3 Circuitos com Ligações emY e a 599 Desempenho e a Operação Prática
A.4 Análise de Circ.uitos Trifásicos de Máquinas Elétricas 630
&Juilibrados; Diagramas Unifilares 604
A.S Ou1ros Sis1emns Polif{LSicos 606 0 .1 Perdas 630
0.2 Características Nominais c Aquecimento 632
APt NDICE 8 0.3 Mé!Qdos de Refrigeraç.3o das Máquinas
Elélticas 636
Tensões, Campos Magnéticos e
D.4 Excimção 637
lndutânclas de Enrolamentos CA
0 5 Eficiência Energética das Máquinas
Dlstrlbuldos 608
Elé!ricas 640
8.1 Tensões Geradas 608
8.2 OndasdeFMMdeAnnadura 614 APtNDICE E
8 .3 lndutâncias de Entre ferro de Enrolamentos Tabela de Constantes e Fatores de
Distribuídos 6 I6 Conversão para Unidades SI 642

INDICE 643

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CAPÍ T ULO

Circuitos Magnéticos e
Materiais Magnéticos
objetivo deste livro é o estudo dos di pOSitivos usados na intcrconvcrsão clctromccânica
O de energia. É dada ênfase às máquinas rotativ;.'IS eletromag néticas. pois é através delas
que ocorre a maior p.1ne dessa c-onversão. No entanto. ns técnicas dcscm•olvidas nplicnm·sc
generica.neme a uma. larga faixa de ouu'OS dispositivos. incluind(}--se máquillas lineare-s, mua.
dores e sensores.
Mesmo não sendo um disposith•o de conversão eletromecánica de energia. o transfor·
mador é um imponantc componente do processo global de convcrsf•o energética e será dis·
c utido no Capítulo 2. As técnicas desenvolvidas na análise dos transfonnadorcs ronnam a
base da discussão sobre máqui nas elétricas <JUC se scgu ir~í após.
Praticamente todos os transfomu•dores e máquinas elétricas usam mmeriaJ fc rrom~•g­
nético para direcionar e dar form~ a camtK)S: magnéticos. os quais atuam como meio de
transferência e conversão de energi ~. Materiais magnéticos pel'manentes. ou imà.(O. também
são largamcme usados. Sem esses materiais, não seriam possí\'eis as implementações prá-
ticas dn maioria dos dispositivos elctromedl.nicos de conversão de c nergiu. A c;•pacidudc
de analisar e descrever s istemas que contenham esses materiais é essencial ao projetO e en-
tendimento desses dispositivos.
E.~tecapftulo desenvolverá algumas fe rramentas bás icas para a análise de .sistemas
que usam campos magnéticos. Dará também uma bre,,e introdução às propriedades dos
materiais magnéticos usados na prática. Então. no Capítulo 2. esses resultados serão tlpli-
cados à análise de transformadores c. nos capítulos seguintes. serdo us~1dos na análise de
máquinas rotativas.
Neste livro. assume-se que o leitor tenha um conhecimemo básico da teoria de cam-
pos magnéticos e e létricos. ta l como é dada e .n disciplinas básicas de llsica para es tud:lrl-
tes de engenharia. É po.s.sfvel que ~llgurls leitores já tenham tido urna disciplina sobre a
teoria do campo e letromagnético com base nas equações de Maxwcll. Entrclanto, uma
compreensão profunda das equaÇõe..$ de Maxwcll nfio é um pré-requisito para o estudo
deste livro. As técnic-as de análise de cir·cuitos magnéticos r·epresemam aproximaçõe..; al-
gébricas das soluções exatas da teoria de campo. São largamente usadas no estudo dos
dispositivos c lctromcdlnicos de conversão de energi:•. e fo rmam :r b:rsc da maioria das
rmálises apresentad:..s aqui.

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20 MÁQUINAS EL~TFIICAS

- '
1.1 INTRODUÇAO AOS CIRCUITOS MAGNETICOS
Em engenharia, a solução completa e detalhada dos campos magné.ticos da maioria das apli·
cações de interesse prático envolve a solução das equações de Maxwell. juntamente com vá·
rias relações constituth•as que descrevem as propriedades dos materiais. Embora. na pr.ítica.
soluções exatas não sejam freqUentemente alcanç.ivcis, diversas s uposições simplificadoras
pennitem obter soluções úteis em engenharia.'
Começamos supondo que. para os sistemas considerados neste livro, as freqiiências e os
tamanhos e.nvolvidos são mis <1ue o termo da correme de deslocamento das equilções de Max-
well pode ser desconsiderado. fi~;se termo, a~;sociado à radiação eletromagnética. é rcsponsá·
vel pelos campos magnéticos que ocorrem no espaço e s.ão produzidos por campos cléLricos
variáveis 110 tempo. Desprezando esse termo, obtém-se a fonna mag1lética qua.~;e.e-stática das
equações de Maxwell, relacionando os campos mag_11éticos às corremes que os 1>roduum.

ic Hdl = r1 · d"
ls
<'- 'l

i B · d• = O ( 1.2)

A Equação 1.1 afinna que a inlegrnl de linha da compollente tangencial da imensidade


de campc muguético H ao loogo de um contorno fechado C é igual à corrente total que passa
através de qualquer superfícieS delimitada por esse comomo. Na Equaç-ão. 1. 1. vemos que a
origem de H é a d~tt.sidade de correme J. A Equação 1.2 afirma que :1 tlemüdade tle fluxo
magnético 8 é consef\•ada.. isto é. em uma superfície fechada, não há e.ntruda nem saída líqu i ~
da de nuxo (isso equivale a afinnar que cargas magnéticas monopolares de c.ampos magnéti ~
cos n5o existem). Dessas equações. ventOS <1ue as g randezas de t.un campo magné1ico podem
ser de.temlinadas usando apenas os valores instaru&neos dns correntes (lU C lhe dão origem. e
que a...; variações no tempo dos campos ntag.né1icos resultam diretamente das v~•riações no
tempo da~; fontes.
Uma segunda suposição que produz simplificaç.õcs e.nvolve o conceito de circuito
m<IRIIético. A solução geral da intensidade de campo magnético H. e da densidade de fluxo
magnético B, em umu estrutura de geometria complexa. é extremamente d ifícil. No cnwn·
10. um problema de campo tridimensional pode freqüentemente ser reduzido ao que é es·
se•tcialn-.cnte um circuito equivalente unidimensional. dando soluções de exatidão aceitável
em engenharia.
Um circuito magné&ico consiste crn uma estrutura que. em sua maior parte. é composta
por material magnético de perrne.abilidade elev"da. A presença de um material de alta pcm-.eu~
bilidadc tende a razer com que o nuxo magnético seja tontim•do aos c:nninhos delimi1ados
pela estrulum, do mesmo modo que. em um circuito elé-trico. a.~; correntes são con fin~)das aos
condutores. O uso desse conceito de circuito magnético será ilustrado ne.c;ta seçilo e. ao longo
do livro. veremos como ele se aplica muito bem a diversas situaçõcs. 2

' Etnboru soluções ~nalitk;u exatM nllo sejam possfwis de se obter. as soluoçõtll 1tu.méfiaas b:aseadas em computlMSor <como a:s
dos métodos dos element<tS finitos ou dos elementos de contorno. que cmbas:un uma strit de prc.~r.m1.1s oomertiai~) !'lio b:m
ccmun~ c tomar.1m·se fciT'..mCMM indispc-nsá,,eisde análise c projeco. No entanlo, es!<:ts l&ntcassão melhor utili7.udas pan. re·
finnr as andlises ~:u:las e:rn nltlcxlo5 analiLiC'Q'ô uUscomo'" e-nconu·ds nc!iõle liwo. O seu uso pooço çonuibui para um.'l oom·
pt'CC'ns!lo dos prindpios (und:uncnt:•lil e do tksempenho bâ:sico das máquinas ~léuicas c, por ~lls:·, r..:tà<l, n~ serão di.sctJtid-.s
neste li\'tO.
~ Pura um tralamento rn:li1 ampk> dos cin:ui1os mu~f!écicOI§. ''<'j:a A.E.Fitzgentld. O. E. Wsscnbuth:un, c A. Cmbcl, ~1$Ü: El«·
JrictJI Et~_ginuri,g. s~ ed.. t.kGraw·Hill. 198 I. CapituiQ 13~ •~~ mbêm E. E. Staff. M.I.T.. Múf.:lldk· Cl'rr:uil$ mul7iTmsfcmttf'N.
M.LT. t:treu. 1965. Capitulos I a 3.

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CAPiTULO 1 CIRCUITOS MAGNfliCOS E MATERIAIS MAGHÊllCOS 21

Um exemplo simples de um circuito magné1ico es1á mostrado na Fig. 1.1 . Assume·sc


que o núcleo seja composlo de material magnético cuja permeabilidade é mui lo maior que
a do ar (Jt » J.t.u). O núcleo tem seção rela uniforme e é excitado por um enrolamento de N
espiras conduzindo uma corrente de i ampCres. Esse enrolamento produz um campo mag·
nétioo no núcleo, como mos1rado na figura.
Devido à alta permeabilidade do núcleo magné1ico, uma solução exata mostraria que o
fluxo magnético es1á confinado quase que inleiramente ao núcleo. Mostraria também que as
linhas de campo seguem o caminho definido pelo Jlúcleo, e que basicameme a densidade de
fluxo é unifonne em uma seção rem qualquer, porque a área desta é uniforme. O campo mag·
nétko pode ser visualizado em termos de linhas de fluxo formando laços fechados interliga·
dos com o enrolaml!nto.
No caso do circuito magnético da fig. 1. 1. a fonte do campo magnético do núcleo é o
produto Ni. em ampCrcs·espiras (A.c). Nn tcrmjnologia dos circuitos magnéticos. Ni é a for·
((I mag11e10motriz (FMM) :F que atua no circuito mngndti<.'O. Embora a Fig. 1.1 mostre ape·
nas uma única bobina. os transformadores cu maioria das máquinas rOt<ilti\'lLS têm no mínimo
dois em"Oiamentos, e Ni deve ser subslituído pela soma algébrica dos :un~ res-espiras de t<r
dos os enrolamentos.
Oj7llxO magnético~ que atravessa uma superrície Sé a integral de superfície da compo·
neme normal de 8 ; assim

if>=J. B · da ( 1.3)

Em unidades SI. a unidade de q, é o weber (Wb}.


A Equ;tÇão 1.2 afirma que o fluxo magnético líquido que entra ou sai de uma superfície
fechada (igual à integral de superfície d e n sobre a superfície fech.-da) é 1..ero. Isso equivale a
dizer que qualquer fluxo que enlrarem uma superfície que delimjta um volume deverá deixar
esse volume passando por uma outra região dessa superfície porque \LS linhas de fluxo mug·
nélico fonnam laços fechados.
Esses fatos pOdem ser usados para justificar a suposição de que a densidade de nuxo
magnético é unifonne em uma St.'Çào reta de um circuito magnético. como no núcloo da Fig.
1.1. Nesse caso, a &1uação 1.3 reduz.-se à e<tuação escalar simples*
( 1.4)

onde ~o: = tluxo no nlíclco


8~ =densidade de fluxo no mícleo
A<= área da seç.ão reta do núcleo

./ ~
,- un113s de----+-- ,
- I C:uninho rOOdio
; I nuJLo magnético I
I lo: do n.klco

~
I
I
..
~
A /T
~ ..•• J. 1\reu d~ gçiio
I

~ I rtU.A~

'--- ... ------ ---- •r


I
Enrol:•me~to.
I
PtrTntabilttbd.: dl)
N"'f" / nUdeo magnécko 1•
""
FtauAA 1.1 Circuito magnético simples.

• N. de T.: O subscrito c rdtre•k a nUdt.•o(cqrr em inglê!l)

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22 MÁOUIHAS ELÊTRICAS

()a Equação 1.1, a relação emre a FMM que atua em um circuito magnético e a intensi·
dade de campo magnético naquele circuito é1

:F=Ni =f Hdl ( 1.5)

As dimensões do núcleo s.ão tais ( JUC o comprimento do caminho de qualquer linha de fluxo é
aproxinladamente igual ao comprimento médio do mlcleo J.:. Como resultado. a integrnl de li·
nha da Equação 1.5 toma-se simplesmente o produto escalar Hi.: do módulo de H vezes o
comprimento médio J..do caminho de fluxo. Assim. a relação entre a F'MM c a intensidade de
campO magnético pode ser escrita, na terminologia dos circuitos magnéticos. como
:F= Ni = H,l , ( 1.6)

onde H~ é o
módulo médio de H no núdco.
O $COlido de H~ 110 núcleo pode ser encontrado a partir da regra da mão direiw, que
pode ser enunciada de dois modos equivalentes. (I) Imagine uma corrente sendo transpor·
tada em um condutor segurado por uma mão. com ó polegar apontando no sentido da cor·
rente. Então. os demais dedos apontardo no sentido do campo magnético criado por essa
corrente. {2) De rorma cquh•alcnte, se a bobina da Fig. 1.1 fo r segura na mão direila (ralan-
do figurativamente), com os dedos apontando no sentido da corrente, entüo o polegar apon-
tará no sentido do campO magnético.
A relaçiio entre u intensidade de campo magnético H e a densidade de lluxo magnético
8 é uma propriedade do matel'ial em que se encontra o campo magnético. Costuma-se supor
uma rc laçiio I i near: assim
B = !' H (I. 7)

onde J.L é conhecida como permettbilid(l(/e magflétka. Em unidades do S I, H é medida em


tmlt"X!rtts por melro. 8 em webers por melro quadrtule~ ou. como 1ambém é conhecida, em lt!s-
lns (T ). c p. em webers por ampere·espira·metro ou, de fomtn equivalente. em henrys por me-
tro. E1n unidades do SI, a permeabilidade do vácuo é J1.o = 4'i'T x I o-' henrys por me-tro. A per·
meabilidade dos materiais magnéticos lineares pode ser expressa em termos de,.,.,,. seu valor
relativo ao do vácuo. ou p. = P.,J.Lo· Valores típicos de 1-L, variam de 2.000 a 80.000 para os ma·
teriais usados em tmnsforrnadorcs e máquinas rotacivas. As camcterístic-as dos materiais fer·
romatnéticos estão c.lescritas nas Seções 1.3 c 1.4. Por enquanto. vamos assumir (JUCp., seja
uma constante conhecida, embora na realidade varie aprecinvelmenlc em função do valor da
densidade de nuxo magnétic.o.
Os transformadores são enrolados em nócleos fechados como o da Fig. 1.1 . No enta.uo.
os dispositivos de conversão de energia que comêm um elemento móvel devem incluir entre·
ferros de ar em seus circuitos magnéticos. Um circuito magnético com um cntrefcrro de ar cs·
tá mostr.tdo na Fig. 1.2. Quando o comprimen10 do en1refcrro 8* for muito menor do que as
dimensões das races adjacentes do núcleo, o tluxo rnagné.tico tfJ seguirá o caminho definido
pelo míclco c pelo cntrcferro. Nesse caso, as 1écnicas de análise de circuilos magné1icos pO-
derdo ser us;Kias. Quando o comprimento do entreretro toma-se excessivameme gr~u\de, o~
serva-se que o fluxo ..dispersa-se" pelos lados do entreferr<>. e as técnicas de amUise de circui·
tos rnagnétic<>s niio são mais estritamente aplicáveis.

J f
IW'! gemi. a queda de FMM ao longo de q~n~krucr ,;cimento de um çircuito magné1ioo pode ft('r calculada C'OmO sendo Hdl
naq\lele tn.'Cho do circui1o magnético.
• N. de T.: 11 do ing'f:o; gap. cnu't'rt'rro.

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CAPiTuLo 1 CIRCUITOS MAGNlTICOS E MATERIAIS MAGN~TICOS 23

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C:m1i n.ho mtldio

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NC$JHr.~S ' '---------- ·- ..' /I
r 1\-m'ICabilidade do
l'llkll.'() M\:lgl\élicO fi,
Área A,.

fiGURA 1.2 Circuito magnético com enl!elerro de ar.

Assim, desde que o comprirnemo do emrefe-rro g seja suficientemente pequeno. a con-


figu ração da Fig. I .2 pode ser analisada com dois componcnfes em série: um núcleo magné-
lico de pcrmcabilid:•dc p.. área de seção reta Af c comprimento méd i o'~· e um erurcferro de
permeabilidade J.Lo· área de seção reta A11 e comprimento g. No núcleo. a densidade de Ouxo
pode ser suposla uniforme: assim

( 1.8)

e, no entreferro.

( 1.9)

onde €/> = nux.o 110 circuito mag1lético.


A aplicação da Equação 1.5 a esse circuito magnético produz
:F = H,l, + H,g ( 1. 10)

c. usando a rel;.tçUo l inear 8-/i da Equação 1.7. obtém-se


Bc
:F= - 1,
n,
+ -g
1). J~o
( 1. 11 )

Aqui a :F= Ni é a FMM aplic-ada ao circuito magnético. Da Equação 1.1O. vemos que
uma par1e da FMM, :Fc= Hj,.. é necessária paro produzir cumpo magn~tico no núcleo, no pas-
so que o resmnte, F,= H&8· produz campo magnético no cntrefcrro.
Com os tmueriais magnéticos dn prática (como foi discutido nas Seções 1.3 c 1.4), B.: c
H,. nem sempre se relacionam entre !<>i de mnncim simples :uravés de um~a pc rmc~• bi l idndc
constaOie conhecida IJ.• como descrito pela Ec:tuaçUo 1.7. De fato. 8, é freqüentemente um ma-
peamento ni1o-li1lear t)lurívoco* de Hf . Assim, embora n Equução 1. 1Oconlinuc sendo vcn.1a-
deira. ela não conduz dire1amente a uma expre-ssão simples que relacione a FMM C-om ns den-
sidade$ de fl uxo, como na Equação 1.11 . Ao invés disso. deve-se usar. gráficn ou unnlitica-
mcntc. os detalhes especfficos da relação nno-lincar 8~-lf... No cntanlo. em muitos casos. o
conceito de penneabilidade cons1arue oplicada a um m:uerial dá resuhados de exatidão acci-
uh•cl em engenharia. sendo u~ado rreqüen1emen1e.

• N. de 1'.: No srmido de um pam muilos.

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24 M AQuiNAS ELÉTRICAS

Das E<tuaçõcs 1.8 c 1.9. u Equação 1.1I pOde ser reescrita em cermos do fluxo cotai rP como

F=~
I,
- +­
g )
( 1.12)
( ttA, ~toA,

Os tennos que multiplicam o fluxo nessa equação são conhecidos como sendo as relu·
tltnâas 'R. do núcleo c do entrcfcrro, rcspcc;tivamentc-,

~ - I,
"'- --
,A, ( 1. 13)

( 1.14)

c. assim.
( 1.15)

Finalmeme, pode·se isolar o fl uxo da Equação I. J5


F
( 1.16)

( 1. 17)

Em geral. JXI.ra qualquer circuito mngn6tico de rcluttmcia tot\11n.,,.,o nuxo pode ser encontrado 1)()(
F
~ =- ( 1.18)
'R..,.
O tenno que mulliplica a FMM é conhecido como permeâncic' 'P e é o inverso da re-lu-
c.ância; assim, por e xemplo, a pcrmeância comi de um circuito magnético é
I
'P,.,. = 'R,.. (1. 19)

Obse.rve que as Equações 1.15 e 1.16 são análogas às relações em.re corrente e tensão, em
um circuito elétrico. Essa analogia está ilustrada na Fig. 1.3. A Fíg. 1.3a mostra um circuito clé·
trico em que uma lcnsão V impulsiona uma corrente I através dos resistores R, e R2• A Fig. 1.3b
mosu·a a representação esquemática equivaleme do circuito magnético da Fig. 1.2. Vemos aqui
que a fMM :F (análoga à tensão no circuito elétrico) estabelece um tluxo 4J (análogo à corren-
te no circuito e létrico) au-avés da combinação das relutâncias do núcleo 'R..: c do entreferro n,.
FreqUentemente essa analogia entre as soluções de circuitos magnéticos e elétricos pode ser ex-
plorada para se obter as soluções dos fluxos em circuitos magnéticos de grande complexidade.
A fração de FMM necessária para impulsionar o fluxo atmvésde c-ada pane do circuito
magnético, comume nte referida como q11eda de FMM naquela parte do circuito magnético.
varia proporcionalmeme à sua relutância (em analogia direta com a queda de tensno em um
elemento resistivo de um circuito elétrico). Da Equação I. I3, vemos que uma ::lltá permeabi-
lidade no material pode resultar em uma baixa relutância de núcleo. esta pode ser tomada
muito inferior à do entrcfcrro: isto é. para (p.Aj/t) » (JJ.TI'./g). 'R~ « nxe assim n.. : : : : n,.
Nesse caso. a relu1íincia do míclco pode ser desprez.ada e o fl uxo. e portallto 8. podem ser ob·
tidos da Equaç.ão 1.16 em tennos de apenas :F c das propriedades do cntreferro:

~ "' .!_ = FlloAs = Ni lloA 1 ( 1.20)


~ g g

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CAPituLO 1 C tRCUtTOS MAGNÉTICOS E MATERIAIS MAGNÉTICOS 25

-I

~ = =.õ_:F~~
<'R-t + 'R., )
(li)

FIGURA 1.3 Analogía entre circuitos elétrico e magnético. (a) Circuito elétrico. (b) circuito
magnético.

Como será visto na Seção 1.3. na prática, os materiais magnéticos têm permeabilidades
que não são constantes mas que variam de acordo com o nível do fluxo. Das Equações 1. 13 a
1.16. vemos que, enquanto e.s.sa pcnncnbilidadc pcrm~mecer suficientemente e levada. a sua
variação não afetará de fonna significativa o desempenho do circuito magnético.
Nos sistemas reais, as linhas de campo magnético ··espr.tiam-se" um pouco para fora
quando c-ruzam o entre ferro. como ilustrado na Fíg. 1.4. Se esse efeito de espraiamento não for
excessh•o. o C·Onceito de circuito magnétioo continua aplicável. O efeito des..ses campo.f de es-
praiamento é aumentar a área efetiva A, da seção reta do entreferro. Diversos mêtodo.ç empfri·
cos foram desenvolvidos para levar em conta esse efeito. Em entreferros delgados. uma corre-
ção para esses c.ampos de espraiamemo pode ser feita 3(.TCSCCnlando·sc o comprimento do en·
trcfcrro a cada uma de suas duas dilnensões. aherando-se assim a área de sua seção reta. Neste
livro. o efeito dos campo..ll de espraiamento é usualmente ignorado c, nesse caso. então A,= Ac-
Gernlmcnte. os circuitos magnéticos podem consistir em múltiplos elementos em série
e em paralelo. Para completar a analogia entre circuitos e.Jêtricos e magnéticos, podemos ge-
neralizar a Equaç§o 1.5 para

r =f Hdl =L_F,= L_H,I, ( 1.2 1)


• •
onde :F é a FMM (tolal em amperes-espiras) que atua impulsionando o nuxo e m um !aço fe-
chado de um circuito magnético.

( 1.22)

e :F, = H i( é a queda de FMM nok·ésimo elemento daquele laço. Isso está em analogia dire-
ta com a lei das tensões de Kirc.hhofT aplicada a circ.uitos elétricos constüufdos por fontes de
censão e resistorcs

( 1.23)

onde v é a fonte de tensão que impulsiona a corrente em uma malha e Rit é a queda de ten-
são no k·ésimo elemento rcsistivo daquele laço.

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26 MÁQ\JINAS ELÉ11'1CAS

Linha.~ de OWIO

Campos de
es.praiomcnto

J~~m~m~rf-~~ Enlrdé!TO

F•GuRA 1.4 Campos de esl)laiamemo no entreferro.

De modo semelhante. a equação da lei das correntes de Kin:h.hoff

L>·=O

( 1.24)

a qual afirma que a soma das correntes em um n6 de um circuito clélrico é zero, tem como
análogo a equação
( 1.25)

a qual afirma que a soma dos fl uxos em um nó de um circuito magnélico é zero.


Assim. descrevemos os princfpios básicos para se reduzir tl m problema de campo m._gné-
tico q uasc-csl~ític.:o de gc.."'mct.ria simples a um modelo tle cin:uito m.agnétic:o. O objeli\•O limita-
do desta sec;ào é introduz.ir a terminologia e alguns dos conceitos usados pelos engenheiros para
resolve-r problemas práticos de projeto. Devemos enfati1..ar que esse tipo de pensamento depende
fortemente do raciocínio e da intuiç--Jo próprios de engenharia. Por exemplo, deixamos implícito
u suposição de que a pcnncabiJidade das partes de •·ferro" do circuilo magnético seja uma quan.
tidtldcconhccida consumtc. embora geralmente isso não scju verdadeiro (veju a S<.-çiio 1.3), e que
o campo magnético cstejti confinado unicamente no núcleo e a seus cntrcferros. Embora u-ate·se
de uma boa suposição para muitas situações, também é verdadeiro que as correntes do enrola·
memo produ1.em campos magnéticos fota do nócleo. Como veremos, quando dois ou mais en_ro..
lamentos são colocados emum campo magnécico. como ocorre no caso de transformadores e má·
quinas rotativa.~:;. esses campos externos ao núcleo. conhecidos como campos d~ dispersão. não
podem ser ignorados e afetam de fonna significativa o desempenho do dispositivo.

O circuito rnagl\ético mostrado na Fig. 1.2 1em as dimensões A, = A,= 9 em~. g = 0.050 em.
c=
I 30 em e N = 500 espiras. Suponha o valor JL. = 70.000 para o ma1erial do núcleo. (a) En·
COIHre as relul.i:lncias 'R.c e 'R,. Dada a condição de que o circuito magnético esteja operando
com Bt = 1,0 T. encontre (b) o fluxo 1/J e (c) a coJTente i.
• Solução
a. A relutfincia pOde ser obtida das Equ:'Çõcs 1.13 c 1.14:
A •e
'"'f -
'D '·
p,JltiAç
--.==::-::.0;:;.3==-,--,=
= -.. 7
70.000 (4;r X !0 • ) (9 10-4)
X
= ),79 X )Q)
Wb

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CAPiTULO 1 CIRCUITOS M AGNEnooS E M ATERIAIS M AGNETICOS 27

b. Da Equação 1.4.
~ = B<A< = 1.0(9 X 10 ~ ) =9 X lO"' Wb

c. Das Equoçõcs 1.6 e 1. 15.


i= :T =~('R. +~,) = 9 x W '(4,46 x 10') =OSO A
N N 500 '

EI\<:Ontre o Ouxo ifJ cu corrente para o Exemplo 1.1 se (a) o número de cspirus for duplicado
pal'a N = 1000 espil'aS. mantendo·se as mesmas dimensões, e (b) se o número de espiras for N
= 500 e o entre ferro for reduzido a 0,040 em.
• Solução
a. 4>=9x l<r' Wbei=0.40A
b. 4>=9x IO~ Wbci=0.64A

A estrutura magnética de uma máquina sínc-rona está mostrada esquemalico:unente na Fíg. 1.5.
Supondo que o f em> do ro10r e do esttuor tenham permeabilidade infinita (JL- oo), el'.contre
o fluxo \l do entrerei'TQ e adensidade de fluxo 11,. Neste exemplo,/= lO A. N = 1000 espiras,
g = I em eA 1 = 2000cn{

• Solução
Observe que há d ois entrefcrros em série. com comprimento total de 2g. e por simctrin a den·
sidade de fluxo é igual em ambos. Como se supõe que a J')Cmleabilidade do f em> seja intini·

EsliliOf
Jt - 00 ompri~nlo de cn~ferro

t'

..__ _ _ _-><.:,Linhas de Ou..:.:•


magné1ico
F.ouRA 1.5 Máquina sincrona simples.

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28 MAQuiNA$ Ettl'AICAS

ta. sua relutância é desprezível e pode.se u~r a Equação I.20 (com g substituído pelo com·
primemo total de cntreferro 2g) para obter o nuxo
Nllt..,A, 1000(10)(4JT X 10 . 1 )(0.2) o 3
4> = 2g
= 0,02
= .I Wb

e
8, = .?_ = 0.13 = 0.65T
A, 0.2

Para a estrutura magnética da Fig. 1.5, co1n a..;; dimensões dadas no Ex.e-. nplo 1.2, observa.se
que a densidade de fluxo do entreferro é 8~ = 0.9 T. Encontre o fluxo de entre(erro ifJ e. p-ara
01na bobina de N = 500 espirus, a com:ntc necessária para produzir esse ''alor de nuxo no cn·
treferro.

• Solução
\Ó =0,18 Wb e i= 28.6A
'

1.2 FLUXO CONCATENADO, INDUTÂNCIA E ENERGIA


Quando um campo magnético varia no tempo, produz.se um campo elétrico no espaço de
acordo com alei de Faraday:

J E · ds =-!!_ { B· da ( 1.26)
lc dt .fs
A Equação 1.26 alirma que a integral de l inha da imrm sidadt! de campo elétrico E ao longo
de um contorno fec hado C é igual à razão. no tempo, da variação de fluxo magnético que
concatena ( isto é. l)assa através) aquele con10mo. Em estruturas magnéticas. com enr ola·
mcntos de alta condutividade elétrica, con10 na Fig. 1.2, pode·se mostrar <IUC o eumpo E no
tio é extremamente pequeno podendo ser desprezado. de modo que o primeiro membro da
Equação 1.26 reduz.·sc ao negativo da tensão indu~ida.. e nos terminais do enrolamento.
Além disso. no segundo membro da Equação 1.26 prcdomin:.1 o fluxo do núcleo f/>. Como o
enrolamento (c portanto o contorno C) concate-na o n uxo do núcleo N vezes. u E<ruação
1.26 rcdui.·SC a

e= Nd'IJ = d). (1 .27)


dt dt
011de À é o fluxo corrcatenado do enrolamento definido como
). = N'{J ( 1.28)

O nuxo c.oncatenado é medido em webcrs (ou de forma equivalente em webcrs-<"spiru.s). O


símbolo rp é usado para i ndicar o valor insmntânco de um fluxo variável 110 tempo.
Em geral. o flu xo concatenado de uma bobina é igual à integro! de supe.rflcie da comp<r
nente rlormal de densidade do fluxo mag.nétjco. A integr-ação é realizada sobre qualquer super·

' O tcm'IO fol'('tJ l"ll"lmlttOiri: (rEM) é usado f~Ucnltn)tnte :.o in~-ls de tt"ru./l.o induUJu para rct,~enl3r aquele CQmponente
dç l<:nsllo devido l \'flriaÇ;ãll, flj) lcmpo. do n u~o çonc:uc-nado.

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CAPiTULO 1 CIRCUITOS MAGNÊTICOS E MATERIAIS MAGNETICOS 29

fícic delimiwda pelas espiras daquela bobina. Obser"·e que o senlido da tensão induzida. e. é
definido pela Equação 1.26 de modo que. se os terminais do enrolamemos fossem cuno-circui·
cados. uma corre-•tte iria fluir em um sentido tal que se oporia à variação do lluxo COilCatenado.
Em um circuito magnético. composto de material magnético de permeabilidade cons·
luntc ou que inclua um emreferro dominante, a relação emre 4> e i será linear e poderemos dc-
linir a ;,d.,tliucitl L como
À
L=-:- (1 .29)
'
A substilUição das Equaçõe< 1.5. 1. 18 c 1.28 na Equaçiio 1.29 dá
N'
L = - ( 1.30)
n,.,.
Dessu equação. podemos ver que a indut5ncia de um enrolamento em um circuico magnético
é proporcional ao quadrado das espiras e inversamente proporcional à relutância do circuito
magnético associado u esse cnrohtmento.
Por exemplo, a partir da &1uação 1.20. supondo que a relutância do mlcleo seja despre-
Z.Í\'CI em comparação com a do enu-efcrro, a indutância do enrolamento da Fig. 1.2 será igual a
N2 N 2JAoA
I - - f (1.3 1)
• - (g/l"oA,) - g

A indutância é medida em henrys (H) ou webeTJ··e,\pims JH>r tsmpere. A Equação 1.31 mosua
a estrutura dimensional das expressões de indutância. Ela é proporcional ao qu:.1drado do nú-
mero de cspims. a uma permeabilidade magnética. a umn (U"ea de seção re1a. e inversamente
proporcionul a um comJ>rirnento. Deve-se enfatizar que. estritamente falando, o conceim de
indutfincia requer uma relaçno linear entre nuxo e F~'IM . Assim. ela não pode ser aplicada ri-
gorosame1ue a situações em que as caracte-rísticas não-lineares dos materiais magnéticos. co-
mo discutido nas Seções 1.3 e 1.4, predominem no desempenho do sistema magnético. No en-
tanto, em muitas situações de interesse prático. a relut5Jlcia do sistema é dominada pela do en-
lreferro (que naturalmente é linear), e os efeitos não-lineares dos materiais magnéticos podem
ser ignorados. Ern outros c,asos. pode ser perfeitamente accitávd assumir um valor médio pa-
m a pe-rmeabilidade magnétic.a do material do núcleo. Para tatuo, calcula-se uma inducância
média corresponde-llte, que pode ser u~da com exatidão razoável em cálculos de engenhatia.
O Exemplo 1.3 ilustra o primeiro caso e o Exemplo 1.4. o último.

O circuito magnético da Fig. 1.6a é constitufdo por uma bobina de N espiras enroladas em um
núcleo magnético, de permeabilidade infinita. com dois entreferros p-aralelos de comprimen-
tos g, c g1• e áreas A 1 e A~. respectivamente.
Encontre (a) a indutância do enrolamento e (b) a densidade de Ouxo 8 1 no entrcferro I
qu•mdo o enrolamento está conduzindo uma corrente i. Despreze os efeitos de espraiamento
no entre ferro.
• Solução
a. O circuito equivalerue da Fig. 1.6b mostra que a relutância total é igual à combinação em
paralelo das relutâncias dos dois cntrcfcrros. Assim,
Nl
~= RIR'
~••.,.!

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30 MÂOUINA$ ElÉTRICAS

.. I
~
- "- "" Á""
~
,... l"·
•• ÁrcaA 2
1.., +
A Entrtfmo t_}, ÍÍ T Ni 'R, n,
Enc re~
ferro 2
N cspi" -
(a) (b\

Foou•• 1.6 (a) Circuito magllélico e (b) circuito equivalente para o Exemplo 1.3.

onde
g,
'R., = - -
J1,,A,

Da Equação 1.29,

= IAoN· -
S•
'(Ao + "')
-
8:

b. Do circuito equivalente. pode·se ver que


Ni / to'\ , Nl
... = -
'R,
= :...;...:..,_
g,

c, ass-im.

No Exemplo 1.1. assume-se que a penneabilidade relativa do mate-rial do m1cleo do circuito


magnético da fig. 1.2 seja 1-'r = 70.000. para uma densidade de fluxo de I.OT.
n. Para esse valor de J.t,. calcule a indutância do enrolamento.
b. Em um dispositivo real, o núcleo poderia ser construído de aço elétrico. como o de tipo M·
5 discutido na Seção 1.3. Esse mmerial é altamente não-linear c sua pcnneabilidade rclati·
va (de.tinida como sendo u ra'Ulo 81 N, para os objetivos deste exemplo) varia entre um va·
lorde aproximadamente /.L,= 72.300 para uma densidade de Ouxo de 8 = 1.0 T. e um va·
lor da ordem de /.L,= 2.900, à medida que a densidade de fluxo e lcva·sc até 1.8 T. (a ) Cal·
cule a indull1ncia supondo que a permeabilidade relativa do aço do núcleo seja 72.300. (b)
Calcule a indUlilncia suporldOque a penncabilidade relativa seja 2.900.
• Solução
a. Das Ec:Jmlçõcs 1.13 c 1. 14 c baseando-se nas dimensões dadas no Exemplo I. I, obtém·~
., = I, 0.3 , A·e
.... p,,,,A, = 72.300 (4~ X J0- 1)(9 X IQ-') = 3·67 X I(~ Wb

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CAPiTULO 1 CIACUJTOS MAGNÊTICOS E MATERIAIS MAGN~ICOS 31

ao passo que n., pennanece inahe-rada, mantendo--se o valor calculado no E.l:emplo 1.1 de
A ·e
n, = 4.42 x 10' -:..;,,:::-
Wb
Assim, a relutância tocal do mícleo e do emreferro é
A ·e
Wb
c. porlanto. da Equação 1.30
N~ SOIT
L= - = = 0.561 H
'R,.-; 4.46 X J()'

b. Para J.L, = 2.900. a relutância do núcleo aumenta de um valor de 3,79 x 10·' A·e para
Wb
'Roç a I, • O.J 1;; 9.15 x IOJ A. C
j(,llnA., 2.900 (4;r X lO -')(9 X lO-') Wb

c. portanto. a re lutância tocai aumenLil de 4,46 x lOs A·c para 5.34 x lO' A·r- . AS·
Wb Wb
sim, da EquaçAo 1.30, a indutância diminui de 0.561 H para
Nl 5002
L=-=
'R..,. 5.34' I (>'
= 04681i

Esse exemplo ilusu·a o efeico da lineari1.ação de um emreferro dominante em um circuito


magnético. Apes.ar da redução de permeabilidade do ferro por um fator de 72.30012.900 = 25.
a indutância diminui apenas. de 0,468J0,56 J = 0.83, simplesmente porque a rclut:'mcia do cn·
treferro é significativame1lte maior que a do núcleo. Em muitas situações, é comum supor que
a indutância seja constante. o que corresponde n um~1 permeabilidade de ntlcleo de valo1· fini·
10 e const.ame (ou. corno em muicos casos. supor simpiC$nlfme que J.L, .-,. co). Análises basea~
das nessa fonna de representar um indutor levam freqUentemente a t-esultados que estão bem
dentro da faixa de exatidão aceitá\'el em engenharia. Isso evita a enom1e oomplic:lção dccor·
rente dn modelagem da não--linearidade do mmerial do núcleo.

Repita o cálculo de indutância do Exemplo 1.4 para um{l pcnncabilidadc rclaliva de p., = 30.()(X).
• Soluçio
L= 0,554 ti

1
Usando MATLAB , faça um gráfico da indut:lJlcia do circuito 1nag.nécico do Exemplo 1. 1 e du
Fig. 1.2. em função da permeabilidade do núclet) no i niCI'V'diO 100 S p., S I00.000.
• Solução
Aqui cslá o script para MATLAB:

ele
clear
\ Permea.bilidade do vácuo
muo-p1 • 4.e· 7;
•MATLAO é UIN marca registrada da Thc: Malh\Vorts. Inc.

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32 MAoutNAS ELÉTRICAS

tTodas as dimensões expressas em me~ros


Ac=9e-4; Ag=9e-4: g z Se-4; lc=0,3;
N=SOO;
lRelutância do entreferro
Rg=g/ (muO•Ag);

for n=l: 101


mur(n) • 100 • (100000 - 100)• ( n-1 )/ 100;
\Relutância do núcleo
Rc(n)=lc/(mur(n) • muO•Ac ) ;
RtOt• Rg•RC (n);
Undutância
L(n)=N .. 2 / Rtot.;
end
plot (mur , L)
xlabel('Permeabilidade r e l ativa do nOcleo ' )
yl abel( ' tndut3ncia (H)')
O gráfico rcsulumtc está mostntdo na Fig. 1.7. Observe que a figura confinna claramente que,
no circuito magnético deste exemplo. a indutância é bastante insensível à permeabilidade rc-
lutiva enquanto esta não baixar illé a ordem de 1.000. Assim, cn<Jutmto a pcrrneabilida<le rela-
tiva efetiva do núcleo for '"elevada'' (neste c.aso. superior a I ,(X)()), qualquer não-linearidade
nas proJ>riedades do núcleo terá um cfeilo pe<tucno nas propriedades finais do i ndutor.

Escreva um script de MATLAB para plocar a inducându do circuito magnérico do Exemplo


1.1 . no qual JJ., = 70.()(X), em fUilÇão do com pri memo do entrererro. quando este varia de 0.01
cmatéO. IOcm.

0.7 .---r--r-..---r--.-.-,-
,-,--,-
, -,.--,
0.6

o.s

0.2

O. I

~~-~-~·~L-~-L-~-~
· ~L_~
OO 2 3 4 S 6 7 8 9 I()
Permeabilidade relativa do nlkloo x 10"'
FIGURA 1.7 Griofoeo de MATLAB da ind"tância versus a pe<meabllidade relativa do Exemplo 1.5.

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CAPirvt.O 1 CIOC<.OTOS MAGHniCOS e MATERIAIS MAGNÉTICOS 33

A Fig. I .8 mostra um circuito magnético com um cntrefcrro c dois enrolamentos. Nes·


se caso. observe que a FMM do drcuito magnético é dada pelo towl de tmrpêres·espiras que
ntua no circuilo magnético (isto é. o total Hquido de ;;unpêres· espims de ambos os cnrolnmcn·
cos) e que os sentidos de referência das correntes foram escolhidos de modo a produzirem nu-
xos no mesmo seotjdo. A FMM total é. portanto.

F= N1i1 + N,i, (1.32)

e-, da Equaç-ão 1.20. despre-zando a relutância do mkleo e assumindo que i\ c=A,, o nuxo do
núcleo 9'> é

( 1.33)

Na Equação 1.33. f/1 é o fluxo resulumte 110 núcleo. produzido pela FMM total dos dois enro-
lamentos. É esse 9'> resullance que determina o ponto de operação do muoerial do núcleo.
Se a Equnção 1.33 for decomposta em tcnnos relacionados individualmente com cada
com:ntc. o nuxo concatenado resultante da bobina I pode ser expresso como
. = ., ,. = N (JloAc)
Ar I Vf<p - 1
.f + N., (JloAc).
2
- - I l i vz - 12 ( 1.34)
8 8
que pode ser escrita como
(1.35)

onde
ttoA.-
l _. JI = N I 2 - - ( 1.36)
g

é a indutám:itt f't"Ópria* da bobinu I e L11 i 1 é o Ouxo concatenado da bobina I devido à sua


própria corren1e i1. A indutância m1í1rw entre as bobinas I c 2 é
~toA.­
L rl = N 1N,-- ( 1.37)
g

'I
;-----1+-!-
,_
-, ;,
~ I
.... I ~
+
., '
'I
N,
e&pim.'i
g
N~
ç~pir<J!i
I

'I ,,
+

... ----------- --· _,.,


I I
I I
nnc-.;~bi Iidade ma..g.nél ic11
do núdeo p. ~-omprimcn to
médto do nikfeo 1.:•
área d:1 seçio rela A.,

FIGURA 1.8 Circuito magnético com dois enrolamentos.

• N. de T.: Tumbém cun~ida t:(lmQ umo-indutflncia.

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34 M ÁQUINAS EL~'MICAS

e Lri: é o nuxo concatenado da bobina I devido à corrente i2 na outra bobina. Do mesmo mo-
do. o fluxo concatenado da bobina 2 t

( 1.38)
ou
( 1.39)
onde ~. = LI': é a indu1âncin múwa e

( 1.40)

é a indutânéia própria da bobina 2.


É imponarue observar que a decomposição dos Ouxos concatenados resullnntes enl duas
comJX>ne.ues produz.idas por i 1 e i l baseia-se na superposição dos e.feitos individuais e. por-
tantO, implica uma relação linear nuxo-FMM (característica de mmeriais de pcmtcabilidadc
consmnte).
A substituição d3 Equação 1.29 na Equação I .27 re.~ulta em
d .
<= - ( L t) ( 1.41)
dr
para o caso de um circuito m::~g né1 i co com um ú1lico enrolame.uo. Em um circuilo mag•tético
estático. a indutância é fixa (supondo que as não-linearidades do material não causem varia-
ções na indutância). Então. essa equação reduz-se à fonna familiar da teoria de circuitos
di
e= L- ( 1.42)
dr
Freqüentemente. no entaruo. ern dispositivos de convers:lo eletromec.ilnica de energia. as in-
dutâocias variam no tempo e a Equação I .41 deve ser escrita como
dl dl.
c= L - +i - ( 1.43)
dr dr
Observe que. nos cosos de enrolwnentos múltiplos. o fluxo concatenado total de cada enro-
lamento d<.."\'C ser usado na Equação 1.27, para se encontrar a tensão nos terminais do enrolamento.
Enl um circuito magnético. a pOtência nos 1cnninais de um enrolamento é uma medida
da taxa com que o fl uxo de energia nui para dentro do circuito naquele enrolamento em ~xu··
ticular. A pmbrcia. p. é de1emlinada pelo produ1o da tensão pela corrente
. .di.
p=t< = l - ( 1.44)
dr
c sua unidade é waus ( \V), oujoules por segundo. Assim, a \'tlriaçtlo da energia magnética ar·
mazenada 6 W no circ-uito magnético. durante o inter.•alo de tempo de 11 a t2, é

6\V=
1,, , 1''
pdt =
;,,
idÀ ( 1.45)

Em unidades SI, a energia magnética armazenada W é medida ernjoult!s (J).


No c-aso de um siste-ma com um línico enrolamcnlOde indutância constante. a variaç-Jo da
energia magnética armazenada, quando o rtfvel do fluxo varia de Ã.1 a~. pode ser escrita corno

61V=
1'' 1''
... ,
idÀ =
;., L..
-À di.=-(Àl-i.l)
I
2L
( 1.46)

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CAPiTULO 1 Cn~UITOS MA.GNttacoS E M ATEAWS MAGNÉTICOS 35

A energia m.agnélica tmal armazenada, para qualquer valor de À.. pode ser obtida fazen-
do -se À-1 igual a zero:
L ,
w = - I À·::_,.
,
( 1.47)
2L 2

No circ.uito magné.lico do Exemplo 1. 1 (Fig. 1.2). encontre (a) a indutância L. (b) a energia
magnética annazenada \V quMdo B., = 1,0 T, e (c) a tensão induzida~ para um fl uxo de nú·
cloo. que varía no 1empo a 60Hz. dado por 8, = 1.0 sen wr Tem que w = (2n)(60) = 377.
• Solução
a. Das Equações 1.16 e 1.29 e do Exemplo 1.1,
À N,P N1
L ~ - • - = ;;;-'-'-:;,-
/ i n.+n,
= SOO' = 0,56 H
4.46 X lO'

Obser\'eque a relutância do núcleo é muito nleoor que a do entreferro (R< «.R,). Assim, dcn·
tro de urna boa aproximação. a indutância é dominada pela relutância do entrercrro, isto é.
N'
L~ 7?., =0.57H

b. No Exemplo 1.1. cnconu-amos que. quando 8, = I.O T. cnlão i = 0.80A . PonaniO, da Equa-
ção 1.47,
I I
IV =
2u ' = <o.56J<O.SOJ' = o.1 s 1
2
c. Da Equação 1.27 e do Exemplo 1.1 ,
di. dV> d 8,
e=-=N -=NA, -
dt dt dt
= S00 X (9 X 10_.) X (3n X 1.0<:0!i(377t))

= 170cos(377r) V

Repita o Exemplo 1.6 parn Bc = 0.8 T. supondo que o nuxo do núcleo varie a 50 Hz. ao invés
de 60Hz.
• Solução
a. A indutância L permanece inalterada.
b. IV=0,1 15 J
c. e= 11 3cos(314t)V

1.3 PROPRIEDADES DOS MATERIAIS MAGNÉTICOS


No co,uexto dos disposilivos de conversão cletromccãnicu de energia, a imponância dos ma·
1eriais magnéticos é dupla. Com seu uso. é possível obter densidades elevadas de nuxo mag-

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36 MÃI:XIINAS EltTRICAS

nético com níveis relativamente baixos de forç-a magneüzame. Como as forças mag_né1icas c
a densidade de energia clcvam·sc com o aumento da dcnsidude de Ouxo. esse efeito exerce um
papel cnonne no desempenho dos dispositivos de conversão de energia.
Além disso. os materiais magnéticos podem ser usados para delimitar e direcionar os
campos magnéticos. demro de caminhos bem defi nidos. Em transfonnadores, são usados pa·
ra maximi1.ar o acoplamento entre os enrolamentos, assim como para diminuir a corrente de
excitação requerida parn operar o transfonnador. Em máquinas elétricas. os materiais mag_né·
1icos são usados para dar forma aos campos de modo que o conjugado desejado seja produzi·
do c as canacterísticas elétricas específicas nos tcmlinais sejam obtidas.
Os mllteri(li~· ferromagnéticos, tipica111ente compostos de ferro e de ligas de ferro com
cobalto. tungstênio, níquel, alumínio e outros metais, são de longe os materiais magnéticos
mais comuns. Ainda que esse..c; materiais sejam caracterizados por uma ampla faixa de pro·
priedadcs. os fenômenos básicos responsá.,.·eis pOr suas propriedades stio comu1lS a rodos eles.
Observa·se que os materiais ferromagnétkos são compostos por um grande número de
domínios. isto é. regiões nas quais os momentos magnéticos de todos os átomos estão em pa·
raleio. dando origem a um momento magnético resultante na<1uele domínio. Em uma amos1ra
não magneti1.ada do material, os momentos magnéticos estão orientados alearoriamente e o
fluxo magnético líquido resullantc no material é zero.
Quando urna força magnetizante extema é aplicada a esse material. os momentos dos do-
mínjos magnéticos tendem a se alinhar com o campo mngnélico nplicado. Como resultado. os
momemos magnéticos dos domínios somam·se ao campo aplicado. produzindo um valor muito
mais elevado de densidade de fluxo do que aquele que existiria devido apenas à força magncti·
zante. Assim. a pem•eabilidade ejeii\•a JL. igual à razão entre a densidade de fluxo magnético to-
La I c a intensidade do campo m:tgn~t i co uplicado. é clevnda em comparaçtio com a penneabilida·
de do vácuo 1-Ln· À medida que a força magnetizante aumenta, esse comportaroenlo continua até
que todos os momentos magnéticos estejam alinhados com o campo aplicado. Nesse ponto, eles
não podem ntais contribuir para o aumento da densidade do Ouxo magnético. e di ~·sc que o ma·
teriaJ está completameme saturado.
Na ausência de uma força magnetizante externamente aplicada. os momentos magnéticos
tendem a se alinhar naturalmente de acordo com certas direções associadas à estruturn cristal i·
na dos domínios., conhecidas como eixos de nwisfácil magnetiwção. Assim, se n força magnc·
tiz.antc for reduzida, os momento..;; dos domín.ios magnétiros relaxam·SCindo para as dirctJ"tleS de
m:lis f(lcil magnetização próximas da direção do campo aplicado. Entte.Lanto, no final, quando o
campo aplicado é reduzido até zero. os momentos dos dipolos magnéticos. embora tendendo u
relaxar e a assumir suas orientações iniciais. não são mais totalmente aleatórios em suas orien·
tações. Eles agora retêm uma componente de magnetização líquida na dircçiio do campo aplica·
do. Esse efeito é responsável pelo fenômeno conhecido como lli.ue~stt magnétit:(l.
Devido a esse efeito de histcrcsc. a relação entre B e H em um material ferromag1létioo
é não· linear e plurfvoca. Em geral, as características do material nüo podem ser descritas de
fonna analític.a. Comumente, são aprcscmadas em forma de gráficos constituídos por conjun·
tos de cur\'as determinadas empiricamcntc. a partir de amostras de ensaios com os materiais,
seguindo os métodos prescritos pela Amcrican Society for Testing and Materiais (ASTM).J
A curva mais comum usada 1>ara deSCre\'Cr um material magnético é a curva B·H ou ta.
ço de hi.stcrese. O primeiro e segundo quadrantes (correspondcndo '' 8 ~O) de um conjunto

~ I}JIÓC)\ numêrirosde uma ampla ' 'arird:kk de rnatcriai11 maSJ'Iiticos estão disponibili~ pelos rabriC11ntcs de matcflais n1:tg·
nétioos. Um problcn~ com o uso de tnis dados \'em dn di,'t'r.;tcl:lde dos ~i.~o~em:n de unidades usados. Por exemplo. n magnc,.
ti~iiO pcxk ser dad.:t em ucDtcds"" em IJnl~res-dpin.s por mttro. e tl dt:•u:id:Mk de Ou:\o masnético em g<11.1Ss, qui l og:;~uss
ou testas. Ais.uns ratores út.ci$ d.e C()(ll'eNào são d;•dos no Ap.~djce E. O leitor de\'e lembrar·sc <1..: <1ue '"..-qu~ões desse li·
vro basdam·sc em unidadoc!l SI.

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CAPiTULO 1 CtACUrTOS MAGNÉTICOS E MATE.AIAIS MAGNÉTICOS 37

1.8
I I
1.6 -

1.4
V ! I ~
1.1
/I/ /
'"E 1.0 ,I
~
..; 0.8
~ÍJ - . -

0.6

0.4 -
.,.
;;
~-- ~
I I
~.
0.2 - . l j!>•
I
-

o I'
:< '
o lO o lO 20 30 S() 70 90 110 130 150 170
H.A . dm

F•cw•• 1.9 Laços B-H para aço eléuico de grao orientado. tipo M-6. de 0.012 polegadas de
espessura. Apenas as metades supetiores dos laços sao mostrados aqui. (Armco Inc.)

de laços de histere..çe estão mostrados na Fig. 1.5 para o aço M·5, um 1fpico aço elétrico de
grão orientado, usado em equipamentos elétricos. Esses laços mostram a relação e ntre a dcn·
sidadc de fl uxo magnétk.-o 8 c a força magnctizame H. Cada curva é obtida variando·sc cicli·
camente rt força magnelitanle 'lplicadà entre: valores iguais posilivos c ncgnti,•os de magniiU·
de constante. A histerese faz com que essas curvas sejam plurfvocas. Depois de diversos c i·
elos. as curvas B·H formam laços fedtados como se mostra na figura. As setas indicam as tra·
jetórias seguidas por 8 quando H cresce e decresce. Observe que. com um valor crescente de
H. as curvas começam a ficar horizontais i1medida que o material tende à saturação. Pam uma
densidade de flu xo em 10rn<.> de I ,7 T. pode·se ver que o material está fone meme satumdo.
Observe que. quando H decresce desde seu valor máximo até zero, a densidade de fl u-
xo decresce mas não até zero. Isso resulta do relaxamento das orientações dos momentos
magnéticos dos domfnios. como recém descrito. O resultado é que, quando 11 é zero, uma
magnt ti?.Pçdo remanescente está presente.
Felizmente, para muitas aplicações em engenharia. é suficiente descrever o material por
uma curva unfvoca , obtida pela plomgem dos lugares de valores máximos de 8 e H nas exlre-
midades dos laços de histerese. Essa curva ê conhecida como cmva de magneliz.cu~·tio CC ou
normal. Uma curva de magnetização CC para o aço elétrico de grão orie.ntado do tipo M·5 es.
lá mostrada na Fig. 1.10. A curva de magnetização CC despreza a natureza histerétic.a do ma.
1erial mas exibe claramente as suas caracteristkas não-lineares.

Suponha que<.> material do núcleo do Exemplo 1.1 seja aço elétrico de grão orientado do lipo
M·5. o qual rem a curva de mag.netiz.ação CC da Fig. 1.10. Encontre u corrente i necessária
para produzir Bo: = I T.

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38 M ÂQUlNAS ELETRICAS

I
~
2.2
''

1.8 -
~lfl -
'
- ..
1.4 I ••
1.2
/ I

1,0
I
0.8
.''
•• -
0.2
/ . I
I lO 100 lo 00 l(:x>O 100.000
H.A . tfm

FIGURA 1.10 Curva de magnetizaç ao CC para o aço elétrico de grão otientado M-5 de
0.012 polegadas de espessura. (ArnlCO Inc.)

• Soluçlio
OvrliOrdell.: paraB.:• I TpodeserlidodaFig. I .IOcomo
Ht = l i A. e/m

A queda de FMM no caoninho do núcleo é


~ = H~lt = l i (0.3) = 3,3 A . e

A queda de FMM no em.refe•·ro é

:F,= H,g =-=


B,g s X lo-· = 396A . e
ttn 4n- X IQ-'

A c..-orrcnte ncccss(tria é

i= :F,+ :F, = 399 =0.80A


N SOO

Repita o Exemplo 1.7 encontrando a corrente i para que 8.: = I ,6 T. De quanto a corrente de-
ve ser ault)I!.Jltada para resultar 1\esse aumento de 1,6 vezes na densidade de !luxo?

• Solução
Podc-·sc mostrar que a corrente i deve ser 1.302 A. Assim. a corrente deve ser aumentada de
I,30210.8 = I.63. Devido ao predomínio da rclulância do cntrcfcrro. esse vulor é ligeiramen-
te maior do que o aumemo f racionário 11a densidade de nuxo, apesar de que o n!.lcleo comece
a saturar de forma s-ignificati\'a quando a densidade de nuxo a1inge 1,6 T.

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CAPiTIJtO 1 C IRCUITOS MAGN~IOOS E M ATERIAIS MAGNEncos 39

1.4 EXCITAÇÃO CA
Em sistemas de pmência CA. as fonnas de onda de 1ensão e de fluxo são bastante próximos
de funções senoidais de tempo. Para tais condições. esta seção descreverá us caructerísticas da
excitação c das perdas associadas à operação CA. em regime permanente. dos materiais mag-
nétitos. Como modelo, usaremos um cirtuito magnétic...-o de núcleo fcchndo. isto é, sem entre-
fe rro. ral como o mostrado na Fig. 1. 1 ou o transfonnador da Fig. 2.4. O comprimentO doca-
minho magnético é'~· e a área da seção reta é AC'. ao longo do COOlJ>rimemo do núcleo. Além
disso. supomos uma variação senoidal para o nuxo tp(t) do núcleo, assim
10(1) =~m" senM = A<Bmo, senwt ( 1.48)
onde ifJrnn = amplitude do nuxo do núcleo q> em webers
Brtu.. =amplitude da densidade de fluxo Bc em tcslas
w = freqüência angular= 21T f
f =freqüência em Hz

D:t Ec:tuação 1.27. a lensão induzida no enrolamento de N espiras é


e(l) := wNt/>mu COS(WI ) ::: E,I'IIU COSWI ( 1.49)
onde
( 1.50)

Na operação CA. em regime pennanenh!, usualmente estamos mais interessados nos va.
!ores ejicaus• das tensões e correntes do que nos valores instantâneos ou máximos. Em ge·
ral, o valor e ficaz de uma fu nção periódica de tempo../ti), de período T é definido como

( 1.51 )

A partir da Equação l.S I . pode~ sc mostrnr que o valor eficaz de uma onda senoidal é 1/./2 vc~
..cs o seu valor de pico. Assim, o valor eficaz du tensão induz,ída é
21f r::
~f= ..fi/N AcBmax = v2rrf N Ac Bmax
( 1.52)
Para se produzir flu xo mag.11ético no 11úcleo, é necessário que uma corrente, conhecida como
corre.nte de e;rc:iiaçcio, i.,~ esteja presente no enrolamento de cxcitação.6 As propriedades mag-
néticas não-lineares do núcleo requere.m que a fomla de onda da corrcn1e de excitação seja di-
ferente da forma de onda senoidal do nuxo. A cun·a da corrente de cxcicuçiio em função do
tempo pode ser oblida graficamente a partir das c~racterislicas magnéticas do material do nú·
cleo. como se ilustra na Fig. I. lia. Como B.. e Hc se relacionam com cpc i,.. pOr constanlcs geo-
métricas conhecidas. o laço de histerese CA da fig.. I .l i b foi dese11hado em termos de tp =
8~( e i., = Hi/N. As ondas senoidais da tensão induzida. e. e do fluxo,(/), de acordo com as
Equações 1.48 c 1.49. estão mostmdas na Fig. l.l la.
Em um inscante dudo qualquer, o valor de i., correspondente a um valor dado de fluxo
pode ser obcido diretame-nte do laço de hislcrcse. Por exemplo. no tempo t', o nuxo é q/ e a
corrente é i'.,: no tempo 1", os valores correspondentes são qJ'' c i~. Observe que, como o laço

• N. de T.: Do in~;lês lf)(JI •IIft'ltn·Jquarw (r.tit do vulor mêdio quadritioo ou. simples;mcrue. v:tlor m&l:io quadrático).
• Mais genericamente. em um s.is1cma com múhiplo.< cnrotamet~tos, :. FMM de u:citaç~o é o total líquido de am!Xn:l>-espir.ts
que a111a p;'r.t produzir nuxo no circuito magné1ico.

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40 MAouiNAS ELETRICAS

(a) (b)

FIGuRA 1.11 Fen<lmenos oe excítaçao. (a) Tensao. fluxo e corrente <Je excitaçao: (b) laço <Je
histerese correspondente.

de histcrcsc é pluó voco. deve-se ter cuidado buscando os valores de fluxo crescente (<p' na fi.
gura) na parte de nuxo crescente do laço de histercse. c. do mesmo modo, a parte do nuxo de·
ctescente do laço de histerese deve ser escolhida quando se buscam os valores de nuxo de-
crescerue (tp" na figura).
Como o laço de histerese ··ac.hata-se·· de1•ido aos efeitos da saturação. observe que a for-
ma de onda da corre-n te de exeitação aprescn1a picos ncentuados. Seu valor cficuz/.,_~r é defi-
nido pela Equação 1.51. onde T é o perfodo de um ciclo. Está relacio,lado com o valor eficaz
(eO correspondente Ht..d dc H,. pela equação

( 1.53)

As características de excitação CA dos materiais usados em mícleos são descritas freq üente-
meme em 1emlos de volts-ampêres eficazes. ao invés de uma curva de magnetização querela-
cione 8 com H. A 1eoria que fundamcnLa essa representação pode ser cxplicud1.1 combinando ru;
Equações 1.52 c 1.53. Assim, das Equações 1.52 e 1.53. os I'Oits-am~res eficazes necessários
para excitar o núcleo d a fig. I . I . com uma densidade de fluxo especificada. é igual a
• r. I, H,,
Ec~l".tr = v2:rfNAc Brm.. ~

= Jili[Bmu H,r( A,I,) ( 1.54)

Na Equação 1.54, pode-se ver que o produto Aic é igual ao volume do núcleo c. assim.
o valor necessário de excitação, em volts-amperes eficazes, para excilar o núcleo com uma
onda senoidal é proporcional à freqüência de excitação, ao vol ume do núdeo c ao produto da
de-nsidade do fluxo de pico vezes a imensidade eficaz do campo mugnético. Para um material
mag_nélico com densidade de massa p~. a massa do núcleo éAiJ>( e o valor dos volts -ampires
cficaus de excitação por unidade de massa. Ptf' pode ser expresso corno

(1.55)

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C APiTULO 1 CIRCUITOS MAGNéTICOS E MATERIAIS MAGN~ICOS 41

Observe que. com essa fom1a de nom1alização. o valor dos volts-amperes é uma pro-
priedade apenas do ma1erial. Além disso. obse.rve que esse valor depende apenas de B,,., por-
que H~, é umu fu nção únic.a de B.,,u. determinada pc-Ir. forma do laço de histeresc do materia.l
em uma freqüência dada/qualquer. C-Omo resulmdo, as condições de excitaç.ão CA de um
material ma,gnético são fornecidas freqüentemente pelos fabricantes em tennos de \'Ohs·am-
~res eficazes pOr unidade de peso. Esses valores S-ilO detenninados por meio de ensaios de la·
borutório realizados com umostras de núcleo fechado do material. Esses resultados estão ilus·
Irados na Fig. 1.12 p:tra o nço elélrico de grõo oriemado do 1ipo M-5.
A corrente de excitação fornece a FMM necessária para produzir o fl uxo no núcleo e o
ingresso da pOtência associada com a energia do campo magnético do núcleo. Pane dessa
energia é dissipada como perdas das quais resulta o aquecime.nto do núcleo. O restante apare·
ce como pOtência re:uiva associada ao unnaz.enamento de energia no campo magnélico. E.-;sa
potê11cia reativa não é dissipada no núcleo: cicl ic.a'ne'ue ela é fornecida e absor\'ida pela fon-
te de excitação.
Em materiais magnéticos. dois são os mecanismos de perdas associtldos a fl uxos variá-
Yeis no 1empo. O primeiro é o aquecimenlo ôhmico PRdevido às correntes induzidas no ma·
terial do núcleo. Pela lei de Faraday (Equação I.26). vemos que os campos magnéticos variá·
veis no tempo dão origem a campos elé~ricos. Em materiais 1nagnéticos. esses campos elétri·
cos resullam em correntes induzidas, comumente reteridas como corrcmes parasiws. que cir·
culam no material do núcleo e opõem-se às mudanç.as de densidade de fluxo do material. Pa-
ra comrabalançar o efeito de desmagneti?,.açào correspondente, a corrente do enrolamento de
excitação deve aumentar. Assim. o laço 8-H ''dinâmico". resultante da operação em CA. é um
pouco mais ..cheio.. do que o laço de histe-rese, para condições que variem lentamente. Esse
efeito se intensifica à medida que a freqüência de excitação aunlenta. Por essa razão, as carac·
teristicas dos ~os elétricos variam com a freqüência. c usualmeme são fornecidas pelos fabri·
cuntcs para o valor de freqüência esperada de operação de cada aço elétri(.'O em panicular. Ob-
serve. por exemplo, que o valor eficaz dos volts·ampêres de excitação da Fig. 1. 12 está espe-
cificado pam a freqüência de 60 Hz.

2.2 •
I
2.0
1.8 I
I

'
-
I
l
L
I '

r~
3
1.6
1.4

1.2
I
i
I
I
I
l
'.
'
- - -.
v /
.
'
-
''
-

.. o.s
~ 1.0

~-
II
,I I'i
r-,_
_..''
• •
'
0.6 ' '
0.4 J,./
02
..-: 1.
o ' I
O.OOt 0.01 0. 1 lO ICX)
P~· vM s d ica1.cs
FIGURA 1.12 Votts-ampêres eficazes de excitação por quilograma a 60 Hz para o aço elétri-
co de grão oriemado do lipo M-5 de 0.0 12 polegadas de espessura. (Arme<> Inc.)

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42 MÃOUINAS ELÉTRICAS

Para reduz.ir os efeitos das correntes parasitas, as estruturas magnética.-.. são construídas
usualmente com chapas delgadas de material magnético. Essas chapas. alinhadas na direção
d:lS linhas de camJX>, estão isoladas entre si por uma camada de óxido em suas superfícies, ou
por uma fina cobertura de esmalle ou verni7. de isolação. Isso reduz grandemerue a magnitu-
de das COITeJHes parasita...; porque as camadas de isolação interrompem os caminhos de cor-
rente; quanto mais delgadas as chapas. 111enores as perdas. Em geral. as perda.o;; por corrente.~
parasita~ tendem a aumentar com o quadrado da freqüência de excitação, e também com o
quadrado da densidade de fluxo de pico.
O segundo mecanismo de perdas é devido à naturc-ta histcrética do material magnético.
Em um circuito magnético como o da Fig. 1.1 ou o tnmsfonnador da Fig. 2.4. uma excitação
variável no tempo fará com que o material magnético seja submetido a uma variação cíclica
descrita por um laço de histeresc como o mostrado na Fig. 1.13.
A Equaç-ão 1.45 pode ser usada para calcular o ingresso de energia W no núcleo magné-
tic-o da Fig. 1.1, qua11do o material é submetido a um único ciclo. Obtém-se

IV = f i• f f
di.= (H:, )<A,NdBd = A,l, H,dB, (1.56)

Verific-ando que Ai.: é o \'O lume do núcleo c que ;1 integral é a área do laço de histcresc CA,
vemos que há um fornecimemo lrquido de energia para demro do material, a cada vez que o
material é submetido a um ciclo. Essa energia é requerida para girar os dipolos do material c
é dissipada como calor no material. Assim. para um dado ciclo, as perdas por histerese cor-
respOndcniCS são proporcionais à área do ciclo de histerese e ao \'Oiume total de material. Co-
mo há uma perda de energia a cada ciclo. a potência das perdas pOr histerese é proporcional à
freqüência da excitaç,ão aplicada.
Em geral, essas pe-rdas de1:>ende1n do aspec10 metalúrgico do material. assim como da
densidade de fl uxo e da freqüência. Os dados sobre pérdàs no núcleo• são nprcscntndos ti-
picamente em forma de gráficos. São plotados em tennos de waus por unidade de massa em

FoauRA 1.13 Laço de histerese: a perda por histerese é propo<cional à álea do laço (som·
breado).

• N. de T.: Conhecidas uunbém C<lfno "perda.s no (erro··.

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CAPITULO 1 C IACUITOS MAGHeTICOS E MATEIWS MAGt*TICOS 43

I
2.0 1--++H-.-il+l-+-i-'H+
1.8 I / ,
•.61--!-+1+1-ftlt-H -+-+++t+H'r-;1 •
N
•.• 1--,--,-.!-H·!HI-+-' _,'-HI--I#f4--+'-H+I-H-'VI -'-t ~ttll 11

~
::;: 1.2 1--r--+~t+!----+-'-l-l+i

.,i 1.0
' l
o.•I-+-H+t-'tlt-+-ii-HH-1-It I
o.6l-++t+hHl--: ~-H ·v
0.4
I
'i
I
' v
o2 1-~++~t+!---~~,H*
1 -
~~~~~rr--r~~~.+-~+f+H~I
o?~~ 0.001 ~-
~ --'-.W.-~-'--'.....!......:..:..c:..L,-.:._'--'-'-",o
Pc, WJkg

FKJUAA 1.14 Perdas no núcleo a 60Hz em wans por quilograma para o aço eléUico de grão
orienlado do tipo M ·S de 0 .012 polegadas de espessura. (ArnlCO Inc.)

fu nção da densidade de nuxo. Muilas vezes. é fornecida uma famnia de curvas para dife·
rcmc.s frcqliêncins . A Fig. 1. 14 mosna as perdas Pc no m1clco pnra o :;1ç0 elétrico de grão
orientado do tipo M-S a 60 Hz.
Quase codos os lransformadorcs e certas panes de máquinas elétricas usam mmeriaJ à ba-
se de chapas de aço. Essas aprt$Cntam direções altamente favonh·eis de magnecizaçào. ao lon-
go daç quais as perdas no 1Ulcleo sâo baixas, e a penneabilidade é alta. Esse material é chama·
do aço d~ grão orientado. A razão dessa propriedade está na estruiUra atômica cllbica de cor-
po centrado dos cristais da liga de silício e ferro. Cada cubo tem um átomo em cada vértice. as-
sim corno um outro no seu cemro. No cubo. a aresta é o eixo mais fácil de ser magnetiz.'ldo; a
diago-nal da face é um e.ixo mais difícil, e a diagonal do cubo é o mais difícil de todos. Usando
técnica.~ adequadas de fabricaç-ão. a maioria das arestas dos cubos dos cristais é alinhada na di-
reção de laminação. De!l~ modo, essa torna-se a direção favorável de magnetização. Em rela-
ção às perdas no núcleo e à penneabil idade, o componamemo nessa direção é superior ao dos
aços ncio orientados. nos quais os cristais estão orie.ntados aleatoriame.nte. produzindo um ma-
terial de características unifonnes em todas as direções. Como resultado. os aços orientados
podem operar. em relação aos não orientados, com densidades de nuxo mais elcvndas.
Os aços elétricos não orientados são usados em aplic.açôe_ç; onde o fl uxo 1lâo segue um
caminho que pode ser orientado na direção de laminação. ou em que o baixo custo é impor·
tanle. Nesses aços. as perdas são maiores e a permeabilidade é muito menor do que nos aços
de grdo orientado.

O ntlcleo magnético da Fig. I. 15 é rcito de chapas de aço elétrico de grão orientado M·5. O
enrolamento é excitado com uma tensão de 60 Hz produzindo no aço uma densidade de n u-
x<) de 8 = I,S scn wt T. onde w = 2n60 = 377 rad/s. O aço ocupa 0.94 da áre-a da seç-ão reta.
A densidade de mns.sa do aço é 7.65 glcmJ. Enconlre (a) a tensão aplicada, (h) a correrue de
pico, (c) a corrente eficaz de excitação e (d) as perdas no ntlcleo.

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44 M AOUINAS E~TAICAS

+ <>-==+--+--f

FtGURA 1.15 Nucleo de chapas de aço com um enrocamen1o para o Exemplo 1.8.

• Solução
a. Da Equação 1.27. a tensão é
dtp tlB
e=N-=NA 1 -
tlt dt

; 200 X 4 pol·• X 0.94 X ( I.Om' !


39.4' pol
JX 1.5 X (377 OOS (3771))

= 274cos(377t) V
b. A intensidade de c-ampo magnético éOrrespondente a n...u = 1.5 T está dada na Fig. l .l O
valendo H ...,...= 36 A.clm. Observe que, como esperado, a permeabilidade relativa f.l., =
8- J().L.,, H,114, ) = 33.(X)() para um nuxo de 1,5 T é inferior ao valor de J.'r = 72.300. encon·
trado no Exemplo I .4 e correspondente ao valor de 1,0 T. significativamente maior mesmo
assim do (IUCo valor de 2.900 correspondente a um nuxo de 1.8 T.
I.O m )
1, = (6+6+8+8)pol ( . pol = 0.71 m
39 4

A corrente de pico é
I = H_ ,l, = 36(0.7 1) = O. IJ A
N 200
c. A corrente eficaz é obtida do valor de P.. dn Fig. 1. 12 paro 8~-.. = 1.5 T.
P. = 15 VAII<g

O volume do núcleo e a massa são


v, = (4 poi' J(0.94)(28 pol) =105.5 pol'

w< =tios_'> poe>(


2
~~:~) ·' ( ~~~~.!)) = 13.2 k&
Os vohs-ampCres e a c.-orrcntc totais eficazes são
P. = (1.5 VAII<g)( 13.2 kg) • 20 VA

P. 20 -0 10 '
J••cr = Et f = 275(0.707) - ' "

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CAPITuLO 1 CIRCUITOS M AGNÉTICOS E MATERIAIS MAGNEnoos 45

d . A densidade das perdas no núcleo é obtida da Fig. 1.1 4 como P., = I ,2 W/kg. As perdas to-
tais no núcleo são
P, = (1.2 W/kg)( l3.2 kg) = 16 W

Repita o Exemplo 1.8 par.t um tensão de 60Hz dada por 8 = 1.0 scn wt T.
• Solução
a. V= 185cos377tV
b. I = 0,04 A
c. t. = 0.061 A
d. P, =6.7W

1.5 IMÃS PERMANENTES


A f ig. 1.16a mostra o segundo quadrante de um laço de histerese do Alnico 5. um material
magnético permane nte (imã) t(pico. ao passo que a Fig. 1. 16b mostra o segundo quadrante de
um laço de histcrcse para o aço do tipo M-5. 1 Observe que as curvas têm naturezas scmelhan·
tcs. No entanto, o laço de hisu:rese do Alnico 5 é caracteriwdo por um alto valor de densida-
de de fluxo r~sidual ou magnNiwçc;o remanesc~me. 8,. (aproximadamente I .22 T) as.sirn co-
mo um alto vaJor de coercisividade, Hc. (aproximadamente -49 kA/m).
A magnetização remanescente. B,. corrcsponde à densidade de fl uxo que permanece
atuando em uma estnltura m•1gnétic.a fechada desse material, como nu Fig. 1.1, qunndo a
FMM aplic;& do (c portuniO u intensidade de cnmpo magnético H) é reduzida a zef(). No entan-
to. embora o aço elétrico de grão orien1ado M·5 tenha mmbém um alto valor de rnagnetiz.aç.ão
remanescente (aproximadamente 1.4 T). ele tem um valor muito menor de cocrcitividade
(aproximadamente -6 Nm. menor por um fator superior a 7.500). A cocrcitividadc H c corrcs-
ponde à intensidade de campO magnético (propOrcional à FMM) requerida para reduzir a dcn·
sidade de fluxo do material a zero.
O significado da magnetização remanescente é que ela pode produzir fluxo magnético
em um circuito magnético na ausênciu de uma excitaç.ão ex tema (como conentes nos enrola-
mentos). Esse é um fenômeno conh<..·cido de qualquer um que já ülixou bilhetes em um refri-
gcmdor us:mdo imãs. Esses s.ão usados largamente em dispositivos como alto-falantes e m<r
1ores de imãs permanentes.
A partir da Fig. 1.16. poderia parecer que o Alnico 5 e o aço e-létrico de grão orientado
M·5 seriam úteis na pr<.xluç.ão de tluxo em circuitos magnétic.os despl'ovidos de excitação, já
que ambos têm vaiOI'es altos de magnetizaç--ão remanescente. Esse não é o caso. como se po-
de ilustmr melhor por meio de um exemplo.

Como mostrado na Fig. 1. 17. um circuito magnético é constituído pOr um núcleo de aha per-
meabilidade (p.. ~ oo), um entreferro de comprimento g = 0.2 e-m e uma seção de rn.:nel'ial mag-

1
Para $e Qtlcer ó v:llor mais el-e\•adode m:~gnecização rcmru1~enle., os I:IÇOS de hisrcrtsc. da Fig. 1. 16 s~os obtidos quando OIS
materhtí.s l!iiOe.tclt:ldC.XS llOr uma FMM sufldente J!Gnl :1sscgurar que sejam colocados fone-mente em satutn~. Isso é dis<:u·
1idc> C()ln 11la i!l detalhes na ~10 1.6.

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46 MAQUINAS EltTRICAS

B. T
P•)niC) dt:
50
m:ÍXI(IIII) p1X11.Iul()
cotrgêtioo

1.(1

0.5

.... .... Rcla de ,,:arga


............ ~1ra o Exemplo 1.9
~~
~~
~~
~~
~~~

11. kNm - so - 40 - 30 - 20 - 10 o
(a)

B.T
1.5
IJ,

B. T
1.0
' 3.8 x. to-~ 4 X 10-J

''' Rctn tk çarg<J


',para o E;\cmpfo 1.9

''
0.5
' 2 x 10-s
rG
liKii~= ',
-6.28 )I( 10-t. ',
Wb/A , m '

''
H.Nm - 10 -s o o
(b) (<)

FIGURA 1.16 (a) Segundo quadrante de um laço de histerese do Alnico 5: (b) segundo qua·
drante de um laço de histerese do aço elétrico de grão Otientado M-5: (C) laço de histeiese
do aço eléllioo M-5 para valores pequenos de 8. (Armco Inc.)

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CAPiTULO 1 CIRCUITOS MAGNÉTICOS E MATERIAIS MAGN€'TICOS 47

nético de comprimento 1. = 1.0 em. A área da seção reta do núcleo e do entreferro é igual a A.
=A, = 4 cm2• Calcule a densidade de nuxo 81 ooentreferro. quando o material magnético é (a)
A lnico 5 e (b) aço eléuico M -5.

• Solução
a. Como se supõe que a pemleabilidade do núcleo seja infinita. eJltUO a inleJlSidade H no nú 4

cleo é desprezfvel. Verific--ando que a FMM que atua no circuito magnético da Fig. 1.17 é
zero, podemos escrever
:f' =O = H,g + H,.I.

ou

11, = - (/··)
g 11.,,

onde H, e H.., são as intensidades de c.ampo magnélico no emreferro e no material


magnético, respectivamente.
Como o fluxo deve ser comfnuo ao longo do circuito magné,ico, então
4J = A18, = A,.B...
ou

IJ, = ( : : ) 8,.,

onde O, e O. são ~LS dcn.sid,•<lcs de Ouxo magnético no cntrefcrro c no ma1crial magné 4

1ico, respeclivamenle.
Essas equações podem ser resoh'idas IOrnece.ndo uma relação linear para Bm em tcnnos de H,11

o. • _,,, ( : : ) C;) u. = -s,.•u. = - 628 x w-•u~


Para resolver em relação a Bm. verific:unos que, para o Alnico 5, B. c Hn estão relacio--
1

nados também pela curvu. da Fig. 1. 16a. Assim. essa relação linear. também conhecida como
ll!.W tle carga. pode ser plocada t.'Omo na Fig. 1.16>• c a soluç5oobtida pQf meios gráficos. O~
tém·sc
8 1 = 8,,. = 0.30T

" - 00

Aroo
MnlcriAI
nugnkioo
T
1~
1'·
Enln:ftrro.

l"o- área A.,

Jl ~ 00

FtGUAA 1.17 Circuito magnético do Exemplo 1.9.

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48 Mi.auiNAS ELÉTRICAS

b. A solução parJ o aço elétrico M·5 é feita exatamente como na parte (a). A rcl:l de carga é
a mesma da pane (a) porque ela é detem1inada apenas pela pem1eabilidade do entre fe rro e
pelas geometrias do imã c do entreferro. Assim. da Equação 1.16c.
B, :; 3,8 x: Io-.s T liQ 0.38 gauss
que é muito inferior ao valor obtido com o Alnico 5.

O Exemplo 1.9 mostra que há uma imensa diferença entre materiais magnéticos pcrma·
ncntcs, ou ímãs. {freqüentemente referidos como mmeriais magnéticos d11ros), 1ais como o
Alnico 5, e materülis magnéticos moles, como o aço elétrico de grão orientado M·5. Essa dis-
l inção é caracterizada em grande pan:e pela imensa difere11Ça emre as suas coercirividades H,..
A coercitividade pode ser entendida como uma medida da magnitude da FMM requerida pa-
ra desmagnetizar o matetial. Como visto no Exemplo 1.9. ela também é uma medida da capa·
c idade do material para produzir nuxo em um circuito magnético que apresenta um entrcfcr-
ro. Vemos assim que os materiais capazes de produzir bons imiis permanentes sno caracteri-
zados por valores elevados de coercitividade H.,. (bem acima de I k Nm).
Uma medida útil da capacidade de desempenho de um imã pennanente é o chamado
prod1110 energético má.{imo. C.orresponde ao maior J)roduto 8-H ( /1 - 11),.,.~· e e.stá locali7.ado
em um ponto do segundo <Juadramc do Inço de histcrcsc. Como se pode ver na Equação 1.56.
o produto de B ve.zes H tem as dimensões de densidade de energia (joules por me-tro ctlbico).
Mostraremos agora que a operação de um dado i mã permanente neste pomo resulta 110 menor
volume de material necessário para se produzir uma dada densidade de nuxo no entreferro.
Como resul!ado, a escolha de um m:11erial. com o maior produto energético disponível, pode
resuhar no menor volume ma_.gnético requerido.
No Exemplo 1.9. encontramos urna expressão para a derl$idade de fl uxo 110 enlrt:ferro
do circuito magnético da Fig. 1. 17:
Am
81 = - Bm ( 1.57)
A,
Encontramos 1ambém que a razão entre as quedas de FMM no i mii c no cntrcfcrro é iguaJ a -I:
H11,1m=- l ( 1.58)
H, g
A Equaç.ão 1.58 pode ser resolvida em relação a H,. c o rcsuhado pode ser multiplicado
por JJ.o para se oblcr 8 1 = p.rfl" Multiplicando pela Equação 1.57 oblém·sc

o:='"" C;~; ) (- H. B. )
( 1.59)

ou
Vob..,.rmv IJ,1
Vol-., = --,;:=;~,--< ( 1.60)
J(o(-U..,/J,n)

onde Vol.,... é o volume do imã. Vol~nucr- é o volume do entreferro c o sinal negativo surge
porque. no ponto de operação do circuito magnético, o valor de H do imtl (H. ) é negativo.
A Equação 1.60 ê o resuhado dc$ejndo. Ela indica que. para se ob1e-r uma densidade de·
sejada de fl uxo. o volume necessário do irni'i pode ser minimiz~do. operando o itnã no p<.mlo
do maior valor possfvel do produlo B·H, H,JJ.,,. isloé. no ponto de máximo produtoenergéti·
co. Além disso. quanto maior for o valor desse produto, menor será o tamanho do imã neces.

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CAPiTULO 1 CÃACUITOS MAGNÉTICOS E MATERIAIS MAGN~TICOS 49

sário paru produzir a densidade de fluxo desejada. Assim, o produto energético má.xirno é urna
mcdidn lítil do desempenho de um material mugnéti<:o. e freqUentemente é encontrado tabu·
lado como "figura de mérito" em folhas de dados de especificações de imàs pcnnancntes.
Observe que a Equação 1.59 pode sugerir que seja possf1•el obter uma densidade de flu·
xo no emreferro arbitrariamente elevada simplesmente reduzindo o seu volume. Isso não é
verdadeiro na prática porque, à medida que a densidade de fl uxo do circuito magnético au·
menta, um ponto será atingido a punir do qual o material magnético do núcleo começará asa·
turar e a suposição de permeabilidade infinita não será mais verdadeira. invaJidando :.1ssim a
dedução que leva à Equação 1.59.
Observe também que uma curva de produto O· H constante é uma hipérbole. Um conjun·
to de tais hipétboles para valores difere1ltes do pfOduto B·H está plotada na Fig. 1. 100. A par·
1ir dessas curvas. vemos que o produto energético máximo para o Alnico 5 é 40 kJ/m:.. e que
isso ocorre no ponto 8 = 1.0 T c H = - 40 kNm.

O circuiro magnético da Fig. I .17 é modificado de modo que a área do e.ntreferro seja reduz.i·
dnaA, = 2.0cm:. como mostrado na Fig. 1. 18. Encontre o volume mínimo de ímã necessário
para produzir uma densidade de fluxo de 0,8 T no cntreferro.
• Soluçilo
O volume mínimo de imã será obtido com o imã operando em seu ponto de máximo produto ener·
gético. como mostrado na Fig. l. loo. Nesse pOntO de operação. B. = I,OT e H. = -40 kNm.
Assim. da Equação 1.57.

A.,= A, ( !:)
111. 2cm~ (O.S) • 1.6 cm1
1.0
e, da Equução 1.58.

t. = -~ (H,)
Jl,.
= -g (.-!!L)
llollm

= -0.2cm ( O.S )
(4;r X 10,.1)(-40 X IQ-')

= 3.18cm
Portanto. o volume mfnimo de imã é igual a 1,6 cm2 x 3,18 em= 5,09 em3•

jJ - 00

FIGURA 1.18 Circuito magnético do Exempkl 1. 10.

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50 MÂOUINAS E LÉTRICAS

Repita o Exemplo 1.10 supondo que a área do entrcferro seja novamente reduzida até A1 = I.8
cm2• c que a densidade de fluxo desejada no entreferro seja 0.6 T.
• Solução
1
Volume mfnimo de imã = 2.58 cm· •

1.6 APLICAÇÕES DE IMÃS PERMANENTES


Os Exemplos 1.9 e 1.1Oexaminaram a opernção de imãs permanentes supondo que o pOnto
de opemção possa ser determinado simplesmente a punir do conhecimento da gcometriu do
circuito magnécicoe das propriedades dos vários muteriais magnéticos en\'Oividos. Na reali-
dade, a ~ituaç!io é mai~ complexa.• Esta seção irá ampliar essa.10 questões.
A Fig. 1.19 mostl'a as caractel'íSticas de magn.eti1.ação de alguns irnils pennaJlCIHe.>CO CO-
muns. O Alnico 5 é uma liga amplamente utilizada de ferro, níquel, alumínio c cobalto. origi-
nalmente descoberta em 1931. Apresenta uma densidade de fl uxo residual relativamente ele-
vada. O Alnk."' 8 tem uma densidade de fl uxo residual menor c uma <.."'C-rcitividade maior do
que a do Alnico 5. Como conseqüência. é menos sujeito à desmagnetização do que o Alnico
5. As desvantagens dos mmeriais do lipo Alnico s!io a coercitividade relativamente baixa e a
fragilidade n'lecânica.

I.S
I I I
IA
noodimio·fetro·boro
.. - ·· ·· · ·· Al r~lco $
- ~mArio-coN.t to
L 1.}
- .
- - - - Alttloo8
- ·- Çcnimicn 7 ~.
//. 1.2:
1.1
/
-- -·
v / ;,
i-
0.9
t.O

- / v 0.8
B.T
.

/
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-
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v - V
I
I
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0.7

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( 1.3
( ),4

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I ,
H - ,--!"_:_ 0.3

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/ .. b/
X ./J
v' ;
1
( 1,2

/ I / ... I
I
.' O. I

- I<XX) -900 -800 700 600 soo


1/, kNm
)(X) - 200 - 100 o

FtGuAA 1.19 Curvas de magnetizaçaopara imãs permanentes comuns.

• Para uma díi:éu~~;iio ud N;ional sobre os im!s pcnnanctltes ~ $UaS aplic.:ações. \'c:j<l P. Campbell, ~l'tlltlnmr MuJ:IIt>l Mutuia#
m•d T1idr Aptllktlli(»t, ~mbridge Uni\-ersity Prcs.i. 1994: R. J. Pl1rkcr, Adw.mus in ~rrmmt'nt Magm•tl)'llf, John Wiley &
Sons. 1990: A. Bosak, Ptrmanem·Magnt't DC LinMr Mmon. Chucndon Pre:\$·0xfC)rd, 1996: G. R. Skmon e A . Straugbcn.
El«trit: Mochillt'S, AddiS()t'I·Wcstcy. t9110. SeçliC:S I .2().t .25; c T, J. E. Miller. Bnulllt>u hrmtmnii •Ma.~Mt (lm/ Rf'111t'Wt1C'r
Motor Driw.s, ClnrendoB PrC$S·O.detd. 1989. Capitulo 3.

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CAPiTUlO 1 C IRCuiTOS MAGH:é:TICOS E MATEAIAIS MAGNÉTICOS 51

Os imãs penna•lemes de cerâmica (1ambém conhecidos como imii.s de ferrire) são feitos
de pós de óxido de feiTO e carbonato de bário ou estrôncio e têm densidades de fluxo re.;idual
inferiores às dos materiais do tipo Alnico, mas suas coercitividades são signific.;ujva.mente maio~
res. Como resultado, são menos propensos à desmagnetização. Um desses materiais. a Ccnim i ~
c..-a tipo 7. está mostrado na Fig. 1. 19. onde sua cardcte.rística de magnetização é quase uma linhu
reta. Os ímãs de cerâmica têm boas característkas mec-ânicas e sua fabricação é de baixo custo.
Como resultado. são largamente usados em muitas aplicações de imãs pe.rmanente.ll.
O samário-cobalto representa um avanço signiricativo da tecnologia de imãs pennanen·
1es. que começou na década de 1960 com a descobe.rta de imils permanentes de 1erras raras.
Na Fig. 1.19, pode~se ver que ele tem uma elevuda densidade de nuxo residual, tal como OCOt~
re com os materiais de Alnico, e ao mesmo tempo apresema coercitividade e produto energé-
tico m{u:imo muito maiores. O mais novo dos materiais magnéticos de terras rnras é o ncodí-
mio-ferro~boro . Caracteriza-se por valores de densidade de nuxo residual. cocrcitividadc c
produto energético máximo maiores ainda que os do samário-cobalto.
Considere o circuito magnético da Fig. 1.20. Compreende uma seção de matcriaJ mug-
né.tieo duro {imã pcnmmcnlc) em série com um núcleo de m~ltcri al magnético mole altamen-
te permeável. no qual também há um enrolamento de excitação com N espiras. Em relação à
Fig. 1.21. supondo que inicialmente o material magnético esteja desmagnetizado (corrcspon-
dcndo ao ponto a da figura). considere o que acontece quando a corrente é aplicada ao c.nro-
lamento de excitação. Como se supõe que o núcleo tenha permeabilidade infini ta. o eixo ho-
riwntal da Fig. 1.21 pode ser considerado como sendo tnnto uma medida da corrente aplica-
da i= HIJN. como uma medida da intensidade H no material magnético.
À medida que a corrente i cresce em direção a seu valor máximo, a trajetória sobre a
curva 8 -H sobe do ponto a da Fíg. 1.2 I até seu valor máximo no ponto 1>. Para magnetizar
completamente o material, supomos que a corrente é aumelltada até um valor i,..,. suficiente·
mente elevado pam que o material esteja fonemente saturado no pomo b. Em seguida, quan-
do a corrente é diminuída em direção a zero. a curva 8·H começa a formar um laço de histc·
resc atingindo o ponlo c. onde a corrente é zero. No ponto c. observe que H no material é zc.
ro mas 8 está no seu valor remanescente 8,.
A seguir, quando a corretHe toma~se negativa, a curva 8-H continua a seguir o traçado
de um laço de histerese. Na Fig. 1.2 1. isso é visto como a trnje.tória en1re os pOntos c e d. Se a
correnle ror mantida no valor _fdJ, o pomo de operação do im3 será o ponto d. Observe que,
como no Exemplo 1.9. e.sse mesmo ponto de operação poderia ser alcançado se. mante•)(lo nu~
la a excitação e estando o material no ponto t:, fosse então inserido um entrefcrro de eompri~
mcnto g = I.(A(A.) (-~-Lo !I.. I fi"'> no núcleo.

Núc;leO,I' - oo

T lltlã
- i

Nes;pi
'· permanente '"
.i

F.ouRA 1.20 Circuito magnético constitufdo por um imà permanente e um enrolamento de


excitação.

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52 M ÁQUINAS E I..ÊTAICAS

8. T

RC"'a de rttoo
Laço menor

(J)
I li'' '
I '
I :
(f•)JI I'

''
'' (a)

o H,.,., H. kNm
i. A

FIGURA 1.21 Pane de uma curva 8-H mostrando um laço menor e uma reta de recuo.

Tc..lfl'lando a com:ntc uioda mais negittiv;t, a trajerória continuatá a seguir o traçado do laço de
histerese em direção ao ponto e. Se. cnrre1anto, pelo contnmo. a cotreme \'Ohi)J' a zero. em geral a
trajetória não se.guirá a ttajetória de voha ao j.X)lliO c. Ao invés. ela seguirá o traçado de um faro me·
nor de ltisturse. e atínginí o pomof quando a corrente cheg:lf a zero. Se agom a correme for varia-
d;-t entre zero e_,~'. ;a curva B·H seguirá o troly-ado do laço menor como mostrado na figuta.
Como pOde-se ver da Fig. 1.2 1, a trajetória da curva 8 ·11 entre os pontos def pode ser
representada por uma litlha reca. conhecida como reta de recuo• . A inclinação de.o;sa linha é
chamada permeabilidade de recuo P.».· Uma vez desmagnetizado o material até o ponto d. ve-
mos que a magnetização remanescente efetiva do material magnético scr.1 a do pontof. Essa
magnctiz.aç-ão é inferior à remanescente Br que seria esperada de ac..'Ordo com o laço de hislc-
rese. Observe que, se a desmagncüzuçã<> tivesse sido levada paro além do ponto 11. como, por
exemplo, até o pOnto e da Fig. 1.21. então seria criado um nOYO laço menor, com novos linha
e penneabilidade de recuo.
Os efeitos de desmagnetização devidos a uma cxc.:itaçiio negativa. como acab;·tram de ser
discutidos. são equivalemes aos de um eru referro no circuiro mag.né1ico. É claro. por exem-
plo. que o circuito magnético da Fig. 1.20 poderia ter sido usado para magnetizar materiais
duros, O processo seria simplesmente aplic-ar uma excitação elevada ao enrolamento. seguida
de uma r<.:dução a zero. fsso dci;c;nria o mnterial com uma ma.goctiz.ação rcmancsccnlc Br (pon-
to c na Fig. 1.21).
Seguindo esse processo de magneli7.ação, a remoção de ma1erial do m1cleo equivale a
abrir um grande entrefem.> no circui10 rnagné1ico, desmagnclizando o material de modo simi-
lar ao visto no Exemplo 1.9. Nesse ponto, o imã foi efetivamente enfraquecido. por<Jue se fos-
se colocado de volta no núcleo magnético. ele seguiria urna re1a de rec.uo e apresentaria uma
magnetização remanescente menor que 8 1• Como resultado. os maleriais magnétic.os duros,
comt.) o Alnico dn Pig. 1. 19. freqOcntcmcntc não operam de maneira estável em situações de
FMM e geometria variáveis e. também freq üentemente, há risco de que uma operação impró-
pria possa desmagnetizá-los significativarnerue. Uma va111agem impOrtante de m<:1teriais co-
mo a Cerâmica 7. o samário-cobal!o e o neodfmio-rerro-boro é que, devido à carncterística de
..linha reta·· no segundo quadrante (cotn ioclinação próxim:l de JJ..o). suas retas de recuo igua-
lam-se de perto às suas cun.•a-s carncterísticas de magnetização. Como resultad<,, nesses mate-

• N. de T.: Ruoif fi11e. em inglk..

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CAPÍTULO 1 CIRCUITOS M AGNÉTICOS E MATERIAIS MAGNéllCOS 53

riais. os ereitos de desmagnetização são significativamente reduzidos e freqUente-menle po-


dem ser ignorados.
Às custas de uma reduç.ão no valor da mag.ne1izaçào remanescente, os materiais magné·
tic.os duros podem ser estabilizados para operarem dentro de uma região especific-ada. Esse
procedimento, baseado na rctu de re<:uo mostmda na Fig. 1.21. pode ser melhor iluslrado por
meio de um exemplo.

A f ig. 1.22 I'OOStm umcircuito magnético que contém um ímã. um núcleo e wn êmbolo de pennea-
bilidade eJevada (SUJX>Stamente infinita). Um único enrolamento será usado para magneti7..<u' o imã.
Depois da magnetização do si.stema, o enrolamemo seJá retirndo. Como mostrndo. o êmbolo nlO-
vc-sc na direção x. com o resultado de que a área do emrefeJTO varia (2 cm1 5 A, 5 4 cm 2). Supon·
do que o materiaJ magnético do ímã seja o Alnico 5 e que o sistema seja inicialmente magnetizado
c...-om A, = 2 em. (a) encontre o comprimento do ímã 1. cal que o sistema opere na rcLa de recuo que
intercepta o ponto de produto B·H máximo da curva de magoeLiz.ação doAinico 5. (b) conceba um
procedimento p;lra magnetizar o imã. c (c) culculc a densidade de Ouxo B, no cntrcfcrro. quando o
ê-mbolo tnO\'C·SC JXlnl frente c pnr.t tr.ís. c o entrcfcrro varia entre esses dois limites.

• SoluçAo
a. A Fig. 1.23a mostr::~ a curva de magnetização do Alnieo 5 e as du:.ls retas de carg~t corres.
pondentes aos dois extremos do emrefeiTO. A1 = 2 em~ e A1 = 4 em 2• Vemos que o sistema
1
irá operar na reta de recuo desejada se :.l reta de carga para A, = 2 cm inh!rceptar a curva
B·H no ponLo de produto energético máximo (marcado como ponto a na Fíg. 1.23a).ll::, =
1.0 T c H':,' ; -40 kA/m.
Das Equações 1.57 c 1.58, vemos que a inclinação da reta de carga requerida é dada por
n::• _ !!J. ~ 1...
- n::•- N, A.,. g
c. assim.

I. =R(~·;)(_,:~:~,)
= 0.2cm (~)
2
(
4:r X
I.O
tO-' x4 X lO'
) • 3.98cm

Nódco I'- oo

BobiMde
magoctizaç!io
de 100 c-.spiras
FtauAA 1.22 Ctrcu1to magnético do Exemplo 1.11 .

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Reta de carp.
Ar= 4cm:
Reta de. carga.
A1 =2cm 2 Re1ade~uo

1.08
Pónto de m;bin.o ---.u·
produto energético 1.0

os

u•. kA/m -S(l -4o -~o -20 - 10


(a)

A magneli7~ Hm

Reta de
<aoga,..,.
i=O
l
tcnnina :~qui

'
'
'
(o) ..>.,.- A reta de t:arg:•
•nove-~e pam nesq
~uando 1' djminui

....,_ ,, rtt:l de <;;tr~


''
I
move-se pllta a dirdt '
I
qwmdo i ••umenta
'
I

11',:
1
Material inicialmente 11,,
nllo ma.gnetiuado
(b)

Foauo•1.23 (a) Curva demagnetizaçãodoAinico 5 para o Exemplo 1.11 : (b) famnia de re-
tas de carga para~= 2 cmz e valores variáveis de i mostrando o procedimento de magne-
tização do Exemplo 1. 11.

b. A Fig. 1.23b mostra uma família de retas de carga do sistema para A, = 2 em: com a cor·
renle ; aplicada no enrolamento de excitação. A equação geral dessas re1as de carga pode
ser deduzida facilmente da Equação 1.5
Ni :~ H"'l"' + H1 g

c das Equações 1.3 e 1.7

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CAPíTULO 1 CJACuttos MAGH~ttcos e MATERIAIS MAGN~ncos 55

Assim,

8,.. = (A')('·)
-JI.o Amfi g (A') Nno+ J<oN A. i

= [ (22) (3.98)
11 " - õ.2 +
)()() (2)2 ·]
JJ. 2 X 10 - 1
1

• - 2.50 X 10_, N. + 6.28 X IQ-lj

Des..~a equação e da Fig. 1.23b. vemos que. para le\'at o material magnético até a sawmçlio no
ponto Bnu,. - Htl\U, a coneme de magnetizaç-ão do enrolamento deve ser aumentada uté o valor
im..,. em que

;_, a
a_, + 2.so >< 1 0-~ 11.,.., A
6.28 X JO->
Nesse caso, não dispomos de um laço complelo de histcrcse para o Alnico 5 c, portan-
to, teremos que estimar 8"'" c H..,.:o.· Extrapolando lineannentc a curvt\ 8-H em H = Ode 4
vezes o valor da coercitividade. isto é, f!_ = 4 x 50= 200 kNm. obte-remos 8,,.... = 2. J T.
Sem dúvidas. esse valol' sed exLtemo e dará uma estimatiYU um tanto excessiva da corren-
te necessária. Entretanto. u.sando 8,., = 2.1 T e H_, = 200 kA/m, Oblemos i,...,~ = 45.2 A.
Assim. com uma área de emrefe!TO de 2 em~. a magnelizaç:lo desejada será obtida au-
meOiando a corrente até 45,2 A e em seguida reduzindo-a a zero.
c. Como não dispomos de informações específi ca~ sobre a inclinaç!io da tem de recuo. vamos su-
por que seja igual à da cur.·a 8-H, no pomo H= Oe 8 = 8,. Na Fig. 1.23a. a reJa de recuo foi
desenhada com essa inclinação. Quando a área do entrefenu varia entre 2 c 4 em·. ' vemos que
a den.~idade de nuxo magnético 8 111 varia emre 1.00 e I,08 T. Como a densidade de fluxo no cn-
treferro é igual a AJ A, vezes esse valol', a densidade de fluxo no cntrefcrro será igual a
(212) 1.00 = 1.0 T quando A1 =2.0 em'.' c (2/4)1.08 =0.54 T quundo A1 =4.0 em-.' Na Fig.
1.23a, observe que. quando operado den1ro dessas variaçOes de e-ntrefel'tO, o imã parece ter
uma densidade de fl uxo residual efetivo de I. I7 r ao invés do valor inicial de 1.24 T. Observe
também que. se as vruiações no entreferro estiverem limitadas ao intervalo considerado aqui. o
sistcm;• continuará a operar na linha indicada por ··Reta de recuo.. nu Fig. 1.23a c di:teHlOS que
o imà es1á eswbiliwdo.

Como já foi dL~tido, os materiais magnéticos duros. como o Alnioo 5, estaf'do .sujeitos à des-
magnetizaç.ão se os seus pomos de OfX!I'3Ção forem variados excessivamente. Como •noslrodo no
Exemplo 1.11, esses materiais podem ser estabilizados. com alguma perda na mag.nctizaçõo rema-
nescente efetiva. No entanto, esse procedimento não garante a estabilidade absoluta de operação. Por
exemplo. se o material do Exemplo 1. 11 fosse submetido a uma área de entreferro inferior a 2 cmz.
ou a uma corrente excessiva de desm:lgnetizaçc1o. o efeito de escabilit..açâo seria apag_:ldo e o mate-
rial )XlSsruia a operar em uma nova rem de recuo, com uma redução adicional de magnetização.
No entanlo, muitos materiais. como o samário-c.."'balto. a Cerâmic-a 7 c o ncodímio-fcr-
ro-boro (\'ej:l Fig. I .19), cujos valores de coe.rcitivida<fe.são elevados. tendem a apresentar va·
lores muito baixos de penneabilidade de tecuo, e a teta de recuo é essencialmente tangente à
curvn B·H. dentro de uma grande parte da região útil de operação. Um exemplo pode ser vis-
lO na Fig. 1.19, que mostra a curva de magnetização CC do neodímio-ferro-boro. e na qual ve-
mos que esse material tem uma magnetizaç-ão remanescente de 1.25 T e uma coercitividade
de -940 kA/m. A pOrção da curva que está entre esses pontos é uma linha reta com uma incli-
naç.ão igual a I .06~0" Esse vai()!' é igual ao da inclinação de sua relu de rccuo. Se esses mate-
riais opc:mrcm nessa região de baixa pemteabilidade incrementai em suas curvas 8-H. n~o ha-
verá necessidade de estabilização desde que não sejam excessivamente desmagnetizados.

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56 MAouiNAS ElETRICAS

Freqüenlcmente, é c,..'Qnvcnicntc supor que a curva de magnetização CC desses materiais


é linear, de.Jllro do seu intervalo útil de operação. com uma inclinação igual à permeabilidade
de recuo P..tt· Dada essa suposição, a c.u.rva de magnetização CC desses materiais pode seres-
crita na forma
B = i<R(H- H:)= 8, + I<• H ( 1.61)

Aqui. H; é a cocrcili~·itlade aparetUe associada a essa represemação linear. Como 1X>de


ser visto na Fig. 1.19. em geral. a coerciúvidade aparente é um tanto maior (ism é, um valor
negativo mais elevado) (l() que a coercitividade Ht do material porque a CUC\'3 caractcríSlica de
magnetização CC tende a se dobmr para baixo nos valores baixos de densidade de fl uxo.

1.7 RESUMO
Os dispositivos eletromecânicos que operam com campos magrléticos usam freq Uentemcrue
m::ueriais fcrromag néticos para guiar e concentrar esses campos. Como a pemteabilidade
magnética dos materiais fcrromagnéticos pode ser elevada (até dezenas de milhares de vezes
a do meio ambiente). a maior pane do fluxo magnético está confinada a caminhos muito bem
definidos c determinados pela geometria do material magnético. Além disso, ft\.'"qOenteme•ue
os freqüências de interesse são baixas o bastante pam permitir que os campos magnéticos se-
janl considerados quase-cst•lticos, c assim possam ser determinados simplesmente a panir do
valor conhecido da FMM lfquida que ::nua na estrutura magnética.
Nessas cstn•turas. como resultado, a solução dos campos magtlé-ticos pode ser obtida de
fonna im<.'diutu usando· se as técnicas de análise dos circuitos magnéticos. E."sas técnicas po-
dem ser usadas para se reduzir a soluç-ão complexa de um c-ampo magnético cridimensionnl ao
que é e~se ncialmc ntc. um problema unidimensional. Como em todas as soluções de engenha·
ria, uma certa experiência e bom senso são necessários. mas a técnica fornece resultados úteis
em diversas situações de interesse prático da engenharia.
Os materiais fcrromagnéticos podem ser enc.omrados com urna arnpl\l variedade de ca-
racterísticas. Em gemi. o seu comportamento é não-linear e suas curvas características 8-H
são rreqi.ientcmcntc representadas por famOia-; de laços B-N de histerese. As perdas por histc-
rese e por correntes parusitas são funções do nh•el de fluxo, da fllXIüê-ncia de opcraçilo c tam-
bém da composição dos materiais c dos processos de fabric-ação usados. Urn entendimento
básico da nature-za desses fe nômenos é extremamente útil na aplicação dessc,s materi~1is em
dispositivos práticos. Tipic-amente, as propriedades importantes estão disponiveis na fom1a de
curvas características fornecidas pelos fabric-antes de materiais.
Cenos materiais magnéticos. comumente conhec-idos como duros ou pcmmoeme.~. os i m.ãs,
são caracteri-zados por valores elevados de coercitjvidade e de magnetização remanescente. Esses
materiais produzem um fluxo magnético significativo. mesmo em cirtuii<>S magnéticos com en-
treferros de ar. Por meio de um projeto adequado. podem ser feitos paro operar de forma estável
em situações que os sujeitam a uma faixa ampla de forças dcscstabilizadora~ e de valor-es de
FMM. Os imãs permanentes cn<..-ontram aplicação em diversos dispositi\•os de pequeno pone co-
mo alto-falantes, rnocores CA e CC. mic.rofones e instrumentos anaJóg.icos de medida.

1.8 PROBLEMAS
1.1 Um circuito magnéti<.'<> com um ú11ico emreferro es1á mostmdo na Fig. 1.24. As dimen-
sões do núcleo são:

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CAPITULO 1 CrRCVtTOS M.AGH~TICOS E MATERIAIS MAGNÉTICOS 57

NU.::Ieo:
/ uminho móc.lio 1.:•
:frtaA\..
permeabflid~ Jl

Nes1>ir:.s
<>-
..c.
FIGURA 1.24 Circuito magnético dO PrOblema 1.1.

Área da scç~o reta A<= 1.8 X IO'"' m~


Comprimento médio do núcleo 1.: = 0.6 m
Compri mento do cntn:ferro g:::; 2.3 x 10·' m
N = 83 espiras
Suponha que o núcleo tenha pcnncabilidadc infinita (J.t ~ oo) c despreze os efeitos
dos campos de nuxo disperso c os de espraiamento no cntrcfcrro. (a) Calcule a relu·
tância do núcleo 'R." e a do en1refcrro 'R., . Para uma corren1e de i= 1.5 A, calcule (b) o
fluxo total ,P. (c) o fluxo conc-atenado da bobina e (tO a indutância L da bobina.
1.2 Repita o Problema 1.1 para uma permeabilidade finita no núcleo de /.L = 2500~.
1.3 Considere o circuito magnético da Fig. 1.24 com as mesmas dimensões do Problema
1. 1. Supondo uma permeabilidade de núcleo infinita, calcule (a) o número necessário
de espiras pam ob(er uma indutância de 12 mH c (b) a corrente no indutor que rcsuha-
rá em uma densidade de fl uxo de 1,0 T.
1.4 Repita o Problema I.3 para uma permeabilidade de núcleo de /.L= I300J.A.o·
1.5 O circuito magnético do Problema 1.1 tem um núcleo COilStituCdo de material não-li-
near cuja permeabil idade, em função de 8.,,. é dada por

J.l =J.IO (I + -;==;,34.,;9~=""')


9 7
"'' + 0,047(8,.) · '
onde B. é a densidade de fluxo do material.
a. Usando o MATLAB. faça o gráfico de uma curva de magnetização CC paro esse
malcrial <Bmversus H,.). no intervalo OS B. S 2.2 T.
b. Encontre a correme r1ocessária para se obter uma densidade de fl uxo de 2.2 T no
núcleo.
c. Novamente, usando o MATLAB. faç-a o gráiico do fluxo concatenado da bobina em
função da corrente de OObina. quando essa é variada de Oaté o valor encontrado na
pane ( b).
1.6 O circuito magnético da Fig. 1.25 consiste em um mícleo c um êmbolo mó ..,ct de lar-
gura /<, ambos de permeabilidade J.L. O nócleo tem uma área de seção reta A'" c um
comprimento médio Ir. A áre-a da sobre.posiçào entre os dois cntrcfe.rros é uma funç5o
da posiçãox do êmbolo, e pode-se assumir que varie de acordo com

A,= A, (I- ;.)


Você pode desconsiderar os campos de espraiamento no entre ferro e usar aproxima-
ções consistente.<; com a análise de circuitos magnéticos.

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58 MÃOUINAS Et.àRICAS

Nlkko:
c:uninho rn&lio 1(.
~ tin:aA.:.
g J-1-'--<>

~
..l---1' N espirus

,,
tmbolo '-----'

F1GURA1.25 Circuito magnético do Problema 1.6.

a. Supondo que IJ. ~ oo. deduza uma expressão que forneça u densidade de tluxo mag.
nético B, no emreferro. em função da corren1e de enrolamemo I e da posição variável
do êmbolo (0 :;; x :;; O.SX.J. Qual é a densidade de Ouxo correspondenle no núcleo'?
b. Repim a parte (a) para uma permeabilidade fi nila Jl..
~ 1.7
O circuito •nagné.tico da Fig. 1.25 e do Problema 1.6 tem as seguintes dimensões:

= 8,2 cm2 Ic= 23 em


i\t'
'• = 2.8 em g = O.Smm
Xo = 2.5cm N = 430 espiras
u. Supondo urna pcnncabilidadc constante de IJ. = 2800.uu. calcule a corrente requeri·
da para se obter uma dens idade de nuxo de 1.3 T no cntrcfcrro quando o êmbolo es·
ui completamente retraído (x = 0).
b. Repita os cálculos da parte (a) pam o caso em que o núcleo c o êmbolo são constj·
IUídos de um mmerial não·linearcuja penneabilidade é dadn por

1199 )
/.l =/.lo (
1
+ ,jl + 0.058~
onde B., é a densidade de fluxo do material
c. Paro o malerial não·linear d<t parte (b). use o MATLAB para plotar a densidade de
fluxo do entreferro em função da corrente de enrolamento p:1ra x =O c 0.5X0 .
1.8 Um indolor com a fom1a da Fig. 1.24 tem as dimensões:
Área da seção reta A.:= 3.6 cm 2
Comprimento médio do núcleo'~= 15 em
N = 75 espiras
Supondo uma penncabilidade de núcleo de IJ. = 2100.uo e desprezando os efeitos do
fluxo disperso e dos campos de espraiamento, calcule o comprimemo de entre rerro ne·
cessário para se obter u1na indu1ância de 6,0 mH.
1.9 O circuito magnético da Fig. 1.26 consis1e em anéis de matcri:.d magnético dispostos
em uma pilha de altura h. Os anéis têm raios interno R1 e c;\:lCrno R~. Suponha que o
ferro tenha permeabilidade infinita (JL -+ <X>). e despreze os efeilOS de dispersão e de
espraiamento magnéticos. Para;
R;=3,4cm
R<= 4,0cm
h=2cm
g=0.2cm

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CAPITULO 1 0RCUITOS MAGNÉTlOOS E MATERIAIS MAGNÉTIOOS 59

calcule:
a. o comprimento médio do núcleo l~ e a área da seção reta A<.
b. a relutância do núcleo 'R< e a do entre f em> 'R,.
Para N = 65 espiras. calcule:
c. u indutância L.
d. a corrente i requerida para que se opere com uma densidade de fluxo no entreferro
deB,= 1,35T.
e. o nuxo concatenado correspondente À da bobina.
1.10 Repita o Problema 1.9 para uma permeabilidade de núcleo de p. = 750!',.
1.11 Usando o MATLAB. faça o gráfico da indutância do indutor do Problema I .9 em fun·
ção da pem1eabilidade re l:uiva do núcleo quando essa varia de J.Lr = 100 até p.., =
I0.000. (Sugestão: Plote a indmância vers11s o logaritmo da permeabilidade rch•tiv;1.)
Qual é a permeabilidade relativa mínima do núcleo para assegur.tr que a indutância cs·
tcja a menos de 5 por cento do valor calculudo. supondo que a pcnneabilidade do ntí-
cleo seja infinita?
1.12 O indutor da Fig. 1.27 tem um núcleo de seção reta circ-ular uniforme de área A,.. c.om-
primento médio /~::• permeabilidade relativa P.r• e um enrolamento de N espiras. Escre-
va uma expressão para a indutância L.
1.13 O indu1or da Fig. 1.27 1em ns seguintes dimensões:
t\.= I,Ocm2
1,= 15cm
g = 0.8 mm
N = 480 espiras
Desprc1.ando os campos de espraiamemo e de dispersão e supondo p., = 1.000. calcu-
le a indutância.
1.14 O indutor do Problema I. 13 deve operar com uma fonte de tensão de 60Hz.
(a) Supondo uma resistência de bobina desprezível. calcule a tensão eficaz no indu-
tor que corresponde a uma densidade de fl uxo de pico no núcleo de 1.5 T. (b)
Sob essa condiç:ão de operação. calcule a corrente e ficaz e a e nergia armazena-
da de pico.

FtauAA 1.26 Circuito magnético do Problema 1.9.

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60 MÂQU INAS E LÉTRICAS

~------v' Núdoo:
Uobina de nminho médio 1,..
N c!>piraJt árta Ac-
permcabilid* ttlati\'a ll,

FIGURA 1.27 lndutOl do Problema 1.12.

l.IS Considere o circuito magnético da Fig. 1.28. Essa estruiUrn, conhecida corno pôt-core,
é constiwída tipicumcntc de duas metades cilíndricas. A bobina de N espiras é enrola-
da em um carretel c, <tuando us duas metades são momadas. c-la pode ser facihneme i n-
serido na coluna disposta no eixo central do núcleo. Como o emreferro está no i1uerior
do núcleo e se este não entrar em saturação excessiva. um fl uxo magné1ic.o relativa-
mente baixo se "dispersará" do núcleo. Isso fnz com que essa estnllum tenha uma con-
figuração panicularmentc atrnente para uma ampla variedade de aJ)Iicnçõe.s em indu-
tores. como o dá Fig. 1.27, c também em transfonnadores.
Suponha que a penneabilidade do núcleo seja J.L = 2SOOJ.1.o c que N = 200 espiras. As
seguintes dimensões são especificadas:
R1 = 1.5 em R2 = 4 em I = 2.5 em
h =0,75 em g = 0,5 nun
a. Encontre o valor de RJ para o qual a de.nsidnde de nuxo na parede externa do núcleo
é iguaJ àquela no interior do cilindro CC1Ural.
b. Na realidade, a densidade de nuxo diminui com o mio nas seções radiais do nócleo
(as seções de esf)essura h). Mesmo assim, suponha que essa densidade de fluxo per-
maneça constaJlte. (i) Escreva uma expressão para a indutância da bobina e (it) c,nl-
culc-a para as dimensões dada~.

.,1.-11--1- Elln)l;llntn!O
deNespirns

+ •
FIGURA 1.28 lndulor por-core do Problema 1.15.

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CAPITIJt.O 1 CIRCUITOS MAGNÉTICOS E MATERIAIS M AGNÉTICOS 61

c. O nócleo deve opel'ar com uma densidade de fluxo de pico de 0,8 T, em uma fre-
qüência de 60 Hz. Encontr e (i) o valor eficaz da tensão induzida no enrolamento,
(it) a corrente eficaz na bobina, e (iif) a energia annazenada de pico.
d. Repita a parte (c) par:t uma freqüência de 50 Hz.
1.16 Uma forma de onda quadrada de tensão, com freqUência fundamcmaJ de 60 Hz c se·
miciclos positjvos e negativos iguais de amplitude E, é aplicada a um enrolamento de
I(X)() espiras em um n6cleo fechado de ferro de seção reta igual a 1,25 >< 10-.J m2• Des-
preze a resistência do enrolame-mo e todos os efeitos de fluxo dispe.rs.o.
a. Faça um esboço da tensão. do fluxo concatenado no enrolamento c do fluxo no nú-
cleo. em função do tempo.
b. Encon1re o valor máximo admissí"el para E se a densidade máxima de fl uxo não
puder sei' superior a I, 15 T.
1.17 Um indu10r deve ser proje.tado usando um núcleo magnético com a fonna dada na
1
Fig. I .29. O núcleo tem seção reta uniforme de área A'" = 5.0 cm e comprimento mé-
dio ( = 25 em.
a. Calcule o comprimento do entrefcrro g e o número de espiras N tais que a indutância
seja 1.4 mH c de modo que o iodutor possa operar com correntes de pico de 6 A sem sa-
turaç3o. Suponha que a sa1urnção C)(:()JTa quando a densidade de nuxo de pico do nlícleo
exceda a 1,7 Te que, abaixo da saturação, o núcleo tenl\a permeabilidade p., = 3200~.
b. Para uma corrente de i ndutor de 6 A, use a &Junção 3.21 pam calcular (f) a energia
magnética urmazcnnda no entre ferro c (iÍ) a energia magnética armazenada no nú-
cleo. Mostre que a energia magnética armazenada total é dada pela Equação 1.47.

~ 1.18
Considere o indutor do Problema 1.17. Escreva um programa simples para projeto por
computador. na forma de um scripr de MATLAB, que calcule o número de espir.ts e o
comprimento do emreferro em função da indutância desejada. O scripr deve ser escri-
to de modo que um V'.llor de indutância (em mH) seja solicitado do usuário e que a saí-
da seja o comprimento do cmrcfcrro (em milfmctros) e o mJmcro de espiras.
O indutor de\'e oper.tr com uma corrente senoidal de 60 Hz e deve ser projetado de
modo que a densidade do fluxo de pico do núcleo seja 1,7 r. quando a corrente eficaz
do indutor for igual a 4.5 A. Escreva o seu script de modo que rejeite os projetos nos
quais o comprimento do entreferro esteja fora do intervalo de 0,05 mm a 5.0 mm. ou
para os quaiso número de espiras seja menor do que 5.

r----------,/~~k~
Babina de caminho médio 1<;.
N e.o;piras área A.:.
pcrmeabilidado! Jl

FIGURA 1.29 lnd vtCH' dO Problema 1. 17.

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62 MAou<NAS ELETRICAS

FIGuRA 1.30 Enrolamento (()(Oidal do Problema 1. 19.

Usando o seu programa. obtenha as indmãncias (a) mínima e (b) máxima (com o
\':llor mais próximo em mH) que salisf~tça às especificações dadas. Parn cada um des-
ses valores. de1ennine o comprimen10 de en1referro necessário. o mín\Cro de e,spiras e
a tensão eficaz correspondente ao lluxo de pico do núcleo.
1.19 Um mecanismo PI'OJ)OSIO para anna1.enar energia consiste e.n uma bobina de N espiras.
enrolada em tomo de um grande núcleo mroidal de material não magnético (p.. = JJo). ocr
mo mostrado na Fig. I.30. Como se pode ver na figura. o núcleo tem uma seção reta cir·
cular de raio a e um raio toroidal r. medido até o centro da seção reta. A geometria desse
dispositivo é tnl que o C'.Lmpo magnético pode ser considerado nulo em qualquer jX)IllOfo-
nado toro. Supondo que a« r. cntãopodc-seconsider.srqueocampoH no interior do to-
ro esteja orientado acompanhando o toro e que tenha magnitude unifonne dada por
Ni
H= -
2:rr
Para um bobina com N = 1000 espiras, r= I O m. e''= 0,45 m:
a. Calcule a indutância L da bobina,
b. A bobina deve ser carregada com uma densidade de n uxo magnético de 1.75 T. Pa·
ra essa densidade de fluxo. c-alcule a energia magné-tic-a total armazenada no toro.
c. Se a bobina tiver de ser carregada a uma taxa constante (isto é, (Ji/dt =constante).
calcule a tensão necessária nos terminais para que a dellsidade de fluxo requerida
seja atingida em 30 s. Suponha que a resistência da bobina seja desprezíveL
1.20 A Fig. 1.3 I mosrra um indutor enrolado em um núcleo de seção reta retangular feito
de chapas de ferro. Suponha que a pemleabilidade do ferro seja infinita. Dcspre:t.e o es·
pr.tiamento c a dispersão magnética dos dois emreferros (comprimento lOtai de emre.
ferro= g). O enrolamento de N espiras é de r.o de cobre isolado cuj a rcsistividadc é p
!l·m. Suponha que uma frnção f- do espaço de enrolamento esteja disponível para o
cobre e,: que o reslantc do espaço seja usado na isolação.

r---.,.----,NUdco:
"' <:$pcs.~ura /1 p:ara
dentro da pQgina

FtGURA 1.31 lndutor com núcleo de ferro do Problema 1.20.

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CAPITULO 1 CIRCUITOS MAGN~TICOS E MATERIAIS MAGN~ICOS 63

a. Calcule a área da seção reta e o volume do cobre no espaço de entolamento.


b. E.çcreva uma expressão para a dCilSidade de nuxo 8 no indutor, em termos da den-
sidade de correme J ~ no enrolame.JHOde cobre.
c. Escreva uma expressão para a densidade de corrente JM>tt no cobre, em temtos da
corrente I do enrolamento, do número de espiras N c da geometria da bobina.
d. Deduza uma expressão para a potência elétrica da dissipação na bobina, em termos
da densidade de corrente J~.
c. Dcduzn uma expressão para a energia magnética annazcnada no indutor, em tcnnos
da densidade de corrente aplicada J~·
f. A parti r das partes (d) e (e), deduza uma expressão para a cons.ame de tempo L I R
do i ndmor. Observe que essa expressão é i1tdependen1e do número de espiras da b<r
bina c não se altera quando a indutância e a resistência da bobina são aherndas ao
se variar o número de espiras.
1.21 O indutorda Fig. 1.3 1 te-m as seguirue.s dimenS<.'\es:
u = h = w = I ,5 em h = 2 em g = 0,2 em
O fa10r de enrolamento (isto é, a fração do espaço de enrolamento ocupado pelo
condutor) éJ;,. = 0,55. A resistividade do cobl'e é 1,73 x lO~ íl·m. QuaJldo a bobina
opera com uma tensão aplicada CC constante de 35 V. a densidade de fluxo no entre·
ferro é medjda como sendo I ,4 T. Encontre a potência dissipada na bobina. a corrente
da bobina, o número de espirao;, a resistência da bobina. a indutfillcia, a cons1arue de
tempo c o diâmetro do fio. expres.c;o pela bitola de fio mais próxima. (Sugestão: A bi·
tola do fio pode ser obtida com a expressão

AIVG = 36 - 4,312 In ( / '"' O . )


1,27x J -

onde AWG é o diâmetro do fio, expresso em temms da nonna Arnerican Wire Gauge.
e Ar~~"~ é a área da seção reta do condutor em m2.)
1.22 O circuito magnético da Fig. I J2 tem dois enrolamentos e dois entrcferros. Pode-se su-
por que o núcleo tenha pemteabilidade inlinita. As dimensões do rlúcleo são indicadas
na figura.
a. Supondo que a bobina I esteja conduzindo uma coJTente / 1 e a corrente na bobina 2
seja 7..cro, c.alculc (;) :1densidade de fluxo magnético em cada um dos emrefe1ros. (ii)
o nuxo concalcnado do enrolamento I e (iii) o flu xo conc-atenado do enrolamento 2.

NlldeQ,JJ ~ oo Ár~..t 2

-I,

N 1 espir~s
ÁrtaA 1
~
....._

o- I
g, N!~m
I

,,I !
FtGuRA 1.32 Circuito magnético do Problema 1.22.

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64 M ÁQUINAS E LÉWCAS

Ntk:ko:
ÁtcaAç

,/
/ Pcn"l!:lbUid:wle
· Jl

I
"',. .- ---------- -~; I
-;, 'I
I

N1 espi ro~s
o- ~ .l
T•
N espiras ~I N~ra:s

... ___
+ - ----1
''

'·t ! ··f !
fiGURA 1.33 Circuito magnélico simétrico do Problema 1.23.

b. Repita a parte (a), supondo urna çorrcntc zero no enrolamento l e uma corrente /"!
no enrolamento 2.
c. Repita a purtc (a), supondo que a corrente do enrolamento I seja / 1 e a türre.nte do
enrolamento 2 seja ll.
d. Encontre as indutânc.ias próprias dos enrotamemos I e 2. e a indutância múwa en-
tre os enrolamentos.
1.2.'\ O circuito mag.néúco siméttico da Fig. 1.33 tem três cnrol~mcntos. Os enrolamentos
A e B têm N espiras cadn um e são enrolados nas dua.~ pema~ inferiores do núcleo.
As dimensõe-s do núcleo esttio indicud;.ls na figura.
a. Encontre a indutância própria de cada um dos ellrolamentos.
b. Encontre ns indutãncias mútuas entre os três pares de enrolamentos.
c. Enco1Hte a tensão induzida no enrolamento I quando as correntes iA(/) e i 8 (r) dos
enrolamentos A c 8 estão variando no tempo. Mostre que essêl tensão pode ser usa·
da para medir o desequilíbrio (diferença) entre duaç correntes SCilOidais de mesma
(rcqüência.
1.24 O gerador altemadot da Fig. I.34 tem um êmbolo móvel (de posiçãox) montado de tal
modo que desliza para dentro c para fora de uma esltutura magnética. conhecida como

y....
i:./'~L_.[-''-~__l
00
; Profundidade D

.((1) = "'2' (I + <sen 411)


+ ~ -
FtauAA 1.34 Geradoc allornador do Problema 1.24.

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CAPiTULO 1 CIRCUITOS M AGNÉTICOS E MATERIAIS M AGNÉTICOS 65

yoke•. mantendo o espaç.anlento g constante nos dois lados entre o êmbolo c o .voke.
Esses dois podem ser considerados como tendo penneabilidade infinita. O movimen-
to do êmbolo está restringido de tal modo que sua posição limita-se a OS .t S '"·
Há dois enrolamentos nesse circuito magnético. O primeiro enrolame mo tem N1 es-
piras e conduz uma (."Orrcnte CC constante /IT O segundo de N: espiras está em circui-
to abe.rto c pode ser conectado a uma carga.
a. Desprezando os efeiws de espraiamemo, encontre a indutância mútua entre os cn~
rolamentos I e 2 e1n funç.r.to da pOsição x do êmbolo.
b. O êmbolo é acionado por urna fome externa de tal modo que o seu movimeruo é
descrito por

w_: <.:._l_:+...:•...:•.:.•n::.WI=)
x(l) = .::
2
onde ( ~ I. Encontre uma expressão para a teJlSão senoidal gerada como resultado
desse movimento.
1.25 A Fig. 1.35 mostr.t uma configuração que pode ser usada para medir as caroctetísticas
magnétjcas do aço elétrico. O material a ser testado é cortado ou perfurado. produzin-
do chapas em rormato de anéis circulares que então são empilhadas (imercalando ca-
madas isohuncs pam evitar a fonnação de correntes parasitas). Dois enrolamentos en-
voh,cm essa pilha de chapo.ts: o primeiro. com N1 espiras. é usado para produ?.ir um
campo m:&gnético nu pilha de chapas: o segundo, com N 2 espiras. é usado para captar
o nuxo magné.tico resultante.
A exatidão dos resuhados rcc.wcr que a densidade de nuxo magnético seja unifonnc
dentro das chapas. Isso é conseguido se a largura dos anéis t = Rc - R; for muito menor
que o raio das chapas e se o enrolamento de excitação envolver unifonncmente a pilha
de chapas. Para os propósitos desta análise. suponha que haja n chapas. cada uma de
espessura L\. Suponha também que o cnrohunento I sc.:ju excitado com uma corrente i 1
= /0 scn wt.

I << R;

-r,

G:nrol<1men1o I .
N1 cspir:u

FIGuRA 1.35 Conliguraçao para medição das proptieda<les do aço elélrico.

• N. de T.: Alustlll ae:mg:l, OU j(•go. devido à sua (onna.

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66 M AOUlNAS ELETFISCAS

a. Encontre a relação entre a intensidade de campo magnético H nas chapas e a cor-


rente i 1 no enrolamento I.
b. Encontre a relação entre n tensão v1 e a mz5o. no tempo. da vari:.çiio de Ouxo mtag-
nétito I) nas chr•pas.
c. Encontre a rclaç?to entre a tensão""= C i vz d1 e a densidade de nuxo.
Nesse problema. rnostrnmos que a intensidade do campo magnético fi e a de.nsida-
de do nuxo magnético 8 nas chup:tS são proporcionais à corrente i 1 e à tens5o v 1• por
meio de constantes conhecidas. Assim, no aço clétric..'O. 8 c H podem ser rn(.-didas dire-
tamente c as curvas características B·H. como discutidas nas Seções 1.3 e 1.4. podem
ser detem1i11adas.
l .26 Da curva de rnagnc.tização CC da f'ig. 1.10. é possível calcular a pennc-abilidadc re-
lativa ~L,= 8/(P..Jir) do aço elétrico M -5 em função do valor de nuxo 8,.. Supondo
que o núcleo da Fig. 1.2 seja feito de uço elétrico M-5 com as dimensões dadas no
Exemplo 1. 1. calcule a dcnsid;tdc m~íxi m.a de fl uxo tnl que a relutância do núcleo
nunca exceda em 5 pOr cento a relutc1ncia do circuiiO magnéüco total.
L27 Para testar ns propriedades de uma amostnt de aço elétrico. chapas com a forma dada
na Fig. I .35 foram esttunp:Jdas a partir de urna c:ha1)i) de oço elétdco de espe--ssura
igual a 3.0 mm. Os raios das chapas são R;= 75 mm e R.,= 82mm. Elas fornm monta-
d<L~ em uma pilha de lO chap:ts (separadas por isolamento aproprhtdo para evitar tiS
correntes parasitas) co1n o propósi to de testar as propriedades magnéticas. na frc·
qüência de 100 Hz.
a. O nuxo na pilha de chapas será gerado com uma fonte de tensão de I 00 Hz de am·
plimde variável e 30 V de "ator de pico (pico-a-pico). Calcule o número necessário
de espiras N 1 do enrolamento de excitaç-ão para assegurar que se possa excitar a pi·
lha de chapas até atingir uma densidade de nuxo de pico de 2.0 T.
b. Com um enrolamento s(.-cundário de N1 = 20 espiras c um ganho de integração G =
1000, observa-se que a saída do integrador é de 7.0 V pko-a-pico. Calcule (i) o tlu-
xo de pico correspondente da pilha de chapas e (b) 9 amplitude correspondente da
temião aplicada ao e11rolamemo de excitação.
1.28 As bobin:LS do c ircuito magnético mostrado na Fig. 1.36 são concctad:Ls em série de
rnodt.) c'IUCos valores de FMM dos caminhos A c B tendam umbos a estabelecer nu_xos
na pe-rna cemtal C com o mesmo selltido. As bobi•las são enrolad::.s com o me-smo nú-
mero de espiras, N1=N~ = 100.
A s dimensões sUo:
.
Arca das seções retas das pernas A e B = 7 em '
Área da seç.ão reta da pema C=- 14 em1
Compritnento do caminho A = 17 em
Comprimento do caminho B = 17 em

-
A
I,
I• I! --'-'·
,_
N,
J ~
f""]
Nl

FtaUAA 1.36 Circuito magnético do Problema 1.28.

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CAPITULO 1 CIRCUITOS MAGN~TICOS E MATERIAIS M AGNÉTICOS 67

Comprime-lHOdo caminho C= 5.5 em


Entrcfcrro = 0,4 em
O mrucri•d é do tipo ;aço elétrico M·5 de 0.0 12 polegadas, com um fator de e mpilhn·
mento de 0.94. Desconsidere o espr:ti<Mento e a dispersão.
a. Quantos ::un,rer'es são necessários p:1ra produzir uma densidade de fl uxo de 1.2 T 1lO
entrefcrro?
b. Dada a condição da parte (a). quantos joulcs de energia são annazcnados no <.~ampo
magnético do entreferro?
c. Calcule a inchuâncin.
~ 1.29 A seguinte tabela mostra dados da metade superior de um laço de histercse simétrico
de 60 Hz pan• uma amos1ra de aço magnético:
11, T 0 0.2 0.4 0.6 0.7 0.8 0.9 t,O 0.95 0.9 0.8 0.7 0.6 0.4 0.2 O
H,.4 ..,põr.JSim 4852 58 73 85 t03 t35 t93 80 42 2 - 18 -29 -40 -45 -48

Usando o MATI..AB. (a) plote esses dados. (b) calcule a árcudo laço de histerese em
joules c (c) c:tlcule as perdas no mícleo a 60 Hz em wattslkg. A densidade do aço M·5
é 7 .6 5 g/cm'.
1.30 Suponha que o circuito m(tgnético do Problc.: ma 1.1 c da Fig. 1.24 seja construído de
aço elélrico M-5 com as propriedades descri las nas Figs. 1.10. 1. 12 e 1. 14. Suponha
que o núcleo esteja operando com uma densidade de fluxo senoidal de 60 H1. e valor
eficaz de 1,1 T. Desconsidere a resistência do enrolamento e a indutância de dispe-rsão.
Obtenha a tensão do enrolamento, a sua corrente efkaz e as perdas no núcleo. oe..c;sas
condições de operação. A densidade do aço M-5 é 7,65 glcm .
1.31 Repito o Exemplo 1.8 supondo que todas as dimensões do núcleo sejam duplic-adas.
1.32 Usando as curvas de magneti:tação do samário-cobal to dadas na Fig. 1. 19. encomre
o pomo de produto energé-tico máximo c os valores corrc..c;pondcntcs de densidade
de n uxo c intensidade de cumpo magnCtíco. Usando esses valores. r'epita o Excm·
pio 1. 10 substituindo o ímã de Alnico 5 po1· um de samár'io-cobnllo. De quamo isso
reduz o volume de imã necessário p:tr~t se obter :t densidade de n uxo descjad;a no
cntreferro'l
1.33 Usando as cawcterístk as de magnetiznç.ão do neodfmio.furo-bo ro dadas na Fig. 1. 19.
encomrc o ponto de produto energético máximo e os valores correspondentes de den.
sidade de fl uxo e illlcnsidadc de campo magnético. Usando esses valores. repita o

FIGURA 1.37 Circuito magnético ào alto-falante do Problema 1.34 {bobina mOvei não
mostrada).

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68 MÃOUINAS ELÉTRICAS

Exemplo 1.10 substituindo o imã de Alnic.o 5 por urn de neodírnio.fe-rro-boro. De


quamo isso reduz o volume de irnã necessário para se obter a de nsidade de Ouxo dese·
jada no entrefcrro?
1.34 A Fig. 1.37 mostro o circuito magnético de um alto--falante de ima permanente. A 00·
bina móvel (não mostmda). produtom de som. tem a formu cilíndricn e se ajusta ao cn·
trcfcrro. Um imà de samário-cobáho é usado para criar um campo magnético CC no
entre ferro. Esse campo interage com as correntes da bobina móvel produzindo o m~
vime mo. O projetista determinou que o entre ferro deve ter raio R = 1.8 em. compri·
mcnto g = 0, 1 em e nhura h= 0.9 em.
Supondo que u estrutura em yoke c a peça polar tenham permeabilidade m:tgnética
inlinita (p.. _. oo). encontre a ahun·a hm c o mio Rmdo imã de modo que seja fometida
uma deJlSidade de tluxo magnético de 1.2 T no cntrefcrro, e seja requerido um volun'le
mfnimo de imã.
(Sugestão: Re li ra-se ao Exemplo 1.1 {)e à Fig. I. I9 para de.te•·•ninar o pomo de pro-
duto energético máximo para o samário-cobalto.)
1.35 No cntrcfcrro do circuilo magnético da Fig. 1.38. deseja-se obter uma densidade de
fluxo magnético variável no tempo de acordo com
B, = 80 + 81 sen w1
onde 8 1 = 0.5 T c 8 1 = 0.25 T. O campo CC 8., deve ser criado por um imã de ncodí·
mio.ferro-horo, ao passo que o campo variável no tempo deve ser criado por um cor·
rente variável no tempo.
Para A, = 6 cm1.g = 0.4 em c N = 200 cspims. encontre:
a. O comprimento de imã d c a área A,n que pennitirão obter a densidade de fluxo de·
scjada no entre ferro c minimizar o volume de imã.
b. Os valores mínimo e máximo da corrente variável nt.-ccssários paro se obter a den·
sidade de Ou:<o variável no cnu-eferro. Essa corrente irá variar de form:1senoidal no
tempo?

l-1-l
' /
.. ~ 00 ~~00

Alc1i:O 5 Enlxc:f(:rrO:
l. área '\~
" T r-
Nespins

}(t) t !
FIGURA 1.38 Circuito magnético dO Problema 1.35.

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CAPÍTULO

Transformadores
ntes de prosseguir com este estudo de máquinas elétricas, é desejável discutir certos n.s·
A pectos dn teoria dos circuitos acoplados magne.tic.amente. com ênfase no funcionamento
do lransfonnador. Embora o transfonnador estático não seja um dispositivo de conversão de
energia, é um compone nte indispensá\•el de muitos sistemas de convcrstlo de energia. Como
componente .significativo de um sistema CA de potência. possibilita a geração eléLrica e a
transferência da energia nas tensões mais econômicas. além de permilir a utilizaç.ão da ener-
gia na tensão mais adequada para um dado dispositivo em particular. O 1ransformador tam-
bém é largamente utilizado em circuitos de baixa pOtência, em circuitos eletrônicos de baixas
correntes e nos de controle. Executam funções como para c.as:.r as impedâncias entre uma
fonte c sua carga. obter a máxima transferência de potênci:t, isolar UEn circuito de outro. ou
isolar a corrente contínuo mantendo a continuidade CA entte dois circuitos.
Um transfonnador é um dos dispositivos mais simples e é constitu.fdo por dois ou mais
circuitos elétricos acoplados por um circuito magnético comum. Sua análise cm·olve muilos
dos princípios essenciais ao estudo de máquinas elétricas. Assim, o nosso esa·udo do transfor-
mador servirá como ponte emre a introdução à análise de circuitos magnéticos do Capítulo I
e o estudo mais detalhado de máquinas e létricas que se seguirá mais adiante.

2.1 INTRODUÇÃO AOS TRANSFORMADORES


Essencialmente. um tta.nsfonnadorconsisle em dois ou mais enrolamentos acoplados por meio
de um fluxo ma..g:nético comum. Se um desse$ enrolamentos. o primdrio. for conectado a uma
fonte de tensão alternada. então será produzido um fluxo ahemado cuja amplitude dependerá
da tensão do primário. da freqüência da tensão aplicada e do número de espiras. O nu.xo comum
estabelece um enlace com o outro enrolamento. o secunddrio,' induzindo neste uma 1ensno cu-
jo valor depende do número de cspirns do secundário, assim como da m:~.gnitu de do nuxo co-
mum e da freq üência. Ao se es1abelecer uma proporção adequada entre os números de espiras
do primário e do secu11dário, praticamente qualquer rflaÇ(iO de umsões. oo relação de tranifor-
maÇtio, pode ser oblida.
A essência do funcionamento de um transformador requer apenas que h-aja um fluxo co-
mum, variável no tempo. e nlaçando dois enrolamentos. Ta.l aç.ão pOde ocorrer entre
enrolamentos acoplados pelo ar, no entanto, o acoplamento entre enrolamentos pOde ser tor-

1PQr CQII\'e3'tÇài), o J)l'imáno é vis1o C'OfllO sendo a ~entrada" do transiQrmndor e o $CCUndário. oomo a ''soúd;a'', Enlrc,ruuo, enl
n.ui1a.s :~plicaÇôes. a e:nergi:. pode Ruir em ambos os sentidos e 04'oncc:ito de enrol:~.meniQS primário e sccundáno (ll'lde ~ tol'-
nat confu$tl. Uma terminologia altemali\'U. que se rere~ ILOS enrol;amc:nlos oomo SttldO doe "alta tcnsno"' e "'bai~a tensão". é
usada cotnumc:nte eliminando essa confusão.

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70 M AOUINAS EL~T>OCAS

nado muito mais eficieme usando·se um mícleo de ferro ou de algum OUII'O material ferromag·
nético. Nesse caso. o lluxo em sua maio r pan e fi cn conli nado à um camin ho delimitado. de
alia permeabilidade. enlaçando os enrolamemos. Tal transformador é comumeme chamado
tramformndor de núcleo de ferro. A maioria dos transfonnadores é desse tipo. A di.!lcus~ão
seguinte ocupa-se quase que totalmente com transfomladores de núcleo de fe rro.
Como discutido na Seção 1.4, para se reduzir as perda..; causadas por corrente.'> parasitas
no núcleo, o circui to magnético consiste geralmeme em uma pilha de c.hapas delgadas. Dois
tipos comuns de construção estão mostrados esquematicamente na fig. 2.1. No tipo de mídeo
envolvido (Fig. 2.1a). os enrolamentos cm•olvcm d uns pernas de um núcleo mugnétice,') rei:Jn·
guiar c.. no tipo de mícleo em·olveme (Fig. 2.1 b). os cnrolamemos envoJvem a pema cc-mral de
um núcleo de três pernas. Chapas de nço·silício de 0,014 pOI (pOiegodas) são usadas geral·
mente em 1ransformadores que operam com freqüências infe riores a algumas poucas centc·
nas de hcnz.. O aço·silício tem as propriedades desejáveis de baixo cus1o e baixas perdas no
núcleo. apresentando alia permeabilidade em densid[tdes de tlux.o elevadas ( 1.0 a 1.5 TJ. Os
núcleos de pequenos tronsfonnadores, usados em circuitos de comunicaç-ão em ahas freqüên·
cias e ba.ixos níveis de energia, são con:stilUidos. algumas vezes. de ligas fcrromagné1icas pol·
verizadac; e comprimidas conhecidas comoferrites.
Em cada uma dessas configurnções, a maioria do fl uxo está confinada ao núcleo e. por·
tanto, enlaça ambos os enrolamemos. Os enrolame ntos também produzem fl uxo adiciona).
conhecido comoj1,1Xo disperso, enlaçando um dos enrolamentos sem cnlaçur o outro. Emtxr
ra o Ouxo disperso represente uma fração pequena do Ouxo toml, descmpcnh;,l um papel im-
portante na detenninação do comportamento do tr:msfonnndor. Nn prática. a disl)Crs.ào dos
transformadores é reduzida subdividindo-se os enrolamentos em seções coloco11JUS o mais pró-
ximo possível entre si. Nos lransfonnadorcs de nlíclco envolvido. cadu cnrol:tmenlt'l consis1e
em duas seç-ões, uma em tadn pema do núcleo, e os enrolamentos do primário e do ~cu n dâ ·
rio s5o bobi nrL~ concênl rka ~ . Nos transfonnadores de •Hícleo envolveme. v~u·i~ ç<"\cs ela confi ~
guração de enrolamentos ct,ncê"ltricos podem ser usadas ou, então, os enrolament>l'i podem
consistir em divers:tS bobinas Cclgadas em forma de '"panquecas" que são mcnt:I(Ja::-. em umrt
pilha, inlercalando-se as bobinas do prim;írio e do secundário.
A Fig. 2.2 ilus1ra a construção intema de um traiiJjomwdor de distribuiç1io wl como é
usado em sistemas de utilidade pública pam fo n1ecer tensões adequadas de uso por cons-umi·
dores reside11ciais. Um ttan.sformador de potência de grande pone está mostrado na Fig. 2.3.

,----··----... .. ------ ...' ,.. -------,


'' ' '
'' ''' ''
''
''
'' .,''' .,'•
'
''
2. 2
'
'''.. __________, ''' '''
_, '
' '
'' ' '' ' ''
( b)

FtGu AA 2.1 Vislas esquemátiCas de ttansformadores de {a) núcleo envolvido e (b) núcleo
envolvente.

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CAPITlJI.O 2 TRANSFORIMOORES 71

2.2 CONDIÇÕES SEM CARGA


A Fig. 2.4 m~tr.t csqu~matic.:uncntc umtr.ms fonn:tdor com o seu circuit.o ~cund:írio Mx:rto. c
uma tensão alternada v, aplicada aos temlinajs do primário. Para simplificar os desenhos. é pro.
tica comum, emdia.gr:nn:ts CS'J uem~ti cos de tmnsformadores. mosuw os enrolamentos do primá-
ri<.l ç do secundário t(lnt() se estivessem em penJ:t.s scp:·•rad:tS do núcleo. corno na Fig. 2.4. embo-
r:) prmicamente, na te"\)i(lluJe. csrej::un intercalados. Como dhcutido na Seção 1.4, uma pequena
corrente:, em regime estacionário i~. chamad::. correlllf' de e:rr;iwçrio. Hui no primário e e&~~tbele­
ce um fluxo ahenládc) no circuito n\agnélico.1 E~~c nuxo induz uma FEM no primário igunl à

t't dÃ,
=--=Nt ""'
-
(/t dt (2.1)

FtouAA 2..2 Vista em corte de um transfo1mador tipico de dislnbuição autoproteg1do d imen·


sionado para 2 a 25kVA. 7.200:240/120 V. Apenas um íso!aoor de alta tensao e um para-raios
são necessários porque um dos lados da linha de 7.200 V e um lado do primário estão ater·
rados. (General Etectric Company)

! Em geral. acoJTenk' de cx~:iwçàocorrcspondc: oo \'al<lf liquido de ampêrcs.elôpirus (FM.M) que atua oocirt:uJto 1n.1gnécKo do
;.c:ndu p(I$SÍ\'d di.\111'1guh :>'-' Rui 1m '-'llfOI.amtnlc) prin\Gtio. 00 s..x:ulldátló o u pattiulmenl.t \'nt ead.l um ddd.

M<ttenill chromony prawem autorsk1m


72 MAOuiNAS El.tTRICAS

FIGURA 2.3 Um transformadO< trifásico <!e 600 MVA e 50Hz usaoo para elevar a tensao de
geração de 20 kV para 405 kV de transmissão. ( CIEM Le Havre. Associado !'rances da Brown
Boverl Corp()(<l!IOr>)

onde

À1 = Jluxo Ct'>ntatenado do enrolamento primário


f(J = lluxo no núcleo enlaç-ando ambos os enrolamentos
N1 ;::; nUmero de espiras do enrolamento primário
A h'! 11s.ào e 1 ê em vohs quando (/' é em webers. Essa FEM,juntn.mente com a queda de
tensão nn resistênci<l de primáâo R,, deve iguuJar-se à tensão ~~pli ti1d:1 v,. Assim,

(2.2)
Obser...c que. püra os propósitos desl::t discussão. e~tamos desprez.ando os efeitos do llu-
xo disperso do primário, o que corresponde a acrescentar um termo de FEM i nduzida à Equa-
ção 2.2. Em transformadore.s típicos. esse Ouxo é uma porcentagem pequena do nuxo do nó ~
clco. c justifica-se desprezá ~ lo aqui para os presentes propósitos. Entretanto, representa um
papel bern imponanre no compotlame.uo dos ttansronnadotes, sendo disculido corn algum
detalhe 1l.:l Seção 2.4.

Mdt .nat chromony prawem autorsk1m


CAPiTULO 2 TAANS~MAOOAES 73

Enro!amcruo primário.
N~spirns
I
;.
---+ I
"
' ~ ---~ ----' I

~
I I
+ +
v, ,, : I I

:
- _j_
I
__:_
I
I
I ..________ ,.,' I

f iGURA 2.4 TransfOtmador com secunctário abeno.

Na maioria dos transformadores de gratlde p<)l1e, a queda de tensão em abeno na resis.~


tência de primário é de fato bem pequena. e a FEM induzida e, igua la·se bem de peno à ten·
s.llo aplicada ''•· Além disso. as formas de onda de te.n.s.lio e nuxo são senoidais muito aproxi·
madamente. A anáJise pode então ser bastame simplificada, como já vimos na Seção 1.4. As"'
sim, se o Ouxo instantâneo for
(2.3)

a tensão induzida será

(2.4)

onde <P~" é o valor máximo do fluxo e w= 2rrf. em que a freqüência éf Hz. Em relação aos
sentidos de referência da corrente e da tensão mostrados na Fig. 2.4, a FEM induzida está
adiantada 9<f em relação ao fluxo. O \•alor eficaz da FEM induzida e, é
2rr r.:
EI = ../2/ Ntc/Jnu.• = V 2rr f Ntt/>mu.
12.5)
Se a queda de tensão na resistência for desprezrvel, a força comra-eletromotriz (FCEM)
será igual à tensão aplicada.. Sob essas condições. quando urna tensão senoidal é aplicada a
um enrolamento, um fl uxo senoidal deve se estabelecer no nócleo com um valor máximo de
if>m,....• satisfazendo a condição de que E, na Equação 2.5 seja igual ao valor eficaz V1 da tensão
aplicada. Assim.
v,
~.... = -../2"2-rr-'::/-:-N:-,
(2.6)
Nessas condições. o fluxo do núcleo é determinado unicameme pela tensão ap l ic~da. a
sua freqliência c o número de espiras do enrolamento. Essa importante relação aplica-se nüo
somente aos transformadores, rn~ts também a qualquer dispositivo que opere com uma tensão
aplicada senoidal, desde que as quedas de tensão devidas à resistência c à indutância do nuxo
disperso sejam desprezíveis. O nuxo do núcleo é estabelecido pela tensão aplicada c a corren-
te de excitação ncccss:í.ria é dctcnninada pelas propriedades magnéticas do núcleo. A corrcn~
1e de cxci1açiio ajus1a-se de tal fonna que a FMM ncc.""Cssária é produzida de modo que o flu-
xo definido pela Equação 2.6 seja criado.
Devido às propriedades magnéticas não-lineares do ferro, a fonna de onda da corrente
de excitação difere da forma de onda do Ouxo. A curva da con-ente de excitação. em função

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74 MAQUINAS (;L.ETRICAS

do tempo. pode ser obtida graficamente a partir do laço de his-tcrcsc CA. como foi discutido
na Seção 1.4 c mostr.tdo na Fig. 1. 11 .
Se ~1 corrente de excitação for anaJisadu por métodos baseados em série de Fourier.
cons tata~se que ela consiste e m uma componente fundamental e uma série de hannônic.as
ímpares. A componente fundamental pode. por sua vez.. ser decomposta em duas componen~
tes. uma em fa..;;e tom u FCEM e a outra mmsada 90'' em relaç-ão à FCEM. A c.omponeme e1n
fase forneee a JX.tência absorvida 110 núcleo pelas perdas por histere~e e con-entes parasitas.
É referida como sendo a eompou~mc de perdas 110 míclco da corrente de excitação. Quando
a componente de perdas no núcleo é subtrajda da corrente de excitação. o resultado é acha·
mada corrente de magueti:..açfio. Cornprec-nde urna componente fu nd:.:unental atrasada 90"
em relação à FCEM.junw com todas as harmônicas. A harmônic:t principal é a terceira. No
caso de transformadores de potência típicos. a terceira harmônica é cerca de 40% da corren ~
h: de cxciwção.
Exceto em problemas que uatam dire1amente dos efeitos da,(i correntes ham\Õnica.s, se~
ralmente as peculiaridades da fom1a de onda da corrente de excitação não precisam ser leva·
das em consideração. porque a corrente de excitação em si é Pl->((ucna. especialmente em
transfonnndorcs de grande pone. Por e"emplo, no caso de um trnnsfonnador de pOtência tí~
pico. a com:n1e de excitação tonstitui cerca de 1 a 2% da corrente a plen:t carga. Consec1üen~
temente, os efeitos da.(i hann6nic-as são geralmente encobenos pelas corTemes senoidais for~
necidas aos outros e lementos lineares do circ-uito. A corTCnte de excitação pode então ser re·
presentada por uma co•Tente senoidal equi"alcnte. de mesmo valor elic.az e freq üência. capaz
de produzir a mesma potência média que a corrente de excit:1ção real. Tal representação é es·
sendal à construção de um dit,gmma fasoria/, que representa em fonna vetorial as relações
de fnsc entre as v~irins tensões e correntes de um sistema. Cnda sinal é reprcscnlado por um fa~
sor cujo módulo é proporc ional à amplitude do sinal . e cuj o Ungulo é igual ao ângulo de ftLS.C
do sinal. medido em relaç-ão a um sinal de referência escolhido.
Na Fig. 2.5. os fasores Ê1 e <b. respectivamente, representam os valores efi<;azes da FEM
induzida e do nuxo. O fasor i, represe-ma o valor eficaz da corrente de excitação senoidal
equivalente. Ela está atrasada de um ângulo Occm relação a Ê 1•
O valor das perdas no núcleo P<. igual ao produto das componenles em fase de t, e i•. é
dado por

(2.7)
A componente fc• em fase com t 1• é a corrente das perdas no núcleo. A componente fm. em fa-
se com o nuxo. re-presenta uma corrente senoidal equivaJe.nte que tem o mesmo valor e licaz

I,
Ê,

i, -------------

FtaUAA 2.5 Diagrama lasorial sem carga.

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CAPITVlO 2 TRANSFORMADORES 75

que a corrente de magnetizaç.ão. As F'igs. 1.12 e 1.14 moslram, em volts-ampêrcs. algumas


curvas características da exc.iração c das perdas no núcleo para o aço-silício de alta qualidade.
usudo em transformadores de po[ência c diSll'ibuição.

No Exemplo 1.8. as perdas no núcleo c os vohs-ampCres de excitação do núcleo da Fig. 1. 15.


para Bmu = 1,5 Te 60 H1., roram calculados obtendo-se
P< =I6W (V/ )« =20VA

e a tensão induzida foi de 2741../2 = 194 V eficazes. quando o enrolamento tinha 200 espiras.
Encontre o fator de potência. a corre me /t das perdas; no ndcleo e a corre me de magnc ti·
z.aç-.ão /m.
• Solução

Fator de potência cosO" = i; = 0,80 (atrasado) assim O" =- 36.9"


Observe que. como sabemos. o fator de potê.ncia es1á atrasado porque o sistema é indutivo.
Corrente.deexcitaç.ão l.., = ~ =O. IOAefic.a?..es
Componente de perdas no núcleo/<= /:. = 0.082 A eficazes
Componcnce de magncciz.aç.ão /m = 1,, I scn O<I = 0.060 A eficazes

2.3 EFEITO DA CORRENTE DO SECUNDÁRIO;


TRANSFORMADOR IDEAL
Como uma primeira aproximação para uma teoria quantitaliva. considere um tran.sfonnador
com um enrolamento primário de N1 espiras e um secundário de N: e~piras. como mostrado
esquematicamente na Fig. 2.6. Observe que a corrente do secundário é definida como J>OSiti-
va quando sai do enrolamento. Assim, uma con-eme positiva no secundário produz. uma FM "-•1
de sentido oposto ao criado por uma corrente positiva no primário. Vamos ideali7.ar as proprie-
dades desse transformador supondo que as resistências dos enrolamentos são desprezíveis.
que lodO o nuxo esrá confinado ao núcleo enlaçando ambos os enrolamentos (isto é. o fl uxo
disperso é considerado desJ' reZÍ\'el), que não há perdns no mícleo, c que a permeabilidade do
núcleo é tão aJta que apena.~ uma FMM de excitação insignificante é requerida p..irn criar o nu-
xo. Na prátic.a c.om transformadores reais, aproximações muito boas dessas propriedades são
conseguidas. mas nunca inteiramente. Um transformador hipOtético que nprcscnce essas pro-
priedades é freqüencemcntc chamado de transformador id~al.
Dadas essas suposições, quando umu tensão v1 variável no tempo for aplicada aos tenni·
nais do primário, emão um nuxoqJdevc ser estabelecido no núcleo de modo que a FCEM e1
seja igual à tensão aplicada. Assim,

(2.8)
O fl uxo do núcleo também concatenao secundário produz,indo uma FEM induzid a~: e uma
outra tensão igual v!nos lenninais do sccund~í.rio, dadas por
d'/>
Vz :: t>2 :: N2-
dr (2.9)

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76 Mi.OuiNAS EL~'illiCAS

.. ---- ---,
~

- .,
;I

+
'
I

'
I
I

I

+ -
;,

$ I

'
N,
Nl

'.. __ .,. _____


I
'
'
I
I
"' IOoog• l
I

' '
FIGURA 2.6 TransfOf'mador ideal com carga.

l)a razão entre as Equações 2.8 e 2.9, vem

-1'2 =-NNz
t11 1

(2.10)
Assim. um transformador ideal tr.msforma tensões na raz.ão direla das espiras de seus enro-
lamentos.
Agora. vamos conectar uma curga ao scc:undário e, conS(..'<(ÜCnlcmcnte, uma corrente i2 e
urna FMM N 21; esmnio presemes no secundário. Como supõe-se que a permeabilid ade do nú-
cleo seja muiw elevada e-que o fluxo do núcleo seja estabelecido pela tensão aplicada ao pri-
mário. como especificado pela Equação 2.8. então o fluxo do núcleo não irá se alterar com a
presença de uma carga no secundário, c assim n FMM líquida de cxcitução. que atua no núcleo
(igual a N1i 1 - Nzi1 ), também nãO inl se alterar pcnnuncccndo, porti.mto. desprezível. Assim.
(2.11)
Da Equação 2.11, vemos que uma FMM de <..'Ompcnsação deve surgir no prim:lrio par.1caJlcC·
lar a do secundário. Ponanto,
(2.12)
Assim, vemos que a condição de manter inalterada a FMM líquida é o meio pelo qual o
primário "toma conhecimentO" da presença de uma corrente de carga no sccund4lrio. Qmal-
qucr mudança na FMM que Oui no secundário. rc.suh.ame de uma carga. deve se fazer {!COm·
panhada de uma mudança correspondente na FMM do primário. Observe que. ()ara os semi-
dos de referência mostrndos na Fig. 2.6. os valores de FMM de i 1 e i1 estilo em sentido.co opos-
tOS e, ponanto. compensam-se. Assim, a FMM líquida que alUa no núcleo é zero. em concor·
dância com a suposição de que a corrente de excitação de um transfonnador ideal seja zero.
Da Equação 2.12,
;, N-z
- =-
Nl (2.13)
Porta.nto. um transfonnador ideal tmnsforma correntes na razão itwersa das espiras de seus
enrolamentos.
Observe 1ambém, das Equações 2.1Oe 2.13, que
(2.14)
ou seja, a potência instantânea de entrada do primário é igual à pOtência instantânea de sal'da
do secundário. uma condição necessária porque todo~ os mecanismos dissirxuivos c de arma-
zenamemo de energia foram dcsconsidcrudos.

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CAPiT\JlO 2 TFW<SFORMAOORES 77

Urna propriedade adicional do transfonnndor ideal pode ser vista examinando--se oca·
soem que se aplica uma tensão senoidal e usa-se uma impcdância como carga. Pode·se usar
o sirnOOiismo fasorial. O circuito está mostrado de formu simplificada na Fig. 2.7a, na qual os
1erminais do transformador. assinalados com marcas circulares. correspondem aos terminais
marcados de fol'm::t semelhante 1la Fig. 2.6. A s marcas circulares indicilm te rmirlais de polati·
dadcs correspondentes: is10 é, se fonnos seguindo ao longo dos e-nrolamemos primiirio e se-
cundário da Fig. 2.6, começ.ando nos te-rminais com marc-as. ve-r ific-aremos que ambos os cn·
rolnmcntos circundam o núcleo no mesmo sem ido em relação ao nux.o. PorHmto, se <.'Omp;a-
romos as tensões dos dois enrolamentos. as tensões de um tcnninal com marco .ué o outro sem
marca terão as mesmas polaridades instantâneas no primário c no sccu nd~lrio. Em outrus pa·
lavrns. as tensões V1 c V~ da F'ig. 2.7a estão em fase. As correntes / 1 e 1: também estão em fa·
se, como se vê a partir da Equação 2.12. Observe novamente que a polaridade de 11 é definida
como entrando no tcnninal marcado c a polaridade de 11• como saindo do terminal marcado.
A seguir. investigaremos as propriedades do transfomtador ideal em relação à transfor-
mação de impcdãncias. Em fomta fasorial. as Equação 2.10 c 2. 13 podem ser expressas como
.. N1
V,= -V,
IV2
8

c v,= -1N~
..

·
V1
..
V1 (2. 15)

(2.16)

Dessas equações. vem

V,.
--~= -
.1
(N' ).' -.
V (2.17)
/ 1 N, 11

Obse-rvando que a impedãncia de carga l : relaciona·se com a tensão e a corrente do se·


cundário por

z.,= -:=:""
v, (2. 18)
- /!

onde Z1 é a imped5ncia complexa da carga. ConscqUcntclncme, mé onde os seus efeitos prc·


cisam ser considerados, uma irnpedância Z1 no circuito do secund(Lrio pode ser substituída por
uma impedtlnda equivnlente Z 1 no cirtui to do primário, desde <rue

z, = (Z;)' z, (2.1 9)

'
+
..,.- ••
'•
..,
N
• -
i: +
'
+
..,.-
I'
•' .-' f,
+
•r-=~-., ..,.-
'•
v,
IJ
. ___
v, v, v,
-
b b
.;..... __,
(a) (b) (C)

FtGUAA 2.7 Três circuitos que sêo idênticos nos terminais ab quando o transfOtmadOI é ideaL

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78 M ÁQUINAS EL~ rniCAS

Assim. os três circuitos da Fig. 2. 7 serão indistinguíveis quando Ot-i seus desempenhos
rorem obsrrvados a partir dos tcnninais ab. Esse modo de transferir a. impcdância de um lado
a outro de um tr•.msfonnador é conhecido por referir 0 11 refletir t i impetlâm,:la p:tra o outro la-
do. As impcdâncias são transronnadas proporcionalmente ao quadrado da relação de espil'os.
Do mesmo modo. as tensões e corrcnh!S podern ser r~feridas a um lado ou outro, usando-se
as Equações 2. 15 c 2. 16 parJ calcular a tcnsiio e a com::nte equivalentes no lado escolhido.
P::lra resumir, em um mmJjormador ideal. 11s ten~lH:!i s1i0 trmufi>rmadas tW Nttt1o dirc·
ra das espiros: ns corrrmtes, ua m:.lio im·ersa. e 11s impedlincias. na raztio di~ta ao quadro-
do. A potência e os \'Oit:Hm1peres mio .t e a ltertml.

O circuito cquivalcn1e da Fíg. 2.8a mosu·a um transfonn.ador ideal em que a impt..""dãncia R 2 +


P<: = I +j 4 O esu'i con~tada em série com o secundário.A relação deespiraséN./N2 = 5: I. (a)
Desenhe um circuito equivalente cuja impedância em série esteja referida ao primário. (b) Pa·
r.t uma tcns5o eficaz de primário de 120 V c um curto circuito conectado entre os tcnninais A·
B. calcule a corrente do primário c a corrente que nui no curto circuito.
• Solução
a. O novo circuito equivalente está most111do na F'ig. 2.8b. A irnpcdância do sccund•írio é re-
ferida ao primário na mzão do quodmdo das espiras. Assim.

l(, + iX; = (Z:) 2


( NJ+ iX: J

= 15+ } IOOfl

b. Da Equação 2. 19. um curto nos terminais A-8 aparecerá como um cuno no primário do
transformador ide.al da Fig. 2.8b potque a tensão zeto do cu.rto será refletida na razilo N,IN2
de espirou; para o primário. Assim. a corren1e do prim&io será dada por
~ V, 120
I • = Ri+ j x; = 25 + j 100 = 0.28 - j 1.1 3 A efic:<~:t.«

correspondendo a um valor eficaz de 1. 16 A. Da Equação 2.13. a corrente do secundário


será igual a N.fN2 = 5 vezes a corrente do primário. Portanto. a corrente no cuno terá um
valor eficaz de 5( 1.16) = 5.8 A.

- ••
i, ., x,
- ,, Xl i,
+
+
A + "" ~
A

v, v,
B

(•I (h )

FIGURA 2.8 Circuitos equivalentes para o Exemplo 2.2. {a) lmpedá.ncia em série com o se-
cundário. (b) lmpeoancia refene!a ao primério.

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CAPiTULO 2 TAANSFORMAOOAES 79

Rcpitn u parte (b) do Exemplo 2.2 com uma impcdiincia em série de R2 +jX2 = 0.05 + j0.97 f2
e uma relação de espiras de 14: I.
• Solução
A corrente do primário é 0.03-j0.63 A eficazes. corrcspondcndo a um v:tlor cficnz de 0.63 A.
A correnle no curto será 14 vezes maior e assim lerá um valor eficaz de 8,82 A.

2.4 REATÂNCIAS NO TRANSFORMADOR E CIRCUITOS


EQUIVALENTES
As diferenças de um tmnsfonnador real em relação a um ideal de\'em ser ind uídn.s em gtau maior
ou menor na maioria das análise de de.'iempcnho dos tmnsforrt'\íl((Qres. Um modelo mai.'ii completo
deve levar em consideração os efeitos das resistências dos en rol amento~ os nuxos di11persos e as
conemes finitas de excitação devida.'\ à penneabilidade finita (não-linear. na real idade) do núcleo.
Emalgtms casos. as capacitãncias dos enrolamentos também tem efeitos importruucs. notavelmen-
te em problcm~L~ que envolvem O COillportamentO do U<tllSrommdor em rrcqüêneins acima da (:Lixa
de (ludio, ou dur..tntc condições lmnsitórias oom variações mui lo rápid:Lo;, como a.o; cm..'Ontmdas em
transronnadores de sistemas de pOtêncin. resulumlcs de sunos de tensão causados por raios ou trdn·
s-itórios de duweamento. EntretanlO, a nnálise desses problemc'l.S de aha rreqüência está além does-
copo do preseme 1ta1amemo e. por essa ra71lo. as capa<:i1âncias dos enrolamemos serão desprezadas.
Dois métodos de análise, pelos quais as característic--as reais que se afastam do ideal po-
dem ser levadas em eonsidemção. são ( I) uma técnica de cin·.uito equivalente baseada em ra-
ciocínio físico c (2) uma abordagem matemática baseada na lcoria cl:1ssic:t dos circuitos mag-
neticamente acoplados. Ambos os métodos são de uso corrente e ambos encontram paralelos
quase iguais nas teorias de máquinas rotativas. Como oferece um excelente exemplo do pro-
cesso de raciocínio usado na conversão de conceitos físicos em uma tcori;.l quantitativa. a téc-
nica de circuito equivalente será apre-sentada aqui.
Pan1 iniciar o desenvolvimento de um circuito equivalente de tmnsronnador. examina-
remos primeiro o enrolamento primário. O Ouxo total que concatenao enrolamento primário
pode ser dividido em duas componentes: o fl uxo múiUO resultante, conli nudo essenciahnenre
oo núcleo de fe rro e produzido pelo efeito combim,do das correntes de primário e de sccundú 4

rio, e o nuxo dispe-rso de prim<irio, que conc.utena apenas o primário. Essas componentes es 4

tão identificadas no transrormador esquernático mostrado na Fig. 2.9 onde, por simplicidade,
os enrolame ntos do primário e do secundário estão rnos1rados em pernas oposras do núcleo.
Em um lransformador real. com enrolamemos emrelaçados. os demlhes da distríbl!ição de Ou·
xo são mais complicados, mas as car..lcterísticas essenciais: permanecem as mesmas.
No enrolamento primário. o n uxo disr>erso induz uma rensão que se sorna àquela pi"Q-
duzi<.l a pelo fluxo mútuo. Como a maior pane do c-aminho do fl uxo dispei'SO está r10 ar, esse
fl uxo c a tensão induzida por ele variam linearmente com a corre11te 11 de prirn:Srio. Porwmo,
pode ser representado por uma ilrdmât~cia de di.~tJusilo do primário L 1, (igual ao 1luxo de dis-
persão, concatenndo com o primário. por unidade de corrente de primário). A COiresponde n-
te reatâucia de dispersão de primário X1, é dada por*
x,, = 21tI L,, (2.20)

Além disto, havení uma queda de lcn.são n;r resistência R 1 do primário.

• N, de T.: O subscrito I tt:fen:.« à dispersiió (/t'td:a.gt' em inglês).

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80 MÃOUINAS EL~llliCAS

Au,;o mún.Jo resultante r,........

• X • X

I I 2 2

'- FIIUO disperso Auxo disperso


do prim~rio do ~u,kf.ário

FtOURA 2.9 Vista esquemática dos nuxos mútuo e disperso de um transfOfmador.

Vemos agora que a tensão nos tcnninais do prim(trio V1 consiste em três compOnentes:
a qucdi:lf,R, na resistência do primário. a queda l,x,. oriunda do nuxo disperso do primário c
a FEM Ê1 induzida no primário pelo flo_xo mú1UO resultante. A Fig. 2.10a mostra um circuito
equivalente do enrolamento primário que inelui todas essas tensões.
O Ouxo múiUO resultante concatena ambos os enrolame1HOS, primátio e secundário, e
é criado por suas FMMs combinadas. É conveniente tratíll essas FMMs considerando que a
corrente do primário deve atender a duas condições do circuim magnélico: deve não só pro-
duzir a FM M requerida para produzir o fluxo mútuo resullame. mas deve raml>ém contra-
balançar o efeito da FMM do secundário que atua no semi do de desmagnelizar o núcle.o.
Um ponto de vista alternativo é que a correme do primário deve não só mag1letizar o nú-
cleo. como rambém fornecer corrente para a carga conectada ao secundário. De acordo com
esse quadro. é conveniente decompor a corrente do primário em duas componenlcs: uma
componeme de excir.açao e uma componente de carga. A compo11eme de exâlll('âo f., é de-
finida como sendo uma corrente de primário adici01lal, necessária para produzir o llu:<o
mútuo resultame. É uma correme 1lãO senoidal cuja naiUrez.a foi descrita na Seção 2.2.J A
componente de carga 1'2 é definida como sendo uma componente da corrente de primário
que COIHtabalança exatamente a FMM da corrente de secundário '~·
Como a componente de exci1ação é a que produz o Ouxo do núcleo. a FMM líquida de-
ve ser igual a N.f.. e vemos assim que
N 1 Í ., = N 1 Í 1 - N,)':!

= N1(f. +i;)- N,i, (2.21)

e. da Equação 2.2 1, ten)()S que


"'' ,..,, ..
1.. = ....:. f ,
- N, - (2.22)

' De fu1o, a c:ommlc de ~xc-itflç:kl OO«esppndc à PY..lM liquida que :tlua no oúcloo do U'llllSformadof e nlio pod.:. c:rn gemi. ser <:Otl·
skkrM,b CQmo lluindo apenas no prirn.ário. Elltretaruo. I:Aar.t o;; pro(>ósciu.>St.kMa dL((;t&SSio. essa di~inçOO nGo é signific:uivu.

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CAPiTULO 2 TAANSFOAMAOORES 81

R, x,, R, x,

+ -i,
I+ +
_
i,
'l1lf'
I'· +
v, E, v, i, I ~ F· t,

-l 1- R, x.
'-!--'
(a) (~)

R, x,,
~
ji..
- • •
+ i,
.., + +
v, i::,
R,
~ x.
-
'-r' I
ld.eal
( é; )

R, x,, Xj! Rí
_ ·vvv
r vvv ..,..-
+ í,
...,'• lí +
ft, Vi
R,
~ x.
4-l
(d )

fiGURA 2.10 Passos do desenvolvimento do circuito equivalente do transformador.

l)a Equação 2.21. vernos que a co•nponenle de carga da corrente de primário é igual à correo~
te de secundário referida ao primário. como no transformador ideal.
A corrente de excitação pode ser tralada como sendo uma corrente scnoidul cquhrulen·
te I.P no modo descrito na Seção 2.2, podendo ser decomposta em uma componente de perdas
no núcleo(. em fa..lie com a FEM Ê1 • e em uma componente-de magneti7..aç.ão 1•. atrasada de
90" em relação a t,. No circuito equivalente (Fig. 2.1Ob). a corrente de excitação senoidal
equivalente foi Jcvada em coma por meio de um r.tmo em dcriv:ação cancelado u Ê1• Com·
prccndc uma res istência de perdas no míclco Ro: c. em pamJclo, uma indwânci<1 de nwgneti·
;,tlç(}o ~. cuju rcutfincia, conhecida como tt:arc1ndd de magnctiZttçüo. é dada por

X,. = 2nfLm (2.23)

No circuito equivalente da F'ig. 2.10b, as perdas 110 núcleo, devidas ao fluxo mútuo resu l ~
tantc. são dadas pela potência If /R<. Rt é referida como se-ndo a r~sisténcia de magnetiUJ·
çlio ou r~sistbrcia de perdas 1ro míclco e. juntamente com X 111 • formam o ramo de excitação
do circuito equivalente. A combinação em paralelo de Rt ex. será referida como sendo a
impedilncia de magnctiMçt1o z.,. Quando s.e assume que R~ é constante, supõe-se também.
como conseqllência, que as pe-rdas no núcleo variem t>roporcionalmente a é~ ou (para. on-
dtts senoidais) a 4/..,\/. onde f/Jm.,. ê o valor máximo do nuxo mútuo resultante. Estritamen-
te falando, a rcat5ncia de magnetização Xmvaria com a s:1turação do ferro. Quando se assu·

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82 MÃOUINAS E LETRICAS

me que X,~ é constante. assume-se também. como conseqüência. que a corrente de magne-
tização é independente da freqüência e diretamente proporcional ao fl uxo mútuo resuhan-
tc. Geralmente. ambo.~ Rt c X,., são especific.ados para os va.lores nominais dados de tensão
e freqüência e. e-ntão. supõe-se que permanecerão constantes quando. em operação normal.
ocorrerem pequenos desvios em tomo desses valores nominais.
A .seguir, acrescentaremos uma representação do enrolamento secundário ao nosso cir·
cuilo cquh'Uicntc. Comcçumos constatando que o lluxo mútuo rcsul!ante <b indul um;.t FEM
E::. no secund~io. Como e..;;se Ouxo c.onc.atena ambos os enrolamentos. à r'd làO entre as FE.Ms
induzidas de\'e ser igual à relação de espiras dos enrolamentos, isto é,
f: I N,
Ê1. = N2
ex::namen1c como em um l ro~nsfonnador ideal. Essa transfonnaç.ão de tensão e mais a de cor·
rente d~-t Equação 2.22 podem ser incluídas inl r()du~;indo--se um transfonnndor ideal no circui·
to equivaleme. como se mostra na Fig. 2. 10c. Emretanto, como visto no ca.w do e nrolamento
primário, a FEM Ê2 não é a tensão presente nos temtinais do secundário IXlr c-ausa da reJi.'l·tên·
âa R2 do .vet·tmdário e porque a correme i: do secundário cria um nuxo dispel'SO no secundá-
rio (veja a Fig. 2.9). Em.re a te-nsão nos terminais do secundário 0 1 e o tenseio induz..id~a Ê:,. há
uma diferença dada pela queda de tensão devida à resistência de secundário R2 e à reatlincüJ
de (/ispersão do secundário X1! (correspondente à indutância dt- dispersão do st-ctmdário X 11),
<.. 'Orno se mostru à direiw de fl; 110 circuüo cquh'UICntc do tn.msformador (Fig. 2.10c).
A partir do cirtuilo equivaJentc da Fig. 2.1O. pode-se ver que um transformador real é
equ ivulen1.e a um lr::msformador ideal mais imt:>edâncias extcmns. Referindo IO(Ias as gmndc·
zas ao primário. ou ao secundário, o 1.ransformador ide.al da Fig. 2. 10c pode ser deslocado,
respectivamente. à direita ou à esquerda do circuito equivalente. Isso é feito quase sempre e o
(;ir(:uito equivalenle é desen hado us ualmente conló nà Pig. 2. 10d, onde o lrânSfünnador idet~ l
não é mostrado e todas as tensões e correntes são referidas ao enrolamento do primário, o u do
secund{uio. No c;lso específico da Fig. 2.10d.

x;, = (:~; )' x,, (2.25)

(2.26)

c
' N,
V2 = - V• (2.26)
N'! •

O circuito da Fig. 2. 1Od é chamado circuito equh·aiRme T de-um traJlSIOrmador.


Na Fig, 2.10d. na quaJ as grandezas do secundário foram referidas ao primário, os valer
res referidos estão indk ados com sinais de plica (').por exemplo, X'11 e R'1, para distingui-los
dos valores reais da Fig. 2.10c. Na discuss.:1o seguinte, iremos lidar quase sempre com valo-
res referidos. e as plicas serão omjtidas. Dcve·sc simplesmente ter em mente o lado do trans-
formador ao qual todas as grandezas foram referidas.

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CAPITULO 2 TRANSFORMADORES 83

Um tr<1nsfonnador de disuibuiç<lo de 50 kVA. 2400:240 V e 60Hz tem uma impcdância de


dispersão de 0,72 + j0.92 n no enrolamento de aha tensão c 0,0070 + )0.0090 n. no de b;~ixu
1ensão. Na tensão c freqüência nominais, a irnpcdiincia z., do ramo em derivação (igual à im·
pedãncía de R, ejX.. em paralelo). responsável pela corrente de excítação, é 6.32 + j43.7 O.
quando vista do lado de baixa 1en.são. Desenhe o circuito equivalente rererido a (a) o lado de
alta tensão e (b) o lado de baixa tensão. indicando numericameme as impedâncias no desenho.
• Solução
Os circuitos estão dados na Fig. 2.lla c b. respectivamente, com o lado de aha tensão indica·
do pelo número I e o de baixa tensão. pelo número 2. As tensões de pluc.a de urn Jransfonna.
dor. usado em sistemas de potência. baseiarn·sc na relação de espiras c, (JUUndo em c,arga. as
pequenas quedas de tensão devidas à impcdância de dispersão slío desconsideradas. Como e.v
se é urn transfonnador de lOpara I, as impcdâncias são referida$ muhiplicando·se ou dividin·
do--se por I00. Por exemplo. o valor de uma impedíincin referida ao lado de alia 1ensão é maior
(por um fator de I00) do que seu valor referido ao lado de baixa lensão.
O transfonnador ideal pode ser desenhado explicitameme. c.omo aparece truccjado na
Fig. 2.11, ou pode ser omitido do diagrama. Neste caso. ele deve ser lembrado mentalmente
fazendo-se com t1ue as letras sem as plicas sejam os te1'1ninais. Se isso for feito, dcve·sc lcm·
brar de referir todas as conexões de impedância.~ e fontes de modo tal que sejam consistentes
com a ausênci;,1 do Lrnnsformudor ideal.

Se 2400 V eficazes forelll aplicados ao lado de alta tensão do transfonnador do Exemplo 2.3.
c,akule o vaJorda corrente que llui na impedância de magnetização Z\1 das Figs. 2. 11 n e b res·
pectivameme.

• Solução
z.,
A conente em é 0,543 A eficazes quando referida ao lado de illta tensão, como na Fig.
2. I la, e 5,43 A eficazes quando referida ao de baixa tensão.

z.., = 0.12 + ;om z.,= o. 10 + )0.9() z,,- 0,0072 + j().(J(I9~


.
ly! = 0.0010 + jO.OOQO
- - <> <> --
• ,. '' : c '' ' :e'
1 <

2., . 6l2 + j~ 31() 'H


H
-'
' '' J'
Hn z., = 6.J2 ,., )4),7
(
'
(

b ti' :

''' •
-- -<>
b
''
o- - ·
: b' d

(a) (b )

FIGuRA 2.11 Circuitos equivalentes para o transformador do Exemplo 2.3 referido (a) ao la·
do de afta tensão e {b) ao lado de baixa tensêo.

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84 M.4otnNAS ElÊTRICAS

2.5 ASPECTOS DE ENGENHARIA DA ANÁLISE DE


TRANSFORMADORES
Em análises de cngenhariu que envolvem o transformador como elemento de circuito. coslU·
ma·sc adOtar. ao invés do circuito completo. uma entre diversas formas de aproximação para o
circuito equivalente da Fig. 2.10. Em gemi. a aproximação escolhida pam um dado caso em
pankulardependc grandemente do raciocínio físico, tom:mdo·sc como b:LSC as ordens de gran·
deza das quantidades desconsideradas. As aproximações mais comuns são apresenmdas nesta
seção. Alérn disso. são fornecidos métodos de ensaio paru se detcrminnr as constantes do 1nms·
formador.
Os circuitos equivalentes comumente usados nas análise de transformadores de potên·
cia, em freqíiê ncia constante, estão resumidos para compamção maFig. 2.12. Todus as quan·
lidades nesses circuitos são refe ridas ou ao primário, ou ao secundário, e o u·ansfonnador
ideal não es1á mostrado.
freqUentememe os cálculos podem ser grandemente simplificados deslocandcrse ora·
mo em derivação. que representa a corrente de excitação. do meio do circuito T para os tenni·
nais do primário, ou do secundário. como na Pig. 2. 12a e b. Essas forma~ de circuito equiva·
lente são referidas como circrtitos L.• O ramo em série é a combinaç-ão das resistências c das
rcntâncias de dispersão do primário c do secundário. referidas ao mesmo l ~tdo. Essa impcdân·
cht é chamada algumas vezes impeJ(inci(' equivnleme em série, c seus componentes são a re·
sistê11cia equivalente em série R~ c a reatância equimleme em série X~ . como mostrado nas
Fig. 2.12a c b.
Quando comparado com o circuito equivalente T da Fig. 2.10d. os em>s presentes no
circuito L vem da ausência da queda de tensão causada pela corrente de excitação na impe·
dância de dispersao do primário, ou secundário. Como a impcdância do ramo de exciwç.ão é
nom1almcmc bem e levada em transformadores de potC:nçin de grundc porte. u corrcmc de ex·
citação correspondente é bem pequena. Esse erro é insignificante na maioria das silu:1çõcs <IUC
envolvem transformndores de grande pOrte.

-i,
-1~
uuu

+ +
v,
-I
L !_ _ _::t::__j
<•• ( b)

x.,
+
v.
-
i. - 12 +
v!
+r-~,~-:
v,
~~.::---t
V2

-1~--t -l_ _______,r


(<) (d)

FtauAA 2.12 Circuitos equivalentes aproximados de transfOJmadores.

• N. de T.: Camilt:l'tT cin.•JiiU. em inglês.

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CAPITULO 2 TAANSfOAMAOOAES 85

Considere o circuito equivalente T dn Fig. 2. 11 a do transfonnador de distribuição, com 50


kVA c 2400:240 V. do Exemplo 2.3. no qual as imrx:dâncias es1ão referidas ao lado de alia
tenSão. (a) Desenhe o circ.uito equivalente L com o ramo em derivação nos renninais de nha
tensão. CaJcule c indique numericameme no desenho os valores de Rtt~t e X.,... (b) Com os te-r .
minais de baixo tensão em aberto, e 2400 V aplicados aos terminais de alta tensão. calcule a
tensão nos 1enninais de baixa tensUo para cada tipo de circuito equivalente.
• Soluçio
o. O circuito equiv~alcntc L csu1 mostrado na Fig. 2.13. Os valores de R.:q c X~ são calculados
como sendo simplesmente a soma das impcdâncias em série dos enrolamentos de all:-l c
bnixa tensão dn Fig. 2.11 a. ou scj:a.
R., = 0.12 + 0.10 = 1.42 n

X., =0.92+0.90= 1.8211


b. Para o circuito equivalente T da Fig. 2. 11a, a tensão nos terminais c'~d' será dada por

v........ = 2400 ( z. ) s 2399.4 + }0.315 v


z. + z,,
Isso corrcsponde a uma te-nsão eficaz de 2399.4 V. Quando renetida aos tcm1inais de bai·
xa tensão. pela relação de es piras de baixa para alta tensão. essa tensão corrcspondc a
239,94 V.
Como a impedJncia de excitação. no circuito equivalente L da Fig. 2. 13, é ligada dire·
tameme aos tenninais de aha tensão. eruão não haver.'í. queda de tensão em nenhuma das im·
pedâncias de dis pers5o em série, e a tensão de secundário setá 240 V. Essas duas soluções
diferem em 0,025% o que está bem dentro de uma exatidão ruoável em tennos de cngcnha..
ria, justificando cla.rame-me o uso do cin:-uito equivalente L na análise desse transformador.

Uma simpl ificação analítica adiciOJlal resulta, se descollsiderarmos a con-ente de exci·


ração pOr completo. como na Fig. 2.12<:. em que o tnmsfonnador é representado por uma im-
pedfíncia equivalente em série. Se o tr..lnsfonnador for de gmnde porte (diversa." centenas de
quilovohs-amphes ou mais). a resistência equivalente R~ é pequena, quando co•nparada com
a reatânci;.l equivalente X(,.. e freqüe-ntemente pode licr desconsiderada. resullando o circuito
cquiv:'tlcrue da Fig. 2. 12d. Os circui(OS da Fig. 2.12c e d são suficie111emerue exatos para a
maioria dos problemas ordinários de sistemas de potência. c são usados em todas as análises,
com exceção das 1nais detalhadas. Finalme.ue. em situações onde as correntes e as tensões são
determinadas qua.w que inteiramente por circuitos externos ao lr::msrormador. ou quando um
alto gmu de exatidão não ê exigido. pcxle-se desprezar completameme a impedilncia do t.rans-
ronnador e considetá-lo ideal. corno na Seçolo 2.3.

14.. = X«~=

a o-----.-----\A~--']~~R~u~~
1
1
U'-
' --OC
I .42ft

FKiUAA 2.13 C ircuito equWalente L do Exemplo 2.4.

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86 M ÃOUINAS E LbRICAS

Os circui1os d" Fig. 2.12 1êm a vanwgcm ndicional de que a resistência equivalente
lOii.d R~ c a remância equivalente tOtal X~ pOdem ser detem1jnadas por meio d-e um e nsaio
muito simples. no qual um dos lcrmin.ais é curto-circuilado. Por outro lado. o processo p:l-
ra se determinar as rcatâncias de dispersão X11 c X11 , c também um conjunto completo de
parfimeu os, é mais difícil no caso do circ uiiOequiválenle T du Fig. 2. 10c. O Exemplo 2.4
ilustro que. devido à queda de 1e11São nas i rnpedãnc i n..~ de dispersão, a rel:1çi'ío das 1cnsões
medidas de um transformador n5o será ide nticame-nte igunl à relnção ideali7.ada de ten-
sões que seria medida se o transformador fosse ideaL De fato. sem algum conhecimento
a priori da relação de espiras (baseado. por exemplo, no conhecimento da constn•ção in-
terna do transfom1ador), não é possível fazer um conjunto de medidas que determine de
fonna ónica a relação de espiras, a indutância de magnetização e as impedâ:ncias indivi-
duais de dispersão.
Podc-.se mostrar. .simplesmente a partir de mcdid'IS feitas nos terminais. que a relação de
cspiru. a rcatância de mugnctiz..1.ção e as rc01tâncias de dispersão de um circuito equi valente
de um aransrormador não são c,oracleríslicas únic-as. Por exemplo. " relnção de espiras pode
ser escolhida. arbitrariamente e, para cada. escolha, have-rá um conjunto conespondente de va-
lol'e s de re.atfincias de djspersão e de mngnetizaç.ão que se ajustam às caract eríst i ca.~ medidas.
Cada um dos circuitos equivale111es terá as mesmas c.a raclel'fSticas elélricas nos terminais. Es-
se fato tem a feliz conseqüência de que qualquer conjunto autoconsistentc de parâmetros de·
[emtinados empiricamente pode representar adequadamente o transformador.

E UMPLO 2 .5

Um transformador de 50 k VA e 2400:240 V, t ujos parâme-tro::> estão dados no Exemplo 2.3, é


usado para baixar a tensão no lado da carga de um sistema alime-ntador cuja impedância é
0,30 + jl .60 O. A tensão v. no terminal de envio do alimentador é 2400 V.
Encon1re a tensão nos tenninais do secundário do transformador quando a c:ttga conec-
tada ao seu secundário recebe a corremc nominal do transformador. com u111 fator de potên·
cia (FP) de c-arga de 0.80 indutivo. Despreze :IS quedas de tensão. no transformador e no sis-
lcma de ulimentação. causadas pela corrente de cxcitnçào.
• Solução
O c ircuito. com todas a~ quantidades re ferida~ no lado de alta tens:io (primál'iO) do 1ransfor·
mador, está mosu ado na fig. 2.14a, onde o tran~fonnador foi representado por sua impedân-
cia equivalente. como na Fig. 2. 12c. Da Fig. 2.1la, o valor da impedância equivalente é Z«~ =
1.42 + j l .82 n cu impcdância combinada do alimcntador e do transfonnador em série é z =
1,72 + j3,4 2 O . Da espet::iticnção nominal do tronsfonnador, a corrente de carga. referida :10
lado de alta 1ensão. é f = 50.1J00/2400 = 20.8 A.
Essa solução é obtida majs facilmente com ajuda do diagrama fasorial refe1·ido llO lado
de aJta tensão. como mostr::ado na Fig. 2.14b. Observe que o f::ator de potência está de finido no
lado da carga do tr.msfonnador c. portanto. detenninu o ângulo de fase 8. entre a concnte de
carga f c a tensão (t,. como
Oc - at\.'t."OS (0.80) e - 36,87"

Do diagrama fasorial. vem


Ob = JV.2 - (bc)! e \'1= Ob - ab

Obsen•e que
bc = I X ~o.-.osO - I R r.e.nO aiJ = I R1.-osO + I X sen O

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C APiTuLO 2 T RANSFORMADORES 87

a
"· O'o
c

v, "f<!!- '\-'•
)IX
iR

i
(o) (I>)

FIGURA 2.14 (a) Circuito equivalente e (b) diagrama rasO<ial do Exemplo 2.5.

onde R e X são. respectjv~uncntc. a resistência c a rcatância combinadas. Assim.


lx: = 20.8(3.42)(0.80)- 20.8( 1.72)(0Jo0) = 35.5 V

oh = 20.8( 1.72)(0.80) +20.8(3.42)(0.60) = 71.4 V


A substituição dos valores numéricos mostra que V 2 = 2329 V, referida ao lado de alta tensão.
A tensão real nos tcm1inais do secundário é 2329/ 1O. ou
V:=233V

Repita o Exemplo 2.5 p;~ra urna cargo <1uc recebe~~ torrente nominal do trnnsformador, com
urn fator de potência de 0.8 capacitivo.
• Solução
V!•239V

Dois ensaios muito simples servem l)am derenninar 08 parâmetft)S dos circuil.os equivn 4

lentes das Figs. 2. 1O c 2.12. Consistem em medir tensão. corrente c potência de entrada do
primário~ primeiro, com o secundário em curto<in:uito e opós com o sccu.ndá.ri<, em circuito
oberto.
E·nsaio de Curto~ CirwH o O e11saio dt' curto-circuito pode ser usado par;.1 encontrar a im 4

pcdtmcia cquiv:alcnte em série R~'1 + jXcq· Embora seja :arbitrárin a escolha de <1ual cnrol:uncn 4

to usar pnrn o cuno-cirt:uilo. iremos simpliticnr esta discussão considerando que o curto-cir-
cuito seja 3plicado ao secu n d~rio do tra.n$fonnador e a tensão, ao primário. Neste tipo de en 4

s~1i0, por conveniência. o lado de ah.a le-nsão é tomado usualmente como sendo o primário.
Como a impedância equivalente em série é relatjvarneme baixa em um transformador tfpico,
\lma tcnsflo da ordem de 10 :l 15% ou menos do v:llor nominal, aplicada ao primário. rcsul-
lará nn corrente nominal.
A Fig. 2.15a mostra o circ-uito equiva.lente, com a imt,OOância do secundário do trans-
formador referida ao lado do primário. c um curto--circuito aplicado ao secundário. A impc-
dáncia de curto-circuito Zw. olhando par.r. o primário sob essas condições. é
z - R ·x1 Z• (Rz + jX,,)
(2.28)
ce -
1
+J ' + l f' + R2 + j Xt~
Como a impedância Z., do ramo de excitação é muito maior do que a impedància de dispersão
do secund;irio (o que é verdadeiro a não ser que o núcleo esteja fortemente saturado por uma

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88 M AoUINAS ELrn>ICAS

-
i..:
+
x,,
'000 I .••• +
• uuu

~x...
L..-,lr'
<•l (b)
FrGURA 2.15 Circuito equivaleme com o secundálio em curlo-circuito. (a) Circuito equivalente
completo. (b) Circuito equivalente L com o ramo de excitação no secundálio do transfa<mada<.

tensão excessiva aplicada ao primário: que cenamente não é o caso aqui), a impcd:lncia de
curro-circuiro pode ser aproximada por
l " "< R,+ jX,, +R, + jX,, =R., + j X"' (2.29)
Obsen•e que a aproximação fei1a aqui é equivaleme à aproximação feiw ao se reduzir o cir-
cuito equivalente T ao equivalente L. Isso pode ser consratado a panir da Fig. 2.15b. A impe-
dância vis1a na entrada desse circuiro equivalerue é claramente Z,'C = Z~ = R'-'4 + jX.,11 porque a
OOrTente de excitação foi t.'Oiocada diretamente em curto pelo curto-circuilo do secundário.
Tipicameme, a insrrumemaç.ão utili1..ada nesse ensaio mede. em módulo. os valores cti·
cazes da tensão aplicada Vc.:• da corrente de cuno.circ.uito /« e da pocência P«' Baseando-se
nessa...; três medidas. a resistência e reatância equivalentes (referidas ao primário) podem ser
obtidas a partir de

(2.30)

(2.31)

X,.q = Xc.: = j1 Z,-cl 2 - R].: (2.32)

onde o símbolo ll indica o módulo da grandeza complexa abarcada.


A impcdfmcia equivalente pode muumlmcnte !i<.:r referida de um Indo a outro do modo
usual. Nas rarJ.S ocasiõe!i em que se deve us:lr o circuico equivalente T da Fig. 2.10d. valores
aproximados das resistência.~ e remilncias de dispersão individuais do primário e do secundá ·
rio podem ser obtidas s upondo que R1 =R! = O.SR"' c X1 :::: X12 = 0.5Xtq. com todas a.s impc·
é
dâncias referidas ao mesmo lado. Estrilamence falando. C\•i dente <IUC pode-se medir R, c R~
diretamente, realizando uma medida CC de resistência em cada enrolamento (e entt.o referin-
do uma ou outra ao outro lado do transfonnador ideal). Entretanto, como j á foi discutido. não
existe um teste simples como esse para as reatâncias de dispersão X,, e X 1! .
Ensaio de Circuilo Aberto O ensaio de ârc:uilo aberto (ou a vaz.io) é realizado com o sc-
cund(trio em abcno c a tensão nominal aplicada ao primário. Sob essas condições. uma cor-
re.ue de excitaçâQ de alguns poucos por ccnco da corrence de carg~~ tocai (menor nos grandes
cransfonnadorcs c maior nos pequenos) é obtida. A tensão nominal é escolhida de modo a as·
segurar que a rcatância de mag:nclizo.tçt.o opere em um nível de n uxo próximo daquele que
ocorre em condições oomtais de operação. Se o cransrormador fot· usado em alguma outra ten-
são. diferente da nominal. então o ensaio deve ser feito com uqucla tensão e não com {t nomi·

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CAPITULO 2 TAANSFORMADOAES 89

nal. Por conveniência. o lado de buixa tensão é tomado usualmente como sendo o primário
nesse ensaio. Se o primário nesse teste for escolhido como sendo o cnrohuncnto oposto no
usado no ensaio de curto circuito, dc-vc se :~s.scgur.1r·sc de-que as diversas im.pcdiinciru; medi ~
4 4

das sejam refel'idas a um mesmo lado do transformador, para que um conjunto de valores de
parãmeU'Os autoconsistente seja obtido.
A Fig. 2. J6a mostra o circuito equivalente-, com a impedância do secundário do trans 4

fom1ador referida ao lado do primário, e o secundário e-m aberco. A impedância de circuito


aberto ZNI vista no primário sob essas condições é
. . R< (jXm)
2" =R, + 1 x,, + z. = Ro + JXo , +R ·x
c+ J rn
(2.33)

Como a irnpedãncia do ramo de excitação é bem elevada. a queda de tensão na impcdância de


dispersão do primário, causada peln correm c de excitaçtto. é nonnalmentc desprezível, c a
tens.io aplicada ao primário v(.
é (JU:.lSe igual à FEM t(. induzida pelo nuxo resultante no nú·
cleo. Do mesmo modo. a perda ~;tR1 no primário, causada pela corrente de excitação. é des·
prezível, de rnodo que a po1ência de entrada Pu é (JUasc igual à perda no míclco E;;R~. Como
resuhado. é comum ignorar a impedância de dispersão do prim;lrio. c aproximar a impcdân·
cia de circuito abel'lO como sendo igual à impedüncia de magnetização

(2.34)

Observe que a aproximação feita aqui é equivalente à aproximação feita ao se reduzir o cir·
cuito equivalente T ao equivalente L da Fig. 2. 16b. A impedância vista na entrada desse circuito
equivalente é claramente z. porque nenhuma corrente irá circular no secundário em aberto.
Como no ensaio de curto..circuito. a instrumentação tipicamente utilizada nesse ensaio
mede os valores eficazes da tensão aplicada v,•. da corrente de circuito abeno /a e-da JX>tência
Pr.· Dcsprcz~mdo a impcdância de dispersão do primário e baseando-se nessas três medidas, a
resistência c a rcatftnciu de magnetização (referidas ao primário) podem ser obtidas a partir de
V'
Rc =~ (2.35)
p"

(2.36)

I
Xm= r======2 (2.37)
V< 1/ 1Z.D' - (I/ R,J

- "·
Xe>~ • Rcq=

+
~~;a x,,
'000
I

x,:
•••
R,
+
-
i~

I
x,,+ x4
••••
R 1 +R2

R,' + ~
,,(li
:·:~X, v..,. R, ;~Xm
I I
( a) (b)
FIGURA 2.16 Circuito equivalente, com o secundário em aberto. (a) Circullo equivalente
completo. (b) Circuito equivalente L. com o ramo de excitação no primário do transformadOt.

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90 MÁ01JINAS EtETRICAS

Natumlmcnte, os valores obtidos são referidos ao lado usado como primário neste ensaio.
O ensaio de circuito aberto pode ser usado par..t se Obter as perdas no míclco, em cá leu·
los de rendimento, e para se verilicar o módulo da COJTente de exciwçt.o. Algumas vezes, a
tcnsüo nos terrninnis em aberto do secundário é medida para se verilicar a relação de espira.~.
Observe que, se de-sejado, um cálculo ligeiramente mais exaw de Xme Rt é possl\tel
u.s:mdo-sc as medidas de 1< 1 c X11• obtid:.t.s do ensaio de cuno-drcuito (referido no lt)dOode·
qundo do LrnnsJonnador) e base:mtlo-se a de.dução na Equaç~o 2.33. Entrelanto. esse e.~forço
adicional rarameme é necessário parn os propósitos de exatidão tal como se adota em enge·
nharia.

ExEMPLO 2.6

Com os instn•mcntos ~Lpl i c:• dos no lodo de :dia tensão e com o Indo de b:üxa tensào en\ curto·
circuito. as leituras tiO ensaio de curt.o-circuito com o ttansfonnador de 50 kVA e 2400:240 V
do Exemplo 2.3 são 48 V. 20,8 A e 6 17 W. Um ensaio de circuito abeno, com o lado de baixa
lensão energizado. lon1ece as leituras naquele lado de 240 V. 5.4 1 A e 186 W. Determine o
rendimento e~ regulação de tensão :• plena carga com um fa tor de polência de 0,80 indutivo.

• SoluçAo
Do ens~j o de curto circuito. os valores da impcd(tncia e<Juivalcnte, da rcsistênci:.t equivalente
c da re,;uânciu equivalente do 1ransronnador (rererido ao lado de alta tensão. indíc,ado pelo
subscrito A) são
6 17
R"'~·" -- -20.8 1 -141
-
n
• - u

X('OI,A = J2.3P - 1.421 = 1.82 Q


A l)per~u;ão a plena carga, com um fatOI' de pOiência de 0.80 indutivo. corresponde a
uma correme de
50000
I• = = 2(),8 A
2400

e urna potência de saída de


P.u.; P~,.; (0,8) 50000 ; 40000W

O valor das perdas totais sob css:as condições de opcrnçfto é igual à soma das perdas no
enrolamento

e das perdas no núcleo dcte•·minadas pelo e-nsaio de circuito abeno


p ookleo = 186\V

Assim.
P~.._ = P~AJJ + PoiKJ~M = 803 W

c a potência de cntn·td:t do tmnsronnndor é


p(rfhJ.o = p~ + p~ = 40803 w
O remlimento de um dispositivo conven;or de potência é definido como sendo
' p..u;., p---.J;. - p..,..,. p~
re-nduUtlllO ;;;;: - - ;;;;: = I - --
p~ p~''"""" p........

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CAPiTULO 2 TAANSf0AMAOOf1ES 91

que pode ser expresso perccntuahncnte muhiplicando·se por I00%. Assim. para essa condi-
ção de operação. vem

.
rendunentu = 100% ( -
P•'* - ) = 100% ( 40000 ) = 98,0%
p\'1'11.. 40000 + 803

A regulaçiio de 1enscio de um transformador é definida como sendo a variação de (ensão


nos terminais do secundário quMdOse passa do. condição sem carga para cargn total. É ex·
pressa usualmente como uma percemagern do tensão em plena carga. Em aplicações de sistc·
mas de potência. a regulação é uma figura de mérito de um transfonnador: um valor baixo in·
dica que as variaçõe." de carga do secundário do trarlsfonnador nlio afetam de fonn:l signifi·
cativa o valor da tensão fornecida à carga. É calculada supondo que a tensão do primário per-
manece constante quando a c.arga é removida do secundário do transfonnador.
O circuito equivale me da Fig. 2. 12c se.rá usado com toda.-; as quantidades referidns ao
lado de aha tensão. Supõe.se que a tensão do primário seja ajustada de modo que a tens?io dos
tenninnis do secundário tenha o seu valor nominal a plena carga. ou V 2" = 2400 V. Para uma
carga com o valor nominal e fator de potência 0.8 indutivo (correspondendo a un"' ângulo de
fator de potência de 6 =- arccos <0.8) = -36,9• , a corrente de carga será

( 502400
!" • x tO') ~-Jif..• =20.8(0.8 - j0.6)A

O valor necessário de tensão no primário V1 " pode ser calculado como


Vu. = v!.\+ i"<R.,.. ... +; x.,..o\>
= 2400 + 20,8(0.80 - j0.60)( I.42 + j I.82)
= 2446+ jl3

O módulo de fi'" é 2446 V. Se essa tensão fosse mantida constante e a carga removida.
a tensão do secundário em circuito abe-n o se eteva1·ia para 2446V. referida ao lado de alta tcn·
são. Então,

Repita o cálculo da regulação de tensão do Exemplo 2.6 com uma carga de 50 kW (carga no-
minal, fator de pocência uni1ário).
• Solução
Regulação = 1.24 %

2.6 AUTOTRANSFORMADORES, TRANSFORMADORES DE


MÚLTIPLOS ENROLAMENTOS
Os princ(pios discutidos nas seções ameriores foram desenvolvidos c.om refetência especifl.
c-a a transformadores de dois eMolamentos. Aplicam.se 1ambém a transformadores com ou.
Iras configurações de enrolamentos. Aspectos relativos a autotransfonnadores e tra.nsfonna-
dores de múltiplos enrolamentos são examinados nesta seção.

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92 Mi.autHAS ELÉTRICAS

2.6.1 Autotransformadores
Na Fig. 2.17a. um u-ansformador de dois enrolamentos é mostrado corn N 1 e N1 espiras nos cn-
rolame.mos primár io e secundário respec1ivameme. Essencialmenle-, o mesmo efei1o de trans-
fonnação sobre tensões. correntes e impcdâncias pode ser obtido quando esses e-nrolamentos
são conectados como se mostra na Fig. 2. 17b. No entalllo. observe que nessa figura o en rola~
mcnto bc é comum a ambos os circuitos do primário e do secundário. Esse tipo de transfonna-
dor é chamado autOira!lsformador. É um pouco mais que um transfom1ador nonnal. conccla·
do de modo especial
Urna diferença importante entre o transfonnador de dois enrolamentos c o autotr.msfor-
mador é que os enrolamentos do lransfomtador de dois enrolamentos estão e letricamente iso-
lados. ao pa<i.so que os do autotransformador estão conectados direlamente entre si. Além dis,-
so. conectado como autotr:msformador. o enrolamento ab deve ter uma isolação extra pois de·
ve estar isolado c..-ontra a plena tensão máxima do autotransformador. Os autotransfonnadorcs
têm reatâncias de dispersão menores. perdas mais baix:IS. menores correntes de excitação c
custam menos que os tnmsfonmKiorcs de dois enrolamentos. desde <(UC as relações de tensõe-s
não sejam muito diferentes de I : I.
O exemplo seguinte ilustm os benefícios de um autotransfonnador em siwações onde o
isolamento e lcStrico entre os enrolamentos do primário e do secundário não é uma considera·
çâo importante.

O ~.tansformador de 2400:240 V e 50 kVA do Exemplo 2.6 é conectado em fo rma de auto-


transfonnador. como mostrado na Fig. 2. 18a. onde ab é o enrolamento de 240 V e bc é o de
2400 V. (As.<.lume-se que o enrolamento de 240 V tem isolação suficiente para suportar uma
1ensllo de 2640 V em relação il !erra.)

a. Cakule as 1ensôes nominais V" e V8 nos lados de aha e baixa 1ensão respectivamente do
nutotra.nsformador.
b. Calcule a potência (aparente) nominal em kVA do autotransfonnador.
c. Dados relativos às perda,. são fornecidos no Exemplo 2.6. Calcule o rendimento a plen::.
carga do autotransfonnador, operando c.om uma carga nominal cujo fator de potência é
0.80 indutivo.
• Solução
a. Como o enrolamento de 2400 V bc é conectado ao c ircuito de baixa tensão. então V8 =
2400 V. Quando V~~o:= 2400 V, urna tensão VJb = 240 V em fao;e com V1..: serd induzida no en·

••

(I)

fiOURA 2.17 (a) Transformador de dois enrolamen!os. (b) Conectado como autotransformador.

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CAPhvlO 2 TRANSFORMADORES 93

208A

• + rr.--<>
+
-
228.8A


v.. = 2400 v l 20.8A

- -
ç

228.81\ 20SA
(:1) (b)

Foou•• 2.18 (a) Conexao em forma de autotransformador para o Exemplo 2.7. (b) Corren·
tes sob carga nominal.

rolamento ab (as quedas de tensão devidas à impcdância de dispersão são desprezíveis).


PortalllO, a tensão do lado de alta tensão é
vA = v.+ v"' = 2640 v
b. A panir do valor nominal de 50 kVA. como transformador nonnal de dois enrolamentos, a
corrente nominal do enrolamento de 240 V scr~l 50.0001240 = 208 A. Como o tenninal de
alta ICitSáO do autotransfonnador está conectado ao enrolamento de 240 V. u corrente no·
minai /Ano lado de alta tcns5o do uutoLransformador é igual à corrente nominal do enrolu·
mento de 240 V ou 208 A . Portanto. temos paru o autotn:msformador
v.,.
-
1000
=
2640!208)
1000
=
550
kVA

Observe que. nesta configuração de conexão. o autotransfonnador tem uma relação


de espims equiV'.tlcntc de 2640/2400. Assim, a corrente nominal no enrolamento de baixa
tensão (o enrolamento de 2400 V nessa conexão) deve ser

1.~ (:::)208A ~ 229A


A princípio, isso parece um tanto penurbador porque o enrolamento de 2400 V do trans·
formador tem uma corrente nominal de 50 kVA/2400 V= 20.8 A. Mais intrigante é o fato
de que esse tronsfonnador. cujo valor nominal como transformador nonnal de dois enrola-
mentos é 50 kVA, é capaz de lidar com SSO.kVA como ~mtotransfonnador.
O valor mais alto como autotransformador é conseqüência do Cato de que nem todos
os 550 kVA devem ser transronnados por induçüo eletromagnética. De fato, wdo que o
transfonnador precisa fa7..er é impulsionar uma corrente de 208 A através de uma elevação
de potencial de 240 V, correspondendo a uma capacidade de transformaçiio de 50 kVA. Es·
se raw é melhor ilustrado talvez pela Fig. 2. 18b que mostra as correntes no autotransfor·
mador sob condições nominais. Obse.rve que os enrolamentos conduzem apenas os seus
valores nominais de corrente a1>esar da potêllCid nominal mais elevada.
c. Quando conectado como autotransformador. com as correntes e tensões mostmdas na Fig.
2.18, as perdas são as mesmas do Exemplo 2.6, ou seja. 803 W. Entretanto, a saída como
auLotransfonnador a plena c.argu. com um fator de potência de 0.80, é 0.80(550.000) =
400.000 W. O rendimento. portanto. é

44 ;0J ) I00% •
~0
(I - 99.82%

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94 M ÁQUINAS E LÊTRICAS

O re1ldime n10 é 1à0 elevado por<IUC as perdas são as correspondentes n 1rnnsfonnar ~pc·
1las 50 kVA .

Um transfoml ador de 450 kVA e 460 V:7,97 k V tem um rendime1HO de 97.8% quando ali·
menta uma carga nomina l com um fator de p01ê-nci:1 unitário. Se for conectado como um au.
totransformador de 7,97:8.43 kV, calcule :lScon-emes nominais nos terminais, a potência apa·
re-nte em MVA e o rendime-nto quando alimema uma catga com fator de 1>0tê1lcia unitário.

• Solução
A corrente nominal no terminal de 8.43 kV é978A. na de 7.97 kV é 1034 A c a potênci:1apa-
rente nominal ~ 8,25 MVA. O seu rendimcnlo. quando tllimcnt;l uma carga de fmor de potên-
cia uni tário. é 99,88%.

Do Exemplo 2.7. vemos que. qu3Jldo o transfonnador é conectado na forma de um au·


totransformador. como na Fig. 2. 17. as tensões nominais do autotransfonnndor podem ser ex·
pressas em te-rmos das tensões de um ttansfonnador de dois enrolamentos como

Baixa tensão:
(2.38)

Ali::! ICilSãO:

I~-.... -V.
- I,.,.,..,+ V2...uUI -- (
+N')
N 1 NI • Va_...., (2.39)

A relação de esp ir~ts efetiva do àutotrnnsforrnndor é assim (N1 + NJIN1 • Além disso. a
potênc.ia nominal do autotr..msformador é igual a (N1 + N 2VN: vezes a do trúllSfo l'mador de
dois enrolamentos. embora a pOtência real manipulada pelo 1ransfonnador não será superior
à de um transfonnndor p:adrão de dois enrol::unentos.

2.6.2 Transformadores de Múltiplos Enrolamentos


Transformadores com três ou mais enrolamentos. (..'Qnhocidos como lrrm.ifomradores d~ m.U·
tipios enrolrmuw1o.s ou de múllip/t)s t:in:uiws. são usados (reqUe-nteme.ue para intcrconcclar
trê-s ou mais circuitos que podem •er tensões difere nte.~. Para esses propósitos. um transfor-
mador de múltiplos enrolamentos custa menos e é mais eficiente do que um número e-.quiva-
leme de transfomladore.. c; de dois enrolamentos. Transformadores com um primtlrio c rmíhi·
pios sec.undários são encontrados freqüentemente e m fon tes de alimentaÇão CC de saídas
múllipla.." para aplicações em eletrõnica. Os transfonnadorcs de distritR•ição, usados no fo r·
necimento de energia elétric.a para uso doméstico. têm nonnalmentc dois sccund::lrios de 120
V conectados em série.* Circuitos de iluminação c aplicações de bai:u\ pOtência stio conec-
wdos aos enrolamentos de 120 V, ao passo que fogt>es elétricos, aquecedores de água. seca-
dores de roupú e outJ'ilS cMgas de potências e levadas são abastecidos com uma tensão de 240
v obtida com os secundários conectados em série.

• N. de T.: O :tUIOrt refett·se :.os Escad,'!oJi Unid011 .



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CAPÍliJtO 2 TAAHSFOAMAOORES 95

Do mesmo modo. um gr:mdc sish:mn de distribuição pode ser nlimcmndo através de um


banco trifásico de tr.msfonnadorcs de mtíltiplos enrolamentos a partir de dois ou mais siste-
mas de transmissão de tensões diferentes. Além disso. os banco~ de transfom1adores trifási-
cos usados paro interl igar dois sistcnms de transmissão de tensões d iferentes têm frc<)iicntc-
mcntc um terceiro (ou terciário) conjunto de enrolamentos para fornecer tensão para fins au-
xiliares em subestações ou para alimentar um sislema de distribuição local. C:.1pacitorcs cst:í-
licos ou condensadores síncronos podem ser conectados aos enrolamentos terciários para cor-
rigir o fator de potência ou regular a tensão. Algumas \'~Lcs. enrolamentos terciários conccw.-
dos em 6. são colocados em bancos lrifásicos pam fornecer um caminho de baixa impcdâncka
pura as componentes de terceira hannõnic-.a da corrente de excitaç.ão, de modo a reduzir us
componentes de terceira harmônica da tensão do neutro.
Algumas das questões que surgem no uso de transformadores de enrolamentos mtíhiplos
es1ão associadas a.os efeitos das impcdânciu.s de dispcrstio sobre a regulação de tensfio. as cor-
rentes de cuno-circuito e a divisão de carga entre circuitos. Esses problemas podem ser resolvi-
dos por um.a técnica de circuito equivalente similnr à usada no mttamento de tmnsfonnadores de
dois circuitos.
Os circuitos equivalemes de transformadores de cnrolamemos múltiplos stao míliS com-
plicados do que os de dois cnrolamcmos. porque devem levar em conta as impcdtmdas de dis·
pcrs.ão associadas a cada par de enrolamentos.1ipicamcntc. nesses circuitos equivalentes. to-
das as grandezas são referidas a uma base comum. seja usando as relações de espiras adequa·
da.~ para refe.rir os enrolamentos. seja expressando todas a~ grnnde1.as no chamado sistema por
unidade. Usualmente a correnre de excitação é desprezada.

2.7 TRANSFORMADORES EM CIRCUITOS TRIFÁSICOS


Três transformadores lllOilOftisicos podem ser conectados para formar um bt~nco trifásko de
transj'omrtulorcs. Isso pode ser fe.ito usando qualque-r uma das quatro maneiras mostradas na
Fig. 2.19. Em todas as quatro subfigura.<. os enrolamentos da esquerda são os primários e os
da direi la, os secundários. Além disso. qualquer enrolamento primário em um transformador
com:spondc ao enrolamento secundário respectivo desenhado em paralelo. Também estão
mostmdas as tensões e correntes que resultam da aplic.aç.ão equilibrada ao primário de tcn·
sõcs de linha V c correntes I. S u põc~sc que a relação de espiras entre primário c secundário
seja dadll por N,JN2 =a c <JUC o trnn.sfonnador seja ideaL4 Observe que us tensões c corren-
tes nominais do primário c do secundário do banco trifásico de trnnsfonnndores depende da
conexão usada. mas que a potência nominal em kVA do banco trifásico é três vezes a dos
transformadores monofásicos individu:lis. independentemente do tipo de conexão.
A conexão ou li~'IÇtlo Y~A é usada comumente no abaixamento de uma tensão elevada pa-
ra uma te-nsão média ou baixa. Uma razão pata tal é que assim pode-se dispor de um neUiro pa 4

m memunento no lado de aha 1ensão, um procedime1UOque pode se rnostrar desejável em rnui·


tos casos. Ao comrário, a ligação A· Y é usada comurneme na eleva~ão para uma ICllSão aha. A
ligação 6-tltem a vantagem de que um lrarlsfomlador l)()(le set removido para conseno ou ma-
nutenção enquaruo os dois restantes continuam a funcionar como urn banco trifásico. com o va-
lor nominal redul!'.ido a 58% do vnlor do banco original. É conhecida como ligação V ou delw
aberw. A ligação V-Y é raramente usada devido a diliculdades oriundas de fenômenos a~ocia­
dos à corrente de excitação.'

As ~l :te;õc..s wtn: a.s gmndetas trif~sicas e monofásica\ .slo discutidas t)O A~ndict A .
1

J Como não h:i oonexão de neutro parn ronduzir ns ha.nnõnicasdll oorrentedc cxdt~5o. tenslles de hannônka..; s!l.o produzidas
dil'tl)'""ndo de n}l)l)o signific~li \'O a.s tensões do u-w.nsfonnndor.

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,_
~~1/Í} -k~-=-'=--''-
ai-
·'-
(d) Li~ãoY• Y

FtGUAA 2.19 UgaÇOes trifésicas comuns de tJansfOfmadores; os enrolamentos do uansfor·


mador sao indicados pelas linhas espessas.

Em vez de três transfonnadores monofásicos, um banco rrifá.sico pode consistir em um


transformador trifásico tendo todos os seis enrolamentos em um nlíclco comum de pernas
múltiplas c contido em um único Ianque. As vantagens dos transfonníldores trif:isicos sobre
as conexões com três transfonnadores monof:1sicos vem de que eles custam me-nos. pesam
menos, requerem menos espaço e tem um rendimento um pouco maior. Uma foto das panes
internas de um transformador trifásico de gmndc porte está mostrada nn Fig. 2.20.
Os dlculos de circuitos que envolvem bancos trifásicos de tmnsfom1adorcs em condi·
çõcs cquilibrudas podem ser feitos lidando com llpenas um dos transfom,adores o u fases c ve·
ri ficando que a..~ condições são as mesma~õ nas duas outrns fases. exceto as defasagens prcscn·
tcs em um sistema trifásico. Usualmente é conveniente realizar os cálculos com base em uma
única fase (Y por fase, tensão de fase). porque então as impcdâncias dos trans formadores~
dem ser .somadas diretamente em série com as impedâncias da linha de lransmissão. As impe-
dãncias da linha de trnnsmiss.ão podem ser referidas de um lado a oulro do bam."'() de lr.msfor-
madores. usando o quadrndo da relação ideal de tensões de linha do banco. Ao lidar com ban-
cos Y-ó. ou ll-Y. todas as grandezas pOdem ser referidas ao lado conectado em Y. Ao lidar com
bancos 6 -6 em série com linhas de transmissão. é convenie.•ue substiluir ao; impedãncias conec-
tada.~ em 6 do transfonnador por impedãncias equivalentes conectadas em Y. Pode-se mostrar
que um circuito equilibrado ligado em 6 com z~ !l/fase é equivalenle a um circuilo equilibra-
do ligado em Y com Zy !l/fase se

Três transformadores monofásícos de 50 kVA e 2400:240 V, ídênrícos aos do Exemplo 2.6.


são conectados em Y-6 em um banco trifásico de 150 kVA para baixara tens~o no lado da car-
ga de um aHmentador c.uja impcdância é 0. 15 +ji.OO O/fase. A lcnsão de linha no tcm1inal de
envio do alimcntador é 4160 V. No lado dos secundários. os trnnsfonnadorcs suprem uma car-
ga trifásica equilibrada mravé.'i de um OulrO alimcntador cuja impcdânci:1 é 0.0005 + j0.0020
O/fase. Encontre a tensão de linha na carga quando e,ssa puxa a corrente nominal dos trans-
fonnudorcs com um fator de potência de 0.80 indutivo.

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CAPiTULO 2 T RANSFORMADORES 97

FIGURA 2.20 Um transformador de 200 MVA de três enrolamentos. 50Hz e 210/80/10.2 kV


removido de seu tanque. O enrolamento de 2t0 kV tem um tapa1us1ável sob carga para ai·
teração de tensão. (Brown Boveri Corporalion)

• Solução
Os cálculos podem ser feitos com base em uma únicu fase referindo tudo :10 lado de alta ten-
são, ligado em Y. do banco de transfonnadores. A ll!-nsão ElO tennina1 de envio do alimcntador
é equivalenle a umo fonte de tensão V,. de
4160
V. = r.; = 2400 V, rensA<l de fase
v3
O;~especific-ação do transformador. a corre me nominal no lado de alta 1ens1io é 20.8
A/fase Y. A impedância do alimentador de baixa tens.ão, refe-rida ao lado de a há tensão pOr
meio do quadrodo d:l rehlçào nominal de tensões de linha do banco de lransfomtadores. é

z•.• ; 4160) '


( 240 <o.ooo; + j0.0020J; o.1s + j0.60 n

c a impcdtmcia combinada em série dos aJimcntadores de alta e baixa tensões, referida ao la-
do de alta tensão. é assim
z._..,wo.Jolof.11 = 0,30 + j I.60 0/(ase Y
Como o b:lnCO de trunsfonnadorcs. no seu lado de alta tcns.ão. está ligado em Y, .sua im-
pedância equiv;dente em série monofásica é igua.l à impedância em série monofásica de cada
transformador monofásicô, qu:mdo referida ao seu lado de aJta tensão. Essa impedãncia foi
origi1lahnente calculada no E,emplo 2.4 como sendo
z,. , = 1.42 + j I.SH!/fase Y

Devido ll cscoU:ta dos valores selecionados para esse exemplo. o circuito equivalente
monofásico para o sis1ema completo é idênlico ;~o do Exemplo 2.S. como pode ser visto de

Mdt .nat chromony prawem autorsk1m


98 MAQUINAS Eltl'RICAS

forma específica na Fig. 2. 14a. De fato. a solução com base em uma fase por \'CZ é cxatamcn·
te a mesma do Exemplo 2.5, de onde a te-nsão de carga referida ao lado de alta tensão é 2329
V em relação ao neutro. A tensão de fase real de carga pode ser calculada referindo esse valot
ao lado de baixa tensão do banco de tmnsformadorcs como

V.·..,p = 2329 ( : , : ) = 134 V. tc-nsâo de fase

que pode ser expresso como uma tensão de linha mulliplicando pOr ../3
v...,.. • 134../3 • 233 V.lens."k> de linha

Obser\'e que essa tensão de l inha é igual à tensão de fase de carga calcuhtda no Exemplo 2..5
porque neste caso os transformadores estão ligados em delta nos scu.s lados de-baixa tensão e.
assim. a tensão de linha nos seus lados de baix:1 tensão é igual à tensão nos terminais de bai·
xa tensão dos transformadores.

Repita o Exemplo 2.8 c.om os cransfonnadorcs conectados em Y-Y e com todos os de rnais as-
pectos da proposição do problcmo.t m:mccndo-sc os mesmos.
• Solução
405 V. 1ensào de linha

Os três transfonnadorcs do Exemplo 2.8 são rcconcctadoo em <...'Onfigt•ração 6 -6 e recebe-m po-


tência elétrica mr.wés de um ulimenl:ldor trifiísico de 2400 V (linha) cuja rea1ância é 0,80 O I
fase. No 1enninnl de envio. o ali rnentador é-conec1ado aos 1em1inais do secundário de um trans-
formador uifásico conectado em Y-6 cuja especificação é 500 kVA, 24 kV:2400 V (linha). A
imJ)edJncia em série equivalente do 1ransfonnador de envio é 0, 17 +j0.92 Q I fase referida ao
lado de 24(K) V. A ce11são aplicadJ aos 1emlinais do primário do traJlsformador de envio é 24.0
kV linha.
Un1curlo-circuito trifásico ocorre nos 1erminais de 240 V dos 1ransformadores no lado
de recepção do alime(uador. Calcule a co•·reme de cuno-circuito em •-egime pem1anente nas
linhas de rase de 2400 V do :Liimentador, nos enrolamentos do prim;.irio c do secundário dos
trnnsfonnadorcs do Indo de recepção, c nos terminais de 240 V.
• Solução
Os cálculos serão feitos com base em um equivalente em termos de tcn.siio de fase com acxlas
as gmndezas referidas ao alimentador de 2400 V. A tenstío da fome é emão
2400
./3 = 1335 v . tensão de f~se

Da Equação 2.40. a impedfillcia equivalen1e monofásica e-m série do trallSfol'rnador em


L\-6. vista no seu lado de 24()() v. é
·x" ' " 1'42 + j i.S 2 - O 7
~ · R,.1 +}
7
. ln
- .4 + J'06 u ..•r·ase
3

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C A.PiT\JLO 2 TRANSFORMAOORES 99

Então, a impedância em série total no cuno..circuito é a sorna dessa imJX."Xlância mais a


do tran.~tromtador do lado de envio e a reatância do alimcntador
z~ = (0.47 + j0.61) + (0. 17 + j0.92) + jO.SO = 0.64 + j2.33 f!/fuse

que tem um módulo de


IZ,.I = 2.42 IVfase

O módulo da corrente de fase no alimemador de 2400 V pode agora ser calculado sim-
plesmente como a tensão de ras.e dividida pela impedfíncia em série
. 1385
Ç(MTcnte no ahmemador de 2400 V =- - - = 512 A
2.42

e. co•no mostrado nu Fig. 2.19<:. a corrente no enrolamento de 2400 V do tmns(omt.ador no la-


do de recepç-5o é igual à corrente de rase dividida por ./3 ou
572
Comnte oos enmlamcmos de 2400 V = ,. = 330 A
v3

ao passo que a corrente nos enrolamentos de 240 V é 10 ve1..es esse valor


COfl't.nte nos entolô'unentos de 240 V = I O x 330 = 3300 A

Finalmeme. rererindo-sc ~ Fig. 2.19c. a corrente de fase nos tenninuis de 240 V em cur-
to-circ.uito e dada J>Or
Correme ni)S tenninais de 240 V = 3300../3 = 5720 A
Observe que naturalmente esse mesmo result<ldO poderia ter sido calculado verificando
simplesmente que a relação de espiras do banco de transfonnadores e-.n .6.-.1. é igual a 10: I e.
portanto. em condições de equilíbrio trifásico, a corrente de rase no lado de baixa tensão se-rá
lO vezes ~t do lado de alta tensão.

Repita o Exemplo 2.9 com a condição de que os três tmnsrormadores sejam collecmdos em 6 ·
Y, em VC"l de 6·6. de modo que o lado de baixa tensão do transfom1ador u ifásico te-nha uma
tensão de li nha de 416 V.

• Solução
Corrente no t~ limem ador de 2400 V= 572 A

Corrente nos enrolamcnt~ de 2400 V = 330 A

Corrente nos: enrolamentos de 416 V = 3300 A


Com-ote ~ tcrmin3i:\ de 4 )()V= 3300 ;\

2.8 TRANSFORMADORES DE TENSÃO E CORRENTE


Os tr.-.nsrormadorcs são usados freqiienteme1lle em aplk ações de instrumelltaç.ão pa.ra com-
patibilizar os valores das te-nsões e correntes com as f:.~ixas de operação de um medidor ou ou-
tro instrumento. Por exemplo. a maioria da insmunemação para s i s tema.~ de pmência de 60
Hz ba~eia-se em te-nsões na raixa de 0·1 20 V eficazes c correntes na faixa de 0·5 A eficazes.

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100 MÃOUINAS EL~TRICAS

Como as lensões de linha dos sistemas de potência alcançam 765 kV e as correntes. dezenas
de kA. é necessário algum método para fornecer aos instrumentos uma representação cxnta c
em níveis baixos desses sinais.
Uma técnica comum usa transformadores especializados. conhecidos como trlmJjor·
mndores de potencial ou TPs e transfomrndores de correntes ou TCs. Se construído com
uma relação de espiras de N1 :N!. um transformador ideal de potcnci,ll tcria uma tensão de
secundário igual ao valor de N/N1 vezes a do primário c de mesma fase. Do mesmo modo.
um transfonnador ideal de corrcn1c teria uma corrente de secundário de saída igual a N.JN2
vezes a corrente de entrada do primário c novamente de mesma fase. Em outras palavras.
os transformadores de pOtencial e de corren1e (também referidos como lrtuuformt.ulo"s d~
illslrumemaçcio) são projetados para, na pnitica. fu ncionarem li'lo próximo quanto J'>OSSfvel
dos transfonnadores ideais.
O circuito equivaleme da fig. 2.21 mostra um transformador carregado com uma i mpc-
z..
dância = R., +jX., em seu secundáóo. Para as finalidades desta discussão, a resistência de
perdas no núcleo R~ foi desprezada. Se desejado. a anáJisc apresentada aqui pode ser estendi-
da fucilmcnlc para incluir os seus efeitos. Seguindo a terminologia convencional. a carga de
um lr.msfonnador de instrumentação é freqüentemente refe-rida c.omo burden* do transforma-
dor. daí vem o subscrito b na equação de impedânc.ia acima. Para simplificar a nossa discus-
são. optamos por referir todas as grandezas do secundário ao lado primário do transfonnador.
Considere primeiro um transfonnador de potencial. ldcaJmcnte. deve medir c<nn exati-
dão a tensão ao mesmo tempo em que aparece como um circuito aberto para o sislema que es-
tá sendo medido. isto é. puxando corrente c potência desprezíveis. Assim. sua impedância de
carga deve ser "elevada" no sentido em que iremos quantificar agora.
Primeiro. vamos St•por que o secundário do tran.stormador esteja em c.irc.uilo aberto (is·
to é. IZ,.I =co). Nesse caso, pOdemos escrever que

V,
v, =
(N') jX,.
N, R, + j(X, + Xm)
(2.41)

!)essa equação, vemos que um transformador de potencial com um secundário em aber-


to tem um erro incrcme (em v;& lor c fase) devido à <1ueda de tensão produzida pela corre-1tte de
magnetizaç.ão na resistência de primário c mt reatância de dispersão. Se for possível la1.er com
que a resistência de primário e a reatâocia de dispersão sejam baixas em comparação à reatân·
cia de magnetjzação. então pode·se fazer com que esse erro inerente seja muito pequeno. ·

+
-i,

R, x,
~
••• ~
••••
X\ Ri N,
••

N,


- i,
+
v, ~ X, ~ ~ v2
r
f iGURA 2.21 Circuito equivalente de um transformadOt de instrumentaçao.

• N. de i .: lhJ!"(:ssiiu t~ela qual essa <.·att;.a e-m cspe~.~i al t c-omu rl~tfltec-onhccida. Em ingl~.$. s ignific-a fatdo 0\J c-3/g.a (cspe<'ia.l·
flll'lltc- pc$~).

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CAPÍ11JI.O 2 TRAHSFO!WAOORES 101

A situação é prejudkada na presença de uma carga (burden) finila. Incluindo o efeito do


impcdância dessa carga. a Equação 2.41 toma-·se
v, ( N,) Z01 Z~ (2.42)
V1 = N, ( R, + jX,)(Z01 + Zó +Rí + iXí)
onde
_ j X. ,(R, + jX, )
2... - (2.43)
R,+ j(Xm +X,)
e
,
2~ = (ZJ 2. ( 2.44)

~a impediincia da carga (burde11) referida ao pri mário do trunsfonnador.


Dessas equações. pOde-se ver t)ue as características para se ter exatidão em um u·ansfor-
mador de pote-ncial incluem uma rc.a1ância de magne1izaç.11o elevada (rncds exatamente. uma
impedância de exc-itação alta já que os efeitos das perdas no núcleo, embor.t desprezados na
análise apre.~mada aqui, também devem ser minimizados). assim como resistências de enro-
lamento e reatâncias de dispersão relativamente baixas. Finalmente. como se verá no Exemplo
2.10. a impcdância de carga (burdm) dC\'Cser mantida acima de um valor mínimo paro evirnr
qt•e erros excessivos sejam introduzidos no valor da tensão medida c no seu ângulo de fase.

Um tran.sfonnador de potencial com uma relação de 2400: 120 V c 60Hz tem os seguintes pa-
râmetros (referidos ao enrolamento de 2400 V):
X, =14Hl x; = l64íl X. = l63kíl
R1 = 128 O R;= 141 Q
(a) Supondo uma cntrnda de 2400 V, que idealmente deve produzir uma tensão de 120 V no
enrolamento de baixa tensiio. calcule os erros de módulo e de ângulo de fase da tensão do se-
cundário~ o enrolamento do secundário for posto em circuito aberto. (b) Supondo que a im-
pedância de carga (burden) seja puramente resisliva (~ = R.,), calcule a resistência mínima
(IJUrde11 máxima) que pode ser aplicada ao secundário de modo que o erro no valor do módu-
lo da censão seja inferior a 0,5%. (c) Repita a pane (b) mas encontre a resistência m(nima tal
que o erro de ângulo de fase seja inferior a 1.0 gruu.

• Solução
a. Esse problema é resolvido mais facilmente usando MATLAB. • Da Equação 2.4l sendo
V, =2400 V. o seguinte script de MATLAB fornece
f>, = 119.90 l0.!14S' V
O .t cript de MATLAB é:
ç lç
clear
tParSmetroa TP
RI "' 128;
Xl • 14i;
Km = 16Je3 :

• MATI.AB é uma nurca re,gistrolda da The MaahWOII'ks.. Inc.

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102 M ÁQUINAS ELETRICAS

Nl • 2400:
ti2 : l 20 ;
N • !Hnll;

\Ten#ao de primhrio
Vl = 2400 ;
\TenGio de ~ecund~ri o
V2 • Vl ' IN2/Nl P(j " XJII/IiH • j ' l)(l ..Xm))l ;
rnaOV2 • abs <V2):
phaseV2 = 180•anole(Y2)/pi ;
!print.f('\nModulo de V2 .. \9 !VI',ma9Vll
(pnnlfC'\n e 3ngulo • \g (gnus)\n\n' , phaoaeVil

b. Aqui. novamente. é rclativumcntc i medimo escrever um sc:ripl de MAT LAH capaz de im-
plementar a E<tuação 2.42 e de calculttr o erro pen::entual do módulo da tensão \11 quando
comparada corn a tensão de 120 V que deveria ser medida se o TP fosse ideal A resistên ..
cia de carga R.,. tXKle ser inicializada com um valor elevado e enHio reduzida até que o erro
no vialor da tensão alcance 0.5%. O rcsuhado de tal ilJlálise mos1raria que a resistência mí..
nima é 162.5 Q , corrcspondendo a um erro de 0.50% no valor da tensão e de 0.22° no ân·
guio de rase. (Observe que isso aparece como uma resistência de 65 kO, <1m1ndo referida
ao primário.)
c.. O SCI'ipt de MATLAB da pane (b) pode ser modificado para se obter a carga rcsiStiv;lmínima
que tomará o erro de ângulo de fase inferior a 1.0 grau. O resuhado mostraria que a resistê.ncia
mínim;aé 4 I,4 !l. corrcspOndcndo a um fingulo de fase de l,("tf e um erro no valor da tensão
de 1.70%.

US<mdo MAll..AB. repita as partes (ú) e (c) do E.<emplo 2. 10. supondo que a impcdfoncia de b11r·
deu seja pur.unerne reativa(~= jX.,) e encommndo a impedância nún.ima cotrespondeme X., em ca·
da Ca.~õO.
• Solução
A reatância de burtlen míninua <1uc resulta em uma 1ensão de secundário, demro de 0,5% do
valor esperado de 120 V. é X~>= 185,4 n com um ângulo de rase de 0.25". A reatância de
burden mínima que corrcsponde a um ângulo de fase na tensão de secundário, dentro de
1.0~ do ll1lgulo de rase da tensão do primário. é X" = 39.5 O. c para a qual o erro no valor de
tensão é 2.0%.
A seguir. considere um transfonnador de corrente. Um transfOI'mador de corrente ideal
deYe medir com exatidão a corTeme. ao l'nesmo 1empo em que se comporta como um curto-
circuito para o sistema que está se-ndo medido. isto é, desenvolvendo uma queda de tensão
desprezível c puxando uma potência também desprezfvel. Assi1n. sua impedância de carga
(burdtn) deve ser '·baixa" no sentido em que iremos quamific.ar agora.
Vamos começar supondo <IUC o secundário do trnn.sfomtador esteja em eurlo-circuíto
( isto é. IZ.,I = 0). Nesse caso. podemos escrever que

r, = (N')
r,
jX,.
N1 Rí + jCXí +X,. ) (2.4S)

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CAPiTULO 2 TAANSFORMAOOAES 103

De modo bem semelhante ao de um transfoml ador de potencial. a Equação 2.45 mosm.1


que um transformador de corre-nte corn um secundário em curto-circuito tem um e.rro ineren-
te (em valor e fa.ç;e). Isso é devido ao fátOde que urna parte da corrente de primário é desvia-
da para a rcatância de magnetização e não alcança o secundário. Se for possrvel fazer com que
a rcatância de magnetização seja elevada em relação à resistência de secundário e à reatfincia
de dispersão, então esse erro podení ser tomado muito pequeno.
Uma carga finita (burde,) apan.-ccrá em série com a impcdfmcia do secundário c :mmcn-
tará o erro. Incluindo o efeito da impedância de carga. a Equação 2.45 toma-se
i, (N') }X., (2.46)
i,= N, Zb+Rí+J(Xí+Xm)
Dessas equações. pode-se ver que. para se ter exatidão em um tnmsformador de corren-
te. ele deve ter uma imped9ncia de magnetização elcv;tdn. c resistêm;ias de enrolamento e
reatâtK:ias de dispersão rehuivamente baixas. Além disso. como visto no Exemplo 2.1 1, :a im-
pedãncia de carga de um u·ansfomtador de corrente deve ser mamida abaixo de um valor má-
ximo para evi1ar que erros adicionais excessivos sejam i 1urodu?.idos no valor da con-ente me-
dida e no seu ângulo de fase.

Um tmnsfonnador de corrente com uma relação de 800:5 A c 60 Hz.tcm os seguintes parâme-


tros (referidos ao enrolamento de 800 A):
X, = 44.8JJI'1 x; = 54.J,,Q X., = 17.7 ml'l
R 0 = 10.3!11'2 Rí = 9,6Jol'2
Supondo que o enrolamento de corrente elevada esteja conduzindo uma corrente de 800
A, C~1lcule o w:1lor da corrente c da fase relativu no enrolamento de corrente baixa se a impe-
dância de carga for puramente res-is:tiva com R.,= 2,5 Q .
• Solução
A corren1e no secundário pOde ser obtida a partir da &w ação 2.46 fazendo I, = 800 A e R'., =
(N1/N2)'R• = 0.097 mO. O scguinlescrifJI de MATLAB fornece
i,= 4,98 t 0.346' A
O scripl de MATLAB é:
de
e tear

\ParAIMt:roa TC
;t~2p . 9 . 69-6;
X~2P = 54.le-6 :
X . m • 11 . 1~ - ~ ;

N. l • !i :
N~2 = 800;
N • N.l!N.2:
\ I mpedAncia de carg~
M. b = 2.S;

\Corrente d~ prim.Srio
ll = 80();

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104 MÃOOINAS EléTRICAS

\COrr~nte de &~cundArio
f2 = IJ • N • j • X-m/(Z-~ • R- 2P • j • !X-7.p • X.mJ> :
m.:aoi2 = .,ball2 1;
J)ha~er2 .. I80•an9 le (Il)/pi ;

f pdntf ( ' \ n Módulo da corrente de eecund&rio =\o f A)' .~gt2>


fpri nLf ( '\n e .Sngulo de fliJJe "' tg l guus]\n\n ' ,ph<~n~12)

Para o tr.msformador de correme do Exemi)IO2. 1I. encomre ~ impedânci:l máxima de c-arga purn-
nleme reativa~= j X.,. tal que. para 800 A fluindo no primário do transformador. a corrente de se·
cundário seja superior a 4,95 A (isto é. ha"'erá no máximo um erro de 1.0% no valor da corrente).
• Solução
x., deve ser inferior a 3.19 O.

2.9 O SISTEMA POR UNIDADE


Os c,álculos relativos a mo\quinas. trunsfonnadores e sistemus de máquinas são freqüememetl-
le executadas na fonna COllhecida como por 1111idtule. istO é, corn todas as quantidades expre.~­
sas como frações decimajs dos chamados valol'l's de base adequadamente escolhidos. Todos
os cálculos usuais são emào executados com esses valores por unidade ao invés dos familia-
res vohs. ampêres. ohms e assim por d iame.
Há uma série de vantagens nesse sistema. Um~ é que os vnlores dos parlhneu'Os das má-
quinas e dos tmnsformadores ocorrem tipicamente dentro de um intervalo numérico razoavcl·
mente estrciiO, quando são expressos no si.slcma por unidade com base em scu.s v:alores nomi-
nais. Desse modo. a exatidão de scu.s valores é pàssível de uma rápida verificação aproximada.
Uma segunda vantagem é que, quando os par.1me.tros do circuito equivalente do transfonnador
são convertidos para seus valores por unidade, a re,lação de espiras do 1ransfonnador ideal tor-
na·sc I: I c. assim. o transformador ideal pode ser eliminado. Isso simplifica em muito a análi·
se já <JUCelimina a necessidade de referir a.s impedáncias pam um lado ou outro dos transfor-
madores. Em sistemas complexos. envolvendo muitos transfonnadores com diferc.nlcs relações
de espiras, essa varnagem é significativa pois climinu·sc uma possível causa de erros ~ rios.
Grandezas como tensão V, corrente I. potência P. potência reativa Q, potência aparente
VA, resistê,ncia R, reatância X. impedânciu Z. condutüncia G. susccptiincin 8 e admitânciu Y
podem ser transformadas para e da forma J)()r unidade como segue:
Grandeza real
Crande7.n por unidade = (2.47)
· Valor de base da grandeza
onde "Grandeza real" refere-se ao valor em volts. ampêres. ohms e assim por diante. Até cer-
to pomo. os valores de base podem ser escolhidos arbitrariamente. ma.c; ce,rta.'Ç relações e.mre
eles devem ser obsetvadas para que as leis elétricas normais sejam verdadeiras no sislcma por
unidade. Assim. para um sistema monofásico.
/\.,. Q...,. VA""" = v,,., 1..,. (2.48)
v..,
RbJM, XM,e· Z~xase = - (2.49)
/,_
O resultado final é que ll1Jetlf1S dutu gmiUiezns de base indepM.demes podem ser escolhidas
arbilmrirmre11U!~ as restantes são dclcmünadas pelas relações dada.~ pelas Equações 2.48 e 2.49. Em

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CAPiTULO 2 TAANSFOfWAOORES 105

aplicações típicas. os valores de VA~ e V~ são escolhidos primeiro e então os valores de/~~« e de
todas as demais gmndczas das Equações 2.48 e 2.49 são esll!belecidos de forma única.
O valor de VAb.l.« deve ser o mesmo em todo o sistema que c::stá sendo analisado. Quan·
do um trnnsfonnudor é encontr ado. os valores de V._ são difererue."õ em cada lado e devem ser
escolhidos com a mcsm.a·mzâo que a relação de e-spira.r.; do transformador. Usualmente. esco-
lhem-se as tensões nominais nos respec.tivos lados. Então. o processo de referir as ((lnl.nlida-
des para um dos lados do transformador ocorre automaticamente. As Equações 2.48 e 2.49
são usadas para encontrar c interpretar os valores por unidade.
Isso pode ser visto no circuito equivalente da Fig. 2. 10c. Se as tensões de base do pri-
mário c do secundário forem escolhidas com a mesma ra~d'lo que a relação de espiras do trans·
formador ideal, então o transformador ideal por unidade terá uma relação de espiras unitária
e ponan10 poderá ser eliminado.
Se e-ssas regras forem seguidas. o procedimento para realizar análises de sistema no sis·
tcmn pOr unidade pode.ser resumido como segue:
1. Escolha uma potência aparente (VA) de base c uma tensão de base em algum pomo do
sistema.
2. Converta 1odas as grande1.as para o sistema por unidade na potência aparente (VA) de ba·
se escolhida, e use uma base de tensão que se transforme de acordo com ;;1 rclaç.ão de e-s ·
piras dos transformadores que são encontrados à mcdidn que se percorre todo o sistema.
3. Realize uma análise elétrica normal com todas a" grandezas no sistema por unidade.
4. Quando a análise estiver completa. todas as grandezas podem ser convertidas de volta às
unidades reais (por exemplo. volts. arnpCres. watts. etc.) multiplicando seus valores po•·
unidade pelos valores de base correspondentes.
Quando apenas um dispositivo elétrico, tal como um transformador, está envolvido, o
próprio valor nominal do disposilivo é usado como base em vohs.amperes. Quando expressas
no sistema por unidade, com base em seus valores nominais, as características dos transforma·
dores de força e de distribuição não variam muito demro de uma faixa ampla de valores. Por
exemplo. usualmente a corrente de excitação está entre 0.02 e 0,06 por unidade. a resistência
c<1uivale.nte esu1 entre 0,005 e 0.02 por unidade (os valores menores aplicam··sc a grandes
transformadores), e a reatância equivalente está entre 0,015 c 0. 1O por unidade (os valores
maiores aplic-am.se aos transfonnadores de alta tensão de grande ponc). Do mesmo modo. os
valores por unidade dos parâmetros das máquinas sfncronas e de induç--ão caem dentro de um
intervalo relativamente estreito. A razão disso es1á em que a ffsica por detrás dos tipos de dis·
I)OSitivo é a mesma c, em um sem ido não aprofundado. eles podem ser considerados simples~
mente como versões em escalas diferentes do mesmo dispositivo básic.o. Como resuhado.
quando nonnalizados a suas próprias especificações nominais. o efeiro de escala é eliminado
e o resultado é um conjunto de valores. por unidade. que é muito semelhante em todo o inter·
valo de tamanhos daquele dispositivo.
Freqüentemente os fabricantes fornecem parâmetros para um dispositivo no sistema por
unidade com base no próprio dispositivo. Entretamo. quando diversos dispositivos estiverem
envolvidos. usualmente deve· se fazer uma escolha arbitrária de potênda aparente em volts·
ampêrcs, c usar esse valor em todo o sistema. Como resultado. ao se realizar urna análise de
sistema. pode ser necessário tr.tnsfonnar os par.1mctros por unidade fornecidos pelo f;lbricnn·
te nos valores por unidade correspondentes à base escolhida para a análise. As seguintes rela-
ções podem ser usadas para converter valores por unidade (pu) de uma base para outnt:

(P ,Q. VA)pun:~Nscl =( P, Q, VA)pu,.al:lasel


[ VA 00~ ' ]
VAoo)O: 2
(2.50)

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1 06 M ÁQUINAS ELÊTFIICAS

(R . X.Z)p.rn11 oo~z=(R.X.Z)'"'"ab1.-~ l [ , l
( Vb:~w: I)· VArn1~o: 2
("
Y b;i>C
)'l'l
2 I baw: I
(2.5 I)

Vpu na bu)( 2 = Vpu nabos.: I [-


v,.~-']
2
Vba)(
(2.52)

(2.53)

O circuilocquivalcntcdc um <ransforrnadordc 100 MVA c 7,97 kV:7Q,7 kV CSI:1 mosorado na


Fig. 2.22a. Os parâmetros do circuito equivale111e são:
X8 =0.0<10íl XA=3,75íl X,. = 114Q

R3 a. 0.76 mQ R,. c 0.085 Q


Observe que a indulãncia de magnetização foi referida ao lado de baixa tensão do cir·
cu i to equivalente. Convcna os parâmetros do circuito equivalemc para a forma por unidade
usando as especificações nominais do transformador como base.
• Solução
As grandezas de base do transformador são:
Lado de baixa tensão:
VAto•..,;;;;: IOOMVA V._;;;;: 7,97\:V

c. das Equações 2.48 c 2.49.

Lado de alta tensão:


VA'-':: 100 MV;\ v• .,.:: 79.7 kV
c. das Equações 2.48 e 2.49.

Agora., os valores por unidade dos parJ.metros do uansfonnador podem ser calc.ulados
dividindo-se pelos valores de base correspondentes.

Xo = ~:: =0,0630 1)0( unidade


3,15 .
X,.= 6..l,j = 0.0591 porumdade

X.. =-0114
-
.635
= .
180porunu;lade

7.6x 10-~ , .
R0 = 0. = 000
, I _ pol' urud:tde
635
0.085 .
H,. = = 0.0013 1)0( lU1idade
635

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CAPiTULO 2 TA.ANSFORMAOORES 107

7.99 kV : 79.7 kV
o---~·~~·~.·v---~~~~
x.~.--.---~~;
. r..~Jlx~.~--.AR~.r---~
(0.76m0) (0.(.)40 0 ) x. ~ (3.7S m (O.OS.S !l)
(114!!) ~

(a )

1
o----A,/IIv-Jllfr'---,-----:1
u;~ . • ' I r::-4W'---./I/I/'---<>
• XA
R
8

<0.0012 I"' I IM6'10 p•l ~ Xm


~ (180 ,..,
r
.;
R,.
<0.0S91 pu) (0.0013 p•J

(bl

Re Xo ,1{A R,.
(0.0012 1"'1 (0.06'10 pu) (0.0591 pu) ( 0.((H3 p11)

Xm
(180 ,..,

(C)

FIGURA 2.22 Circuitos equivalentes de transformador para o Exemplo 2.12. (a) Circuito equi-
valenle em vnidades reais. (b) Clfcuito equivalente por unidade com um transformador ide-
al 1: 1. (b) Circuito equivalente por unidade após a eliminação do transformador ideal.

Finnhncnlc. c.nda umn das tensões que representam a rcl:açiio de espiras do transforma·
dor ide;al deve ser dividida pela lcnslio de base no rcspcclivo lado do lransfomaador. Assim, ;;a
relação de espiras de 7,97 kV:79.7 kV toma· sc. por unidade.

Rclnçõodcespims por unidodc = (7,97kV) (79,7 kV) =


. kV
7 97
: . kV
79 7
1: I

O circuiiO equivalente por u nidade resul!am e cs1á mostrado na Fig. 2.22.b. Como 1em
uma relação de espims unilária, não há necessidade d e rnamer o transfom1ad or ideal. Assim.
o c ircuito equivalcrHe pode ser reduz.ido à forma da Fig. 2.22c.

A co•·rcme de excitaç-ã o medida no lado de baix.a tensão d e um trilllSfonnndor de 50 kVA e


2400:240 V é 5.41 A. A sua impcdfincia equivalente referida ao lado de nhu ICI\ São é 1,42 +
j 1.82 Q. Usando a especificação nominal d o transformador como base, expresse no sistem a
por u nidade c nos lados. de alta c baixa tensão (a) a corrente de excitação e (b) a impedância
equivulcntc.
• Solução
Os valores de base das tensOes e corremes sao
v.,_,,. = 24(X) v v,._.fl = 240 v ~..~.,., = 20.8 A lt.o...,,ll = 208 A

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108 M AOUINAS EL~miCAS

onde os subscritos A e B indicam os lados de alta e baixa tensão. respectivamente.


Da Equação 2.49,
• 2400 240
z._." = . = 11s.2 n z"-.a = = 1,152 Q
20 8 208
a. Da Equação 2.47, a corrente de excitação po1·unidade. referida ao lado de baixa lensão, po..
de ser calculada como:
5.4 1 .
l,.a = = 0.0260 por umdade
208
A corrente de cxciwçiio. refcrid•• ao lado de alta tensüo, é 0.54 I A. Seu v-.:alor por unidade é

/~,.A •
0.54 1
2:0.S :: .
o0260 por u1lldade
.

Observe que. como esperado. os valores por unidade são os mesmos quando referidos a
ambos os h•dos. Isso fa~ com que o tmnsfonnador rx>r unidade corrcsponda i l um trnnsfonna·
dor idcaJ com uma rcl~•çttO de espiras unitária. Trata-se de uma conseqüência direta da esco-
lha das tensões de b:LSe. com uma ratão igual à rel;u;ão de espirus do tmnsfom•ador, e da mes-
ma base de volts-.amperes.
b. O:l Equação 2.47 e do \•ator de Z,..., tern-se
1,42 + j 1,82 .
z,.. = 1152
'
= 0.0123 + j0.0158 por umdade

A impedânc i ~1 e<Juivalcntc rcfcridu uo Indo de baixa tensão é 0.0142 +.Seu valor por
unidade é
().142 +0,0 182
z <"!.fl = ') = 0.012.3 + j0.0158 por unidnde
1. 15_
Os valore~ por unidade, n::teridos t"IOSlados liC-oha e baixa tenstx:s. são os rnesmos. Are-
laç--ilo de espiras do transformador. no sistema por unidade, é explicada pelos valores de base.
Observe novamente que isso é cons islcntc com a relação de espiras unitária presente no tmns-
formador idcóll do ci rcui10 equivnlcnte do tr ansforrnndor usndo no sistema por unidade.

Um transfonnador de 15 kVA e 120:460 V tem uma impcdância em série (.'(juivalcolc de 0.018


+ j0,042 por unidade. Calcule a impedâncio em série equivaJente em o hms (a) referida ao la-
do de baixa tensão e (b) l'eferida ao lado de alta tensão.

• Solução
z....6 = 0.011 + ;o,(J40 n c z~. . = o.25 + ;o.oo n

Quando aplicados à análise de sistemas tri(ásicos. os valores de base do sistema por uni·
dadc são escolhidos de-modo que. cnlrc e les. as sc-guinlcs relações sejam verdadeiros em um
sistema trifásico equilibrado:

(2.54)
N o trntólmcnto de sistemas trifásicos. usual mente VAto.~.!Wiruk'o· a base trifásica de po-
tência a1>areme em vol1s-nmpêres. e v..,.,1111.,_ = V._. •·•· a base de tensão de linha em volts,

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CAPfTIJLO 2 TRANSF011MAOOAES 109

são escolhidos primeiro. Emão. os valores de base para a tC JlSão de fase ( l inha-neuu·o) são
obtidos fazendo•
I
Vb;ast 1 n = r.; V~ J.1 (2.55)
· v3 ·
Observe que-a com me de base em sistemas trifá.~icos é igual à corrente de fase. a qual
é mesma que a correme de base usada em uma análise monofá<iica (por fase). Assim.
VA base. 1rifásioo
(2.56)
J3 vhA~. •nrll~
Finalmente. a impcdâncin trifásica de base é escolhida como sendo a impedfhlc ia rnono-
fásica. Assim.
Zbu~. trir~~k,, = Zbaw. por fàk

Vban•. l ·n
=
1~-.c. ptlf fllw:

Vbosc. lrifkõico
=
./31bt.J'!JO:. lrif~l~
(V~. lrifásico) 2
(2.57)
VAhll•t. trif»kx.
As equações de conversão de base 1>ara base. Equações 2.50 a 2.53. aplic-am-se igual·
mente à conversão trifásica de bases. Obsci''Cque os fatores ./3 c 3. que estabelecem us re-
lações entl'e li e Y para os valores de vohs. ampêres e ohms em um sis1ema tJ'ifásico equilibra·
do. surgem automaticamente no sistema por unidade a panir dos valores de base. Assim. os
problemas trif;í.sicos pOdem ser resolvidos no sistema p<>r unidade como se fosse m problemas
monofásicos, e os detalhes do transformador (Y ~·ersus 6 no primário e secundário do trans-
fonnador) c as conexões de impcdância (Y ver.s11s 6 ) desaparecem. exceto na trans rorm~tç.ão
dos valores de volts. ampêres e ohms para dentro e fora do sistema por unidade.

Refaça o Exemplo 2.9 no sistema por u1lidade, calculando especificamente as correntes de fa-
se de curto-circuito que fluem no alimentador e nos terminais de 240 V do banco de tmnsfor-
madores. no lado de f(.'Ccpção. Usando o sistema por unidade. faça os cálculos usando como
bases a tensão nominallrifásica e os 150 kVA do transfonnador no lado de recepção.
• Solução
Começamos convertendo todas as impedâncias para a forma por unidade. A impedãncia do
transformador de 500 kVA e 24 kV:2400V. que :nua como fome do alimentador. é 0. 17 + j0,92
Q /fase. rcfcridn ao hKio do 2400 V. Da Equação 2.57, a impcdânciu de base correspondente à
basede2400Ve 150 kVAé
2400~
z....'(' = tso x tO.'= 38.4 °
Do Exemplo 2.9, a impedãncia tmal em série é igual a z'" = 0,64 + j2.33 n /fase e assim, no
sistcm't por unidade. toma-se
0 64 2 33
Z..... ::= · +i • • o.oI67 + J.
·o0607 pot unt'dade
38
• ,4

• N. de T.: Os subscri t~ 1-1c 1-n iOOicam linha-linha c tinha-neutro. rCS{lC'Ctivamcmc. no caso. tcnsftode linhn c tcm:node fase .
P;•~ mai11 deJalhe!i. eonsulle a Scçllo A.2 no Apénditt A.

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110 MAOuiNAS ELITRICAS

cujo módulo é
I ZW~ I = 0.0629 pOr unidade

A tensão aplic-ada ao lado de alta tensão do transformador de envio é V,= 24.0 kV-= 1.0
p<>r unidt•dc, tomtmdo a tensão nominal como base. Assim, ~~ corrente de cuno.cirt uito será
igual o
~ =
( ., = IZ.I _·~ = 15.9 por umd:.dc
.
0 0629

Para c-alcular a." oortentcs das rases em ampÚes. é necessário simplesmente muhjpJicar
a corrente de c-uno-circuito. por unidade, pela corrente de base apropriada. Assim. no alimen·
tador de 2400 V. a corrente de base será
ISO X I())
I"- ~v= r.. = 36. 1 A
. "3 24(10

e, pt..)nanto, a COrrt-l'llC do alimentador será


1.,.~ :::::= 15.9 X 36. 1 = 574 A
A c.orrente de base nos secundários de 240 V dos 1ransfom1adores do lado de recepção é
150 X 10'
1- :..,_v :& r.:; a 361 A
· v3 240

e, assim, a corre cu e de curto-circuito é


l ott:.....-.><.lr UO \' = 15.9 X 361 = 5,74 kA

Como cspcr.1do. c..~sc.s v:.dorcs são C(Joivalcntes. dcnU'O da precisão numérica. uos calcul::•dOs
no Exemplo 2.9.

Calcule o valor da corrente de cuno-circuito do alimenwdor do Exemplo 2.9 se: o alimentodôr


de 2400 V for substituído por um ali •nenrador com um:l impedância de 0.07 + j0.68 !l/fuse.
Reali-ze esse cálculo tornando como bases a te-nsão m)tninal e os 500 kVA do tru.ns form~•d or do
lado de envio e exprc;;,se a sua solução no sistema por unidade e tumbém em am pên.~ pOr fase.
a Solução
Corrente de cul'to-cii'CUito = 5,2() por unidade = 636 A

ExEI.IPLO 2.15

umtransfomaad9f de 2.4 k V:460 V c 250"k:VA cu-


U rna carga trifisic;aé alimenradn a 1)<\n ir de
ja impedânci:l equivalente em série é 0,026 + jO, 12 por unidade, em sua própria base. Obser-
va-se que a tensão de l inha da carga é 438 V e e.st:i recebe-ndo 95 kW com um f;uor de pOtên-
cia unitário. Calcule a tensão no lado de ::.lta tensão do transfonnador. Faça os cálculos tom;.Ul-
do COillO bases 460 V e I00 k VA.
• Solução
A i mpedância. com base no lado de 460 V do transformador. é
460'
Z....•_,....,. = 250 X 1I)' = 0,846 !'!

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CAPiT\JlO 2 TRANSFORMADORES 111

ao passo que aquela com base em 100 kVA é


.. 46CT _ ., ? '""
z...~. IOII>~IIA= IOOx t ()' --·'-H

Assim, da Equação 2.51. a impedância por unidade do transformador, na base de I00


kVA,é

z,......,_ = (0.026 + j0.12) ( 02.12


864
· ) = 0.0106 + j 0.0489 por unidade

A teJlSilo de carga. por unidade. é


• 438
v""'.= 460 = 0.952 ,o por unidade
onde a tensão de carga foi escolhida como referência para os cálculos de ângulos de fase.
A potência dn carga, por unidade, é

P.,... = ~~ = 0,95 por unidade


e, assim. a correme de c-arga por unidade, em fase com a tensão de carga pOr tnuar-sc de uma
c--arga que opera com um fator de potência unitário. é
P,,, e -
, uop :::- 0.95 . .
- = 0.998 i O por umd.Wc
Vntp 0.952
Ponanto, podemos agora calcular a tensão no lado de alia censno do transfonnador
,;"' = ,;_p +i...,..z....w••...w.
= 0.952 + 0.998(0.0 106 + j0.0489)
=0.963 + j0.0488 =0.964!29.0' por unidade
Assim, a tensão no lado de alta tensão é igual a 0.964 x 2400 V = 23 13 V (lensão de linha).

Repita o Exemplo 2.15 se o transformador trifásico de 250 kVA for substituído por um trans·
fonnador de I50 kVA com especificaç.ão nominal também de 2.4 kV:460V c cuja irnpe:dância
equiva.leote em série é 0.038 + JO.J35. por unidade. em sua própria base. Faça os cálculos tO·
mando como bases 460 V e 100 kVA.

• Solução
Tensão do lado de aha tens.ao = 0.982 por unidade= 2357 V (h-::-ns.ão de linha)

2.10 RESUMO
Mes1no não sendo um dispositivo eletromecfinic.o, o transformador é um componente comum
c indispcns;ível de sistemas CA onde é usado para transformar tensões. correntes c impcdân·
cias em níveis apropriados permitindo uma utilização otimizada. Paru os propósitos de nosso
estudo de sistemas eletromecânicos. o trnnsfonnador scr"e de exemplo valioso das técnicas
de análise que devem ser empregadas. Ofcrecem·nos oportunidades para investigar as pro·
pricdades dos circuitos mngnéticos, incluindo os concei1os de FMM. corrente de magnctiz.a-
ç.ão, fluxos mútuo e dispersivo de rnagne.ti:r..açl'io, e suas i ndulfincias associadas.

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11 2 MÃOUtNAS EL~TRtCAS

Tanlo em trunsfonnadores como em máquinas rolmivas, un1 campo magnél ico é criado
pela ação combinada das correntes nos enrolamen1os. Em um tmnsfonnador de núcleo de fer·
ro, a maior pane do fluxo está confinada ao núcleo e enlaça tcxlos os enrolamentos. O nuxo
nul1uo resultante induz 1ensões nos enrolamentos proporcionalmente a seus números de cspi·
ms e é responsável pela propriedade do transfom1ador de converter tensões. Em máquinas ro-
tativas, a situação é similar, embora haja um entrderro de ar que separa a parte rorativa da es-
tacionária da máquina. De fonna diretamente análoga ao modo pelo c.1ual o nuxo do núcleo de
um transfonnador enlaça os diversos enrolamentos, o fl uxo múwo em máquinas rotativas
almvcssa o cntrcferro, concmcnando os enrolamentOs do motor e do CSI::ltOr. Corno no tra.ns·
rom1ador, o lluxo mútuo induz tensões nesses enrolamentos PJ"'I)Orcionalmente ao número de
espiras e à ra1..i10. no ternpo, da variaç.ão do nuxo.
Uma diferer1ça significativa erure transformadores e máquinas rotativas está em que nes·
sas últimas há um movimento relativo entre os enrolamentos do rotor c do cstator. Esse movi-
mento relativo produz e acrescenta uma componente adicional à taxa de variação. no tempo.
dos diversos Ouxos concatenados de enrolamento. Como será discutido no Capítulo 3. a com 4

ponente resultame de tensão, conhecida como tensc1o de velocidade. é característica do pro·


cesso de conversão eletromec.ânica de ene-rgia. Em um transformador estático. entretanto, a
variação dos Ouxos concatenados no tempo é causada simplesmente pela variação. no tempO.
das correntes dos enrolamentos. Nenhum movimento mecânico está envolvido. c nenhuma
c<.mversão elctromcc::ânica de energia ocorre.
No rHícleo de um trunsformador. o nuxo resultnnte induz uma força corura eleuomo
4 4

triz (FCEM) no primário que,juntamer\le com as que.das de ter1são na resistê1lcia e na re-a ·


tância dispetsiva do primário, deve ser igual à tensão ~tplicada . Corno essas quedas de ten·
são são usualmente pequenas. a FCEM deve ser aproximadamente igual à tensão aplicada,
e o fluxo no núcleo deve se ajuslar ele próprio adequadamente. Fenômenos semelhantes de·
vem ocorrer nos enrolamentos da am1adura de um motor CA: a onda de fl uxo resultame no
entrderro deve se ajustar ela própria pur:t gerar uma FCEM aproximadamente igual à ten·
silo aplicada. Tanto em transformudl)re$, c·omo em máquinas rQtativas. a FMM líquida de
todas as correntes deve se ajustar adequadarnente ela própria para criar o n uxo resullante
requerido por esse balanço de tensões. Em qualquer dispositivo elelromagnético CA, no
qual us quedas de tensno na resistência e na rcatância dispersiva são pequenas. o n uxo re-
sullame é determinado muito aproximadamente pela tensão c frc<1üência aplic.adas. c as cor-
remes devenl se ajuSt::lr adequadamente el::lS próprins para produzirem a FMM necc..o;.sária
para criar esse fluxo.
Em um transfol'lnador. a corrente do secundário é de-terminada pela tensão induz.ida no
secundário, pela impcdància de dispersão do secundário e pela carga. Em um motor de indu·
ção. a corrente de secundário (rotor) é determinada pela tensão induzida no secundário, pela
imp<.:dància de dispersão do secundário e pela carga mec5nica em seu eixo. E..~.senciahne me.
os mesrnos fenôme-nos ocorrem no enrolamento do prim(trio de um tr:msformador c nos cnro·
lamentos da armadura (e-swtor) dos mocores síncronos e de indução. Em todO!i O!i três, n cor 4

rente de primário ou de armadura deve se ajustar ela própria de modo que a Rvl]\•1combinada
de todas as correntes produza o nuxo requerido pela tensno aplicada.
Além dos nuxos múluos úteis. tanto em traJlSformadores como em má<tuinas rotutivas.
há fl uxos de dispersão que concatenam enrolamentos individuais sem concacenar outros.
Mesmo que o quadro dctaJhado dos n uxos de dispe1·s.~o de máquinas rotativas seja mais com·
plicado do que o de transformadores, seus efeitos são essencialmente os mesmos. Em ambos.
os Ouxos de dispersão induzem tensões nos enrolamentos CA que se manifestam como que·
das de terlsão nas rea1ândas de dispersão. Em ambos, a." relutâncias dos caminhos dos nuxos
de dispersão sno dominadas pelas rclu1âncias dos caminhos através do ar. e ponamo os Ouxos

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CAPITULO 2 TRANSro<lMAOORES 113

de dispersão são quase linearmeJlle proporcionais às correntes que os produzem . Desse mo-
do. freqüentemente assume·SC que as reatâncias de dispersão são constantes. independente·
mente do grau de saturaç.i lo do circuito magnético principal .
Outros exemplos de semelhanças básicas entre trnnsfonnadorcs e máquimLs rotativas
podem ser citados. Exceto pelo atrito c pelo deslocamento de nr. as perdas nos tronsfonnado·
res e nas máquinas rotativas são cssencialmeme as mesmas. Ensaios para se detel'minar as
perdas e os panimctros dos c.:ircuilos c<(uivalcntcs são semelhantes: um ensaio de circuito
abeno. ou a vazio, dá informações em relaçlio aos requisitos de excitjlçào e às perdas no nli-
cleo (juntamente com as pe.rdas por atrito e por deslocamento de ar. nas máquinas rotativas).
ao passo que um ensaio de curto-circuito juntamente com a medida CC de resistências fome·
cc informações em relação às rcatâncias de dispersão e resistências de enrolamento. O modc·
lamento dos efeitos da sawração magnétic.a é um outro exemplo: tanto em transformadore.s
como em máquinas rotativas CA. as reatâncias de dispersão não sno usualmente afetadas pe·
la saturação e. além disso, supõe-se que a saiU ração do circuito magnético principal seja de·
tennillada pelo fluxo mútuo resuhame ou de entreferro.

2.11 PROBLEMAS
2.1 Um transformador é constituído por uma bobina primária de 1200 espiras e uma bo-
bina secundária em aberto de 75 espiras enroladas em torno de um núcleo fec hado
de seção reta de 42 cm1. O material do núcleo pode ser considerado saturado quan·
do a densidade de fluxo eficaz atinge 1,4S T. Qual é a tensão máxima eficaz de 60
Hz no primário que é possível sem que esse nível de satumçao seja atingido? Qual
é a tensão correspondente no secundário? De que fonna esses valores modificam-
se se a freqüência for rcduz.idn puru 50Hz?
2.2 Um circuito magnético com uma seç.ão reta de 15 cm 1 deve operar a 60Hz a panir de.
Ulna fo•ue de 120 V eficazes. Calcule o número necessário de espims paro atingir uma
densidade de lluxo magnético de pico de 1,8 T no núcleo.
2.3 Um rransfonnador deve ser usado para transformar a impedânciu de um resistor de 8
0: em uma impedância de 75 !l. Calcule a relação de espiras necessária. supondo que
o transrormi"'Or seja ideal.
2.4 Um rcsistor de 100 n é conectado ao secund;í.rio de um transformador ideal com uma
relação de espiras de I :4 (primário-sccundií.rio). Uma fonte de tensão de LO V eficazes
e I kHz é ligada ao primário. Calcule a coneme do primário e a tensão no resistor de
10011.
~2.5 Uma fonte, que pode ser represemada por uma fonte de tensão de 8 V clicazes em sé-
rie com uma resistênc ia interna de 2 kO, é conectada a um resisto•· de carga de 50 n
por meio de um transformador ideal. Calcule o valor da relação de espiras com a qual
a máxima potência é fornecida para a c.arga. e a potência de carga c.orrespondenle.
Usando MATLAB, plote a potência fornecida à c-atga, em miliwaus. em função da re·
laçHo de espiras do transformador, c.obrindo valore.~; de I.O a 10,0.
2.6 Repita o Problema 2.5 com a resistência de fonte substituída po•· uma reatâ.ncia de
2 kíl.
2.7 Um transformador monofásico de 60Hz tem uma lCJlSão nominal de placa de. 7,97
kV:266 V a qual se b;l.'icia na relação de espiras de seus e.nrolamemos. O fabricante cal·
cuia que a indutân<:ia de dispersão do primário (7.97 kV) seja 165 mH e a indut5ncia
de magoeti1.açào do primário seja 135 H. Para uma tensão primária de 7970 V a 60Hz..
caJcule a respectiva 1ensão de secundário em circuito aberto.

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114 MÁQUINAS E LÊTRICAS

2.8 O fabrican1e calcula que o 1ransfonnador do Problema 2.7 lenha uma indutância de
dispersão de secundário igual a 0.225 mH.
a. Calcule a indutância de magnetizaç-Jo quando referida ao lado do secundário.
b. Uma 1ensão de 266 V e 60 Hzé aplicada no secundário. C•lcule (i) ntensão resul·
tante de circ.uilo aberto do primário e (ii) a corren1e de secundário que rcsuharia se
o primário fosse curto-circuitado.
2.9 Um transformador de 120 V:2400 V, 60 Hz e 50 kVA tem uma reatfincia de rnagneli·
zação (quando medida nos terminais de 120 V) de 34.6 O. O enrolarnemo de 120 V
lem uma remância de dispersão de 27.4 mO., c o enrolamento de 2400 V tem uma rca·
1ância de dispersão de 11 .2 O.
a. Com o secundário em aberto c 120 V aplicados ao enrolamento do primário (1 20
V), calcule a corrente de primário c a tensão de secundário.
b. Com o secundário curto-circuitado. calcule a censão de pri1nário da qual resuha a
correnle nominal no enrolamento do primário. Calcule a corrente correspondente
no enrolamento do primário.
2. 10 Um transfonnador de 460 V:2400 V tem uma reatância de dispersão e m série de 37.2
n. referida ao lado de aha tensão. Observa.se que uma carga conectada ao lado de
baixa tensão está absorve-ndo 25 kW com fator de potência unitário. e que a tensão
mede 450 V. Calcule a ICnsào e o fator de potência correspondentes. medidos nos
tenninais de aha censão.
~ 2. 11 As resistências e rcatâncias de dispersão de um transfomtador de distribuição com 30
kVA. 60 Hze 2400 V:240 V são
R1 = 0.68 !l R, = 0.0068 !l
X 1, = 7.8 Q x, = O,o780 Q
onde o subscrito I denota o enrolamento de 2400 V c o subscrito 2. o de 240 V. Cada
quantidade está referida a seu próprio lado do transformador.
a. Desenhe o circuito equivalente referido aos lados de (i) alta e (ii) baixa tensão. In-
dique numericamente no desenho as irnpcdolnc;ias.
b. Considere que o transformador esteja entregando sua potência aparente nominal
(kVA) a uma carga no lado de baixa tensão com 230 V sobre a c.arga. (i) Encontre a
tensão nos terminais de alta tensão para uma carga com fator de potência de 0.85 in·
duli\'O. (ií) Encontre a tensão nos tenninais de alta tensão par.t uma carg<l com fator
de po<ência de 0.85 capacilivo.
c. Considere uma carga. com valor nominal (kVA). conectada aos tenninais de baixa
tensiio operando a 240 V. (j) Use MATLAB pam plotar a 1cns.ão nos temtinais de al-
ta tensão em função do ângulo de fator de potênc ia. quando esse varia de 0.6 capa·
citivo, passa pelo valor unilário e atinge 0.6 induti\'o.
~ 2.12 Repita o Problema 2.1 I para um transformador de distribuição com 75 kVA. 60 Hz e
4600 V:240 V cujus resistências e reatâncias de dispersão são
R, = 0,846 Q R1 = 0.00261 !l
x,, = 26,8 n x,, = 0.0745 n
onde o subscrito I denota o enrolamento de 4600 V e o subscri10 2, o de 240 V. Cada
quantidade está referida a .seu próprio lado do trnnsrormado•·.
2.13 Uma carga monorásica é abastecida através de um alirnentador de 35 kV cuja impe·
dânci:a é 95 + j360 0 e um u·ansfonnador de 35 kV:2400 V cuja irnpcdância cquiva·

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CAPITULO 2 TRANSFOAMADORES 115

lente é 0,23 +j 1.27 n. referida a seu lado de baixa tensão. A carga é de 160 kW com
um fator de potênc.ia de 0,89 capacilivo e 2340 V.
a. Calcule a censüo nos terminais de a1Hllens5o do tnmsfonnador.
b. Calcule a censão no lado de envio do alimentador.
c. Calcule os ingres..'ios de J>Otências real e reativa no lado de envio do alirnenwdor.
2. 14 Repita o Exemplo 2.6 com o transfonnador operando a plena carga c um fator de po·
tência unitário.
2.15 A placa de um transformador monofásicodc 50 MVA c 60 Hz indica <1uc ele tem uma
tensão nominal de 8,0 kV:78 kV. Um ensaio de circuito aberto é executado a panir do
lado de baixa tensão. e as respecti\•as leituras nos instrumemos de medida são 8.0 kV.
62. 1 A e 206 kW. Do mesmo modo. um ensaio de curto-circuico. no lado de baixa tcn~
são. fome<'< lcitul'll.'i de 674 V, 6.25 kA c 187 kW.
a. Calcule a impedância equivalente em série. a resistência c a rcatância do trJ.nsfor~
mador referidas aos terminais de baixa tensão.
b. Calcule a impedância equivalence em série do transformador referida aos ccnninais
de aha tensão.
c. Fazendo as aproximações apropriadas. desenhe um circ.uito equivalente T pura o
ttartsfomtador.
d. Detemtine o rendjmento eu regulação de tensão se o transformador estiver operan~
do na tensão e carga nominais (fator de potência unitário).
e. Repita a pane (d). supondo que a carga tenha um fator de potência de 0,9 capncitivo.
2.16 Um tmnsfonnadordc 550 kVA e60 Hz., com um enrolamento primário de 13.8 kV, pu-
xa a V'.tzio 4.93 A c 3420 W, com tensão c rrcqüência nominais. Um outro ttansforma-
dor tem um núcleo com todas as dimensões lineares ./2 vezes maiores que as dimcn·
sões correspOndentes do primeiro transformador. O material do núcle.o e a espessur.t
das chapas são as mesmas em ambos os transfonnadores. Se os enrolamentos do pri-
mário de ambos os transformadores tiverem o mesmo número de espiras. quais serlio
a vazio a corrente e a potência puxadas pelo segundo tmnsfonnador <1uando 27,6 kV e
60Hz estiverem aplicados a seu primário?
2.17 Os seguintes dados foram obtidos pam um tmnsfonnador de distribuição de 20 kVA.
60Hz e 2400:240 V em um ensaio a 60Hz:
Ttnsào, Corrtntt. Potência.
v A w
Com o enrolamento de alto tensão em circuito abeno 240 t.038 122
Com os le.ffllinais de baixa tensão em cuno-eircuito 61.3 8.33 257

a. Calcule o rendimento com a corrente de plena carga c a tcnsíio nominal nos tenn i ~
nais. opemndo com um fmor de potência de 0.8.
b. Suponha que o fator de potência da cargu seja variada enquanto a corrence de cargo
e ;a tensão dos terminais do secundário sejam mantidas constantes. Use um diagra-
ma fasorial J)ara deLerminar o fato r de JX>tência da carga para o qual a regulação é
máxima. Qual é o valor dessa regulação?
~ 2.18 Um transformador monofúsico de dislribuição com 75 kVA, 240 V:7970 V e 60 l>lz
tem os seguintes parâmetros referidos ao lado de alta tensão:
R, = 5.93 Q X I = 43,2 fl
R, = 3.39 fl X, = 40,6 fl
R, =244kfl X,= 114kfl

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116 Mi.OolNAS ELI!'TRICAS

Suponha que o tnmsformador esteja fornecendo a sua potência aparente nominal


(kVA) em seus tenninais de baixa tensão. E.~creva um .w.:ript de MATLAB pilra deter-
minar o rendimento e a regulaç3o do transfom1ador para qualquer fator de potência de
carga especificado (capacitivo ou indutivo). Você pode usar aproximações razoáveis de
engenharia para simplificar a sua análise. Use o seu script de MATLAB paru dctcrmi 4

nar o rendimeruo e a regulação p.1.ra uma carga com fmor de pOtência 0,87 capaciti\'0.
2.19 O transformador do Problema 2. 1I deve ser COJlectado como autotraosfonnadOI'. Deter-
mine (a) as tensões nominais dos enrolamentos de alta c baixa tensão paro essa c..vncxüo
e (b) a potê11cia apareme nominal (em kVA) quandoconecwdo CQmo autotra.lsfonnador.
2.20 Um trnnsformador de 120:480 V e 10 kVA deve ser usado como aulotransformador pa·
ra fomeccr 480 V a um circuito a panir de uma fonte de 600 V. Quando tes tado como
um transformador de dois cnrolamemos usando a c-arga nominal, com fmor de potên·
cia unitário. seu rendimento é 0.979.
a. Faça um diagrama das c-onexões do autotransformador.
b. Determine u sua potência aparente nominal (em kVA) como tlutotrnnsfonnador.
c-. Encomre o seu rendimento como autotransfonnador a I)Jena carga, com um fator de
potência de 0,85 indulivo.
2.21 Con!>idere o transformador de 8 kV:78 kV e 50 MVA do Problema 2.15 conectado co-
mo autotransformador.
a. Determine as tensões nominais dos enrolamemos de alta e baixa tensão para esse ti·
pode conexão c também a potência aparente nominal (em kVA).
b. Calcule o rendimento do transfomtador nessa conexão quando u sua c;trga nominnl
está sendo fomecidu com um fator de potência unitário.
~ 2.22 Escreva um scnjn de MATLAB cujas entradas são as especificações nominais (tensão
c kVA) c o rendimento para um transformador simples. usando a carga nominal com
fator de potência unitário. A s saídas são as espccificaçõe.s nominais do transfonnador
e o seu rendjmemo, com c-.arga nominal e fator de potência unitário, quando conectado
como autotransfom1ador.
2.23 Os terrni11ais de alta tensão de um banco trifásico de três transfonnadores monofásicos
são abastecidos a pan.ir de um sistema de três fios e três fases de 13.8 kV (tcn.são de li·
nha). Os terminais de baixa tensão devem ser conectados o uma carga (subestação) de 1rês
fios e três fases, pux;mdo até 4500 kVA em 2300 V (tensão de linha). Obtenha as cs p<.'C i·
fie-ações nominais neces.sá•·ias de tensão, corre-me e potência apare1ue (em kVA) de cada
uansfonnador (ambos os tnrola.mcntos de :alw c baixa tensão) para as seguintes ligações:
Enrolamentos Enrolamentos
de alln tett.~lo dt baixa tensão
3. y A
b. A y
c. y y
d. A A

2.24 Três tra•lsfonnadores monofásicos de I00 MVA com cspccifi c~•çõcs nominais de 13.8
kV:66.4 kV deve m ser conectados em um banco trifásico. Cada transfonnador tem
uma impcdâneia em série de 0.0045 + j0.19 O referida a seu enrolamento de 13,8 kV.
a. Se os transfonnadorcs forem conectados em y. Y, calc.ule (i) a tensão e pmêneia nomi·
n;lis da concxiio trifásica, (ii) a impcdância equivalente referida aos seus tenninais de
baixa tensão e ( iii) a impcdância equivalente referida aos seus terminais de alia tensão.
b. Repita a pane (a ) se o transfonnador for ligado em Y no seu lado de baixa tensão c
ó no seu lado de alla (ensi'i o.

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CAPiTULO 2 TfiANSFOfiMAOOI\ES 117

2.25 Repita o Exemplo 2.8 com uma carga que puxa a corrente nominal dos tr.msfonnado-
res com um fator de potência unitário.
2.26 Um transfomlador lrifásico Y-ó tem especificações nominais de 225 kV:24 kV c 400
MVA. c uma reatãncia em série de 11.7 O referida aos seus terminais de alta ten:w."io. O
tmnsformador está abas((:cendo uma c.-arga de 325 MVA. com um futor de pot~nc i a de
0,93 indutivo e uma tensão de linha de 24 kV no lado de baixa tensão. O transformador
é abastecido pot um alimentado!', cuja impedãncia é 0,11 +j2.2 !l. conectado aos seus
tenninais de alta tensOo. Para essils condições, calcule (a) a tensão de linha nos tenninais
de aha te.nsão do ttansformador e (b) a tenstio de linha no lado de envio do alimemadol'.
~ 2.27 Suponha que a catga tmal do sistema do PI'Oblema 2.26 mantenha-se constante em 325
MVA. Escre"a um sc:ript de MATLAB pata plotar a tensão de linha que deve ser aplica-
da no lado de envio do alünentador para manter a tensão de linha da carga em 24 kV com
o fator de potência varinndo <k: 0.75 indulivo. passando pela unidade e chegando a 0.75
capacitivo. Plote a tensão no lado de envio em funçno do fUlSulo do facor de pocência.
2.28 Um banco. conectado em 6 -Y, de três transformadores idênticos de I00 kVA, 2400
V: 120 V c 60 Ht é abastecido com potência \l partir de um alimcnlador cuja impediin·
ciaé0.065 +j0.87 Q por fase. A tensão de linha no Jadodccnviodo alimenmdoré man·
tida constante em 2400 V. Os resultados de um ensaio monofásko de curto-circuiiOe1n
um dos transforrmldorcs. com seus enrolamencos de tmixa ccnsão curto-circuitados. são

a. Determine a tensão de linha. no l:ado de baixa tensão do tr.tnsformador. quando o


banco entrega a corrente nominal a uma carga trifásica cquilibmdu com um fmor de
potência unitário.
b. Calcule as oorremes nos entolamentos de aha e baixa tensão e nos fios do alimentador
se um curto-circuito trifásico contínuo ocorrer nos tenninais de linha do secundário.
2.29 Um transfonnador de potencial de 7970 V: 120 V c 60Hz tem os seguintes pan1rnctros,
vistos do enrolamento de alta censão (prirntlrio):
X, = 1721 Q Xí = 1897 Q X,.= 782kQ
R1 = 1378!"1 Rí = 1602!"1
a. Supondo que o secundário esteja em abeno c que o primário esteja conectado a uma
fonte de 7,97 kV. calcule o módulo e o ângulo de fase (em relação à fome de alta
tensão) da tensão nos terminai); do secundál'io.
b. Calcule o módulo c o ângulo de fase da tensão do secundário se uma carga resisti·
va de I ~kn for conectada aos terminais do secundário.
c. Repita a parte (b) se a carga for lrocada por umn realiincia de l·kil.
2.30 Pant o tmnsfonnador de potencial do Problema 2.29, encomre a c.arga reativa máxima
(reatãnc.ia mínima) que pode ser aplicada aos terminais do secundário, de modo tal que
o erro no valor da tensão não exceda 0.5%.
~ 2.31 Considere o transformador de potencial do Problema 2.29.
a. Use MATLAB para plmar oerro percentu:ll no valor da 1ensão em função do v~tlor da
impedància de carga (burden) (i) p:lr.l uma carga nlsistiva de 100 O S: R, S 3000 O e (ii)
p:un uma carga reativa de 100 !l s x, ~ 3(XK) !l. Plote essas curvas no mesmo eixo.
b. A seguir, plote o erro de fase. em graus. em função do valor da imped5.ncia de car·
ga (i) para uma carga resistiva de I00 Q s;: R0 S' 3000 Q e (ii) par:l uma carga rea.
tiva de I00 O s;: Xb S' 3000 O. Novameme, plote essas curvas rlOmesmo eixo.

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118 MAooiNA$ ELtfRICA$

2.32 Um transformador de corrente de 200 A:5 A e 60 Hz tem os seguintes parâmetros \'iS·


tos do enrolamento de 200 A (primário):
X1 =745,,Q Xí=8 13!'rl X.,=307mrl
R,= J36J<rl Rí =I28"Q
a. Supondo uma oorrc-•ue de 200 A no primátio e que o secundário seja cuno..circuita..
do. encontre o módulo c o ângulo de fase da corrente do sccund:í.rio.
b. Repita os cálculos da parte (a) se o TC for cuno-c ircuitado atra\•és de urna c-arga de
250 ,.n.
~ 2.33 Considere o transfommdor de corrente do Problema 2.32.
a. Use MATLAB para plotar o erro percemuul no valor da tenst.o em função do valor
da impedância de carga (i) para uma carga rcsistiva de 100 OS R, S 1000 O e (ii)
para uma c.arga reativo de 100 O S X~, S 1000 O. Plote css:ts curvas no mesmo eixo.
b. A seguir. plote o erro de fase. em gmus. em f\mção do v;alor da impcdãncia de car-
ga (j) paru umn carga rcsistiva de 100 OS Rt> S 1000 !l c (ii) para umo1 cargn rea·
1iv:.1 de I()() !l S X., S: 1000 n. Novameme. plote essas curvas no mesmo e-i xo.
2.34 Um trnnsfonnador monofásico de 15 k V: 175 kV, 125 MVA e 60 f'lt tem impedâncills
de primiirio e securldário de 0.0095 +j0.063 JX.r unidade cada. A impedâncin de mag·
netização é j l48 por unidade. Todas as grandezas são por unidade na base do transfor·
mador. Calcule as resistências e as rcatâncias do primário c do secundário, além da in·
dutância de magnetização (rcfcrido..c; :ao lado de baixa lcnsão) em ohms c he.nrys.
235 A placa de especificações de um1ransformador rnonofásíco de 7.97 kV:460 V e 75
kVA indica que ele tem uma reatãncia em série de 12% (0, 12 por unidade).
a. Calcule a re::t~ íincia ern série. em ohrns. referida aos 1erminuis (i) de aha 1ensão e (ii)
de baixa tensão.
b. Se três desses transformadores forem ligados em uma conexão trifásica Y· Y. calcu·
lc (i) os valores nominais t ri f~sicos de tensão e potência, (ii) a irnpedância pOr uni·
dade do banco de 1ransfonnadores. (iit) a reatnncia e1n série. em ohms. referida aos
tcnninais de aha tensão. e (i v) a rcmãncia em série, em ohms, referida aos tenninaís
de baixa tensão.
c. Repita a parte (b) se os três ttaltc;formadores forem ligados em Y no ~u lado de al-
ta tensão e em 6. no de baixa tensão.
2.36 a. Considere a conexão Y-Y do Problema 2.35. J)ane (b). Se a 1ensão nominal for apli-
cada aos 1enninais de alta te-nsão e os três tenninais de baixa tensão forem cur1o-cir·
cuitados, c-alcule o vaJor da corren1e de fase por unidade-. em ampéres, nos lados de
(i) a ha tensão c (it) bnixa tensão.
b. Repita esse cc:í.lculo p-ara a conexão Y-6 do Problema 2.35. parte (c).
2.37 Um transformador trifásico elevador. ultado com um gerador. 1cm as es-pecificações nO·
minais de 26 kV:345 kV. 850 MVA e uma imped5ncia em série de 0.0035 +j0.087 por
unidade. nessa base. Ele é coneclado a um gcmdor de 26 kY c 800 MVA. que pode ser
representado como uma fonte de tensão em série com uma reatância deJI ,57 por unida·
de. na base do gemdor.
a. Converta a re.atãncia por urlidade do gerador paru a base do transformador elevador.
b. A unidade cs<á fomc:<:cndo no sis1cma 700 MW. com 345 kV e falor de potência de 0.95
induth'O. nos tennjnais dé alla tensão do tnu1.sformador. (i) CaJculc ~tensão no lado de
baixa tensão do transformador e a tens.~o imerna do gerador. em kV. por trás de sua rc.a·
t(Ulcin. (ii) Encontre n potência de saida do gerador. em MW, e o fmor de pocência.

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CAPÍTULO

Princípios de Conversão
Eletromecânica de Energia
J)rocesso de ."o•wers~o el: t:(unecânica de..ene~ia que utili:?~,
Neste capít_ulo, Jl'al.aremos d_o
como rne10, o campo elétnco ou magnétiCO do dJSpo'SttiVO de rorwerSão. A mda que os dt-
versos dispositivos de conve-rsão operem com prind pios simil::u-es, as estruturas depe11dem de
suas funções. Os dispositivos de medida e controle são l'eferidos freqUentemente como trt~n.t ·
duwre.f. Geralmente. operam c.om sinais relativanleJlte pequerms e sob condições lineares de
entrada e saída. Diversos exemplos podem ser incluídos como microfones-. cápsulas fonográfi·
cas, scnson:s c nilo-falantes. Um:asegunda categoria d e d ispositivos t•brangc os diSJJQSitivos
produtoJYs de forço incluindo solcn6ides, relés c elctroimtLS. Umn lcrceiJa categoria inclui os
equipmuenJOs (/e cotrven'(io c(mtimw de energia como rnowres e geradores.
Esse capftulo está voltado aos princfpios de conversão eletromecfiJlic-a de energia e à
análise dos disposilivos que realizam essa i unção. A ê.nfase será coloc.ada na análise desiste-
mas que usam campos ma_gné.ticos como meio de convcfsão. tendo em vista que os cap(tulos
reslantes des1e livro tratarão de tais dispositivos. No entanto, as lécnicas analíticas usadas em
sisremas co•n campos elétricos são muilo semelhanles.
Trê-s são os propósilos de Lal aJlálise: (I) auxiliar na comp(l.~nsão de como ocorre a con-
vetsão de energia. (2) fornecer técnicas de projeto e mimização de disposith'OS para necessi-
dades específicas. e (3) desenvolver modelos de dispositivos d e conversão eletromec-ãnica de
energia que. como cornponemes de sistemas de e,ngenharia. I)OSS'lrn ser usados na análise de
seus desempenhos. Os transc:Jutore.s e os disposi1ivos prod u tcm~s de força são trat.ados neste c.a-
pítulo. e os dispositivos de conversão contínua de energia serão tratados no restant_e do livro.
Os conceitos e as téc ni ca~ apresentados neste c.apftulo são baslante poderosos e podem ser
aplic.ados a uma larga iaixa de si1uaçõcs de engenharia que envolvem a conversão cletromcc5-
nica de energia. As Seções 3.1 c 3.2 apresentam urna discussão quantitativa das forças ern siste-
m:ls clctromccânk'Os c um11 vis:;1o geral do método baseado nll energia, que forma a base dos de-
senvolvimentos aprese.mados aqui. Com b3$e no método da energia. o restante do capítulo de-
senvolve expressões para as forças e os conjugados em s istema~ eletrorned i.nicos baseados em
campos magnélioos.

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120 MAQUINAS ELEnocAs

3.1 FORÇAS E CONJUGADOS EM SISTEMAS DE CAMPO


MAGNÉTICO
A Lei da Força de Lorentz
F = q(E + ,. X 8) (3. I)
dá a força F de uma panfcula decargaqna presença de campos elétrico c magnético. Em uni·
dades SI. F é dada em newton~._ q em coulombs. E em volts por metro. 8 em tes/as e v. que é
a velocidade da panfcula relati\'a ao campo magnético. em metros por segundo.
Assim, em um sistema no qual só há campo elétl'ico, a fon;a é determinada apenas pela
carga da partícula c pelo campo elétrico. ou seja,
F = qE (3.2)
A força atua na direç-ão do campo elétric-o e independe de qualquer movi mento du partícula.
Em sistemas puramente magnéticos, a situação é mais complexa. Aqui. a fo~a
F = q(•• X 8 ) (3.3)
é determinada pelo módulo da carga da panfcula. pelo módulo do carnpo n assim como t>ela
velocidade da pardcula. De fato, a direção da força sempre é perpcndiculat às di~ões de am-
bus a velocidade da panicula e o campo magnético. Maternaticame-Jlh!, isso é indicado pelo
produto vetorial v x B na Equação 3.3. O módulo desse produto ve1orial é igual ao produto
dos módulos de ,, e B e do seno do ângulo enlrc eles. O seu sentido pode ser detenninudo pe-
la regta da mão direito, a qual alirma que, quando o polegar du mão direita aponta no sentido
de ,, e o dedo indicador, no sentido de B. enti'io a forç.a. perpe.ndicular a ambas as direções de
8 e , .. apontará no semido normal à palma da mão. como mos1rado na Fig. 3. I.
Em situações onde grandes quantidades de partículas com carga estão em movimento.
é con..•cnicnte reescrever a Equaç.ão 3. I em termos da dt!n.tidatle de carga p (medida em uni-
dades de coulombs por melro cúbico) c.omo
••, = p(E +v x 8 ) (3.4)
em que o subscrito v indica q ue F~ é uma densidade de> forr;a (força por unidade de volume) a
qual. em unidades SI, é medida em m!w/On.v por melro cúbico.
O produto pv é conhecido como densidade de correme
=
J pv (3.5)
a qual é medida em cm1peres por metro quadrtulo. A dc n.s i d~•de de força do sistema magnéti-
co. corresponde-nte à Equação 3.3, pode !ter escrita então como
F, = J x 8 (3.6)
No caso de correntes Ouíndo em meíos condutores. a Equação 3.6 pode ser usada paru encon-
trar a de.nsidade de força que atua sobre o próprio material. Observe que uma quantidade subs·

'
I
'

,
,. ~-J.}_
I
FIGURA 3.1 Regra da mao direita para detern>nar o SAlfltido da força de Lorentz F = q(v X 9 ),
em relação ao campo magnético.

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CAPfTul.o 3 PRtNcfPtos oe CoNVERSÃO ElETROMECÃNtCA oe ENEAGtA 121

Campo mng:nécico unifo.m:. Bui

/
Í'IO I. ()()~Tente I
/ p:u-:1dentro dO papel

/~" f"i--4---J-í~--'/
Fio 2.. eom.·ntt I
!lS•'ll fora do papel

FIGURA 3.2 Rotor de bobina única do Exemplo 3.1.

1anciaJ de física es1á por detrás dessa expressão aparcntcmcmc simples, tendo em vis1a que o
mecanismo pelo qual a força é transferida das cargas móveis para o meio condutor é complexo.

Um rotor não magnético contendo uma bobina de espira única cslá CQiocodo em um campo
magnético unifomte de módulo 80 , como mostmdo na Fig. 3.2. Os lados da bobina estão a
uma distância do eixo igual ao raio R e o fio conduz uma corrente I como indicado. EJtcontre
o coníugado na direção Oem função da posição do rotor a quando I= lO A. 80 = 0,02 Te R=
0,05 m. Suponha que o comprimento do rotor seja I== 0,3 m.
• Solução
A força por unidade de comprimento no fio condutor du correnle I pode ser e.ncomrada mui·
tiplicando·sc a Equação 3.6 pela área da seçtu) reta do lio. Verificando que o produto da área
da seção reta pela densidade de corre.ntc é simplesmente a corrente 1, a força por unidade de
comprimento que mua no fio 6 dada por

Assim. para o fio I que C01tdu:1. a corrente I para de.ntro do papel. a força na direção 9é
dada por
F,.= - I B.Jscna
e. para o fio 2 (que conduz. a corrcnlc no sentido opOsto c dista 18011 do fio 1).
F:.. = - 1Boi sena
onde I é o comprimento do rotor. O conjugado T que atua sobre o rotor ê dado pela soma dos
produtos de força e braço de alavanca de cada lio. ou seja.
T = - 2/B,Risena = - 2( 10)(0.02)(0.05)(0.3)sena = -0.006scna N · m

Repila o Problema 3.1 para a situação na qual o campo magnético unifonne uponla para a di·
rei la ao invés de verticalmente para cima como na Fig. 3.2.
• Solução
T = -0.006 ec<<t N· m

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122 MAOUINAS ELI~TRICAS

Em situações nas quais as forças ~-t llmm apenas sobre elementos condutores de corrente
de geometria simples (lais como os do Exemplo 3.1). a Equação 3.6 é geralmente a maneira
mais simples e fácil de se calcular as forças aiUantcs no sistema. Infelizmente, muito poucas
situações práticas caem nessa c lasse. De fa to. como discutido no Capítulo I. a maioria dos
dispositivos de conversão cletromecânic.a de energia co,uém mmerial magnélico e. nesses sis·
temas. as forç-as alUam diretamente no rnateriaJ magnético e evidentemente 1l àO podem ser
calculadas a panir da Equação 3.6.
TOCnicas de cálculo detaJhado c localizado de forças que atuam sobre os materiais mas·
néticos são extremamente complexas e exigem conhecimento detalhado da disrribuiç!lo dos
c.ampos por toda a estrutura. Felizmente-, a maioria dos dispositivos de conversão eletrornecâ·
nica de energia é construída com estruturas rígida.c; indeformáveis. O desempenho desses dis·
positivos é detenninado tipicamente pela força líquida. ou conjugado. que atua sobre o com~
ponente móvel, e raramente é necessário caJcular os detalhes da distribuição imema das for·
c;-as. Por exemplo. em um motor adequadamente projetado. as características são detennina·
das pelo conjugado líquido da acelcraçio que atua sobre o rotor. ao passo que as forças asso-
ciadas. que :uuam no sentido de esmagar ou deformar o rotor. não representam ne nhum papel
significativo no desempenho do motor e geralmente não sJlo calculadas.
Pam se compreender o comportamento das máquina.c; elétricas, uma image m lisica sim-
ples pode ser bem lítil. Assoe indo à estrutura do rmor. existe um campo magnético (produzi-
do em muitas 1náquinas por correntes nos enrolumcntos do rotor). ao passo que o mesmo
ocol're llO estator. Pode-se entender cada u m deles <.'O rno sendo um par de pólos mngnétioos.
norte c sul. associado a cada uma das estruturas. Do mesmo modo que a agulha da bUs.wla
cenu.1 se aHnhar com o campo magnético terrestre, C.liscs dois conjuntos de campos tentam se
alinhar surgindo um conjugndo proporcional ao deslocamento desde a posição de alinhamen-
to. Assim. em um motor. o campo magnético do cstator gira à frente do c-ampo do rotor. pu·
xando-o e re.alit.ando trabalho. O oposto é verdadeiro em um gerador. no qu:1l o rotor faz. tra·
balho sobre o esl:ltor.
Várias técnic.as vêm e\•oluindo para se calcular as forças líquidas de intere.sse, nos pro·
ccssos de conversão eletromecânica de energia. A téc-nica desenvolvida ne.ste capítulo e usa·
do em todo o livro é conhecida como o método da energia e baseia-se no princípio da con.tcr·
mç<io da energia. Pode-se compreender a base desse método com a ajuda da Fig. 3.3a. onde
um dispositivo de conversão cle.tromecânica de energia. baseado em campo magnético. está
CS(Iucmntizudo como sendo um sistema de dois tenninais que armazena energia magnética
sem perdas. O terminal clélrico !em duns variáveis. uma tensão. e, e uma corrente. i. e o ter-
minal meC-ânico 1ambém cem duas variáveis. uma força.J;_,mf!o.l' c uma posição. x.

- I
f=. + - I
Nüclw ma.gn6tic.:o

L'
+
À. '

Temtinal
Sistcl'lla de
annaJtenamento de
enei'Si-11 ll'l:lSI'Ié'ti.ell.
5em perdas
X

Tami n;d
+
"
R~istência de +
cnrv&nmento
'
r
P';... .
délriCQ mcdlnieo
En""'"""'" '[7
.sem perc.bs .
Êmbolo
ma.gn~1 ioo móvel

{>) (h>

FIGURA 3.3 (a) Dispositivo esquemático de conversao e~tromecânica d e energia baseado


em campo magnético: (b) dispositivo simples produtor de força.

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CAPÍT\JlO 3 PRIHCIPIOS DE CoNvERSAo Et.ET~CÁNICA DE ENERGIA 123

Esse tipo de representação é válido em situações onde o mecanismo de perdas pode ser
sepamdo (con<..-.:itualmcntc. pelo menos) do mecanismo de armazenamento da energia. Nes-
ses casos. as perdas elétricas. cais como as õhmicas dos enrolamentos., podem ser representa·
da." como sendo ele-mentos extemos (isto é. resistores) conectados aos tcnninuis elétricos. c as
perda~ mecânicas, como o atrito e o deslocamento de ar, podem ser incluídas externamente
conectadas aos terminais mecânicos. A Fig. J.Jb mostra um exemplo de tal sistema: um dis-
pOsilivo simples pam produz.ir força com uma bobina fonnando o terminal elétrico, c um êm~
bolo móvel servindo de tcnninal mecânico.
A interação en1re os tenninnis elétrico c mecânico, isto é. a conversão elctromccânica de
energia, ocorro através do meio que é a energia magnética armazenada. Como o sistema de ar-
mazenamento de energia não apresenta perdas, é uma questão simples escrever que a taxa de
variação em relação ao tempo da energia armazenada no campo magnético. \V...,onr-~· é igual à
potência elétrica da cntrad:l (dada pelo produto da tensão c da corrente do terminal) menos a
potência mecânica da saída do sistema de annazenamcnto de energia (dada pelo produto da
força mecânica c da velocidade mecânica):
diV,.,,.,. . . dx
= 1
1.!1- ('limpo- ( 3.7)
dt dt
Verilicando que. da Equação 1.27. a rens.ão nos rerminais do 1lOSSO enrolamento sem perdas é
dada pela derivada no tempo do Ouxo concatenado do enrolamento
(/}.,
e=- (3.8)
dt
e multiplicando a &Juaç.ão 3.7 por til, obtemos
dlVart!j.V =i d),- }:a1npud.t (3.9)
Como mostrado na Seção 3.4. a Equação 3.4 permite detemlinar a força simplesmente como
sendo uma funçtlo do Ou.xo À c da posiçâoxdo tenninal rncc.ânico. Observe que esse I'CSullado sur-
ge <."'rno conSC(jüência da nossa suposição de que seja posSÍ\'CI isolàr as perdas do problema fisico,
do que resulta um sistcrna de :.mnazcnamcnto de energk1sem perdas. como o da Fig. 3.3a.
As Equações 3.7 e 3.9 formam a base do método da energia. Essa técnica é bem eficien-
te em sua capacidade para calcular forças c conjugados em sistemas complexos de conversão
clcuumeciinica de energia. O leitor deve verificar que essa e ficiência dá-se às cusws de um
quadro detalhado do mecanismo produtor de força. As forças em si são l)l'oduzidas por fenô-
menos físicos bem conhecidos. como a fol'ça de Lorenrz que atua sobre os elememos condu-
lorcs de correme. descl'ita pela Equação 3.6, e a interaç--ão dos campos magnéticos com os di-
p<>los do material magnérico.

3.2 BALANÇO ENERGÉTICO


O princípio da conservação da energia afirma que a energia não é criada nem destruída: ela
simplesmente muda de fonna. Por exemplo. uma bola de golfe é impelida do seu suporte com
uma certa quantidade de energia c inética. No final, quando a bola atingir o repouso sobre o
gramado. essa e.nergiu tcr:í se dissipado como calor devido ao atrito do ar ou do rolamento. Do
mesmo modo. no final. a cncrgin cinétic::1do maneio terá se dissipado como calor. depois que
um prego penetrar em um pedaço de madeira. Em sistemas isolados. com limites claramente
idemificáveis. podemos acompanhar a energia de maneira simples: o nuxo líquido de energia
que entra no sistema através de seus limites é igual à soma das taxas de variação, no temJ>O.
da energia am1azenada no sistema.

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124 MÁQUINAS ELtfRICAS

Esse resulwdo, que é uma expressão du primeira lei da tc,rmodinâmica. é lx:m genérico.
Neste capftulo. ire.1nos aplicá-lo a sistemas eletromecânicos cujo mecanismo predominame de
armazenamento de energia é o campo magnético. Em tais sistemas. pode-se equacionar a
transfetência de energ.ia como

(
Entr>da de
enc~gia a jXlrti!
)
=
( Safda de )
encT?i~ +
(Aumento da ene.gõo
annazc1.1ada no campo
1+ (Ene.gio
convertida
~
de tomeselémcas mecamca mag.néuco em calor (3.10)

A Equação 3.10 está escrita de modo que os termos de energias e-létrica e magnética tenham
valores positivos no caso de ação motora. A equação aplica-se igualmente bem à ação gcrn-
dorn: nesse caso. esses tcnnos têm simplesmente valores negativos. Em ambos os casos. o si-
nal do termo da geração de calor é tal que, quando essa gemção ocorre dentro do sistema, re-
sulta um fl uxo de energia térmica para fora do sistema.
Nos sistemas aqui considerados. a conversão da e,nergia em calor dá-se por mecanismos
tais tomo aquecimento ôhmico. devido no nuxo de corrente nos enrolamentos dos terminais
elétricos. c utrito mecânico. devido ao movimento dos componentes de sistema que ronnam
os cenninais mecânicos. Como discutido na Seção J. I. em geral é possfvel separar m:.uemat:i-
c.amente os mecanismos de perdas dos de anna1.enamento de energia. Em tais casos, o dispo-
sitivo pode ser rcprescnwdo como sendo um sistema de armazemllne.nto de energia magnéti·
c.a, sem perdas. com tenninais e létricos e magnéticos, co1no mostrado na fig. 3.3a. Os meca-
nismos de perda podem então ser representados por elemcmos externos conectados a esses
tenninais: resistências nos 1erminais elétricos e amortecedores mecânicos nos terminais me-
cânicos. A Fig. 3.3a pode ser gencr.tlizada de imediato para silU ações com um número qual-
quer de 1em1inais elétricos ou mecânicos. Nesse tipo de sistema. o campO magnéLico atua co-
mo meio de acoplamento entre 0.(\ tem1inais elétricos c mag;nélicos.
A capacidade de se identificar um sistema de annazcnamcnto de ene,rg,ia rnagnécica sem
perdas é u cssênciu do méwdo dá ene.rg.ia. É importante emcnder que isso é feito matematica·
mente como parte do processo de modelagem. Naturalmente, não é poss:ível relirar a resistên-
cia dos enrolarnemos nem o atrito dos mancais. Entretanto. estamos fa.ze.ndo uso do fato de
que um m<XIelo, no qual isso é feito. é uma representação \'álida do sistema físico.
Para o sistema de arma1.ena1nemo de energia magnética sem perdas da Fig. 3.3a. rear·
ranjando a Equação 3.9 na formada Equação 3.10. ohtém·se
(3.11)

onde
d \Vd:lf =i d À= diferencial da entrada de energia elétrica
d lVn~ec = f C'IIJI.vo d x = diferencial da saída de energia mecânica
d lV.,...~ = difcrcnciaJ da variação de energia magnética am1az.cnnda
Da Equação 3.8. podemos escrever
dlVeku = ei dt (3. 12)

Aqui, e é a te-nsão induzida nos terminais e léaricos pela variação de energia magnética annn-
zenada. É através dessa reação de tensão que o circuito e létrico externo supre potência ao
campo de acopla1ne1HO magnético, e esse. aos tenninais medinicos de saída. Assim, o proces-
so básico de conversão de energia en\'olve o campo de aooplanlenlO e as sua.~ ações e reações
sobre os sistemas elétricos c mecânicos.
Combinando as Equações 3.11 e 3.12 resulta em
(3.13)

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CAPillJI.O 3 PAINCiPIOS DE CoNvERSÃO ELEmOMECÁNICA OE EHEAGIA 125

A Equaçjio 3.13 e a lei de Faraday da 1ensito induzida (Equação 1.27) formam n base do
método da energia. As seçõe."i seguimes ilustram o seu uso na análise de dispositivos de con~
versão eletromec.ânica de energia.

3.3 ENERGIA EM SISTEMAS DE CAMPO MAGNÉTICO DE


EXCITAÇÃO ÚNICA
Nos Capítulos I e 2, examinamos principalmente os circuitos magnéticos de geometria fixa
tais como os usados em lransformadores c indutorcs. Nesses dispositivos. a energia é arma·
ze.nada nos campas de dispersão c até certo ponto no próprio núcleo. No entanto. a energia
arn1azenada n~o entra diretamente no processo de transformação. Neste capítulo. trataremos
dos s istemas de conversão de energia. Entre as partes estacionárias e móveis. os circuitos
magnéticos lêm cntr cfcrros nos quais uma energia considerável é armazenada no campo
magnético. Esse campo alUa como meio de conversão da energia. c tal energia é o reservató-
rio entre os sistemas elétricos c mccànicos.
Considere o rclé eletromugnético mostrado esquematicamente na Fig. 3.4. A resistên-
cia da bobina de excitação está mostrada como uma resistência externa R. As vuriávcis do
tenninal mec-ânico estão mostradas como sendo a força~ai"P<> produzida pelo campo •nagné-
tico. dirigido do relé para o sistema mecânico extemo. c o deslocamento .t. As perdas mecâ-
nicas pOdem ser incluídas como elementos externos conectados ao terminal mecânico. Do
mesmo modo. a armadura móve-l está mostrada como teJldo ma~sa nu l a~ a sua massa reprc-
se•Ha energia mecânic-a amla?.Cilada e pode ser inclufda como uma massa externa conectada
ao terminal mecânico. Como resuhado. o núcleo magnético e a annadurn constituem um sis~
tema de armazenamento de energia magnética sem perdas. como representado csque•natica-
mente na Fig. 3.3a.
Essa estrutura de rclé é essencialmente a mesma que as estnnuras magnéticas analisa-
das no Capítulo I. Naquele capítulo, vimos que o circuito magnético da Fig. 3.4 pode serdes-
crito por uma indul1incia L. que é função da geometria da es-trutura magnética e da permeabi-
lidade do material magnético. Os dispositivos de conversão eletromecâ!lica de energia têm en-
tre ferros em seus circuitos magnéticos para separar as panes móveis. Como discutido na Se-
ção 1.1, na maioria dos casos.'' relutância do cntreferro é muito maior do que a do mate-rial
magnéticQ. Assim. o armazenamento predominante de energia ocorre no entrefet'I'O. e as pro-
priedades do circuito magné.tico são determinadas pelas dimensões do entrefefl'O.

f-!-1
.,.
------ -
- I • 'I
R i 'I '
I
+ '
' '''
' ).,
I'
Am.:.dur.a
magnético
f'OOte I ' ' ~m ll\liSSII
Oobtm1 I '
' -------- '.d
elétrica
~~n perdas
N'Úieleo magnêtiro

FIGURA 3.4 Desenho esquematico de um relé eletromagnético.

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126 M.oiOv•NAS Ec~TRICAS

Devido à simplicidade das relações resuhantes. a não-l inearidade magnética c as perdas


do núcleo são freqüentemente desprezadas na análise de dispositivos práticos. Os resultados
finais dessas análises aproximadas podem ser. se necessário. corrigidas por métodos semi-em-
píricos par.t se levar em considcmção os efeitos dos fatores desprezados. Conseqüentemente.
as análises sito realizadas supondo que o nuxo c a AvtM são diretamente proporcionais ao
longo de todo o circuito 1nag.nético. Assim, o nuxo concatenado À e a correme i são conside-
rados como relacionados linearmente por umil indutânciil <1ue depende sorneme da geometria
e, portanto, du posição x da unnudura.
i.= L(x)i (3. 14)

onde mostra-se a dependência explícita de L em função de x.


Como a força magnélicaf...•rnr-:> é definida como atuando a partir do rei é sobro o sistema
mecânico ex temo, e dW é delinida como sendo a saída de energia mecânica do relé, pode·
mt('

mos escrever
(3. 15)
Assim, usando a Equação 3.1 5 e a substituição d w.,ew = i d À. podemos escrever a Equação
3. 11 como
d wfiVIljXI =;t1 i.. - 1c:unp., t1x (3.16)
Como o sistema de armazenamento de energia magné-tica não tem perdas. trata· se de um siJ·.
tema <:OIIS~n·ath·o e o valor de W""'"''é especificado unicamente pelos valores de À ex; À ex
são referidos como \'llriáv~i.f d~ estado já que seus \•alores dmerminam de fonna li.nica o es.
tado do sistema.
Dessa discussão. vemos <JUC W..-..u~· dctcnninado unicamente pelos vaJorcs de À. c x. é o
mesmo independelllemenre de como/.. ex são let.•ados até os seus ~·a/ores finais. Considere a
Fig. 3.5, no qual dois cuminhos separados slio mostmdos p:lra os quais ;1 Equação 3.16 pode
ser irueg_rada para obter lV,...,,"" no pOnto ('-,-1• ,r.,). O caminho I é o caso gemi c é di fiei I de in·
tegrar a menos que ambos i e~... sejam conhecidos cxplicitamcmc como funções de À ex.
f'f$0)

No entanto. como a integração da Equação 3. 16 não depende da forma do caminho. o cami·


nho 2 dá o mesmo resuhado e pe1•mite uma integração .nu i to mais rátil. Da Equação 3.16,

Wcumpo(Ào. xo) = f dlV.:;unpo


<"UI'Iinhó 241
+f dlVc-,m•p•>
o:an1inho lb
(3. 17)

Observe que no caminho 2a. áÀ-= Oekunp.:. =O (porque À-= Oe nào pode haver rorça magné·
tica na ausência de c;m1pos magnéticos). Assim. da ~uaç--ão 3. I6, ti w....""' =O no c-aminho 2a.

'
w,.....",Clo. J'o)
.to -------

Zb

2o '•
FIGURA 3.5 Caminhos de inl&graç,ao para Wcr'1»'

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CAPfno.o 3 PRINCfPIOS DE CoNvERsAo ELETROüECÀNICA oe ENERGIA 127

No c-aminho 2b, dl: = Oe, assim, da Equação 3.16. a Equação 3.17 reduz-se à integral de i dÀ
no c.ami nho 2b (para o qual .c= .\'0 ) .

IV" "'"().o. xo) =1


,, i(l..xo)di. (3. 18)
0
Para um sistema line.ar no qual À é proporciot)aJ a i. como na Equação 3. 14. a Equação
3.JS d~
IVrompo(J..x) =
1'0
i(i:. x ) d!.' =1' -L1.' ) di.'= -I - J.'
o (x 2 L x)
(- (3. 19 )

Pode-se mostrar que a energia magnética annar..cnada também pode ser expressa em ter-
mos da densidade de energia do campo magnético integrada no volume V desse. Nesse caso,

IV,.,.., = 1(1" H· dB') dV (3.20)


Pal'a material magnético mole de penneabilidade constanre (B = pH ), isso reduz-se a

w...,,., =f( 8' )dv (3.21)


l v 2J~
M@Jti4i·if-----------------------------
O re-lé rnostmdo na Fig. 3.6a é construído de mnterinl mr•gnético de pcrmcnbilid:tde infiniU1 com um
êmbolo móve-l, também de penneabilidade inlinita. A allura do êmbolo é muilOmJior que o CQnr
primcnto do entrefeno (h » g). Calcule a energia mJgnética annazen.ada lVcwllp) em função dJ po·
siç-Jo doêmbolo (O<x<tl) P""' N = JOOO cspiras. g = 2.0 mm. d= 0.15 m.l = O.J m e i= lOA.
• Solução
A Equação 3.19 pode ser usada par.t dctenninar lV~ quando À.. é conhecido. Neste caso, i é
mantido tonstante. Agora. seria lÍtil ter uma expressão paw \V~ em função de i c x. Isso (>0'-
dc ser obtido simplesmente substituindo a Equação 3.14 na Equação 3.19. do que resulta
1V....,.,... = 2I L(x)1.'

A indulânéia é dada por


L (x) = P.oN': A- r.....
2g
ondeAcfllldtoo é a área do cntrcferro da seção reta. Da Figura 3.6b. pode·se ver que A m,rdmo é
Atf«<\'kkn) = l(d - x) = ld (I - ~)
Assim.

e
V 1 N ! l to/d(l - x j d) .1
l u11~ =i I
28
; ~ (1000 )(4rr x I0- 1)(0. 1)(0. 1S) x
1
, ( I _~)
10
2 2(0,002) d

= 236(• - DJ

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128 MAQUINA$ ELe.TRICAS

/,--- - - -"?1
f'-------(t"

+ - '
~
~ 1 -d
•T ~ / ,1
T FI-'~
~ j,

~'?
1 r _·;_
'T
~mi>Oio
m:•t:Jiél
./

•«,
g *;..'mm'\'=t-_J
Auxo

/ ,,
~ "- m.-gnético

Bobina de N ~it3s Nlkleo rnagnltico


sem perdas L___.!:....:..=.._
Jl -+ oo _ _/
_v
(a) (b)

FIGURA 3.6 (a) Relé de êmbolo móvel para o Exemplo 3.2. (b) Dera lhe mostrando a configu·
ração do entreferro quando o êmbolo está parcialmente deslocado.

O rclé da Fig. 3.6 é modificado de modo que os cntrcferros acima e abaixo do êmbolo nao se-
j"m m3is urrifonnes. O comprimento do cntreferro superior é aumentado para g..,. = 3.5 mm
e o do CEHrefeiTO inferior é aumentado para g.,., = 2.5 1nm. O número de espiras é aumentado
para N = 1500. Calcule a energia annaze1lada em função da posição do êmbolo (0 < x <ti) pa-
ra uma corre rue de i= 5 A.

• Solução

1V._~ .( ")
d J
= 88.5 I -

Nessa seção, vimos as relaç.ões existentes entre a e.nergia magnética amlazenada e as va-
riáveis de terminais elétrico c mecânico, para o caso de um sistema que pode ser representa-
do em tennos de um elemento de armazenamento de energia magnétiC'.t sem perdas. Se 1ivés·
semos escolhido como exemplo um dis.positivo com um 1enninal rotativo em vez de um com
deslocamento linear. os resultados leriam sido idênlicos exce1o que força e deslocamento li-
near leriam sido substituídos por COiljugado e deslocamen10 angular. respec1ivamen1e. Na Se-
ção 3.4. veremos como o conhecime,uo da ene.rgia magné1ica armazenada perrni1e-nos ob1er
u força mecânica e o conjugado.

3.4 DETERMINAÇÃO DA FORÇA E DO CONJUGADO


MAGNÉTICOS A PARTIR DA ENERGIA
Como foi discutido na Seção 3.3. em um sistema de annazcnamcnto de energia magnética
sem perdas. a energia nugnética WÇ-AAN é uma função de eslado, determinada unicamente pc-
los valores das variáveis indepe.nden1es de estado À c x. Pode-se mostrar isso explicitumcnte
reescrevendo a Equação 3.1 6 na forma
dWcumpu()•• x) =i d)..- f compo dX (3.22)

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CAPITUI.O 3 P11tNCfPtOS oe CONVeRSAo EcemoMeCANICA oe ENERGIA 129

Para qualquer função de esoado de duas variáveis indcpcndcnocs. por excmpl(}, F(x,. x,).
a difcrcnciaJ total de f, em relação às duas variáveis de estado x1e x2, pode ser escrita como
aF
dF(x,.x,) = ;;-
11X1 .t:
I dxo +aaF,
X. x 1
I dx, (3.23)

É extremamente importante terem meme que cada uma das derivadas parciais da Equação 3.23
é determinadu em rclnçüo a uma das variáveis de estado. mantendo constante a outra variável.
A Equação 3.23 é válida para qualquer função de esoado F e. portanlo. oambém o será
para Wf<l,.o; assim

dlV" """'().. x) = a,IV<•mo~~ di.+ IV~m""l


ad. dx (3.24)
v). x .X ).

Como 1.. c x são variáveis independentes. as Equações 3.22 e 3.24 devem ser iguais para todos
os valores de á). c dx. Assim,
i= aw"m"'O.. x)' (3.25)
aJ. '
onde a dcriv:Jda parciaJ foi obtida mantendo.\' constante. e

J~mpo = -__:ô~IV:.;:<''!!!m~"":::(À:.:_•::!.")I (3.26)


ax l

onde À roi mamido constante par a se obter n derivada parcial.


Esse é o resultado que procurávamos. Uma vez conhecido \V,"., em função de À c x. a
Equação 3.25 pode ser usada 1>arn se oboer i(À. x). Mais importanoc ainda. a Equação 3.26 po·
de ser usada para se ob1er a força mecânicaf.:..IIÇ'o) (À• .r). Não é enfatizar demais que a derim~
da paJY:iaJ da Equaçt1o 3.26 é obtidfl numtentlo constame o fluxo concatenado À. lsso é feito
facilmente desde que W""'• seja uma função conhecida de À c x. Observe que essa é umn ex i·
gência puramente matemática e 11iio tem nada a ver com manter À. constante quando o dispo-
sitivo rcaJ for operado.
A força f"""" é oboida direonmenoe da Equação 3.26 em oermos da variável de esoado J... S.
então quiscnnos expressar a força em função de i, poderemos fazê·lo substituindo a expressão
adequada de À.. em função de i, 11a expressno defc..~ obtida usando--se a EquaÇ'Jo 3.26.
1>arn sistema.~ magnélicos lineares. nos <1uais ).. = L(x)i. a energia ê expre.o;sa pela Equa·
çiio 3.19 e a força pode ser enconorada por subsoiluiçào direoa na Equação 3.26. resullando
a (I 1.
2
f<,,...= - 8x 2 L(x)
)I 1
1. 2 <~L<x>
= 2L(x)' dx (3.27)
Se desejado. agora a força pode ser exprcss;.l diretamente em termos da corre1ue i ~iml)les­
mcntc fazendo a substituição À = L(:c)i
i 2 dL(x)
!""'"' = -2 d.<
(3.28)

A Tabela 3.1 contém dados de um experimemo 110 qual a indutância de um solenóide foi me-
dida em função da posição x. onde x =O corresponde numa retração totaJ do solenóide.
TABElA 3.1 Dados para o Exemplo 3.3

X (l'mj o 0,2 0,4 0.6 0.8 1.0 1,2 1,4 1.6 1.8 2.0
/.. lmH] 2.8 2.26 1.78 1,52 1.34 1.26 1.20 1. 16 1. 13 1.11 1.10

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130 MÃCUIHAS ELél'AICAS

Ploce o fO<Ça do solenóide para uma cO<Teme de 0.75 A <on função da posição no in1ervalo 0.2
S x S 1.8 em.
• Sol~

A w luçlo ~ obtida mais facilmente usando MATLAB. • Pnmciro. um ajuscc polinomial de


quaru ordem da indUlância em funçãodexõ ob1ido usando • funçãopol_•fit do MATLAB. O
re_,uh:ldo ICm a forma
L(.t);:::: ll(l ).t" + o( 2)_..l + a ( 3) l' 1 + (1(4)A' + a(S)

A Fig. 3.7a mostra uma plotagcm dos pontos de dado~ juntruncntc com os resultados do ajus-
te polinomial.
U1na vct obtido c.s.sc ajuste, ~ umn qucstlio imedinta calcular a fo rça a partir da
E<!llllÇfiO 3.28.
P dL(.t") P ,
fiM.,.=--- = -, (4.-l (l).t + )l,(2),c1 + 21l()).r + a(4))
2 dx -
Es;;a força c~tá plocada na Fig. 3.7b. Obscr"c que a força~ negativa. significando que atua em
um senttdo tal que o êmbolo é puxado para dentro do 1o0lenóidc em direção a x =O.
Aqui c<lá o script de MATLAB:
•••I
C' H r
\ Aqui ••tlo O. ~$: X .._ a-. L - aH
KdAta O 0.2 O . ~ 0 . 6 0 . 8 1.0 1.2 1.4 l.i 1.1 1.01:
Ld.n• l.l 2.26 t . 78 ! . 52 l.l4 l.26 1.20 1.16 I.U 1.11 1.101:
\oonv•rt a ~ra un1dadee SI
x xd.at• ' Le·l:
~ • LO.ta • t.e·l :
lon lenvth(x):
x.ax • x l len) ;
\ U•• polyfit pGr~ reali~ar um ajuste de qua rta ordem de ~

t om hll\çAo de x . Armatene os coeficiente• polinocaiato


\ t m u. vtto r a . O ajuste será ~ form~ 1

'\ l.flt • aOt •x·4 • ttll) •x·l ~ 4ll) ' X~2 • ll(41 ' X • oJI~) ;

'
a • ~1yflllx.~.4J;

' Va~ ver t t icar o a juste


ror n 1:101
xllt tnJ : XlloilX' ln-1 1 •100:
Lfllfftl • c11Cl) "Xt.:.t(n)'4 • af2PliCrltCn1"J • aC)J • :dhfnl"2

..,. • •14J •xfit(nl ~<SI:

\ Plote o. dadoe e e• s~~t da o a juete para ~ra ç&o Cconve rta


' x fit ~r• em e Lf i t p4T4 mH)
plollxd~to . Ldata,' • 'J
hold
p l ot (XC!t ' 100 , Lrit ' 1000)
hold
Xl taMI ( ' x teml ' l
y l óbel( ' L lml-11 ' 1

aw rn au orsk
CAPiTULO 3 PAINCi.PIOS OE CoNVERSÃO ELETFIOt.ECÁNICA OE ENERGIA 131

2.8

2.2

1.8

1.6

1.4

1.2

'o 0.2 0.4 0.6 0.8 1.2: 1.4 1.6 1.8 2


x ltml
hl)

-0.0 1

-1J.02

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"' -0.05

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- 0.07

- O.OR .':--:~-:!-:---:!-:----!--:':,--:'-;--:'-;---:':,----!.
0.2 0,4 0.6 0.8 1.2 I.A 1.6 1.8 2
x lcml
FIGURA 3.7 Exemplo 3.3. (a) Ajuste de ir.dutâr.cia a uma curva polinomial. {b) Força em fun-.
çao oa poSição x para i • o. 75 A.

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132 MÁQUINAS ELrn.c.s

fpr i nt f I ' \n P.:~uu . Ape rto qualq\le r tecla para ploe.;~r i'i forç•. \n ')
pausa;
t Agora plote a corca . A corça aerA dada por

' dL
=
i•2
( 4 • anl • x"~ • 3· at2• •x"2- 2•a(3J • x •af4tl
dx 2
\ Inici~lize a corrente COM 0.?5 A
I • 0 . 7S;
for n = 1:101
xfit~n) • 0 . 002 ~ O.Ol6 ' (n-1J/100;
F'(n) • 4 ' o(ll ' xfit(n) ' l• 3 ' ni2P x fit(nl .. 2+2 ' Afl) • xfitln) •ll(41;
Ptn>=U~2121 ' Fin> :
e !\(!

plot(xfit • lOO . rl
x lübel< ' x (c.ml ' l
y la bel< · Força (NJ 1

Um comrolador externo é conectado ao solenóide do Exemplo 3.3 que mantém constante o


lluxo concatenado da bobina com},= 1,5 mWb. Plote a força rcsullantc do solcnóidc no in-
tervalo 0,2 S x $ 1,8 em.
• Solução
A força resultante está plotada na Fig. 3.8.
Em um sistema com um tenninal mecânico rotativo. as variáveis mecânicas tomam-se
o deslocamento angular Oe o conjugado T,.,.,ro· Neste caso. a Equação 3.22 toma·se
(3.29)
onde a dependência explícit::t de Wcu.''" em funçilo das variáveis de estado À e Ofoi indicada.

- 0.01

z
~ -0.0:3
.f
- 0.04

-<J.05

-0.06 t;::=.:::_-+--::'::---'------=':----,-L--,L--,.L,-----!
0.2 0.4 0.6 0.8 I l .l 1.4 1,6 1.8 2
:\ (c;m)

fiGURA 3.8 Ptoblema prático 3.3. Plotagem da força versus xpara À= 1,5 mWb.

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CAF'fTOLO 3 PFilNCIPtOS DE CoNveRSAo ELETROMECÁNICA oe ENEFIGtA 133

Por analogia com o desenvolvimento que levou à Equação 3.26, pode-se obter o conjuga-
do como sendo o negativo da de-rivada parcial da energia em relação a mantendo I~ constante,e.
Tam-- = - aw,..,,,.(À. 0) I
·- ao , (J.3Q)

Em sistemas magnéticos lil1eares. para os quais À= L(O)i. e por analogia com a Equa-
ção 3. I9, a energia é dada por

(3.31)

Portanto. o conjugado é dado por


a (•
Te,,,.. = - ao 2L(O)
1.' )I , =
1 À,
2L(O)'
dt.<OJ
dO (3.32)

que pode ser expresso indiretamente em termos da corrente i como


i 2 dL(0)
fcampo = d()
(3.33)
2

O circuito magnético da Fig. 3.9 consiste em um estator de bobina única e um rotor oval. Co-
mo o entreferTO não é uni forme, a indut5ncia da bobina varia com a posição angular do rotor.
medida entre o eixo magnético da bobina do e.~tator e o eixo principal do rotor. de acordo com
L(O) = L.+ L, <m (20)
onde Lo = 10,6 mH c~= 2,7 mH. Observe a variação de indutância de segunda harmônica
em função do ângulo 8do rotor. Isso é consistente com o fato de que a indutância não se alte-
ra se o rotorfor girado de 180".
Encontre o conjugado em função de 8para uma corrente de bobina de 2 A.
• Solução
Da Equação 3.33,
i 1 d L(O) ;:
7;,..,.(8) = 2--;w- = 2 (-2L,sen (20))

A substituição numérica dá
T0 ,.(0) =- 1,08 x I0- 1 sen(20) N · m

Observe <1ue nesle caso o conjugado atua em um sentido tal que o eixo do rotor é puxado pa-
ra se alinhar com o e ixo da bobina e assim maximizar a indutância da bobina.

+
Ei,110 do ~ator
I f-J~ Enu~rerro

FtauAA 3.9 Circuito magnético para o Exemplo 3.4.

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134 MAQUINAS E ltTAICAS

Constata~ se que aindutância de uma bobina de um circuito magnético. similar ao da Fig. 3.9,
varia em funç.ão da posição do rotor conforme
LCO) ~ J..., + L, cos (20) + L, sen(40)

onde 4,= 25.4 mH, L,= 8.3 mH e L,= ),8 mH. (a) Encontre o conjugado em função de 9pa·
m uma corrente de enrolamento de 3.5 A. (b) Encontre uma posição de rotor taJ que pro- e.,..
duza um máximo negativo de conjugado.

• Solução
a. T"'"''"'( 9) = -0.1 O17 scn (29) + 0.044 cos (4 9) N • m
b. O mliximo negativo de conjugado ocorre quando O= 45° e O= 225°. Isso pode ser determi-
nado analiticamente-, mas é útil plotar o conjugado usando o M ATLAB.

3.5 DETERMINAÇÃO DA FORÇA E DO CONJUGADO


MAGNÉTICOS A PARTIR DA CO-ENERGIA
Uma manipulação matemática da Equação 3.22 pode ser usada para definir uma nova função
de estado, conhecida como co·energia, que permite obter a força diretamente como umu fun-
ç-ão de corrente. A escolha de energia ou co--energia como função de cslado é puramente uma
questão de conveniência: amba.li fornecem o mesmo resultado. mas uma ou outra pode ser
analiticamente mais simples. dependendo do resultado desejado e das caracterfsticas do siste~
ma anaHsado.
A CO·.CJletgia w:...,
é deti1lida como uma funç.ão de i ex tal que

w :lln'pc•( j' x) =j ), - \Vcan~(À. :r) (3.34)

A manipulação desejada é realizada usando a diferencial de il~


d(iÀ) = i dà + Àdi (3.35)
e._, diferencial de Wç.,,~»(Ã.. x) da Equação 3.22. Da Equaç-ão 3.34. tem-se
c/W~M'Ilp.l(i.x) =d(iÀ) - dW('•nP<l(À. X) (3.36)

A substiwição das Equações 3.22 c 3.35 nu Equação 3.36 resuha em


dW:an~,0(i,x) =>.di+ /c-:unpod.l (3.37)

Da Equação 3.37. pode-se ver que a co-energia w:..


...,..,(i, x) é uma função de estado das
duas variáveis independentes i e :r. Assim, sua difere1lcial pode ser expressa como

tiW' (i x) =
c:unpo •
aw·n ane•

vl
I ,1
di + aw· I
t·.~:mpu
~.
11.~ i
dx (3.38)

As Equações 3.37 c 138 dc\•Cm ser iguais para todos os valores de di c d;r. Assim,

À= aw.;.,;r,(i· xl (3.39)

' - ô lV~...,,.(i..
J ca"IJiú - ::a
<)l (3.40)
v.r 1

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CAPITuLo 3 PRtNCfP•os oe CoNvERSÃO E t.ETROMECÃNtCA oe ENERGiA 135

A Equaç.ão 3.40 fornece a força mecânica dire~ameme em termos de i e x. Obser\'c que


a dttrivada parcial da Equação 3.40 é obtida mame.ndo i conswme. Assim, w;.,,,. , deve ser
uma função conhecida de i e x. Para qualquer sistema dado, as Equações 3.26 e 3.40 darão o
mesmo resultado; a escolha de qual usiJr para c.alculiJr a rorça será ditada pela J)referência e.
conveniê.ncia do usuário.
Em an.alogia com a dedução da Equação 3.1 8. a co-ene.rgia pode ser calculada da inte·
gral de}. di

w:JmpO{i,x) =foi À(i',x)di' (3.4 1)

Em sistemas magnétit.'OS lineares para os quais 1. = L(x)i, portanto, a co-energia é dada. por
I
\V.;_"""(i.x) = L(x)i 2 (3.42)
2
c a força pode ser encontrada a partir da Equação 3.40 como
_ i' dL(x )
f,,-a!Yipo> - 2 d X (3.43)

a qual. como esperado, é idêntica à expressão dada pela Equação 3.28.


Do mesmo modo. em um sistema com deslocame.nto mecânico rotacional, a co-erletgia
1>0de ser expressa em tennos da correme e do deslocamento angular 8 J>Ot

w;il,nfll)<i, 9) =foil..(i', 9) di' (3.44)

e o conjugado por
r; _ aw:.m,.,(i. 8) I (3.45)
compu- ao .
'
Se o sistema for magneticamente linear.
I
\.Y.:~nii'JI)(i' 0) = 2 L(0)i 2 (3.46)

c
r; _ i 2dL(O)
campo - 2 dO (3.47)

a qual é idênlica à Equação 3.33.


Em cennos da teoria de campo. para materiais magnéticos moles (em que 8 =O quando
H = 0). pOde-se moSimr que

w:,•.., = 1(f 8·dH) dV (3.48)

No caso de material magnético mole de permeabilidade constante (B = JlH). isso reduz-se a


. =Jvr -2-
~~mpo
,,H' dV (3.49)

Para maleriais magnéticos permanentes (duros), como os discutidos rlO Capftulo 1. e pa-
ra os quais 8 = Oquando H = H~, a energia e a co.energia são iguais a zero quando 8 = Oe,

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136 MAQUINAS ELÉTRICAS

portanto, <1uando H= Ht. Assim. embora a Equação 3.20 ainda seja aplicável ao cálculo de
energia, a Equação 3.48 deve ser modilicada para a forma

w:.,.... =1(!~~ B·dH) dV (3.50)

Observe que a Equação 3.50 pode ser considerada de aplicnção genérica já que os materiais
magnéticos •noles pode•n se-r considerados simplesmeme como matel'iais magnéticos duros
de Ht =O. Nes..~e ca.~o. a Equaç-ão 3.50 reduz.se à Equação 3.48.
Em alguns casos, a." representações de circuitos magnéticos podem serdifi'ceis de se ob--
ter ou podem não fornecer soluções com a exatidão desejada. Freqüentemente. tais situações
caracterizam-se por geometrias complexas e/ou m:neriais magnéticos em saturação profunda.
Nessas siluaçõcs. técnicas numéricas podem ser utilizadas parn se calcular a energia do siste-
ma usando-se a Equação 3.20. ou a co-energia usando-se a Equação 3.48 ou a 3.50.
Uma dessas técnicns. conhecido como método dos elememos finitos.' tomou-se larga-
mente usada. Por exemplo, esses programas, disponibilizados comercialmente por diver.;os
fornecedores. pOdem ser us~Kios para calcular as co-energias correspondentes a diversos valo-
res do deslocamento x de um atuador de deslocamento linear (assegurando-se de manter cons-
tante a corrente quando o valor de .ré vari:ldo). A força cntíio p<XIe ser obtida da Equação 3.40,
calculando-se numericamente a derivado da co-energia a partir dos resultados da análise de
C-le!'OC-JUOS fi nitOS.

Para o rclé do Exemplo 3.2. encontre a força no êmbolo em função de x quando a bobina é
acionada por um controlador que produz umn corrente em funçõo de x dada por
i(,\') = /1) (~) A

• Soluçio
Do Exemplo 3.2.
p.0 N 11d( l - .</d)
1. (.<) = '
-8

Esse é um sistema magneticamente linear paro o qual a força pode ser calculada por
I~ = ~ dl.(X} = -~ (I'~,Nll)
...,... 2 dx 2 2g

Substiluindo i(x) 11essa expressão, a forç.a e-m função de x pode ser determinada por
"
A-.o - -
_ I,;J-, 11 N
1
/ (x)'
-
4K d

Da Equação 3.42, observe que a co-energia desse sistema é igual a


j2 j2 N2J(o/c/(l - x/d)
w..:..,""v. ,\') = 2 1Axl = 2 . 28

'Vej~. fl(lr e;~emplo. P. P. Sylve$1er und R. L. ~crmri . p;,;r~ E/~mmu fM E:l~t'trirol F.ngi1turs. Cambridge Uni\'Cf$ily Press.
NewYoct. 198.1

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CAPITUlO 3 PRINCfPIOS DE COHVERSAo E LETROMECÂN!CA DE ENERGIA 137

Substituindo i (x) . pode-se escrever


IV' (i ) = IJN'~"Id( l- X/d) (~) '
......, , ,X 4g d

Embord essa seja uma expressão perfeitamente correta da co-energia em fu nção de x.


dentro das condições especificadas de opcrução. obscn•e que. se tentássemos calcular u força
tomando a derivada parcial dessa expressão de \V~~ em relação a x. a expressão rcsuhantc
não forneceria a expressão correta da força. A ra1.ão é bem simples: como visto a panir da
Equaçno 3.40, á derivada parcial deve ser calculad;a mantendo consltlntc a c.:orrentc. Depois de
subs1i1uir /(x) para se obter á cxpressno. a corrente não é mais uma constante e tal condição
não pode ser preenchida. Isso ilustra os problemas que podem surgir se as diversas expressões
de força e conjugado desenvolvidas aqui fol'e1n mal aplicadas.

Considere um êmbolo cuja indutância vatia como


L (.t) = L" ( I - (X / <I)')

Encontre a força do êmbolo em função dex quando a bobina é acionada por um contro-
lador que produz uma corrente em função de x dada por

/ (.t') ; /o (~Y A

• Solução

ktlflt'C> =-( L"IJ) (!)'


(/ d

Em um sistema magnético linear. a energia e a co-energia são numericamen1e iguais:


~À2 1 L = ! U 2. O mesmo é \•erdadeiro para as densidades de energia e co-energia: j 8 2 /J,t. =
! 1.1. H 2. Em um sistema não-linear. no qual /~ e i, ou B e H. não são lineannellle proporcionais,
as duas funções não siio nem mesmo numericamente iguais. Uma interpre1aç.ão gráfica da
energia e da co-energ.ia em um sistema não-linear está mostmda na Fig. 3.10. A área c•ure a
curva À- i e o eixo vertical, igual à integral de i dÂ, é a enel'gia. A área até o e-ixo horizomaJ,
dada pela integral de À di, é a co-enel'g ia. Nesse sistema de excitação única. a sorna da enel'-
gia com a co-<!nergia é. por deliniçào (veja (;()uação 3.34),

(3.5 I)

A força produzida por um campo magnético. em um dispositivo como o da Fíg. 3.4. pa-
ra um valor em particular de x c i ou À. não pode naturulmentc depender de se é caJculado a
J)al'tir da energia ou da co-energia. Uma ilustração gráfica demonstrará que ambos os métodos
devem fornecer o mesmo resultado.
Suponha que a am1adura do reié da Fig. 3.4 es1eja na posiçao x, de modo que o dispo-
silivo es1eja operando no pon1o a da Fig. 3. I Ia. A derivada parcial da (;()uação 3.26 pode ser
interpretada como se-ndo o limite de -L\ W,. mrofó.x com À constante quando li.t: ....,. O. Se per-
4

mitirmos uma variação L\x, a variação - 11 \VC'.o"'~* será mostrada pela área sombreada da Fíg.
3.lla.Assim. a força seráf.."4fltlli> =(área sombre.ada)l~quando ~ ~ O. Por outro lado, a de·

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138 M i.auiNAS ELÉTRICAS

I
FtauAA 3.10 lnterprelaç.ão g&árica da energia e da co-energia em um sistema de excltaçao
única.

rivada parcial da Equação 3.40 pode ser interpretada como o limite de ólV',._.,./A.t com i
conslante quando ó.< -> O. Essa penurbação no dísposilívo es1á mos1rada na Fíg. 3.1 1b: a
forç:• será f..•~= (~rca sombrcada)lóx quando L\x ~ O. As áreas sombrcad:as diferem apenas
pelo pequeno trifingulo abr de lados Jli e óÀ de modo que no limite as áre.as resuh::uues de
L\x. com J.. ou iconstantes. são iguais. Ass-im. a força produzida pelo campo magnético não
depe-nde se a detetrninação é feita a pa((ir da energia ou da co--energia.
As Equações 3.26 e 3.40 expressam a força mecânica de origem elétrica em tcmlOs das
derivadas parciais das funções de energia c co~cncrgia \VnmpoO.... x) e w;..~(i, x). É impOrlan-
tc obscn•ar duns coisas a respeito delas: as vurhh•eis em temu.>s das quais devem ser expressas.
c os seus sinais algébricos. É evidente que a forçu depende fisic;.uncntc da dimensão x e do
cnmpO magnélico. O campO c. ponanlo, a energia e a co-energia pOdem ser especificados em
1etmos do nuxo cooc~uenado À, ou da COJ'renle de excitação i, ou de variáveis relacionadas. Vol·
1amos a enfali:t.ar que a escolha da função de energia ou ccrencrgia como base para a análise é
uma questão de conveniência.
Os sinais algébricos das Equações 3.26 e 3.40 mostram que a forç.a atua em um sentido
ml que a energia annazenada no campo magnético seja diminuída. no caso de fluxo constante.

A <

,.. /
,.. /
AI>ÓS A.l' --../ Após tu-../
/ /
/ /
/ /
/ I
/ I
I I
I I
I -âlY,..,P" I +ll l~,,.,f-'0
I I.
I. I.

6i
() io I o
FtauRA 3.1 1 Efeito de õx soble a energia e a co-energia de um dispositivo de excitação única:
(a) variação de energia mantendo À constante: {b) va~iaçao de co-energia mantendo I constante.

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CA.Pil\JlO 3 PRIHCiPIOS DE CoNvEASÃO ELETAOMECÀNICA OE ENERGIA 139

ou que a co-energia seja aumentada. no caso de corrente consuune. Em um dispositivo de ex·


citação única. a força atua aumentando a indutância. Isto é obtido deslocando as )"J.3ttes do dis-
positivo de modo a reduzir a relutância do caminho magnético que concatenao enrolamento.

O circuito magnético mostrado na Fig. 3. 12 é feito de aço elétrico de aJta pem1eabilidadc. O «r


tor está livre para girar em tOnlOde um eixo venical. As dimensões estão mostradas na figura.
a. Deduza uma exptessão para o conjugado, que atua no rotor, em tcnnos das dimensões e do
campo magnético dos dois emreferros. Assun\3 que a re.Jutância do aço seja desprezível (is·
10 é. J1 -> oo) e despreze os efei1os de espraiamemo.
b. A densidade máxima de nuxo nas porções sobrepostas dos entreferros está limitada a apro-
ximadamente 1.65 T para evitar saturação excessiva do aço. Calcule o conjugado m~Lximo
para r1 = 2.5 em. h= 1.8 em eg = 3 mm.
• SoluçAo
a. Há dois entreferros em série. cada um de comprimento g. e ponanto a intensidade de cam·
po H, do cn1refcrro é igual à
Ni
fl
1
= -2g

Como a permeabilidade do aço é suposta infinita e B J>Ço deve pcrmancçcr finita.


cn1ão H,,.= B,,JJA- é zero e a densidade de co-energia (Equação 3.49) do aço é zero
(pfl',,}2 =li,J2J1 =O). Assim. a co-energia do sis1ema é igual à dos clllrefen'OS, nos
quais a densidade de co-enetgia é IL<lli fl · O volume dos dois cntrcfcrros sobrepostos
é 2gll(r, + 0.5g)O. ConseqUenlemente, a cCHnergia é igual ao produ lO da densidade de
co-energia do enuefetro e do volume do emreferro. ou seja

w; = (I'•';:) (2gfl(1'1 +0.5g)O) = /Lo(Ni):ll~; + 0.5g)9


c. assim. da Equação 3.40.

r..... -
- aw;(i. 9)
~9
I= .
1
llo(Ni) h(rl
4g
+ 0.5g)

Coo1primcnto axial
(perpendk~o~l nr à pjgina) • h

""'"'
g

FIGURA 3 .12 Sistema magnético do Exemplo 3 .6.

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140 MAQUINAS ELÉTRICAS

O sinal do conjugado é positivo c :;nua,, portanto. no sentido de aumentar o ângulo de


sobreposição 8e de assim alinhar o rotor e as faces polares do estator.
b. Para 81 = 1,65 T,
B, 1.65 ,.
H, = - = O 1 = 1.31 x lv A/m
1-'o 4JT X I •

e. assim.
Ni = 2gH5 = 2(3 X 10- J) I,JI X J(t = 7860A.c

T~,... pode agora ser caJculado como


T. _ 4n x ro-'(7860J'CI.8 x ro-')12.5 x ro-•+ o.sc> x ro-•n
t""f'f) - 4(3 X 10-~)

= 3,09N·m

(a) Escreva uma expressão para a indutância do circuito magnético da Fig. 3.12 em função de
8. (b) Usundo essa expressão, deduza umn outra para o conjugado que alUa no n>tor em fun-
ção da corrente de entreferro i c do ângulo de rotor 8.

• Solução
a.

b.

3.6 SISTEMAS DE CAMPO MAGNÉTICO MULTI-EXCITADO


Muitos dispositivos eletromecânicos têm terminais elétricos múltiplos. Em sistemas de medi·
ção. freqüentemen te é desejável obter <..-onjugados proporcionais a dois sinais elétricos: um
exemplo é um medidor que dctcnnina a potência como a partir do produto de tensão c corrcn-
le. Do mesmo modo. a maioria dos dispositivos de conversão elctromcdinica de energia con-
siste e1n siste-mas de campo magnétjco mulli-excilado.
A análise desses sistemas segue-se diretamente das téc11icas discutidas nas seçt>es ame-
rior-es. Esta seção ilustra essas técnicas com base em um sistema de dois terminais e létricos.
Uma representação esquemática de um sistema simples com dois tenninais elétricos e-um me-
cânico está mostrada na Fig. 3. 13. Nesse ca"õo, representa-se um sistema de movimento rota-
cional. As variáveis do terminal mecânico são o conjugado 7~,. e o deslocamento angular 8.
Como há três tenninais, o sistema deve ser descrito em termos de três variáveis independen-
tes. Podem ser o ângulo mecânico 8 juntamente com os nuxos concatenados À.1 c À.1, ou as
correntes i 1 e i!' ou um conjunto híbrido incluindo uma correme e um nuxo.:

l Vep., por exemplo. H. 11. WoodSoOn and J. R. Mekhcr. f.'lt•C'ltr»rttrlla,kal D;••ramicJ. Wilc)'. Ncw York. 1968. Pl. I. Cap. 3.

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CAPiTuLo 3 PAINcrPIOS oe CoNvERSÃO ELETAOMEC.i.NJCA oe ENERGIA 141

. o
"
....:...
"' + <>--=---!
Terminais
Tuminai$
medini<:o~
dl(riCOS
f tGUAA 3.13 Sistema multi-excitado de armazenamento de energia magnética.

Quando são usados os nuxos. a função djfc.rcncial de cnc.rgia w,;o..,.,(À1• A.,. 8). corres-
pondente à Equação 3.29. é
(3.52)

e. em anaJogia direta com a dedução anterior para um sistema de excitação única.

q=
a wc.-mp:~(l, . Àz. 0)
a;.,
IÀl .o
(3.53)

a w_.,(l.,. l.z. 8)1


ah:z 1 , .9 (3.54)
e

Tcampo .:.
a _w.::
= -- " ::::
"""'
"7 · -'
(J.::''"'").':..:·..:.:
8>1 (3.55)
80 Ãj .i.:
Observe que, em cada uma dessa~ equações. a dcrh•ada parcial em nlação a cada varich•el
independeu/e deve ser 1omada malllttldo coturames as muras duas variáveis indepc11deme.s.
A energia W<.,,()C> pode ser encontrada integrando a Equação 3.52. Como no caso de ex-
citaç.ão única, isso é feito mais convenientemente mantendo À1 c ).2 constantes em zero e in-
tegrando primeiro em 9. Sob essas condições. T"'ft\?Q é zero c. assim. essa integral é 1Wia. Em
seguida. pode·se imegrnr em i..2 ( mantendo À1 em zero) c finalmc.ntc em>~,. Assim,

+ fo'.. i 1(l.o, À2 = Àz., 0 = 0..,) (/),I (3.56)

Esse caminho de integração está ilustrado na Fíg. 3.14 e é um anáJogo direto do mostra-
do na Fig. 3.5. Podc·sc nawralmcnte pc.nnular a ordem de.: imcgroção em relação a "-1 e 1..,. En-
tretanto. é extremamente impOrtante ter em mente que as variáveis de estado são integradas
em um caminho específico. no qual apenas uma variável de estado é variada por ve-z. Por
exemplo. À, é manlido em uro cn<Juanto se intc.gra em relação a i.., na Equação 3.56. Isso es-
tá indicado explicitamente na Fig. 3.56 e também pode ser visto na Fig. 3. 14. A nllo observàn·
cia dessa exigência é um dos erros mais comuns reitos na análise desses sistemas.
Em um sistema magné-tico linear, as l'elações entre À e i podem ser esr>ecificadas em ter·
mos das indutância.~. corno disculido na Seção 1.2. por

(3.57)
(3.58)

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142 MÁQUINAS EL~

'
'' '
'
e., ~--<---' ''
o
FIGURA 3.14 CaminhO de integração para se obter W,,._(Ã,..l.,0, flo).

onde
Lu= L21 (3.59)

Aqui. as i ndutância.s são gemi mente funções da pOSição angular ().


Essas equações podem ser manipuladas para se obter expressões de i em função de Os
L 22À1 - L nÀ:l
;, =
D (3.60)

(3.61)
onde
(3.62)

A cnergi~a desse sisu:ma linear J}()de ser encomrnda a panir da Equação 3.56
.
ll'eo,.,.(AI,· Àz... Ool = lor'• L"D(llo)
<Oo)).l
d l.,

+ J.''• (!.n(Oo)ÀI - !.,(O,)Ã,_) ,0 ,


O 0 (0,) I

_ I I ("-)l.2 + I L 21 ("· )Ã21


20(0,) ' " "'' " 2 D(Ool "" '

Ldllu\ À
1 (3.63)
- D(llol ' "'
o nde a dependência das indutâncias c do determinante 0(6), em função do deslocamento an-
g ular 6, foi indic;.lda explicitamente.
Na Seção 3.5. para o caso de sistemas de enrolamemo línico, a função co-e lletgia é de-
finida de modo <tue permita a dctcnninação da força e do conjugado diretameme e m termos
da corrente. Uma função semelhante para a co-energia pode ser definida, para o caso de sis·
1e1na.~ de dois enrolruncJuos. como

(3.64)

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C APiTULO 3 PRIHCiPIOS oe CoNvERSAo E I.ETRC»AECÁNICA oe ENERGIA 143

É Ulna função de estado que depende dus correnccs dos dois ccrminais c do deslocamento me~
câníco. A sua diferenciaJ, acompanhando a subslituiçào da Equação 3.52, é da<b por
(3.65)

Da Equação 3.65. vemos que

Ài = (3.66)

aw:r.me>(ir. ;2· 6)1


;)i~ i ,.D (3.67)
Agora, mais signifícativameme, o conjugado pode ser determinado diretamente em ter~
mos das correntes como

(3.68)

De modo scmelhancc à Equação 3.56, a co~encrg i a poc:le ser obtida como

(3.69)

P..tra o sistema linear das Equações 3.57 a 3.59. 1cm~se

w;:ampo(i, . iz, 6) = iI L 11 (O)ii + 2I L u(O)ii + L u (O)i dz (3. 70)

Em cal sistema linear. o conjugado pode ser encontrado. ou a panir da Cllergia dada pe-
la Equação 3.63 usando-se a Equação 3.55, ou da co-energia dada pela Equação 3.70 usand<>-
se a fA:Juação 3.68. É nesce pomo que a utilidade da funçâo co~energia toma-se aparente. A ex·
pressão de ene.rgia da Equação 3.63 é uma função complexa do deslocamento. c a sua deriva-
da também o é em grau ainda maior. Como alternativa. a função co-energia é uma função rc-~
!ativamente simples de deslocamento, e a panir de sua derivada pode-se determinar fac ihnen~
te uma expressão paro o conjugado. em função das correntes de enrolamento; 1 e i 2 como
r; _ aw:..,.,u,,;,,o)l
t'.Jlllpi) - ;)8 . .
'• .r:
ir ti L, (lJ) i?ti L,(O) .. d L,(6)
1112 (3.71)
= 2 dO +2 dO + tiO

Os sistemas com mais de dois ccnninais elétricos são manipulados de modo a1lálogo.
Como no caso do sistema de dois pares de temlinais acima., o uso da co-energia em função das
correntes de 1cnninal simplifica grandemente a detemtinação do conjugado ou da força.

No sistema mostrado na Fig. 3.15. as indutãncias em henrys são dadas por L11 = (3 + cos 28)
x lO J; L 12 =0,3 cos 8 e L12 =30 + lO cos 28. Encontre e plote o conjugado r (_J'If'(6) para as
COITCnteS i 1 = 0.8 A e il = 0,01 A.

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144 M ÂOUINAS ELéTRICAS

• Solução
O conj ugado pode ser de<erminado a pan ir da Equação 3.7 1.
T. _ 1ti t~,(O) 1ti L!l(Q) . ·, d l.n(O)
t.•çoe>- 2 d(} +2 d6 + '·'· d(J
.~ •f
=: !<-2 x IO-))sen20 +~(-20sen 20)- ,\;,(0.3)se-n0

Pam i,= 0.8 A c i1 = 0.01 A. o conjugado é


Tc-r· = -1.64x 10-)sen28-2.4x ro-·1 sen0
Observe que a expressão do conjugado consiste em tennos de dois tipos. Urn deles. p(().-
porcional à i ,i1 sen 8. é devido à irueração múiUa entre as correntes do r()tQre do estalar, e age
no sentido de alinhar o rmor e o es1ator de modo a maximizar a sua indutância mútua. Pode.
se também pensat de outro modo corno sendo devido à tMdência de alinhamento de dois cam-
pos magnélicos (nesse caso. os do rotor e do esrator).
A expressão do conjugado também tem dois h!.flllOS. proporcional cada um a 28 e ao qua·
drado de uma da.'i corremes de bobina. E.~ses tern1os são devidos à ação individual das correntes
de c.nrolamento e correspondem aos conjugados vistos em sistemas de excitação única. Aqui o
conjugado é devido ao fato de que a.s indulii.ncias próprias s5o funções da pOsição do rotor, e de
que o conjugado correspondente atua no sentido de maxirnit.ar cada indutância de modo a rnaxi·
mizar a co-.encrgiá. A variação de 29é devida à vuriaçào correspondente nas indutâncias próprias
(eJtatamentc como foi visto antcrionnentc no Exemplo 3.4). o que por sua vez é devido à variação
da relutância de cntn:fcrro. Observe que uma ro4ução de I8<f. a partir de qualquer posição, resul·
ta na mesma relutância de cntrefctTO (por isso a variação em dobro do ângulo}. Esse componente
de conjugado é conhecido c.."'mo conjugado de re/wâr~do. Os dois c..-omponcmes de conjugado
(mútuo e de reluttlllcia).juntos com o conjugado total, cstã<> ploLados com MATLAB na Fig. 3.16.

Eocorure uma expressão para o corljugado de um sistema simétrico de dois enrolamentos cu-
jas indutâncias variam de acordo com
L1, = L2l = 0.8 + 0.27 cos40
L 12 = 0.6Sros29

-Io

+
Funtc Fontç
dérrka 1 (-tétrica 2

....,...
'l

E..:;tator

FIGURA 3.15 Sistema magnético de excitação múltipla do Exemplo 3. 7.

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CAPiTULO 3 PJuNCir>tOS oe CONVERSÃO ElETROMECÃNICA oe ENEAGIA 145

X 10 · )
4

"
z
o
~

~

'C'
8
- I
Q.njugaOO de n:hJIIincia
-2

-3

-· -3 -2 - I o
Teia (rudianosl
2

FIGURA 3.16 Plotagem dos compol\entes de conjugado do sistema de excitação múltipla


do Exemplo 3.7.

dada a condição de que i1 = -i2 = 0,37 A.

• Solução
r.,..., = - 0.2% sen (48) + 0.178 scn (20)

A dedução com dcsloc.amento angular apresentada pode ser repetida de modo seme-
lhante à dos sistemas de deslocamento linear. Se isso for feito, as expressões encontradas pa·
ra a energia c a co-energia serão

(3.n)

(3.73)

Do mesmo modo. a força pode ser obtida de


r - aw,..,..,.(Ã,. ),,, x)l (3.74)
)CIImpl)- -
ax ÃJ .Â!

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146 MAourNAS E LÊTRICA.S

ou

(3.75)
Em um sistema magnético linear. a expressão de co-energia dada pela Equação 3.70 tor·
na-se
I I
1~:.npu(il,iz,x) = 2Ln(x)il + 2Ln(x)ii + L1 z(x)i1il (3.76)

c a força é dada assim por


r ;rdLu (x) i j c//..-22(:r ) d!.u(.r)
(3.77)
A....-.po =2 dx +2 dx + 1112 dx

3.7 FORÇAS E CONJUGADOS EM SISTEMAS COM IMÃS


PERMANENTES
As deduções das expressões de força e conjugado da~ Seções 3.4 a 3.6 vohar.:un -sc a sistemas
nos quais os campos magnéticos são produzidos pela excitação elétrica de enrolamentos es-
pecíficos do sistema. No entanto, na Seção 3.5. foi visto q~• e um cuidado especial deve ser IO·
mado <tuando são considerados os sistemas t1ue contêm imãs pennanentes (também referidos
como 1nateriais magnéticos duros). Especificame nte, a discussão que acompanhou a dedução
da expressão da corcncrgia da Equação 3.50 mostrou que em tais sistemas a densidade de fl u-
xo magnétko é zero quando H ;; Ht . c não quando H ;; O.
Por essa raz.ão. as deduções das expressões de força c conjugado das Seções 3.4 a 3.6
devem ser m<XIificadas pam o c.aso de sistemas que contenham i mãs permanentes. Considere.
por exemplo. que a deduç--ão da Equação 3.18 depende do fato de que. na &1uação 3. 17. quan-
do a intcgmção se dá ao longo do caminho 2a. a força pode ser considerada nula, porque não
há nenhuma excitação e létrica no sistema. Um argumento semelhante aplica-se à dedução das
expressões de energia c co-cnerghl dns Equações 3.41 c 3.69.
Em sistemas com i mãs pennanerues. essas deduções devc.n ser revisitadas com cuidado.
Em alguns casos, tais sis-temas 11ão apresentam nenhum emolrunento. Os seus campos magnéti·
cos devem-se apenas à presença de material magnético permaneme. e não é possível basear as de-
duções puramente em nuxos de enrolamentos e correntes. Em outros casos. os campos magnéti-
cos podem ser produz.idos por meio de uma combinação de imfi!i pcnnam:ntes e enrolamentos.
Uma modificação das técnicas apresentadas nas seções anteriores pode ser usada em
sistemas que contenham imãs permanentes. Embora a dedução apresentada aqui sej a aplicá-
vel espccific-ameme a sistemas em que o imã aparece como um eleme-nto pertencente a um
circuito magnético de campo interno uniforme. pode-se generalizá-la para situações mais
complexas. No caso mais geral, as expres..c.;ões da (eoria de campo pam a energia (Equação
3.20) e a co-energia (Equação 3.50) podem ser usadas.
A essênc ia dessa técnica está em considerar o sistema como tendo um enrolamento fie·
1ído adicional, que atua na mesmo. pOrção do circuito magnético que o imã permanente. Sob
condiçõe.s norn1ais de operação, o enrolamento fictício conduz uma corrente nula. A sua fun-
ção é s imJ~Ies mente a de uma "muleta•· malemálica que pOde ser usada para realizar a análise
requerida. A corrente nesse enrolamento pode ser ajustada de modo a cancelar o campo mag-
nético produ2ido pelo im5 pe.nnaneme. Dessa fonna.. pode-se obter o ponto de panida de .. for-
ça zero" par::t as análises. como as que levam da Equaçlo 3.17 à Equação 3.18.
Com o propósito de se calcular a energia e a co-ene-rgia do sistema. esse enrolamento é tra·
tado como um outro enrolamento qualquer. tendo o seu próprio conjunto de corrente c fluxo

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CAPiTUlO 3 PRIHCiPIOS OE CoNvERSÃO EL.ETROMECÃHICA oe: ENERGIA 147

concatenado. Como resultado. as e-xpressões de energia e co-e-nergia podem ser obtidas como
uma função de todos os fluxos conc.:uenados de enrolamento e de todas as correntes, incluindo·
se o enrolamento fictício. Como. sob condições nonnais de opetaç-lio, a corrente !lesse enrola·
mento será ajustada com valor zero. é ,ítil deduzir a expressão da força a panirda co-energia do
sistema, pois as correntes de enrolamento são expressas explicitamente nessa represe n~ aç.Jo.
A Fig. 3. I?a mostra um circuito magnético <..'()m um imã pennaneme e um êmbolo mó·
\'el. Para encontrar a força no êmbolo. em função de sua posição, supomos que haja um enro·
lamento fictício de N1 espims conduzindo uma corrente i1 de tal modo que se produza um fl u.
xo através do imã pennanente, como se mostro na Fig. 3. 17b.
Para esse sistema de enrolamento único, p<J(IémO$ escrever a expressão da direre.ncial de
co~nergia a partir da Equação 3.37 como

(3.78)

onde o subscrito ·r indica o enrolamento ficdcio. De acordo com a Equação 3.40, a força nes·
se sistema pode ser escrita como
, _ aw;..,,lir =o..<)
JCII!n(ll) - aX
I
I,
(3.79)

onde a derivada parcial é obtida mantendo-se i,consmnte. e a expressão resultante é calculada en-
tão em i 1 =O. Isso é equivalente a fazer i 1 =O na expressão de W'e.fllp!l antes de se cak ular a deriva.
da. Como vimos. manter i,conslante, na detivada da Equaç-ão 3.79. é uma exigência do mé1odo da
energia: ela de\'e ser 1omada zero para se calcular apropriadamente a força devida ape-nas ao imã,
de modo a não incluir uma componente de força devida à corrente no enrolamento fictfcio.
Para se calcular a co--ene•-gia w:._....~*(i1 = x) desse sistema. é necessário integrar a Equa·
ção 3.78. Como w;....
I'O é uma função de estado de i c x. estamos livres para escolher qualquer
1
caminho de integração que desejarmos. A Fig. 3.18 ilustra um caminho onde essa integração
é particulannentc simples. Para esse cami•lho. podemos escrever a expressão da co-energia do
sistcmtl como

w;,,.(ir =o. x) =f dw;,m, +f dw;..,,


n.mlnbn la .;:uninhcllb

.
= J.' /'""""(ir= l ro. x') dx' +1°i.r(ir. x) dir
~

que corresponde direlamentc à expressão amíloga de energia encontrada na Equação 3. 17.


(3.80)

L
Jmã
Ir - -
+e> -- ~
pc:nna.nen1e )., ::
_, __ li "----'I ~"""""
/L--__J
Enrolamcmo f.cddo.
Nraopi~s
(a) (b)
fiGURA 3.17 (a) Circuito magnético com imã permanente e êmbolo móvel: (b) Enrolamento
ficllcio acrescentado.

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148 MÃOUI~ ELéTRICAS

;;

C01minho l a
,., +-:-- ___::=::;;:::::.:.::..._ _,
A

Caminho Ih

,Y"~Or = O. :c)
o X )<'

f tGURA 3.18 Caminho de integração para calCular Wa.~(i1 =O. x) no sistema de imã per·
manente da Fig, 3. 17.

Observe que a integração é feita inicialmente em x com a <.'Orrentc i( mantida constan-


te em ir= / 10• Essa é uma c.on-ente muito especffka, igual à corrente ficcícia de enrolamento
que redu1jria o fluxo magné-tic.o a 1..ero no sistema. Em 0\ltras palavras. a corrente /10 é u cor-
rente no enrolamento fictício que contrabalançaria IOtahnente o campO magnélico produzi-
do pelo ímã pennanente. Des..sa forma. a forçafu...r- é zero no pomo A da Fig. 3.18 e assim
pennanece na integração em x ao longo do caminho Ia. Ponanto, a integral ao longo doca-
minho la da Equação 3.80 é zero, e essa equaç.ão reduz-se a

W~mpo(ir = O. x) = },,fo11 J.c(i;. x ) di;


(3,81 )
Observe q ue a Equação 3.8 1 6 pc-rfci tamc-me gero I e não requer q ue nem o imü penna-
nente nem o mate.riaJ magnético do circuito magnético sejam lineare-s . Após calculor a Equa-
ção 3.8 1, a força em uma posição dada x do êmbolo pode ser obtida prontamente da Equação
3.79. Observe também que, devido à presenç.a do ímã pennanente, nem a co-energia nem a
força são nulas quando ir é zero. como seria esperado.

O citcuito magnético da Fig. 3.19 é excitado por um imã permaneme de samário-cobah o e


contém um êmbolo móvel. Também está mostrado o enrolamento fictício de N, espiras que
conduz uma corre.nte Ir, incluído aqui para a análise. As dimensões sl':io:
W,. = 2.0 cm w, = 3.0cm \V0 = 2,0 cm
d = 2.0cm Ru = (),2c-m O= J ,Ocm

Encontre (a) umu expressão para a co-.cncrgia do sistema em funç.ão da posição x do


êmbolo e (b) urna expressão para a força no êmbolo em função de :r. Fina lmente, (c) calcule
a força em x =O ex= 0.5 em. Despreze os efeitos dos fl uxos de espraiamcmo nesse cálculo.
• Solução
a. Como é bem linear na major pane de seu iiHervalo de operação. a cun:u de magnetização
CC do sam~irio-cobalto pode ser representada como uma linha re.t.a dada pela Equação 1.61
n•. = JlR( H . - H;>;;:: IJ.tH. + B.

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CAPiruto 3 PAINCiPtOS oE CooveftSÃO ELemoMeCANICA oe ENEAGIA 149

onde o subscrito m é usado aqui paro indicar es-pecificamente os campos dentro do ímã de
samário-.cobalto e
J.tR ;; 1,05J.tll
H; = -712 kNm
8, =0.94 T

Observe, com base na Fig. I. 19, que a curva de magnetização CC do samário-cobal-


to nüo é completamente l inear~ ela se dobta ligeiramente para baixo nos valores baixos de
densidade de fluxo. Assim. na curva c,aracteristic-a 8 -H dada, a coercitividade aparente H;
é um pouco maior do que a real do samário-cobaho.
Da Equação 1.5, podemos e.' crever
Nrh = H~nd + H x + Hogu
1

onde o subscrito g refere-se ao entreferro variável e o subscrilo O. ao cntreferro lixo. De


modo seme lhante, da condição de continuidade de fluxo. Equação 1.3. podemos esctever
II,.IV. D = 80 1V1 D = O,IV, D

Verificando que nos emrefeiTOS B, = Jl./lr e 80 = Jl<!lfY' podemos resolvei' a(j equações
acima encomrando B,.:
_ ll• (Nrlr - H;d)
8
M - d+W.,(~)(;,+~)

Finalmeme-, podemos determinar o fl uxo concatenado Àr do enrolamento fictício co-


rno se-ndo

Assim, vemos que o nuxo concalenado Àr será zero quando i1 =/10 = H;tUNr =
- 8p/(p.N1) c, da Equuçíio 3.8 1, podemos obter a co-energia como

w;.,_,,..(x) = (' [ N1 W,.DJl• (N,;, - H:d)] di r


lu;J1N, d + w.. (;:.)( ~.• + ~}
IV. D(B,d )'

Enrolam~nto
fietíd o

Êmbolo
mó vel

,. _,. 00

FIGuRA 3.19 Circuito magnético do Exemplo 3.8.

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150 M ÁQUINAS ELÊTIUCAS

Observe que a resposta não de-pe•lde nem de N, nem de ;(· Isso é o esperado pois o e-n~
rolamemo ficlício não existe de falo nesse sistema.
b. Uma \•ez encomrada a co-energia, a força pode ser dete.rminada da f:':quaç.ão 3.79 como
" _ _ IV,!0(8,,t)!
/(~ -

2Jtu W,[d + wn(;.:)(~ +~) r


Observe que a força é negativa, indicaJldOque ela atua no semido de diminuir x. isto
é. puxar o ê mbolo no sentido que diminui o entreferro.
c. Finahnente, a substiluição na expressão da forç<:Lfornece
f- { - IISN em x • Ocm
"'= -85,8 N em.(= 0.5 em

(a) Dcduu uma expressão para a co-energia do circuito magnélic:o da Fig. 3.20 em funç-11o da
posição x do êmbolo. (b) Deduza uma expressão para a força na dire;;ão de .r sobre o êmbolo
e calcule-a para x = W,l2. Despreze os efeitos dos fluxos de espraiamento. As dimensões são:
W,. = 2.0cm w, = 2,5cm D = 3.0cm
1/ ~ 1.0 em g0 =;; 0.2 em

• Soluçi o
a.

b.

Emx= W112./,- = - 107 N.

fmã pennanentc
de samári<Kob:tlto

FKaUAA 3.20 Circuito magnético do Problema Prático 3.8.

Considere o circuito magnético esquemático da Fig. 3.21a. Consiste em uma seção de


material magnético duro (ímã) e linear (8 .. = ~~R(IJ. - H~)), de área A e comprimento d. Está
conectado em série com um circuito magnético externo de A-1M :F(.

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CAPiTULO 3 PRINCiPIO$ OE CONVERSÃO ELETROMECÁHICA OE EHERGIA 151

. Án::a A
-..
<lA.._

~T
-
- Circui1o :!'::r - Cin:uito
:F, :F. magnélioo
t~
m~oo
i + Ultm()
(Ni~~
.I :1 +
' ex~.emo

~nécico
Maleri;11 m Mal cti:t(,nagn~Uco
pcrmanrme.lineCit line<~r O = Jlall
8• = ltR{Hm + H;)
( a> (b)

FIGURA 3.21 (a) Circuito magnético genérico contendo uma seção de material magnético
permanente (imã) linear. (b) Circuito magnético genérico no qual o ímã permanente foi subs-
tituido por uma seção de material magnétjco linear e um enrolamento ficticio.

Da Equação 1.21. tendo em vista que não há amperes-est)iras atuando nesse circuito
magnétjco. tem-se
(3.82)

O lluxo produzido no circuito magnético externo pelo imã permanente é dado por
4> = A Bm =PRJ\(Hm - H;) (3.83)

Da Equaç3o 3.82, substiiUindo H,. na Equação 3.83, ob1ém-se

<I> = i<RA ( ' :F,)


d
-H, - (3.84)

Agom. considere o circuilo magnético esquemático da Fig. 3.2 Jb no qual o material


magnético duro e linear da Fig. 3.21a foi substituído por um material magnético mole c linear
de mesma penneabilidadc (8 = JlttH} e de mesmas dimensões (comprimento de área A). Além
disso. foi inclu(do um enrolamento que conduz (Ni)Nf.l;" ampCres-espiras.
Nesse circuito magnético, é possível mostrar que o fluxo pode ser dado por
~ =J.I.R A ((Ni).,;v - -
w
d
:F•)
d
(3.85)

Comparando as Equações 3.84 e 3.85. vemos que o mesmo nuxo será produzido no circuito
magnélico externo se o \'alor de amp~res-espira.')., (Ni)~. do enrolamemo da Fig. 3.21b for
igual a - H;tJ.
ê.-;se re.o;uhado é útil na análise de estruturao; de circuitos magnéticos que contenham ma-
teriais magnéticos pennanentes lineares. cujas caracteristicas B·H possam ser representas na
fonna du Equ,tção 1.61. Nesses casos. a substituição da seção constitllfda pelo ímã permanen-
te por uma Oulra de material magnéLic() linear de mesmas penneabilidadc J.l1t c geometria. jun~
tamcnte com um enrolamento equivalente cujo valor em amperes-espiras seja dado por
(Ni).,,lv = -H;d (3.86)

dará o mesmo lluxo no circuito ma_gné1ico ex temo. Como conseqüência. tanto o imà pennanen-
te linear como a combinação do material magnético linear oom o enrolamento são indistinguí·
veis em relação à produç.ão de campos magnéticos llO circuito magnético ex temo, produzindo
assim forças idênticas. Ponanto, a análise de tais sistemas pode ser simplificada com essa subs·
tituição. como se mostra no Exemplo 3.9. Essa técnica é especialmente útil na análise de drcui·
cos magnéticos que conlcnhtun ao mesmo tempo imãs pennanentes e um ou mais enrolamentos.

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152 MÃOUINAS E l.tTRICAS

A Fig. 3.22a mostra um atuador. constituído por um yok~ de permeabilidade infini1a e um


êmbolo. que é excitado com um imã de neodimio--ferro-boro e um enrolamento de excita·
ç1io com N, = 1500 espiras.
As dimensões são
W = 4.0 cm lV1 = 4,5cm D = 3.5cm
d=8mm gl) = lmm

Encontre (a) a força na direç-ão x .sobre o êmbolo quando a corrente no enrolamento de


excitação é 1..ero ex = 3 mm. (b) Calcule a corre•He necessária no emolamento de excitação
para reduzir a zero a força no êmbolo.
• Solução
a. Como foi discutido na Seção l.6, a curva característica de magnetização CC do ncodímio-
ferro-boro pode ser rcprescnHlda por uma relação linear da forma
8 = Jl,R(H- H;)= 8, + l'aH

onde Jla = I.06J100 H~= -940 kA/m e 8, = I ,25 T. Como discutido nessa seção. podemos subs·
tituir o intã por uma seção de material linear de permeabilidade JlR e um enrolamento equiva·
leme cujo valor de ampêres-espiras é
( NO... = -H;d • -(-9.4 x lo')(8 x 10_.,) = 7520ampêres-cspiras

Baseado nessa substituição, o circuito equivalcme do sistema tonta-se o da Fig. 3.22b. Há


duas fontes de FMM em série com três relulâncias: as do emreferro variável 'R~. do entrefer·
no
ro fixo c do imã 'Rm.

..-
,, -00
R.,

(a) ( b)

FoGuA• 3.22 (a) Atuador do Exemplo 3.9. (b) Circuito equivalente Cio atuador onde o ima
permanente foi substitu1do POr om material linear e vm enrolamento equivalente Que conduz
(Ni)..,., ampêres-espiras.

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CAPITIJlo 3 PRINCiPtOS DE CONVERSÃO ELETADMEcANICA DE ENEAGIA 153

Com i, =O, o atuador é equivalente a um sistema de e-nrolamento único cuja co-energia


é dada por

\V' I u : = -I (
::0 -
( NI )'('<JOII• )
......... 2 I 2 'R...+'R.o+'R,.

A força sobre o êmbolo pode então ser obtida de

t -
(aof\» -
âl~~•• ,
ax ;..,., -
- (.Vi);..,
- ('R... +'R., + 'R..Y
(d11.,)
dx

(.Vil' ·,
~ - -~'""•,~v;, -o" m
" ",,-+-?in.
;:-
, +7""<n'.7,>'
Substituindo os valores dados, obtém·sc/til., = - 703 N. onde o s inal negativo indica
que ;:a força atua no sentido de reduzir x (isto é, fec.har o entreferro).
b. O fl uxo no awadoré proporcional ao valor total efetivo de am~res-espiras (Ni)~.. + N,i,
que atua no circuito magnético. Assim. a força será nula qu;:u1d0 o VIIIOr líquido de arnpê-
rcs-cspiras for iguol a zero ou quando
. (.Vi )..,, 7520 O
11 =: N, = 1500 c:: 5• I i\

Observe, no entanto. que o sinal da corrente (isto é. em que sentido ela deve ser aplicada
ao enrolamento de excitação) não pode ser determinado a partir da informação dada aqui.
tendo em vista que desconhecemos o sentido de magnetização do imã. Como a força de-
pende do quadrado da densidade de nuxo magnético. o ímã pode ser orientado. na perna
e.o;querda do circuito magnético, para produ?.i r fl uxo tanto no semi do ao;cendente como no
desc.c ndeme, e a força calculada na pane (11) será a me-sma. Para reduzir a força a zero.
uma corrente de 5.0 I ampêres deve ser aplicada ao enrolame-nto de excitação. em um sen-
tido lal que o n uxo seja reduzido a zero. Se for aplicada a correme oposta. a densidade de
nuxo aumentará, assim como a força.

O Problema Prático 3.8 deve ser refeito substituindo o imã de samário-cobaho por uma se·
ção de material linear e um enrolamento equiva.leme. E.~reva (a) expressões para 'R.m. a re-
lutância da seç-ão de material line-ar: 'R,. a re-lull.lncia do e mreferro: e (Ni)~.,;..,. os ampCres·
espiras do enrolame.uo equivalente; e (b) uma expressão para a indutância do enrolamento
equivalente e a coFenergia.
w.. = 2.0 c:m =
\V, 2.5 em D = 3.0 çm
d • I.Ocm g, c 0.2<:m

• Solução
3.

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154 MÂOUINAS EL~TRICAS

b.

É evideme que os mé-todos de-scfitos lle-.ste capítulo podem ser e.stendidos para uatar de
s ituações e m que h~tia imãs permanentes c múltiplos enrolamentos condutores de corrente .
Em muitos disposi1ivos de interesse pr:ítico. a geometria é sulicicntcmcntc c.: omplcxa. inde-
pendente do número de enrolamentos e/ou imãs permanentes. de modo que a análise de cir-
cuitos magnéticos não é necessariamente aplicável, c é de se esperar que as wluçõcs analíti-
cas sejam inexatas. se é q ue sej a possível cncont rt~ - l as. NeSSe$ casos. técnicas numéricas, co-
mo o mé.todo dos elementos linitos discutido antcrionncnte, podem ser usadas. Usondo e.sse
método. a co-energia da Ecw ação 3.48 ou da Equação 3.50. no caso de imiis pennaneme. po-
de ser calculada numericamente para correntes cons1antes de enrolamento e valores variáveis
de deslocamento.

3.8 EQUAÇÕES DINÂMICAS


Deduzimos expressões pam as forças c conjugados produ:tidos em dis-positivos de conversão
cletromccânica de energia como funções de variáveis dos terminais elétricos e de desloc-amen-
to mecânico. Essas expressões foram deduzidas para sistemas conservativos de conversão de
energia. nos quais assume-se <1ue as perdas possam ser altibuídas a elementos elétricos e me-
cânicos externos. conecLados aos terminais do sistema de conve-rsão de energia. Tajs disposi·
tivos de c:onvcrs.ão de energia são planej ad~ para operarem como um meio de acoplamento
entre sistemas e létricos c mecânicos. Portanto, estamos interessados basicamente na operação
por completo do siSiema cletromecânico e não apenas no sistema de conversão eletromec.âni·
ca de energia. em tomo do qual ele é construído.
O mode-lo de um sistema eletromecânico sim1>les. como o mostrado na Fig. 3.23. ilustra
os compone.ues bá.c;icos do sistema. Os detalhes variam de sistema pam sistema. O sistema
mostrado consiste em três partes: o sistema elétrico externo. o sistema de conversão e leu ome-
dmícu de energia c o sis1ema mecânico ex remo. O sistema elétrico é repre-sentado por uma
fonte de tenstío v0 e uma resistência R: a fome poderia ser representada alternativame nte por
uma fonte de corrente e uma condutância G em paralelo.

8
R + Si:stema cJc çon\1:rsio 1=;k~·;·""~·~.t---J
À.. e eletromecA.nic• 1=
de: ener&ia

-'•
FIGURA 3.23 Modelo de um sislema elelromecênico de excila<;ao simples.

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CAPitULO 3 PRINCÍPIOS DE CoNVERSÃO ELETAOMECÃHICA OE ENERGIA 155

Observe que, nesse modelo, todas as perdas do sistema. incluindo as que são inerentes
ao sistema de conve-rsão ele.tromec.ãnica de energia. são atribuídas à resistência R. Por exem-
plo. se a fon te de tensão tiver uma resistência equiv:llente Rfe a resistência de enrolamento do
sistema de conversão e-letroJneCâJlica de energia for R 'fnr' então a resistência R seria dada pela
soma dessas duas resistência.~; R ;; R, + Rrn,·
A equação e létrica desse modelo é
.R
1/() = I + di.
tft (3.87)

Se o fluxo concatenado puder ser expresso como À = L(x)i. a equação externa toma-se
di dL(x)dx
t<o =i R + L (x)- + i - (3.88)
dt dx dt
O segundo tenno da dire ita. L(dildl), é o tenno de tensão da indutância própria. O ter-
ce-iro 1enno i(t/ Udx}(dxldt) inclui o multiplicador t/xldt. Essa é a \'Ciocidade do 1enninaJ me-
cânico, e rreqUentemente é chamada simplesmente de te11são de veloâdade. O termo de ten·
são de velocidade é comum a todos os sistemas de cOn\'ersUo eletromecfinica de energia c é
responsável pela uansferência de energia de c para o sistema mecânico pelo sistema e létrico.
Em um sistema de excitação múltiplu. equações elétricas correspondentes à Equação
3.87 são escritas para cada par de entradas. Se as expressões para Ã.'s forem expandidas em
tennos de indutâncias. como nn Ec:1uação 3.88. e01ão a indutância própria c a múiUa serdo
necessárias.
O sistema mecânico da Fig. 3.23 inclui a repre-sentação de uma mola (constante de elas-
ticidade ou de mola K), um amortecedor (constante de amonecimento 8). uma mas.s.a M. e
uma força externa de excitaçãoj0• Aqui . como no sistema elé-trico, o amortecedor represema
a.~ perda-s do sistema mecánico ex temo c também toda.~ as pe-rdas meclnicas do sistema de
conversão eletromecânic-a de ene-rgia.
As forças na direção x e o deslocamento x se relacionam co1no segue:

Mola:
[K = - K(x -xo) (3.&9)

Amortecedor:
dx (3.90)
!o= - 8 -dr

Massa:
d 2x
/M = - M -:;
dt·
(3.91)

onde x0 é o valor de x com a mola nonnalmeme não esticada. Nesse caso. o equilíbrio de for-
ças requer que
dx d 2x
fc,mpo + [ K+/o+ j.,- lo= j,.,.,.- K(x - xo) - 8 t.- I - Md , -/o =0 (3.92)
1 t·
Combinando as Equações 3.88 c 3.92. tem-se <1ue as C<llWÇôes diferenciais para o sistc·
ma completo da Fig. 3.23, com entradas arbitnlrias v0(r) ej0(r), serão assim
di dL(x)
uo(t) =i R + L(x) dt +i dx (3.93)

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156 M ÁQUINAS ELÊTRICAS

d 2x dx
/o(t) = - M - - 8 - - K (x- xo) + [nmr»(.t. t). (3.94)
dt 1 dt
As funções L(,<) eJ;••,.(x, i) dependem das propriedades do siscema de conversão elecromecã-
nica de energia e são calculadas como discutido ante.rionneme.

A Fig. 3.24 mostra a seção rransvers.al de um e letroi1nã co1n um sole11Óide cilíndrico de-11ttO
do qual o êmbolo cilíndrico de massa M move-se verticalme-nte dentro de guias de lallio de es·
pcssura g c diâmetro médio d.
A permeabilidade do latão é a mesma do vácuo e vale Jlo = 4n x lO~' H/m em unidades
SI. O êmbolo está sustentado por uma mola cuja constante de elasticidade é K. O comprimen-
r
to de la. qua ndo não esticada, é /0 • Uma orça mecânica de c.argaJ; é aplicada ao êmbolo pelo

Bobina

L ,--'r- ~~mt<>lo çilindricock aço

Força 3plic:tda J.
FIGuRA 3.24 Eletroimã com solenókle do Exemplo 3. 10.

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CAPIT\JLO 3 PRitdPIOS OE CoNVERSÃO ELETROMECANICA OE EIIERGIA 157

sistema mecânico a ele conec1ado, como mostrado na Fig. 3.24. Suponha que a força de atri·
to é linearmente propon:ional à velocidade e que o coeficiente de atrito é 8. A bobina tem N
espira~ e resistência R. Sua tensão de tenninal é v, e sua correoteé i. Os efeitos da dispersão
m"gnética c da relutância do aço silo desprezlveis.
Deduza as equações dinâmicas de movimento do s istema eletromecânico, isto é. as
equações diferenciais que expressam as variáveis dependemes i ex em termos de v,.f. e das
constantes c dimensões dadas.

• Solução
Começamos expressando a indutância em funçiio de x. Os termos de acoplamento, isto é, a
força magnética[.,.,., e a FEM e. podem ser expressos emão em termos dex e i , e então essas
expressões são substituídas nas equações dos sistemas mecânico e elétrico.
A relutância do circuilo mngnético é a dos dois anéis guias em série, onde o fl uxo é
direcionado radialmente através dele.-.;, como mostrado pelas linhas trac.ejadas de flu xo 1/'
nn Fig. 3.24. Como g « d. a densidade de fl uxo nos anéis guias é muito aproximadamen-
te conslante em relação à distância radial. Em uma região onde a densidade de Ouxo é
conslantc. a relutância é
Comprimento do caminho de fluxo n:. direç$o do campo
I' (~rea do caminho de fluxo pe..pe.ndic:ular ao c-àmpO)

A re lutância do entreferro superior é


'R. = g
lluJl xd

onde assume-se que o campo está concentrado na área emre o lado superior do êmbolo e o la·
d o inferior do anel guia superior. Do mesmo modo, a relutfincia do entrcferTO inferior é

-R,= g
Jl,.,"fad

A relutância total é

'R='Rt + 'R.2 = -g- ( -'


Jlnrrd x
+-a' ) == J~fJTf(l(/
g ("+·')
-
.r

Assim, a indutânciu é
1 2
_ N _ Jl(llladN ( .r ) _ ,( .r )
L (X) - - - -L --
'R. g a+x a+x
onde
1.: = J(oTradN:
8

A força magnética que atua venicalmente paro cima sobre o êmbolo na direção x positiv;.l é
f( _ () l~(i.x)l :; ~ dL = ~ a L'
(• .,.- ax 2dx 2(a+.t)l

A FEM induzida na bobina é
d . di dL d :c
~= - ( L1) =L- +i--
tlt dt dx dt

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158 M AQUINAS ELÊlRlCAS

ou
) <i.<
e- 1 , ( -X- ) -di + L, ( lli
-di
- .. a+:c di (a+.fP

A substituição da força magnética na equação difere-ncial de movimemo do sistema me·


clnico (Equação 3.94) fornece

A equação de tensão do sistema elétrico é (da Equação 3.93)


.
t!t= IR+L, ( -x- ) di . , (
-+d~
a ) d.
-<
(I+;( di (tr + .\')! dl

Essas duas equações são os resultados desejados. São válidus apenas enquouuo o lado superior
do êmbolo estiver bem dentro do anel guia superior, digamos. entre os limites O. I a< x < 0,9a.
Esse é o intervalo normal de trdbalho do solenóide.

3.9 TÉCNICAS ANALÍTICAS


OisculinlOs dispositivos relativamente silnples neste ca1>ftulo. Os dispositivos 1êm um ou dois
terminais elétricos e um mecânico. que usualmente esui restrito a um •novimento incremen.
tal. Dispositivos mais complicados, capazes de conversão comfnua de Mergia, serão tratados
nos capítulos seguintes. As técnicas analíticas discutidas aqui aplicam·se aos dispositivos s-im~
pies. ma....; os princ.fpios são aplicáveis também aos mais complicados.
Alguns dos dispositivos descritos nes(e capí(ulo são usados para produzir movimento
grosseiro. COI'OO e•n relés c solenóidcs, onde os dispositivos opcmm sob condições essencial·
mente de "ligado" ou "desligado''. A ::análise desses dispositivos é realizadu p::.m se determi-
nar a força. em função do deslocamento. c a reação sobre a fonte clétric:1. 'n•is cálculos já fo·
ram feitos neste capítulo. Se forem necessários deralhes de movime-nto, como o deslocarnen-
to em função do tempo após a e-nergizaç-ào do dispOsitivo. emão equações diferenciais não· li·
neares na forma das Equaçõe.s 3.93 e 3.94 deverão ser resolvidas.
Contrastando com dispositivos de movimemo grosseiro. outros dispOsitivos como alto·
falantes. cápsula-s fonográficas ou de microfone, e transdutOJ'eS de vál'iOS tipos são projetados
panl operar com deslocamentos relath•ameme peque !los e para produzir uma relação linear
entre os sinais elétricos c os movimentos mecânicos, e vice-versa. A relação emre a~ variáveis
elérricas e mecânicas é tomnda linear. tanto pelo projeto do dispositivo, como pe.la re..~trição
da excursão dos sinais a um intervalo linear. Em ambos os casos. as equações diferenciais são
lineares e podem ser resolvidas usando 1écnicas J>adroni?..adas para respo.:a a transilória ou em
freqüência, c assim por diante, c.onforme a necessidade.

3.9.1 Deslocamento
As equações diferenciais de um dispositivo de exciração simples. como dcduz.idtts no Exem·
pio 3.10. são da fonna
2 )
I
-,L
-
,(
(
li +X
ai
)2 = M J2.-.:
t-
d.r
d, + 8 -d + K(x -
I
/o)+ f, (3.95)

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CAPhu.O 3 PAtNCIPtOS DE CoNvERSÃO ELEmOMECÁNICA DE ENEAGIA 159

u1 =iR+L, ( -x- ) -+L


di ,( ai ) dx
- (3.96)
a+x d1 (a+x)' d1
Um problema lípico. usando essas equações difere1lciais, é e ncomrar o deslocamento
x(l) quando uma tensão prescrita u1 = V4é aplicada em 1 = O. Um problema ainda mais simples
é obler o tempo necessário J)al'a que a armadura mova-se de sua posiç-ão x(O) em 1 =O até um
dado deslocamento x =X, quando uma rensiio u, = V é aplicada em 1 =O. Não existe nenhuma
solução anaiÍiica genérica para essas equações diferenciais; elas são não-lineares, envolveo·
do produtos e potências das variáveis x e ; e de suas derivadas. Elas podem ser resolvidas
usando-se técnicas de integtação numéricas baseadas em compu1adores.
Em muitos casos. o problema do deslocamemo pode ser simplificado e uma solução cn-
cont rad~• por métodos relativamente simples. Por exemplo. quando o enrolamento do disposi-
tivo é conec1ado à fome de tensão atrnvés de uma res i s t ~nci a relativamente elevada. o termo i
R predomina no segundo membro da Equação 3.96 sobre o termo dildr de tensão da indutância
própria c o termodr/dJ de tensão de velocidade. Pode-se supore1ltão que a corrente i seja igual
a V I R c inseri-la diretamente na Equação 3.95. A mesma suposição pode ser fe-ita quando o
enrolamento é acionado por um circ.uito e.lelTÕnico de potência que controla diretamente a cor-
rente do enrolamento. Supondo que i= V I R. dois ca..-ms podem ser resolvidos facilmente.
Caso I O primeiro caso inclui aqueles dispositi.,.os em que o movimento dinâmico é domi-
nado pelo amortecimento ao invés da inércia. c.."'mo. por exemplo. dispositivos que de propó-
sito têm baixa inércia ou relés que têm amoncccdorcs para retardar o movimento. Sob tais
condiçõe..c;, por exemplo, com f.= O. a equação direrencial da Equação 3.95 reduz-se a

8'1.<
dr
=/(x)=~l.'(
2
0
(a + .r)
,)(v)'
R
- K (x-lo) (397)
··

ondeJtx) é a djfere-nça entre a força de origem elétrica c a força da mola no dispositivo da


Fig.
3.24. A velocidade, para qualquer valor de x. é simplcsmenle tlxld1 = ftx)/8; o tempo 1 para
chegar a x = X é dado por

I = J.x f~x) dx (3.98)

A integração da Equação 3.98 pode ser realizada analílic:a ou numericamente.


Caso 2 Neste ca.c;o, o movimento dinâmico é governado pela inércia ao invés do amoneci~
mento. Novamente. com[.= O, a equação diferencial da Equação 3.95 reduz-se a

d'' =f(x)=ÍL'
Mdi' 1 ( a
(a+xl' )(v)'R - K (x- lo) (3.99)

A Equação 3.99 pode ser escrita na fonna


Md (dx)'
- - - =/(x) (3. 100)
2 d:r ,,,

e a velocidade ..V). para qualquer valor x, é dada cmão por

u(x) = -dx
tt1
=\ -121.·'
M o
f(x') dx' (3.101)

A imegração da Equação 3. 1OI pode ser realizada analftica ou nuJnericamente para se


encontrar a velocidade v(x) e o tempo 1 necessário pam se chegar a qualquer vaJor de .r.

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160 M.iOUINA$ ELÉTl..CAS

3.9.2 Linearização
r
QuaJldO orem usados como transdutores. os dispositivos caracterizados por equações dire-
rcnciais não-lineares. como as Equações 3.95 c 3.96, fomeccnio respostas niio·IÍ11eares a !\Í·
nais de entrada. Pam se obter componamcnto linear, os deslocamentos e os sinais e-létricos em
tais dispositivos devem ser restringidos a pequenas excursões em tomo de seus valores de
equilíbrio. A posição de equilíbrio do des locamento é obtida por uma Fr\1M de polarização.
produzida por uma correme CC de enrolamento. ou por um imã pcnnancntc que ntua <.."'nlra
uma mola, ou ainda por um par de enrolamentos que produzem FMM cujas forças cancelam-
se no ponto de equilíbrio. O ponto de equilíbrio deve ser estáve l ~ o transdutor deve rewmar à
posição de equilíbrio após uma pequena pc.:ntlrbaçüo.
Com a correrue e a força aplicadas iguais aos seus valores de equilíbrio, 10 e f -. respecti-
vamente. o deslocamento X0 e a te-nsão Vnde equilfbrio podem ser determinadoS,J)ata o sisle-
ma descrito pelas Equações 3.95 c 3.96. tomando as derivadas. em relação ao tempo. iguais a
zero. Assim,
I .(
2L
a tJ ) =
(a+ lo)' K(Xo - /o)+ f,, (3.102)

Vo = loR (3.103)
A operação incrementai pode ser descrita CXJ)ressando cada variável como sendo a so-
ma de seus valores de equilíbrio e de incremento: assim i= /0 + i'.f, =f~u +f. v,= V0 + v' ex=
X0 + x'. Entüo, as equações são lincarizadas cancelando todos os produtos de inc.rementos, que
são de segunda ordem. As Equações 3.95 c 3.96 lornrun·sc. portamo.
I L'o(lo+i')2 d 2x' dx'
- ( X )' = M -1 2 +B- + K(Xo+x'-lol+f,,+f' (3.104)
2 a+ o+ x'"' u 1
ti

e
, ., R
v.o+v = Uo+ tl +
L'(Xo + x') dl' l..'u(lo + l') d .t '
a + Xo+ x'
-+
dt (a + X
-
+ .<')' dt
(3. 105)
0

Os termos de equilíbrio são cancelados e. mantendo-se apenas os termos incrementais


de primeiro ordem. resuhn um conjunto de equações difcrcnciah; lineares <JUC dependem upc-
nas das variáveis incrementais de primeira ordem,
__::L:,:'a~
-;-
(a+ X o)'
l,_,o ~ =
2
:-; .• Md x· 8 dx'
-+-+
dt 2 dt
[K+ (a+L'al{i
X0 )l
l, ,
x + f (3.106)

L' X0 di' L'a l0 dx'


fl =i' R + -+ - (3.107)
tt + Xo dt (n + Xo) 2 dt

Para se obler a resposta no lcmpo. técnicas padronizadas podem ser usadas para se re-
solver esse sistema de equações dife renciais. Altem:ath'Umcntc. pode-se supor que o funcio-
namento em regime pennanente seja senoidal. Em seguida, as Equações 3.106 e 3.107 podem
ser convertidas em um sistema de equaçõe-s algébricas l ineares <.."'mplcxas c, finalmente. elas
podem ent.ão ser resolvidas no domínio de freqüência.

3.10 RESUMO
Em sistemas eletromecânicos. a energia é armazenada em campos el~lricos c magnéticos.
Quando a energia do campo for innuenciada pela configuraç-ão das partes medlnic.as que de-

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CAP1TULO 3 PRINC(PIOS OE CoNVERslo E LETAOMECÂHICAOE ENERGIA 161

limitam o campo, criam-se forças mecânicas que tendem a mover os elementos 1»ecânicos de
forma que a energiu seja tnmsmitida do canlpo para o sistema mecânico.
Sistemas magné-ticos de e.xcitação simples foram considerados primeiro na Seção 3.3.
Removendo os elementos de perdas elétricas e mecânicas do sistema de conversão eletrome·
cânic.a de energia (e incorporando-os como e lementos de perdas nos sistemas externos e létri-
cos c mecânicos). o dispositivo de conversão de energia pode ser modelado como sendo um
sistema conservativo. A sua energia tonla-se então uma função de estado. determinada por
suas variáveis de estado À ex. Na Seção 3.4, fomm deduzidas expressões paru dctcnninar a
força e o conjugado como sendo o negativo da derivada parcial da energia. em relação ao des-
locamento, calculada mantendo-se constante o fl uxo concatenado J~.
Na Seção 3.5, a funç.ão de estado da co-energia, com variá\<eis de estado; ex ou 8, é in-
troduzida. MostrJ•SC então que a força e o conjugado são dados pela deriV'.tdu parcial da co-
energia, em relação ao deslocamento, calc.ulada mantendo-se constante a corrente ;.
Esses conceitos são ampliados na Seção 3.6 para incluir sistemas com enrolamentos
múltiplos. A Seção 3.7 expande ainda mais o de-senvolvimento pam incluir sistemas em que
os imãs permanentes estão presentes entre as fontes de energia magnética armazenada.
Os dispositivos de conversão de energia operam entre os sistemas elétricos c os mccân i ~
cos. O se-u comporrame,nto é descrito por equações difere-nciais que incluem os remlos de aco·
plamento entre sistemas, como foi discutido na Seção 3.8. Usualmente essas equaçõe-s são
não-lineares e, se neces..o;ário, podem ser resolvidas por métodos numéricos. Como discutido
na Seção 3.9, em alguns c.asos. aproximações podem ser feitas para simplificar as equações.
Em muitas situaçõe.c;, por exemplo. as análises linearizadas podem fornecer insiglus úteis. em
rc.::laçüo tanto ao projeto como ao desempenho dos dispositivos.
Este capítulo tratou de princípios básicos que se aplicam amplamente ao processo de
conversão eletromecãnica de energia. com ênfase em sistemac:; com campos magnéticos. Ba~
s icamentc, as máquinas rotativas e os transdutores lineares de deslocamenro tmbalham da
mesma fonna. O rcsumtc deste livro será dedicado quase inteiramente a máquinas rotativas.
Tipicamente, contêm múhiplos enrolamentos e podem incluir imãs permanentes. O seu de-
sempenho pode ser analisado usando as técnicas c princípios desenvolvidos neste capítulo.

3.11 PROBLEMAS
3.1 O rotor da Fig. 3.25 é semelhante ao da Fig. 3.2 (Exemplo 3. I). exceto que tem duas
bobinas em vez de uma. O rotor é não-1nagné1ico e est<l colocado em urn campo
magnético unifom1e de módulo 8 0 . Os lados das bobinas têm raio R e estão espaça-
dos uniformemente ao redor da superfície do rotor. A primeira bobina esuí conduzin-
do uma corrente 11 e a segunda, uma co rrente '~·
Supondo que o rotor tenha um comprimento de 0.30 m. R= 0,13 m, c 80 = 0.85 T. en·
contre o conjugado no se-mido de Oem função da posição a do rotOr para (a) / 1 =O A
e t, =SA. (b) / 1 =5 A e /2 =0 A, e (c) /1 = 8 A e 1, = 8 A.
3.2 As correntes de enrolamento do rotor do Problema 3.1 são controladas em função do
ângulo a do rotor de modo que
r,= Ssena A c /1=8cosa A
Escreva uma expressão para o conjugado do rotor em fUilÇão da posição a do rotor.
3.3 Calcule a energia magnética armazenada no circuito magnético do Exemplo I .2.

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162 M.lootNA$ E l ÉTRICAS

Cllmpo mugnético uniforme. Ofi


ô '
'
''
Corrt'ntc 11
'r--
v VFK -- Corren1e /1
para dcnltO do papel

~
par.t denuo db papel
I ' f\.
(
'' i,

IA 1---Con-eo
Corrente / 1 paw fora
para ror.a do papel ''r-- ~ k; ~
/

FIGURA 3.25 RotOl de duas bobinas do Problema3.1.

3.4

L=
I +xfxo
onde4,:: 30 mH,x0 = 0,87 mm, ex é o deslocamento deumelemento móvel. A sua
resistência de enrolamento foi medida, sendo igual a 110 mO.
a. O de.~ l ocamento xé mantido c:onstunte em 0,90 11\m, e a com:nte é in-crementada de
Oa 6.0 A. Encontre a energia magnétic-a re:suhante orma:t..cnada no indutor.
b. Em seguida. a corrente é mantida constante em 6.0 A c o deslocamento é incrcmcn-
lado até 1,80 mm. Encontre a ::lltcração correspondente de energia magnética arma-
zenada.
3.5 Repita o Problema 3.4 supondo que o indutor esteja conectado a uma fonte de tensão que
aumcnb de Oa 0,4 V (parte [a)) e então é mantida cot"bnteem 0.4 V (parte [b)). Em am-
bos os cálculos. suponha que todos os trilllsitórios elétricos possam ~r ignorados.
3.6 O indu1or do Problema 3.4 é acionado por uma fonte senoidal de corrente da forma
i(t) = loscnwt
onde / 0 = S.S A c CLI = IOOn (50Hz). Com o deslocan-.emo 1Mn1ido fixo em x =.r..,. calcu-
le (a) a energia magnétiC'.l média (\V~), em relação ao tempo. armazenada no i1ldulor
e (b) a potência dissipada média. em relação ao tempo, na resistência de e1lrolamento.
1$1 3.7 Um atuador com uma palheta rotaliva está mostrada na Fig. 3.26. Você pode assumir
que a permeabilidade do núcleo e da palheta seja infinita (Jl ~ oo). O c.omprimemo
total do enueferto é 2g e o fomuuo da palheta é tal que se pode assumir que a área efe-
tiva do entrefeiTO é dada por

A;= Ao (1- (~)')


(válido apenas no intervalo I!>I S ;r/6). As dimensões do atuador são g = 0.8 mm. A,=
6.0 mm' e N = 650 espiras.

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CAPiTuLo 3 PRINCiPIOS oe CoNvERSAo EL.ETF106AECÁNICA oe ENERGIA 163

_.,. _______ _
----------

(a) (b)

FIGUAA 3.26 Aioador com palhela r()(aliva do Problema 3.7. (a) Visla laleraJ. (b) Visla fronlal.

a. Supondo que a bobina esteja conduzindo uma corrente i, escreva uma c.xprcssiio pa-
rn a energia magn6tica annazcnada no atu:tdor em função do ângulo 8par.:t 161 S rr/6.
b. Encontre a indutância corre..~pondeme L(8). Use o MATLAB para plotar essa indu·
tãncin em função de 8.
3.8 Um circuito RC está conectado a uma bateria. como mostrado na Fig. 3.27. A chaveS
está inicialmente fechada c é aberta no tempo t =O.
a. Encontre a tensão "c(I) do capacitor para 1 ::=:O.
b. Quais são os valores inicial e linal {r= co) da energia annazcnada no capacitor?
!
(Sugestão: W.-.ml\) = q'1JC. onde q = CV0. ) Qual é a energia armazenada no capaci-
lor em função do tempo?
c. Qual é a potência dissipada no resistor em função do tempo? Qual é a energia total
dissipada no rcsistor?
3.9 Um circuito RL está conectado a urna b;ueria, como mostrado na Fig. 3.28. A chaveS
está iniciaht\eiHC-fechada e é aberta no tempo 1 =O.
a. Encontre a corrente i,.(t) do indutor parn t ~O. (Sugestão: Observe que, enquanto a
chave estiver fechada. o diodo estará inversame1He polarizado. podendo ser visto
como um citcuito abeno. Logo após a chave ser aberta, o diodo toma-se dire.tamen-
te polari1..ado, podendo ser visto como unl cuno-circuito.)

+
R c tt_.

FIGURA 3.27 Circurto RC do Problema 3.8

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164 M ÁQUINA.$ ElóRICAS

t• O
~ "
~ l IL

v,.:=+ ~ Diodo
ideal
~

FtGURA 3.28 Circu•to AL do Problema 3 .9 .

b. Quais são os valores inicial e finaJ (t = oo) da energia annazenada no indmor? Qual
é a energia armazenada no indutor em função do tempo?
c. Qual é a potência dissipada no resistor em função do 1empo'? Qual é a energia total
dissipada no resistot'!
3. 10 A constante de tempo URdo enrolamento de campo de um gerador síncrono de 500
MVA é 4,8 s. Em c.ondições normais de fu ncionamento, s:tbe-se que o enrolamento de
campo dissipa 1.3 MW. CaJcule a energia magnética annazeoada correspondente.
3.11 A indutância de um enrolamento de f::tse de um rnotor trifásico de pólos salientes foi
medida. sendo dada por
L(O,.J = L.o + /...1 cos 20m

onde e. é a posição angular do rotor.


a. Quantos pólos há no rotor deste motor?
b. Supondo que todns as demais corremes de enrolamento sejam :tero e que es1a fase
seja excitadn por uma corrente constante /0 , encontre o conjugado T._, 11roo(f/) que at-
ua sobre o rotOr.
~3.12 AIUadorcs de solcnóide, cilíndricos e envoltos em ferro, na forma mostrada na Fig.
3.29. são us.ados em acionamento de disjuntores, operação de válvulas e ou1ras aplica-
ções onde urna força relativamente grande deve ser aplic.ada a um eleJneJHOque se des-
loca por uma distância relativamente pequena. Quando a corrente da bobina é 1.ero, o
êmbolo cai até um pino limitador de deslocamento de modo que o entreferro g tenha
2.25 em. Quando a bobina é energizada por uma corrente c.ontínua de intensidade su-
ficie nte. o êmbolo é elevado até um outro pino limitador, ajustado de modo que o en-
treferro g seja 0,2 em. O êmbolo é ap<>iado de modo que possa se mover livremente na
direção vertical. Pode-se supor que o entreferro radial entre a carcaça c o êmbolo seja
uniforme e tenha 0.05 em.
Neste problema. despreze a dispersão e o espmiamcnto magnéticos nos emreferros.
A bobina de excitação tem 1.300 espiras e conduz uma corren1e constante de 2,3 A.
Suponha que a FMM no ferro possa ser desprezada e use MATLAB para
a. plotar a densidade de fluxo no entre.ferro variável. entre o yoke c o êmbolo. para o
intervalo de deslocamentos do êmbolo,
b. plotar os valores correspondentes da energia magnética total armazenad::t no campo
magné.tico em Jll. e
c. plotar os valores correspOndentes de indutância da bobina em .uH.
3.13 Considere o atuador de êmbolo da Fig. 3.29. Suponha que o êmbolo esteja illicialmen-
te totalmente aberto (g = 2.25 em) e que uma bateria seja u.sada pam suprir uma cor-
rente de 2.5 A ao enrolanleJHO.

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CAPITULO 3 PRINCÍPIOS DE CoNVERSAo ELETAOMECÁNICA DE ENEAGIA 165

B<lbina
1.3(10 espiDI>

Cmaçu de
ciiJndrica ....,~~:==::~:18 con
aço (vndido g

~mb<>lo
çilfndnço l-lO cm-1

FJGuR• 3.29 Aluador de êmbolo do Problema 3. 12.

a. Se o êmbolo for obrigado a se mover muilO lentamente (isto é. lentamente em rela-


ção à consu.me de 1empo elé1rica do awador), reduzindo o emrefeiTO de 2,25 a 0,20
em, quanto trabalho mecOnico em joules será fornecido no êmbolo?
b. Para as condições da pane (a). quanta energia será fornecida pela bateria (além da
potência dissipada nu bobina)?
3.14 Como mostrado na f ig. 3.30. um eletroimã de N espiras de.ve ser usado para levantar
uma barra de feiTO de massa M. A aspereza da superfície do feiTO é 1al que quando o
ferro e o eleu'Oimã estão em comato. há um entre ferro mínimo de g ...... = 0.18 mm em
cada perna. A áre.a da seção re.ra do elelroimã é A(' = 32 em e a resistência da bobina é
2.8 0:. Calcule a 1ensao mínima na bobina que deve ser usada para elevar urna barra de
95 kg de massa contra a força de gravidade. Despreze a relu1ância do ferro.
3.15 Dados sobre a curva de magnetização da porção de fe.rro do circuito magnélico do
atuador de êmbolo do Problema 3.12 estão mostrados abaixo:
Fluxo(mWb) 5. 12 8,42 9,95 10.6 10,9 11,1 11,) 11.4 I I.S 11.6
FMM (A. e) 68 135 203 27 1 338 406 474 542 609 677

a. Use a funç-3o polyjit do MATLAB para obter um ajuste de cerceira ordem para a re-
lutância e o fl uxo total vtrSid a FMM das partes de feiTO do circuito magnético.
Seus ajustes serão da fonna;
'R.terro =a,:Fferm + a:.1'lrm + a3.1'r""' + 04

Enrol amento
de N espiras y
•~oo

I
-ÁJU Atd:.
scçllo ma
do deln>in'lã

Li.§_ ...!!.
J.:, ,!, I
---=···. -=
Bamo ddeno. m""' M
·s.,,s
fiGURA 3.30 Elevação de uma barra de ferro por um eletroima (Problema 3. 14).

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166 MAOviNAS ELÉTAICAS

Liste os c.:<>cficicnles.
b. (i) Usando MATLAB c as funções encolllradas na par1e (a). plole a curva de mag·
netiz.aç.ão do circuito magnético completO (fluxo concatenado À versus corrente de
enrolamento i ) para um entrercrro de CC.lmprimcnto variá\'el de. g = 0,2 Cnl. Nos
mesmos eixos. plote a curva de magf'H:tiz.a~lo para o C:.tSO em que se supõe uma per·
mcabilidadc infinit:J. para o rerro. A corrente máxi ma na sua ploragem deve coll'CS--
pondcr a um lluxo no circuito magnético de 600 m\Vb.
(ii) Calcule n energia eu c<renergia do campo magnético t>arn cada um desses ca-
sos, correspondentes a Ulna corrente de enrolamento de 2.0 A .
c. Repita a parte (b) para um comprimento variá\•cl de cnlrcfcrro de g = 2.25 em. Na
pane ( ii), codculc a energia c a co-energia do campo mugnétko, correspondentes a
uma corrente de enrolamento de 20 A.
3.16 U m i ndutor é feito de uma bobina de 525 espiras e de um núcleo. com uma seção de
1
14 cm de área e um comprimento de entreferro de 0.16 mm. A bobina está conec1a·
da diretamente a u ma fonte de tensão de 120 V e 60 Hz. Despreze a resistência da
bobina c a indutância de dispersão. Supondo que a relutância da bobina seja despre·
zível, calcule a força média, em relação ao 1empo, que atua sobre o núcleo tendendo
a fechar o cntrcfcrro. Como essa força iria variar se o compri mento do entrcferro
fosse dobrado?
3.17 A Pig. 3.31 mostra de fo rma genérica o fluxo d is-persivo e-m uma ranhura reta1lgular. O
fluxo é produzido por uma corrente i em um condutor de seção retangular que est.á in·
serido em uma ranhura no ferro. Suponha q ue a relutll1lcia do fel'ro seja desprezfvel e
( JUC o n uxo d ispersivo cruze a ranhura na região entre a pane superior do condutor e o
topo da ranhura.
a. Dedu~.a uma express:lo JJ~1r:l a densidade de fluxo B, na região entre a pane superior
do condutor e o topo da ranhulia.
b. Deduza umn expressão para o n uxo d e dispe-rsão cp,. q ue cru?.a a ranhura na reg ião
aci ma do condutor. em termos da ahum x da ranhura acima do condutor. da largu ra
s da ranhura. c do comprimento I da porção de condutor perpendicular ao papel que
está inserida na ranhura.
c. Deduza uma expressão pam a forçaf criada por esse campo magnético em um con·
dutor de eomprimcnlo /. Em que sentido essa força atua sobre o COtld auor?
d. Pam uma correme de 850 A. calcule a r orça por metro em um c<mdulor que e.stá in·
scrido em uma ranhura de 2,5 em de largura.

"""'
•• "' !
Scç.\o (CUI J. L
8.
de condutor If i
uomsportõlndo IL.J
ultlôl com:nte i

FtGURA 3.31
"
Condutor em uma ranhura (Problema 3. 17).
/

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CAPiTULO 3 PRINCÍPIOS ()E CONVERSAo ELETROMECÂNICA OE ENEAGIA 167

3.18 Um solcnóidc comprido e delgado de raio r0 e altura Jt está mostrado n 3 Fig. 3.32. O
campo magnético dentro de um solenóide como esse está direcionado axialmente c é
essencialmente unifonne, sendo igual a H= NiJJr. Pode--se mostmr que o campo mag-
nético fora do solenóide é desprez(vel. Calcule a pressão mdial, em ncwtcms por metro
quadrado. que age sobre os lados do sok nóide para uma corrente constante i= 10 •
3.19 Um sistema eletromecãnico. no qual o annazcoamcnto de energia clétric.a dá-se nos cam-
pos elétricos. pode ser analisado por técnicas diretamente análogas às deduzidas oeste c-a-
pítulo para os sistemas de campo magnético. Considere um sistema como esse em que é
pos.c;ível separar matematic.ameme entre si o mecanismo de perdas c o de annazenarnen-
to de energia nos campos cléuicos. Então. o sistema poderá ser representado como na Fig.
3.33. Para um único terminal elétrico. a Equação 3.11 pode ser aplicada. tendo-se
dWdetr = vi dt = IJ dq

onde v é a tensão no terminal elétrico e q é acarga líquida associada ao amlllZCil31llell·


to de e.nergia elétrica. Assim, por analogia com a Equação 3.16.
d WC'317lf)l) = tJ d q - /c.unpo d X
1

a. Deduza uma expressão para a energia elétric-a am1azcnada W""'"~(q. x) análoga à da


energia magnética annazcnada da Equação 3.18.
b. Deduza uma expressão. análoga à Equação 3.26. para a força de origem elétrica
/c,.po· Expresse claramente qual variável deve ser mantida constante quando se ca.l·
cuia a derivada.
c. Por analogia com a dedução das Equações 3.34 a 3.41. deduza urna e)( pressão para
a ccrenergia W~~,.,<v..r) e a corrcsp<>ndcntc forçu de origem elétrica.
3.20 Um capacitar (F'ig. 3.34) é constituído de dum; plac.ac; condutoras de áre.a A separadas
no ar por urna distância x. A te.nsão nos tenninais é v e a c-arga nas placas é q. A c.apa-
citância C. definida como sendo a razão entre a carga e a tensão. é
C = '!. = <otl
V X

onde <o é a COIIS!ante dielé!rica do vácuo (em unidades do S I••• = 8.85 X Io·•• Fim).
a Usando os resultados do Problema 3.19, deduza expres..'\ões para a energia W~....,.,(q.
x) c a co-energia w~.(v, x).
b. Os terminais do capucitor são conectados a uma fonte de tensão constante V0 • De~
duta uma expressão que forneça a força necessária para manter as placas sepamdas
fX>r uma distância constante x = 5.

I
h

FIGURA 3.32 Bobina solenóide (Problema 3.18).


1
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168 MÂOUINAS ELtfRICAS

i. tt '~"""}
+ <>---=~--r--sSi;i;;,.~."";;:~dke-t-=~:::_<> +
• armaunamtnto de
cMrgia cléuic.a
.t

Tt'nninal Rmf!O'da~ Tcnni~Y~I


elétriço mocànlco

FIGURA 3.33 Sistema de armazenamento de energia elétrica sem perdas.

3~2 1 A Fig. 3.35 mostra esquematicamente um voltímetro eletro:ilátko que é um sistema


capacilativo cons1iwído por um eletrodo fi.xo e um outro móvel. O eletrodo móvel é
conectado a um braço que giraem tomo de um eixo de m<XIo que o enu-e ferro emre os
eleu'Odos manté-m-se constante quando o braço gir.1. A cap.1citântia deste sistema é da-
d a por

C(O) = <oRd(a- 181) (!O I ::; a)


g
Uma mola de torção é conectada ao braço móvel. produzindo um conjugado
r~,,= -K(8- Bo)

a. Paro OS 8 S ex. usando os resultados do Problema 3.19. deduza uma expressão pa-
ra o conjugado e l e~romagnético T~..,ro em termos da tensão aplicada v,,..
b. Encontre uma expressão parn a posição angular do braço móvel em Funç.ão dn. ten-
são aplicada V«'
c. Para um sis1ema com
R = 12 em, d = 4 em, g = 0.2 mm
rx = ;r /3 rad, 8o = Ornd. K = 3.65 N · m/rnd
Plmc a posiç.ão do braço em graus como urna funç.ão da tensão aplicada para Os
V« S ISOOV.
3.22 O circuito magnético de dois enrolamentos da Fig. 3.36 tem um enrolamento em um
yoke fixo e um segundo enrolamento em um e lemento móvel. O e lemento móvel é
obrigado a se movimenuu de modo que os comprimentos dos dois e ntreferros per-
maneçam iguais.
a. Encontre as indutâncias próprias dos cnrolamemos I e 2 em tennos das dimensões
do mlcleo e do número de espiras.
b. Encontre a indutância mútua entre os dois enrolamentos.
c. Calcule a ccrenergin w;.._....,(i1 • i.J.
d. Encontre uma expressllo para a força que atua sobre o elemento móvel, em função
das correntes dos enrolamentos.

. C = -;-
Cllflt'Ct'IJnc1:t <oA

FIGURA 3.34 P1acas de capac~or (Problema 3.20).

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CAPiTUlO 3 PAlNCfPtOS DE CONVERSÃO ElETROMECÂNICA. DE ENERGIA 169

Eletrodo
fi.w.o

..........R
---
l!kln>tk>
mówl Profundidade d p:tr.t
dentro do l);lptl

FIGURA 3.35 Vollimetro eletrostátioo esquemático (Problema 3.21 ).

~3.23 Duas bobinas, uma montada em um estutor c a outrn, em um rotor, têm indutânciru;
próprias e mútua de
L11 = 3,5 mH L 22 = 1.8 mH L 12 = 2,1 <.'()S:Q mH

onde fJé o âJlgulo entre os eixos das bobinas. Elas estão conectadas em série c (..'Undu·
1.em uma corrente

a. Deduza uma expressão p::tra o conjugado instantâneo Tno rotor em função da posi·
ção angular 8.
b. Encomre urna expressno para o conjugado médio T.,oldlo• em relação ao tempo. em
função de (J.
c. Calcule o valor numérico de T -.~<~U> para I = 10 A e 9 = <Xf.
d. Faça o esboço das curvas de T..Wltr> versus 8 para \lS correntes I = 5. 7,07 c I OA.

+
i.! .n '"
f. rol 'ICilto 2. N1 cspirus
,,I / yltn \énto tnch"CI

. I P"" 00 'sol
rt;.~ /fT
Are:• dll :<cçãoo
n:laA

~'- QO ~Yokt

;, t
""'
Ã,
+
FtauRA 3.36 Circuito magnético de dois enrolamentos para o Problema 3.22.

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170 MÂOOlNAS ELÉTAlCAS

e. Agora., uma mola helicoidal controladora de posição. te-nde-ndo a manter o r01or em


9 = 90~t. é conectada ao rotor. O conjugado da mola é proporcional à deflexão angu·
lar medida desde 8 = 9()~"~ c vale -0. 1 N · m quando o rotor é gil'ado até 8= cf. Mos-
Ire. nas curvas da parte (d), como você pOderia obter a posiç.ào angula•· da combina 4

ção r01or mais mola para corremes de bobina de I = 5, 7,07 e lO A. Com base nas
curvas. estime o ângulo do rotor para cada uma dessas correntes.
f. Escreva um ,\·cri/JJ de MATLAB para piOHlr a posiç::io angular do rmor em runção da
corrente eficaz para OS I S I OA.
(Observe que esse problemn ilustrn os princípios do mnperirnetn) CA d o tipo elcuodi-
nâmico)
3.24 Dois enrolamentos. ummon1ado e1n Uln es1a1or e o ou 1m. em um rotor, têm indUlân-
cias próprias e 1nú1Ua de
L, = 4.5 H L,= 2.5 H L,= 2.8cosll H
Orlde 8 é o ângulo entre os eixos dos enrolamemos. As resistências dos cnrolamcnloS
podem ser desprezadas. O enrolaJneJliO 2 está e-m cuno-circuito e o corrente no enro-
lame-nto I. em função do 1empo, é i1 = l Osen (.(JI A.
a. Deduza uma expressão para o valor numérico. em ncwtons-mctros. do conjugado
insulmâneo no rotor em termos do ângulo 6.
b. Calcule o conjugado médio. em relação ao tempo, e m newtons-metros quando
0=45°.
c. Se o rotor puder se mover. irá ele girar continu~unente ou tenderá a entrar em repou-
so? Nesse último ca."o. para qual v::tlor de 00?
3.25 Um aJto-fala•He é constitufdo de um núcleo ma,sné1ic:o, de pcnncabil idadc infinita c si-
nlCtria circ-ulnr, como se mostra nas Figs. 3.37a c b. O comprimento R do entre feno é
muito menor queo rnio r0 do núcleo central. A bobi na móvel só pode se nlO\'imeotat na
direç-.ão x e est.á conectada ao cone do aho--falantc, não mostrudo na figura. Um campo
magnético radiaJ consmme é J>roduzido no entreferro por urna corrcme contínua nabo-
bina I. i 1 = /1 • Um sinal de audiofreqüência i 2 = /2 cos wt é aplic,Kfo cntfio à bobina m(r
vel. Suponha que a bobina móvel tenha uma espessura desprezível e que seja compos·
UI de N:. espiras distribufdas uniformemente ao longo de sua altura h. Suponhn também
que o seu deslocamento é ral que ela pennanece dentro do cntrcfem> (0 s ,t sI- lt).
•· Calcule • força sobre a b<lbina móvel. usando a Lei da Força de Lorcmz (&1uação 3. 1).

tWbin~ móvel
ro N~ espiras
1-

~
I
lu T
h
"'L . 1.
.,
.+-''
-
,'---
N, Os ~midos das
espir1s

(a) (b l

F>GUAA 3.37 Allo-falanle do Problema 3.25.

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CAPiTUL03 PRrNOiPIOS DE CoNvERSÃO ELETROMECÃNICA OE ENEAGIA 171

b. Calcule a indutância própria de cada bobina.


c. Calcule a indutância mtÍluu entre as bobinas. (Sugestão: Suponha que uma corrcn·
lc sej a aplicada à bobinu mó vel. A seguir. c:dculc o Ouxo concatenado do bobina I.
Observe que o fluxo concatenado varia <.-'Om o deslocamento.t.)
d. Calcule a força na bobina móvel a panir da co-energia w;....,rc•·
3.26 Repita o Exemplo 3.8 com o imki de samáricrcobaho substituído pOr um de neodímio-
ferro-boro.
3.2·7 A cstrulllra magnética da Fig. 3.38 é um:1vista csquem::itica de um sistema projetado
para sustentar um biO<.'I() de marerial magnético (Jl - oo) de massa M contra n força de
gtavidade. O sistema contém um imã permane-nte e um enrolamento. Sob condições
nonnais, a força é fomecida apenas pelo imã pcmlaneme. A função do enrol::unemo é
contr.abalanç.ar o c-ampo produzido pelo imã de modo que a massa possa ser removida
do disposith•o. O sistema é projetado de tal modo que os emreferros nos lados da mas·
!iU permanecem constantes com comprimento gJ2.
Suponha que o imã permanente possa ser representado linearmente por
Bm = I'·R(Hm- H, )
c que o sentido do enrolamento é tal que uma corrente positiv-.1 de enrolamento reduz o fiu·
xo de cntreferro produzido pelo ímã pennancnte. Despreze os efeitos do cspmiamcnto
magnético.
a. Suponha que a corrente de enrolamento seja zero. ( i) Encontre a forç.af.......,., que
atua sobre a massa na direção x devida apenas ao imã permanente em fu nção de x
(0 S x S Ir). (ii) Encontre a massa máxima M -· que pode ser sustentada contra a
gravidade para OS x S h.
b. ParaM= Mnofi• encontre a corrente mínima necessária t>ara garanlir que a ma.o;..~
cairá do sistema quando a c..'Orrcntc ror aplicada.
3.28 O enrolamento I no alto-falante do Probletna 3.25 (fig. 3.37) é subslitufdo por um imã
permanente. como mostrado na Fig. 3.39. O i.nã pode ser re.pl'esentado linearmente
por B. = !1,(11, - 11,).
a. Supondo que a corrente da bobina móvel seja zero, (i2 = 0), cnlculc a densidade de
fl uxo magnético no entre ferro.

Espc$.'iOnt D pura dentro do papel


1-J-1
,, -00 w
i§lll ~-co

~.
l1nã pttmanentc E1lWian-.er'llo.

sofl -
·' f-gofl
h

lGravidade

FtGuRA 3.38 Sistema de sustentação magnética para o Problema 3.27.

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172 MAavrNAS Eu!TArCAS

l mã

FIGURA 3.39 Núcleo central do alto-falante da Fig. 3.37 com o enrolamento 1 substítuido por
um imã permanente (Problema 3 .28).

b. Calcule o fluxo concatenado da bobina móvel devido ao imã pennanente em função


do deslocamento x.
c. Calcule a CO·CI\ergia w:.. .
"'<i!, ,t), supondo que á con-erue da bobina móvel seja su-
ficienremente pequena, de modo que a componente de w:....,....
devida à i 1tdutância
própria da bobina móvel, pode ser ignorada.
d. Calcule a força na bobina 1nóvel.
3.29 A Fig. 3.40 rnostmum sistema de simetria circular no qual um êmbolo móvel (que po-
de se mover apenas na direção vertical) é sustenlado por uma mola de con.stame K =
5.28 N/m. O sistema é excitado por um irnn pennancmc de sarnário-cobalto com a for-
ma de uma arruela de r.tio externo R,. raio interno R1• e espessura '• · As dimensões do
sis1ema são:
R1 = 2,1 em. R2 = 4 em. R3 = 4.5 em
Ir = I em. g = I mm. '"' = 3 mm
Observa-se que a posição de equilíbrio do êmbolo é x:: 1,0 mm.
a. Encomre a densidade de fluxo magnético 11,. no erure.ferro constante. e IJ~. no en.
treferro variável.
b. Calcule a força magnético na direção x que pu:<a para baixo o êmbolo.
c. A força da mola é dada por/,..,= K(X0 - x). Encontre X0 .
3.30 O ê mbolo de um solenóide é concc1ado a uma moln. A força na mola é dad•·• por f=
K0(0.9a - x), onde .t é o comprimento do e ntre ferro. A indulilncia do solcnóide tem
a forma L= Ln< I - xlt1), e sua resistência de e nrolamento é R.
lnicialmente. o êmbolo está e m repouso na J)()i\iç.ão x = 0,9a, qu~ll'l.dO uma tensão
CC de mag.niludc V0 é aplicada ao solcnóidc.
ta. Encontre uma expressão, em função do tempo. para a força neces.çária para mamer
o êmbolo na posição a/2.
b. Se. então, o êmbolo for liberado c pennitido que alinja o equilíbrio. encorurc a posi·
ção OC equilíbrio Xu. Você pode supor que essa posição esteja no intervalo OS X11 S a.
3.31 Cortsidere o sistema de solenóide do Problema 3.30. Suponha os seguimes valores pa·
ra os parâmetros:
Lo=4.0mH fl=2,2 cm R= l,5Q Ko=3.5 Nicm

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CAPITULO 3 PRINdPIOS DE CONVERSÃO ELETROMECÀN!CA DE ENERGIA 173

lmã
'• T.L~

FoG<JRA 3.40 Sistema com ima pennaneme para o Problema 3.29.

O êmbolo tem massa M ; 0,2 kg. Suponha que a bobina scjn conectada a uma rome
CC de magnitude 4 A. Despreze os efeitos da gravidade.
o. Encontre o deslocamento de equilibrio X0 .
b. Escreva as equações dinâmicas do movimento do sistema.
c. Linearize essas equações para o caso de um movi me mo incrememal do sistema em
tomo de sua posição de equilíbrio.
d. Se o êmbolo for desloc-ado de uma distfincia incrementai E. a panir de sua posição
de equihbrio Xo- e liberado, com velocidade zero no tempo 1; O. encontro (i) O mo-
vimento resultante do êmbolo em função do tempo. c (ii) A componente correspOn-
dente. \'ariável no tempo, da corrente induzida entre os tenninais da bobina.
3.32 O solcnóidc do Problema 3.31 ~conectado agora a uma fon~e de tensão CC de magni-
tude 6 V.
a. Encontre o deslocamento de equihbrio X0.
b. Escreva as equações dinâmicas do movimento do sistema.
c. Linearize essas equações para o c.aso de movin-.ento incrementai do sistema em tor~
no de sua posiçtlo de (..'(Juilibrio.
3.33 Considere o rotor de bobina única do Exemplo 3. 1. Suponha que o cnrolamcnlO do ro~
lOr esteja conduzindo uma corrente constante de 1 = 8 A, e que o rotor lenha um mo~
mento de inércia de J = 0.0 125 kg · rn 2•
a. Encontre a posição de equilíbrio do rotor. É estável?
b. Escreva as equações dinâmicas do movimento do sistema.
c. Encontre a freqüê ncia natural em hcnz par::~ o movimento incrementai do rotor em
1omo de sua posição de equilíbrio.
3.34 Considere um eletroímã com solenóidc semelhante ao do Exemplo 3.10 (Fig. 3.24) ex-
ceto que o comprimento do êmbolo cilíndrico é redu7.ido a a + li. Deduza as equações
dinâmicas de movimento do sistema.

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CAPITULO

Introduçã o às Máquinas
Rotativas
objcti\'o de~te capítulo é introduzir e dhcutir algun~ do' princípio:t que fundamentom
O o funcíon:amento das máquinas e létricas. Como scrd \'i,to. e<~~elt princípios são comuns
~~ rnáquin1h CA e CC. São des.em•oh·idas. vária~ técnic~ c oproxirnaç(k;; usadas na redu-
ção de uma m~utna real a modelos matcmáucos simplc,. capaze' de tlustntros princípios
1>4>•«>-

4.1 CONCEITOS ELEMENTARES


A EquaçGo 1.27. ' : ti/Jdt. pode ser usada pa.ra dcl<nninar •• tcn>Õc> indutid3s por tampOS
nmgnético-o \'l•riá\eis no tempo. A oonven.ào deLrosnaa-n~tica de energi;aCX."'rrc qu::mdo surgem
ahcraçõc!l. no Ouxo conc--atenado À decorrentes do movimento tnc<:Bnico. Na,. m~quina'\ rotati-
va;;, a~ 1 cn ~~ ~oo gcmdas nos cnroi:Lmcnlos ou gru1x.s de bobina'\ quando esses giram mcca·
nicmncntc dentro de um c.u.mpo magnéLico. ou quando um ctunpo mugnérico giro mccanica·
mente próxi1n0 uos enn,lnmcntO$. ou ainda qunndo o circuito mngnélico é projcutdo de modo
(luc a rch.ufl•lciu vatic com a rotação do ro1or. Por meio dc:.:..cs mé1odos. o nuxo conca1enado
em uma bobina C"lpecffica é aherado ciclicamente e uma lcn~o vatidvel no tempo é ge.rada.
Um grupo des~as bobinas. conec1adas em conjunto, é referido (.'Omumente como en-
rv/ttmt!nto tlr flmwdurll. Em geral. o termo enrolamento de armadura de umo máquina ro-
tath·a é uudo para se referir a um enrolamento ou grupo de enrolamentos que conduzam
corrente ahemada. Em mAquitwJ CA. tais como as ~cncrona\ ou a~; de indução. os cnrola-
mcnt<h de armadun alojam-se tipicamente na parte cs.tac1onátia do tn()(Of" conhecida como
rstator, caw em que esses enrolamentos podem "Cr n::rcndo.~ também como ~nrol~mos
dt! rJtator. A Fig. -1. 1 tl't()fótra. em conStrução. o enrolamento de c'-lalor de um molOT síncro-
no tnr.hico muhipolos de grande pone.
E.m uma mdqtúna CC. o enrolamento de annadura encontra-se na pane rotativa conhe·
dda romo mwr. A Figura4.2 mostra o rotor de uma rruiquin3 CC. Como \'Cremos~ o enrola~
menlo de tlrmndum de uma máquina CC consiM.e em 1nuiw.s bobinas conectadas entre sl para
(onnor um la~·o fc<::h11do. Quando o ro1or csuí g.irnndo. um oomato mecânico rotativo é usado
p:ma fomecer com;nte no enrol;tmcnto de annadul'a.
Til>icamente. as má<tui nas síncronas e CC nJH'Cscnu•m um segundo e nrolamento (ou
conjunlo de c nrulmncntos) (lue conduz corrente comfnun c <1uc 6 usndo pam produzir o nuxo
principnl de opcrnção da máquina. Tal enrolamento é referido tipicruncnte como enrolamen·
w de c.•tmtpo. O cnrülamentt) de éarnpo esn usna snáquin:a CC cnconlm-se nv estatOr. ao passo
CAPITUlO 4 INTOOOUÇÃO ÀS MAQUINAS ROTATlVAS 175

fiGURA 4.1 Estator de um gerador hidrelétrico trifásico de 190 MVA. 12 kVe 375 rpm. Os
condutores contêm passagens ocas pare a ctrCulação da água de refrigeração. (Brown Bo-
veri Corporation)

que. no caso de uma máquina síncrona, ele é cncontrudo no rotor. c.aso em que u corrente de-
''C ser fornecida ao enrolamento de campo J>Or meio de urn comaw mecânico r01ativo. Como
já vil'tiQS. os im3s pennanentes 1ambé•n J)l'c;>du?..em lluxo magnético constante e. em algumas
mÚ<Juinas. são usados no lugar dos cnrohlroentos de camPQ.
Na majorin das máquinas rotativas. o esl:ltQr e o tot(ll' são Ceitos de aço elétric.o e os
enrolamentos são inst:llados em ranhuras alojadas ne$sas e.oaruturas. Como foi discutido no
Capilulo I, o uso de um material como esse, de alia pc.nncabilidade. maximizao acopla~
mento entre n.s bobinas e aumema a den.sidade de e nergia magnética associada com a inte·
r&ç5o eletrOrl'ledhlica. Também permi1e que o ptojetista de máquinas dê forma aos campos
magnéticos e distribua-os de acordo com as exigências de projeto de cada máquina em par·
1icula.r. O nuxo variável no tempo. preserlte nas estruturas da annadura dessas máquinas,
tende a induzir correntes. conhecida.;; como (;arrentes parasitas. no aço elé1rico. As correo ..
tcs parasitas pudenl ser urna gtaJlde f011Le de perda.s nessas máquinas e podem reduzir sig-
nificativamente o seu desempenho. Para minimizar os efeitos das correntes parasitas. ::a es-
trulura du armadura é construida 1ipicamen1e de chapas delgadas de :1ÇO elétrico isoladas
enue si. Isso está ilustrado na Fig. 4.3 em que se mostra. par.t um motor CA. o núcleo do
esaator sendo construído como um empilhamento ou pàcote de chapas indivjduais.
Em algumas máquinas. tais como máqubms de re/uu'incin variá1·e/ e mOtQrts de JíáS.tO,
o rotor não tem enrolamentos. A operação dcsS~IS m;lquinas depende da não unifonnidade da
relutância de entreferro. associada às variações de posição do rotor. c também dns correntes
variáveis no tempo que são aplicadas aos seus cnrolmncntos de esuuor. Em cais m(lQuinas, ta_n-
to as estruturas do cstator como as do rotor estão sujcit:'ls u um nuxo magnético v~uiável no
tempo c. c.omo resultado. ambas pOdem necessitar de chapas para reduzir as perdas por cor-
rentes parasitas.

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176 MAQUINAS El.tllUCAS

FIGURA 4.2 Armadura de um mo1or CC. (General Etectrlc Company)

FIGURA 4.3 NUcteo de estator pafctalmente terminado de um motor CA. ( Westínghouse


Elec/ric Company)

Miitcnal cllroniony prawem autor >kifll


CAPITUl O 4 INTROOUCÃO ÀS MÃOUINAS ROTATJVAS 1 n

As máquinas elétricas rotativas assumem diversas forma~ e são conhecidas por diversos
nomes: CC, síncronas, de imã pennanen1e, de indução. de relutância variável, de histercsc,
sem escovas, c assim por diante. EmOOra essas máquinas aparentem J;cr bastante diferen tes,
os princípios físicos que regem o seu comp<>namento são bastante similares e rreqlientemen·
te é \'i til pe11s;ar nelas e m termos de um mesmo ponto de vista físico. Por exemplo, a análise de
uma máquina CC mostra que, associadas tanto ao rotor como ao estator, há distribuições fixas
de fluxo magnético no espaço e que as caractetfslicas de produção de conjugado da máquina
CC pro~·êm da tendência desses fluxos a se alinhar entre si. Uma máquina de indução, apesar
de muitas diferenças fundamentais. trabalha exatamente de acordo com o mesmo princípio. É
possível identificar distribuições de flu xo associada.~; ao rotor e o estator. Embora não sejam
estacionárias. mas estejam na realidade girando em sincronismo, como no motor CC. elas es·
tão distanciadas emre si por umu scpamçfio angular constumc. c o conjugado é produzido pc-
la terldê.,lcia dessas distribuições de nuxo a se aJinhar entre si.
Cenamente, modelos analíticos são essenciais à análise e ao projew de máquinas e.léu'i-
cas c. ao longo deste livro. tais modelos serão desenvolvidos. Entretanto. é imponante tam-
bém reconhecer que um insight físico do desempenho desses dispositivos é igualmente útil.
Um dos objetivos deste capítulo c dos subseqüe-ntes é conduzir o leitor no desenvolvimento
de tal ür.siglu.

4.2 INTRODUÇÃO ÀS MÁQUINAS CA E CC


4.2.1 Máquinas CA
As mÚ<(uinas CA tradicionuis classificam-se em duas categorias: s{ncroiWS e de induç(io. Nas
máquinas síncronas. as correntes do enrolamento do rotor são fornecidas através de contatos
rotativos fixados diretamente na parte estacionária do motor. Nas máquinas de indução, as
correntes são induzidas nos enrolamentos do rotor 1X>r meio da combinação da ~rariaç.ã o, no
tempo. de correntes no estator e do movimento do rowr em relação ao estator.

Máquinas Síncronas Uma descrição preliminar do desempenho de uma máquina síncrona


pode ser obtida discutindo a tensão induzjda na ann;.1dura do gerador síncrono CA de pólos
saliemes. muito simplificado. que cst(l mostrado csquematicumcntc na Fig. 4.4. O enrolamen.
to de campo dessa máquina produz apenas um par de pólos magnéticos (c-omo os de uma bar.
ra i mamada), e por essa razão essa máquina é referida como máquina de doi.f pólos.
Com raras exceções, o enrolamento de annadura de uma máquina síncrona localiza-se no
esrator. c o enrolamento de campo. no rotor. esse também é o caso da máquina simplificada na
Fig. 4.4. O enrolamento de campo é excitado por uma corrente contínua que é lcwdn. até ele
por meio de escow1s cstaciom'irias de carvão que fazem contato com mréis colewrr.s ou tméi$
desliwmes girantes. Usualmente, essa disposição para os dois enrolamentos é ditada por fato-
res de ordem prática: é vamajoso ter o enrolarnemo de campo. único e de baixa potência. no ro·
tor e o enrolamento de armadura, de potência elevada e geralmeme polifásico. no estator.
O enrolamento de armadura consiste aqui em uma única bobina de N espiras. Está mos-
trada por meio de uma vista transversal dos seus dois lados t1 e -a que.estão alojados em ra-
nhuras estreitas, diametralmcme opostas, local i zada.~; na periferia interna do estator da Fig.
4.4. Os condutores que formam esses lados da bobina são paralelos ao eixo da máquina e são
ligados em série por terminais de conexão (não mostrados na figu ra). O rotor é girado a velo-
cidade constante a partir de uma fonte de potência mecânica conectada ao se.u eixo. Supõe-se
que o enrolamento de armadura esteja em circuito ubcrto c. portanto. o fluxo dessa máquina
será produzido apenas pelo enrolamento de campo. Os caminhos de Ouxo estão mostrados e.s·
quematicameme por linhas tracejadas na Fig. 4.4.

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178 M ÁQUINAS ELéTRICAS

o,

... ____ _

fiGURA 4.4 Vista esquemática de um gerador sincrono monofâsico com um único enrola-
mento e dois pólos.

Em uma análise altamente idealizada dessa máquina. será a.~umido que a distribuição do
nuxo mognético no cntrcferro é senoidal. A distribuição radial rcsuhantc da densidade de fluxo
8 est;,i mostrada na Fig. 4.5a como função do ángulo espacial 9.. (medido em relação ao eixo
magnético do enrolamcmo da annadura) ao longo dt~ pcrifcrin do rotor. Na prática. moldando-se
as f;~<:es dos pólos de fortmL adequada. pode-se conseguir com que a densidade de fluxo, no cn·
trcferrodc máquinas reais de pólos salientes. esteja muito próxima de uma distribt1ição senoidal.
À medida que o rotor gira. o nuxo concatenado do enrol:unenw da armadura \'aria no
tempo. Te-ndo em vism as suposições de distribuição senoidal da densidade de nuxo e deve-
locidade constame do rmor, a tensão resultante na bobina será senoidal1lO tempo, como es-
tá mostrado na Fig. 4.5b. A tensão da bobina passa por um ciclo completo a c.ada revolução
da máquina de dois pólos da Fig. 4.4. Sua freqüência em ciclos por segundo (Hz) é a mesma
que a velocidade do rotor em rotações por segundo: a freqüência elétrica da lensão gerada
está sincronizada com a velocidade mccâJlica: sendo essa a razão para a expressão máquina
..síncrona". Assim, uma mliquina síncrona de dois pólos deve girar a 3600 rowções por mi-
nuto para produzir uma tensão de 60 Hz.
Um número bem elevado de máquinas síncronas tem mais de dois pólos. Como exem-
plo espccílico, a Fig. 4.6 mostro csquemat.ic:•mcnte um gcmdor monofás:ico de quatro fJÓ/():s.
As bobinas de c;:1mpo estiio ligadas de modo que os pólos tenhnm polaridades ahemadas. Há
dois comprirnemos de onda completos, ou ciclos. na dislribuição de nuxo ao longo da perife-

<•l (b)

FIGURA 4.5 (a) Distribuiçao espacial da densidade de fluxo e (b) a forma de onda corres-
pondente da tensao gerada no geradOt monofásico da Fig. 4.4.

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CAPiTULO 4 INTROOIJÇÀO À$ MÁOVJNAS ROTATIVA$ 179

ria. como se mostra na Fig. 4.7. O enrolamemo de annadura consiste agora em duus bobinas
a 1• -a 1 e a 2• -a2 1igadas em série pelos seus tel'minais de conexlto. A cada bobina corrcspOnde
um compti•netuo de onda de fluxo. Agora a ccnsão gerada passa por dois ciclos completos a
cada revolução do roror. A fteqUência em hC-I'IZ setá assim o dobro da velocidade em rotações
por segundo.
Quando uma m:clquina tem mais de dois pólos. é conveniente C011cemrar-se em apenas
um par de pólos e asscgurnr-·sc de que as condições elétricas. magnéticas e mecânicas asso-
ciadas aos demais pares de pólos sejam repetições das do par considerado. Por css;.t razão. é
convenien1e expressar os ângulos em graus elétricos ou radianos elétricos em vez de unida-
des mecânicas. Um par de pólos em uma máquina de múltiplos pólos. ou um ciclo de-diSII'i-
buição de nuxo, é igual a 360 gmus elétricos ou 2rr radianos elétricos. Por exemplo. como há
pólos/2 comprimentos de onda. ou ciclos. a cada revolução co•nplela. resuha, que

e,.= (-pólo
2
s)
- e, (4. 1)

onde 8,,. é o ângulo em unidades elétricas e 811 é o ângulo espacial. Essa mcsm" relação iilpli-
ca·se a todas as medidas angulares de uma máquina de múltiplos pólos; .seus vcdorcs em uni-
dades elétrica~ serão iguais a (pólos/2) vezes seus valores espaciais reais.
A tensão de uma bobina de urna máquina de múhiplos pólos passa por um ciclo com·
plcto toda vez que um par de pólos passa pe-la bobina ou (pólos/2) ve.zes a cada revolução. A
freqüência elétrica.f: da ten.c;ão gerada em uma máquina síncrona é porcamo

f ,= (pó~os) ~ Hz (4.2)

onde'' é a velocidade mecânica em rota\-"Õcs por minuto, e portando 11/60 é a velocidade em


rotações por segundo. A freqüência elétrica da tensão gerada em radianos por segundo é (I)~ =
(p61osi2)CtJm onde (l)m é a velocidade mecânica em radianos por segundo.
Os rotorcs mostrados nas Figs. 4.4 c 4.6 têm pólos saliemes com enrolamemos concetr-
trc,dos. A Fig. 4..8 mostru csquemalicamcntc um rotor de pólos IU7o saliemes, referidos tam-
bém como âlúráricos ou lisos. O enrolamento de campo é um enrolamemo distribuído de
dois pólos; os lados da bobina estOo distribuídos em múltiplas ranhuras ao longo da periferia
do rolor e posicionados de rnodo tal que uma distribuiçtto aproximadamente senoidal de fl u·
xo radial, no enueferTO. seja produzida.

-a,

.,

FtouAA 4.6 Vista esquemática de um gerador simples. sincrooo. monofásico e de Quat(O


pólos.

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180 MÂOUINAS El~RICAS

., -a, e,. radinnos


2,T mccGil icos
o 6,_. r:.diaMll
délfi.c:O!l

FIGURA 4.7 Oistribuiçao espacial da densidade de fluxo de en treferro em um g erador sln-


crono ideal de quatro pólos.

A relação entre a rreqUência elétrica e a velocidade de um rotor. dada pela Equaç.ão 4.2.
pode se.rvir de ba.sc para se compreender a razão J:>ela qu<ll alguns gcmdorcs !"Íncronos têm ro·
tores com estrutums de pólos salientes. ao passo que outros t~m rotores cilíndricos. A maio-
ria dos sistemas de potência do mundo operam com freqüência de 50 ou 60Hz. Uma estnu u-
ra de pólos salientes é característica de gerndore.<i hidrelétricos porque as turbinas hidráulicas
operam em velocidades relativamente baixas e. portanto, um número relativamente elevado
de pólos é necessário para produzir a frc<1Uência desejada; a estrutura de pólos salientes é me~
c.anicamente melhor adapmda a essa situação. O rotor de um gerador hidrelétrico de grande
porte está mostrado na Fig. 4.9. Entretanto, as turbinas a vapor ou a gás operam melhor em
velocidades relativamente clc\'ud;.-tS, Como conseqüência. os aJtemadores acionados por tur~
bina, ou geradores a turbina, siio comumente máquinas de rotor cilíndrico de dois ou quatro
pólos. Os rotores são feitos a panir de uma única peça fol'jada de aço. ou de dive-rsas peças,
como mostrado nas Figs. 4.1 Oc 4. 11 .
A maioria dos sistemas de pOtl!ncia do mundo é trifásic~1 c. conseqlicntcmcntc. os gero·
dores síncronos süo máquinás trifásicas com pOuquíssimas exceções. Para se produzir um
conjumo de três rensões defasadas de 120 graus elétricos no tempO. devem ser u sad<~s no mí-
nimo três bobinas defasadas de 120 graus elé1ricos no espaç.o. Uma visra esquemáric.a simpli-
ficada de uma máquina uifásic-a de dois pólos, com uma bobi11a por fase. está mostrada na
F'ig. 4.1 2a. As três fases são indicadas pelas Je1ras a, b e c. Em uma máquina eleme1llar de qua-
tro pólos, um míninm de dois COI~unros de bobinas como esse deve ser usado, co,no se i l us~
tra na Fig. 4. 12b: em uma máquina elementar com múltiplos pólos, o número mínimo de COil·
juntos de bobinas é dado pela metade do número de pólos.

,.
.....
I
~
I
.. ..
~/ ~... .. --:::i=i:::-
/ ' / /'OT"

''
'
1'
''
'
\ ~~,_,-<--i.,.~/,-
',,,
...........}
FtGURA 4.8 Enrolamento de campo elemen tar de um rotor cilindrico de dois pólos.

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CAPfT\IlO 4 INTAOOIJÇÃO AS M.i..OOtNAS AoTAT'IVAS 181

FIGURA 4.9 Rotor refrigerado a agua pertencente ao gerador hidrelétrico de t90 MVA cujo
estator está mostrado na Fig. 4. 1. (Brown Boveri Corporatkm)

FIGURA 4.1 o Rota< de um gerador a tUJbioa de do.s pólos e 3600 rpm. ( WestinghoVse J:tec-
tric Corporaffon)

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182 MÁQUINAS ELETAICAS

fiGURA 4.11 Partes de um rotor composto por diversas peças. pertencente a um gerador
trlfáStCO a turbina de 1333 MVA e 1800 l'pm, As peças forjadas ainda quentes sêo introduzi~
das no eixo e, durante o reslriamento, elas contraem~se firmando-se sobre o mesmo. Após é
feita a us1nagem final e a fresagem das ranhuras dos enrot~entos . A massa total cso rotor é
de aproximadamente 197.300 kg. (Brown Boveri Corporatlon)

As. duas bobinas de cada fase da Fig. 4.1 2b são conectadas. em série de modo que suas
tensões s.ão somadas. c as três fases podem então ser ligadas em Y ou emâ. A Fig. 4.12c mos·
tra (.'Orno as bobin:•s podem ser intcrligadus par.t form:1.r uma ligação em )', No entanto, obser·
ve que. corno as tensões de cada fa$é são idênticas. umu conexão em par::alclo também é pos·
sível, por exemplo, a bobina (a, -a) em paralelo com á bobinú (a', -C'1'}, c ~ i m por diante.
Quando um gcrndor s-íncrono fornc(..'\C potência elétrica a um~1 carga. a corrente de anna~
dur::. cria no entreferm uma Ollda de flu xo mag1létieo que gir:l na velocidade síncrona, corno
mostra a Seção 4.5. E.(jse !luxo 1·eage ao nuxo c1'iado pela correme de campo. resuhando um

(a) (h) (ç)

FIGURA 4.12 Vistas esqueméllcas de ge<adO<es tnfasicos: (a) dois pólos. (b) quatro pólos e (c) liga·
çào em Y dos enrolamentos.

Miitcnal cllroniony prawem autor >kifll


CA.Pfrut_o 4 INTAOOUCÃO ÂS M AQUINAS ROTATIVAS 183

conj ugo.1do clclromccânico a panlr da tendência desses dois campos magnéticos a se alinhar
entre si. Em um gerador. esse conjugado opõe.se à rotação, e emão um conjugado mec.ãnico
deve ser aplicado a panlr de acionador mecânico primário para que a rotação seja mun1lda.
Esse conjugado cletromcdlnico é o m<.."Canismo através do qual o gerador síncrono convene a
energia meé.finica em cléuic:a.
Por ouu·o lado, um gen1dor sfncrono p<Xlc funcionar tmnbém como motor s(ncrono. Uma
vista em cone longitudinal de u1n mOtor IJif(ISioo síncrono de 60Hz está mostrada na F'ig. 4.13.
Uma correme allemada é aplicada at,) enrol~une n lO de anna<lura do eslator, c u m~a cJ~;dmçfio CC,
ao enrolamento de campo do ro1or. O (:ampó rna_gnélico pnxluz.ido pelas com:ntcs de annadu·
ra gira em velocidade sfncrona. Pam J}I'Oduzir um conjugado eletromecânico constante. os cam-
pos magnéticos do estator e do mlor devem ser ~onstames em amplitude e estaciofiários um em
relação ao outro. Em um motor síncrono. a velocidade de regime J)el'lnanente é detenninada
pelo número de pólos c pela freqüência da corrente de am1adura. Ponanto. um motor sjncrono,
operado a pm1i r de uma fonte CA de fr\."'qüência constante, fUJlCÍOil a com velocidnde consHtn 4

te em regime pcnnancntc.
Em um motor. o conjugado clclromcc5nico tem o sentido da rotação e contrabalança o con 4

jugádo oposto necess(uio pam movimentar a carga mecâniC'.a. O nuxo produzido pelas correntes,
na unntKlur.l de um motor síncrono, gir.1à freme do nuxo produzido pelo campo. Ponanto. arras-
ta esse úllimo (e conseqüememente o roc.or) fazendo trabalho. O opOsto ocorre em um gerador
sfncrono, onde o campo faz trabalho quando seu tluxo arraswo da ::unlàdurn. que v~;:m mrás. Tan 4

m em geradores ~01no emnlOh)reS. stio prtxh,zidos um conjugado clelrome<:ânko c uma tensão


rotacionaL Es:ses são os fenômenos essenciais da conversão eletrornecânica de energia.

'

f iGURA 4.13 Vista em cone longitudinal de um motor sfncrono de alta velocidade. A excita-
triz mosttada no lado esquefdO do rotor é t~m pequeno gerador CA com um conJunto rotati 4

vo de retificadOles semicoodutores acoplado ao eixo. (General électtic Company)

rv1atenal chronlún~ prawem aLhOrSkll11


184 MÁQUINAS EL~TRIC...S

M áquinas de l ndução Um segundo lipo de máquina CA é a máq11inll (/t: itttfttÇ<-io. Como na


máquina sfncrona. o enrolamento do estator de uma máqui na de indução é excitado com cor..
rentes alternadas. Conrrastando com uma máquina síncrona. onde o enrolamento de campo do
rotor é excitado com corrente CC. correntes ahcmadas. fl uem nos enrolamentos do rotor de
uma m :íq ~Jin:r de indução. Na.s máquinas de in<.luçüo. :1s correntes ahenmda.ti süo aplicadas di·
rcta.l1lentc nos enrolamento:;, do eslator c. -;:ntão, corre nte-s no rotor stio pro<lu~i dns pOr indu·
ç~o. isto é. por :lção de cransfonnador. Desse modo. :1 lllti(lUina de induçílo pode ser vista co-
mo um trilr\sforntador gcnc ru li ~.ado em que potênci:l elétrica é tmnsfon..-.ada entte o !'mor e o
est:ltorjuruamente com uma mud::ulça de rreqOénci~a e um n uxo de po1ência mec-ânica. Embo--
ra o mmor de indução seja o mais romum de todos os mOLores. raramente é usado como ge-
rador. pois as suas características de desempenho como gerador. na maioria das aplicações.
não são .saris(atórias. No entanto. em anos rccclllcs tem-se constatado que ele é bem adequa·
do em :aplic;u;ões envolvendo energia cólica. A máquina de indução também pode ser usada
corno <.:onvcrsor de rreqOênci:a.
No motor de indução. os enrolamentos de cswtor são essencialmente os mesmos do mo-
tor síncn.mn. F.:nlrcl:.nlo , os cnr<)lamcnws de n)lor são ck:tric:uncnlc c urtq.circ uit:ld<,s C' frc.-
qiicntem(!nh.: ntitl lêm c(mcxõ.:s ex lem as; a:-. correnlé.s são i ndu z ida~ por nçUo de tr-.utsfonna-
dor. Uma vha::t em cone l ongiw di n •~ l de um motor de induçOo do tipo gaiol:l de esquilo est::'i
mostl'ad.a na Fig. 4 .14. Aqui. os "enrolnmentos" são na realidade barras sólidas de a.lumfnio
que .são fundidas nas canhums do rotoa· e colocadas em cuno circuito por anéis de aJumínio
fundido localizados em cada extremidade do rotor. Es.se tipo de c.onstruç5o de rotor resulta em
motores de indução que são rch:uh•amcntc baratos c a ltamente confiáveis. fatores esses que
contribuem à sua imcns:1popularidade c ampla aplicação.
Como em um motor síncrono. o nuxo de ãnnadun1 do motor de induç5o adiantu·sc em
relação ao do ··otor e produz tun conjugado eletro.necânico. De fato. c.onlo nu m:'iquin:l sín-
crona, veremos que há um sincronismo entre os n uxos do rotot e do estmor. quando esses gi-
ram. e que o conjugado está relacionado com o deslocamento relativo entre eles. Diferente-
mente de uma m:'íquinn l'oíncron:a, cnt.reHullo. o rotor e m s:i de umn máquina de indução n5o

FtOUAA 4.14 Vista em COfte iong1tudinal de um motor de tndução do tipo gaiola de esquilo.
( Westinghouse Electric Corporatjon)

Miitcnal cllroniony prawem autor >kifll


CAPITUlO 4 INTROOUÇJ.o ÁS M ÁOUIHA$ ROTATfVA$ 185

gira e m sincronismo: hií um ..cscorrcgamcnto" do rotor em relação ao nuxo síncmno du ar·


madura, dttndo origem às correntes induzidtlS no rotor c, pOrWnto, ao conjugado. Os moto·
rc-.s de indução opcmm em velocidades inferiores à vdocidnde mcdinica síncrona. Uma cur·
va característica típicu de velocidade wtrsus conjug~1d o para um motor de indução está mos·
trad;a ma f'ig. 4.15.

() 20 100
Vcl<lCid~ (nl ~nlagem d:.a ' 'e.locidOOe !iin\'roM

f iGURA 4.15 Curva caracterfstica de velocidad'o versus conjugado de um mot()( de 1nduçao


lípico.

4.2.2 Máquinas CC
Como já foi discutido. o cn_rol:•mcnto de :mn:1durn de um gc.mdor CC cs'l(l no rotorcom u C(lT·
rente sajndo dele por meio de escovas de carvão. O enrolame-nto de campo está no estator e é
excitado pOr corrente contínua. Uma vista e m cone longitudinal de um motor CC es t ~ mos-
Jradn na Fig. 4.16.

FIGIJRA 4.16 Vista em ca<te longitudinal de um tipico motor CC de potência elevada. (ASEA
Btown Boveo)

Mdt .nat chromony prawem autorsk1m


186 MÃOUJNAS ELÊT-RtCAS

Um gerador CC de dois pólos muito elemen1ar esuí mostrado na Fig. 4. 17. O enrolanten·
lO de annaduro, consistindo em uma única bobina de N espiras, está indicado pelos dois lados
da bobina a e -a colocados em pontos diametralmente opostos sobre o nMor com os condutores
paralelos ao eixo. O rotor gira normalmente a velocidade constante ~t partir de uma fonte de po·
tência mecânica conectada ao eixo. Usualmente, a distribuição de nuxo noemreferro aproxima·
se de uma onda de picos achatados. ao invés da onda se,noidaJ encontr.Kla nas máquinas CA, co.
mo se mostra na Fig. 4.18a. A rotação da bobina gera uma tensão de bobina que é uma fu nção
de tempo tendo a mesma forma que a da onda de distribuição da densidade de tluxo esp.c1eial.
Embora o propósito final seja a geração de uma tensão c.omírlua. a tensão induzida e-m
uma bobina individual de armadura é uma tensão alternada que. ponanto. deve ser relificada.
A tensão de ~a ida de uma máquina CA pode ser rctilicada usando rctifkadores semiconduto·
res externos. Isso é difereme da máquina CC convencional. na qual a retificac;do é produzida
mecanic-.ametue por meio de um comuwdor . Esse é um cilindro formado de segmentos de CO·
bre isolados e-mre si por mica, ou algum outro mntcrial allumcnte isolante. c montado. mas
isolado, sobre o eixo do rmor. Escovas estacionárias de carv:1o. mnntidas upoi1Was contra a su-
petfície do comutador. conec1arn o enrolnmc.nto aos terminais externos da armadum. O comu·
tador e as escovas podem ser vistos facilmente na Fig. 4.16. A ncccssidtlde de comu1ação é a
razão pela qual os enrolamentos de armitdum das máquinus CC s.ão çoloc<Jdos no rotor.
No c--aso do gerador CC ele me mar, o comutador assume a fonna rnostmda na Fig. 4.17.
Paru o sentido de rotação mostrado, o comutador em qualquer instante conccta o lado da bo·
bina que está próximo do t>ólo sul à escova positiva. e o que está próximo do pólo JlOI'te-, à es-
cova negativa. O comutador executa uma retificação de onda complem. transformando a for·
ma de onda de tensão. presente entre as escovas, na fonna de onda da Fig. 4. 18b. c tomando
disponível uma tensão uni polar para o circuito externo. Naturalmente. a máquina CC da Fig.
4.17 foi simplificada até o ponto de estar fora da realidade em tennos práticos c. posterior·
mente. será essencial examinar a ação de comutadores mais realísticos.
O efeito da corrente contínua no enrolamento de campo de uma máquina CC é a crinção
de uma distribuição de nuxo magnético estacionária em relação no estator. De modo similar. o
efeito do comutador é tal que. <1uando uma corrente contínua nui atniVés das escovas, a annadu·
ra cria uma dislribuição de flu xo magnético que também é iixa no espaço e cujo eixo, detenni-
nado pe-lo projeto da máquina e pela I)()SiÇ-i:lo das escovas, é tipic-amente perpendicular ao eixo
do fluxo de campo.

~~~~- Sc:gmc:nlo:s
dec:obre do
comutador

FJGUR.A 4.17 Máquina CC elementar com comutador.

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CAPÍlUI.O 4 INTR()()Uç.lo ÀS M ÁQUINAS ROTATIVAS 18 7

Dis1tibuiçlo ~i.al
d:• den!(idõ\lk de nu~.:·---,
8 ------ ------------ ---- --

o " Àngulo 1.1. ao longo


8 - ---------
da periferia. do cnrrefeiTU

(a)

•~
~
~
• ~
.i
•o
>!.
o Ttmpo I
(b)

FtGuAA 4.18 (a} Oisttibuiçao espacial da densidade de fluxo no entrefeno de uma máquina
CC elementat: (b) IO<ma de onda da tensão entre as escovas.

Assim. exatamente como nas máquinas CA discutidas anterionnente. é a interação dessas


duas distribuições de fluxo que cria o conjugado da m{I(Juina CC. Se a rnáquirla estiver atuando
como gcmdor. esse conjugado opõc·sc à rotação. Se estiver atuando como 1notor. o cor~ugado
eleuumecâ.nico atua no sentido da rotação. Comentários semelhames aos já fei tos em relação
:lOS papéis desempenhados. no processo de conver$UO de energia das máquinas s íncrona.~. pela
tensão gerada e pe,Jo conjugado cletromccânico aplicam-se iguahnente bem às máquinas CC.

4.3 FMM DE ENROLAMENTOS DISTRIBUÍDOS


A maioria das armaduras cem enrolarnencos distriburdos, isto é, enrolamentos que se estendem
por diversas ranhuras ao redor da periferia do cntrefcrro. como nus Figs. 4.2 e 4. 1. As bobinas
irldividuais são conec-tadas entre si de modo que resulte um campO magnético com o mesmo
1Ulmero de pólos que o enrolamento de campo.
Os campos magnêcicos dos enrolamentos distribuídos podem ser estudados examinan·
do-se o campo magnético produzido por um enrolamento que tenha uma única bobina de N
espiras c.-omprcendcndo 180 graus elétricos. como se mostra na Fig. 4.19a. Uma bobina que
se estende por 180 graus elétricos é conhecida como bobina de passo pleno. Os pontos e cru·
z.cs indicam nuxos de corrente que se aproximam ou se afastam do leilor. respec.tivamentc.
Por simplicidade. o rotor cilíndrico mostrado é concêntrico. As linhas tracejadas da Fig.
4.19a. mostram, de forma genérica, a natureza do campo magnético procluz.ido pela corrente
na bobina. Como as pcrmeabili<L.1des do ferro da armadura e do campo são muito maiores que
n do ar, pOdemos supor com exatidão suficiente para os propósitos aqui presentes que toda a
reluHlncia do citcuito magnético encontra-se no entre ferro. Pela simctriu da CSinllura, é C\' i ·
dente que a intensidade do campo magnético H, de c.ntrcfem> na posiç:to angular e... sob um
dos pólos, é a me..~ ma em módulo que aquela localizada no ângulo 9a + 1t, sob o pólo oposto.
Entrelanto, os campos apresentam sentidos opostos.

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188 MAauiHAS ELÉTJUCAS

Bobina de N npiru
COOO\I.Úndo UIT\a C'Ofl'C".tliC: i

(a)

---- , \- -- ''
'
'' ' • ,, 2rr
-Ni o
-1 =::;::;::=::f==:;;;;=='=-=-
=-=:::;::;::=== SuperfTcie do rotor
~ 181 !:J Sup.::rfíd~ do ~slator

(b)

FIGURA 4.19 (a) VISta esquemática do fluxo produzido por um enrolamento concentrado de
passo pleno em uma máquina de entreferro unifOfme. (b) A FMM ptOduzida no entreferro por
uma cOfrente nesse enrOlamento.

Ao longo de qunlquer dos caminhos fechados. mostrados pelas linhas de fl uxo na Fig.
4.19a, a FMM é Ni. A suposição de que toda a relutância do circuito magnético esteja no en·
trererro leva ao resultado de que a integral de l inha H dentro do ferro é muito pequena pOden-
do ser despre.?..ada. Assim, é razoável desprez.annos as quedas de FMM <1ue ocorrem nos par-
tes do circuito magnético que estão dentro do fe rro. Por simetria, pOdemos argumentar que os
campos H, no entreferro nos lados opostos do rotor são iguais em módulo mas opostos em
sentido. Segue-se que a FMM no entrcferrodcvc cstnr dislribuída de modo uniforme. Como
cada linha de fluxo cmza o cntrcferro duas vezes, a queda de FMM no emrefetTO deve ser
igual à metade do total ou Nin.
A Fig. 4.19b mostra o emreferro e o enrolamento em fonna desenvolvida. isto ê, dispostos
em forma plana. A distribuiç-ão da FMM no entreferroé mostrada pela distribuição de umplill.lde
Ni!l semeJh.ante a degraus. Supondo que as aberturas das ranhuras sejam cs1rei1as, a FMM faz
um salto abrupto de Ni ao se passar de um lado a outro da bobina. Essa distribuição de FMM se-
rá discutida novamente na Seção 4.4. onde os campos magnéticos resultanles scnio calculados.

4.3.1 Máquinas CA
A análise de Fourier pode mostrar que a FMM produzida no enuefe-rro por uma única bobi-
na, como a de passo pleno da Fig. 4.19, consiste em uma componente espacial hannônica fun·
dame.ntal mais uma série de componentes hannônicas de ordem mais elevada. No projc.to de
rnáquina.c: CA, sérios esforços são fei[OS paro distribuir as bobinas construindo-se os enrola-
mentos de modo a minimizar as componentes harmônicas de ordem mnis elevada c a produ-
rir uma onda de FMM de cntrcfcrro que é constituída predomina111e1nente pela comJ>Onente

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C APITULO 4 INTAOOOÇÃO ÀS MÃOUIHAS RoTATIVAS 189

espaciaJ fundamental senoidal. Assim. é adequado assumir que isso foi fei to aqui e conccnl:rar
a nossa atenção na cornponentc fundamental.
A onda retangular da FMM de entreferro da bobina conccntr.tda de dois pólos e passo
pleno da Fig. 4.19b pode ser decomposta em uma série de Fourier compreendendo uma com.
p<mente fundamental e uma série de harmônicas fmpares. A componente fundamental :F,1 é

Ji, = 4(W)
1f-i cos (J~
(4.3)
onde 6a é medido a panir do eixo magnético da bobina do estator, como 1nostrado pela scnói·
de traccjada na Fig. 4.19b. É uma onda scnoidaJ espacial de amplitude
4 (Ni)
<fS,)pk-ô=; T
(4.4)
com seu pico alinhado com o eixo magnético da bobina.
Agora considere um enrolamento distrilmfdo. consistindo em bobinas distribuídas por di·
versas ranhuras. Por exemplo. 3 Fig. 4.203 mostra a fase a do enrolamento de armadura de uma
•náquina CA trifásica de dois pólos que foi um tanto simplificada. As fases b e c ocupam as ra·
nhuras vaz.ias. Os enrolamentos das três fases são idê.nticos e estão posicionado.ç tendo os seus
eixos magn6ticos scpamdos de J20 graus entre si. Vamos dar nossa atenç.ão apenas à fMM de
cntreferro da fase a. Deixaremos a discussão dos efeitos das três fases para a Seção 4.5. O e•l·
rolamento está disposto em duas camadas. Cada bobina de passo pleno de N.,_ espiras tem um
lado no topo de uma ran.hurn e o outro lado no fundo de uma ranhura distanciada de um pólo.
Em máquinas reai~ essa disposição de duas camadas simplifica o problema geométrico de se
fazer passar as espiras dos 1erminais das bobinas individuais umas pelas ootras.
A Fig. 4.20h mosua um pólo desse enrolamento desenvolvido no plano. Com a!> bobi·
nas cQnectadas em série e, desse modo. conduzindo a mesma correme. a onda de FM M é uma
sé-rie de degraus de altura 2Nt)'~ cada um (igual aos amperes-espiras na ranhura), onde i, é a
corrente de eJlrolamemo. Sua compone-nte fundamental espacial é mostrada pela senóide. Po.
de·se ver que o enrolamento distriburdo produz uma onda que se aproxima mais de uma on·
da de FMM senoidal do que a bobina concentmda da Fig. 4.19.
A ampliwde da compotlente hannônica fundamental espacial da onda de FMM de um
enrolamento distribuído é menor do que a soma da.~ COitlp<}llente~ fu ndame.ntais das bobinas
individuais porque os eixos magnéticos das bobinas individuais não estão aJinhados com 3 re·
sultame. A rom1a modificada da Equação 4.3 para um enrolamento discribufdo de múltiplos
pólos tendo Nt.~ espiras pOr fase em série é

~ 1_ -4-
.r (k"wNr,,.) '•cos
--
. (pólos
- - 9,)
1
" pólos 2 (4.5)
em que o fator41~rsurge da análise da série de Fourier da onda retangular da FMM de uma bo·
bina concentrada com passo pleno. como na Equação 4.3, c ofator de enroi(UIIelllo kCM leva em
consideração a distribuição do enrolamento. Esse fator é ncc..-cssário porque as FMMs produzi·
das pelas bobinas individuais de qualquer grupo de uma fase têm eixos magnétic.'()S diferentes.
Quando elas são ligadas em série para formar o enrolamemo de fase. a sua soma fasorial é en-
cão menor do que a sua soma numérica. (Veja o Apêndice B para detalhes.) Para a muioria dos
enrolamentos trifásicos, o valor de k~ está tipicamente no intervalo de 0.85 a 0.95.
O fator k~~~.N•~ é o número efetivo de espiras por fase em sé.rie para a FMM fundamen.
tal. A amplitude de pico dessa onda de FMM é
4 (k,MNf•«l . (4.6)
(F.,J,.. = ; pólos ) ' •

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190 MAOutHAS EuttRICAS

Eixo da
-----;.-
rilse 11

(a)

''
'
o """7L.::::;:::::::,""-7"í'
0~
... Onda fundamenlal
c~pad.iLI da PMM
V 1

'
Eh:odô•
: fase d \ -...--- ~;..
-·1' v I
---------&a_------~--------~~------~ ~
"2
o
r

-
(b)

FIGURA 4.20 A FMM de uma fase de um enrolamento trifásico d istribuldo de dois pólos com
bobinas da passo pleno.

O enrolamento da fase a da amu1dura de dois pólos da Fig. 4.20a pode ser considerado romo
consistindo em 8 bobinas. de passo pleno e Nb espims. ligadas em série. com cada ranhura
co ntendo duas bobinas. Há um lot:LI de 24 bobinas de armodum, c assim cada r:mhura c~tá se·
parad~a pOr 360"n4 = 15.,. SupOntw que o ângulo 0., sej a medido a pan ir do eixo magné-tico da
fase o de modo que as quatro ranhuras co,uendo os lados indicados por a das bobinas estejam
e m O~ = 67.5". 82.5". 97-~e 112.5°. Os lados opostos das bobinas estão assim nas ranhuras lo-
calizadas e.m - 112.5°, -97.5". - 82,5° e - 67.5°. respectivamente. Assuma que esse enrolamen·
to está conduz.indo uma corrente ia.
(a) Escreva uma expressão par:.1 a FMM espacial fundamental produzida pelas duns 00..
binas cujos ludos estão nus mnhuras em e.=112,5° e -67.5". (b) Escreva uma expressão para
a FMM espacial fundamental produz.ida pelas duas bobinas cujos lados estão nas ranhuras e m
e.=67,5° e - 112.5". (c) Escreva uma expressão para a FMM espacial fundamental do enrola·
mento completo d•l armadura. (d) Determi ne o fator de enrolamento k~,. para esse enrolal'oen-
lo distribuído.

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CAPiTUt04 INTAOOUÇ.I.o ÀS M ÁQUINA$ RoTATIVA$ 191

• Solução
a. Observando que o eixo magnético desse par de bobinas está e1n O,= ( 112.5°- 67.5°)/2 =
22.5° c que o total de ampêres-cspims na ranhura é igual a 2N"i~. n FMM produzida pores-
se par de bobinas pode ser obtido em analogia com a Equação 4.3, obtend<rsc

(F,,Jn,• = -4 (2N,J,) cos (9, - 12.5')


-?-
~ -
b. Esse par de bobinas produz a mesma FMM espacial fundamental que o par da parte (a)
com a exceçtto de que essa FMM está centrada em 8. = -22.5''. Assim
4(2.v,;.)
<F,,)-::"' =; - 2 - cos (8. + 22.5~)

c. Em analogia com as panes (a) e (b). a FMM espacial fundamcmal lo<al pode ser escrim corno
(.r,,)_.= (.1',,) - :u~ + (J",,). u~ + (J', ,),J• + (J', ,)n.."'
= ;;.C~') i, (oos(O, +22.5' ) + <-os (O, + 7,5' )
+ cos(O, - 7.5' ) + C0-<(0, - 22.5' ))

=;4(7.66.V,).
~ '~coso.

= 4.88N.,;.. oosOJ
d. Verificando que. para esse enrolamento, Nf~< = 8Nb. a FMM total da pane (c) pode ser rces·
crira como

Uma comparação com a Equação 4.5 mos1m que. nesse enrolarnemo. o fa1or de enrola-
mento é k~nr = 0.958.

Calcule o fator de enrolamento para o enrolamento da fase a da Fig. 4.20 se o número de es-
piras nas quatro bobinas dos dois pares externos de mnhuras for igual u seis ao passo que o
mímcro de espiras nus quatro bobinas das ranhuras intc.mas for igual a oito.
• Solução
k~, = 0.962

A Equação 4.S desc.reve a componente espacial fundamental da onda de FMM produzi-


da pela corrente da fase a de um enrolamento distribuído. Se a corrente da fase a for senoidal
no tempo. por exemplo. il = /"' cos liX. o resultado será uma onda de FMM que é estacionária
no espaço c varia senoidal mente em relação a 8, c ao 1empo. Na Seção 4.5. cswdaremos o
efeito das correntes em todas as três fases c veremos que a aplicação de correntes trifásicas
produzirá uma onda girante de FMM.
De modo semelhante. freqüen temente os e nrolamcn10s do rotor sao distribuídos nas
r:mhuras para reduzir os efeitos das hannônicas c;:;pociais. A Fig. 4.21a mostra o rowr de
um gerador típico de dois pólos e roror cilíndrico. Embora o eMolamemo seja simétrico em
relação ao eixo do roror. o ntlmero de espiras por ranhura pode ser ''ariado para controlar as

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192 M ÃQU INA$ EléTRICAS

polal\'s

(a)

FMM

NJ!,
Ontb esp;~dal
rundamental
daFMM
e,

l:.i1to do

( b)

FtaURA 4.21 A FMM de entreferro do enrolamento d istribuido do rotor de um gerador de ro-


tor cilindrico.

diversas harmônicas. Na Fig. 4.21 b. pode-se ver queM menos es piras nas ranhuras próxi-
mas da fnc;c do pólo. Além disso. o projetista pode variar o distanciamentO entre as ranhu-
ras. Em relação aos enrolamemos distribuidos de annadura. a onda fu ndamenta l de FMM
no emreferro de unt e nrolamento de rotor de múltiplos pólos pode ser obtida a partir da
Equação 4.5 em lermos do número total N, de espiras em série. a corrente de enrolamento
1. e um fator de enrolamento k •• obtendo-se

rr
k,N,)
-4 ( - - lrcos (pólos
pólos
-o.) 2
(4.7)

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CAPÍT\JlO 4 INTAOOUCÃO ÀS MAQUINAS ROTATIVA$ 193

onde 8ré o ângulo espacial medido em relação ao eixo magnélico do rowr. como mostrado na
Fig. 4.2 1b. Sua amplitude de pico é
k,N,)
(F,,),,.,= -4 ( ::;---- I,
;( ,,..,1os (4.8)

4.3.2 Máquinas CC
Devido às restriç.ões impostas pelo comutador à colocação do enrolamento. a onda de FMM
da armadura de uma máquina CC aproxíma·se mais da fonna de onda em dente de serru do
que da forma de onda senoidal das máquinas CA. Por exemplo. a Fig. 4.22 mostm esquema·
ticameme em cone transversal a annadura de uma máquina CC de dois pólos. (Na prática, ern
todas ;ts máquinas CC. com exceção das muito pc<tt•enõts, um número m'ais elevado de bobi·
na..~; e rarlhul'as seria provavelmente usado.) Os sentidos das c.om:--ntes são mostrados por pon·
tos c cn1zcs. As conexões da bobina do enrolamento da armaduru são tais que esse enrolamcll·
to produz um campo magnético cujo eixo é vcnical, sendo ussim pcrpcndiculál' ao eixo do ell·
rolamento de c-.ampo. À medida que a armadura gira. as conexões entre as bobinas e os circui·
tos externos são alter.tdns pelo comulador de modo tal que o campo magné1ico da annadura
permaneça vertical. Assim, o fluxo da urm1ldun·1es1á sempre perpendicular ao pi'Oduzido pc·
lo enrolamento de campo, resultando um conjugado unidirecional continuo. A ação do comu·
tador será discutida com aJgum detalhe na Seção 7.2.
A Fíg. 4.23a mostra esse cnrolamcnlo desenvolvido no plano. A onda de FMM está
mostrada na Fig. 4.23b. Assumindo tlUCas ranhurns sejolm es1rc.i1as, ela consistirá em uma sé·
rie de degraus. SupondO·SC um cnrolnmcnlo de duas c.amadas e bobinas de passo pleno. a ai·
cura de c-.ada degrau scrd igual ao nú1ncro de ampêres-e-spims 2Nt,i., em uma ranhum. onde N.0
é o número de espiras em cada bobina c i" é a COrTC-IliC da bobina. O \talor de pico da onda de
FMM ocorre na direção do eixo magnético da annadura, a meio caminho entre os pólos do
campo. Esse enrolamento é equivalente a uma bobina de 12Nbi.b ampêrcs·cspin'ISdistribuídos
ao redor da annaduw. Supondo·sc que os pólos scjnm simétricos. o valor de pico da ond~• de
FMM em cada pólo de armadura é 6N.t i0 ampêres·espims.

Eho ml•s ndico


do e-nrolam('nto

""'é::!.-\- E.i11.0 m"'J.n( liCO


J \) enrolamento

de campo

FIGURA 4.22 Corte transversal de uma máquina CC de dois pólos.

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194 MAoulNAS El.é:TRICAS

2 3 4 5 6 1 8 9 10 11 12
11 12
,.,
6Ntit.- -:---~ - -
l I
.JNII.t. .. ...~ .. ..
I
2MJ.. --

(b)

6N,J.. - ----

" .-- CC1mpcwu:n1c


'•\ fum:l:unenl:ll
/ .• ••

''
/ '
·.•• ''
,''
'

' •• '
' •• '
'' Corrente •• / '
' l:1min:.r- • ••
'
' '' Componente ...... _... _ .....
'' fund:unen!a l d;~ / .. __ _
rotrtnte bminar
(C)

f iGURA 4.23 (a) Desenvolvimento no plano da máquina CC da Fig. 4.22; (b) onda dê FMM;
(c) onda equivalente em deote de serra da FMM. sua componente fundamental, e a corren·
te retangular laminar equivalente.

Essa onda de FMM pode ser aproximada pela fonna de onda em dente de scmLd:1fig.
4.23b e repetida na fíg. 4.23c. Em um enrolamento mais rcalístico. com um nUmero mais ele·
vado de ranhuras de armadura por pólo. a distribuição triangular toma·sc uma aproximação
muito satisfatória. Essa onda de FMM ~cria produzidn por umu distribuição rcumgulur da dcn·
sidadc de corrente na superfície d3 armadura, como mostrndo nn Fig. 4.2Jc.
Neste nosso es1udo pre liminar. é convenierue decompOr as ondas de FMM dos enrola·
mcntos distribuídos em suas componetues de série de Fourier. A componcnlc fundamental da
fonnn de ond:a em dente de serra da FMM da Fig. 4.23c é mostroda pela onda senoidal. Seu
valor de pico é 8/1t: = 0.8 1 vezes a altura. da onda em dente de serrá. E.'iS;\ ondà rundumental
de F'MM é a que seria produzida pela componente hanuõnica e.'ipacial fundame nt:tl da dis-tri·
buiçào retangular de densidade de corre-1\h! da Fig. 4.23<:. ESS:llâmina de corrente distribuída
senoidalmente está mostruda em forma tracejada na Fig. 4.23c.

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CAPiTULO 4 INTAODVCAO AS MÁOUINA.$ RoTATIVAS 195

Observe que a distribuição de FMM nos entre ferros depende apenas da disposição dos
enrolamentos e da simetria da~ estruturas magnéticas em cada pólo. Emretamo, a densidade
de nuxo magnético nos e,ntrefeJTOS depende não apenas do FMM mas Lambém das tQndiçõelt
magnéticas nos contornos. principalmente o comprimento do entreferro. o efeito das abertu·
ms das r:mhuras, e a forma das faces dos p61os. O projetista leva em consideração esses dei ~
tos por meio de análises detalhadas com as quais. no entanto. não precisamos nos ocupar aqui.
As máquinas CC 1êm freqüentemente uma cstruwra magnética com mais de dois pólos.
Por exemplo, a Fig. 4.24a mosu-a esque•nmic.ameme urna máquina CC de qua1ro pólos. O en·
rolamento de c.ampO produz alternadamente polaridades norte-sul-norte-sul, e os condutores
da ~u·madura são dist.ribufdos em quatro feixes na.~ ranhuras conduzindo correntes ahcrnada-
mente em direção. e para longe do leilor, como se simboliza pelas áreas hachuradas. Essa má-
quina está mostrada em forma desenvolvida na Fig. 4.24b. A onda correspondente da FMM
em fonna de dente de serra também está mostruda. Supondo que hujn simetria nos enrol::une-n.
tos e pólos do campo. cadu par sucessivo de pólos é igua l a qu::.lquer outro par. Então. as con-
dições magnéticas no entreferro podem ser detenninadas examinando-se um par qualquer de
pólos adjacente~. isto é, de 360 graus elétricos.
O vaJorde pico da onda em dente de serrada FMM de annadura pode ser escrito em ter-
mos do número total de condutOJ"e$ nas rMhuras da am1adura como

(F,)oiro = ( 2m C,
. pólos
) i, A ·espiras/pólo (4.9)

onde
c.= número total de condutores no entrefcrro de annadura
m = número de caminhos paralelos no enrolamento de annaduta
ia= corrente de annadura. A
Essa equação leva em consideração o fato de que em alguns casos a armadura pode estar en-
rolada com múlliplos caminhos de corrente em paralelo. Essa é n razão pela qual freqüente·
mente ~ mnis conve-niente pensar na annadura em termos do mimero de condutores (sendo
<1uc cada condutor correspondc a um único caminho que conduz corrente demro de uma ra-
nhura). Assim, iJm é a c..-orrcntc em c.ada condutor. Essa equação \'Cm diretamente da integral
de linha c.alculada ao longo do caminho fechado tracejado da Fíg. 4.24b. <JUC cruza o entrcfer-
ro duas vezes e envolve Cjpólos condutores, cada um desses conduzindo a corrente ij m no
mesmo semido. Em forma mais compacta.
N, ) . (4. 10)
( Fg)pic•• = ( pólos la


I ...................

w (~

FIGURA 4.24 (a) Seção transversal de uma máquina CC de quatro pólos; (b) planificação da
corrente laminar e da onda de FMM.

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196 MÃOUINA.S E ltrRICAS

onde N,. = C/(2m) é o ntímero de espiras em série da armadura. Da série de Fourier da onda
de FMM, em fonna de denrc de serra. da Fig. 4.24b. o vaJor de pico da fu ndamental espacial
é dado por

(4 .11)

4.4 CAMPOS MAGNÉTICOS EM MÁQUINAS ROTATIVAS


Nossas investigações preliminares de máquinas CA e CC es1ão baseadas na suposição de que as
distribuições espaciais de FMM sejam senoidais. Con~tatare mos que e.10sa suposição levará are~
suhad().\ muiro sruisfarórios n:l 1naioria dos problemas que envolvem máquinas CA. porque co-
mumente seus enrolamentos esrão distriburdos de modo a minimi1..ar os efeitos das hannônicas
espaciais. lnerenremeJue. devido às res1riç&--s impos1as pelo comutador em rel:.1ção à disposição
dos cnrolamen!Ol>, as ondas de FMM das máquinas CC aproximam ~se mais de perto de \lma on-
da em fom1a de dente de serra. No emanto. a teoria baseada no modelo senoidal C\'idencia as ca-
racterísticas fundamentais da teoria das máquinas CC. Sempre que necessário, os resuhados po-
dem ser prontamenle modificados pam explicai' quaisquer discrepâncias signiricaliv:L.s.
FreqUentemente é mais fácil começar examinado-se um:.1 máquina de dois pólos. na quaJ
os ângulos e as velocidades elétrica e mecânica são iguais. Os resultados podem ser extrapo-
l:ldos imediarameme a máquinas de múltiplos pólos lembrando que ângulos elérricos e velo-
c idõldes angulares estão relacionados com os ângulos mecânicos e as velocidades angulares
pelo fmor pólos/2 (veja, por exemplo, a Equação 4. 1).
O comportam-ento d:.1s máquinas e létricas é detenninado pelos c:lmpos mag1\éticos cria-
dos porco•·rentes nos diversos enrolamentos da máquina. Essa seção discute como esses cam-
pos mag11éticos e co•·remes se relacionam.

4.4.1 Máquinas com Entreferros Uniformes


A Fig. 4.25a mostra u•na bobina. de N espiras e passo pleno, aloj:•dn em uma estrutura mag-
né(iCa de alta penneabilidade (.u - co), e um rotor cilíndrico concêntrico. A FMM :F, de en-
trcferro dessa configuração está plotada, e m fun1·ão do ângulo 0,. na Fig. 4.25b. ~ara essa es·
truwra. com um cntrefcrro uniforme de comJ)rimelltO g e raio r, (muito maior <IUCg), pode-se
supor com boa exatidão que o campo magnético H no entreferro est:í orient~ldO apenas radial-
mente e que seu módulo é consrantc no eoueferro.
A distribuiçilO de FMM no C-IHI'e-fe•ro da Fig. 4.25b é igual à integral de linha de H , através
do cntrefe!TO. Nesse caso de H~; radial constame. essa integ.ml é simplesmerue igual ao produto
do cam1X> magné1ico rndial H, noentrcfcrro vezes o comprimemo g do emrefen'O, e assim H, po-
de ser obtido dividindo-se simplesmente a FMM do entreferro pelo comprimento deste:
:F,
H! -
-
-
g (4.12)

Assim. na Fig. 4.25c, pode-se ver que o campo radial H, c a FMM apresenram forma idêmi·
c.a, relaciOJlando-se entre si simplesmente pelo fator 1/g.
A componeme ham1ônica espacial fu ndamcntnl de H, pode ser obtida diretamente da
componente fu ndarnemal :F,,. dada pela Equação 4.3.

:F,,
H, 1 = - - = -
g
4
;r
(,Vi)
2g
-cosOa (4. 13)

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CAPiTULO 4 INTAOOIJÇAO AS MÂOVJNA$ RoTATIVAS 197

Bobins de N bpir.lll
e,

(a)

:F,
. . . . . . . . r,. fundaroeoud
,,
, - -- "
''
Ni
2 ,
,, '
--
, ''
, ,, o Ni '

' ' ' , __ ,,
, 2.T
- -r
-- r.:.J l8f r.:.J

(b)

Ni
2g
·-----
M --- /
---k-'...
H 11 fund3nlental

,.,, /
---
2 16~, ;'
o
'" ~' , /; e•
- ,·
.
// _Ni
2 _Ni '- ...•, .. /
2•

- 2g - _'1.
F 11 fllnd;,unenl~l
'FMM
(<)

FtauAA 4.25 A FMM de enlreferro e a componente radial de HGpara um enrolamento con·


centrado de passo pleno.

É uma onda espacial senoidal de amplitude

4(Ni) (4. 14)


2g "
Para um enrolamento distribuído, como o da Fig. 4.20, a interlsidade do c-.ampo rnagné·
tico de cntrcfcrro é obtida Facilrncnte, tão logo a FMM de emrefei'I'O seja conhecida. Assim. a
componente fundamental de U1 pode ser e.nconLtada dividindo-se a componente rundamcntal
da FMM de emreferro (Equação 4.5) pelo comprimemo de entrefcrro g

H _~I -
4
-
(kro,N1,_.,).f:.COS·( -
pólos .)
- 0, (4.15)
" g. pólos 2
Essa equação foi escrita para o caso geral de uma máquina de múltiplos pólos, e N~'< é o nú·
mero cotai de espiras em série por fase.

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198 M ÁQUINAS ELETJ>ICAS

Observe que a FMM espacial fundame mal de emreferro F@, e o campo magnético de
cntreferro H,,. produzidos J>Of um enrolarnemo distribuído com fator de enrolamento k~, c
N~.., I pólos espiras em série por pólo, são iguais aos produzidos por um enrolamento concen~
trado de passo pleno com (k.....,N,,'")Ipólos espiras por pólo. Na análise de m~lqu inas com cnro-
lamemos distribufdos. esse resullado é úlil porque. quando se consideram grandezas funda·
mentais espaciais, permite que a solução distribufda seja obtida a partir da solução para uma
única bobina de N espiras c passo pleno, simplesrncntc substituindo N pelo número efetivo de
espiras, k~..,N,_. do enrolamento distribuído.

Um gerador CA sfncrono de quatro pólos com um entreCerro uniforme tem um enrolamento


de rotor distribuído com 263 espiras em série., um fator de enrolamento de 0.935 c um entre·
ferro de comprimento 0.7 mm. Supondo que a queda de FMM no aço elétrico seja dcsprc:tí·
vel. encontre a corrente de enrolamento de rotor neccssáriu pam produ;: ir uma densidade de
fluxo magnético fundamental espacial de pico de 1.6 T no entreferro da máqui na.
• Solução
A densidade de Ou:<o magné.tico fundamental espacial no entrcfcrro pode ser obtida muhip li·
cando-se a permeabilidade do vácuo Jlo pelo campo magnético do entreferro. que por sua vez
1>0de ser encontrado a partir da componente fundamental espacial da FMM no entre ferro di~
vidida pelo comprimento de entrcferro g. Assim, da Equação 4.8
- Jt,,(.:F',.).,.... ( k,-
41'o - N, ) I,
(H )
~· ..... - g
=
iTg J>ÓIOS

e /( pode ser obtida de

:rx0.0007 x 4 )
= ( I.6
4 X 4;r X IQ-l X 0.935 )( 263

= 11.4A

Uma máquina síncrona de dois pólos tem um comprimento de entre fem> de 2,2 cn'l e um e.n.
rolamento de campO com um tOtal de 830 espiras em série. Quando excitada por uma corren·
te de campO de 47 A, a densidade de fl uxo magnético fundnmental e-spacial de pico no entre-
ferro da máquina é medida como sendo I ,35 T.
Com base na densidade de fl uxo medida, calcule o fator de enrolamento kr do enrola·
mento de campo.
• Solução
k( == 0.952

4.4.2 Máquinas com Entreferros Não Uniformes


A Fig. 4.26a mostra a estrutura de uma máquina CC típica e a Fig. 4.26b mostra a estrutura de
uma 1náquina sfncrona típica de pólos salientes. Arnbas as m5quina.-<õ consistem em cstnHums

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CAPiTUlO 4 INTROOUÇÃO ÀS MÁQUINA$ ROTATtVAS 199

«,~=-"ª"-ir JJobi n-:e


de campo

Bobina
de C"~mpo

Esuuor
(o) (b)

FIGURA 4.26 Estl\llura de máQuinas tipicas de pólos salientes: (a) maquina CC e (b) máQui·
na sincrona de pótos salientes.

magnéticas com emrcrerros extremamente não uniformes. Nesses casos. a distribuição de cam·
po magné1ico no en1referro é mais complexa do que a de máquinas de cnlrefe,rro uniforme.
A análise demlhada das distribuições de campo magnélico nessas máquinas requer SO·
luções compleras para o problema do campo. Por exemplo. a Fig. 4.27 •nostra a dis-tribuição
de campo mngnélico em um gerador CC de pólos salientes (obtida por uma solução baseada
em elementos linhos). No entanto. a experiência tem mos1rado que. por 1neio de diversas sim·
plificaçôes., pode·se desenvolver lécnicas anaiÍiicas <rue produ?.em resuhados com exatidão ra-
zoável. Essas técnicas serão ilustradas em capítulos posteriores. onde os efei1os das saliências
em máquinas CC e CA são disculidos.

4.5 ONDAS GIRANTES DE FMM EM MÁQUINAS CA


l)ara se compreender a teoria e a operação das máquinas CA polifásicas. é necessário estudar
a natureza da onda de FMM produ l ida por um enrolamento polifásico. A atenção estará foca-
da em umn máquina de dois pólos ou em um par de pólos de um cnrolumcnto de múltiplos pó-
los. Para desenvolver um insigl11 do caso polifásico. é útil começar com a análise de um cnro·
lamento monofásico.

4.5.1 Onda de FMM de um Enrolamento Monofáslco


A Fig. 4.28a mos1ra a componente fmldamental espacial da distribuição de Fi:\1M de um en-
rolamento monofásico. onde. a punir da Equação 4.5.
~ -
.r,, _-4(k,.N
17
n/.l
os
.......
1, .) .
til cos (pólos")
- 2 •• (4. 16)

Quando esse enrolamento é cxciwdo por uma corrente que varia de forma senoidal no tempo
com a freqUência w.. segu1tdo a equação
(4.17)

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200 MAOUINA$ ELÉTRICAS

FtGuRA. 4.27 Sofuçêo baseada em elementos finitos para a disliibuição do campo magnético
em um geradOI' CC de pólos salientes. Bobmas de campo excitadas: bobinas de armadura
sem corrente. (General Electric Company}

a distr ibuição da FMM é dada por

:Fç_t = F1 ~ .~., cos ( pó~os tJ~) cos wl.I


= Frua,cos(O~)cos~/ (4. 18)
A Equação 4. 18 foi escrittt de fonna a enfatizar o f~tlO de (JUCo resuhado é uma distri-
buição de FMM de ampli111de •náxima
_ 4
F.mu~-- (k"',N',~J
-- I, (4. 19)
rr pólos
Essa distribuição de Frv1M penn:)ne<:e fixa no espaço com uma <lmplitude que varia de forma
senoidal no tempo com a freqüência (t)<, como se mostra na Fig. 4.28a. Observe que. para sim·
J)lificar a notação, a Equaçoio 4. 1 foi us...-.da p.1ra expressar a distribuiçito de FMM da Equação
4. 18 em cennos do à•tgulo elétrico 8..,.
O uso de uma identidade tt igonométrica comum' t)ernlite teescre\'e.r a Equação 4.18 na
forma

F11 = Fm:u. [~cos(O(Ie -%1)+ ~cos(B:.e+%1)] (4.20)

mostrando que a FMM de um enrolamento monofásico pode ser decomposta em duas ondas gi-
rantcs de FMM. cad:a uma de ampliwdc igual ia metade da ampliiUdc m.iximo de F,, com uma

'coc u ~ # =} cos(a-#)+ J co"(a+#)

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CAPiTULO 4 INTflOOUÇÃO ÀS MAOUmAS RoTATIVAS 201

fr.1 l!hó magné1ico d()


~nrodtlmentod.l f~

,,,
E.'"' nugnêtiro do Gix<1 m:lgnétlc(l do
enrobmcoto da r..se e nmlamcnto da f~

••

lb)

'"
FIGURA 4.28 FMM espacial fundamental de entreferro para um enrolamento monofásico. (a)
distribuiçao de FMM para um enrolamento de uma fase em vários tempos; (b) FMM total :F0 ,
decomposta em duas ondas progressivas :F e :F"; (c) decomposição fasOtial de :F0 ,.

delas. F , 1• deslocando-se no semido +8,. e a outra, F 11


• deslocando-se no sentido - 610 • amba.~
com a velocidade angular elétrica w~ (igual a velocidade angular mecânica de 2w)pólos):
·--+ I •
.r1 1 = 2 f,m, COS(8_.- Cllcr)
(4.2 1)

(4.22)
E~sa decomposição está mmarada graficamente na f'ig. 4.28b e em represe-mação fasorial na
Fíg. 4.28c.
O fato de que a FMM no en1referro d e um e-n rolamento monofá.<.: ico. ex.ci lado por uma
fonte de corrente alternada. pode ser decomposta em dua..o: ; ondas progressivas sir-.sntes. posi·
tiva c ncgmi va, é um passo concei tual importante na compreensão das máquinas CA. Como
mostrado na Seção 4.5.2. em máquinas CA poli f:ísicus. os enrolamentos estão desl()tados
igu:thnenle CITI fusc no espaço, c ns corrcntc.li de cnrol:m'lCnto e!\rão deslocadas de modo simi·

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202 MÁOUIHAS ELI!TRICAS

lar em temlOS de fase no tempo, com a conseqüência de que a' onda' progressivas negativas
de fluxo dos vários enrolamentos somam·sc anulando·sc. uo passo que as ondas progressivas
posili\•as de nuxo reforçam·se. resuhando uma lÍnica onda progressiva positiva de fluxo.
Em máquinas elétricas monofásicas, a onda progressiva pOSitiva de fluxo produz conju·
gado útil oo passo que a onda progressiva negativa de lluxo produz conjugado negativo pul·
sante e perdas. Ess.as m:iquiMs são projetadas de modo a minimizar os efeito..·~ da onda prcr
gressiva negativa de fluxo. embora. diferentemente do caso de máquinas polifásicas, e.~tSes
efeitos não possam ser totalmente eliminados.

4.5.2 Onda de FMM de um Enrolamento Pollfásico

Nesta seção. estud::u·emos as distribuições de FMM em enrolamentos trifásicos. como as en-


contradas no estator de máquinas trifásicas síncronas e de indução. As análises apresentadas
podem ~er pront:Lmcnte estendid:a.s parn um enrolamento polifásico com qualquer número de
fase.~. Novrunente. a me-nção estará foc.ada em uma mdquina de: dois pólos ou em um par de
pólos de um enrolamento de múltiplos pólos.
EJn urna 11\áquina trifásic.<i, os enrolamentos das fases individuais estt10 afastados cnlrC si
por I20 graus elétricos no e...~ J)3ÇO ao redor da circunferência de entre fem), como mostrado pe-
las bobinas a. -a. b. -b e c, -c na Fig. 4.29. As bobinas cor\Centradas de pa..'isO pleno rnostrndas
aqui podem ser considerada~ como representando enrolamentos d.istribufdos que produzem on-
dàS senoidais de ~tM centradas nos eixos magnéticos das respectivas fases. As ondas scnoi·
dais: fundmnentais espaciais de FMM das lrê.s fases estão aftLStadas respceth'lLmcnte de 120
graus elélricos no espaço. Cada fase é excitada por uma corrente aJtemadn que varia de fonna
senoidal no tempo. Sob condições de equilíbrio trifásico, as correntes il'l..staJltâneas são
(4.23)

(4.24)

(4.25)
onde 1. é o valor máximo de corrente e a origem do tempo é tomada arbitrariamenle co-
mo sendo o instante em que a corrente da fase a é máxima positiva. Assume-se que a se-
Qüência de fases seja abc. As correntes instantâneas estão mostradas na Fig. 4.30. Os pon-

Ei.xo da
fascb
'··. --~

,:
Eixo da
'""é
FtGURA 4.29 EnrOlamento de estator trifásico Simplificado de dois pólos.

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CAPiTULO 4 INTRODUÇÃO ÀS MÂOUINAS ROTATIVAS 203

o '!t 2x
3 3
FIGURA 4.30 Correntes de fase instantâneas sob condições de equilrbrio trifásico.

tos c cruzes nos lados das bobinas (Fig. 4.29) indicam os sentidos de rcfcrCncia pana cor-
rentes positivas de fase.
Foi mostrado antcrionncntc que a FMM da fase a é
(4.26)
onde
• I
2
F 11 1 = Fm;u , COS (Oae - Wcl)
(4.27)

.:Fal = 2I F..,.., COS (Boc + Wel)


(4.28)
e
_ 4 (km,Nr~J m
F.max--
rr pólos
I
(4.29)
Observe que para evitar uma complexidade excessiva de notaç-ão, o subscrito g foi des-
cartado. Aqui o subscrito al indica a componente espacial fundamental da FMM da fase a no
cntreferro.
Do mesmo modo, para as fases b e c, cujos eixos estão em 6, = 120° e e.. = - 120". rcs·
pcctivamcntc.
.r., =.r:, + .r;. (4.30)
I
F~ = 2Frnax COS (9ae - W~l)
(4.3 1)
- I
.r.,= :z F~,cos(O~+w.r+ 120")
(4.32)
e
.:Fçl = ~ + F;i (4.33)
I
~ = 2Fmucos(8ae - w._1)
(4.34)
-
:Fel = 2I Fmox COS (9ae + W<.l - 120°)
(4.35)
A FMM lolnl é a soma das contribuições de cada uma das uês fases
.í"(O~. t) = .í",1 +.r., + .í"" (4.36)

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204 Ml.ouiHAS EL~'m!CAS

Essa soma pode ~r rcali1.áda bem fac ihncnle em lermos de ondas progrcssiv:ls positivas c nc·
gativas. A soma das ondas progressivas negativas resulta em zero
:F-<e.,. r>= :F;;+ :F,;;+ :F,I
=~ F,._, [COS(O., + w,t) +cos (O,. +w,t- 120' )
+cos(O,. +w,r + 120' ) 1
=0 (4.37)
ao JlaSSO que as ondas progressi\<;tS positivas reforçam-se
:F'(O.,, t ) =:r,+ :F,;'j +r,;';
= 23 Fm;~_, cos (O;ac - tvct ) (4.38)

Assim. o resuhado de se des locar os três eMol:unentos de I20" em term l)S de f<'tSC espa-
cial e de 12('/' em tennos de fase temporal é uma onda progre..c;siva J>OSitiva de FMM
3
:F(O.,, t ) = F,..,cos(8,.-w,t)
2
=3
2f,l'4.\ COS
((pólos)
2 Da - ) (.l~/ (4.39)

A onda de FMM de entrcféiT(). descrita pela Equação 4.39. é uma função se-noidal fu nda-
mcmal espacial do ângulo espacioJ elétrico 8,.., (c conseqüentemente do 5ngulo espacial 8~ =
(2/pólos)6""). Ela tem uma ampliwde cons1:.uue de (312)F- ··isto é. 1..5 vezes a amplitude da on·
da de FMM de entreferro, j)((XIuz.ida pelas fases indi\'idua.is sozinhas. e apresenta um pico posi·
tivo no ângulo 8" = (2/pólos)w;. Assim, sob condições de equilíbrio trifásico. o enrolamento tri-
fásico produz uma onda de Ftv1~·1 de e-mreferro que gim na l'elocidade angJtlar sim·ro11a w,

'"· = (pó~os) "'' (4.40)


onde
lO~% freqüência angular da excitação elétrica aplicada (rod/s)
w~ = velocidade angular espada! síncrona da onda de f'MM de emrefem> lrad/sl
A correspondente ve/oçidade SIÍICYVIInn, . em rpm {rotações J>Or minuto). pode ser ex·
pressa em termos da frcc1liência e létrica aplic.adaft = w,/(2Tr). em Ih, como
120)
''~ polos
= ( -;-- /.: fl)l't l (4.41)

Em geral. um campo giran1e de amplitude constante será produ?.ido 1>0r um enrolumcn~


10 de q fases excitado por q corremes de fase equilibradas de freqUênciaj~ <1ur•ndo os rcspcc~
l i vos eixos de fase estiverem afastados de 2rr/q rndkmos elétricos no espaço. A amplitude des·
s.a O!lda de nuxo será q/2 vezes. a comribuição rnáxim\1de <jualquer fase em pn.l'licular. c a ve·
locidade ilJlgulár sím;ron;apcnnanccerá w, = (1"1~) ll)t radianos por segundo.
Nessa seção, vimos que um enrolamemo polifásico excitado porcorrcmes polifál'iC:.lSc<lui-
libr:adas produz uma onda de FMrvt girante. A produç.ão de um3 onda de FMM girame e o fluxo
m::.gnético g.iruntc com......·çpon<lelue é a cha\'C da operação dal:i mâquin:lS elétricas rotalivns polifá~
sicas. É a intcmção dessa. onda de lluxo magoéaico com o nuxo do ,·otor que produz conjugado.
Conjugado constante é produz.ido <tuando o nuxo magnético produzido pelo rotor gira em .sincro.
nismo com o do csmtor.

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CAPiTULO 4 INTRODUÇÃO ÁS MAOUtt'tAS RoTATIVAS 205

4.5.3 Análise Gráfica de FMM Polifáslca


Para corremes trifásicas equilibradas. como dadas pelas Equações 4.23 a 4.25, a produç~o de
uma FMM girante 1ambém pode ser mostrada g.ralicarnenre. Considere a situação em 1 = O
(Fig. 4.30). instante em que a corrente de fase t1 está em seu valor máximo /no. Emão, a FMM
da fase a está com o seu \talor máximo F..,,. como mostrado pelo vetor F11 =Fwu-. desenhado
ao longo do eixo magt\ético da fase a na m:Squina de dois pólos. mostrada esquematicamente
tla f.lg. 4.3 1a. Nesse momemo, as cortentes ;., e (são ambas 1.,12 no sem ido negativo. como
está mosttado pelos pontos e cruzes na Fig. 4.31a indicando os sentidos reais instantâneos. As
FMMs correspondentes das fases b e c são mostradas pelos vetores Fb c F~. ambos de módu-
lo F,J2 desenhados no sentido negativo ao longo dos eixos magnéticos das fases IJ c c, respec-
tivamente. A resultante. obtida pela soma das contribuições individuais das três fase-s, é um
vetor de módulo F= ~ F,ru~ centrado no eixo da fase a. Ela representa uma onda senoidal es-
paciaJ com o seu pico positivo centrado no eixo da fase a e tendo uma ampliwdc ~ vezes a da
contribuição da fase a sozinha.
Em um tempo posterior 61,1 : Jri3 (Fig. 4.30). as correntes das fases tt c b são a meta·
de do máximo positivo, e a da fase c: é um máximo neg:ltivo. As componentes de P!vtM in-
dividuais c suas resuhantes estão mostradas agora na Fig. 4.31 b. A resultante tem a mc..'ima
amplitude que emt =O, mas agora ela gii'Ou 60 gmus elétricos no e-spaço em sentido anti-
horário. Do mesmo modo, em tlJ,l = 2Trl3 (quando a corrente de fase b é um máximo positi-
vo e as correntes de fase a e c são a metade do máximo negativo). a mc.sma distribuição de
FM!vlresullante é no\•amente obtida, mas ela girou ainda mais 60 graus elétricos além em
sentido anti-horário e agorn está alinhada com o eixo magnético da fase b (veja u Fig.
4.3 1c).À medida que o tempo passa. então, a onda da FMM rcsuhantc retém a forma senoi-
dal e a amplitude, mas gira progressivamente ao redor do entrefcrro; pode-se ver que ore-
sultado líquido é uma onda de FMM de amplitude constante girando com uma velocidade
;mgulí•r uniforme.
Depois de urn ciclo, a FMM result:.uue deve estar de voha à posição da Fig. 4.31a. Por-
tanto, a onda de FMM executa uma revolução por ciclo elétrico em uma máquina de dois pó·
los. Em umn m<Í<Iuina de mtíltiplos pólos. a onda progride um par de pólos a cada ciclo elétri-
co e, portamo. uma revolução em pólos/2 ciclos elélricos.

-- ~ (1

-n
;!
c
L•l lb)
'"
FIGURA 4.31 A pfoduçao de um campo magnético girante por meio de correntes trifásicas.

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206 MAQuiNAS ELtTAICAS

Considere um eslator trifásico excimdo com correntes equilibradas de 60Hz. Obtenha a ve·
Jocidade angular síncrona em rad/s e a velocidade em rpm pam estatorcs com dois. quatro
c seis pólos.
• Solução
Pal'a uma freqi.lênci::. de/.;= 60Hz, a fteqUência angular elérl'ica é igual a
w~ = 2;Th = 120:r ~ 377 í.ldiS
Usando as &1u•~ões 4.40 e 4.4 1. :~. scguinle tabeln pOde ser cc)nstru íd~t:
Pólos n, rpm w, (rod/s)
2 >600 120JT ~ 377
4 1800 60rr
6 1200 40rr

Repita o Exemplo 4.3 para um cstator trifásico cxciLado por corre-ntes equilibradas de 50Hz.

• Solução

Pólos n, rplll w, (radls)


2 3000
4 1500
6 1000

4.6 TENSÃO GERADA


A natureza geral da tensão induzida já foi di~cutida na Seção 4.2. Agora. expressões quantita·
tivas par.L a tcnsf10 induzida serão dete-rminadas.

4.6.1 Máquinas CA
Uma máquina CA elemeruar es1á mostr:.lda em corte transversal na Fig. 4.32. As bobinas do
rotor e também as do estator estão ilustradas como sendo concentradas. de múltiplas espiras
e de pa.~so pleno. Como vimos, uma máquina com enrolamentos distribuídos pode ser repre~
scmada desse modo simplesmente multiplicando o núme.ro de espiras em série no enrolamen-
to por um fator de enrolamento. Supondo um e ntrderro pequeno, pOde-se assumir que o cn-
rolamemo de campo produz um nuxo radial espacial fundamemal com uma densidade de flu-
xo de pico n.,.~» no entre ferro. Embora a Fig. 4.32 mostre uma máquina de dois pólos, a análi-
se apresentada aqui é pam o caso geral de uma máquina de múltiplos pólos. Como foi dedu-
zido no E.'<emplo 4.2. se o entrcfcrro for unifonnc. o valor de Bpto poderá ser obtido de

n••~ = 41'0
-:rg ( --
krNr )
pólos
1t (4.42)

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CAPíl\J<O 4 INTROOO<;Ao ÀS M.i.ouiNAS RoTATIVAS 207

Eixo magnêtico
d:.~ fa!>e b Bobina de N tospirJs

Eixo ""'Snêtko de>


+ cnmlame•~to do rocor

'

EiJu> magnétM:o
da fa:>c t:
FIGURA 4.32 Visla em seção transversal de uma máquina elementar CA lrifásica.

onde
g =comprimento do cntrcferro
Nr = total de espiras ern série llO enrolamento de campo
k1 = fator de ellrolamemo do enrolamelllo de campo
Ir= correme de campo
Quando os pólos do rmol' estão alinhados com o eixo magnélico de urna fa~e do esrator.
o fluxo conc-atenado com o enrolame.nto de uma fase do estalar é kfli,N,,_<PPonde <2>, é o Ou~
xo de cntrcfcrro por pólo fWb]. P..tra a de-nsidade de fluxo senoídaJ de cntreferro. que foi as-
sumida. tem-se

(4.43)

~~~pode ser obtido como sendo a integral da densidade de fl uxo sobre a área do p61o

<Pp =I 1-:rf+•11""~
pdl(l.
(pólos )
_ Bpioo COS 28r r d8,

(4.44)

Aqui.
6, =ângulo medido a pani1·do eixo magnético do rotor
r= raio até o entre ferro
f= comprimento axial do ferro do esmtor/rmor
À medida que o rotor gira, o lluxo c-Oncatemado V{Lrio senoidalmcntc com o ângulo en~
trc os eixos magnéticos das bobinas do estmor e do rotor. Com o rotor gimndo a uma vcloci·
dadc ;1ngular constante W111 , o nuxo concatenado com a bobina de es1a1or da fase tt é

.
A11 =kc 11rNtlw; <l>p COS 2 tua.I )
((pólos)
::::; kenrNr.sc<l>pCOSWn_.t (4.45)

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onde o tempo 1 é escolhido arbitrariamente como sendo zero quando o pico da onda de dcnsi·
dade de fluxo coincide com o eixo magnético da fase a . Aqui.
pólos)
w,~ = ( -2- '"" (4.46)

é a velocidade mecânica do r<HOr expressa ern radianos por segu1ldO elétricos.


Pela lei de Faraday, a ten.s.'io induzida na fase" é
d)., d<l>p
e'a::: dl = kt..Nfa~ d, COSCfJmcl
(4.47)
-(1)11'ttkt:t~rNt3~ <Pp scn àhrw:f

A polaridade dessa tensão induzida é taJ que, se a bobina do es1ator for colocada em CUI'·
co-circuito. a tensão induzida dará origem a uma correme que Ouirá em um sentido que se
oporá a quaisquer aJtcraçõc.s no fl uxo concatenado da bobina do cstator. Embora a Equação
4.47 tcnhil sido deduzida !iUpondo-se que apenas o enrolamento de campo cslivcssc produ~i n­
do fluxo de entreferto, a equação af)lica-se igu ahne-IHe bem ao caso gc-r nl em que 4>P é o nu4

xo liquido por pólo no entreferro. produz.ido por correntes tanto no rotor como no estmor.
O prinleiro temlo do segundo membro da Equação 4.47 é uma tC-Il Sào de LtallSformador
e está presente apenas quando a amplitude da onda de nuxo de entrefcrro varia no tempo. O
segundo termo é te11são de ve/oddade gerada pelo movimento relativo da ondn de n uxo de
entreferro em relação à bobina de estator. Na opcmção normal em regime penn{mcntc du
muiorin das máquinas rot~it ivas. a amplitude da onda de nuxo de entrcferro é constante. Ncs-
sa.s condições. o primeiro termo é zero e a tensão gerada é simplcsmcnh:. a h:.ns.ão de veloci-
dade. O termojorça eletmmotriz (ubreviado FEM) é usado freqUememente para a tensão de
velocidade. Assi•n. para um nu:<o constante de emreferro.
(4.48)

A chamada equação d~ cruzamento de fluxo exprime que a ten.são v i nd u zi d~a em um lia) de


comprime-lHOI (no quadro do fio). movendo sc em relação a um c-ampo magnético constante
4

com uma densidade de nuxo de módulo 8. é dada pOr


v= l v1 8
onde v_J. é a componcnl'c da velocidade do fio perpendicular à direção da densidndc de fl uxo
m agnécico.
Considere a máquina trifdsica elememar de dois pólos da Fig. 4.32. Suponh.- que" den-
sidade de lluxo de entreferro produzida pelo rotor seja da forma
8 ,(6,) = 8f'OC',sen8,

c que o rotor gire a uma velocidade angulur const:mte (i)~. (Como trota-se de uma máquina de
dois pólos. observe que co,.. = roc). Supondo q ue os lados da bobina do enrolamento de anna·
dum estej am no cntrcferro c não nas r.ulhurns, mostre que. para umu fase. a tensão induzida
em uma bobina concentrada de armadura. de passo pleno e N C-spims. pode ser c:alcul~•d~• a
paJ"tir da equação de cruzamento de nuxo e que é idênrica à calculada usando sc n Equuç5o
4

4.48. O raio médio do entre ferro é r c o comprimento do emrefetro é g (g << r).


• Solução
Começamos observan do que a equação de cruzamento de n uxo exi ge que o condutor es 4

teja se •novimentando c que o campo •nagnético não varie no tempo. A ssi m. par.t que ela

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CAPirut O 4 INTAOOUÇÁO ÀS M ÁQUINAS RoTATIVAS 209

seja aplic:1da no cálculo do campo magnético, devemos passnr o nosso quadro de referên-
éia l)ara o rotor.
No quadro de refetêrtcia do rmor, o campo rnagnético é cortstante e os lados da bobina
do cstator. quando movendo-se em relação ao centro do entrdcrro no rnio r. aparema estar se
movimento com uma ve-locidade w..cr, perpendicular ao nuxo de emreferro orienwdo rudial-
mente. Se açsumirmos que os eixos magnéticos das bobinas de rotor e de fase estejam alinha-
dos no tempo 1 =O, a posição de um lado da bobina em funç.ão do tempo será dada por 8, =
- w,,..,t. A tensão induzida em um lado de uma espira pode. portanto. ser calculada como
e 1 = lv !- 8 11 (0,) = lw,.r Bp._-y f.A:-n (-w~t)

Há N espiras por bobina c dois ludos por espiro. Assim, a tensão total na bobil\a é dada por
t: =2Ne 1 = -2N/w...,r8P"''i,CR{I).._-I
Da Equação 4.48. a tensão induzida na bobina de eslator. de passo pleno c dois pólos. é da-
da por

Usando cP, = 2B,..:cJr da Equação 4.44 c substituindo. obtém-se


e= - w.,.N(2B,...,"()/r)senwmt. t
que é idêntica à tens.ào determinada usando-se a equação de cruzamento de lluxo.

Na operação normal de máquinas CAem regime permatlenle, estamos usualmente inte-


ressados nos valores eficazes de tensões e corremes ao invés de seus valores i nsum tfmeo~. Da
Ectuação 4.48. o \'Uior máximo da tensão induzida é
(4.49)
Seu valor eficaz é

(4.50)
onde/. é a velocidade elétrica do rotor medida em Hz. que também é igual à freqüência elé-
trica da tensão gerada. Observe que essas equações s.ão idênticas em fonna às equações corres-
pondentes de FEM de um tnmsformndor. Em uma mt1quina rotativa, o movimento relativo en-
tre uma bobina e uma onda de densidade de nuxo espacial e amplitude cortstante 1>roduz ten·
são da mesma fonna que um Ouxo variável no tempo o faz em associação com as bobinas es-
tacionárias de um lrunsformador. A rotação introduz o elemento de variação no tempo c trans-
forma a distribuiÇão espacial de densidade de nuxo em uma variação de tensão no tempo.
A tensão induzida em um único enrolamento é uma tensão mooofásica. P..1ra a produção de
um conjunto de tensões trifásicas equilibradas, resulta que três enrolamentos deslocados de 120
graus elétricos no espaço devem ser usados. corno mostrado de fom1a elernentar na Fig. 4. 12. A
máquina da Fig.. 4.12 está mostrada ern ligação Ye, assim, cada tensão de enrolamenlOé uma len-
silo de fase. Assim, a Equaçlo 4.50 fomece a tcns&o eficaz de fase produz.ida nessa máquina
quando Nr....., é o nllmero toml de espiras ern série por fase. Para urna máquina ligada em A, a ten-
são de enrolamento calculada a partir da Equação 4.50 seria uma 1ensão de lir1ha da máquina.

Um gerador de 60 Hz síncrono lrifásico de dois pólos ligado em Y c ro10r cilíndrico 1cm um


enrolamento de campo com N, espiras distribuída.'\ e um fator de enrolamento kr. O e nrola·

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21 o M ÁQUINAS ELôrRICAS

mcnto de annadura tem N~ espiras por fase e fator de enrolamento k,. O comprimcruo do er1 4

trcfcrro é g. e o raio médio do entreferro é r. O comprimento ativo do enrolamento de anna-


dum é/. As dimensões e os dados do enrolamento são
N 1 = 68 espil'àS em série kr = 0.945
Na = 18 espims em série I fase k, = 0,933
r = 0.53 m g = 4.5cm
I • 3.8 m

O roto r é acionado por uma turbina a vapor a uma velocidade de 3600 rpm. Pana uma
corrente co111ínua de campo de t, = 720 A. calcule (a) a F'!\•1M fundamental de-pico (F, 1 )p..-p
prOOutida pelo enrolamemo de campo. (b) a densidade de nuxo fundamemal de pico (8111 ),...-<~
no emreferro. (c) o nuxo fundamental por pólo 4>P, e (d) o valor eficaz d:l tcnsão gerada em
circuito abeno na armadura.
• Solução
a. Da Equação 4.8.

(
f:
11 ) , .,... c
_:!. ( krNr ) I _ _:!. (0.945 x 68)
:t pólo.s ( - !f 2
no

= -4 (32,1)n0=2.94 x IO'A · espiraslpólo


~

b. Usando a Equação 4. 12. obtemos

( 8,,,,v
) -
_ J.(u ( F11),...,. = 4/T X JO-' X 2,94
O'
X 10~
=0.821T
g 4,S x l ""·

Devido ao efeito das r:lJlhutas que co•Hêm o enrolamento de armadum. a maioria do fl uxo
de emrefei'I'O es1á confi1lada aos dentes do estator. A densidade de fluxo dos dentes no ccn·
tro de um pólo é maiselevada que o valor C-a kulado na pane (IJ). provavelmente cerca de 2
ve7..e-s mais. Em um projeto detalhado, essa densidade de fluxo de\IC ser calculada para se
determinar se~ dentes estão excessivamente s::nurudos.
c. Da Ec:1uação 4.44
<1>, = 2(R,,),.Jr = 2(0,821)(3.8)10.53) = 3.31 Wb

d. Da &:1uação 4.50. comf..c =60Hz. a tensão de fase é


é,.,.,. = Ji •f~k,N,<I>, = Ji rr(60)(0.933)(l8)l3.31)
= 14.8 kV dka:r.es

A tensão de linha é . po11amo.


Ec4.1iriQ = ./3 ( 14,8 kVJ = 25,7 k V efÍC:<t7.CS

O rotor da máquina do Exemplo 4.5 deve ser reenrolado. O 110vo enrolamento de campo terá
um total de 76 espiras em série e um fator de enrolamento de 0.925. (a) Calcule a corrente de
campo da qual resultará uma densidade de fluxo de pico no cntreferro de 0.83 T. (h) Calcule
a correspondente tensão eficaz de linha de circuito aberto <JUC resultará se essa máquinn mo-
dificada for operada com esse valor de corrente de campo e 3600 rpm.

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CAPiTULO 4 INTRO!l<JÇÃO ÀS M.ioUINAS ROTATIVAS 211

• Solução
~. 1,=696A
b. E~r,lin~o~= 26.0 kV eficaze-s

4.6.2 Máquinas CC
Em uma máquina CC. embora o objetivo final seja a geração de lensão CC. tensõe.-. CA são
produzidas nas bobinas do enrolamento de am1adura à medida que essas bobinas giram atra·
vés da distribuição de fluxo CC do enrolamento de c.ampo estacionário. Ponanto. a tensão ai ~
ten1ada do enrolamento de annadura deve ser retificada. A rclificação mccilnic.a é obtida JX)r
meio do commador, como foi discutido na Seção 4.2.2.
Considere uma da~ bobinas de armadura de N espiras da máquina elementar de dois pó·
los da Fig. 4.17. O comutador simples d e d ois segmemos proporc iona a retificação de ond a
completa da tensão de bobina. Embora tipicamente a distribuiç.ão espacial do fluxo de entre·
ferro em máquinas CC esteja muito longe de ser senoidal, podemos aproximar o valor da ten·
são gerada supondo uma distribuição senoidal. Como vimos, uma tal distribuição de fluxo
produzirá uma 1ensão CA senoidal na bobina de arm~ura. A aç-i1o de retificaç-ão do comuta·
dor produzirá uma tensão CC sobre as escovas, como na Fig. 4.33. O valor médio. ou CC. des·
sa tensão pode ser encontrado obtendo-se a média da Equação 4.48.

I
E, = -
Ir
f.'
o
w,.N<I>,scn (wm, l) d (W..I ) =;r-2 w..N<I>, (4.51 )

Em máquinas CC. usualmente é mais conveniente expressar a tcns5o E~ em termos da


velocidade mcdinica (t)• (rudls) ou, (rpm). A substü uição da Equação 4.46 na Equação 4.51.
para uma máquina de múltiplos pó l os~ fornece

E, = pólos) N<l>,w,, = pólosN<l>, (30")


(--;;- (4.52)

Em sentido prálico. o enrolamento de bobina CC subentendido ltqui está. naturnlmentc, fo·


rn da realidade. Mais adiante se,rá essencial examinar com mais cuidado a ação dos c..'Omutudores.
Na realidade, em tem1os práticos. a Equação 4.52 também fomece resultados corretos para oca-
so de enrolamentos distribuídos CA de annadura, desde que N seja tomado como se11do o llúme-
ro total de espiras em série entre os rerminais de amladura. Usuahneme, a te11são é expressa em
lennos do mímero tocai de condutores ativos c. c do número m de caminhos paralelos no enrola·
menlOde unnadura. Como são necessários dois lados de uma bobina para perfazer uma espira e
1/m dessas estão conectadas em série. o número de espiras em série é N, = CJ (2m). Então. subs·
1í1uíndo na Equação 4.52. obtém-se

Ea = ( pó~)(~)
~ ;; <l>pWm = ( 6{)
pó~)(~)
;;; cl>,, 11
(4.53}

'

o
FIGURA 4.33 Tensào enue as escovas da maquina elementar CC da Fig. 4.17.

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212 MÃOUINAS ElàRICAS

'
4.7 CONJUGADO EM MAQUINAS DE POLOS NAO SALIENTES
. -
O comportamento de qualquer dispositivo eletromagnético. atuando como componente de um
sislcma clctromccânico. pode se-r descrito em tc.nnos de s.uas equações de terminais clétri(..'OS c
de seu dcsloc.amcnto c conjugado cletromccânieo. O objetivo dcsln seção é d<.-duz.ir as equações
de tensão e conjugado paro uma máquina elemcnwr ideal. Os resulwdos podc•n ser I>I'O•tta•nen 4

te este-ndidos posterionne1ue paro m:1quinas mais comp lexa~ . Deduziremos essas equações
desde dois pomos de vista e mos1mremos que basicamente elas originaJlHe das. mesmas idéias.
O primeiro ponto de vista é essencialmente o mesmo da Seção 3.6. A m(lquina será vis 4

ta como urn elemento de circuito cuj::ts indutânci::ts depe-ndem dá posição angular do rotor. O
nuxo conc-a tenado À e a co-ene-rgia do campo magllético serão expressos em temtos das cor-
rentes c indutiincias. Então. o conjugado pode ser encontrado :• partir do derivada parcinl da
energia ou co-energia em relação à postçno do rotor, e as tensões de te-rminal. a panir da so-
rna das quedas de tensão Ri nas resistências e as tensõe-s da lei de Faraday ~.{)Jdf. O resultado
será um conjunto de equações diferenciais não·lincares que descrevem o desempenho dinâ·
mico da máquina.
O segundo ponto de vista considera a máquina como doi~ grupo~ de enrolamentos que
produzem fl uxo magnético no entre ferro: um grupo no esta(or e o outro no rotor. Fazendo su-
posições ~• dcq u adas em relaç..1o a esses campos (similurcs às usndns para se dedu~ir cxpres 4

sões analítiC:lS para as indutânci:.s), expressões simJJics podem ser desenvolvidas para o fl u·
x.o concatenado c n co-energia de entrcferro emtcm1os das grandezas de campo. O conjuga 4

do e :l tensão geruda p<XIem ser encontrados en1.ã0 n partir dessa~ expre-ssões. De..~se modo, o
conjugado pode ser expresso explicit:une.ue como a tendênci:l de dois campos magnéticos a
se alinhar. do mesmo modo que imãs permanentes tendem a se alinhar. e a lensão gerada po-
de ser expressa em lermos do mo\•imento relativo entre um campo c um enrolamento. Essas
expressôes levam a um:t descrição física simples do <."'Omporlamcnto nonnal dns máquinas elé·
tric-as em regime pe1manente.

4. 7.1 Ponto de Vista de Circuito Acoplado


Considere a máquina elementar de entreferro uniforme da Fig. 4.34 com um enrolamento no es-
l<ltOr e um no rotor. em <(Ue 9111 é o ângulo mecânico entre os eixos dos dois enrolan-.emos. E.o;ses
enrolamentos estão distribuídos I)Or um dado número de ro~nhur.as de modo ( JUC su~LS ondas de
FMlvl pos~am ser aproximadas por senóides espaciais. Na Fig. 4.34:l, os J:ados das bobinas s, -s
c r, - r mnrcam as posições dos centros dos feixes de condutores conslitufdos pelos enrolamentos
distribuídos. Um outro modo de sedcsenharcs..~s enrolamentos está mostrado na Fig. 4.34b. <IUC
também mostra os sentidos de referência para as lensões e as com:ntes. Ass.ume-se ilqui que uma
cOf"rentc com o sentido da seta produz um campo magrlético no entreferro também com o senti 4

do da Séta, de modo que uma tínic;l seta define os sentidos de referência da corrente e do fluxo.
O es~ator e o r01or s5o cilindros concêntricos c as ttbcrtums das ranhuras são despreza·
da..c;. ConseqUenteme-me-, o nosso modelo elemen1ar não inclui os efeitos dos pólos salientes..
que serão invesligados em capflulos J>OSh!riores. Supomos também que us rclut5ncias dos fcr·
ros do es(ator e do rotor süo desprezíveis. Finalmente. cmbom a fig. 4.34 mostre uma m;iqui·
na de dois pólos. escreveremos os desenvolvimentos seguintes para o caso geral de uma má-
e..
(tuina de mtíltiplos pólos. substituindo pelo ângulo elétrico do rotor

Orne= (-pólos)
2
- 9m (4.54)

Com base nessas suposições. pode se ver que as indutUncins próprias L« c 4- do cstalor
4

e do rotor são consmntcs. mas a induulncia mútua entre o estator e o rot.o r depende do Hngulo

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CAPíTULO 4 INffiOD!JÇÃO AS MÂOVINAS ROTATIVAS 213

0'

Ei1to rnagnéd<:o
der
( 3) (b)

FIGURA 4.34 Máquina elementar de dois pólos com enueferro uniforme: (a) distributçao de
e<1<01amentos e (b) 1epresentaçao esquemática.

elétrico 6_. entre os e.ixos magrléticos dos enrolamentos do estator e do rotor. A i ndutância
mútua está em seu má;dmo positivo quando 0_. =O ou 2n, é zero quando 8,.1(" = :t:n/2. c está
em seu máximo negativo quando 0111( = ±n. Supondo ondas senoidais de FMM e um entrefer·
ro unifonnc. a distribuição espacial do Huxo de emreferro é senoidal, e a indutância mútua se·
ráda forma
(4.55)

onde a letra manuscrita .C denota uma indutância que é função do ângulo elétrico elf'C . A letra
maiúscula em itálico L dcnotn um valor constante. Assim, L.,r é o valor da indutância mútua;
seu valor quando os eixos m"gnéticos do cstator c do rotor estão alinhados (811"" = 0). Em ter·
mos de indutânci:&s, os nux.os concutcnados )..r c À, do estator e do rOlor são
).e= Luie + 4A9~)i, = Lee;~ + Lf:fcos (9mc)ir (4.56)
(4.57)
onde as indmância.~ podem ser c.alculada.ç; corno no Apêndice B. Em nomção mtllricial

C"(Om,>][i']
Lrr Ir (4.58)

As tensões ut c v, dos 1em1inais são

(4.59)

(4.60)

onde Re e R, silo as resistências dos enrolamentos do estator e do rotor respectivamente.


Quando o rotor está girando. e.
deve ser cratado como uma variável. A difererlciação
das Equaçõe.s 4.56 e 4.57, subslituindo os resultados nas Equações 4.59 e 4.60. leva a
. d;e
v~= Rrlc + L« - + LerCOS (O,ne) -dir - . dOme
Le,,rsen (Bme) -
dt dt til (4.6 1)
, di, di, . dOme
v, = R,t, + L,, -d
t
+ l.« cos (8me)-
dt
- L t:ttescn (6Me) - -
di
(4.62)

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214 MÃQUINA.$ El.tTAICA$

onde
tiO~ ="""' = (pólos) w,. (4.63)
dt 2
é a velocidade in.'itamUnea em radirutos elétricos por segundo. Ern uma m:Í<Iuina de dois pólos (c~
mo a da Fig. 4.34). Omt c c~ são iguais aos vnlore.s instantUneos do ângulo o. no eixo, e da veloci-
dade w., no eixo, rcsp;:ctivamcnte. Em uma m{l<Juioa de múhiplos pólos. eles estão relacionados
entre si por meio das Equações 4.54 e 4.46. Os segundos e terceiros lermos. nos segundos mem-
bros das Equações 4.61 c 4.62. são tensões induz.idas L(di/dl) como as induzidas em drcuitos es-
tacionários acoplados Ulis como enrolamentos de transronn.adores. Os quartos tennos são causa-
dos pelo movimento mecânico e são proporcionais à velocidade instantânea. São os tcnnos das
tensões de velocidade que corrcspondem ;t troca de potênciaentre os sistema.'> elétrico e me-cânico.
O conjugado clctromccânico pode ser Obtido a partir da co-ene-rgia. Usando a Equação
3.70, tem-se

=~{.~i: + ~Lni~ + L"i,i,cos ( (pó~os) 6.,) ( 4.64)

Observe que a co-cncrgin da Ec:1uaçiio 4.64 foi expressa especificameme em temtos do ângu-
lo no eixo Om, porque a expressão do conjugado da Equação 3.68 exige que o conjugado seja
oblido a partir da de-rivada da co-e1tergia em relação ao ângulo espacial 6.,. e não em relação
ao ângulo elé<rico 9~. Assim. da Equação 3.68.
i,, O.,) I - (pólos) .e''. scn
. (pólos" )
r -- aw:..,.,o,.
()(J • ~ - - - 1- Ler' - 1 -vm
rn r,.r, - -

(4.65)

onde T é o conjugado cletroiOOcânico que atua acelerando o rotor (isto é. um conjugado positivo
atua aumentando 8m)• O sinal ncgath•o na Equação 4.65 significa que o conjugado clctrom<.."Câni-
co atua em um sentido tal que leva os campos magnéticos do estator c do rotor ao alinhamento.
As Equações 4.61. 4.62 e 4.65 slio um conjunto de três equações que relacionam as va-
riáveis elétricas vc• ic• v.- i, com as variáveis mecânicas T c e... Essas equações. junto com as
restrições impostas às variáveis elétricas pelas redes conectadas aos terminais (fontes ou car-
gas e i mpedância.~ externas), e as impostas ao rmor (conjugado aplicado e conjugados iner-
cial. elástico e de atrito). detenninam o desempenho do dispositivo e as suas catacterfstic-as
como dispositivo de conversão entre os sistemas externos elétricos c mecânicos. Essas equa-
ções diferenciais são não-lineares e de difícil solução cxcc1o em circunstâncias especiais. Não
estamos interessados em sua solução aqui; e.'ltamos usando-as 1nerame-nte como degraus do
desenvolvimento da teoria da'> máquinas rotati va.~.

Considere a máquina elementar de dois pólos e dois enrola.-nenlOS da Fig. 4.34. Seu eixo csuí
acoplado a um dispositivo mec,ilnico que pode ser levado a absorver ou entregar conjugndo
mecânico dentro de um amplo intervalo de velocidades. Essa máquina pode ser conecmda e
operada de diversos modos. Para esse exemplo. vamos coosiderar a situac;-ão em que o enrola-
menlOdo rotor é excitado com corrente contínua 1,, c o enrolamento do estator é conectado a
uma fonte de corrente CA que pOde t~'nto absorver como entregar potência elétrica.

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CAPÍT\JLO 4 INTAOOUÇÃO ÀS MAQUINAS ROTATIVAS 215

Seja a corrente de estator

onde 1 =O é escolhido arbitrariamente como sendo o momento em que a corrente de estator


tem seu valor de pico.
a. Deduza uma expressão para o conjugado magnético desenvolvido pela máquina quando a
sua velocidade é variada sob controle do dispositivo mecânico conectado a seu eixo.
b. Encontre a \'elocidade para a qual produz-se conjugado médio quando a freqüência does-
IJliOr é 60Hz.
c. Com as excitações assumidas para as fontes de corrente, que tensões são induzidas nos en-
rolamentos de escator e de rotor na velocidade síncrona (w. = wc)?
• Solução
a. Da Equação 4.65 para uma máquina de dois pólos
T = -L,,.ici, senO,,

Para õ.lS condições dadas neste problema. com 8m = lUmt + ô.


T = -L.. Ici, COSl!),ISI.!n(to•t +6)

onde (t)• é a velocidade angular em sentido horário aplicada ao rotor pelo acionamento
mecânico c ô é a posição angular do rotor em 1 = O. Usando uma identidade trigonomé-
. l
tnca. temos
I
r = -2 1-C'flcl,(r.en ((6J. + wf)l + 61+ sen f(cv, - (l)at + 6 1)
O conjugado consiste em dois [e-rmos senoidais. variáveis no tempo, de freqüências w. + w,.
c ro. - {t)t, Como foi mostrado na ScÇ'Jo 4.5. uma corrente CA aplicada ao cnrolnmcnlo mo-
nof{LSico do estator de dois pólos d3 máquina da fig. 4.34 cria duas ondas de Ouxo, uma des-
e.
locando-se no sentido de posilivo com velocidade angular mee a segunda, no sentido de
8m negativo também com velocidade angular rof. É dn interação do rotor com essas duas on-
das de fluxo que resultam as duas compOnenles da expressão do conjugado.
b. Exceto qu11ndo OJm = ± (l)t. o conjugado médio em um intervalo de tempo suficientemente
longo é zero. Entretanto. quando ru,,. = lfJt. o rotor está girando em sincronismo com a on·
da de fl uxo de cstator que se desloca em sentido positivo. e o conjugado torna-se
I
T = -
2Lttl( /,(sen (2<C1ct + 8) + sen 6 )
O primeiro termo de sc,no é um componente de freqüência dupla cujo valor médio é zero.
O seg01ldo termo é o conjugado médio
I
Tn«tG = - 2L~I. I,sen &

Um conjugado médio diferen1e de zef() 1ambém será produzido quando ú\n = - (l)t , o que sim-
plesmente significa rotação em sentido anti-horário; o rotor está se deslocando agora em sin-
cronismo com a onda de nuxo do estator que se desloca em sentido neg<u.i\•o. O sinal negmivo
na expresstlo de T,,...lfó significa que um valor pOSitivo de T-.,io atua diminuindo ô.
Traw-se de uma máquina síncrona monofásica ideal. Com uma freqüência de estator de 60
Hz_, produzirá um conjugado médio diferente de zero para velocidades de ±(1). = wf = 2n60
r.td/s. corrcspondcndo a velocidades de ±3600 rpm. como se pode ver na Equação 4.41 .

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216 MAou!NAS El.ÉTRICAS

c. A partir dos segundo c qu:arto lermos da Equação 4.6 1 (com 9<: = 8m = W11,1 + Õ). a tcns5o
induzida no esrator. quando w.. = w~. é
t', = - wt L .. I. s.:n~I -~ L~ I, scn (~l +8)

A partir do(s)tcrceiro e quarto tennos da Equação 4.62. a tcns..'lo induzida no rotor é


t', m -~L~I.Isenw~l cos(w~ + ~) + ('().SttV scn (tú~' + 8)}
= -~ L~Jc scn (2Wcl + !)
A componente de rotação para trás do fluxo no estaror induz uma ICilSão de freqUência du-
pla no rotor. ao pa"so que a componeme de ro1ação para freme. que cs1á girando em sincro-
nismo com o rotor. aparece como um fluxo CC ao rmor. e conseqíle-ntcmcnte níio induz ne-
nhuma tensão no enrolamento do rotor.

Agora C-Onsidere umu mtÍ<Iuinn de cmrcfcrro uniforme com diversos e-nrolamentos de e.'õ-
unor c rotor. Os mesmos prindpios gerais, que se nplicam ao modelo clcmenwr da F'ig. 4.34.
aplic.am-sc também à máquina de múltiplos enrolamentos. Cada cnroliunento tem a sua indu-
tância própria em pan icular assim como indutàncias mútuas co.n outros enrolamentos. As in-
dutâncias próprias e mútuas entre pares de enrolamentos do mesmo làdt.') do entrcfcrro são
constantes. supOndo-se um cntreferro uniforme e saturação magnética desprezível. Erurc tan-
to. ílS indutâncias múiUas entre pares de cnrolamcmos de estator e rotor variam proporcional-
me-nte ao co-seno do ângulo entre os seus eixos magnéticos. O conjugado re~u lta da tendên-
cia do cam('IO magnético dos enrolamentos do rotor a se ali nhar com o dos enrolamentos do
estmor. Pode ser expresso pela soma de termos como o da Equação 4.65.

Considere uma máquina síncrona trifásica de quatro pólos com um entrefetro unifonne. Su-
ponha que as indutânciaç próprias e nllítuns do enrolamento de armadura sejam constantes
La) = LMt = t n

Do mesmo modo. suponha que a indutância própria L, do enrolamento de campo seja


constante. ao passo que as indutâncias mútuas entre o enrolamento de campo e os três enmla-
mcntos de fase da armadura variem com o ilngulo O,n entre os eixos mngnCticos do enrolamtll·
to de campo e o da rase a
C~ = L11 '-"OS 28..
Cw = L,r cos (28., - 120' )

'·' = L-,, oos (20. + 120')


~·1 ostre
que. quando o campo é cxci1ado com corrente constante /1 c a annadura é ex.ci-
w<fa com correntes trifásicilS equilibradas da fonna
;. = I. CtlS (&V + .5)
;.. = l.cos(w,t- 120" + 8)
if = l~oos(<"'-' + 120" +8)
então o conjugado ser:í constante se o rotor girar na velocidade síncrona, tomo dado pela
Equação 4.4{).

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CAPilULO 4 INTACIOUCÃO ÀS M ÃOUIHAS RoTATIVAS 217

• Solução
O c-onjugado pode ser calculado a pa11ir da ccrenergia como foi descrito na Seção 3.6. Essa
máquilla em panicular é um sis1ema de quat.ro enrolamentos. Assim, a co·energia consistir.1
em quatro termos Cll\'Oivendo metade da indut5ncia 1>rópria muhiplicadn. pelo quadrado da
correstxmdente corrente de enrola me mo. assim como termos de produtos que consistem em
indutâncitts mútuas entre pares de c nrol<~mentos multiplic.adas pelas corresponde11tes corren·
ces de enrolamento. Observando que apenas os rennos que e-11\'0ivem as indutãncias mútuas
entre o enrolamento de campo e os três enrol:.uncntos de fase da nrmadura comerão termos
que \'aria•n com 0,., podemos escrever a co~cnerg.in na fonna
\~.~...,_,(i~. i 11 • 1~. ir. O...) = (termos constantes)+ C.ri:l1 + G.t i~i, + C...-titir

a (termos (;()nSI.\lnlí!'$) + L,s '~ Jrrcos 20... cos (Wrl + 8)


+ ~(211. - 120 )cos(Wt-1- 120" + 8)
+ c'OS(29. + 1 20')C<lS(c<~,/ + 120' + 8))
= ( tcm105 constames) + 1.3 ~, l. J,cos (28., - turt - d)

O co•1jugado pode ser encontrado agora a l)::tnir da derivada parcial de W~..... em rcla~
ç•o a e.

Dessa expres:s.ão. vemos que o conjugado ser(l conswme quando o rotor girar •tn velocidade
síncrona (0, tal que
f),. = (IJ.I =(~)I
em cujo caso o conjugado será igual a
r = 3L" Illr sena
Obscr\'C que. diferentemente do CMO dn máquinn monofásica do Exemplo 4.6. o conjugado
dessa máquina trif:ísica. operando nn vclocidnde síncrona sob condições trifásicas cql•ilibra-
das, é constanre. Como vimos. isso é devido ao fato de <tuc a onda de F'MM do cs1a1or consis-
te em uma única ond~1 de nux.o gir~m tc, ao conlrário do caso monofásico em qu e~' corrente de
fase do es1a10r produt duas ondas de fl uxo. umo para frcnh.:, c outra parJ. Irás. Essa onda de
fl uxo para trás n5o est;l em sincronismo com o rotor c portanto é responsável pela compOnen-
te de conj ugado variável no tempo de fre<jüência dupla \'ista no Exemplo 4.6.

Parn a má<1uina de quatro pólos do Exemplo 4.4.7. encontre a velocidade síncrona na qual um
conjugado constante será produzido se as correntes do rotor forem da forma
;~ ; '~ oos (<~f + 8)
Í. = / C'OS (U~I + 120 + 8)
1

i~ = I. OOS (W.:I - 120' + .S)


• Soluçi o

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218 M I.OUINAS EL€TiliCAS

No Exemplo 4.7. encontramos que. sob cond içõc~ <..·q uilibradas. uma m~qui na síncrona
de quatro pólos produz COJljugado constante quando a \•elocidade angular de rotação é iguul à
metade da freqüêllcia eléuica de excitação. Esse resultado pode ser gcncraJiz.ado pan·1mostr ar
que, sob c.ondições equilibradas de operação. uma máquina síncrona multi(ásica c de mlílli-
plos pólos produzirá conjugado consrame na velocidade.de rotor em que este gira em sincro-
nismo com a onda girante de nuxo produzida pelas correntes do cstator. Por isso, ela é conhe-
cida como velocidade sincrona da m:íquimt Das EquiiÇões 4.40 e 4.41 , a velocidade sfncrona
é iguul a w~ = (2/pó l os)w~ em rad/s ou 11, = (120/póloslfc e.n rpm.

4.7.2 Ponto de Vista do Campo Magnético


Na discussão da Seção 4.7 . I. as caracteristicas de uma máquina rotativa vista de seus terrni-
nais elétricos e mecânicos foram expressas em tennos de suas indutfmcias de enrolamento.
Esse ponto de vista d;1 pou<..·o insiglu dos fenômenos físicos que ocorrem deruro da máqui na.
Nesta seção. iremos explorar uma formulação aJternativa em termos dos campos magnéticos
interntuantes.
ConlO vimos. as correntes n~ enrolnmentos da máquin:~ cri:un nuxo magnético entre o e."-
tator c o rotor, sendo que os caminhos de Ouxo sito completados atr.:•vés do fem) do estator e do
rocor. Essa condiçãocorresponde ao surgimento de 1:>ólos magnéaicos em ambos oesw.torc oro-
tor. centrados em seus respectivos eixos rnagnéLicos, como lllOSLmdo na Fig. 4.35a para uma má-
quina de dois pólos com emre(erro unifom1c. O conjugado é produzido pela tendência dos dois
campos magnéticos componentes a alinhar os seus eixos mugnétioos. Uma visão fisica útil é que
isso é muito semelhante à situação de duas bamtS magnéticas pivotadas em seus centros no mes-
mo eixo. Haverá um conjugado. proporcional ao deslocamento angular entre as barms magnéti-
cas. que atuará de modo a alinhá-los. Na máquina da Fig. 4.35a. o conjugado resultante é pro-
porciollal ao produto das ampl itudes das ondas de FMM do es1ator e do rotor e é 1ambém uma
função do ângulo ô"'. medido desde o eixo da onda de FMrvt do CStaiOr nté o do rotor. De fmo.
mostraremos que. em uma máquina de enLreferro unifonne. o corljug.ado é proporcional a ô.-r
Em uma máquina típica. a maiori;l do nux.o produzido pelos enrolamentos de est:ttor c
rotor cn•z.tm o entre ferro c acoplam ambos os enrolamentos. Isso é chamado de fluxo mtítuo,
e1n analogia direta com o nux.o mútuo ou de magnetização de um 1ransfonnador. ErurclanLo.
urna parte do nuxo produzido peJos enrolamentos do rotor c do csu.tor nfio cruzam o cnlrcfcr-

f
'

Ft.sc:n 8C!t
=F.,.sc-n 6,

C•l (b)

FfGURA 4.35 Mâquina de dois pólos simplilicada: (a} modelo elemenuu e (b) diagrama ve-
torial das ondas de FMM. O conjugado é produZidO pela tendência a se alinhar dos campos
magnéticos do rotor e do estator. Observe que essas hguras Si)() deset~hadas com ô., postti·
vo. isto é. com a Oflda de FMM do fotOr F, â frente da F, do estator.

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CAPiTULO 4 INTRODUÇÃO ÀS M AQUINAS ROTAJlVAS 219

ro. em analogia ao nu.xo de dispersão de um transfonnador. Esses componentes de fl uxo são


conhecidos tomo fltuo de disl'erstio do rowr c fluxo de dispersão do esraror. Os componcn~
le-s desse nuxo de dispersão incluem nu.xos dispersivo de ranhura e de topo de dente. nuxo
dispersivo de tenn inação de espira. c hannônicas esp:.1ciais no campo de c.ntrcfcrro.
Apenas o fl uxo mútuo é de interesse direto para a produção de conjugado. Entretanto.
os nuxo.ç de dispersão afelam de fato o desempenho das máquinas. devido às tensões que eJcs
indu1..em em seus respectivos enrolamentos. Seus efeitos sobre as camctcristicas elétricas são
explicados por meio de indutfln<:ins, de forma análoga ao uso da inclusão de indutâncias de
dispersão nos modelos de trnnsfonnadores do Capítulo 2.
Quando se expressa o conjugado em tennos de correntes de e nrolamento ou de suus
FMMs cortespondemes, a.<.~ expressões resultante:; não incluem termos <IUC contenham indu·
lâncias de dispersão. Nossa análise aqui será então em te.nnos do lluxo mútuo resultante. lre~
mos desenvolver uma expressão para a co-energia magné-tica al'mazenada no emreferro em
lennos das FMMs de cstator e rotor e do ângulo 0.,, entre seus eixos magnéticos. O conjuga-
do pode emão se-r Oblido a partir da deri\'ada parcial da co-energia em relação ao ângulo <5cr.
Para simplifica•· a análise. iremos supor que o comprimemo radial g do en1rererro (o CS·
paço livre entre o rotor e o eslator) seja l'>equeno, quando comparado com o rajo do rocor ou
do c.o.;tator. Em uma máquina com entreferro uniforme. construfda com aço e-lé.trico de per-
meabilidade magnética elevada, é possível mostrar que resultan'í um nuxo de cntrcferro orien·
tado basicamente em forma radial. e que há uma dife-re11ça relativamente pequeno entre as
densidades de fl uxo na superfície do rotor, na superffcie do eSialOr. ou a qualquer djstância ra-
dial intermediária no entreferro. O campo no entrefem> pcxle eni~O ser representado como um
campo radial H, ou 8~ cuja inten.sidade varia com o :lngulo ao redor da perife.ri:.L A integral de
linh:-ade H,. .-uravés do cntrcfcrro é então simplesmente H, g e é igual à FMM reS11/tam~ F" de
entreferm produzida pelos en.rol:unenlos de eslator e rotor~ assim
(4.66)

onde :F denota a onda de fMM em fu nção do angulo ao redor da perife-ria.


As ondas de F~'lM do estator e do rmor são ondas senoidais espaciais nas quois õ" é o
ângulo de fase entre seus eixos magnéticos em graus elétricos. Elas podem ser representadas
pelos vetores espaciais Ft c F. desenhadas ao longo dos eixos magnéticos das ondas de FM M
do cst:ator e do rotor respectivamente. como na F'ig. 4.35b. A FMM resuhante f'"" 1ambém
uma onda senoidal que atua no cntrdcrro, é a soma vetorial delas. Da fórmula trigonomélri·
ca da diagonal de um par.tlclogramo. o valor de pico é obtido de
(4.67)

em que os Fs são os valores de-pico d~s ondas de FMM. O campo radütJ rcsuJtunte H, é uma
onda senoidal e-spacial cujo valor de pico 1-fa.rk., é, da Equação 4.66,

(4.68)

Agora, considere a co-energia do campo magnético arma?.e-nada no erureferro. Da Equa·


ção 3.49. a densidade de co·energia e m um ponto, em que a intensidade de camJ>O magnético
é H. é (JtJ2)li em unidades do SL As..;im. a densidade média de co-energia em todo o ' 'olu-
me do cnlrcfcrro é JlJ2 vc1..cs o valor médio de H!.
O valor médio do quadrado de uma onda
senoidal é a metade de seu valor de pico. Assim.

Densidade média de co-energia


(4.69)

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220 MÁQUINAS ELÉTRICAS

A CQooenergia total é obtida então como sendo


WC:.mpo = (densidade média de co-energia)( volume de enuefe1'1'0)

=i«> (F")' rrDig = i<orrDI F' (4.70)


4 g 4g "
onde I é o comprime-nto axial do emrefel'rOe D é o seu diSmctro rnédio.
Da Equaç-ão 4.67. a co-energia armazenada no entrefcrro pode ser expressa agora em
termos da...;; amplitudes de pico das ondas de FMM de cstator c rotorcdo ângulo de fase cspa·
cial emre elas: assim

(4.71)

Verilic.ando que muntcr uma Ftv1M constante é equivalente a manter uma corrente conv
tame, uma expl'eSSão para o conjugado eletromecânico T pode ser obtida agora. em termO$
dos campos magnéticos intennuames. calculando--se a derivada parci;.iJ da co-energia do cam·
po em re lação ao ftngulo. Pura uma máquina de dois pólos

r _ aw.,~.•,.,
-
OOtr
•.H
I __(l'o"DI)
F• •f/
-
2g
F.t F.,senocr
,
(4.72)

A expressão gemi para o conjugado de uma máquina de múltiplos pólos é

r -_ -(pólos)
2
(~torrO/) F. F..
2g
,
r senon ç (4.73)

Nessa equação. ôtf é o ângulo elétrico de fase espacial emre as ondas de FMM do rocore doestator
c o conjugado Tatua no sentido em que o rmor é acelerado. Assim. quando ótr é positivo. o conju·
gado é negativo c a m;í.quina está funcionando como gerador. De modo semelhante. um valor nega·
livo de 6" COf'TCSponde a um conjugado positivo c. (.'OITCSpondcntcmcntc. funcion:t como motor.
Essa imponante equação exprime que o conjugado ó proporcional aos valores de pico
das ondas de f-' MM f: e F, do estatol' e do rotol'. e ao seno do ângulo elétrico de fase espacial
6~ entre elas. O sinal de menos sig.nilic.a que os campos te-ndem a se alinhar entre si. Conju-
gados iguais c opostos são exercidos sobre o estator c o rotor. O conjugado sobre o estator é
transmitido através du carcaça da máquina à fundação.
Agora, pode-se comp::.rar os resultados da Equaç.ão 4.73 com os da Equ:ação 4.65. Veri-
ficando que Ft é proporcional a ;t e Fré proporcional a;,-. 1>0de.se ver que são sernelhaJHes na
forma. De fato. eles devem ser iguais. como pode ser verificado subsriwindo-se Fc• F.. (Seção
4.3. 1) c l..f, (Apêndice B) por expressões apropriadas. Observe que esses resultados foram dc-
d u?..idos supOndo que a rclut5 nci:~ do fe rro fosse desprezível. No emamo. as duas técnicas são
igualnte1UC válidas para uma penneabiJidadc linita dO rerro.
Refel'indo-se à Fig. 4.35b, pode-se ver que F, sen5tr é a compOn..:ntc da onda F, em quu·
dratura elétrica espacial com a onda F~. De modo semelhante. F, SC-IlÓc, é a componente d::. on-
da F~ em quadratura com a onda F,. Assim. o conjugado é prOf)()I'Ciona l ao produto de um
c.ampo magnético pela componente do outro em quadnuura c.onsigo. muilo semelhante ao
produto vetorial da análise vetorial. Observe-Hlmbórn que. na Fig. 4.35b.
(4.74)
e
(4.75)
onde, com<> viSIO nu Fig. 4.35. ô, é o ângulo medido desde o eixo da onda de FMM resultan-
te até o eixo da onda de FMM do rotor. De modo semelhante. ó.: é o ângulo medido desde o
eixo da onda de FMM do es!a!OI' a1é o eixo da onda de FMM resul!ame.

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CAPITULO 4 INTROOI)ÇAO À$ MÁQUINA.$ RoTATIVAS 221

O c:onjugado, <)UC atua acelerando o rotor, pode então ser expresso em termos da onda de
FMM resullame. Substiruindo-sea Equação 4.74 ou a Equaç~o4.75 na Equação 4.73, ob<êm-se

T = -(pó~o•) (''"~DI) F,F"sena, (4.76)

T_ (pólos)
-
-
- (~'"" DI) F
28
-?- r F.~rSCn or
, (4.77)

A comparação das Equações 4.73. 4.76 e 4.77 mosLra que o conjugado pode ser expresso em
lel'mos dos campos mag.né1icos compo11en1es devidos a cada corrente isoladamente, como na
Equação 4.73, ou em tennos do campo resultante e de qualquer um dos componentes. como
11as Equações 4.76 e 4.77. desde que usemos o ângulo correspondeme emre os eixos dos cam·
pos. A capacidade de pensar em qualquer uma dessas formas é útil na análise de máquinas.
Nas Equações 4.73. 4.76 c 4.77. os campos foram expressos em tcnnos dos valon..---s de
pico de suas ondas de FMM . Quundo se despreza a saturação magnética. os campos J>Odem,
naturalmente. ser expressos em termos dos \'atores de pico de suas O!ldas de densidade de fl u·
xo. ou em termos do flu xo toral llOr pólo. As...~;im. o valor de pico B, de campo devido n \ I ma
onda de FMM disuibu(da senoidalmente em um entreferro uniforme de máquinn é Jl(IF" "0,/g,
onde F....~~ é o valor de pico da onda de FMM. Por exemplo. 3 FMM resul1ante- F.:, produz
uma onda de densidade de nuxo resultante cujo valor de pico é 8~, = JioFJg. Assim. F = g ('t

B~/J-4, e substituindo na Equação 4.77, obtém·Se

T =- (2pólos) ("DI)
2 B.:rFr scn$, (4.78)

Uma das limitações inerentes ao projeto de aparelhos eletromagnéticos é a densidade de


fluxo de saturação dos materiais magnéticos. Devido à saturação nos dentes da armadura, o
valor de pico 8<:, da onda de densidade de nux.o resultante no emreferro é limitado a cerca de
1,5 a 2.0 T. O valor máximo admissível paro a corre-nte de e-nrolamento. e conseqüentemente
a correspondente onda de FMM. é limitado pela elevação de temperatura do enrolamento e
por oultOS requisitos de proje10. Como a densidade de nuxo resultante c a FM M aparecenl ex·
plicitameme na Equação 4.78. essa equação está em uma forma conveniente aos propósitos
de projeto. Ela pode ser usada para estimar o conjugado máximo que é possível de se obter
com uma máquina de um dado tamanho.

Um motor síncrono de <Juatro pólos. operando a 1800 rpm e 60 Hz. tem um emreferro de I ;1
mm. O diâmetro mé-dio do e mrefcrro é 27 em, e seu comprimento axial é 32 em. O enrola·
1l'len10 do rmor ten'l 786 espiras e um fator de enrolamento de 0.976. Supondo que razões tér·
micas limitem a corrente do rotor a 18 A, estime o conjugado c a potência de saída má:< i mos
que se pode esperar obter dessa máquina.
• Solução
Primeiro, pOdemos determinar a FMM de rotor máxim.a a panir da Equação 4.8

(F,),..,= -4 ( -k,N, ) (/,)...,~


4 (0.976 x 786) 18 :: 4395A
= 1f""":'
1f pólos 4

Supondo que o valor de pico do fl uxo de cntrcfcrro resultante esteja limitado a 1,5 T. pode·
mos estimar o conjugado máximo a partir da Equação 4.78 tomando ô, igual a -tr/2 (lembrao.
do que valores negativos de ó,. com a FMM do rotor atrasada em relação à FMM resultante.
c.orrespondem a um c.onj ugudo positivo, motor).

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222 M.ÂOUINAS ELÊTRICA$

r..... = 2(pólo.<) ("D/)


- -
2
~
B.,(F,>....

= ( i4) (" X0,272 X0,32) I.S J< 4400 = 1790N·m

Para uma velocidade síncrona de J800 rpm, tem-se. O)m = n , (ro'30) = J800 (rt/30) ra<Vs. e as,.
sim a potência correspondente pode ser c.aJculada como P•a• = wmT•a• = 337 k. W.

Repita o Exemplo 4,8 para um mmor síncrono de dois pólos e 60 f>IZ com um cornprimenlo
de emreferro de I .3 mm. um diámeLro médio de entrereno de 22 em e um cornprimemo axi-
al de-4 1 crn. O cnrolamcnlo do rmor Lem 900 espiras e um fmor de ellrolamento de 0,965. A
correme máx i rn;~ de rolor é 22 A.

• SoluçAo
1;_ = 2585 N·me P,.•• = 975k\V

Forma;; ahemtttivU$ dn c.-qunção de conjug,tdo surgem <1uando se verifica que o nuxo re-
suhanre por pólo é
"'• = (l'alor médio de B em urn pólo)(área do pólo) (4.79)

e que o "alor rnédio de uma senóide no i n1ervalo de meio compri rnemo de onda é 2/rr vezes o
seu val or de pico. Assim,

<l>p = -2 8~o ( -
;r DI )
.- = ( -
201-) lJpicl> (4.80)
11' IX>IOS pólos

onde Bp;;u é-o valor de pico da respecliva onda de de-nsidade de lluxo. Por exemplo, usando o
valor de pico do fluxo resuhame B.,, e substituindo a Equaç-ão 4.80 na Equação 4.78. obtém-se

(4.8 1)

onde 4'{, é o !luxo por pólo resultante que é produzido pelo efeito combimldo das FMM.s do
cstator c do rotor.
Recapituliuldo, temos agora diversa'\ formas para express:l!o conjugado de uma má<juina de
em:referro uniforme em termos de seus campos magnéticos. Todas são simplesmeme expressões
de que o conjugado eproporrio,ral ao prodmo áo.s módulos dos campos intenuumrtes. e ao seno
do ângulo espacial elétrico emre os seus eixos ,uzgrréli<:os. O sinoJ negativo indica que o conju-
gadoele-tromecânico ouua em urn sentido tal que a distâocia angular emre os c-ampos diminui. Em
nossa discussão introdutória dos Lipos de rnáquinas., a Equação 4.81 será ::. forma preferida.
Além disso. pode-se fazer um outro comenrário relativo às equações de conjugado e
ao protesso de raciocínio que leva a elas. Durante a dedução. não houve restrições em rela-
ção a n'lanter as ondas de FMM ou de densidade de nux.o estacionárias no espaço. Elas po-
dem permanecer estacionárias ou serem ondas em deslocamento. como foi discutido na Se-
ção 4.5. Como vimos. se os campos magnéLicos do csuuor c do rowr forern corls tanle~ em
ampli tude c s.c deslocarem ao redor do entrderro na mes111a velocidade. um conjugado
constante scrd produzido pela tendência dos c.ampos do estator c do roto r a se alinhar entre
si de acordo com as equações do conjugado.

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CAPiTULO 4 INTRODUÇÃO ÀS MÃOUJNAS ROTATIVAS 223

4.8 MÁQUINAS LINEARES


Em geral. cada um dos lipos de máquinas discu1idos neSie livro pode ser produzido em ver·
sõcs lineares além das versões rotativas que comumente são encontradas c que serão extensi-
vamente discutidas nos próximos capí!Uios. De fato, pela clareza da discussão. muitos dos ti-
pos de máquinas discutidos neste livro são desenhados em suas formas desenvolvidas ou pia·
nifkadas (coordenadas cartesianas). tal como na fig. 4. 19b.
Talvez o uso mais largamente conhecido dos motores lineares seja no campo dos trans-
portes. Nessas aplicações, motores de indução lineares são usados. Tipicamente o '"eswtor"
CA está no veículo em movimento. e um "rowr'' es1acionário condutor constitui os trilhos.
Nesses sistemas, além de propiciar a propulsão. as correntes induzidas nos trilhos podem ser
usadas para produz.ir levitaçt'io, oferecendo assim um mecanismo de transpone a alta veloci-
dade, sem as dificuldades associadas com as intcra<,.'ÕCs que ocorrem entre as rodas c os trilhos
no transpone mais convencional efetuado com trilhos.
Os motores lineares também cncontramm aplicação na indústria de máquinas ferramen·
tas e em robótica onde o movimento linear (necessário para o posicionamento c a opcraç5o de
manipuladores) é um tequisito co1num. Além disso. 1náquinas ahemativas (recíprocas) linea-
res estão sendo construrdas para o acionamento de compressores e alternadores recíprocos.
A análise de máquinas lineares é muito similar à das máquinas 1'04ativas. Em gemi, dimen-
sões e distâncias lineares substituem as angulares, e forças substhuem os conjugados, Comes-
sas exceções. as expressões panaos parâmetros de máquina são desenvolvidas de modo análogo
aos apresentados aqui para as máquinas rot&tivas. c os resultados são semelhantes em fonna_
Considere o enrolamento linear mostrado nu Fig. 4.36. Esse enrolamento, consistindo
em N espiras por ranhura c conduz.indo uma corrente i, é dircl::unente análogo ao enrolamen-
to circular mostrndo em forma desenvolvida na Fig. 4.25. De fato. a llnic.a diferença é a subs·
tituição da posição angular o. pela linear z.
A componente fundamental da onda de F~·l M da fig. 4.36 pode ser encontmda direta·
mente da Equaç!io 4. 13 simplesmeme ' 'eriricando que esse enrolamento tem um comprimen-
to de onda igual a {J e que a componen1e fundamental dessa onda de FMM varia de acordo
com (2trJ/JJ. Assim, substituindo o ângulo o.. na Equação 4. 13 por 2rrVfJ. podemos obter a
componente fundamental da onda de FMM diretamente como

n,, = -4(Ni)
-
2g
1r
cos (?rr·)
=-::
/3
(4.82)

Se uma máquina reaJ 1iver Uln e1lrolamento distribuído (similar a seu equivale-me circu-
lar. mostrado na Fig. 4.20) consislindo em um total de Nr- espiras distrilx1ídas em p perfodos
ao longo de z (isto é, em um comprime1lt0 de p/I), a componente fundamental de f/1 pode ser
encontrada. por analogia com {I Equação 4. 15. como sendo

I/ · = -4(k,.,Nr,~i)
' 1f 2pg
cos (2"
- z)
/3
(4.83)

onde kcer é o fator de enrolamento.


De modo \lnálogo à discussão da Seção 4.5.2. um enrolamento trifásico linear 1xxle ser
constroído a panir de três enro1ametuos como os da Fig. 4.3 1. Cada fase es1:i deslocada em posi~
ção de uma dist!ncin /Y3. e as fases são excitada.~ por correntes trifásicas equi1ibradas de freqüên-
cia angular (t)<
ia= lmCóS(~/ (4.84)
i :~.= l mCOSU>;:t (4.85)
ih = lmCOS ("'-'I - 120') (4.86)

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224 MAQuiNAS Eu~uuc.AS

:F,,

''
-- ~

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Fu•ld:m\Cntal .1"11
Ni
2
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-{!/2 ' ' (I
_Ni '' ' H/2 ' ~
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I8

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2; Funda.rtléJ!Iall-t11
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2 ---
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'"' •' .
~' ... in.. /t
12
. - /f _Ni
l
__ '
' ' .'\ .,.,"
ft

-
/ _Ni /
2g
Fundruncntal :F 11

(b)

FIGURA 4.36 A FMM e o campo H de um enrolamento linear concentrado de passo pleno.

Seguindo o desenvolvimento das Equações 4.26 até 4.38. podcrnos ver <1ue haverá uma
única FMM progressiva positiva que pode ser escrita diret:uncnte da Equação 4.38. simples-
mente substituindo 6. por 2nz/fJ, Oblendo-se

F • (z. t ) = 3
i Fm,. cos (k•
{! - w,t ) (4. 87)

onde F11111, é dada pOr

FI N . \ = -4 (k,"N'~) !,,, (4.88)


" 2p
Da Equação 4.87. podemos ver que o rcsuh~tdo é uma onda de FMM que se desloca na
direção :z com uma velocido.ldc linear
w,{J
v=-=fdJ (4.89)
2JT
onde h é a frcqliência de exciwçào ern hertz..

Um motor CA trifásico linear tem um enrolamento com urn comprimento de onda de fJ ::: 0.5
me um entre(erro com I ,O em de comprimento. Um total de 45 espirJs. com um f atOl' de e nro-
lamemo de k~,. = 0.92. é distribuído em um compritne.uo lOtaJ de etuo1amento de 3(J = I.5 m.
Suponha que os enrolamentos sejam excitados com correntes trifásicas C(juilibradas de ampli-
lude de pic.o de 700 A e freqüência de 25 Hz. Calcule (n) a amplilude da onda de FMM re$ul·
ta.ntc, (b) a densidade de fl uxo de pico correspondente no entrcfcrro e (c) a velocidade dessa
onda progressiva de FMM.

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CAPiTULO 4 INTAOOUÇÂO As M ÂOUINAS ROTATIVAS 225

• Solução
a. Das Equações 4.87 e 4.88, a amplitude da onda de FMM resultante é

f._=~ ~ (k,.N.,.) lm
- ,"f \ " 2p

= ~~
2 JT
(0,922x34$)
X ?()()

= 8.81 X 10' A/m

b. A densidade de lluxo de pico no emrefetJ'O pode ser obtida a partir do resultado da patle
(a) dh•idi1\dO pelo comprimento do emrefcrro e multiplicando por Jl1~

~ 1.11 T

c. Finalmente. a \'Ciocidadc da onda progressiva pode se1· determinada a l)ani•· da Equ::tção


4.89:
v= ftfl = 25 x 0.5 = 12.5 mls

Um motor síncrono trifác;ico linear tem um comprimemo de onda de 0,93 m. Observa-se que
ele está se deslocando a uma velocidade de 83 km/h. Calcule a freqUê.nc ia da excitação elétri-
ca necessária sob ess.as condições de operação.

• Solução
f= 24.8 Hz

As máquinas lineares não são discutidas de forma específica nC$lC livro. No cnltlnto, re-
comenda-se com insistência que o leitor verifique a correspondência direta existente entre os
fundamentos do desempenho e da análise das m:l<Jui N s lineares e os de seus equivalentes ro-
tativos. Um:J direre.nça maior entre es...~;es dois lipos de máquinas é que as máqui1las li1leares
têm efeitos de extremidade•. correspondcndo aos rampos magnéticos que se "dispersam" do
cntreferro à rrente e atds da máquinn. Esses creitos cstüo além do escopo desrc livro c foram
tratados em detalhe na litemtura.}

4.9 SATURAÇÃO MAGNÉTICA


As característic{IS das máquim1s elétricas dependem em muito do uso de •nmeriais magnéti-
cos. Esses materiais são necessários para fom1ar o circuito magnótico e são usados pelos pro-
jetistas de máquinas para obter us c:~racteríst ica'> específic.àS das máquinas. Como vimos no

• N. de T.: Em/ t>ff«t:J. em inglê&.


1Veja. por exeflli)IO. S. Yam3mur:~ . Th.-(Jr;. oflJr~roi'I,~IIH.."tiVII Moum. 2' edição. Hal.sted Prcss. 197$. Ta.rn~m. S. N:L'<3r ~ I.
Boldc.n. Um•t1r El<'l"IIÜ' M()wr.~: TIJ~'I'}: Dt>sig" oml Prm:<1iwl Applia uimu. Pf".:nl ice - l•t.;~ll , l'il$7.

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226 M ÁQUINAS ELETIOCAS

Capítulo I, os m::ucriais magnéticos estão abaixo do ideal. À medida que o nuxo magnético
é aumentado, eles começam a saturar, com o resultado de que suas penneabilidades rnagné-
aicas começam a dimi nui r assim como a sua efetividade em contribuir à densidade de fluxo
total da máquina.
O conjugado e letromecânico c a tensão gerada em todas as nl:Í(Juinns dependem dos
nuxos concmen:ados em seus enrolamentos. Para FMMs específicas nos enrolamentos. os
fluxos dependem das relutâncias das panes de ferro dos circuitOs magnéticos e d:ls relutân·
cias dos entreferros. Portanto. n saiUra.ção pode inOuenciar apreciavelmente ns cnracterísti·
cas das máquinas.
Um outro aspecto da saturação. mais sutil c difícil de ser avali:tdo sem comparações ex-
perimentais c teóricas. relaciona ~se com a influência da smuração sc_)bn:: as premissas básicas
a par1ir das quais a abordagem analítica das miquinas é desenvolvida. Especificameme. as re~
laçOe.s envolvendo a FMtvt de entrcfcrro baseiam-se tipicameme na suposição de que a relu·
tânciá do ferro é desprezível. Quando essas rel~çõcs são aplicadas às máquinas na prática.
com graus variados de saturação no ferro. erros sig.nilic-ativos nos resultados das análises po..
dc1n ser esperados. Por essas razões. para aperfeiçoar tais relações analíticas. a m::iquina real
pode ser substituídn por uma máquina cquivalcmc. uma cujo ferro tem relutância desprezível
mas cujo cntrcfcrro é aumentado de um valor suficiente pam absorver a qucdu de potencial
magnético no ferro da máquina real.
Do mesmo modo. os efeitos dus não-uniformidades. tai s c..'Omo as r.mhuras c os condu·
tos de venti lação. tumbém podem ser incorporados aumentundo-sc o comprimento efetivo do
entrererro. No final, essas diversas 1écnicas de aproximaçJo devem ser verificada.~ e confinna·
das e~perimenlahne-nte. Nos ca.sos em que se c-onst<Uar que essas técnicas simple~ são i nade·
quadas. análises dem.lhadas. como as que empregam clcmen1os finitos ou omms técnic-as nu·
méric-as. podem ser usndas. No entonto. deve~ se ter em mente que o uso dessas técflicas repre.
sentam um aumento sig.nilic-alivo da complexidade da modelagem.
As características de saturação das máquinas rotativas são apresentadas tipic;:tmcntc na
fonna de uma caracrerfsúca de cirwiro aberto ou a ''at}o. também chamada cun•a de mag-
IIClitaçdo ou c1uva de sawraçilo. Um exemplo es-tá mostrado na F'ig. 4.:. n. Essa c.amc tcrís li~
ca represema a cur\•a de magnetização para a geometrin do ferro e do ar em particular da má-
quina sob análise. Para uma máquina síncrona. a cuf\•a de saturação de circuito abeno é obti ~
da operando a máquina em velocidade constante e medindo a tensão de annotdum de circuito
abeno em função da corrente de campo. A linhn rctalangente à porção inferior da curva é n li·
nha tle emreferro, corrcspondcndo aos níveis baixos de nuxo dentro dn máquina. Sob essas

Carocu•Jf~ka de
c:irc;uiiO;•beno

Exdtaç!lo de campo em ampên:s-cspir.rs


ou em ompêre5 de campo

F IGURA 4.37 Curva caracterfstjca de circuito aberto tfpica e linha de enltefeuo

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CAPITuLO 4 INTJlOouç.\0 ÀS M.4ouiNAS RoTATIVAS 227

condições. a relutânc ia do ferro da máquina é tipicamente desprczJvel. e a FMM necessária


pard excitar a máquina é simplesmente a necessária para superar a relutância do ar. Se não f o:•·
se pelos efeitos da s.aturaçõo. a linha de entreferro e a caracterfstica de circuito abeno iriam
coinddir. Assim, o afastamento entre a curva c a linha de entre ferro é uma indicação do grau
de saturação presente. Em máquinas típicas:. na tenSão nominal. a razão entre a FMM total e
a requerida ape11.as pelo entre f em> está usualmente entre 1. 1 c 1,25.
Na fase de projeto, a carac1eríslica de circuito abeno pode ser calculada a panir de técni-
cas de projeto de dados como a anáHse de elementos finitos. Uma solução típica de elementos
fi nitos para a distribuição de fluxo ao redor do pólo de uma máquina de pólos salientes está
mostrada na Fig. 4.38. A distribuição do fl uxo de entre fe rro obtida com essa solução. jullla·
mente com as componentes fundamental e de terceira harmônica. está mostrada na Fig. 4.39.
Além dos efeitos de !Wlturação, a Pig. 4.39 ilustra claramcme o efeito de um entreferro não
uniforme. Como esperado, a densidade de fluxo ao redor da face polar. onde o entrefettO é pe·
que.no, é muito mais elevada que nas regiões mais afastadas do pólo. Esse tipo de ttllálisedetalha-
da é de grande utilidade para um projetista obter as propriedades específicas de uma nláquina.
Como vimos, a c.urva de magnetização de uma máquina síncro•la existente pode ser de·
tcrrni1tada operando a máquina como um gerador sem carga, e rnedilldo os valores du tensão
nos 1enninais correspondentes a uma série de v:Liorcs de corrente de campo. Para um motor
de indução. a máquina é operada na. ou próxima du. velocidade síncrona (caso em que uma
corrente muito baixa será induz.ida nos cnrohunentos do rotor), e valores de corrente de mag-
nctizaçkio são obtidos para uma série de valores aplicados de tensão de estator. Deve sere•lfa-
tizado. no entanto, que a saturação em uma máquina wtalmente sob carga ocorre como re..sul·
1ado da FMM total que atua no circuito magnético. Corno a dis1ribuição de nuxo sob carga é
diferente em getal de quando não há carga. os detalhes das caracten'sticas de s:-aturação da má·
quinn podem sei' diferentes da curva de circuito aberto da Fig. 4.37.

Su(l('rt'Kt<. su.:.,·e
e<tui..-alcllte de anrnu;lur.a

~ '""o'"'""'" de counpo

FIGURA 4.38 Solução de elementos finitos para a distribuição de fluxo ao redOr de um pólo sa·
liente. (General Elecl!ic Company)

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228 MÃOUI.NAS E LÉTRICAS

Componente
rundamcntal
\
\

I
I
I
I ComjX)nent.e de
I ... - ...., ren,:eir.. hannõnK:a
~ '
'' .- /

1-=- linh:1 rtnlr.al de) pólo

FIGURA 4.39 Onda de c!ensidade de fluxo co<respondente à F1g. 4.38 com suas componen-
tes fundamental e de terceira harmônica.

4.1 O FLUXOS DISPERSIVOS


Na Seção 2.4, mostramos <1ue em um transformador de dois cnrolumentos. o nuxo criado pOr
c.uda enrolamen10 pode ser decomp0s1o em dois componentes. Um dos compOnentes consis-
IC no fl uxo que concatcna ambos os enrolamentos. c o outro consiste no nuxo que concmcna
apena.-. o enrolamen10 que cria o nuxo. O prime-iro componc-n lc-, chamado j1uxo mútuo. é res-
J)Onsável pelo acoplamento da,:; d u:t.;:; bobinas. O segundo. conhetido como fluxo dispersivo.
c-ontribui apenas à indulãncia própria de cada bobina.
Observe que o corlceilo de !luxos mútuo e dispersivo é significativo apenas no con·
texto de siste1nas de múltiplos enrolamentos. Para sistemas de trê.c; ou mais enrolamentos.
a contabilidade deve ser fe ita com muilo cuidado. Considere. por exemplo. o sistema de
três e nrolamentos da Fig. 4.40. Os vários componen1es de fl uxo. criados por uma corrente
no enrolamento I. estão mostrados esquematicamente. Aqui. !p1 ~~ é c lar'ãmcnte um fluxo
mútuo <1ue concatena todos os três enrolamentos. c tp 111 é claramente um tluxo dispersivo
pOr<JuC ele concatcna apenas o enrolamento I . Entreu:mto. tp 12 é um lluxo mtítuo com res·
peito ao enrolamento 2 e n uxo dispersivo em relaç!ío ao rolamento 3. ao passo que fPu é
n uxo mútuo com respei1o ao e nrolamento 3 e d isr>ersivo em relação ao enrolamento 2.
Frc<lücntcmcntc as máquinas e létricas contêm sistemas com nníltiplos enrolamentos.
exigindo uma contabilidade cuidadosa para explicar as contribuições de lluxo dos ''ários
enrolamentos. Embora os detalhes de tal análise estejam além do e-scopo deste livro. é títil
discutir esses efeitos de modo qualitativo c descreve•· corno afcwm as indut5ncias básicas
da máquina.

Fluxos de Harmônicas Espaciai..'i no Entreferro Neste Cil)lftulo. vimos que. embora as bo-
binas distribuidas isoladamente produz.am fl uxo de entreferro com uma quantidade signi fica·
tiva de contctído hannônico espacial. é possível distribuir esses enrolamentos de modo que a
compOnente fundnmentul espacinl seja enfatizada ao passo que os efeiiOS das harmônic.us se--
jam gr:.mdemc.nlc reduzidos. Como rcsuhado, podemos desprezar os efeitos das harmônicas e
considerar apenàs os fluxos das fundí1mentai!\ espaciais ao dedur..it as expressões de indutàn-
cias própria e mútua das Equações B.26 e B.27.

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CAPiTULO 4 INTA::lOUÇÃO AS MÁQUINA$ ROTAllVAS 229

+
Bobina I .i.J Bobina 3

FtGUAA 4.40 Sistema de três bobinas mostrando os componentes de fluxo mútuo e disper-
sivo produzidos pela corrente na bobina 1,

Mesmo sendo freqüente-mente pequenas. as componemes harmônicas esp:tciais existem


de fato. Em máquinas CC. elas constituem t1uxos úteis produtores de conjugado e, po11:11HO.
pOdem ser contabilizadas como nuxo mútuo entre os enrolamen10s do ro1or e do estatOI'. Em
má<1uinas CA. entretanto, elas podem gerar tensões harmônicas no tempo ou ondas de nuxo
que giram assincronamcntc. Gcrulmentc. não há como inclui· las com rigor na maioria das
análises comuns. No entanto, é consistente com as suposições básicas dessas amí.liscs conSHl·
tar que esses nuxos formam uma pane do nuxo dispersivo dos enrolamentos individuais que
os produzem.
Fluxo Dispe.r sh·ode Ranhur.a A Fig. 4.41 mostra o fluxo criado por um único lado de uma
bobina em uma ranhura. Observe que, além do fluxo que cruza o entrcferro, contribuindo p~l ­
ra o nuxo de cntrcferro. há componentes de Ouxo que atravessam a rnnhura. Como esse nuxo
concatcna apenas a bobina que o está produzindo. ele se constitui t:lmbém em um comp01le1l·
te da indutância de dispersão do enrolamento que o produz.
Dispersão de Cabeça de Esplru A Fig. 4.42 mostro as temlinações dos enrolamentos (ca·
beça) do estatot em uma máquina CA. A distribuição do campo magnético criada pela cabcçn
das espiras é ex.,remamente complexa. Em ge1-al. esses t1uxos não contribuem para o nuxo mlí·
tuo cmrc o rotor c o estator. contribuindo também desse modo para a indutância de dispersão.

Enutf~rro

Lado da bobi n;~ IX)nchu:indQ


corttnle j'llln• demro do p:.pd

FIGURA 4.41 Fluxo criado por um lado de uma bObina em uma ranhura.

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230 MÂO\IINAS EUõTRICAS

FIGURA 4.42 Vista da exuemldade do estatoi de um gerador a turb•na de 26 kV, 908 MVA e
3600 rprn Com enrolamentos refrigerados a água. Conexões hidráu licas para o fluxo da retri-
geraçao sao fO«ne-cidas para cada espira de termmaçâo do enrolamento. (General êlectric
Company)

Dessa discussão vemos que a e.xpressão da i ndutância p1·ópria da Equação 13.26 deve.
e1n geral. ser mocli ficad!t por m•• termo ;•didonttl L"" que representa a indut<1ncia de dispersão
do enrolamemo. Essa indutànci:l de di.SJ>ersão c.orresponde diretamerue à indutância de dis-
persão de um enrolamento de u-ansfonnador. como roi di seu lido no Capítulo I. Embora~· in-
dulfutcia de dispersão seja usualmente difícil de ser c.alculada analiticamente e deva ser deter-
min:u.l:• por téc:niCOlS :aproxim:uiv;'l.s ov empíric-as. cht dcs.cmpcnha um papel imponanle no de·
st .n~nho das 1náqui n a~ .

4.11 RESUMO
l~~:; t c
eapílulo úpre:-;cut<\ u m~• descri~ão breve e elcment:.u- de três tipos b5sicos de máquinas ro·
cativas: sínctO•la, de i•l<lução e de corrente contínua. Em tod:ls elas. os princípios básicos são
cssc.ncialmcnte os mesmos. ·1 c n.sõe~ .são ger-.tdas pelo lll(Wimemo relativo de um campo mag-
nético em rda"·ão a um enrolamento. c conjugados são produ7Jdos pela imer.:.ç5o dos campO:-.
magnéticns d01- enrolamentos do estator c do rotor. As camcterfsticas dos diversos tipos de
m :íq••i n.:L~ s?to de t e n ni n a<h~s pelos •nétodns de tonexào c (',;~d tação dos enrolamentos. mas os
p•·incfpios básicos s.1o e.ssenciaJmc.me similal'e.s.
As fcmunentas analíticas básicas para o estudo da.~ máquinas n)l:ltiv:ts st.o :L!' expressões
da tcns:lo gemd:t c do to njug~tdo clctromccânico. Em conjunto. elas exprimem o acoplamen-
to entre os ~ i s1c ma~ elétrico c mct ânil;:o. P;lra desenvolver uma teoria razoavelmente quanli-
tativa sem a confusão que se origina de dema.~i:1do.s detalhes, fizemos dive~_..~:; aprox.im:tçõcs
simplilicadums. No estudo das máquinr.s CA, supuscnlOS variõltf'ÕCS senoidais no tempo para

IV1atenal chron10n~ prawem m~torskun


CAPITULO 4 INTRODUÇÃO As MAOUINAS ROTATJVA$ 231

as 1ensões c correntes, e Olldas senoid,Lis espaciais para a den.sidadc de nuxo no entreferro e


FMM no entreferro. Ao examjnar a FMM produz.idn pelos enrolamentos CA dislribuídos.
constatamos que a comp01lCnte fundamental espacial é a mais impOrtante. Por outro lado. nas
máquinas CC. :t FMM do enrolamento de armadura aproxima·se mais de umn ond:t dente de
serra. Em nosso e~audo introdutório deste c.apftulo, entretanto. supusemos distribuições senoi·
dais de FMM para as máquinas CA e CC. Nós examinaremos essa suposição com mais pro.
fundidade para o caso de m:l<JUÍnas CC no Ca1>ítulo 7. Da lei de Famday. resulta a Equação
4.50 da tensão eficaz gerada no enrolamento de uma máquina CA. ou a Equação 4.53 da ten-
são média gerada entre as escovas de uma máquina CC.
Ao examinar a onda de FMM de um enrolamento trifásico, conslatamos que corrences
trifásicas equilibradas produzem um campo magnético de amplitude constante no entrefcrro
girando com velocidade síncrona. como mostrado na Fig. 4.3 1e Equação 4.39. A irnponância
desse fato não pode ser subestimada, porque significa que é JXlSSÍvel operar tais máquinas. tan·
to motores como geradores. sob condições de conjugado constante (e conseqüememente de
potência elétrica constante como está discutido no Apêndice A), eliminado-se o conjugado de
freqüência dobrada. variável no tempo. que inerentememe est.á associado às máquinas mono·
fásicas. Por exemplo, imagine um gerador monofásico de 60Hz e multimegawatts submetido
a uma pulsação instantfinea com muhinlegawaus de po«ência a 120 Hz! A descoberta dos cam-
pos ~,irantes levou à invenção do moror de indução, polif•lsico, simples, robusto, confi:.ível c de
))artida J)rópria, que sení analisado no Ülpítulo 6. (Um motor de indução monof(ISico não p:rr-
te so:o-.inho, ele necessita de um enrolamento auxiliar. como se mo.stnt no Capítulo 9.)
Em máquinas monofásicas. ou em m:Í<tuinas polifásicas que operam sob condições dcsc·
quilibradas. a componente girante parn trás da onda de FMM da annadura induz correntes c
perdas na estrutum do rotor. Assim, a operação de máquinas polifásicas sob condições cquili·
bradas eliminn não só a componente de segunda harmônica do conjugado gerado. mas também
elimina uma fonte significativa de perdas e aquecimento no rotor. Foi a invenç-ão de m:íquinas
polifásicas que operam sob condições equilibradas que tomou possível o projeto e a constru·
ção de ge1·adores sfncronos de grande porte com e.specificaçôes 1ào elevadas quamo I<XlO MV.
Depois de supor que os campos magnéticos têm uma distribuição se•loidalno entre ferro.
nós desenvolvemos e-ntão expressões para o conjugado mag.nérico. Uma imagem físic.a simples
da ptOOução de co1~ ugado é a de dois imüs. um no e.stator e outro no ro1or. como mostrado es-
quemtuieameme na Fig. 4.35n. O conjugado :.nua com sentido tal que os im3s tiquem alillha-
dos entre si. Para obtennos uma análise quantiuuiva rnzoavelrnente próxima. sem sennos ema-
ranhados pelos detalhes. assumimos um entre ferro uniforme c dcsprez.amos u relutância dos
caminhos magnéticos nas panes feitas de fe rro, com a obscrvaç.ão de que essa suposiçt10 pode·
ria não ser válida em todas as situações, sendo necessário um modelo mais detalhado.
Na S~ào 4.7. deduzimos expressõe.s para o conjugado magnélico sob dois pontos de
vista, ambos baseados nos princípios fundamenu:tis do Capflulo 3. O primeiro ponto de vista
considera u máquina como um conjunto de circuitos acoplados magneticamente, com indu·
tâncins que dependem da posição angular do rotor, c..'Omo na Seção 4.7 .I. O segundo conside·
ra u máquina do ponto de vista dos campos magnéticos no cntrcfcrro. como na Seção 4. 7.2.
Foi demonstrado que o conjugado pode ser expresso como sendo o produto do campO do CS·
tator pelo campo do rotor e pelo seno do ângulo entre seus eixos magnéticos, como na &1ua·
ção 4.73 ou em qualquer uma das rom1as desenvolvidas a panir da Equação 4.73. Os dois
pontos de \'ista são comt)lementares, e a capacidade de raciocinar em tennos de ambos é útil
p;.ua alcançar uma compreenS-~'lo de corno as máquinas operam.
Este capítulo tracou dos princípios básicos subjacentes à teoria das máquinas I'Otativas.
Em si. ele é obviamente incompleto. Muitas questões pcnnaneccm sem reSI>OSl as. Como apli·
camos esses princípios à dctcnninaç;.io d~IS características das mÓ(IUinas síncronas, de indução

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2~ 2 M ÁQUINAS ELÊTRr<;AS

e de çorrcnte contfnua'! Quais são ulgun.s dos problemas práticos que surgem com o uso de fcr·
ro c cobre e do isolamento nas máquinas reais? Quais são algumas dns considerações econô-
micas e de engenharia que oremm as aplic,•çõcs de máquinas elétric-as'! Qunis são os f:'1torc-s fí-
sicos que limitam as condições sob as quais uma máquina pode operar con1sucesso? O Apên-
dice D discute alguns desses problemas. Em conjunto. o Capítulo 4 c o Apêndice D servem de
introduÇ"Jo aos lratamemos mais delálhados das máquinas rotativa.; nos próximos callitulos.

4.12 PROBLEMAS
4.1 O rotor de Uln gerador síncrono de seis pólos está gimndo na velocidade mec:lnica de
1200 rpm.
a. Expresse essa velocidade mec.ânita em radianos por segundo.
b. Qual é a freqüência, em herrze em radianos por segundo. da tensão gemda?
c. Que velocidade mecânica. em rotações por minuto. é necessária para gerar tensão
na fre<1üência de 50Hz?
4.2 A tensão gerada em uma fase de um gerador sinci'Ono lrifiisico a vazio é da forma
v( I) = V0 cosa.v. Escreva expressões para. a 1ensão nas dua.s fases restantes.
4.3 Um motor trifásico é usado paro. acionar uma bomba. Obser\'~'HiC (pelo uso de u•n es-
troboscópio) que a velocidade do m<Mor diminui de 898 rpm. quando a bomba está sem
curga. par.:t 830 rpm. quando a bomba está com carga.
a. E.~e motor é síncrono ou de indução?
b. Estime a freqüência da tensão de annadum nplicadn em hen-z..
c. Quantos pólos temesse motor'!
4.4 O obj clivo deste ptoblcma I! ilusuar como os enrolamento-s de certas máqu i na~. isto é,
m:.lquinas CC. podem ser rcprcsenwdas aproximnd:l•nentc por películas uniformes de
C.."()rrente, sendo que o grau de c.otreSJ>Ondência melhora à medida que o enrolamento é
distl'ibufdo emre um número maior de ranhuras ao longo da perife ria da :trrnadura.
Com esse propósito. considere uma annadurn com oiw ranhuras di!ôltl'ibufdas unifor·
me mente ao longo de 360 grau.o; e lélficos (corresponde ndo a um par de pólos). O cn-
lrt"l'erro tem c.omptime-nto unifOJ'IllC, as abcnuras das ranhurns são muito p..:<1ucnu~. e
;"L relutância do ferro é desprezível.
F'aça um desenho de 360 graus clétri<."'S da nrmadura tom suas r.:mhuras em formo.l
desenvolvida. como na Fig. 4.23a. e numere as ranhuras de I a 8 da esquerda para a di·
rei ta. O enrolamento consiste em oito bobinas de espim única. cada uma conduzindo
uma corre me contínua de IOA. Os lados de bobimt colocados em <lu<"~ Iquer urna das ra-
nhuras I a 4 conduzem corren1e para dc111ro do papel, e as colocadas em qualquer uma
das r;:mhun:b\i 5 a 8 conduzem coJTCnte para fora do i>=•l:>el.
a. Considere que todas as oito bobinas são colocadas com um l ~1d o nu ranhura I c o
outro. na ranhura 5. As demais ranhuras estão v<U.ias. De~e-nhe a onda de FMM re-
Hulgular ptoduzida por essas ranhuras.
b. A seguir. considere que quatro bobinas rêm um lado n.a ranhura I e o outro, na mnhu-
ra 5, ao pa);SO que as quatro bobinas restames têm um lado na ranhura 3 c o outro. na
ranhura 7. Desenhe as componentes das ondas de FMM produ:;r..idas por cada grupo
de bobinas. e sobrepo,lha as compo11entes para ob(er a onda de F'MM resuhantc.
c. Agora considere que duns bobinas SJ;1o colocadas nas mnhur.u; I e 5. du:l.~ nas ranhu-
ras 2 e 6. dua;; em 3 c 7. e duas em 4 e 8. Novarnerne, sobreponha as ondas ret:lngu-
htrcs componenres para produzir a onda n."'S ultanre-. Observe que a tarefn pode ser

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CAPfnJtO 4 INTAOO<J<;ÃO ÀS MÃO<JtNA$ RoTATIVAS 233

sistematizada c simplificada verificando que a onda de FMM é simétrica em rela·


ção a seu eixo c apresenta um dcgr.tu em cada ranhura. diretamenre proporcional ao
número de nmpêrcs-condutorcs na ranhura.
d. Sejn agora que a annadurtt consista em 16 ranhuras por 360 graus e létricos com um
lado de bobina por ranhura. Desenhe a onda de FMM resultante.
4.5 Uma máquina CA trifás ica ligada em Y está operando inicialmente sob cond ições
equilibradas quando um dos enrolamentos de fase torna-se um circuito abeno. Como
nJo há conexão de neutro no enrolamento. isso exige que as corrcnrcs nos dois enrola-
mentos restantes wrnem-se iguais e opos1as. Sob essa condição. calcule os valores re-
lativos das o ndas resuhanté-S d e FMM progressivas positiva c negativa.
4.6 Qual é o efeito sobre as ondas girantes de FMM c de Ouxo de um enrolamento trifási-
co produzidas por corremes u·ifásicas equilibradas se duas das conex.(ICS de fase são
pemtUladas'?
4.7 Em uma máquina bifásica equilibmda, os dois enrolamen1os es1ão deslocados de 90
graus elétricos no espaço. c as correntes nos dois enrolamemos estão defasadas de 90
graus elétricos no tempo. Para essa máquina. desenvolva urn raciocínio que leve à
C(Juação da onda de FMM girante. correspondente à Equação 4.39 (que roi dcdu7.ida
para o caso de uma máquina trifásica).
4.8 Esse problema inves1iga as vantagens de ettcuna.r o passo das bobinas de estator de
uma máquina CA. A Fig. 4.43a mos1ra uma única bobina de passo ple-no em uma má-
quina de dois pólos. A Fig. 4.43b mostra uma bobina de passo encurtado para a qual
os lados da bobina estão afastados de Pradianos. ao invés de Tr radianos ( 180"), como
no caso da bobina de passo pleno.
Pam uma distribuição de nuxo radial no cntrefcm.1 da fonna
Br =L 8" COS nO
lt in'lput

onde, = I corre..c;po1lde à hamtônica fundamental espacial. u = 3 corresponde à cercei-


m harmõnic.a. e assim por diante, o nuxo concatenado de cada bobina é a intcgrnl de
8 , sobre u superfície abrangida por aqueh1bobina. Assim, paro a n-ésirna harmôrtic-a
espacial. a ra:t.ão entre o nuxo conc:uenado enáxirno d;:. bobina de pas~o encunado e o
da bobina de passo pleno é
tJ;'i, 8, cos 11/J dO = t~;, cos 118 dO = lsen(11/!/2)1
J:.1212 B, cos nOdO J:ttJ 12
lcos nOdO
É comum, por exemplo. encunar o pa~so das bobinas de uma máquina CAem 30
= = =
graus elétricos ({J 51116 150'). Para 11 I. 3. 5. calcule a redução fracionária no llu·
xo concatenado devida ao encunamento do p:Lc;so.
4.9 Unl;:. ntáquina síncrona de seis pólos e 60 Hz tem um cnrolamemo de r<uor com um to-
tal de 138 espiras em $Crie e um fator de enrolamento k, = 0,935. O comprimento do ro-
tor é l ,97 m. o raio do rotor é 58 em c o comprimento do entre rerro é igual a 3.15 em.
a. QuaJ é a velocidade nominal de operação em rpm'!
b. Calcule a corrente no enrolarnemo do rotor que é nocc-ssária p.1rn se obter uma com-
ponente fundamental de pico de 1,23 T de densidade de fl uxo no entrefcrro?
c. Calcule o nuxo correspondente por pólo.
4. 10 Suponha que um enrolame1HO de fase da rndquina sfnerona do Problema 4,9 seja
uma bobina de passo pleno. l i espiras por par de pólos. com as bobinas conectadas
em série para fonnar o enrolamento de fase. Se a máquina estiver operando na ve lo~

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234 MÁQUIKA.S E LéTRICAS

<a) (h)

FIGURA 4.43 Problema 4.8: (a) bobina de passo pleno e (b) bobina de passo encurtado.

cidade nominal e sob as condições de operação do Problema 4.9. calcule a tensão


elicaz. gerada por rase.
4. 11 A máquina sí1lcrona do Problema 4.9 tern um enrolamento triflísico com 45 espinas em
série por rase e um fator de enrolamento de kcw :::: 0,928. Para as condições de nuxo e
\'elocidade nonli1l al do Problema 4.9. calcule a 1ensão eficaz gernd::. por fase.
4.12 A máquina sfncrona trif6sica do Problema 4.9 deve ser transferida para uma aplicação on-
de é necessário que a frct&tiêm:ia de opc.ração seja n:du;:-.ida de 60 p<•m 50Hz. Es.~~· ::.plica.
ç.ão n.~1 uer que. para as condições de opemção considemdas no Problema 4.9. a tensão efi.
caz.de linha gerada seja de 13,0 Ir:.V. Como res-ultado. os enrolarnen1os da annadum da má·
quina deve.m liel' refeitos com um número diferente de e.~J)i ras. Supondo Uln fato!' de CO·
rolamento de ktnr = 0.928. calcule o número necessário de espiras em série por rase.
4. 13 A Fig. 4.44 mostra um rotor de dois pólos que gim dentro de um cslator uniforme que
aloja uma bobina de li Oespiras. O rotor produz uma distribuição senoidal CSJ>acial de
nuxo na st•perfície do estator. sendo que o valor de pico da onda de densidade de nu.
xo é igual a 0.85 T quando a corrente do rOlOI' é 15 A. O circuito magnético é linear. O
diãmefro intemo do estator é l i em e seu comptil'llelliOaxial é O, 17 m. O rotor é acio-
nado a uma velocidade de 50 I'Otações pot segu11do.
a. O rocor é excitado por uma corrente de 15 A. Tomando o tempO :tcro como sendo o
i nstante em que o eixo do r01or está na venical, encontte a expressão da tensão ins-
tantânea gcradn n;. bobina. em circuito aberto, do estator.
b. O rotor é excitado agora por uma co!'rente alte~'llada senoidal de 50 Hz cujo valor de
pico é 15 A. Conseqüentemente, a corrente no rotor é invertida a cada meia revolu·
çiio. Ela é si ncronizada para estar em seu máximo <1uando o eix.o do roto r está na
vertical (isto 6. <1oando fica alinhado com o eixo da bobina do cstutor). Tomando o
tempo zero corno sendo o i nstante em que o eixo do rotor está na vertical . cneomre
a cxptessão para a tensão instantânea gerada na bobina. em citcuiro aberto, do esta·
tOI'. Esse esquema é sugerido algumas vezes como sendo um gerador CC sem co-
mutador. A idéia é de que se os semiciclos alternados da tensão alternada gerada na
pane (a) forem invenidos pela inversão de polaridade do enrolamento de campo
(rotor). então uma tensão pulsada CC será gerada no cstator. Discuta se esse csquc·
ma irá ou não funcionar.
4.14 Um enrolamento trifásico de dois pólos é excitado por correntes trifásicas equilibradas
de 60Hz., descritas pelas Equ:JÇ{>eS 4.23 a 4.25. Embora a distribuição de en,·olamemos

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CAPiTULO 4 INTRODUÇÃO As M ÁQUINAS ROTATIVAS 235

L..ados da bobina
docstutor

FIGURA 4.44 Gerador elementar do Problema 4.13.

tenha sido projetada parJ minimizar as hannônic.os, ainda há uma certa quantidade de
terceira e quinra hannônicas espaciais. Assim, :1 F'MM da fase o pode ser escrita como
:F, =;
3 (/\ 1 cosOà + A3 cos 30, + Ascos: SOa)
expressões similares podem ser escritas para as fases b (subslituir 9:0 por 8:0 - 120") e(.'
(sub<lituír 11. por 11. + 12<Y'J . C"lcule " FMM total das três fases. Qual é a velocidade
:mgular c o sentido de rotação de cada componente da F'MM?
4.15 A placa de um gerador CC indica que ele irá produ1..ir wna tensão de safda de 24 V CC
quando ror operado a uma velocidade de 1200 rpm. De quanto o número de espiras da
armadura deve ser alterado de modo que, para o mesmo fluxo de campo por pólo. o gc·
rador produ1,.a uma tensão de safda de 18 V CC a uma velocidade de 1400 rpm?
4.16 A armadura de um gerador CC de dois pólos 1em um tOial de 320 espiras em série.
Quando operado a uma velocidade de 1800 rpm. a tensão gerada. em circuito abeno.
é 240 V. Calcule <1>,. o !luxo de entre ferro J>Or pólo.
4.17 O projeto de um motor de índução trífásíco de quatro pólo.;, 230 V e (1() Hz, deve se ba-
sc:ar em um núcleo de estntor de 21 em de comprimento e 9.52 em de diâmeuo i me r.
no. A distribuição de enrolamento escolhida para o esuuor tem um f:;Hor de cnrol:.uncn·
to de kw = 0.925. A armadura deve ser ligada em Y c. portanto. a tensão nominal de fa-
se será 23Q/ ./:i v.
a. O projetista deve selecionar o número de c-spims da am1adura de modo <IUC a densi-
dade de nuxo na máquina seja elevada o sulicicrne paw fazer uso eficiente do ma-
tcrioJ magnéti<."' sem ser demasiadamente elevada resultando uma s•uumçào exces.
siva. Para atingir esse objc1ivo, a m:íquina deve ser projetada com um comrx>ncme
fundamcnt:tl de densidade de nuxo de pico de 1.25 T no entre ferro. Cah:ulc o mí-
mcro necessário de espiras em série por fase.
b. Para um entre ferro de 0,3 mm de comprimento. calcule a indutância própria de uma
fase de annadura baseruldo-se no resuhado da parte (a) e u!>ando as fórmulas de in·
dutância do Apêndice 13. Despreze a relutância do ferro do rotor e do cstator e ::. in·
dutância de dispersão da armadura.
4.18 Um gerudor síncrono trifásico de dois pólos c 60 Hz., paro ser usado em Juboratório.
tem um mio de rotor de 5,71 em. um comprimento de rotor de 18.0 c1n e um compri·
menu>de entrefe.rro de 0,25 mm. O enrolamento de campo do rmor consiste em 264
espiras com um fator de enrolamento de k, = 0,95. O enrolamento de am1adum.ligado
em Y. consiste em 45 espiras por fase. com um f mor de enrolamento de kfl>, :::: 0.93.

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236 MAQUINAS EL~llUCAS

a. Calcule o fluxo por J>ólo e a componente fundnmentaJ da densidade de nux.o de pi·


co no entreferro do qual resuhará uma tensn.o de annadum. em circuito abcno. de
60Hz e umo te.n.são eficaz de fase de 120 V por fase.
b. Calcule a corrente CC de campo neces$ária para se obter as condiçt>es de operoçJo
da parte (a).
c. Cakule o valor de pico da indut:Jncia rnútua entre o enrolamento de campo c o cn·
rolamento de fase da armadura.
~4.19 Escreva um script de MATLAB que calc-ula o número 101al de espiras em sé-rie dos en-
rolamentos de campo e de armadura necessárias para um motor síncrono trir<ísico. l i·
gado em Y. As seguintes informações são dadas:
Raio do rotor. R (metros) Comprimento do roto r./ (metros)
Comprimento do entre ferro. g (metros) Número de pólos. pólos
Freqüência elétrica.h Fundamental da densidade de fluxo
de pico no entreferro, Bro:.,
Fator de enrolamento do campo, k1 Fator de enrolamento da armadura. k_
Tcnsiio de l inha eficaz nominaJde ~ennim11 c em circuito abcno. V.omon..l
Corrente de campo com tensão nominal de temlinal. em ci i"Cuito aberto. 1,
4.20 Um gerador síncrono de quatro pólos e 60Hz tem um comprimento de rotor de 5.2 m. um
diâme1ro de 1.24 me um t."'mprirnemo de cmrcferro de 5,9 em. O cnrolame•uo do rotor
consiSte em uma conexão em série de 63 espiras por pólo comum fator de enrolarneruo de
k, = 0.9 1. O valor de pico da fundrune-ntal da densidade de nuxo oo entrefcrro está limitada
a 1.1 Te a corrente de en.rolarnemo do rotor. a 2700A. Calcule os \':llorcs máximos do con-
jugado (N.m) e da saída de po<ência (MW) que podem ser fornecidos por essa máquina.
4.21 Razões de ordem térmica limitam a corrente de campo do gerador síncrono do Proble-
ma 4.18, usado em laboratório. a um valor máximo de 2.4 A. Se a componente funda-
mental de densidade de fluxo de pico no cntrefcrro csti\'er li miwda a um máximo de
1.3 T. calc.ule os vaJores máximos do conjugado (N.m)eda potência ( k\V) qtrc podem
ser produzidos por esse gerador.
4.22 A Fig. 4.45 mostro em seção lmnsYcn;al uma mátluin<l que tem um enrolamento de ro.
tOr f e dois enrolamentos idêmicos de es1ator a e b cujos ei)(os estão em quadr:uurn. A
indutância própl'ia de cada enrolarnemo de esmror é L-. e do roror é L,ç. O entreferro é
unifonnc. A indutfincia mllwa erUI'C um par de enrolamentos do estator depende da po~
s iç:lo angular do rotor e pode-se assumir como sendo da fonnn
M:ar = M cosOo Mbr = M sen ~,
onde M é o valor máximo da indutância mútua. A resistência de cada enrolame1HOde
estator é R•.
:a. Deduza uma expressão geral p:ara o conjugado Tem 1ennos do ângulo 80 , dos pilrâ·
metros de i ndutância c das correntes instantfmeas (•• ib c ir. Essa cxprcssiio apl ica-se:
quando o rotor csuí em repouso? Quando ele está girando?
b. Suponha que o rotoresteja estacionário e c-orrentes cootfnuas constantes I~ = fo- I., = lu
e Ir= 2/0 sejam aplicadas aos enrolamemos nos sentidos i•xlicados pelos pomos e cru-
zes na Fig. 4.45. Se for permitido que o rotor entre em movimento. ir.í ele girarconti-
nuumcnte ou tenderá a entrar em repOuso? Neste tíllimo caso, em que vnlor de ft?
c. O enrolamento de rotor é excitado agom por uma corrente contínua cons1antc 11 ao
passo que os enrolamentos do cstator conduzem correntes bif(LSicas cquilibradus

ia= h1 3 COSWI io = ./2/asentvt

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CAPiTULO 4 INTAOOUÇÃO As M ÃOUINAS ROTATIVAS 237

-.
F..stator

FIGURA 4.45 Maquina sincrona elementar bifásica de ro.:oc cilfndrico do Problema 4.22.

O I'OlOT está gitando na velocidade sfntr()na de modo que Sml pOsiçüo ::.ngul:lr i1lS·
tamilnea é dada por 90 = (1)1- ê. onde ôé o ângulo de fase que descreve a posição do
rotor em 1 =O. Trata-se de uma máqui na elemeJltar sfncrona bifásica. Deduza uma
expressão para o conjugado sob essas COildições.
d. Para as condi\-"ÕCS da parte (c). deduza uma expressão para as tensões instant5ncas
de terminal dns fases a c b do cstator.
4.23 Considere a máquina síncrona bifásica do Problema 4.22. Deduza uma expressão pa-
r.t o conjugado que atua sobre o ro tor se esse esliver girando a uma velocidade angular
constante, 1al que 90 = CIJI + ó, e as corre•ues comam-se desequilibradas de modo que
ia= .fílacoswr ib = .fíua + l ')sen wr

Quais são os conjugados instantâneo e médio. no tempo. sob essas condições'?


4.24 A Fig. 4.46 mosws. em seção transversal esc:1uemátic.a, uma múquina síntrom·t de pó~
los salientes que tem dois cnrolnmcntos de cstator idênticos a e b sobre um mícleo de
chapas de aço. O rotor de pólos salientes é feito de aço c tem um enrolumento de cam-
pO f conectado aos anéis coletores.
Devido ao emrefe.rt·o não uniforme., a~ indUiãncias próprias e mútua são fu nções da
posição angular 8() do r01or. Sua variação com 80 1xxte ser aproximada por:
L,, = Lo + L zcos 21Jo Lbb = Lo - L, cos 21Jo M,b = L, scn U/o

onde Lo e Ll são constantes positivas. A indutância mútua entre os cnrol:unentos do ro-


tor c do cstator são funções de. ~~
M 3 r = M cos~ Mbf = M senO.:,

onde M é também uma constante positiva. A indutância própria do enrolamento de


campo. /"'rf, é constante, independente de 6~
Considere a condiç~o de operação em que o enrolame-mo de c.ampo é excitado por
corre me condnua Ire os enrolamentos do estator são conectados a uma fonte de tensão
bifásica equilibrada de freqüência ro. Com o rotor girando na velocidade síncrona, sun
posição será dada por e.=
(J}f.

Com essa condição de operação. as correntes do cstator serão da fonn~•


i 11 = h t. cos(wt +.5) ;b = ../i.tascn(wJ +ô)

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238 M ÃOUINAS ELéTRICAS

FtGURA 4.46 Máquina slncrona esquemática bifásica de pólos salientes do PrOblema 4.24.

a. Deduza uma expressão parn o conjugado eletromagnético que atua sobre o rotor.
b. A máquina pode ser opcmda como um motor e/ou um gerador'! E..xplique.
c. A máquina conlinuará a funcio nar se acorrente de campo /f ror reduzida a zero?
Fundarneme s·ua resposta com u1na expressüo para o conjugado e uma explicação de
por que tal opcro.•ção é ou n5o possível.
4.25 Um motor trift1Si(.."' CA linear tem um enrolamento de annadum de comprime nto de
onda igual a 25 em. Um conjunto cquilibmdo trifásico de correntes à frc<1Uência de I00
Hz é aplicado à armadura.
a. Calcule a velocidade linear da onda de FMM de armadura.
b. Para o caso de um tnotor síncrono, calcule a velocidade linear do r01or.
c. Para o caso de um motor de indução opc:mndo com um escorregamento de 0.()45.
calcule ~l velocidade linear do rotor.
4.26 A annadura do motor linear do Problema 4.25 tem um comprimento ativo total de 7
comprimentos de onda. com um total de 280 espiras por fase e um fator de cnrolamcn·
10 kf:"' = 0,9 1. Para urn comprimento de entreferro de 0.93 em. calcule o valor eficaz
das cOITérues trifásica~ equilibradas, que devem se-r· fornecidas à annadura. para se ob-
ter uma componente fu ndamental espacial de densidade de nuxo de pico de 1.45 T.
4.27 Um motor sfncrono line-3r bifásico de imã pennanemc tem um comprimento de cntrercr·
rode I.O mm, um comprirnento de onda de 12 em e uma largura de pólo de 4 em. Oro-
tor tem uma extensão de 5 comprimentos de onda. Os imfLS pcnnancntcs no rotor estão
dispostos de modo a produzir uma distribuição de 11\rxo magnéti<.'O no cntrcfcrrQ CJUé é
unironnc sobre a lnrgum do pólo mas <1ue varia scnoidalmente no esp.-.ço segur\do a di·
rcçãO do movimento do rotor. A densidade de nuxo desse lluxo de entreferro é 0.97 T.
a. Calcule o nuxo líquido por pólo.
b. c~~da rase da annadura consiste e m lO espiras por pólo. com todos. os pólo.'> ligados.
em série. Supondo que o enrolamento da armadura se estenda por muitos cornpri·
mcmos. de onda além de ambas as extremidades do rotor, calcule o lluxo concate-
nado do enrolamento da armadura.
c. Se o rotor estiver se deslocando a uma velocidade de 6.3 mls. calcule a tensão efi·
caz induzida no enrolamento da armadura.

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CAPITULO

Máquinas Síncronas
omo vimos na Seção 4.2. 1. uma m:íquina sínc-rona, em condições de regime pc.rmancntc,
C é uma máquina CA cuja velocidade é proporcional à freqUência da corre1UCde sua anna.
dum. O rotor. ju01amente com o campo magnético criado pela corren1e CC do campo do 1'0·
10r, gira na rnesrna velocidade ou ern s-incronis-mo com o C<lmpo rn:..gnélico gin:ante, produz.i-
do pelas corremes de armadura. resultando um conjugado const~•nte. Urnn imltgern elementar
de como urna máquina ;:;íncroml funciona foi dada mt Seção 4.2.1, com ênfase na produção de
conjugado e1n tem1os das interações entre os campos magnéticos da máquina.
Métodos analflicos para examinar o desempenho, em regime permanente. das m:iqui-
nas sfnc-ronas polifásicas serão desenvol,•idos neste capítulo. Uma considel'ação inicial se-
rá dada às máquinas de r01or cilíndrico: os efeitos dos pólos salientes serão discutidos nas
Seções 5.6 e 5. 7.

5.1 INTRODUÇÃO ÀS MÁQUINAS SÍNCRONAS POLIFÁSICAS


Como i nd i C~ldO na Seção 4.2. 1, 01na máquina síncrona é aquela na qual uma correnh! altema-
da nui no enrolamento de ann:Jduro c uma excitação CC é fornecida ao enrolamento de cam-
1)0. O enrolamemo de camJ)O est::'i quase invariavelmeme 110 estator e usuahnente é trifásico.
como foi discutido no Capitulo 4. O enrolamento de c-ampo está no rotor. A construção de um
roto r c ilíndrico. mostrada nas Figs. 4. 1Oe 4. 11, é usada para turbogeradores de dois e q uatro
pólos. A construção com pólos salientes. mostr.tda na Fig. 4.9. é melhor adaptada aos gerado-
res muiLipOiares hidrelétricos de baix ~• velocidade, e à maioria dos motores s íncronos. A pO-
tênç ia CC necessária à excitação- aproximadamente um a alguns pOucos pOr cento dos val o-
res nominais da máquina síncrona- é fo rnecida pelo sist~nw de excita(.'ào.
Em máquinas mais a ntigas.~· corrente de excitação era fornecida tipicamente por
meio de tmPis coletores (Ou desli:mue.s) r• parti r de umu máquinu CC. conhecida como e.x-
citatriz que freqUentemente el'a mo,u ada no mesmo ei xo que a máquina síncrona. Em sis-
temas m ais moden1os. a excitação é fol'necida a partil' de excit:nrizes CA e reti ficadores
de estado sólido (tanto pontes s imples a diodos como reti ficadores de fase controlada).
Em ulguns casos, n rctilicnç.ã o ocorre na pane eswc i o n ári:~ da máquina, e r• corrente de ex-
ci tação é fornecida ao rOLor por meio de anéis coletores. Em outros s istem:'I.S. conhecidos
como .si:rtemwr de e:rcitaçâa sem escovtlS, o ahcrnudor dn cxciUalrit CA está no rotor, ns-
sim como o sistema de retificação, e a corrente é fon1ecida diretamente ao enrolamento de
campo sem a necessidade de anéis coletores. Um si stema desse tipo está descrito no
Apêndice O.

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240 MÃOUINAS E L.ÊTRICAS

Como foi discmido no Capítulo 4, um gerador síncrono simples. quando fornece potên-
cia a u~ impedãncia de carga. está awando como uma fonte de tensão cuja freqüência é de·
tcnninada pela velocidade do seu acionador mecânico primário (ou máquilra molriz). como
pode ser visto na Equação 4.2. Das Equações 4.42. 4.44 e 4.50. n amplitude dn tcnstto gcmd:1
é proporcional à freq üência e à correme de campo. A cotrerue e o f<uor de potência s5o cntilo
decenninados pelo cxcitaç.ão do campo do gerador e pe-las impedâncias do gerodor e da catgn.
Os geradores síncronos podem facilmente opetar em paralelo. De raro. os sistemas de
fornecimento de energia elétrica dos países industriali7.ados têmtipic;;unente-dezenas, ou rnes-
•no centenns, deles opcmndo em paralelo. São imerligados po•· milhares de quilômeuos de li-
nhas de tmnsmissão c fornecem energia elétrica a c-arga~ espalhadas por :.1reas de-muitos mi-
lhnrcs de <tuilômetros quadrados. Esses sistemas imensos cre.~eram rnc,smo que tenha sido
necessário proj etá-los de modo que o sincronismo seja mantido depoi.o; da OCOI'I'êtlcia de per-
turbações ou problemas. sejam técnicos ou administrativos. os quajs de\•em ser resolvidos pa-
ra se poder coordenar a operação de 1ais sistemas complexos. constituídos por máquinas e
pessoas. As principais razões. para o uso desse.~ siste-mas interl igados, estfio nu conliabilida-
de de manutenção c na economia de investimentos, oblida na planta e nos custos de opcrt1ç!io.
Quando um gerador síncrono é conectado a um sistema intetligado de grnndc pOrte.
contendo muitos outros geradores síncronos, a lensão e a freqUência enl seus temlinais de ar-
madura São fixadas de modo substancial pelo sistema. Como resultado, as corre•ucs de ar-
madura produzirão uma componente do campo magnético de emrderm, que gira na veloci-
dade síncrom• (Equação 4.41 ), delcrminada pela frcqOêocia elétrica/c do sistema. Corno foi
discutido no Capítulo 4. p:tra produzir um conjugado c letromocãnico unidirecional e cons-
tame, os campos do cst.uor e do rotor devem girar na mesma velocidade e, ponanto. o ro1or·
deve estar girando precisamente na velocidade síncrona. Como um gerador qualquer indi\•i-
duaJ representa uma pequena fração da geração tocai de (O<fo o sistemn, ele niio pode afetar
de formn sig.niticmiva a1ens!fo ou i\ freqi.iênciado sistemu. Assim. freqi.icntcmcnte é Util. ao
se estudar o componamemo de um gerador ou de um grupo deles. representar o restante do
sistema como sendo urna fonte de freqi.lência e tensão constantes. comumente referida como
bt1rrt1memo infinilo.
MuiltlS caractcríscicas importantes do componarncnto da máquina sírlCrona p<XICI'h ser
compreendidas a partir da análise de uma tínica máquina conectada a um barramento in linito.
O componamemo em regime pe-rmanente de uma máquina síncrona pode ser visualiz.ado em
termos da equação de conjugado. Da Ec.w ação 4.81 . fazendo alterações de notação ápropria-
das à teoria das máquinas sfncrorl as. vem

T = "2 (pólos)z
- - <I>,F,sen 8,e
2 (5.1)
onde
<l>R = fluxo resultante por pólo no entreferro
Fr = FM M do cnrolamemo CC de campo8
óJW =ângulo de fase elétrica entre os eixos magnéticos de <f>R c F,
O sinal negati\'Oda &luação 4.8 1 foi omitido, mas fica subentendido que o eonjug3do ele·
cromecânico atua segundo um sentido tal que os campos intera1ivos sUo ulinhados entre .si. Em
uma operação nom1a l. em regime J)enn;mente. o conjugado eletromedlnico contrabalança o
conjugado mt.-cânico aplicado ao eixo. Em um gemdor, o conjugado da fOI'Ç-a motriz do aciona-

• N. de T.: Lt-mbi"J.ndO. n:as ec1uaçõcs. os sul:lscritos rcf~rcllttll ac>c:ampQ ~~erio indM.:I!Kiol§ pela lt:uajde jit'ltl (<::uupo, em inglts).
~os refcrtntl':'l :lll Ouxode di!1pel'$l)o. pela ktra I de IN1J.u,s:~ (ditpc-n;ão, em ingl~s}.

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CAPiTULO 5 MAQUINAS SiNCAONAS 241

dor •nec.ânico primário :uua no sem ido de rotação do rmor. impulsioMndo a onda de FMM do
roror à frente do flux.o de enueferro resultante. O conjugado cleltOmecânico opõc·se cmão à ro·
mção. A siiU.ação oposta ocom: em um motor síncrono, em que o conjugado cfctromecânico :lt·
ua no sentido d<it n>taçiio. opondo·se uo conjugado n:sistcnte da carga mecânica sobre o eixo.
Variações no conjugado clctromcc.ânico resultam em variações correspondentes llO,;,.
guio de conjugado, ~F" como se vê rw Equação 5.1. Essa relação esrá mostrada nn fonna de
uma curwt conjugado X ângulo na Fig. 5. 1, onde a corrente de c-amr>o ( FMM de rmor) e o Ou·
xo resuhame no emrefe,·ro são considerados corlSIMie-s. Valores posilivos de conjugado repre·
senram ação geradora. correspondendo a vaJores 1>0si1ivos de <\, para os quais a onda de
FMM do roror está adiamada em relação ao fluxo resultante de e-ntreferro.
À medida que aumenta o conjugado da força motriz. do acionador mec.fi1lico, o valor de
ó.tF deve crescer a1é que o conjugado eletromecànico co•nrabalance o conjugado do eixo. Na
verdade-, o processo de ajustamenro é dinâmico exigindo uma variação na velocidade l'ncdini·
ca do rotor, (IUC tipicamente se faz a<.'Ompanhar de uma oscilaçüo mecânica amortecido do ro·
tor em tomo de seu novo ângulo de conjugado de regime pcnnancntc. Essa oscilação é referi·
da como transitório de ttjustamemo, • Em uma máquina rcaJ submetida tl esse trunsitório. pO-
dem ocorrer também algumas alterações na amplitude da densidade do tlux.o resultante c na
amplitude da onda de FMM do enrolamento de C'lmpo, Elas são devidas a diversos fatores tais
como os efeitos de saturação, o efeito da impedilncia de dispersão da máquina, a resposta do
sistema de excitoç.ão da m~1ui n a. e assim por diante. Pam enrmizar os princípios fundamentais
da operaç3o das máquinas sfncronas, tais efeitos se-rão de,spl'ezados na presente discussão.
No laboratório, após uma alteração de carga. o ajustamento do rotor a uma nova posição
angular pode ser observado experimentalmenle quando o rotor da máquina é examinado com
uma luz esrrol:x:>sc-ópica, disparada a panir da tensão aplicada à armadura (tendo·se assim uma
freqüê-ncia de h11npejo que faz com que o rotOr dê a impressão de e.star es1acionário. quando
de raro ele está girando com sua freqüência síncrono. normal). Alternativ::lmeme. sensores ele·
Irônicos podem ser usados para determinar a posi~"io do cix.o em relação ao (juadro de refe.
rência síncrono, as~oci1tdo com a tensão do eslator. O sinal rc:mllanlc pode ser exibido crn um
oscilmcópio ou armazenado em um sistema de :.quisiç5o de dados.
Como p<XIc ser visto na Fig. 5.1. urn aumento no conjugado da força motriz res u ll~•rá
em um aumento correspondente no âr1gulo do conjugado. Quando Ós!F to•·na.se igual a 9()". o
corljugado eletromecânico alc-ança o seu v:1lor máximo. sendo conhecido corno conjugado

- 1 80'~ -9W

90" 18(1' ""'

FrGUAA 5.1 Caractetística de conjugado x ângulo.

• N. tJc 1'.: 1/tmliiiJ: lr(riiSirm. em inglês,

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242 MAOUINAS ELÉTRICAS

máxima em .sincronis mo.* Qualque.r aumemo adicional de conjugado da fo rça motriz niio
pode ser comrabalançado por um aumento cotrespondeme 110 conjugado eletromecânico sín~
crono. Com isso. resulta que o sincronismo não é mais mantido e o rotor é acclcr..Jdo. Esse
fe1tômeno é COJthecido corno f>erda tle sincronismo. Nessas condições. usualmente o ger;.tdor
é desligado do sistema elétrico externo pela operação autom:ítica de disjuntores c rapidamen 4

te a forçn motriz 6 dcsntivadu para evitar velocidades perigosamen1e elevadas. OMerve. a


p:1rtir da Equuç.iio 5.1, que o valor do conjugodo máximo em sincronismo t>Ode ser aumenta·
do cle\•ando--se tanto a corrente de campo corno o nuxo re$ultante de emrefcrro. No entanto.
isso não pode ser feito de forma ilimitada. A corrente de campo é limitada peln capacidade
de refrigcr.tção do enrolamento de campo. e o fl uxo de emrefcrro é limitado pela saturação
do ferro da máquina.
Corno vimo;;; na Fig. 5. 1. uma situação similar ocorre em urn m01or sfi'K:rono para o qu:tl
um aumemo de conjugado de carga no eixo. alétn do cotljugado máximo em sincronismo. fa -
rá com que o rotor perca o sincronismo e. de.ssa fomta. desacelere. Como um motor síncrono
desenvolve conjugado apenas na velocidade síncrona, a sua partida não pode ser feita simples-
mente aplicando tensões de ;mnadura com n freqüência nominal. Em alguns casos. uma estnt·
tura de gaiola de esquilo é inc luída no rotor. Dessa fonna, o motor pcxk: ammcar como se fos-
se um motor de indução e ser s i ncroni~'ldO quando estiver próximo da velocidade síncrona.

5.2 INDUTÂNCIAS DAS MÁQUINAS SÍNCRONAS; CIRCUITOS


EQUIVALENTES
Na Seção 5.1 , as características do ângulo de conjugado das máquinas síncronas foram des-
critas em 1ennos dos nux.os que interagem no entreferro e das ondas de FMM. O nosso pro-
p6sit<, ag<mt é d eduzir um circuito <.oquivolc ntc que represente as curnclerísticas de vohs-am·
pCres dos terminais em regime pet·maneme.
O esboço de um corte de uma máquina sincrona trifásica de rotor cilindrico está mos·
trad o esquematicamente na Fig. 5.2. A figura mostra uma m:íquina de dois pólos os quai s.

Eixo magnético
do rotor

-v,
FtGURA 5.2 Diagrama esquemático de uma máquina slncrona trifásica de rotor cilfndrico e
dois pólos.

"N. de T.: l"u/I•QIIt torqr1r. em i n~.

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CAPh'Ut.O 5 MAQUINAS S!NCFIONAS 243

alternativamente. podem ser considerados como sendo os dois pólos de uma máquina de
múltiplos pólos. O enrolamento trifásico da armadura no estator é do mesmo tipo que foi
usado rla discussão dos campos magnéticos girantes da Seção 4.5. As bobinas em', bb' e <·c'
representam enrolamentos distribuídos que produzem ondas senoidais de FMM e de densi·
dade de nuxo, no entreferro. Os sentidos de referência das correntes são mostrados por pon·
tos e cruzes. O enrolamento de campo f f no rotor representa também um enrolamento dis·
tribufdo que produz uma onda senoidal de FMM e de densidade de fl uxo centrada em seu
eixo magnético girando c.om o rotor.
Quando os fluxos conc-atenados das fases de armadura a. b. c e do enrolamento de cam-
po/são expressos em tennos de indutãncias e c.orremes como segue.
(5.2)

(5.3)
(5.4)

(5.5)

então as te nsões induzidas podem ser obtidas da lei de Faraday. Aqui. dois subscritos
iguais indicam uma indutância própria e dois subscritos distintos representam uma indu·
tância mútua entre os dois e nrolamentos. A letra C é usada para indicar que, e1n geral. am·
bas as indutãncias próprias e mútuas de uma máquina trifásica podem variar com o ângu·
lo do rotor. Isso é "isto. por exemplo. no Apêndice C.2, onde os efeitos dos pólos salien-
tes são analisados.
Antes de prosseguim1os, é ótil investigar a natureza da..; várias indutâncias. Cada uma
dessa..; indutàncias pode se-r expressa em tennos de constantes que podem ser calculadas a par·
tjr dos dados de projeto ou medidos por meio de ensaios feitos em uma máquina real.

5.2.1 Indutância Própr ia do Rotor


Com um cstalor cilíndrico. a indutância própria do enrolamento de c.ampo não depende da po·
siçHo do rotor Om. Nesse caso, os efeitos das harmônicas devidos às abcrturus das ranhur.ts do
estator são desprezados.
Assim.
C11 = L11 = Lrro + Ln (5.6)
onde o L em itálico é usado para indicar uma indutância que não depende de 8m. A componen·
te F ffO con-esponde àquela porção de .C~r devida à componente fu ndamental espacial de fl uxo
de entre fen-o. Essa componeme pode ser calculada a panir das dimensões do entreferro c dos
dados de enrolamemo, c-omo se mostra no Apêndice B. A compOnente adicional L11 é rcspOn·
sável pelo fluxo de djspe:rsão do eMolamento de campo.
Sob condições de transitórios ou de desequilíbrio, os nuxos conc-atenados dos enrola-
mentos. Equação 5.5, variam com o tempo e as ter1sões induzidas nos circuitos do rotor têm
um efeito importante sobre o desempenho da máquina. No eman1o. com correntes trifásicas
de armadura. o campo magnético de amplitude constame das correrue-s de armadura giram em
sincronismo com o rotor. Assim, os fluxos conc-atenados produzidos pelas corremes de arma-
dura não variam com o tempo c. ponamo, a tensão induzida no enrolrunento de campo é ze-
ro. Com uma tensão CC constante v, aplic-ada aos terminais do enrolamento de campo, a cor-
reme contínua de campo / 1 é dada pela lei de Ohm. / 1 = VIRe

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244 M ÁQUINAS ELETRICAS

5.2.2 lndutâncias Mútuas entre Estator e Rotor


As indutâncias mútuas entre cstator c ro tor \'ariam periodicamente com 8m. que é o ângulo
elétrico entre o eixo magnético do enrolamento de campo c o da fase a. <.."'mo está mostrado
na Fig. 5.2 c como foi definido pela Equação 4.54. Supondo que a FMM espacial c a dí.stri·
buição de nuxo no entre ferro sejam senoidais. a indutância mútua entre o cnrohuncnto de
carnpofe a fase a varia prope)rcionalmeme a Omc. Assim.
Cal = C.ra = L r 11 COS Om.: (5.7)
Expressões Similares aplicam·SC às fases b Cf, COm 8mt SubSLituído pOr 8Qot- 120" COlht + 12rf.
respcctivnmente. Aqui. a atenção será dad:1l1 fase a. A indutância 4.r pode scrcnlculadn como
se discute no Apêndice B.
Com o rowr gir::mdo na velocidade síncrona w. (Equação 4.40), o üngulo do rowr irá va-
riar segundo
(5.8)
onde <\é o ângulo do rocor no tempo 1 =O. Da Equação 4.54. tem-se
(5.9)

Aqui. ror= (póh)s/2)w~ é~~ freqUência elétrica e Ó.o é o àngulo elétrico do rotor no tempo r= O.
Assim. substituindo na Equação 5.7, obtém-se
c.,= c,= l_,,cos ("''' + 8"') (5.10)

5.2.3 lndutânclas do Estator; Indutância Slncrona


Em um rotor cilíndrico. :1 geometria do entreretro não dependerá de Om se OS efeitOS das r.t-
nhuras do rotor forem desprezados. Então, :1s indutãncias próprias do estator se-r ão constan-
tes. Assim.
(5.1 1)

o nde ~...o
é a componente de indul:'inc ia própri::a dcvidn :to nuxo fu ndnmcntal esp::adal de en-
tr eferro (Apêndice B) c L~ é a componente adicional devido\! ao Ouxo dispersivo de anmaduw
(veja a SeçãQ 4.10).
As i ndutâncias mútua..o; de ann<ldura, f~L'Ie-fase, podem ser encon1radas SuJXmdo-se que u
1
indutância mútua dependa exclusivamente do fluxo fundamental e-SI)acial de entrefeno. Da
.Equação B.28 do Apêndice B. vemos que a indutância m útua no cmrcfcrro de dois enrolamen-
tOS idênticos desloc:tdos de a gr.ms elétricos é igurtl à cornponeme de enlreferro de. suas indu-
l.ânci:L" próprias rnuh ip l i cad~l" I:X)r cos a. Assim, tomo as f uses de :mnadum C!!iliió deslocadas
de 120° gr..us elétricos e como (±12(f) =- !·os indutâncias mú1uas entre as fases deannadu-
ra ~o i,guuis e dadas por

(5. 12 )

1
C1.•mo ~~l n'ICnl e osçnfl)bnu:ntosd<! :tnll:li.IUI~r d:~' m:Í11uina:s reua~•(.Vft')'lruidó~ í;(rm $1Jbn.'flVlliÇ.âO lk (;a:scs (blot, (l(lf'\'Xk.sde
C'lttólament(l!' :·rdj3ttrtl~ éOIIII;Jl'r tti lhiu n ti llll'liiiW nenhur.b). há uma éon ll)l)lto."~Uc a.:lte.CX1a l de índuliinei~ múha entre a.~ rase~ qUi!
é de\·id:1 :111 Rux<1 d~ disl>eniiiu n:r r:u1hu.n.. l:t~l':r éornpoment~ é rela th-amcntc Jl"(.(UCna C' r: doeSfln':itad:r ua ma i(lria das antllb~

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CAPIT\JLO 5 M ÃOVINAS SfNOAONAS 245

Substituindo as Equações 5.11 e 5.12. das indurâncias pl'óprias e mlltuas, na express.1o


do lluxo concatenado da fase " (Equação 5.2). obtém-se

(5. 13)

Com correntes de annadura trifásicas em ectuihbrio (veja a Fig. 4.30 e as Equações 4.23
;·• 4.25), lt:rn-sc
;. + ib + ;~. = (} (5. 14)
ib +i~; = -i#. (5. 15)
A ~ubslituiçi:io da Equaç-ão 5. 15 na Squaç?!o 5. 13 dá
I
Àa = ( L~10 + L sl)i:• + 2Laaoi, + Lltfir

= (~L,., + L,.) i, + C,,;, (5.16)

É útil definit a indutli11ôa .'OÍIIçrQna L. como


3
L"' = 2L,.,{) + L :d (5.17)

e, ·~ssim.
(5.18)
Obser\'C <tuc a indutância síncron~• L, é a indutânâtl efelim \{fta pelafa.re a quamla tlmá-
quino está fimdorumdo em re,gime pemwneme e cm1dições trifásicas equilibtad{Lf. Ela é consti-
tuída por 1ri?s componcn1es. A primcir.t, LuJJ. é devida à '-''Omponcntc rundmncntal cspaciaJ do flu·
xo oonc.atenado próJ>I'io d:l fase a no e-ntl'efell\). A segunda. L,1• conhecido como i"dutândo tle dis-
persão. é devida à COilli>Onente de dispe.rsão do !luxo OOilCatcnndo da fnse ''·A rerceira componen-
!
te, L.,. é dcvidn ;:~os tlux.os concatenados da componente fundamental espacial do Ouxo de en-
trdcrro produ:tiOO pelas correntes nus fases b c c-. Sob condições trifásicas equilibradas. a~ corren-
tes das fn.ses b e c es1ão relncionadas com a corrcnlc da fase" segundo a Equação 5.15. Assim. a
indutfu1cia síncrona é uma indu1ância apan:ntc no S(~ntido de que ela ]e\':J em considcrnção o flu-
xo conc-<uenado da fase a em tennos; da corrent.:: dn fnse a. rnc~mo <1uc uma parte desse fluxo con-
catenado seja devido às correntes dns tà.c:e~ b e<:. Assim, e-.nbom n. indur!lncia síncrom• ::~pan..--ça co-
nlo indutância própria na Equação 5.18. e la não se limjta apenas à indutância própria da fase''·
O significado da indutância síncrona pode .ser apreciado mais profundamente refe-rindo-
se~~ discussão ~brt campoS rn:tgnétic..'Qs gir:mtcs da Seção 4.5.2. onde foi mostrado que. sob
condições de equilíbrio trifásico, as c::orrerues de ;mmtdurt• érium urnu onda de Ou.xo magnéti-
f
co girante no emreferro com módulo igual a ve1.es o módulo do lluxo devido apenas l• fase a,
sendo que a componente ~1dicional é dc\'idu às correntes dn...; fmK-s b c c. Isso corrc$pondc dirc-
lamcnlc 5 componente ~ Lttil) da indutância síncrona da Equação 5.17. Essa componente da in-
dutànci:t síncrona leva em consideração a componente fundamental cstxtcial total do nuxo con-
catenado da fnse tt llO erureferro. Esse tluxo é produzido pelas três corrcmcs de annadura em
condições trifásicas equilibradas.

5.2.4 Circuito Equivalente


A lensiio nos tenninais da fase a é a soma da queda de tensão Ri~> na resistência da annadura
e d;a tens!io induzid;t. A tensão er4 induzida pelo fluxo do cnrol ~mlCnto de campo (freqüente-
mente referida como a um.w1o gerada ou teu.win iutenw) pode ser obtid.:-t da derivadit, em re-

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246 M Aouln.-.5 ELETRICAS

Iação ao tempo. da Equação 5.1 8 na qual a corTente de armadura i, é igual a zero. Com /1 sen-
do a excitação CC do enrolamento de campo, a substituição da Equação 5.1 Odá
d .
eu=- (C,f/r) = -w,L,r/rsen (w,t + B"') (5.19)
dt
Usando a Equação S.l8, a lensão de lenninul pode ser expressa como
. dÀ,
11;. = Rala + -
dt

(5.20)

A tensão gemda e..r da Equação 5. 19 1em freqUência wc, que é igual à freqüência elétri-
c-a da tensão de terminal do gerador. Sua amplilude eficaz é dada por
w.,L,/r
E,, = ./i (5.21)

Sob essa condição de operação síncrona. 1odas as grandezas de armadura da máquina


(corrente e lluxo concatenado) também irão variar de forma senoidal no tempo com a fre·
qüência m<. Desse modo, podemos escrever as equações acima em termos de suas amplitudes
complexas efic-a1..es. Da Equação 5.19, podemos escrever a amplitude complexa eficaz da ten-
são gerada como
- . (""L, Ir) i&..
Ê.r -J ./i e (5.22)

Do mesmo modo. a equação de cenninal, Equação 5.20. pode ser escrita em termos de
amplitudes complexas eficazes como
11, = R,l, + jX,l, + Êot (5.23)
onde X~ = meL. é conhecida como remânda .Jtncmntt.
Um circuito equivalente em notação complexa está mostr.tdo na Fig. 5.3a. O leitOr deve
observar que a Equação 5.23 e a Fig. 5.3a foram escritas com o sentido de referência de i, to-
mado como positivo quando a corrente está entrando nos tenninais da máquina. Isso é conhe·
eido como se111ido de r~ferêncül do lipo moror para a corrente.
Alternativamente. o semülo de referêm;iu c/() tipo gemdor é defi nido com sendo o scn·
tido de referência de'~· tomado como positivo, qua.tdo a corrente está saindo dos terminais di.l
máquina. como mostra a Fig. 5.3b. Com essa escolha de sentidos de referência para a corren-
te, a Equação 5.23 toma-se
(5.24)
Observe que essas duas representações são equivalentes; quando se analisa urna dada
condição de operação em particular de umn máquina síncrona. a corrente real é a mesma. O
sinal de 1. será dctcnninado simplesmente pela escolha do sentido de referência. Ambas as OJr
çôes sao aceitáveis, não dependendo de se a máquina síncrona sob análise e$H\ operando co·
mo motor ou gerador. No emamo. na análise do funcionamemo de um motor. como a potên·
cia tende a fluir para dentro dele, intuitivamente talvez seja mais satisfatório escolher o senti-
do de referência em que a corrente flui para dentro da máquina. O oposto é verdadeiro quan·
do a máquina opera como gerador. Nesse caso. a potência tende a nu ir para fora da má(Juina.
Em sua maioria. as lécnicas de análise de máquinas síncronas aptesemada.'> aqui foram de-sen ~
volvidas inicialmente p.arn analisar o desempenho dos gerndores síncronos em sislcmas clé·
tricos de potência. Como rcsuhado, o sentido de referência do tipo gcntdor é mais comum c.
a panir deste ponto do texto. é o que em gernl será u~do.

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CAPÍTULO 5 M ÁQUINAS SíNCRONAS 247

X, R,
-
I
'
+
v,
x.
+

(' ) (b)

FIGURA 5.3 Circuitos equivalentes de máquinas sfncronas: (a) sentido de referência do ti·
po motor e (b) ~ntido de referência do tipo geradOr.

A Fig. 5.4 mostra uma forma altematiV'.t do circuito cquivaleme em que a reatância sín·
crona é mostrada em tennos de suas compOnentes. Da Equação 5. 17.

X, = w,L, = w,l.,, + w, (~ LUJ)

= Xn1+ X., (5.25)

onde X.,1= lllL, é a reatiíncia de düper.ttJo da armadura e X.,= tiJ ( ; L~ é a reatãncia COI'res-
pOlldeJue à componente fundamental espacial do !luxo de entreferro produzido pelas três cor-
rentes de annad ura. A reatântia X., é a recttândtt de magnetizctçtio efetiva do c.nrolame.uo de
armadura. en1 condições de equilíbrio trifásico. A tensão eficaz ÉR é a te-nsão i 1Hcrna gerada
pelo nuxo resuharue de emreferro e usualme•ue é referida como te11stiO de entreferm ou ten·
stio f10r "detrás" dt1 re<lUillcia de disperslio.
Ê imponante verificar que os circuitos das Figs. 5.3 e 5.4 são circuitos equh:altntes mo·
nofásicos, entn a linha e o ne11tro, de uma máquinll trijá.fica que opera em condiçiks de equi·
lfbrio trifdsico. Assim, logo que as tensões e correntes da fase a forem obtidas. as correntes e
1ensões das fases b e c podem ser obtidas tanto a panir do circuito equivalente como di rem~
meme das equações (Ec:1uações 5.23 e 5.24). Para isso. as tensões e corremes da fase a são
simplesmeme deslocadas de -1 20" e 120". respectivamente. Do mesmo modo. a poténcia to-
la) trif;\sica da máquina pode ser encontrada simplesmente muhiplicando a potência da fase a
por três. a menos que a análise esteja sendo fei1a no sistema por unidade (veja a Seção 2.9).
Nesse caso. a potênc ia trifásica. por unidade, é igual à obtida para a rase a não sendo ncccs·
sário o fator três.

Observa. se que um motor síncrono trifásico de 60 Hz tem uma tensão de linha de 460 V nos
te-rminais e uma corrente de 1erminal de J20 A com um fator de potência de 0.95 induli\'O.
Nessas condições de operação. a corrente de campo é 47 A. A rcatância síncrona da máquina

+
li,

FtGuRA 5.4 Circuito equivalente de uma máquina srncrona mostrando as componentes de


entreferro e de dispersão para a reatãncia sincrona e a tensão de entrelerro.

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248 MÃOUINAS E LÊTRICAS

é igual a 1.68 O (0.794 por unidade. em umn base trif.isica de 460 V e 100 kVA). Suponha que
a resis1ência de armadura seja desprezível.
Calcule (n) a tensão gerada E,r em volts. (b) o valor da indutância mútua Lr1en1re o cam-
J>O c a armadura. e (c) a pmência de entrada elétrica do mo1or em kW e em HP.

• Solução
a. UsMdo o sentido de re ferência do tipo motor para ~1 corren1e e desprezando a .-esislência
de armadura. a tcns:.lo gerada 1xxlc ser obtida do circuito equivalente da Pig. 5.3a ou Equa-
ção 5.23 como

Escolhel'emos a tensão de tcnninal como nossa referência de f~LSe. Como truHH;e de um


equivalente entre linho c neutro. a tensão de terminal Va deve ser ex pre-ss~t corno uma ten-
são de fase
'
V, =460
~ =265.6 V. tensão de fa.~c
v3

Unl fator de potência indutivo de 0.95 corresponde a um ângulo de fa1.or de p01ê1lcia


arccos (0.95) = - 18.2". Assim. u corrente de fase é
i~= 120t<- 11:t.:> A

Pon:mto.
Ê,, c. 265.6 - j 1.68(120 e -J•N.r )
= 278.8e-J•l.l' V, rcnsiiodc fase

c. desse modo. a 1ensão de fase gerada E.té igual a 278,8 V cficotzes:.


b. A indu1ància múlua enue o campo e a armadura pode ser encontr~1da com base na Equação
5.21. Com w., = 120Jr, h!m·se
_ ./2F., _ ./2 x 279 _ ,
L,,- w.,r
I - 120:r x 47- 2_,3mH

c. A r>Otência trif(tSic;ade entrada P,n1~ para o motor é três vezes a potência de entrada da fa-
se a. Assim,
Pt<l,,. = 3V~/,(f:uordc polência) ::: 3 x 265,6 x 120 x 0.95
= 90,8k\V = 122 HP

Sup01ldOque a p<)ll!ncia de entrada c'' tensão de terminal do motor do Exemplo 5. 1 permane-


çam constantes. calcule (a) o ângulo de fase ô dn lcn..s.~1o gerada c (b) a corrente de campo ne·
CCS$ária para conseguir um fator de polência unilário nos 1enninais do mo1or.
• Solução
a. Para se ter um fato r· de I)Otêrlcia uniutrio nos tenninais do motor. a corrente no terminal a
deverá estar em fase com a 1ensão de fase \i~ da fase"· Assim,
" ~......... 90.6 k\V
114
I, = 3V, = 3x265.6V = A

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CAPiTUlO 5 MAouiNAS S INCRONAS 249

D" Equação 5.23,


Ê~ar = V~- jXJ.,
:a 265.6 - jl.68 X I )4 = 328~-i'Yi' V, ICilSÔO de fase

Pon.anto. E..r = 328 V. tensão de fase, e ó = -35,8°.


b. Tendo encontrado Lr~ no Exemplo 5.1. podemos obter a correme de campo necessária a
pa~ ir da Equação 5.21 .

- .fiE,,_ .JixJ28 _ ,
1r- - - 55 .... A
(I).: Lar 377 X 0,0223

A máquina sítlcrona dos Exemplos 5. 1e 5.2 devem operar como gerador síncrono. P.ara urna os:~e·
ração em 60Hz com uma tetlSão de terminal de 460 V, tensão de linha, calcule a co•rente de cam·
po necessária para abastecer uma carga com 85 kW e um fator de J>Oiência capacitivo de 0.95.

• Solução
46,3 A

É útil ter uma idéia aproximada da ordem de grandeza da~õ componentes da ímpcdãncia.
Em máquina.:; com especiticações nominais superiores a algumas centenas de kVA, a queda de
tensão 11a resistência de atmadu!'a, Jlara a coiTente nominal. é usualmente inferior a 0.0 I vezes a
tenslio nominal~ isto é, a resislência de armadura é geralmeme inferio r a 0.0 I. por unidade. tO·
mar~do como base as especificações nominais da máquina. ( 0 sistema por unidade está descri·
10 na Seção 2.9.) A reatância de dispersão da armadurn está usualmente no intervalo de 0.1 a 0.2.
pot unidade, e a re.:u!l.ocia sfocrona está tipicamente no intervalo de 1,0 a 2.0. por unidade. Em
ge,ra1, quando o tamanho da máquina diminui. a resistência de annadura. por tmidode. cresce ~o
passo que a reatãnc-ia sincrona. por unidade. decresce. Em máquinas de pc(JUCnO porte, como il..'>
e-ncontradas em laboratórios de ensino, a resistência de nnnadura pOde estar em 1orno de (l.05.
IX>r unidade, e a reatância srncrona. na vizinhança de 0.5. por unidade. Em todas as m:1quinft5.
com exceção das pequenas. usualmente podc·sc dcsprcz:lr a rcsistênciil de armadura. na maio-
ria dru; análises. a não ser que seus efeitos sobre as perdas c o a(JU(."Cimento sejnrn de iJUeressé-.

5.3 CARACTERÍSTICAS A VAZIO E DE CURTO-CIRCUITO


As características rundamcnmis de uma máqui na síncrona podem ser detenn inadas por um
par de ensaios. um feito com os terminais de armadura a vazio (em circuito aberto) e o segun·
do. com os tenninais de armadum em cuno-circuito. Esses ensaios são discutidos aqui. Exc.::-·
to por umas poucas obscrv:.•çõcs sobre o grau de validade de ccr1as suposições. as discussões
aplicam·se tanto às máquinas de rotor cilíndrico como às de pólos salientes.

5.3. 1 Características de Saturação a Vazio e Perdas Rotacicmais sem


Carga
Como no caso da curva de magnetização de umn máquina CC. a çarac:terí.rtít:a de circuiTO
aberto ou a 11azjo (também referida como cur va de sawmçfiQ de drcuito al>erw ou a va zio)

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250 MAO\JINAS ELI!TRICAS

de urna máquina síncrona. quando ela está girando na velocidade sfncrona. é a curva da ten-
são de tenni1lal da armadura a vazio (em vohs ou por unidade) em funç-ão da excitação de
campo. como mostrado pela curva ca11 (característica a vazio) na Fig. 5.5. Tipicamente. a lcn·
são de base é escolhida co•no sendo igual à te-nsão nominal da máquina.
Quando o cnrolnmcnto de cAmpO constiHti-se na lÍnico fonte de FMM, a Ctlr~lcteristic-a a
vazio represema a relação entre a componente fundame-mal e-spacial do fluxo de entreferro e
a Fl\1rvt que atua sobre o circuito magnético. Observe que os efeitos da saturação magnélita
podem ser vistos claramente. Com corre-1HCSde campo crescemes. a curva ca•·actc•·ística incli-
na-se para baixo à medida que a saturação do material magnético produz aumen1o de rclulán 4

cin nos cnminhos de nuxo da máquina. Isso reduz a efetividade da corrente de campo para
produzir fluxo magnético. Como pode ser visto na Fig. 5.5. quando a corrente de campo é au 4

mentuda desde zero. a característica de circuito abeno é li near no i nício. Essa porção da cur 4

va (c sua cx1cns&o l inear parJ. valores mais elevados de corrente de campO) é conhecida como
linha de elllrejerro. Ela represenw a can.acterística de tensão a Vltt..io corrc-sp<>nden1e à. opera
4

ção 1lão saturada. Os desvios da car::.cterfslica real a vat io em relação a ess::. curva dão uma
medida do grau de s.awraç.ão na máquina.
Observe que, quando o enrolameJHo de amladura da máquina está em circuito abeno. a
tensão de terminal é igual à tensão gerada E.(· Assim. a c.arncterístic.a de circuito abcno é uma
mcdid<t da rclitç.ão entre a corrente de campo /1 c a tensão E~r· Ponanto. é capaz de fornecer
uma medida direta dn i ndutância mtítua L,., entre o campo c a :mnadum.

Um ensaio a vazio. realizado em um gerador sfncrono trifásico de 60 Ih. mostra que uma Len 4

são nominal a vazio de 13.8 kV ~ produzida por uma corrente de c-ampo de J 18 A. Ext l"'d(>O·
Iando a linha de cntrefcrro a panir de um conj unto de medidas fei1as na máquina. pode-se
mostrar que a corrente de campo corre.spondeme a 13.8 kV sobre a linha de enlreferro é 263
A. Calcule os vaiore..~. saturado e não saturado. de L,r·

• Solução
Da Ec:tuação 5.2 1. L~r é obtido de

f.~ = Ji €.,
w,lr

1'ctl.~â'>
nomin..11

() h o
CO(ftnt c de eam1)()

f iGURA 5.5 Caracteristtca a vazio de uma máquina sincrona.

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CAPiTULO 5 MAouiNAS SiNCAONAS 251

Aqui, E11 = I 3.8 kV t./3 = 7.97 kV. Assim, o valor saturado de L,.r é dado por
,/2(7.97 < lO') = 94 mH
U-•>~= 377x3 18

c valor não saturado é


,/2(7. 97 X JO' )
(L,)= ? = 114 mH
.77)(
3 _63,

Nesse caso, vemos que a saturação reduz o acoplamemo magnético emre os enrolamentos de
campo e de armadura em aproximadamente 18 por cento.

Se o gerador sfoc rono do Exemplo 5.3 funcio nar com um:l velocidade correspondente a uma
tensão gerada de 50 Hz., calcule (fi) a censão de linha dos tenninais a va.zio correspondente u
uma corrente de campo de 318 A e (I)) a corre-me de campo c.orrespondeme àquela mesma ten-
são na linha de cntrdcrro de 50Hz.

• Solução
a. 11.5 kV
b. 263 A

Em uma máquina real . ~~ camcteristica a vazio é usualmente dctcnninada cx.pcrimcntal-


rneme. Para isso. aciona-se a máquina mecanicamente, nu \'Ciocidadc síncrona. com seus ter-
minais de annadur:.t a vazio. A seguir. lê·.sc a tensão de tenninal parn uma série de valores de
corrente de campo. Se a potência mecânica requerida para impulsionar a máquina síncrona
durante o ensaio a vazio for medida. as perdas rotacionais a vazio podem ser obtidas. Essas
perdas são constituídas por perdas associadas à rotação c ao atrito nos mancais c C<>m a ven-
tilaçllo, e tal'nbém por perdas no núcleo correspondentes ao Ouxo presente na m<ÍC:Juina na au-
sência de carga. Na velocidade síncrona. as perdas por atrito nos mancais c com o ar são cons-
tamcs. ao passo que as perdas a vaz,io no núcleo são uma função do nuxo, que por sua vez é
proporcio•tal à tensão a vazio.
Na ausência de excitação, a potência mec-ânica necessária para acionar a máquina. na
velocidade síncrona. corresponde às perdas por atrito. Quando o campo é excitado, a J)Qtên-
cia mecânica iguala-se. a vazjo, à soma das perdas por atrito mais as do núcleo. Portanto. as
perdas a vazio no núcleo podem ser obtjdas a partir da diferenç.a entre esses dois valores de
potências mecânicas. Uma curva típica de perdas a vazio no núcleo. em runção da tensão a va-
zio, assume a forma encontrada na Fig. 5.6.

5.3.2 Característica e Perdas de Curto-Circuito


A carnctcrísliea de curto-circ-uito pode ser obtida aplicando-se um cu11o-circuito trifãsico illr:l·
vês de sensores adequados de corrente aos tenninais de annadura de uma 1náquina síncrona.
Com a máquina acionada na velocidade sfncrona, a correme de campo pode ser aumentada e
um gráfico da corrente de am1adura \•ersus a correme de campo pode ser obtido. E.~'ia relaçüo
é conhecida como caractuf.çtica de curto·ârt:uiw. Uma característica de circuito a va1.io <:a v
c um;:1carac.tcrístic'' de curto circuito ccc s.ão mostradas na Fig. 5.7.

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252 MÂQ\JINA$ ELêTAICAS

T en!:5o a ' ':&ÚO

f iGURA 5.6 Forma llpica de uma curva de Petdas no núcleo a vazio.

Com a armadura em curto-circuito. v. = Oe usando a Equação 5.24 (usa11do o semi do


de referência do tipo gcnldor para u corrcme). obtém-se
Ê,r = i ,( R, + j X, ) (5.26)

O diagrama fasorial correspondente está mostrado na Fig. 5.8. Como a resistêncin é mui to
menor que a reatància síncro•la. a correme de am1adura está atras..1da em relação à tensão de
excitnç5o em 901'. muito aproximadamente. Conseqüentemente. a onda de FMM de reaçl'io da
armadul"'.a alinha se muito aproxirnadamcnle côm o eixo dos pólos do campo e está em oposi·
4

ção à FMM de campo, como estj mostrado pelos fasores Á e F. os quail> representam as Oll·
das CSJ)aciais da reação da armadura e da FMM de campo. respec-tiv;:uneme.
A FMM resultante cria a onda resultante de nuxo de enucrerro, a qual gera a 1ensão de
enlrefem) Êrt (\'cja Fig. 5.4). E,:;sa ICn$àOé igual b ten~ão presc-1\IC na resis1ência de armadura
R., e na reatância de dispersão X,.. ou seja. como equação.

t . = i,( R, + j x,,) (5.27)

Em muitas máquina..; síncronas. a resistência de annadura Cdesprcz.í..,cl c a rcatiincia de


dispersão varia entre O. 10 e 0.20 por unidade; um valor típico está em torno de 0,15 por uni-
dade. Assim. para a corrente nominal de armadurn, a queda de tensão na rcatância de disper-
são é de cerca de 0. 15 por unidade. Desse modo, a panir da Equação 5.27 c para a corrente
nominal de annadura de cuno-circuilo. a tensão de entreferro é de cerca de 0.15 por unidade;
isto é. o nuxo de entrcferro resuhumc é apenas 0.15 vezes o seu v:Lior norm:1l de tensão. Con·

s< 9
·-
n
o·-
U v

o f o·
E.\dla~-io de l'lllllJ!O

fiGURA 5 .7 Caracteristicas a vazio e de curto--circuito uma mâquina sfncrona.

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CAPITULO 5 Mi.ourNAS SÍNCRONAS 253

;x.i~
;x,i.

f.

4t
'
/~i•o do
c-.1mpo

FtauAA 5.8 Diagrama fasonal para condições de curto-circuilo,

seqüentemente. a máquina está operando em condições nt10 saturadas. Portanto. a correme de


annadura de cuno-circuito é diretamente proporcional à corrente de c.ampo dentro de um in-
tervalo qUe se estende de zero até bem acima da corrente nominal de annadura. Tn=tt;;H;c en-
tão de uma linha reta, como se pode ver na Fig. 5.7.
A reauíncia sfncrona m1o smurada (correspondendo a condições não saturadas de ope-
ração da •náquina) pode ser encosurada a t>anir das características a vazio (cav) e de curto--cir·
cuiw (ccc). Na Fig. 5. 7, para uma excitação conveniente de campo qualquer Of, a corrente de
armaduro de cuno-circuito é O 'IJ e.J)ara a mesma corrente de campo, a ren.são gerada niio sa·
turada é Oa, lida a panir da linha de entrefem>. Observe que a tensão a ser usad~ é dada pela
linha de entreferro, já que se assumiu que a máquin:aestaria operando em condições não Satu·
r.adas. Se a tensão de fase. correspondente a Oa. for V~., c a corretue de armadura por fase. cor.
rcspondente a O 'b, for J..~ . então, a partir da Equação 5.26 c desprezando a resistê1lcia de ar.
madura, u reatância síncrona n5o satumda X, será

xl = v~~., (5.28)
la.«

onde o subscrito g indica entre ferro e cc indica cuno~circuito. Se v.., e l ...u forem expressos
llO sistema 1>0r unidade-, a rc.atll.ncia síncrona será por unidade. Se V,.4 e'"'"'' forem expressos
em volts eficazes de fase e em ampêres eficazes por fase, respectivamente. então a rcatân·
c ia sfncro1la serd dada em ohms por fase.
Observe que para calcular a rcat5ncia síncrona em ohms usa·se a tensão de fase. Frc·
qüentementc. a curva de saturação a vazio é dada em tem1os d\1 tensão de linha. Nesse c:aso.
para ser convertida pana o valor de fase. a tensão deve ser dividida por .Jj.
Algumas vezes. quando se opera na tcnsUo de tenninill nominal ou próxima dela. assu·
mc·se Q\IC a máquina seja e<1uivalen1e a uma máquina não sa1utada cuja curva de magnetiza·
ção é uma l inha reta que pa~sa pela otigem e pelo ponto de tensão nominallocalizndo sobre a
curva característica a vazio (cav). como está mostrado pela linha tracejada Op na Fig. 5.9. l)e

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254 M.iootNAS ElETRICAS

acordo com essa uproxi mltÇiio. o wllor de sat11ração du reotlincio s1írcron(1, na tensão nomi 4

nal v..-,.,,~1 • é
X _ Va.oo•ninal
"- I' (5.29)
'
onde 1: é a correnre de annadura O ·c, lida sobre a curva c.:lniCh!rístic:o·a de curto-circ uito (ccc)
no ponto dado pelo valor da corrente de taOl J)Q or correspondente a v...,.,....... na curva carne.
lcrística a vazio (cav). como se mostra na Fig. 5.9. Como no caso da rcatãncia síncrona não
saturada. se V~_.;11a~ e 1: forem expressos por unidade, a remfiJlcia síncrona o será J)Or unida-
de. Se V..,..,_,. e 1: rorem expre.'isos em volts efica1.es de fn.se c em ::unphcs efica?.es de fase.
respec1ivameme, então a reatãncia síncrona será dada em ohms por fase. Geralmente. esse
método de tratar os efeitos de saturação. assumindo-se que esses efeitos possam ser descritos
por um único vaJor de reatância satur.Kia. dá resultados .satisfatórios desde que uma exatidão
elevada não seja necessária.
A relaçrio de curto·circuito (RCC)* é definida como sendo a mzão entre a corrente de
campo nct-cssária para se gerar a tensão nominal a vazio c a corrente de campo nc(.-css:1riu pa·
rase gcmr n correme de annadum nominal em curto-circuito. Isso é. com base na Fig. 5.9.

RCC = O/' (5.30)


or
Pode-se mostrar que a RCC é o ânverso do valor por unidade da reatãocia síncrona. em s.1.mração.
obtida na Equação 5.29. Costuma·sc referir à corrente de campo Of necessária para se obter a
tensão nominal a vnzjo como CCAV (Corrente de Campo a Vaz.io)•• c a corrente de campo Of"
necessária paí.l se obter a corrente nominal de curt(Xircuito como CCCC (Corrente de Campo
em Cuno Circuito)***. Assim. a relação de cun<rcircuico 1ambém pode ser cscri1a como
RCC = CCAV 15.3 1>
cccc
p
("(11'

----- e
: '~· -·:~· 1.ª
--r--,;---,. Ê 2
I • "' •-
I0 "
'Q 2'
I ~ ~

', ~ "
:
a
u
5
r r O'

FtGUAA 5.9 Caracterlsticas a vaz.io e de cutto-cjrcuito mosua.ndo a cutva de magnetiza·


çao em condrções saturadas de operação.

• N, de T.: Em inglês-. SCR -SIKm Clrr11il Rmltt.


N. <k T.: Em in&lês, AFN{. - Am~f'('J; Fit-lt/ N" LtxNJ,
.-..-.. N. de T'.: Em lr~glb, A.FSC - A.mtw~' fi'tdd Shor1 Cirnlil.

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CAPÍTUlO 5 M .ioUJNAS SíNCRONAS 255

Os seguintes dados fomm tomados das camcterístic-as a vazio e de curto-circuito de uma. má-
quina síncrona trifásica ligada em Y de 45 kVA. 220 V (tensão de linha). seis pólos c 60 Hz.
Da camctcrística u vazio:
Tensão de linha = 220 V Corrente de campo = 2.84 A
Dn cumctcristica de curto-circuito:

Córrenre de Qrmndura, A t iS IS2


Corrt:rlte de campo. A 2.20 2.84

Da l inhn de entre ferro:


Corrente de campo= 2.20 A Tensão de linha= 202 V
Calcule o vnlor não saturado da reatância sfncrona. o seu valor sarurndo na tC1lSào nomi-
nal de acordo com a Equação 5.29, e a relaç,ão de curto-circuito. Expresse a realllncia síncr<uta
em ohms por fllse e por unidade. 1omando as especilic.·açõcs nominais da máquina como base.
• Solução
Com uma corrente de campo de 2.20 A, a tensão de fase na linha de entreferro é
202
v., = ,fj = 116.7 v
e. para a mesma COI'I'C1lle de camf>O, a comn1e de armadum em cuno-circuiiO. é
1•.«=1 18A

Da Equação 5.28.
116.7
X.= - = 0.987 Q/fa.!ie
118
Observe que a corren1e de armadura nominal é
45.0(10
luw..'fftfUt :: ~
v3x220
= 118 A
Portanto, l,.t,. = 1.00 por unidade. A tensão cortespondente na linha de en1referro é

V.., = ~~ = 0.92 por unid~de


Oa Equação 5.28. pOr unidade. vem
0,92 .
X, e OO = 0.92 por umdade
I,

A rcatânda síncrona saturada pode ser obtida das características a vazio e de cuno-<:ir-
cuito c da Equação 5.29, obtendo-se

x, ~v..-,.. = (220113l =0.836fllfase


1; 152
Por un1
'dade, / ..' - iii ' 5....
?9, e da Equaçao
"' - I ,_ ?9
1,00 ( .
X, = 1.29 = J.17S por untdadc

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256 MÂQ\JtNAS EUôTRICAS

Finalmente. das características a vazio c de curto-circuito c da Equação 5.30. n relação


de cuno-circuito é dad;1 por
2.84
RCC = 2.20 = 1.29

Observe que, como foi indicado após a Equação 5.30, o inverso da rn1..1o de cuno-circuito é
igual à reatãncia sfncrona saturada, JX>I' unidade
I I
x. o --
RCC
=-
1.29
::; o.ns por unid~de

Calcule a reatãncia síncrona saturada (em Q /fase e por unidade) de uma máquina síncrona de
8.5 kVA que alcança a tensão nominal a \'aZÍode 460 V com uma corrente de campo de 8.7 A
c que ntingc a corrente nominal de cuno-circuilo com uma corrente de campo de 11.2 A.
• Solução
X, = 3.21 Q/faM! = 1.2t)pOr unid:.dé

Se a JX>tência mecâ1lica nece~sária para ilC.iOJlar a máqui na for medida e.11quanto o ensaio
de cuno-circuito está sendo realizado, é possível obter infom1ações a respeito das perdas cau ~
s:1das pela corrente de armadura. Como o nível de nux.o é baixo em c.ondiçõcs de cuno-circui·
to. considcra·sc em gemi que as perdas no ntícleo são desprezíveis nessas condições. A pOtên·
cia mecânica ncccs.s:lriu para acionar a m:.lquinu síncrona durante o ensaio de curto-circuito é
igu[•J. então,;, soma das perda.-; por mrilo e ventilação (dctenninadas a partir do ensaio a Vil·
zio com uma corrente de campo nula) mais as perdas c:.a usadas pela corrente de armadura. En·
cão. as perdas causadas pcln corrente de armadura podem ser obtidas subtraindo-se as pc'n:tas
por atrito e ventilação da potência de acionamento. As perdas causadas pcln corrente de arma-
dura em cun o~circui to são conhecidas coletivamente como perdas de curw-circuiw*. Uma
curva que mostm a form:Ltípica das perdas de curto-circuito ~·usus a <•.-orrcnte de armadura es-
tá plotada na fig. 5. 1O. Tipicamente. e la cres<:e de forma aproximadamen1e parabólica em
função da corrente de annadura.

c~liTCnll: de :um:u,lur.l

FIGURA 5.1 O Forma tipica elas curvas de perdas suplementares e de curto-circuito.

• N . de T.: Sllon·ârruit loo.lloss. em ing~.

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CAPITULO 5 MÁOUit<AS SfNCAONAS 257

As perdas de curto-circuito consistem em pcrdus ôhmicas f R no cnrOiiuncnto de arma·


dura, perdas locais no núcleo, causadas pelo fluxo de dispersão de armadul'a. e perdas muito
baixas no ntlcleo c-ausadas pelo nuxo re.o;uhante. As perdas CC nili"C$iStênciá podem ser calcu-
ladas se. dumnte o ensaio de cuno-circuito. a resistê-ncijl for medida c. quando ncccss(U"io. cor-
rigida levando em c.onsideração a temperawra dos enrolamemos. Pata condutores de cobre,
Rr 234.5 + T
- = (5.32)
R, 234.5 +r
onde R, c R, são as resistências nas tcmpcraturns Te 1. rcspectiv:uneme. em graus Celsius. Se es-
sas pe.rdas CC na resistência forem subtmídas das perdas de curto-circuho. a diferença fornecerá
as perdas devidas aos efeitos peliculares c às correntes parasitas nos condutores da annadum mais
as t>etdas locais I'K> núcleo causadas pelo nu_xode dispersão da annadura. Essn difcrcnçu entre ns
perda~ de cuno-circ-uiroe as perdas CC na rcsisrência s.rw as perdas adicionais causadas pela cor-
rente alternada na annadura. São as perdas supleme11wres* descritas JlOApêndice O. Nomlal-
mente. são consideradas como tendo o mes!'OO valor. l:lntO em condições nonnais de carga como
em curto-circuilo. É função da corrente de anuàdura. como mosrrado pela curva d.-. Fig. 5.1O.
Como ocorre com qualquer dispositivo de corre me ahernada. a resistência efetiva de ar-
madura Ru~ pode ser c.aJculada como sendo a pe.rda de J>OiêJlCia atribuível à correme de atma-
dura dividida pelo quadrado da corrente. Supondo que as perdas suplememares sejam fu nção
apenas da corrente de armadura, a resistêJlCia efetiva de annadura pode ser determinada a par-
tir das perdas de cuno--circuito:
R _ perdas de cuno-circuito
::a.d - (corrente de am1adura de cuno*Circuito)l (5 ·33 >
Se as perdas de curto-circuito e a corrente de am1aduro forem do.das por unidade. a resistên-
cia efetiva também será por unidade. Se fo rem em waus por rase e amp~res por rase. re,s-
pectivarnenle. a resistência efetiva ser.1 em ohm.s por fase. Usualmcnlc, pnrn o valor nomi-
nal de corrente, obtém-se cxalidão suficiente encontrando o valor de Rur c cntt.o assumin-
do que seu valor seja consmnte.

No c.aso da má<Juina síncrona trifásica do Exemplo 5.4 de 45 KVA, ligadn em Y, :~s perdas de
cuno-cirtuito (total das trê.:;; fases) é I ,80 kW p::mt à corre-nte de armadura nominal (I IS A) e
a temperatura de 25'(1 C. A resistência CC de am1adura nessa tcmperaiUm é 0,0335 !l /fase.
Calcule a resislência <le armadura efetiva por unidade e em ohnts J>Or fase a 25" C.
• Solução
As perdas de-cun<rcircuito s?í.o 1.80145 = 0.040 por unidade com /, = 1,00 pot unidade-. P011amo,

R,,., = (~::: =0.040 por unidade


Para un'la únic.a fase. a~ perda~ de cuno-<:ircuito :ot11o 1800/3 = 600 W/fase e col\seqtlcn 4

temente a resistência efeliva é


600
~ ..e = (- I I S) •~ :c: 0.043 0/fa,..;;e

A mt.ão entre ::~s resistências CA c CC é


R,..r = 0,()43 = 1.28
Ra.u · 0.0335

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258 M ÁQUINAS ELETRICAS

Como trata-se de uma m•lquina de pe((ueno pone. sun resistência por unidade é relativa-
mente ciC\'Uda. A resistência de armadura efetiva de máquinas corn cspecilic)ções nominais
superiores a algumas poucas centenas de quilovoll.s-ampl:res é usualntenle inferior a 0.0 I por
unidade.

Considere um gcmdor síncrono trif:biico de 13.8 k. V e 25 MVA cuj:LS perdas trimsicJs de cur-
to-circuito são 52.8 k\V para a corrcmc de annadura nominal. Calcule (a) sun corrente de ar-
madura nominal e (b) sua resistência de annadur:l efetiva em fl /fase e t>Or unidade.
• Solução
a. 1046A
b. R,,cr = (),() 161 !'l!fasc = (),()(J2 1 J>O< unidildC

5.4 CARACTERÍSTICAS DE ÂNGULO DE CARGA EM REGIME


PERMANENTE
A poténcia máxima que uma máquina sincrona pode fornec.cr é determinada pelo conjugado
máximo que pode se-r aplicado sem que ocorra perda de sincronismo com o ~i stema externo
ao qual está concclada. O propósito desta seção é desem·olver expressões pam os limites de
potência. em regime pe:nnanente. de máquinas síncronas em siwações simples em que o sis-
tema ex temo pode ser representado por uma itnJX;dânda em S\1ric com urna fonte de tensão.
Tendo em vista que lanto o sistema externo como a própria m~lqui na podem ser reprc-
semados como uma impedâlltia em ~é rie com uma ronte de tensão. o estudo dos limites de
potência toma-se simplesmente um caso es1)ecial do proble-ma mais geral de limitar o fluxo
de potência em uma impedãncia em série. A impedãncia será constitufda pela impcdânc ia sín-
cromt da máquina síncrona c também pela impcdância cquivalcme do sistema externo (que
pode consistir em linhas de tran.smiss5o c bancos de transrormudorcs assim como em máqui-
nas síncronas adicionais).
Considere o circuico simples da Fig. S. l ia. consistindo em duas lenslks CA Ê1 e Ê1 co-
nectndus pOr umu impcdUncia 2 =R+ jX na qual a corrente é i. O diagrnma fasorial está mos-
trado na Fig. 5.11b. Observe (lliC. nesse diagmma. o sentido de. referê-ncia parn ângulos posi·
tivo.s é o ~un i-horário. Assim, na fig. 5.11 b. o ângulo li é positivo ao passo que o ângulo <P po-
de ser visto como sendo negativo.
A potência P1 entregue mrnvés da impcdância à fome de 1ensão t 1 do lado da carga é
P, =E, I Coor/J (5.34)
onde ~é o ângulo de fase de i em relaç-ão a Ê1• A corre1HC fasorial é
. t,- t,
I = - '-::--" (5.35)
z
Se as tensões fasoriais e a impedâncin ron.:m expressas em fomta polar.

E,=E,e' • (5.36)

t , =E, (5.37)

Z=R+jX=IZ iei<' (5.38)

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CAPiruto 5 MJ.outHAS SiNCAONAS 259

i,
jXI
i R X
~
+ +

í RÍ

(:t) Ih>
FtoUAA 5.1 1 (a) impedáncia que interconecta duas tensões: (b} dtagrama tasOtiaL

onde ó é o ângulo de fase pelo qual l 1 cst:í adiantada em rclnçfio n E1 e tPz = arctg (X I R) é o
ângulo de rase da i mpedância Z. cmão

j = I eN = E , eiJj - E~ = EI t'J<.J-~:t.) - E~ e-i~;. (5.39)


IZI cl•• 121 121
Tomando a pane real da Equação 5.39. obtém-se
E, é2
I cos iP = IZI cos (a - tP-ll - lzi cos (-tP-l) (5.40)

Observando que cos (- t/17) = cos 4Jz = RI (ZI. vemos que a subsrituição da &,unção 5.40 na
Equação 5.34 leva a

(5.4 1)

ou

(5.42)

onde

« 1. = 90• - tP-l = aretg (;) (5.43)

De modo similar, a po«ência P1no lado da rontc E, du impcdância 1Xlde ser CXJ>ressa como

P, = E.t.:, Ef R
IZI. sen (8- az) + IZI' (5.44)

Se. como freqUentemente é o caso. a resish~ncia for desprezivcl. então R « I Z 1.121::::::: X e a 1•


~O c conseqüentemente

( 5.45)

A Equnção 5.45 é uma equação muito importante no estudo de m::'iqui11as síncronas c


certamente no estudo de sistemas de J)Qtêocia CA em geral Quando aplicada ao caw de urna
máquina síncrona lig:1da a um siste1na CA. a Equação 5.45 é referida comumente como ca·
rac1erística do á11gulo de potéuâtl de uma máquina síncronu. c o Ongulo S é conhecido como

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260 MAOuiHAS ELeT111CAS

ângulo de porência. Se a resistência for dcsprcz:ívcl c as tensões forem constantes. então. da


Equação S.4S, tllransfcrência máxima de potência

(5.46)

ocorrerá quando ó = ± 9<f'. Observe que se ô for positivo, l 1 C$lará adiantada em relação a É::
e, da Equação 5.45. a pOtência irá Ouirda fonte t, para Êl. De modo semelhante, quando ô for
negativo. Ê1 esmrá mrasada em relação a Ê2 e a potência irá nu ir da fome Ê1 para Ê,.
A Equação 5.45 é válida p:1ra quaisque-r fontes de tensão Ê'1 e B1 separadas por uma im..
pedãncia reativajX. As..~ im, como se mostra na Fig. 5.12. par.t o caso de uma m:í.quina síncro-
na com uma rcnsão gerada ta~ c uma reatâncitt síncrona X, conectada a um sistema cujo equi·
valente Thévenin é uma fonte de tensão (rt:o em série com uma impcdância rc~uiva jXEQ, a
equação característka do ângulo de potênc i ~ pode ser escrita como
E.rVoo
P= sen8 (5.47)
X,+ Xoo
onde P é a potência transferida da máquina síncrona para o sistema c 8 é o ângulo de fase de
t,., em relação ~ V€0'
De modo seme-lhante, é possíve-l escrever uma equação para a carac-terística do fingulo de
potência em tennos de X,. E11, a tensão de temtinaJ V~ c o ângulo relativo entre eles. ou allcmtl·
tivamcntc Xc.tr v•. V€0 c seu ângulo rclatÍ\'O. Embom essas diversas expressões sej<~rn igualmcn·
te válidas. elas não são igualmente úteis. Por exemplo. :lO passo que E,.r e VtQ irão permanecer
conswntes quotndo P for variado. v. irá variar. Assim. ::IQ passo (JU<: a E<1uação 5.47 propicia urna
re-lação enl.re P e óde fácil soluçüo. urna equação carac1erística de ângulo de potência baseada
em Va não pode se-r re.o;olvida sem uma expressão adicional que relacione V, com P .
Deve·sc enfmi7,.1t que a dedução das Equações 5.34 a 5.47 hm>e ia-~ em um circuito CA
monofásico. No caso de um sistema trifásico equilibrado, se E1 e E1 forem as tensões de fase.
os resultados deverão ser multiplicndos por três para se obter a potência trifásica total. Altcr·
no.tivamcnte. E, c E2 pOdem ser expressas em termos da tensão de linha (igual a ...r;. vezes a
1ensão de fase), caso em que as equações dão a potência trifásica dire1amente.
Quando a express.'lo para a pocência dada pela Equação 5.45 é comparada com a expressão
dada pela Equação 5.1 para o conjugado em 1ennos do nuxo ime-ratuarue e das ondas de FMM,
pode·se ver que elas apresentam a mesma forma. Jsso não é coinc-idência. Lembre-se de que o
conjugado eu potência são proporcionais qmmdo. como aqui. a \o'Ciocidadc écons1antc. O que es 4

1arnos realmente dizendo é que a Equação 5. I. aplicada cspccificumcntc a uma máquina idealiza·
da de mtor c-ilíndrico e ttadu-zida em tennos de circuito. coma·sc a E<1uação 5.45. Uma breve rc·
visão mental do embasamento de cada equação deve mostrar agora que elas pro"ê•n das mesmas
considerações fundamentais.

E<1ui\•alcnte Thé\'Cnin
do si~ema utctno
FIGURA 5.12 Representação usando um circuito equivalente de uma máquina sincrona
conectada a um sistema exteroo.

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CAPirut.O 5 MÁQUINAS SiNCAONAS 261

Da Equação 5.47, vemos que a uansferência máxima de po1ência, associada com o fun~
cioname1uo da máquina sfncrona, é proporcional à magnitude da te-nsão do sistema, corres·
pondcndo a Vc.Q• c também à da tensão interna E1111 do gerador. Assim. pam urna tens:ilo de s is-
tema constame, a uansfetência máxima de poh~ llcia pode ser i11crememada elevando-se a cor-
rente de campo da máquina síncrona e desse modo a te11Sào inrenla. Natumlmeote. isso não
pode ser feito ilimitadamente. Nem a corrente do campo nem os fl uxos da mtÍ<Juina pOdem ser
elevados nlém do ponlo em que deixam de ser atendidas as cxigêACias de refrigeração.
Em geral. considerações de estabilidade ditam que o ponto de operação em regime per-
manente de uma máquina síncrona é alc.ançado com um ângulo de potência considcravelmen 4

te infe-rior a 9ff. Assim, dada uma configuraç-ão de sistema. é necessário assegurar-se de <tue
a máquina setá capaz de alcançar seus valores nomjnais de funcionamento c <1uc essa condi-
ção de operação estará dentro de limites aceitáveis de funciomLmento, tanto paro :L m:.i<1uina
como para o sistema.

Um gerador trifásico sfncrono de 75 MVA e 13.8 kV. com uma reatância síncrona saturada de
X.. = 1,35 por unidade e uma não suturada de X.= 1,56 por unidade. é ligado a um sistema cx 4

temo cuja rcatãncia equivalente.é X00 = 0,23 por unidade e cuja tensão é VEQ = 1,0 por unida 4

de. ambas tomando o gerador como base. Ele atinge a tensão nominal de circuito aberto para
uma corrente de campo de 297 A.
a. Encomre a potência rnáximn P_ _(em MW e por unidade) que pode ser fornecida ao siste-
ma ex temo se a tensão interna do gerador for mantida igual a I,O por unidade.
b. Us.'lndo MATLAB* plote a tensão de 1erminal do gerador quando a safda do gerador é va-
riadn desde zero até P-· com as condições da pane (a).
c. Agora suponhaque o gerador esteja equipado com um reg11lador automálico d~ u?nscio que
controla a corrente de campo mantendo constante a tensão de terminaL Se a carga subn1e·
tida ao gerador for a nominal, calcule o correspondente ângulo de potência, a tensão por
unidade e a corren1e de campo. Usando MATLAB. plote Earpor unidade em função da po~
tência por unidade.
• Solução
a. Da Equação 5.47.
P. _ E.1Vw
IN' - X, + Xro

Observe que. embom esse gerador seja trifásico, nenhum fator de 3 é necessário porqt•e esta-
mos trabalhando no sistema por unidade.
Como a máquina está operando com Ulna te•lSt'lo de 1erminal próxima de seu vulor no-
minal. devemos expressar Pm" em tcnnos da reatância síncrona saturada. Assim,
I
P,..., = ., = 0,633 por unidade = 47.5 MW
I. 35 + 0·-3
b. Da Fig. 5.12, a correnoe de lcrminal do gerador é dada por
J, = Ê.r- Vw = E11 ei&- v00 = ~J&- 1.0
j(X, +X, J j ( X.+ Xoo) }1 ,58

• MATLAB é uma 1'1\11~.11 rtgis.trada d! The M;uhWorts. lnc.

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262 MÁQUINAS EL~RICAS

Tens&l de- tcnninaJ versus iLngulo da pot~nci.- paru a J)anc (b)

0 .98

"i
:!1 0.96

-•
c

& 0.94
;;
c
-~
•"
~
0.92

o
0.9
~
~
0.33

0.860
10 20 lO 40 SO 60 70 SO 90
Ângulo de pot~nda, dellôl htnwsl
(a)

&r "ersus potência para a pane (c)


1.8

1.1

1.6

.~c l.l

-• ...
-
~
ll.
1.3

1.2

1.1

1
o o.1 o.1 o.J o..a o.s o.<>0.1 o.s o.()
Pat~nda IJ)()r unid:1dc I

(b)
FIGURA 5.13 Exemplo 5.6. (a) Plotagem de MATlAB para a rensão de lerminal versus E,
relativa â parte (b). (b) Plo1agem de MATLAB para Er~~ versus a po!ência relativa à parte (c).

Então. ::tle-nsão de terminal do geradorê dada por


0 23
v•• v.,+ Jx...T. = o.o + · 1,Js - 1.0)
1.58

A Fig. 5.1 3a é a plotagcm de MATLAB desejad<~. Podc·sc ver que a 1ensào de tennimd
varia de I.O para ó = ff até aproximadamenle 0,87 pam ó =90".

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C APflULO 5 MÃOUINAS SCNCAOHAS 263

c. Com a tensão de lenninalm:mtido cons1an1e em V~ = 1.0 por unidade. " potênci::t pode ser
expressa corno
v. vf.O 1
P = X~ l;en&1 = 0.23 scn!. = 4 ,3S scn.S1
onde c5, é o ângulo da tensno de 1enninal em relução a VEQ·
Ptara P = 1.0 por unidade. ó, = 13.3~ e assim l é igttal :1
~- v. ~i"'- - vf.Q·
1. = = 1.007 eJM.o~
j XI:Q

c
É~• = (ti:Q + j( X11J + X.)i. = 1,78 eJ6! 7

ou Ear = I ,78 pOr unidade. <..'Orrcspondcndo" uma corrente de campo de I,= 1.78 x 297 =
529 arnpCrcs. O ângulo de potência correspondente é 62.7".
A Fig. 5. 1Jb é a pl01agem de MATLAB dcscjad:t Pode· se ver que E., varia de I ,O
t>Ura P =O àlé 1,78 pnm P = I ,O.

Aqui es1á osuip1 de MATLAB:


ele
clear
\ Soluçao para "' par-te (b)
\Padmetros de sutema
1. o:
.. ,
'<teq ~

1.0 :
Xeq ~ .23 :
X,; .. l . JS :
\ Calcu l e Va para d.el ta ...ar1ando de! O a 90 graus
for n = 1: 101
deltalnl = tp(t2.l'tn-u 100;

I~ln) = t&af •exptj •deltain>t VeQt/1 j • iXS • Xeq) I ;


\'AIM a abs('.'eq • j • Xeq' lll(nl):
d99l'4XUiln) ~ 180 · d~h4 In) ·'Pi :
end
t Agora p lote o~ rcçult~do6
plottdegreee,Vat
xlabel( ' Ângulo de pot~neia, delta (9rauaJ · •
ylóbel( ' Tensio de termin4l (por unidade) '!
titlei 'Tensao de ter.inal veraue !r~ulo de pot~neia para a partê {bJ 'J
fprintfl'\nAperte qualque r t•cl• par~ continuar\n ' J
p.ause
\ Soluçio para a parte Cc l
\ Faç~ a tene3o de termlnal igual A unidade
\'term .. 1. 0 :
t o r n . l : lOl
l>(nl .. ln·lJitOO :
deltat tnl = aatntP~n · xec; <Vteun ' \'e<;_l ~ :
Iatnl .. IVtcra • exp1J ' <)olt~:~t1n)t Veq~/I~ 'X'l'ql ;
&afin) : <).b8l'.'term • j • iXS•X<tQI ' IcHf'lll :
end

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264 MAOuiHAS ELÉUIICAS

\ Agora plote 05 re~ul taâ~

plot(P. Ea O
x lab$ 1 ( ' Poe~ncia (por unidade ) ' J
y label ( 'Eaf (por unidade} ' I
eitle( '&af verQU5 potênci~ para a paree(c)')

Considere a máquina de 75 MVA e 13.8 kV do Exemplo 5.6. Observa·sc que elo cst:í opcran·
do com uma tensão de terminal de 13,7 kV e uma potência de saída de S3 MW com um fator
de potência de 0.87 indutivo. Encontre (a) a corrente de rase em k.A, (b) a 1ensão intermapor
unidade c (t:) a corrente de campo correspondente em umpêres.

• Solução
a. I, = 2.57 kA b. E,= 1.81 por unidade c. I1 = 538 ampercs

Um motor síncrono trifásico de 2000 HP, 2300 V, fator de potê:rn;ia unitário. lig:tdo em Y. 30
pólos e 60 H1. tem uma teatâocia síncrorla de 1.95 íllfase. Nesse problellla. todas as perdas
podem ser desprezadas.
a. Calcule a potência e conjugado máximos que esse motor poderd emregar se ele for al ime-n-
tado com potência diretamente de um barramento infinito de 60Hz c 2300 V. Suponha que
a excitação de campo seja mantida constante com um \1alor tal que resulte um fatOl' de po-
tência unitário quando a carga é a nominal.
b. Em vc~ d o bam1mcnto infinito da parte (a). sup<>nh:l que o mo1or seja :1h:l.s1ccido com po·
tência a partir de um turbogcrador trifásico. ligado em Y, 2300 V. 1500 kVA, dois pólos c
3600 rpm cuja reatâncio s-íncrona seja 2.65 íllfase. O gerador é acionado (,.'0111 a velocida-
de nominal e lS exciwções de campo, do gerodor e do mocor, süo ajustadas de modo que o
motor OJ>ere com fator de potência unitário e tensão de terminal nominal à plenn c:.rga.
CaJcule a potência e o conjugado máximos, correspondentes a esses valores de excitaç!.io
de c.ampo. que podem ser fornecidos.
• Solução
Embora certamente essa máqui1la seja do tipo de pólos salientes, resolveremos o problema
usando a teoria simples do rotor cilíndrico. Desse modo. a solução não lcvn em considcr;.1çõo
o conjugado de relutância. Na realidade, a máquina desenvolve um conjugaliO máximo um
pouco muior do que o nosso vaJor calculado. como foi discutido na Seç-ão 5.7.
a. O circ-uito equivalente e..~1á mos1rado na Fig. 5. 14u e o diagmma fasorial à plena carga está
na Fig. 5.14b. onde Ê.r. é a teJlSão gerada do motor e X,. é a sua rcauincia síncrona. A par-
tir das especific-ações nominais do motor. desprezando as pcrchts, temos
POlê.llc-ia aparente nominal = 2000 x 0.7-l6 = 1492 kVA, 1rifásiro
:a 497 kVNfa.-.e
2
Tcn11:1o nominal == ; = 1328 V. tensão de. fali.:

. 497.000
Corrcme ncunJn.:ll = IJ S • 374 ..Vf;1lloe Y
2

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CAPITULO 5 M..IOUINAS SINCRONAS 265

-
+
i~ x."'

v,

(' ) {c )

ê,r1 jillx,,

i,

}iax.,..
v•
'
I:.r.
( d) ,,,
FIGURA 5.14 Circuitos eQuivalentes e diagramas fasoriais para o ExemplO 5.7.

Do diagrama fasoriaJ. à plena carga. temos


E""'= Jv.' + (I, X•• )' = 1515 V
Quando a fonte de potência é um barramento infinito e a excitaç..ão de campo é cons-
tante, V, e ê.t... são constames. Então, na Equação 5.46, substituindo E1 por Va. E~ por E14m
e X por X,111• obtemos
n _ V, E.,m_ 1328x iSIS ...... kW '
r ,_ - - - I 012. /la.~
x.... 1.95
= 3096 kW. trifásico

Por unidade. temos P11\u , = 309611492 = 2.07 por unidade. Como essa potência excede a es-
pecificação nominal do motor. ele não poderá entregar essa potência por longos períodos
de tempo.
Com 30 pólos a 60Hz. a velocidade angul;.-rr síncrona pode ser cncontr.tdn a partir da
Equação 4.40,

e, pot1aJlto.

r_. =Pw..,.., = 30968;r lO~ = 123.2 kN . m


X

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266 MÁQUINAS ELETRICAS

b. Quando a foJUe de pocência é urn lutbogerador, o circuito equivalente mrna·se o mostrado


na Fig. 5.14c. em que Ê111 é a tensão gerada do gerador e X,, é a sua reatãncia síncrona.
A(JUi o gemdor síncrono é equiv:alentc a uma censiio ex lema VEO e uma realllrlcia XEQ como
na Fig. 5.11. O diagrama faso rial ~~ p lena curga do mocor e rmor d e pocência u nitário está
mostrado na Fig. 5. 14d. Corno ance$. V,.= 1330 V/fa.~e à ple.fla carga e E~,,. ::: 15 15 V/fase.
Do diagrama fasorial.
E~,, • Jv~ + ( /,, X,1 ) l = 1657 V

Como :L" exciwçõcs de campo e as velocidades de ambas as máquinas Sl.io conscames, e-,~,
c E~f•l são con.sLantcs. Então. na Equação 5.46. substituindo E1 por EJ1t: E~ por Eu~." c X por
X,li +X,,.. obtemos

P,..., = E~r,E.r,, = 1657 x 1515 = 546 kW/f:.se


X,. +X,m 4,60

= 1638 kW. ~rifásiro

Por unidade. temos Pmnx = 1638/1492 = I, lO por unidade.


. p_ 1635 x lO' = 65 .2 kN. m
7..... = - =
Srr
"'
O sincronismo se-ria perdido se um conjugado de carga superior a es..c;e valor fosse aplica·
do ao eixo do motor. Naturalmeme, como na pane (a). essa c.arga excede a especificaç-Jo
nominal do motor e não poderia ser .su.stent:lda em condições de funcionamento de regime
pcnnanentc.

Se o sislCma de excitação do gerador do Exemplo 5.7 fosse danifi cado c devesse ser li mirado
a fo meccr apcmlS a metade d:a excitação de campo da pane (b) do exemplo. calcule a potên·
cia máxim:l. c.1uc pOderia ser fomecidn ao motor.
• Solução
819 kiV

'
5.5 CARACTERISTICAS DE OPERAÇAO EM REGIME -
PERMANENTE
As principais carac.terísticas de funcio namemo de uma máquina síncrona em regime pcnna·
ncnte siio descritas pelas inter-relaçõe.c; existentes entre a1ensão de tenninul. li corrente de cam·
po. a corrente de armadura. o fator de potência e o n.:ndimento. U ma seleção de curvas impor·
tantcs do desempenho de máquinas srncronas em aplicações práticas sení apn..~enutda aqui.
Considere um gentdor .sínçrono que esteja entregando potência com uma freqUência e
uma te-nsão de tennina1 nominal constnnte.s para uma carga cujo fator de potência é cot\Stan.
te. A curva que mostra a corre-me de campo necessária paru manlcr c.onsmme a tensão nomi·
naI de tcm1inaJ, quando a carga de fator de potência constante é variada. é conhecida como
cur m composta. A s formas caracterfsticas de três curvas compostas. pana v;í.rios fatores de po-
tência constantes. estão mostradas na Fig. 5. 15.
Usualmente o.s valores nominais dos geradore.~ síncronos são fornc:cidos em tcm10s de
carga especificada pe la potêncin ap;lrcnte máxima (kVA ou MVA) que pode ser romedda

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CAPiTULO 5 MÂOUiNAS SiNCAONAS 267

fp 0..8 indtnivo

''
'
1Carp 11on1inal
'
FtGuRA 5.15 forma catacterística das curvas compostas de um gerador sfncrono.

continuamente sem superaquccimcmo, para valores espt."Cíficos de tensão e fator de pocência


(freqlicmcmcntc 80. 85 ou 90 por cento. indUiivo). Em geral. a capacidade do acionador me-
cânico primário limita a potêncin ntiva de saídn do gerador a um valor den1ro da especificação
de potência nominal. Devido a seu sisttma regulador de lens<io (que controla a corrente de
çampo em resposta ao valor medido da tensão de tenninal), a miiquina opera norm:1hncntc
com uma tensão de renninal consrante cujo valor está dentro de ±5 por cento em mrno da ten-
são nominal. Quando a potência ativa de carga e a tensão são fixadas, a potência de carga rca-
liva penn ilida é limitada pelo aquecimento dos enrolamentos da annadur.t ou do campO. A
Fig. 5.16 mostra um conjunto dpico de curvas d~ capacida<le puro um turbogcrador de gran-
de por1c refrigerado com hidrogênio. Elas fomecem a.s cargas máximas de potência reativa
correspOndentes a diversus cargus :.uivas que opc-mm na rensão nominal de terminal. Observe
que as três curvas vistas na figura corresr)()odem a pressões diferentes do gás hidrogênio de
refrigeração. Como pode-se ver. o aumento da pressão de hidrogênio melhorn o resfriamento
c jXnnitc uma carga global maior para a máquima.
O aquecimento do enrolamento de armaduro é o fator limiwnte dentro da região que e~w
1á comprecndid~1 entre os va.lores unitário e nominal do fator de J)(}tência (0,85, indutivo. na
Fig. 5.16). Por exemplo. para uma dada pOtência de c.argo ativa, quando se aumenta a potência
rcati\'Ct, ulém dos limites da porção de aquecimento de armadura da curva de capacidade. resul·
la uma corren1e de armadura que é superior a possível de ser refrigerada com sucesso. resul-
tando temperaturas de enrolamento de am1adura que danificam o seu isolamcnlO e degradam
a sua vida útil. Oe modo semelhante, para fatores de pOtência baixos. o aquecin1ento do enro-
lamento de campo é o fator limitante.
As curvas de capacidade fornece m uma oricnração valiosa tanto para os pluncjadorcs de
sistemas de potência como para os operadores. Quando os planejadores de sistema estão ana·
lisando modilic.ações e acréscimos a um siste1na de potência, e-les podem rapidamente verifi·
car se os diversos geradores existentes ou propostos podem abastecer co•n segurança as cargas
demandadas. De modo semelhante-. os operadores de si~tema podem ver rapidamente se gera-
dore~ individuais podem responder com segurança às altetações de carga que nonnalmente
ocorrem durante a operação do sistema.
A seguir. será vista a obtenção da.; curvas de c.apacidade. como ali da Fig. 5. 16. A opc·
rnção. sob condições de tensão de tem1inal e corrente de armadura constantes (no \•alor máxiw
mo pcnnitido pelas limiwçõcs de :.l<IUCCimcnlo). corrc.spondc a um valor consHmlc de potên·
cia aparente de saída que é detenninada pelo produto da censt.o de terminal pela corrente. Co-
mo a potência aparente por unidade é dada por
Potência aparente = J p 2 + Q 2 = Vala (5.48)
onde P representa a potência ativa por unidade e Q representa a potência remiva por unidade.
é possível ver que uma potência aparente constante corresponde a um círculo cujo centro esw

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268 MÃOOINAS EL~TAICAS

1.1.---,----.---.-.--.--,---.--------,
t

j• o.s li--L-~~ ,
~ 0.7
'Aque<:imeniOdo
~
~ 0.6 1 '-"<~mpo limitado

8. o.s l--1-~
.~
~ 0.4
••<v 0.1
•V

~•
0.2

O. I Aque.-imtnto de
ôlnnudurôllimitudo
0
o 0,1 0,2 O_l 0.4 05 0.6 0.7 0.8 0.9 1,0 1.1 1.1 1,3
Pot~nc-i :t por unid'*'t

FtGuFtA 5.16 Curvas de capacidade de um turbogeradOf. refrigerado com hidrogênio. fa·


lar de potência de 0,85 e retaçao de curto·circuilo de 0.80. A potência de base em MVA é a
nominal na pressão de 0.5 psig de hidrogênio.

tá na origem do gráfico da potência aparen1e 1•ersus a pOtêncin ativa. D:t Equação 5.48 c para
uma tensão de terminal constante, observe tambétn que a potência aparente cons1ante corres-
ponde a umn corrente de cnrolamcmo de armadura c.onstmn e e. cons.eqUetttemenle. a um
aquecimen10 constante do enrolamento de annadura. Esse círculo. que corresponde ao nf\'el
máximo aceitável de aquecimento da annadura, está mostrado na Fig. 5. 17.
De modo senlelhante, considere o funcionamento quando a tensão de ccm1inal é cons-
tante e a corrente de campo (e conSC(Jiientemcntc E~,) está limhada a um valor máximo. tam·
bém determin;~d o por limitações de aquecimento.
Por unidade. tem· se

P - jQ = Í',r. (5.49)

Da Equação 5.24 (com R,= 0).

É~r = \la+ j X J., (5.50)

As Equações 5.49 e 5.50 podem ser resolvidas resultando

pl + (Q+ t)' =(\~·r)' (5.51 )

Essa equação corrcspoode ao círculo ce1Hrado em Q =- V:t


X.) na Fig. 5. 17 c dctcnni·
na o limite de aquecimento do campo sobre a operação da máquina na Fig. 5.16. É comum c.s·
pcçificar os valores nomi1lais da máquina (potência aparente e fator de potência) como sendo
o ponto de interseção das cun'a.(O limites de aquec imento da armadura e do campo.

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CAPITULO 5 MAQUINAS SINCAOHAS 269

L..imite do nqUCC'imentOdo camp.')

V;IOf' nominal da n\$quina

U tnite do aqucciml'fllC.
d:t atri\3diuf'l'l

-:t"''
F IGURA 5 .17 Construção usada na obtenção da curva de capacidade de um gerador
sincrono.

Para uma dada potência ativa de carga, o fator de potência. c.om o qual uma máquina sín·
crona opera e conseqüentemente a sua corrente de armadura. pode ser controlado ajusmndo a
excitação de campo. A curva que mostra a relação entre as correntes de am1adura e campo. pa·
ra uma tensno de terminal e uma potência ativa constantes, é <."Onhecidn como cun 1a V. devido
a sua forma c.arncterís:lica. Umil fi1mífia de curvas V para um gcr:I(IOr síncrono tem a forma
mosuada na foig. 5.18.
Para uma p01ência de sarda COI\SUuue., a corrente de armadura é mínima qu~u'tdO o fa tor
de potência é unitário, e aumenta. à n'tedida que o fator de p01ência diminui. As l inhas traceja-
das representam os pomos de fa1or de potência constatue; elas são a..~:; curvas compostas do ge.
rador síncrono (veja a fig. 5.15) as quais mostram como a corrente de campo deve ser varia·
da à medida que a carga é alterada de modo a mamer constante o fator de potênc:ia. Pontos à
direita da c.urva composta, para fator de potência unitário. com.."'"Spondem a uma sobrcexcita·
ção e a um fator de potência indutivo: pontos à esquerda correspondem a uma subexciração e
a um fmor de potência c,apacitivo. As curvas V e as curvas compostas de urn motor síncrono
são muito semelhantes às dos geradores síncronos. Oe fato, se não fosse pelos pt."((uenos efei·
tos da resistência de annadura. as curvas compostas de motores e geradores seriam idéntkas
exceto que as curvas c.:om fatores de potência indutivo e capacitivo seriam pem1u1adas.
Como O<:<me com todas as máquinas clctromccànicas. o rendimento de uma máqu ina
síncrona, que esteja operando em um ponto qualquer em paniculnr. é determinado pelas per-
das. E.c;sas consistem em perdas ôhrnicas f R nos enrolamentos. perdas no núcleo. perdas su·
ple.netuares e perdas mecânicas. Como essas perdas se altcrum de acordo com as condições
de operação e são um mmo difíceis de serem medidas (...'Om exatidão. vários procedimentos pa·
2
dronizados fol'am de."lenvol vidos para se calcular o rendimento das máquinns síncronas. Os
printCpios gerais desses cálculos estão descritos no Apê-n dke D.

: Veja. por cx.emplo. IEEE Sld. lt5-199:S. "lf.F.E Cuide: i~ l'nxedures ror SynchrQil(IU!I Machinc:ll;· tr~ilute t>f f.karit..oll :md
l!kctronic Enginecrs. Inc .• 34S Ea..;t 47th Strcct. New York. New York, 10017 c NEMA St:mdank f\lbl it.-ation No. MG· I·1998.
..Motc.n :md Gc:nc:mtors.- National Ek~""tricat Manurac1u~ Association. 1300 Nonh 17th Stt\."C'I.. Suite 1847. Ros"lyn. Vitglnia.
22m.

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270 MAouiNAS E ltTRICAS

P<l(ênd:t dl! fp0.8


safda por unidade capacitativo ~p 10 fp0.8
I . indutivo
o 0.25 os 0.1S 1.0I I I
I /
I
I

Corrente de campo

FrauAA 5.18 Forma tipica das curvas V de um getadOf sincrono.

Na Fig. 5.19. são mostrados dados re-lativos às perdas da máquina síncrona de 45 kVA dos
Exemplos 5.4 c 5.5. Calcule o seu rendimento quando ela está funcionando como motor sin·
crono. com uma tensão de terminal de 220 V c uma potência de entrada de 45 kVA na sua ar·
mudum com um fator de potência 0.80 indutivo. A corrente de campo. medida em um ensaio
de carga reali1.ado sob essos condições. é !, (ensaio) = 5,50 A. Supo nha que os cnr<)lamcntos
de armadura c de campo estejam~~ uma temperatura de 75° C.

• SoluçAo
Para as condições de opernç.ão especificadas. a corre me de armadura é
45 X IÚ)
1, = r, =113A
v3x230

As perd.ltS ôhmicas f R devem ser calculadas com base n.as resistências CC dos enrolamerl·
tos a 75"C. Corrigindo as resislências de enrolamento pOr meio da Equação 5.32. obtém.sc
Resistência doenrolarncnto de campO Rra 75° C= 35.5 !l
Resistência CC de armadura R. a 75° C= 0.0399 O I fase
As perdas ôhmicas f R de campo são. pc>nanto,
tl R, = .s.so! x J.S.5 ::J 1.01 kW

De acordo com us normas ANSJ, a..co perdas no sistema de excitação. inclusive as de <.luàlquer
reosuuo de campo. não são inclurdas.
As perdas óhmicas /!R são
31,1 R, ;;; 3 X 113! X 0.0399 = 1.53 k\V

c. da Equação 5. 19. para 1. = 113 A. as perdas supleme-rnares são iguais :a 0.37 kW. As perdas
suplementares são conside-radas responsáveis pelo fluxo de dispersão da armadunt. De acordo
com as normas ANSI, nenhuma correção de tempenuura é aplicada à...; perdas suplementares.

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CAPÍTUlO 5 MÁQUINA$ SíNCRONAS 271

Z40 120

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o 00L--L~0~~--L-~OL.8--L-~I~
.l-----,L.6~L-~2~~~~-J2A
Pen:l;as, k w

r....roa.~ = 0,91 kW
pot atrito e \•entihlÇ""~o
C = 0.0335 O Jl(lf fase
Re~i.nCru;i a CC de AITO:.dura a 2S
Re~i$tência de enrolame-nto de c-ampo a 25 C = 29.8 Q

FIGURA 5.19 Perdas em uma máquina síncrona ~ifásiCa. ligada em Y. de 45 kVA. 220 v. 60
Hz e seis pólos (Exemplo 5.8).

As perdas no núcleo sob carga são basicaJ»eJUe uma fUilÇão do nuxo principal,~reseme
no núcleo do motor. Como foi discutido no Capítulo 2. a tensão no ramo de magnetização de
um lrunsformador (corrcspondendo ao fluxo no núcleo do transformador) é caJculada sub·
traindo. da tensão de tcnninnl. a queda de tensão presente na impedância de dispersão. Fazcn·
do uma analogia, o fluxo principal no núcleo de uma máquina síncrona (isto é, o fluxo de cn:~
ueferro) pode ser calculado como se fosse a tensão presente na impcdância de dispersão da
máquina. Tipicamente, como a resistência de armadunt é pequena. é comum ignorar n resis-
tência e calcular a te-nsão na reatância de dispersão. Entt10, as perdas no núcleo podc•n seres-
timadas a panir da curva de perdas no núcleo em circuito aberto. usando-se o valor de t·cnsf•o
presente na reatância de dispersão.
Neste exemplo. desconhecemos a reatância de disper:o>ão da rnáqui na. Assi m, urna abor-
dagem consiste em simplesmente supor que a tensão de entrefcrro seja igual à tensão de ter-
minal e determinar as perdas no núcleo sob carga a panir da curva de perdas no míclco. cor-
respondentes à tensão de temtinat:' Neste caso. a tensão de tenninal é de 230 V. tensiio de li-
nha. e assim, da Fig. 5. 19. as perdas no núcleo em circuito aberto são de 1,30 kW.

' Me~mo nOO sendo riposank'I'IIC co~ttltl. IOrnou•,;c c:omum ;1 ptú1icu. de i,glloOfur a q~Jeda de 1c-ns!lo na impcdincia de- di!•ptr·
sio <tuando llS perdas no nGdco sOO Cntg_3 ~o de:termin;.ll(.l.as,

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272 M ÁQUINAS ElÉTRICAS

Para eslimar o efei10 de se 1er ig.norado a queda de tensão na reatância de dispersão, V'.&·
mos assumir que a J'eatfincia de dispersão deste motor seja 0.20 por unidade ou

X.,o0.2 ( 45220'
x l i}' ) ;0,2 150

Com e.ssa sui)()Sição. a 1ensão de entre ferro é igual a


230
\i, - ,x.
· t,=
• ·oo ' s x
JJ - J·· os '06
i41(.+J.)

= 151- j24.,2 = 15J e~JII.J~ V. tensão de rosc

o que corrcspondc n um:a lcnsiio de linha de ./5 ( 153) = 265 V. Da Fig. 5. 19, as perdas corres-
pondemes no núcleo são de I,S kW, ou seja, 500 W, St•pe:riores ao valor obtido quando se usa
a tensão de terminal. Para os obj etivos deste ex.ernplo. usaremos esse valor.
Incluindo 0.9 1 kW de perdas por atrito c ventilação. agora IO<.tas as perdas estüo de-
cerntinudas:
Perdas (Olai..; = 1.07 + 1.53 + 0.37 + 1.80 + 0.9 1 = 5.68 kW

A potência total de entrada do motor é a potência de emrada da annadura mais a do


c.ampo.
Pot~nc.i a (k enLrada = 0.8 x 45 + 1.07 = 37 .I kW

e a potência de saída é igual à potência lOtai de emrada menos as perdas totais


Potênc-in de ~fda = 37 .I - .5.68 == 31.4 k\V

Ponanco.
Rendimento= 1"ipC:'";:':"::;ci::•,:d::e::sa:Cid::";,. = 1 - -31.4 = 0.846 = 84.6%
Polên("ia de entrada 37 .I

Calcule o rendimento do motor do Exemplo 5.8 se estiver opcnmdo com uma potência de en-
trada de 45 kW e um fator de potên<:ia unitário. Você pode assumir que as perdas suplemen-
tares pcnmtncccm inalteradas e que a corrente de campo do motor é 4,40 A.

• Solução
Rendimento= 88,4%

5.6 EFEITOS DOS PÓLOS SALIENTES; INTRODUÇÃO À


TEORIA DOS EIXOS DIRETO E EM QUADRATURA
As c.aructcrísticas essenciais das máquinas de pólos saliences são desenvolvidas nesta ~eção
com base em raciocínio f'ísico. Um tra1.amento mmcmático. baseado na indutância paru o
equacionamento, como o apresentado na Seção 5.2. é dado no Apl1ndicc C. onde a tmnsfor·
maç~o dqOé desenvolvida.

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CAPITULO 5 MÁOUINAS SfNCRONAS 273

5.6.1 Ondas de Fluxo e de FMM


O Ouxo produz..ido por uma onda de FMM. em um emrefe1'1'0 uni forme de uma máquina, não
depende do alinhamento espacial da onda em re-lação aos pólos do c.ampo. Entretanto. em
uma máquina de pólos salientes, como a mostrada esquematicamente na Fig. 5.20. a direção
preferencial de magnetização é de1erminada pelas protuberâncias dos pólos do c.ampo. A
pcrmcância ao longo do eixo polar. referido comumente como eixo direto do rotor. é apre-
ciavelmente maior do que a presente ao longo do eixo interpolar. referido comumente como
eixo dt! quadrawra.
Por definição. observe que o cnrolamcmo de campo produz um Ouxo que está orienta-
do segundo o eixo direto do rotor. Assim, quando di;;~gramas fasoriais são desenhados. a FMM
do cnrolumcnto de campo c o nuxo c..'Orrcspondcnlc <i>r estão localizados ao longo do eixo di 4

reto do rotor. A tensão intcmn gerada é proporcional à derivada. em relação ao tempo. do n u 4

xo de enrolamento de campo e. assim, o seu fasor Ê~ft em relação ao fl uxo d>r, está adiantado
de 9<t. Como, por convenção. o eixo em quadralUrn está adiumado em rehlÇJ10 ao eixo direto
de 9ft. vemos que o fasor datenscio gerada t,. , está /()(·ttlizodo ao longo do eixo em quodra·
tum. Desse modo. um ponto chave da análise dos diag.rumas rasoriais de uma máquina síncro-
na é que. após localizar o fasor Ê.,. as localizações de ambos os eixos direto e em quadratura
podem ser detenninadas imediatameme. Isso fonna a base da ronnulação, em tennos de ei·
xos dirc.to e em quadrawra. que é usada na análise das máquinas de pólos salientes ern que 10.
das as tensões e correntes podem ser decompostas em suas cOmfJOnemes segundo os eixos di·
reto e em quadrawra.
A ondn do nuxodc reação da armadura d>., cstá atrasada em relação à onda do nuxo de
campo por um ângulo espacial de CXf + tPm· em que tP,., é o ângulo de fase temporal pelo qual
a corrente de annadura está atrasada em relação à tens.ão gerada. Se a corrente de amtadura la
estiver atmsada em rcl~ção à tensão gerada t 11 por 90°. a onda do fluxo de reação da annadu·
ra estará diretamente em frente aos pólos de c.ampo e com um sentido oposto ao do nuxo de
campo ti>r. como se mostra no diagrama fasorial da Fig. 5.20a.
As c.:omponcntcs correspondentes às ondos de densidade de nuxo na superfície da armn·
dum. produz.idas pela corrente de campo e pela componente fundamental espacial síncrona gi·
cante da FMM da reação da armadura. estão mostradas na Fig. 5.20b, na qual foram dcscon·

Eixo 6o pólo
de campo
Fluxo rund~mcntal

'li?.;., de eanlpo
Auxo de c<~mpo ~nl

i,

Fl uxo rund:uncmal
de atm3dura
F111Xo de um1adu.ra real
(I) \ b)

Ftau•• 5.20 Fluxos de entrererro ao longo do eixo direto de uma máquina srncrona de pó-
los saliemes.

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274 M ÁQUINAS ELÊTRICAS

os efeitos d~s ranhuras. As ondns consistem em uma comp011ente fundamental es·


~ i de-rad os
pacial e uma família de componen1es harmô11icas fmpa res. Em uma máquina bem projetada.,
usualmente os efeitos das harmônicas sUo peque-nos. Desse modo. apenas as componentes es·
1>aciais fundamemais serão consideradas. As componemes funda•nemais s.'(o as re1>rcsemadas
f>elos fasores de nuxo por pólo d>re d>. !l:l Fig. 5.20a.
As condições Silo muitO diferentes quando a corrente de armadura está em fase com a
tensão gemda, como e~a:i ilusarado no diagrama fasol"ial da Fig. 5.2 Ia. Então. o eixo da onda
de reação da armadura esui em frente a um espaço interpelar. como mostrado na Fig. 5.21b.
A onda de nuxo da reação da armadura está bastante distorcida. consistindo principnlrncnte
em uma fundamental e uma tcrceim hannônica espacial proeminente. A onda de nuxo de rer·
ccira harmônica gem FEMs de terceira ham1ônica nns tensões de fase dn armadurn. Eh1s se·
rão da forma
E,,, = J2 ~' cos (3w,t + 4>3) (5.52)

CJ.b = J2 v,,cos (3(a>,, - 120' ) + 4>3) = ./2\13 cos (:lw,t + 4>.>) (5.53)

E3 ., = ./2v3 cos(3(w,t - 120' ) + 4>3 ) = J2v3 cos(3w,t + if>3) (5.54)

Observe que essas tensões de fase de terceira harmônic-a são iguais em módulo c fase.
Conseqüentemente. elas não aparecem como componentes das tensões de linho, que são
iguais às diferenças entre as diversas tensões de fnsc.
Devido ao comprimento de cntrefcrro mí1ior entre os pólos e à rclulância propOrcional·
me-nte maior. a compo!lente fundamental espacial do tluxo de reaçlo da amladura, quando a
reação da annaduta está si1uada ao longo do eixo de quadratura (Fig. 5.2 I). é inferior à fun·
damemal espacial do nuxo de reação da armadura que é criado pela mesma correme de arma.
dul'a quando a ondn de nuxo da armadura está precisamente sobre o eixo direto (fig. 5.20).
Dessa fonna. a reatância de mag11etização relaliva ao eixo em quadratura é i11ferior à relati\'a
ao eixo direto.
Focalizando a nossa atenç--ão nas componeme.ç espaciais da FMM e do fl uxo de entrefer·
ro, os efeitos dos pólos salientes podem ser levados em consideraç-ão decompondo a corrente
de am1adura (.em duas cornponcnlcs, uma :ao longo do eixo direto c outra ao longo do eixo
em quadratura, corno mostra o diagranm fasorial da Fig. 5.22. Esse diagrama esuí dcscnh"do

EhoOO
pólo de cnmpo

m t:tux.o fundamcnutl

c-tampo real

T.:r~-eirll h:tnnQnicll
dO flUlll) de; iiOn~llnJ

(•) (b)

FtGURA 5.21 Fluxos de enueferro ao longo do eixo em quadratura de uma maquina síncro-
na de pólos salientes.

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CAPITULO 5 MÃOUINAS Sf>ICRONAS 275

Eixo em
j4 B.,A QWldr.ti U/11
~--~~------~~~--_.
I
I
I
I
I
I

... '·

Eixo din..'to

fiGURA 5.22 Diagrama fasofial de uma ma:quina sínc1ona de p~os salientes.

para o caso de um gerador, de pólos salientes não saturados. que ope-ra com urn fator de po-
tência indulivo. A comp<>ne-nte no e ixo direto 14 da corrente de :1nnadura. em quadratura no
tempo com a tensão gerada Ê", produ~ no eixo dos pólos do campo (eixo direco) a componen·
te d>*' da fundamenta] espacial do fluxo de reação da armadura. como na Fig. 5.20. A c.."'mpo-
nente i4 do e ixo em quadratura. em fase com a tensão gerada. produz a componente cb.., dn
funda mental espacial do nuxo de reação da annadura, em quadratura espacial com os pólos
do can1po, como na Fig. 5.2 I . Observe que os subscritos d (''dire-to'") e q ( ..quadratu ra'') nos
fl uxos de reação da armadura referem.se à sua fa~e espacial e não à fase tempor.tl das corren-
tes componentes que os produ1..em.
Assim, uma gmndew de eüo dire1o é uma cujo efeito magnético está alinhado com os
eixos dos pólos do campo~ as FMMs de eixo direto produzem fluxos nesses eixos. Uma ftrtm ·
deza de eixo em q11adrmura é uma cujo efeito magnético está centrado no espaço interpolar.
No caso de uma máquina não saturada. o fluxo de reaçiloda armadura d.,...é a soma das com·
ponentes cb., e 4."". O fluxo resultante ci>R é a soma de d>,. e do fluxo de campo ti>,.

5,6,2 Diagramas Fasoriais para Máquinas de Pólos Salientes


Para cada uma das componentes de corrente i,. e iq. há associada uma componente de queda
de tensão nas reatâncias síncronas,jf,Xél ejl~x,.. respectivamente. As reatãncias X"' e X,. são.
respectivamente, as reatáncias Jincronas de eüo direto e em quadratura. A essas rcatãncias
são atribuídos todos os efeitos indutivos de todas as componemes espaciais fundamentais dos
fl uxos que são criados pela.c; correntes de annadura nos eixos dire.to e em quadratura. incluin-
do-se os fluxos de dispersão e de reação da armadura. Assim. os efeitos indutivos da.'\ ondas
de fl uxo da reaçdo de annadura. nos eixos direto e em quadratura.. podem ser calculados a par·
cir das f1!atdncins de magnetil.açao de eixo dire1o e em qlladrawra. X4'4 e X~,.. respeclivamen·
le, de modo semelhante à rcatância de magnetização X~ da teoria do rotor cilíndrico. As rca·
câncias síncronas de ei.xo direto c em quadratura são dadas então por
Xd =Xai + X.;oS (5.55)

Xq = Xal + X~ (5,56)

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276 M ÃOUINA$ ELÉTRICAS

Ei.xo crn
jq t,.( qU.Udr.&IUrd
~;:~~----~------------------_c'lP~x~

v.
,, I

Eixo direta

F IGURA5.23 Diagrama lasorial de um gerador sincrono mostrando as relações e n tre as


tensões e as correntes,

onde X, é u rcattLncia de dispersão da armadura, considerada a mesma para us correntes de ei·


xo direto e em quadratura. Compare as Equações 5.55 e 5.56 com a &itoação 5.25. do caso de
pólo não saliente. Como mostrado nu Fig. 5.23. p;.mt o diagrama rasorial do gerador, a rensáo
gerada t_é igual à soma rasorial da tensão de terminal V. mais a. <1ucda i~R,.. na resis1ência de
armndum. c as quedas jfaX"<~ + jl.;<q• nas comp<>nen1cs de remântia síncrona.
Como j á discutimos. a rcatânti:l ~íncrona do eixo em quadratura Xq é menor do que a do
eixo direto x,. devido à relutância de en1referro ~c·· mais elevada no eixo em quadmtura. Tipi·
camente-, X1 está entre 0.6X" e O, 7X". Mesmo se-ndo máquinas de rotor cilíndrico. observe que
um pequeno efeito de pólos saliemes também está presente em turboahcrn:ldorcs. devido ao
efeito das ranhuras do rotor sobre a relutância no eixo em quadratura.
Como no caso da rcatânciu síncrona X, de uma máquina de rola r cilíndrico. essas rca-
uincias niio são constantes em relaç.ão à densidade de fluxo. mas saturam à medida que a dcn·
sidadc de fluxo da máquina cresce. É comum encontrar especific-ados os valores desses parâ-
metros tanto para o caso de saturação como o de não saturação." Os vaJorcs de saturação apli-
cam-se a condições típicas de O(Xrução da máquina em que a tensão de terminal está próxima
de seu v:llor nominal. Pam os nossos propósitos neste capítulo c em outros locais do livro, não
daremos atençno a essa ques1no e. anUo ser que especi1ic:.unente expresso. o leitor pode assu-
mir que os valores de x,. e Xq dados são os de saturação.
Ao usar o diagrama fasorial da Fig. 5.23, a oorrcnte de annadura deve ser decomposta em
suas componemes de eixo direto e em quadtalura. Essa decomposição supõe que o fingulo de fa·
se (jJ +O da corre me de annadurn. em relação à tensão gerada. seja conhecido. FreqUemcmentc.
o ângulo de fator de potência 4> nos tem1inais da máquina é conhecido explicitamente, ao invés
do ângulo q, + ô. Toma-se necessário, então, locali1.ar o eixo em quadratura e calcular o ângulo
de polênci;~ O. lsso pode ser feito com ajuda da construção nlOstrada na Fig. 5.24.
O diagrama fasorial da Fig. 5.23 é repetido na Fig. 5.24 na fonna de fasores desenha-
dos em linha cheia. O estudo desse diagrama fasorial mostra que o rasor tracejado o'('·, per·
pcndicular a(. é igual ajf,X<~ . Esse re-sultado procede geometricamcme do falO de <1ue os
triângulos o '(l 'b ' c oab são semelhantes porque os lados corresr>andemes s:lo perpendicula·
res. Porraruo,
o'(l b'a'
-= - (5.57)
oa ba

'Veja. por exemplo, rEEE Stcl. 11 .5· 1995 . .. IEliliGuidc: Tcst Procedutcs fot Synchmnou~ Ma~o:hine:s:· ln!OI:iltuc of E:lccuic;al und
Eleou onic E.tlginttrs. Inc., 3-IS EaM 47th Streel, New Yor\:.. Ne.w York. 10017.

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CAPfl\JlO 5 MÃOUINAS SINCRONAS 277

FIGURA 5.24 Relações ent1e as tensoes componentes de om diagrama fasotial.

ou

, , (/la')
a llql
r = X, Ir,I
oa= -b oa= ll.•IX• loi (5.58)

Assim. o lado o't~' é o fasor jX./~· e a soma fasorial V,.+ i,.R, +jl:X~ fol'nece a posiç-ão an·
guiar da tensão gerada Ê11 (a qual. por sua vez. está sobre o eixo em quadratura). Des.'ie modo,
também ficam localizados os eixos direw e em quadrnlura. Fisicameme. isso deve ser assim por·
que. em uma máquina nonnal. tod3 a excitaçao de tampO está no eixo direto. Após encontrar o
eixo em <1uadratura (e tam~m Ô), É~r pOde ser obtido como se mostm na Fig. 5.23. ou seja,
(5.59)

Um uso dessas relações para se detcnninar as necessidades de excitação nos terminais


de urna máquina de pólos salientes, em condições especificadas de operução, está iluslrado no
Exemplo 5.9.

As rcmâncins X11 c X4 de um gerador síncrono de pólos salientes são 1,00 e 0,60 por unidade.
respectivamente. A resistência de amtadura pode ser considetada despre~h,el. Calcule o ten.
são gerada quando o gerador fornece sua potê11cia aparente nominal em kVA, com fator de po.
tência indutivo e tensão nominal de terminal.

• Solução
Primeiro, a fase de Êz deve ser encontmda de modo que I, possa ser decomposta em s uas
compo11emes de eixo direlO e em quadrnturn. O diagmma fasorial está mostrudo na Fig. 5.25.
Como se faz comume1ue em tais J)roblemas. a tensão de tenninnl V. será usada como o rasor
de referência. isto é, V11 -= v.tfUI' = v•.
Por unidade.
i• = 1. ~;· = 0.80- j0.60 = 1.0 .. -')1,"'

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278 MÃOUINAS E LÉTRICAS

A posição do eixo em quadra1ura é d:lda pelo raS<>r


•· v·• + J·x" ,..
~::. ~ , 1•oe..,,...,..> = 1.-e
= 1.O+ J'0601 ··-· , ••.~
As.<im. Ó= 19.4' e o ângulo de rase entre Ê~e i, é 5 - rP =19.4' - (- 36.9') =56.3'. Observe que.
embora poss.a parecer a partir da Fig. 5.25 que o ângulo apropriado seja O+ f', isso não é cor-
reto porque o ângulo t/>. como foi desenhado na Fig. 5.25. é negativo. Em gemi, o ângulo dese-
jado é igual à diferença entre o ângulo de potência c o ângulo de fase da corrente de termirlal.
Agora. acorrente de armadura pode ser decomposta em suas corni>Onemes de e-ixo dire-
to e em quadratura. Seus módulos são
1, = li,) sen (~ -<i) = I.OOS<:n (56.3') = 0.832

e
t, = Ji,J oos(~- 9) = 1.00oos(56.3' ) = 0.555
Na forma de fasor,

Agora podemos obter E,, da Equação 5.59,


ÊJ =V.+ j X.Jid + jX,.jÍ"
c 1.0 + j 1.0(0.832 e '1n•· ) + j0.6(0.555 t! 1 ~-'")
= 1.77 e1 ''-~'
e vemos que E,,= I, 77, por unidade. Como esperado. observe que <.Ê.,, = 19.4' = ó. confir.
mando assim que ÊJ está localizado sobre o eixo em quadratura.

FIGURA 5.25 Diagrama tasorial do gerador do Exemplo 5.9.

Encontre a tensão gerada no gerador do Exemplo 5.9 quando se aplica uma carga com (a) po-
tência aparente de 0.73 por unidade. rator de pOtência unitário c tensão de tenninal de 0.98 por
unidade. e (b) (><Nênciu apnrente de 0,99 por unidade. fator de potência de 0.94 c.apacitivo e
te.nsão nominal de terminal.

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CAPiTULO 5 M AQUINAS SiNCAONAS 279

• Solução
" = 1,20<
a. "•' P ·' ' por unrdade
. b. t. = I,ose'"'"' por unidade

Na teoria simplificada da Seção 5.2, assumiu·se que a máquina s(ncrona pudesse ser representa·
da por uma única reatãncia, a reatãncia sfncrona X, da Equaç--Jo 5.25. Naturalmente. surge a ques--
tão: Quão boa é uma aproximação quando se tr.tta uma máquina de pólos salientes desse modo
simplificado? Pode-se supor que uma máquina de pólos salientes possa ser analisada pela teoria
do rotor cilíndrico. como se ela th•esse uma única reatânC-ia síncrona igual ao seu valor de eixo
direto X4 • Para investigar essa questão. vamos repetir o Exemplo 5.9 fazendo tal suposição.
• SoluçAo
Neste caso. ass-umindo que
X,= X" = X. = 1,0fKlrunid3de

pode-se obcer a censão gerada simplesmence como


i:J = V,+jX.Í~
= 1,0 + j 1.0( 1.0 «-'"'-0 ) = I.79 e':.-... rK~r unidade

Comparando esse resultado com o do Exemplo 5.9 (em que cncontrumos €1, =
1,77cl10" \ vemo.s que o módulo da tensão gemd\1 prevista está rclutiv~•mente pró:< imo do va-
lor corre-to. Como resultado. vemos que o cálculo da corrente de campo necessária para essa
condição de operação será relalivameme exato desde que se raça a suposição simplificadora
de que os efeitos das saliências possam ser despret..ados.
Entreranro, o cálculo do ângulo de (>Otência ó ( 19,4<~ ''ersu.t um vaJor de 26.6". quando as
saliências são desconsideradas) mostra um erro consideravelmente maior. Em geral, tais erros
de cálculo dos ângulos de po1ência, em regime pennanente. podem ser significaLivos quando
se estuda o comp<>~1a 1ne n to transitório de um sistema que inclua diversas máquinas SÍilCt'Oilas.
Assim, embota as saliências possam ser ignoradas even11.1.alrneme quando os cálculos rei tos
para um sis1ema são simplilicados. elas raramente síio ignoradas em estudos baseados e-m
compucador de siscemas de grande escala.

5.7 CARACTERÍSTICAS DE ÂNGULO DE CARGA DAS


MÁQUINAS DE PÓLOS SALIENTES
Para os propósitos desta seção. é suficiente limitar a nossa discussão ao sistema simples mos·
Irado no diagrama esquemático da Fig. 5.26a. consistindo em umu máquima síncrona MS de
pólos salientes, conectada a um barramento infinito de tensão VF.Q por meio de uma impedân·
cia em série de reatâncià XfJ:J. A resistência será desprezada porque usualmente ê pequena. As~
su1na que a máquina síncrona esteja atuando como gerador. O diagrama fasorial está repre·
semado pelos fasores em linha cheia da Fig. 5.26b. Os fasores tracejados mostram a queda de
tensão, na reatância externa, decomposta segundo fct c f~. O efeito da impcdância externa é
simplesmente o de acrescentar sua retu!incia às reatflncias da máquina; os valores totais de
rcat.Hncia c.ntre a tensão de excitaç.ão Ê~r e a tensão de barramento Vr.o é, ponanto.
x.r = x, + XEQ (5.60)
XqT = Xq + XEQ (5.6 1)

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280 M ÂOVINAS EL~RICAS

i,

Ji.X!!Q
(a) (b)

FtGUAA 5.26 Máquina síncrona de pólos salientes e impedãncia em série: (a) d1agrama
unifilar e (b) diagrama fasoriaL

Se a tensão de barramento VEQ for decomposta em uma componente de c.ixo direto V4 = V co


scn Oc umu de eixo em (Juadrmura Vq = Vto cos ó. em fase com f.J e /q. respectivamente. cntno
a potência P entregue JX>r fase (ou por unidade) será
(5.62)

Também, do Fíg. 5.26b.


E~r - VEQCOS8
x,,. (5.63)

e
Veoscn ~
'• = --"'c_- (5.64)
XqT

A substítuíçao das Equações 5.63 c 5.64 no Equação 5.62 dá


E,rVeo , V~(X<rr - XqT) ?'
P= seno+ scn ..o (5.65)
X<rr 2X.rrXoT
A Equação 5.65 é análoga à Equaç.ão 5.47, que é aplicada ao ctt.so de uma rmlquina de
pólos não salientes. E.la fornece a potência por fase quando Ear c V00 $ão cxpros.sns como ten 4

sões de fase e as reatâncias. corno !l/fase. Nesse caso. o resultado deve ser multiplicudo por
três pam se obter a potência trifásica. Altcrnmivamcnle, se E111 e VEQ forem c;::c;pressas como
tensões de linha, a potência 1rifásica será obtida dirctamcnlc. De modo scmclhanle, a Equa·
ção 5.65 pode ser aplicada diretamente se as diversas grandezas forem expressas por unidade.
A forma geral dessa característica de ângulo de potência est::í mostrada na Fig. 5.27. O
primeiro tenno é o mesmo da expressão obtida para a máquina de rotor cilíndrico (Eqoaç.ão
5.47). 0 segundo termo il)(;lui o dei lO dos pólos salientes. Rcprescnla o fato de que u onda de
fluxo de entre ferro cria conjugado. 1endendo a alinhar os pólos de campo na pOSição de relu·
tãncia mínima. Esse te-rmo representa a potência correspondeme ao <:onjug(I{/Q tle reluuincia,
e apresema a mesma natureza ge-ral que o conjugado de relutância discutido na Seção 3.5. Olr
serve que o conjugado de relutância não depende da excitação de campo. Obse-rve também
que. se X4r = X<t,._,como na máquimade entreferro uniforme. emão não haverá direção prefe·
rencial de mugnctiz.ação, o conjugado de relutância será zero e a Equação 5.65 ficará reduzi·
da à equação do ângulo de po1ência da má<(uina de rolor cilíndrico (Equação 5.47).
Observe que a carac1erística para valores negativos de ô é a mcsm~•. exceto por uma tnr
c-a de sinal em P. Isto é. ns regiões de funcionamento como gcmdor c motor são parecidas

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CAPITULO 5 MAQuiNAS SINCAOHAS 281

- 180" 18(t'

FIGURA 5.27 Caracterlstlca ele angulo ele potência ele uma máquina síncrona ele pólos sa-
lientes mostrando a componente fundamental. devida à excitaçao de campo, e a compo-
nente de segunda harmônica. devida ao conjugado de relutância.

quando os efeitos da resistência sào desprezíveis. Na operação como gerador. Ê,.r está adi;:uua·
da em relaç.ão a VI!Q e, na operação como mmor. Ê11 es1á atrasada em re-lação a \f..:o· A operação
em regime permanente é estável dentro do intervalo em que a inclinação da característica do
ângulo de potência é positiva. De\•ido uo conjugado de relutância. uma máquina de pólos sa-
lientes é mais "dura" do que uma outra de rotor cilíndrico; isto é, para tensões iguais c os mcs·
mos valores de X4r, uma máquina de pólos salientes dcscnvoh'c um dado conjugado com um
valor menor de õ, e o conjugado máximo que pode ser desenvolvido é levememe rnaior.

M§'i8i§i•..j l -- - - - - - - - - - - -- - - - - - - - - - - - - - - -
No mmor síncrono do Exemplo 5.7 de 20<X> I·IP e 2300 V, <lSSurne-se que a reatãncia síncrona
seja X) = 1,95 W fase. N:a realidade. trata·se de uma máquina de pólos saliemes com reatftn-
chas X0 = 1,95 íllfasc c Xq = 1.40 O/fase. Desprezando toda.-c; as perdas. calcule a potência llle-
cânica máxima. em kW. que esse motor pode entregar se ele for al inlentado com J)Otência elé-
tric.a a partir de um barramento infinito (F'ig. 5.28a). na tensão e freq Uência nominais. e se sua
e:<citaçüo de campO for mantidn constante com o valor do qual resulta um funcionamento com
fator de potência unitário para a carga nominal. Supõe-se que a carga no eixo seja i1x remen·

Ba.mtnlc-nto
infini1o
V~= VcQ

C•l ( b)

FIGURA 5.28 (a) Diagrama unifilar e {b) diagrama fasorial para o motor do Exemplo 5.11 .

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282 MÁQUINAS ELÊTIUCAS

tuda gradualmente, de modo <JUC as oscilações tr:msitórias são desprcz.ívcis. c que o limite de
potência em regime permanente seja aplicável. Calcule também o valor de 6 correspondente
a esse funcionamento em potência m{txima.

• Solução
O primeiro passo 6 calcular a excitação do motor síncrono na tensão nominal. a plena carga e
com fator de pocência uniu\rio. Como no Exemplo 5. 7. a tensão de terminal e a correme ::a pie·
na carga s.lio 1300 V, tensâo de fase, e 374 A/fase. respectivamente. O diagrama fasotial. para
as condições especificadas de plena carga, está mostrado na Fig. 5.28b. A única diferença es·
scncial entre esse diagrama fasoriaJ c o do gcmdor da Fig. 5.25 é que 1. na Fig. 5.28 represen-
ta uma corrente que entra no mmor~ isto é, nós uocamos (do sentido de referência de gera~
dor para mator. AS;.çim, trocamos o sinal da corrente para levar em con1a a 1roc-a do sentido de
referência. Desprezando os ereitos da resistência de annadura. a Equaç3o 5.59 torna~sc
Ê,, e v.- j i~x4 - ji,x..
Como na Fig. 5.28b. agora o eixo em quadratura pode ser posicionado pelo rasOI'
t ' =v,- jl,x, = 1330- j374( 1.40) = 1429e·">

lslo é, li= -21 .5'. com t,, a~rasado em relação a il•. O módulo de~. é
1, = l, <en l!l = 374 sen (2 1S) = 137 A
Com relação ao elemento fasorial indicado por a'c na Fig. 5.28b, o módulo de Ê11 pode ser e n·
comrado l>Onlando o comprimento a'c::: / 11(X11 - X,J numerical'nente ao módulo de Ê'. A ssim.
E,r =E' + 14 (X11 - X4 ) = 1429 + 137(0,55) = 1504 V, lcnsãQ de fase
(De ouuo .nodo. E~r também poderia ter sido determinado fa1.endo t 14 =V, - j/;<11 - ji,.J<~.)
Da Equação 5.65. a carncterfstic.a de ângulo de polência desse snotor é
E.rVEQ • X4 - X4
P = - - sen I! I + I~ sen (216"
xd 2x~x ..
= 1030senl!l + 178sen(21!1) kW/fase

Observe que usamos 111 nessa equaçilo. A razllo é que a Equação 5.65.131como es1á cscrila, apli-
ca.se a um gerador e permite o cálculo da polê.ncia elélrica de Sitída. Pnm o nosso m(l{Or. ôé nc·
gati\'0 e o uso direco da Equação 5.65 dará um valor de potência P < Oque naturalmente é o cor·
reto para operação como motor. Como sabemos que se trata de um motor c que estamos calcu·
Iando uma potência elétrica que entra nos tenninais do mOlor. nós ig1l0ramos aqui inteir.unente
a questão do sinal e calculamos dirclamcntc a potênci:.t do motor como número positivo.
A potência máxima de entr.tda no motor ocorre quando dPidO =O. ou
II P
dR = 1030cos3 +356cos26

lguahmdo a zero c usando a identidade trigonométrica


eos2a = 2oos1 a - I
podemos resolver em relação ao ângulo d no qual ocorre :t potência máxima:
8= 73.2 ~

Portamo. a potência máxima é


P,.., e 1080 l:W/fase = 3240 l:W. lrif:S~ico

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C APiTULO 5 M AOUINAS SiNCAONAS 283

Podemos agora comparar esse resultado com PmaJ> = 3090 k\V encontrado na pane (a) do
Exemplo 5.7. onde os efeitos dos pólos ~l i cntcs forem desprezados. Vemos <1ue o erro caus:~ ­
do por desconsiderar as saliências é ligeiramente infe rior a 5%. neste caso.

Observa-se que um gerador síncrono trifásico de pólos salientes. 325 MVA. 26 kV e 60 Hz e.<-
J.á operando com umn pOtência de saída de 250 MW e um fator de pou! ncia indulivo de 0.89
na tensõo de terminal de 26 kV. As reatâncios síncronas do gerador silo x, = 1.95 ex. =1,18.
ambas por unidade. O gerador atinge a tensão nominal a vazio com uma Ct..oõ":'";' 111e de campo
CCAV =342A.
Calcule (a) o ângulo ôcntre a tensão de tcnninal do gcmdor e a tensão gernda. (b) o mó-
dulo da tensão gerada E~r por unidade, e (c) a corrente de campo necessária em ampêres.
• Solução
:l. 3 1,8°
b. E"'= 2,29 por unidade
c. /1 =783A

Como visto no Exemplo 5. 11 , o efeito dos pólos saliemes sobre a capacidade de má·
xima potência e m uma máquina sfncrona aumenta à medida que a tens.ão de excitação é di·
minuida. como pode ser visw na Equaç-ão 5.65. Em condições tfpicas de operação, o efeito
dos pólos s.aJientes não passa de uns poucos por CC-lHO no máximo. Apenas com excitações
baixas. o conjugado de relutância toma-se de fato importante. Assim. exceto para pequenas
excitações ou quando resultados muilo exatos são neces..coários, uma máquina de pólos sa·
lienccs usualmence pode ser tratada de forma adequada utilizando a teoria mais simples do
rotOr cilíndrico.

5.8 MOTORES CA DE IMÃ PERMANENTE


Os motores CA de imã permanente são motores síncronos polifásicos com rocores de imã per-
manente. Assim. são semelhantes às máquinas síncronas disculidas a1é a<1ui, neste Cápítulo,
(...'Om a exceção de que os enrolamentos de campo são substituídos por imàs pe-nnane-ntes.
A Fig. 5.29 mostra um diagrama esquemático de uma máquina síncrona CA de imã per·
manente. A comparação dessa figur.1com ~1 F'ig. S.2 destaca as semelhanças entre a máquina
CA de imã permanente e a máquina síncrona convencional De fato. a máquina síncrona de
imã pernla,leme 1)()(1e ser prontamente analisada com as técnicas deste capítulo. assumindo-
se simplesmente que a máquina seja excitada por uma corrente de campo de valor constante.
e assegurando.se de que as diversas indutâncias da máquina sejam calculadas com base na
pcmlCabilidade e feti va do rotor de imã. permanente.
A f'ig. 5.30 mostra uma vista longitudinal de um motor CA típico de imã permanente.
Essa figura mostra também um sensor de velocidade c posição montado sobre o eixo do rotor.
E!isc scnsor é usado para controlar o motor. como será discutido na Seção 11.2. Diversas téc-
nicas podem ser usadas para sensoriar a posição do eixo. incluindo-se dispositivos de efeito
Hall. diodos emissores de luz (LEOs). rototran.sistorcs combinados com roda dentada e sen-
sorcs indl•th•os.
Tipicamcnrc. os motores CA trifásicos de im:1 pennanente são operados com acionado-
res de m01or de freqliência variável. Sob condições de freqüência constante e exciUlç.ã o poli·

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284 MÃOUIHAS ELéTRICAS

Eixo m.t.g..Ctiço
d(l rotQr

FIGURA 5.29 Diagrama esquemático de uma máqu•na CA trifásica de 1ma permaoen1e. A


seta indica o sentido de magnetização do rotor.

FIGuRA 5.30 Vista em corte Jongitudinal de um motor CA trifasico de tma permanente.


Também estã mostrado o sensor de velocidade e postção usado para controlar o motot
(EG&G Torque S)rsrems)

ftísic:t senoid;tl, unt m<llor CA de irnã pcnnancntc compona-sc de modo semelhante a uma
máquina sfncrona CA convencional com exciração de campo con.s1an1.e.
Um ponto de ''istn alternativo de um mo1or CA de imã permanet1le é C011Sidcrá-lo co-
mo sendo um l i pu de motor de passo de imã permanente com um estator não sal ienle ( veja
:t Seção 8.5). Sob esse ponto de vist:L. a única diCerença em.re os dois é que h:werá. se hou-
ver, pO~t CO conjug::tdo assOçiado ns s:.tliências no motor CA de im5 permanente. No fu ncio..
namento mais simples. as fases simplesmente podem ser e:<ciu das com fonrms de onda em

rv.at nal cllroniony praw m au,orskim


CAPITULO 5 MAQUINAS SINCAONAS 285

degrau de modo tal que o rotOr avança seqüencialmen1e em passos de uma posição de re-
pOuso para a próxima. Allernalivamenle, usando realimen1ação com base na posição do ro-
tor, dada por um sensor de posição do eixo. os enrolamentos de fuse do motor podem ser ex-
citados con1inuamente de modo a controlar o conjugado e a velocidade do mo10r. Como no
motor de passo, a freqüência de excitação dctennina a velocidade do motor, e o conjugado
produzido é determinado pela J>OSição angular e•Hre o eixo magnético do rotor e uma dada
fase, juntamente com o nfvel de excitaç.ão daquela fase.
Os mocores CA de imll permaf)flltC são rereridos freqUe•ttememe como mowrcs sem es·
cm•as ou morares CC sem escova.f. Essa terminologia surge devido à similaridade, quando
combinada com um sistema de acionamento de freqüência e tensão variáveis. entre suas ca-
racterísticas de velocidade versus conjugado e as dos motores CC. c também devido ao fato
de que é possível ver esses motores como sendo motores CC às nvcssus. em que o enrolamen-
to de campo está no rmor e a annadura é comutada eletronicamente pelo sensor de posiç~o e
por interruptores conectados :aos seus enrolamentos.

5.9 RESUMO
Sob condições de operação em regime permanente, a imagem física do funcionamento de
uma máquina síncrona polifásic.a é vista simplcs mcnlc em tcnnos da interução de dois co.m-
pos magnéticos. como foi discutido na Seção 4.7 .2. As cnrrentes polifásicao,; do esuuor produ-
zem uma onda de fluxo magnético girante, ao passo que as correntes CC no rotor produzem
uma onda de fluxo que é estacionária em relaç-ão ao r01or. Um conjugado constante é produ-
zido apenas quando o rotor gira em sincronismo com a onda de fluxo do cstator. Sob essas
condições. há um deslocamento angular constante entre as ondas de fluxo do rotor c do csta-
tor. O resultado é um conjugado proporcional ao seno do ângulo de deslocamento.
Vimos que um conjunto simples de ensaios pode ser usado para determinar os parâme-
tros significativos de uma máquina síncrona, incluindo-se a reatância síncrona X, ou Xd. Dois
desses ensaios são o ensaio a vazio. em que a tensão de termina) da máquina é medida em fun-
ção da corrente de campo. c o ensaio de curto-circuito, em que a annadura é curto-circuitada
c a corrente de annadura de curto-circuito é medida em função da corrente de campo. Esses
mé1odos de ensaio são umu variação de umu técnica de teste. aplicável não só às máquinas
srncronas mas também a qualquer sistema elétrico cujo compOrtamento pOSsa ser aprox.ima 4

do por um eircuilo equivale-•He linear, ao qual aplica-se o teorema de Thévenin. Do ponto de


vista do teorema de Théveni•~ . um ensaio a vazio fornece a lens5o in1crna, e um ensaio de cur-
to-circuito dá infom1ações sobre a imt>edância inte•·na. Do po•uo de vista mais específico das
máquinas elétricas, um ens.aio a vazio fomece informações em relação às cxigê-•tcias de exci-
tação, as petdas no núcleo e (para máquinas rolath•lLS) as pcrdus por atrito c ventilação. ao pas-
so que um ensaio de cuno-circuito fornece informações sobre as reações magnéticas da cor-
reme de carga, as impedâncias de dispe-rsâo e as J)erdas associadas com as corren1es de carga,
tais como as ôhmicas PRe as suJ)Ie1nemares. A única complicação real surge dos efeitos da
não-linearidade magnética, ereitos que podem ser levados aproxirnadame11te em consideração
tratando-se a máquina como cquivalcmc de uma outra não saturada cuja cur.,.a de magnetiza-
ção é a linha reta Op da Fig. 5.9 c cuja rcatância síncrona é ajustada empiricamente em re-la-
çiio à saturaç~o como na E<Juaçioo 5.29.
Em muitos casos. as máquinas síncronas slío operadas em conjunto com um sistema ex-
lemo. Esse sistema pode ser representado por uma forue de freqüência e 1ens.ão constanles,
sendo conhecida como barramtmo infinito. Sob essas condições. a \'elocidade síncrona é de 4

terminada pe-la freqOência do barratnenlo inJinito, c a potência de saída da máquina é propor-


cional ao prodmo da te•tsão de barramcn10 pela tensão interna da máquina (proporcional. por

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286 M ÁQUINAS El.tllUCAS

sua vez.. ;) excitaçiío de campo) e pelo serlo do ângulo de fa~e erure eles (o áogulo de porên-
cia). Essa po1êncía é inversamente. proporcional 3 re-alfinda Hquida entre eles.
Ao pa.';soque.a po~êocia aliv-.a nos tenninais da miquina é detennillada pela J>Oiência de en-
trada no eixo d:l m.'k{uin:r (se estiver ninando e<>mo gcrndor) ou pela carg11 no cixt, (se for um mo--
tor}. a variaçfio da excitação de campo ahcm a potê.nc.~ia reativa. Pam v.tlórcs baixos de corrente
de campo. a m.íquin11 :.1bsorvcrá pocência re;uiva do sistema c o ângulo de potência será grande.
O aurocnlo da com:ntc de c~unpO redut a potênci:t re:uiva absorvida pela máquina assim como o
ângulo de p01êncl a. P:lm algurn vnlor d~l correllle de campo. o fatQt de pmência scl'á uniLário e
qualquer aumento adkional de corrente de campo fará com que a máquina forneça potência rea·
tiV'd para o sistema.
Uma vez levados até :t velocidade síncrona. os motores síncronos podem ser operados
bem eficientemente quando conectados a um;~ fome de freqiiência const:mte. No entanto, (.:omo
já vimO'$. um m()(()r síntn)l10 d~sen volve conjugado ape11 à.~ no. velocidade SÍilC-rona e. assin'l, nüo
tem conjugado de panida. Pam fa?.ercom que um motor srncrono tenha partida própria, um en.
rolamento do tipo g-aiola de esquilo. chamado amonecedor ov emvlamemo <lmortecedor. pode
ser inserido nas faces polares do ro10r. como mostmdo na fig. 5.31. Então. o rotor atinge <tuasc
que totalmente a velocidade síncrona, por ação tipo rnOLorde induçt.o, sem ter e-xcitaçlH> no en·
rolamento de campO. Se a earg:) e a inércin não forem muito elevndas. o motor cntrtrrú em sin·
eronismo quando o enroh.unento de ctul'IJX> ror enetgi?"..ado a partir de u m;~ rontc CC.
Alternativamente. como veremos no Capítulo I I. os motores síncronos podem ser ope·
rados por sistemas de <Jcion:.tmenlo polifásico de frcqiiênciu variável. Neste caso. eles podem

FIGURA5.31 Ro1or de um motor sfr'W:rono de 6 pólos e 1200 rpm mostrando as bobinas


de campo, o enrolamento amorlecedor nas faces pola(es e a construção. {General Elec·
tric Company)

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C•PITu•o 5 MÁQUINAS SlNCAOHAS 287

arrancar facilmente e ser operados com bas1an1e ncxibilidade. Máquinas s ínci'Oilas de imã
permanente e de pequeno pone. quando ope.radas sob essas condições. são freqüe nteme-nte re·
feridas como motores sem escow1s ou motores CC sem escOWlS. Isso deve-se à similaridade
de suas caracrer(sticas de velocidade l'trsus conjugado com as dos motore.s CC. e também de·
vido ao rato de que esses motores podem ser vistos como sendo mOtores CC às avessas. nos
qu:1is a cornutaçüo dos enrolamentos do e~aa1or é produzida e letronicamenle f>ela eletrônic.a
de po1ência.

5.1 O PROBLEMAS
5.1 O ângulo de conjugado. n plena carga. de um molor síncrono operando nu lCnsào e rre-
qíii!ncia nominais é de 35 graus elélricos. Despreze os efeitos da resistência de arma-
dum c da rcalância de dispersão. Se a corrente de campo for muntidn consumte a pJe.
na carga, de quanto o ângulo de conjugado será afetado pelas seguintes ahetações das
condições de operação'!
a. Freqüência reduzida em IO por cento, conjugado de carga c tcns;.lo aplicnda
constante-s.
b. Freqü~nc i a redu~.i da em lO por cento, potê-rl<:ia de catga e tensão al)licada const~ulles.
c. Ambas freqüência c tensão aplicada rcduz.idas em lO por cento. conjugado de car·
ga constante.
d. Ambas freqUência e rensiio aplicada n."<luz.i da~~; em I O 1')()1' ceruo. polência de c.arga
constante.
5.2 Os enrolamentos de fase da armadura de uma m(lquinn síncrona bifásica eslâo afasta·
dos de 90 graus elétricos no espaço.
a. Qual é a indutância múiUa entre esses dois enrolamentos'?
b. Re.pita a dedução da Equaç-ão 5.17 e mostre que a indutância síncrona é simples·
meme igual à indutância de armadura de fase: isto é. L, = LdJ + L.,.1• onde ~é a
componcme da indutância de annadura de fase devida à componente fundamenw.l
espacial do nuxo de cntrcferro e L.1 é a indutância de dispersão da arrnadum.
5.3 Cálculos de projeto mostram os seguintes parâmetros para um gerador síncrono trifá·
sico de rotor c.ilfndrico:
Indutância própri•• L.s. da fusco= 4,83 mH
Indutância de dispersão de amtadura L~1 :: 0.33 mH
Calcule a indutância mútua de fase a fase c a indutância síncrona da máquina.
5.4 A tensão eficaz a vazio nos tenninais de um gern<lor síncrono trifásico de 60 Hz é me·
didacomose.ndo umn tensão de linha de 15,4 kV, quando a corrente de campoé420 A.
a. Calcule a indutância mútua L~1 entre o estator e o rotor.
b. Calcule a tensão de terminal a vazio se a corrente de campo for· mantida constante
enquanto a velocidade do gerador é reduzida de modo que a freqüência da tensão
gerJda seja 50 Hz,
5.5 Um rtwtor sfncrono trifásico de 460 V, 50 kW c 60 Ht tem uma reatância síncro•hl de
X,:: 4, 15 O e uma indut5Jtcia múma e-ntre atmadura e campo de Lar:: 83 ml·l. O motor
está operando na te-nsão nominal de tennirtal com uma pmência de emmda de 40 k\V.
Calcule o •nódulo e o ângulo de fase da tensão de fase gerada ÊJ,. e a correme de cam·
po /1 se o motor estiver funcionando com um (a) fator de potência de 0.85 indutivo. (b)
fa1or dC-J>Otência uni1ário e (c) fa1or de potência de 0,85 tapaciLivo.

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5.6 O motor do Problema 5.5 é abastecido a panir de uma fonte trifásica de 460 V por
meio de um a.limcntador cuja impcdância é Zr = 0.084 + j0.82 O. Assumindo que o sis·
tema (medido na fonte) estej a operando com uma potência de entrada de 40 kW. cal·
cule o módulo e o ângulo de fase da tensão de f a~ gerada É.r e a corrente de campo Ir
para os fatore s de potêncin de (ll) 0,85 indutivo, (b) unitário c (c) 0.85 c.apacilivo.
l$l 5.7 Uma má<1uina síntn)na trifásica de d ois pólos. 50 Ht. 750 kVA e 2 300 V télll Ultla rea.
tância srncro1la de 7, 75 O c atinge a teosão nomina l de temlinal a vazio com uma cor-
reme de camJ>O de 120 A.
a. Calcule a indutância tmíwa entre a annadura e o éarnpo.
b. A máquina deve operar como um motor que ali mema uma carga de 600 kW na sua
h!ll~O nominal de terminal. Calcule a tensão interna E~re a corrente de campo cor·
respondente se o motor estiver operando com um fator de potência unitário.
c. Para unw potência de carga constante de 600 kW. e-screva um s,·riptdc MATLAB
que plote a corrente de terminal em fu nção da corrente de campO. Nu sua plota·
gcm, faça corn que a corrente de campo vtlrie entre um valor míni mo, cotrespotl·
dente a uma c.arga de máqui na de 750 kVA. com um fator de potência capacitivo,
e um valor máxi mo. correspondente a uma carga de máquina de 750 k VA. com
um fator de potência indutivo. Que valor de corrente de campo produz a corrente
de tem1i nal mi nima? Por que?
5.8 A~ folhas de c.speci licaçõcs do rt•brictmh.: de um gcmdor síncrono trirúsico de 26 kV,
750 MVA e 60Hz indicam que ele apresenta uma remância sínct(nla X. = 2,04 e uma
I'Calância de dispersão X;~ = O, 18, ambns por unidade na base do gerador. c~llcule (a) a
indutância sfnctona em mH. (b) a i ndutância de dispets5o da a.·madum em mH e (c) a
i ndutância de annadura por rase L~·· em mH e J)()l' unidade.
5.9 As seguintes lcitums foram obtidas dos resultados de ensaios a vazio e em c urto~cir·
cu i to realizados em um turbogerndor trifásico ligado em Y de dois pólos. 800 MVA. 26
k V e 60 H7.. operando com velocidade sím;ronn:

Córrc-ntl! de campo. A 154ú 2960


Corrente de nrmadurn. ensaio de curto-circuito. kA 9.26 17.g
Tclls.'l.o de linh~. c.tr:.lCtetístiCõ.l a \'azio. kV 26.0 (31.8)
Tensão de linh;~. linha de cn tttfe~ro, kV 29.6 (56.9)

Os números em pa.rêmeses $ão extropolaçües base-adas 110s dados medidos. Ellcontre (a)
a relação de. curto·circuito. (h) o \'alor não saturado da reatância sfnci'Ona em ohms por
rusc c por unid:•dc c (c);' rcutância sincrona saturada por unidade c em ohms por fase.
5.1 0 As seguintes lcitur.as forum obtidas dos resultados de e-nsaios a vazio e e m c.uno.cir-
cuito real i ~ados ern urn motor síncrono trifásico de quatro pólos. 5000 kW. 4160 V c
1800 rpm. operando na velocidade norninal:

Corrente de t-arnpO. A 169 192


Corrente de armadura, ensaio de cur1<>-eircuito, A 694 790
TenJ'../Io de tinha. caracte•·fs.tica a va-zio. v 3920 4 160
TenSão de linha. linha de cntrdcrro. V 4640 5270

A resistência de armadura é li mO/fase. A reatância de dispersão da annadura roi


cslimada em 0. 12 por unidade. lendo como base as especificações nominais do mo-
tor. Encontl'e (a} a te.l ação de curto-circui to, (h) o valor não saturado da reatância
síncrona em ohms por fase e por unidade e (c) ::. reatância síncrona ~aturada por uni-
dade e em o hms por fase.

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CAPil\JlO 5 M.iOUINAS SfNCRONA$ 289

~ 5.11 Escreva um script de MATLAB que automatize os cálculos dos Problemns 5.9 e 5. 10.
O seguinte conjunto mínimo de dados é necessário:
• CCAV: A cQrrente de campo requerida para atingir a tensão nominal de terminal a
vazio.
• A tensão de terminal correspondente na linha de entre.ferro.
• CCCC: A corrente de campo requerida p;u-a atingir a corrente nominul de cuno cir- 4

cuito na característica de cuno-circuito.


O seu script dt:\'C calcular (a) a relaç--ão de cuno-circuim, (b) o valor não saturado da
reat§.ncia SÍJlCf'()na em ohms por filse e por unidade e (c) a re.atãncia sincrona S:Jtumda
~runidade e em ohms por fase.
5.12 Considere o motor do Problema 5.10.
a. Calcule a correllle de campo requerida quando o motor está operando com a tensão
nominal e 4200 kW de potência de entrada c um fato r de potência de 0.87 capacili-
vo. Dê uma explicação pam u sawração sob carga por meio do mé1odo descri lo no
parágmfo rcfercn1c à Equação 5.29.
b. Além dos dados fornecidos no Problema 5. 1O, pomos adicionais da caracterís1ka a
vazio silo dados 3baíxo:

Corrente de campo. A 200 2.10 350


Tens.:to d e linha, V 4250 4580 5000

Se o disjuntor que alimcnla o motor da parte (a) for desannado. deixando o mo1or su-
bi lamente em circuito aberto. estime o valor da 1ensão de tenninal do mmor após o dc-
sannamcnto (antes (JUC o mOIOr comece a perder velocidade e ames que qualquer cir-
cuito de pro1eção reduw a corrente de campo).
~ 5.13 Usando MAT LAB. plo1e a corrente de camJ)O requerida para que. o motor do Proble-
ma 5.10 ::tlinja o funcio namemo co•n faror de potência Ullitário, à medida que a carga
do motor varia de zero até Jllena carga. Assuma que o •no1or esteja funcionando na lcn-
são nominal de 1enninal.
5. 14 Os: dados seguintes referem-se-às r>etdas do mo1or do Proble..na. 5.10:
Pu das a. "azio no núcleo e 4160 V = 37 kW
Perdas por atrito e ventilação= 46 kW
Resistência do enrolamento de campo a 75"'C = 0.279 f2
Calc-ule a potência de safda e o re1ldimemo quando o motor está funcionando na potên-
cia de entrada nominal. fator de potência unitário e tensão nominal. Assuma que o en-
rolamento de campo esteja opcmndo a uma temperatura de 125"C.
~ 5.15 Os seguintes dados foram obtidos de ensaios realizados em um gcr.ldor hidrelétrico tri-
f:isico dc 72 pólos. 145 MVA. 13.8 kV c 60 Hz.
Car.acteristica a vnz,io:
1, A 100 2(Kl ;w(l 400 500 600 7(X) 77$ 8(X)
Tensão, kV 2.27 4,44 6.68 8.67 10.4 11.9 13.4 14.3 14.5

Ensaio de cuno-c:ircuito:
/1 = 71 OA, I, = 6070 A
a. Desenhe (ou plote com MATLAB) acurva de sawração a vazio. a linha de emrel'er-
ro e a carac.tc-rfstica de curto-circuito.

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290 M ÁQUINA.$ E&.~TAICA$

b. Encontre CCAV c CCCC. (Observe que. se você usar MATLA8 na parte (à). você
poderá usar a função "polyfil" do MATLAB para ajusmr um polinômio de segundo
grau à c.urva de saturação a vazio. Então. você poderá usar esse ajuste paro obter
CCAV.)
c. Encontre (i) a relaç.ão de cuno·circuito, (ii) o valor não saturado da rcatância síncro--
na em ohms por fase e por unidade e (iii) a reatância síncrona saturada por unidade
e em ohms por rase.
5.16 Qual é a pot€ncia reativa máxima por unidade que pOde ser romecida por u1na má-
quina síncrona cuja remância srncrona é I ,6 por unidade e cuja corrente máxima de
campo está limitada a 2.4 vezes a necessária para que a tensão nominal de terminal
seja obtida sob condições de circuito aberto (a vazio)? Sabe-se que a máquina opera
na tensão nominal de terminal.
5.17 Uma máquina síncrona de 25 IvtVA e l i ,5 kV está operando como um condensador
síncrono, como csul discutido no Apêndice D (Seção 0.4.1 ). A relação de cuno-circui-
to do gerador é 1.68 c a corrente de campo na tensão nominal u vuz.io é 420 A. Assumo.
que o gerador esteja ligado diretamente a uma fome de I 1,5 kV.
a. Qual é. por unidade c em ohms por fase. a reatância s(ncrona saturada do gcmdor?
A corrente de campo do gerador é ajustada para 150 A.
b. Desenhe um diagrumn fasoriaJ, indicando :a tensão de terminal. a tensão intcrn:ac a
corrente de annadura.
c. Calcule o módulo da corrente de unnadura (por unidade e em amperes) e o seu ân-
gulo de fase relativo à tensão de tenninal.
d. Sob essas condições. o COildensador síncrono parece indutivo ou cap.acitivo para o
sistema de 11.5 kV7
c. Repila as panes (b) até (d) paro uma corrente de campo de 700A.
~ 5. 18 O coodc.ns.ador síncrono do Problema 5. 17 é concx:tado a um sistema de 11.5 kV por
meio de um a.limentador cuja reatânc ia em série é 0.12 por unidade com base nas es·
pcciticaçôcs da máquina. Usa•xlo MATLAB, plme a tensão (kV) nos terminais d o con-
densador síncrono quando a sua corrente de campo é variada entre I50 A e 700 A.
5.19 Uma máquina síncrona com rcatância síncrona de I ,28 por unidade esrá ope-rando CO·
mo um gerador cuja potência ativa de carga é de 0.6 por unidade e que foi ligado a um
sistema por uma reatância em série de 0.07 por unidade. Obscrva·se que um aumento
em sua corre me de c.ampo causa uma diminuição macorrente de annadura.
a. Antes do aumento, o gerador estava fornecendo ou absorvendo pôtêncin rcativu do
sistema de potêocia?
b. Como rcsultitdo desse aumento de excitação. a tensão de terminal do gerador au-
mentou ou diminuiu?
c. Repita as panes (a) e (b) considerando que a máquina síncrona está operando como
um motor.
5.20 As máquinas síncronas supcrcondutoras são proje.tadas com enrolamentos de cnmpo
supercondutores que podem sup0r1ar clevndas densidades de corrente e criar :lhas den-
sidades de fl uxo. Como as de11sidades de fluxo, típicas de funcionamento. e.xc.edem as
densidades de fl uxo de sacuraçilo do ferro. g.ernlmcnlc essas máquinas são projetadas
para operar com circuitos magnéticos desprovidos de ferro. Como resuhado, e las 11ilo
exibem nenhum efeito de saturaç.llo c tê.m baixas reatâncías síncronas.

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CAPiTULO 5 MAOUINAS SiNCFIONA$ 291

Considere um gerador supcrcondutor de dois pólos, 60Hz. 13,8 kV e lO MVA que


alinge a tensão nominal de armadura a vaz.io com uma co1rente de campo de 842 A. A
corrente nominal de annadura é obtida com um cuno..circuito trifásico dos terminais
com um corrente de campo de 226 A.
a. Calcule a teatância síncrona por unidade.
Considere a situação em que esse ger.tdor está conectado a um aJimcntador de distri-
buição de 13, 8 k.V de impcdância desprezível c que está operando com uma pOtên-cia
de saída de 8.75 MW c um fator de potência de 0.9 indutivo. Calcule;
b. a corrente de campo em ampêres, a safda de potência re.ativa em M VA e o ângulo de
rmor para essa.~ condições de operação.
c. o ângulo de rotor resultante c a s.aída de potência reativa em MVA se a com:n1c de
campo for reduzida a 842 A enquanto a potência fornecida no eixo pela máquina
motriz primária ao gerador pcnn:mccc constante.
5.21 Para uma máquina síncrona de rc.atnncia síncrona constante X,. operando com uma
tensão de terminal constante V, c uma tensão de excitação constante E~ mostre que
o lugar da extremidade do fasor da corrente de armadura é urn círculo. Em Ull) dia-
grama fasorial, usando a tensão de terminal como fusor de referência. indique. a po~
sição do centro desse círculo c o seu raio. Expresse as coordenadas do centro e do
raio do círc ulo em tennos de v,. E.~, e X•.
5.22 Um gerador sfncrono de quatro pólos. 60Hz. 24 kV. 650 MVA c uma rcatfmcia síncro-
na de 1,82 por unidade está operando em um sistema de potência que pode ser repre-
sentado por um barramento infinito de 24 kV em série com uma impedíincia reativa de
j0,21 O. O gerador esuS equipado com um regulador de tensão que ajusta a excitaç-ão
de campO de modo que a rensao de tenninal do gerador permanece em 24 kV inde.pen.
dcntcmcntc da carga do gerador.
a. A potência de saída do gemdor é aj u~ilada para 375 MW.
Ct.t.r) Desenhe um diagrama fasorial para essa condição de operação.
( ii) Encontre o módulo (em kA) e o ângulo de fase (em rclaç.ão à tensão de ter·
minaJ do gerador) da corrente de terminal.
(ii i) De1ennine o fa1or <Je.J)()tência nos 1emlinais do gerador.
(iv) Encontre o módulo (por unic:IOOc e em k V) da ten~1o de excimçào do gerador E..
b. Repita a parte (a) se a potência de saída do gerado!' é aumentada para 600 MW.
5.23 O gerador do Problema 5.22 atinge a tensão nominal de armadura n vazio com uma
correme de campo de 850 A. Ele está operando no sistema do Problema 5.22 com o
seu regulador de tensão ajustado para manter a tensão de tcnninal em 0.99 por unida-
de (23,8 kV).
a. Use MATLAB para plotar a corrente de campo do gerador (em A) em função da
carga (em MW) quando a carga da saída de potência do ger.tdor é variada de 1.ero
até a carga tocai.
b. Pl01e a saída de potência reativa corrc,spondcnte em Mvt1r em fu nção du c;arga de
safda.
c. Repita as plotagcns das partes (a) e (b) se o regulador de tensão for ajustado parare-
gular a tens•o de tenninal em 1,01 por unidade (24,2 kV).
5.24 O gerador hidrelétrico de 145 MW do Problema 5. I5 está operalldOem um sistema de
potência de 13,8 kV. Em condições normais de operação, o gerador funciona submeli·
do a uma regulação aulomátic-a de 1ensão para manter constante sua tensilo de terminal

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292 MÁQUINAS E LÊTRICAS

em 13.8 kV. Neste problema, você irá investigar quais seriam a..o:; possh•eis conseqüên·
cias caso o operndor esquecesse de pnssar pam o modo de regulação automática de
tensão e, ao invés disso. deixasse constante a excitação de campo no valor de CCAV. o
valorcorrespondenre à tensão nominal :.a vazio. Pur~1 os propósitos deste problema. dcs~
preze os efeitos das sal iências e assuma que o gerador possa sc:r rcprcscnwdo pela re;a·
tãncia síncrona s.aiUrada encontrada no Problema 5.15.
a. Se o sistema de pOtênci:t ror representado simplesmente por um barramento infi ~
nito de 13.8 kV (ignorando os efeitos de qual<1ucr impcdância e<ruivalentc), a car-
ga do gerador pode S.CJ'aumelltada até a.ingir a cargo total? Se sim, (JUitl é o ângu-
lo de potência Ocorrespondente à C-arga lOtai'?Se nJ.o, qual é a carga máxima que
J>Ode ser conseguida?
b. Repita u pane (a) com o sistema de potência represemado agora por 01n barr<unen·
to infinito de 13,8 kV em série com uma impedância reativa de j0.14 0:.
5.25 Repiw o Exemplo 5.9 assumindo que o gerador esteja opcmndo com a metade da tX)·
tência nomin:.al (em kVA) com um fator de potência de 0,8 indulivo e a tensão nomi·
nal de termi nal.
5.26 Repita o Problema 5.24 assumindo que a indutância síncrona saturada, de eixo direto,
X,~ seja igual à encontrada no Problema 5.15 e (lUCa rcatâncin síncrona saturada. de ci·
xo em quadmtum. X" seja igual a 75 por cento desse valor.
~ 5.27 Escrcv;1um scripl de MA11..AB para plotar um conjunto de curvas de ângulo de potên·
cia. J)()r unidade. para um gerador síncrono de pólos salientes conectado a um barramen·
to infinito (V"', = I,O por unidade). As reat!lncins do gerador são X,~= 1.27 por \midade c
X" = 0.95 por unidade. Assumindo E11 = 1.0 por unidade. plote us seguintes curv;.-tS:
a. Gert1d0r ligado diretamente ao barramento infinito.
b. Gcr.1dor ligado ao barramento infinito por Ull'lõl remiincia X"u = 0, 1 por unidade.
c. Gerador ligado direw.me-nte ao b<•m•mcnto infinito. Despreze os efeitos das saliên-
cias, fazendo xq= xd.
d. Gerador Jig:1do ao barramento infinito J>Or uma re.atância x..., = O, I por unidade.
Des-preze os efeitos das saJiências. fazendo X"= x...
5.28 Desenhe o diagrama fasorial C-1n regime permanente, com eixos direto c em quadratu·
ra, de um motor síncrono de pólos salie1Hes com as remâncias X4 c X11 c a resistência de
annadurn R,.. Desse diagrama fasorial. mostre que o 5ngulo de conjugado O. entre a
tensão gerada Êo~ (que CSIÚao longo do eixo em quadratura) e a tensão de terminal V••
é dado por
/1 Xqcos,P + /~ R~ se.n f>
V. + laXqSC-n f> -/(IRacosf>
Aqui~ é o ângulo de fase e1ltre a corrente de armadura (e v.. sendo considemdo ne·
gmivo quando f. está atrasada em relação a V•.
5.29 Repita o Problema 5.28 para operação como gerador síncrono, caso em que a equação
de 8toma·se
laXqCOSt/J + 111 R11 sen4>
Vt - laXq senf> + laRoCOSf/>

5.30 Qual é a pOrcentagem máxima da pocênci.-1de S3ída nominal que um 1»0tor de pólos sa·
liemes irá enu\..t;<lr sem pcrdu de sincronismo, quando es1iver opcrnndo com te-lt-sáo nomi·
nal de terminal e excilaç5o de campo nula (E>~ = 0), se x.. = 0.90 por unidade e X"= 0.65

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CAPITULO 5 MÃOOINAS $!NCROHAS 293

por unidade? Calcule, por unidade, a corrente de annadurn c a potência reativa nessas
condições de operação.
5..31 Se o motor síncrono do Problema 5.30 for operado agor::1 como um gemdor síncrono
conecuKio a um barramento infinito de tensüo nominal. encontre a excitação de cam·
po mínima por unidade (em que 1,0 por unidade é a corrente de campo requerida para
obter a tensão nominal a vazio) p:1ra a qual o gerador permanecerá sincronizado com
(a) mcl3dc da carga c (b) carga total.
5.32 Um gerndor síncrono de pól<r.i s.a lic ntc~. com rc.tnândas síncronas saturadas X~ • 1.57
por unidade· c X~= 1,34 por unidade, está conectado a um bam1mcnto infinito de ten 4

são nominnl por meio de um;t impcdânci<:Lexterna X.,.,= O, li por unidade. O gerador
esti1 fomccendo sua potência nominal (MVA) com um fator de potêtlcia de 0,95 indu·
tivo, medida nos tenninais do gerador.
a. Desenhe um diagrama fasorial indicando a tensão do barramento infinito, a corren 4

te de annadura. a tensão de terminal do gerador. a 1ensão de excitação e o ângulo de


rotor (medido em relação ao barramento infini(O).
b. Calcule, pOr unidade. ascensões de terminal c de excitação. e o ângulo de rOIOt em
graus.
5.33 Um gerador síncrono de pólos salientes. com reatâncias síncronas saturadas Xd = 0.78
por unidude e X"= 0,63 por unidade. está concctndo a um barrnmento infioi10 de ten.
são nominal por meio de umu impedânciu ex lema Xto..,= 0,09 por unidade.
a. Supondo que o gerador csceja fornecendo apenas potência re.:lliva
(i) Encontre as excitações de campo mínima e máxima. pOr unidade (onde 1,0
por unidade é a <..'OJTénle de c~lmpo requerida pan1 obter a 1ensão nominal a
vazio). tais que o gerador não cxccd:t à sua corrente nominal de tcrminnl.
(ii) Usa_ndo MATLAB. plote a com:n1e de armadura em funçüo da excitação de
campo, quando essa é variada emre os limi1es delenninados pela parte (i) .
b. Supondo agora que o gerador es1eja fomeccndo uma potência ativa nominal de
0.25r>Or unidade, acrescen1e sobre o me;Smo eixo uma plo1agcm da correme de ilr-
madura, por unidade. em fu nção da exciulçào de campo. quando :.1 corrente de
campo é variada dentro do imervalo para o qual a co1·reme de armadura por unida-
de é inferior a 1,0 por unidade.
c. Repita u parte (b) para polências de saída do gerador de 0.50 c 0,75 por unidade. O
resultado final será uma plota.gem de CUf'\ tiS V para esse ger:.1dor. nessa conliguração.
1

5.34 Um molor CA de imã permanente c dois pólos tem uma velocidade nominal de 3000
rpm e um ro1or de seis 1>ólos. Calcule a freqüência (em Ht) da tensno de armadura re-
querida para operar nessa velocid:lde.
5.35 Um gerador síncrono l.rifásico de imã permanen1e e 5 k\V produt umn tensão de linha
a vazio de 208 Ve 60 Hz. quando es1á sendo acionado a uma velocidade de 1800 rpm.
Quando está operando na velocidade nominal e aliment.ilndo uma carga resistiv-.t, ob-
ser"a4se que a sua tensão de linha de terminal é 192 V, para uma (>Otência de safda de
4 ,5 kW.
a. Cnlculc a corrcnlc por fase do ger.tdor sob essns condições de funcionamento.
b. Supondo que a resistência de annadum do gerador seja desprezível, calcule a rca·
tância síncrona do gerador a 60 Hz.
c. Calcule a 1ensão de lcnninal do gerador que é obtida se a carga do gerador for au-
memada p:.1ra 5 k\V (pur:uncntc rcsisti\'U, de novo) enquanto a velocidade é manti ·
da a 1800 rpm.

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294 M ÃOOINAS ElÉTRICAS

5.36 Pequenos geradores CA monofásicos de imã permanenle são usados freqi.ien1ememe


na geração de pocência elé.trica para faróis de bicicletas. Nessa aplicação. os geradores
são projetados nonnalmeme para ter uma quantidade sig.nilicativa de ill dultlncia de
dispersão em seu enrolamento de annadura. Um modelo simples desses gerndores é
urna fonte CA de 1ensão e~(l) = {i)}(~ cos (1)1 em série com a i rldutância de dispersão L.
e a resistência R.,. amba.~ de armadura. Aqui mé a freqüência elétrica da censão gerada
que é determinada pela velocidade do gerador quando ele está apoiado contra a roda
da bicicleta.
Supondo que o gerador esteja alimentando uma lâmpada que pode ser modelada co·
mo uma resistência R,. escreva uma expressão parn a freqüência mínima m_ que deve
ser aJcançada par.t assegurar que a lãmpada fique acesa com brilho constnntc. indepen-
dentemente da velocidade da bicicleta.

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CAPÍTULO

Máquinas Polifásicas
de Indução
objetim de$ te c.apftulo é e~studar o comportamento das máquinas de indução polifásicas.
O Nossa análise começará com o desenvolvimento de circuitos equivalentes mo1lOfásicos.
cuja esoutura genérica é sugerida pela semelhanç.a existente entre uma máquina de indução e
um transfonnador. Esses circuitos equivalentes podem ser usados para estudar as característi~
cas eletromedinkas da máquina de indução c o efeito de carga apresentado pela máquina pa·
ra a fon te de energia. seja ela uma fonte de freqüência li.xa, como um sis·temo de pOtência. se-
j a um ~~cion:ld(lr de motor com freqüên<:ia e te n!ô.ão v:triáveis.

6.1 INTRODUÇÃO ÀS MÁQUINAS DE INDUÇÃO POLIFÁSICAS


Como foi mostrado na Seção 4.2.1. no motor de ind11ção a corrente alternada é fornecida dire-
tamente ao estator. ao passo que o rmor recebe a COITente por indução. como em um transfor~
mador. a panir do estator. O enrolamento de cstator é do tipo discutido na Seção 4.5, como na
máquina síncrona. Quando a excitttç5o 6 feita por uma fonte polifásicn cquilibruda. um campo
magnético é produzido no cntrcfcrro girando na velocidade síncrona. Essa velocidade é deter·
minada J>elo número de pólos do es1a1ore pela freqOênciaf. apl icada ao e<1a1or (Equaç~o 4.4 1 ).
O rotor de uma máquina de induç-ão polifásica pode ser de dois tipos. O rowr t!trrolado
ou bobilrado é construído na fonna de um enrolamento polifásico semelhante ao esrator tendo
o mesmo número de pólos. Os terminais do enrolamento do rotor são conectados a anéis dcs-
lizantes isolados monmdos sobre o eixo. Escovas de can•ão apoiadas sobre esses anéis penni-
tern que os 1ennina.is do rt,)!Of 1omem-s.e disponíveis extemomenle ao mocor. corno mostrado na
vista longitudinal da Fig. 6.1. As máquinas de indução de rotor bobinado st1o relativamente in-
comuns, sendo enéOnlmdas apen:lS em um número limitado de aplicações espcciali1.ndas.
Por ou1ro lado. o motor de indução polifásico. mostrado em vi!ôta longitudinal n:a Fig.
6.2. 1em o chamado m tor de gaiola de esquilo no qual o e nrolamenlo consiste em barras
condutoras encaixada.-; em ranhuras no fel'ro do rmor e cuno-circuitadas em cada lado por
anéis condutores. A extrema simplicidade e a robustez da eOllStrução em gaiola de esquilo
representam vantagens notáveis pnna esse tipo de motor de induçiio c. de longe. fazem dele
o tipo de motor mais comumente usado. indo desde motores fracionários até os de grande
pone. A Fig. 6.3a mostra o ro1or de um pequeno motor do tipo gaiola de esquilo. ao passo
que a Fig. 6.3b mostra a própria gaiola de e..;quilo depois que as lâminas do rotor foram re.
movidas quimicamente por corrosão.

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296 MAOuiNAS E~TAICAS

FtauRA. 6.1 Vista em cor1e longitudinal de um motor de induçao tnh\SICO com um 10tor bo-
blnado e anéfS desllzantes conectados ao enrolamento lriláSICO do rotor (General Etecuic
Company')

F1ou•• 6.2 V1sla em corte 1ong11udinat de um mo10r trifásico do tipo gaiola de esquilo. As
lâminas da gaiola de esquilo podem ser vistas no rotor em corte. (Rockwell Automalion/Re--
liance Electric)

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CAPITvLo 6 MAau<NAS PouFASICAS DE IHouç,\0 297

~ ~""'\. "d-
b-3
~
~
- ~:

t:'".

(o) (b)

FtGURA 6.3 {a) O totor de um pequeno motor do upo gaiola de esquUo. {b) A estrutura da
gaiola de esquife depois que as lâminas do rotor foram submetidas à corrosão. (Athens Pro-
ducts)

Vamos supor que o rotor esteja girando na \'Ciocidade constante de , rpm no tnesmo
sentido que o campo gir.mtc do cs.wtor. Seja uJ rprn a velocidade síncrona do campo de cs:t::l·
10r. d:ad~t pcln &tuaçJ)o 4.4 1. A diferença entre" velocidade sím:ronu c a do rowr é rçfcrida co·
mumcntc como o eswrreg<utlettlo* do rotc.lr. Ncsh:. <:~\:.-o. o cscorregamcnl(l do rotor é tt, - 11,
medido etn n)rações por minuw (rprn). O escotresumento é expresso mais usualmente como
sendo uma fração da velocidade srncrona. O cscorregt~mclliO fradonário sê
11, - ,
s= (6.1)
11,

O e-scorregamento é expresso freqüentemente em porcentagem. igual simplesmente a 100 por


cento vezes o escorregarnento fracionário da Equação 6. 1.
A velocidade do rotor em rpm pode ser expressa em termos do cscorregarnento e da ve·
locidade sincrona como
11=(1-l' )lf~ (6.2)

De modo semelhante. a velocidade anguh1r mcc5nica & 111 pode ser expressa em 1cm1os dn \'C~
locid~tdc síncrom• nngular w. c do esc::orreg:unento como

w,, = ( I - s)w,. (6.3)

O movimento relativo enttc o nuxo do est:.h1r e os ccmdutores do rmo1· induz te11Sões de


freqüência}; dada por
(6.4)

sc.ndó chanmd:• dcfret/üfincía de e.tcorregtmwuw. m) r01or. Assim. o COinJ>cmameiHO elétrico


de uma máquinas de indução é similat ao de um Lransfol'mador. ma.(~ apresentando a caracte·
r(stic.a adicional da transfonnação de freqüência produzida pelo movimento rcluth•o entre os
enrolamentos do cstator c do rotor. Na rcalidndc. umn máquin:L de induçiio de rotor bobinudo
pode ser lLSttdn p;;~ ru renliz:ar conversiío de frt:(IÜência.

• N. t.l~ T.: Slip, ~m inslê-....

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298 M AQUINAS Et.rnl!CAS

Os tenninais do rotor de um motor de indução podem ser cuno.circ.uitados por conSiru·


ção. no caso da gaiola de esquilo. c externamente. no caso do motor de rotor bobinado. O nu.
xo girante de entrefem> induz tensões com a freqUência de escorregamento nos enrolamentos
do rotor. As correntes do rotor são detenninadas então pelas magnitudes das tensões induzi·
das e pela impedâncin apre-sentada pe-lo rotOr na freqüência de ts<.'-Orregamento. Na partida. o
rotor está parado (n = 0), o escorregamento é unitário (s = 1), e a freqüência do rolor é igual à
fteqOênc-ia do estatorf.:. Portanto. o calllpo prodU'tido pelas correnh!.S do rotor gira com a mes-
ma velocidade que o campo do estator. resultando um conjugado de partida que faz com que
o rotor renda a girar no sentido de l"()):lÇ-50 do carupO de i ndução do esuuor. Se esse conj u ga~
do for suficiente para supcnLr a oposição à rotação criada pela carga no eixo. então o motor
atingirá a sua velocidade de operuçào. No entanto, essa velocidade n5o pode nunca se iguaJar
1) velocidade síncrona. porque então os condutores do rowrestarium e.stacionários em reh•ção
ao c-.ampo do estator: nenhuma corrente seria induzida neles e, conseqUenternente, nenhum
conjugado seria produzido.
Com o rotor girando no mesmo sentido de rotação que o campo do esta.tor, a freqüência
das correntes do ro1or se-rá :•h e elas produzirão uma onda girantc de nuxo <IUC irá girar com
str~ rpm em relação ao rotor no sentido pana frente. Entretanto. superposta à essa rotação. es·
tá a rOlàÇâo mecânic::t do rotor a 11 rpm. Assim. em relação ao cs-tator. a velocidade da onda de
Buxo produz.ida pelas correntes do rotot é a soma dessas duas velocidades sendo igual a
(6.5)
Da Equação 6.5, \'emos que as correntes do roror produzem uma ond'Lde fl uxo no cn·
treferro que gira na velocidade síncrona e, p<)l1anto, em sincronismo com a onda produzida
pelas corrcnles do estator. Como os campos do estutor c do rotor glrum sincronicamcnte c-.ada
um, eles estão estacionários en1re si, produzindo um conjug"do constante que assim mantém
a rot:lção do ro1or. Esse conjugado, que existe e m qualquer vélocidade mec1'inicn n do rotor
que seja dif'e re.nte da velocidade sfnc.rona, é charnado de co11jugado t~ss{ncro,o.
A Fig. 6.4 mostro. uma curva tfpica de conjugado x velocidade p:::tm um motor de indu·
ção polifásico de gaiola de esquilo. Os fa1ores que influenciam a forma des..~;a curva pocte.m ser
apreciados em lennos da equação de conjugado, u Equação 4.8 1. Observe que. quando a ten·
são aplicada ao es1ator e a freqüência são consrantcs, o Ou_xo de cntrcfcrro resultante <I>c. nes·
sa equação é aproximadame-nte constante. Lembre·se também que-u FMM F, do rotor é pi'O-"
porcional à corrente do rotor /,.A Equação 4.81 pode ser expressa então na fonna
T = - K J, sen ~, (6.6)
onde K é uma constarue e á, é o ângulo que indica de quanto a onda de FMM do rotor está
:1diantada em relaç-do à onda resultante de F'MM no entreferro.
A corrente do rotor é igual no negativo da tcruão induzida pelo nuxo de entrefeiTO djvidi·
da pela impedãncia do ro1or. ambas na freqüência de escorregamento. O sinal ncgalivo é ncccs ~
sário porque a corrente induzida no toiOJ' tem o sentjdo que desrnagneú:t:l o nuxo de cntrcfcrro.
ao passo que a corrente do rotor foi definida no Capítulo 4 como tendo o sentido de magnetiza 4

ção do entrdcrro. Sob condições normais de funcionamento, o esoorrega1nento é pequeno, h:n~


do 2 ~· lO por cento a plena carga na maioria dos motores de gaiola de e.~uilo. A freqUência do
ro10r (f.= sf.) pOrt!lllto é muito pequena (da ordem de I a 6 Hz em motores de 60 Hz). Nesse in·
tervalo, a impedância do rotor é grandemente resis.tiva c portanto independente do escorrega-
mento. A tensão i1ldu1.ida no rotor, por outro lado, é pn>porcional ao escorrcgamcnto c adiant-a·
se de 9(f em relação ao Ouxo de cntreferro resultante. Assim, a corrente do ro1or é propc>rciomll
muito aproximadamente aoescom:gamcnto e também é proporcional à tensão do rotor. esmndo
defasada desta em 18011• Coltlo resultado, a onda de FMM do rc)IOr está atmsada de aproximada·
mente 90 graus elétricos em relação ao fluxo de e.ntrefeiTO resuh:.mte. e :.ssim scn ô, ~-I.

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CAPiTULO 6 MÁQUINAS POUFÁSICAS DE INOUCAo 299

2 300
·~
~ 250
~
z 200
·~

0.6 (),4 0,2 o

FtOUAA 6.4 Curva tipica de conjugado x velocidade de um motor de induçao ope(ando com
tensao e freqüência constantes.

Ponanto. é de se esperar uma proporcionalidade do conjugado em relação ao e.licorrega·


memo que é aproximada demro do intervalo em que o escorregamento é pequeno. À medida
que o escorregamento aumenta. a impedância do rotor cresce dc\rido à contribuição crescen-
te da indutância de dispersão do rotor. Assim, a corrente do rotor é menos do que proporcio-
nal ao cscorrcgamcnto. A corrente do rotor também fica mais atrasada em re laç.ão à tensão in-
duzida e o valor de scn S, diminui.
O resultado é que o conjugado aumenta com escorrcgamcnto crescente até um valor
rnbimo e então decresce. como está mostrado na Fig. 6.4. O conjugado máximo. que tipica-
mente é o dobro do conjugado nominal do motor. limita a capacidade de sobrecarga de cur-
ta duraçtto do motor.
Veremos que o escorregamcnto. pn.ra o <1ual <x:orre o conjugado de pico. é proporcio-
nal à resistc!ncia do rotor. Para motores de. gaiola de esquilo, esse cscorregamcnto de conju-
gado de pico é rehuivamc.ntc pequeno. tal como está mostrado nn Fig. 6.4. Assim, o motor de
gaiola de esquilo é substancialmente um motor de \•elocidadc constante tendo uma queda de
velocidade de uns poucos por cento quando passa da condição de ausência de carga para ple-
na carga. No caso de um motor de rotor bobinado, a resistência do rotor pode ser aumentada
inserindo-se uma resistência externa, aumemando assim o escorregamento de conjugado de
pico e diminuindo, ponanto. a velocidade do motor para um valor especificado de conjuga-
do. Como 3..1i máquinas de induç-ão de rotor bobinado são maiores e mais caras, requerendo
uma manutenção significativamente mais dispendiosa do que as máquinas de gaiola de es-
quilo. esse método de controle de velocidade raramente é usado. A tendência das mo\quinas
de indução acionadas com fo ntes de freqüência constante é estarem essencialmente limita-
das a aplicações de velocidade constante. Como veremos no Capítulo 11. o uso de sistemas
de acionamento de estado sólido, de tensão e freqüê ncia variáveis. torna pOssível controlar
facilmente a velocidade das máquinas de indução de gaiola e, como resultado, são ampla-
mente usadas amai mente em uma larga faixa de aplicações que exigem velocidade variável.

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300 MÃOUtNAS ELéTRICAS

6.2 CORRENTES E FLUXOS EM MÁQUINAS DE INDUÇÃO


POLIFÁSICAS
Em um rotor bobi1l ado. a distribuição de Ouxo e FMM pode ser vista com ajuda da flg. 6.5.
Esse esquema mostra a planific.ação de um enrolamento simples de rotor trifásico c dois pó-
los, dentro de um campo de dois pólos. Pode-se ver que mende à restriçt'\o de que um rocor bo-
bi nndo deve ter o mesmo número de pólos que o cstntor (embora o número de fases nüo pre-
cise ser o mesmo). A ondn de densidade de lluxo do rotorcstá se movendo para a dircira com
velocidade angular (1), e com :1 velocidade angular de cscorrcg_amcnto sm•• em relação uo en-
roktmcnto do ~or, o qu"l por sua vez está girando à direita com vclocid;.,dc angular (I - s)ru,.
Ela est~l rnostroda nu Fig. 6.5 na posição de tensão instantânc;:• m{LXima da fase o.
Se a rc;u5nc:ia de dispcr:;ão, <(UC é i gu;:~l a sru, vezes a indutânc:in de disperst•o do rotor,
for muito pequena em comparação com a rc..'iistêllcia do rotor (o que tipicamente é o c;lso pa-
nl os pc<tucnos cscorrcg.amcntos <tuc ocorrem em funcionamento nonnal). n corrente da fnse
alanlbém será máxim;1. Como rnostmdo na Seção 4.5, a onda de FMM do rotor esmr:'í então
centmd:t na fase ll, como se vê nu Fig. 6.Sa. Sob essas condições, o ângulo de desiOC<tmento,
ou ângulo de conjugado. b, eswrá em seu valor ótimo de - 9Ct.
Entretanto, se a rcatãncia de dispersão do rotor for apreciá\•el. a corrente da fase a esta~
rá atrasada. em relação à. tensão induzida. de um ângulo igual ao ângulo de fator de potência
l/J1 da impcdância de dispersão do rotor. A corrente da fase a não estard em seu valor máximo
até um instante correspondentememe mais atrasado. A onda de FMM do rotor estará centra-
da na fase a somente após a onda de fluxo ter se deslocado mais r/J1 graus no entrefe.rro. como
mostrado na F'ig. 6.5b. O fmgulo b, é agora - (90~ +f/>~). Dessa fomta. o ângulo de conjugado
de um motor de indução é dado em geral por
6, = - (90"" + 4>,) (6.7)

O seu afa~w.mento do vul<,r ótimo de -90.. é dado pelo ângulo do fator de pocência parn
a impcdfinciu de dispersão do rotor. na fre(Jliêndu de escorrcgamento. Na Fig. 6.5, o conj uga-
do eletromagnético do rmor está dirigido r~) l'a a direita, ou seja, no semi do de desloc;.unemo
da onda de Ouxo.
A situação comparativa para o caso de um rotor de gaiola de esquilo esu~ ilusrrada na
Fig. 6.6. Um rotor de 16 barras colocado e.n um campo de dois pólos cs1ú mostrado ern for-
m;~ planificada. Paro símplift<.-ar o desenho. apcnn.'\ um número relalivamente pequeno de bar-
ros do rotor foi escolhido. sendo que esse número é um múltiplo imeiro do 1lúmero de pólm.

Ond::. de FM M Onda de FMM


----.....- - On~•• lk do rotor ,r-...,,__ O •ttb ,k
den~idade de deMoidade óe

a -c : • -c b
''
'
''
'

(•l
-
Rotaçno
( b)

FIGURA 6.5 Enrolamen1o planificado do rotor de um mo«oJ de induç.ao com suas ondas de
densidade de fluxo e ondas de FMM em suas posiçoes relativas para reatãncia de dispersAo
(a) igual a zero e (b) difetente de zero.

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CAPiTULO 6 MÂQUINAS POt.IFÁSICAS OE INOUCÃO 301

Nonnalmente, não se adota e.~o;a escolha para evitar efeitos danosos devidos às componentes
harmônicas. Na Fig. 6.6a. a onda senoidal de densidade de fl uxo induz um'a tensão em cada
bruTa, sendo que os valores inslo.unâneos são indicados pelas linhas cheias verlicais.
Um pouco depois, as correntes nas barras assumem os valores instantâneos indicados
pelas linhas cheias verticais da Fig. 6.6b. o atraso de tempo corrcsponde ao ângulo do f~u or de
potência do rotor f/J1• Nesse intervalo de tempo. a onda de densidade de nuxo desloca-se. se-
gundo seu sentido de rotação em relação ao rotor. por um ângulo espacial </12 e chega então à
posição mostrada na Fig. 6.6b. A onda de FMM correspondeme do rotor es1á mostrada pela
onda em dcgmus na Fig. 6.6c. A componente fundumcntal está mostrada na forma de uma se-
nóide em linha tracejada. e a onda de densidade de fluxo. pela SCilóide em linha cheia. O cs·
tudo dc..'õsas figuras confirma o J)rincfpio geral de que o mlme.ro de pólos do romr. em um ro-
tor de gaiola de esquilo. é determinado pela onda de fluxo indutivo.

Onda de: dens-id:•ck de Ouxo


V•l~ instant4ncos
de ten:sdo 02s l~u'l':l.~

R01"'
2 3 4 5 6

'
11 12 13 14 15 16 I

Rnf:1çàc>
-
( 1-,\')W,.

(11')

Val<lft's insu.nt.i.ncos
de C«TC'ntc w,

"" "'""' '


5 6
12 13 14 15 16
' '
/

fb)

Cmnpl)no;n te
(uf'l(bment:ll d:1
onda de FM M 00 nnur
(C)

FIGURA 6 .6 Reações de um rotor de gaiola em um campo de dois pólos.

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302 M ÁQUINAS ELtTAICA$

6.3 CIRCUITO EQUIVALENTE DO MOTOR DE INDUÇÃO


As considerações anteriores sobre f1uxo e ondas de FMM podem ser expressas prontamente
na fonna de um circuito equivalente para a máquina de indução polifásica. em regime pcrma·
nente. Nesse des.envolvimemo, apenas m:1quinas com enrolamentos polifásicos simétricos.
excitados por tensões polifásicas equilibradao;, são consideradas. Como em muiuts outras dis-
cussões de dispositivos polifáo;icos, é útil pensar que as máquinas trifásicas estão ligadas em
Y, de modo que as correntes e tensõe.o; sejam sempre expressao; por valores de fase. Nesse ca-
so. podemos deduzir o circuico equivalente para uma fase. ficando subentendido que as ten-
sões c correntes nas demais fases podem ser obtidas por meio de um simples deslocamemo
adequado da fase que está sendo estudada (±120" no cnso de uma nláquinn lrifásica).
Pril'neiro. considere as condições no esunor. A ondn de fluxo de c.ntrefeiTO, girando sin-
cronicamente, ge-ra forças COIHta-e lelromotrizes {FCEMs) J)()lifásic-as equilibradas nas fases
do estator. A tensão de terminal do estator difere da FCEM pela queda de tensão na impcdân-
cia de dispersão do estator Z1 = R 1 + jX1• Assim,
V1 = É, + Í 1(R 1 + jX 1) (6.8)
onde
(1 1 =Tensão de fase de terminal do estator
Ê1 = FCEM (de fase) gerada pelo Ouxo de entreferro resultante
i 1 = Corrente do estator
R1 = Resistência efetiva do estator
X 1 = Reatância de dispersão do e.stator
As. polaridades das 1ensõcs e com:ntes estão mostradas no circuito equivalente da Fig. 6.7.
O nuxo de entreferro resultante é criado pelas FMMs combinadas das col'rentes de es-
tator e rotor. Exatamente como no c-aso de um 1ransformador. a cotreme de cstator pode ser
decompOsta em duas componentes: uma componente de carga e uma componente de excita·
ção (magnclizaçtoo). A componente de carga 1, produz uma FMM que corrcsponde à FMM
da corrente do rotor. A componente de excitação f., é a corrente de estator adicional que é ne·
cessária para criar o nuxo de entrdcrro c é uma função da FEM t;- A corrente de excitação
pode ser decomposta em uma ..componente de perdas 11~ míclcô 1,.. em fase com Ê~. c urna
componente de magnetização 1.,.. atrasada em telaçào a E: de 90.,. No c ircuito cquiválcnte, a
corrente de excitação pode ser levada em corlsideraç.ão incluind()..se um ramo em derivaçtio.
formado pOr urna resistência de fJerdas no núcleo Rt em paralelo com uma rrwu1nda de mag-
nelizaçcio x... ligado a t~. como na Fig. 6.7. Usuulmente, ambas R,. c X, são determinadas
para a freqüência nominal do estator e para um valor de E1 próximo do valor esperado de
operação; assume-se então que esses valores permanecem constantes quando pequenos des-
vios em E1 ocorrerem durante o funcionamento nonnal do motor.

+ ;,
x,
__,:uuu

F· - +
"
v, it l> ~
~i. Êz
R•. ' Xm
b

FIGURA 6.7 Circuito equivalente do eslator de um motOI de indução polifásico.

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CAPITULO 6 M AOUINAS POUFASICAS OE INOUÇAO 303

O circuito equivalente que representa o cstator é exatamente igual ao usado paw repre-
sentar o primário de um transfonnador. Paro complctur o nosso modelo, os efeitos do rotor de-
vem ser incluídos. Do ponto de vista do circuito equivalente do estator da F'ig. 6.7, o rotor po-
de ser representado por umu impcdância c<Juiv;:dcntc 22

z,; É·r,
~ (6.9)

que corrcspondc à impcdância de dispersão de um secundário equivalente estacionário. Par::.


complelar o cin:uito equivalente. dc"·emos determinar o valor de~ que represente a-, lt -l lsôes
e corremes, em te,rmos das grandezas do rowr referidas ao estmor.
Como vimos na Seção 2.3, do pomo de "'ÍSta do primário, o e.nrolamento do secundário
de um transformador pode ser substituído por um circuito equivalente que tem o mesmo nú-
mero de espiras que o enrolamento do primário. Em um transformador. rlO qual a relação de
espiras e os parâmetros do secundário silo conhecidos. isso pode ser reito referindo a impe-
dância do sccund{rrio ao primário. Pam tnnlo. essa impedfulcia é multiplicada pelo quadrado
da relação de espir.ts entre o primário e o secundário. O cin:uito equivalente resullantc é per-
feitamente geral do ponto de vista das grandezas do primário.
De modo scmclh:mte. no caso de uma m;íquina de indução polifásica, quando o rotor
é substituído por um rotor equivalente, tendo um enrolamento polif;ísico com os mesmos
mímcros de fases c espiras <Jue o cstator m1's produzindo a mesma FMM e nuxo de entre-
ferro que o rotor real, o desempenho níio será al!erado quando for observado do ponto de
vista dos termiMiS do estator. Esse conceito, adotado aqui. é espec.ialmente útil no modela-
mento de rotores de gaiola nos quais a identificaç.ão dos "enrolamentos de fase·· não é ób-
via de modo algum.
O rotor de uma máquina de indução é curto-circuitado c. desse modo, a impcdância vis-
ta pela tensão induzida é simplesmente a impcdância de cuno-drcuito do rotor. Conseqüen-
temente, a expressão que fomece a relnção emre a impedãncia de dispersão 2;. do rotor cqui·
valente. na freqüência de escorregamento, e a imj:)Cdância de dispersão Z""""' na freqüência de
escorregamento, do rotor real deve ser

Z2,., = -t-,.
12s
t.,,.,) = N ('fZN#tlw
= N (2f ( ~
/MOr
(6.10)

onde Nct é re lação de espiras efetiva entre o enrolamento do estator e o enrolamento do rowr
real. Aqui o subscrito 2s refere-se às grandezas associadas ao rocor referido. Assim. Ê2, é a ten-
são induzida pelo nuxo de entre ferro resultante no rotor et'luivalente e 12~ é a correspondente
corrente induzida.
Quando se está interessado nas correntes e tensões do rotor re.al, a relação de espiras Nct
deve ser c-onhecida para que se possa convener â.li grandf:'la$ do rotor equivalente de voha pa-
r~l o rotor real. Entretanto, para os propósito..'i de esmdo do desempenho do motor de indução.
visto dos terminais do estator. não há nenhuma necessidade dessa conversão e urna r-epresen-
tação em termos das grandezas do rotorequivale-me é perfeitamente adequada. Assim, urn c ir-
cuito equivalente, base-ado nas grandezas do rotor equivalente. pode ser usado para represen-
tur ambos os rotores bobinado e de gaiola de esquilo.
Depois de tennos examinado os efe-itos da relação de espiras entre o estator e o rocor, de-
vemos levar em consideração agora o movimento relati\'O emre o estmor e o rotor com o ob-
jeti"o de substituir o rotor real. com tensões e correntes na freqüência de escorregarnemo, por
urn rotor equivalente C$tacionário, com tensões c correntes na freqüência do estator. Conside·
re primeiro a impedância de dispc.rsão do rotor referido, na freqUência de escorrega me mo.

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304 MAQUINAS ELÉTRICAS

(6.1 1)

onde
R1 = Resistência do rotor referido
sX~;: Reat5ncia de dispersão do rotor referid0.1la freqüência de escorrcgamcnto

Observe que :l<tui X: foi defi nida como sendo a rcarânciu de d iSf>el':o\ãO do roto r referido
ao eswtor, na freqOência do estatorJ:. Corno a f1·eqUência do rotor real éf.= .if,, ela foi conver-
tida para a I'Cat:lnc ia. na freqüê ncia de escorregamemo, simt>le.c;me-nte muhiplic-ando pelo es·
corregamemo s. O circuito equivalcmc de uma fase do rotor referido. na frcqüênci~' de cscor·
rcgamento. escá mostrado nu Fig. 6.8. Esse é o circuito equivalente do rotor visto. na fre<tüên-
ciu de ...:scom:-g:.uncnto. no quadro de referência do rotor.
A seguir. observamos que a onda de FMM resultante no emrcfcrro é produzida pelos
efeitos combinados da corrente do cst~ltor i, c dn corrente de c~Lrga equivalente f~. De modo
semelhante. ela pode ser expressa em termos da corrente de es-tator c da corrente de rotor equi-
valente f:~· Ess::L" duas correntes são iguajs em magnitude pois f!- é definj da como sendo a cor-
rente em um rotor equiv:Licntc. com o mesmo número de cspir.LS por fase que o csw.tor. Como
::. 01l<f:t de FMM resultante no cntn::fcJTO é determinada pela sorna fasori~al da corre-nte do e..~­
tator c da corrente do rotor, real ou equivalente. cnt5o Í: c i:. devem ser iguais também em ra-
se (nas suas rreqUé1lcia.s elétricas respcctiva.ç) e. assim. podemos escrever
(6.1 2)

Finalmcmc. considere que :Londa de nuxo resultante induz a FE1v1 no rotor referido Ê2, .
t
na freqüência de escom.:gamcnto. c também a FCEtvf no estator 1 • Se não fosse pelo deito
d;J veloci<L1de. essas tensões teriam a mesma magnitude porque o enrolamento do rotor refe-
rido tem o mesmo número de espiras por t'ase que o enrolame mo do eswtor. No emarlto. ccr
mo a velocidade relativa da onda de Ouxo em relação ;JO rmor é .t vezes a sua velocidade em
relação ao estator. a relaç.ão erltte essas FEMs é
(6. 13)

Podemos ainda argumentar que-. como o ângulo de fase entre cada uma dessas tensões e
a onda de nu~o resultante é 9<f. essas duas tensões devem ser iguais também em sentjdo fa-
sori<rl nas suas rcspc.."Ctivas freqüências elétricas. Ponanto.
(6. 14)

Oividirldo a Equaç.ão 6.14 pela Ec:1uaçrio 6. 12 c usando a Equação 6.11. temos


t . ., sÉ,
...-:-
I~,.
=~
I1
= z, =R, + j.<X, (6. 15)

. ··~
+ il,
Ê~, R~

FfGURA 6.8 Circuito equivalente de um rotor de motor de induçao potifásico na freqüéi'ICI8


de escOltegamento.

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CAPiTULO 6 MA001NAS PouFASICAS DE INDUÇÃO 305

Então. dividindo pelo cscorrcgamcnto s. obtemos


Ê2 R•
Z2=-.-=......::.+j X2 (6.16)
/ '! s
Assim, alcançamos o nosso objetivo. Z1 é a impcd1im;ia de n:nor equivalente c.stacioná-
rio que aparece nos terminais de carga do circuito equivalente do cstator mostrado na Fig. 6.7.
O resultado final e o circuito equivalente monofáo;ico da Fig. 6.9. Os efeitos combinados da
carga no eixo e da resistência do r01or aparecem na fonna de uma resistência rellctida Rts.
que é uma função do escorregamemo e. ponamo. da carga mecânica. A corrente nil i mpedrln-
cia do rotor reflelido é igual à componente de carga f! da corrente do estala r. A te-nsão sobre
e$iS3 impc:dância é igual à ten);~O de eswtor Ê1 . Obsel'\•e que. quando as corremcs c tcnsõc.s do
rotor stio relletidas no estator. sua freqUência também é alterada parn a freqüência do cstatOr.
Todos os fe nômenos elétricos do rotor, quando vistos a panir do estator, tornam-se fcnômc·
nos que têm a freqUência do estator. porque simplesmente o enrolamento do cstator vê a,s on-
das de F'MM e nuxo deslocando-se na velocidade síncrona.

6.4 ANÁ LI SE DO CIRCUITO EQUI VALENTE


O circuito equivalente monofásico da Fig. 6.9 pode ser usado para dctenninar uma ampla
variedade de características de desempenho das máquinas de indução pOiif:ísicns em regi-
me permanente. Estão inclu ídas as variações de corrente, velocidade e perdas que ocorrem
quando as exigências de carga e conjugado são alleradas. Incluem-se também o conjugado
máximo e o de partida.
O circuito equivalente mostra que a pOtência total!', cransferida através do cntrcfcrro
des<lc o cstator é

(6.17)

onde "r~ é o número de fases do cstator.


As perdas totais f R do rotor. Pt\IIIJr' p<XIcm ser caJculadus a panir das pçrdas f R no rotor
equivalente como
(6.18)

Como I~ :: l l . podemos escrever a Equação 6.18 como


(6.19)

•• x, a
x,

+
,,
~··· p. ·~

+ Í}
v,
1
I(
o ~X~ í~
b
r
fiGURA 6.9 Circuito equivalente monofásico de um motor de induçao polilásico.

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306 M AQUINAS El.êtAICAS

Agora, a potência eletromagnélica Pnon' desenvolvida pelo motor pode ser determinada
subtraindo a dissipação de potência do rotor (Equação 6. 19) da potência de entre ferro (Equa-
ção 6. 17). obtcndo·sc

(6.20)

ou. de forma equivalente,

(6.21)

Comparando a Equaç--ão 6.17 com a Equaç.ão 6.21. obtém-se


Pfllf:l.' :;::;;: ( I - s)P~ (6.22)

c
(6.23)

Vemos então c:1uc. da potência total fornecida através do entrefcrro para o rotor, a fraç-lo
I -sé corwen ida ClllJX>Iê-ncia mecânica e a fração sé dissipada como pe-rdas f R nos condu-
tores do rotor. Assim. é evide-nre que um motor de indução que está operando com um escor·
regamemo elevado não é um dispositivo elicicme. Quando os aspectos de potência devem ser
destacados. o circuito equivalente pode ser redesenhado como na Fig. 6.10. A JXHência elctro-
m<:cânic.a por fase do cswtor é igual à pOtência entregue à resistêncin Rz( l - s)ls.

Observ~H•c que um motor de i ndução trifásico de dois pólos c 60 Hz está OJXrundo com uma
velocidade de 3502 tpm COI1\ um~~ pot~ncia de entrada de 15,7 k.W e uma corrente de terminal
de 22.6 A. A resis1€ncia de enrolamento do estator é 0.20 ntfuse. Calcule a potência l-R dis-
sipada no roror.
• Solução
A potência dissipada no enrolamemo do estator é dada por
P,._/Jt = 31,2 R1 = 3(22.6) 10.2 = 306 \V

A ssim, a potência no entrefc.rro é


P,=P~,no»- P...,.. .., =15.7-0.3 = IS,4l.:W

A velocidade síncrona dessa máquina pode ser obrida a pal"tir da Equação 4.41

120) /, = ( T
"· = ( pólos 120) 60
. = 3600 rpm


R, x, x,
lí.... _
.,
~···
i, • ,,

+ R
...:_:'
1-
~. R, :l x...

FKJURA 6.10 FOt'ma attemativa do circuito equivalente.

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CAPiTULO 6 MÃOUIHAS POUFÁSICAS OE INOUCÃO 307

c. portanto. da Equação 6.1. o escorregamento é·'= (3600 - 3502)13600 =0.0272. Assim, da


Equação 6.23,
P- = s P, = 0.0272 X 15,4 kW = 4 19 W

Calcule a potência de dissipação do rotor de um mot<.lr trifásk-o de quatro pólos. 460 V e 60


Ht com uma resistência de annadura de 0.056 n opc:ro.ndo na velocidade de 1738 1pm, com
uma potência de cmrada de 47.4 kW e uma corrente de terminal de 76,2 A.

• Solução
1.6 kW

O conjugado eletromedinico T~ correspondente à potência Pm« pode ser obtido lem-


brando que a potência mecânica é igual ao conjugado vezes a velocidade angular. Assim,
P""' =wmT""" = (l-s)w.T""' (6.24)

Para P~ em watl<; e lil, em rad/s. T_ será em ncwtons-mctros.


O uso das Equações 6.21 c 6.22 conduz a
Tm« = Pu~;; = P,; = llrrucslf (R2/s ) (6.25)
w11, w-' w,
com a velocidade angular mecânica síncrona w. sendo dada por
4;rf, ( 2 )
w, - --
- pólos - -pólos "" (6.26)

O conjugado mecânico T.nct e a P_ não são os valores de saída disponíveis no eixo por-
que o atrito. a ventilação e a<; perdas suplementares não foram levados em consideraç-do. Obvia-
meme é correto subtmir o atrito. a ventilação e outras perdas rmacionais de T,_ ou Pm«' Assu-
me-se geralmente que os efeitos das perdas suplementares podem ser subunfdos do mesmo mo-
do. O restante está di.spon(vel como pocência de safda llO e-ixo em fonna de trabalho útil. Assim.
Pn-,0 = P.n« - Pro1 (6.27)

(6.28)

em que P,.,. e T~são a potência e o conjugado associados ao atrito, à ventilação e às demais


perdas rotacionais.
Freqüentemente a análise do circuito equivalente do 1ransfonnador é sirnplilicada, des-
prezando-se inteiramente o ramo de-magnetização ou adotando-se uma aproximação que con-
siste em movê· lo diretamente até os tenninais do primário. No caso das máquinas de indução,
em condições •tonnais de funcionamento, tais aproximações niio são usadas porque com a
presença do entreferTO resulta uma impedância de magnctizuçüo relativamente mais baixu. c
correspondentememe uma corrente de excitHÇiio rclutiwmcnte mais elevada- 30 u 50 por
cento da con-ente a plena carga- e lambém porque as rcatâncias de dispersão siio mais ele-
vadas. Algumas simplificações no circuito C(luivalente da máquina de indução ocorrem quan·
do a resistência R.: de perdas no nCicleo é omitida e quando o deito corres-pondente d~LS pcrdns

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308 MI.OuiNAS ELÉTRICAS

no núcleo é deduzido de Trl« ou P,Atf:. ao mesmo ccrnpo que os cfeilos das pcrdtL'i ro1acionais
e suplementares são subtruídos. O circuito equivalente toma-se então o da Fíg. 6.11 a <m b. e
freqüentemen te o erro introduzido é reltttiv::Lmc.ntc insignilicante. Durr•nte os ensaios de mo-
lOteS, ral1>rocedimemo aprcserua mmbém urna vantagem. porque eruüo as perdas a vazio no
núcleo n;}o precisam ser separados do atrito c d:t vcntihlção. Esses úhi•nos citcuitos ~e riSo usa-
dos nas discussões subseqUentes.

Um motor de indução trifásico. ligado em Y. de seis pólos. 220 V {tensão de linhn), 7.5 kW c
60Hz tem os segui ntes valores de parâmetros. em Cl/fase. referidos no cstutor:
R 1 = 0.294 R~= (),144

x, = o.soJ x ~;;; 0.200 x.. = 13.25

Pode-se assumir que as perdas totais de atrito. ventilaç.ão e no núcleo sejam de 403 W cons·
tantes. indepellde-nteme-nte da carga.
Paro um cscorregamento de 2 1>0r cento, caJcule a velocidade. o conjugado c a potência
de saída. :a corrente de csuuor. o fator de potência e o rendimento. quando o motor é operado
crn tens:lo e frc(JUência constantes.

• Solução
Seja l,(Fig. 6. 11 a) a irnpedância por fase apresentada ao estator pela rewânc ia de magnetiza·
çJo c o rotor. Assim, da Fig. 6.11 a,
1
Zr= Rr+ j Xr = ( : + jX!) emparalelocomjX,..

A substituiç.ão dos \talores numéricO$ dados. par.t .t-= 0,02. resulla em


R1 + jX1 =5.4 1 + j3.1 1Q

Agora, a impedância de emrada do estaror pode ser cnlculada como


Zl'll,lllb = R, + i X• + z, = 5.70+j3.61 = 6.75 ! 32.3" 0
A tensão de fase de terminal é igual a
220
V,= ./3 = 127V

R, x, x, R, x, x,

+
,;,
-
i,
'
-;! +
- ···
iI
~
a

-
'l"O"O"'
i,

x.
~
11,

v, x. ~V·
b b

'"' (bl

f iGURA 6.11 C•rcuitos equivalentes. com a resistência de petdas no nUcleo desprezada.


correspondentes a (a) Fig. 6.9 e (b) Fig. 6.10.

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CAPiTulo 6 MAoUINAS POUFÁSlCAS DE INOUÇÁO 309

e. desse modo, a corrente de estator pode sc.r c.alculada como

. - ~- 127
I , - Z...,.,* - 6.75!32.3 -I ' L .... A
- 8 8 -32 , .

A corrcme de estator é assim 18.8 A c o falOrde potência é igual a cos(-32.3") = 0.845 indutivo.
A velocidade síncrona pode ser ob1ida da &wação 4.41

n, 120).
= ( pólos )c = ( 6
120) 60 : 1200 rpm

ou. da Equação 6.26.


4rrf~
w.. = - = 125.7 rodls
pólos

A velocidade do ro1or é
n = (I - s)n, = (0.98) 1200 = 1176 rpm

ou
w.,. =(I - s)tu_ = ((),98) 125,7 = 123.2 radfs

Da Equaçüo6.17,

No entanto. observe que. como a línictl resistência incluída em Z,é R/s. o J>Oiência dissipada
em Z, é igual à potência dissipada em RJs c. assim. podemos escrever
P, = "r.....,. / 12 R1 = 3(18.8)?(5.4 1) = 5740 W

Agora. podemos calcular o valor de P....... dado pela Equação 6.22 e a potência de saída
no eixo dada pela Equo.i\"ãO 6.27. Assim,
P,"" a P~«<- P..,. o ( I - .f) P1 - P,..
= (0.98)5740- 4()3 = 5220 w

c o conjugado de saída no eixo pode ser encontrado a partir da Equução 6.28 como
'f' . _ P.;,., _ 5220 _ 4, 4 N . m
(1.1>1- w... - 123,2 - -·

O rendimento é calculado como sendo a razão entre a potência de saida no eixo ca po·
tênci::t de entrada no cstmor. A potência de entrada é dada por
f!........ . , ,.....,Rer\',1;1 =3Rc.~r 1270S.Sl32.:n)
= J X 127 X 18.8ros(J2,2) = 6()6()W

Assim. o rendimento 11 é igual a


P~.... 5220 O 8<í
•1=--=-= 1=86 1%
l!.....u 6060 . .
As características completas de desempenho do motor JX>Cic•n ser detenninadáS repelindo-se
esses cálculos para outros valores de escorregamento que forem adotados.

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310 MÃOUINAS ElÊrRICAS

Encontre a velocidade. a potência de saída e o rendimemo do mo1or do Exemplo 6.2 quando


está operando na tensão e freqüência nominais, par.• um c,scorrcgamcnto de 1.5 por cento.
• Solução
Velocidnde = 1182 rpm
p >ti•i) = 3932 w
~endimcnlo= 85.3%

6.5 CONJUGADO E POTêNCIA USANDO O TEOREMA DE


THÉVENIN
Quando se deseja enfatizar as relações de conjugado e potência. uma considerável simplifica-
ção resulta quando o toorcmn de Thévenin da teoria de circuitos é aplicado ao circuito equi·
vaJente do mmor de indução. Em sua ronna gemi, o teorema de Thévcnin permite a substillli·
ção de qualquer rede. vista em dois tcnninais a c b (fig. 6. I2a) c constituída de elementos de
circuitos lineares e fontes de te4lsão c.omplexa, por uma únic.a fonte de tensão complexa Vto.~
em série com uma única impedfulcia z.,. (Fig. 6.12b). A tensão equivalente de Thévenin Vl<q é
a que aparece nos terminais a e b da rede original quando esses terminais estão em circuito
abeno. A impedãncia equivalente de Thé\•enin Z"' é aquela que aparece nos mesmos terminais
quando todao; as fontes de tensão demro da rede são zcradas. Em aplicações que envolvem o
circuito equivalente do motor de indução, os pomos a e /) são os indicados nn Fig. 6 .11a c b.
Então, o circuito equivalente toma a forma dada na Fig. 6.13. onde o teorema de Thévcnin foi
usado para transformar a rede localizada à esquerda dos pOmos <I c bem uma ronrc de tensão
cquiv;;tlcntc Vl.tq em série com uma impedância equivalente Z,,coo = R1,(q + jX,Iolq.
De acordo com o teorema de Thévenin. a tensão da fonte equivalente V1,('\1 é-a tens.'io que
aparece nos terminais a c b da Fig. 6.1 1 quando os circ,uitos de rotor são removidos. O resul-
tado é um divisor de 1cnsão simples e, assim.
• = V•1 ( j X., )
V 1eq (6.29)
' R1 +j!Xo + X.,)
P.d.ri.l a maioria dos motores de indução, erros desprc"tívcis surgirão se a resistência de es·
tator da Equação 6.29 for desprezada. A impedância de eStlliOr Z1.«!' dada pelo equivalente '11lé·

lmpedãne-ia

r-~R~~~.-.~16~"~"- -<om
--~4--o,
elcme~os de d reuitO:'I Pooe K:r conectado
lineares e rontes de a qualque! outr-.l. 1\''<lc

L~oen:são:r"""'::·a~l•:oo:so:a •:oe~_., b Fonle di!


tensão Unica
(ll) ( b)

FaouAA 6.12 (a) Rede linear genérica e (b) seu equivalente nos terminais ab de acordo com
o leorema de 'Thévenin.

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CAPiTULO 6 MJ.oviHA$ POt.IFÁSICAS DE INOUÇAo 311

.... x,., ' x, R,., x,., • Xl .,


+ - .,
f, +
~
,,
v,""'
o

(O)

h
r '
v,~

o •
b
(h)
r •,(';')

FIGURA 6.13 Circuitos equivalentes do motOf' de indução. simplificados pelo teorema de


Thévenin.

vcnin. é tl impcdância entre os tcnninais a c b da Fig. 6.11. vista em direção à forlte cuja tensão
foi zuada (ou. o que é equivaleme. substituída por um cuno-circuito). Portanto. obtém·sc
Z1."' = R1."' + jX,.,. =(R,+ jX 0) em parolclocom jXm (6.30)

ou
• jXm(R, + jXo)
R..;.;.::
Z1.., = .,: +:.:,~
. (.;,
X..;,-'+..;,X;_,m.:.,.) (6.31)
1 1

Observe que a resistência das perda~ no nllcleo Rc foi desprezada na dedução das Equa-
ções 6.29 a 6.3 1. Embora trate-se de uma aproximaç.ão muito usada. o seu efeito pode ser in-
corporado facilmente às deduções apresentas aqui substituindo-se a rcatância de magneci~.a­
ção jX,. pela impcdância de magnc.tização z"'. iguul à combinação da resistência de perdas no
núcleo Rcem par.tlelo com a reatância de magnetização jXm.
Do circuito equivalente de Thévcnin (Fig. 6. 13). tem-se

i, = ()1..., (6.32)
Z1."' + jX, + R2fs

e, desse modo. da expressão do conjugado (Equação 6.25). ob!ém·sc

T.
1 [
--
""'- w, (R,.01 +
llr_.v,'..(R,fs)
(R, fs)) 1 + (X ,..., + X,) 2
l (6.33)

onde t!J, é a velocidade medhlica angular síncrona. dada pela Equação 6.26. A forma geral da cur-
va de conjugado X \'elocidade ou conjugado x CSC<>~Tegamento, para o caso em que o motor está
conectado a uma fonte de tensão c freqüência constantes. está mostrada nas Figs. 6. 14 c 6. 15.
Durante o funcionamento normal do motor. o rotor gim no sentido de rotação do campo
magnético produzido pelas correntes de esuuor. a velocidade está entre zero e a velocidade
síncrona. c o correspondente escorregamento está entre 1,0 e O (indicado por ··Região como
motor" na Fig. 6.14). As condições de partida do motor correspondem as= 1,0.
ParJ operar na região de s maior do que I (correspondendo a uma velocidade negativa do
motor). o motor deve ser acionado em sentido contrário, contra o sentido de rotaç-ão do seu
campo magnético. por uma fonte de potência mecânica capaz de contrabalançar o conjugado
T,l'l .'C. A principal utilização prática dessa região está em trazer mpidamente o motor até uma pa~
rada por um método chamado frenagem per inversão de fases. Permutando dois lcnninais do
est<110r de um motor trifásico. a seqüência de fases e. portanto. o sencido de rotação do campo
magné1ico são ilwenidos subitamente c o que era um pequeno cscorrcgamcnto. antes da invcr·
são de fases. toma-se um escorregamcnto próximo de 2.0 após a inversão: o motor pára sob a

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312 M ÁQUINAS E LÊTRICAS

Conjug.;nJo

! -- -Ret;i:lo
frenagem
de:- --1--- Região
eomo motot Regi!io
CUru(l &cntdc>~
--=::---

-100 -so -6o -.ao -20 o 20 Mt (11) so u)l;l 120 140 160 ISO 200 220
Vdoctd:.de em J'l(IC'Ctl'lt:•s,o:.nl d:t vdoeicbdc ,incron;1
2.0 1.8 1,6 IA 1.2 1,0 0.8 0.6 0 .•1 0.2 0 - 0,2 - 0,4 - 0.6 - 0.8 - 1,(1 - 1,2
Escorre~:une:nto cqmo um;a fr:u;So d;~ \'Ciocidadc 5fncronn

FtouRA 6.14 Cui'Va de conjugado x escorregamento de uma máquina de indução. mostran-


do as regiões de frenagem e de funcionamento como moto( e gerador.

180

160

141) 140

12<l 120
100 100 ~
'
_;.
• 80 so
z
.J (<I 60

40 8 41)

20

o o
2,U IJ! 1.6

-· ~-----
-s i ' : i
1-- Rcgi!io do: ftcnascm - 1- Rcgiào ço•no motot --i
FIGURA 6.15 Curvas de conjugado. potência e corrente calculadas para o motor de 7.5 kW
dos Exemplos 6.2 e 6.3.

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C APiTULO 6 MÃOUINAS PouFÁSICAS oe INOUÇAo 313

inOuência do conjugado Tm..:e é deslig.;do do linha antes que comece a girar no scmido opos·
to. Dessa forma, a região de s = I,() as= 2.0 é indicnda por "Região de frenagem"' nn F'ig. 6.14.
A máquina de indução irá funcionar corno gerodor se seus tcnuinais de c~Uitor forem co·
nectados a uma fome de tensão polifásica e seu rmor for acionado por um acionador mecânico
primário acima da velocidade síncrona (resultando em um escorrcgamento negativo). como mos-
tmdo na Fig. 6. 14. A fonte determina a velocidade sínc::roml e fomecc a enlnldil de pocência rca-
tiv:.l ncc.."Css;lria paro excicar o campo magnético de entreferro. Uma aplicnção desse tipo consiste
em um gcr.Kior de indução conectado a um sistema de rX>tência acionado por uma wrbina cólica.
Uma expressão para o conjugado elttromediuit:o mâ.rimo. T~·· i ndicado na Fig. 6.15. po-
de ser obtido facilmeme a pa.1ir de considerações sobre o circuito. Como se pode ver n;;. Fig.
6.25. o conjugado eletromocfinico é má.:< imo quando a potência entregue paro R.jJ'. nu Fig. 6. 13a.
é máximo. Pode-se denlOnstrar que essa potência será máxima quando n impcdânda de R.js for
igual ao módulo da imJ>t."'dância R1Pa + j(X1 .~:~~ +X:) que CSI~l entre ela c a tcn~io oquivalcnlc cons·
tantc V1"". Assim. o conjugado eletromccânico máxi1no irá ocorrer com um valor de ~.:SCOrrcga­
mcnto (s,1101 ,y) para o qual tem-se
n, I ,
--- = \ Ri,a 1 + (X 1." ' + X, )-
, (6.34)
Smux1'

Portanto, o cscorrcgamemo s,,.,_T- para o conjugado má:< imo. é


n,
SmutT = - (6.35)
~Ri.(\1 + (X l.tq + X 2)~

c o conjugado correspondente é, da Equação 6.33.

.~IQ... = -1 [----ro.7s",;;;'~;;;;,;v'';·"';;;b.==:o] (6.36)


w~ R I.«! J
+ Ri.«~ + (X l.o:~ + X 2):
em que w~ é a \'Ciocidudc mcctlllica nngular sincrona, dada J>ela Equnç.Uo 6.26.

Para o motor do Exemplo 6.2, detennine (n) a componente de carg::•/1 da corrente de CSialor. o
conjugado cletromecânico Tno«e a potência eleu-o mecânica P..w par.t um esrorregarnento s =
0.03; (b) o conjugado eletromec.ànico máximo e a correspondente velocidade~ c (c) o conjuga·
do ete.tromedlnico de partida T.,.,4 , c a correspondente oorrerue de carg;;. do e.~õtator T:.......'d,,·

• Solução
Primeiro, l'eduza o circuito~~ sua forma em equivalente ThC,•enin. Da Equaç•1o 6.29. v, ..~ =
122.3 V c. da Equação 6.3 1. R,.n, + jX,.., = 0,273 + j0.490 O.
= =
a. ParJ s 0.03. R,ls 4.80. Emào. da Fig. 6.13a.

1: = !;o;;'===;;=;'v~,~·"b;~=;=;;~ = 122.3 = 21 9 A
J< Ro.., + R,f.<)' + (Xo.no + X1) ' j(5.01)' + (0.699)1 ..

Da Equação 6.25,
3 X 23,9: X 4.80
r."'«= n..,J{(R,{.<) = = 65.4N - m
{tJ. 125.7
C-, da Equ\lçflo 6.2 1.
p_ = n 0 _. 1i (R,fs)(l - s ) = 3 X 23.9' X 4.80 X 0.97 = 7980W

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31 4 MÁOONAS El€TAICAS

As curvas da Fig. 6. 15 foram obtidas repeti1ldo esses cálculos para uma série de va·
Iores ado1ados para :; .
b. No ponto de conjugado máximo, da E<1uaçõo 6.35.

e. n.lsim. a velocidade em T _é igual a ( I - s....Tln, =(I - 0, 192) x 1200 = 970 rpm.


Da 1:(1uação 6.36.
1 [ o.;,,_,v,~ ]
r.... = -
w, R,.~+ JRt,., + (X 1 .~ + X!)l
= -I - [ O..~ X 3 X 122.3l
125.7 0.273 + Jo.273' + o.699'
l :
,N • lll
I 7 .,

c. N01 partida, s = I. Ponanto.

122.3
= =ISO A
J0.4 17' + 0.699'

Da Equação 6.25.
r_....,.= Ilr...._.. t]R: - 3 X ISOl X 0.144 ; 713 N 'm
·- · "' 125.7 •

O rotor de um motor de indução do Exemplo 6.3 é substituído por um rotor com o dobro dn
resistência de rotor mas que. de outro modo. é idêntico ao rotor originul. Repita os cálculos
do Exemplo 6.2.

• Solução
a. 1, = 12.4 A. ~~ = 35.0 N · m. P,~ = 4270 W
b. T.,."' = 175 N · m na velocidade de 740 rpm
é . Napanida, Tp:.n;o.~,= 128 N · m.l::.p~;c~, = 136A

Para o mowr de induçfio do Exemplo 6.3. encontre (a) a resistência de rotor rcqucrid:apam
produzir o conjugado elclromcct.nico de pico com velocidade zero ( isto é, sm.....T =- I ,0) a (b) o
oorrespOndcnlc T-··
• Solução
a. R1 =0,75 1 !I b. T _ ,=I75N·m

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CAPiTULO 6 M ÁQUINAS POt.IFÁSICAS OE INOUCÃO 315

Em condições de runcionamemo com CteqUência cons1an1e, um mmol' de indução con-


vencioMIIípico com rotor de gaiola é essencialmeme um motor de velocidade con.stanlc.
apresentando uma queda de ...e.locidade de cerca de lO por cento ou menos quando se passa da
ausência de carga pata a plena carga. No caso de um mo1or de indução de rotor bobinado. a
vBriação de velocidade pode ser obtida inscrind<.rsc uma rcsislência externa no circuito do rcr
1or. A i110uência do aumento da tcsistência do rt)tOr sobre a curva caracte-rística de conjugado
x velocidade es1á mostrada pelas curvas tracejadas da Fig. 6. 16. Para esse motor, variações
significmivas de velocidade podem seroblidas <1uando a rcsiS-Iência do f'()(Or é variada. De mo-
do semelhame. as variações de conjug;Kio com velocidade nula. vistas na Fig. 6. I6. ilustram
como o conjugado de panida de um mOtor de induçlio de rotOr bobinado pode ser variado aJ.
terando-se a tesistêllCia do ro1or.
Observe. a panir das Equações 6.35 e 6.36. que o eseorregamento para conjugado máximo
é diretarneme proporcional à resiSiência do rotor R2 mas o valor do conjugado máximo não de-
pende de R2• Quando o valor de R1 é incrementado. inserindo-se uma resistência ex tema no rotOt
de um mocor de rO«or bobinado. o conjugado eletromccânico máximo nt10 é afetado. mas a velo-
cidade na qual isso ocorre pode ser controlada direLamente. Esse resultado também pode ser vis-
to observando que o conjugado elecromecânico, expresso pela Equaç.ão 6.33, é uma runção da ra-

ExEMPLO 64 ...______________________________
zão R.j.o;. Assim, o conjugado não se ahem de.~;de que a razão R.Js permru1eça constante.

Um motor de indução trifásico de rotor bobinado. quatro pólos. 230 V. 60 Hz c 12 kW tem os


seguintes parâmetros. expressos e m rurase.
R, = 0.095 X, = 0,680 X,= 0.672 X.,= 18,7

Usando MATLAB•. plote o conjugado mecânico clctromecãnico T~em função da ve-


locidade do rotor em rpm paro as resistências de COIOr R~= 0, 1. 0,2, 0,5. I ,0 e 1,5 !l.

~ JOO Coojugudo má~imo


I.g 250 ~':;:;.=·=-.
----#=#,..l."""-~"--
I
t'J . ,..... ,..

.~ ,...-- ......... ~ \
~ 200 __ .... ,..,.. ·-.....: \

~~ ISO ' ·· •• •• ••~'l "· '


R1,\\
I
I
i
~
l (k) ' - - - •••••••
'·.,
\
\
\
I
. ,

E • • \
• • · •• , \ I
?..
~ 50 Ri > Ri> Rf > R! '•., • •\\

! 0o'---2-f:0:---:""':-- -60
"::----:s'o:--··_.'..:··;..(,71 ~
1,0 0.8 0.6 0.4 0.2 o

FIGURA 6.16 Curvas de conjugado x escorregamento de um motor de indução mostrando


o efeilo da variação de resistência do circuito do rotor.

• MATLAD é uma m:m'a registrada d:~ The MilthWorks. lnc.

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316 MAQUINAS ELÊTRICAS

• Solução
A plor.agcrn desej11da est:í na Fig. 6.17.
0 .)·cripl de MATLAB es1á abaixo:
ele
cl ~•:~~r-
\ Aqut est3o os parâmetro~ do motor
Yl = 230/S<Ift OI;
nph " J:
polea = •1;
fe • 60:
RI 0 . 09S :
XI • 0 . 680 ,
Xl • 0 . 61?.:
Xm • ta. 1 :
\C~lcule ~ vclocSd3de sinc:ron~

omeoas = ~ · pl • te/pole~;

n~ • 120 ' (c/polc::;


tC-a lcu l~ o equi.vale: nt~ 'n:6v~nin do enator
Zlcq j ~ Y.III ' (Rl•j ' Xl)/IR1 • j · (XI·Xm)J ;
nleq = rcaltZJecn;
XIC!q ifll.:l9('l..lcqJ;
Vleq .'lb::IVl " j " XIl'I/(Rl • j ' tX: •XIl'l)l):

'4Aqu1 estA o lac:o da re~iete:~.c:ia do rotor


(o r m = 1:S

Ri = 0.1 :
elseit m==2
R2 • 0 . 2:
elseil •·•l
kl • O. S;
elaeif •==4
kl I . O;
else
Rl • L S;
•nd
1Aqui eet~ o laco do eacorregaMento
fOI' n ., l : 200
&In) : n/200: t~sco rreg~nto

rpm(n) • m: • (!-:'l(r.l): t rpm


!2 ~ <lb$1Vleq/(lleq • ) • X2 • R2/S(O))l; \!2
'ill'lech hl) = nph - I 2 • 2 • Rl/(:; (n I • 0111$9\IS) ; \COnjugado e letromednico
cnd t Fi m do laço do escorregamento
t A90r"' plote
plot <r-pm, ·rmech>
H m == 1
hold
•nd
cnd t ri• do laco da resi~tene i a

hoJd
xl\lbelC"rPII\' 1
ylabel c "'i'fnec')

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CAPIT\JLO 6 M AQUINAS POUFÁSICAS DE INOUÇAa 317

zot:---~

0 o·L-~--~s~,~~L---L-IOC
7~~--J_~
,s=~~)---L--~~
­
rpm

FIGURA 6.17 Conjugado eletromecànico x velocidade para o motor de indução de rota< bo-
binado do Exemplo 6.4, para diversos valores da resistência R2 de rotOl.

Calcule o conjugado mcdlnico clcLromecânico para o motor do Exemplo 6.4. assumindo uma
re-sistência de n.nor de 0,3 O e urna velocidade de motor de 1719 rpm.
• Solução
36.8N·m

Quando o circuito C(JuivaJcntc do motor de indução é aplicado, dcvc·sc ter em mente us


idcali1..açõcs em que foi baseado. Isso é panicularmcntc ncccssMio quundo as amlliscs süo dc-
serwolvid:ls para um largo irucrvalo de velocidades, tal como é o caso na análise da partida de
um m01or. A smuração, sob as intensas correntes transitórias iniciais, associltdas ~s condições
de partida, tem um e(eito significalivo sobre as reatâncias do motor. Além disso. a freqUência
das correntes do ro1or é a de escorregi1men10. variando desde a frcqiiência de esuuor, para a
velocidade nula. até um valor baixo, para a velocidade de plena carga. A distribuição das cor-
rentes nas barras do rmo1·dos motores de gaiola pode variar signiiic-alivamente em funç-ão da
freqüência. dando origem a variações imponantes de resiSiêncinno rotor. De rato. como roi
discurido na." Seçõe.-li 6.7.2 e 6.7.3. os projeüstas de motores pOdem adc<lu..-.r n forma das bar-
ras do rotor dos mmores de gaiola de modo a obtercaraclcrístic.as variadas de conjugado x ve-
locidade. Erros devidos a essas c:•usas podem ser rn~mt i dos ern um mínimo <1uando são usa-
dos parâmetros de circuito equivalcn1e que corrcspondern 1ão de perto quanto possível ~1os das
condições de funciOilatnento propostas. '

' Veja. t)l)r c:;c_emplo. R. E Hortl:l nnd W. E.. Wood, "A 1-kthod o-f lktc:fmining lndu.:-li(ln Mólõr Sp,:OI.I·T(lr(jue·CI.Im:nl Ctuv~
(mm R~ducCI.I \~hage Tcsts." Trn,s. MEt:. 7313):670-674 ( 1954).

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318 M ÁQUINAS ElETAICAS

6.6 DETERMINAÇÃO DE PARÃMETROS A PARTIR DE ENSAIOS


A VAZIO E COM ROTOR BLOQUEADO
Os parâmeuos de circuito equi\•aleme-, necessários para o cálculo do desempenho de um m~
1or de indução polifásico su bmetido a uma carga. podem ser obtidos dos resultados de um en-
saio a vazio. de um ensaio de rotor bloqueado c das medidas das resistências CC dos Cllrola·
mcntos do cstator. As perdas suplementares. que devem ser l cv::.~-.s em considt:r.ação quando
valores exatos de rendimenlo devem ser calculados. também podem ser medidas por ensáiOS
~· vuzio com o motor. No enl:mlo. os cnsa.ios de perdas suplemeruarcs não são descritos aqui.~

6.6.1 Ensaio a Vazio


Como no caw do ensaio em circuiiO abeno de um l~uu;formador. o en.ttlio a va:,io de um mo-
tor de indução fomece infomlações em relação à corrente de excitaç:to e à~; perdas a v·.tz.i o. Ge-
ralmente, esse ensaio é executado em freqüência nominal e com tensões polif:ísica.."' equilibra~
das. aplicadas aos tem1inais do estator. Depois de o motor fwtcíonar por um tempo !'Uficicntc
pam que os muocais tenham se lubrificado apropriadamente, as leituras são exc<:utadas crn ren ~
são nomimd. Vamos supor que o ensaio a vazio tenha sido realizado com o motor or.erando em
s.un freq üêncin el~trica nominal/,.. e que as scguimes medidns tenham sido ob1id::t..'> no ensaio:
V1 .., = A tcns.~1o de fase I Vl
11..., =A corrente de linha (A I
P"' =A poténcia elétrica po l i f;í.sic~l totaJ de cntmda IW)
Em m;jquinas polifásicas. o mais comum é medir a te-n.são de linha. Desse modo. então. a ten~
siio de fase deve ser calculada (dividindo por ../3 no caso de uma máquina trifásica).
A vazio. a corrente de rotor é apenas a mínima ncccss.ária paro produz.ir conjugado su-
ficiente parJ superar as perdas pOr atrito c vcntilaç.ão, .:ISSOCii•das ;, rotação. As perdas a vazio
I~ R do rmor !tiio. portanto, muito baixas e podem ser desprezadas. Difere-ntemente do núcleo
magnético contínuo do uansfonnador, o caminho de rnagneti7.aç.ão do motor de indução i n ~
clui um entre ferro. Devido a isso. a corrente de excitação requerida aumenta de forma signi-
ficativa. Assim, contrastando com o tr.msfonnador. cujas perdas a v:rlio f R no primtirio são
dc.sprezíveis, no caso do cstator do motor de indução, as perdas a vazio I Rpodem ser apre-
c iáveis devido a e-ssa corrente de excitação ser ma is elevada.
Desprezando as perdas I~R do rotor. as perdas rotacionais 1-'ç.,• em cotxlições normais de
funciomuncnto. podem ser encontradas subtraindo·se as perdas r R do estator da potênc ia de
e ntrada a \'azio
(6.37)

As perdas rotacionais totais sob carga. em tens:J.o e freqüência nomi1lais, é usualmente


considel"..cla constante c iguaJ ao seu vaJor a vnzio. Observe que a resistência de e,o;.tator R, varia
segundo a tempetatura do enrolamcmo do cstntor. Assim. ao ~tpl icar·se a Equação 6.37. dcve·se
tomar cuidado para que seja usado o valor correspondente it temperatura do ensaio a vazio.
Observe que as deduções apresentadas aqui ignoram as perdas no núcleo c a respectiva
resistência associada a essas perdas. atribuindo todas a.<:> perdas a vaz,io ao atrito e à venlilação.
Vários ensaios pode-m ser realizados pam separar us perdas por atrito c ventilação das perdas
no núcleo. Por exemplo. se o motor não es1iver energiz.ado. um motor de acionamento cxtet·
no poderá ser usado para impulsionar o rotor até a1ingir velocidade a vazio. As perdas rotucicr
nais serão iguais à potê.nc ia de saíd.;&( JUC é requerida do motor de acionamento.

! P'Jra in[<Wm"\ÕCS reJativs~ a ~~~~~~de cns:~M.>, \ l:j;jl IEEE Std. 112·1996. "Te:.~ Prooedu~s (Qr J:a..~lypfl;alõlt lnc.IIKtion M01ors
a•'<~ GcllC'r.:uots;·
lnscitutl! ur r:!:h..-cui(;lll ;and E.lc'ctronic-s Enginttrs. Inc.. :W5 Ea1>1 471h Streec, New York. New York, 10017.

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CAPiTuLo s M.AouJHAs PouFASICAS OE INOUCÃO 319

Ahernativamente. se o motor for opcr~tdo a vazio. em velocidade nominal. e se emUo for


repentinamente desligado da fonte. o decaimento da velocidade do motor scní dctcnninado
pela!; perdas rotacionais como
do)m Pf(fl
J-
dt
=-r.,. =--(()m (6.38)

Assim, se a inércia do rotor J for conhecida. as perdas rotacionais para qualquer velocidade
w,., podem ser obtidas a panir do decaime1HO de velocidade-resultante como

l'.,.(w,,) = -ú>mJ -dt~Jm (6.39)


dt
Portanto. as perdas rotacionais em velocidade nominal podem ser determinadas aplicando-se
a Equação 6.391ogo que o motor é desligado. depois que estiver funcionando em velocidade
nominal de opcmção.
Se as perdas rotacionais forem dete-rminadas desse modo. as perdas no nócleo podem
ser obtidas como
(6.40)

Aqui PMt:h>rcprccSenta o lOtai das penlas ti vaz.iam' mklco correspondentes à tensão do ensaio
a vazio (lipicarneme a tensão nominal).
Em condições a vaz.io. a corrente de es.a1or é relativameme baixa e. como primeira apro·
ximaçiio, pOde-se despre-zar a c.on-espondente queda de tensão na rcsistêncin de cstntor e na
rcatância de dispersão. Nessa aproximaçJo, a tensão sobre a resistência de perdas no mícleo
(R.) será igual à tensão de fase a vazio. Essa resistência pode ser dcterminuda como

Rc= -":.:'~;::._v.!c,~~" (6.41)


P núcltn

Desde que a máquina esteja operando próximo da velocidade e da tensão nomillai,s, esse
refinamento de scpamr as perdas no núcleo e incorpOrá-las especilic.amente ao circuito equiva·
lente. nn fonna de uma resistência de perdas no núcleo, não fará diferença significativa nos rc·
suhados da :Ulálisc. Por essa rdZiio. é comum ignorar a resistência de perdas no núcleo e simples·
mente inclui·las nas perdas rotaciomais. Por umu <1uest.ão de simplicidade de ílJlálise-. essa abor·
dngcm ser.í adotada no restante do texto. Entretanto. se necessário. o leitor conswtará que é re-
lativamente simples modificar as scguint~ deduções parJ incluir apropriadarnellle a tesistêtlcia
de perdas no mícloo.
Como o escorregamento a vazio. s vr é muito pequeno. a resistência de rotot Ris,, rene-
tida é muito elevada. A combinação em paralelo dos nunos da magn.eti~,..açiio c do rotOI' torna-
se. cntão.jXm em pamlclo com a combinação em s~ric <.la reatância de disper~o do l'()tor X~ e
de uma resistência muito elevada. A reatância dessa associação em paralelo estará então mui-
to próxima de Xm. ConscqlientcJncnte a reatância aparente Xv( ' medida nos termin.ais do esta-
tor a vazio, estará muito próxima de X, + Xm. que é a reatâneia própria Xn do estator; isto é.
(6.42)
Ponanto. a reatância própria do estator pode ser detenninada das medidas a vazio. A po-
tência reativa a vazio On pode então ser determinada como

(6.43)

em que
(6.44)

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320 M AoUINA$ ELÉTRICAS

é a potência aparente total d e entrada:\ va:o.io.


A re.aulncia a va~.io X,., pode emão ser calculada de Q.,., c 11,.,., como
Q,
x,.l = , (6.45)
''fa~lixt

Usualmente. o fator de potência a vazio é pequeno (isto é-, Q.., » P,.,) de modo que a rea-
tãnci:aa vazio cst(l muito próximll da itnpedtincia a \•azjo. ou seja
..,., v,,\'7,
X\'Z ~ - (6.46)
''·''l
6.6.2 Ensaio de Rotor Bloqueado
Corno no caso do ensaio em cuno-circuito de um Lr::msform"dor. o e.u.mio de ITJ/t:Jr blmjm!tUio
ou 1ra"ado de um motor de i ndução fomece infonnações sobre a-.: impedâncias de dispcrs:.io.
O rmor é biO<Jucado. de modo que não poss:.1 girar (sendo o escorregamcnw. pommto. iguul :•
Ullidadc). e tensões polifásic.as equilibradas são aplicadas aos, te•·min:lis do esuuor. Vamos su·
por que as seguintes medidas foram obtidas e m um ensaio de ro1or bloqueado:
V1," 1 =A tensão de fase (V )
I''" =A corrente de linha IA I
P111 = A JXHê-nc i<l elétrica polifásicn totaJ de cnU11da (WI
IN=A freqüência do ensaio de !'OlOr bloquc.ado I Hzl
Um alguns. casos. mede-se também o conjug:ado de rotor bloqueado.
P;mt a~ cúndi!fÕé.S de f()h)r b loqueado, o circuito cquivnlc-lllc é idémico ôlô de uiH ( l'<.lll ~­
formndor em curto-circuiw. Entretanto. um motor de indução é mais complexo do que um
transfonnador, porque a impcdância de dispersão pode ser \lfctadu pelá saturaç5o •nagné-tica
dos caminhos de Ouxo de dispersão c pela freqüência do roto r. A impe:dftncia de rotor hlo-
queado também pode ser afetada pcln posição do rotor, embora gcmlmen1e e.c;.s:c efeito seja pc,..
qucno em rotorcs de gaiola de CS<tuilo.
O princípio guiu é rl!ulizar o ensaio de rotor bloqueado sob condições em que a cor·
rente c a frc<1üência do rotor s.ão nproximadarnente as mesma!; d~) máquina quando essa cs·
ui operando em condições iguais Uquclas pnm tiS quais o desempenho deverá ser calculado
posteriormente. Por exemplo. se o interesse é nas caracterísricas de escor•·egamemos pr6xi·
mos da unidade, como na panida. o e nsaio de rotor bloqueado deve ser realizado em f rc·
qüê1lcia normal, com as cotrentes r>róximas dos valores eocolllr.tdos na panidu. Se. entre·
tanto. o interesse for nas caractcrísticus normais de fu ncionamento. o ensaio de roto r blo-
qucudo deve ser feito com aquela tcns5o rcdu ~i da da qual rcsuhn aproxim:u.knncnte a sua
corrente nominal. A frcqiiência também deve ser reduz.ida. uma vez que os v;~lorcs efetivos
de rcsistênci:1 c de indutânda de dispersão do rotor em fre<Jtiências baixas, corrcsponden-
ICS a pequenos cscorregomentos, pOdem dife rir apreciavelmente de seus valores em frc-
qUência •wrrna l. particulanncnte co•n rotores de gaiola dupla ou de barras profund~ls , como
se1·á discutido na Seção 6.7.2.
A nonna IEEE 112 sugc-•·e uma fl·cqüê-nciade ensaio de 1'01or bloqueado de 25 portento
dn frc<1üência nominal. A rcatâncin de dispersão tmal em frcqüênóa normal1>0dc ser obtida do
valor desse ensaio considcr::tndo que a rca1ância seja propon:ional tL freqüência. Os efeitos d:1
fTt.~üência são despn.."Zndos freqUentemente em motores abaixo de 25 HP nominais e então a
impcdância de l'otor bloqueado pode ser medida dirct:.uncntc em frt'Xtüência nonnal. A impor~

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CAPiTULO 6 MÃOO!NAS POUFÁSICAS DE INOVÇÃO 321

tãncia de se manter as correntes de ensaio próximas de seus valores nominais origina-se no f a·


to de que essas reatâncias de dispersão são afetada~ de forma significativa pela saturação.
Com base nas medidas de rotor bloqueado, a rcalânci:a de rotor bloqueado pOde 5:Cr Cl'l·
contrada da potência reativa de rmor bloqueado como
Q,. = Js{,, - I'~ (6.47)

onde
(6.48)

é a potência aparente total de rotor bloqueado. A reatância de rotor bloqueado, corrigida par-..
a freqüência nominal. pode então ser calculada c.omo

x,. = (*,) (. ,,::;~...) (6.49)

A resistência de rotor bloqueado 1>0de ser calculada a 1>artir da potência de emrada de


rotor bloque.ado como

(6.50)

Depois de se obter esses pa.l'â:metros. os do circuito equivalente podcr.io ser determina·


dos. Quando o rotor está bloque:•do. podc·sc obter uma expressão par:t a impcd5ncia de en·
Irada a panirdo exame da Fig. 6.11a (com s = I) como
z., = R 1 + j X1 + (R2 + j X, ) em paraleloeomjX,.

X~
-- R1 +R,- ( Rj+(Xm+X:!)Z )

. (x 1 x,.(Rl+ X,(Xm+Xa>)) (6.51)


+J + Ri+CXm+Xa) 2

Aqui. estamos supondo que a....:; reatâncias estüo dudas para seus valores de freqüência nomi-
nal. Fazendo aproximações adequadas (por exemplo, supondo que R,« X,.,). a Equação 6.51
pode ser reduzida a

z., =R 1 +R, ( X,
X2 + Xm
) ' + J. ( X 1 + x, ( Xm
X z + Xm
)) (6.52)

Assim. a res-istência aparente, em condições de r010r bloqueado. 6 dada por

Rw =R,+ R2 ( Xm )' (6.53)


X2 + Xm
c a rcatáncia aparente.de ro,or bloqueado. na freqUência nominal. é

x., = x, + x, ( x,. ) (6.54)


X2+ Xm
Das. Equações 6.54 e 6.53, a rcatãncia de dispersão do rotor X2 e a resistência R~ podem
ser encontradas como
x.. - X,. )
X, = (X,.- X,) ( Xm +X, (6.55)

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322 MAQUINAS El.âRICAS

R, = ( Rhl - R, ) ( _x::.,,,+:-X.:::m)' (6.56)


Xm
TABELA 6.1 Distribuição empírica de 1eatãncias de dispersao em motores de indução
Fraçiiu de
X, +Xt
Classe de motor l)es('riÇ'lio X, X:
A Conjugado de pan.ida nonnal. corrente de panidu nonn:ll 0.5 O.S
B Conjugado de partida nonn:ll. c:om:nte de ~X~rtid:a baixo 0.4 0.6
C Conjugado de partida elevado. corrente de partid:t baixn O.J O. 7
O Conjugado de partida elevado. esc::orregurnento e lev~o 0.5 0.5
Rocor bobi nado Descmpc.nho vnria segundo a resislênéio do rotor 0.5 0.5
Fonle: Norma IEEE I I 2.

Para se obter a máxima exatidão no ensaio de rotor bloqueado. quando pos.sívcJ, a resistência
de estutor R1 usada na Ec:Juação 6.56 deve ser corrigida em função do valor corrcspondcnlc dn
temperatura durante o ensaio de rotor bloqueado.
Usando a Ec:1uação 6.42 para substituir Xmna Equaçiio 6.55. obtém-se
Xn - XI) (6.57)
X,= (X,. - X,) ( X X
Yt - bl

A Equação 6.57 expressa a reatílocia de dispersão do rotor X1 em tennos das grande?.,a$ roe-
dida.c; X"' e X" e da reatãncia de dispersão desconhecida do es1a1or X,. Não é J~ fve l realizar uma
medida adicional da qual X, e X~ possam ser de1enninados de fom1a única. Felizmeme, o desempe-
nho do motor é rclati\•;.unen te pouoo afetado p!k> modo de distribuiÇãO da reatância de dispcr'São to-
lal entre o cstator e o rotor. A norma IEEE 112 recomenda a disuibuiç5o empírica mostrada na Ta.
bela 6.1*.Se a classe do motor fordes<.·onhccida. costuma-se assumir que X1 c X2sejam iguais.
Após detenninar a relação fracionária entre X, c X2• ela pode ser substituída na Equação
6.57 e X2 (e consequemerneme X 1) pode ser encontrodo em termos de X,., e X111 , resolvendo a
equação quadrática resultanle.
A reatância de magnel i?..ação x. pode então serdetenninada da Equação 6.42, obtendo-se
(6.58)
FinaJmcntc. usando a resistência de es1mor conhecida e os valores de e X~. que ag<r x.,
ra também são conhecidos. a resislêncin de rotor R~ pode ser determinada da Equação 6.56.

Os seguintes dados de ensaio aplicam-se a um motor de indução trifásico de qm1tro pólos . 7,5
HP. 220 V, 19 A e 60 Hz com um ro10r de dupla gaiola da classe C de projeto (tipo de conju-
gado de partida elevado e corrente de partida baixa):
Ensaio I: Ellsaio u vazio em 60 Hz
Tensão de linha aplicada: V= 219 v
Corrente de fac;e média / 1...t = 5,70 A
Pmê-n tia P,., = 380 W

" N. de T.: N(l Or...>~:i l, em rel<~çio n es:sas rccon~•-s:.Çiiei e (ll.ltr.._., nc)OTI~ e procedimentos cMoh •cfldO máQuifl3s c lo8rk;•.~. tlc~
''tm ~r roMU.tt:~d:u e ucilitlld<n ns ~ifknçOcs rarne<ldas pela As.scx:i~ão 8 r<~silci ru de Narmas Técnic;l..\ (AUNT).

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CAPiTULO 6 MÁOUtNAS Pet.IFÁSICAS OE INDUÇÃO 323

Ensaio 2: Ensaio de rotor bloque-ado em 15 H;:


Tcnsiio de linha aplicada: V= 26.5 V
Corrente de fase média / 1.bl = 18,51 A
Potência P.,, = 675 W
Ensaio 3: Resistência CC de estator média por fase (medida imediatamente após o en 4

saio 2)
R1 = 0.262 O

Ensaio 4: Ensaio de rotor bloqueado em 60Hz


Tensão de linha aplicada: V= 2 12 V
Corrente de fase média / 1.bl = 83.3 A
Potência P.,, = 20. 1 kW
Conjugado de patlida medido ~..rida = 14,2 N · m
a. Calcule as perdas rotacionais a vazio c os par.1metros de circuito cquivulente que se apli-
cam às condições nonnais de funcionamento. Suponha que a tempcralUt:.l seja a do ensaio
3. Despreze quaJquer efeito de perdas no núcleo. assumindo que elas possam ser incluídas
nas perdas rotacionais.
b. Calcule o corljugado de panida elcuomecânico com as medidas de enttada do e.n.saio 4. As·
suma a mesma lCmpermura do ensaio 3.

• Solução
a. Da Equaç..ão 6.37, as perdas rotacionais podem ser calc.uladas como
P... c P.~- ll(_,t,~.~R, = 380 - 3 ){ 5.10! X 0.262 -= 354 w

A tensão de rase a vaz-io é igual a v,.~ = 2 191../3 = 126.4 V e assim. das Equações
6.43 c 6.44, tem· se
Q" =0'•..-~-;-\(;-o,,-,,/,-,,,-:,).-,--;;P",', - j(3 >< 126.4 X 5,7)' 380' =2 t28 W
e, pononto. da Equação 6.45,

Podemos supor que o ensaio de rotor bloqueado. realizado com a freqüência redu ~
zid:a de 15Hz e a conente nominal. reproduza aproximadamente as condições normais
de funcionamento do motor. Assim, do ensaio 2 e da.c; Equações 6.47 e 6.48 com v..~.~=
26,5/../3 = 15,3V.
Q"' = JCn&_v,., J, .,P-P~ = J('Jx 15.3 x 18.57)! - 675l =520 VA

c. ponanto. da Equação 6.49,

(~) (..~71.) =(É) (3 x 1 ~~57') =l.OI!l


52
x. =
Como foi alirmudo <1uc o motor é da classe C. podemos nos refe-rir à Tabela 6. 1e su-
por que X, = 0,3(X, + X2) ou X, =kX,. em que k =0,429. Substituindo na Equaçilo 6.57 re-
suha em uma equação quadrática em X1
k ' X~ + (X.( t - k)- X.,(l + k))X, + X,,X" = O

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324 MÂO\JINAS EL~TAICAS

ou
(0.429)' X, + (2.01 (I - 0.429) - 22.0( I + 0.429))X, + 22.0(2.01)
= 0.J84Xj - 30.29X, + 44.22 =O
Resolvendo oblêm-sc duas roízcs: 1.48 c 163,1 . Obviamente. X, deve ser lllC-1\0r que
X,., e, de,;se modo. é fácil iden1ilicar a svluç-üo a propriada como
X,= 1,48 0

c. ponamo.
x, =0.6330
Da Equação 6.58,
X,.=X.,-Xt =2 1.2Q

Rbl pode ser encontrado a partir da Equação 6.50 como


P. 675 _ n
RH = : =3
ltto-c·. .ll .bl
X 1"f1.',57: - 0.652H

e. as.im. da Equação 6.56

R, = ( Rw - R,) X.+X.)'
("-'·:.,:-c=
x.
= (0.652- o.z62> ( 22.68)

'
= 0.447 n
21 2

Agora. os pan1rnetros do circuito C<tuivotlerue para pequenos valores de escon'ega-


mcnto estão calculados.
b. Podcrf.:tmos ter calculado o conjugado de partida clctromccânico a partir dos parâmetros
de circuito equivaleme obtidos na pane (á). EntrcHlnto. traltl-SC de um motor de duplo
gaiola de esquilo e, por1amo. esses parâmetros (mais especilicamen1c os do rowr) serão
significaliv:unerne direremes. n;:as condições de partidn, de seus volores para os b;1ixos cs·
carregamentos calculados na pane (a). Portamo, iremos calcular o conjugado de panida
clctromccânico com as medidas realizadas no ensaio 4 de rmor bloqueado. na freqilência
nominal
Da potência de entrada c das perdas de estator f R. a potência no entrererro P, é
P, = P111- ll(...,.fi,.,,R, = 20. 100-3 X 83.3! X 0.262 = 14.650 W
Como essa é urna máquina de quatro pólos. a velocidade síncrona pode ser obtida da Equa·
çi!o 6.2(> como w, =188.5 rJdls. Assi m, da Equação 6.25 com s =I.
P, 14.650
Trww;.= - = - - =77,7N· m
"'· 188.5
O valor de ensaio. T,...,.,oJ. = 74.2 N · m, é uns poucos por cento menor do que o valor calcu·
lado porque os c~Uculos não le\•aram em consider-ação a potência absorvida pelas perdas no
núcleo do esuuor ou pelas perdas suplementares.

Repita os cálculos dos parâmetros de circuito C(luivalcnte do Exemplo 6..5 suporldo que as rea-
tâncias de dispersão do rmor e do cstator sejam iguais (isto é. X1 = X!).

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CAPil\JLO 6 MAQUINAS POUFASICAS DE INOUÇAo 325

• Solução
R, = 0.26Hl R, = 0.430 Q
x, = 1.03Q x. = 20.8Q x, = 1.03Q

Os cálculos da rcatância de rotor bloqueado podem ser s implific ados se fo r udmitido


que X., » X2• Com essa condição. a Equação 6.54 reduz.· se a

x., = x, + x,
Então, é possível obter X1 e X2 da Equaç-ão 6.59 e urna eslirnativa da relação fracionária entre
X, ex, (c<>mo a panir da Tabela 6. 1).
Obse-rve que, da mesma forma, pode-se ser tentado a fazer uma fiJ)I'Oxirnação rla Equa-
ção 6.56. que fomoce R2• EntreHmto. como a razão (X2 + Xm) I X.., é ao quadrado. a aproxima-
ç.ão tende a produzir erros que são e-levados demais. não podendo ser aceita.

(ll)Dctcnninc os parlmctros do motor do Exemplo 6.5. resol vendo as rc.atâncias de disper-


são por meio da Equação 6.59. (b) Supondo que o motor esteja operando com uma fome de
220 V c 60 Hz na velocidade de 1746 rpm. use MATLAB para calcular a potênda de saída pa-
ra os dois conjuntos de parâmetros.
• Solução
a. Como obtido no Exemplo 6.5.
x., =2 1.8 !2 Xtt =2.0JQ
R, = 0.262 Q R.= 0.652 Q
Assim, da Equação 6.42,
X,+X. =X., =2 1.8Q

c. da Equação 6.59,
X1 + X2 = XH= 2.01 0

Dn Tabela 6.1. X, = 0,3(X, +X,)= 0.603!'! e, assim, X1 = I,41 Q ex.= 2 1.2 Q .


Finalmente. d:.• Equução 6.56,

R,= ( R" - R,)


X:+
X.
X"') ' = 0.444Q
(
A comparação com o Exemplo 6.5 rnos1ra o seguinte
Parâmr:trn F.xemplo 6.5 Exemplo 6.6
R, 0.262 n 0.262 n
R, 0.447 Q o.•.. n
x, 0.633!1 0.603 !1
x, 1.47 n 1,4 1 n
x. 21.2 n 21.20

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326 MÂOUlNAS E LÉTRICAS

b. Pura os parâmetros do Exemplo 6.6. Pc.~,. = 2467 (W] ao passo que. pam os par5mclrôS da
parte (a) desse exemplo. P.,, = 24971W]. Assim, a aproximação para a Equação 6.59 re-
sulta em um erro da ordem de I por ce1HO em relação à expressão mais exata dada pela
Equação 6.54. Esse é um resuhado dpico e. ponanto, essa aproximaç.ão parct-e ser justili·
cávcl na maioria dos casos.
Aqui está o script de MATLAB:
ele
clN~ r

\ AqUi ~~tio oo óoio conjuntoo de p4rlmetr~


\ O conjunto 1 c:orre&pond~ A &ol uelo exata
\ o conjunto 2 c:orre~po~e ~ coluçlo aproxi~da

A:l ll I • o. 262; Ri 12) & 0 .262:


R21i l
' o. 441 ; R21 2 ) • 0 . 444:
X li tl 0.6l3; XH2) • 0.603 :
X21ll
' I • 47 ; Xl12) • I . 41;
)(jn c I) • 21. 2r X!ll (2)
' 21.2;
nl)h " 3;
pole& = 4;
PrOt. ~ 3S4;
\ AqUi e~:~tlo ac condic;~ o de operaçlo
Vl • 220/sQrLtJ);
!e ~ 60:
r-pm .. l 746:
\C~lcu l • ~ v•locidade ~fncronA

n~ • 120• !c/ pole$:


~s = 4 · ~i · fe/poles:

$l ip ,. l1'1$·11)fnlln$:
~am = ~eQas • Cl ~s lip) :

\Calcul~ o equivalente Th4venin do e~ta tor

\ Laço do• dois .otorea


fnr m .. !:2

ZQttp • j •T.III(III) ' (j ' X21ml•fl2(11) hdip i / Ut2l1111/sl ip•j • Jxmlm) • Xl (:t~)) I:
Z1n: R1C•I • ) •XlCml • ZQ~~;

1 1 .. v tn.in;
12 ~ fl • (j•X.lm) 1/IRllml/$1 ip•j • IX.'YI(I!I) oX2 C•I)) ;
Tlnech = nph• ~bBI12) • 2 •R2 (rt.) I Csl i p •omtogasl ; \ Conjugado elet r0111ec&.nieo
J>mcch .. oateg4tt.' 'I'D:Ie<:h; \Poti ncia ctl ot ro~r•elnie;~
1'81\otft = Pr.o'N:h • Prot ;
i!hn •• l )
fpr intf l'\nSolu~Ao exata:')
el::n
fpri ntfC'\nSol u~Ao aproximada: ' )
ond
fl)rin trc '\n ~ · \ . lf f WJ , "-ixo• t . lf IW) ', fmech.Psh~!Ll
Cprintft '\n 11 : \.lC (A)\n' . abeCillll

e nd t !i.~J~ do laço "'for • = l : J ·

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CAPiTULO 6 MAouiNAS PouFASicAS DE INDUÇ.IO 327

6.7 EFEITOS DA RESISTÊNCIA DO ROTOR; ROTORES


BOBINADOS E DE DUPLA GAIOLA DE ESQUILO
Uma linli1ação básica dos mOtores de indução com resiscência de rotor cons1ame é que o J>ro-
j etO do rotor dC\'C ser um compromisso entre fatores. Rcndimen10 elevado em condições llOr-
mais de runcionamento re-quer uma n:sistência de ro1or baixa; mas uma resistência de rmor
baixa resulta em conjugado de par1ida baixo e alias correntes de panida para fatoJ'es de potên·
cia baixo.

6.7.1 Motores de Rotor Boblnado


O uso do rotor bobinado é um modo efetivo de evitar a necessidade de compromisso. Os ler-
minuis do enrolamento do rotor são conectados a ;:méis dcslizan1es sobre os quais apoiam-se
escovas. Na partida. resistOres podem ser ligados em série com os enrolamentos do rotor. O
re.suhado é conjugado de panida aumentado e corren1e de partida reduzida com um fator de
potência mclhor.tdo.
A natureza genérica dos efeitos c11usados p<>r uma resistência v-driável de rotor sobre a
curva canlCterística de conjugado x velocidade está mostrada no Fig. 6. 16. Usa1ldo-se um va-
lor adequado par.:a a resistência do rotor. pode-se fazer com que o conjugado máximo ocorm
com o rotor parado, se for necessário um elevado <..'Onjugado de panida. À medida que o velo-
cidade aumcnl::t, as resistências externas podem ser diminuídas. fat.codo com que o conjuga·
do máximo tome-se disponível dentro de todo o intervalo de aceleração. Como a maior pane
das perdas r' R do rotor é dissipada nos resistores ex temos, a elevaçno da temperatura do rotor
durante a partida é menor do que se a resistência tivesse sido inco'l'()rada à rcsistêncin do ro-
cor. Em funcionamento normal. o enrolamento do rotor pode ser curto-circuitado diretamente
nas escovas. O enrolamemo do rotor é projetado para ter uma resistência baixa, de modo que
o rendinlento de funcionamento 6 elevado e o cscorregamento a plena carga é baixo. Além de
ser usado quando as cxigtncias de partida são severas. os motores de indução de rotor bobi-
nado podem ser usados em acio1lamentos de \'elocidade \'ariâvel. A sua principal desvanta-
gem é custo e complexidade maiores. em comparação com os motores de gaiolo de e.'lquilo.
Os principais efeitos dn variar;<1o da resistência de rotor sobre as caructcrísticas de p:Lr-
tida e o funé ionamcnto dos motores de induçtio podem ser mostrados qu;tntitntivamentc pelo
seguinte exenlj')IO.

Um motor de indução trifásico de rotor bobinado, quatro pólos. 460 v. 60 Hz. 500 HP e com
os anéis desli7.antes cuno-circuitados tem as seguintes propriedndcs:
Escorre~nmcnto a plena carga = 1.5 por cento
Perdas I' R para o conjugado de plena carga= 5,69 kW
Escorregamenw paro o conjug:1d0 máximo= 6 por cento
Corrente de rotor pam o conjugado máximo= 2.82/l4lc" em que /J.pt é a corrente de rocor
a plena carga
Conjugado com 20 por cento de csc-orregamento = 1.20TI!C" em que TIX" é o <..xmjugado a
plena c-arga
Corre-nte de rotor oom 20 pOr cento de escorregamento = 3.95/2.,.:
Suponha que a resistência do circuito de rmor seja incrementada para 5RIIJt(, conectan·
do-se resistências não indutivas em série com cada ane l deslizame do rotor. Determine (a) pa-

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328 M AoVINA$ EI.ETRICA$

ra qual escorregamemo. o motor irá desenvolver o mesmo conjugado de plcmt cargn. (h) as
perdas 11R totais do circuito do rotor pam o conjugado de plena carga. (c) a snídn em HPs pa·
ra o conjugudo de plena carga. (d) cscorrcgamcnto parn o conjugado máximo. (e) correme de
rotor para o conjugado máximo. lj) conjugado de partida e (g) corrcme de r01or m1 partid;,1.
Expresse os conjugados c as correntes de rotor por unidade. com base nos valores de conju-
gado de plena carga.

• Solução
A solução envoi\'Ca constatação de que os e-feitos das alterações na resistê-ncia do rotor são vis-
tas. pe lo csr.awr. em termos de variações na resistência referida Rjs. O exame do circuito c<tui-
valente mostra que, para a tensão e a freqUência especificadas aplicadas, tudo que se refere ao
desempenho do cstator será detenninado pelo valor de R/s. desde que os demajs el-ementos de
impedância pennaneçam constames. Por exemplo. se o valor de Rz for dobrado c simul1anca-
meme s também o for. niio haverá nenhuma indicação de que algo alterou-se. do ponto de vis-
ta do estator. A corrente de cstator. o fa1or de potência. a potência entregue ao cntrcferro e o
C..'Qnjugudo pcml:.mcccrJo inalterados. desde que a ra7,.10 Rfs pcnnancça cc;mslilnte.
Pode· se ;:.crcscentar um significado físico a esse argumcmo examinado-se os efeitos de
dobrar simultaneamente R ~ c s, do ponto de vista do rotor. Um observador no rotor veriau 011 4

da de lluxo resultante no CtHreferro deslocaJldO·se com o dobro da velocidade original de C..'i 4

corrcgamento. gerando o dobro da tensão original do rotor e c.om o dobro da velocidade de es 4

corregamcnto original. Portanto. a rcatância do rotor é dobrad;l c. tendo em vista a premissa


original de que a rc.o;istência do rotor também foi duplicada. a impcdância do rotor é dobrada
~10 passo que o fator de potência não se altera. Como ambas a tensão c :l impcd ânci~t do rotor
fonuu dobradas. o valor efetivo da corrente de rotor permanece o mesmo: apenas a sua fre·
qUêncin é alterada. O cntrcfcrro aindn apresenta us mesmas ondas de Ouxo e FMM. giratldO
sincronicamcntc com o mesmo ângulo de conjugado. Um observador no rotorconc..'Ord::triõl en-
làO com um outro pOSI~t<IO no e-stator que o conjugado nllo se alterou.
Emre-tamo, um observador no ro1or verificaria dua..:: mudanças que não são at>arcntes no
cslator: ( I ) as perdas i-R no rotor serão dobr.tda.:; e (2) o rotor esrará girando mais lentamente
c. portanto, desenvolvendo menos potência mecânica. com o mesmo conjug;ldO. Em outras
palavms. urnn quunlidadc maior de polênc ia absorvida do cstator ini se tnmsformar e-m C-alor
I~R no rotor e menos estará dispOnível para p<Nêncin mecânica.
Esses raciocínios podem ser prontarneme aplicados à solução desle exemplo.
a. Se a resistência do rotor for aume-nlada cinco vezes, o escorregame-tHO1ambétn de\•er;i au·
mcntar cinco ve-tes para o mesmo valor de R!s e. portanto. para o mesmo conjug~ldo. Co--
mo o cscorrcgamcnto original de plena carga é O.Ol5. o novo cscorrcgamento pant o con-
jugado de plena carga será. ponanto. 5(0.0115) = 0.075.
b. O vulorcfctivo dot com:ntc de rotor é o mesmo de seu valor a plena carg'Lantes do acrésci·
mo da resistência em série e, t>Ortanto, suas perdas Rf.s de rmor são cinco vezes o ViiiOr a
plena carga de 5.69 kW. ou
Pcrd:t." 12 R doi'QtOr = 5 X 5.69 ;;; 28.4 kW
c. Oescórrcsamcnto aumentado fa:tcom que a velocidade por unidade. para o conjugado de ple--
na carga. baixe de 1 - s = 0.985 paru I - s = 0.925. Como a razão R/s não se altero. o conju·
gado é o mesmo e. desse rnodo, a saída de potência diminui proporcionalmente-. obtendo--se
0.925
P~ ~ õ.985(500) = 470 HP

Corno a potência no entreferro não se altera. a diminuiç.ão de potência mecânica eJe(romec.â-


nic-a no eixo deve se fa~cr <•companhar de um aumento correspondente de perdas lR no rotor.

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CAPIM.O 6 M AOUINAS POLIFÁSICAS OE INOUÇÀO 331

/
v /

v ··--
r -

0 ''I
o 20 40 60 80 100 120
Freqíléncia. Ih

FtauRA 6.19 Efeitopelicular em uma barra de rotor feita de cobre com 2,5 em de profundi·
dade.

Nesses casos c em condições de regime pcnnancntc, ainda é possível usar o circuito


equivalente, desenvolvido na Seção 6.3. pam representar as máquinas de indução. Entretanto.
R1 c X2 devem ser variados de acordo com o escorregamento. Todas as relaçõe.o; básicas ainda
podem ser aplicadas ao motor. desde que os valores de R1 e X2 sejam ajustados apropriada·
mente quando o escorregamento varia. Por exemplo. para calcular o desempenho de pan ida.
os v-.tlores de R2 e X1 são os valores efetivos correspondentes à freqüência do estator. ao pas·
soque. para calcular o desempenho de funcionamento com cscorregamentos pequenos. R~ é
o valor efetivo correspondente a uma freqüência baixa, c X2 é o valor de rcatântin, para umu
freqüência de cstator, que corresponde ao valor efetivo da indutância de dispersão do rotor em
baixa freqüência. Paru os valores de cscorregamcnto em funcionnmcnto normal. usualmente
a resistência do rotor c a indutância de dispersão podem ser consideradas constantes corrcs-
pondendo a valores CC de freqüência nula.

6.7.3 Considerações sobre a Aplicação de Motores


Usando rotores de gaiola dupla e barras profundas. os mowres de gaiola pOdem ser projcla-
dos para ter as boas características de partida que resultam de uma resbuência de rotor eleva-
da c, ao mesmo tempo, as boa..(j c.amcterfsticas de fu nc ionamento resultantes de uma resistên-
cia de rotor baixa. Entretanto, o projeto contém necessariamente nlguma forma de compro-
misso. c a esses motores falta a flexibilidade de uma máquina de rotor bobinado com resistên-
cia de rolor externa. Como resultado. os motores de rOlar bobinado eram comumente os pre-
feridos quando as exigências de panida eram severas. No entanto. como foi discutido na Se-

f iGURA 6.20 Barras do rotor de uma dupla gaiola de esquilo e fluxo de dispersao na ranhura.

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CAPiTULO 6 M AouiHAS POI.IFÁSICAS DE INouç.\0 333

Com motores abaixo de 7.5 HP, essas correntes de partida estão usualmente de1ltrQ dos
limites da corrente 1ransi16ria inicial supor1ada pelo sistema de distribuiçüo que alirne.uü o 11\0·
Illr. Nesse caso. pode-se então dar partida cQm plena tcnsüo dircramcncc da linha. Em c.aso c<m·
trário. uma partida <...'Om tensão reduzida deve ser usada. A partida c.'Om tensão n.:duzida resulta
em uma diminuição do conjugado de partida porque esse ê proporcional no quadrudo da tcn·
são aplicada aos terminais do motor. A tensão reduzida de panída é usuaJmente obtida de um
autotransfonnador. chamado compen!iador de panida. que pode ser oper.Kio manuaJ ou auto·
maticamente por relês que aplicam a tensão plena de-pois de o motor ter atingido velocidade. O
diagrama do circuito de um tipo de compensador está mosuado na Fig. 6.22. Se uma partida
mais suave for necessária, uma resistência ou reatância em série pOde ser usado no estator.
O motol' de classe A é o tipo básico padrtío parn tumanhos abaixo de 7,5 HP e acima de
200 HP. É usado também em especiticaçôcs inlermcdiárins qmmdo tom••·se difícil nlender :\s
limitações da c.orreme de panida da classe B. devido a considerações de projeto. O seu c:tm-
po de aplicação é aproximadamente o mesmo dn classe B. dcscritn a seguir.
Classe 8 : Conjugado de Partida Normal, Cor rente de Partida Baixa, Escor regame.nto
Baixo Esse tipo tem aproximadamente o mesmo conjugado de partida da classe A mas com
75 por cento da corrente de partida. Ponanto. para uma partida com tensão plena. pode ser
usado com lamanhos maiores do que com os du classe A. A corrente de punida é reduzida, in-
cluindo-se no projeto uma rcutância de dispersão relativamente alta. c o conjugado de partida
é mantido. usando-se um rotor de gaiola dupla ou barras profundus. Com plena carga, o cscor-
regnme-mo e o rendimento são bons. aproximadamente os mesmos da classe A. Entretanto, o
uso de uma re.atfincia elevada diminui ligeiramente o rator de potê1lcia e baixa e-m muito o
conjugado máximo (usualmente. é possfvel obter um valor apena._~ lige-ira•nente supel'ior a 200
por cento do conjugado de plena carga).
Esse tipo é o mais comum dentro da faixa de tamanhos de 7..5 a 2CXJ HP. É usado essencial-
mente no acionamento de '"locidade constante. em que as exigências de conjugado de panida não
sõo severas, como no acionamento de ventiladores. sopradores. bombas c máquinas-fcmmtenttiS.
Classe C: Conjugado de Purtid11Alio, Corrente de Partida Baixa Es..'ie tipo usa um rotor
de gaiola dupla com uma resistência de rotor mais elevada do que a da classe 8 . O resultado
é um conjugado de partida mais elevado, com baixa corrente de panida. mas com um rendi·
me mo de funcionamento um pouco inferior c um cscorrcgamcnto mais alto do que com os
mmores das classes A e 8 . Aplicações típicas inducm compressores c transportadores.

Tenninais de tinha
SeqGênc-ia de pan ida:
(a) r't'Che I e 3
(b) Ahn I c)

= I
= " = (C) Feche 2

2 2 2

11
:--- -
~ ~;

icrminai§ do ITl(l(Of'

FIGURA 6.22 ConexOes de um autOt(ar\SformaCSOr de parrida de um estágio.

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334 MI.OuiNAS EL~TIOCAS

Clos.t;e. D: Conjugado de l,artJda Alto, Jo: scorregantento Alto Usualmeme. esle lipo aprc·
scn1a gaiola simples e ro10r de oha resistência (bartaS de latão, frequentememe). Produz c.on·
jogado de partida muito elevado com corren1e de partida baixa. e um conjugado máximo ele-
vado, com 50 a 100 por cemo de escorregamemo. No emamo, funciona com um escorrega-
mento elevado em plena cargo (7 a li por cen10) e consequentemen1e 1em um baixo rendi-
mento de funcionamen1o. Seus princit)ais usos es1ão no acionamemo de cargas intermitentes.
dese,wolveJldOtrabalho com acelerações C-levadas, e no acionamento de c-argas de alto impac-
IO. como em prensas pe-r furadoras c máquinas de conar chapas. Quando está ucionnndo car·
gas de alto impacto. o motor~ geralmente ncompanh.ado por um volarue que auxilia a fome.
cer o impacto cu reduzir os pulsos de pocênciu que são drenados do siscema de alirneJuação
clécrica. Um mo1or, cuja velocidade c:tia apreciavelmente com o lUtmcniO de conjugado, lOr·
na·$C necessário para que o volante possa baixar de velocidade e-cransfe-rir uma patcela de sua
energia ciné1ica para o impaéiO.

6.8 RESUMO
Em um motor de indução I>Oiifásico. COI'I'tntes c.om a freqUência de escorregamemo são indu·
zidas nos enrolamemos do rotor à medida que o rotor se desloca rcla1ivamcntc à onda de nu-
xo do cslator, :.t qual gim s incronic;~meme . Por sua vez. cssus corrcmes de rotor produzem
utnil onda d e nuxo que gira em sincronismo com a onda de fluxo do esuttor. O COiljugado é
produ~.ido quando essas duas ondas de nuxo interagem. Para um auroen10 de carga llO motor,
a velocid ade do rmor dim i nui . resuhando em aumento de escorregamento. aumento de cor-
rentes induzidas no rotor e elevação de conjugado.
Em um mmor de indução polifásic.o, o exame das inte.rações emre fl uxos e FMM mo.'i-
tra que. eletricamente. a máquina é uma forma de transformador. A 011da de fluxo no emrefer·
ro, girando sincronicamcnle nu máquina de indução. é equivalente ao fluxo mútuo no núciCQ.
de um transformador. Nos enrolamentos do estator. o campo girnme induz FEM s com a frc-
qiiênciu do cstator. e. com a freqüência de esoorregamento. nos enrolamentos do rotor (para
qualquer velocidade de rotor diferente da velocidade síncrona). Assim, a máquina de indução
tr;:ulsforma as tensões e ao mesmo tempo ~11tera tt freqliênciu. Quando vistos do c-stator. todos
os fenômenos elétricos e magnéticos do rocor são c..'Onvertidos pura a freqüência do cstator. A
FMM do rotor reage com os enrolamemos do estator dn mesma forma que u FMM da corre.n·
te de secundário de um transfomtador reage com o primário. Seguindo nessa linha de raciocí-
nio chega-se a um circuito equivaleme monofásico, para máquina5 de indução pol ifásicas. que
é muito semelhante ao de um transformador.
Em aplicações que requerem uma velocid ade bem consta.ue, sem condições de partidu
excessivamenle severas. o motor de gaiola de esquilo usualmente não 1ern rival devido a sua
robustez, simplicidade e custo relativamente baixo. A sua única desvantagem está em seu f a.
tor de JXHência relativamente baixo (cerca de 0,85 a 0.90 a p lena curga. para motores de qua-
liO pólos e 60 Hz, e consideravelmente menor pam cargas leves e para motores de velocida~
dcs mais bajxas). O baixo fator de JXHênc ia é uma conseqüência do fato que toda a excitação
deve ser fornecida por potência reativa indutiva re.tirada da follle CA.
Um dos fa tos notáveis que afetam as uplicuçõcs do motor de indução é que o cscorrega-
menlo, para o qual ocorre o conjugado máximo, pode ser controlado pela variação da rcsis.·
tência do rotor. Uma e levada resistência de rotOr proporciona ótimjiS condições de partida mas
um pobre desempenho de funcionamento. Entrecanto, uma baixa resistência de rotor pode rc·
suhar em condições de punida não satisfalórias. Ponamo, de qualquer modo. o projeto de um
motor de indução será bem provavelmente um compromisso.

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CAPITuLO 6 MAouiNAS P OUFÁSICAS DE INDUÇÃO 335

Uma melhoria notável no desempenho de partida, com um sacrifício relativamente pe-


queno de desempenho de funcionamento, pode ser incol'pOrada a um mowr de gaiola de es-
quilo. usando-se um rotorde baiTá.~ profundas o u gaiola dupla cuj a resistência efetiva aumen-
ta com o escorregamento. Um motor de r01or bobinado pode ser usado em condições de par-
tida muito severas. ou quando é necessário controlar a velocidade por meio de uma resistên-
cia de r01or. Sistemas de acionamento de estado s6lido e freq üência variável conferem uma
llexibilidndc considerável à utilização dos motores de indução em aplicações de velocidade
variá•,cl. Essas questões scrdo discutidas no Capítulo li .

6.9 PROBLEMAS
6.1 A placa de um motor de indução de quatro pólos. 460 V, 50 HP c 60Hz indica <1ue sua
velocidade com carga nominal é 1755 rpm. SupOnha que o motor esteja op::rando c.om
a carga •tominal
a. Qual é o escorregamento do mmor?
b. Qual é a rreqüência das correntes do rotor?
c. Qual é a velocidade angular da onda de flu xo produz.ida pelo estator no e.urererro
em relação no estutor? Em relação ao rotor?
d. Qual é a \•elocidade angular da O•ld<l de fluxo J)rQduz.ida pelo rotor no emrefel'ro em
re-lação ao estator'! Em relação ao rotor?
6.2 Campos de dispersão ir-lo induú r tensões, com a freqüência do rotor. em uma bobinu
de cuptaç5o montada ao longo do eixo de um motor de indução. A medição da rrc<JUên·
cia dessas tensões induzidas pcxle ser usada para decerminur a velocidade do ro10r.
a. Qual é a velocidade do rotor em rpm de um motor de indução de seis pólos e SO H1.
se a freqüência da tensão induzida é 0.89 Hz?
b. Calcule a rreqüência da tensão induz.ida correspondente a um lllOCOr de indução de
quatro pólos e 60Hz operando na velocidade de 1740 rpm. Qual é o escorregame•l·
to correspondente?
6.3 Um motor de indução uifásico fu nciona na velocidade de quase 1198 rpm a vazio e
11 12 rpm a plena carga. quando alimentado por uma fonte trifásica de 60Hz.
a. Quantos pólos este mo1or deve ler?
b. Qual é o escorregameJHOem porcentagem a plena cttrga?
c. QuaJ é correspondente freqüência das correntes do rotor?
d. Qual é a corresponde.•ue velocidade do campO do rotor em rclaç5o ao rotor? Em rc·
lação ao estator'?
6.4 Os motores de indução lineares têm sido propostos para uma variedade de aplicações., in-
c luindo transponc terrestre a altu \'elocidadc. Um motor linear baseia-se no princípio do
motor de indução e consiste em um carro que se desloca sobre uma pista. Essa consiste em
um cnrolamcnlo de gaiola de esquilo em fonna plana. e o carro, de 4,5 m de co•nprime.n-
10 e I.25 m de largura. apresenta um enrolamento de armadura uifásico com 12 pan.~ de
pólos mmbém em ronna plana. A potência a 75 Hz é fornecida ao carro por meio de bra-
ços que se estendem ntravés de ranhuras até trilhos situados abaixo do nJvcl do solo.
a. Qual é a velocidade síncrona em kmlh?
b. O carro atingirá essa velocidade? Explique a sua resposta.
c. Qual é o cst."Orrcgamento se o carro estiver se deslocando a 95 lanlh'! Nessas condi-
ções. qual é a freqüência das correntes nos trilhos'!

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CAPITUI..O 6 MJ.au1HAS Pot.IFÃSICAS oe INOuçAO 337

6.8 Um sistema como o mostrado na Fig. 6.23 é usado pum converter tensões equilibradas
de 50Hz em omras freqüências. O motor síncrono tem quatro pólos e aciona o eixo de
acoplarnento no sentido horário. A máquina de indução tem seis pólos c seus enrola-
mentos de cstator são c..-oncctados à fonte de modo a produzir um campo que gira em
sentido anti-horário (no sentido oposto à rotnçiio do motor síncrono). A máquina tem
um r01or bobi1lado cujos terminais são levados pant fom por Méis dcsliz.antcs.
a. Com que velocidade o mOtor funciona?
b. Qual é a freqüência das tensões produzidas nos anéis dcslizantcs do motor de in-
dução?
c. Qual será a freqüência das tensões produzidas nos anéis dcslizantcs do motor de in-
dução se dois terminais do estator do motor de indução forem ttOC:ados entre si. in-
vertendo o sentido de rotação do campo ginmte resultante?
6.9 Um molor de indução trifásico de gaiola, oito pólos, 60Hz. 4l60 Ve I000 kW tem os
seguintes parâmetros de circuito equivaJente. por fase Y, referidos no estator:
R, = 0,220 R, = 0,207 X I = I ,95 x, = 2.42 x,. = 45,7
Detcnnine que mudanças ocorrerão nessas constantes c.omo resultado das seguintes
propostas de modificação. COilSidere cada modificação em scpamdo.
a. Substitua o enrolamento de cstator por um outro idêntico com \lma bitola de fio cu~
ja área da seção reta seja incrementada em 4 por cento.
b. Diminua o diâmetro interno das lâminas do estator de modo que o entrcfcrro seja
diminuído em 15 pOr cento.
1
c. Substitua as barras de alumfnio do rotor (condutividadc 3.5 x 10 Sim) por barras
de cobre (condutividade 5,8 x 101 Sim).
d. Refaço as conexões do enrolame1ltO de estator mudando a ligaç-ão original em Y.
operando em 4 160 V, para .C.. operando em 2,4 k V.
6.10 Um motOr de induçlio trifásico, ligado eon Y, quatro pólo<. 460 v (tensão de linha), 25
kW c 60Hz tem os seguintes par.lmetros de circuito equi\•alente em ohms, por fase. rc·
ferid os ao estator:
R1 = 0, 103 R, = 0,225 X, = 1.10 X, = 1,13 X,= 59.4
As perdas totais por atrito e ventilação podem ser consideradas constantes sendo de
265 W, e as perdas no núcleo podem se-r consideradas iguais a 220 W. Com o motor li-
gado diretamente a uma fonte de 460 V. calcule a velocidade, o conjugado c a potên-
cia de saída no eixo. a potência de entrada. o fator de potência e o rendimento para cs·
corregamentos de I. 2 e 3 por cento. Você pode escolher entre representar as perdas no
núcleo por uma resistência ligada direta1nente ao tenninajs do motor, ou pela resistên-
cia R~ ligada em paralelo com a reatãncia de magnetização X"'.
~ 6.11 Considere o motor de induç-ão do Problema 6. 1O.
.a. Encontre a velocidade do motor em rpm que corresponde à potêllCi:t nominul de saí-
da no eixo de 25 kW. (Sugestão: Isso pode ser feito facilmente escrevendo um scripl
de MATLAB que fuz uma pesquisa entre diversos valores de cscorrcgamento.)
b. De modo semelhante, enco1ure a velocidade em rpm l)llra a qual o motor funciona
sem carga externa no eixo (supondo que a carga do motor nessa velocidade consis·
ta apenas em perdas por atrito e ventilaç-ão).
c. Escreva um scrip1 de MATLAB para plotar o rendifoemo do motor versus a potên-
cia de safda qua1ld0 a potência de saída do motor varia de zero até a plena carga.

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338 MÃOUtNAS ELéTRICAS

d. Faça uma segunda ploragem para o rendimenlo do motor 1:~r.tus a potênc-ia de saída
quando a potência de safda do mocor varia de aproximadamente 5 kW até a plena carga.
~ 6.12 Escreva um script de MATLAB paru analisar o desempenho de um motor de induç.ão
trifásico que opera com freqüência c tensão nominais. As cntrudas devem ser os vaiOn."S
nominais de tensão. potência c freqüência. além do número de pólos. os pan1meuos do
circuito cquivaJente c as perdas rotacionais. Dada uma velocidade específica. o progra-
ma deve calcular as potências de saída c entmda do mocor, o fator de potêrlcia e o ren ~
dimcnto do mocor. Use o seu programa com um mocor de indução trifásioo, quaLrO pó-
los. 500 kW, 4J60 V c 60Hz que funciona :1 1725 rpm. As suas perdas roracionais 1la
velocidade nominal são de 3.5 kW c seus pan1metros de circuito equivalente são:
R1 =0,52 1 R2 = 1,32 X1 = 4.98 X2 = 5.32 X. ,= 136
6.13 Um mow de indução de gaiola de esquilo, lrifásico. qumro pólos. 15 kW. 230 V. 60
Hz e ligado em Ydesenvolve, a plena c-arga. um conjugado interno com cscorregamcn-
to de 3,5 por ce.nto. quando está funcionando em tensão e freq üência nominais. Par.t os
propósitos deste problema, as perdas no núcleo c as rotacionais podem ser dcsprcz.a-
das. Os seguintes parâmetros do motor, em ohms por fase. foram obtidos:
R1 =0,2 1 X1 = Xz =0.26 X,.= 10.1
Detennine o conjugado interno máximo na tensão e rreqüência nominais, o c.~orrega·
mento para o conjugado máximo, e o conjugado intenlo de partida com tCilS.5o e fre·
qüência nomin.ais.
6. 14 O mowr de indução do Problema 6. I3 é ene.rgi7..ado a partir de uma fonte de 230 V, por
meio de um alimen1adorde impedúncia Z, = 0.05 +)0.14 ohms. Encomre o escorrega·
memo do motor e a tensüo de terminal. quando ele está fornecendo a carga nominal.
6.15 Um JOOtor de indução trirásico. operando com ten..~:;ão e freqüência nominais. tem um con-
jugado de panidade 135 por cento e um conjugado máximo de 220porccnto. ambos re-
lativos a seu conjugado de carga nominal Desprezando os efeitos da resistência de esla-
tor e das perdas rotacionais, e a~;sumindo uma resistência de rotor coclstante., detennine:
a. o escorregamento paro o conjugado máximo.
b. o cscorregamcnto para a carga nominal
c. a corrente do rowr na panida (como porcentagem da corrente de rotor para cargu
nominal).
6.16 Quando está funcionando em tensão c freqüência nominais, um mmor trifásico de in-
dução de gaiola de esquilo (classificado como sendo do tipo de escorregame.nto alto)
aprtSenta. a plena carga. um cscorrcgamcnto de 8.7 por cento. além de desenvolver um
conjugado máximo de 230porccntodacarga plena com um escorregamentode 55 por
cento. Despreze as J>erdas rocacionais e as de núcleo, assumindo que a resistência do
rotor e a indutância pennaneçam constamcs. não dependendo do escorrcgamento. De-
termine. na te.nsão e freqüência ll()rninuis. o conjugado de partida por unidade c-om ba ~
se em seu valor a plena carga.
6.17 Uma máquina de indução de qumro pólo;;. 500 kW, 2400 V c 60Hz lcm os seguimos
parâmetros de circuito equivalente. em ohms por fase, referidos ao estator:
Ro = 0.122 Rz = 0.317 X o = 1,364 Xz = 1,32 Xm = 45,8
Ela atinge a saída nominal no eixo quando o escorregame.nto é de 3.35 por cento.
com Uln rendimento de 94.0 por cento. A máquina deve ser usada como gcrndor, im-
pulsionado por uma turbina eólica. Ela será ligada a um sistema de distribuição que
pode ser representado por um barramento infinito de 2400 V.

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340 MAQuiNAS EltrRICAS

Ensaio de rotor bloqueado em I S Hz:


Tensão de fase= 268 V Corre me de linha= 50.3 A
Potência trifásica = 18,2 kW
a. Cakule. as perdas rotocionais.
b. Calcule os par.:imctros do circuito equivalente em ohms. Assuma tlue X1 = X1•
c. Calc.ule a corrente de esmtor, a potência de entrada com o fator de potência. a po-
tência de saída e o rendimento. quando esse mocor está operando em tensão c fre-
qüência nominais. com um escorrcgamcnto de 2.95 por cento.
6.23 Dois motores de indução de gaiola. trifásicos. seis pólos, 50 kW, 440 V e 60 Hz têm cs-
tatores idêmicos. A resistência CC medida emre qualquer par de terminais do estmor é
0.204 0,204 n. Ensaios de rotor bloqueado. a 60Hz. produzem os seguintes resultados:
Volts Potência
Motor (ltnsüo de linha) Am~rts trlráslca, kW
I 74.7 72.9 4,40
2 99,4 72.9 11.6

Determine a razão do conjugado interno de p~ll1ida desenvolvido pelo motor 2 em re-


laç.iio a<, do motor I (a) para a mesma C-orrente e (b) para o mesmo tensão. Faça supo-
sições razoáveis.
~6.24 Escreva um script de MATLAB para calcular os parâmetros de um motor de induç.ão
trifásico com dados obtidos de ensaios a \'azio e de rotor bloqueado.
Entrada:
Freqüência nominal
Ensaio a vazio: Tensão. corrente e potência
Ensaio de rotor bloqueàdo: Freqüência, tensão, corrente e p<,tência
Resistência de esmtor medida de fa"e a filSe
Razão assumida X .tX~
Safda
Perdas rotacionais
Parâmetros de circuito C(luivalente R1, R1, X1, X2 c X, .
Exercite o seu programa com um motor de indução trifásico de 2.300 V. 50Hz c 250
kW cujos resultados obtidos em ensaios são:
Resistência de estator entre os terminais de fase= 0.636 Q
Ensaio a vazio em tensão e freqüência nominais:
Corrente de linha= 20.2 A Potência trifásica = 3.51 k\V
Ensaio de rmor bloqueado em 12,5 Hz:
Tensão de fase= 142 V Corrente de linha = 62,8 A
Potência trift'tsica = 6.55 kW
Você pode assumir que X 1 = 0.4(X1 + X2).
6.25 Um motor de indução de gaiola, trifásico, seis pólos. 230 V c 60Hz desenvolve um
conjugado interno máximo de 288 por cento, c:om um escorregumento de I5 por ccn·
to. quando está funcionando em tensão e freqüência nominais. Se o efci10 dn resistên-
cia de estator for desprezado, dctcnninc o conjugado interno máximo que esse motor
iria desem•olver se fosse operodo a 190 V e 50Hz. Sob essas condições. em que velo-
cidade seria desenvolvido o c.·.·onjugado máximo?

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CAPiTULO 6 MÁQUINAS POLIFÁSICAS DE INDUÇÃO 341

6.26 Um motor de indução de rmor bobinado, ITif~sico, quatro pólos. 75 kW, 50 H te 460
V dcscm•olvc conjugado de plena carga a 1438 rpm. com o ro10r curto-circuitado.
Uma resistência extenla não induliva de 1,1 n é cok'lCada em .série com cada fase do
rotor. A seguir, observn.se que o motor desellvolve o seu conjugado nominal par::. a ve-
locidade de 1405 rpm. Calcule :a resistência do rotor. por fase, do próprio motor.
6.27 Um motor de induÇão de rotor bobinado. trifásico, quatro pólos, 75 kW. 460 V e 60Hz
desenvolve um conjugado interno máximo de 225 por cento e u1n escorregamento de
16 por cento. quando está funcionando em tensão e freqüência nominais com o rmor
curto-circuitado diretamente nos anéis dcslizantes. A resistência de estator e a-.; perdas
rotacionais podem ser desprezadas. e a resistência e a indutância do ro10r podem ser
consideradas constantes, independetUes da freqOência do rotor. Detenninc
a. o escorregamento a plena carga em porcentagem.
,
b. as perdas f" R do rolOr a plena carga em wans.
c. o conjugado de panidn na tensão c freqüência nominais por unidade e em N.m.
Se a resistência do ro1or for dobrada (inserindo resistências externas em série nos
anéis dcslizantes} e a carga do motor for ajustada para que a correme de linha sejil
iguaJ ao vulor corrcsponde à carga nominal sem resis1ência externa. detennine
d. o correspondente escotregaJnento em (X>n:entagcm c
e. o conjugado em N.m
~6.28 Desprezando quajsquer efeitos de perdas rotacionais e de núcleo. use MATLAB para
plotar a curva de conjugado interno versus velocidade do motor de induç.ão do Proble·
ma 6. 1O, operando em tensão c freqüência nominais. No mesmo gráfico, plote as c.ur.
vas de conjugado interno vers11s velocidade do mo1or, assumindo que a resistência do
ro10r aumente por fatores de 2, 5 e 10.
6.29 Um motor de indução de rotor bobinado. trifásico, seis pólos. 100 kW, 60 Hz.e 460 V
desen\'olve a pOtência de plena carga na velocidade de I 158 rpm. quando está runcio·
nando em1ensão e freqUênciu nominais c com o rotor cuno--circuitado diretameme nos
seus ané-is de:sli:r..antes. O conjugado máximo. que pode ser desenvolvido quando está
funcio nando em tensão e freqüência nominais, é 310 por cento do conjugado de plena
carga. A resistência do enrolamemo do rotor é 0.17 n /fase Y. Despreze quaisquer efe-i·
tos de perdas rmacionais e suplemcnlarcs. e da rcsis1ênda do estator.
a. Calcule as perdas tR ' do rotor a plena carga.
b. Calcule a velocidade no conjugado máximo em rpm.
c. Quamo de resistência deve ser inserido em série com os enrolamentos do ro1or pa·
ra produz.ir o conjugado máximo de panida?
Com os enrolamentos de rotor curto·circ.uitados, o motor opera agora a panir de uma
fonte de 50Hz cuja 1ensão aplicada é ajustada de modo que a onda de fl uxo llOeture.
ferro seja essencialmente igual à da opcmção em 60 Hz.
d. Calcule a tensão aplicada de 50Hz.
c. Calcule a velocidade 1la qual o motOr irá dcsen"•olver um conjugado igual ao de 60
Hz, com seus anéis de.slizantes curto--circuitados.
6.30 Um mo10r de indução de rotor bobinado. lrifásico, seis pólos. 460 V. 60Hz e !50 k\V
desenvolve um conjugado interno de 190 por cento, com uma corrente de linha de 200
por cen1o (conjugado e corren1e expressos em pOrcentagens de seus valores de plena
carga) e escorrcgamcnto de 5.6 por cento. qua1ldO está funcionando em tensão e fre·
qüência nominais com os terminais do rotor curto·circuitados. A resistência do rotor é

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CAPÍTULO

Máquinas CC
s máquinas CC caractcrizam·sc por sua versatilidade. Por meio das djvers.as combinações
A de enrolamentos de campO, excitados em derivação. série ou independentemente. elas po·
dcm ser projetadas de modo a apresentar uma ampla variedade de características de tensão
vusus corrente ou de velocidade versus conjugado, para operações dinâmicas e em regime
permanente. Devido à fac ilidade <..'O m que podem ser controladas. sis1cmas de máquinas CC
têm sido usados freqUentemente em aplicações que exigem urna ampla faixa de velocidades
ou de controle preciso da safda do motor. Em ilJlOS recente-s, a tecnologia de estado sólido que
é usada nos sistemas de acion:uuento CA desenvolveu-se o suficiente para que esses sistemas
estejam substitu indo as m iiquinas CC em aplicações anteriormente associadas quase que ex·
clusivame.nte às máquinas CC. EntrctanlO, a venmtilidade das máquimLS CC. em combinação
com a relativa simplicidade dos seus sistemas de acionamento. irá assegurar o seu uso conti-
nuado em uma ampla V'Jricdadc de aplicações.

7.1 INTRODUÇÃO
As caracter(sticas essenciais de uma máquina CC estão mosuadas esquematicame.nte na Fig.
7.I. O estator tem pólos saliente."i e é excitado por uma ou mais bobinas de campo. A distri-
buição do nu.xo criado pelos enrolamentos de campo no emreferro é simétrica em relação à li·
nhu central dos pólos de campo. Esse eixo é cham:tdo de eixo dt" campo ou eixo direto.
Como fo i d iscu1ido em d etalhes na Seção 4.6.2. a tensão CA, gerada em cad:.l bobina de
annadura rotativa. é convertida em CC nos lenninais externos da armadura por meio de um
comu1a1.or rota,ivo e de escovas eswcionárias.. às quais os condutores da armadura estão co-
neclados. A combinação de comutador e escovas fonna um reti lic.ador mecânico. resuhando
em uma tensão CC de armadura e urna onda de FMM de aml.adura que está fixa no espaço. A
aç.ão do comutador será discmida em detalhes na Seção 7.2.
As escovas estão posicionadas de modo que a comutação ocorra quando os lados da bo-
bina estejam na zona neutra. a meio caminho entre os pólos de campo. O eixo da onda de
FMM de anuadura estará então distanciado 90 graus elétricos do eixo dos pólos de campo. is-
to é, no eixo em quadratura. Na representação esquemática da Fig. 7. 1a. as escovas estão
mostradas no eixo em quadratura porque essa é a posição das bobinas às quais elas estão co-
nectadas. A onda de FMM de annadura estará entiio ao longo do eixo das escovas, como está
mostrado. (A posição geoménic.a das esco\•as em urna máquina real localiza-se a aproxima-
damente 90 graus elétricos da posição mostrada no diagrama esqu emático, devido à: fonna das
conexões de terminação até o comutador. Por exemplo. veja a Fig. 7.7.) Uma representação
mais simples usada em circuitos é a desenhada na Fig. 7. Ib.

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344 M ÃOUIHAS ELEnucAs

m~o
dirc1o

;-\rn~duru

[robinlL«
de a.rmadur.a
<•l
FIGURA 7.1 Representações esquemáticas de uma máquina CC.

Embora o conjusado m:1g.nécico e a tensno de velocidade que :.lJ)o1rcce-m nas e~ovas se-
jam um mmo depe-ndentes da forma de onda CSJ')3Cial da distribuição de fluxo. continuaremos
supondo por conveniência que a onda de densidade de fl uxo no entreferro seja senoidaL co-
mo foi feito no Capftulo 4. Então, o conjugado poderá ser obtido a panir do ponto de vista do
c-ampo magnético c-omo roi discutido na Seção 4.7 .2.
O conjugado eletromagnético T_ pode ser expresso em termos da interação entre o nu-
xo por pólo <I>4 no entreferro sobre o eixo direto e a componente fundamental espacial F~ 1 da
onda de FMM de armadura. de modo semelhante à Equaç-ão 4.81 . Com as escovas no eixo em
quudrntum. o ângulo entre esses c-ampos é de 90 graus elétricos. c o seu seno é igual à unida-
de. A s-ubstituição na Equ~ação 4.8 1 dá então

Tm« = 2 (pólos)'
;r
2 <l>dFu1 (7.1)

na <)ual o sinal menos roi desprezado porque o semido positivo do conjugado pode ser deter-
minado por unl raciocínio físic-o. O valor de pico da onda denle de serra da FMM de annadu-
ra é do:~do pela Equação 4.9 c a sua fundamental espacial F. 1 é 8t!C vezes o seu pico. A sutn:ai-
tuiçlio nu Equação 7.l dá então

(7.2)

onde
i11 =corrente no circuito ex1emo de ann:.1dura
C,. = número totaJ de condutores no enrolamento de annadura
m = número de caminhos em paralelo no enrola1nento

e
K, = pólos C,
(7.3)
2rrm
é uma constante determinada pelo pfojelo do enroli.lmenlo.

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CAPÍllJlO 7 MÁQUINAS CC 345

A tensão gerada c rctificadn de urmudur.t já foi encontrada na Seção 4.6.2 para uma ar~
madura elementar com uma línica bobina, e sua forma de onda está mostrada na Fig. 4.33. O
efeito de distribuir o enrolamento em di.,·ersas ranhuras está mostrado na Fig. 7.2, na qual ca·
da uma das ondas senoidais retificadas é a tensão gerada em uma das bobi na~ . A comutação
ocorre no momento em que os lados das bobinas estão na zona neutra.
A tens!io gerada observada emre as escovas é a soma das tensões retificada...; de todas as
bobinas em sé.rie entre as escovas. e está mostrada pela linha ondulada e. na Fig. 7.2. Com
uma dlíz.ia ou tanto de lâminas de comutador pOr pólo, a ondulação totna·se muilo pequena.
c a tensão média gerada observada nas escovas é igual à soma dos valores médios das tensões
retificadas de bobina. Oa Equaç.ão 4.53, obtém-se que a ten!>IIO retificada e. entre as escovas.
cambém conhecida como tensão de velocidade. é

(7.4)

onde K, é a constante de enrolamento definida pela Equaç.ão 7.3. A tensão retificada de um en-
rolamento distribuído tem o mesmo valor médio que uma bobina concentrada. A diferença é
que a ondulação é grandemente reduzida.
Das Equações 7.2 e 7.4. com todas as variáveis expressas em unidudc.s do SI. obtém-se
(7.5)

Observando que o produto do conjugado pela velocidade mecânica é a potência mecânica. es-
sa equação afirma simplesmeme que a potência elétrica instantânea. associada à tensão de ve-
locidade, é igual à potência mecânica instantânea. associada ao conjugudo magnético. O sen-
tido do nuxo de potência depende se a máquina está atuando como mowr ou gerador.
O nuxo de cntrefcrro de eixo direto é produzido pelas FMMs combinadas L: N~, dos
enrolamentos de campo. A camcteríslica de nuxo x FMM é referida como curvu (/e mt,gneli-
Zttçiio da máquina. A forma de uma curva de magnetização cípica está mostrada na Fig. 7.3a,
na qual supõe-se que a FMM de annadura não atua sobre o lluxo de eixo di teto porque o ei-
xo da onda de FMM de armadura está alinhada com o eixo em quadnuurn e. conseqUenterne,l-
te. é perpendicular ao eixo de campo. Será necessário reexaminar essa suposição mais adian-
te. neste c.apftulo, onde os efeitos da saturação serão investigados com mais profundidade.
Observe que a curva de magnetização da Fig. 7Ja não passa pela origem. Esse componamen-
to ocorre nos casos em que a estrutura do campo exibe magnelismo residual, isto é. onde o
materiaJ magnético do campo não se dcsmagnctiza (..'Omplc.tamentc quw1do a FMM líquida do
campo é reduzida a zero.
Como a FEM de annadura é propercionnl ao nuxo ve-tes a velocidade, usuahnente é mais
com•enie.nte expressar a cur.•a de magncli-zação em tem1os da FEM de annadura e"" para uma

T<nsOcs rctifrcadas
de OObina

FtGuAA 7.2 Tensoes retificadas de bobina e tensao fesuttante entre escovas em uma má-
quina CC.

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346 MAQUINAS ELêTFIICAS

... Linha de. - / , ,


entrcr~:rro ,' Linha de--/
, cntrdern) /
Linha de--.,'
entreftrrtl /
'

(>) (b) (<)

FtauRA 7.3 Forma tJpica das curvas de magnetização de uma máquina de cOI'rente continua.

velocidade constante w...,. como está mostrado na F'ig. 7.3b. A tensão e, para um dado fluxo. em
qualquer outra velocidade W;,.. é proporcional à velocidade: isto é. da Equação 7.4. obtém·se

(7.6)

Assim,

e,=(~) e., (7.7)

ou. em termos da velocidade de ro~ação em f1lm,

e, = (!!...)
11o
e.o (7.8)

onde 110 é a ve.locidade de rmação correspondenre à uma FEM de armadura de eaO-


A F'ig. 7 .3c mostra a curva de magnetizaçilo com apenas um dos enrolamentos de cam·
po excitado. Neste caso. a tensão de armadura foi plotada versus a corrente de campo, ao in·
vés dos ampêres-cspiras de campo. Essa curva pode ser obtida facilmeme usando mé(()dos ba·
seados em ensaios. Como a corrente de campo pode ser medida diretamente. não é necessá·
rio conhecer nenhum detalhe de projeto.
Dentro de uma faixa bem ampla de excitação, a relmância do aço elétrico da máquina é
desprez.ível em comparação com a do entreferro. Nessa região. o fluxo é lineannente propor·
cion:Jl à FMM tocai dos enrolamentos de campo. sendo que a constante de l>roporcionalidade
é a permeânc:ltz de eü:o direto 1>4~ assim,

(7.9)
A linha reta tracejtld.a. que passa pela origem c coincide com a porção reta das curvas de m~g·
netização da Fig. 7.J, é chamada linha de entreferro. Essa nomenclatura refere-se ao fato de que
essa característica linear de magneüzaçlio é a encon1rada no caso em que a relutância da porção
constiluída de material magné1ico do caminho de fluxo, em comparação com a do cntreferro.
pennanece desprezível independentemente do grau de saturnç.ão magnética do nço do motor.
As notáveis \'antagens das máquinas CC provêm da grnndc variedade de c.aracte1·rstic.as
de operação que podem set obtidas quando se escolhe o método de excitação dos enrohlmen·
tos de campo. Vários diagramas de ligações escão mostmdos na Fig. 7.4. O método de excita-

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348 MAQUINAS ELETRICAS

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E
Dtrivaç;io
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"8. 50

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C(IITÇIIlC ck carga em portenllg<'m da corn:me nominal

FIGURA 7.5 Caracterfsticas de tensão x cOtreme da gerado(es CC.

A tensão de terminal de um g.er.ador com excitação independente decresce ligcimmen·


te com o aumento da cmrente de carga, principallne-me devido à quedo de tensão na resistên·
cia de annndum. A corrente de campo de um gerador série é a mesma que a corrente de car·
ga. de modo que o Ouxo de entrererro e. con~eqllenteane.ue. a tensão variem amplamente
c.om a carga. Por essa razão. os geradores série não são muito usados. A te-ns.ão de um ge-ra.
dor em dcrivaç11o cai um pouco com a curg;;L, mas isso não o impede de ser usado para mui·
tos propósitos. Os geradores compOstos siio ligados normalmente de modo que a FMM do
enrolamento em série auxilie a do enrola•nento em derivaçiio. A vantagem é que. devido à
açâo do enrolamento em série. o fluxo por pólo pode aumemar com a carga. resultando uma
lcnsão de saída que é aproximadameme coatstame ou que mé cresce um pouco com o aumen·
co da carga. O enrolamento em derivação usualmemc cont6m muitas espims de lio relativa·
mente delgado. O enrolamemo em série. disposto por fora. consiste em poucas espir:L'\ de um
condutor relativamente espesso. porque t<XIa a corrente de :Lrmadura da máquina passa por
e le. A tensão de um gerador em derivaçJo ou composto pode ser controlada ()entro de limi·
tes razoáveis por meio de reostatos que alUam sobre o campo em derivação.
Todos os métodos de excitação usados atos geradore.s também podem ser us~•dos nos
motores. Cur\'as características típic~L~ de velocid:ade x conjugado p3ra motOI'eS CC em regi·
me pcmtaneme estão mostradas na Fig. 7.6, na quaJ assume-se que os tenninais do mmor são
alimentados a partir de uma foaue de tensão constante. Em um motor. a relação e mre a FEM
E, gernda nu armodura e a tensão de tenninal de annadura Va 6
Va = Ea +laR~ (7.11)

Oli
V3 - E.,
'2= R,
(7.12)

onde 1, é agora a corrente de armadura de emmda da máquina. Agora. a FEM gerada Ea é me-
nor do que a tensão de termina] Vu, p<)is a corrente de armadurn tem sentido oposto i'l de um ge-
rador, e o conjugado eletromagnético tem um sentido 1al que mantém a ro1ação da amtadura.
Nos motores em tlerimção e d~ ~xciração independe111e. o fluxo de campo é aproxima.
damcntc con.staJlte. Conseqüentemente, um aumento de conjugado deve se fuzc r acompanhar

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352 M AOUIHAS EL~TJUCAS

e 2, e a escova do lado e~uerdo está em contato com ambas as lâminas 7 e 8. Agor.a. as bo-
binas das ranhuras I e 7 estão sendo curto-circuitudas pelas escovas. As C<,rr<:ntc.s nas outtas
bobinas cstüo indicadas por pontos c cruzes. produzindo um Cilmpo magnético cujo eixo é
novamente vertical.
[)çpois de nova rowção. as escovas estarão em contato co•n as lfJminas 2 e 8. e as ranho·
ras I e 7 terão alcançado as posições que nme.riomtellte eram ocupadas pe-las ranhuras 12 c 6
da Fig. 7. 7a. Os sen1idos das com:mes seriío semelhantes aos da Fig. 7. 7a, c.xceto que as cor·
rcnces das bobinos dus ranhuras I c 7 terão os sentidos invenidos. O eixo magnético da anna-
dura ainda é venical.
Durante o tempO em (JUC cada escova está simuflaneameme em com ato com duas lâmi-
nas contíguas do comutador. as bobinas ligadas a essas lâminas são terni>Otariarnentc removi·
das do circuito principal. que é o enrolamento de annadura. pelos cunos-circuitos criados pc·
las escovas. Em seguida. as correntes dessas bobinas invcncm de semido. lde.almentc, a cor·
rente presente nas bobinas que estão sendo comutadas deveria mudar de sentido de rorma li·
near com o 1empo. uma condição referida como couuaaçilo /i,tar. Afastamentos significati·
vos dessa condição de comutação linear resultam em faiscumcnto nas escovas. Mét<.:wJos p:mt
se obter comutação sem faíscas scr.:io discutidos nu Seção 7.9. Em qualquer bobinn, se a CO·
mutação fo r linear. a forma de onda da corrente em função do tempo seró trnpezoidal . como
se mostra na Fig. 7.8.
O enrolamento da Fig. 7.7 é mais simples que o usado na maioria da...; máquina...; CC.
Normalmente, são usadas mais rilJlhunt.." e lâminas de comutador e. exceto em pequenas má·
quinas, é comum mais de dois pólos. No entanto, o enrolamento simplificado da Fíg. 7.7 con·
tém as carac-tcrfstica..'i es._~nciais dos enrolamentos mais complicados.

7.3 EFEITO DA FMM DA ARMADURA


A PMM da annadura causa efeitos bem definidos sobre a distribuição espacial do nuxo de en·
treferro e sobre a magnitude do fluxo líquido por pólo. O efeito sobre a distribuição de Ouxo
é importante porque influencia diretamente os limites de uma comutação bem sucedida. c o
efeito sobre a magnitude de Ouxo é importante porque desse modo influencia a tensão gerada
c o conjugado por unidade de corrente de annadura. Esses efeitos c os problemas que surgem
siio descritos nestu seção.
Foi mostrado na Seção 4.3.2 c Fig. 4.23 que a onda da FMM daannadura pode ser bem
aproximada por uma onda dente de serra. correspondcndo à onda produzida por um enrola·
mcnto de armadura ou lâmina de corrente finamcntc distribufdos. Parn o caso de uma máqui·
na com as escovas na posição ncutr.t, a onda idealizada de F7v1Mestá mostrada novamente pc·
la onda dente de serra traccjada da Fig. 7.9. em <IUCuma ordenada posiliva de F'MM denota li·
nhas de fluxo que deixam a suJ)erffcie da annadura. Os sentidos de corrc.nte em todos os en·
rolamentos. exceto o do campo principal, são indicados por faixas pretas e hachuradas. Devi·
do à estrutura do campo para pólos salientes, encomrada em quase todas as máquinas CC. t1

C(ln\Uiaçàc> - - - . . . . ,
.j .
..: r·-----~·
·I·
: :..j ..
'
FIGURA 7.8 Forma de onda da ccxrente em uma bobina linea( com comutaçao linear.

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CAPiTULO 7 MAouiNAS CC 353

Bobina

disrribui:los sobre

~-
', • /
jo;,~<iooi,-iud'~
Dis1nbtuçAodafMM •densidsdedcRuxo ', • /'
',l," daarmadurn lcom;apen11$ll ',J.."
i j armal.lu:m e~citada i
FIGURA 7.9 A FMM da armadura e a distribuiÇão de densidade de fluxo com as escovas
na posiçao neutra e apenas a armadura excilada.

respec1iva distribuição espacial do nuxo não será triangular. Quando apenas a armadura cs1á
excitada, a distribuição de densidade de nux.o no cntrcferro está ltlOStmda pela li nh::~ espessa
da Fig. 7.9. Como se pode ver facilmente. ela se reduz uprcciavclmcnte devido :JO longo ca-
minho de ar do espaço intcrpolar.
A localiznção das escovas posicionao eixo da FMM de ann<\dum a 90 graus elétricos do
eixo do campo principal. O nuxo com:spondcnlc segue os cuminhos mostrndos na Fig. 7.10. Po-
de-se ver que o efeito da FMM de amladura é ode criar um fluxo que cruza as faces polares. As·
sim. nas sapatas polares. o seu caminho cruza com o cantinho de fluxo do campo principal. Por
essa rw.ão, esse 1ipo de reação da annadura é chamado de reação de amradura de magt~elizaçc1o
G"mwdtl. É evidente que. debaixo de uma das metades do pólo. essa reação causa uma redução
na de.nsidade do fluxo de emrererro resultante e, debaixo da OUtl'a metade. um aurnemo.
Quando os enrolamentos de amladul'a e de camrx> são ambos excitados. a distribuição
da densidade de Ouxo resuhante no enttcfer'rO tern a fonna dada pela linha espessa da Fig.
7 .l i . Superpostas a essa figura, estão as distribuições de fluxo quando apenas a armadum es·
lá excitada (curva de traços longos) e quarldo apenas o campo es1á excitado (curva de traços
curtos). O efeito da reação de armadura de magneti7..ação cruzada. de reduzir o fl uxo em uma

FrGURA 7.10 Fluxo com apenas a armadura excilada e as escovas na posiçao neutra.

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Pólo de
campo (Sul)

0
di.uribu ~ linamemc diSiribuídos finamen1e
j tintuncmc sctwc a 4mladura
-
sobre a ann:adu rt~

' -,----~-::-=::.-:-., .
1 Rotação dt' gtrOOor
' '' .
''' '' J Rotaçio dt motor
,'' ,. ....... -' '\.:

-,~ 'r ~~
.
~

I Oiscribuic;ão da <Ltn!1idad.e I
~

1'-
. \

~
-
• dC' nuxo. apenas a arm.W uru • '
I 1/-----.::.;:..:_::...;'
Distribuiç3o d:• densidade de
Ou1.0, :spctlas o c.amt>O principaJ Oistributç;io da dcmid:.dc
de nuxo resultante

FIGURA 7 .11 Distribuições da densidade da fluxo da armadura, do campo principal e da


resultante com as escovas na posição neutra.

das cxtremklades do pólo e de aurnemá.Jo na outra. pode ser visto comparando-se :L'i curvas
de traço.s curtos e longos. Em geral, o curva espessa não é a sorna algéb•·ica das duas curvas
tracejadas porque o circuitO magnético no rerro não é linear. Devido à saturação do fe rro, a
densidade de nuxo é reduzida mais intensamente em uma das extrcmidndes do pólo do que é
aumentada na outra. Conseqüentemente. o fluxo resultante por pólo é inferior rto que seria
produzido apenas pelo enrolamento de campo. Esse resultado é conhecido como o efeito de
tlesnwgm!li?Pção da reaçr7o dt: armadura de magnetiznçcio cmzad(l. Como é dev i do~ smur.t-
ção. a sua intensidade é uma função não linear de ambas as COfT'éntes de c::unpo e de armadu-
ra. No caso do funcionamemo normal das máquinas, com as densidades de fluxo usadas co-
mercialmente. o efeito usualmente é significativo, especialmente com cargas elevadas, c fre-
qüentemente deve ser leV'.Kio em consideração nas análises de desempenho.
A distorção da distribuição de fluxo causnda pchl rcução de annndura de magneLiza.ção
cruzada pode ter uma influência prejudicial sobre a comutação da corrente de armadura. es-
pecialmente quando a distorção tom~tr·SC excessiva. De fato, essa distorção é usualtnerue u.n
impon.ante f mor limitarueda capacidade de sobrecarga de cuna duroção de uma máquina CC.
A tendência de disLotção da d.isLribuição de fluxo é mais pronunciada nas máquinas, como em
um motor em derivação, onde a excitação de campo pennanece bem constame enquanto a
F'MM de armadura. para cargas elevadas. pode atingir proporções muito significativas. A ten·
dência é menos pronunciada em máquinas com excituçiio em série, como no motor scSric, pois
ambas as FMMs de campo c de armadura podem crescer com a carga.
Durante o projeto c a construção da máquina, pode-se limitar o efeito da reação de ar·
madun1 de magnclizaçiio cruzuda. A FMM do campo prin<:ipaJ deve controlar predominante·
mente o fluxo de cntrefcrro, de modo que condiçõe~ de campo fraco e FMM de armadura for-
te sejam evitadas. Pode·se aumentar a relutância do caminho de fl uxo cruzado (esserlcialmen-

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CAPfl\ILO 7 MAQUINAS CC 355

te os dentes da armadura. as sapatas polares e o entre(erro, especialmente nas extremidades


dos pólos) aumentando-se o gmu de saturação dos dentes e das faces polares. evilando um en-
lreferro muito pequeno, e usando uma face polar chanfrada ou excêntrica. o que aumenta o
emreferro nas extremidades do pólo. Esses expedientes afecam 1ambé-m o cami nho do fluxo
principal. mas a influência sobre o nuxo cru1.ado é muito maior. A melhot medida curativa.
mas também a mais dispendiosa, é compensar a FMM de amtadura por meio de um enrola-
mento que é alojado nas faces polares, uma medida que será discmida na Seção 7.9.
Se as escovas não estiverem na posição neutra. o eixo da onda de FMM da annadura não
estará a 9(f do eixo do campo principal. Então. a FMM de armadurJ produzirá não apenas mag·
neti1.A-.çâo cruzada. mas também um efeito de magnctizaÇ'do ou desmagnetização sobre o eixo di-
re.to. de acordo com o sentido de deslocamento das escovas. O afastamento dac; escovas da po-
siç--do ne.utra ocorre usualmente por descuido, devido ao posicionamento incorreto ou ao ajuste
insatisfatório das escovas. Antes da invenção dos interpolos, noenUtnto. o deslocamento das es-
covas era um mé1odo comum para assegurar uma comutação satisfatória, sendo que o sentido
do desloca.t\entO eta tal que produzisse uma ação de desm4~nctização. Pode-se mostrar ( JUC des-
locamentos no sentido de rmação. no caso de um gerador. ou contta a rotação. no caso de um
motor. resuham em um funcionamento instável do motor ou em excessiva queda de tensão no
gerador. Escovas incorretamente posicionadas podem ser detectadas por meio de um teste de
carga. Se as escovas estiverem na posição neutra, a tensão de terminal de um gerador ou a velo-
cidade de um motor d(.'\'CJn pcnnanecer as mesmas. quando o sentido de rotação é invenido. des-
de que as condições de excitação de campo e de corrente de annadurn sejam idênticas.

7.4 FUNDAMENTOS ANALÍTICOS: ASPECTOS DO CIRCUITO


ELÉTRICO
Das E<1uações 7. I c 7.4, o conjugado eletromagnético c a tensão gerada de uma máquina CC
são res-pectivamente,
1~ = Ka<t>dl a (7. 13)

e
Ea = Ka<t>dce>m (7. 14)

onde
pólos c,
Ka= (7. 15)
2:rm
Aqui neste capílulo. símbolos em lctr.ts maiúsculas. E" para a tensão gerada e'~ para a corren·
te de annadura, serão usados para enfatizar que a nossa principal preocupação serão as análi-
ses de regime pennanente. Os demais símbolos são os deli nidos na Seçiio 7. J. As Equações
7.13 a 7,15 são equações básicas usadas na análise das máquinas. A quamidade E/,, é referi-
do. freqüentemente como sendo a pot€ncia eleuomagnélica. A pa..tir das Equações 7.13 e
7 . 14, pOde-se relacioná-la com o conjugado eletromagnélico por meio de

Ea l:t
Tm« = - -
w,.
= Ka<Pdla (7. 16)

A potê-ncia elelromagnélica distingue-se du potência mecânica. no eixo da máquina. pelas


pcrdac; rotacionais. e diferencia-se da potência elétrica, nos tenninais da máquina, pelas per-
das f R do campo em derivação e de armadura. Depois que a potência elelromagnética Eia ti·

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358 MAQuiNAS EltTAICAS

• Solução
A corrente de tenninal pode se-r encontrt1da da tensno de temlinal c da potência como
P•.:~eênci adee.mtada 21.9x I(}'
1,= = =17A
8
v, 123

Assim. a tensão ge-rada é

Da Equaç-ão 7 .8, a velocidade de rotação pode ser obtida como

tt = 110 (F.,.,E,) = (119.4)


- 3000 - -
125
= '2866 rpm

Repita o Exemplo 7.2 observando-se que a máqui na está operando como gerador. com uma
tensão de tenninal de I24 V c uma potência de tenninal de 24 kW.

• Solução
3069 rpm

Nas má(tuinas compostas. pode ocorrer uma outra \'ariução. A Fig. 7. 12 mos1ra uma li-
gação em tlerivuçtio longa em que o c.ampo em derivação está conectado di reramc-nte aos
tenninais de linha e o campo em série está Jocalitado entre ele e a armadura. Uma possibili-
dade ahemativa é a ligtlçlio em derivaçtiO curta, ilustrada na Fig. 7.13, em que o campo em
dcriv;ação foi ligado diretamente à annadurn. estando o campo em série localizado entre ele
..: os tcrmina.is de linha. A corrente do campo em série é então /1_em ve.z de (e as equações
de tensão são adequadamente modificadas. Na prática, há tão pouca distinção entre essas
duas ligações que usualme-nte ignora-se a diferenç-a emre el:lS. A 11ão se-r que ~eja especifica-
do de outro modo. as máquinas compostas serão trotadas como se as c-onexões fossem do ti-
po em derivaç.ão longa.
Embora, em operação normal. a diferença entre a tensão de terminal V1 e a tensilo ge·
rada de armadum E. seja relativamente pequena. ela apresenta uma relação derinida com as
características de de.sempenho. Essa diferença de tensão dividida pelu resistência de arma-
dura determina o valor da corre1ue de armadura /'4 e, conseqüerue-rnente, a intensidade do
n uxo de armadura. A detenninnção completa do comportamento d11 nuíquina requer umn
investigação scmclhame dos fatores que influenciam o lluxo de eixo direco ou. mais pani-
çulnrmcntc. o Ouxo líquido por pólo <l>.,.

-'·
+
1,
_ . Qlmpo
em
-"· +

_
v,
runpo enl
dcrivaçdo
-
Lstrie
Rí:'Q.._~õliO
decarnpo
I
V.
-

FtOuAA 7.13 Ugaçãoem derivação curta de umgetadOt composto.

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CAPirutO 7 MÂOUINAS CC 359

7.5 FUNDAMENTOS ANALÍTICOS: ASPECTOS DO CIRCUITO


MAGNÉTICO
O fluxo líquido IXlf pólo é o que resulta da combinação das FM"'<fs dos enrolamemos de c.ampo c
armaduta. Em uma máquina CC ideal, com a excitação em derivação ou independente. a FMM de
annadurn produz nuxo magnético apenas no eixo em quadr.ttur.t. Entretanto. em um dispOSitivo re-
al. acorrentede rumadura produz nuxo no eixo diJ'CIO, diretameme. por exemplo, corno o rmx:Juzi-
do por umenrolamento de campo em série, ou indirctmncntc por meio dos efeitos de sn.turaçúo, co-
mo foi discutido na Seção 7.3. A interdependência entre a tensão de annadum gerada E,. e as con-
dições do circuito mag.nécico da máquina é, pona.uo, unu função da soma de toda.~ a.~ FMMs ao
longo do caminho de tluxo do eixo polar ou direto. Primeiro, consideraremos a f'MM que foi in·
tcncionalmeme colocada sobre os pólos principais do cscator parn criar o Ouxo de trabalho. isto é.
a FMM do campo principal c. em seguida, incluircm05 os efeitos d;;t reação de anu.;ldura.

7.5.1 Reação de Armadura Desconsiderada


Com a máquina a vazio ou com os dei tos da reação de annadum ignorados, a FMM resuhan-
te é a somn algébrica das FMMs que ::llunm sobre o eixo pri nc i p~al ou direto. Pnra o motor ou
o gerndor composto usual, que tem N, espint.s de campo em derivação por pólo e N, espims de
campo em série por pólo, tem-se
(7.20)
Observe que n FMM do campo em série tanto pode ser somada como ser subtraídn d a FMM
do campo em derivação. A convenção de sinnis da Equação 7.20 é tal que as FMtl.<ts são so-
madas. Por exemplo, na ligaç-ão em derivação longa da Fig. 7. 12, isso correspondcria a uma
ligação em série aditiv-.t na qual/, = 1... Se a ligação desse enrolamento de campo em série fos-
se invertida de modo que/,.= - I,... rormando uma ligação em série subtrativa. então a F'MM do
enrolamento em série seria subtraída da FMM do campo em derivação.
Tennos adicion:lis surgirão na Equ;'Çào 7.20. quando hou\•er enrolamentos adicionais de
campo !lOS pólos principais e <1uando. dife rentemente dos enrolamentos de compensação dn
Scçfio 7.9. esses cnroi:Lmcntos forem concêntricos. em relação aos enrolamentos de campo
nonn.:üs. permitindo um controle mais apumdo. Naturalmente. se o campo em série ou o em
derivaç-ão estive-r auseme, o te-rmo correspondente n.a Equação 7.20 será omitido.
A Equação 7.20 :ICCC.'iccnta ampê.res-espims por pólo à FMM totaJ dos enrolamentos do
campO principal, os quais :uuam sobre o circuito magnético principal. A curva de magnetiza-
ção de uma máquina CC é dada gcrahnentc em termos d~a corrcnle que circuh• apenas no en-
rolamento do campo principal. o qual quase.sempre é o e-tll'olamento do camr)C) em derivação.
quando há um presente. As unidades de FMM dessa curva de mag_~lerizaçiío e da Equação 7.20
podem ser tomadas iguais por um de dois passos óbvios. A corrente de campo na cun•a de
magnetização pode ser multiplic-ada pelas; espiras por pólo daquele enrolamento, d::mdo uma
curva em tcnnos de ampCrcs·cspiras por pólo. Pode.se tambétn dividir os dois membros da
Equação 7.20 por Nr- eonvcnendo as unidndcs pam u corrente equivalente que sozinha produ·
ziria a me~ma FMM na bobina Nr. Assim,

FMM 101:11 = Ir+ ( Z;) /~ ampêres equiv~tlentes de campo em derivação (7 .21)

Freqüentemente. esse último procedimento é o mais conveniente e é o mais comumen-


te adocado. Ct>mo foi discutido em relação :l Equação 7 .20. a ligaç-ão em série do enrolamen-
tode campo dctenninará se a FMM do campo em série será somada ou subtraída da FMM do
enrolamento de campo principal.

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CAPITULO 7 MAQUINAS CC 361

ou, em cennos da velocidade de rotação em rpm.

E, = (.!!.O.) E,.
li
(7.23)

Nessas equações, Cilmo e 110 são a velocidade da curva de magnetização em rndfs c rpm. respec-
tivamente. c E.,, é a correspondente tensão gerada.

U m gerador compos10 de I 00 k\V, 250 V e 400 A. com urna ligação em derivação longa. tem
a resistência de annadura (incluindo as escova'\) de 0.025 O. a resistência de campo em série
de 0.005 O e a curva de magnetização da Fig. 7. 14. Há um campo em derivação com I000 es-
pi ra.~ por pólo e um campo e-m série de três espiras por pólo. O campo e-m série é ligado de tal
modo que uma corrente positiva de annadura produz uma FMM no eixo direto que se soma à
do campo em derivação.
Calcule a tensão de tcnnim1l, pan& a corrente nominal de terminal. ((uando a correrl-
IC do campO em derivação é 4,7 A cu velocidade é 1150 rpm. Despreze os efeioos da rea-
Ç-ão de armadura.

• Solução
Como está mostrado na Fig. 7. 12. pam uma ligaç--ão em derivaç.ão longa.• as correntes da arma-
dura c do c-ampo em série são iguais. Assim,
/, = I. = 1, + Ir = 400 + 4.7 = 405 A
Da Equaçno 7.21, • FMM oooal do campO principal é

FMM totol = / 1 + ( Z;) /,


:;; 4.7 + ( 1 ~) 405 = 5,9 am~res equi\•3lenLe!> de campo em derivaç.A<t
ExaminadO-$e a curva '~= O na Fig. 7. 14, para essa corremc equiv.•lente de cmnpo em
dcrivaçiio.Jê..se uma tensão gerada de 274 V. Com esse valor, a panir da Equação 7.23, pode-
se enc.ontrar a FEM real na velocidade de I I 50 rpm como sendo

E. • (")
-
ltp
E~,= ('150)
-
1200
274 = 263 V

Entilo,
V, = E. - t.(R. + R,) • 263 - 40~(0.02~ + 0.005) • 2S I V

Repita o Exemplo 7.3 para uma corrente de terminal de 375 A c uma velocidade de 1190 rpm.
• Solução
257V

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362 MAOlnNAS EltTRICAS

7.5.2 Efeitos da Reação de Armadura Incluídos


Como foi descrito na Seção 7.3. a correme no enrolamento de annadura dá origem a um efei-
to de desmagnetização causado por uma reação de armadura de magnetização cruzada. A in-
clusão analilic-a desse e(eito não é imediata dc\rido às não linearidades envolvidas. Uma abor-
dagem comum é basear as análises no desempenho medido dtt máquina em (JUCStUo ou de ou-
tnt. com projeto c tamanho semelhantes. Os dados são obtidos excitando-se o campo e a ar-
madura. c os ensaios são conduzidos de modo que os efeitos sobre a FEM gerada possam ser
obserV'.tdos variando-se a excitação do campo principal c a FMM de armadura.
Uma forma de se resumir c correlacionar os resultados esuí ilustrada na Fig. 7. 14. As
CUIV'J.S são plotadas não apenas para a carnctcrística a vazio(/. = 0) mas lambénlJ)ara uma f a.
rnília de valores de 1•. lüu.ão, na análise do desempenho da máquina, a inclusão da reação de
amtadura toma·se simplesrneme uma questão de usar a curva de magnetização que corrcspon·
de à corre111e de amtadura envolvida. Observe que as ordenadas de todas essas curvas forne·
cem valores p.ara a tensão de armadura gerada E11 c não para a tensão de terminal sob cargo.
Observe também que todas as curvas tendem a se sobrepor à linha de entre fem.> <1uando" s::.-
turação do ferro diminui.
As curvas de saturação sob carga são deslocadas para o lado, à direito da curva a vnzio,
por um valor que é função de 1•. O efeito da rcução de :mnndura é cnlão aproximadamente
igual ao de uma FMM dcsmagnctizuntc F0 que alUa sobre o eixo principal. Esse termo adi·
cionaJ pode então ser incluído na Equação 7.20, com o resultndo de que a FMM líquida sobre
o eixo dire1o pOde ser assumida como sendo
FMM liquida= FMM tolttl- FD = Nr/r+ N,l,- F, (7.24)
Assim. a curva de magnetização pode serusada t-omo sendo a relação entre a FE~·I ge-
rada e a excitação líquida sob carga. tendo-se considcrudo que a reação de armudura é urnu
FM~<t de desmagneliz.açlo. Dentro do intervalo normal de opemção (em tomo de 240 até
aproximadamcnlc 300 V, parn a máquina da Fig. 7.14), pode· se assumir que o crcito dcsmag-
nctizantc da reação de armadunt é aproximadamente proporcional à corrente de armadura.
O leitor de\•e terem mente que a quantidade de reação de annadura presente na Fig. 7. 14
foi escolhida para que alguns de seus efeitos inconvenientes aparecessem de forma pronunda-
da nos exemplos numéricos c nos problemas subseqüentes. usados para ilustrar as cumcteristi-
cas de desempenho dos motores c geradores. Definitivamente. está além do que se poderia cs·
perar encon1rar em uma máquina comum bem projetado operando com correntes normais.

Considere novamente o gerador CC composco com ligução em derivação longa do Exemplo


7.3. Como naquele exemplo, calcule a tensão de tennillal para a corrente nominal de terminal
quando a corren1e do campo em derivação é 4,7 A e a velocidade é 11 50 rpm. No cntaruo. in-
clua agora os efeitos da reaç-ão de arrnadura.
• Solução
Como roi calculado no Exemplo 7.3.1, = I,= 400 A e a FMM total é igual a 5.9 nmp(:res c-qui-
valentes de campo em derivaç.ão. Da cun•a indicada por'~ = 400 na Fig. 7. 14 (com base em
uma corrente nominaJ de terminal de 400 A). obtém-se uma FEM gerada com.:sponden1c de
26 1 V (comparada aos 274 V com a reação de armadura desconsiderada). Assim. da Equação
7.23, a tensão gerada real, para uma velocidade de liSO rpm. é igual a

E,=(:.!.) E,.= ("1200


n 11
50
) 261 =250V

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CAPiTULO 7 MAOuiNAS CC 363

Emão,
V, = E,- I,( R, + R,)= 250 - 405(0,025 + 0,005) = 238 V

. . .L __ _ _ _ _ __ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ __ _ _ __ _
EX EI,.,PLO 7 .

Par.t contrabalançar os efeitos da reação de armadura. uma quana espira é acrescentada ao e n ~


rolamemo do campo em série do gerador CC dos Exemplos 7.3 e 7.4, aumentando sua rcsis·
tência para 0.007 O. Repita os cálculos de tensão de 1erminal do Exemplo 7.4.

• Solução
Como nos Exemplos 7 J e 7.4./, =1. = 405 A. A FMM do campo principal pode ser então cal-
culada como sendo

FMM IOUII = 1,+ ( ~;) /, = 4,7+ (.~) 405


::r 6.3 a.m~res equivalemes de campo em derivólç3o

Da c utva de I, = 400 da Fig. 7. I4, com uma corrente equivalente de CillllJ)O em deri-
vação de 6.3 A, lê-se uma tensão gerada de 269 V, a qual corresponde a uma FEM, para
1150 rpm, de

E, = ( -1150) 269=2S8V
1200

Agora. a tensão de terminal pOde ser calculada como


V. = E,- I, (R, + R,) 3 258- 405(0.025 + 0.007) = 245 V

Repita o Exemplo 7.5 assumindo que uma quinta espira seja acrescemada ao enrolamento do
cam1>0 ern série, razcndo com que sua resistência total seja 0.009 O.
• Solução
250V

7.6 ANÁLISE DE DESEMPENHO EM ESTADO PERMANENTE


Embora exata1nente os mesmos prindpios sejam aplicndos à análise de um~1 máquina CC que
esteja atuando como gerador ou motor, a naiUrcza dos problemas comumente cncontmdos em
geral é um tamo di rcrente nos dois modos de operação. Em um gerador. a velocidade é deter·
millada usualmente pdo :acionndor mcdinico primário, c os problemas freqüentemente cn·
contrados são os de detenninar a tensão de tenninal correspOndente com umu carga c cxciw·
ção especificadas. ou encontrar a excimção requerida para se obter uma carga e tensão de ter·
minai especificadas. Entretanto. no ca._w de um molOr, os problemas freqüentemcrue cncon·
trados são os de detenninar a velocidade co•Tespondente a um carga e excitação espcc:ílicas
ou encontrar a excitação necessária paro as condjções especificadas de carga c velocidade:
sendo que a tensão de terminal é fixada freqüememcnte pelo valor da fonte di~ponível. Por-
lanto, as técnicas rotineiras. usadas pam se aplicar os princípios básicos comuns. são difcrcn·
tes uma \'CZ que os problemas são diferentes.

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CAPITULO 7 MÁQUINAS CC 365

Com base nessa equação, é evidencc que cnquunco a lcn~ão líquida nas indutâncias dos
cnrolumcnlos e, - i1(R11 +R,) for posiliva. a corrente de campo c a tensão gerado oorrespOnden·
te ir.:io c~ccr. O crescimento continua alé que as relações de tcns;.1o c corrente, rcprcscntada.s
pela curva de magnetização c a linha de resistência de campo. sejam simultancamcnlc satis-
feicas. o que ocorre em sua interseção e~= (R.+ R,)i,; neste caso. em e, = 250 V na linha Oa da
Fig. 7. 14. Da Equaç3o 7 .25. é claro que a linha de resistência de c,ampo também deve incluir
a resisrência de annadura. E.ntretanco, essa resis1ê1lcia é em geral mui co menor do que a de
campo. setldOusualmente desprezada.
Observe que se a resistência de campo fosse muito elevada, como e-stá mostrado pela li·
nha Ob para R,= 100 n na Fig. 7.14. a interseção ocorreria em uma te-nsão muito baixa e o es~
corvamemo nno seria obtido. Observe também que. se a linha de resistência de camr>o for ba·
sicamente tangente à pane inferior da cur.•a de mag.netizaç.3o, correspondetldo a uma resistên·
cia de campo de 57 .O na Fig. 7 .14, a interseção pode-rá ocorrer em qualquer ponto entre 60 c
170 V, resultando em condições muito instáveis. A resistência correspondente é a resistência
de cmnpo critica. acima da qual não se obtém escorvamento. O mesmo processo de cscorv::a·
mcmo c as mesmas conclusões aplicam-se aos geradores compostos. Em um gerador <.-ompos-
to com excitação em derivação longa. a FMM no campo em série criada pela corrente do cam-
po em derivação é totalmente desprezível.
Para um gerador em derivação, a curva de magnetização para o valor adequado de I. é o
lugar de E~ vers11s / 1• A linha de resistência de campo é o lugar de V, versus 11• Em condições
de operação em re.g ime permanente, para qua.lquer va.lor de Ir- a distância ve.nical entre a linha
e a curva deve ser a queda /~R~ na carga correspondente àquela condição. A determinação da
tensão de tenninal para uma corrente de annadura especificada é então simplesmente uma
questão de se detenninar onde a linha c a curva estão distanciadas verticalmente pelo valor
apropriado. A ordenado da linha de resistência de campo. paro aquela corrente de c.ampo. é
então a tensão de tennin;tl. P..tra um gerador composto. cntrctanco. a FMM do campo em sé-
rie faJ: com que os pontos correspondentes na li nha e na curva sejam deslocados hori7.ontal e
também venicaJmeme. O deslocamento horizoncal é igual à FMM do campo em série, medi·
da em ampêres equivalemes de campo em derivação. e o deslocamento \•enical J>ermanece
sendo a queda l,R,.
Evidememellle, uma grande precisao não pode ser obtida com tais processos de cálculo.
As incenezas c,ausadas pela histercse magnética das m1lquinas CC rau:m com que não seja
possfvel atingir uma alca precisão para qualquer caso. Em geral. a CUf\'<t de magnetização. com
a qual a má(luinn opera em uma d;.1da situação. pode estar entre as partes ascendente c dcsccn·
deme de u1n laço basta1ue largo de hiscercsc, que corrcsponde ao cirtuito magnécico da máqui-
na e depende essencialmente da história magnética do rerro. A curva usada paro a análise é, em
geral. a curva de magneti7,.ação média e. assim, os resultados obtidos são substancialmente cor-
retos na média. Entretanto, para um in~tante em particular, podcrfio ser encontrados valores que
se afastam significativamente da média de de.~empenho de uma máquina CC qualquer.

Um gerador CC em derivação de 100 kW. 250 V, 400A c 1200 rpm tem as curvas de magne-
ti7.aç-ão (incluindo os efeitos de reação de armadura) da Fig. 7.14. A resistência do circuito de
armadura. irld uindo as escovas. é 0.025 ll. O ger.Kior é acionado a uma velocidade constan·
te de I20() rpm, e a excitação é ajustada (variando o reostato do campo em derivação) para que
seja fomecida a tensão nominal a vtrt-io.
(a) Detenni11e 3 te-nsão de tcnninal pam um::a com:ntc de annadura de 400 A. (b) Dc~·c~
se acrescentar um campo em série de quatro espiras pOr pólo tendo uma resistência de 0.005
n. Há 1000 espiras por pólo no campo em derivaç-ão. O gerador deve ser composto plano de

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368 MÁQUINAS Et!TRICAS

Um mo1o r em derivação de 100 HP c 250 V tem as curvas de magnetização (incluindo os


efeitos da reação de armadum) da Fig. 7 . 14. A resistência do circuito de armadura. incluin·
do as escovas. é 0.025 ll. As perdas rotacionais a vazio são de 2000 W c as perdas suple-
mentares são iguais a 1.0 % da saída. O reostato de campo é ajustado para uma velocida-
de a vazio de l i 00 rpm.
a. Como exemplo do cálculo de pontos da carac1eríslica de velocidade X c.arga. detemtine a
velocidade em rpm e a potênc ia de saída em HPs (I HP =- 746 W), correspondendo a uma
corrente de amtadura de 400 A.
b. Como n característica de velocidade x carga observada na parte (a) não é a dcscj~íve l , um
emv lamento de el·lllbiliztzçfiO, consistindo em 1,5 espiras oditivas em série por J)ÓIO, deve
ser r•crescenludo. Há 1000 espiras por pólo no cnrolumcnlo em derivação. Calcule a velo-
cidade corresporldeme a uma corren1e de annadura de 400 A.
• SoluçAo
a. A va~.io, tem-se E. = 250 V. O ponto correspondente na curva de sat uro ç~o a vazio, para
12!Xl 11>m, é

E., = 250 ( t200) = 273 V


IIOO

para o qual/r= 5,90 A. A correme de C-ampo pennanecc cons1arue nesse valor.


Para'· = 400 S. a força comra-eletrom01riz real é
E.= 250 - 400 X 0.025 = 240 v
Da Fig. 7.14, c<>m I,= 400 e 1, = 5.90, o valor de li, seria 26 1 V, se a velocidade fosse 1200
rpm. Então, a velocidade real pode ser encontrada da Equação 7.23

n 240) = IIOO rpm


= 1200 ( -26 1

A polência eletromagnética é
E. I~ = 240 X 400 = 96 kW

Subtraindo as perdas rotacionais. obtém-se 94 kW. Levando em considerações as J'>erdas


suplemenlares. a potência de saída P0 é dada por
94 kW- 0,0 1P0 = Pll

ou
Po = 93. 1k\V ;;; 124.8 HP

Observe que o valor da velocidade corn e.ss.a carga é o mesmo da velocidade a \'a·
zio, mostrando que os efeitos da re.ação de annndura orig.inamm uma curva de velocida-
de X carga basicamente plana.

b. Com 1, = 5.90 A c I.= '~ = 400 A. a F'MM do campo principal em ampCres equivalentes de
campo em derivação é
t .5 )
5.90 + ( t OOO 400 = 6.50 A

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CAPITULO 7 MÂOOINA$ CC 369

Da Fig. 7. 14, o valor correspondente de E.,. parn 1200 rpm. é 271 V. Dessa forma, agora ave-
locidade é
240)1 = 1063 rpm
" = 1200 (-27
A safda de polência é a mesma dn pane (a). Agora. a curva de velocidade x carga es1á inclina-
da devido ao ereito do enrolamento de estabilizaç-ão.

Repita o Exemplo 7.7 para uma corre•ue de annadura de •~ = 200 A.


• Solução
a. Velocidade= 1097 rpm c P. = 46.5 kW = 62,4 HP
b.' Velocidade = 1085 rpm

7.7 MÁQUINAS CC DE ÍMÃ PERMANENTE


As máquinao; CC de fmã permanente sflo largamente encontradas em uma ampla variedade de
aplicações de baixa potência. O enrolamento de campo é substituído por um ímã pcrmanen-
lc, resultando uma construção mais simples. Pura essas aplicações. os ímãs pcnnancntcs ofc·
rccem uma série de beneffcios llteis. A principal é que os imãs não necessitam de excitação
externa nem dissipam a potência correspondente paro criar campos magné.ticos na máquina.
O espaço necessário para os ímãs pennanentes pode ser inferior ao exigido pelos enrolamen-
tos de campo e. assim, as máquinas de ímü pennanente podem ser menores e. em alguns ca·
sos. de custo inferior ao de seus similares com excitação externa.
Por outro lado. as máquinas CC de írnã pennuncntc estão sujeitas às limitações impos·
tas pelos próprios ímãs permanentes. Entre elas, está incluído o risco de desmagnetizaç-ão de·
vido a correntes excessivas nos enrolamentos do motor ou a um sobrcaquecimemo do ímã.
Alérn disso. os ímãs pennanentes são um tanto limitados em relação à intensidade da densi-
dade de fluxo de entrcfcrro que são c.apazes de produzir. No emamo, com o desenvolvimeruo
de novos materiais magnéticos. como o samário-cobalto e o neodímio-fel'f'Oo-boro (Seção 1.6).
essas características estão se tomando menos e menos restritivas em relação ao proje1o de m•í-
quinas de ímã pennanente.
A Fig. 7. 16 mostra uma vista de um pequeno motor CC de ímã permanente desmonta-
do. Observe que o rotor desse motor consiste em uma armadura CC oonvcncionaJ com as lâ~
minas do comutador c as escovas. Em uma das extremidades, há tumbém um pequeno ímã
pennaneme que produz o campo para um tacômetro CA. Esse pode ser usado em aplicações
em que é necessário o controle preciso de velocidade.
Diferentemente de uma máquina CC. cuja excitação de campo é extemn (veja a Fig.
7.23) com uma estru(ura que se caracteriza pela presença de pólos salientes, os moton.."S de í1nà
pcnnaneme. ml como o da Fig. 7.1 6. gemi mente têm uma cs1n1tum de estator lisa consistindo
em uma carc-aça cilíndrica externa (ou uma rração dela) de material magnético pennanente,
com espessura unirorme. magnetizado no sentido radial. Tal estrutura está ilustrada na fig.
7. I7. onde as setas indicam o sentido da magnetização. O rotordà Fig. 7.17 tem comutador. es-
covas e ranhuras para os enrolamentos. como em todas as máqui11a~ CC. Obsen•e ltunbém que,
nesses mo10res, a carcaça externa serve a um duplo propósito: é feita de material magnético
servindo assim de caminho de retOrno para o nuxo magnétit.'O c de supone para os imãs.

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370 M ÁQUINAS EL~llUCAS

I I

F.auRA 7.16 Motor CC de ima permanente desmontado. Um tacômeuo CAde imã perma~
nente para o comrole da velocidade também fat inclufdo no mesmo conjunto. (Buehler Pro-
ducts Inc.)

lmU:s pennu,ncn!CS

-7 nuagrn:lilOOcxs n•.dia.lmt:nle

I " (as SCiàS i.ndicam o So!nlido


""'S'"Ii'"<"•l

I
u
FtouAA 7.17 Seçao transveosal de um motor tlpico de lmã pem1anente. As setas ondicam o
sentido de magnetização dos 1mãs permanentes.

A Fig. 7. 18a de li ne as di mensões de um motor CC de imã penna.1C1lte simi lar ao da. Fig. 7.1 7.
Assuma os seguintes valores:
Raio do roror R,= 1.2 em
Comprimento de entreferro /t = 0.05 em
Espessura do imã t,.. = 0.35 em
Assuma também que o rotor c a carcaç.a c.xtcma sejam fe.itos de material magnético infi~
nitamente permeável (Jl ~ oo) e que o ímã seja de neodímjo-.fcrro-boro (veja a Fig. I. I9).
lgnortando os ç fcilos d:1s r::mhuras do rocor, cslirnc a dens idade de nuxo magnélico 8 no
cncrcfcrro desse mocor.

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CAPITULO 7 M.iOUINA$ CC 371

• SoluçAo
Como foi assumido que o rotor e a carcaça externa s.io feilos de um material com pcnncabi-
lidade rnagné1ica infini ta, o motor pode ser representado por um circuito magnético c<(uiva-
leme consistindo em um entreferro de 2r, em série com uma seção de ncodímio-fcm.>-borc) de
com primemo 21., (veja a Fig. 7. 18b). Obse-rve que esse circuito equivalente é uma aproxima-
ç.i io porque, em um motor, a área da seção re1a do caminho de nuxo cresce com o aumcnlo do
raio, ao passo que. nesse circuilo equivalente, foi suposta constante.
A solução pode ser escrita por analogi:1direta com o Exemplo 1.9. SubSiimindo o com-
primento de cntrdcrro g por 211 c o comprimento do imã /mpor 21... a equação da linha de car-
g:l pode ser escrita como

Essn rclnção pode scr plotuda sobre a Fig. 1.19 puna se determinar o J>OOIO de operação
com base na sua interseção com a curvn de magnetização CC do neodímio·fe-rro·boro. f)or ou·
tro lado. verificando que, em unidades $1, a curva de magneti1.ação CC para o ncodímio-rer·
ro·boro é uma linha reta dada por

encontramos que
R. = R, = 1.09T

Estime a densidade de nuxo magnético do motor do Exemplo 7.8 se o n1io do rotor for au.
mentado para R, = 1.3 crn e a espessura magnética ror diminuída para t,n = 0.25 em.

• Solução
Bm = 8,_ = 1.03T

lmã de ncodfmio·fcmHuo

Dcnu~ do mor ÁreuA

C •rc;•\ôl elll ema R,


J l - 00

(a) ( b)

f iGURA 7.18 {a) Definições das d imensões do motor da Fig. 7. 17, {b} circuito magnético
equivalente aproximado.

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374 W.OUINAS ELflRICAS

Com umn velocidade de 2100 rpm, tem-se

'"•• = (21001'010ÇÕ<S) (2•• r:>d) ( Imin)


X X
mm r 60s
= 220 md/s

Ponanto, da Equação 7.26,


, E, 48.7
Km ; Wm ; ; 0.22 V/(radls)
220

b. A vaz.io. toda a potência fornecida à tensão gerada E. é usada para alimentar as perdas n:r
tacionais. Portanto,
Perdas rotaci-on3is = E.,.l., = 48,7 x 1,25 = 6 1 \V

c. Com uma velocidade de 1700 rpm.

w,, = 1700 ( : ) = 178md/s

e
E. = K,.,w.., = 0.22 X 178 = 39.2 V

Agora, a cotreme de emrada pode se•· encontrada como


V,-E, 48- 39.2 ,.
1,. = = • 8...-A
R, 1.03

A potência clctromugnética pode sc.r calculada como


POR«= E~ I• = 39,2 x lS.54 = 335 W

Supondo que a..c: perdas rotacionais a vazio sejam comnames (cettamente uma aproxima-
ção), a potência de safda no eixo pode ser calculada como:
P_ c P"'" - petd~ rotaciOf\ais • 274 w

M ede-se a re..c:istência de annadura de um pequeno ntOlor CC e obtém-se 178 mO. Com uma
tensão aplicada de 9V. obser\'a~ se que o mo1or opera a vazio com uma velocidade de 14.6CX)
rpm c uma corrente de 437 mA. Calcule (a) as perdas rotacionais e (b) a constante de ronju·
g~td o K"' do motor.
• Solução
a. Perdas rotacionais= 3.90 \V
b. K.= 5.84 x JO"' VI(radls)

7.8 COMUTAÇÃO E INTERPOLOS


Um dos ratores mais importantes que limitam a operação satisratórii:. de umn mtl<tuina CC é a
capacidade de fazer passar a corrente de amladura necessária atruvés dos c.ontatos entre ases.-
cov::L~ c o comutador. sem faiscamento nem excessivas perdas locais por aquecimento das es-
covas e do comutador. O faiscamemo causa enegrecimento, corrosão c dcsg;lStc destrutivo do

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CAPITU'O 7 MAoUINAS CC 375

comutador e da$ escovas, condições que l""ilpida.meme se agt".wam queimando e des1.ruindo o co-
bre e o car\'ãO. O faiscamemo pode ser causado por condições mecânicas defeituosas. tais co-
mo trepidação das escovas o u um comulador áspero q ue se desgastou de fonna não uniforme.
ou por coodições elétricas. como ocorre em qualquer problema de chaveamento. Essas úhimas
condições são afetadas seriamente pela FMM de annadura e pela onda de fluxo resultante.
Como foi indicado na Seção 7.2, uma bobina submetida à comutação está em uansição
entre dois grupos de bobinas de armadura: no final do perfodo de comutação, a corrente nabo·
bina de"e ser· igual e de sem ido opos10 à que tirlha no infcio. A Fig. 7.7b mostra a armadura
em uma posição intemtediária, durante a qual as bobinas I e 7 estão sendo comutadas. Essas
bobinas são cuno~circui tadas pelas esco~·as. Dumme esse período. as escovas devem conti·
nuar conduzindo a corrente de arm,ldura /a do enrolamento de armndum para o circuilo ex ter~
no. A bobina em curto circuito COilStitui um circuito indutivo com uma resis1ência variável no
ccmpo presence no contato da escova, com censões rotacionais induzidas na bobina e com aco·
plamcnto condutivo e indutivo com o restante do enrolamento de annadura.
A obtenção de uma boa comutação é mais uma arte empírica do que uma ciência quanti·
ttttiva. O principal obstáculo à análise qurmtitativa está no comportamento elétrico do filme de
contato entre o carvão e o cobre (escova e comutador). Sua resistência ntloé linear sendo função
da densidu<le c sentido da corrente. da tcmj:X:ratum, do material do escova, da umidade e da pres·
são atmosrérica. Seu <.X>mponamento sob alguns aspectos é idêntico ao de um gás ioni:í'..ado ou
plasma. O fato mais significativo é que uma densidade indevidamente elevada de correme em
uma porção da superf'ície da escov:.1 (e desse modo uma densidade de energia iJldevidaJne,nte aJ.
ta naquela pane do filme de com.aco) produz raiscamento e ruptura do filme naquele ponto. O fiJ.
me de contato também desempenha uma pane imponante no componamcnto mecânico das su·
pcrffcics que estão se friccionando. Em altitudes elevadas. passos específicos devem ser segui·
dos pW11. prcsc.:rvá·lo. senão ocorrerá um desgaste cxtrcmamc.ntc nípido das es<:ovas.
Ponan~o. o fundamento empírico para se assegurar uma comUlaçi'io sem faiscamento é
evitar de-nsidades exce.ssivas de c-otreme em qualquer po1HO de comato entre o cobre e o car·
vão. E.~e fundamento em combinação com o princfpio de se utilizar todo o material em sua
máxima extensão mostra que condições ótimas são obtidas quando a densidade de corrente é
unifonne enl toda a superfície da escova e dunuue o período comple1o de comutação. Tal con·
dição pode ser alcaJlÇada na bobina se ela for comutada com uma variação linear de corrente
com o tempo. Isso corTesponde a uma comutação linear. como a mostrada na Fig. 7.8. e por·
tanto vem a ser o ótimo procurado.
Os principais fatores que tendem a produzir uma comutação linear são as variações no
valor da resistência de conuno das escovas. que resultam da diminuição lii\Car de área n<l bor~
da uaseira da escova e do aumento linear de área na borda dian1eira. Diversos fa1ores elétri ~
cos opõem·se à linearidade. A resistê11cia da bobina comutada é um exemplo. Usualme11te, no
entanto. a queda de 1ensâo nos contatos das e...;covas é suficientemente grande (da ordem de
1,0 V) em comparação com a queda na resistência de uma únka bobina de annadura. podcn·
do-se assim ignorur esta última. A indutância da bobina é um rator muito mais sério. Tanto a
tensão de indução própria da bobina comutada como a tensão de indução mútua de outros bo·
binas (particularmenle aquelas da mesma ranhura). que estão sendo c:omuH1das ao mesmo
tempo. opõem·se a mudanças de corrente na bobina comutada. A soma dessas duas censões é
referida freqüentemente como rensilo de !fatância. O resultado é que os valores de corrente
da bobina curto-circuitada estão atrasados no tcm)X) e-m relação aos valores ditados pela co~
mutação linear. E.'isa condição é conhecida como sulx:omu!âção ou cmm11açt1o atrasada.
Assim, na borda traseira da escova. a indutância de armadura 1endc a produzir perdas
clcv:ldns c faiscamcnto. Para melhorar a comutação. a indutância deve ser mantida em um mí·
11imo usando-se o menor número pOssível de espirns por bobina de armadura e usando-se uma
máquina projetada com pólos múlliplos e armadu.ra curta. O efeito de atrasar a comutação, de~

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376 MAouiNA$ Et.tTAICA$

vido a uma dada tensão de reatância. é minimizado quando a queda de tensão na rcshaência
de contato da escova é significativamente maior do que a tensão de rcatância. Esse fato é uma
dus principais ratões para <JUC escovas de c:trviio sejam usadas. lendo em vista a queda de ICil·
sno apreciável no contato. Quando uma boa comutação é assegurada por meio de quedas te·
sis1ivas. o processo é referido como colmiUJ(:cio resisri~'a. Tipicamente, usa·se como línico mé·
todo ape11as em máquinas de pmência fraci01látia.
Um ou1r0 f<HOr impor1an1e no processo de comutaç5o é a tensão rotaci011al induzida na
bobina cul'r<.rcircuitada. Depende11d0 do sinal, sua tensão pode prejudicar ou ajudar a comu·
1aç.ão. Na Fig. 7.li . por exemplo. a reação de armadura de mat:;ne-lização cruzada cria um Ou·
xo definido na região interpolar. O sentido da 1ensão rotacional COI'I'espondeme na bobina co.
mutada é o mesmo da corrente sob a face polar imediatamente precedente. Essa tensão favo.
rece emilo a co•ttinuação da corren1e com o sem ido anterior e opôe·se à sua inversão. como a
tensão na resistência. Para ajudar a comutação, a tensão rotacional deve se opor à tensão da
reatâncía. O princípio gemi é produzir uma tensão rotacional na bobina que est:l sendo comu·
tada. de modo que a tensão de reatãncia seja compensada aproximadamente. Esse princípio é
chamado de ccmutaÇtio por trnslio. A comutaç.ão por 1ensão é usada em quase toda.ç a..~ má~
quinas de po1ências elevadas que usam comutaç-ilo. Uma densidade de fl uxo apropriada é in·
troduzida na zona de comutação por meio de pólos pequenos e estreitos. localizados entre os
pólos principais. E.<õses pólos auxilia1'CS são chamados imerpolos ou pólos tle commaçlio.
O aspecto geral dos interpolos e um mapa aproximado do nuxo produzido. (luando apc:·
nas eles são excitados. estão mostrados na Fig. 7.21. Os intcrpolos são ru; pólos menores loca-
liz,l(los c.ntrc os pólos principais m:liores <1uc são vistos na seção transversal do mo1or CC mos-
Irado na Fig. 7.2J. A polaridade de um pólo de comu1ação deve ser a do pólo principal in>edia-
tamente à frente dele, isto é, no se•uido de rotação para um gel'ador. e imediatamente atrás pa·
ra um motor. A FMM no i1Herpolo deve ser suficie.,ue paro ne urrali~.ar a FMM de amtadura de
magne11Zação cru1.ad:1 na região interpolar, e mais suficiente para fomecer a densidade de fl u·
xo requerida para que a tensão rotacionaJ na bobina de annadura cuno-circuitada cancele a len-
são de rearãncia. Como ambas a FMM de annadura c a te-nsão de reatãncia são propo rcionais
à corrente de armadura. o enrolamento de comu1ação deve ser conec1ado em série com a arma-
dum. P..tra prcscw.tr a linearidade desejada. o póJo de comutação deve operar com um nível re--
lativamente baixo de nuxo. Us.ando os campos de comutação. pode-!'ie obter uma comu1ação
sem faiscamcnto em máquinas CC de grande porte, deotro de um amplo imcrvalo. De acordo
1
com as nonnas de desempenho da NEMA. uma máquina CC de propósitos gemis deve ser ca·
paz de suportar. durante um minuto e com uma comutação bem sucedida. cargas de 150 por

~~~~~~~:::::::;,~~~~~~~::=~~~~~~~~
;: l~rrod•)
õ==--
campo
l!nrobunento de
FluMl de: çonMI-!açiio ou
Pólo de Pólo de
di.~persão interpol<lr
de in1erpok>
compo
'""po

FIGuRA 7.21 lnlerpolos e seus componenJes de fluxo associados.

NEM A Slandurd$ F\lblicution No. M G l·t998. Motors and ('.enet:uors, Sc:e1ian.~


1
23 ;md 24, NiiiÍon.:all!kCiri<:ul ll.bnufactureli
A$soci.111ion, 300 Non h 17th Stred. Suitc 1847. Ro!>SI)'O. Virginia.. 22209.

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378 M AOUINAS ELETfiiCAS

FtGURA 7.23 Seção de um estator de motor CC que mostra as bobfnas em denvaçao e em


série, os interpotos e o enrotamento de compensação nas faces polares. (WesUnghouse
Electric Company)

do sobre o lluxo de emreferro, devido ao campo principal. à amtadura. uo enrolamento de C()&


muwção e ao enrol ~1 memo de compensaç[lu. é que~ di.stribuição de densidade de fluxo rcsul·
mme. excem pela zona de (.';Olllutaç<lo, é sub~tanc i ahnente :~ rnesmil <-tue a(~~· e l à produzida apc-
O:IS pelo campo principal (Fig. 7.I I). Além disso. o acréscimo de um enrolamento de compen-
sação melhora a velocidade de resposta da máquina porque reduz a ronstante de tempo do cil'-
cuito de ~~rm:-tdu ra .
A principal desvantagem dos enrolamentos de f~t-te polar é o S~.::u cu~tO. São usados em
máquinas projetadas para sobrecargas elevadas ou carg::t..(i rapidamente vari{lveis (os mo1ores
para laminaç;"io de :tço são um bom exemplo de máq uina~ sujeitas a ciclos árdu~ de ltabalho),
ou em nu)tOré.S pl;mcjndos paru opcrnr em amplos intervalos de vclocidndc e controlados pe~
lo campo em det•ivac;.ão. Pot· meio de um resumo e.o:;quemático. a Fig. 7.24 mostra o d.iogrmmt
de circuito de uma máquina composta que usa enrolamento de compen~ação. Neste diagrnrna,
a posição relativa d:ts bobinas indica que os campos de comutnç:io e oomr>ensnção atual'n Sé·
gundo o eixo da (1111ladur:i. e os c~tm pos em dcrivução c em série atuam segundo o eixo dos
t>ólos princip:tis. Assim. obtém·se t•m éOnlrolc bustantc completo do nuxo de entre ferro na
periferia da armadura.

Enrolamento
C~nnpocm
<k comul:u;iiet
deri' :.çiu

Annudura
Roo:-lidü
doçn.mpo
Emó4;un~nto de
compcnsn.;.üo

FIGURA 7.24 Diagrama esquemático das ligações de uma máquina CC.

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CAPITULO 7 M.iouiNAS CC 379

7.10 MOTORES SÉRIE UNIVERSAIS


A Fig. 7.25 mostra umn máquina CC com o etlrolnmento de campo ligado em série. Nessa li·
gação. o fluxo de eixo direto <l>d é proporcional à corrente de amH•dura. Assim, da Equação
7.14, a tensão gerada E, é propotcional ao produto da corrente de annadura pela velocidade
do motor e. da Equaç.ão 7.1 6. vemos que o conjugudo setá proporciona l ao quadtado da cor.
reme de annadura.
A linha tracejada !la Fig. 7.26 mostl'a uma característica típica de velocidade x c.onjuga·
do para esse motor ligado em série, sob condições CC de funcionamento. Observe que. como
o conj ugado é proporcional ao quadrado da corrente de am1adurn, ele depende apenas da
magnitude da tensão de armadura e não de sua polaridade. Se a polaridade da tensão aplicada
for invertida, a magnitude ou sentido do conjugado aplicado não ser.1o alterados.
Quando as estruturas do rotor e do estator de um motor ligado em série são Iam i nadas apro·
priadamente, para que as perdas CA por correntes parasitas sejam reduzida'i, o motor resultante
é referido como motor série universal. Es.se motor te.m a lltil capacidade de poder funcionar com
correntes alternada ou contínua apresentando característic-as: similares. O motor série monofási·
co é. por essa razão. chamado comumente de motor wtivnsal. O ângulo de conjugado é fix(•do
pela posição das escovas e llOmlalmente está posicionado em seu valor ótimo de 90". Se corren·
te alternada for fornecida a um mO(or série universal. o conjugado terá sempre o mesmo sentido.
embora pulse em magnitude com o dobro da freqüência de linha. Um conjugado médio será pi"O-"
duzido e, em geral. o desempenho do motor será semelhante ao de um de corrente contínua.
Pequenos motores universais são usados onde um baixo peso é importante. como em us·
piradores de pós, eletrodomésticos c ferramentas ponátcis, funciommdo usu;1lmcntc com ve·
locidadcs elevadcLS (1500 a 15.000 rpm). As características típicas e~ano mostradas na Fig.
7.26. As caructcósticas CA c CC difcrenciam·sc por duas razões: ( I) Com corrente alternada.

+
+
v, Arnwtdur.&

FIGURA 7.25 Máquina universal ligada em série.

- --J H 1-
tl't-··
1 ~ !''{ i'
' CC
I

. -..
. OOH · '~ -
-- .. ·- ·-··- i'\ \
) 1--·i
0
I
o 20 40 60 80 100
Velocidade nominal por cento

FIGURA 7.26 Caracteristica tfptca de conjugado x velocidade de um motor série universal.

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CAPITULO 7 MÁQUINAS CC 381

tcrvalos por meio do controle do campo ern derivaç&o. do controle da tensão de annadum. ou
da combinaç-ão de ambos. Dependendo das i01ensidades relativas dos campos em derivação c
em série, o motor composto adilivo é um intennediário entre os outros dois e basic.amente J>O-
de apresen1ar as vantagens de ambos.
Em uma ampla variedade de aplicações de baixa potência. com sistemas que operam a
pa11ir de uma fonte CC (aplicações automotivas, eletrônica pon:ítil. etc.). as máquinas CC são
a opção mais efetiva em cusw. Essas máquinus CC são construídas com uma larga faixa de
configurações e muitas de.Jas baseiam-se na excitação com imã pennancntc. Apesar da ampla
V'J.ricdade de máquinas CC que podem ser encontradas nessas diversas aplicações. os .seus de-
sempenhos podem ser facilmente determinados usand<rse os modelos e as técnicas apresen·
LUdas necStc capítulo.

7.12 PROBLEMAS
7.1 Considere um motor CC de excitação independente. Descreva a va.riaç.ã.o da velocida-
de do motor a vazio sob as segui.ntes condições:
a. A tensão de tenninnl de annadura é variada enquanto a corrente de campo é manti·
da consmme.
b. A corrente de campo é variada ao passo que a te11são de tennina l de armaduta é
mantida constante.
c. O enrolamento de c-ampo é ligado em derivação diretamente nos tcrminnis da arma·
dura. e então a tensão de terminal de armadura é variada.
7.2 Observa·se que um motor CC em derivação. operando com uma tensão de tem1inal de
armadura de 125 V, está funcionando a uma velocidade de 1180 rpm. Quando o molOr é
operado sem carga com a mesma tensão de tenninal de annadura. mas com uma rcsis·
tência adicional de 5 Q em série com o campo e:m derivação. observa-se que a vclocidu·
de é de 1250 rpm.
a. Calcule a resistência do campo em série.
b. Calcule a velocidade resultame do motor quando a resistência em s6ric é aumenta·
dade5!h 150.
7.3 Para cada uma das seguintes mudanças nas condições de operação de um motor CC
em de-rivaç.ão. descreva como a corrente de armadur.t e a velocidade irão v~riar:
a. Reduzindo à metade a tensão de terminal de armadura enquanto o fluxo de campo
c o conjugado da carga permanecem constantes.
b. Reduzindo iL metade ~t tensão de termina] de annadura enquanto a corrente de c.am-
po e a pOtência da carga pennanecem constantes.
c. Dobrnndo o nuxo de campo enquanto a tensão de tcnninal de annadum e o conju-
gado da carga permanecem constantes.
d . Reduzindo à 01e1ade ambos o fl uxo de campo e a tensão de terminal de-armadura
enquanto a potência da carga permanece constante.
c. Reduzindo à metade a te.nsão de tenninal de annadura enquanto o nuxo de campo per-
mam:cc constante e o conjugado da carga varia segundo o quadrado da velocidade.
São necessárias apenas breves descrições quantitativas mosttando a na1ureza geral do
efeito como. por exemplo...velocidade aproximadamente dobrnda''.
7.4 A curvn de magnetiwção de velocidade constante de uma máquina CC de 25 kW e 250
V, para uma velocidade de 120() rpm, está mostrada na Fig. 7.27. Essa máquina tem ex-

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382 M.iouiNAS ELffiuc:As

300

>200
250

. ·- -··--
i/
~
l •so . . )
;;:
1-·-
!f )(XI

5(
·;
oo
. .

0..5 1,0
'
1.5
'
2.0 25
Com-nrt de cnmpo. A

FIGURA 7.27 Curva de magnetizaçao para 1200 rpm do gerador CC ôo Problema 7.4.

ciração independente e uma resistência de armadura de 0. 14 !l. Ela deve operar como
um gerador CC. sendo acionada por um motor síncrono de velocidade const:mtc.
a. Qual é a corrente de annadura nominal dessa máquina?
b. Com a velocidade do gerador mantida constante em 1200 rpm c se a corrcme de ar-
madura for limitada a seu valor nominal. calcule a saída de polência máxima do ge-
rador e a correspondente tensão de armadum par;~ correntes de campo conswnres de
(1) 1.0 A. (ií) 2,0 A c (iil) 2,5 A.
c. Repila a J>ane (b) se a velocidade do gerador síncrono for reduzida a 900 rpm.
~7.5 O gcmdor CC do Problema 7.4 deve o perar co m uma velocidade con.st;.\ll te de 1200
rpm atuando sobre uma resistência de carga de 2,5 Q .
a. Usando a função ' "splinc()"" do M ATLAB c os pomos da curva de magneli >.ação da
Fig. 7.27 para O. 0.5. 1,0. 1,5, 2.0 e 2.5 A, crie uma plotagem em MATLAB para a
curva de magneti7...ação da Fig. 7.27.
b. Usando a função "spline()"" como na parte (a). use o MATLAB para plo<ar (i) a lcn-
são de terminaJ c (it) a potência entregue à carga quando a corrente de campo do ge-
rador é variada de O a 2.5 A.
7.6 A máquina CC do Problema 7.4 deve ope-rar como motOI', alirnemado com uma tensão
constante de tenninal de armadura de 250 V. Se os efeitos de saturação fo•-em ignora-
dos. a c.urva de magnetização da f ig. 7.27 toma-se uma linha reta, com uma inclina-
ção constante de 150 V por ampCre de corrente de campo. Para os propósitos deste pro-
blema, você pode supor que os efeitos de saturação sejam dcsprcz.ívcis.
a. A ssumindo que a corrente de campo seja mantida constante em 1,67 A, plote a velo-
cidade do •notor em função da potência no seu eixo quando essa varia de O a 25 kW.
b, Assumindo que a corrcnlc de campo possa ser ajustada de modo a manter a veloci·
dade do motor constante em 1200 rpm. plote agora a corrente de campo requerida
em função da potência no eixo do motor quando essa varia de O a 25 kW.

IIJ'·' Repita o Problema 7.6 incluindo os efeitos de sacuração representados pela curva de
saturação da Fig. 7.27. Para a pane (a). tome a cOJTCnte de campo igual ao valor neces-
sário para produzir uma tensão de terminal de armadura em circuito abeno de 250 V, a
1200 rpm. (Sugestão: Esse problema é resolvido mais facilmente usando MATLAB c
sua função ··spl inc()" como no Problema 7.5.)

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CAPiTULO 7 MAOUINAS CC 385

FEMgeroda, V 375 400 425 450 475


Comnte do campo em série. A 227 260 301 350 402

Detcnnine o conjugado interno de partida quando a corrcutc de partida for limitada


a 460 A. Suponha que a rcaç.ão de armadura seja equivalente a uma FMM de des·
magnetiz..<tção que varia com o quadrado da corrente. (Sugestão: Es.sc problcmn pO-
de ser resolvido graficamente ou usando a runç--do ··spl inc()" do MATLAB pam re-
prese-mar a curva de magnetização.)
7.16 U m motor em derivação de 25 k\V e 230 V tem uma resistência de armadura de 0,1 1
0 e uma resistência de campo de 117 0 . A vazio c na tensão nominal, u velocidade é
2 150 rpm c a corrente de armaduru é 6.35 A. Em plena carga c na tens.iio nominal, a
corrcn1e de armadura é 115 A e, devido à reação de annadura, o fluxo é 6 por cen1o
menor do que seu V'.,tlor a vazio. Qual é a velocidade a plena carga?
7.17 Um ventilador de fluxo axial de 91 em deve fornecer 16.1 m)/s de ar contra uma pres-
são estática de I20 Pa quando estiver girando a uma velocidade de I 165 rpm. O venti-
lador tem n seguinte característica de velocidade x carga:

Velocidade, rpm 700 800 900 1000 1100 1200


Potênda.kW 3.6 4.9 6.5 8.4 10.8 13.9

~proposto que o ventilador seja acionado com um motor CC em deriviiÇàO de quatro


pólos. 12.5 kW, 230 V c 46.9 A. O motor tem um cnrolnmcnto de armadura. com dois
caminhos paralelos c Ca = 666 condutores ativos. A resistência do circuito de annadu-
ra é 0.215 n. O nuxo de armadum por p61o é <l>, = ro·' Wb, e os efei1os da reação de
annadura podem se.r desprezados. As perdas rotacionais a vazio (consideradas cons·
tames) são estimadas c.m 750 \V. De1ennine a potência de saida no eixo e a velocidade
de funcionamemo do mo1or quando es1e é coneclado à carga do vemilador e opemdo
com uma fome de 230 V.
(Suge-stão: este problema pode ser resolvido facilmente usando MATLAB para reprc-
semar a carac1erís1ica do vemilador por meio dil função ··spline()" do MATLA8.)
7.18 Um motor em derivação opcrundo a partir de uma linha de 230 V tem urna corre-rtte de
armadura de 46,5 A, a plena carga. c funcionn com uma vei()Cidade de 1300 rprn. tan-
tOa vazio como a plena carga. Os seguintes dados sobre o motor estão dispollfveis:
Resistência do circuito de armadura (incluindo escovas)= 0.17 Q
Espiras por pólo do campo em derivação= I 500 espiras
A curva de magneti7.ação obtida com a máquina fUilCionando como motor a vazio e
1300 rpm é
E•• v 180 200 220 240 250
r, A 0.98 1.15 1.46 1.93 2.27

a. Determine a corrente do campo em derivação desse mOlor, a vaz.io c 1300 rpm.


quando é ligado a uma linha de 230 V. A vazio. assuma que a resistência do circui-
10 de armadum e a reação de armadura sejam desprezíveis.
b. Detemtine a reação de annadura efetiva a plerla carga e m ampêres-espira.<.; por pólo.
c. Quantas espirus de campo em série.devem ser acrescentadas para que cs...:;.a máquina
torne-se um motor composto aditivo com excitação em derivação lor1ga, cuja velo-

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386 M ÁQUINAS EL~l111CAS

cidade seja I 2 10 rpm quando a corrente de armadura for 46.5 A c a tcn!'fio aplicada
for 230 V? Assuma que o campo em série tenha um;;• rcsistêncin de 0,038 O.
d. Se for i nstalado um enrolamento de campo em série, tendo 20 espi ras J)()l' pólo e
uma resistência de 0.038 O, determine a velocidade quando a corrente de annadu·
ra for 46,5 A c a tensão aplicada for 230 V.
(Sugestão: Esse problema pode ser resoh1ido graficamente ou usando a função ..spl i·
ne() .. do MAfLAB 1mra represe.uar a curva de magneti1.aç-ão.)
7.19 Um motor em derivação de 7.5 kW e 230 V tem um campo em dcrivaç5odc 2000 cs·
piras por pólo, uma resistência de arm:•dura (incluindo as escovas) de 0.2 1 O c unm rc·
sistência de campo de comutação de 0.035 n . A resistência do campo em derivação
(sc•n o reost<HO) é 3 10 0:. Quando o mo«or es1á opcmndo à vazio corn a censão norni·
nal de terminal e uma resistência variável de c-ampo em derivaç.ão, os seguintes dados
são obtjdos:

Velocidade. rpm 1110 1130 1100 1200 1240

/"A 0,672 0.634 0.598 0.554 0.522

A corrente de annadura a vazio é desprezJvel. Quando o motor está funcionando a pie·


na carga. com a tensão nominal de tenninal e uma corrente de campo de 0.554 A. ~1
correme de annadura é 35.2 A e a velocidade é 1185 rpm.
a. C~•l cu lc a reação de armadura a plena c.arga em ampêrcs·espir.L'i equivalentes de
desmagnecização por pólo.
b. Calcule o cor1jugado eleuomagné-aico a plena carg<l nessa condição de opcruçào.
c. Qual scrú o conjugado de partida produzido pelo motor com a corrente de campo
rn;íxima, se a corrcncc de annadurn de punida for limi1ada a 65 A? Assuma que. nes ~
s.a~ condiç(>eS. n rcaçtto de ~trm tKiurn scj11 igual u 160 ampêrc-s-espiras por pólo.

d. Projete um enrolamento de campo em série que pe-rmita uma velocidade de 1050


rpm. quando o motor estiver carregado com uma corrente de w·madura de 35.2 A e
<Juando a corrente do campo em deri\•ação for ajustada llar.a dar uma velocidade de
1200 rpm a vazio. Assuma que o campo em série te-nha uma resistê11cia de 0.05 n.
(Sugestão: Esse problema pode ser resolvido groficarnente ou us~u1d0 a ft•nção "spli~
nc()" do MATLAB pam represe-ntar a curva de magnetizaç.ão.)
7.20 Quando operando na tensão nominal. um molor em derivação de 230 V fu nciona
com 1750 rpm tanto a plena carga como a vazio. A corrente de armadura a plena car-
ga é 70.8 A. O enrolamento do campo em derivação tem 2000 espir.ts por pólo. A re·
sistência do c ircuito de armadura (incluindo C$covas e interpolos) é 0. 15 O. A curva
de magneti7..açtio para 1750 rpm é
E•• V 200 210 220 230 240 250
0.40 0.44 0.49 0.55 0.61 0.7 1

a. Calcule o cfeiao de desmagnetização da rcaç.ão de armadura a plena carga.


b. Um e nrolamento de campo em série aditivo. com excitnção e m derivação longa.
tendo quatro espiras por pólo e uma 1-esislê-ncia de 0.038 0., é acresccnt:tdo à m.á(Jt•i -
na. Calcule a velocidade paro a corrcme de plena carga e a wnsUo nominnl. A cc)r-
rerne do campo em derivaÇão scr.í igual à da pane (a).
c. Com o enrolamento do c~unpo em série da parte (b) instalado. calcule o conjugado
de partida imcrno em N.rn. quando á corrente de partida da annadurn é limitada a

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CAPiTULO 7 MÁOUIHAS CC 387

125 A. Assuma que o correspondente efeito de desmagnctiu tç5o <la reação de amta-
duru seja de 230 ampC- s-cspims por pólo.
(S u ge~utio: Esse problema pode ser resolvido g:ralicamenre ou usando a função "spli-
ne()" do MATLAB para representar a curva de magne1ização.)
7.21 Um mmor CC em derivação de 230 V tem uma resistêJlcia de circuito de armadura
de 0,23 .Q. QuaJldo está funcionando com uma fonte de 230 V e acionando uma car-
ga de conjugado constante. observa-se que o motor tem uma corrente de armadura
de 60 A. Agora, uma resistência extema de 1.0 n é inserida em sétie com a annadu-
ra, ao passo que a com:nte do campo em derivação muntém-se inuherada. Despre-
zando os efeitos das perdas rowcionais e a reaç.ão da armadura. calcule
a. a corrente de armadura resultante e
b. a altcraç5o fracionária da velocidade do motor.
~ 7.22 Uma aplicação industrial comum dos motores CC série é o acionamento de guindas-
tes e e levadore$ de carga. O presente problema volla se ao cálculo das características
4

de desempenho de urn mo1or selecionado para exe-rcer tal tipo de acionarnenlo. O mo·
10r específico escolhido é IOU\Imente selado com u m cnrolomcnto em série de 230 V.
Quando está operando como guindaste. tem uma especificação nominal de 100 kW
durante meia hora com uma elevação de temper~nura de 75~. As carac1erfsticas de de 4

sempenho n 230 v do motor somente estão listadas na Tabela 7. 1 e são iguais às ell-
comradas no em á logo do fabricatUe. A resistênc ia total da armadura (incluindo as e,s-
covas) e do e1lrolamemo de comutação é 0.()65 n. e a do enrolame nto do campo em
sé-l'ie é 0,027 Q. Os efeitos da reaç-ão de annadura pode m ser ig110rados.
TABELA 7.1 Cataclensticas do motor do Problema 7.22

Corr-ente de linha Conjugado no eixo Velocidade


A N·m rpm
100 217 940
200 570 6>0
300 1030 5>0
400 14$0 475
500 1980 438
600 2470 407
700 3000 385
800 3430 370

No levantamento, o motor deve ser ligado como na F'ig. 7 .28a c. no abaixamento. co·
mo na Fig. 7.28b. Na primeira lignç5o, o controle consiste apenas em uma resistência
em série. A segunda forma permite frenagem dinâmica. com o campo religad o em d e-
rivação com o acréscimo de uma resistênc ia ajustável em série.
Você usará o MATLA6 para plotar algumas amostras das curvas de velocidade x con·
j ugado (velocidade em função do conjugado) para determinar se o motor c o controle
sUo adequados para a aplicação espccific.ada. Plote todas as curvas usando um línico
par de eixos que cubmm de forma aproximada os interva.los de conjugados c magnitu·
dcs cncontmdos na Tabela 7.I . Preveja valores positivos e negativos de velocidade.
com:spondcndo ao levantamento c ao abaixamemo respec1ivamente, a.~s im como va.
fores positivos c negativos de conjugado. corrcspondendo a conjugados cujos sentidos
süo de clcvnr c abaixar a carga respectivamente.
a. No ca(õo da l i g~1ção usada no IC\'antamento. plote as curvas de vclocid::~dc c conju·
gado. com valores para o resistor de controle R, de O. 0.3 e 0.6 n. Se. dentro do i n·

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388 MAouiNAS EL~fAICAS

(aJ (b)

FtaURA 7.28 Motor série de guindaste (Problema 7.22): (a) ligação para levantamento e
(b) hgaçao para abaixamento.

tcrvalo de conjugados cobcnos. qualquer uma dessas curvas se estender até o quar 4

to quadnmte. interprete fisicamente o que signilica o funcionamento nesse regime.


b. P..tra a ligação de abaixamcmo, plote curvas de velocidade x conjugado para R1 = 0.3
n c R2 = 0.30.. A porção mais importante dessa curva está no quarto quadrante. mas
se ela se estender até o terceiro quadrante. esta região também dcvcní ser plotada e
interpretada fisicamente.
c. Na parte (b). qual é a velocidade de abaixamento que corresponde a um conjugado
de 1500 N.m'? (Suge~Hão: isso pode ser encontrado facilmente usando a função
"spline()'' do MATLAB.)
7.23 Um motor em derivação de 25 kW e 230 V tem uma résistência de armadura de 0.064
O e uma resistência de circuito de campo de 95 !l. Na tensão nominal, o motor entrega
a J)()têocia nominal de s.aCda quaJldo sua corteJHe de armadura é de 122 A. Quando o
mu.or está ftmcionando na tensão nominal. obscrva·sc que a velocidade é de 1150 rpm
quando a máquina está carregada de modo tal que a corrente de annadura seja 69.5 A.
a. CaJcule a velocidade desse motor para a carga nominal.
Para pi'Oteger ambos o m()(Or e a fome CC de alime~t~.açiio duram e as condições de par.
tida. uma resistência ex tema será ligada em série com o enrolamemo de amutdura (com
o enrolamento de c.ampo pennanecendo ligado diretamente à fonte de 230 V). A seguir. a
resistência será ajustada automaticalllente em passos de modo que a corrente de :mnadu·
ra não exceda a 200 pOr cento da corrente nominal. O tamanho do passo será dctennina·
do de modo tal que, até que toda a resistência externa tenha sido reduzida a zero, não se
pennitirá que a corrente de amladura caia abaixo do valor nominal. Em outras palavras, a
purtida da máquina deve se dar com 200 por cento da conente nominal de annadura e. lo-
go que a corrente tenha baixado até o vnlor nominal, <k.~·e-sc reduzir suficientemente are-
sistência em série para que a corrente seja elel·ada novamente até 200 pOr cento. Esse pnr
cesso será repetido até que toda a resistência em série tenha sido eliminada.
b. Encomre o valor máximo da resistê,ncia em série.
c. Quanto de resistência deve ser retirado em cada passo, durante a operaç-ão de parti·
da. e em que velocidade deve ocorrer cada mudança de passo?
7.24 Os dados de especificação de um fabricante para urn motor CC de imã pcnnancnte indi-
cam que ele tem uma constante de conjugado de K,.. = 0.2 1 V/(rad/s) e uma resistência de
amladura de 1,9 n. P'.t.nl uma tensão aplicada CC de annadura constante de 85 V, calcule
~•. a velocidade a vaz,io do motor em rpm e

b. sua corrente c conjugado (em N.m) de estol• (velocidade ze1o).


c. Plote o conjugado do m01or em função da velocidade.

• N. de T.: do inglês nafl.

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CA P ÍT UL O

••
Máquinas de Relutância Variável
e Motores de Passo
s múq•~ittá.f de relutância variá,•et (freqUenlemente ab•·eviadas corno MRVs) são tal vez
A ~·
mais simples das m:lquinas. Cons istem em um cstator com enrolamentos de cxcit:tÇiio c
um rotor magnético com saliências. Os condutores do rotor não são porque o con- nece.~~ários
jugado é próduzidl'• pela tendência do roto r à se alinhar com a o nda de fluxo produ-z.idu pelo
estato•·. de modo a maxi mizaJ' os fluxos concatenados que resultam da aplicaç.ão de uma dada
corrente de cs1n1or. A produÇI10 de conj ugndo nessas máquinas pOde ser analisada us.andO·SC
as téc.nicas do Capftulo 3 e o fato de que as indut.âncias do enrolamento do estator são funções
da posição angular do rotor.
Ernbora o concei10 de MRV seja conhecido já há muito tempo. :•penas nas déc{•das re-
centes essa~ máquinas começaram a ter um amplo uso em aplicações de engenharia. Isso é
devido e m grande parte ao fato de que. embora sejam de construção simples. elas são um
tanto complicadas de serem com roladas. Por exemplo. para se produzir conjugado, deve-se
conhecer a pos i~ào do rotor para que os enrolamentos de fase sejam apropriadamente ener-
giz:.dos. A <un.pla disponibilidade e o baixo custo da microelcu-ônicn c da eletrônica de po-
tência tomamm as NtRVs competitivas. em re l ;~ção ;;1 outras tecnologias de motores. dentro
de urna umpla faixa de aplicuçôes.
Excitando seqiiencialmcntc as fases de uma MRV. o ro(Or irá girar na fomta de uma se-
qOência de passos. girando de um ângulo especffic.o a C-ada passo. Os mmor~s d~ pa.ts() são
projetados para tirar vantagem dessa camttcrí.stica. Esses motores frcqiiente.mcnte combinam
uma geometria de reluUi.ncia variável co1n im5s permanentes para produ'Z.ir aumentos de con-
jugado e na precisão de posicionamento.

8.1 FUNDAMENTOS DA ANÁLISE MRV


As máquinas comuns de relut3Jtcia \'a••iável pode.m sei' classificadas em dois tipos: MRV sa-
lierue e MRV duplurne111c saliente. Em runbos os casos. as su:lS c:aractcristicas mnis notfiveis
são rotorcs sem enrolamentos nem irnãs permanentes c uma única ronte de excitaç-ão aplica·
d~• aos enrolamentos do estator. Isso pOde ser umu camttcrí.stica imponantc porque significa
que todas as perdas resistiva.~ de enrolamento da MRV ocorrem no estatOE'. Como geralmeme
o estator pode ser facilmente refriger-ado com rmLiSeficiênCiil que o rotor. o resultndo frcqticn-
temente é um mmor menor pam um dada especificação de potênc-ia e tamanho.

' As máquina!' de rclul!mda \'ariâ\"el são fre<tÜC'."Icmtntc n'!fcfidas como mJ'I";,•as <I~ rt'llltdr~l'l'a dw•wldo (SRM - Swlrclrffl
Rdr~UUUY Machints) pura indk-ru-a rombinaçiio de uma f\. IRV e um im·ersor chaveado n«d..iário p:tl'l adooá·la. Es~ tetmo
é Jl(Jp.llat n:• lher.uu~ l élo':nict~ ,

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CAPITULO 8 MÁOUINAS DE RELUTÁNCIA VARIÁVEL E MoTORES DE PASSO 391

Como foi discutido no Capilulo 3. para produzir conjugado. as MRVs devem ser pm·
jetadas de modo que as indutâncias dos enrolame1HOS do estmor variem com ::. posição do
rotor. A Fig. 8.1 a mostra a seção rew de uma MRV de ro1or ~·a/iente ou apenas MRV sllfien-
te* . Pode-se ver que ela consiste em um cstmor nüo s.alicnlc e um rotor saliente de dois J)(.~ ­
los, ambos construídos com material mugné1ico de alia pcnncabilidadc. A fig um mostra um
enrolamento de duas fases apenas. mas é possível um número qualquer de fases.
A Fig. 8.2a mostra a forma de variação das indutâncias do estator em função do fin-
gulo do rotor 8,n par.t uma MRV saliente como a da Fig. 8. 1a. Observe que a indutância de
cada enrolamento de fase do estator varia com a posiç.ão do rolOr de modo que a indu tân~
cia é máxima quando o eixo do rotor está alinhado com o eixo magnético daquela fase c
mínimo quando os dois e ixos são perpendiculares. A figu ra mostra também que a i ndután~
cia mútua e ntre os enrolamentos de fase é zero quando o rotor está alinhado com o eixo
magnético de qualquer uma das fases. mas que \'aria periodicamente com a posição do rc)-
tor nos demais casos.
A Fig. 8.1 b mostro a vista em seção reta de uma MRV duplttml'nte snlieme*" de du:-Ls fil·
scs em que ambos o rotor e o cstator têm pólos salientes. Nessa máquinu, o esl;.uor tem qua-
tro pólos. cada um com um enrolamento. No entanto. os cn rolt~mcntos de pólos opostos têm
a me.~ ma fase; podem ser conectados em série ou em paralelo. Assim. essa máquina é bem si-
milar à da fig. 8. Ia no sentido de que h5 um enrolamento bifásico de estator e um rotor de
dois pólos salientes. De modo semelhame, a indutância por fase dessa configu ra-;·ão varia des-
de um valor máximo, quando o eixo do rotor está alinhado com o eixo daquela fase. até um
mínimo, quando são perpendiculares.
Diferentemente da máquirla de r01or snlierne da Fig. 8. 1a, supondo que a relutância do
ferro seja desprezível. as irldutãncias nhíiUas emte as fase,s da MRV duplameme saliente da
Fig. 8. 1b ser-do zero, com exc.eçào de uma pequena componente essencial me me constame as-
sociada ao flu xo de dispcrSüo. Além disso, as saliências do es1:110r i1urnenta1n a difere,nça e.n-
tre as indU1ãncias máxima e mfnima, o que por sua vez aumema a capacidade da máquina du-
plamente saliente de produzir· conjugado. A fig. 8.2b mostra a forma de variaçrio das indut:ln-
cias 1>0r fase para a MRV duplamente saliente da Fig. S. Ib.
A ratão emre o Ouxo concmenado e a corrente para a MRV salieme é da fonna

(8. 1)

Aqui !.11 (0. ) e Lu(8m) s.oio áS indulfin<:ias próprias das fases I c 2 respectivamente. e
L 1:(0. ) é á indutância mútua. Por sirnelriá, observe que
L n(O.,) = L11 (0"- 90°) (8.2)

Observe também que todas essas indutâncias são pcri6c.Jicas. com t lm período de ISO". porque
uma rottlção do rotor de 18011• a panir de qualquer posição angular dada, não rcsulw em ;alte-
rações no circuito mt~gnético dt~ máquina.
Da Equação 3.68. o conjugado e letromagnético desse sistema pode ser determinado t1
partir da co-energia como sendo

(8.3)

• N. de T.: Em inglês. singly·saliem VRAI.


.. N. de T.: Em inglês. doubly·.fali~•l VRM.

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392 MÀOUINAS EltTAICAS

Eixomag,nélico
d.:a fase- 2

-2 !--''-+
Eixo ma.g.nélicO
da fase 1

(a)

Eh.o m~élico
d.'l fnsc 2

Eixo do rowr

Ei.-:.:t nlagnélicO
da rase I

(b)

FIGURA 8.1 Máquinas bifásicas básicas de f&lulância variável; (a) saliente e (b) duplamen·
te sa11ente.

em que a derivada parcial é Oblida mantendo i 1 e;:! constantes. Aqui, a co-energ.in pode ser ob-
lida a partira d a Equaç-ão 3.70,
I I
\\~~mpo = 2L 11 (8n,)ir + L •z<Orn)i 1i2 + 2Lz::(Om>;i (8.4)

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CAPITUlO 8 MAO<JINAS DE RElUTÂNCIA VAAIAVEl E MOTORES DE PASSO 393

''
j/ '',1
- SO" , O" 180''
\
·-. ../
l.u(Om)
I \
.'-. _.,·
j

( a)

lbl
F1ou•• 8.2 Gráficos de Indutância versvs em para (a) a MRV saliente da Fig. 8 . 1a e (b) a
MAV duplamente saliente da Fig. 8.1b.

Assim, combinando a.o; Equações 8.3 e 8.4, o conjugado é dado por


T. _ ~ . 2 </Lu!Om) . .,tiL.,(O. J ~ . 2 tiL,(9,.)
In('(' - 2 11 dOm + 111"' dOm + 2 12; dOm (8.5)

Para a MRV duplamente salicme da Fig. 8.1b, o lenno de indtuância nu.ítua d L12(0.nJM(},
é zero e a expressüo do conjugado dada pela Equuçiio 8.5 é simplificada resultando
T. I . 2dLu(9m) I ,,tiL,(O.,)
(8.6)
m« = i' I dOm + 2'i dOm
Então. a substituição da f<Juação 8.2 dá
T. _ ~;2t/Ln (8n,) ~;:dLu (O." - 9<'r) (8.7)
ll'IC'C - 2 1 tlOm +22 dOm

As Equações 8.6 e 8.7 ilustram uma característica imporlante das MRVs em que os crei1os de
indutância mútua são desprezf\'eis. Nessa.; máquinas, a expre-ssão do conjugado consis1e em
uma soma de tcnnos. c~ um dos quais é proporcional ao quadrado de uma corrente de rase
individual. Como resultado. o conjugado depe.nde apenas do módulo da.~ correntes de rase e
não de suas polaridades. Assim, a eletrônica que fornece as correntes de rase pam e..o;sas nlá·
quinas pode se.r unid i recional~ is10 é. correntes bidirccionais não são necessárias.
Como tipicamente as correntes de rase são ligadas c desligadas por chaves de estado só-
lido. tais corno transistores ou tiristorcs. c como cada chave de ..·e lidar com as corrcnlcs em
apenas um sentido. isso significa que o acionamento do motor requer apenas metade do nú·
mero de chaves (aSsim como mcladc da eletrônica de controle correspondente) que seria nc·
ces..o;ário em um acionamento bidirecional corrcspondcnlc. O resultado é um sistcmn de acio-

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396 M ÁQUINAS E LETmcAs

I..,., • 0. 128 f-1

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(C)

fiGURA 8 .4 (a) l 11 (8,.,) versus 8m• (b) dL 11(8m)Jd8mversus 8" e (c) conjugado versus 8""

tornado tanto posilivo como negativo simplesmente-selecionando apropr iadamen-


te as correntes de fase.
(iii) Para 8,.. ::: 75<>, a fase I não produz nenhum conjugado, ao passo que a fa.~
. 2 produz
um conjugado f>OSitivo de •nagnilude Tm,., 2 . Assim. o conj ugado líquido 1'lessa posi-
ção é t>Ositivo e de magnitude I .53 N.zn. Obser\'e que não há nenhuma combinação
de correntes de fase que sej a cap.az de produzir um conjugado Jlegativo nessa posi.
çiío porque o conjugado d3 fase I é sempre nulo. ao passo que o da fase 2 pode ser
apenas positi\'O (ou nulo).

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CAPiTULO 8 MÃ.OUINAS DE R ELUTÂNCIA VARIÁVEL E MOTORES DE PASSO 397

Repita os cálculos do Exemplo 8.1 , 1)3ne (c.), para o caso em que a = fJ = 70~.
• Solução
(i) T =O N · m
(ii) T = ON · m
(iii) T = 1.59 N. m

O Exemplo 8. 1 ilustra uma série de considerações que sno imponante.s no projeto de


MRVs. É evidente que essas máquinas devem ser projetadas de modo que sejam eviwdas as
pOSições de rotor em que nenhum;;~ dcssns fases seja capaz de produzir conjugado. ESS:<) é uma
preocupação presente no projeto de máquinas 412. as quais sempre apresentam tais pOsições
quando são construídas com cntreferros unifonncs c simétricos.
Também está claro que. para se operar uma MRV com características especificadas
de conjugado. as correntes de fase devem ser aplicadas de modo consistente com a pOSi·
ção do rotor. Por exemplo, pode·se ver na Fig. 8.4c que a produção de conjugado positi·
vo. a partir de cada enrolamento de fase do Exemplo 8.1, ocorre somente parn valores cs·
pecíficos de 8... Desse modo, para se obter o funcionamento desejado. a OJX:raç.ão das
MRVs deve incluir algum tipo de sensor de posição do rotor. assim como um controh1d0r
que detennina tanto a seqüência como a forma de onda d a.~ correntes de fase. Em geral,
is.~o é implementado usando-se dispositivos de chaveamento eletrônico (tr.tnsistores. ti-
ristores. dispositivos GTO. etc.) sob a supervisão de um controlador baseado em micr<>-
p roce..~sador.

Embora uma MRV 4n como no Cxe•nplo 8.1 seja cal)az de trabalhar, na prática não é
particulannerne útil devido a características indesej:lveis como as posições de conjugado nu·
lo e o fato de que há posições angulares em que não é possível obter conjugado positivo. Por
exemplo. devido nessas limimçõcs. essa mi~u i na nüo pode gcror um conjugado cons:~tmte in-
dependenteJneJHe do ângulo do rotor. Com certeza. não há nenhuma combinação de corl't:lltes
de fase que seja capaz de fornece r conjugado nas posições de conjugudo nulo, ou um conju·
gado positivo no imeJValo de posições angulares em que somente conjugado negativo pode
ser produzido. Como foi discutido na Seç.Jo 8.2, essas dificuldades poden'l ser eliminadas por
meio de pi'Ojews do tipo 4n, usando geometrias assimétricas <1ue assim possibilitam n cons-
•ruç11o prá1icn de máquinas 4/2.
Como foi visto nesta seção, a análise de MRVsé conceitualmente simples. Para o C:.l·
s.o e1n que o fem> usado na máquina é linear (sem s"turação magnética), a obtenção do con·
jugado 6 simplesmente uma questão de se encontrar as indutâncias por fa~e do estator (pró·
prias c mútuas) em função da posição do rotor. expressando-se a co ~energia em termos <Je.o;.
sas indutâncias. c em seguida cnlcular a derivada da co..energia em relação à posição angu·
lar (mantendo constantes as correntes de fase). De modo similar, como foi discutido na Se-
ção 3.8. a tensão de terminal elétrico para cada uma das fase.~ pode ser e.ncomrada a partir
da so m~r das derivadas. em relação ao tempo. do nuxo concatenado de fase e a queda iR na
resislência de fase.
Quando o ferro usado na máquina não é linear (caso em que os efeitos de saturação são
importantes) como foi discutido na Seção 8.4, a co-energia pode ser encontrada pela imegrn·-
ção apropriada dos fluxos concatenados de fase, e novamerne o c.onjugado pode ser er'ICOJHra-
do a panir da dcrivtlda da <..-o-energia em relação à posição angular do roror. Em ambos os ca-
sos:. não há enrolamentos de rotor c. em um motor de relutância variá\'el bem projetado, ge-
mi mente não há outras correntes no rotor. Desse modo, diferentemente de outros tipos de m~Í·

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398 M ÁQUINAS EL~'miCAS

quinas CA (síncronas e de i ndução). nào hú 1lenhuma dinâmica associáda ao r01or da máqui·


na. Isso si•nplilica grandemente n sun.nnálise.
Embora as M RVs sejam simples conceitualmente e em termos construtivos. a sua ope-
ração é um t:mw complié;adn, requerendo uma clctrônic;a s-ofisticada paria controlai' c acionar
o m01or, de modo que seja possível conseguir caracterislicas úteis de funcionamento. E..'.;sa.-co e
outr.ts questões serão di.;;cutidas nas Seções 8.2 :1 8.5.

8.2 CONFIGURAÇÕES MRV PRÁTICAS


Sistemas práticos de acionamento das MRVs (motor e inversor) s5o proj et4~0S para ~uen dc r a
critérios tais como
• Baixo custo
• Conjugado conSWIHC indepe-ndeJHe da posiç;'ío angular do rmor
• Uma faixa desejada de velocidades de funcionamento
• Aho rendimento
• Relaç.ão elevada entre conjugado e mas...'>a
Corno em qualquer s i t u;~ç5o de cngenh:1ria, o projeto final de uma npl icnçHo CSJ)eCílic.;) envol-
ve um compromisso entre diversas opções disponíve-is para o projetista. Como a.~ MRVs re-
querem algum forma de eletrônica e de controle para funcio narem. o projetista está freqüen-
temente ocupado com a otimização de alguma característica global do sistema de acionamen-
to. Isso impõe restrições adicionais ao projeto do sistema.
A" MRVs podem ser construídas com uma ampla mriedade d e conliguroçôes. Na Fig.
8. 1. duas formas de uma máquina 4/2 são mostradas: uma máquina saliente na Fig. S. la. c
uma duphunente salicllle na Fig. 8.1 b. Embor.t ambos os modelos possam ser postos a traba-
lhar, uma má<Juina duplamente st1liente é freqüentemente a melhor escolha porque em gerul
prodtrZ um conjugado maior para um dado tamanho de carcaça.
Isso pode ser visto qualitativamente (supondo uma estrutura mugnética nt.o sawmdu
de alta permeabilidade) referindo-se à Equação 8.7, a qual most r~t que o conjugado é uma
fu nção de dL 11( 8, )1d6,., a derivada da indUI5tlcia por fase em relação à posição angular do
rotor. É evideme. sendo tudo mais igual. que a máquina com a derivada rnuior produzirá o
conjugado mais elevado.
Podc~sc pensar que essa derivada seja detel'minada pela razão entre as indulâJlCias de fa-
se rnáxim11 e mínima L...,,/L...,. Em outru palavras. podemos escrever.
dl,.II (Orn) ~ Lmn- Lmu,
dOt~~ - 68,"
=~(1-L.,,,)
68..,. L,.~:~ . .

em (IUCllO. é o deslocamento angular do l'otor emre as J')()Sições de i ndutânc i~t de rase máxi-
ma e mfnima. Da Ec.lu:.lÇãO 8.8. vemos que. para uma dada L.,,., e 68n,• o maior valor de
L,,,,../L",;" dará o maior conjugndo. Devido il sua geometria. uma estrutura duplamente salien-
te tipicamente terá uma indutância mínima menor e por1an1o um vaJor maior de L""'/Lm,,· De.~·
se modo, produzirá um conjugado m.aior para a rnesma estrutura de rotor.
Por essa razão. as máquina.; duplame nte salientes são o 1ipo prcdominanlc de MRV c.
por essaruesma razão. no restame deste capftulo iremos considerdr apenas esse ti)X) de MRV.
Em geral, as máquinas duplamenlc salientes podem ser conslrufdas com dois ou mnis pólos.
tanto no estmor como no rotor. Deve ser saliemado que, depois de estiver de tinida :t cslrutuw

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CAPITULO 8 MJ.ouiHAS OE AELUTÂHOA. VARIÁVEL E tv\c>TORES OE PASSO 399

básica de uma MRV, a indutância L,"" estará peóeitamente determinada pelas grandcz~L'i tais
como o número de espiras, o comprimento de entre ferro c as dimensõc..o; btisicus do pólo. O
desafio para o projetista de MRVs está em obter um valor baixo de L,,;.,· Essa é uma tarefa á•·~
dua porque L"",. é dominada por nux.os de dispersão c outrns grandezas difíceis de !'Crcrn cal 4

t uladas c imúlisndas.
Como mostrado no Exemplo 8.1. :.• gcomclria de uma MRV 4n simétric.a com entre 4

ferro uniforme dá origem a posições de rotor em que não é possível produz.ir conj ugado.
não importando quaJ seja a combinação das excitações dos enrolamentos de fase. Pode~sc
ver que esses zeros de conjugado ocorrem em posições do rotor onde t(){las OIS f~asc-s do es 4

tator estão simultaneamente em uma posição de indutância máxima ou mínima. Como o


conjugado depende da derivada da indutância em relação à posição angular. cs!'e :.11 inha 4

menlo simultãnco de pontos de indulância màxima ou mínima produz. neccsso•riamcnlc um


conjugado líquido nu lo.
A Fig. 8.5 mostra uma MRV 6/4 onde podemos ver que um:t carnctcóstica fundumemal
da máquina 6/4 é que esses alinhamentos simultâneos de indutâncias de fases não s5o possí~
veis. Como resultado. essa m~lqui na não apresenta ncnhumu posição em que o conjugado se ~
ja nulo. Esse é um ponto significativo porque elimina a possibilidade de que o rotor possn cm 4

pcrmr c ficar parado em uma dessas posições. exigindo <1uc seja movido mcc{micamcntc n1é
uma nova posição antes <tue pOssa partir. Em uma MRV 6/4. além do fato de que não há t)OSi-
ções de al inhamento simultfineo, pode-~se ver também que 1liiO há nenhuma posição do rotor
na qual seja possíve)J)roduzir conjugado somente de Uln mesmo sina l (positivo ou negativo).
Assim, <.'()m um controle apropriado dus correntes de fase. dc\'C ser possível obter conjugado
cons1ame, independentememe da posição do rotot.
No caso de uma MRV simétrica oom !'-.. Pólos de estntor e,,, pólos de roto•·. um teste sim·
pies pode ser usado paro de<ermíru~r se há posíções de conjugado nulo. Se a o'a7.ão p.ffJ, (ou ai·
ternativame-me PIP.. para p, maior do que p.) for unl mlmero inteiro. então haverá posições de
conjugado nulo. Por exemplo. em uma máquina 6/4, a razão é 1,5 e-, portanto. não haverá posi~

Fase I
I

'X-o-J

-2

J C>-~
Fnr.c 3

FoouoA 8.5 Vísla em seçao re1a de uma MRV 6/4 lrifásíca.

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400 Ml.ouiNAS EL~llUCAS

ções de conjugado nulo. No entanto, a razão é 2,0 em uma máquina 613 c ha\'crá pOsições de
conjugado nulo.
Em alguns casos. as restrições de projeto podem ditar que seja desejável uma máquinn
com uma razão de pólos inteira. Nesses casos. é possível eliminar as posições de conjugado
nulo constn1indo uma máquina com rotor assimétrico. Por exemplo, o mio do rotor pode ser
feito de modo que varie com o ângulo. como está mos1rado de forma muito exagerada n•t Fig.
8.6a. Esse tipO de projeto. que também exige que a largura dos pólos do ro10r sejn maior do
que a do cstator. não produz conjugado nulo nas posições de alinhamento porque d U.6,,)1d6.,.
nno é zero nesses pontos, como podc·SC ver na Fig. 8.6b.
Um procedi mento altcmativo para se cons1ruir uma MRV com umil razão inteira de pó·
los sem posições de conjugado nulo é encadear duas ou mais MRVs em série, alinhadas de tal
modo que as MRVs estejam angularmente deslocadas entre si c <1uc todos os nnores cs1ejam
compartilhando um eixo comum. Desse modo. as posições de conjugado nulo de c.ada máqui-
na não estard.o alinhadas entre si c, assim, a máquina como um todo rlão apresentará nenhum
conjugado nulo. Por exemplo. um enc,adeamcnto c,nl sé.rie de duas MRVs 4n bifásicas como
as do Exemi)IO 8. 1 (Fig. 8.3). com um deslocamento angular de 45° entre as MRVs indivi·
duais, resuhará em uma MRV de quatro fases sem posições de conjugado nulo.

(a)

',
'\
-~~'t---~~;:==~--~~~--~=;;;;:~~
.... _, 1
o .. - , '---+_. o.
- rr I 1 I 1' ,' t
I 1 I 1
I 1 I I

~,_, /~
dO,.
~, _ , /

(b)

FIGURA 8.6 Uma MAV 4/2 com enueferro nao unif01me: (a) vista esquemática exagerada e (b)
gráficos de L(6ml e dL(6.Jid0m versus o•.
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CAPil\JLO s MAQuiNAS oe ReLuTÂNCIA VAAIAveL e Morooes oe PASso 401

Em geral, as MRVs são enroladas com uma única bobina para cada pólo. Embom seja
possível controlar separadamente cada um desses enrolamentos como fases individuais. é prá~
tica comum combin_á-los em grupos de pólos excitados simultaneamente. Por exemplo. a Fig.
8.3 mostr.t a MRV 412 ligada como uma máquina bifásica. Como está mostrado na Fig. 8.5.
comumente uma MRV 614 é ligada como sendo uma máquina lfifásica com os pólos opostos
conccmdos à mesma fase c de taJ modo que os enrolamentos impulsionem os nuxos no mC$ 4

mo senlido através do rotor.


Em algumas situações. as MRVs são enroladas com urn conjunto de bobinas c•n pal'nle-
lo para cada fase. Em alguns casos. essa configuração conhecida como e,rolamento bijilar po-
de lcmr a um inversor de baixa c.omplcxidadc c assim a um aciomuncnto simples e de baixo
custo. O uso de enrolamentos bifilares no acionamento de MRVs será discutido na Seção 11.4.
Em geral, quando uma dada fase é excitada, o conjugado é taJ que o rotor é arrnstado pa·
ra a posição mais próxima de nuxo concatenado máximo. Quando a excitação é removida na·
que-la fase e a próxima fase é excitada, o rotor "segue em frente'' pois ele é então arrastado pa·
ra uma nova posiç3o de fluxo concatenado máximo. Assim. a velocidade do rotor é detenni·
nada pela rreqllência das correntes de fase. No entanto. difereme.mente do caso de uma má·
quina síncrona. a relação da velocidade do rotor com a freqUência e a seqüê-ncia de excitação
dos enrolamentos de fase pode ser bem complexa. dependendo do número de pólos do rotor
e do número de pólos e fases do es1a1or. Isso es1á ilusu·a<Jo no Exemplo 8.2.

Conside.re uma MRV 816 de qua1ro fases. Se as fases do estator forem excitadas seqüencial·
mente, nc..-ccssitando um tempo total de T0 segundos para excilar as <1uau-o fases (isto é. cada fa.
se é excilada dunmtc um tempo de Trf4 s), cnconln: a velocidade angular da onda de flu.:<o do
estator e a corresponden1e velo<:idade angulur do rocor. Despreze qualquer caracterlstica dinâ·
mica do sistema e assuma que o rotor irá acompanhar instantaneamente a excitação do estiltOr.
• Solução
A Fig. 8.7 mostra de forma esquemá1ica uma MRV 816. Os de1alhes da fonna dos pólos não
são importantes neste exemplo e. por essa razt1o, os pólos do rotor e do estator são mostrados
simplesmente como setas que indicam a sua localização. A figura mostra o rolar alinhado com
os pólos da fase I do estator. Essa posição corrcspondc àquela que ocorre quando não há car·

FIGURA 8.7 Vista esquemálica de uma MRV 816 de qual<o Iases. As localizações dos pólos
sâo indicadas por setas.

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402 ii.IAOOINA$ EteTAICA$

ga no tOtor c os enrol::unentos de esta10r da fase I estilo excitados. t>Ois co•·respondc a uma po-
siç-ilo da fase I em que o fl uxo COJlC.a!etladO é máximo.
Considere a seguir que a excitação da fase I seja re1novida e que a fase 2 seja excita-
da. Nesse ins1an1e, a onda de fl uxo do estator girou 45" no sentido horário. De modo seme·
lhantc. quando a. excitaç.ão da fase 2 é removida c a fase 3 é excitada, a onda de Ouxo does-
talar irá girar mais 45u 110 sentido horário. Assim. a velocidade angular w, da onda de fl uxo
do e-Siator j)Ode ser calculada simplesmellle corno sendo lfl4 rad (45,.) dividido por Ti4 s.
ou t.o, = rc/7~1 rad/s.
No entanto. observe que essa não é a velocidade angular do rotor em si. Quando a cxci-
ração da fase I for removida e a fase 2 for excitada, o rotor irá se mover de modo à maximi-
zar os nuxos concate-nados da fase 2. Ne-sse caso. a Fig. 8.7 mostra que o rotor irá se mover
15" no sentido anti-honlrio j:l que os pólos do rotor mais próximos da fase 2 estão na realida-
de 15" ;l frente dos pólos dn f;.lsC: 2. Assim, :t velocidade angular do rotor pode ser cúlculada
éOmO sendo -Trll2 md (I s·.
corn C) sino! ncg:uivo indic.ando Ulll:.l rotação !lO !ÕCIUid t) anti-ho-
rário) dividido pOr T J4 S. ou lO,n = -Jl(3T0 ) rad/s.
Nesse caso, o rotOI' desloca-se com um terço da velocidade angular da excitaç-ão do cs-
tator e e m semido contrário!

Repita os cálculos do Exemplo 8.2 para o caso de uma MRV 8/10.


• Solução

O Exemplo 8.2 ilustra a relação complexa que pode existir emre a freqUência de excita-
ção de uma MRV e a freqüência ..sfncrona·· do rotor. Essa relação é diretamente análoga à
existente e1ure duas engrenagens mocânic.as. quando a escolha de diferemes formas e confi-
gurações de e-ngre-nagens dá origem a uma ampla variedade de relações de velocidades. É di-
ffcil deduzir uma regro simples que descreva essa relação para a imensa variedade de configu-
rações de MRVs possf\'eis de serem concebidas. No emanto, é uma quesüio bastauw simples
a de seguir um procedimento semelhame ao J'OOStrado no Exemplo 8.2, quando se deseja ana-
lisar qualquer configuraç-ão de irlteresse e1n p~lrt icul<lt.
Ou1rns variações de coni1guraçõcs de MRVs são possíveis quando os pólos principais do
esttHOr e do rotor são sulx.livididos adicionando-se dentes individuais (que podem ser vistos co·
mo um conjunto de pequenos t>ólos excitados simuhancamcntc por um único enrolamento). O
conceito básico está ilustrado na Fig. 8.8, que mostm u11111 vista esquemática de três pólos de
uma MRV trifásica com um towl de seis pólos principais de estator. Essa má<tuina. com os pó-
los do cstator c do rotor subdivididos em dentes. é conhecida como MRV em castelo·. Esse no-
me n.->sulla do rato de que os demes doestator slio semelhantes às torres de um c;.astclo medieval.
Na Fig. 8.8. cada pólo do estator foi subdividido em quatro subpolos pelo acréscimo de
r
quatro demes que têm 6 de largura (indicados pelo ângulo p na figura), com uma ranhura de
mesma largura emre os dente-s . O mesmo espaçamento dcntc/ranhum é escolhido para o rotor.
resultando em um total de 28 dentes no rotor. Observe que esse número de dentes de rotor c os
C-Qn'elt1>(>ndcnlcs v;tlorcs de f3 foram escolhidos de modo que quando os dentes do rocor es1í'ío
alinhados com os do pólo de cstator d'Lfusc I, eles não csrão aJinhados com os das rases 2 c 3.
Desse modo. a excitação sucessiva das fases do cstator resuhará na rotação do rotor.

• N. de T,: Em int:.lê.s. ('dJJI~IItd VRM.

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404 MAOUINAS EttrRlCAS

Para cada fa.çe de uma MRV, a indutiltlcia de fase é periódica em relação à posiç.ão an·
gulnr do rotor. Assim. a árctt abaixo da curva de dUdOm• caJculada em um período completo
de 1..(8.). é zero. iSioé.

1."''
O
" dL(O )
O "' dOm= L(2rrfp,)- /. (0) =O
d m
(8. 10)

em que 1>, é o número de pólos do rotor.


O conjugado médio pnxluzido por Ulna MRV pode ser encontrado imegmndo a equação
de conjugado (Equação S.9) em um perfodo completo de rmação. ~evidente que. se as com:.n·
tcs do cstator forem mantidas constantes. a Equação 8.10 mostmrá que o conjugado médio é ze.
ro. Assim. para produzir um conjugado médio, em relação ao tempo. as correntes do cstator de-
\'Cin vuriar com a posição do rotor. O conjugado de s<~ída desejado rnédio de uma MRV depe.n-
dc da nature~.a da aplicaçíio. Por exemplo, se a MRV estiver funcionarldo oomo motor. é nece.v
sário um conjugado médio JX>Sitivo no eixo, em relação ao tempo. De modo semelhante. uma
ação de frenagem ou um funcionamento corno gerador requerem um conjugado médio ncgati·
vo, em relação ao tempo.
Um conjugado positivo é produzido quando urna fase é excitada nas posições angulares
em que dUd6m é positiva para aquc l ;;~ fase. Um conjugado ncga1ivo é produz.ido aplicando a
excitação nas posições em dUtlOmé negativa. Considere uma MRV 6/4 t ri fásic~• (scmclhanle
U mostrad~l maFig. 8.5) com pólos de rotor e de estalOr de 40". A curva de indutância vt'r$1JS
pOSiç.ão do rOlQr scr::í semelhante à rcpresenwçüo idealizada mostrada na Fig. 8.9.
A opcmçiio dessa máquin.-1como motor requer um conjugado líquido posi1ivo. Alterna.
tivamente, ela pode funcionar tomo ge-mdor quando são atendidas as condições necessárias
para um conjugado líquido negativo. Observando que um conjugado positivo é produzido
quando se aplica a excitação nas posições de rotor em que dUd8,., é posi1iva. vemos que um
sisccma de controle toma ~sc necessário par.t dctcnninar a posição do rotor c aplicar a excita·
ção nos cnroh1mcntos de fase nos instantes apropriudos. De fato. é a necessidade desse tipO de

-+--------~~~~--------4---------~~~~--------~ o.
- 50 : - *0" O 40 : Stt' 90'

J. Fase 2

-+~1--4~---------1--------~~--~~--------~.--------~~ o.
•60 90
·--------·

-+---------!,---------'""1--~'-t---------!---------~'i--'~~~om
-90~ -(,O I - 20: - lO o !JO!>
.. __________
7()_
: 80 90
~
-
-
-
-
-
-
-
FKluAA 8.9 Curvas ideais de indulancia e d L /ó8. para uma MRV 6/4 lfifásica com pólos de
rotO< e es1a10< de 40".

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CAI'ffULO 8 MJ.auiHAS OE RELUTÂNCIA VARIÁVEL E MoTOAES OE PASSO 405

comrole que LOnl a os sistemas de acionamemo MRV mais complexos do que se poderia espe-
rar quando se leva em contá apenas a simplicidade da própria MRV.
Uma das razões pelas quais as MRVs cncontramm aplicação em uma larga· variedade de
siwaçõcs foi que a ampla disponibilidade e o bruxo custo dos microprocessadores e da eletrô-
nica de potência fizernm com que o custo do controle e dos sensores, necessários para opcr.u
cxitosamcnte os sistemas de acionamento MRV. baixasse a tal ponto que esses sistemas tor-
naram~se competitivos em relação a outras tecnologias concorrentes. Em muitas aplicações.
comparando com outros sistemas. o sistema de acionamento MRV no todo é menos dispen-
dioso e mais n ex ível~ apesar de que o controle do acionamento de uma MRV seja mais com-
plexo do que o usado em sis-temas de motores CC de indução ou imã permanente.
Mesmo supondo que esteja disponível um sistema para dctenninar c controlur a pOsição
do rotO r, ainda pennanece a questão de como excitar as fases da armadura. A partir da Fig.
8.9, vemos que um esquema possível de excitação seria aplicar uma corrente consu:uue a ca-
da uma dns fases. nas posições angulares em que dUd8111 é positiva. c uma corrente zero em
caso contrário.
Se isso for feito. a forma de onda do t'Onjugado resultante será a dJI Fig. 8. 10. Observe que,
como as fonnas de onda de conjugado das fases individuais sobrepõem-se. o conjugado resul-
tante não será t."'nSt.ante mas. pelo contrário. terá uma componente pulsante acima do seu valor
médio. Em gemi. esses conjugados pulsantes devem ser evitados porque podem produzir esfor-
ços destnllivos na MRV e pOrque podem resultar na geração de ,,ibração e ruído excessivos.
A análise da Fig. 8.9 mostra que há estratégias alternativas de excitação que podem re~
duzir as pulsações de conjugado da Fig. 8.10. Talvez a estratégia mais simples seja excitar ca-
da fase por apena.~ 3011 do posicionamenw ao invés de 40°. como está mostrado na Fig. 8.9.
Assim, cada fase seria simplesmente desligada quando a fase seguinte fosse ligada e-, consc~
qüentemente-, não haveria sobreposição de conjugados entre as fases.
Embora essa estnuégia seja uma solução ideal do problema, em tennos práticos nüo é
possível i mpl eme ntá~ l a. O problema é que como cada enrolamento de rase tem uma indutân-
cia própria, não é possível instantaneamente ligar ou desligar as correntes de fase. Espe-cifica-
mente, para uma MRV de fases independentes {desacopladas).1 a relação entre tensão e cor-
rente daj-ésima fase é dada por
u . di. )·
Vj = " J·r·+
J dt-
(8. 11)

Conjugado

~ o
FtoURA 8.10 Conjugados indrviduais por fase e o conjugado total para o motor da Fig. 8.9. Ca·
da fase é excitada com uma cOtreote constante lo apenas nas posiçoes etn que dUd6hl > O.

:O kitot dt,·e 11c lembrar de q~.te em <1lguns c-:asos ôl suposiç.Ao de rases iOOcpcndemes não se justiftea c. t:ntão. um3 :málise m:.is
C'OIUt)lexa da MRV I(II'Tla•lie neç~rill (vej;l a discuss:lo que se segue à dedução da Equação 8.$).

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406 MAOUINAS EL.tniiCAS

em que
(8. 12)
Ass-im.
d
v1 = R1r1 + d, r L"ce.~~Ji1 1 (8.1 3)

A Equação 8. 13 pode ser recscrim como

"i = {Ri+ !_lf,ii(O


di
.. ) I} i i+ Lii(O.. / ;i
dt (8. 14)

ou

(8.15)

Emborn a.~ Equações 8.13 a 8. I 5 sejam matematicamente complexas e fn..--qüentemente rc·


queiram solução numérica, ela.o; mosmuu clarameme que algum tempo é neccss.-írio para que as
correntes estabeleçam-se nos enrolamentos de fase após a aplicação da tensão àquela fase. Urna
análise scmclhuntc pode ser rcita com as condições associlKlas à remoção das '-"'rrcntcs de r:-ISe.
O atruso de tempo associado com a clcv;Lção da corrente pode limitar o conjugado máximo que
pode ser obtido, ao passo que o tempo de dc<:a.imcnlo da corrente pOde resultar em conjugndo ne-
gativo. se nin<Li houver com.nte circulando quandod L((}m)ldiJ.n irwe11e de sinal. Esses efeitos e~~­
tão ilustrados no Exemplo 8.3 o qual também mostra que. nos c.asos em que a resistência de e-n 4

rolamento pode ser despre.7,.ada. urna solução aproximada dessas equações pode ser encomrada4

Considere a MRV 4n idealizada do Exemplo 8.1. Assuma que ela tenha uma rcsisténcia de
enrolamento de R= 1.5 íllfase c uma indutância de dispersão L, = 5 mH em cada fase. Para
uma velocidade comtantc de rotor de 4000 rpm. caJculc (a) a corrente da fase I em função do
tempO durante o intervalo -6ff ~ 9., ~ 0°, assumindo que uma tensão constante de ~~ = 100 V
seja aplicada à fase I 1ão logo d L,.(9. )1d9. 1ome-se posiliva (iSio é, em f),,= -«f' = - tr/3 rad),
e (b) o decaimento da c.orrcnte da fase I. se uma tensão negati\'a de - 200 V for aplicada em
eno = 0.. e assim mantido até <IUC a corrente chegue a zero. (c} Usando MATLAB*. plote essas
correntes as-sim como o conjugado correspondente. Calcule wmbém a intcgrul sob o gráfic-o
do conjugado ' 'ersu.r tempo e compare.-() com a integral sob a cur.,.a do conjugado ''ers us tem·
po para o período de tempo durante o qual o conjugado é positivo.
• Solução
a. Da Equação 8.1 S. a equação.,diferencial que rege a e levação da correnle na fase I é qada
por

1J1 = [R+ t!L,tlO(O••,.) dO·]


(,f
I1,
· L
+ • )di,
u(ll,n -
1
(,I

ParJ 4000 rpm.

;~ [ rpm l
dO. radls 400rr
w, e - = 4000rpmx = - - rad/s
til 3

• MAn.A 8 ~ um;• mllml registrada da Tht.MathWorb. lnc.

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CAPiTULO 8 MAouiNAS oe RetuTANCIA VA.A1.i..VEL e MOTORES oe PASSO 407

Da Fig. 8.4 (para -6Cf S e. S O')

l..u (Om> • 1.., L~,) ( 0,. + ")


+ Jf/ J
= 0.005 + 0.122(0. + rr / J)
Assim,

cuja solução é

A substituição
rr
o. =-
3 +~ t
na expressão de L11 (8,) fo rnece. então,
1001
i,(t) = A
0.005 +51. 11

que é vál ida até o. =Cf para 1 == 2.5 ms. Nesse pomo, temos i (t) = 1.88 A. 1

b. Durante o período de decaimento da corrente, :a solução é feita como na parte (a). D:a Equa-
ção 8.4, para O" S 9. S 60•, obtém-se d L,(9.)1dt = -51.1 O. c o 1cnno Ri pode novamcn-
le ser ignorado na Equaçno 8. 13.
Assim, considerando que a 1ensão aplicada é -200 V nesse período de rempO ( I 2: 2,5
ms até i 1(r) =O) em um esforço para trnzcr rapid,lmcnte a corrente a zero; considcmndo que
a corrcncc deve ser contínua no tempo 10 = 2.5 ms, e como, da Fíg. 8.4 (para o• s O.,, s 60"),

~u(v..,)
A L_, ( 3-
= L, +tr/3 " fJ. )
= 0.005 + 0. 122("/3- O.)
const:namos que a solução 1oma-se
Lu(t.,)i,(lu) + J.' v, dt
;,(r)= ,.
L.11 {t)
0.25 - 200(1 - 2.5 X 10"' )
= 0.005 + 51.1(5 X IQ·J - I)

Nes..o;.a equação, vemos que a corrente chega a zero em 1 = 3.75 ms.

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408 MÁQUINAS ELéTRICAS

c. O conjugado pOde ser obtido da Equaç-Jo 8.9 falendo i 2 =O. Assim,


r.
!!IN= _,1
2 dOm
--
I .: dL
11

Usando MATLAB e os resuliados das J)"nes (a) e (b), a fonna de onda da corrcn<c está
pl01ada na Fig. S. lia c o conjugado está na fig. 8.1 Ib. A integral para toda a curva de co•lju-
gado é 3,35 x lO-I N · m · s,:.to passo que a integral para apenas a porção positiva da curva de
conjugado, correspondente ao conjugado positivo. é 4.56 >< IO..c N.m.s. Assim. vemos que o
conjugado negativo produz uma redução de 27 por cento de conjugado médio no que estaria
disponível se. de outro modo. a c.:orrcntc pudesse ser rcduz,ida instantaneamente a zero.
A panir dos resultados da parte (b) c da Fig. S. l ia. observe que a corrente segue fl uin·
do no enrolamento por 1,25 ms após a inversão du tensão aplicada. mesmo com a aplicaç.ão
de uma tensão negativa com o dobro da ampliwde da te,nsão usada para criar a corrente. Da
Fig. 8.11 b. vemos que o resultado é um pc::ríodo signillcmivo de produção de conjugado nega·
tivo. Na prática. por exemplo, isso pode ditar um esquema de eontrole que inverte a corrente
de fase antes do instante em que o sinaJ de dU.8m)ld8., é invertido. Assim. con.segue·se um
conjugado médio mais elevado trocando uma pequena redução de conjugado médio posilivo
por uma maior diminuiçUo de conjugado médio negativo.
Esse exemplo ilustra também um outro aspecto import~mte do fu ncionamento de uma
MRV. Em um sistema com uma resistência de 1.5 íl e uma indutância constante. seria de se cs·
pernr uma corrente de regime permanemede J00/1,5 = 66.7 A. No CJU::uuo, nesse sistema, a cor·
reme de regi•ne permanente é inferior a 2 A. A razão disso toma· se evidente quando as Equa.
ções 8.14 e 8.15 são analisadas c vemos que dL11(8110)1dt = 51 ,1 í2: aparece como uma resistência
aparente em série com a resistência de enrolamento. sendo muito maior do que a própria resis·
tência de enrolamento. A queda de tensão correspondente (a tensão de velocida<le) tem magni-
tude suficiente para limitar a corrente de reg_i111e permanente a um valor de 100/51.1 = 1.96 A.
Aqui está o script de MATLAB:
c: te
clO<l!:'
\ Aqui estiO as indut5nciag
l.mllx • 0.128;
L lea.k = o . 005 :
Po:;intqgr<ll • 0 :
J nteoral = O:
,.... 500;
tiMX = ).?Se-3;
d~ltat • trnax / N;
t Agora faça oo cAlculo~
ror n • 1: t N·I >

C(n) • tmox• (n -H/If;


Chctl)mlnl = •(pi/H .. (·100 •pi/)) • t( n ) ;
H !Chetamln) <• OI
itnl = !OO• t(n)/(0.005 • 51.1 ' t(n l) :
dldl1dthcto • 0 .1 22:
1'or-quc(nl .. o.~ · itn1"2 " dldlldthctc ;
Posinteoral = Po~intcgro!ll • TorqueCnJ •deltat;
1nlegra 1 • I"'&inteoral :
olse
l(nJ • 10.25 • 200 ' itlnl -2 .5 ~·l)l/(0 . 005•SI . l 'l ~e·l • tCniD;
dldlldtheta = -0 .122;
Torque(n) • O. S • i (nl"2"dld1.ldtheta;
integro!l l c integral • TOl'qu<Hnt "dolt\lt;

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CAPiTULO 8 M.i.aurHAS DE RELUTÂNCIA VA!UÁVEL E MOTORES DE PASSO 409

•• /.----- ----- \
/ \

..
02

'• .. 1,$ ~

Tenw (ms] I
2,$
' .. •
(:a)

0_1)··---~--------------,

/
... /
••• '
•. •.
·~.~-- ~.---r--- ~.--~.r--- ~.--~.r---~.~.--~.
lctfTC)O (In$] I
•.
(b)

FIGURA 8.11 Exemplo8.3: (a)correnle da fase 1 e (b) pertil do conjugado.

end
end
t prtnc C( • \ nlntegral do conju.gado poait ivo =19 I N -m- ~ 1 ·, Po ~; i ntegral}
fpdntf t ' \nlntegral do conju9Ado • \ g (t.J-m-&) \n' . integral !
PlOt!t • l OOO,i)
xhbel ('Tempo (ma)· J
ylabeJC'Corrente de fase (A) 'J

plottt • iOOO,TOrq~G)
xlobol ( 'Tempo (ms) 'I
ylabel ('Ccnjugcdo (t<.m) 'I

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41 O Mi.OotNAS Eu!TAICAS

Reconsidere o Exemplo 8.3 supondo que uma tensão de - 250 V seja apl icada para dcslignr u
corrente de fase. Use MATLAB para calcular a integral da curva completa de conj ugado ver-
sus tempo c compar<Nl com a intcgr.1l da curva de conjugado versus tempO para o intervalo de
tempo durante o <Jurll o conjugado é positivo.

• Solução
A correme reroma "zero emt = 3.5 •ns. A imegral da curva completa de conj ugado é 3.67 x
JO-' N ..n.s, ao J).'lS.SO que a imegral para aj)enas a pol'ção posiliva da curva de conjugado. cor-
respondendo ao conjugado positivo, pemtarlece sendo igual a 4,56 x 10.... N · m · s. Nesse c.a~
so. o conjugado rlegalivo produz uma reduç-ão de 20 por cemo de conjugado no que estaria
disponível se. de outro modo, a co•·rente pudesse ser reduzida instantaJleame-nte a zero.

O Exemplo 8.3 ilustra a~pectos imponantes do desc.mpcnho das MRVs que não surgem
em uma análise idealizada como a do Exemplo 8. 1, mas que desempenham urn papel extre 4

m:nncntc irnport:mte nas aplic.açôcs prálicas. É evidente que não é p0$Síve-1aplicar' de modo
imediato correntes de fase com formas de onda arbitrárias. As indutâncins de enrolamento (e
suas derivadas ern relaçno ao 1cmpo) afetam signilic.alivarnerue ::.s fonnas de onda da!i corren-
tes que podem ser obtidas com urna dada tensão ::.plicada.
Em geraL o problema toma-se mais grave quando a velocidade do rotor é aumentado. A
an:llise do Exemplo 8.3. para uma dada tensão aplicada, mostra que (I) quando a velocidade
é aumentada, a corr'e me ocupará uma fração maior do tempo disponfvel, dumn1e o qual
dL(8..,)1d8,.. é positiva. para atingir um dado nível e que (2) a corrente de regime permanente
que pode ser obtidn é progressivamente reduzida. Um método comum para rnaxirn i ~ar o COrl·
jugado disponível é aplicar a tensão de fase um pouco adiantada em relação ao instante em
dU..0m)ld8,., começa a aurnemar. lssç. dá tempo pard que~~ corrente estabeleça-se corn urn rlí 4

vcl significativo antes que n produção de conjugado comece.


Urna diliçuld1Kic aindn mnis significativa (tnmbém ilu.stmda no Exemplo 8.3) é que. da
mesma forma que as correntes requerem uma quantidade significativa de tempo para crescer
no início de um ciclo em que são ligadas. elas também requerem tempo para diminuir no fi.
nal. Como resultado. quando a excitnção de rase é J'tmovida ptóxirno do final ou no próprio
fi nal de um período de dL(9,,.)hl6"' positiva. é altamente provável que ainda huja corrente de
fase quando dL(8n,)ldfJ,. toma-se negativa. Desse modo, hnvcní um período de produçfio de
conjugado negativo. o que reduz. a capacidade efetiva da MRV para produzir conjugado.
Uma maneira de se evitar css.a produção de conjugado negativo seria desligar a excita·
ção de fnse suficientemente antes de-mro do ciclo. Desse .nodo, a corrente te-rá diminuído es 4

s.cncialmcnte mé zero quando n dU8,..)1d8. tornar-se negativa. No entanto, é claro que há uma
diminuição de de-semr:>enho porque o desligamento du corrente de fase enquanto dU..8m)ld6,,.
é positiva também reduz a produção de conjug::.do posilivo. Como resuhado, rreqüentcmente
é necessi1rio aceitar u1na cena quantidade de conjugado ncguti,•o (para se conseguir o conju-
g~ldO pOSilivo rc<1ucrido) c compensar essa diminuiç-ão produzindo um conjug:1do positivo
adiciorlal a panir de uma outra fase.
Uma outra possibilidade está ilustrada na Fig. 8.12. A F'ig. 8.12a mostra uma vista em
corte de uma MRV 4/2 similar à da Fig. 8.3. excero que o ângulo dos pólos do rotor foi ~HI­
mentado de «f para 75u. com o resultado de que os pólos do rotor ultrapassam os do estator
em 15". Como pOde ser visto na Fig. 8.12b. isso resulta em uma região de indutância constan·
ce separando ao;;; regil>es de dU..I:Jm)ld9.,. positiva c negativa. Por sua ve2. isso proporciona um
tempo adicion31para que a corrente de fase seja desligada antes que seja 11lcançnda a região
de produção negati\•a de conjugndo.

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412 M ÁQUINAS ELEnliCAS

8.4 ANÁLISE NÃO-LINEAR


Como a maioria das máquinas elétricas, as MRVs empregam matel'iais magnéricos 1amo pa-
ra direcionar e dar rorma aos campos magnéricos da máquina como para aumentai' a de-nsida-
de de fluxo magnético que pode ser obtida com uma dada ampl itude de coneme. Na prática.
pam obter o máximo benefício do material magnético, as MRVs funcionam com uma densi·
dadc de fluxo suficientemente elevada para que o material magnético esteja em saturação sob
condições nonnais de operac;.ão.
Como nas máquinas síncronas. CC c de indução discutidas nos Capítulos 5 a 7. a densida-
de de nuxo real de operação é determinada fazendo um compromisso entre grandezas como cus-
to. rendimento e relação entre conjugado e massa. Entretanto, como a MRV e sua eletrônica de
adónilmtnto esliio intcrrclacionadus muito de peno, o projeto de MRVs envolve tipicamente
compromissos adicionais <tue. pOr sua vez. afc.tam a escolhada dc::nsido<lc de fluxo de operação.
A Fig. 8.2 mostra curvas típicas de indutância x ângulo pant ns MRVs du Fig. 8.1. Es 4

sas curvas são características de todas as MRVs. Dcve se levar em consideração que o uso do
4

conceito de indutância é estritamente válido apenas sob a co1ldição de que o circuito magné-
tico da máquina seja linear de modo que a densidade de fluxo (e conseqUentemente o fl uxo
concatenado do enrolamento) seja proporcional à corre1lte de enrolamento. Essa análise linear
baseia-se na suposição de que o material magnético do motor tellha pe-rmeabilidade magnéti·
c.. constante. Essa suposição roi usada em todas as anáJises anteriores deste capftulo.
Uma rcprcscmação allcmativa_ da curva camcterística de fluxo coocatenado x corrente
de uma MRV está mostruda na Fíg. 8. 13. Essa representação consiste em uma série de gr:tfi-
cos de fluxo conc~1 tcn ado versus corrente para diversos ângulos do rotor. Nessa figura. as cur-
vas correspon<.lem a uma máquina com um rotor de dois pólos corno o da Fig. 8.1 e. pona1HO,
uma plotagem de curvas de O~'~ a 9()~,~ é sulicicnte para caracterizar comple1amen1e a máquina.
A Fig. 8.13a mosLrn o conjunto de curvas À x i que seriam medidas em umu máquina
com componamento magnético linear. isto é. pem1eabilidade magnética COilS t.il iHC e nenhu·
mu saturação magnética. Para cada ângulo do rotor, a curva é uma linha reta cuja inclinação
corrcspondc à indutância L(6.) naquela posição angular. De fato, uma plotagem de L(8,.) ver 4

sus 8,.. como a da Fig. 8.2. é uma representação equivalente daquela da Fig. 8.13a.
Na prática. as MRVs operam de fato com o seu material magnético saturado. Suas cur-
vas À versus i assumem a forma da Fig. 8.13b. Observe que, para níveis baixos decorrenle. as

o.
"'~ ·<

c
•3 SO'
1a
~
o
~
o
,• 60' ,•
(i; (i;

Correnle de fasc,l Corm'ltede fa.ic. (


( b)

fiGURA 8.13 Grâlicos de À vetsvs I para uma MRV com comp01tamento magnético (a) li·
near e (o) nao-linear.

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plot c1. UniX!.t.l
H -==1
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~ll(l

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xlAt;lqlt'Concnt.c I AI' J
yl • bGll'<.an.bdA ('lõbi'l
th.hll 'i'<llt.t lla de eurva' lalftl<l" q quando tet .. _m vad.s de o • 90 9 r.a\UJ' )
toetxt 111 • •1 . ' teta_• • o 9r.auo• )
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\ lb ) Agora i nt-~re par.a obter a s 6reaiJ.
' ~ffibd" do plco em o 9r•u•. l S "ftp6r•~

lAII'b cii'""x • 2!>• (0. 00So0 . 09 ' 18t !2!'.• 8 11 1 :

AI ~..IM@t "' 0 ;
Al'<e.,W'rec = O:
1 100 pae•o.s de intt!'iJr.açlo
deli • 2S/100!
f o r n =1 dO l
ifnl • 2S ' In·l i / IOO!

...
M<eal'l':'l~t " AreaWMt • d~l i ' i li'II ' I 0 ,05) ' (!1 /11 1M • SII ;

MHWfe<: ,. Ar~Wrec • <leH • 11 ~1'\1:14~x - i <nl • <O. oo-s,. o . 09' cal li U'\l • 81 )));

!Wot l o : 1/.re.lW"rec • Ar~wru:tt. 1 1/.rl)o)lomOt :

fptit~tfl ' \\nP.ut e l bl ltuJo = 1Q' , Rat i OI


\cc) C.alçu l e a potênc i a
rpm • 2SOOt
rp:; • 2SOOI60t
T • ll r !>t':
Ppho~e • 2 • Ar eaXnet/ T:

Pto t : 2• Pphne:

f c rintf 1' \\n\ nParte (C) Áre<~~Wltq .. t g ljou hll) ) ' , At1!aWne t
fcrin t fl ' \n P fa~ • \ 9 (\11') e Pt ot • \9(W) \n' , Pphu e. Ptotl

Considere uma MRV bifásica idêntica àquela do Exemplo 8.4, exceto que ela tem uma indu-
lância de dispe~"S<;io adicionnl de 5 mH em cnda fase. (a) Calcule u razão entre a pOtência nomi-
nal do inversor e a potência de saJdalrquida da MRV para o seguinte ciclo ideal de operação:
(r) A corrente eleva-se inswntaneamente até 25 A quando 8111 = -90".
(ii) A corrente é então mantida constante enquanto o rotor gira até 8,. = Hf'.
(it'i) Em 8,. = 10", a correme é reduzida a zero.
(b) Supondo que n MRV es1eja operando como mo1or. usando o ciclo descri lo na pane (a). e
esteja girando com uma velocidade constante de 2500 rpm. calcule a JX>lênci:t líquida clctrc>-
mccânica fornecida ao rotor.
• Solução
a.
Potência nominol do im·ersor
-'"'i:-'i-":"'i::..:;:,,.::.;,c:,.;.;=.:-
Potência líquida de .saída
= I, 75

b. P~= J467 W

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CAPh'ULO 8 MÃOUINAS DE A ELUTÁNCIA VARIÁVEl. E MoTORES DE PASSO 417

(a)
Farnilia de OJI'Wls latnbd~·i quancto tela_m va;ia de O a 90 gral.ll

Corront4 (AI

(b)

FIGURA 8.15 (a)Curvas À,x i, para o Exemplo8.4. (b) Areas usadas no cálculo ela par<e (b).

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418 MÁQUINAS ELEnucAs

Os efeitos de saturação representam c larame•He um papel significativo no descmpc~


nho da maioria das MRVs e devem ser levados em considernção. Além disso. o ciclo ideal
de opcroção ilustrado no Exemplo 8.4 não pode. maturai mente, ser alcançado n;a pr.ítica pois
é provável que surja algum movimento do rotor dentro da escala de tempo em que ocorrem
as vnriaçõcs de corrente. Como resultado. freqüenteme nte é necessário usar pacotc.s de anú 4

lisc numérica. tais como programas de elementos finitos, como parte do processo de proje·
w de sistemas práticos de MRVs. Muiros desses programas incorporam a capacidade de
modelar os efeitos não-li neare,s da saturação magnética assim como os efeiros mecânicos
(por exemplo, o movimento do rotor) e os efeitos elétticos dinâmicos (por exemplo. duran-
te a elevação da corrente).
Como vimos, tipicamente o proje.to de um sistema de acionamento de um:t MRV rC(JUCr
que seja feito um compromisso. De um lado. para uma dada potência de saída. a saturação
tende a aumentar o tamanho da MRV. Por outro lado. ao se comparar dois sistcm;Ls MRV de
mesma potência de saída. o sistema com o nível mais alto de saturação iní nxjucrcr tipicamen-
te um inversor com uma potência nominal (VA) muis babw. Assim, o projeto final scrú dcter-
miMdo por urn compromisso entre tamanho. custo e rendimen10 da MRV e do invcl'sor.

8.5 MOTORES DE PASSO


Como vimos, quando as fases de uma MRV são energizadas seqüencialmente de modo apro-
ximadamente passo a passo. a MRV irá girar por um ângulo específico a cada passo. Motores
projetados cspccific:unentc para lirnr \'nntngcm dessa caructcrística são referidos comv mour
res de passo. Freqüentemente. os motores de passo são projclados para produzir um grande
ntlmero de passos por l'evolução. por exe-m1>lo, 50. I00 ou 200 passos (COI'respondendo a uma
romção de 7.2". 3,6° e 1.~ por' passo).
Um car.tc1cristica importnntc do motor de passo é sua compt-tlibilid;;•dc com os sistemas
eletrônicos digitnis. Esses sistemas são comuns em uma ampla variedade de aplicações c con-
tinuam a tornal'-se mais potemes e menos dispendiosos. Por exemplo. o motor de passo é usa-
do fl'eqilentememe em sistemas de controle digital em (Jue o motor recebe conmndos a laço
abeno na forma de um trem de pulsos para girar um eixo ou mover um objeto por uma distân-
cia especfiica. Aplicações típicas incluem motores de alimentação de papel c posicionamen-
to da cabeça de impl'essão em impresso..as e plonei'S. motores de acionamento c posiciona-
mento da cabeça em unidades de disco e toca-COs. e motores de pOsicionamento da mes" de
trnbalho e da fel'mmenta em equi~').'ln\CIHOS de usinagem controlados numericamente. Em
muita.'i aplicações. a infol'mação de posição pode ser obtida simplesmente deixando registra-
do o número de pulsos enviados ao motOr'. ca.'iO em que não são nocessc'irios sensores de posi-
ção nem controle rcalimcntado.
A resolução angulur de urna MRV é determinada pelo número de den(es do I'OIOr c do
cstator e pode sei' gn1ndememe aumentada por técnicas como a de estrumra em t:astelo, como
foi discu1ido na Seção 8.2. Os mOIOI'i.~S de p<lSSO são ofen..-cidos com uma ampla variedade de
modelos e configurações. Além das configurações de rclu1ância variável, há também as de
ímã pem1anente e as híbl'idas. O uso de imãs pennanentes combinados com uma geomell'ia de
relutância v:uiável pode aumentar significativamente o conjugado e a exmidão de posiciona-
mento de um motor' de passo.
As configurnções de MRV discutidas nas Seções 8.1 a 8.3 consis1e1n em um rotor c um
cstator com múltipla'i rases. Um m010r de p;tsso com essa configuração é chamndo de motor
de passo de relmância Vllriável d e empilhamento sim{JI~s*. Uma rol'ma altel'llaliva de flll)l<)r

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CAPITULO 8 M AQUINAS DE RELUTÂNCIA VARIÁVEL E M OTORES DE PASSO 419

de passo de relutância variá,,cl é con hccid::~ como mmor dr passo dr relutância mriô\•el de
empilhamemo nuí/rip/o*. Nc.ssa conligumção. o motor pode ser considcrudo como sendo
constituído por um conjunto de M RV s mom.1fásicas a.xjalmente deslocada!!> c montada) sobn:
um único ci~o.
A Fig. 8. I6 mostra um motor de passo de relutância variável de empilhamento mtílti·
p1o. Es.sc tipo d~;: motor CO-nsiste em um;t série de ..:mpilhamcntos, .;;mhl um deslocado axüd-
mcnte. de gcomc tri ~• idêntka e c:td:a um cxcit:.tdo por um c nrohtmcnto mvnofásico. corno
est{l mostrado na Fig. 8.17. O motor da Fig. 8.16 tem três empilhmncntos c três fases. em~
bor~t motores com rases e empilhamentos :~dic i o n a i s sejam comuns. Em um motor com u,
empilhamentos (.\'láck-1'). o roLO!' ou l) estator (mas não amho~) em cada empilhamento e~~ tá
deslocado de I/tr~ vezes o ângulo de passo do pólo. Na Fig. 8.16. os pólos do rotor estão ali·
nhados. mas os estatores estão deslocados angularmente de um terço do passo do pólo. Ex·
citando sucessivamente as fases individuais. o rotor pode ser girado em incrementos iguais
ao ângulo de deslocamento.
Um diagrama ..:-.squc.:m(ltioo de um motor de passo bifásico d-e imii permanente e um ro-
tor de dois pólos cst:í mostrado na Fig. 8.1 S. Observe C.lUCcss:Lm:íquina é de fato uma má<Jui·
na síncrona bif~ís i ca. semelhante por exemplo !t m:.iquin:a trifásic" CA de irn:i pcm,:mcntc d:•
Fíg. 5.29. A distinção cmrc esse motor de p~•ssn c um motor $Íncrono vem não da cons-troç;Jo

f iGURA 8.16 V•sta em corte iOngitvd•nal de um moto• de passo u•fas•co de relutânc•a vafiâ-
vel e empolhamento triplo. ( Wamer Electric)

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4 20 M !Ov1NAS ELI!miCAS

do motor mas de corno o motor é operado. Tipicamente, o motor síncrono é planejado para
acionar uma c-arga a uma velocidade específica. ao passo que o mmor de pas.~o é planejado ti·
pico:uneme para controlar a posiç.ão de uma carga.
O rmor do molOr de passo da Fig. 8. I8 assume os ângulos 8111 =O, 45(>, 9(t .... quando os
enrolamentos sJo excitados na se.qOência:
I. Corrente positiva na fase I apenas.
2. Correntes positivas de mesmo módulo nas fases I e 2.
3. Corrente pOsiliva na fase 2 apenas.
4. Correme negmiva na fase I e corre me f>OSitiva na rase 2, ambas de mesmo módulo.
S. Corre me negativa na fase I apertas.
6. E assim por diante.
Observe que, se o r<>torde i rnã p<:nnnneme fosse substi!Uído por um rotO!' ferromagnélico. o
rotor iria se deslocar de modo similar.
O motor de passo da Fig. 8. 18 também pode ser usndo para passos de 90' se as bobinas
forem excitadas uma a uma. Nesse último caso. apenas um rotor de imã permanente pode ser
usado. Isso pode ser visto a parti r das cutvas de conj ugado x fhtgulo mostradas na F'ig. 8. 19
para esses dois tipos de motores. Ao passo que o rmor de imã permanente produz conjugado
de pico quando a excitação está de-slocada de 90°. o rmor ferromagnético produz conjugado
nulo c pOde se mover em qualquer sentido.
A posiç:'io do rotor no m010r de passo de i sníi permanente da Fig. 8. 18 é ddirtida sem
ambigüidade pelas corrcnlcs de enrolamento c depende do sentido dns correntes de fase. A in-
vt:rsão das correntes de fase f:mí com q ue o rotor inverta o :)Cnlido. Isso con tr'.t:Si iJ com a con-
liguração de M RV com rmor fcrrornagnético. Nessa. há duas posições de rmor igual mellte es-
táveis para uma combinação qualquer de correntes de fase e. conseqoemememe. a 1>0siç.ão do
rotor ntío pode ser dctenuinitda de fonna não ambígua. Os motores de p.-.sso de i•n;aperma-
llente são tümbém diferentes dos de relutânc:iü variável pOrque o éOnjugado que tende a ali-

€nrolame.nto de r.:ase
fiGURA 8.17 Diagrama de um empilhamento e uma fase de um motor de passo de relutância
va~iável multifâsico. cano o da Fig. 8.16. Para um motor de n, empilhamentos. o rotor ou o esta·
tor (mas não ambos) de cada empilhamento está deslocado de t/n, vezes o passo do mOlO<.

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422 MAQuiNAS EL~miCAS

nhar o rmor com os pólos do es•ator será gerado mesmo quando não há excitação aplicadn aos
enrolamentos de fase. Assim. o rotor apresentará posições preferidas de repouso quando não
estiver excitado. um fato que pode ser aproveitado em aJgumas aplicações.

Us:mdo as técnicas do Capítulo 3 c desprc~:ando os efeitos de sàluraçno. o conjugado de um


mo10r de passo bifásico de imii perrnonenh! corn a fonna da Fig. 8. 18 pode sei' expresso como

em que 7~ é uma constame posith•a que depe-nde da geomeuia do mmor e das propriedades do
imã permanente.
Calcule as posiç.õcs de repouso (conjugado nulo) que resultarão se o motor for conHtn 4

dndo por um sistc m~1 de acionamento tal <fUC cada corrente de fase poss~• ser ajusutda com trê,~
valores iguais a - 100 Oe /0 • Usando esse acionamento. qual é o tamanho do passo do mo10r?
• Solução
Ern gerul, as pOSições de conjugado nulo do motor podem ser encomradas 10n1ando a expres.
s:lo do conjugado igual a zero e obtendo" posição resullnnte do r01or. As~im. f:u~endo

ou

Observe que nem todas essas posições de conjugado nulo correspondem a posições de
equilíbrio estável. Por c.xemplo. oper.mdo com i 1 = /0 c i 2 =O. obtêm ~se duas posições de con·
jugado nulo: e.. =(f c 8"' = 18<f. No C1113ntO. apenas 3 posição em=O"' será estável. Isso estd
em analogia direta com o caso de um pêndulo suspenso que apresenta conjugado nulo quan~
do está Su5;penso para baixo (6,, = O') e também quundo cslá em posiç3<> invcnida (6, = 180"),
É claro que amfnima pertul'bação du posição de pêndulo invertido faní corn que ele gire p:•ru
baixo c que eventualmente entre em repouso nu posição suspensa. estável.
As posições de repouso estáve.l do rotor são de.teJ·minadas pela condição de que um con·
jugado de re-stauração sej~1 produzido quando o rotor se afasta daque la posição. Assim, um
conjugado ncgutivo deve resultar se o rotor mover·sc no selltido +8,11• e um conjugado posili·
vo deve resultar quando o movimento ocorrer no sentido - 8111• Matematicamente, isso pode ser
cxprc."i.So como sendo uma condição adicional em relação ao conjugado. quando ele está na
posição de repouso
a7;,.,
as...
I. < o
····:
e m que a derivada parcial é c:•lcul;•da na pOSiçiio de conjugado nulo e é c.alculada mamendo
constantes as correntes. Assim, ne!'.se caso. a posiçJo de repouso deve satisfazer a condição
adicional de que

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CAp;fULO 8 MÁOULNAS DE RELUTÂNCIA VARIÁVEL E MOTORES DE PASSO 423

Nessa equação. por exemplo, vemos que com i1 = /0 e i 2 = O. para 8,. = 0". obtemos
arrw)a8m <O, c portanto 8m =O'' é uma posição de repouso estável. De modo similar. e.n 8'" =
18011, Obtemos (fT•1(•/ 88m > 0 C, ponaniO. (J• = 18<f' não é Uffitl posiç.ão d e repoUSO CSiávcl.
Usando essas relações, a T.1.bela 8.1 lista as pos-ições de repouso estável do rOlor para di·
versas combinações de correntes de fase.
A panir dessa rabela, vemos que esse acionamento produz um tamanho de passo de 45•·.
TABELA 8.1 Posições de repouso dO rotor do Exemplo 8.5

;, ;, o.
o o
o - I, 270"
o I, 90"
- I, o I80"
- lu - I, 225 ~
-/,l I, 135"
I, o O"
1., - I, lW
I, I, 45''

Para se obter um tamanho de passo de 22.5'' . o aciollamento do mmor do Exemplo 8.5 é mo·
dificado de modo que cad" rase possa .ser acionada por correnlcs de intensidade O, ±k/0 c ±/0 .
Encontre o valor necessário para a consrante k.
• Solução

k = ô\r'Ctg(22.5") s: 0,4 142

No Exemplo 8.5, vemos que as posições de equilíbrio estável de um motor de l)aSSO sem
c.arga satisfaz as condições de conjugado nulo, isto é,
TfMC =o (8.20)
c que há um conjugado positivo de restauração, isto é,

VTm"'
aom
I ;,,it
<O (8.21)

Na prthica. mlturalmcntc. haverá um conjugado de carga finito tendendo a aJastar o mo·


tor de passo dessas posições idealizadas. Parn sistemas de controle de laço aberto (isto é. sis-
temas de controle em que não há nenhum mecanistno para a realimentaç.ão da posição), um
grau elevado de controle da posição pode ser alcançado projetando o mOtor de passo para pro-
duz.ir um conjugado elevado de restauração (isto é. um valor elevado de aT,...,)iJ8m). Nesse mo-
lar de passo. os conjugados de carga causarão apenas um pequeno afastamento do t'Otor das
posições idealizada.< que sa1isfazem as Equações 8.20 e 8.21.
O Exemplo 8.5 mostra também como combinações cuidadosamente controladas das
correntes de fa'ie podem melhorar a resolução de utn motor de passo. Esse modo. rererido co-
mo Itettka dt micropasso•, pode ser usado para se obter resoluções de passo aumentadas. em

• N. de 1'.: Mir-ftJSit:'ppi11g, em inglês.

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CAPf11JlO 8 M ÁQUINAS DE R ELUTÂNCIA VARIÁVEL E MoTOAES DE PASSO 425

FIGURA 8 .20 Um motor de passo hfbrído de 1.8' desmontado. (Oriental Motor)

Fase I

1•1
F.auRA 8.21 Vista esquemática de um motor de passo hibrido. {a) Rotor de empilhamento
dupJo mostrando o imã permanente Ot'ientado axialmente e as peças polares deslocadas de
motade do passo polar. (b) Vista da extremidade do pólo norte do rotor mostrando o pólo sul
na extremidade mais distante (mosuado hachurado). A fase 1 do estator é encrgizada ali·
nhando o rotoc como está mostrado.

Para gir:.r o n)tor. a e:<ciwçt.o é retimd:• da fase I eu fase 2 é e.xcitadra. Se a fase 2 for e:<-
C'itada d e rn(MJO 1al que <) JlÓI<'J d o ~SiàtOr do lad<) direito seja u m pólo sul e o dü lado e~ucrdo
seja um J>Óio norte, o rotor realizará urna rotação de 30° em se•uido a•Hi-hotá_rio. De modo se-
melhante. se a excitação oposta ror aplicüda ao enrolamento d;_l fase 2. uma rotaç5o de 30, em
sentido horário irá ocorrer. Assim. com :l ~pli cação aJtcmada de excitações com polaridades
apropriadas nas fase I c 2. pode-se fazer com que o rotor execute uma rotação com um incre-
mento anguloLr especificado em ambos os sentidos.
Na prática, l):tru se <>bter um:J resúlução angular bém mt lhOr1 o:-. nu)torcs de passo híbri-
dos são geralmente COO$trufdt)S oom rn:.is txSios no rotor do que os rnosu·ados no motor esque-
mático da fig. 8.21 . COITeSJ>Ondememente, Q$ pólos do estmor são rreqDentemente cons-truf-
dos em fonna de c-astelo (veja a Fíg. 8.8) de modo a aumentar ainda mais a resolução angular.
Além disso, eles podem ser construídos com mais de dois empilhamemos por rotor.

l'v d .na! chromon1 prawem au,or sk1m


CAPiTUlO 8 MAoUINAS OE A.ElUTÂHC&A. VARIÁVEl E MoTORES DE P ASSO 427

de comrole mic-roprocessados de baixo cus10 e Oexívcis. é <1uc as MRVs começaram a ter apli·
cação em ampla escala em sistemas que vão desde tração até sistemas de controle preciso de
posição com conjugado elevado em ~• plicaçõc$ de robótica.
A experiência prática com MRVs mos1rou que elas cêm potencial pura uma confiabili·
dadc elevada. Isso, em pane, deve.se à siml>licidade de sua construção e ao fato de que n;io hú
enrolamentos em seus rotores. Além disso. os acionadores de MRVs podem operar bem (com
uma potência um tanto redu7...ida) após :1 ocorrênc.ia de falhas em uma ou mais das fases. um·
to na máquina como no inversor. As MRVs têm tipicamente um número maior de fases nocs·
tator (quatro ou mais) e. desse modo. uma p01ênda de saída significativa ainda pode ser obti-
da me~çmo se algumas dessas fases ficarem fora de serviço. Como não há excitação no rotor.
não haverá tensão gerada em um enrolamento de fase que fiq ue em abcno ou corrente gerada
em uma fase que entre em curl<><ircuito. De~se modo. a máquina pode continuar a funcionar
sem risco de maiores danos ou aquecimento e penJas ndicionais.
Como as MRVs podem ser construídas facilmente com um gnmde mímero de dcmes no
rotor c no cstator (resultando em grandes variações de indutância com pc<Jucnas mudanças no
ângulo do rotor). ela.~ podem ser con.s1ruídas para produzir um conjugado muito elevado por
unidade de volume. Entretanto, há um compromisso entre conjugado c velocidade c es...~as má-
quinas terão uma baixa velocidade de romção (consistente com o fato de que só uma dada
quantidade de potência pode ser produzida para um dado tamanho de máquina). No extremo
oposto. a configuração simples de um r01or de MRV e o fato de que ele não contém cnrOI:J·
mcntos sugerem que seja possível construir rotorcs de MRV extremamente robustos. Esses ro-
tores podem suportar aJta~ velocidades. sendo que motores cupazes de funcionar com vcloci·
dades acima de 200.000 rpm foram construídos.
Finalmente. vimos que a saturação desempenha um papel imponame no desempenho
de uma MRV. N::~ medida em que progressos recentes na eletrônica de J)Oiência e nos circui-
tos microelelrônicos trouxeram os sistemas de acioname-nto MRV até o campo prático. as·
sim também aconte-ceu com as técnicas analíticas baseadas em compu1ador em relaç-ão à
antHise dos campos magnéticos. Na prática, o uso dessas 1écnic.as tornou possível realizar
projetos otimiz.ados de sistemas de acionamento MRV <1ue sao competitivos com tecnolo-
gias alternativas em muitas aplicações.
Os motores de passo estão imimamente relacionados com as MRVs na medida em que
a excitação de cada fase sucessiva do estator resulta em uma rotação angular específica do ro-
lor. Os motores de passo estão disponíveis em uma nmpl3 variedade de modelos e conligura.
ções. Entre essas. temos as configurações de relutúnci;.l variável. imã pennanente e hfbrida. A
posição do rotor de um motor de passo de relutância \'ariável nao é determinadõ.l de fonna úni-
c.a pelall corren1es de fase. pois as indut:lncias de rase não são funções únicas do ângulo do ro-
tor. O acré.~cimo de um imã permanente altera essa situação e a posição do rotor de um motor
de passo de imã pennaJleme é umn função única das corremes de fase.
Os motores de passo são os parceiros eletromec5nicos da eletrônica digi1al. Pela aplica-
ção apropriada de correntes de fase aos enrolarnentos do esunor, pode-se fuzcr com que esses
mo(ores executem rotações em passos bem definidos ati11g_indo uma fração de grau por pulso.
Desse modo, são compOnentes essenciais dos sistemas eletromecânicos controlados digital-
mente nos quais é necessário um alto grau de precisão. S5o cncontrudos em uma ampla varie·
dade de at)licações. incluindo máquina.~.ferramenlas controladas numericamente-, impress~
ms. plouer.t e unidades de disco.

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428 MI.Ou1NAS EL~TJUCAS

8.7 PROBLEMAS
8.1 Repita o Exemplo 8.1 para uma máquina idêntica à analisada naquele exemplo. exce·
lO que Oângulo das races dns pólos do CSlalOr é fj: 45°.
8.2 No parágrafo que antecede a Equação 8. 1. o (CXto afinna que ..supondo que a rclutân·
cia do fe rro seja dcsprcz.íve), as indutâncias mútuas entre as fases da MRV duplamcn·
cc saliente da Fig. 8.1 b serão zero. com exceção de uma pequena compOncme essen·
cialmcntc constante :lssociadtl ao nuxo de dispersão." Desprezando quaisquer efeitos
devidos no nuxo de díspcrsão, use técnicas de circuitos magné.ticos paru mostrar que
essa afirmação~ vcrdadeina.
8.3 Use técnicas de c ircuito magnético paru mostrar que a indutância mútuo entre f;."tses rm
MRV 6/4 da Fig. 8.5 é zero. supondo uma pem1eabilidade infinita para o ferro does-
tator e do rotor. Despre.z.e quaisquer contribuições devidas ao fluxo de disperst.o.
8.4 Uma MRV 6/4 da forma mostrada na Fig. 8.5 tem as seguintes propriedades:
Ângulo dos pólos do esllllor {3 = 30'
Ângulo dos pólos do rolor a= 30'
Comprimento do cntreferro g = 0.35 mm
Raio ex temo do rowr R = 5. 1 em
Comprimento ativo D = 7 em
Essa máquina é ligada como um motor trifási<.'O com os pólos opostos conecHtdos em
série para fonnar cada um dos enrolamentos de fase. H á 40 espiras por pólo (80 espi-
ras por fase). O ferro do rotor e do estator pode ser considerado como tendo penncabi-
lidade infinita e. ponanro. os efeitos de indutância múwa podem ser desprezados.
a. Definindo o zero do ângulo do rotor 8,11 como sendo a posição para a qual a indutân·
c ia da fase I é máxima, plote a indutância da fusc I em funç;_1o do ângulo do rotor.
Inclua tnmbém legendas.
b. Sobre o gráfico da parte (a). plote as indutâncias da~ fases 2 e 3.
c. Encontre a correme /0 da fase I da qua.l resuha uma densid::~de de lluxo magnético
sob a face polar da fase I de I ,OT no etltre.fetro, qu::mdo o rotor está em um:t posi-
ção de indutância máxima para a fase I.
d. As..~umi ndo que a corrente da fase I seja manlidu conslante com o valor cncomrado
na pane (c) e que não haja correntes nas f uses 2 c 3. plote o conjugado em funç.ão
da posição do rotor.
O motor deve ser acionado com um im·ersor trif::isico com uma fonte de corrente <1uc
pode ser desligada ou ligada para fornecer corrente zero ou cotretue constante de in-
tensidade In nas fases 2 e 3. Plote o conjugado em função da posição do roto•··
e. Com a suposição ideal de que as correntes podem ser ligadas instant:tneamcnte. de-
termine a sC<}Uência de correntes de fnse (em função da posiçJo do roror) da <Jmtl rc-
suhard um conjugado positivo constante, independente me me da posição do rotor.
f. Se a freqüência de excitação do esaawr for tal que seja necessário umtellli>O de T
= 35 1ns para pen;om:r a seqüência de todas as três fases submetidas às condições
de excitação da parte (c), encontre a velocidade angular do rotor e o seu sentido
de rolação.
85 Nu Seção 8.2. quando se discute a Fig. 8.5. o texto afirma: "Em uma MRV 6/4. além
do fato de que não há posições de alinhamento simultâneo. pode-se ver Htmbérn c:1uc

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CAPiTULO 8 MAat.ltNAS DE RELUTÂNCIA VARIÃV€L E MOTORES DE PASSO 429

não há nenhuma posição do rotor na qual seja possível produ?..ir c.onjugado somente de
mesmo sinal (posilivo ou negativo):' Mosue que essa afirmação é verdadeiro.
8.6 Considere uma MRV 618 trifásica. As fases do e:;tator são excitadas scqüenciahne-1\te
exigindo um tempo total de 15 rns. Encomre a velocidade angular do rotor em rpm.
8.7 Os enrolamentos de fase do máquina com estrutura em castelo da Fig. 8.8 devem ser
excitados ligando e desligando indh:idualmentc as fases (isto é, ape•las uma fase de ca.
da vez pode estar excitada em um instante dado qualquer).
a. Descreva a seqUência das excitações de fase necess.iria para mover o rmor para a di·
reiw. (semido horário) pcrconcndo um ângulo de ilt>roximadameme 2 1.4....
b. As fuscs do esuuor devem ser cxciwdos com uma seqüência regular de pulsos.
Calcule a ordem das fa.~es c o tempo entre os pulsos, necessários para produzir uma ve·
locidade de rotação do rotor em regime pennanente de 125 rpm no sentido anti·hor.írio.
8.8 Substitua o rotor de 28 dente.<> do i>roblema 8.7 por um rotor com 26 dentes.
a. A fase I é excitada e permite·se <1uc o rotor entre em repouso. Se a excitação da fa.
se I for removida e uma excitação for aplicad<l à fase 2. calcule o sentido e valor
(e-m graus) resultantes da rotaç.ão do roto r.
b. As fases do esuuor devem ser excitadas com uma seqüência regular de pulsos.
Calcule a ordem da.<> fases e o tempo entre os pulsos, necessários para produzir uma ve..

~
locidade de rotação do rotor em regime pem1anente de 80 rpm no sentido anti-horário.
8.9 Repita o Exemplo 8.3 para uma velocidade de rotor de 4500 rpm.
~ 8 .10 Repita o Exemplo 8.3 supondo que a velocidade do rotor seja de 4500 rpm c que umu
tcnsüo negativa de -250 V seja u.s.adn para interromper a corrente de fase.
8.11 A MRV 6/4 trifásica do Problcrnu 8.4 tem uma resistência de enrolamento de 0.15
fllfase e uma i11dut.:IJlcia de dispers:lo de 4,5 mH em cada fase. Suponhu que o rotor e.~-
teja girando com uma velocidade angular constame de 1750 f'))ln.
a. Plote a indutância da fnse I em função do ângulo de rotor 8....
b. Uma tensão de 75 V é aplicada à fase I quando o rotor atinge a posiç.ão 0"" -= -30... e
é mantida constante mé 8,-= 0°. Calcule e plote a corrente da rase I em runç~o do
tempo durante esse perfodo.
c. Quando o rotor atinge O= Cf. a tcns5o :tplicuda é invertida de modo que umucen.s.ão
de -75 V é aplicada ao enrolamento. Ess;:11cnsão é mantida ;1té que a corrente de en·
rolame111o chegue a zcrt). ponto em que o enrolamento é coloc~ldo em circuito aber-
to. Calcule e plote o decaimento de corrente durante o tempo em que a corrente di·
minui chegando a zero.
d. Calcule e plote o c..-onjugado durante os períodos de te-mpo investigados nas pa11es (b)
e(c).
8.12 Suponha que a MRV dos Exemplos 8 .1 c 8.3 seja modilieada subslituindq.sc o seu ro·
cor por um rvtor em q ue o ângulo dns faces dos pólos seja de 75" corno ~tá mostrado na
Fig. 8. 12a. l Odos os demais parâmetros c dimensões da MRV pennanccem os mesmos.
a. Calcule e plote L(6m) para essa máqui1la.
b. Repita o Exemplo 8.3, exceto que a tensão constante de 100 V é aplicada primeiro
em e. = -67,5"', quando dl,.(8"')1d9m toma-se positiva. e a tensão constante de - I (X)
V é emão aplicada em e.. = -7,5° (isto é, quando dL(8"')1d8. torna·se nula), man-
tendo-se constante até- que a corrente de enrolamento chegue a zero.
c. Plote o conjugado correspondente.

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430 M ÁQUINAS ELETOICAS

~8.13 Repita o Exemplo 8.4 pata uma MRV 4fl bifásica e siméttica. cuja caracte-rfstica À x i
pode ser represenrada pela segui me expressão (para a fase I) em função de 9,n dentro
do intervalo os em
s 9<f':

- om ) (
= ( 0.0 1 + 0.15 ( 90'90' 12.~~ Í t
Àt
J? () ) " ' ) Ít

8. 14 Considere um mocor de passo bifásico com um rotor de imn pem1unerue como o •nos-
Irado na Fig. 8.18 e cuj a cu.·va de conj ugado wmws àngulo é como a mosrrada na Fig.
8. 19a. Es..c;a máquina de\'e ser excitada conl uma seqUência digital de quatro bits cor-
respondendo à seguinte exci1ação dos enrolamen1os:

bit bit

z i, J 4 i,
o o o o o o
() I - I, o l - lo
o o
'"o I
I I 'o·
a. Faça uma 1abela com valores de quatro bits que irão produzir as posições angulares
do rolor de O. 45• ..... 3 15'.
b. Percorrendo a se.qüêocia dada pelos valores de bits c-nconrrados 11a pane (a) pode-
se fazer com que o motor gire. Qual é o iiHt:-rvalo de tempo (em rnilissegundos) en-
tre as mudanças de \'afores de bits que resuhará em uma velocidade de romr de
1200 rpm'l
8.15 A Fig. 8.22 mostra um motor de passo bif{asico híbrido com os pólos do estator uprc-
semando urna estrutura e1n caste-lo. O rotor e,s t~ mostrndo n:aposição que ocupa quan-
do a corrente está enU'ando pelo tel'mina l positivo da fase I .
a. Se a fase I for desligada e a fase 2 for excitada, com a corrente entrando pelo seu
tenninaii>OSitivo, calcule a respectiva rotação angular do rotor. Essa se dará em sen-
tido horário ou ami-horário'!
b. Descreva umo sc<1iiência de cxcitaç.ão para os enrolamentos de fase que resultará
em uma rotação uniforme do rotor em sentido horário.
c. Determine a frcqUência das corremes de fase necessária par-.a se obter uma veloci-
dade de rmor de 8 rpm.
8. 16 Considere um motor de passo de re lutância variável multifá..c;ico e de empilhamento
mllhiplo, tal como o mostmdo c-.s<lucmalicamcntc na Fig. 8.17. com 14 pólos em cada
um dos empilhamentos do I'Otor e do estator e três empilhamentos com um enrolamen-
to de fase por empilhame nto. O motor é construído de mocJo qt•c os pólos do cstator de
cada empilhamento estejam alinhados.
a. Calcule o afastamento angular entre os empilhamentos do rotor.
b. Delennine a fn.'<}Uência das correntes de fase necessária para se obter lllna veloci-
dade de !'OlOr de 900 rpm.

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CAPITULO 8 M AQuiNAS DE RELUTÂNCIA VARIÁVEL E MOTORES DE PASSO 431

Pólo wl n;t
~.t:tn:midade
:•fa!.1ad:•do 1'()((1(

Pók>none no
' l+ ex tttrnidadc
1-llse pró~tl m:l do rotQr

+
Fa..>e 2

FIGURA 8.22 Motor de passo híbrido em castelo para o Problema 8. t 5 .

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C APÍTUL O

Motores Mono e Bifásicos


Sii! c.apílulo discute os motores mono f~ís i cos . Ao mesmo tempo que focaliza os motores de
E indução. també•n d iscute. os motores de indução. <)S síncronos de relutância. os de histc-
•·ese e os de pólos somb•·eados. Obsen·e que um outro moto•· monofásico comum, o motor sé-
rie universal. foi discutido na Seção 7. 1O. A maioria dos motores de indução com uma espe-
t ificaçào de potência fracionária (fração de C.Juilowau) são motores monof:lsicos. Em >lplica-
ções residenciais e comerciais. são encontmdos em urna ampla va1'i edade de equip:unentos in-
cluindo re frigeradores. condicionadores de ar. trocadores de calor, ''entiladores. bomba.~. má-
qu i_n~IS de lavar e secadores.
Neste çapíiUio, descre\'crcmos esses motores qual itativamente em termos da teoria do
carnpo girante e começaremos com uma análise rigorosa de um motor simples monofásico
que ope1-a com um único enmlamemo. Entretanlo. na realidade. a maioria dos rn(I{Ores de in-
duç.ão monofásicos são motores bifásicos com enrolamentos assi rnéuic.os. TIJ)icamenle os
dois enrolamcmos são bem diferentes. com núm·eros diferentes pa.•·a as espiro.(j e/ou a distri-
buiç.ão de enrolamemo. Assim. este capítulo discure 1ambém os motores bi fásicos e inclui o
desenvolvimento de uma teoria quantitativa para a análise: de motores de induçUo monofási-
cos. que estejam funcionando com ambos os enrolamentos principal e auxil iar.

-
9.1 MOTORES DE INDUÇAO MONOFASICOS: UM EXAME
'
QUALITATIVO
Escnnurahnente. os tipos majs comuns de motores de i ndução monofásicos são se-mel hantes
nos motores pOii fásiCQs de gaiola de esquilo. exceto em rclaçf•o à disposição dos enrolamen-
IOS do estator. Urn moror de i ndução tom um rotor gaiola de Cs<Juilo e um enrolamento de cs-
tator monofásico está representado esquematicamente na Fig. 9. 1. No lugar de urna bobina
concen1rada. o enrolamen10 re~1l do estator C.Siá dislrib\Jído em ranhuras de modo a produzir
uma distribuição espacial de. FMM aproxi madamente senoidt•l. Corno \•i rno.s na Seção 4.5.1.
um enrolamento monofásioo produz ondas de f'MM iguais para fre1ue e para trás•. Quando
está em repouso, é eviderue que JX}r s:imelriu esse motor basicamente não aprcscnt:1nenhum
conjugado de punida l)()f(Jue ele está produz..indo conjug:1dos iguais em ambos os sentidos. No
entanto. mostraremos que se for dacla a panida por meios ;mxil iarcs. o resultado ser.í um con·
jugado líquido no sentido d~1 pat1ida e o moiQr conlinuará a func ionar.

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CAPfTULO 9 MOTORES MONO E B IFÁStCOS 433

-i

+
ROlor gaiola F.nrolaíl\etltO
de esquilo doesUI(Or

fiGURA 9. 1 Vista esquemâtica de um motor de indução monofâsico.

Antes de examinannos os métodos auxiliares de partida. discutiremos as propriedades


básicas do motor esquemático da Fig. 9.1. Se a corrente do estator for uma função co-seno do
tempo, a FMM resultante no entreferro será dada pela Equação 4.18
(9. 1)

a qual, como foi mostrado na Seção 4.5.1. pode ser cscritacomo sendo a soma de ondas para
fre nte c para trás de amplitudes iguais. A onda para frente é dada por

(9.2)

c a onda para trás é dada por


I
F;, = :/~·· cos <O~ + w,I) (9.3)

Cada uma dessas ondas componentes da FMM produz uma ação do tipo mocor de indu-
ção. mas os conjugados corresponden<es es1ão em senlidos opos1os. Com o ro1or em repouso,
a~ ondas de fluxo no emrefem> para frente e para trás, criadas pelas FMMs combinadas das
correntes de esmtore de rotor, são iguais. ConseqUememcme. os conjugados componentes são
iguais c nenhum conjugado de panida é produzjdo. Se as ondas de nuxo pata frente e para trás
no cntrcfc.rro pem1anecesscm iguais enquanto o rotor girasse, cada um dos campos compo-
nentes produz,iria uma característica de conjugado x velocidade semelhante à de um motOI'
polifásic.o. com u111a impedância de dispersão de es1a10r desprezível. como está ilustrado pe-
las linhas tracejadasfe b da fig. 9.2a•. A característica de conjugado x velocidade resultaJl-
tc. que é a soma algébrica das duas curvas componeme.~; , mostra que, se ros:se usado algum
meio auxiliar para dar panida no motor. sel'ia produzido um cottjugado com o sentido usado
na par1ida. qualquer que fosse ele.
A suposição de que as ondas de nuxo no entre ferro pcnnanecem iguais quando o rotor
está em movimento é uma simpli1kaçlio um tanto drástica da situação reaJ. Primeiro. os cfei-
los da impedãncia de dispersão do esm1or são ignorados. Segundo. os efeilos das corremcs in-
duzidas no rotor não são adequadameme levados em consideração. Ambos esses efeitos scnio
incluídos na teoria quantimtiva detalhada da Seçtto 9.3. A seguinte explicação quulitativa mQS-
tra que o desempenho de um motor de induç-ão monofásico é muito melhor que o previsto
com base em ondas iguais de fl uxo para freme e para trás.

• N. dt T.: IÀ) lnstês./de fon'(lrr/ (para frentc) c bde brwkvormt (J'Ktf:llrá$).

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434 M ÁOU!NA$ ELéTRICAS

-------- --- o___________ 100

Porttntascm de velocid3de
.<incron.a ( l:~:u·.a frenu:)

(>)

, -,
/ \
1--/
I
\I
I \
I I
I I
I I
I
I
/
(P<~ra u ás)
,' (P..u:. freme)
- I(()
----- 50

-so
,'
--------
Porttntftgem de
100

/' ''t loc idade SÍI)Crona


I I
I I
I I
I
I 1- h
\ I
\ I
\ I
\ ,,/
( b)

FtGUAA 9.2 Catacleristica de COfljugado x velocidade de um motor de indução monofâsi·


co (a) com base em oodas de fluxo coostantes para frente e para trás. (b) levando em con-
sideração as alleraQOes nas o"CCas de fluxo.

Quando o rotor está em movi mcnlo. as componemes da corrente de I'Otor induzida.~:; pe-
lo cmnpo pam lrás são maiores do que quando em repouso, c seu fator de potência é mais bai·
xo. Sua FMM. que se opõe à da cOI'rellte do escacor, resulla em uma redução da onda de fl uxo
para tr:ís. De modo inverso, o c(eilo magnético das componentes de corrente indu1.idas f'>t!IO
campo para frente é menor do que quando em repouso, porque as correntes do r01or silo me.
norcs e seu fa1or de potência é mais ete.vado. Portamo, à medida que a velocidade cresce. a on.
da do lluxo para frente cresce. ao passo que a do fl uxo para trás diminui . A sorna dessa..c; on-
das de fluxo deve pennancccr aproximadamente OOI'ISlanle pOrque é ela que induz a forç.a con-

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CAPITULO 9 MOTORES MONO E 81FASIOOS 43 5

tra-eletrornotriz do estator. a ()Ual é uproximndamentc constante, quando a Qt•eda de tensão na


impedância de disperstio do esuuor é pc<1uena.
Portanto, com o rotor em movimento, o conjugado do campo para freme ê maior c o do
campo para trás, menor do CJUC o du Fig. 9.2a. A situação real é aproximadamente a mostrada
na Fig . 9.2b. Na região normal de funcionamcmo com um cscorrcgamcnto de alguns poucos
por cento, o campo para freme é diversas vezes maior do que o campo p.ara u·ás. e a onda de
fluxo não ê m uito diferente do campo girante de amplitude constante p rese1He 110 entrefe•·ro
de um motor polifásico equilibrado. Na região de funcionamento nomml. pOrHuHo. a canlcte-
óstica de conjugado x velocidade de um motor monofásico não é muito inferior à de um mo-
tor polirásico que tem o mesmo rotor e que funcione com a mesma densidade-máxima de Ou·
xo no entreferro.
Além dos conjugados mostrados na Fig. 9.2. pulsações de conjugado con>o dobro da
rreqUência do estator são produzidas pelas intetaçõe-s emre as ondas de fluxo e FMM. que gi·
ram en'l sentidos opostos e crutam-se com o dobro da velocidade síncrona. Essas i•ueroções
nilo produzem nenhum conjugado médio. mas tendem a tomar o motor mais roidoso do que
um motor polifásico. Essas pulsações de conjugado são inevitáveis em um motor monofási-
co, devido às pulsações na cmrada instantflnea de pOtência sendo inerentes a um circuitO mo-
nofásico. Os efeitos do conjugado pulsame podem ser minimizados usando-se uma monta·
gem elástica para o motor. O conjugado rererido nas curvas de conjugado x velocidade de um
motor monofásico é a média, no tempo, do conjugado instantâneo.

9.2 DESEMPENHOS DE PARTIDA E DE FUNCIONAMENTO DOS


MOTORES MONOFÁSICOS DE INDUÇÃO E SÍNCRONOS
Os motores de indução monofásicos são classificados de acordo com os seus métodos de
partida c usualmente são referidos por nomes que descrevem esses métodos. A seleção do
motor apropriado baseia-se nas exigências dos conjugados de panida c de trubalho da çarga,
no ciclo de trabalho da carga. c nas limitações das çorrentcs de partida e de trabalho impos-
tas ao motor pela linha de abastecimemo de energia elétrica. O custo dos motores monofási-
cos aumenta c.om a potência e com as çaractcrístk.as de desempenho. tal como a relação cn·
tre conjugado de panida e corrente. lipicamcntc, para minimizar o çusto, um e ngenheiro de
aplicações irá escolher o motor com as menores espedficaçõcs de potência c desempenho
capazes de atender às exigências da aplic3ção. Quando um grande número de motores deve
ser usado para 01n propósilo específico. um motor especial pode ser projctndo para garantir
o custo mínimo. No negócio de motores de potência fracionária. pequenas diferenças de cus·
to são importantes.
Os métodos de panidn c as características re.o;ultantes de conjugado x velocidade s.ão
examinados qualitativamente nesta seção. Uma teorin quantitativu para a análise desses mo-
tores será desenvolvida na Seção 9.4.2.

9.2.1 Motores de Fase Dividida


Os motores de fase dividida apresentam dois enrolamentos no cslator. o enrolamento princi-
pal (também referido como enrolamento de trabalho) que será indicado pelo subscrito "prin-
cipal" e o enrolamemo auxiliar (tanlbém referido como enrolamemo de partida) que será in-
d.icado pelo subscrito "aux". Como em um motot bifásico, os eixos desses enrolamentos es-
tão deslocados e.ntrc si de 90 graus elétricos no espaço. e eles são ligados corno está mostra-
do na Fig. 9.3a. O enrolamento auxiliar tem uma razão mais elevada emrc resistência e rea-

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436 MAOUINAS E ltTRICAS

-
i
~::::::-;--v

t~
+ i~-...
''
'
_ ,... , .
'""*;.,..! ........''.;_,'
i
Enrolamento
:u.a11:iliar
(O) (b) (C )

FtauRA 9.3 Motor de lase dividida: (a) conexões. (b) diagrama fasorial na pattida. e (c)
característica típtca de conjugacso x velocidade.

t5ncia do que o enrolamemo principal. A conseqüência disso é que as duas correntes cswr&o
fora de fase. çomo cs<á indicado no diagrama fasorial da Fig. 9.3b que é represema<ivo das
condições na partida. Como a corrente !,..... do enrolamemo auxiliar está adialllada em relaç-ão
à corrente f~ do enrolamento principal, o campO do esuuor a1inge primeiro o máximo no
eixo do enrolamento auxiliar c en1ão, um pOuco depois. atinge o máximo no eixo do e-nrola·
men10 principal.
As correntes de enrolaroento são equivalemes a con-entes bifásicas desequilibrada'> e o
motor é equh•aleme a um motor bifásico desequilibrado. O resullado é um campo giraJUe de es-
tator que causa a partida do motor. êm seguida. o enrolamento auxiliàr é deslig;.\do, usualmente
por meio de uma ch.ave centrifuga que atua em tomo de 75 por cento da velocidade síncrona.
Uma maneira simples de se obter uma nWio elev;Kla entre resistência c rcatância no enrohunen-
to auxiliar é pelo uso de um fio mais fino no enrolamento auxiliar do que no enrolamento prill-
cipal. Esse procedimento ê permitido porque o enrolamento auxiliar atua somente durante a par-
lida. A sua reatâncía poderá ser reduzida um pouco se ele for colocado no topo das ranhura.'>.
Uma característica dpica de conjugado x velocidade para esse motor está mostrada na fig. 9.3c.
Os motores de fase dividida têm conjugados de panida moderados para uma baixa cor-
re.ntc de partida. Aplicações típicas incluem ventiladores. sopradores. bombas centrífugas c
equ ip.c1mento~ de escritório. As potências nominais típicas estão entre 50 c 500 watts. Dentro
dessa faixa, são o~ motores de menor custo disponÍ\•eis.

9.2.2 Motores com Capacitar


Capadtorcs podem ser usados para melhorar o desempenho de partida do motor. o desempe-
nho de trabalho. ou nmbos. dependendo do tamanho e da COilexão do capacitor. O mmor c:om
partida a tllpacitor também é um motor de fase dividida, mas o desloc-amento de fase no tem-
po eotre as duas correntes é obtido por meio de um capacito!' em série com o enrolamento au-
xiliar, como es1á mostrado na Fig. 9.4a. Novamente. o enrolamento auxiliar é desconectado
depois da partida do motor e. conseqüentemente. o capacitor e o enrolamento auxiliar podem
ser projetados a um custo mínimo para uso intennitente.
Usando um capuâ10r de ponid(' de valor apropriado, pode-se fazer com que u corren-
te r•.do enrolamento auxiliar. com o rotor parado. fique adiantada de 90 graus elétricos em

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CAPITuLO 9 MOTOOES MoNO E BIFÁSICOS 437

- i

+ F..nrobmcnto ~~-·Mm
·... o ~ íChc,..•
V princir»l
_,:ou_
1::nntl;un;...-n1o
3\tJ!ilwr
( o) (b) (<)

FIGURA 9.4 Motor com partida a e apacítor: (a) conexões . (b) diagrama fasorial na partida.
e (c) caracterlstica tfpica de conjugado x velocidade.

relação à corrente /pn-:..,..1 do enrolamento principal . como ocorreria em urn motor bi fásico
cquilibrudo (veja a Fig. 9.4b). Na prática, o melhor compromisso entre conjugado de pari i·
da. corrente de panida e custo ocorre geralmente com um ângulo de fase um pouco inferior
a 90(). Urna característic--a típica do conjugado X velocidade está mostr:ada na Fig. 9.4c, em
que se destaca o elevado conjugado de partida. Esses motores são usados com compresso-
res, bombas. equipamentos de refrigeração e de ar condicionado, e outras cargas de panidn
difícil. Uma vista em cone longitudinal de um mmor de partida a capacitor está mostrada
na Fig. 9.5.
No motor defase dividida com capacitar permaneme.* o capacitor e o enrolamento au·
xiliar não são desconectados após a partida. A construção pode ser simplificada omitindo-se
a chave. Com isso. obtêm-se melhorias no fator de potência. no desempenho c nas pulsações
de conjugado. Por exemplo. o capacitor c o enrolarncnto auxiliar poderiam ser projetados pa·
ra uma operação bifásica perfeita (isto é. sem n onda de nuxo pam tr{IS) com uma carga dese-
jada qualquer. Ncs.sc ponto de funcionamento, as perdas devidas ao campo que gira parn trás
seriam eliminadas, melhomndo-se o desempenho r·esulta.nte. As pulsações de conjugado com
o dobro da freqüência de estator também seriam e liminadas, sendo que o capacitor serviria
como um reservatório de arma1.enamento de e-nergia que suavizaria as pulsações na e mrada
de potência a partir da linha monofásica, resultando uma operação mais silenciosa. O conju·
gado de p-artida deve ser sacrificado porque a escolha da capacitfincia é necessariarne!lte um
compromisso entre os valores melhores de punida e de trabalho. A caracterfstíca reS-ultante de
conjugado x veiO<; idade c um diagrama esquemático cslão dados na F'ig. 9.6.
Se forem usados dois capacitorcs. um de partida e um de trabalho. podem-se obter teo·
ricamente desempenhos ótimos de partida c de trabalho. Uma maneira de se conseguir esse
resuhado e!>tá mostrado na Fig. 9.7u. O pequeno valor de capacitância necessário par.t. se ter
condições ótimas de trabalho é ligado pennancntementc em série com o e nrolamento auxi-
liar, e o valor muito mais elevado necessário na partida é obtido com um capacitor ligado em
paralelo co1n o capacitor de trabalho por meio de uma chave que se abre quando o motor
atinge a velocidade de trabalho. Tal motor é conhecido como motor com capacitares de par-
tida e de trabalho.

" N. de T.: T:uniXm ch:lmado de c.:~p:1d10f de marc;h;a.

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CAPiTULO 9 MOTORES MONO E BIFÁSICOS 439

Em motore."ô com partida a capacitor. a capacilãncia tem um valor típico de 300 pF para
um motor de 500 W. Como ele deve conduzir corrente apenas durante a partida. o capacitor é
um tipo especial. clctrolílico c comp.'\CtO, para corren1e altcmttda, usado em partida de moto-
res. O capacitor permanente para o mesmo mo1or tem urn valor típico de 40 pF e, como ope·
m continuamente, o cnpacitor é um tipo CA u óleo. O custo dos vários tipos de mo tores es1á
relacionado com o desempenho: o motor de partida a capacitor tem o menor custo, a seguir
vem o motor de fase dividida e capacitor pcnnanente, c o de custo mais elevado é o motor
com capacitares de partida c de trabalho.

Um motor de 2.5 kW. 120 V e 60 Hz com r:.ar1ida a capacitor tem as seguintes impcdâncias
nos enrolamemos principal e auxiliar (na partida):
Zp~.,..1 = 4,.5 + j3,1 Q enrolamento principal

z.~ c 9.5 + J3.5 n enrolnmenlo auxiliar


Encontre o \'Uior do capacitor de partida que colocará em quadn:uura as correntes dos
enrolamentos principal e auxiliar. durante a p.anida.
• Solução
As correntes fpntt:lf>;ll c f,.._t estão mostradas na Fig. 9.4á e b. O ângulo de im1:>edância do enro-
lamento principaJ é

~prillttfal = arctg (3.7)


4
.5 = 39,6•

Para produz,ir correntes em quadratura no tempo com o e.nrol;unento principal, o ângulo de


impedãocia do circuito do enrolamento auxiliar (incluindo o capadtor de partida) dc"c ser
4> c 39.6' - 90.0" s -50.4'

A impedância combinada do enrolamento auxiliar e do capacitor de partida é igual a


z_... = z~. +i X, = 9.5 + i <3.5 + X,) n
em que X,= -~ é a reatãm::ia do capa<:itor c w = 2Jt60 ~ 377 radls. Assim,

<U'Cig
J.S9.5
+ X, ) c -
504'
.
(

::3.S=i,
- +,C.X'-", =lg(- 50.4• )=- 1.2 1
9.5

e, pon.anto,
Xc = - 1.21 x 9..5 - 3.5 = - 1s.on

A capacitãncia C é . então,
_, _,
Cc ;;;x; c Jnxc 15 .0) c I77Jlf

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440 MÁQUINAS ELÊTFUCAS

Considere o motor do Exemplo 9.1. Encontre o ângulo de fase entre as correntes dos enrola-
mentos principal c auxiliar quando o capacitor de 177 JJf é substitufdo por um capacitor de
200 pF.
• Solução
85.2"

9.2.3 Motores de Indução de Pólos Sombreados


Como está ilustrado esquematkamente na Fig. 9.8a. o motor de induçâo de pólos sombrea-
dos tem usualmente pólos salientes com uma porção de cada pólo e-•h'Oividn por uma espira
de cobre em curtcrcircuito chamada de bobina tle arrú5te. As correntes induzidas na bobima
de arraste fazem com que o fluxo presente na porção sombreada do pólo atrose-sc em relaç;.'-io
ao fl uxo da outra porção. O resuhado é similar a um campo girantc que se move no sentido da
porção não sombreada para a porção sombreada do pólo; corrcnccs são induzidas no rotor de
gaiola. e um baixo conjugado de panida é produzid o. A Fig. 9.8b mostm umn cnractcristica cí-
pica de conjugad o x velocidade. O rendimento é baixo, maç; os motores de pólos sombreados
são o tipo menos dispendioso de motor de potência fracionária. Encontram-se disponfve.i s
com potê.ncias nomi11ais de a1é cerca de 50 W.

9.2.4 Motores Sfncronos de Relutância com Partida Própria


Qualquer um dos tipos de motores de indução d escri lOS pode se lomnr um mowr síncrono de
relwfmcia com partida pr6prill. Qualquer coisa que faç-a com que a relu1ància de e mreferro
torne-se uma fu nção da posição angular do rotor. em relação ao eixo da bobina de esl:llor,
produzirá um conjugado de relutância quando o motor estiver girando em velocidade síncro-
na. Por exemplo. suponha que alguns dos dentes de um rotor de gaiola sejam removidos. dei·
xando-se imactas as barras c os anéis de terminação, como em um mocor de induçiio comum
de gaiola. A Fig. 9.9a mostra uma chapa de um rotor desse tipo, projt.:lado pnm ser usado
com um estator de <(uatro pólos. O estator pode ser polifásico ou qualquer um dos tipos mo·
nofásicos descritos.

-i

+
·~· -.j.-

principal 1
r
20 40 60 80 I IX)
Porcentagc:m de \'Ciocidadc :tíncnln:t

(b)

FIGURA 9.8 MoiO< C!e incJuç.ão C!e pólos sombleacJos e a caraclerlslica lípica C!e conjugado
x velocidade.

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442 MAOulNAS Et.VRICAS

ro. sem enrolamemos nem de1ues. Ele é c.olocado no interior de um eslator ranhurado, tendo
enrolamentos distribuídos que foram proj etados para produz.ir, tão aproximadamente quanto
possível. uma distribuição de fluxo senoidal est>acial. já que nuwações na onda de fl uxo au~
mentam grandemente as perdas. Nos motores monofásicos, os enrolamemos de esuuor são
usualmente do 1jpo de fase dividida com capacitar pcnnancntc. como na Fig. 9.6. O capaci1or
é escolhido de mcxlo a se obter uma configuração bifásica aproximadamente C(tui librada nos
enrolamentos do motor. O e~aator produz. en1ão um campo no entre ferro que é conslitufdo
principalmenlc por uma fundamental espacial que está girando na velocidade síncrona.
As condições magnéticas instantâneas no entre ferro e no rotor esulo mos Iradas na Fig.
9. 1Oa para um es1a1or de dois pólos. O eixo SS' da onda de FMM do estator gira na velocida·
de síncrona. Devido à histerese. a tnilgnetitaçâo do ro1or es1á ~u rasada em relação à onda
FMM de indução e. por1an10. o eixo RR' da onda de 11uxo do rotor e.s1á atrasado em relação
ao eixo da onda de FMM do e-suuor por um ângulo de histeres.e em atraso O(Fig. 9.J0a).
Quando o rotor está parado, o conjugado de panida produzido é proporcional ao produto das
componemes fu ndamemais da FMM do estalor e do fluxo do rmor, e ao seno do ângulo de
conjugado 6. Então. se o conjugado de carga for inferior ao conjugado desenvolvido pelo m~
tor. o rotor será acelemdo.
Enquanto o rotor estiver girando com velocidade inferior à síncrona. c-.adu região do ro·
tor estará sujeita a um ciclo repetitivo de histercsc com a fre(lüênciu de cscorregamento. En·
quan10 o rotor é ac-e-le.ra<ft). o ângulo de a1raso ó pennane<:erá conslante se o lluxo for cons-tan.
te. porque o ângulo ó depende apenas do laço de hi.sterese do material de que é feito o rotor e é
independente da taxa com a qual o laço é percorrido. Ponanto, o motor dc.o.;cnvolvc c:onjugndo
constante até a velocidade sfncrona. como está mostrado na característic-a ideal de conjugado
x velocidade da Fig. 9. 1Ob. Essa particularidade é uma das vantagens do motor de hislercsc.
Em contraste com o motor de relutância. que deve conduzir a sua carga até o sincronismo de
iiCOrdo a cur"a carnctcrística de conjugado X velocidade de um motor de indução. um motor de
histerese pOde sincronizar quaJqucr carga <.1uc possa acclemr. não impon.ando quão grande é a
inércia. Depois de atingir o sincronismo. o motor continua girando na velocidade síncrona c
ajusta o ângulo de conjugado de •nodo a desenvolver o conjugado e-xigido 1:>ela cargo.

s R

Esullor

Rotor

o 100
Porecll fa~em de ~·ekx:idade .otinc n.ma
I
I
R' I
s
~) 00
FtGuRA 9.10 (a} Conslituiçao geral do campo magnético no entrefeno e no rotor de um
motor de histetese; (b) caract~ística ideal de conjugado x velocidade.

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CAPITULO 9 MoTOAES MoNO E BtFAsiCOS 443

O motor de histcrcsc é incrcnlcmcnte silencioso e produz rolllção suave em sua carga.


Além disso. o rotor usa o mesmo número de pólos que o campo do esuuor. O mo10r p•-esta-se
ao runcionamemo sfnc•·ono com velocidades múltiplas qunndo o csuuor for enrolado com di-
versos conjuntos de bobinas e utilizar conexões que pennitam a U'OCa de pólos. O motor de
histcrese pode acelerar c sincronizar cargas de inércia elevada porque seu COiljugado é unifor-
me desde o repouso até a velocidnde síncrono.

9.3 TEORIA DO CAMPO GIRANTE DE MOTORES DE INDUÇÃO


MONOFÁSICOS
Como foi discutido na Seçno 9.1, pode-se mostr.tr que a onda de FM M do eswtor de um mo 4

tor d e indução monofásico é equi vnlentc a duas ondas llc FMM de ompli tude constam e que
estão girando com velocidade síncrona em sentidos opostos. Cada uma dessas ondas compo-
nentes da F'Mfl.•t do estator induz as suas próprias componentes de corrente no rotor e produz
ação do tipo motor de indução. exatamente como em um motor polifásito equilibrado. Esse
concciw de campo girante duplo não é útil apenas para uma visuali1.ação qualitativa. mas tam-
bém pode ser usado no desenvolvimento de uma teoria quantitativn :aplicável o umn amplo va-
riedade de tipos de motores de indução. Entretanto. não iremos discutir todu a teoria <luanti-
uuiva aqui. 1 Iremos examinar somente o caso simples. mas irnponante, de um motor de indu-
ção monof:í.sico que esteja funcionando com o enrolamento principal apenas.
Considere a situação em que o rotor eslõí parado c apenas o enrolamento principal does-
tator está excitado. Então, o motor é equivalente a um transfonnador com seu secundário em
curto-circuito. O circuito equivalente está mostrado na Fig. 9.11a. em que R1 .rn~>:•""' c Xqn~>:lf"'l são
respectivamente a resistência c a reatància de dispersão do enrolamento principal. XA,flllnc•~• é a
rcntância de ma.gnctiz:ação c R2.pmaf!al c x~.,., são os valores com o rocor parado du ~ i stêncin
e da remância de diSpersão. referidas ao enrolamento principal do est:uor. tendo-se us~do n rcln-
ção de espiras adequada. As perdas !lO nócleo, omitidas aqui, ser-do leva.das em consideração
ma.is wrde oomo se fossem perdas rotacionais. A tensão aplicada é V. e a corre1ue do eüroli:unen-
to principal é lrn....II<'1• A tensão t~r-J é a força contta-eleu-o,notriz gerada no enrolamelllo prin-
cipal pela onda de nwco puls::uue estacionária de entrcferro, produzida pela uçüo combinada doas
correntes de estator e rotor.
De acordo com o conceito de campo girame duplo da Seção 9. 1. a FMM do estator pode
ser decomposta em campos que giram para fre nte e pnra trás, ambos com me1adc da amplitu-
de. Com o rotor parado, as amplitudes das ondas resultantes do fluxo no erureferro, para fren-
te e pam trás. são ambas iguais à metade da amplitude do campo J>ulsante. Na Fig. 9. 11b. :apar-
te do circ.uito equivalente que represem:~ os efeitos do nuxo no emrefe!'J'() está dividida em duas
partes iguais. rcprcscnta.ndo os efeitos dos campos 1xu·a frente e para ttás., respectivame-nte.
Agora. considere a situação depois que o mo1or atingiu a velocidade de trabalho por
meio de algum método auxiliar c está funcionando apcna.~ com o enrolamento principal no
sentido do campo para frcnlc. com um cscorrcga.mento s por unidade. As correntes de rotor
induzidas pelo campo para frente têm a freqiiência de escorregamemo sj,, em que ,h é a fre-
qüêncin elétrica ap!icada ao estmor. Ex~n a me n t e como em quaJcJucr motor polifásico. com um
rotor simétrico polifásico ou gaiola de esquilo. e.ssas correntes de rotor produzem uma onda
de FMM que se desloca para freme na velocid:lde de escorregamcnto em rclução ao rotor c.
pOrt:mto. na velocidade síncrona em relação ao esuuor. A FMM resultante das ondas paru

' i>~r.t tun tmtam.:nco cJliCnsivodos motorts n\Onof:'l~icos, '~j:•. PQr c:o:empic). C. Q, Vcinou. Fmt'IÜ~11· (IINf S•lb{rnt•TillrWI·Hol'·
""fKI"'f.'r élt·t'trir Momrs. ~'kGr;.w- H ill. Nt'w Vorl:. 1970.

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444 M ÃOVINAS ELETftlCAS

+
Íl

(3)

....
-
~

i~ ·r
05X,., •
0.5 Zr pi""il'•l
+ +
v
_L f
0.5 x 2
'000
T
o~ o.sx., ., •. -r-:
0.5 R~
f
lrwln.:ijUI,t.•
,..~,,..
os
b

lb/ (C)

FMlUAA 9.11 Circuitos equivalentes de um motor de indoçao monofásico; (a) rotor biO·
queado; (b) rotor blOqueado mostrando os efeitos dos campos para frente e para trás; (c)
condições de operação.

fretue do estator e do I'"()(Or cria uma onda resuh:lnte de lluxo 1);lra freme no entrderro. que ge·
ra uma força contra·clcu-omotriz Ê l'flftfof"'J. 1 no enrolamento póndpal do cst:uor. O efeito refle-
tido do rotor. visto do cscato r. é scrnclh:mtc ~tqu e l c de um motor polifásico c pode ser reprc·
sentado por uma impcdância 0,5R~s +jO.SX1.~ em pamlclo comj0.5X• .,_..,1 como
na porção do circuito equivalente da Fig. 9.11c indicada por 'f'. Os fatores 0.5 vêm dn d(."COm-
posição da FMM pulsnntc de cstator em componentes para frente e para trás.
Agoru. considere a situação em relação ao campo para trás. O motor continua gimndo
com um cscorregamento sem rclaçiio ao campo p;ml frente, c sua \•clocidadc 11 por unidude
no semido do campo para frente é n = I - s. A velocidade rehuiva do rotor em relação no éam·
po para trás é I + 11, ou seu escorregamento em relação ao cam1>0 para trás é I + n = 2 - s. O
campo para trás induz então correntes de rotor cuja freqüência é (2 - s'J.h. Para pequenos es-
corrcgamentos. essas correntes de rotor têm quase o dobro da freqüê ncia do esrator.
Portanto, parn cscorrcgamentos de pequeno valor. um traçado da correme de rmor no os·
ciloscópio irti mostrar uma componente de alta freqüência. devida ao campo para trás, super-
posta a uma componente de baixa freqüência. devida ao campo para frente. Vista do estator. a
onda de FMM do rotor. devida à corrente de rotor induzida pelo campo para trás. desloc-.a-se
na velocidade síncrona, mas no sentido para trás. O circuito equivalente que representa essas
reações interna..;; do pomo de vista do esuuor ~como o de um mmor polifásico cujo escorrega·
mcnto é 2 - s, como está mostrado na porç-ão do circuito equivalente (Fig. 9.11c) indicada por
b. Como no caso do campo para frente, os fatores de 0.5 originam·sc da deco mposição da
FMM puls.anle do cstator em componentes para fre nte e para trás. A tensão t ,.,.. . ,ru1." sobre a
combinação em paralelo que represerua o campo par.a trilli é a força contra~clctromotriz gera-
da no enrolamento principal do estntor pelo campo para wís resultnntc.

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CAPiTULO 9 MoTORES MONO E BIFÁSICOS 445

Usando o circuito equivalente da Fig. 9. I Ic, a corrente de estator, a potência de emrada


e o fator de potência podem ser calculados pam qualquer valor escolhido de escorreg~1memo
quando a tensão aplicada·e ac; impedãncias do motor são conhecidas. Pam simplificar a nota·
ção. sejam
1
Zr • Rf + J·xr =(R ·""""""'
s + J·x2.priftdrxil}\ em para1e1o com J·x•"·Pii•~o.ip~l <9 ·4l

Zb =R b + J·xb =(R'·•,;,,;po~
2
_ s + J·x \
:. 11r..::i1'10~ em para1e1o J·x n1.prindJUI (9•5)

Do ponto de vista do enrolamento monofá~ico principal do esmtor. as impedâ11cias que


representam as reações dos campos para frente e para trás são 0.5Z,c 0.5Z,.. respectivamente,
na Píg. 9. 1lc.
O exame do circuito equivalente (Fig. 9. I Ic) confirma a conclusão. obtida por raciocí·
nio quuliuativo na Seção 9. 1 (fig. 9.2b), de que a onda de tlu.xo para fre nte no emrcferro cres·
<..-e c a onda para uás diminui quando o rotor é colocado em movimento. Quando o motor cs·
tá funcionando com um cscorrcgamento pequeno, o efeito re-fletido da resistência do rotOr so-
bre o campo J)ara frente é muito maior do que seu valor com o rmor parndo, ao passo que o
respectivo efeito no campo para trás. é menor. Ponanto, a impedãncia do cam1>0 para frente é
major do que seu valor com o rotor parado. ao passo que a do c-ampo para trás é menOI'. A for-
ça contm~l etromatri z do campo para frente. pananto. é maior do que com o ro1or parado. ao
passo que a força contra-eletrommriz do campo para trás é menor; isto é. ~1 onda de fl uxo pa·
ra frente cresce, ao passo que a onda de fl uxo para trás decresce.
A potêJlCia e o conjugado mecânicos podem ser calculados aplicando-se as re lações de
conjugadt) e porêntia dcscm'olvidas para os motores polifá-sicos no Capft ulo 6. Os conjugados
produzidos por cada um dos campos par.t frente e para trás podem ser tratados dessa maneira.
As imerações entre as ondas girantcs opostas de fluxo e de FMM produzem pulsações de con·
jugado C01n o dobro da freqüência do cstator mas nenhum conjugado 1nédio é produzido.
Como na Equação 6.25, o conjugado eletromagnético TPll~do campo para freme em
ncwtons·melros é igual a 1/(1), vezes a potência P ciOdt:rJr>J em waus entregue lleiOe nrolame1HO
do estator ao campo para freme. Aqui. (1), é a velocidade angular sfncrona em radianos medi·
ni<.,'OS por segundo e, assim,
I
JPnnripnl,f = - Pf:mtc(tm:d (9.6)
(.V.,

Quando a impcdância de magneti1..ação é tr:nada como sendo puramente indutiva, P('IIU'f(-:m..r é


a potência absorvida pela impedância 0.52,; is1o é,

(9.7)
cm queR,éa componenLc resisti~• da impcdãnciadocampo para fren1cdefinida na Equação9.4.
De modo semelhamc. o conjug~•do interno T,n...·isul.t> do campO para trás é

(9.8)

onde Pc.-.rkm•}/1 é a pc:uê-ncia entregue pelo enrolamento de estalor ao campo parn trás, ou
(9.9)

Aqui. R., é a componente resistiva da impcdância ~do campo para trás definida n.1 Equação 9.5.

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CAPiTULO 9 MOTOAES MONO E BIFÁSICOS 447

Xn • X~.,......,... + X-."'*'""' e

A subslituição por valores nurnéricos dá, paras= 0.05.


Zr = Rr+ jX1 = 31.9 + j40,3 Q

Relações semelhantes para a impcdância do campO par-d trás Z, são oblidas substintindo 2
- .l' em s nessas equações. Quando (2- s)Q2.fWi"·""' ~maior do que 10. como usualmente é oca.
so. ocorrem erros inferiores a I por cento <1u.ando são usadas as seguintes relações aproximadas:
R,
+ "'
<2,...--i
$ )Q
;;--
:,,...... ....

A ~ubstituiçào de valores numéricos dá. pam s 0,05. =


z. = Rt> + jXb = 1.98 + j2. 12 O
Somando os e lementos em série do circuito equivalente da Fig. 9.11c. oblêm·se
Rl ,f'l\~o:r,NI + j Xl.f'"t(ll<ol = 2.02 + j2.79
O.S(Rr + jX1) = l$.95 + j20.tS
0.5(R, + jX,) = 0.99 + ji.06
lmpcdãncin lotai de cnrmd.n 7. = 18.96 + j24,00 = 30.6 l 51.7

V I tO
COJYeme de es:w.wr I • - c -
3Q.6 z = 3.59 A
Fator de potêncü. = cos (51.7 ) = 0.620
Potênoc:iadetntm<la = P.,..r..t. =V I x Faaordc pmênda = 110 x 3.59 x 0.620 = 244 W

A potência absorvida pelo campo para freme (Equação 9.7) é


P-·~t = 1 1(05Rr) = 3.59 1 x 15,95 = 206 W

A p01ênciu absorvida pelo cumpo para trás (Equação 9.9) é


P..,,...r(ml>.11 !31 / l(0.5R.,) e: 3.59: x 0.99 = 12.8 W

A potência mecânica imema (Equação 9.14)é


P_ :~r (I -.f)( P- ...r('n'9,t - P...,.,.r('OJI0,11 ) = 0.95(206 - 13) = 184 W
Supondo que as perdas no núcleo possam ser combinadas com as perdas por alrito e
ventilação. as perdas rotacionais wrnam-se 24 + I3 = 37 W e a po1ê11<:ia de saída no eixo é a
diferenç-a. Assim.
Pc;,.. = 184 -37 = 147 W = 0, 197 HP

Da Equação 4.40, a •·elocidade síncrona em mdls é dadn por

w, = ( -- ) '"· =
pólos
2
(~)
4
120" = 188.5 r:rdls

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448 MAQuiNAS EltTRICAS

ou, em termos de rpm. da Equnção 4.4 1

"·· = ( -120)
- f.:= ( -120) 60 a 1800 rpm
pólos 4

Velocid:tdc do rotor = (I -$){Velocidade sfncrt)na)

= 0.95 x 1800 = 17 10 rpm


e
w. = 0.95 x 188.5 ~ 179 mdls
O conjugado pode ser obtido da Equação 9.14.
P~.. 147
T....., :a -
(V.,
=179
- = 0.82 1 N · m
c o rendimento é

- Pc;,., -- ~ -- 0602
IJ- '
-60 ? h
- ·- ~
P.,.•.- 244
A título de verificação da contabilidade da p01êocia, calc;ule as pe1'das:
11R 1. .-;o(;1. . = (359) 1 (2,02) = 26.0

Perda..o; t l R no rmor devidas 30 campo pam frente (Eq. 9.1 1) =0.05 x 206 = 10.3
Perd.'IS / 1 R no tNor de"idns ;,~o <.'~mpo parà tr.'is (Eq. 9.12) = 1.95 x 12.8 = 25.0
Pe.rda...; romdonais = 37.0
98.3W

1);1 express;;io Ptnn-.da- P('lw' as perdas cotajs são iguais a 97 W. o que está correto delltro da pre-
cisão dos cálculos.

Suponha que o motor do Exemplo 9.2 estej a operando com um escorrcgamcnto de 0.065 em
tensão c freqüência nominais. Dete-rmine (ti) a correme de cswtor c o fator de potência e (h) a
potência de saída.
• Solução
a. 4.0 A, fator de potêncin = 0,70 i ndutjvo
b. 190W

A análise da ordem de magnilUde dos valores numéric..-os do Exemplo 9.2 sugere apro.
ximaçõcs ( fUC usuaJmcntc podem se-r reitas. Essas aproximações rclacionam·se panicular·
mente com a impedância do c-ampo para trás. Observe que a impcdància 0,5(Rb + jXtJ é ape.
nas cerca de 5 por cento da impedância total do motor para um cscorrcgamento próximo da
c-arga total. Conseqüentemente. uma aproximação tão grande quanto 20 por cento dessa im·
pedância c.ausaritl apenas ccrc.a de I por cemo de erro na torrente do motor. Embora. estrita.
mente ratando, a impedilncia do campo para trás seja uma função do cscorrcgamento. usual·
me111e um erro muito baixo resulta quando se calcula o seu valor para qualquerescorrcgamen·
to convenie-nte dentro da região nomtaJ de funcionamento. por exemplo. 5 por cento. e então
supor que R., e X., sejam constantes.

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CAPiTULO 9 MOTOAES MONO E BIFÁSICOS 449

Corrcspondcndo a uma aproximação ligeiramente maior. o cfcilo do ramo em deriva-


ção jXm.Pf'*i~l sobre a impedância do cnmpo para Irás pode ser freqUentemente dcspre:t..ado.
obtendo-se
R, . ._,
Zb "" -·Pf1*''""" + J·xl,prindral (9.15)
2 -s
Essa equação dá valores de resistência de campo para trás que são uns poucos por cento maio-
res. como se pode ver fazendo uma compamção com a expressão exata dada no Exemplo 9.2.
Se s fosse desprezado na Equação 9.15. ela tenderia a fornecer valores baixos demais de rc-
sistê-JlCia de campo para Irás e, portamo. tal aJ)fOximação tenderia a contrabalançar o erro na
Equação 9.15. ConseqOentememe. para pequenos escorregamentos.

(9.16)

Em um mmor polifásico {Seção 6.5), o c.onjugado interno máximo e o escorregamemo


para o qual isso ocorre podem ser expressos simple.111neme e m termos dos parâmetros do mo-
IOr. O conjugado imerno máximo não depende da resistência do rotor. No caso de um motor
monofásico, tal expressão simples não existe. O problema monof{LSico é mui lO mais tomple--
xo devido à presença do campo para Irás. Seus efeitos são duplos: (I) ele abso.-..•e pal"'c da leJt·
são aplic.ada, reduzindo assim a 1ensão disponível para o campo para fre me e diminuindo o
conjugado para frente desenvolvido. e (2) o campo para trás produz conjugado negativo. re-
duzindo o conjugado efetivo desenvolvido. Ambos os efeitos depende-m da resistência do mo-
tor e da remância de dispersão. Conseqüentemente, ao contrário do motor polifásico. o conju-
gado interno máximo de um motor monofásico é influenciado pela resistência do motor. O au·
snento da resistência do ro10r diminui o conjugado máximo e aumen1a o escorregamemo pa-
ra o qual ocorre o conjugado máximo.
Devido prilxipalme1ue aos efeitos do c.ampo para 1tás, o motor de i11dução rnonofá~ico é
um 1anto i nferior a um mmor polifásico que usa o mesmo rowr e o mesmo núcleo de esmtOr. O
mowr monofásico tem um conjugado máximo menor o <1uaJ ocorre para um escorregamemo
1nenor. Para o mesmo conjugado. o motor rnonofásico tem um escorregamento mais elevado e
perdus maiores dcvid'LS em gnmdc parte às perdas IRdo campo para trás no rotor. A potência
aparente de entrada do motor monofásic..."'' é maior, principalmente devido às potências ativa c
reativa consumidas pelo campo para trás. As perdas IR do estator também são maiores no mo·
1or monofásico. porque uma fase. c não diversas. deve suportar toda a corrente. Devido às per-
das maiores, o rendimento é menor e a elevação de tempenuura paro um mesmo conjugado é
maior. Uma carcaça de maior tamunho deve ser usada em um motor monof,1sico do que em um
mo1or polifásico de mesma po1€.nciit e \'Clocidadc nominais. Devido à carcaça maior, o conju-
gado milximo pode se 10mar compan'Í\'CI ao de um motor poli f(LSico lisicamc.ntc menor mas de
igual potêrlcia nominal. Apesar do tamanho maior da carcaça c da necessidade de configura-
çõe-s auxiliares de partida. um m()(or monof:ísico parn uso geral. dentro das especific-ações pa-
drões nominais de potência fracionária, cust:t aproximadamente o mesmo que o rcspccth•o mo·
tor polifásico devido ao volume muito maior de produção do primeiro.

9.4 MOTORES DE INDUÇÃO BIFÁSICOS


Como vimos, na realidade a maioria dos l'I\OIOres monofásicos de induçtlo é constnaída na for-
rou de motores bifá1õicos com dois enrolasnemos de estmor em quadrnwra no espaço. Geral-
mente. os enrolamentos principal c auxiliar são bem difereme.ç, com diferenças no nt.ímero de
espiras, espessura do fio e distribuição daç espiras. Essa diferCilÇa em combinaçno com oca-

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CAPiTULO 9 MoTORES MONO E BIFÁSICOS 451

R, x, x, R, x, x,

v, 7.r
!: x. !!l
\ '
(a) (b)

fiGURA 9.12 Circuitos eQuivalentes monofásicos para um motor bifásico sOb condiÇões
desequilibradas: (a) campo para frente e (b) campo para trás.

mesmo sentido, a impedância de 1erminal por fase é dada pelo circuito equivalente dn Fig.
9.12b para o caso em que V11 está adiantada em relação a V de 90°. Essa seqüência de fnse
(f

é chamada seqliê11cia negatü·a e é de.c;ignada pelo subscrito b,* j:i que as correntes com se-
qüência negativa produ7..em um C-ampo para trás.
Suponha agora que duas fon1es de 1ensão. bifásicas e equilibradas. de seqliéncias opos·
tas de fases sejam conectadas em série e aplicadas simultaneamente ao motor da fonna que
está indicado na Fig. 9. 13a. em que as tensões fasoriais Vr c -]Vr. aplicadas respectivameme
aos enrolamentos a c {J. formam um sistema equilibrado de seqüência positiva, e as tensões
fasoriais V" e- jV" fonnam um outro sistema equilibrado mas de seqliência negativa.
A tensão resullante Va aplicada ao enrolamento a é . como fasor.
(9.17)

c aquela aplicada ao enrolamemoP é


(9.18)

A Fig. 9. 13b mostra um diagrama fasorial generaJizado em que o sistema para frente. ou
de seqüência positiva. é dado pelos fas.orcs V, cjÍI1 e o sistema para trás. ou de seqüência nc-
gaLiva. é dado pelos fasorcs Í'b c -;V... Em geral. as tensões resultantes. dadas pelos fasorcs V
~e Vlt' não são iguais nem em módulo nem em quadratura de tempo. Dessa discussão. vemos
que um sistema bifásico desequilibrado com tensões aplicadas v. c VIJ pOde ser sintetizado
combinando dois conjuntos de tensões equilibradas com seqüências de fase opostas.
No entanto. é muito mais fácil trabalhar com os sistemas de componentes simétricas
do que com o sistema desequilibrado que resulta deles. Assim, é fácil caJcular as c..'Ompo-
nentes de corrente que são produzidas pelas tensões aplicadas por cada um dos sistemas de
componentes simetricas porque o motor de indução funciona como um motor bifásico cqui·
librado para cada um dos sistemas de compone ntes. Por superposição, a corrente real em
um enrolamemo será emao a soma de suas componentes. Assim, se 1, e 111 forem. rcspccti·
vamente. as componente.~ fasoriais de correme das seqüências positiva e negativa no enro-
lamento a. então as correspondentes corre ntes fasoriais componentes das seqilências posi·
tiva c negativa no enrolamenlo Pserão, respectivameme.jfr e -jf... e as correntes reais de en·
rolamento f~~. e IJJ serdo

i.=ir+ i• (9.19)

l, =jlr-ji. (9.20)

• N. de T.: lé:mbnuli,IO./~ forwan.f (paru rrenle) e IJ de btn*M.·rud (pata trás).

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452 M ÁQUINAS ELÊTfUCAS

-
+
I~

0 I jÍ;r
I
v, _,v. • o
o v, '
'
' I

v,
/1 '''

t;, --'i" ----- -- "·


-jVt. jVr
(a) ( b)

fiGURA 9.13 Sfntese de um sistema bifáSico desequilibrado a partir da soma de dois sis·
temas equilibtados com seqüências de lase opostas.

Freqüemememe, deve-se realizar a Ot:>ernção inversa de se enconrrar as comr>Onente~ si-


métricas das tensões ou correntes especificadas. Resolvendo as Equações 9. 17 e 9.1 8 par.t se
obter as componentes fasoriais \1, e V"' em termos das tensões fasoriais conhecidas (/ e V/1' (l

ob1êm·se
"' I A A

Vr =-(V.- jV~)
2 (9.2 1)
.. I .. ..
V• = :z<V. +jVp)
(9.22)
Essa.s operações estão ilustradas no diagrama fasorial da Fig. 9.14. Obviame-nte. rela-
ções similares fornecem as componentes fasoriais simétricas Ire i., da corrente no enrolamen-
to a em tcnnos das correntes fa..;oriais especificadas 1.n e 1. nas dua._~ rases. Assim,
"
Ir = 2-I (1... - "
j I ft)
(9.23)

J. = i<l. + j l ft)
(9.24)

--------------
.............

------
--------------
FIGURA 9 .14 Decomposição de tensões birásicas desequllibtadas em duas componentes
simétricas.

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CAPiTULO 9 MoTORES MONO E BIFÁSICOS 455

\tl)l Prin.etro calcule a inpedtncia de ont rad;~o do Colllf1!0 para frente do


\ eotor .a partir do e1rC\l1to equi valent-e 4<1 f'lg . ,.u tal
Z.fol"lt'Grd"' Rl • ) " lU • ) "Xl11 " 1Rlts•j • X21/(R2/a•j • l)(l•XI3.111
\AgOra C<~leule a eor~te <lo ca•po para cr~t•·

rr • vftz.fo~r-dr

N9tf • .abs(!fJ :
a~l~IC • angietif) " i80/pJ;
\ A lleguir c.slcule o11 i~f1!Ctd!nda de entrada do c:anpo para tr.ls do
\ «10tor .a p~~rtir do circuito oqui11atent• d.:i r ig. 9· 12 Cb )
7.l)llck :RI • J • Xt • J ' X:tl" llit2/U• tJ • j ' X2)/(R2/12 • •1•j • tX2·lCm));

\.A!Jc)ra cal e\l.le a corretlte <lo c&o~~po pu• trje .


Ib • V'blz.boc:k:
ma.oib • ab8Cib>:
Anoldb • aMle(Jb) • l80/pil
fprintf( ' \n(b) ' )
l;>t1Rtf( ' \n lf = \,1( • j \.H= \.if 1\0 lngulo <lo \ . l f grau• A', . . .
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fp:-intft ' \n tb • \ . t! • j \.H .. \ . lf no i.n<Julo de \.H 9rt.11& Aln',
r~a I (lbJ, i~~~t~g(tb) ,magtb, angl9ibJ :

\(cl CAl cule •• correntes <le enrol~to 448 lquacoe• t.lt • f . lO


hlphot • tf • Tb:
lbetó . j • (J! • Jb)J

I:M.UIAlphó • <'lbSO.alJ)}la)t
anal o tal plwa .. aM le fia lphal • 180/ pi :
Ngll)$t.t • illl)$(1betill) ;
ongl9lb$t;). • O U'Io919 ( Tbtta ) ' 1$0/p i ;
rpr int r r \,ntc1 · 1
fprint.f( ' \n hlphot • \ . !f • j \.H : \ . tf 1t0 ingtrlo de \ . Jf graus A',
re~ 1 <ta 1P.,._l • 111'1<19 o~ lJllla>, ~oiall)ht\ . ar.c le t~ lpfla) ;
fprlntC('\n Ibtta a \,1! • j \.H a \.H no &ngu lo de \.H 9UII& A\n · ,
r~al O bett.41 . ilft09 Obett.a) ,lt4l}lbet4, II.I'IIJ! e i bota) :

\ (d) A potinc:io ent regue oo CUlpO p.~~ra fre nte 6 1.gual l potinc:io entregue
\ ao c.ampo ~r-a tr• nt• q nos ,u; perC:S..s i~lR no • nroLatte.nto &t •,n~tor
Pqf • l " (rHliV(• conjlltll • Rl ' NOH'l);

\ A potfnci• entregue ao c:anpo para tr4.a 6 i11ual l pot&.neb. entrevue


\ ao C:<6lllp0 par.a tr4-e~ ~tenos a5 perdas t"2R 1t0 enrol anent.o de estator
Pob • 2 " (rtNI!(Vb•conj libH • Rl'iJI;tgtb'l);
\ A pot..6nc:la • l •trOINignftic~ f tg~a l a 0·8) v•.,•• a
\ po~nCiA llquid<'l de entrererro
P,ech .. O·s J ' (P9C • Pl;lb) ;

tpr lnt!C\nt<SJ ')


rp r tnt[('\n Pottnci• entregue ao c:~U~po PIL~'-' frente • \.t! w',;>ufl
Cprint!C'\n Potfnc:ia entre11ue ao c:.a,-.po pn.a tr&e: .. \.I! lrf' . Pobl
fprlndC'\n PI'I9'C: \ . 1( loi'\n ' ,f>fJ<eChl
fprlntf('\n'l

Para o motor do Exemplo 9.3. use MATLAB para plotar a potência mecânica interna em fun·
ção do escorrcgamcnto. quando esse varia de s = 0.04 até s = 0.05 com ai!; mesmas te-rlsões de-

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456 M I.OUINAS ELETl'ICAS

scquilibradas que foram usad:L~ no exemplo. Com os mesmos eixos (usando linhas traceja·
das). plote u potência mecânica interna para tensões bifásicas C((ui libr"ddas de 220 V de mag-
nitude c 90~ de ddasagcm.

• Solução

I
-!
-I
""
j-1 00& lrac-ejaâ tens6es ~tlr&cJM
Unha OOI'IIilll.ll: ~ ~t:nlfat

..., .... ... ....


• ....

Foov•• 9.1s Plotagem de MATLAB para o Problema Préttco 9.3.

9.4.2 O Caso Geral: Máquinas de Indução Bifásicas Assimétricas


Como diSCUlimo~. um motor de indução monofásico com um enrolamento principal e outro
auxiliar é um exemplo de mmor de indução bifásico a~s i métri co. Nesta seção. de.senvolvere·
mos um modelo pam esse motor bifásico. usando uma notação apropriadn ao motor monofá-
sico. Vamos supor, como é comum neste caso, que os enrolamentos estej am em qundnuuw es-
pacial m1'~ que sej~un ::t.~si méui cos no sentido de que podem ter um número difere.nte tle espi-
ras. um~1 distribuição diferente de enrolamentos. c assim por diante.
Nossa ::1bord:1gcm analítica consiste em representar o rotor por um enrolamento equiva-
lente bifási<..'O. como está mostrJ.do csquem:Jticamentc na Fig. 9.16. c começar com as relações
existentes entre o nuxo concatenado c a corrente pnra o rotor c o estator dadns por

), prindpal L pnndj:'I:IJ o Cpnndpal.rl (61111J C..,nm;ip;~l,d (Omo) iprindpal


À~, () La~.. .C.-.ul (Ouw) l:aw..a(O,,~e) ' au.-.
À,,
- Cpri:!K-ip:at.r 1(O me) C..x.rl (OillC') L, () ,,,
>., .Cprincip;d,rl (O me) C~x.r~ (O~ne) () L, í,z (9.25)
onde OIIIC' é o ângulo de rotor medido e m radianos elétricos
L"'._,..,::: lndut5ncia própria do enrolamento principal
L..,,.= lndutãncia própria do enrolamento auxiliar
L,= lndutfincia própria dos enrolamentos equivalentes do ..-ocor

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CAPil\JlO 9 MOTORES MONO E BIFÁSICOS 4 57

-"m"'-
principàl

Rot"'

FIGURA 9.16 Representaçao esquemática de um motor de lnduçao b ifásico com um rotor bi ~


fásico equivalente.

L.:f'6l~lp.J.tl(81l'W:) = Indutância mútua entre o enrolamento principal c o enrolamento C(JUi·


valente I do rotor
Cr-;...,;1..,1,4 (8_) = lndutâJlCia múma entre o enrolamento principal e o enrolamento cqui~
valente 2 do rotor
C._,,,1(9,...) = Indutância nuhua entre o enrolamento auxiliar e o enrolamento I do rotor
c..u.r2<8~) =Indutância mútua entre o enrolamento auxiliar c o enrolamento 2 do rotor
Supondo uma distribuição senoidal de nuxo no er11refeJTO, as indulllncias mútuas emre
o enrolamemo principal e o rolOr serão da fonna
(9.26)

e
(9.27)

em que L ,.intip.l.t é a ampl itude da indutância mútua.


As indutâncias mútuas envolvendo o enrolamemo auxiliar serão da mesrna forma com
exceçao que o enrolamento auxiliar encontra~ se desloc.ado de 90 graus eléuicos no espaço em
re-lação ao enrolamento principal. Desse modo. podemos escrever
(9.28)

e
(9.29)

Observe que geralmente o enrolamento auxiliar tem um número diferente de espiras (e


talvez uma distribuição diferente de enrolamento) do que o enrolamento principal. Assim. pa.
ra os propósitos de modelagem. freqUentemente é mais conveniente escrever
(9.30)

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460 MÃCt.IINAS E l ÊTRICAS

fi1lalmente, depois de urna cuidadosa manipulação algébrica, pod(,'-SC mostrar que o


conjugado eleuomagnético médio. no tempo. é dado por
l .. , • .• ) . +
<Tn-.x> = ( 2pólos) Re (( Lpri..:-•JXII,
1
r ptincip;~l / pf;I!Cq~~l + L••~Jllu:•.fuux (K -
,,- ,
1\ )

+ jLptlftclpoLrLilux.f(l;,.wip;~li3ux -lptíll('i!X'IJ:U,:><K+ + R-r) (9.48)

em que o símbolo Re[ J indica novamente a parte real de um número complexo c o índice *
indica o conjugado complexo. Observe que a Equação 9.49 é deduzida supondo-se <JUC ns di-
versas correntes são expressas em grandezas eficazes.

Considere o caso de um motor bi(fuiico simé1rico. como odiSCUiido na Seção 9.4. 1. Nesse caso.
as Equações 9.25 a 9.37 simplificam-se quando as indutância~ Prót>rias e mútua~ e as resistên-
cias são iguais nos dois enrolamentos. Usando a notação da Seção 9.4. I com a e f3 substituindo
1>rincipal e :lux, as relações entre os nuxc,_)S concatcm•dos c as com:nlcs d'LS Equações 9.39 c 9.40
10nl ll111-SC

i.,= {L. - jL;,,<K~ + K->)í(t + t.!.,ck • - lr )iil


À11 = -L~.•(I( •- k -)i,. +(L,.- j L; _,(i<• + k -J)l11
e as equaçiles detensõo (Equação 9.43 c 9.44) tomam-se
V. = l.,R_+jw)..,
vil = ipR.. + Jw.À.
Mostre que, quando operado a pan ir de uma seqOê-ncia positiva de tetlsões tal que V11 =
- jVa- o circuito equivalente monorásico é o circuito equivalente do campo para frente (se-
qíiência positiva) da Fig. 9. 12a.
• Solução
A substituição das rensõcs de seqüência positiva nas equações acima e a solução J)3ta a impe-
z.
dância = VJi. dá

.
Z., = R., + j(U~L., + ~~-'(="''-''!.::!~""-)'~
( R.{s + jw,l.,)
x;,
~ R(t + jX.. + (R,fs..: jX, )
Essa equação pode ser reescrita corno
Z = R + '(X _ X ) + jX.,Ij(X,- X. , )+ R,{.<i
... • J " ,., (R,fs + jX,)

Fazendo R., ~ Rh (X. - x •.•> Q> X, . X., , => X.,. (X , - x.,> ~ X~ e R, :} R2• vemos <tuc es-
sa equação represe1u.a de fato um circuito equivaJente da ronn a da Fig. 9. 12a.

De fonna análoga ao cálculo do Exemplo 9.4, mostre que, quando está runcionando a panir
de uma seqüência negativa de tensões de modo que VJJ::: )V(J, o circuito e<)uivalcntc monorá-
sico é o circuito equivalente do campo para trás (seqüência negativa) da Fig. 9. 12b.

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CAPiTULO 9 MolOAES MONO E 8 JFÁS1COS 461

• Solução
Para uma seqüência negativa, a impedância z,. é igual a
Z R . L (..,,L•.•>'
a= 0
+ JW, a+ ( R,j(2 - .f)+ jf4L,)

-R + ·x + X'a.•
- " I • (R,/f2 s) + jX,)
Como no Exemplo 9.4, pode-se mosuar que isso corresponde a um circ.uito equivalente da
ronna da Fig. 9.12b.

Um motor de indução monofásico de dois pólos tem os seguintes parâmetros:


L~,.., =80.6 mH Rptit<if'(l = 0.58 O

L..,, = 196 mH R,., = 3.37 Q


L,=4.7MH R,=37.61' Q
Ltril>(lf'lot• = 0.588 mH L •••., = 0.909 mH

Ele opera com uma fonte monofásic-'.t de 230 V eficazes e 60Hz. funcionando como um mo-
tor de fase dividida c capacitor pcnnanente de valor 35pF. conectado em série com o enrola·
mento auxilinr. Para obter a necessária defasagem de corrente no enrolamento uuxiliar. o en·
rolamemo deve ser conectado com as polaridades mos!fadas na Fig. 9. 17. O motOr tem per·
das rotacionais de 40 W e de I05 W, no núcleo.
Considere ( IUC o motor está operando a 3500 rprn.
a. Encontre-as correntes dos enrolamentos principal e auxiliar. a da fome de alimentação e o
vaJor da tensão no capacitar.
b. Encontre o conjugado ele.tromag,nélico médio no tempO e a pOtência de saída no e ixo.
c. Calcule a potência de e.Jurada do motor e o seu rendimento elétrico. Obser.,e (JUC, como as
perdas no núcleo não são explicitamente levadas em considemção no modelo desenvolvi·
do nesta seção. você pode considerá..Jas J;implesmeme como sendo um componente adicio-
nal da potência de entrada.
d . Plote o conjugado eletromagnético médio no tempo em função da velocidade desde o re.
pouso até a .,elocidade síncrona.

I
- í,

+ +
v,

I
Enrol•meouo
jlrlndpal

;~,~
j \;fllliiCoplf
0-
+ "~~~~
= l'c
+

- ~
i Enrolarnent()
,..., auxiliar

F IGURA 9.17 Conexões do motO< de indução de fase dividida e capacitor permanente do


Exemplo 9.5.

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462 M.iouiHAS ELihloiCAS

• Solução
O MATLAB. <..'Om a sun facilidnde para momipular números complexos. é ideal para n."Solve.r
este problema.
a. O enrolamento principal des1e motor está ligado dire1ameme à fome de tensão monofási~
ca. Assim, podemos fazer diremmeme (/pn.c;p.l = 0',. No entanto. o enrolamento auxiliar cs·
tá conectado à fonte de tensão monofásica por meio de um capacitar c sua polaridade en·
contra·sc invertida. Assim, devemos escrever
~-· + Oc = - 0.
em que a tensão do cupaci1or é dada por
Vc = jl"..,Xc
Aqui. a impcdância do cupacitor Xt é iguaJ a
I I
Xc= - - - =- = -75.80
(w,C) (120~ X 35 X JO-•)

Fazendo v,=
v,= 230. subs1i1uindo essas expressões nas Equações 9.43 e 9.44 e
usando as Equações 9.39 e 9.40. ob1ém-se en1ão a seguin1e equação mwicial para as
correntes dos enrolamentos principal e auxiliar.

[
( R,....., + j w, À, )
- jâJ.cÀ!
j w, À1
CR... +jX, +jwtÂ,)
l[!,.,_,..,l [ l
i." =
v,.
- Vn

em que
Õ • L,_...- jl..~_.,.,.,c k . . +i< -)
Âl = L,.,....,...,L,..., ( k + - K-)
c
• '
A)= L.,.,-JL;.... cK· + +K)
·-

Os parâmeltOS i< +e r podem ser Oblidos das Equações 9.41 e 9.42 depois que o
escorregamento tenha sido encomrado por meio da Equação 6. I
s= ~ == 3600 - 3500 = 0278
n, 3600 ·

Essa c<juação matricial pode ser resolvida facilmente usando--se o 1\.<IATLAB com os resultados
i~....,,.1 = 15,9~ -37.6" A

iw, = 5.20!-150.7• A
e
i ,= IB.SL - 22.1• A
O valor da tensão de capacitor é
IVcl = li~,Xcl • 374 v

b. Usando MATLAB, o conjugado clelromagnélico médio, no 1em1X>. pode ser enconlrado da


Equação 9.49 como sendo

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CAPiTULO 9 MOTOAES MONO E BIFASICOS 463

<1~.,.> = 9.74 N · m

Então, a potência no eixo pode ser encontrada subtraindo-se as perdas rotacionais P.,... da
potência de entre-ferro
Pru.. = '"•<T.t<dl>- p~

= (p6~os)(l-s)w,(<T->)- PM
= 3532 w
c. A potência de entrada do enrolamento principal pode ser obtida como
Ppo;.npat = Re [V.,/~1JQI} = 2893 W

e a potência que é rornecidn ao enrolamento auxiliur, incluindo o capacitor (que não dissi-
pa nenhuma puoência), é doda pur
f>,.., = Re [ - V11 i:~) = 1043 \V

A pooência omal de enorada. incluindo-se a po~ência das perdas no núcleo P,~,... é oboi-
da pur

Finalmente-, o rendime-nto pode ser detemtinado como

d. A plooagcm gerada pelo MATLAB de <T_ > versus velocidade encontra-se na Fig. 9.18.
Aqui esoá o script de MATLAB:

~r---~---,----~--~----r----r---,----,

"



'
~~--~-- ...
~--~~--~.~----~~~---~~~~~~---~~--cd~
YCIIocldiiOO (AI'MJ

FIGURA 9.18 Conjugado eletromagnético médio, no tempo, versus velocidade para o mo·
lar de induçl!o mooofasico dO Exemplo 9.5.

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466 M AQUINAS ELtTFIICAS

• SoluçAo
a. 86,4%
b. 41 ,8 ,uF, 86.6 %

9.5 RESUMO
Um dos lemas des1e capílulo é a conlinuaçào da 1eoria da máquina de indução do Capf1ulo 6
e sua aplicação ao motor de induçr.o monorúsico. Essa teoria é ampliada por meio de um pro-
cesso de raciocínio gradativo que inicia na teoria do campo g.irar11e simples do motor poli fá·
sico simé1rico de indução. O concei1o básico é a decomposição da onda de FMM do es1a1or
em duas ondas de amplitudes constantes que se deslocam girando ao redor do emreferro na
velocidade síncrona em sentidos OpOStOS. Se o escorreg.amento do C-ampo para frellte for s. en·
tão o do campo para trás será (2 - s). Cada uma dessas componentes de campo produz umo
ação do tÍJX> motor de indução. exatamente como em um motor polifásico simétrico. Do pon-
to de vista do estator, os efeitos refletidos do rotor podem ser visuaHzudos c expressos quan·
titativamente em termos de circuilos equivalentes simples. A facilidade com que as reações
imemas pode-m set analisadas dessa fonna é a tazi5o essencial para a Ulilidade da teoria do
campo girante duplo.
Em um enrolamento monofá-sico, as onda.c;; componentes de FMM para trás c para frcn~
te são iguais. c sua amplitude é a metade do valor máximo de pico da onda de FMM estacio-
nária pulsantc produzida pelo enrolamento. A decomposição da onda de FMM em suas com-
ponentes pam frente e par.t tnís le\la então ao conceito físico do motor monofásico descrito na
Seção 9.1 c finalmente à teoria quuntiw.th•a desenvolvida na Seção 9.3 c aos circuitos equiva-
lentes da Fig. 9. 11 .
Na maioria dos casos, os motores lllOilOfásicos de indução são na realidade motores bi-
fásicos com enrolamentos assimétricos que funcionam com uma fo me de 1ensão monofási·
cu. Assim, para completar o nosso e.ntcndimemo dos motores de indução monofásicos. é nc·
cessário examinar o desempenho dos motores bifásicos. Desse modo, o próximo passo é
aplicar a imagem do campo gimnte duplo a um motor bifásico simétrico com tensões aplica-
das em desequilíbrio, como na Seção 9.4. 1. Essa investigação conduz ao conceito de compo ~
nentes simétricas. pelo qual um sistema bifásico desequilibrado de correntes ou tensões po-
de ser decomposto na soma de dois sistemas de componentes bifásicas equilibradas com se-
qUências opostas de fases. A decomposição das correntes em sistemas de componentes simé·
tricas é equivalente a decompor a onda de FMM de.estator em suas componentes pata fren-
te e para trás e. desse modo. as reações internas do rotor para cada um dos sistemas de com·
ponerues simétricns são iguais às que já investigamos. Um processo muito semelhame de ra·
ciocínio, que não será examinado aqui. le\'ll ao método bem conhecido de componentes si·
métric.a.\1 trifásic-as. usado no tratamento de problemas que envolvem a operação descqu i li~
brada de máquinas rotativa.c; tri fás i ca.\~. A facilidade com que a máquim1rot:1tiva pode ser ana~
lis.ada em termos da teoria do campo girame é a razão principal da utilidnde do método das
componentes simétricas.
Finnlmcntc, o capítulo tcnnina na Seç.ão 9.4.2 com o desenvolvimento de uma teoria
analftica para o caso gemi de um motor de indução bifásico oom enrolamemos ac;simétricos.
Essa teoria petm ite~nos analisar o funcionamento de motores monofásicos que estejam ope·
ralldo com arnbos os enrolamentos principal c simétrico.

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468 M AOUINAS EL~lfiiCAS

Esse mo1or opera com urna fonte bifásica desequilibrada de 60 Hz cujus tensões de ru-
se são. respectivamente, 223 e 190 V. sendo que a tensão menor esui ndiantada em re-
lação à maior de 73°. Pata um escorregaroen10 de 0.045, enconue
a. as torrentes de fase em cud~• um dos enrolamentos c
b. a potência mecânica interna.
9.10 Considere o motor bifásico do Exemplo 9.3.
a. Encontre o conjugado de panida para as condições especificadas no exemplo.
b. Compare o resullado da par1e (a) com o conjugado de partida que o motor produzi-
ria se tensões bifásicas equilibradas de 220 V fossem aplicadas ao motor.
c-. Mostre que, se as tensões de cstator V11 c Vpde um motor de indução bifásico esti·
verem em quadratura de tempo mas forem desigunis em módulo. então o conjuga-
do de panida será o mesmo que a<Juele desen\•Oivido quando tensões bifásicas cqui-
librudas de módulo .jv. v, são aplicadas.
9.11 O mo1ot de induçno do Problema 9.9 é abastecido a panir de uma fonte bifásica dcse·
quilibrada por um alimemador de quatro fios que tem umn impcdância Z = 0.32 + ji.S
íllfase. As tensões da fonte t>Odem ser e-xpressas como
v. =235l 0' iip =212!78'
Para um escorrcg_amento de 5 por cento. mostre que as tensões de terminal do motor
de indução corresr>Ondem majs aproximadamente a um conjunto bifásico equilibmdo
do que aquelas da fome.
9.12 Os patãmetros de circuito equivalente. em ohms por fase. referidos ao estator de um
motor de indução bifásico 1.0 kW, 220 V, <Juntro pólos. 60 Hz e de gaiola estão dados
abaixo. As perdas rotacionais a vazio são de 65 W.
R, =0,78 R,= 4.2 X =X,= 5.3 o Xm =93
a. A tensão aplicada à fase a é 220 L (f V e aquela apl icada à fase {Jé 220 L 65° V. En-
contre o conjugado líquido de entre-ferro para um escorregamento s = 0.035.
b. Qual é o conjugado de panida para as tensões aplicadas da pane (a)?
c. As tensões aplicadas são altcr"Jdas de modo que ii• = 220 l 65' V e ()P= 220 l 90''
V. A carga plena da máquina ocorre com s = 0,048. Para qual valor de escorrega-
rnento. ocorre o conjugado interno máximo? Qual é o valor do conjugado máximo?
d. Enquanto o motor está funcionando como 11a 1>ane (c}, a fase fJ é aberta. Qual é a
pmência de saída da máquina pan1um cscorreganlCntOs = 0.()4?
c. Que tensões aJ)àre<:em nos terminais da fase abcna /3 sob as condições da pane (d)?
~ 9. 13 Um motor de indução monofásico com um capacito!' permanenle de trabalho. 120 V,
60 Hz e dois pólos tem os seguintes parâmetros:
L princip.l] = 47,2 mH RprindtJII.I = 0.38 Q
Luu., = 102 mH R11~., = 1.78 !l
L, =2.35pH R,= 17.2/trl
i..y,rlu.:lpal.r = 0.342 mH Lu~u = 0.530 mH

Você pode ass-umir que o motor tem 48 W de perdas no núcleo e 23 \V de perdas rota·
cionais. Os e-nrolamentos do motor e-stão conectados com a polaridade mostrada na
Fig. 9. 17, sendo que o c::apaci1or de trabaJho ê de 40 JlF.

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CAPITULO 9 MOTOOES MONO E BIFÁSICOS 469

a. Calcule o conjugado de panida do motor.


Com o motor funcionando com uma velocidade de 3490 rpm, calcule:
b. as con-emes dos enrolame-ntos principal e auxiliar.
c. a corrente total de linha e o falOr de potência do motor.
d. a po<ência de saída c
e. a potência de entrada elétric-a e o rendimento.
~ 9.14 Considere o motor monofásioo do Problcmn 9.13. Escreva um scr ip1 de MATLAB pa·
ra pesquisar. dentro do intervalo de valores de capatitor desde 25 pF até 75 pf', c cn·
COIHtar o valor que irá maximizar o rc,ndimcnto do motor para uma velocidade de 3490
rpm. Qual é o respectivo rendimento máximo?
~ 9.15 Para elevar o conjugado de panida, o motor de indução monofásico do Problemu 9. 13
~ deve ser convenido em um motor com capacitares de partida c de twbalho. Escreva um
scripl de MATLAB para encontrar o valor mínimo do capacitor de partida, necessário
para elevar o conjugado de panida até 0.5 N.m.
~ 9.16 Considere o motor de indução monofásico do Exemplo 9.5 fu ncionando no intervalo
de velocidade desde 3350 ~pm a<é 3580 ~pm.
a. Use o MATLAB para plmar a J>Otência de safda de.mro no intervalo de velocida·
de dado.
b. Plote o rendimento do mocor nesse intervalo de velocidade.
c. Sobrepondo à mesma plolagem da pane (b). plo<e o rendimen<o do motor se oca.
pacitor permanente for aumentado J>ara 45 pF.

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CAP Í TUL O

Introdução à Eletrônica de
Potência
té as décadas fina i ~ do século t>assado. as rná(luinas CA tendiam a ser empregadas basi-
A camente como dispositivos de velocidade ú nica. Tipicamente, elas funcion:•"am a partir
de fontes de freqüência fixa (na maioria dos casos. 50 ou 60 Hz da rede elétrica). No caso dos
rno10res, o controle da velocidade necessitava de uma fonte de freqüência variável. e tais fon-
tes não estavam facihnente dispOníveis. Assim. ns ~Lpl i c~çõcs <tuc exigiam controle de veloci·
dade eram ate.ndidas por máquinas CC. que podem fornecer um controle de velocidade alta-
mente Ocxível. embora com um ceno custo porque elas são mais complexas, mais dispendio-
sas e exigem maior manutenção do que as máquinas CA.
A disponibilidade de chave.~; de potência de estado sólido alterou esse qu:adro imens:u:ncn·
te. Agora. é possível desenvolver a eletrônjca de potência capaz. de fon1ooer o ac-ionamento de
tcns5<>, t.'l()rrcntc c frcqüênciu variá\•cis necessário para se obter um desempenho de velocidade
variáve.l em mf.quinas CA. Atualmente. as m{I(IUinns CA substituíram as máquinas CC em mui·
tas das aplicações mais trildiciOJlais, e uma ampla gama de no,•as aplicnçõcs se desenvolveu.
Como é o caso com a cletromecãnica e 3S máquinas; elétricas. a eletrônic-à de potência é
umu disciplina que só pcxlc ser dominada por meio de muito estudo. Muitos livros foram es-
critos a respeito desse assunto, alguns dos quais estão listados m1bibliogmtin no final deste
capftulo. É evidente que um único capítulo em um livro sobre máquinus e létricas não é sufi·
ciente para fazer just iça a esse tópico. Por essa razão. aqui o.ç nossos objetivos sedio limita-
dos. O nosso propósito é fornecer uma visão gemi da eletrônica de potência e mostrar como
os bloc.os construtivos básicos podem se-r reunidos como sistemas de acionamento de máqui·
nas CA e CC. Não daremos muita atenç-ão às caracterís1ic.as dctalh:adas de dispositivos em
particular nem aos inúmeros detalhes requeridos para se projetar sistemas pr;!iticos de aciona-
mento. No Capítulo 11 . levaremos adiante a discussão deste capítulo e examinaremos as c,a.
ractcrísticas de alguns sistemas c.omuns de acionamemo.

10.1 CHAVES DE POTÊNCIA


Comum a todos os sis1erna.s de eletrônicn de polêncin são os dispositivos de chaveamento. ideal-
mente. esses dispositivos controlam a corrente de modo muito parecido ao modo como as válvu·
las controlam o nuxo dos nuídos: coloque·3S em ;,ABERTO'' e elas não apresentarli.() nenhuma
resis·tência ao fluxo da c...-orrentc; coloque-as em •"fECHADO" e nenhum nuxo de co•Ten1e será
possívet Naturalmente, na prá1icn as chaves nfao são ideais e suas características específicas afe.
tam significativamente a sua aplicabilidade em qualquer situação dada. Felizmente. o comporta-
mento básico da maioria dos circuitos de eletrônica de potência pode ser compreendido supon·

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CAPt'M.O 10 iNl!!OOUÇÃOA ELETAONICA oe PoltNCIA 471

do que as chaves sejam ideais. Essa será a abordagem que adotare-Jnos neste livro. Nesta seção,
discutiremos brevemente alguns dispositivos de c.baveame.nto comuns e aprese.ntarcmos seus
modelos ideais simplificados.

10.1.1 Diodos
Os diodos constituem a mais simples das chaves de potência. A forma gcnfrica da curvu c.a-
'I
raclerística x; de um diodo está mostrada na Fig. 10. 1.
As características essenciais de um diodo estão presentes na curva ideal v x i da Fig.
10.2a. O símbolo usado para represemar um diodo está mostrado na Fig. I0.2b. ju•uamente
com os sentidos de referência para a corrente i e a te.nsüo v. Com base na terminologia que foi
desenvolvida quando os diodos retificadores eram vál vulas eletrônicas. a corrente do diodo
flui para dentro do anodo e s.ai do c(llodo.
Podemos ver que o diodo ideal bloqueia o fluxo de corrente quando a tensão é negaliva
(i= O para v< 0) e deixa passar corren1e positi"n sem apresen1ar queda de tensão (v:: O para
i :i!: 0). Iremos nos rderir à região de censão negativa como sendo o estado de bloqueio do dio.
do e. à região positi.,•a, como sendo a região de estado de condução do diodo. Comparando
com a curva v x i. vê-se <1ue um diodo ~I difcrencia·sc de t•m diodo ideal porque:
• Háuma queda de tens(io direta, indicado por VF na Fig. lO. I, na região de C01Te1He pos-iti-
va. Para disposicivos de baixa potê11cia, esse intervalo de tensão es1.á na ordem de 0.6 a 0.7
V. ao passo que para os disposilivos de pott!ncia elevada pode exceder 3 V.
• A essa queda de tenstio, corresponde uma dissipação de pOtência. Os diodos reais tem uma
potência máxima de dissipaçao (c uma correspondente corrente máxima) que não pode ser
uhrapassada.

v, ,,

f tGUAA 10.1 Curva caractetfstica vx i de um diodo.

Diodo conduz.indo
Anodo Cau:do
i
OioOO bloq-ueado
- C>t>t--
+ •
'

(a) (b)
FIGURA 10.2 (a) Caracleríslica vx i de um diodo ideal.

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472 M A<luiNAS EL~llliCAS

• Um diodo real é limitado pela tensão negativa que pode suponar. Conhecida como ttllsâo
im·ersa de rupmra• e indic.ada por VRD na Fig. 10. 1. essa é a tensão inversa máxima que
pOde ser aplicada ao diodo antes que comece a conduzir corrente invcrs.a.
O diodo é a mais simples das chaves de potência no sentido de que ele não pode ser con-
trolado; ele simplesmente entra em condução quando uma corrente positiva começa a nuir e
é bloqueado quando a correme col'neç.a a in\1Crter de semido. E.mbora seu comportamento se-
ja simples. e le é usado em uma ampla variedade de aplicações, a mais comum da-s quais é co-
mo retificador na conversão deCAem CC.
O comportamento básico de um diodo pode ser ilustrado pelo exemplo simples mostrado a
seguir.

Conside-re o circuito retijic:tu lor de meia mula da Fig. IO.Ja em que um resistor R é alimenta-
do por uma rome de te.nsão v..(t) = V0 sen {J)I através de um diodo. Assuma que o diodo é ide-
al. (a) Encontre a tensão vR(l) e a corrente ia(l) no resistor. (b) Enco.ure os valores médios CC
de tensão V«. e de corrente 1<:<: no resistor.
• Soluçio
a. Este é um problema ntio-lincar no sc.ntjdo de que não é possível escrever uma expressão
analflica para a caracterfstica v x i do diodo ide.aJ. No entamo. pode ser resolvido facilmen-
te usando o método dos estados O.SS11111idos em que, para qualquer valor dado da tensão da
ronte, o diodo é alternadamente .suposto em COJldução (um curto-circuito) ou bloqueado
(um circuito aberto) obtendo·se então a corrente. Uma das duas soluções itá violentar a
curva v x i do diodo (is t o~. haverá nuxo de corrente ocgath'U em cuno~ ircu ito. ou tensão
positiva em circuito aberto) c deverá ser dcscartuda; a outra solução será a correta.
Seguindo este procedimento. enco.uramos que a sotuçiio é dada por
v,(!)= V~,scn411 11,(1) ~ 0
1.!1((1) = {
o 11,(1) < o

V~~;{I)
v.
! /lt(l)

+
R t 'll(r)

C> 1'1" \ 21f t

' '' '


'
'
11,(1) \ ' I
''
' ' ....... _...... ' '
(a) (b)

F IGURA 10.3 (a) Circuito ret~icadO< de meia onda para o Exemplo 10.1. (b) Tensao no resistO<.

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CAPiTuLO 1o INTRODUÇÃO Ã ELETAONICA oe PottNC•A 473

Essa tensão está plotada na Fig. I0.3b. A corrente tem forma idêntica c é obtida simples·
mente como iR(r)= vR(r)IR. A tem1inologia retif icação de meia onda é aplicada a esse sis·
terna porque a tensão é aplicada ao resisLOI' durame o semiciclo em que a forma de onda da
tensão da fome é positiva.
b. O valor CC ou médio da fom>a de onda da 1ensão é igual a

Vcc= -"'1"
;r (I
L

V0 !'cn (wr) dr = v.
-
;r

e. portanto, a corrente CC no resistor é igual a


v.
l<:c= -
rrR

Calcule a tensão média no resistor da Fig. 10.3 quando a fome de tensão senoidal do Excm·
pio 10.1 é substituída por uma fonte de •nesma freqUência. mas que produz uma onda quadra·
da de valor médio zero e amplitude de pico a pico de 2V0 .

• Solução
v.
Vc;c =-
2

10.1.2 Retificadores Controlados de Silício e TRIACs


As características de um retificador comrolado dt silício. ou SCR. também referido como ti·
n'swr. são similares às de um diodo. Entretanto, além de um anodo c um catodo, o SCR tem
um terceiro tcnninal conhecido c:omo porta (gme) ou gatilho. A Fig. 10.4 mostra a fonnu da
curva caractcríslica v x i de um SCR típico.
Como no cuso do diodo. o SCR enlr an1 em conduç;_lo apenas se o anO<:Io ror pt-si1ivo em
relação ao catodo. Para entrar em condução. diferentemente de um diodo. o SCR também rc·
quer um pulso de corrente ;Gaplicado nn porta. Entretanto. depois <tuc o SCR está conduzin·
do. observe que o sinal de comando do gatilho pode ser removido c o SCR pcrmancccní con-
duzindo até que a corrente do SCR cenhà caído abaixo de um pequeno \';IIOr referido como
corrciiiC de mllmmmção. Nesse ponto. o SCR é bloqueado cxat:uncntc <.'Orno em um diodo.

i
Diodo
cood u:~.i ndo
Diodo
bloqueo•do

v,.
v, v

FtauAA 10.4 Curva caracterlstica vx i de um SCR.

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CAPiTULO 10 INTRODUÇÃO A ELETAONICA DE PortNCIA 475

+ +
l'~(l) R t'a(l}

FIGURA 10.6 Circuito retificadOJ de meia ooda com SCR do Exemplo 10.2.

( a)

o •• ••

(b)

FTGURA10.7 (a) Pulsos de gatilho do ExemplO 10.2. (b) Tensaode resistor.

• Sol ução
A solução segue a do Exemplo 10. 1. com exccç.ão de <JUC·após o SCR ter sido bloqueado. in-
dependeJuemente da polaridade da tensão, ele assim pcnnMecc até que a tensão do SCR tor-
ne-se positiva e um pulso de corrente de gatilho seja aplicado. Depois disso. o método doses-
tados nssumidos pode ser usado para detenninar o e-Stado do SCR.
Seguindo esse procedimento, a solução obtida é dada por

{~.(r) = scnwr
v,(t) ~ O (Mli!S do pulso de gotilho)
v, (f) = V, v,(t) ~O (após o pulso de gatilho)
U,(l) < o

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478 M ÁQUINAS ELETAICAS

v,

w<
!f !f +«o 2.v 2:if + «o 3•

(a)

1l +«o
w<
o •o 3•

( b)

FKJURA 10.10 (a) P\llsos de gatilho do Exemplo 10.3. (b) Tensão de resistor.

• Solução

10.1.3 Transistores
Em circuitos de elc.trônica de potência, em que é necessário controlar tensões c correntes. é
comum escolher os transistores de pOtência como chaves controhlda$. Embora uma série de
tipos estejam disponíveis, iremos considerar apenas dois: o mmsistor de efeito de ct1mpo de
metal·6xido·semicon.dutor (MOSFET) e o transistor bi{>Oillr de {JQrttl isoltldil (IGB1).
MOSPETs e IGBTs são ambos dispositivos de três terminais .. A Fig. 10.1 Ia mostra os
símbolos para os MOSFETs de canal n e p. ao passo que a Fig. 10.11 b mostra o símbolo dos
IGBTs de canal n e p. No caso do MOSF'ET. os três terminais serão referidos como fonre. dre·
lllJ c gatilho, ao passo que no caso do IGBT os tenninais respectjvos serão emissor. coletor e
gatilho. Para o MOSFET, o sinal de conLrOie é a tensão entre gatilho c fonte (source). v05. Pa·
ra o IGST. é a tensão entre gatilho e emissor, vçE· Em ambos o MOSFET e o IGOT. o eletro·
do do gatilho está acoplado capacitivamen~e ao restante do dispositivo. Dessa fonna, com fun~
cionamento CC. drena corrente nula. aparecendo como um circuito aberto, e com funciona.
memo CA drena uma pequena corrente capacitiva.

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480 MÃOOINA$ ELETRICAS

i __..(t'cS-V,)=l'Os
1- - - .
Atm> - - - - - -·1
I
I
I

'
'' '

O'os>FB "os
(a)

(/

V_ L'GE

(Vo;)oo li:
o Wre)... '\.. l'çt :S v,
/

(l'o:Js.-ll ' 'CE

( b)

FIGuRA 10.12 (a) Curva carac<er.stica v X itípica de um MOSFET de canal n. (b) Curva ca-
racteristica vx i tipica de um IGBT de canal n.

Observe <tuc, para pequenos v:llorcs de vtE· a tensão do IGBT {Cndc a um valor constao·
te, iodependemememe da corrente de dreno. Essa te11são de saturação. indicada por (vcJ,.,, na
figura. é da ordem de um volt ou menos em dispositivos pequenos e de uns poucos volts em
dispositivos de potência elevada. Corrcspondcntcmcntc. no MOSFET. par.t pequenos valores
de vi)$. ''os é proporcional à cotl'cnte de dreno e o MOSFET compona-se como uma pc<tucna
resistência cujo valor diminui com valores crescentes de v(ls·
Felizmente. para os nossos propósitos, os detalhes dessas carac1erístic:as não são im-
portantes. Como veremos no próximo exemplo. para um sinaJ de gatilho suficientemente ele-
vado. a queda de 1ensno sobre ambos o MOSFET c o IGBT pode tornar-se muito pequena.
f mão. esses dispositivos poderão ser modelados como um cuno-circuito emre o dreno e a
fon1e, no caso do MOSFET. e entr e O<:olc.Lor c o emissor. no caso do IGBT. Entretanto. ob·
serve que essas "chaves". quando fechadus, conduzem apenas corrente unidirccional e. des·
se modo. iremos modelá-las como uma chave em série com um diodo ideal. Esse modelo de
<:lun'e ideal está mostrado na Fig. 10. I 3a.

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482 M AOUINAS EL~llUCAS

• Solução
Escrevendo a lei de Ki rchhoff das tensões para o c ircuito da Fig. 10.1 4a, obtemos
Vj, = ic R + VC"E
Iso l ando;~ temos
(V,, - v~)
ic =
R
Observe que essa relação linear. referida como rew de cargll, representa uma restrição
imposta pelo circuito ex temo à relação <1ue CJÜSte entre o IGBT e as variáveis de tenninal (.e
vCE. A testriçào imposta pelo próprio IGBT é dada pela curva característica v x i da Fig. 10.12b.
O ponto de operação do circuito é dado pelo ponto e m que essas duas restrições são si·
muhaneamente satisfeitas. Pode ser obtido muito facilmente plOtando a rela de carga sobre a
rcltu;.ão de v :x i do IGBT. Isso foi rei to na Fig. 10.14b. Então. o pomo de opemç.ão é cncontr:a·
do como sendo a intersecção da reta de carga com a curva camctcrístic~• v x i do IGBT.
Considere o ponto de opc:raçiio indicado por A nu Fig. I0.14b. Esse é o ponto de opcrn-
çttO correspondenle aos valores de vCI! menores ou igual à le.nSiiO de limiar V1 • Nessas condi·
ções, o IGIJT esoá biO<Jueado. não há correnoc de colcoor e. desse modo. v<'ll = 1'.,. À medida
que vu aumenta uhrapassando V1 • a corrente de colewr começa a fluir. o ponto de operaç-ão
começa a se elevar ao longo da rem de carga e vrn diminui. O ponto de operação indic-ado por
B é um exemplo típico.
Entrelanto. observe ( JUC quando "<:e é aumentada ainda mais, o ponto de opemção apro-
xima-se da parte da c.urva carac.terísti<:a do IGBT em que as curvas aglomcmm-sc (\•cja o pon-
to de operação C na Fig. 10.14b). Quando esse p0r110 é alcançndo. quaisquer outros aumentos
em "GE causarão apenas uma mínima diminuição em "cE· Nessas condições. a tensão sobre o
IGBT é aproximadnmente igual à tcn.são de saturação (va:)..,.
Se o IGBT desse exemplo fosse substituído por um NIOSFET. o resullado seria similar.
À medida que a tensão Vcs entre gatilho c fonte for aumentando. um ponto será alcançado em
que a queda de lensão sobre o MOSFET terá um valor pequeno c constante. Isso pode ser vis·
to, plotaJldo a reta de carga sobre a curva camcterística do MOSFET na Fig. I0.12a.
A reta de carga cruza o eixo vertical no po1110 em que a corrente de oolctor é de ic = V0 /R.
Observe que, quanto maior for a re,siscência. mais embaixo cscará essa inccrs<.-çiio c assim me·
nor será o valor de "GE necessário para saturar o transistor. A ssim. nos sistemas em (lU Co tran·
sistor deve ser usado como chave. é necessário a~segurat·~ de que o dispositivo seja capaz. de
conduzir a corrente requerida. c que o circuito de comando do gatilho seja CJ JlaZ de suprir
ade<)uadamcnlc as necessidades do acionamento.

O Exemplo 10.4 mostra que. quando uma lensão de gatilho suticicmemente elevada é
aplicada, a queda de tenstao no transistor de potência é reduz,ida a um pequeno valor. Nessas
condições. o IGBT terá urna tensão constante. ao passo que o MOSFET será semelhante a
uma re.~istência de baixo valor. Em ambos os cao;os. a queda de tens.ão será pequena. sendo su·
ficiente modelá·IO oomo se fosse uma chave fechada (isto é. o transistor estará conduzindo).
Quando o acionamento do gatilho for removido (isto é. reduzido a um valor abaixo de VT). a
chave irá se abrir c o transisLor será bloqueado.

10.2 RETIFICAÇÃO: CONVERSÃO CA-CC


A entrada de pmência de muitos sistemas de acionamemo de motores origina-se em uma fon ~
te com tensão e rreqUência constantes (por exemplo. um sistema de potência de 50 ou 60 Hz).

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CAPITuLo 1o INTROouç,<o A E<ETAONtCA oe Por~NCIA 483

ao passo que a saída do acionamemo deve fomecer potência de tensão variável e/ou freqüê n·
cia variável ao motor. TiJ)icarneme, tais sistemas convertem a potência em duas etapas: pri-
meiro. a emrada CA é relijicada para CC e, emão, convertida na forma de onda CA que é a
saída desejada. Assim, começaremos discutindo os circuitos re-ti ficadores. A seguir. iremos
discutir os inversores, que conve.rtem CC para CA. 1l a Seção 10.3.

10.2.1 Ponte Monofásica de Onda Completa com Diodos


O Exemplo I0.1 ilustra um circuito retificador de meia onda. Esse tipo de retificação é geral-
mente usada apenas enl aplicações de pequeno pone. baixo cusw e baixa potência. Os relifi-
cadores de onda completa s!io muito mais comuns. Considere o circuito retijicatlor de onda
<:ompleta da Fig. 10.15u. Aqui a resistência R é suprida u panir de uma fonte de te-nsão v.(l) =
V0 sen CiJI por meio de quatro diodos conectados em uma conliguração referida como fWnte 1/e
onda completa.
Se assumirmos que os diodos s~o ideais, podemos usar o método dos estados assumidos
para mostrar que os estados permitidos dos diodos são:
Diodo DI e D3 conduzindo e diodos 02 e 04 bloqueados. para v,(r)> O
Diodo D2 c 04 conduzindo c diodos DI c D3 bloqueados. para u,(t) <O
A tensão de resis1or. plotada na Fig. 10. I5b. é dada então por
u (I)= { u,(t) = Vo sen wt u,(t) ~O
R -u,(t) =- V0 sen wt u,(t) <O (lO. I)

Observe agora que a tensão no resistor é positiva para ambas as polaridades de tcns.:1o da fonte.
sendo essa a ra1.ão da expressão retificação de onda completa. Pode-se ver que o valor CC ou mé·
dio desta fonna de onda~ o dobro do valor paru a fonna de onda retificada de meia onda do
Exemplo 10.1 .

(10.2)
As fonnas de onda retificadas das Figs. 10.3b e 10.15b não são evidentemente o tipo de
ronna de onda "CC'" que é conside.nldo desejá\'el para a maioria das aplicações. Pelo contrário.
para ser bem útil, a CC retificada deveria ser relalivamente constante e livre de Outuações. Essa
rorma de onda pode ser conseguida usando-se um capaci1or de filtro, como es1á ilus1rado no
Exemplo 10.5.

OI 04
I
+ +

02 03
- R

(a) (b)

FIGURA 10.15 (a) Retificador com ponte de onda completa. (b) Tensao cfe resislor.

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484 MÁQUINAS EL~ TAICAS

OI I)'
-
+ , ~

1\(1) c R

02 o~

FIGuRA 10.16 Retificador com ponte de onda completa com filtro capacitivo para o
Exemplo 10,5.

Como está moscrado na Fig. 10.6. um capacitor de filtro foi acrescentado em paralelo ao rcsis-
tor de carga. no sistema retificador de onda completa da Fig. 10. 15. Para os propósitos deste
exemplo, assumn <]llc v,(l) = v, scn ta com v,=/?. (120) V. (I) = (21f)60 "" 377 md/s e que R=
lOíl e C= 10" JIF. PlOte a tensão de rcsistor, v~~,(t). ::1corrente, iR(t). e a correrue lOtai da ponte
(bridge) i8(1).

• Solução
O ac!'é$cimo do capc'l.Citor de lillro tendc.n'i a maruer conS:tante a tensão de resislOr vR(t}quando a
tensão da ronLe cair. Os diodos pennMecerão conduzindo enqu.:uuo a corrente de saída da pome
permanecer positiva. e serão bloqueados quando esta oo•·reme começar a invener de polaridade.
Este exemplo pode ser resolvido facilmente usando MATLAB*. A Fíg. 10. 17a mostra
:t tensão de rcsi!Hor vR(I) plotadnjunt;tmente com a tensão retificada da fonte. Durnnte o pc·
ríodo em <JUC a ponte está conduzindo. isto é. o par de diodos conduzindo. a tensão no n:sis·
tor é igual à tensão retificada da fonte. Quando a ponte está biOC:JuCada, a tcnsno de resistOr
decai exponencialmeme.
Observe que, c.omo o capacitor é relativamente gmnde (u conscantc de tempo RC é I00
ms, comparada com o petíodo da te-tts.ão retificado da fome. que é ligeiramente superior a 8,3
ms). os diodos conduzem apenas 1>0r um cuno intervalo de tempo em tomo do pico da fonna
de onda da tensão retific-ada da fome. Na Fig. 10.17b. isso pode ser visto facilmente nas pl~
tagcns ampliadas da corrente na resistência e da cotre1Hc na ponte. êmbora a corrente de rc·
sistor permaneça continua c rcluth,~unente constante-. variando emre I5,8 e 17 A, a corrente de
saída da ponte consiste cssenciulmcntc-em um pulso de corrente que flui por menos de 0.9 rns
próximo do pico da forma de onda da tensão retificada e tem um vaJor de pico de 250 A. De·
vc ser s.aJientado que a corrente de pico em um circuito real será infe rior a 250 A, por que Sé·
rá limjtnda pelas impcdãnciru: do circuito. as quedas nos diodos e a..~:;sim por diarue.
Usando MATLAB. é possível calcular o valor eficaz da con-ente de resistOr. encon·
trando-se 16,4 A. ;ao passo que a corrente da ponte é de 5 I ,8 A. Ponamo, vemos que os dio-
dos du ponte nesse sistema devem ter especilicações nominais de corrente signilícativamen·
te superiores às da carga. Geralmente, as folhas de especificações para diodos de fontes de
alimentação mostram seus valores nominais de corrente em valores elicaz.es, te11do e1n vis-
ta espccilícamcntc esses tipos de aplicações. E.~iSas correntes de nlimen1ução de pico são Cà·
rncteríslicas de circuitos retificadores com carg3s c.apacitivas e, quando se tomam uma fra·
ção significativa da c.arga total do sistema. podem afetur significativamente as fom1as de
ondrt de tensão em sistemas de potência CA.

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CAPiTULO 10 INTRODUÇÃO A ELETAOOICA DE POTEHCIA 485

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-~~
. --~,~~.~~.---t
, --~,~
, --~,,--T.
,.~~,.--~,~
. --~,.~~n
Tempo [ms)

(b)

FtGUAA 10.17 Exemplo 10.5. (a} Tensão de resistor e tensão relificada da fonte (linha tra·
cejada). (b) Corrente de resistor e corrente total da ponte (linha tracejada).

A tenstio de ripple ou de flmuaç<io da tensão do resistor é delinida como sendo a dife-


renç-a entre seus valores •náxill\O c míni mo. Nes1c exemplo. o valor máximo é igual ao valor
de pico da te11são da fonte. ou 169.7 V. O volor mínimo pode ser cnc:ontrado :1 partir do solu-
ção produzida por MATLAB valendo 157,8 V. Assim a 1ensão de ripple é de 11.9 V. É-claro
que a tensão de ripple pode ser diminufda aumentando-se o valor do c.apacitor de fi hro. No
cnlanto. observe que isso é conseguido com um aumento de custo. pulsos mais cu nos de cor·
rente c correntes eficazes mais elevada~; nos diodos do retificador.

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486 MÃOUINA$ E l 8AICAS

Aqui está o script de MATLAB para o Exemplo 10.5.


ele
e! c.) r
\ParAmecros
= 2 •pi •60;
OlfleQa
R • lO;
c = 0 . 0 1;
vo • 120 "5qrt. (2);
Lau : R•C:
Nlfi4'X • 800 :
\ diode =l quando a ponte retificadora está conduzindo
diodo • l:
\ Aqui está o laço que tat o trabalho.
for- n .. I :Nmox•l
tln) = <2.S•pito.eoat " <n · lJ/Nmax; \te111p0
VS(nl • VO " éOS(~O "L (n)l ; \t~naAo da fOilt~
vrect(n) = abs(vs<nn : \ tendo da tonte com retiticaçlo de onda cocpleta
\~lculos quando a ponte reti ficadora e&t~ conduzindo
iC di~ •• I
\Se a ponte estiver conduzindo, a tenslo de resistor 4 igual ~ ~en&Jo d~
\ Conte retificada .
vR(nJ = vrecttnl:
\Verifique a corrente total que deixa oa r~tificadores
i f fomcgo "t<nD <• pi/2 .
iB(n) : VRIIl)/R • VO•c •omeoa •sinlomeoa •t(nl) ;
clsci f (omC9tt "t(nH <• ) .•pi/2 .
iDinl • vR(ni/R ~ vo •c •omega• s in (omeQ4"Linll;
c h~c
1Binl -= vR cnt /R vo · c · ~ca • stn <omeoa • t 1n1 1;
•""'
\Se 4 corrente te~d~r a se tornar ne9atlva, oa dlodoa serlo bloqueados
i( i 8Cnl < 0 :
diode -= O;
t.off • t ( n l ;
Voff = vrectln);
end
else
\ Quando oa diodos estio bloqueados. a tenaio de reaiator/capacitor decai
\exponencialmente.
vRin) a Vorf•exp(-(t.(nl·t.ofr) / tau) :
ilHn) ... 0 ;
lf (vrecL IM - vRIMl ;. 0:
diode • l·
en<l
end
end
\CAlcule ~ corrente de resistor
iR -: VR/R;
\ A9or a plot~ vR como u~ l inha chei ~ e vret como uaa linha tracejada
plot iiOOO• t,vlU
xlabet('Tempo (mal')
ylobel ('Tendo (V) ' )
..xh 110 22 O 1801)
hold
plot 11OOO• t. vrect. · •· · )
hol d

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CAPfl\0.0 10 IHTAOOUÇÃO À ELETAOHICA OE POT~NCCA 489

1~(1)

"•
7f

o
•• ( o)
Tensão de
i !W:IIll(,..

.. l. é~Ctltt:

(b)

FIGURA 10.20 Efeito da elevaçao da indutância em série no circuito da Fig, 10.19 sobre (a)
a corren te de carga e (b) a tensão d e indutor.

Dessa equaç-ão. podemos ver que os volts-segundos líquidos (e a tensão média respecti-
va) no o indutor durante um ciclo de,•e ser igual a zero, ou seja,

1 r+1'
11 tf1 : 0 ( I 0.5)

Nesse retificador de meia onda. quando u indutância cresce. observe que ambas a cor·
»
rente de ripple e a corrente CC diminuem. De lUto. para indutâncias elevadas ( toL R). a cor-
rente CC de carga tenderá a zero. Isso pode ser visto facihnente acompanhando a argumenta-
ção 5\eguinte:
Quando a indutância cre.scc-, o íingulo de condução do diodo eleva-se a partir de 180"
apn>ximando-se de 36(r J)ara valores elevados de /...
No limite de um ângulo de c.ondução de 36Cf. o diodo I)(Jode ser substituído por um cur-
to-.circuito contínuo. Nesse caso. o circuito reduz-se à fonte de tensão ligada diretamen-
te à combinação em série do resístor c do indutor.
Nessn situ,lÇàO. nenhuma corrente CC irá lluir porque a fonte é puramente CA. Alé-m
disso. <.."Orno a impedância 2 = R + jO>L cresce com o aumento de L. a corrente CA (rip-
ple) lambém tenderá a lCrO.

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490 MioauiNAS ElÉTRICAS

+ 1' Dl -

OI
-
lt.Vl

+
-
/ L(f)

+
+
u,(t) 02 ~b!
• l \,(1)
+
1\ (t) 1' Dl
H
4l(f)

+ L + L

(>I (b)

~ 1'tu -
+
+
1\(f)
~ R ?
c1.(r)

(,,
FIGURA 10.21 (a) Retificador d e meia onda com uma carga indutiva e um diodo de ~roda
livre·. (b) Circuito equivalente quando v,(I)> Oe o diodo 01 esté conduzindo. (c) Circuito
equivalente quando v,(t) <O e o diodo de Mroda livre" 02 está conduzindo.
A Fig. 10.21a mostra uma modificação simples que pode ser fei ta no circuito re1ificador
de meia onda da Fig. 10.19. O diodo de ··'roda livre"• 02 sen•e como um c.aminho ahemati-
\'0 paro à corrente do indolor.
Pnrn compreender o compc:mamen1o desse diodo, considere a situação em que a tensão da
fonte é positiva e o diodo retificadot DI está conduzindo. O ci_rcuito equivnlentc para essa (."'n-
dição de operação está mostrado na Fig. I0.2 1b. Observe que. nessa condição, n tenstlo sobre o
diodll 02 é igual ao ncgativu da tcns.ão du fonte c, conscqücntcmcntc, o diodo 02 encontra~se
bloqueado.
Essa condição de operação irá perdurar enquamo a tensão da fonte for positiva. Entret'm 4

to. logo que 3 tensão da fonte começar a se tomar negativa, a tensão sobre o diodo 02 começará
a se tomar positiva c ele cntr.mí em condução. Como a carga é induth'a, uma corrente de carga
positiva estará flui_ndo nesse inswntc e essa corrente de carga será transferida imediatamente ao
curtO-Circuito, correspondente ao diodo 02. Ao mesmo tempo. 3 corrente no diodo DI cairá ime-
diatamente a 1..ero, o diodo D I será IX>IariZttdo inversamente pela fonlcdc t'ensão c será bloquea·
do. Essa condição de operação ená moslt:'lda 1ta Fig. 10.21c. Assim, os di<xlos desse circuito es-
tão ahernadamcntc conduzindo e sendo bloqueados a cada meio ciclo: O I está conduzindo
quando v,(t) é pOSitiva c 02 está conduzindo quando ela é negativa.
C.om base nessa discussão. ''ernos que u tensão v~,.(t) sobre a carga (igual ao negativo da
tensão sobre o diodo 02) é uma versão retificada de meia onda de v,(t). <."'rnO se vê na Fig.
10.22a. Como está mostrado no Exemplo 10.1. a média des.~a tensão é Vcc = V0 /1t. AJém dis.so.
a médio da tc~io de regime pcnnanente sobre o indutor deve ser igual a zero e, desse modo. a
média da tensão v1.(1) aparecem sobre o resislor. Portanlo, a corrente CC de carga será igual a V0
I (n R). Esse valor independe do vaJor do indutor e assim niio tende a zero quando a indutância
<.TCSCC.
A Fig. I0.22.b mostra as correntes de diodo e carga para um vaJor n:lativamcnle pequeno de
indutância (aL <R). e a Fig. J0.22c mostra es.c;a..c; mesma.lj correntes para um Vfilor elevado de in·
dutância (/JL >> R. Em cada caso, vemos a corrente de carga que deve ser contínua devido à pre-
• N. ck T.: F"'4"''~~lif11 di«/~. em inglk. O tlOIIle é u111a aJusão 110 ml-can•~moconht.-cido por rotlu livre. presente em nJguns
*'
\~ku)C)s, c ql)t perm.ite odesengute au1omli.1ico da 11tlçio sob cenas condiçõell. é terntlhllnle mccanbmo decnuaca de uma
bicid cca. Na littl"aluttl n3CiOnal, aparece também como diodo de re1orno. diodo de rttitcula('ão c dlodo ~ liVTC cin.:ulação.

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CAPIM.O 1O INTAOOUÇÃO A ElETAONICA OE POTENQA 491

o l ;T
••
(a)

~~

~ '
'
I

I
I
I
i\
l
i \
\

I
I
I
'''
I
I ;
'!'
I
I '

I
I

................................ -- ---- ................................ 1


o •
(b)

i···... ...... TI------:r·.


-u--:·k]
.! ·
.
Ii I1
'
l l•
102 1!:

1o1
1il
Ji 11 I!
li' ,! li.
1; 1.; 1;
!I d l i:
·--·············-··········· •
... 1
~- ······-· ·· ···· ·· ···· ---·
o ln 3•
(c)
FIGURA 10.22 (a) Tensão aplicada à carga pelo circuito da Fig . 10.21. (b) Correntes
de carga e diodo para um valor baixo de L (c) Corren1es de carga e diodo para um valor
etevadode L

sença do indutor, sendo chaveada instantaneamente entre os diodos de acordo c<>m a pOlaridade
da tensão da fome. Vemos também que, durante o 1emp0 e-m que O I está conduzindo, a corrente
de carga cre.çce devido à aplicaç~o da te.llsão senoidal da fonte, ao passo que. durante o tempo em
que 02 ená conduzindo, a corrente de carga simplesmente decai segundo a constante de tempo
URda própria carga.

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492 MAautNAS ELETJUCAS

Como esperado, em cada caso. a C{)rrerlle média na c-arga é igual a V0 I ( Ir R). De fato.
pode-se ve.r que a presença de um irldutor de valor elevado reduz a c.OJ·rente de ripplc até o
ponto em que a corrente de carga é ess;encialmente uma corrente CC igual a esse vaJor.
Agora, vamos considerar o c.aso e-m que a ponte de meia onda da Fig. 10.19 é substituí-
da por uma ponte de onda completa. como na Fig. I0.23a. Nesse circuito. a tensão aplicada à
carga é a tensão da fonte retificada de onda completa, como está mostrado na Fig. 10.15, c a
tensão média (CC) aplicada à carga é igual a 2 V0 / n. Aqui novamente. a prescnçn do indutor
faz com que o ripple CA seja reduzido. A Fig. I 0.24. obtida novamente de uma solução ana-
lítica detalhada. mostrJ ~l corrente no resistor quuodo a indulância é numenlltdJl.
Se adotarmos um indutor de valor elevado ({t)l. » R), a corrente de carga será relativa-
mente livre de ripple c constante. Dessa fonna, é prálica comum analisar o desempenho des·
se circui10 subslilUilldOo indutor por uma fonte CC de corrente la:, como está mostr ado na
Fig. 10.23b, em que Ice = 2 V0 I (Jr R). Essa é uma prá1ic-a comumente usada nn análise de cir-
cuitos de eletrônica de potência e que simplifica grandemente a sua análise.
Nessas condições, podemos mostrar facilmente (llle as correntes de diodo e de rome des-
se circuito são dadas pelas formtLS de onda da Fig. I 0.25. A Fig. 10.25a mostra a corre.\te em
um par de diodos (por exemplo. diodos DI e 0 3). e a Fig. 10.25b mostra a corrente da fome
i_(/), A corrente de carga loc• essencialmente constanle, fl ui em e-Jda par de diodos durante
meio ciclo e aparece como uma onda quadrada de ampl itude Ice na fonre.

+
OI Doi
R
+
+
-
i,(t)

OI
-
ia.(l)

R
+

v,(r) •'tJt) tl,(t) , ••_(1}

02 03
1-- L
Dl OJ '"" l
00 w
FtGUAA 10.23 (a) RetificadO< de onda completa com carga indutiva. (b) Retificador de on-
da compJeta com o indutor substitufdo p()( uma fonte de cOtrente CC.

o •
FtaURA 10.24 Efeito da etevaçao da indutância em série no circuito da Fig. 10.23a sobra a
corrente de carga.

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C••fTuto 1o IN'mOOUÇÃO A ELETAONICA DE PoTtNCIA 493

De modo similar ao que vimos no circuilo relilicador de meia onda com diodo de "roda
livre", aqui um par de diodos (por exemplo, diodos O Le 03) está conduzindo a corrente quan·
do cntfio a polaridade da 1cnsão da fonte é invcnida. Isso torna condutor o outro par de diodos
e bloqueia o par de diodos que ameriormente eslava conduzindo. Desse modo, a correme de
carga permanece comrnua sendo simple.smente chaveada entre os pares de diodos.

10.2.3 Efeitos da Indutância de Comutação


Nossa anáJise c as formas de onda da Fig. 10.25 mostram que a correme sorre comutação ins·
tantànea ao ser chaveada entte um par de diodos e o próximo. Nos circuitos reais. devido à
presença da indutância da fon1e, a comuwçflo da corrente emre os pares de diodos não OCOITC
instantaneamente. O efeilo da indutância da fonte, referida em geral como induiância de co-
mmaçtio, será examinado estudando-se o circuito da Fig. I 0.26. que é o circuito retific-ador de
onda completa da Fig. 10.23 no qual uma indutância de fonte L,. foi colocada ern série com a
fo nte de tensão. Assumimos novameme que a constante de tempo é grande (roL/ R » I) e
substituímos o indutor por uma fonte CC de corrente Ice:.
A Fig. J0.27a mostra a situação que ocorre quando v~< Oe os diodos 02 e 04 estãooon·
duzindo a corrente Ice. A comutaç-ão inicia quando v, chega a zero e começa a se tomar posi-
tiva. colocando os diodos DI e 03 em condução. Observe que, como a correme na ituluuin-
cia L~ não pode mudar instamaneameme. a situaç.ão do circuito nesse inslantc é descrita pela
Fig. 10.27b: a corrente em 4. é igual a -/oc, a corrente nos diodos 02 c 04 é igual a Ice• ao
passo que a corrente nos diodos D I e 0 3 é zero.

lo .. lo3
/c;<; f-- - - - ,

o 2n
(a)

i,(I)

I ex;

o • 2,,
"'
-ICC

(b)

FIGURA 10.25 (a) Corren1e nos d iodos 0 1 e 03 e (b) corrente de fonte pa1a o ci•cuito da Fig.
10.23. ambos os casos com uma indutância tendendo a um valor elevado.

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494 M AQUINAS ELÉTRICAS

~
'
+
DI 1).1
+ R
v,(t)
'
02 03
Ice l
FtouRA 10.26 RetificadO< com ponte de onda completa e indutancia de fonte. Aswme
se que a corrente de carga seta CC.

i,(t)
I,
~ / -........
DI +
1).1
+ R

v,(t)
) 1rL{t)

02
03 I
'tt\s -
./

(a)

Ice
l,(t)
~
I, / ..........

DI t;DI =O 1).1 t;,.=lcc +


+ R
••.(t)
) l.i,.(l)

02
t'"'=Ice
03 \ im=O
ler ~s -
./

(b)

FIGURA 10.27 (a) Situaçilo do circuito de onda completa da Fig. 10.26 imediatamente an·
tos dos diodos 01 e 03 entrarem em condução. (b) Condição imediatamente após os dio-
dos O 1 e 03 terem entrado em condução.

Nessas condições. com todos os quatro diodos conduzi ndo. a tensão da fonte v,(t) apa·
rece diretamente sobre a indutância L.. da fonte. Observando que a comutação inicin·sc no ins·
tante em que vJt) =O. n corrente em L~ pode ser escrita como

i~(t ) = - Ice+_!_
Ls. . o
f.' vJ(t) d1

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CAPITULO 10 INTAOOUÇ.Io Á ELETRÓMCA oe POT~NCIA 495

=- Ice+ ( Vo ) ( I - COSl<ll) (10.6)


wL,
Observando que i,= i01 - iDJ, í 0 , + í02 =/« e. por simetria, ; DI = i01• podemos escrever que
hx·- i~(l)
;1)2 = ...::.--.,..:..:..:.. ( 10.7)
2

O diodo 02 (e do mesmo rnodo o diodo 04) será bloqueado quando im chega a zero. o que
ocorre quando ((r)= 'oc· Em outras palavras. a comutação est.:lrá concluída no tempo'~· quan·
do a polaridade da correme em L~ está completamente invenida e quando toda a corrente de
carga está lluindo pelos diodos DI e 03.
Fazendo i_(l,) = Ice c resolvendo n Equação 10.6. obtém-se uma expressão para o imer-
\'alo de comuraçt1o 1< em função de Ice dada por

te I arccos [1 - (21"'VowL,)]
= ;: ( I 0.8)

A Fig. I0.28a mostm us correntes nos diodos O I e 02 <1uando :1 corrente é comutada en-
tre eles. O tempo finito de commação te pode ser visto claramente. Há um segundo efeito de
comutação que pode ser visro claramente na Fig. 10.28b. a qual mostra a tensão retificada de
carga \'L(t). Obser.•e que. durante o intervalo de comutaç-Jo. com todos os diodos conduzindo.
a tensão recificada de carga é zero. Esses intcrv-diOS de tensão ze,ro presentes na ronna de on·
da da 1cnsão retificada são conhecidos como nott.:hes• tle ccmuwçrio.

lçç

1\' i o•

J ""•
o
I• :f + wt..
(a)

''•.(') 111J1ches
de comuliiÇ'ào

v.

o .,, •
tb)

FIGURA 10.28 (a) Correntes nos diodos 01 e 02 mostranoo o inlervalo de comuta<;ao fini-
to. (b) Tensão de carga mostrando os notches de comutação devidos ao tempo de comuta·
ç.ao finito.

• N. deT.: De1>r~ãoou deslilad..:iro profundo. em inglês.

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496 MÂOU<NAS ELêTRICAS

Comparando a tensão retifk ada ideaJ de onda completa da Fig. 10. 15b com a fonna de
onda da f'ig. I0.28b. vemos que o efeito dos ltOtclres de comutação é reduzir a saída CC do re-
tifiCildOr. Especificamente. a tensão CC nesse caso é dada por

Vcc = Ctl)
"
lz
,,

~,senwtdt
v,,
= - (I + coswr,) (10.9)
"
em que 1<- é o intervalo de comutaç-ão calculado pela Equação I0.8.
Finalmente-, a corrente CC de carga pode ser calculada em função de 1.: como
Vcc Vo
Ice= R= rr R (I + tOSCt)Je) ( 10. 10)

Substituindo a Equação 10.8 na Equação 10.10. obtém-se uma solução de forma fcc:ha-
du para 'Ice dad a por
2Vo
I oc = ;r-;:,.:-::--,,-
R + 2wl.,
(10.1 1)

c. desse modo.
2Vo
Voc = Ice R = ;r--'""=•
+ 2~L,
( I0.12)

Vimos que a indutância de comutaç-ão (que e m grande parte é inevitável em c ircuitos


práticos) dá origem a um tempo finito de comutação e produz nmches de comutação na ror-
ma de onda da (énSiiOreei fitada, redu ~ indo a censão CC aplic-ada à carga.

Considere um retificador de onda compleut acionando uma c.arga induliva como está mostra-
do na Fig. I 0.29. Para 60 Ht, tensão de 230 V eficaws, R = 5,6 fl e l-elevada (wl. » R). plo-
le a corren(e Ice na carga e o (etnj)() de comutaç-~o te quando a indutância da fome L, varia de
I a JOOmH.
• Solução
A soluç-ão pode set· obtida por subslituição nas Equações 10.8 e 10.11. Isso é feito facilmente
usando MATLAB. As plotagcns de loc e 1< estão mostradas nas Figs. I0.30a c b. respccliva-

j
OI I)>
+ R

t
02 03

F>GURA 10.29 Retificador com ponte de onda completa e indutância de fonte para o
Exemplo 10.6.

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CAPiTUlO 10 INTRootJÇÃO À E lETRÓNICA DE POTÊNCIA 497

o
<,>
"
,.
" ·~----- 1
" '
'• " ::0
"
. " .. "
II'QitAtlc:ia 6e O()t'Y'I!AiliÇiO l.S (mH)
.. .. ...
(a)

..

'
•••

".Su
y
3

"
'
'·'
'• " "' lndl.lt.Anci:l
" •• do OOti'IUtaÇIO
,.
" Ls (mH) .. .. .. ..
(b)

FIGURA 10.30 (a) Corrente 1,; e (b) tempo de comutação t, para o Exemplo 10.6.

mente. Obset\'e que a máxima corren1e CC possível de ser obtida. corresponde11do a L.= O. é
igual a 2Vul (Jr R)= 37A. As..o;im, pode-se "er que as indutânc.ias de comutação da ordem de I
mH têm peque-no ereito no desempenho do retificador e podem ser ignoradas. Por outro lado,
pode-se ver que uma indutância de commação de I 00 mH reduz a corrente CC a aproximada-
mente 7 A. reduzindo significaúvumemc a capacidade do circuito n::tificudor.
Aqui está oscript de MATLAB para o Exemplo 10.6.
ele
clear
\ Parlmetroa

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498 MAOuiNAS EL8RICAS

omcqo .. l • pi • 60:
R = S.ó :
VO • 230 · ~qrt(2J:

ror n = 1:100
t.sCnl = n • le•3;
Idctn> = 2• VO/Cp1 • R • 2"0meQa "Le(n)t :
tc(n l • ll/omcq,oJ •~cotõO-C2 ' Jdclnl • omQ9\I ' I..5(n))/VOJ:
end
plottL~ · lOOO,IdcJ
xlabeli ' Indutância de comutaçlo La lmHl ' l
ylabell ' JCC ' )
Cprintft'\nPresslone qua lquer tecla para continuar\n')
pause
plot (1.~ • 1000. te· 1000 1
xlabel I ' lndutAncia de COIINtaÇ:lo Ls (mH) · )
y l t~bcH ' te (msJ'l

Calcule a indutância de comutaç.ão e o respectivo tempo de comutaç.ão para o circuito do


Exemplo 10.6sc a corrente CC de carga foi medida c vnlc 29.7 A.
• Solução
L,;:;: 5.7 mH e'~ = 2.4 ms.

10.2.4 Ponte Monofásica de Onda Completa e Fase Controlada


A Fig. 10.3 1 mostra unta porue de onda completa na qual os diodos da Fig. I0.15 foram subs·
tituídos por SCRs. Vamos assumir que a indutância de carga L é suficientemente elevada de
modo que a corrente de carga é essencialmente constante tendo um valor Ice- Iremos ignomr
também quaisquer efeitos da indutância de comutaÇão, e mbora evidentelllente eles exerçam o
mesmo papel em um sistema de retificação de fase controlada que em um sistema de reti fica~
ção com diodos.
A Fig. 10.32 mostra a tensõo da fonte e os tempOS dos pulsos de gatilho de SCR paru o
caso do funcionamemo típico desse circuito. Ven1os aqui que os pulsos de disparo estão atra~
sados de um ângulo <X.t após o cruzamento por zero da fonna de onda da tensão da fonte. Os
pulsos de disparo dos SCRs T I e T3 ocorrem após a passagem por zero na subida (positiva)
de v,(t) e os dos SCRs T2 e T4. após 11 pru;sagcm na descida (negativa).

+
TI T4-:
+ 1'- R

li)_( f)

~
~
T2 T3

FtauAA 10.31 Pome de onda completa com SCRs e fase controlada.

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CAPiTULO 10 INTRODUÇÃO A EI.ETAONICA DE POTENCIA 499

Putw5 de disp:uv.
TI eT3

Pl.tl.$<.1('1 de disp:•n.>.
TicT4

v,
FoGuRA 10.32 Tensão da forole e pulsos de disparo da ponte SCR de fase controlada da
Fig. 10.31.

A Fig. 10.33a mostra acorremo que circula nos SCRs TI e T3. Observe que esses SCRs
não entram em condução até receberem os pulsos de disparo no ângulo a.to de.pois de terem si-
do dire1amen1e polarizados após a tensão da fo1He ter passado por um cruzamento por zero de
subida (positivo). Alé.m disso. observe que, após o próximo cruzamento por zero da tensão da
fome. os SCRs T2 e T4 não emram em condução. Desse modo, os SCRs TI e T3 permanecem
conduzindo a cotreme até que os SCRs T2 e T4 emrem em condução. comandados pelos pul-
sos de gatilho. Os SCRs T2 e T4 entram em condução apenas após receberem sc.us respec.ti-
vos pulsos de gatilho (por exemplo, no ângulo Jt+ a, na Fig. 10.33).1sso é um exemplo de co-
muração forçada, em que um par de SCRs não é bloqueado naturalmente mas. pelo contrário.
deve ser obrigado a tanto quando o outro par entra em condução.
A Fig. 10.33b mostra a tensão de carga resultante vl.(r). Vemos agora <1ue a tensão de
carga tem uma componente negativa, que aumentará quando o ângulo de a1raso de disparo a,
for aumentado. O valor CC dessa ronna de onda é igual a

Vcc = (2Vo)
7" cosa~.~ (O ::: tt" ,;:: ;r) ( 10.13)

da qual pode-se ,,.e r que o ângulo de atraso de disparo, correspondente a um dado valor de ten-
são CC, é

«d = arecos (rrllcc)
2
V() (10.14)

Da Equaç-ão 10.13, vemos que a tensão CC aplicada à carga pode \•ariar entre 2 V0 /rr e
- 2 V0 /n. Esse resultado é um tanto surpreendente porque é difícil compreender como uma
ponte retificadora pode fornecer tensão negativa. Entre.tanto, nesse caso. é necessário e111e.n-
der que esse resultado está sendo aplicado a uma carga indutiva que mantém circulando a cor-
rente positiva nos SCRs. apesar da inversão de polaridade da tensão da fonte. Se a carga fos-
se puramente resistiva. a corrente nos SCRs iria a zero quando a tensão da fo nte invertesse de
polaridade. e eles simplesmente seriam bloqueados. Nenhuma corre.nte de carga iria circular
aré que o próximo par de SCRs fosse comutado entrando em condução.

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502 M ÁQUINAS ELÊTFUCAS

Uma plotagcm de vL(I} pam esse caso está na Fig. I0.34a.


b. Para um ângulo de alraso de 0,9n:, a 1ensão CC de carga será

v('C = (72V.,) <:ósa.., = (2-x;15)


- cos(0.9n) = - 9.1 v

Uma pl o~agem de vL(1) para esse caso es1á na Fig. I0.34b.

" r---....,---~---..._-~----r.,.- ----,

"

•••
...O:--~.~-:,----....,;,-:>.L--::-----2-'-------:!
~ lO lS 2S
Tempo {msl
( o)

• r-------~--~----~~--~-----,

...
\) \) \/ ,.-.>....'----:,.,,..- -- -,,.:--<'------:',.
·\So!---->-4,-----,".:
Tempo{msl
(b)

FIGURA 10.34 FO<mas de onda do Exemplo 10.7. (a) Teosãodoelelfoima para~= 87.4'
e Vcc = 0.438 V. (b) Tensão do elelroimã para ~ = 162' e Vcc • - 9. 1 V.

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CAPiTULO 10 INTAOOUÇÃO À EUõTAOOICA DE POTÉHCIA 505

10.2.5 Carga Indutiva com uma Fonte CC em Série


Como vimos no Cnpítulo 9, os motores CC podem ser modclndos como fonte.~ de te1t liãO CC
em série com um indutor e um resistor. Assim. seria útil analisar brevemente o caso de uma
fonte de tensão CC em série com uma carga indutiva.
Vamos examinar o sistema retificador SCR de onda completa c fase controlada da Fig.
I0.35. Aqui acrescentamos uma fonte CC de tensão Ecc: em série com a carga. Novamente, SU·
pondo <iJL » R de modo que a corrente de carga seja essencialmente CC. vemos que :l te 1t~o
de carga v~.{t) depende apenas dos tempOs dos pulsos de gmilho do SCR e, as-sirn, não é ahe·
rnda pela presença da fonte CC de tensão Ecc- Desse modo. o valor CC de v1.(t) é dado pela
EquaçJo 10.13 como an1es.
Em regime permanente. a corrente CC na carga pode ser obtida a partir da tensão CC lí-
quida no resistor como
ice =\Ice -R Ecc <Vcc ?: Ecc) ( 1(1.18)

em que \1cc é obtida da Equação IO. I3. Em condições transitórias. é a diferença de tensõe-s,
Vcc- E~. que causa uma alteraç:ão na corrente CC da combinação R-L em série. de modo
semelhante ao ilustrado no Exemplo 10.7.

Um pc<Jucno motor CC de imã pcnnancnte deve funciom1r a partir de uma ponte de fase con·
Irolada. A form;~ de onda CA de 60 Ht tem uma tCilSão eficaz de 35 volts. O motor CC tem
uma resistênci:.l de armadura de 3.5 Q e uma indutância de armadura de 17.5 mH. Com umn
h~-nsão de armadura de 50 V. ilti1lge uma velocidade a vazio de 8000 rpm.
Calcule a velocidade a vazio do motor. em rpm. em funç.ão do tmgulo de atroso de dis-
paro (14 •

• Solução
Na Seção 7.7. vimos que o circuito cquivnlcntc de um motor CC de irn:'i penntulCIHCconsiste
em uma fonte CC (propordonal à velocidade do motor) em série co1n uma indutância e uma
resistência. Assim, o circuito equivalente da Fig. 10.35 aplica-se diretamente ao caso deste
problema.
Da Equação 7.26. a 1cnsão gerada do mo1or CC (Ecc na Fíg. 10.35) é proporcional à vc·
locidade do motor CC. Pomuuo,

n= C:') tcc = 160Ecc rpm

TI T4-,
-•
Ice

+ f-
l~(t) L

Tl ' n
r-- c;ó
FtaUAA 10.35 Ponte retificadora SCA de onda completa e fase controlada com carga in-
dutiva e uma fonte CC de tensao.

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506 Ml.auiNAS EurtRICAS

Em regime pe-rmaneme. a queda de tensão CC na indu1ãncia de armadura será zero.


Além disso, a vazio. a corrente de armadum será sulicieruemcnte pequena para que a queda
de 1ensão na resistência de armadura possa ser desprezada. Assim, fazendo Ecc = Voc e subs-
tituindo esta expressão na Equ:•ção I0.13. obtém-se

Ecc = Vcc = ( 2V,) cosa.,


~

= ( 2 "',; 35 )ros~=31.5oosa.,
Obsen·e que. como a ponte pode romecer apenas corren1e positiva ao motor CC (c assim. em re-
gime permanente. a tensão CC deve se,r positiva). essa expressão é válida apc.nus para OS ~ S 1d2.
finalme me, substituindo na expressão da velocidade,, em tcnnos de Ecc- obtém-se
"= 160 x (31.5 cosa 11 ) = 5040 coset.o rpm (0 ,:: a., :::; rr/ 2)

Foi observado que o motor CC do Exemplo I0.8 está opernndo oom uma velocidade de 3530 rpm
e puxando uma corrente CC de 1,75 ampéres. Calcule o respectivo ângulo de atraso de disparo a:,.
• Solução
a,1 = 0.151T rod = 27""

10.2.6 Pontes Trifásicas


Embora muitos sistentas com IX)(ê.ncias de até cinco ou mais quilow:.ms usem potênci:L mono-
fásica. a maioria dos sislemas de grande porte é alimencada com forues trifásica.'\. Em gel'aJ,
todas ::.s questões que discutimos em relação às pontes monofásicas de onda completa apli-
cam-se diretamente a situações de pontes cri ftlsicas. Por essa razão. discutiremos apenas bre·
vemente as pomes trifásic.as.
A Pig. J0.36a mostra um sistema em que um rcsistor R é alimentado com uma forue tri-
fásica por meio de uma pome trifâsicCI (l diodo~· de seistmlsos. A Fig. 10.36b mostra as ten·
sões de lirlha trifásicas (valor de pico J2 v,_'""' em que v,_r.t«é o valor eficaz da tensão de li-
nha)• e a tensão de resistor vR(l), a qual foi obtida usando o método dos estados assumidos e
supOndo <Juc os diodos fossem ideais.
Observe que vR tem seis pulsos por ciclo. Diferentemente da ponte monofásica de onda
complet.a da Fig. 10.15a, a tensão de resistor não vai a zero. Pelo contrário, a ponte trifásica adio-
dos produz uma 1cnsii.o de saída igual :to máximo inslanltinco do valor ubsoluto das três tensões
de linha. A média CC dessa tensão (que pode ser obtidu integnmdo 1/6 de um ciclo) é dada J)OI'

Vcc = 3w
-
"
!."
o
-vbo:(l)dt

= - ~ 11:. J2v1_t<'fSe-n ( wt - 2
; ) dt

= C~) v,_,, (10. 19)

em que v,_,,'* é o valor eficaz da tensão de linha.

• N. de T.: l.cmbratwlo, () Mlbst'ri!() 1- t rcfert•se l açnsfaode hnh:1ou. como também é ~--onhcc ida.. tensdo linha-linl\a.

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CAPITULO I 0 INTRODUÇÃO Á ElETROOICA DE POT~NCIA 507

OI 02 03 +
11J..t)
L'I,(I) R
IIJ I)

1).1 05 1)6

(o)

- ,, "
• "'1- Lt!
(b)

fiGURA 10.36 (a) Ponte trifásica a d iodos de seis pulsos e carga resistiva. (b) Tensoes de
linha e tensao de resistOt.

A Tabelo 10.1 mos1ra a seqüência de chaveamenlo dos diodos para a ponte 1rifá.coica da
Fig. 10.36a, correspondendo a um único período da tensão uifásica cuja forma de onda está
na Fig. I0.36b. Observe que apenas dois diodos estão conduzindo em um instame qualquer e
que cada diodo conduz durarlte 1/3 de um ciclo ( 1200).
De n'lodo análogo ao caso da ponte monofásica SCR de onda completa e fase controlada
das Figs. 10.3 1 e 10.35. a Fig. 10.37 lllOStta uma pon1e 1rifásica SCR de fase conuolada. Assu-

TABELA 10.1 Tempos de conduçao dos diodos da ponte ttifásica a diOdos da


Fig. t0.36a. A leua C indica diodo conduzindo e 8 indica diodo bloqueado

"• 0-1t/3 1t/3-2ttf 3 2ttf3-1r 1r-41t/ J 41"/ 3-S:n'/3 51!'/ 3-211'


DI B c c 8 8 8
02 B B 8 c c B
03 c 8 R B 8 c
D4 B B B B c c
05 c c B B B 8
D6 R 8 c c 8 B

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508 MÁQUINAS ELETRICAS

,...., n "' 'f)..., +


li
tt.,(l )
l'b(l)
t•~(l)
L
n.., Ts"' T6-,

FIGURA 10.37 Circuito de ponte trifásica SCR de fase controlada com uma carga indutiva.

mindo um:acorrente de carga contínua. corrcspondcndo por exemplo à condiçtto (1)/... » R. caso
em que :.• corrente de curga é essencialmente uma corre.nte CC conslame lçr· essa pome é capaz
de aplicar uma tensão negaliva à carga e de regenerar potência de modo muito semelhante ao da
pome monofásica SCR de onda completa e falõe controlada que discutimos na Seção 10.2.4.
~ re-l ativamente simple-s mostrar que a máxima tensão de saída dessa conliguração de
ponte irá ocorrer quando os SCRs entrarem em condução nos instantes em que os diodos de
uma porlte a diodos entrariam naturalmente em condução. Esses insumtcs podem ser obtidos
da Tabela I0.1. Por exemplo. vemos que o SCR T5 deve ser ativado no ângulo a,= O(isto é.
no cruzamento por zero de subida de ''J~>(t)). De modo semelhante. o SCR T I deve entrar em
condução no rempo a,.= Jr!3 e a.'li.sim por diante.
Portanto. um esquema possível para gerar os pulsos de gnli lho dos SCRs é usar os c:ru-
zamenlos por zero de subid:1de v•(l) (,.'()tnO referência a panir da qual é sincroni?..ado um t.rem
de pulsos com freqUência seis vezes superior à freqUência rundamental (isto é. haverá seis
pulsos unifo•·memente distanciados em cada ciclo da tensão aplicada). O SCR TS scriu dispa-
rddo primeiro. seguido pelos SCRs T I, T6. T2. T4 c T3 nessa ordem, separados enue si J>Of
6W de a!raso de fase.
Se-o trem de pulsos de disparo for sincronizado paro começar imediatamente após o cru-
zamento por zero de v,b(t), em5o a forma de onda da tensão de c-arga v1.(1) será a da f ig. J0.36b.
Se os pulsos de disparo forem atrasados de um ângulo ~·então as formas de onda da tensão
decargaserãocomoasda Fig. 10.38a (pam a,= 0, 1 Jr) e da Fig. 10.38b (para a,= 0.9Jr).
A tensão CC média da 1ensão de saída da ponte de fase controlada pode ser obtida como

Vcc = - 3wh~ -t't<(l) dt


jf
-
!'.!.

( 10.20)
em que V1 _1.cr é o valor elicaz d::a 1ensão de linha.

Um eletroimã de grande pone com uma indutância de 14.7 H c resistência de 68 n deve ser
alimentado com uma fome ttifásica de 60 Ih e 460 V por meio de umrt ponte SCR de fase

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CAPiTULO 1o INTRODUÇÃO À ELETAONICA DE POTÊNCIA 509

<r,.= 0.11t
•16
o
(a) '"'
o
n/6

(I"= 0.9!1"

(b)

FIGURA 10.38 Tensões de carga tipicas para d•spaJO com atraso dos SCRs do retificadOC'
tritásíco <!e tase controlada <la Fíg. 10.37; (a) a, =O, 1" · (b) a. = 0,9,.

controlada. como na Fig. 10.37. Calcule (a) a lenstao CC Vcc.-, e a corre-nte Ice......~ máxima.'\
que podem sei' fomecidas por e-ssa fome e (b) o ângulo de auaso a, requerido para obter uma
corrente de eletroi mã de 2.5 A.

• Solução
a. Da Equação 10.20. a tensão máxima (correspondente a~= 0) é igual a

v•.~.= ( :rz) v,_,.. :rz)


3
=(
3
46o = 621 v

e Ice-,= Vcc.-J R= 9,1 A.


b. O ângulo de atraso para uma corrente de 2,5 A, correspondente a Voc = loc R= 170 V, po-
de ser obtida da Equação 10.20 como

a,= arccos [ ( ",.)


3v 3
(/''< )] =
1-l.cf
1.29 r:od =74.1 "

Repita o Exemplo 10.9 para o caso em que a fonte de 60 Hzé subslituída por uma fonte trifá-
sica de 50Hz e 400 V.

• Solução
u. vtt....u = 540 v, /(."C..ffa• = 7,94 v
b. a,= 1,25 rad=7 1,6'

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51 o M AQUINAS EltTAICAS

Os desenvolvimentos das pontes trifásicas apresentados aqui ignoraram questões como


o efeito da indutância de comutação. que foi levada em consideração durante a nossa anáJisc
dos retificadores monofásicos. Embora o escopo limitado de nossa aprcscnwçiio n5o nos per-
mita discuti-los esp<.-cificarnentc aqui. os efeitos em retificadores trifásicos são sernelhan1es
aos dos sistemas monofásicos e devem ser levados em conside-raç-ão no proje-to e análise de
sistemas reti ficadores trifácoicos re.ajs.

10.3 INVERSÃO: CONVERSÃO CC-CA


Na Seç-ão 10.2. discmimos várias configurações de retificadores que podem ser usadas para fa-
ur a conversão de CA para CC. Nesta seção, discutiremos algumas configurações de circuito.
conhecidas como inwm:ort.t , que podem se-r usadas para converter CC na potência eléttica. de
frcqUênciu c tensão variáveis. que é requerida pam muiws aplicações de acionamento de mo-
tores. Muitas dessas configurações e técnicas estão disponibilizadas e não tentaremos djscuti-
las todas aqui. Pelo contrário. de acordo com os objetivos deste capítulo, iremos revisar algu-
•nas das configur-<tÇôes comuns de inversores e destacar seus aspec-to~ e caraterístic-as bi.c;icas.
Para os objetivos desta disc.ussão. vamos assumir que o inversor é antecedido por uma
fonte CC estável. Por exemplo, na Seção 10.2, vimos como um filtro LC pode ser usado para
produzir uma tensão de saída CC relativamente constante em um retificador. Assim, como es-
tá mostr:ldo na Fig. 10.39a, em nosso estudo de inversores representaremos esses sistemas re-
tific.adOI'CS por uma fome CC de tensão constante V0. conhecida como tensdo de barramemo
CC, na entrada do inversor. Iremos fazer re.ferência a esse sistema. com tensão constante CC
de enlrada. como im·ersor de fonte de tensão.
De modo semelhante-, vimos que um indutor de valor elevado em série com a sa.ída do
retificador produz umn corrente constante CC relativamente constante. conhccidn corno cor-
reme de link CC. Desse modo, iremos representar esse rctificndor por uma fon te de correme
10 na entrada do inversor. Iremos nos referir a esse tipo de i1wersor como um inver.tor de fon-
te de corrtlllt!.

+l o
+
l1, (1) c
+
v,
- -TVo -=.

l o)

~
-'•
+
,,(r)
- ,, I

(b)
fiGURA 10.39 RepresentaçOes de entradas para inve•sO<es. (a) Fonte de tensao. (b) Foote
de COfrente.

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CAPiTULO 1 o INTRODUÇÃO À ELETAONICA DE POT~NCIA 511

Observe que, como vimos na Seção 10.2, os valores dessas fontes CC podem ser varia·
dos por meio de controles apropriados aplicados ao estágio de retificação, como o tempo em
que os pulsos de gatilho são aplicados aos SCRs da ponte retificadora. O controle da magnitu·
de dessas fontes e os controles aplicados ao estágio inversor fornecem a flexibilidade necessá-
ria para produ1jr uma ampla variedade de fonnas de onda de sarda, para várias aplicações no
acionamen1o de motores.

10.3.1 Inversores Monofásicos em Ponte H com Forma de Onda


Quase Quadrada
A Fig. 10.40a mostra uma configuração de inversor monofásico em que uma carga (consistin·
do aqui em uma associação RL em série) é alimentada por uma fonte CC de 1ensão V0 por
meio de um conjunto de quatros IGBTs. no que é conhecido como configuração em ponte H.
MOSFETs ou outtOS dispositivos de chaveamento são igualmeme aplicáveis a essa configu-
ração. Como disc-utimos na Seção I0.1.3. os IOBTs desse sistema s.ão usados simplesmente
como chaves. Como os IOBTs dessa p01lle H estão acompanhados por diodos de proteção.
podemos analisar o comportamemo deste circuito substituindo os IGBTs pelo modelo de cha·
ve ideal da Fig. I 0. 13b. como está mostrado na Fig. 10.40b.
Nessa análise. vamos assumir que os tempos de chaveamcnto do inversor (isto é. o in·
tervalo de tempo em que as chaves pennanecem em um estado constante) são muito maiores
do que a constante de tempo LI R. Assim. na escala de tempo de interesse. a corrente de car·
ga será simplesmente igual a VL I R. com VL sendo detcnninada pelo estado das chaves.
Vamos começar a análise da cstnHum desse inversor assumindo que as chaves C I e C3
estão fechadas e que ;L é positiva, como está mostrado na Fig. 10.4la. Nessas condições. a
tensão de carga é igual u V0 e a corrente de carga é portanto igual a V0 / R.
A seguir, vamos assumir que a cha\'CC I é aberia, ao passo que C3 permanece fechada.
Isso fará com que a corrente de carga, que não pode mudar instamaneamente de valor devido
à presença do indu1or. seja comuw.da da chave C I para o diodo 0 2, como está mostrado na
f'ig. 10.41b. Observe que, nessas condições, a tensão de carga irá a zero e p<>nanto não have-
rá corre me de c.arga. Observe também que essa mesma condiç.ão poderia te-r sido alcançada
abrindo a chave CJ e man1endo fechada a CI.
Agora, ê possível invener a tensão e a corre me de carga, fechando as chaves C2 e C4.
caso em que V1• = - V0 e i 1• = - V0 I R. Finalmente, a corrente pode novamente ser levada a ze·
ro, abrindo-se ou a chave C2 ou a cha,•e C4. Ne.~te ponto, foi completado um ciclo da tensão
de carga aplicada, com a forma de onda da F'ig. I0.42.

+ DI ()4

-
l)t D4
+
-
C! iL( t)
h.(t) R R
Vo ~ Vo .=..
+ Ll.(t) + "~.(t)

o-j 1>2 03 02 03
Cl

(o) (b)

fiGURA 10.40 Configuração de inversor monotásico em ponte H. (a) Configuração tipica


usando IGBTs. (b) Configuraçao genéric a usando diodos ideros.

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CAPITULO 10 INTRODUÇÃO). ELETRONIÇA DE POTÊNCIA 513

ser usadas para acionar um mo1or ltifásico. As componentes rundamemais seriam combina-
das para produzír uma onda de fluxo girnnte. como foi discutido no Capítulo 4. Em alguns sis·
temas de acionamento de motores, são usados filtros LC. constituídos por capacitares em dc-
riv;.,ç!io e que opemm em conjunto com as indutàncias de fase do motor. pam redu :(.ir ns lcn-
sões harmônicas aplicadas uos enrolamentos de fuse do motor.
Em geral, áS hannônic.as de ordem e levada, cujas amplitudes Vàriam i n~rsamen1e com
o seu f11dice de componen1e harmônica, como pode ser vis1o na Equaçno I 0.22, produzirão
perdas adicionais no núcleo do eslator a~sim como dissipação no rotor. Desde que essas JM!f•
dns adicionais sejam aceitáveis, tanto do ponto de vista de aquecimento do motor como do de
rendimento. um acionamento baseado nesse esquema de chavcamcnto será bem adequado em
muitas aplicações.

Um inversor de fome de tensão trifásico, em ponte H, com fomta de onda qua~e quadrada. se·
rá construído a panir de três estágios inve.rsores em ponte H do tipo mostrado na Fig. 10.40b.
Toda~ as fases serão idênticas, com exceç-ão de que os esquemas de chaveamento de fase es·
tarilo defasados e-ntre si no tempo de 1/3 de um período. Esse sistema será usado J)ata acionar
um motor rrifásico de quatro pólos com Nr......, = 34 espiras por fase e fator de enrolamento
k~m· = 0.94. O motor está ligado em Y e cada um dos inversores é ligado entre fase c neutro.
Pam uma fonte de alimentação de 125 V, um período de chavcamcnto T de 20 ms e
com 6 1 = 0.44. calcule (a) a freqüênciu c ;a velocidade síncrona em fl)m da onda de Ouxo de
entrcfcrro resultante e (b) a amplitude eficaz da tensão de linha aplicada ao motor.
• Solução
a. A freqüênciaft da componente fundamental da re.nsão de acionamento será igual afc = 1/T =50
Hz. Da Equação 4.41, rem-se que isso produUcl uma onda de fluxo no entrererro que irá girnr a

n, = - 120)..:: (1
(pólo - 20)
f~ =
4
S0 = 1500rpm

b. O pico da componente fundamental da tensUo aplicada entre a rase e o neutro pode ser ob.
tida da Equação I0.2 1.

pON= (-;) Vosen(t.\,JT)=(;) 125t'cn(0.44'f)= 156V


v•.

Portanto, a censão eficaz de linha resultante é dada por

v,_,A( = ~v._,.,. . = 191 v

Para o sistema invei'SOr rrifásico do Exemplo IO. 10. ((I) encontre a fmção do tempo de çondu·
ção â, para a qual a quinta componente hannõnica da tensão aplicada é zero. (b) Calcule a
respectiva ilnlJ)Iitude da componeme fundamentul da tenstto de fase.
• Solução
•. 0.2
b. 93 V

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CAPrruLO 10 INTFIOOUÇAO A ELETFIOHICA oe Por~HCtA 515

Considere o inversor do tipo fonte de corrente da Fig. 10.44a. Aqui a carga consiste em umn
fonte de tensão senoidal V, cos (IX . Suponha que as chaves do inversor sejam controladas de
tal modo que a corrente de carga seja uma onda quadrada. também com freq üência f= cut(2Jr),
como está mostrado na Fig. I0.44b. Calcule a potência média. no tempo. entregue à carga em
função do ângulo de atraso a.s como está definido na Fig. 10.44b.
• Solução
Como a tensão de carga é senoidal. a potência média no tempo será produzida apenas pela com·
ponente fundamental da corrente de cargtt. Em analogia com a Equação 10.21, com 10 substituin·
do V0 e com A1 = 0.5. a ampliiUde da componente fundamental da corrente de carga é

1,_, = ( ; ) 1,

e, portanto. a componente fundamental da corrente de carga é igual a

iL,(r) ; ft~t COS(WI-â.J} : ( ; ) /4COS (WI-crd)


A amplitude complexa da tensão de carga é assim dada por VL= V~ c a da corrente de
cargta é /L= lue·lo,. Assim, u potênda média no tempo é igua l a

P :::: I
2Rel j ,..VlJ
• = (2)
; V. l oOOSâ .,

Variando o ângl•lo de atraso de disparo a4 , a potência transferida da fonte à carga po-


de variar. De fato. quando a4 é variado dentro do intervalo O$ ~ $ Jr. n potência irá variar
dentro do intervalo

Obser"c <(UC esse inversor :'dmite regeneração; isto é. para 1r 12 < a" S 1t, P <O c, porrunro. n
pOtência irá circular da carga de volta ao inversor.

v, l't,(l)
it.( l)

CI
DI
tt,(l) = V~ C'OS(M) C<
04 '• ;r!l + tr., /3Jrf2 + (I"

lo t
-
iL( t)
02
+

03
-I,
o 2" w<

Cl CJ -v.

~I ••
FIGURA 10.44 (a) lnve/Sor do lipo loote d eoorrenle do Exemplo 10.12. (b) Forma d e onda
da corrente de carga.

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516 MAQUINAS ELHRtCAS

O inversor do Exemplo 10.12 funciona com um ângulo de atraso fixo a.,= Oma' com uma
fração de 1empo de condução variáve l ~'~' E.llCOnlre uma expressão para a potência média, no
temr>o, entregue à carga em função de A1 •

• Solução

10.3.2 Inversores de Fonte de Tensão com Modulação por Largura de


Pulso
Vamos examinar novamente a conligui.'lçâo em ponte H da Fig. 10.40b, repetida na Fig.
I 0.45. De novo, uma carga RL é alimemada a panir de uma fonte de tensão por meio de uma
ponte H. Entretanto, neste caso. vamos assumir que o tempo de chaveamento do inversor se·
ja muito mais curto do que a constante de tempo (L I R).
Considere uma situação de runcionamemo típico como a m<>stmda na F'ig. I0.46. Nes-
se cuso. as ch:1ves funcionam pOr um período Te um ciclo de 1rabolho D (0 S O S I). Corno
se pode ver na Fig. I0.46a. duranle um tempo l)T, as chaves CI e C3 estão fechadas condu-
zindo. e a tensão de carga é Vo- Isso é seguido por um tempo (I - D)T, durante o qual as cha·
ves CJ e C3 estão abenas e a corrente é transferida aos diodos 02 e 04. fazendo com que a
tensão de cargu seja igual a-V0 • O ciclo de trabalho D é assim uma fração do período total
sendo. neste caso. a fração do período durante a quul a tensão de carga é V0 •
Obscr\'e <JUC, embora ns cha·ves C2 c C4 sejam normalmente fechadas depois que as chaves
C I e C3 são abenas (mas 1lilO ~uues ()ill'a evitar um cuno-circuito djreto sobre a fonte de tensão).
ela..; não conduzirão a correme a menos que a corrente de c.arga mme·se negativa. Isso ocorre por-
que na realidade essas chaves (C2 e C4) são dispositivos semicoodutores. Pelo conlrário. a corren·
te irá circular através dos diodos de proteção 02 c 04. Por outro lado. se a corrente de carga tor-
nar·se negmiva, então a corre-nte será controlada atuando sobre as chaves C2 I! C4 em conjunto
com os diodos DI e 1)3. Nessas condições, as chaves CI c C3 não irilo conduzir a cQITente.
Esse tipo de controle é conhecido como modulação por largura de pulso. ou PlYM.*
porque é implementado por meio da variação da largura dos puJsos de tensão que são aplica·
dos à carga. Corno se pode ver na Fig. l0.46a, a tensão média aplicada à carga é ig·uaJ a
(v")on.!W = (20- I )\lo ( 10.23)
Como ''etc mos ngora. vnriando-se o ciclo de trabalho por meio do controle P\Vtl-<1, pode· se
produzir urna corTente de carga continuameme vari3vel.
Uma forma de onda típica p-ara a corrente de carga est:i mostrada na Fig. 10.46b. Em re-
gime permanente. a corrente média no indutor será con.stame e, desse modo. a tensão r10 in·
dutor deverá ser igual a zen). Assim, a corrente de carga média será igual à tensão média di-
vidida pela resistência ou

(I 0.32)

Portanto. vemos que variando o ciclo de trabalho O dentro do intervalo de Oa l. podemos va·
riar a corrente de Cóltga dentro do intervalo - V0 I R S: (i~.)""" S Vu I R.

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CAPiTULO 10 II<TAOouç.IO A ELETRONICA oe PortNCIA 517

DI 1)1

Vo~
+
-•'t(ll

+
R

L).{r)
t

02 03

FIGURA 10.45 Configuração de onversor monofâSico em ponte H.

Como a fonna de onda da corrente é periódica. é possível calcular facilmente as corren·


ICS máxima c mínima c. portanto. também o ripple de corrente. Atribuindo-se o in.sttlntc 1 =O
ao tempo em que :L'i cha\'CS C I c C3 são i niciaJmcntc fechadas c a corrente de carga é míni ·
ma, a corrente durante esse período de tempo scnl dada JX)r

''· I
V0 +
. () = /i (<· ) 11. min -
Vo) e _!
R t
(0 :5 r :5 DT) ( 10.25)

em que r = L I R. A máxima correme de carga (i1),..... é obtida no tempo DT. tendo·se

(1 0.26)

Depois que as chaves CJ e C3 são abe11a.o;, a tensão de carga é - V0 e a corrente é dada por

Vo ( V 0)
idt) = -R + (idtna.\ + R e-
<r - DT)
t ( DT < 1 :5 T) ( I0.27)

Como a corrente é periódica de período T, i~,(l) será novamente igual a (iJ"''" no tempo T.
Assim.

(idmir~
Vo ((idrnax +R
=-fi+ Vo) e - IT - rn n ( 10.28)

'(
~ I)

v.
I

o /)1• T T + DT I QT T T + DT I

"• '--
(a)

FIGURA 10.46 Formas de onda típicas de (a) tensao e (b) cOfrente utilizando PWM.

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CAPITuLO 1 o ltrmOouçAo AEl ETRONICA DE PortNCtA 5 19

Agora, vamos examinar a silUação em que o ciclo de trabalho é variável1lO1empo, is-


to é. D = D(l). Se D(l) variar lentameme em relação ao perfodo T da freqüência de chavea.
memo, emão. a pattir da Equaç.:to I0.23. a tensão de carga média será igua l a
(VJ.),,.,o = [20(1) - IJVo (10.33)

c a corrente de carga média será


. "r 2:.:D_,_(1"'),...
- -'1-'-1v."'o (1 0.34)
( I L)...., =- R

A Fig. I0.47a ilustra um método para se pr()(luzir ciclos de trabalho variáveis nes1e s is -
tema. Aqui, vemos uma forma de Ollda em dente de serra variando entre - I e I. A figura ilus-
tra também uma forma de onda de referência W~~t) q ue é o brigada a pumanocer de!lttO do
intervalo de - I a I. As chaves são controladas em pares. Durante o 1empo em que W""~t) é su-
perior à fonna de onda em deme de serra. as chaves CI e C3 eslãO conduzindo e a tensão de
carga é v.,. De modo semelhante, quando Wm(t)é inferior à fonna de onda em denle de serra,
as chaves C2 e C4 estão conduzindo e a tensão de carga é -V0 . Assim,
D(l ) = ( I + ll'~r(r)) ( 10.35)
2

Va.(l)

1.0
-. W~c(r)

- 1.0
-v. Fonnta de ooda em dcn1c de lletm
I •)

(b)

FtGUAA 10.47 (a) Mélodo para se produzir um ciclo de trabalho variável a partir de uma
forma de onda de •eferência W..,(t). (bl Tensao de carga e rensllo de ca•ga média para
W,..(l) = 0.9 sen ""·

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CAPITULO 10 INTAOOUÇÃO À ELE'ffiÓNICA DE POT~NCIA 521

lo ;, ;. ;,
-------- ----·
T/ .l 2TIJ T
o T/6 T/2 5TI6 '

----- lo -------- I
FIGURA 10.49 FO<ma de oncla quase quad1ada trilásica do Exemplo 10. 14.

• Solução
a. Obscn•:mdo que a chave C I conduz quando a corrente da fase a é posit i v:~ , a chave C4 con-
duz quando é negativa, c assim por diante. pode-se montar a seguinte 1::1bcla para t1s se-
qüências d e chaveamcnto. A lclrn A significa chuvc :•bena c F, chave fcchadu.

I 0-(T/6) (T/6)-{T/J) (Tf3HTI2) (TI2H2T/3) (2T/JHST/6) (ST/6)-T


CI A F F F F A
C2 F A A F F F
CJ F F F A A F
C4 F F A A F F
C5
C6 ,,
F F
A
F
F
F
F
A
F
A
F

b. As amplitudes das cornponcmc.s h;mnônicas da correrue de fase pode•n serdete•·min::.das a


partir das Equações 10.21 c 10.22. fazendo-se ó, = 1/3. Portanto.

.
~ =c:) ~ . '·· =0
~•• =- Cs~) I, I,,= e7~) ~.

10.4 RESUMO
O objetivo deste capftulo é relaüvamellte mode-s1o. O nosso foco foi i•uroduz.it algU1l5 pl'ind-
pios b~í.s i cos da eletrônica de JXHência c ilustrar como podem ser aplicados ao projeto de di·
versos circuitos de condicionamento de potência. encontrados comumente no ~1cion amc nto de
motores. Embont a nossa discussão nesse capítulo não seja completa nem amplat a sun inten·
ção é fornecer os fundamentos necessários para embasar as diversa..:; discussões sobre o con·
trole de mOlores que são apresentadas neste livro.
Começamos com uma breve visão gemi de alguns dos dispositivos de chavcamcnto de
es1ado sólido disponíveis: diodos. SCRs. IGBTs. MOSFETs c assim pOr dionte. Mostr.unos
que. para os propósitos de uma análise preliminar. é mais do que suficiente representar esses

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522 MAoooNAS Eu!TAoCAS

dispositivos como chaves ideais. Para enfatizar o fato de que eles geralme!lte só pemtitem a
passagem da corrente em um único sentido, incluímos diodos ideais em série com essas cha 4

vcs. O mais simples desses dispositivos é o diodo, que tem apenas dois terminais e entra em
condução ou é bloqueado simplesmente pelas condições do circ.uito externo. Os demais tem
um terceiro tcnninal que pode ser usado paro colocar os dispositivos em condução c. no caso
de transistores como MOSFETS c IGBTs, pam tirá-los da condução novamente.
Pode-se.con.siderar que um sistema típico. para o acionamento de um motor com frc.-
<Jíiência c tensão variáveis, consiste em três seções. A seção de entrada retifica a tensão CA fi-
xa de entrada que tem a freqüência da rede e produz uma tensão ou corrente CC. A seç.ão in·
tcrmediária filtro a saída do retiticador. produzindo uma correme ou te-1ts.ão relathramente
constantes. depe-ndendo do tipo de acionamento que está sendo considerado. A seção de saí·
da do inversor convene a tensão ou correme CC em tensão ou correme CA de freqüência e
te•tsão variáveis que podem ser aplicadas aos terminais de um motor.
Os i nversore~ ma ili simples que investigamos produ?.cm formas de onda quadrad:ls oo
quase quadradas de tensão ou correme, cujalõ amplitudes s.ão iguais às da fonte CC e cujas fre·
qUências podem ser controladas pela seqUência de tempos das chaves do inversor. Para pro·
duz.ir umà fonnu de onda de saída com amplitude variável. é necessário aplicar um controle
adicional ao estágio de retificação para variar a amplitude da tensão do barramcmo CC ou da
corrente de Jink CC fornecida ao inversor.
Nós também discutimos inversores de fome de tensão com modul3ç.ão por largura de
pulso. Nesse tipo de in"ersor, a tensão da ca.·ga é chaveada e ntre V(l e -V0 de modo que a ten-
são de carga média seja de1erminada pelo ciclo de trabalho da forma de onda de chaveamen-
to. Cargas cujas consmmes de tempo süo longas em relação ao tempo de chuveamento do in-
versor irAo atuar como filtros c. então. a corrente de carga será determinada pela tensão de car-
ga média. lnversores de fonte de corrente com modulação por largura de pulso também foram
disculidos brevcmcnlc.
O Jei1or deve. acompanhar a apresentação realizada aqui com muita caule la. ~impor·
1ante estar ciente de que um 1ratamen1o completo da eletrônica de potência c do acionamen·
m de motores é o objeto de Ulna seqü~ n c i a de estudos que tipicamente abrange múlriplas
disciplinas. Embora os princípios básicos apresentados aqui apliqucm·se a uma 3mpla \'a·
riedade de tipos de acionamento de motores, há muitos detalhes na prática que devem ser
incluídos no projeto dos sistemas de acionamento. Os circuitos de comando usados para co-
locar em condução as ''chaves" (acionadores de gatilho para SCRs. MOSFETs. IGBTs.
etc.) devem ser cuidadosamente-projetados para que consigam fo rnecer ativ:lçiio suficiente.
capaz de colocar esses diSJX>Silivos completamente em condução c para fornecer as seqüên·
cias adequadas de chaveamento. Um inversor típico inclui um controlador e um sistema de
proteção que é bastante elaborado. Gerahneme, no projeto de circuitos de comando de ga·
tilho. predominam as especificações de correrue e tensão dos dispositivos de chaveamento
disponíveis. Isso é especialmente verdadeiro no caso de sistemas de acioname1HO de a ha
potênci;l em que as chave..(O devem ser ligadas em série elou em paralelo para se conseguir a
especificação desejada de J>Otência. O leitor é remetido às referências da bibliogtalia para
uma discussão. muito mais completa do <tuc a apresentada aqui, sobre a eletrônica de po·
tência e os sistemas inversores.
Os sis1emas para o acionamento de motores. com base nas configurações discutidas
aqui. podem se.r usados pam controlar a velocidade e o COJljugado dos motores. No caso das
máquinas CA. o uso dos sistemas de acionamento de motores baseados em eletrônica de po-
tência resultou em desempenhos que arnerionnentc só estavam disponíveis com máquina...:; CC
e levou à utilização muito difundida dessas máquinas na maioria das aplicações.

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CAPITULO 10 INTROO<IÇÃO À ELETAONICA OE POT~NCIA 523

10.5 BIBLIOGRAFIA
A iruenç-iio deste capítulo é servir de. introdução à disciplina de eletrônica de potência. Pn111os
leitores que desejarem estudar esse tópico em major profundidade, esta bibliografia l isla ai·
gun.s dos muitos Hvros que foram escritos sobre esse assumo.
Bird. B. M.• K. G. King, e O. A. G. Pcddcr, A" lntroducticm ro Power E.lectro11ics. 2/e. Ncw York:
lohn Wilcy & Sons. 1993.
Dewan. S. B.• e A. Straughen. Power Semic:omlm:tor Cin.:ui1s. New York : John Wilcy & Sons.
1975.
Han. D. w.. lmroduclitm to Powt'r Eh~t·trtmks. Englewood Cli ffs, New Jersey: Prentice.Hall.
1998.
Kassakian, J. G., M. F. Schletht, e G. C. Verghesc. Principies of Pm,•er Elecmmic.'i. Rc:tding.
Massachuseus: Addison·Wesley. I991
Mohan, N.. T. M. Undeland. c W. P. Robbins, Powtr l:.'lectrollics: Cmwerters. Applkation.s. a,J
D~sign, 3/e. New York: John Wiley & Sons. 2002.

Rahsid. M. H.. Power El~ctro"ic·s: Circuil.f. Device.<s tmd Applic:ation.f. 2/t!. Englewood Clifl'J:. New
Jcrscy: Prentice-Hall. 1993.
Subrahmanyam. V., Eléclric Drh·d: Cmu:epiS mrd Applicntimrs. New Yol'k: McGraw.Hill. 1996.
Thorborg, K.• Power Electro,ics. E.nglewood Cliffs. New Jersey: l~n ticc·Hall lntematioMI
(U.K.) Lld. 1988.

10.6 PROBLEMAS
10.1 Considere o circuito retificador de meia onda da Fig. 10.3a. O circuiw é acionado por
uma fonte de tensão triangular v,.(l) de amplitude V0 = 9 V. como está mostrado na Fig.
I0.50. Assumindo que o diodo é ideal e para um resistor R= I ,5 kO:
a. Plote a tensão de resistor vJt(r).
b. Calcule o valor eficaz da tensão do rc!IÍSlor.
c. Calcule a dissipação de po1ência média do resistor no tempo.
10.2 Repita o Problema 10.1 assumindo <1ue o diodo tem uma (JUeda de tensão fixa de 0,6
V quando e le está conduz.indo, mas <tuc de outro modo é ideal. Além disso. calcule a
dissipação de potência média do diodo no 1empo.

v,

FtGUAA 10.50 Forma de onda de 1ensao lfiangulat.

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CAPrruto 10 INTROOUCÃO A EteTRONICA oe PoTtNCIA 525

FIGURA 10.52 Sistema retificador de meia onda para o Problema 10.8.

suma que o indutor L é suficientemente grande para que «i_UR) » I e que o SCR
é disparado no tempO '• (0 S t, S rr I (J)).
a. Encontre uma expressão para o valor (CC) médio V('(' da te-nsão'': (1) na associação
em .série do resistor e do indutor em função do 1empo de atraso 111 •
b. Usando o fato de que, em regime pcnnanentc, haverá tensno média zero no irldutor.
encontre umn expressão para a corrente CC de indutor lç('• novamente em função do
tempo de atraso 14.
c. Plote Ice em função de t, pura (0 S '• s rr I w).
10.10 O sistema retificador de meia onda e fase controlada do Problema 10.9 e da Fig. 10.53
deve ser substiruído pelo sistema retificador de onda completa e fase comrolada da Fig.
10.54. O SCR TI será disparado no tempo t, (O St, S rr I w) e o SCR T4 será dispara-
do exatameme após um semiciclo.
a. Encontre uma expressão para o valor (CC) médio V('(' da tensão v~ (1) na assocíaç.ão
em série do resistor e do indutor e m função do ternpo de atraso 14•
b. Usando o fato de que. em regime permanente, haverd tensão média zero no indutor,
encontre uma expressão para a corrente CC de indutor Ice- novamente em funçüo do
temJX> de atmso 'd'
c. Plote Ice em função de '• paro (0,; t, ,; rr I w).
d. Plote a corrente i)(t) da fonte dumnte urn ciclo da tensão da fonte para l~J = 3 ms.
10.11 O sistema rctilicador de onda complcUi c fase controlada da Fig. I0.55 cst::í alimenta·
do uma carga altamente indutiva tal que é possível assumir que a corrente de carga é
puramente CC. como está representado pela fonte de corrente Ice na liguru. A tensão
da fonte é uma senóide, v~(t) = V0 s-en CQI. Como está mostrado na Fig. 10.31, os SCRs
TI e T3 são disparados ao mesmo tempO no ângulo de atmso cc" (0 S' Ctd S: lf ), e os
SCRs T2 e T4 são disparados após c.< ata mente um semiciclo.
a. Para a,.= rc/4:
(i) Esboce a tensão de carga v: (t).
TI'\ ~ it,(l)
+ + R
t\(1) 01 ·~~
,_

FIGURA 10.S3 Sistema retificador de meia onda e lase controlada para o Problema 10.9.

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528 M AOUINAS E LBAICAS

l(l) J.

"•
f-- or-

" QI
2
T
2
T '
1-DT-
-v.
F1GuAA 10.57 Forma de 0<1da quase quadrada de tensão do p,obtema 10.18.

a. Monte urna tabel::t que rno~a rc a SC(Jiiência de chaveamento necess~1ria paro produ-
~i r a forma d e onch• c~p<.-c ifi cadn c o período de tempo durante o qual cada cht•vc es-
tá conduzindo ou bloqueada.
b. Expresse a compOnente fundamental da fom1a de onda de (,."''JTCntc dada por

i,(r) = ! ,coS(wr +,P1)

em que / 1 e 4J1 são funções de /0• De o ângulo de rtlraso a_,.


c. Desenvolva uma expre.<;..c;ão pata a r>otência média, llO te1npo, em regue à fonte de
tensão vL(I) = V:. cos M.
10.21 Um inversor PWM como o da Fig. I0.45 está operando a panir de uma tensão CC de
75 V c acionando umucargacom L= 53 mH c R= 1,7 .0. Para uma freqiléncia de cha-
vcamemo de 1500Hz. calcule a corrcmc média de carga. as corrente-s mínimn e máxi·
rna, e o ripple de correnle par:t um ciclo de trabalho de D = 0.7.

il(l}

lo

-or-
DT
;r+u.,-- n+u4 +-
OT

o •• "" + 'ir
"'-..., 2

" " + u,.


/'
2.'T+u11
'"OT
-T
2;r + u ..
/Yf
2;r + ud + T
..
f-- or-
-r.
FIGURA 10.58 Forma de onda Quase quadrada de corrente do Problema 10.20.

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C APÍ TU L O

Controle de Velocidade e
Conjugado
objetivo des1e capítulo é discutir as várias técnicas de controle das máquinas e létricas.
O Como uma discussão oprofundada desse tópico seria ao mesmo te'mpo demasiado exten·
sa para um único cnpílulo e estnri:t além do e.scOJ)Q deste l ivro. a apresentação aqui se-rá ne·
cessariumcnte de nature;r...a introdutória. Apresentaremos as técnicas básicas de controle de vc·
l()tid:•dc e de conjugado. e ilus:trare.mos as configurações t(picas da eletrônica de acionamcn·
to que são usadas paro implernemar os algoritmos de controle. E.o;te capítulo será desenvolvi·
do com b~tse mt discussão sobre eleuôrlica de r>otência do Capítulo 10.
O~n-e que a discus:'>âo neste caphulo es1ará limitada à operação em n..->ginlC pe.nnancntc. A
dcsc...Tição de regime pcnnanente apresemada aqui é be.m adequada a uma ampla variedade de apli-
cações de máquinas elétricas. No enw1UO, o leitor deve esmr prevenido de que. em alguma.o; apli·
c::.çõcs, a dinâmic.u do sistema desempenha unl JXtpel crítico com as considerações indo desde a
velocidade de resposta até a estabilidade global do sistema. Embora as técnicas apresentadas aqui
formem a base das análises din:lmicas. as limitações de um livro introdutório são tais que um:t dis-
cus.o;ào mais extensa. incluindo os componamcntos transitório c dinâmico, não é possível.
Na discussão sobre o controle de conjugado em mác:1uinas síncronas c de induçt.o, senio in-
troduzidas ILS técnicas de controle vetorial ou de campo o1·iemado. e uma analogia será feita oom o
COiltrole de conjugado em máquinas CC. E.o;se material é um pouoo mais sollsticado matcmntica-
mcntc do <1ue a discussão sobre o controle de velocidade e requer a aplicação das transfonnações
dqO desenvolvidas no Apêndice C. O caJ)ítulo é escrito de tal modo que esse material possa ser om.i·
tido segundo a escolha do professor sem prejudicar a discussão sobre o controle de velocidade.

11.1 CONTROLE DE MOTORES CC


Antes dá aplicnção em larga escala dos acionamentos baseados e m eletrônica de potência pa-
ra controlar as máquinas CA. os motores CC emm de longe as máquinas escolhidas em apli-
cações que necessitassem de flexibilidade de controle. Apesar dos aciomuncntos CA terem se
IOI'Itado bem comuns nos úhimos anos. a f;lcilidadc de controle das máquiná.S CC assegura
que continuem a ser u.s.adas e m muitas aplicações.

11.1.1 Controle de Velocidad e


Os três métodos mais comuns de controle de velocidade de motores CC são métodos para
ajustar o fluxo, usualmente por meio do controle da corre.nte de campo. da variação da rcsis-
têncin asíit)(;iada ao circuito de armadura e da vari<lção d<l tensão dos terminais de arm:1durJ.

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530 MÃOVI ...$ EL~ICAS

ContrOle da Corrente de Campo Em p;Lne porque envolve o controle com um nível de po-
tência relativamente baixo (a potência para o enrolamento de campo é gerahneme uma pequena
fração da potência que é entregue à annadura de uma máquina CC). o comrole por correme de
campo é usado freqüentemente p:ll"a controlar a velocidade de um motor CC. com enrolamento
de campo de excitação independente ou em derivação. O circuito equivalente para uma •njqui-
na CC com excilação independente acha-se na Fig. 7.4a e está repetido na Fig. 11. I. Natural·
mente. o mé-todo 1ambé-m é aplicável aos motores compostos. A corrente do campo em deriV".l·
ção pode ser ajusrada por meio de uma resistência variável em série com o campo em dcriV'.tção.
Altemaüvamente. a corre-nte de campo pode ser fornecida por circuitos eletrônicos de potênci:1
que podem ser usados para mudar rapidamente a corrente de campo, em respOsta a urna ampla
variedade de sinais de controle.
A Fig. li .2a mOSim esquemmic,amerue uma configuração de chave-amemo para a (ensão
de campo c.om modulação por largura de pulso. Esse sistema assemelha·se de perto no de mo-
dulação por largura de pulso discutido na Seção 10.3.2. Consiste em um retificador que reti-
fic-a a tensão CA de enrr ada, um capacitar do chamado li11k CC que filtr a a tensão reti ficada
produzindo uma 1ensão Vcc e um 111odulador de largura de pulso.
Nesse sistema, como é necessária apenas uma corrente de campo unidirecional, o mcr-
dulador de largura de pulso consiste em uma única chave e um diodo de ''rod:l livre" ao i nvés
da config uração mais complexa de quatro chaves da Fig. 10.45. Assumindo que a chave e o
diodo são ideais. a tensão média sobre o enrolamento de campo• será igual a
Vr= DVcc (1 1.1 )

em <JUC O é o ciclo de trabalho da fonna de onda do chaveamemo: isto é. D é a fração de tem-


po durante a qual a chave C está fechada.
A Fig. 11 .2b mostra a corrente de campo rcsul.tanle. Como em regime pcnnanen1c a ICO·
são média no indutor deve ser igual a zero, a corrente de campo 1, será assim igual u

Ir= Rr = D
v, (Vcc)
Rr ( 11.2)

Desse modo. a corre1ue de c.arnpo pode ser c.ontrolada simplesmente variando o ciclo de tra-
balho do modulador de largura de pulso. Se a cons1ante de tempo do enrolamen1o de c-ampo
L, I R, ror elevada em relação ao tempo de cha\'eamento. a corrente de ripple tli, será pequena
e m relação à corrente média t,.

Um mOtor CC de 25 kW, 3600 rpm e 240 V rem uma resislê,ncia de armadura de 47 rn!l, e um
enrolamento de campo em derivação com uma resistência de 187 Q e uma irldutância de 4.2

v,
-
i,

R,
- ,
+
,.,
'•
Annadu.rn Campo

FIGuRA 11.1 Circuito equivalente de um motor CC de excitaçao independenle.

• N. de T.: Lembrando. o.s.ubscri1o f adotado Jldlr.aeampo \ 'Ctn dcfidd(c;ampo,cm inglês).

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CAPiTULO 11 CoNTFIOlE OE VELOCIDADE e COt-UUGAOO 531

Encrad
~
c +- .,
,.,
CA -!>I- = 4
-
'-v--' '---v-'
Retil'ie:ador UnJ:CC Modulad« de Entol smcl\10 de c:unpo
largu ra de pulso
(o)

,, I·
DT (1-DtT
,I· •I

~
c c
FECHADA ,\DERTA

(b)

FIGURA 11.2 (a) Sistema de modulação por largura de pulso para um enrolamenrode
campo de uma máQuina CC. (b) Forma de onda da c01rente oe campo.

Calcule (tt) a corrente de campo média Ir c (b) o valor do ripple de com.:ntc óir quando o en·
rolamento de campo ê alimentado a panir de uma fonte CC de 240 V. modulada por largurn
de pulso. com um ciclo de trubaJho D = 0,75 c um período de chaveamcniO de I ms.
• Solução
a. A corrente de campo média é faci lmente obtida da Equaçiio 10.2 como

Ir e D (vR,«) ~ 0.75 (240)


187
:c 0.96 i\

b. A constante de tempo r= 41 R1 = 22.5 msê muito maior que o períododecha\'camento de


I ms. Assim. a corrente de ripple pode ser calculada usando a Equação 10.32 c obtendo-se

ót1 R; (T)
. (2Vcc)
• f 0( 1 -D)

= ( 2x240) (
187 22I_5 ) 0.75 x (I - 0.75)

= 21.4 mr\

O ciclo de tn1balho D do c.-ontrolador do motor CC do Exemplo 11. 1 é subitamente alterado


de 0,75 para 1.0. Calcule (a) a corrente de c.:umpO de regime permanente c (h) u conslnnte de
tempo da variação desde o valor illicial de 1.08 A até o vaJor final.

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532 MAOuiNAS ELET!ucAS

• Solução
a. 1.28A
b. 22.5 ms

Para examinarmos o efeito do conlrolc sobre u COJTenh.: de campo, v-.nnos começo r com
o caso de um motor CC que est:1 acionando uma carga de corljugado COJl.SI<HHe 7~..-p· Das
Equ:1çõcs 7.9 e 7. 14. a tens:to gerada de um motor CC pode ser escrita como
( 11.3)

em que 1, é a correrue de campo média, (l)m é a velocidade angular em rndls e K, = K, P.JNcé


uma constaJltCgeométrica que depende da~ dimensões: do mo1or, das propried:ldes do •nate·
rial magnético usado para construir o motor. a~;s im como do número de espiras do enrolamen·
tO de campo. Observe que. estritamente falando. K, não é constante porque é proporciom•l à
pe•·•ncância do eixo direto. que \'aria tipicamente à medida ( fU C o nível de nuxo no motOr cres-
ce até o ponto em que os efeitos da sawmç-i'ío magoélic.a tomam-se significmivos.
O conj ugado eletromagnético é dado pela Equaç.ão 7.16 como
.. E J/a
l rrwt .,.,
= -- = Kr /1 /a ( 11.4)

e pode-se \'er no circuito equivaleme da Fig. 11.1 que a com::111e de armadUI'a é dada por
(V,,- E,)
'· = R, ( 11.5)

Tomando o conjugado do motor igual a Teu;;.• ns Equações 11.3 t1 11.5 podem ser usu-
das para determinar co,.. obtendo-se
(V I R} (V - r,, .,R,)
(t>,n = a - a a _ ~':._,,...!:Ki!''L
' .!_ ( 11.6)
!rr/r !rr/r
Da Equação 11 .6 e sabendo que a queda de tensão (.R,. na resistênchl de ammdura é ge-
mi mente bem pequena em relaç-ão à queda de tensão V". vemos que pam um dado corljugado
de carga. a velocidade do motor irá aumentar com a di mi nuição do.l corre-nte de campo e dirll i-
nuir quando a corrente de campo crescer. A menor velocidade alcançável é a corte..'\J>emdeme
à máxima corrente de campo (a corrcnlc de campo é limitada em razão do aquecimento). A
máxima velocidade é limimda mecanicamente pela integridade mccânic~t do rotor c eletrica-
mente pelos efeitos da reação de :mnaduru di\lntc de condiçõC$ de campo fraco. dando origem
a uma comutação pobre.
A corrcnte de armadura é limitada tipicamente pela capacidade de rcfrige~tçtio do mocor.
Em muitos rnotores CC. t1 refrigeração é auxiliada por um ventilador· acionado pelo eixo, cuja
capacidade de refrigeração depende da velocidade do motor. P..1ra examinar de modo aproxima-
do as limitações de saída comfnua do mocor. q ue é permilidn quando se "aria a velocidade. ire.
mos desprcz:lr a inOuência das alterações devidas à vemilaçâo e assumir que :l corrente de arma..
dura I. não pode ultrapassar o seu valor nominaJ, de modo a a.~scgur.tr ( JUC o motor nüo sobrca·
queça. Em nossn aproximação. iremos desprezar os deitos das perdas rotolcionnis (que nn!Ural·
mente também se alteram com a velocidade do motor). Como a queda de terl s:âo na resistêncin
de arm:)(!urn é rclativameme pequena, a tensno de \'CIOCidade Eapcrmancccr:í csscncialtne-nte
constante com um valor ligeiramente inrerior :l 1ensão de annadum 01plicada. Qualquer mud:Jn.
ç.a na corrente de campo será compensada por uma mudança na velocidade do rno1or.
A ssim, nessas '-'<>ndiçõcs de operaç.ão com tenstio de terminal conswmc c corrente de
campo variá\•el. o produto f/11• c desse modo a potência de saída pcrmitidn do motor. perma-

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CAPI'nJI.O 11 Cof~TAOLE oe VELOCIDADE e CoNJuGAOO 533

nccc substancialmente constante quando a velocidade é variada. Um motor CC t•ontrolndo


dessa forma é refe-rido como de acionamemo áe potência cons1ame. O conjugado, entretanto.
varin d i retamente com o nuxo de campo e. po11:1nto. o seu m ais aho valor permitido é deter·
minado pela corrente de c:.ampo mais elevada c. conseqüentemente, pela menor velocidade. O
controle por corrente de c-ampo é assim melhor adequado parn acionamentos que requeiram
conjugado elevado em baixas velocidades. Quando um motor assim controlado é usado com
uma carga que re<Juer conjugado constante dentro da faixa de velocidade, a pot ~ nc i a e o tama·
nho da máquina do detenninados pelo produto do conjugado pela maior velocidade. Tal acio·
namemo é ine-rentememe supe.-dirnensionado nas baixas velocidades. Esse é o t>ri ncipal fa1or
econômico que l imita o intervalo prático de velocidade dos motores de grande pone.

Com uma tensão de termirurl de arrnudum de 240 V c com urna corrente de t:'ampo em de-r i-
vação de 0,34 A, t:'OilSiala-se que a velocidade a vazio do motor CC do Exemplo 11.1 ê de
3600 rpm. Neste exemplo, assume-se que o motor es1á acionando uma carga que vari a com
a velocidade se.gundo

1!.·.-p G n ) ·' kW
22.4 ( 3600

em que 11 é :t velocidade do motor em rpm. Um reostato de\'Cser instalado em série com o cam-
po em dcrivnçiio )Xlr.J variar a \'Ciocidade. Assumindo que a tensão de tenninal de annadura per-
manece cons1an1c-em 240 V, calcule o intervalo de resistênci;:. requerido J>ara que ;:. velocidade
seja variada emre 1800 e 3600 rpm. Os efeitos das perdac.: romcionais podem ser ignorados.
• Solução
O conjugado de cai ga é igual à potência dividida pela velocidade do motor ((.)m. expressa crn
mdls. Primeiro. a potêocia é expressa em tem1os de wm• obtendo-se

P-.,. = 22,4 '""-)' kW


(-120Jt
O conjugado lOtai é dado então por

1~_,. = Pnrp = 22.4 (


tt~.oo
~~
( I 2 rr )
,) = 4, 18 x l O..... tu~ N · m
Assim. p-aro I800 rpm, (J)m = 60 1I c T,,~, = 14.9 N · m. Para 3600 rpm. (J)m = 120 rr c T(a'P-' =
59,4 N · m.
Antes de obter /f' devemos cncon1rar o v:Lior de Kr. o qual ))(>de ser Obl ido a partir dos
dados a vazio. Csr.ecificameme. vemos que com urna tensão de 1enninal de 240 V e corn um;)
velocidade a vazio de 3600 rprn (W1, = 120n), a respectiva corre01e de campo é 0,34 A. Como.
em condições u vazio, temos Ea~ V:.. podemos obter Kr da Equação li .3 corno

E~ 240
Kt :::;;: -
lrwm

0.34 X I20:r
= 1.87 VI(,\ · rodJ..~ô)

P::ara enconlrar o corren1c de cnmpo rc<1ucridu. podemos rcsulvér ·a Equação 11.6 p:Lra
obter /f' ou seja.

11 = -V- ,
2 Ktw..
(I± J l - 4-=w.~T,,,..=
v.:
R,)

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534 MAouiNAS ELÉTRICAS

Sabendo que R. é pequena e. portanto. Ir~ v. t Kcfd. , vemos que o sinal positi\'O deverá ser
usado e. ussim, temos

Tendo obtido o valor da corrente de campo. a resistência de campo total pode ser encon-
trada por
v~ 240
(Rr)u.~ = - = -
J, Ir
c a resistência a ser acrescentada que é necessária pode ser encomrada subu·ailld<rse a resis-
tência do cnrolumcnto d e campo em derivação ( 187 0 ) de (Rr)...,..,1•
Isso produt a seguinte tabela:

rpm T..., (N · m] I, (A]


1800 14,9 0,678 354 167
3600 59.4 0.334 719 532

Portamo, o reostatodevese-r capazde cobrir o intervalo de 166 O a 532 n.

O reostato do Exemplo I J.2 deve ser substiiUído por um controlador de ciclo de trabalho que
opera a partir de uma fonte CC de 240 V. Calcule a faixa de valores para o ciclo de trabalho
que é requerida para se conseguir operar dentro do inccr\talo de velocidade de 1800 a 3600
rpm, como foí especificado no E.<empto 11 .2.
• Solução
0,26 ,; D S 0,53

Controle por Resistência do Circuito de Armadurd O controle f)Or re,,·istênâa do


circuito de armadura fornece um meio de se obter velocidades reduzidas pela inserção no
circuito de armadum de uma resistência ex1ema em série. Pode ser usado com motores em
série, em derivação c compostos. Para este-s dois 6himos lipos, o resistor em série deve ser
ligado entre o campo em dcrivuçiio c a nnmtdura, não entre a linha e o lllOIOr. É um método
comum de controle de velocidade de motores série e em geral é aJlálogo em funcioMmento
ao controle de um motor de indução com rotor bobinado. em que se acre,..;centa uma re-sistên-
cia em série com a resistência do rotor.
Dependendo do valor da resistência em série dà annadura, a velocidade pode variar sig-
nificativamente (."Om a carga, porque a velocidade depende da queda de tensão nessa resistên-
cia e, ponamo, da correme de armadura demandada pela carga. Por exemplo. um motor em
dcrivução de 1200 rpm. cuja velocidade com carga é reduzida a 750 rpm pela resistêllCia de
armadura em série. retornará para um funcionamento de quase 1200 rpm se a carga for remo.
vida, porque a corrente a vazio produz uma queda de tensão insignificante na resistência em
série. A desvanragem desse controle pobre de velocidade pode nao ser importante em um mo.
tor série, que é usado apenas onde um se.rviço com velocidade variúvel é requerido ou onde
pode ser tolerado.
Uma desvantagem signilicmivn desse método de controle de velocidade é que a perda de
potência no resistor externo é elevada. especialmente quando a velocidade é gmndcmcntc re·
duz.ida. De fato. para uma carga de conjugado constante. a potência de entrada do motor mais

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CAPITULO 11 CoNTROlE DE VELOCIDADE E CONJUGADO 537

Assumindo que a te-nsão de campo é mantida constante em 300 v. use t\•1ATLAB* p;u·a
piorar a velocidade do motor em função da tensão de armadunl. quando a censão de annadu·
m é ' 'ariada de 250 V 'alé 500 V, com o motor opcmndo a vazio c também com um conjugndo
nominal de plena cargn.

• Solução
Da Equação 11.4,

e, da Equação I 1.5.
I _ V, - Ea V, - Kdtw...
a- R, ::: R~

Portando, resolvendo oblém-sc <t>m como

v.- (~)
K, J,

e a velocidade, em rpm, como

Finalmente, a corrente-de cam1X> é


v, 300
I, = - = - = 2 75 A
R, 109 '

e o conjugado nominal de plena carga é dado J>OI'


P_,_., 100 x 746
T.........,1 c :: = 285N · m
(w.l,-mo 25(X) X ( ~)

A Fig. 11.5 é a pl01agem descjo:tda. Observe que a velocidade diminui em 63 rpm quan-
do o conjugado aumenta de zero até a plena carga. independe-llleme-ntc da tensão de annadu 4

ra c da \'Ciocidade da máquina.
Aqui est:í o script de MATLAB:
çlç
clear
\ PtniloctroG do motor
Rf = 109 :
fta OI 0 . 084;
Xí : 0 .69·1;
\ Tcn ::;,ão de campo con s:.toanto
Vf : )00;
\ Corrente de campo re~ultantc
I f= Vf/R,{;

\ Velocidade nominal em rad/ ~


omegaratec:l = 2SOO·• cpi/)0) :

• MATLAB é uma n\lll'('tl rcgistrad:a da The MathWmk1:. Inc.

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538 M ÁQUINAS ELÉTAICAS

• • .COnjugado zero

o = Conjugado de plena carga


2000

e
..
~
-g

I 1500

· ~L_ _______L_ _ _ _ _ _ _ _L________L_ _ _ _ _ __ _L________J

Tensão de armaduraM
FIGURA 11.5 Uma plotagem de velocidade versus tensão de armadura para o motO( CC
do Exemplo 11.3.

\ Pot6ncia nomi.nal em vatte


Prated = 100 · ? ~6;

\ Conj ugado nomhl. al em H.m


Tr~ted z Prated /O«~arated ;

\ Varie a tenslo ~ armadura de 250 a


\ 500 V • c~ lcule A velocid4dc .
Cor n • l: 101
V'.!l.(n ) • 2SO • (l ~ tn-1)/100):

\ conjugado uro
1'= O:
omega • (V~(n)• T" RU/(Kf "If ii / IKf " [fl ;
tloLoad.RPHinl = o meo a • 30/ p1;
\ Conj"gado de plonu c~rg~
T = Trcned:
emcg.;~ • (V()( n )· T " RUI{ K( • If))/IK{ " ifl;
FUllLoadRPK(nl = omeoa • JO/pi ;
er.d
pl ot(Va.NoLoadRPMI
hold
plot(Va(20l,NoLoodRPMI201,'•'1
plot I Vil ISO I , tlOLotldRPMI ~OI,'-.')
plottva•sot,NoLoadRPMC80J, ' •'I
PlOtiVa , Ful lLoadRPMI
plot 1Vnt201. Fu l lLo;:adRFMI20l, ' o')

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CAPiTULO 11 CoNTROLE OE VELOCIDADE E Cof<JUGAOO 539

plot IVa ISO I , t'\111 LoadMPM f SO I , 'o •)


plot IVa 180!,f'Ui l LocldRPMC80J, 'o')
hold
xlabelC'Ten&lo de armadora IV)')
yl4beli 'Velocidade (rpm) 'J
text<210, 2300. · ~ = conjugado tero ')
text(270,2JOO. ' o • conjugado de plen4 carg~· •

Calcule n variação de lcnsão de annadum necessária para manter o mo1or do Exe•nplo I I .3


em uma veh.:x:idade de 2000 rpm quando a carga é variada de zero até a plena carga.

• Solução
12.5 v

Fre.qOcntemcnre o com role da rensão do n1010r é combinado com o controle da corren.


te de campo de modo a se obcer o iruervalo de velocidade o mais amplo possível. Com esse
controle duplo. a chamada velocidade de base pode ser definida como sendo a velocidade do
molor <JUC corrcspondc à tensão oommJ de armndura c ao pleno campo. Velocidades superio-
res ti de base são oMidas reduzindo-se a corrente de campo~ velocidades inferiores à de base
são obtidas por <...'Ontrolc d'Ltensão de armndum. Como foi discutido em reluçã<> ao controle da
corre•tte de campo, a fai.u acin1a da velocidade de base é de acioname•uo de f>Otência com;-
tante. A faixa abaixo da velocidade de base é de acionamento de conjugado constante porque.
como no controle por resisrê-ncia de armadura, o fluxo e a col'rente de armadura pe-rmitidas
permanecem aproximadamente constantes. As limitaç-ões globais de saída são ponamo como
as mostradas na Fig. 11 .6a, para o conjugado permitido aproximado. e na Fig. 11.6b. para a
potência permitida aproximada. A caracceristicn de conjugado constante é bem :•dc<1uo.dn a
muitas aplicações na indústria de máquinas ferramentas, onde muitas das cargas consistem
em sua parte em vencer o atrito de partes móveis e. portamo. as suas exigências são basica·
merue os de conjugndo constante.
A regulação de velocidade e as li mil:.lÇÕCS da fnix.>~ de velocidade acima da velocid:•de
de base são as já apresentadas no controle t>Or corrente de campo. Assim. a velocidade má-
xim'L não excede ordinariamente a quatro veze.ç e preferencialmente a duas vezes a velocida·

,
'' /.:
'' i'.
·@~ Con1n* 1
Conll\'llc l)l)r
ten5ão '
1
' Con1rol(! p<w :
&f'~
C
I
JX1' 1C!No 1 Controk por 1
I

de annadu r.'l :c-orll!llte de c:umpo1 de IU1'R3di.W3t' C<lf~nte de campo 1'

o Velocidade
'
Vtlocid:ldt o Vei<ICi<bKSe '
Velocid;~dc
d.e b::L~ má:< ima d~ base
V~loddade Velocidade
(a) (bl
FIGURA 11.6 (a) LimitaQOes de conjugado e (b) potência dos métodos combinados de
coolrOie de velocidade por tensào de armadura o por corceme de campo.

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CAPITULO 11 CONTROLE DE VELOCIDADE E CoNJUGADO 541

Frou•• 11.8 CO<li<Oiador de velocidade simples para o motO< CC ao Exemplo t 1 4,

Com n velocidade de referi.!ncia ajusmda J>ata 2000 q>m tw,,., = 2000 x. JC /30). calcule
V1(1 e G de modo que a velocidade do m01or seja 2000 rpm a vazio e caia apenas de 25 I'Jlnl
quando o conjugado é aumen1ado mé seu valor nominal de plena carga.

• Solução
Corno foi calculado no Exemplo 11.3. a corrente de campo nessas condições scn1 de 2.75 A.
A va?Jo e 2000 rpm, tem-se

V, "' /i, : K1/rw,. : 0.694 X 2.75 X 2000 (~) : 400 V

e, ponanto, V..,=400 V.
No Exemplo 11.3, obteve-se o COiljugado de plena carga como sendo T...,_,. = 285 N.m.
Assim. a corrente de armadura reque-rida para ob1er o conjugado nominal de plena carga po-
de ser obtido da Equação 11.4. ou seja.
I= r _ ..,,= 285 = 149A
• K,lt 0.694 X 2.75

Para uma velocidade de 1975 rpm, E, sem dada por

E. = K,IIWm =0.694 X 2.75 X 1975 (~) =395 V


e-, desse modo,
V,. = Ea + I,.R, = 395 + 149 X 0.084 = 408 V
Isolando G. obtém-se

C
= v,- v.. = 408-400
= J.ll6 V· ,;frnd
""' "'· (2000 - 1975) ( ~ )

Se o conjugado de carga do Exemplo 11.4 for igual à metade do conjugado nonlina l de ple11a
carga, calcule (a) ;a velocidade do motor e (h) a respectiva pmência de carga.
• Solução
a. 1988 rpm
b. 29,6 kW

No caso de molares CC de imã permaneme, nmurnlmeme o campo de Ou_xo é fixado pe-


Jo imn perm:tncnlc (cxcciUando·sc possiveis efeilOs sobre as propriedades magné1icas devi-

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542 MÃOoiNAS EL~ miCAS

dos a mudanças de tcmperalUra quando o motor é aquecido). Das Equações I I .3 e 11.4. vc·
mos que a tensão gerada pode ser escrita na forma
( 11.8)

e que o conjugado eletromagnético pode ser escrito como


TM« = Klnl a ( 11 .9)

A comparação das Equações 11.8 c 11 .9 c.om as Equações 11.3 e 11.4 mostra que a
análise de um motor CC de im§ pennanentc é idêntica à de um mowr CC C-In derivação ou
de excitação independente com exceção de que o termo Krf1 deve ser subs1ituído pela cons.·
tantc de conjugado K,...

O motor CC de imii pcnnancntc do Exemplo 7.9 tem uma resistência de armadura de 1.03 O
e urna constonte de conjugado Km= 0,22 V/(rad/s). Assuma que o rnot.or está acionando uma
carga de potência constante de 800 W (incluindo as perdas rotacionais). e c-alcule a velocida-
de do motor quando a tensão de am1adura é variada entre 40 e 50 V.

• Solução
A safda de potência do motor (incluindo as perdas rotacionais) é dada pelo 1>roduto E,)~ e. por-
tanto. podemos escreve-r

Isolando mm• obcém·sc

A corrente de armadum pode ser escrita como


(V~ - E. ) (V. - K...co.,)
'· = R~
=r "'-'--,,-"'--=
R~

Essas duas equações podem ser combinadas para dar uma equação em W111 da forma

'- ( ~
«~,. K ) Wm + P'"f'R'=O
K~
• •
da qual podemos obter

w.. = -2V,
K- [ I

± J 4P..,R,l
I - =v~,=

Sabendo que, se a <1ueda de tensão na resistência for pequena. V,.~ E,.= K.,/»... iremos
escolher o sinal positivo e. portanto,

SubstiiUindo os valores. encontramos que. para VA= 40 V. ((),. = 169.2 rad/s ( 16 16


rpm) c, para V,= 5() V, remos (<)m = 217.5 rad/s (2077 rpm).

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544 M AQUINAS ELÉTRICAS

Observe que. em cada urna das configurações PWM da F'ig. 11.9b e c. mudanças r.ípi-
das na corrente instantânea que c ircula pela armadura da máquina CC podem dar origem u
grandes picos de tensão, os quais podem danificar o isolamento da má<Juina assim como dar
origem a arcos c a n1pturas por tensão no comu1ador. Paro eliminar esses efeitos. um sis1ema
prático deve incluir algum tipo de filt ro nos 1emlinais da annadura (como um C-::tpacitor de va-
lor elevado) J):ua limilar a elevação da 1ensão e para prover um caminho de baixa impedância
para as componentes de alta freqüência da correme de acionamemo.
A Fig. 11.10 mostr::t uma configura-ção típica na qual o conttole de conjugado está cer-
cado por uma malha de realimentação de velocidade. Isso asscmclha·sc ao contr ole de velo-
cidade do Fíg. I 1.7. Neste caso. entrc.t:.mto. ao invés de controlo:•r a tensão de armadura. a saí-
da do controlador de velocidade é um sinal de referência de conjugado Trrl• o qual por sua vez
sen·.:: de entmda para o controlador de conjugado. Uma vantagem desse sistema é que a cor·
rente de annadura do motor CC é limitada automaticamente a nfveis aceitáveis sob todas as
condições de operação, como está mostrado no Exemplo l i .6.

Considere <JUC o motor CC de 100 HP dos Exemplos 11 .3 c 11.4 esteja acionando uma couga
cujo conjugado varia linc:•rmente com u vcl<>eidadc de modo que é igu::.l ao conjugado 1\ 0illi-
nal de plena carga (2&5 N.m) para uma velocidade de 2500 rpm. Vamos assumir que o mo*
mcnto de iné-n.:ia combim•do do motor e da c~•rga é igual a 0,92 kg.m!. A tensão de c.a.npo é
mantida constante em 300 V.
n. Calcule a tensão c a corrente de annadura requeridas paru conseguir velocidades de 2000
C 25()() ll)IU.
b. Assuma que o motor está operando corn um controlador por te-nsão de armadura e que a
tensão de am\adura é subitamente chaveada de seu valor correspondente a 2000 rpm para
o de 2500 rpm. Calcule a velocidade e a corrente de armadura resultantes do motor em fun ~
Çlio do tempo.
c. A ssurm1 que o motor cst~l operando com um controlador por corrente de armadur.t c que a
corre-me de armadutu é subitamente chaveada de seu valor correspondente a 2000 rpm pa-
ra o de 2500 rpm. Calcule a velocidade resultante do motor em função do tempO.

• Solução
a. Desprezando as perdas rotacion:•is. a corrente de armodum pode ser obtida da Equação
li .4 f:u.cndo T-.: = ·r...~,,.· ou seja.
r....
I, m - -
Ktlr

-1 cco.urol~ I,
r-
M ol<lr
...
ck t:on·upc,kl CC

Ir

ConlrOI:td<w
r ck vc:locidõtde

FIGURA 11.1O Diagrama de blocos de um sistema de controle de velocidade para motor CC


usando controle direto do conjugado do motor.

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CA.PfluLo 11 CoNTROlE oe VELOODADE E CmuuaAOO 545

Substituindo

em (IUC o subscrito pc indica ple-na carga, n é a velocidade em rpm. u, = 2500 rpm c T~;;
285 N . m. obtém-se
nr""
'·=--
11rKrlr

Entiio, resolvendo V,.= E,.+ J.Ra, podemos comple1ar a s.eguime 1abela:

rpm w., (radls) V, (V( I , (AI T.,.,..IN · mJ


2000 20<1 4 10 11 9 228
2500 262 513 149 285

b. A equação dinâmica <IUC governa n velocidade do motor é


dld.
J-
<li
=r_- Tr..op
Substituindo co.., =(Ir /30)11 e lU, = (Jr /30) "r· podemos escrever

T,op =(~) "'-


Com controle por tensão de armi,dura, temos
.=
1nn: K,ltl. = Kt lr
(V.-E.)R.

~ Krlr (v.- ~' (1)•)


11

c. ponanto, a equação diferencial é

J <lw..,
-
dt
= n" rI1 (V,- K11,.,. )
R.
-
( T,,)
-
tdf
W..

ou

d (t).
= - 1 + 48.4w,n- 24.7V. =O
"
Com essa equação difere11cial. podemos ver que, com o motor inicialmente em (I)• =
w, = 209 rad/s, se a tensão de nrmadura v. for bruscamente chaveada de V; = 413 V para v,
= 513 V, a velocidade crescerá exponencialmente mé CU111 = w, = 262 rad/s confonnc

= 262 - sx-·'· radls


em que r= 1/48.4 = 20,7 ms. Expressando em termos de rpm, temos
,. = 25()()- 50e"' 1' rplll

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54 6 MAQUINAS ELÉTRICAS

A corrente de armadura decairá expone.ncialmenre com a mesma constante de tempo


de 20.7 ms desde um v;dor inicial de ( V,- V,) I R,= 1190 A até seu valor final de 149 A.
Assim,
1. = 149 + 104 1tt -•l• A

Observe que é improvável <JUCa fonte do motor CC pOssa fornece r essa corrente in i ~
cial elevada (oito vezes o corrente de armadura nominal de ple11a carga) e, além disso. a
corrente elevada e o TCSJX!CÜ\'0 conjugado elevado poderiam potencialmente causar danos
ao comutador. às escovas e ao enrolamento de annadura do motor CC. ConseqUentemen·
te. em tcnnos pr.1ticos. um controlador reul iria, sem dúvida, limitar a taxa de \'3(iação da
tensão de annadura para evitar tais mudanças brusc-as de tensão, c.om o resultado de que as
mudanças de velocidade não ocorreriam lilo rapidamente quanto foi calculado aqui.
c. A equação dinâmica que determina a velocidudc do mOtor pennanece a .nes•na da pane (b)
ussim como a equação do conjugado de carga. Emre.lanto. neste c-aso, como o motor está
sendo operado a partir de um controlador por corren1e, o conjugado eletromagnético per-
manecerá constante em T-.« =T( = 2S5 N · rn depois que a correme for chaveada de seu va-
lor inicial de 119 A para seu valor fi nal de 149 A.
Assim.

J tlw.
-
dt
= T""«- T,
......
=Tr- (l)f
- (Tr) Wm

ou

<lo>m
- + -
( T" ) """" --7;
dt }(IJ, J
di»o
= - + 1.18wm - 310 = O
tir

Nesse caso. a velocidade crescerá exponencialmente até w. = ClJr = 262 rad/s con·
fonne
w. = Wj + ((IJ. - «~J)t' _,,,
= 262 - 53e·'/r r:ld/~

em que agora u const:mtc de tempo r é • 1/ 1.18 • 845 mstç.

Evidemememe, usando o controlador por comnte. a variação de velocidade do mo-


tor é muito mais lenla. No entanto. em nenhum momento esse transitório, seja de corrente
do motor seja de conjugado do motor, excede o seu valor nominal. Além disso. se uma re-
sposta mais rápida fosse desejada. a corrente de armadura (e conseqOenteme.ue o conju-
gado do motor) pOderia ser ajustuda p41rJ. um \'alor fixo mais e levado que o valor nominal
(por exemplo, duas ou três vezes o nominal. comparado com o rator de oito encontrado na
parte (b)). Desse modo. a possibilidade de causar danos ao motor fica limitada.

Conside,re que a combinação de motor CC c carga do Exemplo I I .6 esteja operando com con-
trole por corrente (conjugado) em regime permanente a uma velocidade de 2000 tpm e uma
corrente de armadum de I J9 A. Se a corrente de annadura ror subitamente chavcada para 250
A, calcule o tempo requerido paru que o motor atinja a velocidade de 2.500 fl)m.

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C.APITULO 11 CoNTROlE OE VELOCIDADE E C ONJUGADO 547

• Solução
0,22 s

11 .2 CONTROLE DE MOTORES SÍNCRONOS


11 .2 .1 Controle de Velocidade
Como foi diseu Lido nos Capflulos 4 e 5, os motores síncronos são essencialmente máquinas
de velocidade consrame. em que a velocidade é derenninada pela freqUência das corre.ues de
annadura como descrito pelas Equaçõe-s 4.40 e 4.4 1. Especificamente. a Equaç-ão 4.40 mos·
tra que a velocidade angular sfnc-rona é propotciOJlal à freqUência elétrica da tCJlSão de arma·
dura aplicada e inversamente propol'cional aos número de pólos da máquina. ou seja,

"'•= (pó~os)w, (11. 12)

em que
w~ = velocidade angular cspaciaJ síncrona da onda de FMM no entrcferro [rad/s)
wt = 2nfr = freqüência angular da excitação elétrica aplicada [rad/sJ
fe = freqüênc ia elétrica aplicada l lizj
Claramcme. o meio mais simples de controlar um motor síncrono é variando u veloci-
dade por meio do controle de freq üência da ten.c;ão de armadura aplicada. Isco é obcido acio·
nando o motor com um inversor polifá.c;ico de fonte de tensão, como o inversor trifáskX> mos-
trJ:do na Fig. I I. li . Como foi discutido na Seç-ão 10.3.3, esse inversor moto pode ser usado
para produzir formas de onda quase quadrada de tensão CA com amplitude V"" como as cha·
vcs podem ser comandadas para produzir uma forma de onda de te-nsão modulada por largu·
ra de pulso de amplitude \'3riá,•el. A tensão Vcç de liuk CC pode ela l)rópria ser variada. por
exemplo. usando um retificador de fase controlada.
A freqüência das fonnas de onda do inversor pode naturalmente ser variada controlao·
do a frc<tüência de chavcamcnto das chaves do inversor. Em aplicações de máquinas CA.jun·

f"fcqOê-nda

r------
'''
+ :
v<.-c '
1 i-I ___J-;::=~:±: CA
S;.~idalrif:t.;:ic.,
'' '' ''
'' '' ''
' '
''--------------· '- -------------
~---v----~~~---v----~
~
Rttif.c:ld(lfde fa.<~c Un!CC ln"erwr
oon trolad~

FtGURA 1 1.11 Inversor trifásico de fome de tens.ao.

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548 M ÁOUINAS ELI~TfiiCAS

tamente com esse controle de freqüência. deve haver controle da amplitude da tensão aplie;l-
da. como veremos a seguir.
Da lei de Faraday. sabemos que a componente de cntrcrerro da tensão de annadura em
uma má<ruina CA é proporcional à densidade de nuxo de pico da máquina e~ freqüência elé-
trica. Assim, se desprezarmos a queda de tensüo na resis1ência de annadura e na remâocia de
dispersão, poderemos escrever

Va -_ ( f, ) ( 8•"• ) .,"norr~l l'lal ( 11.13)


.f.10nünal 8 nQtnlftal
em que V, é a amplilude da tensão de armadura, f, é a freqüência de operação e BtJlNI é a den·
sidade de fl uxo de pico no entre ferro. V- ;...1,/n.lm;n,1 e n_ ,
são os respectivos vaJorcs nomi-
nais de operação.
Considere uma situação em <rue a freqüência da tensão de armndura é variado enquamo
a suu umpliiUdc é mantida em seu valor nominal (V,= V..._....;...,1). Nessas condições. da Equação
11.13, podemos ver que

(1 1.14)

A Equação 11 . 14 demonstra c1a!'amenre o l)rob1ema do funcionamento com tensão cons-


tante e freqüência variável. Especificamente, para uma dada tensão de annadurn, a densidade de
fluxo da máquina é inversamente proporciona] à freqüê.ncia e, desse modo. quando a frcqüênci:1
diminui. a densidade de Ou.xo aumenta. Portanto. em uma máquina típica que opera saturada na
tensão e freqüência nominais, qualquer redução de freqüência aumentará ainda mais a dcnsida·
de de fluxo da máquina. De fato, uma queda significativa de freqüência aumentará a densidade
de fluxo até o ponto em que a máquina pode ser danificada devido ao aumento das perdas no nú-
cleo c das correntes de máquina necessárias para mmller a densidade de nuxo mais eleV'ddO.
Como rc-.suhudo. pura freqüências inferiores ou iguais à nominal, é típico operdr u má+
quina com densidade de fluxo cons1ame. Da Equação 11 .1 3. com B p..-o = B....rninrl.• te-m-se

(11. 15)

que pode ser reescrita como


V:a Vnumia:aJ
-= ( 11. 16)
/e /wonin:~l

Da Equnção I J. 16. vemos <1uc u opcroção com fluxo constante pode ser obtid:1manten-
do uma relação consw.ntc entre a tensão de armndurn c a freqüência. hso é conhecido como
operação com voltslhertz. consrame (V/Hz COflStame). Tipic.amcme, essa relação é mMtida a
partir da freqüência nominal baixando até a freqüência em que a queda de tensão na resistên·
cia de arm:Miuru toma-se uma componente significativa da tensão aplicada.
De modo semelhante. vemos da Equação 11 .1 3 que. se a máquina ror operada na te-nsão
nominal e com freqüências superiores à nominal, a densidade de fluxo no emreferro cairá
abaixo de seu valor 110minal. Assim, pam manter a densidade de fluxo em seu valor nominal.
seria necessário aumen1.ar a tensflO de terminal para freqüências acima da freqüência nominal.
Pura evitar danos ao isolamemo, é comum ma.uet a tensão de terminal da máquina em seu va-
lor nominal para freqüências acima da nominal.
A corrente de te.nninal da máquina é limitada tipicamente por re~uições [érmicas. Ass-im,
desde que a !'efrigeraçào da máquina não seja afetada pela velocidade do motor, a corrente de

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CAPiTULO 11 CoNTAO<e oe vaoc•DAoe e CoNJuGAOO 555

controlador típico implementará oulras restrições relacionadas com o fluxo concme-nado e com
a corrente de terminal. usando as relações básicas encontradas nas Equações 11.38 e 11.39.
A Fig. 11.13a mostra um típico sistema de controle de conjugado por campo orientado
nn fonna de diagrama de blocos. O bi()(..'O de controle de conjugado tem duas entntdas. Trt:f' o
valor de referência ou ser poim do conjugado c (i1~)ttor- o v-.tlor de referência ou sei poim da cor-
rente de campO, <JUC também é enviudo à fonte de nlimc:.nwção <1uc está fomecendo a corren-
te;, para o enrolamento de campo. O valor de (i11)" ' é dctcnninado pôr um controlador auxi-
liar que detennina também o valor de referência de (i0)~, da correme de eixo direto. com ba-
se nos valores desejados de correme e tensão de annadura. O controlador de conjugado cal·
cuia a corrente desejada de eixo em quadratuta.. usando a Equação 11 .32 com base em T,~, c
(i.,)ftft obtendo

( 11.40)

Obser\'e que um sensor de pOsição é necessário para determinar a posição :mgulur do 1'0-
tor de modo a implemeruar a 1ransrormação dqO-abc.
Em uma uplicnção típica, o objeti\'O líltimo do conlrole niio ~ con1rolar o conjugado do
motor. mas controlar a velocidade ou a posição. A Fig. 11.13b mostra como o sistema de c.on-

e••
(/o)rcf (i~)ref
Tnns· Inversor
T.r Conlto· (io)..,r trif:iiioo
lador de
COIUIIg*.k> (/ol.t ...
fatm3Ção

abc
(i,.)l'l:r
de f()nle
de corre"t

Ponte do
C"<~mpo
L....:__j-.....f
-I,

Enrolamento
de ~mp<t

r•• Con1role
>-...:::.....jpor campo Ml)ll)r
orientl'IOO i,.

(b)

FoouRA 11.13 (a] Diagrama de blocos de u•n sistema de conuole de conjugado por cam·
po orientado para um motOf' sincrono. (b) Diagrama de blOcos de uma m.alha de conttc>~e
de velocidade para motor sfncrono. construlda em torno de um sistema de controle de con-
jugado pOf' campo orientado.

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CAPITULO 11 CoNTAOO.E OE VELOCIOAOE E CONJUGADO 557

Pon.anto. a corrente de terminal da máquina é igual a 1. = 118/118 = I .O por unidade.


b. A tensão de terminal do motor pode ser encontrada muito facilmente a partir da relação fa·
s.orial efic-az

Na pane (a), encontramos que i~= - li (118) sen (mtt) e. assim.


f, =j i i8A

Podemos obter E., da Equação 11.34 como


,... w~to~iF 12011" x0, 168x2.84 V _ d (
c..r = ..fi = J2 = I 27 . tensao e a.o;e

e. ponanto. como <t.r>~r loc-aliza.se sobre o eixo em quadratura. assim como 1,. tcm·sc
t., = j l27 v
A impedância de base da máquina é igual a
V1 220'
z.._.= ~
p_
=
45 X JO)
= t.076n

e a re<llânCiá SÍnCrOna de 0,836 por unidade é igual a X.= 0,836 X 1,076 =0,899 (l.
Portanto, a tensão de fase eficaz de terminal é
0, = jX,I, + t,. = j0.899(j l l8) + j l27
= - 106+j l27= 16.'S J.J 29,9"' V,ten'iâodefasc

ou v. = 287 V eficazes. tensão de linha, igual a 1,30 por unidade.


Observe que a tensão de terminal nessas condições de operaçao excede considera·
velmente a tensão nominal da máquina, e conseqUentemente esse modo de operação não
seria aceitável. Como discutiremos agora, um algoritmo de controle que tira vantagem
da capacidade global de variar ;.,, i0 e i0 pode produzir o conjugado nominal sem cxcc·
der a tensão nominal de tenninal.

Calcule a tensão c a corrente de terminal por unidade do Exemplo I 1.8, se o controlador por
campo orientado mantiver i0 =O enquanto reduz;, a 2,6 A.
• Solução
v. = 1.29 por unidade e /A= 1,09 por unidade.

Como discutimos, na prática. um controle JX>r campo orientado deve detem1inar valores
para todas a<i três correntes;", i0 e i0 . No Exemplo 11.8, dois desses valores roram escolhidos
de forma relatjvamente atbittária (i, = 2,84 c í 0 = 0) e o resultado foi um controle que obteve
o conjugado desejado mas com uma tensão de lenninal com 30 por cento acima da tensão no--
minal do motor. Em um sistema prático, restrições adicionais são necessárias para chegar n
um algoritmo de controle aceitável.
Um desses algoritmos poderia exigir que o rno1or operasse com fl uxo nominal e fa1or de
po1ência unitário de tcrminaJ . Tal algoritmo pode ser desenvolvido com base no diagrama f a.
sorial da Fig. 11.14 e pode ser implcmcnlado utruvés dos seguintes passos:

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558 M AOuiHAS EL~TAICAS

/
/ ''
'

tllf ..,
',
' eixoq
FKiUAA 11.14 Diagrama fasorial para o algoritmo de controle por campo orientado com fa-
tor de potência unitário.

Passo I. Calcule a tc-nsâo de fase da armadura, correspondeme ao nuxo nominal de


acordo com

( 11.4 1)

em quc(V.J-.nJ~ é a 1ensão de fa~e nominal da armudum, na velocidade nominal do mo~


1or. wm ê a velocidade desejada do motor e (m.J~ é a sua velocidade nominal.
Passo 2. Calcule a corre.ue efic.il1. de nl'lnadurn a pani r do conjugado desejado Tld se·
gundo
(1 1.42)

em que Prd é a potência mecânica corrl!spondeme ao conjugado desejado.


Passo 3. Calcule o ãngulo ô com base no diagrama fasorial da Fig. I I .14

~ =- arctg (
w,/.,1
V
,) (I 1.43)
11

em que co( = (l)lllf = (pólosl2)com é a freqliência clécric-.a correspondeme i'l velocidade de·
sejnda do mocor.
Passo 4. Calcule (i0)., c (i0 )"' usando
(io)~r = ../21, cos~ ( I 1.44)

Cio),.,= ../21, sen ó ( I 1.45)

Passo 5. Calcule (i,,),.. da Equação I I .32

(i.J,r = 3_2 (pó21os) -:--"


T"::.'~
Lat(iQ)rd
(I 1.46)

Esse algoritmo está ilus trado no Exemplo 11 .9.

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CAPiTULO 11 CoNTROLE OE VELOCIDADE E COP<JUGAOO 559

O motor sCncrono do Exemplo J 1.8 de 45 kVA e 220 V de.\'e operar nova1»e1He com conjuga..
do e velocidade nominais e um sistema de controle por campo orientado. Calcule a com:rue
de campo do motor e ta tens.ão e corrente de tenninul por unidade. se o algorilmo de fator de
J>Oiência unitário descrito ucimn for implcmcntudo.
• Soluçã o
Seguiremos os pas.o;os indi\•iduais esboçados ameriomlente.
Passo I. Como o motor está opc.rando na "clocidade nominal, a tensno de temlinal dese-
jada será a tensão de fase nominal da máquina, ou seja,
v. = 220
./3 = ... o .
1.!.7 V= I, por umdodc

Passo 2. Fazendo Trcr = 358 N · m c <c>. = (2/pólos)tt>.. = 40tt. u corrente cfica1. de annadu-
ra pode ser calculada da Equação 11.42 co•no
I _ T"rw. _ 358x(40;r) = l iSA
' - J(V,) - 3 > 127
Como foi calculado no Exemplo 11.8, /' - = 118 A c pon.anto /,. = 1,0 pol' unidade. Isso cs·
1ti de acordo com o esperado. porque desejamos <rue o motor opere com conjugado. velo-
cidade e lens5o de tcnninal nominais, e um fator de potênc ia unitário.
Passo 3. A seguir calcule óda Equação 11.43. Esse cálculo requer que determinemos a in-
dutância síncrona L..,, ou seja.
X, 0.899
L, = = - - = 2.38 mH
(w.,)..nn:,l 120;r
Assim,

.
o = - arctg ("'·~·'·)
-
v.
= _ arccg ( 120;r2,JS > 10-·' x 118) = -O,ó9S r.>d = -JQ.S
127

Passo 4. Agora, calculamos os valores desejados de i 0 e i 0 usando as Equações 11 .44 e 11.45


(i0 ). , = h.J. cos& = 128 A
e
(i0 ),.,.1 = .fiJ~sen 8 • - 107 A

!'asso 5. O valor de (i1,).1 é obtido da Equação 11.46,

. 23 (pólos
(t,).,r:;: - 2 ) L. r.,
-- 2(2) 358
= 3- 6- 0.168 x 128 = 3.70 A
1(iQ)O(,

Repita o Exemplo 11.9 para quando o motor estiver operando com metade do conjugado no.
minai c metade dn velocidade nominnl. Calcule (a) a corrente de campo desejada do motor,
(b) a tensão de rase de termina] (em vohs), c (c) a corrente de annadura (em umpCrcs).

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560 MAQuiNAS Et.tl'AICAS

• Solução
a. (i,).,= 3,70 A
b. V,= 63.5 V, tensão de fase
c. I, = I 18 A

A discussão desta seção centrou·'Se nas máquinas síncronas com enrolamento de campo
c a respectiva capacidade para controlar a excitaç-ão do campo. O conce-ito básico. natur.tlmen·
te, também se aplica às máquinas síncronas com imãs permane01es no rotor. No entanto. no ca-
so de máquinas srnc-rorlas de imã pennanente. a excitação efetiva de c.ampo é fixa e. como re·
sultado. há um grau a menos de liberdade para o algoritmo de controle por campo orientado.
Em uma m;Í(Juina síncrona de imã pcnnancntc. como a corrente de C~1mpo cfcliv-ct equiva-
lente é fixada pelo imà permanente. a corrente de eixo em quadratura é determinada diretamen-
te pelo conjugado desejado. Considere um m()(or trifásico de imã permanente cuja tensão de fa·
se eficaz nominal de circuito aberto é (E.,) -11w· na freqüência elétrica ( Wt)-1...,1• Da &Junção
I 1.34, vemos que o prcxluto equivalente L,)r desse motor, que será referido pelo símbolo Aw. é
_ v'i(é,r).~;.,
A u• - . ( 11.47)
(%)t1Qmi!W

Assim, a relação fl uxo x corrente de eixo direto pant esse motor, correspondente à
Equação I 1.24, torna-se
),J> = Ldio + AJP ( I 1.48)

e a expressão do co•ljugado da Equação 1 1.32 1oma-se

r... =~ (pó~'") A,.iQ ( I 1.49)

Da Equação I 1.49. vemos que, para uma máquina sfncrona de i1nà pennaneme subme-
tida ao controle por campo orien1ado. a corrente de eixo em quadraturn é determinada de for·
ma única pelo conjugado desejado. A Equtl(.ão 11.40 toma-se então
.
(•Ql~r = -
2(2)7;,,
3 - - --
pólos A,. ( I 1.50)

Uma vez que {i0 )tt, tenha sido especificado, a única opç-ão de controle que ainda resm é
deternünar o valor desejado da corrente de eixo direto. (i0 )""(· Uma possibilidade é simples·
mente tornar (i1:J..,r =O. Isso resullará claramente na menor corrente de unnadura possível pa·
ra um dado conjugado. No emamo, como vimos no Exemplo 11.8. é muito provável que isso
resulte em tensões de tenninal com valore-s acima da tensão nominal da máquina. Como rc·
sultado, é comum fornecer corrente de eixo direto de modo a reduzir o fluxo concatenado de
eixo direto da Equação 11.48. Isso. por suu vez. resultará em uma ten..o;ão de 1enninal reduzi-
da. Essa técnjca é comumente referida como enfraquecimemo de fluxo c é obtida às custas de
um aumento de corrente de armadura:.. Na prátic-a. o ponto de operação escolhido ê detenni·
nado por um compromisso entre uma reduç-ão de tensão de armadura e um {tumento de cor-
reme de amladura. A Fig. 11 .15 mostra o diagrama de blocos de um sistema de com role por
campo orientado para ser usado com um motor de imã permanente.

'Veja T. M. Jahns. "AuiC· WuUninJ Regime Opc:ronion orna lntcriOf Pcrmancm Mat;•w:t Syndw:mous M<ICor J)five," IE.' E.'t.'
Tronsacrimu Dlllmbutry Applicalir)m, VQI. 23. pp, 68 1-689.

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CAPh'ULO 1 1 CoNTROlE oe VELOCIDADE E COKJUGAOO 561

e_
<lo>.r H~)lt"r MC)IIlr
Tmn:~for.
ln\-ersor sincrono
T.d Ccxllro· (!'h)"'r tti fi~iro deimj
l.ador<k moç!lo
conjugado (ll))~t"t dq()->1>: ( ie)lt'f
de fome
i.:
de~nle

Controlador
'---~-l 2u:dliar 1-- - - - - - - - - - -J

FIGURA 11.15 Diagrama de blocos de um sistema de controle de conjugado por camp o


orientado para um motor slncrono de imã permanente.

Um motor síncrono trifásico de 25 kW, 4000 rpm. 220 V, dois pólos e de im3 permanente pro-
duz a tensão nominal em circuito aberto com uma velocidade de rot\lÇàO de 3200 rpm e 1em
uma indutância síncrona de J .75 mH. Assuma que o motor deve operar com controle por cam-
po orientado a 2800 rprn e 65 por cen10 do conjugndo nominal.
a. Calcule a corrente de eixo em quadr.uum requerida.
h. Se o comrolador for projetado para minimizar u CQrrente de al11ladura tomando i0 =O. cal-
cule o fl uxo concilie nado de armadura resullante por unidade.
c. Se o controlador for projetado para manter o nu~o concatenado de annadura em seu valor
nominal, calcule o valor correspondente de ;De os respec1ivos valores por unidade e ejicaz
da corrente de annadura.
• SoluçAo
a. A velocidade nominal desta máquina é

(w,.)-...,1 = 4000 (~) = 419 radh;

c o conjugado nominal é
P_,..., 25 X 10'
T._,,..,= = ;:;: 59.7N · m
(41. )-..... 4 19

E.s1c motor a1ingc sua tensão eficaz nominal em circuito abeno de 220/ .,jj = 127
V u urna velocidade de 11 = 3200 rpm. A respectiva freqüência elétrica é

w. = ( -pólos)('')
,- - n = (~)
- 3200 = 335 rad/s
- 30 30

Da Equação 11.47,

"" c ./i(E,)-w = .fi 121 = 0.536 Wb


w.. 335

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562 M loUIHAS ELÉTJIICAS

Assim, fazendo T'" = 0.65 T~;~~.~r= 38,8 N · m. da Equação 11.50, enconll'amos que

. 2(2)T.,
- - -- = -2(38.8)
<to)., = - -- =
3 pólos Aw 3 0.536
48.3 A

b. Com (i0 ),.. =O.


Àn = /\ 1, :::= 0.536 Wb

c
Ào = L ,i0 = ( 1,75 X 10 -~)48.3 = 0.0845 Wb

Portamo. o fl uxo de fase eficaz da annadura é igual a

l. =
0.536' + 0,0845' = O.JS4 Wb
2

O fl uxo de fa..~e eficaz de base da armadura pode ser determinado da tensão de fase
de b:c" (V,),.,. = 127 V e da freqüência de base (m,),.,. = 4 I9 rad/s como

(À,),. =
(V,),.. 0 0
= .3 3 Wb
(w..h....
Assim, o fl uxo de armadura por unidade é igual a 0.384/0,303 = 1,27 por unidade. Desse
cálculo, vernos que o mo tor está sigrlificativameme salutado nessa condição de funciona·
memo. De rato, dificilme.me o c-álculo será exato porque esse grau de saturação muito pro-
vavelmente dará origem a uma redução na i ndutância síncrona assim como no a copl amcn~
to magnético emre o rOlor e o cstator.
c. Para manter o fl uxo coocntcnado nominal de armadura. o controle tcní de produz.ir un'ta
componente de eixo direto da com:nlc de armadura para reduzir o fluxo concatcmKlo de ci·
xo dire.tO de tal modo que o fl uxo concatenado tolal de rLrmadum seja igual ao v:tiOr n omi ~
nal (l....>t...:. Especificamente, devemos 1er
Ào = V2(Ã,)i.., - I.Õ= ./2 X 0,303' 0.0844' 0,420 Wb

Agora podemos encontrar (i0)~r usando a Equação 11.48 (tornando LoJ = LJ .

(i = Ào - A,. = 0.420- 0.536 = _ A


l))lef L, 1.75 x 10"'~ 66' 3

A respectiva corrente cfic:az de annadurn é

(io)~, +Cio)~, 66.3' + 48.)' = 58.0 A


2 = 2

A co1Ten1e e fi caz de armadur.t de base para essa máquin:t é igual a


P~ 25 x 10'
t,_ = ../3 v~. = ../3 220 = 65.6 A
c conscqüc.ntemente a corre.me de annadura por unidade é igual ~~ 58.0165.6 = 0.88 por unidade.
Comparando os resultados das panes {b) e (c). ve.nos como o enfraquecimento de
fl uxo. devido à introdução de corrente de eixo direto, pode ser usado p:tnt conlrolur ;a
tensão de lem1ina l de um motor síncrono de imã permanente que es1á submelido ao con·
trole por campo oricnlado.

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CAPrt'ulO 11 Cotm>ou; DE VELOCIDADE E CoNJUGADO 563

Consid ere novamente o motor do Exemplo 11. I O. Repita os cálculos das partes (b) e (c) do
Exemplo 11.10 para o caso em que o motor está operando com 80 por cento do conjugado no-
minal a uma velocidade de 2500 rpm.
• Solução
Para a pane (b), À,= 1,27 por unidade.
Para a pane (c). 1, = 0.98 por unidade.

11.3 CONTROLE DE MOTORES DE INDUÇÃO


11.3.1 Controle de Velocidade
Os motores de indução alimentados por fontes de freqüência conslantc atendem admiravel-
mente às exigências de acionamento de velocidade altamente const;mtc. Muitas aplicaçOe.s de
moto res. entretanto. exigem velocidades diversas ou mesmo uma faix-. cQntinunmente aj ustá-
vel de velocidades. Desde os primeiros tempos dos sistemas de potência CA. os engenheiros
têm es1ado interessados no desenvolvimento de motores CA de velocidade ajus~<h•el.
A velocidade síncrona de um motor de indução pOde ser alterada (li) mudando o rlúme-
ro de pólos ou (b) variando a freqüência de linha. Pode-se mudar o escorregamemo de funcio·
namento (c) variando a tensão de linha. (d) variando a re.<;istência do rotor. ou (e) aplicando
tensões de freqüência adequada aos circuitos do rotor. As características notáveis dos rnéto·
dos de controle de \1elocidade baseados nessa.<; cinco possibilidades ser-Jo discutidas nas c io·
co seções seguintes.
Motores de Pólos Variá\'e,is Nos motores de pólos variáveis. o enrolamento de cstator é
projetado de modo que, por alterações simples nas ligações das bobinas. o número de pólos
pode ser mudado na razão de 2 para I. Pode-se selecionar uma entre duas velocidades síncro·
nas. O rotor é sempre do tipo gaiola de esquilo que reage produzindo um campo de rmor com
o mesmo número de pólos do campo indutor do estator. Com dois conjuntos independentes de
enrolamentos de cstator. cadu um pcnnitindo altcmçõcs de pólos. quatro velocidude.s síncro-
nas podem ser obtidas em um motor gaiola de esquilo. JX>r exemplo, 600, 900, 1200 e 1800
rpm para um fu ncionamento em 60 Hz.
Os princípios básicos dos enrolamentos de pólos variáveis estão mostrados na Fig.
11 . 16. na qual aa e a 'a' são duas bobina.~; que corres.pondem a uma parle do enrolamento de
estator da fase a. Urn enrolamento real consistiria. naturalmente,, em diversas bobinas crn ca-
da grupo. Os enrolamentos para as outras fa<ies de estator (não mostrados na figura) seriam
dispostos de maneira similar. Na Fig. 11.100. as bohinas são ligadas de modo que produzam
um campo de quatro pólos: na Fíg. 11 .1 6b. a corrente na bobina a'a' foi invenida por meio de
um controlador. O resultado é um c.ampo de dois pólos.
A Fig. 11.17 mostra as quatro configu rações possíveis dessas bobinas: e las podem ser
conectadas em série ou em paralelo. com suas correntes tanto no mesmo semido (operaç.ão a
quatro pólos) COI'IlO em sentidos OpOstos (opernç~o a dois pólos). Além disso. as fases da má·
quina podem ser ligada~ em Y ou em a, resuhando oi10 combinações possí\'eis.
Observe que. para uma dada tensão de fa'\e, as diferentes conexões resullatão e rn di\'er-
sos níveis de densidade de fluxo no entreferro. Por exemplo, para uma dada corlfiguração de
bobinas, uma mudanç,a de conexão de 6 para Y reduz a tensão de bobina (c conscqiicntcmcn-
te a densidade de fluxo de entreferro). dividindo~a por ./3. De modo similar, mudando urna

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564 MAQUINAS EL.ETRICAS

RCIIOr

( :J)

(b)

FIGURA 11.16 Princípios do enrolamento de pólos vafiáveis.

conexão de duas bobinas em série para duas em paralelo irá duplicar a tc-ns.io em cada bobi-
na e, portamo, irá duplicar a magnitude da densidade.de nuxo no entrefe.n o. Naturalmente.
essas mudanças de densidade de n uxo podem ser compensadas mudando a tensão de cnrola-
mcnco aplicada. De qualquer fom1a. elas devem ser levadas em considemção. juntamente com
ns respectivas mudanças de conjugado do motor. quMdo as configurações n serem usadas em
uma aplicação esped lica são ilJlalisadas.
Controle da Freqüência de Armadura A velocidade síncrona de um motor de indução po~
de ser controlada variando a freqüência da tensão de nrmadura aplicado. Es..~e método de con-
trole de velocidade é idêntico ao discutido na Seção 11.2.1 pam máquinas síncronas. De falo.
as mesmas configurações de inversor uso.idus com máquinas síncronas. como o inversor trifá-
sico de fonte de ccnsão da Fig. 11. 11 . podem ser usadas parn acionar motores de induç.ão. Co-
mo ocorre com qual<tucr motor CA. pam se manter a densid3de de nuxo aproximndamcnte
constante. a tensão de annadurú também deveria ser variada diretamente com a frequencia
(volts por hertz constante).
A curva de conjugado x velocidade de um motor de indução em uma dada freqUência
pode ser calculada usando os métodos do Capítulo 6. dentro da exatidão dos parâmetros do
mmor naquela fre(tüência. Considere a expressão do conjugado da Equação 6.33 que está re·
petida aqui.

( 11.5 1)

" - li a' -á • - a - a' ,,


(•) (b)

(l - (1 a -(J

n' - <I -a' u'


(c) (d )

FIGURA 11.17 Quatro arranjos possrveis de bobinas da rase ade um motor de indução de
pólos variáveis: (a) cooexao em série, quatro pólos: (b) cooexao em série, dois pólos: (c)
oonexao em paralelo. quatro pólos: {d) conexão em pafalelo. dots pólos.

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CA.PIT\JLO 11 CONmou: DE V ELOCIDADE E CoNJUGADO 565

em que w, = (2/pólos)w., e w., é a freqüência de excitação elétrica do motor em rudls.

v• -v• 1 ( j X,. )
""' - Ro + j(Xo + X,.) ( 11.52)

e
. j X,,( R1 + jX,)
R,_"'+ JXo.<q = R o+ j(X , + Xm) ( 11.53)
P3ra inves1igar o efeito da mudança de freqOê-ncia. vamos assumir que R1 é desprezível.
Nesse caso.
.
Vl.cq= V,
. ( Xt x,.
+ Xm
) ( 11.54)

R1,01 =O ( 11.55)

c
XmXe
X I ." ' = .,'-="'-
X t +Xm
(1 1.56)

Façamos com que o subscrito Oindique valores de freqüência nominal para cada um dos
pal"'lmetros do motor de indução. Quando a freqüênc ia de ex.ci1açào e léarica é variada. pode.
mos escrever
( 11.57)

Se for usado o conlrole por ''Ohslhenz constanlc, 1ambém podemos cS<:rever a lcns.ão da fon·
1e equivale.Jlh! como

v, ("")
. = ;;;;;; (V,)o
. ( 11.58)

e ponan10, como Vl .cq é igual a V1 multiplicada por uma razão de rcalâncias. <1ue permanece
constante quando a freqüência é variada. lemos

v..~. = c:::) ( 1\.,>o ( 11.59)

Final me-me. podemos escrever o escorreg::unen1o do l'llOIOr como

5
= W; - w, = pólos ( ll.wm) ( 11.60)
<0x 2 Wt

em que Aro111 = w,.- W.n é a diferença entre a.-; velocicladc.~ angulares síncrona e mecânica do nlOlOr.
A substituição das Equações 11.57 a 11.60 na Equaçilo 11.5 1 dá

T,~ = "rml<Vo . .yo) 1


(R2/ tl.w)
( 11.6 1)
((~)(R,/Il.w)j + [(Xo.., + X,).,)l
A Equação 1 I .6 I mostra a tendência geral com a qual vemos que a dependênci;) de fre·
qliência da característica de conjugado X velocidade de um mo1or de indução aparece opc nas
no tcnno R1 1óliJ. Assim, suJX>ndo que R1 seja de.~prezfvel . quando a rreqUência elétrica de al i ~
mcntação de um motor de indução é variada, a fomta da curva de velocidade x conjugado e m
fu nção de ów (a diferenç.a entre a velocidade sfncrona e a do mo10r) permanecerá invariável.

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566 MÂOVJNA$ EL~TI\JCAS

Como rcsuhado. a característica de conjugado x velocidade irá simplesmente se dcsloc;~ r S4r


bre o ei.xo de velocidade quru1do ro((h) é variada.
Um conjumo dessas c.utvas e~aá mostrado na Fig. I 1.18a. Observe que. quando a fre·
qüência elétrica (c portamo a velocidade síncrona) diminui. um dado valor de ówcorrcspon·
de ti um escorrcg,lmcnto maior. Assim, por exemplo. se o conjugado de pico de um motor de
c.1uatro pólos acionado a 60Hz. ocorrer em 1638 rpm. corrcspondcndo <l um escorregamento
de 9 por cento, então quando acionado a 30 Hz o conjugado de pico ocorrcní :.l 738 rprn, cor-
respondendo a um escorregamcnto de 18 por cento.
Na prática. os efeitos de R1 podem não ser i ruciramcnte desprcz.íveis, especial merue
<..'O m valores elevados de cscorrcgamcnto. Se esse for o caso. a forma das curvas de vclOtida 4

de x conjugado irá variar um pOuco com a freqüência elétrica aplicad:l.. A Fig. 11.8b mostra
uma ranu1ia de curvas tjpica para esse ca.'\O.

~ O motor de indução trifi<ico de 230 V, 60Hz. 12 kW c quatro pólos do Exemplo 6.4 (com
~ R~= 0.2 Q) deve ser operado a panir de um sistema de acionamento de freqüência v;lriávcl c
voltslhertz constante e-uja tensão de te-rminal é 230 V a 60 Hz. Pode· se assumir que o motor
está acionando uma carga cuja potência varia conforme

( "
P..,, = 10.5 I SOO ) )
kW

IJJ()

90

80

70

60

o
,:•
!iO

40

J()

20

lO

o -41)!) -200 o m G ~ ~ I~ ID J~ I~ 1-
rpm
(a)

FIGURA 11.18 Uma família de curvas de velocidade xcoojugado do um motor de induçaotíp1co,


para Uf'l"l motor de quatro pólos e diversos vakM'es de freqüência elétrica de alimentação. (a) R,
suficientemente pequena de modo qu.e sel.lS efeitos sao despreziveis. {b) R, não desprezível.

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CAPinJtO 11 CC»n'FIOLE OE VELOCIOAOE E CoH.JtJGAOO 567

em que, é velocidade de carga em rpm. Pode-se assumir que as perdas ro1acionajs do 1»0101'
são desprezíveis.
Escrc\'tl um scrlpt de MATLAB para cncontr.1r n tensão de linha de tcrmionl, s veloci-
dade do I'OOlOr em rprn, o escorrcgamen1oe a carga do motor em kW para (a) uma freqüência
de fome de 60Hz e (b) uma freqüência de foncc de 40Hz.
• Solução
Quando a rrcqüência elétric-a/, é variada, as rcatãncias do mmor dadas no Exemplo 6.4 devem
variar conforme

em que X() é o valor da reatância a 60Hz. De modo semelhante. a tensão de fase de annadum
deve variar confonne

..n
v, = 220 (r.)60 = 127 ('') v 60

Da Equação 4.40, a velocidade Mgular síncrona do •no1or é igual a

4rr )
w.. = ( pólos f<t = rr ft nadl!>

101)

90

80

70

60

,;."• so
40

.10

lO
ft: = 12 li:t fc = 24 t-lt fo: • 3611~ fe • 48 H:t f~ = 60Hz.
lO

o - 4(X) -200 o ~ D a D I~ IB IG la I~

""" ( b)

FIGuRA 11 .18 (Continuação)

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568 M ÁQUINAS E LÉTRICAS

e. para qualquer \'elocidade dada do rnotor wm. o respectivo escorregame1ltOé dado por

s= "' - w,
w.

Usando as EquaçOés 11.51 a 11.53. p<)<Je-se Obh~r a vdocidude do motor pesquisando


w... para encontrar a velocidade na qual PCUJ~> = wmT-··Se isso for feito, o resultado será:
o. Paruf. =60Hz:
Tensão de terminal = 230 V, tCilSão de linha
Velocidade= 1720 rpm
Escorrcgamcnto = 4.4 %
P,.,.=9.17kW
b. Para f.= 40 Hz:
'll>llsãode tenni11al = 153 V, tensão de linha
Velocidade = 1166 rpm
E.~;corregameoto = 2,8 %
P,_,. = 2.86 kW
Aqui está o script de MATLAB:
ele
cl«H•r
\ Aqui catAo os p..rimetro.& do motor p<tr<:~ 60 H;
VlO • 230/sqrt~ll;
r.:ph • 3 ;
polos • .-;
reo • 60:
R.l • 0.095;
R2 • 0.2;
XlO .. 0.690;
X20 "' 0.672;
xmo .. 18.7 :
\ Ooi~ valorc~ de !rcqUanci•
fel • 60;
fc2 ... 40:
for m • 1 :3 ,
if ••• l
t'e • t'el;
els.e
h fe2:
end
\ Calcule aa ré~t&.ncia~ c 3 tonaio
Xl • XlO• ( fc / feO);
X2 . X20• ( fe/ feO );
xm • x.o• t fe/t'eO );
Vl • VlO• tt'e /t'eO);
\ Calc\lle <) velocidade etncrona
omegae • 4•pi•!e/poles;
ne • 120• re/pohs;
t Calcule o equivalente Th6v•nin do eet~tor

Vleq w abe(V l • j • Xm/(Rl • j • (Xl.,.X•)I)J


Zleq w j •Xm• (Rl•j•Xl l/fRl • j • IXl • Xm.);

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CAPITULO 11 CoNTROlE OE VEl OOOAOE E CoNJUGADO 571

nccidas diretamente mas. em vez disso. são induzidas quando o rotor do motor de induçJo des-
loca-se (escorrega) em relação à onda de fluxo girante produzida pelas correntes do cstator.
Pam examinar a aplicação do controle por campo orientado às máquinas de i•ldução. co-
meçaremos com a tronsronnação dqO da Seção C.3 do Apêndice C. EsMtransfonnaçno com·er-
te as grondez.as de umbos o cstator c o rotor em um sistema de referência que gira sincronica-
meme. Em condições trifás-icas equilibradas- e em regime pemmnente. as gr:lndezas de seqUêJl-
cia 1,.ero serJo nulas c as demais grandezas de eixo direto c em quadraturn seriloconstan1.es. Des-
sa fonna. as re l a~iles entre fluxo concatenado e corrente d11s Equações C.52 a C.58 tornom-se
Ão = Lsio + LmiOtt ( 11.62)
Àq = LsiQ + L,. ;Qfl. ( 11.63)
À oR = Lntio + LM:h>R ( 11.64)
),QR = /..mÍQ + LRic:)R ( 11.65)
Nessas equações, os subscritos O, Q. DR e QR indicam os valores constanles das com-
ponentes diretas e em quadratura das grandezas do estator e do rotor, respectivamenle-. É uma
questão simples mostrar que os parâmetros de indutância podem ser determinados a panir dos
panlmctros de circuito equivalente como

Lm = -
x.., (1 1.66)
W «)

Ls = L nt +-
x,. ( 1 1.67)
W..oQ

( 11.68)

em que o subscrito O indica valor na freqiiên<:ia nominal.


As equaçõe.ç traJlsfonnadas de tellSào. Equações C.63 a C.68. tornam-se
un = R:~io - wc>-o ( 11.69)

VQ = R,iQ + w.l.o ( 11.70)

O =R,R;DR - (wc- - Wmc-P·QR ( 11.7 1)

( 11.72)

em que é possível mostror que as resistências estão relacionadas com as do circ-uito equivalen-
te segundo
R, = R1 (1 1.73)

e
(1 1.74)

Pam os propósitos de desenvolvimento de um esquema de controle por campo orienta·


do. começaremos com a expressão de conjugado da Equação C.70

T~ z z
= 3 (pólos) ( L•
L'") (ÀOR'•
. - I.Qt<fd)
. . ( 11.75)

Para ti dedução da transformação dqO da Seção C.3, a velocidade angular do sistema de


referência foi escolhida como sendo a velocidade síncrona. tal como é determinada pela fre·
qüênci<& e létrica medo cstator. Para os propósitos da dedução. não roi neccssáno especificar a

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574 MAOIJINAS EltTRICAS

w.,e
E.uimador
lls
(iQ)n:f (i.)fd I,
l nVC"r.;or
Control:.· Trunsfor· O~o)..,r
ln3Ç:l0
lrifástood..- ;,
dor do:
(()!IIC de
c;onjug_ado Oollff d(t0.3bc Ot>.tf ;,
corrtntc

, ) - - --l Controlador
(,.~ rcf
((,l,.:r ----L":":~':":"'_j
(•)

CoMrolc
E>-- -l c >-- -+l !Xll' campo
orientado

(b)

FtGURA 11.21 (a) Oiagtama de blocos d e um sistema de controre de C()(l.jugado por


camPO orientado para um motor de induçao. (b) Diagrama de blOcos de uma malha de
contrOle de velocidade para motor de indução. construida em torno de um sistema de
coouote de conjugado PO' camPO orientado.

Finalmente. como foi discutido 1la 110 ta de rodapé da Equação 11.37, ::. tensão de fase
eficaz da armadura pode ser obtida como

(R,io - tú,ÀQ)' + ( R,iQ + w.,l.o) 2


v~~= =
2 2

2
( R,io - w~ ( Ls- ~ );Q + ( R,io + %Lsio) 2
( 11.89)
2
Essas equações mostram que o nuxo concatenado e a tensllo de terminal da armadura
silo determinados por ambas as componentes de eixo direto e em quadraturn da corrente de
armadura. Assim, o bloco marcado '"Controlador auxiliar" na Fig. 11.21a. que calcula os
valores de refer-ência dus corrcnles dos eixos direto c em quadratura. deve calcular as cor-
rentes de referência (i.J...r e (iQ)~r para produzir o conjugado desejado. estando sujei lO a res-
trições no fl uxo concatenado de armadura (para evitar sa1uração no rnomr). na corrc me de
amladura(l.)cr = J(if, + {Ô)/2 (para evitar 3quecimemo excessivo de armadura) c na tensão
de nnnadum (para evitar dano poteJlCial no isolamento).

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CAPITULO 11 CoNTROlE DE VaoctOADE E CONJUGADO 575

Obsei"Ve que, como foi discutido em relação às máquinas síncronas 11a Seção 11.2.2. o
SiSiema de controle de conjug<1do da Fig. 11.21a é inserido tipicamente dentro de uma malha
de controle maior. Um exemplo desse •ipo é a malha de comrolc de velocidade da Fig. 11.21b.

O motor de indução trifásico de 230 V, 60 Hz, 12 kW e qua<ro pólos do Exemplo 6.7 e do


Exemplo I I .l i deve ser acionado por um sistema de controle de velocidade por campo orie-n·
tado (similar ao da Fíg. 11.21 b) a uma \1elocidade de 1740 rpm. Assumindo que o controlador
está programado para ajustar o fluxo concmenado ÀoR do rotor com o valor nominal de pico
da máquina, encontre a amplitude clica·z da corrcn1c de ~mnndu ra, a freqüência clétric<a e a
teJlSào e ficaz de tc.rminal, se a potência elctromog.nécica for 9.7 kW c o motor cs1ivcr operon ~
do a unta velocidade de 1680 rpm.

• Solução
Devemos determinar primeiro o.s parfunc-ttos dessa máqui na. Da..l:i f4uações I 1.66 a 11.74,
têm·.sc
x,.,~ 18.7
L ., = - = - - = 49,6 mH
"'"' 120n

.
X 1n
/..s =L .. + - = 49.6 mH
w..,
+ -0.680
.- =
120:-r
51,4 1 mH

X» =4.
Ltt= L,.+- 9 6 mH + -0.672
-=Sl ..39 mH
((),") 1201f
R,= R, =0.095 Q

R.R = R! =0.2 o
A lcnsão de fase cfic;;~z de ccnninal dessa máquina é 230 /.fi. = 132.8 V c. ponanto. o
seu nuxo de pico nominal é
. _ J2< v,,_,.. _ J2 x U2.8 _ (I , \Vb
(A.......... 1,_ - - - •47 8
tu( 1201!'

Para a condição especificada de operação.


<v... ., (~) = 1680 (ii) =176 rad/s
e o conjugado mecânico é
P..u: 9.7 X 10)
T._ = - - = ;w: 55. 1 N • lll
(1).,. 176

Da Equação 11.77, com À010 = À-;~1 = 0.498 Wb,

io= ~ (2.) (t•) (r-)


3 pólos L.,. ;.,tM

=
2(2) (51,39
3 4
IQ'·' ) (õ.498
49.6 x 1o-•
55,1) = 38·2 A
X

Da Equação 11 .79.
. >..,. 0.498
ro • L., e _ x _, = 10.0 A
49 6 10

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CAPiTulO 11 CONTROLE DE VELOCIDADE E CoNJUGADO 577

Ou Equação 11 .92, vemos que a re.~posta dll fluxo do rotor num;;~ mudança em degrau na
corrente de eixo direto i 11 ê relatjvameme knUt~ À• ir~ VtLriar exponencialmente segundo a
constante de tempo do rmor dada por rA = f...t/ R aA' Como o conjugado é proporcional ao pro-
duto À,.iq, vemos que uma resposta rápida de conjugado será obtida com variações em i 11• As-
sim, por exemplo. para implementar uma variação em degrau no conjugado. urn algoritmo prá-
tico de comrole poderia começar com uma variação em degrau em (i0 )m para obter a variação
desejada de conjugado. seguida de um ajuste em (i0 ) 1111, (c portanto em Àa) para reajustar a cor-
rente de armadura e a tensão de tenninal conforme desejado. Esse ajuste em (i0 )m seria asso-
ciado a um ajuste de compensação em (l0 )tf'f para mnntcr o conjL~gado no nível desejado.

fif.r.1 Conside.re novamente o motor de indução do Exemplo li. 12. A ssumi ndo que a velocidade do
~ motor e a potência eletrornagnética pennancccm constante (em 1680 rpm e 9.7 kW), use o
MATLAB para plotar a correme de armadura 1. c a tensão de terminal v•. ambas por unidade,
em função de-i 0 quando (Ãott),.., varia de 0.8 a 1.2. por unidade. em que 1,0 por unidade cor-
responde ao vaJor de pico nominal.

• Solução
A plotagem desejada está dada na Fig. 11 .22. Observe que a corrcnlc de annadura decresce c
a tensão de terminal cresce quando ÀnR é aurnemado. Isso moslra claramerue corno i0 , que
controla ÀoR• pode ser escolhido para otimizar o compromisso emre grandezas rais corno cor-
rente de annadura. nuxo de annadura e tensão de lemtinal.

1.15

1' 1

1.05
..
1

& 0 .95

0 .9

085
VI

0 .8

o.JS.L---~----,- •-- -----'~----'----~---.....J


0 .18 0.2 o 22 0 .24 0 .26 0.28 0.3
i (pet uni1)
0

fiGURA 11.22 Plotagem de MATLAB para o Exemplo 11 .13 mostrando o eleito da cortante
de eixo direto h sobre a tensão e a corrente de armadura de um m()(Ot de induçêo com ve-
locidade e carga constantes.

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Aqui es1á o script de MATLAB:
clé
C'le.a r
tneete a~ript , • cxpre~Gio rated indica valor nominal e
\ pe~ indica valor de pieo.
\&spee1 !1eaÇ6ee nomin~is e ear•eterlatlca s do aotor
Pvaior' noml l'lal = 12e3 :
Vv-~lor nocnin.(ll • 2 ) 0;
Vt~v&lor ~in.-1 = 2l0n;qrc.l)l:
rev~lor norain~l ~60t
omegoevalor nomin~l • 2 •pi • fevalor n~~l;
l..ambd.ava lo r nomi nó I .. eqrt t 2) ' Vdv& lO f nMi na i /01f1&9<'$Vtllor nomi n.:~l :
!valor' nomi nal = Pvalor nOJt1nal/tsqrti31 ' Wt~lor nomin.,Jt;
Iv.alor de pi e~se = &qrt<2> ' iv.:~ior nominal;
l)Oles = ~ :
Uq'ui e ~t !o oo par.!fJ.Ctr~ do motor para 60 H~
V lO ~ Vvi! l or noninal / ~Qrtlll:
XlO • 0 . 680 :
XlO 0 . 672:
xmo • 18. 7J

.,
RI .. 0.095;
.. 0.2 1
\Calcule o. par3metros dqO necese4rios
Lm = XmO/omegvev.. lor nomint~l:
~ = Lm • XlO/orneg..ev,.lor no~in.. l:
I..R • l.m • X20/omeo<Jaevalor norail)o\1 :
1Ut .. f.tl!
RaR = R2:
\ Ponto de oper~c~o
n • 1680:
~~~~ • n • pi/lOt
001egarr.e = <poles/2) •orr.egam:
Paoch = 9. 1e3 :
't'neçh • Pmcçh / omcglJln;
\ La~o pata plotar ~m t~tmoa d~ l ambdaDR
for n • 1: 41
lambdaOR = (0.8 • Cn· JI•O,il/40) ' !..arNX!vvalot noeiM I ;
lambd.a!>Rputn• = l amiXI.aORIL.amJXIaval ot n0111l na l :
i O ,. (U)I ' <Upó)o &l " (I.R/t.•) • •'tmech/l,mbci.:.OR):
i o ,. (l.:~mbd4DR/W.) :
JDpu(nl • iDi lvalor d~ piCobaSeJ
1QR = • •Lm/LfO " 10 :
Ia : &Qr-tCiiD'2 • 10'21 121 :
l.:~pu(nl • la/ lvalor de pico:
01!\eQd~ .. O~AIM • tRAR/LR) • ( i Q/ 10) :
fe<n> = OIIJeqae/U ' p i l :
Vant.s : &QI't <I (Ra • iD-oaegae · (LS·LII't2/LRI " 101'2 • , • ,
IRa' iO• oaegae •LS' 1DI'21/21 :
VaPV<nl : varme/V~valor noainal :
end
\Agora plot~
plot <i[)l)u.Iapu.J
hol d
plot:(iDpu,Vapu, ':' I
hol d
xlabel('i.D (por unidade ) ' !
ylabel ( 'por unidade' )
tcx t( . 2t , 1 . 06. ' J~ ' I
t.ex t (. 21 , .&:'l, ' Võ"t ' J

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CAPITULO 11 CoNTAO<E OE VE<.OCIOAOE E CoNJUGADO 579

11.4 CONTROLE DE MOTORES DE RELUTÂNCIA VARIÂVEL


Diferentemente da"i m3quinas CC e CA (síncronas e de indução). as MRVs não podem ser
simplesmente ''ligadas na tomada" e então espcrur que funcionem. Como foi discutido no Ca 4

píli.JIO 8. as fases devem ser excitadas com correntes (tipicamente uni polares) e a scqliêncitt
dessas correntes no tempo deve cSUlf cuidadosamente correlacionada com a pOSição dos pó-
los do rooor para que um conjugado úoil médio no oempo sej a produzido. O resullado é que um
sistema de acionamento MRV é rclutivamcntc complexo. embora a MRV em si ta lvez seja a
mais simples das máquinas rotativas.
Os sistemas de aciona.memo MRV st'ío competi tivos apenas porque essa comple.xidade
pode ser facilmente ooncretiU1da a baixo custo. usando circuitos de potência e de mictOele-
uônica. Esses sistemas de acionamen10 exigem urn nível basrante sofisticado de COIHtOiabili·
dade-, mesmo nos casos mais simples de operação MRV. Logo que a capacidade de implemen·
1ação desse comrole toma-se disponível. c.arac1erís1ic.as bem sofisticadas de com role (tipic.a-
meme na forma de software adicional) podem ser acrcsccnwdas a baixo cusw. o que vem me.
lhorar ainda mais a posição competiliva dos acionamentos MRV.
Além da própria MRV. o sis1em:1 básico de acionamemo MRV consis1e nos seguintes
componentes: um scnsor da posição do ro1or, um oon1rolador e um inversor. A funçüo do sen·
sor da posição do rOlor é pr'OJ)iciar uma indicação da posiç1.ío do eixo, podelldO se-r usada pa-
ra eomrolar o seqUeociamemo no tempo e a fonna de onda das excilaÇões de fase. Isso está
em analogia direta com o sinal de tempo que é usado para controlar as explosões nos cilindros
de um motor de automóvel.
Tipicamente, o controlador ê implementado em sofnvare por meio de circuitos microe..
Jetrônicos (em microprocessador). Sua função ê determinar a seqüência e as fonna de onda
das excitações de rase necessárias para obter a característica de velocidade x conjugado dcsc·
jada. Além de detenninar os pontos desejados de velocidade e/ou conjugado, e de posição do
eixo (a panirdo sensor de posição do eixo), os comroladores sofisticados empregam freqüen·
temente entradas adicionais pam os valores da velocidade do eixo c da corrente de fase. Além
da função básica de controle. que é a determinação do conjugado para uma dada velocidade.
os controladores mais sofisticados procuram fornece1·excitações que de alguma forma sejam
otimizadas (para rendimento máximo. componamento transitório es1ável, etc.).
Os circuitos de controle consistem tipicamente em eletrônica de baixo nível que não po.
de ser usada J).1ta fomecer diretamente as correntes ncccsstLrias para excitar as fases do motor.
Ao invés disso. sua saída consiste em sinais que controlam um inversor que. pOr sua vez. for-
nece a..c;; correlltes de fase. O controle da MRV é conseguido aplicando um conjunto apropri::t·
do de correntes aos enrolamemos de fase da M RV.
As Figs. 11.23a até c mosuam três configurações comuns encontradas em sistemas in·
versares para o acionamento de MRVs. Observe que se trata simplesmente de inversores em
ponte H do tipo discutido na Seç3o 10.3. Cada inversor está mostrudo em uma configuração
bifásica. Como está claro nas figura.~. pode-se facilmcn1e conseguir que cada configu ração se·
ja estendida para acionar fases ::tdicionais.
A configuração da Fig. 11 .23a é talvez a mais simples. Ao fec-har as chaves C'- c C1h. o
enrolarnemo de fase I é ligado à fonte (v 1 = Vo) e a con-ente de enrolamento cresce. Abrindo
apenas uma das c-haves. um curto..circuito é estabelecido sobre o enrolamento e a corrente irá
decair. ao passo que. abrindo ambas as chaves, o enrolamemo é ligado à fonte com polarida-
de negativa pOr meio dos diodos (v 1 = - V0 ) e a correme do enrolamento irú decair mais rnpi·
dameme. Obse.rve que essa configumção é capaz de regeneração (de\o·olver energia à fonte),
mas não de fornecer corrente negativa ao enrolamento de rase. No entanto, como o conjuga·
doem uma MRV é proporcional ao quadrado da correnlede fase. não há necessidade de cor-
rente de enrolamento 11egativa.

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580 M ÁQUIHA$ ELéT"'CAS

c,,
! o,. c,.. !,/ f)~b c, ! ~ +Vo o,
- ;,

f.:tie I -=- v.,


+
;,
--'-
l;ase 2
-
Fase 1

i,
-:::-- F•><2

+ -
..1

c,.
- o,. c,. ,/ -: ::- v, c,
o,

(,) (b)

• •
Fa.ie I Fa.~2
+
• -=~ v, •
c
-=r- -
c, c,
I o, o,

\<)
FtGUR.A. 11.23 Configurações de inversor. {a) Inversor bifásico que usa duas chaves por
fase. (b) lnversOC' bifásico que usa uma f()(lte com dedvaçao central e uma chave por fase.
(c) Inversor bifásico com enrolamentos bifilares de fase e uma chave por fase.

Como foi discutido na Seção I0.3.2, o processo de modulação por largura de pulso, no
qual uma série de configurações de chaves carregam e descarregam allemadameme um enro-
lamento de fase. pode ser usado para controlar a corrente média do e-nrolamento. UsmwJo es·
sa técnica, pode·se facihnc-nte-fazer com que um inversor. como o da Fig. I I.23a. forneça lO-
das as forma..:; de onda oece...::s:1rios para acionar urna MRV.
A configuração de inversor da Fig. 11.23a é talvez a mais simples d:lS configurações
em ponte H que propicia a c.apacidade de regeneração. Sua principal de.~v-.tntagem é quere-
quer duns chaves por f:ase. Em muitas aplicações. o custo das chaves (e seus circuitos de
ationamento ass._)éiados) prepondera no custo do inversor e o resultado é que essa co nfigu~
ração é menos atrativa em cennos de cusw. quando comparada <.:om outms configurações que
requerem uma chave por fase.
A Fig. 11.23b mostra uma des..~as configutaç.ões. Ela reque-r uma fo nte com derivação
cemral (isto é. duas fontes de tensão \10) mas apenas uma única chave e um único diodo J>Or
fase. Ao fechar a chave C,. o enrolamemo de fase I é l i gado~ forue CC superior. Abrindo a
chave. a cotre-me de fase é tnmsferida ao diodo O I c o enrolamento é conectado à fonte CC
inferio r. Assim, a fase 1é abastecida pela fonte CC superior e regener.t a energia para a fonte
inferior. Obscr:e que. para manter a simetria e para equilibrai' igualmente a energia fornecida
de cada fonte, a fase 2 é conectada de forma oposta. Assim, a fase 2 é aba.l\tecida pela fon te in-
ferior' e regenera a energia para a fonte superior.
As principais desvantagerlS da configuração da Fig. l l.23b são que ela requer uma fon·
te com derivaç.ão cerutal e-que, tlu:lndo a chave é abcnu. ela deve suportar uma tensão dupla
de 2V(I. Isso pode ser visto facilmente, verificando que quando o diodo DI está diretameme
polarizado. a chave está concccada às duas fontes. Provavelmente, essas chaves scrno mnis ca-
rn..s do que a;;; chaves requeridas pela configuração da Fíg. 11.23a. Essas duas que-stões t ende~

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582 M!Ov•NAS EuõTAJCAS

cida das correntes nos enrolamentos de fase do morar limitarão os valores máximos de ve l o~
cidndc c conjugado do r01or que podem ser alcançados.
O desempenho de um sistema completo de acionamento MRV está intrinsecamente li·
gado ao desempenho de todos os seus componentes. incluindo a MRV. o seu controlador e o
seu inversor. Nesse semido, a MRV é bem diferente das máquinas CC. síncrona<; e de indução
que foram di seu lida.') anteriormente neste capítulo. Como resuhado. é á til projetar por inteiro
o sistema de acionamento. como um pacote integrado. e não projetando individualmente os
componerues (MRV, i nversor. corurolador, etc.) em separado. As configurações de i nversor da
Fig. 11.23 s.'io reJ)rese,ua.ivas de urna série de configurações possíveis de i1wersor que podem
ser usadas em sistemas de acionarnemo MRV. A escolha de um inversor para uma aplicação
específica deve ser feita com base em considerações econômicas e de engenharia como parte
de um projeto integrado de um sistema de acionamento tv1RV.

11.5 RESUMO
Este capítulo introduz diversas técnicas par..t o controle de m:í.quinas elétricas. O extenso lema
do controle das máquinas elétricas requer uma discussão muito mais ampla do que é possível
aqui, de modo qt•e os nossos objeti>.·os for.un um tanto limimdos. O pon1o mais S:llicnte é que
a discussão des1e capflulo enfoca quase que exclusivamente o comportamento em regime per-
manente. As questões de comportamento tmositório e dinâmico não for.tm c.onsidcrndas.
AlUalmente muito da flexibilidade de controle que é associada comumente às mác:1uinas elé-
tricas vem da ca~1eidade da elclrônica de p01ênciã usada no acionamento dessas máquinas. Pon.an-
to. este capflulodesenvolve-se baseado na discussão sobre ele1rõnica de potência do Capítulo lO.
O pomo de partjda é uma discussão sobre motores CC em que as técnicas de controle
são convenientemente subdivididas em duas categorias: controle de velocidade c de conjuga~
do. O algoritmo de controle da velocidade em um motor CC é relativamente simples. Com ex~
ceção de uma con-eção re.laliva à queda de tensão na resistê.ncia de a.nnaduta. a velocidade em
regime pcnnanente é detenninada pela condição de que a tensão gerada deve ser igual à tcn~
são de armadura r~plicada . Como a tensão gemda ~proporc i onal ;10 fl uxo de campo e à velo-
cidade do motor. vemos que a velocidade de regime pemtaJtente do nlotor é proporcional à
tcns:.to de arm:tdum c inversamente proporcional ao flu.xo de campo.
Um ponto de vista altemuti\'O é o controle de conjugado. Como o sistema de comut:1dor
e CSCOV'd.S mantém uma relação angular constante entre o campo c o Ouxo de annadum, o c..'On-
jugado de um motor CC é simples:me•He proporcional ao produto da corrente de annadura pe-
lo nuxo de campo. Como resultado, o c.onjugado de um motor CC pode ser com rolado dire-
tamente. controlando-se a corrente de annadura e o fluxo de campo.
Como os motores síncronos desenvolvem conjugado apenas na velocidade síncrona. a
velocidade de um motor sfnc-rono é determinada simplesmen1e pela freqüência e lécricu da ex-
citação aplicada à armadur.t. Assim. em regime pennaneme. o comrole de velocidade é sim-
plesmente uma quesláo de controlar a freqüência da annadura. O controle de conjugado tam·
bém é possível. Pela transformação das grandezas do esuuor em um sistema de referência que
gira em sincronismo com o rotor (usando a w.ms(onnaç-3o d<-10 do Apêndice C). encontramos
que o conjugado é proporcional ao nux.o de campo e à componente da corrente de armadura
que está em quadratura espacial com o fluxo de campo. Isto é diretamente análogo à produ-
ção de conjugado em um mmor CC. Esquemas de controle que adotam esse ponto de vista são
referidos como controle ve10rial ou por campo orienuu/().
As m(tquinu.s de indução opcmm de forma assfncrona; as corre-ntes do ro1or são induzi-
das pelo movimento do rotor em relação à onda de nuxo que gim sir.cronicamente c que é pro-
duzida pelo estator. Quando alimentado por umu fonte de tensão aplicada à armadura com fre-
qüência constante, o motor irá funcionar com uma velocidade um pouco inferior à velocidade

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CAPITULO 1 1 CoNTROLE DE VELOCIOAOE E CoowGADO 585

Quando está operando a vnz.io na tensão nominal . a corrente do motor é I ,56 A.


a. Calcule a velocidade e as perdas rotacionais a vazio.
b. Assumindo que as perdas ro1acionais stío oonstantes, use o MATLAB para plmar a
pOtência de saída do mo1or em função da \'elocidade. Limite a sua plotagem a uma
saída de potência máxima de 15 kW.
c. O controle por tensão de armadura deve ser usado para mamer constante a vcloci·
dade do motor quando ele é carregado. Nessa condição de funcionamento, a tensão
do campo em derivação será mantida constante em 240 V. Plote a tensão de arma·
dura em função da potência de saída necessária para manter o motor em uma velo·
cidade constante de 2950 rpm.
d. Considere a situação em <tuc o controle por tensão de armadura é aplicado a esse
motor enquanto o enrolamento de campo pennanece conectado em dcriv~wão aos
tcnninais de annadura. Repita a pane (c) para es..c;a condição de operação. Essa ope·
ração é possível de ser feita? Por que o <.'Omponamcnto do motor é signific-ativa.
mente diferente do da pane (c)?
A folha de e.c;pecificações de um pequeno motor CC de i mil permanente fornece os se·
~ 11.5
guintes parâme1ros:
Tensão nominal: v_i1111 = 3 v
Potência de saída nomimLI: p n.:onillll = 0,28 w
Velocidade a vaz.io: n., = 12.400 rpm
Constante de conjugado: K. =0.2 18mvtrpm
4
Conjugado de estol*: T...,.= 6.64x 10 N ·m
a. Calcule a resistência de armadura do motor.
b. Calcule a.-ç perdas rotacionais a vazio.
c. Assuma que o motor s.eja conectado a uma carga tal que a potência totul no eixo
(carga real mais perda.c; rotacionais) é igual a 0.25 W. a uma velocidade de 12.000
rpm. Assumindo que essa carga varia proporcionalmente ao quadrado da velocida·
de do motor, escreva um scripl de MATLAB para plotar a velocidade do motOr em
função da tensão de terminal para 1.0 v $ v~$ 3.0 v.
11.6 A folha de csp<."Cificaçõcs de um pequeno motor CC de imã pc-rrnanerue e 350 W for·
nece os seguintes parâmetros:
Tensão nominal: v_ ..\1. = 24 v
Resistência de annadura: R, =97mQ
Velocidade a vazio: n...-( = 3580 rpm
Corrente a vaz.io: 1,.,.,. = 0,47 A
a. Calcule a constante de conjugado K. do motor em V/(rncVs).
b. Calcule as perdas rotacionais :1 vaz.io.
c. O mocoré alirnentado a partir de uma fonte CC de 30 V por um im'éi'SOr PWM. A Thbela
11.1dá as corren~es medidas do mO<orem função do valor O do ciclo de 1rabolho PWM.
Complete a labela calculando a velocidade do motor e a potência de carga para cada va·
lorde D. Assuma que as perdas rotacionais vo.triam proporcionalmente ao quadrado da
velocidade do motor.

• N. de T.: Swll. en1 inglês. Coojugado que bloql)tia o rnocor. redu:t.indo MJ3 ''t! IQCid:~d<! até :·, l):lradll.

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CAPITULO 1 1 CONTROLE DE VELOCIDADE E CoNJVGAOO 587

l!1Pl 11.11 Considere um motor s(ncrono trifásico para o qual são fornecidos os seguintes dados:
Tensão de linha nominal (V)
Potência aparente nominal (VA)
Freqüência (Hz) c velocidade (rpm) nominais
Reatância síncrona por unidade
Corrente de campo para a tensão nominal a vazio (CCAV) ( A)
O mocor deve operar com um inversor de frcqüência variável c V/Hz constante com vc·
tocidades de até 120 por cemo da velocidade nominal do mOlor.
a. Supondo que a tensão e a corre me de terminal do mo1or não possam exceder seus
valores nominais. escreva um script de MATLAB que calcule. para uma dada velo-
cidade de operação, a tensão de tcnninal do motor, a máxima potênc ia de entrada
possível do motor e a respectiva corrente de campo requerida paro obter essa condi·
ção de funcionamento. Você pode considcmr os efeitos da saturnção e da resistên·
cia de armadura como sendo desp•-ez.fveis.
b. Aplique o seu programa ao motor síncrono do Problema 11.10. pam ve locidades de
motor de I500 rpm c 2000 rpm.
l!1Pl 11.12 Com a finalidade de realizar cálculos relativos ao controle por campo oriemado em
motores síncronos não salientes, escreva um scripl de MATLAB que irá calcular n in-
dutância síncrona L, e a indutância mútua entre annadura e campo L~(· ambas em hen·
rys. e o conjugado nominal em N.m. a panir dos seguintes dados:
Tensão de linha nominal (V)
Potência aparente (VA)
FreqUência nominal (Hz)
Número de pólos
Rcatância síncrona por unidade
Corrente de campo para u tensão nominal a vazio (CCAV) ( A)
11.13 Uma máquina sfncrona trifásica de quatro pólos. 100 kW. 460 V e 60 Hz deve funci<>-
nar como motor síncrono, submetida a controle de conjugado por campo orientado,
usando um sistema como o mostrado na fig. 11.13a. A máquina tem uma reatância
síncrona de 0,932 por unidade e uma CCAV igual a 15.8 A. O motor está operando na
velocidade nominal. carregado com 50 por cento de seu conjugado nominal com uma
corrente de campo de 14.0 A. O controlador por campo orientado está ajustado para
manter i 0 = O.
a. Calcule ~t indutância síncrona L, e a indutância mútua entre armadura e campo L~r·
ambas em henf)'S.
b. Encontre a corrente de eixo em quadratura i0 e o respectivo valor efic.az da corren-
re de armadura i•.
c. Encontre a tensão de linha de 1enninaJ do motoc.
11.14 O motor sfncrono do Problema I I. I3 está operando sob controle de conjugado por
campo orientado de modo tal que i 0 =O. Com a corrente de campo ajustada pam I4.5
A e com a referência de conjugado ajustada pard 0.75 de conjugado nominal do motor.
obse.rva.se que a \'elocidade do rno1or é de J475 rpm.
a. Calcule a potência de saída do motor.
b. Encontre a corrente de eixo em quadmturn i 0 e o respectivo valor eficaz da col'ren.
te de amladura i •.

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588 M ÃOUINAS E LÉTRICAS

c. Calcule a freqOência el~uica do estator.


d. Encomre a tensão de linha de terminal do motor.
11.15 Considere o caso em que a carga do motor síncrono, do sistema de controle de conju·
gado por campo orientado do Problema 11.13. é aumcmada c o motor começa a baixar
de velocidade. Com base em algum conhecimento da característica de curgn, dclcnni-
na-se que sen\ necessário aumentar o valor de referência Trcr de 50 par.:l 80 por CCJliO
do conjugado nominal do motor paru que o motor retorne~~ sua velocidade nominal
a. Se a corrente de campo fosse deixada conswnte em 14.0 A, calcule os valores da
corrente de eixo em quadraturo. a c.orrcnte eficaz de annad ur~i c a tensão de linha de
tenninal (em volts e por unidade) que resultariam como resposta a essa alteraç.ão no
conjugado de referê-ncia.
b. Para conseguir es...'>a condição de operação co•n uma 1ensão de tenninal de armado·
ra razoável, o algoritmo de controle por campo orientado é substituído pelo algorit·
mo de fator de potência unitário. descrito no texto anterior ao Exemplo 11.9. Com
base naquele algoritmo, calcule
(i) a tensão de linhn de terminal nos tenninais do motor (em vohs e por unidade).
(ii) a corrente eficaz de annadura.
(iit} as corrtrues de eixo direto e em quadrJtura, i 0 e i 0 .
(i v) a corrente de campO do motor.
~ 11.16 Considere um motor síncrono de oito pólos.500 kW. 2300 V c 50 Hzcom urna reatân-
cia síncrona de 1.18 por unidade e uma CCAV = 94 A. Deve operar sob controle de
conjugado por campo orientado usando o algoritmo de fator de potência unitário des-
crito no texto após o Exemplo 11.8. Será usado para acionar uma carga cujo conjuga-
do varia segundo a vclocidnde ao <1uadn.do e cujo conjugado nu velocidade de 750 rpm
é de 5900 N.m. O sistema completo de acionamento incluirá urna malha de controle de
\'C-locidade. corno a mostrada na Fig. I I . 13b.
Escreva um script de MATLAB cuja entrada ê a velocidade desejada do motor (até
750 rpm) c cuja saída é o conjugado do motor. a corrente de campo. as correntes de c i·
xo direto c em quadmtura. a corrente de annadura e a tensão de linha de terminal Apli·
que seu ~·cripta urna velocidade de motor de 650 rpm.
11.17 Um motor sfncrorlO trifásico de imã permanente. dois pólos. 2 kVA e 230 V minge a
tensão nominal em circuito aberto com uma velocidade de 3500 rprn. Sua indutância
síncronn é de 17,2 mH.
a. Calcule An. para esse motor.
b. Se o motor estiver funcionando na tensão e corrente nominais c.o murna velocidade
de 3600 rpm, c-alcule a potência do motor em kW e as COffiJ)OrlCIUCS de pico de eixo
direto c em quadratum da corrente de annadura. i0 e i0 respectivamente.
11.18 O controle de conjugado J)Or campo orientado deve ser aplicado ao motor síncrono de
imã permanente do Problema 11 .1 7. Se o mo,or tiver de funcionar a 4000 rpm com a
lens&o nominal de terminaL calcule os valores máximos de conjugado e potência que
o motol' pode fornecer e os respectivos valores de iD c i0 .
11.19 Um motor síncrono trifásico de imã permanente. dois pólos. 15 k VA c 230 V tem uma
velocidade máxima de 10.000 rpm e produz a tensão nominal e m circuito aberto a uma
..·clocidndc de 7620 rpm. Ele tem uma indutânc ia síncrona de I ,92 mH. O motor deve-
rá operar com controle.de conjugado por campo orientado.
a. Calcule o conjugado máximo que o motor pode produ~ir sem exceder a corrente no-
minal de annadura.

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CAPiTUlO 11 CoNTROLE DE VElOCIDADE E CONJUGADO 589

b. Assumindo que o motor dc"c operar com o controlador de conjugado ajuslado para
produzir conjugado máximo (como na parte (a)) e i 1) =O. calcule a velocidade m'íxi-
ma com a qual ele pode funcionar sem ultmpassar a tensrio nominal de annadura.
c. Para operar com velocidades superiores à encontrada na parte {b). a técnica de en-
fraquecimento de nuxo será empregada para manter t1 tensão de armadura em seu
vaJor nominal.
Assumindo que o n'IOtOr está operando a 10.000 rpm com tensão e corrente nominais
de armadura. calcule
(i) a corrente de eixo dire-to i 0 .
(ii) a corrente de eixo em quadnatura i 0 .
(iii) o conjugado do motor.
(iv) a pOtência do motor e o fator de potência.

~ 11.20 O motor de imã pennanente do Problema I 1. 17 deve operar com comrolc vetorial
usando o seguinte algoritmo.
Tensão de tenninul não deve exceder o valor nominal
Corrente de terminal não deve exceder o valor nominal
; 0 = O a menos que a técnica de enfraquecimento de nuxo seja necessária p-ara evitar
tensão de armadura excessiva
Escreva um script de MATLAS para produz.ir plotage-ns de potência e conjugado
máximos que esse sistema pode produzir, em função da velocidade do motor. para ve-
locidades de até 10.000 rpm.
11.21 Considere um mow de indução de quatro r•ólos. 460 V, 25 kW e 60 Hz que tem os se·
guintes parihnetros de circuilo equivale1lle em ohms por fase referidos ao estalar:
R1 =0. 103 R,= 0.225 X1 = 1.10 X2 = 1.1 3 X,.= 59.4
O motor deve operar com um acionamento de freqUência variável e V/Hz constante cu-
ja saída é de 460 V em 60 Hz. Despreze os efeitos das perdas rotacionais. lniciahncn-
te. o acionrunemo do motor está ajustado para uma freqiiência de 60 Hz.
n. Calcule o conjugado de pico c os res~c tivos valores de escorregamen10 e velocida-
de do motor em rpm.
b. Calcule o conjugado do motor para um e.scorregamento de 2.9 por cemo c a rcs~c­
tiva potência de safda.
c. A freqüência do acionamento é reduzida agora para 35 Hz. Se o conjugado de carga
pem1anecer constante, estime a "elocidade resultante do mmor em rpm. Encontre o
escorregamento do mmor, a velocidade em rpm e a potência de saída resultantes.
11 .22 Considere o motor de indução de quatro pólos. 460 V e 250 kW jumamente com o sis·
tema de acionamento do Problema 11.21 .
a. Escreva um scripl de MATLAB par::aplotar a característica de velocidade X conju-
gado do motor parn as freqüências de acionamento de 20. 40 c 60 Hz c velocidades
<(UC V"driam de -200 rpm ;até a ''elocidadc síncrona pam cada uma dus freqüências.

b. Detemline a rreqUência de acionamemo necessária J>ara maximizar o conjugado de


partida c calcule o respe-c.tivo conjugado em N.m.
~ 11.2.1 Um motor de indução trifásico de seis pólos. 550 kW, 2400 V c 60Hz tem os seguin-
tes parâmetros de circuito e<1uivaJen1e em ohms por fase Y, referidos ao esLaiOr:
R, = 0, 108 R,= 0.296 X1 = 1.18 Xz = 1.32 X,.= 48.4

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590 MÁQUINAS EL~TAICAS

O motor será opcmdo com um acionamento de V/Hz con.stantc cuja tcn.s.ão é de 2400
V a uma freqüência de 60Hz.
O motor é usado para acionar uma carga cuja potência é de 525 k.W n uma veloci-
dade de 11 38 rpm c que varia proporcionalmente ao cubo d a velocidade. Usando MA-
TLAB. plote a velocidade do mowr em fu nção da freqüência quando a freqüência de
acionamento é variada entre 20 e 60 Hz,
11.24 Um motor de indução trifásico de rotor bobinado. seis pólos. 150 kW. 60Hz e 460 V
desenvolve o conjugado de plena c,arga na . . elocidade de I 157 rpm com o rocor curto.
circuitado. Um resistência externa não indutiva de 870 mil é colocada em série com
cada fase do ro10r, c obscrvtHiC <JUCo motor desenvolve seu conjugado notn inal a uma
velocidade de 10n rprn. Calcule a resistência por fase do motor original.
11.25 O rotor bobinudo do Problema 11 .24 será usado par.t acionnr uma carga de conjugado
constante igual ao conjugado nominal de plena carga d o rnotor. Usando os resultados
do Problema 11 .24, c,alculc a resistência de rotor cxtemu necessária panl que a veloci-
dade do motor fique ajus1ada em 850 rpnt.
11.26 Um motor de indução trifásico de rotor bobinado, quatro pólos. 75 kW, 460 V e 60Hz
desc,nvolve tun conjugado imerno ntáxjmo de 2 12 por cemo para um escorregamento
de 16.5 por cento, quando es1á funcionando na tensão e freqüência nominais. com o
I'Otor curto-circuitado diretame,nte em seus anéis deslizantes. A resistência do cstator c
as perdas rolacionais podem ser dcsprcz:tdas e pOde-se ussumir que a resistência do ro-
tor é corlSiame. independemernente da fre.qOê,ncia do rmor. De1ennine
a. o escorregamento a plena c,arga. em por cento.
b. as pcrd.1s lzR do rotor ~l plena carga, em w{•Us.
c. o conjugado de partida na tensão c frcqliência nominais. em N.m.
Se agora a resistência do roror for dobntda (inserindo resistência externa em série nos
anéis dcslizanlcs). dctcnnine
d. o conjugado, em N.m, quando a correllte do eslalor está em sc.u valor de plena carga.
e. o respectivo escorregamcmo.
11.27 Um mo<or~e indução trifásico de rotor bobinado,scis pólos, 35 kW, 60 Hze 440 V de·
senvolve sua saída nominal de plena carga a uma velocidade de 1169rpm, quando es-
ta funcionando na tensão c freqüência nominais com seus anéis dcslizantcs curto-cir·
cuilados. O conjugado máximo que ele pode desenvolver na tensão c freqüência nomi-
nais é 245 por cento do conjugado de plena carga. A resis1ência do enrolamento do ro~
tor é de 0.23 ntfase Y. Despreze as perdas rotacionais c suplementares. e a resistência
do cstator.
a. Calcule a~ perdas f R do rator a plena carga.
b. CaJcule a velocidade para o conjugado máximo.
c. Quanta resistência deve ser colocada em série com o rotor para produzir o conjuga-
do máximo de panida.'?
Agora. o motor está funcionalldo a partir de uma fome de 50 Ht e <• tensão aplica-
da é ajustada de tal fomm que. para <JuaJquer conjugado. a onda de lluxo de entre.
ferro tem a mesma amplilUde que tinha quando operada a 60Hz par;.l o mesmo ní-
vel de conjugado.
d. Calcule a tensiio aplicada a 50 Hz.
c. Calcule a velocidade na qual o motor irá dc.senvol•.-cr um conjugado igual ao seu va-
lor nominal em 60 Hz, com seus anéis dcslizantcs curto-circuitados.

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APÊNDICE

Circuitos Trifásicos
geração. transmissão e utilização de potências elevadas de e nergia e létrica CA envolve
A quase que invariavelmente um tipo de sistema ou circuito chamado sistema ou circuito
polifásic:o. Nesse sistema, c:•da fonte de tensão <.'Onsistc em llffi grupo de tensões que 1êm
mag.niiUdes c ângulos de fase rclnc:ionndos entre si. Assim, um s istcmo de n fta.scs e mprega
fontes de tensão que consis-tem lipicamente em n tensões substancialmente igua.is em módu-
lo e deslocadas entre si por um angulo de fase de 36Cr l tJ. Um si.ncma trifásico emprega ron·
tes de tensão que consistem tipicamente em três tensões substancialmente iguais em módulo
c deslocadas entre si por ângulos de fase de 1200. Como possui importantes vantagens cconô·
micas e operacionais. o sistcm:a trirási<:o é de longe o mais comum e. conseqüentemente. nes-
te apêndice. a ênfase scrtí dada aos ci rcuiiOS Lrifásicos.
As três tensões individuais de uma fonte 1rif:lsica podem ser ligadas cada uma ao seu
próprio circuiiO independenle. Teríamos. en1à0. três si.slemtu· mo,ofásico.s separudos. A lter-
natjvameme. como será mostrado na Seção A.l . ligações elétricas simétricas podem ser reitas
entre as três tensões e circuitos ao;sociados para formar um sistema trifásico. É com essa últi-
ma alternativa que estaremos preocupados aqui neste apêndice. Observe que a palavr.t/ase
ugont tem dois significados dhainlos. Pode se referir a uma porção de um sistcmn ou c ircuito
polifásico. ou. como na teoria fa1niliar de circuitos de regime permane.ue, pode se,r usada em
relação ao deslocamento angular entre fasores de ten.são ou corrente. Há pouca J>OS."ibilidade
de se coni'Uildir os dois significados.

A.1 GERAÇÃO DE TENSÕES TRIFÁSICAS


Considere o gerador trifásico elementar de dois pólos da Fig. A.I.Na armadura. há três bobi·
nas aa ', bb "c cc 'cujos eixos estão deslOC-ados no espaço de 12(r entre si. Esse enrolarnen10
pode ser rcpresenlado e-.squema1ic.amen1e como es1ú mc,)SLmdo na Fig. A.2. Quando o campo é
excitado e pOsto o gimr, tensões serão gemdas nas três fases de r.cordo com n lei de Farnday.
Se a estrutura do campo for projelada de modo que o Oux.o esteja distribuído de forma scnoi ~
dal em relação aos pólos, o nux.o que concatcnu qualquer uma das fnses irá V'.triar senoidal ~
mente no tempo. c tensões senoidais scr:io induzidas nas três fases. Como está mostrado na
Fig. A.3. essas tn.~ fases estarão deslocadas entre si de 120" elétricos no tempO em conseqüên~
cia das fases e.s1.arem de~l()('adas de 12(r no e-spaço. O diagrurna fa~oriat corre-spondente está
mos1rndo na Fig. A .4. Em geral, a origefn do tempo e o eixo de re.fetência em diagramas co~
mo os das Figs. AJ e A.4 são esc.olhidos com base na conve.niênc ia da análise.
Há duas possibilidades de utilizar as ten.sões geradas dessa forma. Os seis 1enninais a.
n ·. b. b ',c c c· do cnrok•mcnto trifásico podem ser ligados a três sistemns monofásicos inde~
pendentes, ou as trê-s fases do enrolamemo pode.m ser interligadas e usadas para alimentar um

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594 M AOuiNAS E~RICAS

C:::P- Enrol:une.!Uo de e;::~mpo


c:xcili1do Cônl cotrente
oon1im.1;• por meio de
antis dcsli1.anre.s

l:si.I'Uturn do Pólo do campo produ :tido


campo ou nxor pela COIYC'nl e oontfnua
no c:nrollunen.to de cumpo

FIGuRA A.1 Gerador trifésico etemen1ar de dois pólos.

sistema trifásico. Esse líltimo procedimento 6 adotado quase que universalmente. As ttês fa-
ses do enrolamemo podetn ser itlterligadas de duas maneiras possíveis. como está mostrado
na Fig. A.5. Os 1enninais a ·. b ·c c · podem ser ligados para fonnar o neutro o. resultando uma
conex!1o em Y. ou os temtinais a e b ·, b e c ' e c e a ' podem ser ligados individualmente. resul-
tando uma cmtexão em 6.. Na conexão em Y, um condutor neutro. mostrado com linha tta(:e-
jada na Fíg. A.Sa. pode ou não ser trazido para fora. Se existir um condutor neutro. o sis1ema
é trifás ico a <Jualro fi os; se não, é um sisccma lrifásko a tn!s lios. Na co nexão em 11 (F ig.
A.5b). não há oeuLro e apenas um sistema trifá~ico a Lrês fios pode ser fomtado.

(a) (b)
FIGURA A.2 Representação esquemática das bobinas da Fig. A. 1.

F tGURA A.3 Tensõos getadas I'\8S bobinas das Figs. A 1 e A.2.

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A F'tNOICE A CIRCUITOS TRIFÁSICOS 595

FIGURA A.4 Diagrama fasoriat das tensoes geradas.

í,
~


+
v, v(..
+
I+
v.,
+ +
-i,

v - --------- -------00 vn v., i,
i"~
~

' b
+ v,
+
+
v..
-i,
b v+
h!

-i,
<

(a)
-i,
c
( b)

Foau•• A.5 Conexoes trifásicas: (a) conexão em v e (b} conexão ern ó .

As três tensões de fase das Figs. A.3 e A.4 são iguais e defasada..<~; de 120 graus, o que é
uma caraterístjca gerol de um sistema trifásico equilibrado. Além disso, em um sistema trifá~
sico equilibrado, a impedâneiu de qualquer uma das fases é igual a de qualquer 0 11trn das duas
outras fases, de modo que as c.orrentes de fase resultantes são iguais c defasadas entre si de
120 graus. Do mesmo modo. potências ativas iguais e potências reativas iguais circulam em
cada fa<ie. Um sütema rrifd.t ico de.t equllibratlo. no eman10, pode estar desequilibrado de uma
ou mais formas. As tensões de fonte podem estar desequilibradas em magni!Ude ou em fase
ou as impedâncias de fase podem não ser iguais. Obser"e que apenas sistenws equilibrados
são tratados 11e-ste apb tdice, ~ nttrhwn dot métodos desenvolvidos ou (JS conclusões obtillas
aplicam~se a sistemas destquilibrados. A maioria das ar1álises são c-onduzidas supondo que o
sistema esteja cquilibrndo. Muitas cargas industriais são trifásic.as e, ponamo. inerentemente
equilibradas. Quar1d0 cargas n1onofásicas são alimentadas a partir de uma fonte trifásica, es·
forços bem definidos são realizados para manter o sistema trif{t.Sico em equilíbrio. atribuindo
carga<~; monofásicas aproximadameme iguais a cada uma das três fases.

-
A .2 TENSOES, CORRENTES E POTENCIAS TRIFASICAS
. '

Qua.r\do as três rases do cnrolumcnto da Fig. A. l são ligadas em Y. como na Fig. A.5a, o dia~
grama fasorial das tensões é o da Fig. A.6. A ordem das fases ou a seqiiência das jasts na Fig.
A.6 é abc: isto é, a tensão da fase a atinge o seu máximo 12ff antes que a tensão da fa'lie 1>.

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596 MAOuiNAS EltTRICAS

v,.

"" ''
\

''
''
''
_,,'''
' ~
"'
FIGURA A.& Diagrama tasodal de tensões pafa um sistema ligado em Y.

As tel'tsôeS uifásicas \1,., {ib e if.: StiO chamadas tensões de fisse. AS trêS 1ensões \1.at>• V..., e
Vc. são chamadas temujes de linlw* . O uso da notação de duplo índice na Fig. A.6 simplifica
grandemente a tarefa de se desenhar o diag.mma completo. Os rndices indicam os pomos entre
os quais a 1cnsão é dctenninnda. Por exemplo, a tensão \Íat. é calculada como Vab =V•- V.,..
Pela lei das tensões de Kirchhoff. a tensão de linha Vw é
V,.,= V,- V,= ../3 V,l30' ( A. I)
como está mostrado na Fig. A.6. De modo similar,
Í'"' = ../3 V,l 30' (A.2)
e
(A.3)
Essas equações mos1ram <rueo módulo da rensão de linha i ./3 ~·~usa ttnsão defase.
Quando a.~ trê.s falles s.ào ligadas em 6. o respectivo diagrama f:tsoriaJ de correntes está
mostrado na F'ig. A.7. As corremes ll são /:ilf, 1.... e f~. Pela lei das correntes de Kirchhoff. a cor-
rente de linha 1~ é
1, = 1,., - 1" = ../3 i,.l-30' (A.4)
como se pode ver no diagrama fasorial da Fig. A.7. De modo semeJhantc.
i,= .(j i..,L-3rf' (A.5)
e
(A.6)

• N. de T.: Na litcnuut3, (l('Orrell'l l:ltnbém a~ expres!iÕes tenslo linh3·ncutto e tensão linhlll·linl.:t (»r.& 4Con.sôcs de rnsc c de li·
nha, rcllpccli\'õ•mente.

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A~NOICE A CIRCUITOS TRIFÃSICOS 597

~~-L-.------~;~
30" ''
''
''
''
''
'' - i,,
;" ..------------ i,
-/~" l b(_

FtauRA A. 7 Diagrama fasofiaJde oortentes para a conexão em .6..

Expressando em palavras. as Equações A .4 a A.6 mostram que. em uma conexão em A.


o módulo da c:orrente de linho é ./3 a da correnle 6. Evidentemente. as relações entre as cor-
rentes ll e as corremes de linha de uma conexão em 6 são similares àquelas entre as tensões
de fase e de linha de uma conexão em Y.
Tomando paro origem do tempo o ponto positivo máximo da onda de tensão da fase a.
a!.; tensões de fase instantâneas das ttês fases são
u,(r ) =h V,1 coswr (A.7)

·~(I)= h V,r CDS(wt - 120° ) ( A.8)

u,(r) = h v,, cos (wr + 120") ( A .9)

em que V.r é o valor eficaz da tensão de fase. Quand o a.., correntes de fa...,e estão deslocada.'i de
um ângulo 8das respectivas tensões de fase. as correntes de fase instantânea.'\ são
i,(r) =h l ,r cos (wr +O) (A .lO)

i b(l ) =h 1,; COS (WI +0 - 120°) ( A .li)

i,(r) = h 1., cos (wr +O + 120") (A. I2)

em que /d é o valor clicaz da corrcnlc de fase.


A potência instantânea de cada fase toma-se então
p,(t ) = v,(r)i,(t) = V,r 1,, (cos (2M +b) +cosO I (A. I 3)

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AP~NOICE A CIACUrTOS TRIFÁSICOS 599

Aqui. RP é a resistência por fase. A potência total trifásica Pé


P = 3Pp (A. I9)

De modo similar, paro uma potência reativa Q, por fase c uma potêrlcia reativa trifásica
Q.cem-se
(A .20)

e
(A.2 1)

em que XP é a reatância por fase.


Os volts·ampCres (potência aparente) por fase (VA)P e os vohS·<.un~res trifásicos tocais
VA são
(A.22)

VA =3(VA) 0
(A.23)

Nas Equações A. l8 e A.20, 8é o ângulo entre a tC-11$ãO de rase e a corrente de fase. Co·
mo no ca$0 monofásico, é dado por
X
8 = arctg _e.
R,
= arccos RLZp =arcsen _P
X
2
(A.24)
0

O fator de potência de um sistema trifásico equilibrodo é, ponamo, igual no de qualquer sis·


tema monofásic..-o.

A.3 CIRCUITOS COM LIGAÇÕES EM V E 11


Três exemplos específi'-'OS são dados para ilustrar os detalhes de cálculo de c ircuitos liga·
dos em Y e em ó. Comentários explicativos de aplicação genérica foram acrescentados às
soluções.

A Fig. A.9 mostra um sistema de transmissão de 60 Hz. que consiste em umn linha de impe·
dância zl = 0.05 +]0,20 n e, no lado de recepç.ào da mesma, a impedância equivalente é li. =
I0.0 + j3.00 Q. A impedfincia do condutor de retomo deve ser considerada zero.
a. CaJcule a corrente de linha/: a tensão de carga VL; as potências ativa, reativa e aparente da
carga; e as perdas de potência ativa c rc~u i w:1 na linha.
Suponha agora que três sistemas idêmicos a esse devam ser construídos para abaste·
cer três cargas idênticas a essa. Em vez. de desenhar os diagramas. um debaixo do outro.
dcsenhe.os na forma mostrada na Fig. A.IO. que é nawralmeme a mesma do f>OntO de vis·
ta elétrico.
b. Pnra a Fig. A. l O. forneça a corrente e-m c.ada linha: a tensão em cada carga; as po1ên·
cias ativu. reutiva c aparente fornecidas a cada carga: as perdas de potência ativa e rea·
liva em cada um dos três sistemas de transmissão: as potências totais ativa, reativa e
aparente Fon1ecidas às cargas: e as perdas de potências ativa c aparente nos três sistc·
rnas de tr.:msmissão.

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AP!Na1ce A C1RCu1ros r ...ÁSICOS 601

0.05 + j0.20

10.0 + jJ.OO

10,0 + j3.00 10.0 + j3.00

FIGURA A.1 1 Circuito para o Exemplo A. I. partes (c) a (e).

0.05 + j0.20

120V 10.0 + j3.<x:)

120 V IO,O+j.l.OO
O.OS+jO.lO

0.05 + ) 0.20

FIGURA A.12 Circuito para o Exemplo A 1. parte (f).

Q, = 11 x, = ( 11.4) 1(3.00) = 300 '""'


(VA)I. = I ' IZ,I = (1 1.4)' V(JO.O)' + (3.00) 1 = 1360 VA
P, = 11R, = ( 11.4)110.05) = 6.5 W
Q1 = / 2 X1 = ( 11.4) 2(0,20) = 26 var

b. Obvinmerne. os quatro primeiros têm os me$ moS valores da par1e (a).


Pmência 101al = 3P, =3( 1300) =3900 W
Potência reativa tolal = 3Q, = 3(390) = 11 70 var
=
Po1ência apareme 1o1al J(VA), = 3( 1360) 4080 VA =
Pcrdusde potência 101al = 3P1 = 3(6,5) = 19,5 W
Perdas de po1ência rea1iva = 3Q1 = 3(26) = 78 var
c. Os resultados obtidos na pane (b) nào se ahe.ram com essa mOOificação. A lcnsão das par·
tes (a) e (b) é agora a tensão de fase. A tensão de linha é
./3(1 19) = 206 v

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AP~NOICE A CIRCUITOS TRIFÁSICOS 603

• o--,-----,
Zv c 4.,00 + jl.OO
. s.oo~
208V

·~------------~
FtGURA A.13 Circuito para o Exemplo A2.

Três impedãncias de valor z. = 12,00 +fo,OO = 15,00<36,9' fl são ligadas em t., como e.<tá
mostrado na Fig. A.J4. Para tensões equi l ibrada~ de linha de 208 V, encontre a corrente de li·
nha. o fator de potência e as potências ativa. reativa e aparente .
• •
Solução
A tensão em qualquer um dos ramos do 6., V", é igual à lensiio de linha \'11nkl. que é igual n ,fj
vezes a tensão de fase V. ConscqOcntcmcntc.

I' =
v......
../3
208
= ../3 = 120V

e a corrente no ll é dada pela tensão de linha dividida pela impedância A. ou seja,


... V11,.,. 208
Io= z, = 15.00 136,9• = 13.87!-36.9' A

O fator de potência é igual n cos 8 = cos (-36.9') = 0.80 indutivo


Da Equação A.4, a corrente de fase é igual a
I = ../31, = ../3( t3.87) B 24.0 A

Também
P = 3P, = 3/! R, = 3( 13.87)1( t2.00) = 69t0 W
Q = 3Q, = 3t; x, = 3( t3.87)1(9,00) = 5t80var

z .) = 12.00 + j9.oo
= IS,rJO flM'

·~-----~~
FoouAA A.14 Circuito para o Exemplo A.3.

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,
MAQUINA
, S A. E. Fitzgerold
Chorles Kingsley, Jr.
ELETRICAS Stephen D. Umons

Totalmente atualizado, a 6° edíç6o de ;u;..,.., E' ·•· mantém


a ênfase em prindpios fundamentais e rociodnio físico, o marco
registrada deste texto cl6ss1CO. Este livro serve de introdução às
máquinas elétricos, à eletrõruca de potência e oo controle de móqu1nos.

Cada capítulo contêm exemplos numéricos poro ilustrar conceitos


impottontes. Problemas p<óhcos são, em mvaos cosas, ocomponhodos
das soluções, oferecendo um reforço adicional.

Destaques desta edição:


Um copHulo sobte elott6nica do potência introdu'% os componentes
b6sicos dos circuitos de potência assim como configurações típicos
de circuitos de retiftcaç6o e inversão, encontrados em acionamentos
de motor modernos.

• Um novo capitulo sabre o controle de velocidade e conjugado em


motores CC e CA apresento os conceitos básicos do acionamento
de motores em mõquinos CC e CA. Inclui uma discussão sobre o
técnico de controle por campo orientada, amplamente utilizado
em sistemas de ocionornento modernos.

O capítulo sobre molares mono e bifásicos inclui uma formulação


analítico generalizado poro os máquinas bifósicas de indução não
simétricos. Essa formulação é aplicada entõa ao coso genérico de
um motor de indução monofósico com os enrolamentos principal
e auxiliar operando.

O popular software interativo MATtAB" foi introduzido em exemplos


e problemas próticos.

Mt..·'f•'• Ir .,, é adequado poro ser utilizado por alunos de


groduoçõa e de discipli nas introdutórias de p6s-groduoç6o.

1 ~ artmed~
EDITORA
AESPEITO PELO CONtl(CI'-tENlO

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