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Introdução à óptica geométrica

Fontes de luz  Meio opaco: é um meio onde a luz


Existem dois tipos de fontes de luz na é absorvida e refletida e não
natureza: a fonte primária e a consegue atravessar o objeto.
secundária. Uma fonte de luz primária
gera a sua própria luz. O Sol, uma tela
de televisão ligada e uma fogueira
acesa são exemplos de fontes de luz
primária. Uma fonte de luz secundária
é um objeto que não produz a sua
própria luz. É necessário que a luz de
uma fonte primária reflita nesses
objetos para que eles possam serem  Meio transparente: é um meio que
vistos. permite a passagem da luz sem
provocar desvios irregulares.

As dimensões das fontes de luz podem


ser resumidas a seguir:  Meio translúcido: é um meio que
 Fonte Puntiforme ou Pontual: é permite a passagem da luz, porém
toda fonte que tem tamanho os raios de luz sofrem desvios
desprezível em relação à distância aleatórios e a imagem do objeto não
dela ao observador, como um é clara.
vagalume por exemplo.
 Fonte de Luz Extensa: é toda fonte
que tem dimensões relevantes em
relação à distância dela ao
observador, como o Sol e a Lua.

Meios de propagação da
luz Princípios da ótica
No cotidiano, existem três meios onde geométrica
a luz pode se propagar: A luz apresenta três princípios que são
fundamentais para explicar diversos
fenômenos presentes no cotidiano.
Observe a ilustração a seguir. Uma
1) Princípio da independência dos fonte puntiforme e um anteparo (meio
raios luminosos: opaco) de raio a . Uma sombra de raio b
A luz não é matéria, mas sim uma onda é produzida atrás do anteparo. Sendo x
que transporta energia. Por isso, a distância da fonte ao anteparo e y a
quando dois raios de luz se cruzam, distância da fonte à sombra, temos:
eles mantêm as suas trajetórias sem
nenhuma interação.
2) Princípio da reversibilidade dos
raios luminosos:
O princípio da reversibilidade afirma
que o caminho seguido por um raio de
x a
luz em um sentido deve ser o mesmo =
y b
no sentido inverso. Observe a luz A relação acima permite determinar as
percorrendo o caminho AB e refletindo grandezas x , y , a e b . Fontes
no espelho do lado esquerdo. A luz puntiformes não produzem
percorre o caminho BC. Agora inverta penumbra.
o processo. Faça com que a luz
percorra o caminho CB e você notará  Fonte extensa:
que o raio refletido segue exatamente o As fontes extensas, como uma lâmpada
caminho BA. fluorescente, são capazes de produzir
regiões de sombra (ausência total de
luz) e penumbra (região pouco
iluminada).

3) Princípio da propagação retilínea


da luz:
A luz se propaga em linha reta nos
meios homogêneos. Uma simples
prova dessa propriedade é acionar um
laser. Observamos que a luz se propaga Fases da lua
em linha reta até atingir uma superfície, A Lua executa um movimento
como uma parede. aproximadamente circular em torno da
Terra, completando uma volta em 28
Consequência da dias. As fases da Lua representam a
propagação retilínea da parte da luz que observamos
dependendo da posição da Lua em
luz relação à Terra. A cada semana a
 Fonte puntiforme: aparência da Lua muda. Ela pode se
apresentar completamente iluminada
pelo Sol (Lua cheia), parcialmente
iluminada (Lua crescente ou  Eclipse solar: o eclipse do Sol
minguante) ou simplesmente ocorre durante o dia quando a Lua se
desaparecer (Lua nova). O fenômeno alinha entre o Sol e a Terra. A Lua é
ocorre devido a sua translação ao redor um meio opaco e não permite a
da Terra. Observe o esquema que passagem da luz. A sombra da Lua
resume as fases da lua. se projeta sobre uma região pequena
da Terra. A Lua encobre o Sol e o
dia se transforma em noite.

Eclipse
Os eclipses são fenômenos que
ocorrem devido à propagação retilínea Câmara escura
da luz. Existem dois tipos de eclipses:
A câmara escura funciona através do
o lunar e o solar.
princípio da propagação retilínea da
luz. Observe na figura abaixo a
 Eclipse lunar: o eclipse lunar ocorre trajetória seguida por dois raios que
quando a Lua passa pelo cone de partem das extremidades do objeto e
sombra da Terra (região não atingem o papel vegetal no fundo da
iluminada pelo Sol) e os três astros caixa. A imagem tem a orientação
estão perfeitamente alinhados. invertida (nesse caso, se forma de
cabeça para baixo).

Sendo o e i o tamanho do objeto e da


O eclipse penumbral ocorre quando a imagem respectivamente; p a distância
Lua entra na penumbra da Terra. do objeto à câmara escura e p ' é o
O eclipse lunar pode ser total (a Lua tamanho da câmara, temos:
entra por completo na sombra da Terra)
ou parcial (apenas uma parte da Lua i −p'
=
o p
entra na sombra da Terra). Um eclipse
total da Lua dura, aproximadamente,
1,7 hora.
Espelhos planos
Reflexão luminosa
A reflexão luminosa é o fenômeno
onde a luz reflete em um obstáculo e
retorna para o mesmo meio. No
cotidiano, existem dois tipos de
reflexão luminosa, que serão vistos a
seguir:

 Reflexão regular: a luz reflete em


uma superfície plana e regular.
As leis de reflexão
Considere um feixe de luz incidindo
em uma superfície regular como mostra
a ilustração a seguir:

Na ilustração acima, os raios de luz


(paralelos entre si) refletem em um
espelho plano (superfície plana e
regular) e retornam paralelos para o
mesmo meio (ar). A normal ( N ) é uma linha imaginária
perpendicular à superfície. O raio
 Reflexão difusa: a luz reflete em incidente e a normal formam um
uma superfície irregular. Feixes de ângulo (i – ângulo de incidência). O
raios paralelos refletem na superfície raio refletido e a normal também
e retornam em todas as direções. formam um ângulo (r – ângulo de
reflexão). As leis da reflexão estão
resumidas a seguir:
1ª lei: o raio incidente, o raio refletido e
a normal pertencem ao mesmo plano.
2ª lei: o ângulo de incidência e o
ângulo de reflexão são iguais.
i=r

Em um espelho plano, objeto e


Imagem virtual e real imagens são figuras enantiomorfas, ou
Uma imagem virtual é aquela que seja, apresentam formas contrárias
aparece apenas no sistema óptico (inversão da esquerda e da direita).
(espelhos ou lente) e não pode ser
projetada em nenhuma superfície Campo visual
(parede, tela ou folha de papel). O campo visual de um espelho plano é
Uma imagem real é aquela que não só uma região do espaço onde os objetos
aparece no sistema óptico, mas também ali posicionados são vistos, por
pode ser projetada em alguma reflexão, no espelho plano.
superfície, como ocorre na imagem na O campo visual é determinado
tela do cinema. seguindo os dois procedimentos a
seguir:
Características espelhos
planos
Os espelhos planos são superfícies
planas e regulares.
Algumas características são:
- o tamanho da imagem i formada por
um objeto extenso de tamanho o são
iguais. 1) Traçamos o ponto imagem P ' do
- a distância do espelho ao objeto d é observador P (lembre-se que a
igual à distância da imagem do objeto distância da imagem do observador ao
ao espelho d ' . espelho é a mesma que a distância do
observador ao espelho).
Observe a imagem da palavra FÍSICA
refletida no espelho plano abaixo: 2) Traçamos, a partir do ponto imagem
P ' , duas retas passando pelas bordas do
espelho.

A região entre essas duas retas situadas


a frente do espelho é denominada
campo visual. Os objetos ali
posicionados podem ser vistos (por Imagem espelhos
reflexão) no espelho.
conjugados
Considere dois espelhos planos
Translação conjugados que formam um ângulo α
Considere que um espelho plano se entre si. O número de imagens
desloca uma distância x da sua posição formadas ( N ) por esses dois espelhos é
inicial. A imagem de um objeto fixo se dado pela expressão abaixo:
desloca D=2 x no mesmo sentido. Dessa
forma, se um espelho plano se desloca 360 º
N= −1
com uma velocidade v, a imagem do α
objeto se desloca com velocidade 2 v .

Cores dos objetos


Observe a bandeira do Brasil abaixo.

Rotação
A rotação é um movimento do espelho
em torno de um eixo que faz a imagem A bandeira é formada por um retângulo
rotacionar. Na ilustração abaixo, um da cor verde, um losango da cor
espelho gira no sentido indicado. amarela, um círculo da cor azul, de
uma faixa central da cor branca com a
expressão “Ordem e Progresso” na cor
verde. Por que enxergamos cada parte
da bandeira nessas cores?
Isaac Newton propões que a luz branca
é um somatório de todas as cores
(vermelho, laranja, amarelo, verde,
O espelho gira de um ângulo da azul, anil e violeta). A luz branca é
posição 1 para a posição 2. A imagem lançada sobre a bandeira e a estrutura
também muda de posição, rotacionando atômica de cada parte do tecido é capaz
de um ângulo que é duas vezes maior de refletir apenas a cor vista e absorver
que o primeiro. todas as outras cores.
Dessa forma, o tecido verde absorve
todas as cores da luz branca, exceto a
verde, que é refletida. O mesmo
raciocínio para as partes amarela e azul
da bandeira.
A faixa central é vista na cor branca,
pois reflete todas as cores da luz
incidente.

Cor preta
Um objeto na cor preta absorve todas
as cores e não reflete nenhuma. Por
isso que, em um quarto escuro, todos
os objetos são pretos, pois não há luz
de nenhuma cor para refletir.

Espelhos esféricos
Classificação Elementos do espelho
Os espelhos esféricos são calotas esférico
esféricas onde uma das superfícies é Na figura abaixo, é apresentado um
refletora. A parte interna funciona espelho esférico côncavo e seus
como um espelho côncavo e a parte respectivos elementos.
externa funciona como um espelho
convexo.

Os espelhos côncavos podem produzir C (centro de curvatura): centro da


imagens reais e virtuais, e os espelhos esfera que contém a superfície do
convexos somente produzem imagens espelho.
virtuais. F (foco): ponto médio entre o centro de
curvatura e o vértice do espelho.
V (vértice): centro da calota esférica,
ou seja, o centro da superfície do
espelho.
R (raio de curvatura): raio da esfera que  Raio que incide sobre o centro de
contém a superfície do espelho. curvatura, reflete no espelho e
A distância focal é metade do raio de retorna pelo centro de curvatura.
curvatura.
R
f=
2

f (distância focal): distância do foco ao


espelho.
Eixo principal: segmento de reta que
passa pelo centro de curvatura e pelo
vértice do espelho.
 Raio que incide no vértice do
Raios particulares espelho e reflete formando o mesmo
ângulo em relação ao eixo principal.
 Raio que incide paralelamente ao
eixo principal do espelho, reflete e
passa pelo foco.

O ângulo entre o raio de luz e o eixo


principal do espelho e o ângulo entre o
raio de luz que é refletido e o eixo
principal do espelho são iguais, após
 Raio que incide pelo foco, é refletido
refletirem no vértice do espelho.
pelo espelho e emerge paralelamente
ao eixo principal.
Formação de imagens
As imagens nos espelhos esféricos são
formadas por, pelo menos, dois raios
que se cruzam. Para isso, utilizamos os
raios particulares acima.

 Espelhos côncavos: o espelho


côncavo, ao contrário do espelho
convexo (que só forma imagem
virtual), é capaz de gerar imagens reais
ou virtuais. A natureza da imagem
depende da posição do objeto em - objeto sobre o foco:
relação ao espelho.

- objeto além do centro de curvatura:

Repare que os raios não se cruzam,


portanto, não há formação de nenhuma
Natureza da imagem: real, invertida e imagem, que é dita imprópria.
menor que o objeto.
- objeto entre o foco e o espelho:
- objeto sobre o centro de curvatura:

Natureza da imagem: virtual, direita e


Natureza da imagem: real, invertida e maior que o objeto.
do mesmo tamanho que o objeto.
 Espelhos convexos: o
- objeto entre o centro de curvatura e prolongamento dos raios de luz se
o foco do espelho: cruza atrás do espelho e forma, sempre,
uma imagem virtual, direita e menor do
que o objeto.

Natureza da imagem: real, invertida e


maior que o objeto.

A matemática dos espelhos


O eixo x é o eixo das distâncias e o
eixo y é o eixo dos tamanhos (do objeto
e da imagem).

Equação de Gauss
A equação de Gauss relaciona a
distância focal do espelho f e as
Os objetos e as imagens reais estão do distâncias do objeto p e da imagem p '
mesmo lado no qual a luz incide, ou ao espelho.
seja, estão do mesmo lado da superfície
refletora. Os objetos e as imagens 1 1 1
= +
virtuais encontram-se em lados f p p'
opostos. Observando o referencial,
notamos que distâncias reais são
positivas e que distâncias virtuais são Aumento linear ( A)
negativas. O aumento linear transversal é um
número que compara o tamanho da
Adotamos as convenções de sinais imagem i formada com o tamanho do
abaixo para a distância do objeto ao objeto o .
espelho p e para a distância da imagem
ao espelho p ' : −i −p '
A= =
o p
 '
p >0 – imagem real
 p <0 – imagem virtual
'

Observe a convenção de sinais para o


tamanho da imagem i:

 i>0 – imagem direita


 i<0 – imagem invertida

O espelho côncavo possui foco real (na


frente do espelho) e a sua distância
focal f é positiva. O espelho convexo
possui foco virtual (atrás do espelho) e
sua distância focal f é negativa.

 f >0 – espelho côncavo


 f <0 – espelho convexo
Refração da luz
O fenômeno da refração outro é conhecida como refração da
O experimento abaixo é bem simples luz.
de realizar e ilustra este fenômeno.
Índice de refração (n)
A luz sofre um desvio quando passa de
um meio para outro devido a mudança
na sua velocidade. Pense que cada
meio oferece uma “resistência” ao
movimento da luz.

A luz sofre um desvio ao passar de um


meio (água) para outro meio (ar). A
passagem desse feixe de um meio para
 Dioptro: superfície que separa os
Para medir essa resistência, os físicos dois meios.
introduziram o índice de refração  Normal: linha imaginária
absoluto n, que compara a velocidade perpendicular à superfície que divide
da luz v em um determinado meio, com os dois meios (dioptro).
a velocidade da luz no vácuo c .  Ângulo de incidência: o ângulo
c
entre o raio incidente (raio de luz no
n= meio 1) e a normal.
v
 Ângulo de refração: o ângulo entre
o raio refratado (raio de luz no meio 2)
No vácuo, o índice de refração é n=1, o
e a normal.
menor possível, pois v=c . No ar, a
velocidade pouco muda em relação ao
1ª Lei da refração: o raio incidente, a
vácuo e seu valor é muito próximo de 1
normal e o raio refratado são
. Para efeito de cálculos, n ar=1.
coplanares, ou seja, estão no mesmo
plano.
Entre dois meios onde ocorre a
refração, o que apresenta maior índice
2ª Lei da refração: lei de Snell –
é denominado mais refringente e o
Descartes.
que apresenta menor índice é
denominado menos refringente. n1 . sen ( θ 1 )=n2 . sen ( θ 2 )

Lei de Snell – Descartes Manipulando a fórmula, podemos


Observe a figura abaixo com os encontrar:
elementos importantes no estudo da n1 . sen ( θ 1 )=n2 . sen ( θ 2 )
refração:
c c
. sen ( θ1 )= . sen ( θ2 )
v1 v2
1 1
. sen ( θ1 )= . sen ( θ2 )
v1 v2

v 2 . sen ( θ1 )=v 1 . sen ( θ2 )

Onde:
- n1 e n2 – índices de refração dos meios
1 e 2, respectivamente.
- sen ( θ1 ) – seno do ângulo de incidência i
. O ângulo de refração r é maior que o
- sen ( θ2 ) – seno do ângulo de refração r . ângulo incidente .
i

Quando um raio de luz incide sobre a


Comportamento da luz normal, não há desvio do raio.
Quando a luz passa de um meio menor
refringente para um meio mais Dispersão luminosa
refringente, o raio de luz se aproxima Isaac Newton observou que a luz
da normal. branca se decompunha em várias cores
quando atravessava um prisma. Isso
ocorre, pois o índice de refração é
diferente para cada cor dentro de um
meio diferente do vácuo (neste meio, as
cores possuem a mesma velocidade). O
menor índice de refração é para a luz
vermelha e o maior índice de refração é
para a luz violeta. Por isso, a luz
violeta desvia mais que a luz vermelha.
O ângulo de refração r é menor que o
ângulo incidente i.

Quando a luz passa de um meio mais


refringente para um meio menos
refringente, o raio de luz se afasta da
normal.

Dioptro plano
Para raios paraxiais em relação à
vertical que passa pelo observador, ou
seja, o observador deve estar próximo
da vertical que passa pelo objeto, a
fórmula do dioptro plano é:

d
=n+ ¿ ¿
d' n−¿¿

Onde n−¿ é o menor índice de refração


e n+¿ o maior índice de refração. d é a
distância do objeto à superfície e d ' a
distância da imagem à superfície.
Reflexão interna total
Já aprendemos que um raio de luz pode
passar de um meio menos refringente
 Objeto localizado em um meio de n−¿
para o mais refringente n+¿ ou vice-
índice de refração maior que o do
versa. Podemos resumir o que acontece
observador (uma pessoa olhando
com os raios na tabela abaixo:
um peixe no fundo de um aquário):
Trajeto Raio ier

n−⟹ n+¿
Se aproxima da i>r
normal
n+⟹ n−¿
Se afasta da i<r
normal

Repare que, na primeira situação, a


refração sempre acontece. O ângulo de
incidência pode variar entre 0 º e 90 º e o
ângulo de refração r sempre será um
número entre 0 º e próximo de 90 º .
 Objeto localizado em um meio de
índice de refração menor que a do
observador (um homem dentro da
água, observando um pássaro
voando):
Nesta situação, quando o ângulo de
No segundo caso, ou seja, quando o incidência for maior ou igual ao ângulo
raio de luz passa de um meio mais limite, o raio sofre uma reflexão e a
refringente para o menos refringente, refração deixa de incidir.
nem sempre a refração ocorre.
Observe, na figura abaixo, que não é A fórmula a seguir permite calcular o
possível que o ângulo de incidência ângulo limite L entre dois meios:
atinja um valor superior ao ângulo
limite L e a refração continuar ¿ ¿
sen ( L )=n−
ocorrendo. n+ ¿ ¿

Onde n−¿ é o menor índice de refração


e n+¿ o maior índice de refração entre
os dois meios ou materiais.
Lentes esféricas
Nomenclatura convergentes ou divergentes, de acordo
Um sistema óptico é constituído por com o meio em que estão inseridas. Se
nlente > nmeio (o que geralmente ocorre), as
uma lente e dois meios que a separam.
Em geral, os meios que separam uma lentes de borda fina são convergentes e
lente são os mesmos, por exemplo: a de borda grossa são divergentes. Se
n meio > nlente, os comportamentos se
uma lente de vidro mergulhada no ar
(veja que a lente é separada por dois invertem: as lentes de borda fina são
meios idênticos – o ar). divergentes e as de borda espessas
Existem dois tipos de lentes de acordo convergentes.
com a espessura da região periférica: as
de bordas finas ou de bordas grossas. A Simbologia
ilustração abaixo resume os seis tipos Esta é a simbologia as duas lentes
de lentes. delgadas (convergente e divergente)
em um caso em que nlente > nmeio:

 Lente delgada convergente:

 Lente delgada divergente:

Elementos de uma lente


Os elementos da lente são apresentados
abaixo:

As lentes de borda fina ou grossa


podem se comportar como lentes
F' possui natureza real nas lentes
convergentes.

- lente divergente:

F' possui natureza virtual nas lentes


 A ponto antiprincipal objeto divergentes.
 A ' ponto antiprincipal imagem  Todo raio que incide na lente
passando pelo foco principal emerge
 F foco objeto
da lente paralelo ao eixo principal.
 F ' foco imagem
 C centro óptico
- lentes convergentes:

Raios particulares
Nos espelhos esféricos, estudamos o
comportamento da reflexão de quatro
raios em particular: paralelo ao eixo
principal, raio que passa pelo foco, raio F possui natureza virtual nas lentes
que passa pelo centro de curvatura e convergentes.
raio que reflete pelo vértice.
O comportamento desses raios permite - lentes divergentes:
a construção de imagens nos espelhos
côncavo e convexo. De modo
semelhante, estudaremos o
comportamento de quatro raios
particulares nas lentes.

 Todo o raio que incide na lente, F possui natureza real nas lentes
paralelamente ao eixo principal, divergentes.
emerge no foco principal.

- lente convergente:
 Qualquer raio de luz paraxial que lente divergente se comporta como o
incidir na lente em uma direção que espelho convexo, formando apenas
passa pelo ponto antiprincipal A irá imagens virtuais.
emergir em uma direção que passa
pelo ponto antiprincipal A ' . - Lentes convergentes:

- lente convergente:  Objeto posicionado além do ponto


antiprincipal objeto:

- lente divergente:

Característica da imagem: real,


invertida e menor do que o objeto.
 Todo raio de luz que passa pelo
centro de uma lente delgada não  Objeto posicionado sobre o ponto
sofre desvio. antiprincipal objeto:

- lente convergente:

Características da imagem: real,


- lente divergente: invertida e do mesmo tamanho que o
objeto.

 Objeto posicionado entre o ponto


antiprincipal e o foco objeto:

Formação de imagens
Por analogia, a lente convergente se
comporta como o espelho côncavo,
formando imagens reais ou virtuais, e a
Características da imagem: real,
invertida e maior que o objeto.

 Objeto posicionado sobre o foco


objeto:

Quando um objeto é colocado sobre o Para facilitar e otimizar tempo na


foco de um espelho côncavo, os raios hora de realizar um exercício que
refletidos são paralelos entre si e não envolva o desenho de raios em
há formação de imagem. O mesmo lentes, sempre usar o raio batendo
ocorre nesta situação para a lente paralelo ao eixo principal e indo
convergente. Repare que os raios até F ' e o raio que passa pelo
refratados são paralelos e, portanto, não centro sem sofrer desvios. O
há formação de imagem real nem encontro desses dois raios será o
virtual. local onde a imagem será
Característica da imagem: imprópria. formada.
A Matemática das lentes
 Objeto posicionado entre o foco
objeto e a lente:

Características da imagem: virtual, A equação de Gauss relaciona a


direita e maior do que o objeto. distância focal das lentes f e as
distâncias do objeto p e da imagem p ' à
- Lentes divergentes: lente.
A formação de imagens em uma lente
divergente é análoga à de um espelho
1 1 1
esférico convexo. A imagem formada = +
f p p'
será sempre virtual, direita e menor que
o objeto, independentemente da
posição do objeto em relação à lente.
O aumento linear transversal é um A vergência de uma lente convergente
número que compara o tamanho da é positiva e de uma lente divergente é
imagem i formada com o tamanho do negativa.
objeto o .
Associação de lentes
−i −p ' A vergência equivalente de uma
A= =
o p
associação de lentes é a soma da
vergência de cada lente em particular.
Repare que as duas fórmulas acima são V 1 +V 2=
1 1
+
as mesmas que dos espelhos esféricos. f 1 f2

Regra dos sinais


A convenção adotada para os sinais das
Óptica da visão
grandezas acima é bem parecida com a O olho humano é constituído por uma
adotada para os espelhos esféricos. Em lente convergente (o cristalino) que
resumo: convergem os raios de luz no fundo do
olho. As ondas eletromagnéticas são
transformadas em impulsos elétricos
 f >0 – lente convergente.
que são transportados até o cérebro
 f <0 – lente divergente.
através do nervo óptico. Esses
impulsos elétricos são transformados
 p '>0 – imagem virtual. em imagens no cérebro.
 p' <0 – imagem real. A figura a seguir mostra alguns
elementos de um olho humano:
 i>0 – imagem direita.
 i<0 – imagem invertida.

Vergência de uma lente


A vergência ou convergência mede a
capacidade de uma lente em refratar o
raio de luz. Matematicamente,
podemos calcular a vergência ou
convergência de uma lente através da
fórmula abaixo:
Acomodação visual
V=
1 Um objeto é visto em foco quando os
f
raios de luz provenientes cruzam na
retina. A distância entre o cristalino e a
A unidade da vergência é o inverso do retina é de aproximadamente 15 mm e
metro (m−1) e é denominada dioptria di . não se altera, ou seja, a distância da
imagem à lente p ' é constante.
chegarem ao cristalino, que convergem
 Ponto remoto: é o ponto objeto para os raios de luz para retina.
qual a vista conjuga imagem nítida sem
nenhum esforço de acomodação. Os
músculos ciliares encontram-se
relaxados e o cristalino assume máxima
distância focal. Em um olho normal,
esse ponto, que é a distância entre o
objeto e o cristalino, localiza-se no
infinito ∞ .
 Ponto próximo: é o ponto para o
qual a vista conjuga imagem nítida
com o máximo esforço de acomodação.
Os músculos ciliares encontram-se
contraídos e o cristalino assume
mínima distância focal. Em um olho
normal, essa distância é de Esquematicamente, temos:
aproximadamente 25 cm.

Os defeitos visuais
 Miopia:
A miopia se caracteriza pela
dificuldade de a pessoa enxergar de  Hipermetropia:
longe. Isso ocorre, pois o globo ocular A hipermetropia se caracteriza pela
é mais comprido do que deveria e a dificuldade de a pessoa enxergar de
imagem se forma na frente da retina. A perto. Isso ocorre, pois o globo ocular
imagem de um objeto distante é é mais curto do que deveria e a
borrada (fora do foco). imagem se forma atrás da retina. A
Os míopes têm mais facilidade para imagem de um objeto próximo é
enxergar de perto. borrada (fora de foco). O olho
A miopia é corrigida através de lentes hipermetrope é capaz de enxergar
divergentes. Os raios de luz se objetos no infinito através do esforço
espalham (divergem) antes de dos músculos ciliares. Em
contrapartida, a pessoa com
hipermetropia tem dificuldades para As lentes bifocais são usadas para a
enxergar objetos próximos, pois o correção da presbiopia. Uma parte da
ponto próximo situa mais distante do lente é usada para enxergar de perto
olho do que de uma pessoa com visão enquanto a outra é usada para enxergar
normal. de longe.
A hipermetropia é corrigida através de Esquematicamente, temos:
lentes convergentes. Os raios de luz se
convergem (se juntam) antes de
chegarem ao cristalino, que convergem
os raios de luz para a retina.

 Astigmatismo:
O astigmatismo é uma assimetria do
globo ocular, caracterizado por um erro
refracional que ocorre por uma
diferença entre as curvaturas da córnea.
Alguns raios de luz são focalizados na
retina e outros não, formando imagens
embaçadas. Todos os objetos tanto
Esquematicamente, temos: próximos quanto distantes ficam
distorcidos.

 Presbiopia:
A presbiopia é caracterizada como a Usa-se lentes cilíndricas (plano
dificuldade para alternar o foco convexa ou plano côncava) para a
entre um objeto longe e outro perto. correção do astigmatismo.
Isso ocorre devido ao enrijecimento do
músculo ciliar com o passar dos anos.  Estrabismo:
Essa doença da visão é conhecida É a incapacidade de dirigir os olhos,
como vista cansada. simultaneamente, na mesma direção. A
correção é feita com lentes
prismáticas.

A matemática nos defeitos


Para pessoas com hipermetropia, é
possível calcular a dioptria di (“graus”)
necessária para que enxergue normal (
p =25 cm ) relacionando-se a distância
'

focal f (em m−1) com a distância que o


paciente enxerga bem sem lentes d e o
ponto próximo usual. Dessa forma,
1
considerando a relação V = f =D , temos:

1 1
D= −
0 , 25 d

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