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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JÚLIO DE MESQUITA FILHO”

Campus de Bauru – FC – Programa de Pós-graduação em Educação para a Ciência

ASTRONOMIA PARA EDUCAÇÃO BÁSICA


ENSINO FUNDAMENTAL

Discentes: Elizandra Freitas Moraes Borges


(Doutoranda PPGECM/UFG) e Victória Hévelyn
Pires Fernandes (Mestranda PPGECM/UFG)

Material de apoio para professores produzido


durante a disciplina de Ensino de Astronomia para
a educação básica: fundamentos e métodos Prof. Dr.
Rodolfo Langhi

2021
SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO...............................................................................................................................................4

CONTEÚDOS TEÓRICOS DE ASTRONOMIA ...............................................................................................5

SISTEMA SOL, TERRA, LUA E SEUS FENÔMENOS .................................................................. 6

O SISTEMA SOLAR ............................................................................................................. 30

O SOL – NOSSA ESTRELA ................................................................................................... 33

PLANETAS, SATÉLITES E OUTROS ELEMENTOS DO SISTEMA SOLAR.................................. 39

ASTROFÍSICA ..................................................................................................................... 52

COSMOLOGIA .................................................................................................................... 78

COSMOLOGIA MODERNA ................................................................................................. 113

ATIVIDADES PRÁTICAS PARA O ENSINO DE ASTRONOMIA.............................................................130

ARTIGOS DA ÁREA DE EDUCAÇÃO EM ASTRONOMIA ......................................................................137


APRESENTAÇÃO

O presente material é o resultado da disciplina Ensino de Astronomia para a educação básica:


fundamentos e métodos – 2021/1, ministrada remotamente pelo Professor Dr. Rodolfo Langhi. Teve
como base teórica os vídeos gravados da VI Semana de Imersão Total em Astronomia, realizada de 20
a 24 de janeiro de 2020, organizada pelo Observatório Didático de Astronomia "Lionel José Andriatto"
Unesp Bauru e ministrada pelo Professor Dr. Roberto Boczko.
Na primeira parte, apresenta-se uma base teórica para conteúdos de Astronomia que objetiva
oferecer aos docentes subsídios teóricos para o ensino da Astronomia na sala de aula.
Na segunda parte, oferecemos algumas sugestões de Atividades Práticas que contribuirão à
experimentação dos temas de Astronomia.
Na terceira parte, sugerimos uma coletânea de artigos em Educação em Astronomia com intuito
de oferecer aos docentes acesso a literatura da área.

Elizandra e Victória

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CONTEÚDOS TEÓRICOS DE
ASTRONOMIA

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SISTEMA SOL, TERRA, LUA E SEUS FENÔMENOS

Movimento aparente dos astros


Os astros percorrem movimentos no céu em relação às estrelas. Dentre eles pode-se citar o Sol,
a Lua e os planetas. A causa principal para o movimento destes astros são os movimentos da Terra,
principalmente o movimento de Rotação. Por movimento de Rotação entende-se o giro que a Terra dá
em torno de um eixo que passa no seu centro. Os movimentos originam alguns fenômenos. Por
exemplo, o movimento de rotação é responsável pelos dias e noites; já a translação, pelas estações do
ano.
Observando o céu durante o dia (figura 1), vê-se principalmente o deslocamento do Sol no céu.
O Sol é por convenção um ponteiro do relógio celeste. Segundo Boczko (2020), o sistema horário foi
definido em função do movimento aparente do Sol a partir de um referencial no Hemisfério Norte.
Portanto, no Sul, observa-se o movimento contrário.

Figura 1 Movimento aparente do Sol no céu

Fonte:
https://www.researchgate.net/publication/305751802
_Analise_termica_de_barragens_de_betao_durante_a
_construcao_-
_Aplicacao_a_Barragem_de_Alqueva/figures?lo=1

Ao se observar o céu a olho nu, no período da noite, pode-se reconhecer, em condições normais,
aproximadamente 6000 estrelas. As estrelas são consideradas fixas em relação uma das outras.
Observação importante: Para o estudo da Astronomia se faz necessário um espírito de observação
e investigação, buscando diferenciar o que se pode ser comprovado pelos fatos e não só pela crença.
Neste sentido, muito importante a diferenciação entre Astronomia e Astrologia. A primeira é
ciência pois observa, modeliza, verifica e aceita ou refuta a partir do que se observou. A segunda
caracteriza-se pela crença sem comprovação, ou seja não tem por base as regras da investigação

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científica.

Sistema Sol-Terra
O modelo utilizado para a visualização dos movimentos da Terra consiste de uma esfera, com
um eixo perpendicular ao centro da circunferência da Terra, convencionada por Equador terrestre,
determinando na esfera o plano do Equador. O plano do Equador divide a Terra em dois hemisférios:
Norte e Sul.
Sendo assim, um primeiro movimento que podemos analisar, é aquele que faz com que a Terra
gire em torno do próprio eixo. Esse movimento é denominado Rotação.
Para compreender o sentido do movimento de Rotação basta que se posicione a mão com o
polegar da mão direita apontado para cima e os quatros dedos na perpendicular, girando no sentido do
fechar dos dedos (figura 2).
Figura 2 Sentido do movimento de Rotação –
regra da mão direita

Fonte: https://cursoenemgratuito.com.br/rotacao/

Um outro movimento da Terra é o de translação. Este movimento se caracteriza pelo


movimento da Terra em torno do Sol, numa trajetória elíptica porém com excentricidade muito
pequena, tornando-a uma quase circunferência. É importante se observar que os movimentos de
rotação e translação da Terra têm o mesmo sentido.

Movimento diurno aparente do Sol visto do Hemisfério Sul da Terra.


Colocando-se um observador posicionado no Hemisfério Sul da Terra voltado para o lado Sul
observa-se o Sol se movimentando de Leste para Oeste.

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Figura 3 Observador voltado para o lado Sul observando o
movimento aparente do Sol no sentido horário.

Fonte: Adaptada do software Stellarium

Suponha-se que um outro observador, externo à Terra, vê o movimento aparente do Sol


observando uma esfera hipotética, denominada Esfera Celeste. Nesta esfera hipotética existem alguns
elementos importantes convencionados para facilitar a compreensão. São eles: Zênite, ponto da Esfera
Celeste que se situa na vertical (perpendicular) do observador, sobre a sua cabeça. Do lado oposto ao
Zênite, na vertical do observador, encontra-se o ponto denominado Nadir.

Figura 4 Esfera celeste

Fonte:http://www.virtual.ufc.br/solar/aula_link/S
OLAR_2/Curso_de_Graduacao_a_Distancia/LFIS/
I_a_P/Introducao_a_Astronomia/aula_03/01.html

O ponto mais alto do Sol no céu é costumeiramente, “chamado” de “meio-dia”. Porém, não
necessariamente é 12 horas no relógio e sim o meio-dia da trajetória aparente do Sol.

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O dia completo ou Dia Solar é o intervalo de tempo entre 02 (duas) passagens do Sol pelo ponto
mais alto de sua trajetória perfazendo 24 horas.
Ainda observando-se o movimento do Sol no céu pode-se afirmar que ele surge no lado leste e
não necessariamente no ponto leste, isso ocorre em função do movimento de translação.

Como determinar os pontos cardeais


Para se atender a necessidade de localização e orientação humana, foram criados os pontos
cardeais que são a referência para um observador terrestre sobre os astros que aparecem no céu. Assim
sendo, a determinação dos pontos cardeais, na Terra, pode ser feita a partir de um experimento simples
com uma haste, chamada gnômon, fixada no solo, perpendicularmente. Nesta haste, fixada ao ar livre,
observa-se o comprimento de sua sombra. Na observação desse comprimento é possível deduzir
geometricamente a localização dos pontos cardeais (figura 5)

Figura 5 Determinação dos pontos cardeais por


meio da observação da sombra de um gnômon

NASCENTE

Meridiano
Linha do meio-dia

OCASO

Fonte: elaborada pela autora

Neste experimento, a menor sombra é aquela obtida ao meio-dia, ou seja, o momento em que o
Sol está em seu ponto mais alto, dividindo a parte clara do dia na metade. A linha que passa
perpendicularmente na linha do meio-dia ou meridiano é a que determina o leste, nascente do Sol, e
oeste, o ocaso do sol.
Para se obter o meridiano basta observar o Sol num período pela manhã medindo sua sombra.
Usar essa medida como o raio de uma circunferência que pode ser traçada em torno do gnômon. No
período da tarde, observar em que momento a sombra novamente tocará na circunferência. Traça-se
a bissetriz entre estes dois comprimentos determinando-se a linha do meio-dia ou meridiano.
No céu é interessante manter a convenção.

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Sistemas de coordenadas

Segundo Boczko (2020) existe uma forma de se indicar um astro no céu. Esta forma é utilizando-se
um Sistema de coordenadas. Este sistema está posto sob o que o autor denomina gaiola imaginária
(Esfera Celeste) a partir: 1) da Terra; ou, 2) a partir do céu.
Para o observador terrestre utiliza-se o Sistema Altazimutal de coordenadas (figura 6) . Neste
sistema fixa-se o ponto no Norte e define-se o ângulo deste ponto até o “pé” do astro. Este ângulo é
denominado Azimute que varia de 00 a 3600. A outra coordenada é determinada do astro até o “pé”
do astro formando um ângulo denominado altura que varia de -900 a 900.

Figura 6 Coordenadas Altazimutais

Fonte: Boczko, 2020.

Já para um referencial que está fora da Terra determina-se as coordenadas de um astro a partir
do que se convencionou Declinação Magnética e Ascensão reta. Essas coordenadas são medidas de
forma semelhante tendo agora como centro da Esfera Celeste a Terra.

O período de rotação da Terra não é igual ao dia solar


O movimento de rotação da Terra é razoavelmente uniforme. Caracteriza-se pelo intervalo de
tempo em que a Terra completa uma volta completa em torno do seu eixo. A alternância entre o dia e
a noite é consequência direta do movimento de rotação da Terra.
Há o dia solar e o dia sideral. O dia sideral é o período de rotação da Terra em relação a, por
exemplo, uma estrela bem distante, tendo duração inferior (23h 56min 4s) ao dia solar (24h)
considerando o intervalo de tempo entre duas passagens sucessivas de um referencial terrestre pelo
Sol.

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Classificando as estrelas segundo seus brilhos
As estrelas podem ser classificadas segundo seu brilho e magnitudes aparentes. O brilho de uma
estrela é a resultante de reações químicas de suas camadas. Por exemplo, uma estrela mais fraca a olho
nu é, por exemplo, de 6ª magnitude. A estrela mais brilhante a olho nu é de 1ª magnitude.
Uma observação interessante nas fotografias astronômicas é o fato de que nelas as estrelas
aparentam ter “quatro raios brilhantes” (figura 7). Isso se deve ao suporte utilizado no equipamento
para segurar as lentes, ou seja, é um Efeito do suporte secundário.

Figura 7 Efeito do suporte secundário

Fonte: https://apod.nasa.gov/apod/ap050830.html

Movimento diurno aparente das estrelas


Dependendo da latitude do observador, ele percebe as constelações (região do céu composta por
um grupo de estrelas) em posições diferentes. Um bom exemplo seria observar uma constelação
conhecida, a Constelação de Órion, em diferentes locais e horários. É certo que esse grupo de estrelas
denominadas de constelação movimentam-se de forma uniforme e juntas surgindo a leste e se pondo
a oeste mantendo a formação.

Constelações
As constelações é um grupo que a convenção humana determinou. Segundo a União
Astronômica Internacional o céu é dividido em 88 constelações.
As constelações tradicionais são aquelas observadas ao longo do caminho aparente que o Sol faz
no céu. São denominadas constelações zodiacais.
O conceito atual do céu delineia uma constelação como uma região “loteada” do céu para melhor
representar o desenho mitológico determinado para representá-la.
Uma constelação caracteriza-se pelo agrupamento de algumas estrelas e, por convenção, chama-

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se  aquela mais brilhante, a menos brilhante que ela ;  a próxima mais brilhante e assim
sucessivamente.
Uma curiosidade é que a constelação da serpente ocupa um grande espaço no céu. Uma parte
deste espaço está entre as constelações tradicionais. Divide-se essa constelação determinando a 89ª
constelação denominada ofiúco.

Observando o movimento aparente das estrelas pelo Cruzeiro do Sul


Pode-se observar o movimento das estrelas aqui no Hemisfério Sul, a partir da observação da
constelação do Cruzeiro do Sul. Esta constelação tem o formato de uma cruz, com uma pequena estrela
chamada intrometida.
O prolongamento do braço maior da cruz do Cruzeiro do Sul, seja qual for a posição em que se
encontre, aponta para o Polo Celeste Sul. Traçando uma perpendicular ao solo a partir do Polo Celeste
Sul, encontra-se o Polo Sul Geográfico conforme a figura 8.

Figura 8 O Cruzeiro do Sul determinando o Polo Celeste Sul e o Polo Sul


Geográfico.

Fonte:
http://www.invivo.fiocruz.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=800&sid=3

Indícios antigos que propõem a Terra esférica em contraposição à ideia da Terra plana.
Apesar da maioria dos filósofos pré-socráticos defenderem a terra plana, Pitágoras de Samos
(VI a.C.) destaca-se por propor indícios que apontavam para a esfericidade da Terra. Seus argumentos
baseavam-se na observação, fato que os tornavam incontestáveis.
1) A visão de um navio chegando ou partindo de um porto. A partir desta observação, percebe-
se com o distanciar-se do navio, partes da embarcação desaparecer gradativamente indicando que isso
ocorria em função da curvatura da Terra (figura 9);

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Figura 9 Visão de um navio partindo de um porto

Fonte:
https://www.canaleducacao.tv/images/slides/40459_cda79665683714419be45
f0368d60b69.pdf

2) A observação da forma da sombra da Terra na lua durante um eclipse lunar (figura 10).
Figura 10 Sombra esférica da Terra na Lua no momento de eclipse
lunar

Fonte: Nasa

Sistema Equatorial de coordenadas

O Sistema Equatorial de coordenadas é um sistema universal reconhecido por ter a Terra como
sendo um “observador”. Assim como o Sistema Altazimutal ou Horizontal possui coordenadas,
definidas por ângulos, que podem ser definidos como: ascensão reta (α) e a declinação (δ). Esse sistema
possui por plano de referência o plano equatorial (Figura 11) .

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Figura 11 Sistema de coordenadas equatorial

Fonte:https://www.if.ufrgs.br/oei/santiago/fis2005
/textos/equatcrds.htm

A ascensão reta é contada para leste e pode assumir valores entre 0° ≤ α ≤360°, ou seja, de 0h a
24h.. A declinação δ é definida como o ângulo entre o plano equatorial e a direção à estrela. Assim
sendo a coordenada da estrela E é definida por E (; ).
Uma curiosidade é como são nomeadas as estrelas. Por serem incontáveis no céu convencionou-
se nomeá-las a partir de sua coordenada do sistema equatorial. Por exemplo:
Estrela Pulsar J0740+6620 tem esse nome por ter ascensão reta 07h40min mais 660 20’ de
declinação.

Movimento diurno aparente das estrelas ao longo do ano


Outro fato interessante de se observar é que as estrelas fixas surgem e se põem na mesma posição
em qualquer dia do ano, com exceção do Sol. Essas repetições periódicas observadas no céu possuem
também características meteorológicas, representadas por variações cíclicas de temperatura.
Por meio da observação anual em um gnômon é possível perceber tais variações. O período do
ano em que sua sombra está mais curta até o período em que está mais longa, determinam os 365 dias,
bem como as estações do ano (figura 12).
Figura 12 Movimento da sombra do gnômon durante o ano

Fonte: Elaborado pelas autoras

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Sombra de um observador ao meio-dia
Observando o movimento aparente do Sol no céu, sabemos que pela percepção visual ele surge
no horizonte Leste e desaparece no horizonte Oeste. Para um experimento utilizando o gnômon tem-
se ao meio-dia a sombra projetada no meridiano local.
Para que a sombra deste gnômon desapareça é necessário que o Sol passe pelo zênite, ou seja,
que seus raios incidam formando um ângulo de 90º com o solo. Este episódio não ocorre em todos os
lugares.
Para constatar isso, basta observar a sombra de um observador ou objeto em diferentes locais da
Terra (figura 1), sempre ao meio-dia (12h), no dia 22 de junho, por exemplo. O dia 22 de junho é,
aproximadamente, a data do Solstício de Verão no Hemisfério Norte e Solstício de Inverno no
Hemisfério Sul.

Figura 13 Sombra de um observador em diferente locais da Terra


Pólo Norte Trópico de Câncer Trópico de Capricórnio Pólo Sul (89º S)
(89º N) (23,5º N) (23,5º S)

Fonte: Adaptado do software NAAP labs

O Trópico de Câncer recebe esse nome pois o ponto mais alto do Sol no dia 22 junho,
aproximadamente, Solstício de Verão, no Norte, o Sol estará na constelação de Câncer.
Trópico significa lugar da Terra onde o sol está no ponto (Norte ou Sul) mais alto em relação ao
Equador.
Então, o Sol fica a pino, ou seja, sobre a cabeça de um observador assim:
• 21 de março (Equinócio de Outono no Hemisfério Sul)
• 23 de setembro (Equinócio de Primavera no Hemisfério Sul)
• 21 de junho (Solstício de Inverno, no Trópico de Câncer)
• 22 de dezembro (Solstício de Inverno, no Trópico de Capricórnio)
Entre os Trópicos de Capricórnio e o Equador o Sol passa a pino duas vezes no ano e entre o Trópico
de Câncer e o Equador também. Exteriormente aos trópicos nunca haverá Sol a pino.

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A Eclíptica e as Estações do Ano

A Eclíptica é a linha pela qual o Sol movimenta-se aparentemente no céu.


Na esfera celeste o ponto  (gama) ou ponto vernal, por convenção, é o ponto em que a eclíptica
corta o Equador.
No ponto vernal inicia-se o outono

Associando movimento diurno do Sol com o movimento anual do Sol


Existem dois movimentos aparentes no céu ao observar-se o Sol. Por causa da rotação da Terra,
os astros se movimentam diariamente, realizando movimentos paralelos à linha do Equador. Esse é o
que se vê por causa do movimento de rotação.
Já o movimento anual aparente do Sol não é paralelo ao plano do Equador Terrestre, mas está
em relação às constelações no período de um ano.
Para um observador nos polos, o movimento do Sol é paralelo ao Equador. Desta forma, durante
o ano ele fará um movimento de rosca girando no horizonte, cada vez mais alto até atingir o trópico
de câncer.

Explicando as Estações do Ano


Figura 14 Determinação das
estações com o uso do Gnômon

Fonte:
http://site.mast.br/exposicoes_hotsites/
exposicao_temporaria_faz_tempo/mo
vimento_sol.html

O tema Estações do Ano deve ser explicado observando-se as duas principais visões: a
topocêntrica e a heliocêntrica. As Estações do Ano ocorrem devido a distribuição da energia solar em
relação à posição da Terra em relação ao Sol. Essa posição define a quantidade de energia distribuída,
determinando assim as estações do ano.

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O grande desafio está em se conseguir explicar a visão topocêntrica observando as Estações do
Ano por meio do experimento do gnômon, facilmente observável, e relacioná-lo como a observação e
identificação dos elementos do gnômon no modelo da esfera celeste (experimento que também pode
ser realizado utilizando um modelo fora de escala mas útil, centrando um foco de luz para representar
o sol, uma tábua ou superfície lisa para representar o plano da eclíptica e quatro globos que representam
o momento em que ocorre a mudança das quatro estações.
É importante lembrar que os motivos pelos quais ocorrem as estações do anos são são:
1) A inclinação do eixo de rotação da Terra que permanece fixo em relação ao plano orbital
(eclíptica); e mede em graus 66,5 e
2) O paralelismo deste eixo com uma direção fixa do espaço
Isso faz com que os Hemisférios recebam diferentes formas de calor em diferentes épocas do ano,
causando diferentes aquecimentos nos hemisférios.

Signos se defazando das constelações zodiacais.


A Terra possui outros tantos movimentos. Um deles é o que se denomina precessão dos
equinócios. Esse é um movimento que faz com que a Terra tem um movimento que se assemelha ao
movimento de um peão, ou seja, sofre um “bamboleio” que faz com que ocorra uma antecipação do
dia do equinócio de outono e, por consequências, de todas as estações. Esse movimento ocorre de
26.000 em 26.000 anos em sentido horário. Esse fato foi observado devido a interseção entre a eclíptica
e o plano do equador se interceptarem um pouco antes neste intervalo de tempo até se repetir
novamente.

Efeitos da precessão sobre a estrela polar e sobre o ano


O movimento de precessão que a Terra faz, provoca a mudança do eixo polar da Terra que se desloca
numa circunferência num período de 26.000 anos até retornar ao ponto inicial. Desta forma pode-se
afirmar que o movimento de translação corresponde necessariamente a um ano.
O ano das estações ou ano trópico é definido pelo intervalo entre dois equinócios de primavera,
exemplo, ou seja, intervalo de tempo entre o início de duas estações homônimas.

Tempo solar médio


O tempo solar médio é a variação entre a hora verdadeira e a hora do relógio.
Para se construir o relógio que atualmente conhecemos adotava-se um relógio de vela como
modelo. Perceberam que a cada dia necessitava-se de velas de comprimentos diferentes, ora mais
compridas, ora mais curtas. Para solucionar este problema admitiu-se a variação no tamanho das velas

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ao longo de 365 dia e calculou-se a média desta variação o que passou a se chamar equação do tempo
que ficou assim definida: A equação do tempo é a diferença entre o tempo solar verdadeiro e o tempo
do relógio

Movimento diurno aparente da Lua visto do Hemisfério Sul da Terra


Assim como o Sol, a Lua surge no horizonte leste em pontos variados, em diferentes épocas do
ano, percorrendo trajetórias diferentes.
A Lua dá, em 27,3 dias, uma volta em torno da Terra. Este movimento tem o nome de Período
Sideral da Lua. O deslocamento da Lua no céu é perceptível, pois ela percorre em uma hora o
equivalente ao seu diâmentro que é aproximadamente 0,550.
Por causa do movimento de rotação da Terra, os astros tendem a se movimentar da esquerda para
direita considerando-se que o observador está voltado para a Constelação do Cruzeiro do Sul.
Utilizando o Sul como o referencial de observação tem-se
1) Com relação ao chão, todos os astros parecem se deslocar para oeste por causa do movimento
de Rotação da Terra;
2) Em relação às estrelas, o Sol e a Lua se deslocam para leste.
O motivo é que nem o Sol e nem a Lua são fixos na Esfera Celeste.

Observando a Lua
Ao observar a Lua é necessário saber descrever e explicar as suas diferentes aparências conforme
vistas de diferentes locais da Terra ou em diferentes instantes. Também é importante dirimir eventuais
erros conceituais oriundos de esquemas mal feitos sobre as fases da lua. Também é necessário saber
explicar o fenômenos dos eclipses, suas causas e seus ciclos.
Sobre sua aparência é importante destacar que está sempre com a mesma face voltada para a
Terra, independentemente de seus movimentos. Uma referência simplificada de sua aparência, a
imagem de um suposto coelho, pode auxiliar um observador perdido, pois o lado onde a suposta
imagem do coelho aparece indica o lado oeste. Por consequência pode-se deduzir os demais pontos
cardeais.
Uma dúvida recorrente é em relação ao tamanho da lua. Porque ela aparenta estar grande?
1) Em função do seu movimento elíptico em volta da Terra, ora perto, ora distante dá a ela,
quando próxima, uma aparência sensivelmente maior;
2) A lua parece maior se houver algum parâmetro de comparação, ou seja, um objeto, uma
construção, dando a impressão visual de que ela é maior
A face da lua voltada para a Terra se chama Face visível ou disco iluminado. A razão dela parecer

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grande é em função das nuvens que formam em torno dela um halo dando-lhe a aparência maior.
A lua observada de vários pontos da Terra estará sempre na mesma fase lunar, porém a vista
entre os hemisférios é invertida. No sul vê-se de um jeito e no norte vê-se espelhada horizontalmente.

Os motivos das fases da Lua


A lua é um corpo iluminado, pois reflete a luz do Sol que é um corpo luminoso. Quando a luz
do Sol incide sobre a lua, ela sempre terá uma metade iluminada. A outra metade não recebe a luz
solar. Daqui da Terra nem sempre a metade iluminada da lua é observada. Isso dá origem ao que
denomina-se fases da lua
As fases da lua se referem então à aparência de sua face visível “disco” desde a Terra. Portanto,
não existe lado escuro da Lua. Existe um lado da lua que naquele dado instante não está iluminado
pelo Sol.
Um bom modelo para se compreender as fases da lua é o modelo em que se destaca o Plano
orbital da lua, que não coincide com o plano da Terra em volta do Sol. Este modelo pode ser mais
complexo, mas evita simplificações, muito comuns nos livros didáticos, que podem induzir a
concepções alternativas.
O tempo para a lua dar uma volta em torno da Terra é de 27,3 dias, diferindo do tempo entre
duas lunações sucessivas (intervalo entre duas luas novas) que é 29,5 dias. Isso se dá em função da
comparação com o movimento da Terra em torno do sol.

Lua nova visível


Há uma crença de que a Lua só surge no período noturno e o Sol durante o dia claro. É possível
observar a lua durante o dia com base no ângulo descrito por um observador terrestre entre ela e o Sol.
Desta forma é possível que a Lua Nova seja observada pois a luz refletida pela Terra na Lua é
refletida novamente pela Lua chama-se Luz Cinérea.
Na lua nova, o sol ilumina o lado da lua não observável por nós, pois faz sua trajetória muito
próxima ao sol. À medida em que se aproximam do quarto crescente a lua forma um ângulo de 900 que
aumenta à medida em que a lua está cheia de forma que lua e só ficam diametralmente oposto. No
quarto minguante a lua e o sol formam um ângulo de 900, que diminui, tornando a lua próxima ao sol
durante a fase nova, percorrendo com ele a mesma trajetória não ficando visível para um observador
terrestre

Eclipses
Um eclipse é a ocultação total ou parcial do sol ou da lua em razão do alinhamento do plano

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orbital lunar com a eclíptica (linha dos nodos) deixando Terra, Sol e Lua alinhados.. Quando a lua
entra na sombra da terra, dá-se um eclipse lunar. Quando a Terra fica na sombra da lua dá-se o eclipse
solar.
1. Existem alguns tipos de eclipses
2. Eclipse lunar parcial
3. Eclipse lunar total
4. Eclipse solar parcial
5. Eclipse solar anular (quando se percebe a borda do sol)
6. Eclipse solar total (quando se percebe a coroa solar)
Uma observação importante é o fato de não ocorrerem eclipses em fase de quarto crescente e
quarto minguante.

Figura 15 Tipo de eclipses solares

Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Eclipse_solar

Condições para ocorrer um eclipse


Duas condições são necessárias para que se ocorra um eclipse:
1) É necessário que a linha dos nodos (linha formada pela intersecção entre o plano orbital
lunar e o plano de referência; e
2) Obrigatoriamente a lua deve estar cheia para que se ocorram eclipses lunares e/ou nova
para que se ocorram eclipses solares.
A umbra é a região da sombra que não recebe luz de nenhum ponto da fonte, o Sol por exemplo. Já
a penumbra é a região da sombra que recebe luz de alguns pontos da fonte.

Duração máxima de um eclipse lunar

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Entre o início de um eclipse penumbral e o final de um eclipse penumbral passam-se 6 horas e
19 minutos. Já entre o início de um eclipse total e o seu final passam-se, no máximo, 1 hora e 45
minutos.
Porque é possível ver a Lua durante um eclipse lunar total?
Isso ocorre porque a atmosfera terrestre funciona como uma lente convexa. A luz do Sol incide
sobre ela, atravessando-a e selecionando a luz vermelha que incide sobre a lua, fazendo que ela reflita
uma coloração avermelhada (lua de sangue).
Figura 16 Condições para ocorrência de eclipses

Fonte:
http://www.virtual.ufc.br/solar/aula_link/SOLAR
_2/Curso_de_Graduacao_a_Distancia/LFIS/I_a_
P/Introducao_a_Astronomia/aula_03/pdf/06.pdf

Outro fenômeno que ocorre, por convenção, é a lua azul. Ela ocorre quando, em um mesmo mês,
ocorrem duas luas cheias. A segunda delas é denominada lua azul.
Um eclipse lunar é uma prova real da esfericidade da Terra, pois a sombra sempre circular da
Terra incide sobre a lua, ocultando-a. Se supuséssemos que a lua fosse plano tal fato não ocorreria em
função da sombra ser um segmento achatado.

Parâmetros que definem o tipo do eclipse solar


Para que ocorra um eclipse parcial ou total a lua deve estar em periélio (mais próxima da Terra)
e o Sol no afélio. Dependendo da localização do observador, ele pode até ser um eclipse parcial ou
total.
Já o eclipse anular ocorre quando a lua está em seu afélio e o sol no Periélio.

Repetição dos eclipses solares e lunares


Existe uma regularidade na repetição dos eclipses que ocorrem num intervalo de 18 anos e 11
meses.

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A medida do raio da Terra.
A medida do raio da Terra foi calculada a partir de um experimento realizado por Eratóstenes
(4a.C.). Tal fato também comprova a esfericidade da Terra.
Figura 17 Medida do raio da Terra

Fonte: http://www.ime.unicamp.br/~apmat/a-primeira-
medicao-do-raio-da-terra/

O Astrolábio é um instrumento muito utilizado para medir-se, em navegação, os astros no céu,


determinando a latitude astronômica.
Figura 18 Astrolábio náutico

Fonte: https://www.todamateria.com.br/astrolabio/

Distância da Terra ao Sol


Em III a.C, Aristarco propôs e testou um modelo matemático para calcular a distância entre a
Terra e o Sol. Neste método utilizou como premissa o fato da lua estar em quarto crescente para que
ela pudesse ser visualizada no céu junto com o Sol. Isto se justifica pois assim estabeleceria um
triângulo retângulo onde se pudesse resolver, usando as propriedades já conhecidas deste tipo de
triângulo, para se calcular a distância da Terra ao Sol. (figura 19)

22
Figura 19 Distância da Terra ao Sol segundo Aristarco

Fonte: Boczko, 2020

Este modelo apresentou ainda impreciso pois o ângulo a entre a Lua e o Sol era aproximadamente
90º (89º 51’ 11’’, o que tornava a divisão muito imprecisa. Desta forma qualquer mínimo erro causaria
enormes diferenças no cálculo. Um exemplo é o fato de Aristarco ter encontrado uma distância de 8
milhões de quilômetros, uma vez que atualmente, tem-se a medida da distância entre o Sol e a Terra
de 150 milhões de quilômetros.

Configurações planetárias particulares


Existem algumas configurações planetárias particulares que foram estabelecidas por convenção
para se compreender as posições relativas dos astros em relação à Terra. Primeiramente é necessário
compreender o que significa conjunção e oposição em astronomia.
Desta forma, do latim conjunctio, união. Aproximação aparente entre dois ou mais astros, do ponto de
vista de um observador na Terra1.
1. Diz-se de um astro que se situa do lado oposto ao Sol, com relação à Terra. Quando um planeta
exterior está em oposição, fica numa posição mais favorável à observação. O astro em oposição cruza
o meridiano local à meia-noite. A Lua, na fase Cheia, está em oposição. 2. Configuração apresentada
por dois astros no instante em que suas longitudes geocêntricas (ascensões retas) diferem de 180°.2
Assim pode-se dizer que depois da conjunção de Vênus, por exemplo, a maior distância entre
ele e o Sol, conforme figura 20, essa definição chama-se Máxima Elongação Ocidental e, depois da

1
Fonte: Costa, J. R. V. Conjunção. Astronomia no Zênite, jan 2020. Disponível em:
https://www.zenite.nu/glossario/conjuncao
2
Fonte: Costa, J. R. V. Oposição. Astronomia no Zênite, jan 2013. Disponível em:
https://www.zenite.nu/glossario/oposicao

23
oposição chama-se Máxima Elongação Oriental. Estas definições são para configurações planetárias
inferiores.
Para configurações exteriores têm-se, por exemplo Marte, a Conjunção e a oposição.

Raio orbital dos planetas internos e planetas externos


Conhecendo-se o raio orbital da Terra (D) é possível calcular-se o raio orbital de planetas
internos e planetas externos em relação à posição da Terra até ao Sol. É importante observar-se que os
planetas internos por estarem mais próximos ao Sol realizam sua translação mais rapidamente que a
Terra. Já os planetas exteriores, em função de uma maior distância em relação ao Sol, movimentam-
se mais lentamente.
Para então se calcular a distância entre os planetas internos e externos a partir do raio orbital da
Terra, basta utilizar conceitos matemáticos simples que deverão se utilizados em conjunto para se
resolver a questão (figura 20)
Figura 20 Raio orbital de planetas interiores e exteriores

Fonte: Boczko, 2020.

Lei Empírica de Titius-Bode


A lei de Titius-Bode é uma regularidade que foi percebida em finais do século XVIII expressa
por uma sucessão de números segundo uma lei matemática que define as distâncias entre os planetas,
de Mercúrio até Saturno. Essa regularidade foi inferida por Titius (1729-1796) e posteriormente
divulgada por Bode (1747-1826), por isso o nome Lei de Titius-Bode.
Segundo esta lei, adotando-se a distância (D) entre a Terra e o Sol como 1 (uma) unidade. Desta
forma, dividindo-se essa medida por 10(dez) têm-se uma regularidade entre a distância dos planetas
ao Sol (figura 21)

24
Figura 21 Lei de Titius-Bode

Fonte: Adaptado de Univesp TV.

A fórmula, D(distância do planeta até o Sol) = 0,4+0,3.2n, sendo n um número inteiro que varia de -∞ até
+∞, define a distância de um planeta ao Sol. Seguindo esta lei encontra-se as distâncias.(tabela 2)

Tabela 2 Distância entre o Sol e os planetas


Planeta n Distância (média) real Distância dn
Sol - Planeta (km) dividida por
15 000 000 km
Mercúrio -∞ 58 500 000 3.9 4
Vénus 0 108 000 000 7.2 7
Terra 1 150 000 000 10.0 10
Marte 2 228 000 000 15.2 16
Júpiter 4 780 000 000 52.0 52
Saturno 5 1 432 500 000 95.5 100
Fonte: adaptada de https://bit.ly/3wN3J8J

Determinação da velocidade da luz


Durante muito tempo supuseram que a velocidade da luz era muito grande. Porém, Galileu
Galilei (1564-1642) observou quatro pontos (satélites) que giravam em torno de Júpiter3. A partir de
suas muitas observações fez previsões das ocultações destes satélites do planeta, ou seja, registrou em
qual momento e por quanto tempo os satélites demoravam para dar o giro em torno de Júpiter e se
ocultavam. Mas, percebeu que havia uma diferença nesta previsibilidade ocorrendo um atraso ou um
adiantamento de 8 minutos. Uma diferença, portanto, de 16 minutos.
Desta forma Röemer, buscou uma explicação para este fenômeno. Ao observar que a Terra
estava no ponto máximo de distanciamento de Júpiter em sua órbita, percebeu que ela estava 8 minutos
atrasada em relação ao que foi previsto. (figura 22)

3
Esta é uma das primeiras provas para se opor à ideia que a Terra era o centro do universo.

25
Figura 22 Determinação da velocidade da luz, segundo Röemer

Fonte: Boczko, 2020.

Desta forma, ele sugere que esta diferença de aproximadamente 16 minutos, existe porque
quando a Terra estava mais próxima de Júpiter, a luz percorerá uma distância, mas quando está na
distância máxima ela demora mais tempo em função de a distância ser maior, assim infere-se que a
velocidade da luz é finita. Foi assim que ele chegou à velocidade da luz. Ou seja, ele chegou muito
próximo do que atualmente se entende por velocidade da luz, 300.000 km/s.

Órbita da Terra segundo Kepler


A partir dos dados registrados por Tycho Brahe, Johannes Kepler construiu um gráfico polar do
percurso que a Terra fazia em torno do Sol. Ele percebeu que a figura que mais se assemelhava a este
gráfico era a circunferência, porém também notou que o Sol não era o centro desta circunferência.

Figura 23 Órbita da Terra em torno do Sol, segundo


Kepler

Fonte: Boczko, 2020.

26
Órbita de Marte e Leis de Kepler
Kepler repetiu o mesmo procedimento para Marte, mas ao invés de encontrar uma circunferência,
encontrou uma elipse. Daí originando a 1ª Lei de Kepler: um planeta gira em torno do Sol percorrendo
uma órbita elíptica, sendo que o Sol ocupa um dos focos da elipse.(figura 24)

Figura 24 – Elipse (forma da órbita de Marte)


Marte

F2
F1

Fonte: elaborada pelas autoras4


Na 2ª Lei de Kepler, “um corpo ligado a outro gravitacionalmente gira em torno dele, com seu
raio vetor varrendo áreas iguais em tempos iguais.
Figura 8 Segunda Lei de Kepler

Fonte: elaborada pelas autoras5

A 3ª Lei de Kepler é assim definida: “Num referencial fixo no Sol, o quadrado do período de
revolução de um planeta ao redor do Sol é proporcional ao cubo do semi-eixo maior da elipse que
representa a órbita do planeta.”

Sistema-Sol-Terra-Lua
O Sistema Sol-Terra-Lua funciona segundo a regra da mão direita, ou seja, os movimentos de
rotação e translação se aplicam ao Sistema Sol-Terra-Lua. O Sol também gira em torno do seu eixo e
em torno do eixo da Via Láctea.

4
A imagem está em fora da escala.
5
A imagem está em fora da escala.

27
Figura 25 Sistema Sol-Terra-Lua

Fonte: Elaborada pelas autoras.

Para se estabelecer uma boa comparação entre estes três astros é necessário associá-los a objetos
do nosso cotidiano. Por exemplo: Podemos adotar, a Terra com o tamanho aproximado de uma bola
de gude, a Lua com o tamanho aproximado de uma ervilha e o Sol com o tamanho aproximado de uma
bola de pilates. A dificuldade existe em também colocá-los nesta mesma escala em distância.
Para isto, precisa-se das medidas de um campo de futebol onde: a Terra deve ficar numa das
extremidades do campo de futebol, a Lua no espaço onde se bate escanteio e o Sol na extremidade
oposta da diagonal que parte de onde a Terra deve estar. Isto dificulta bastante a visualização mas, dá
uma ideia das distâncias astronômicas.

Figura 26 Distâncias e tamanhos comparados no


Sistema Sol-Terra-Lua

Fonte: Boczko, 2020.

Ano-luz
Um ano-luz corresponde à distância percorrida pela luz no vácuo, durante o período de uma ano
a uma velocidade de aproximadamente 300.000 km/s (exatamente 299.792,458 km/s).

28
Segundo a Teoria da Relatividade a velocidade da luz é uma constante no universo. Atualmente
o metro, enquanto sistema de medida, é definido em função da velocidade da luz. O ano-luz é uma
unidade de distância.
Desta forma, o Sol estando a 149.600.00 km da Terra, sua luz leva cerca de 8 minutos para chegar
até a Terra, ou seja, estamos a uma distância aproximada de 8 minutos-luz.
Outra unidade de medida importante é a unidade astronômica (u.a.) que corresponde à distância
da Terra ao Sol, ou seja, aproximadamente 150 milhões de quilômetros ou 1u.a. ou 499 segundos-luz.

Figura 27 Unidade Astronômica

Fonte: https://bit.ly/3a8SSwh

Desta forma temos outras distâncias importantes:


• Distância de Alpha Centauri (estrela mais próxima) à Terra – 4 anos-luz
• Distância da Galáxia de Andrômeda (galáxia mais próxima) à Terra – 2.000.000 de
anos-luz
Quanto mais longe for o objeto, mais observaremos o seu passado.

29
O SISTEMA SOLAR

Estrutura do Sistema Solar


O Sistema Solar é composto pelo Sol, planetas com seus satélites, planetas anões, asteroides e
cometas. Apesar de grande, representa uma porção ínfima da Via-Láctea. Está situado num dos braços
da nossa galáxia
Figura 28 Localização do Sistema Solar na Via Láctea

Fonte: http://www.observatorio.ufmg.br/pas33.htm

A forma e estrutura do Sistema Solar não se assemelha a um plano como divulgado na maioria
dos livros didáticos, mas, sim uma estrutura esférica. (figura 29)

Figura 29 Suposta estrutura do Sistema Solar

Fonte: Boczko, 2020.

A pessoa no Universo
Portanto, nosso endereço cósmico é Terra localizada no Sistema Solar que está agrupado com
mais de 100 bilhões de estrelas, formando a Via Láctea. A nossa galáxia faz parte de um pequeno
aglomerado de galáxias chamado Grupo Local, que faz parte de uma grande região onde há maior
condensação de galáxias e de aglomerados de galáxias, chamado Superaglomerado Local. Esse
superaglomerado com os demais superaglomerados de galáxias e os vazios, contendo toda a matéria e
a energia existentes, formam o Universo.

30
Figura 30 Nosso endereço cósmico

Fonte:
http://www.if.ufrgs.br/~fatima/ead/endere
co-cosmico.htm

Classificação dos objetos do Sistema Solar


O Sistema Solar é mais que o sistema planetário. Ele é composto por tudo que há do Sol até a
Nuvem de Oort. Assim sendo, possui os seguinte elementos:
• Estrela (Sol) – onde ocorrem fusões nucleares em seu interior;
• Planetas clássicos – Mercúrio, Vênus, Terra, Marte, Júpiter, Saturno, Urano e Netuno;
• Planetas anões – (Objetos plutonianos6): Haumea, Makemake, Éris e Plutão e, (Objetos
não plutonianos): Ceres
• Satélites – Lua e demais “luas” de outros planetas.
• Pequenos corpos do Sistema Solar – cometas, asteroides, meteoroides, poeira
interplanetária, gás interplanetário.
A quantidade de massa do Sistema Solar até o Cinturão de Kuiper é:
Figura 31 O Sistema Solar até o Cinturão de Kuiper

Fonte: Boczko, 2020.

6
Objetos plutonianos são aqueles cujas características são parecidas com as de Plutão e se encontram na região da
órbita plutoniana, no Cinturão Kuiper. Já, no caso de Ceres, não plutoniano, ele está situado no Cinturão de Asteroides
entre Marte e Júpiter.

31
• 99,85% - massa do Sol;
• 0,135% - massa dos planetas;
• 0,01% - massa dos cometas;
• 0,00005% - massa dos satélites;
• 0,000 000 2% - massa dos planetóides;
• 0,000 0001% - massa dos meteoróides;
• 0,000 000 1% - meio interplanetário.
Apesar desta informações precisas ainda existem dúvidas a respeito da classificação dos objetos
do Sistema Solar, pois possuem uma oscilação no comportamento, dificultando assim a classificação
conforme mostrado no diagrama abaixo. (figura 32)

Figura 32 Diagrama de Euler do Sistema Solar

Fonte: Boczko, 2020.

32
O SOL – NOSSA ESTRELA

O Sol não é uma bola de fogo


O Sol, que possui boa parte da massa do Sistema Solar, não é uma bola de fogo, mas sim uma
bola de plasma. O fogo é originado por uma reação química entre um combustível e um comburente.
No Sol não existem nenhum dos dois. Portanto, não ocorre combustão no Sol e em nenhuma estrela.
Numa estrela ocorrem fusões termonucleares que transformam elementos químicos mais leves
em elementos químicos mais pesados. Isto faz com que o Sol seja uma bola de gás muito quente que
está emitindo luz e calor.

Fusão e fissão nuclear


É importante compreender as reações de fusão e fissão nuclear para reconhecer o que de fato
ocorre no Sol. A reação de fusão tem a função de aglutinar ou juntar elementos químicos, caso que
ocorre no Sol. A reação de fissão nuclear tem a função de desacoplar ou separar ou bombardear o
núcleo de um átomo, caso das bombas nucleares.
Na fusão nuclear do Sol ocorre que dois prótons são os núcleos do gás hidrogênio, cargas
positivas em movimento em alta temperatura que, por causa da velocidade grande, elas podem romper
a barreira de repulsão eletrostática se chocando formando o deutério (carga positiva). Nesta junção
escapa um pósitron (elétron positivo) ou antipartícula e um neutrino sem carga elétrica mas com massa
(que não é desprezível, pois fazem um papel muito importante na evolução do universo)
O deutério choca-se com outro próton formando o Hélio 3 ocorrendo a liberação de energia que
se transforma em luz e calor que chega à Terra. Essa ação ocorre com vários prótons ao mesmo tempo.
O Hélio em seu núcleo possui dois prótons e dois nêutrons. É importante saber que um nêutron
é um próton e um elétron juntos. (Figura 33)

Figura 33 Fusão nuclear no Sol

Fonte: Boczko, 2020.

33
Dois Hélios 3 chocam-se e formam o Hélio 4. A massa final do Hélio 4 é menor que a massa dos
quatro prótons originais. O que ocorreu foi uma perda de massa. Ela se transformou em energia (luz e
calor de uma estrela). Isso se justifica pela Teoria da Relatividade de Einstein.
Existe uma interpretação errônea a respeito da Teoria da Relatividade de Einstein. É importante
lembrar que nenhum corpo atinge a velocidade da luz, pois a maior velocidade do universo é a luz e
nenhum corpo pode atingi-la. A exceção ocorre dentro de outro meio que não é o vácuo. Por exemplo,
dentro da água uma partícula pode se deslocar com uma velocidade maior do que a da luz, mas não
maior que a velocidade da luz no vácuo.
A Fissão nuclear ocorre quando um elemento pesado é bombardeado por elementos mais leves
que quebrando seu núcleo, originando outro elemento mais energia.
Nas estrelas só ocorrem fusões nucleares.
Dados sobre o Sol
O Sol, nossa estrela, possui em sua composição 70% de hidrogênio, 27% de hélio e o oxigênio,
carbono, nitrogênio, ferro entre outros elementos químicos. As manchas solares são regiões do Sol
onde a temperatura é menor do que nas demais regiões.
Em comparação a outras estrelas, o Sol é uma estrela relativamente pequena. Sua coloração
mostra que está no meio da vida. Estrelas com cor avermelhada são estrelas frias e, consequentemente,
velhas. As estrelas com cor azulada são estrelas quentes, e jovens.(Figura 34)

Figura 34 Comparação entre os tamanhos das estrelas

Fonte: https://bit.ly/32dPRpS

34
Suas principais características são:
Tabela 3 Características do Sol
Massa M = 1,989 x 1030 kg
Raio R = 695 500 km = 109 RTerra
Densidade média ρ= 1409 kg/m3
Densidade central ρc = 160 000 kg/m3
Distância 1 UA = 149 600 000 km
Luminosidade L=3,9×1026 watts=3,9×1033 ergs/s
Temperatura efetiva Tef = 5785 K
Temperatura central Tc = 15 000 000 K
Magnitude absoluta Mbol = 4,72
bolométrica
Magnitude absoluta visual MV = 4,79
Tipo espectral e classe de G2 V
luminosidade
Índices de cor B-V=0,62
U-B=0,10
Composição química Hidrogênio = 91,2 %
principal (No) Hélio = 8,7%
Oxigênio = 0,078 %
Carbono = 0,043 %

Período rotacional no 25,67 d


equador
na latitude 75° 33,40 d
Fonte: http://astro.if.ufrgs.br/esol/esol.htm

Em sua estrutura o Sol é composto por: fotosfera, manchas solares, zona convectiva, zona
radiativa, erupções, cromosfera e coroa solar. (figura 35)

Figura 35 Estrutura do Sol

Fonte: http://astro.if.ufrgs.br/esol/esol.htm

A temperatura da superfície solar é de aproximadamente 5780 K (Kelvin). Para encontrar a


temperatura em ºC basta ao valor em Kelvin somar 273.

35
Processos de transmissão de calor
O calor produzido no Sol, ocorre no seu interior, por processos conhecidos de transmissão de
calor. Há no Sol três mecanismos: condução, convecção e irradiação. O calor e luminosidade chegam
a Terra por meio da irradiação solar.

Vento solar
Os ventos solares são o conjunto dos elementos que saem do Sol, ou seja, a quantidade de massa
que escapa do Sol. São formados por radiação, calor, elétrons, prótons e partículas alfa (Núcleos de
Hélio). A perda de massa pelos ventos solares representa aproximadamente 1(um) milhão de toneladas
por segundo que escapam da coroa solar.
Existem no Sol o que se chama buraco coronal. Os buracos coronais são aberturas na coroa solar
onde os ventos solares escapam com maior facilidade.
As partículas que escapam do Sol chegam à Terra num tempo diferente. As partículas menores
(elétrons, prótons, por exemplo) chegam mais rapidamente por serem mais leves; as maiores chegam
atrasadas. Isso é bom, pois, de modo prático não danifica as usinas elétricas, que poderiam ser
destruídas caso não houvesse esse intervalo de tempo entre a saída do vento solar e a chegada dele
aqui na Terra.
Um fato interessante é que algumas cargas elétricas quando chegam próximas ao campo
magnético terrestre se sujeitam a ele, dando origem às auroras polares. Portanto, por definição, a luz
resultante de cargas elétricas do Sol que interagem com o campo magnético da Terra se chamam
auroras polares (figura 1). Por que isto só ocorre nos pólos? Devido a grande intensidade do campo
magnético terrestre nos pólos.
Figura 36 Auroras polares

Fonte:
https://www.otempo.com.br/infograficos/gigante
sco-eletroima-1.1445182

36
Rotação do Sol e ciclos solares
Por vezes, observamos o sol e vê-se muitas manchas e por vezes não as observamos. Isso
caracteriza aspectos do movimento de Rotação do Sol. Quando não percebe-se manchas, quer dizer
que o Sol está com o mínimo de atividade solar. Contrariamente, quando se percebe as manchas, quer
dizer que o Sol está em máxima atividade solar.
O ciclo solar define-se pelo deslocamento das manchas solares num período de 11 anos.
Atualmente, por exemplo, estamos num período de baixa atividade solar (figura 37).
Figura 37 Ciclo do Sol

Fonte: https://revistapesquisa.fapesp.br/efeitos-dos-campos-magneticos-do-sol/

O Sol e a temperatura da Terra


De acordo com a figura 38, aparentemente o aquecimento da Terra nos últimos anos, não tem
correlação com a taxa de emissão de energia pelo Sol.
A partir de 1960, a radiação do Sol apareceu constante, porém a temperatura média aumentou.
Qual será a razão? Os ambientalistas associam isto à grande quantidade de material produzido pelo
homem que provoca o efeito estufa.

37
Figura 38 O Sol e a temperatura na Terra

Fonte: Boczko, 2020.

É importante entender que a temperatura da Terra tanto aumentou quanto diminuiu antes da
presença do homo-sapiens na Terra. Por esta razão, Bockzo afirma que a interferência humana pode
ter uma parcela de contribuição a um fenômeno que é cíclico e ocorre muito antes da presença humana
na Terra.
O certo é saber qual a parcela de contribuição das pessoas numa provável regularidade de
aumento ou diminuição de temperatura da Terra.

38
PLANETAS, SATÉLITES E OUTROS ELEMENTOS DO SISTEMA SOLAR

Planeta é definido (IAU, 2006) como um corpo celeste dos Sistema Solar que: 1) Orbita o Sol;
2) Tem massa suficiente para que sua auto-gravitação o torne aproximadamente esférica; e, 3) Tenha
absorvido um grande parte da massa previamente existente, contígua à sua órbita.

Figura 39 Representação fora de escala do Sistema Solar

Fonte: https://www.meteoritos.com.br/como-o-sistema-solar-adquiriu-sua-
configuracao-atual/

Com base nestas premissas há oito astros que as satisfazem.


Os planetas que estão do Sol até o Cinturão de Asteroides são chamados planetas interiores,
telúricos ou terrestres. Os demais são chamados gasosos, jovianos ou jupiterianos, por terem
características parecidas às de Júpiter.
Quanto aos satélites naturais de cada planeta, até 2019, tem essa configuração:
Tabela 4 Quantidade de satélites por
planeta do Sistema Solar
Planeta Quantidade
de satélites
Mercúrio 0
Vênus 0
Terra 1
Marte 2
Júpiter 79
Saturno 82
Urano 27
Netuno 14
Fonte: elaborada pelas autoras.

Alguns dos planetas-anões possuem satélites. São eles: Éris (1 satélite) e Haumea (2 satélites).
Em relação às órbitas, nem todos os planetas estão no plano orbital da Terra .

39
Cada planeta tem um plano orbital diferente, ou seja, as órbitas são não-coplanares. O planeta
que tem maior inclinação é Mercúrio.
A órbita de Plutão era muito diferente das demais órbitas. Esse foi um dos motivos que fizeram
com que ele saísse da classificação dada pela União Astronômica Internacional.
Os planos orbitais dos planetas são relativamente parecidos em relação ao plano da órbita da
Terra, porém os eixos de rotação possuem diferenças consideráveis. No caso de Urano, o eixo de
rotação é quase paralelo ao plano da eclíptica.

Mercúrio
A maioria das informações obtidas do Sistema Solar ocorreram de observações feitas da Terra e
melhoradas e/ou comprovadas pelo Telescópio Espacial Internacional que possuem equipamentos
adequados para a detecção de aspectos não observáveis a partir da Terra. Normalmente, o que impede
uma boa observação é a atmosfera dos planetas.
Em relação à Mercúrio, possui:
• Diâmetro = 0,38 DT7
• Massa = 0,055 MT
• g = 0,36 gT
• Rotação = 58,65 dias terrestres
• Dia  176 dias terrestres
• Temperatura = -200º C
Além disso, possui crateras de impacto. Sua superfície é composta por silicatos e basaltos.

Rotação e dia solar num planeta de rotação direta


Os planetas movimentam-se segundo o princípio da mão-direita (anti-horário). Neles, o dia solar é
maior que o dia de rotação, ou seja, Dsolar >Drotação

Rotação e dia solar num planeta de rotação retrógrada


Num planeta de rotação retrógrada, o dia solar é menor que o dia de rotação, ou seja, Dsolar< Drotação.

Por possuir esse movimento retrógrado, Mercúrio possui o que se pode chamar de um “nascer do sol
hesitante”. Isso ocorre porque a velocidade de rotação de Mercúrio (mais ou menos constante) varia
entre seu afélio e periélio, provocando um “nascer do sol hesitante”.

77
T = Terra.

40
Vênus
As informações de Vênus são:
• Diâmetro = 0,97 DT
• Massa = 0,815 MT
• Gravidade = 0,87gT
A rotação de Vênus é de 243 dias terrestres. O dia é aproximadamente -117 duas terrestres
(sentido oposto à rotação da Terra). Sua superfície é composta por silicatos e basaltos. Possui na
atmosfera 96,4% de gás carbônico, 3,4% de nitrogênio e uma quantidade muito pequena de vapor
d’água. Sua temperatura é de 470ºC e sua pressão atmosférica é de 90 atmosferas terrestres. Estas duas
características são responsáveis pelo Efeito Estufa.
O Efeito Estufa em Vênus provoca sua alta temperatura; maior que a de Mercúrio. No Efeito
Estufa, os raios solares e o calor são emitidos. A luz é absorvida pela atmosfera e o calor não. Desta
forma a luz atinge o solo venusiano e reflete também produzindo calor que não atravessa sua atmosfera.
Vênus possui um vulcão denominado Monte Maat, com 8 km de altura. Sua atmosfera é tão
densa que sai da Terra não é possível perceber sua superfície; a observação se dá apenas por radares.

Terra
A Terra tem atmosfera composta por 78% de Nitrogênio, 21% de Oxigênio, 1% de vapor d’água,
argônio e gás carbônico. A superfície e o interior da Terra são compostos por silicatos e basaltos. Suas
informações básicas são:
• DT = 12.756,280 km
• MT = 5,974 sextilhões de toneladas
• g = 9,8m/s2
• Rotação = 23h 56m 4s

Estrutura e composição da Terra


A Terra é composta por: Atmosfera, Crosta Terrestre, Magma, Núcleo líquido e Núcleo sólido.
Sua atmosfera possui, aproximadamente, 300km de atmosfera. Os satélites artificiais são
colocados fora da atmosfera.
A Crosta terrestre possui de 20 a 50 km e é formada por placas que se movimentam causando os
terremotos.
O Magma é formado por silicato e possui aproximadamente 2900km;

41
O Núcleo líquido é rico em Níquel e Ferro com aproximadamente 2200 km de extensão.
O Núcleo sólido (1000 km) movimenta-se gerando o campo magnético terrestre, sendo a Terra
eletricamente negativa em sua superfície.

Zona de habitabilidade no Sistema Solar


Segundo os biologistas, para que exista vida em outros planetas, tal qual a que se conhece, há
necessidade de água líquida. Assim as temperaturas não poderiam variar muito. Dentro do que se
designou faixa de habitabilidade apenas os gases mais pesados são retidos na atmosfera, porém a região
de habitabilidade cada vez se torna mais ampla devido às atuais pesquisas.

Lua
A lua é o único satélite natural da Terra e apresenta uma face visível. Suas informações principais
são:
• D = 0,2725 DT
• M = 1/81 MT
Possui uma região mais clara, rica em crateras e uma região mais escura pobre em crateras. A
face que não se vê da Terra não possui mares visíveis. Teve sua formação junto com a Terra. No início
era um corpo só. Por ocasião de uma colisão com um terceiro corpo, houve uma rachadura e surgiu
deste evento o satélite natural da Terra. Como foi criada a partir da Terra, possui a mesma composição
química. Possui aproximadamente 4,6 bilhões de anos.
O movimento de translação atual da lua e seus movimentos de rotação estão sincronizados, por
esse motivo observamos apenas uma face dela.
A translação e a rotação possuem aproximadamente 27h 43m11,6s. A translação é o movimento
que deu origem às fases da lua.
Em sua estrutura interna possui: ferro, atmosfera plástica, litosfera, crosta. Os mares se justificam
na face visível da lua por sua forma não ser a de uma esfera, e sim, algo mais alongado. Por esta razão
e em função da força gravitacional exigida pela Terra, ocorre o fenômeno de marés.
Tudo indica que condições éticas e políticas indiquem a não presença das pessoas na lua. O alvo
das pesquisas espaciais estão voltadas para Marte.

Marte e o Cinturão de Asteróides


Marte ocupa a posição de 4º planeta a partir do Sol. Possui as características abaixo:
• D = 0,53 DT
• M = 0,107 MT
42
• g = 0,38 gT
Possui crateras formadas a maior parte por impactos e por vulcões. Orbitam Marte, dois pequenos
satélites naturais Fobos (aproximadamente 28 km de diâmetro) e Deimos (aproximadamente 16 km de
diâmetro). Seu interior é composto por silicatos e sua temperatura varia de 20ºC a -140ºC. Em sua
composição química há predominância de dióxido de carbono. Sua rotação é de 24h 37m. Possui o
Monte Olimpus como o vulcão mais conhecido com dimensões: 24km de altura por 500km de
diâmetro. O solo é sólido como o da Terra e possui muitos ventos. Foi visitado pela sonda Viking em
1976.
Seus satélites, Fobos e Deimos possuem as seguintes características (tabela 5)
Tabela 5 Características dos satélites de Marte
Fobos Deimos
Dimensões 28x23x20 km 16x12x10 km
Distância da superfície 3400 a 9400 km 3400 a 23500 km
Período de revolução 7h 40m 30h 18m
Velocidade orbital 2,18 km/s 1,36 km/s
Fonte: Elaborada pelas autoras
O que caracteriza os planetas telúricos ou terrestres são sua estrutura e dimensões (figura 40)

Figura 40 Estruturas e dimensões dos planetas telúricos

Fonte: Boczko (2020).

O Cinturão de Asteroides
Existem muitos asteroides na região compreendida entre Marte e Júpiter. Há alguns classificados
de asteroides troianos. Recebem essa nomenclatura por caminharem junto a Júpiter, uns à frente, outros
atrás.
Há asteroides de diversos tamanhos, na sua maioria compostos por silicato e alguns de ferro. Um
asteroide em especial, o Ida, possui um corpo que o orbita, chamado de satélite deste asteroide.
Os asteroides recebem luz do Sol e refletem essa luz. Essa reflexão chama-se Albedo (figura ).

43
O albedo é a quantidade de luz refletida pela quantidade de luz incidente. Quando o albedo é alto,
significa que este corpo reflete muita luz. Quando o albedo é baixo, significa que este corpo reflete
pouca luz.
Chegou-se à classificação dos asteroides (figura ) pela análise dos compostos químicos de
asteroides que caíram na Terra. Existe um tipo de asteroide que se assemelha a um cometa, pois possui
cauda. Exemplo Gault 6478, que possui uma cauda de aproximadamente 400.00km, mas apresenta
características químicas de um asteroide. Foi fotografado pelo Hubble.

Júpiter
Logo após o Cinturão de Asteroides situam-se os planetas classificados por Jupiterianos ou
Jovianos por terem em sua estrutura e composição a predominância de elementos leves e voláteis. (
figura 41). A diferença entre os planetas jovianos e os telúricos é que, nos primeiros, a parte rochosa é
menor.
Figura 41 Estrutura dos planetas jovianos

Fonte: Boczko (2020).

As características de Júpiter são:


• Possui mais de 79 satélites naturais;
• D = 11, 19 DT;
• M = 318 MT;
• Rotação 9h 50m;
• Composição química = 90% hidrogênio, 10% Hélio, traços de metano, gás amônia e pouco
vapor d’água;
• Temperatura = -100ºC.
As faixas em tons alaranjados e terrosos que aparecem, são devido ao seu movimento de rotação
que ocorre em diferentes velocidades. As cores estão relacionadas ao tipo de material disperso na
atmosfera das determinadas regiões. A grande Mancha Vermelha é uma região de muita turbulência e

44
sua cor avermelhada pode ser por causa de uma maior presença do fósforo. Não existe em Júpiter
apenas uma mancha. Há pequenas manchas que se direcionam para a mancha maior.
Foi fotografado em Júpiter, pela sonda Juno, uma aurora polar, o que indica que há campo
magnético neste planeta.

Satélites Galileanos
Em 1610, Galileu Galilei utilizando-se de uma luneta (galileoscópio) observou os quatro maiores
satélites de Júpiter: Calisto, Ganimedes, Europa e Io (do mais afastado para o mais próximo de Júpiter).
Calisto é o satélite mais distante e mais cheios de crateras.
Já Ganimedes, formado depois de Calisto, tem aparência mais jovem em seu solo do que o
anterior. Infere-se que em Ganimedes existam placas tectônicas.
Em Europa, a maior parte de sua superfície é coberta por gelo (água congelada) e abaixo deste
gelo encontra-se um oceano de água salgada e líquida de aproximadamente 50 km de profundidade.
Por ainda não possuirmos aqui na Terra, tecnologia de esterilização de equipamentos que garanta a
não contaminação de Europa no pouso de uma sonda espacial, decidiu-se, por enquanto, não explorá-
la.
Io, mais próximo de Júpiter, possui várias crateras vulcânicas. Durante a passagem da sonda
espacial Cassini por este satélite, percebeu-se a presença de nove vulcões em atividade. Como está
muito próximo a Júpiter sofre, pela força das marés, muitas deformações. Bolsas de ar ou de água se
formam, se aquecem, formando grande pressão que culmina em erupções vulcânicas.

Saturno, Urano e Netuno


Saturno possui mais de 1000 anéis concêntricos.
• Sua composição é: 97% de hidrogênio, 3% de hélio, traços de gás metano, gás amônia, pouco
vapor d’água
• D = 9,47 DT
• M = 95,2 MT
• Rotação  10h 14m
• Temperatura = -140ºC.
Saturno possui mais de 82 satélites naturais.
Urano
Os anéis dos planetas jovianos são possíveis de serem vistos dependendo da posição do equador
deles em relação à Terra.

45
Um dos satélites de Urano é Titã. Este satélite tem uma atmosfera que se modifica com o passar
do tempo. Sua atmosfera é predominantemente de gás metano (CH4). Possui também lagos de metano
líquido. Possui outros satélites conhecidos. São eles: Enceladus, Hyperion e Phoebe.
Suas características são:
• Composição: 83% de hidrogênio, 15% de hélio, 2% de gás metano, gás amônia e vapor d’água.
• D = 3,69 DT
• M = 14,6 MT
• Rotação = -10h 49m
• Temperatura = -200ºC
• Possui mais de 27 satélites naturais

Netuno
Possui as seguintes características:
• Composição = 74% hidrogênio, 25% hélio, 1% gás metano e pouco vapor d’água.
• Rotação 15h 40m
• Possui mais de 13 satélites naturais
• Temperatura = -200ºC
• D = 3,5 MT
• M = 17,2 MT
Um dos seus satélites, Tritão, possui uma tênue atmosfera com nitrogênio e temperatura -236ºC.

Segundo a Primeira Lei de Kepler, os planetas giram em torno do Sol, em uma órbita elíptica,
com o Sol em um dos focos. Porém, foi realizado um estudo em que infere-se a existência de um
planeta, em função da perturbação percebida nas órbitas dos planetas Urano, Netuno e dos objetos
transnetunianos. A título de curiosidade, em 2020, um artigo de Nguyen8 et al (2020) descreve a órbita
de um exoplaneta que se assemelha a órbita deste possível planeta 9. (figura 42)

8
NGUYEN, Meiji M.; DE ROSA, Robert J.; KALAS, Paul. First Detection of Orbital Motion for HD 106906 b: A Wide-
separation Exoplanet on a Planet Nine–like Orbit. The Astronomical Journal, v. 161, n. 1, p. 22, 2020.

46
Figura 42 Exoplaneta com órbita
semelhante ao do Planeta 9 (HD106906b)

Fonte: Hubble9
Planetas anões
Segundo a definição - resolução 5A da IAU (2006) – planeta-anão é o corpo celeste do Sistema
Solar que:
1) Orbita em torno do Sol;
2) Tem massa suficiente para que sua auto-gravitação o torne aproximadamente esférico;
3) Não absorveu grande parte da massa previamente existente em toda a região contígua à sua
órbita;
4) Não é satélite.
Alguns planetas anões conhecidos são: Ceres, localizado no Cinturão de Asteroides; Plutão, Éris,
Makemake e Haumea, localizados no Cinturão de Kuiper.

Cometas
Os cometas são objetos celestes originários da Nuvem de Oort. Admite-se que nesta região do
Sistema Solar existe algo em torno de 100 bilhões de cometas.
Observados a partir de um referencial terrestre, movem-se tão lentamente que podem ser
visualizados numa mesma posição durante muito tempo. Normalmente, associa-se a cometa, os
meteoros que passam rapidamente no céu e observados a olho nu. Portanto, é importante dizer que não
são cometas.
A estrutura de um cometa (figura 43) é basicamente composta por três partes: Cabeça ou Núcleo

9
Esta imagem do Telescópio Espacial Hubble mostra uma órbita possível (elipse tracejada) do exoplaneta HD 106906 b
com 11 vezes a massa de Júpiter. Este mundo remoto está muito separado das suas estrelas hospedeiras, cuja brilhante
luz está aqui mascarada para permitir a observação do planeta. O planeta habita para lá do disco de detritos do sistema,
que é parecido à nossa própria Cintura de Kuiper de corpos pequenos e gelados para lá de Neptuno. O disco propriamente
dito é assimétrico e distorcido, talvez devido à atração gravitacional do planeta distante. Os outros pontos de luz na
imagem são estrelas no plano de fundo.
Crédito: NASA, ESA, M. Nguyen (Universidade da California, Berkeley), R. De Rosa (ESO) e P. Kalas (Universidade da
California, Berkeley e Instituto SETI). https://www.ccvalg.pt/astronomia/noticias/2020/12/15_hd_106906_b.htm Acesso
em 27 de abril de 2021, às 09h 07m.

47
composto por rochas, gelo, a cabeleira e as caudas (de poeira e gasosa).
Figura 43 Estrutura do cometa

Fonte:
https://slideplayer.com.br/slide/5644097/6/images/25/Envelope+de+hidrog
%C3%AAnio.jpg

Em relação à sua trajetória, um cometa escapa da Nuvem de Oort, por perturbação gravitacional,
adentra ao Sistema Solar, percorre uma órbita em torno do Sol e volta à Nuvem de Oort. Essa trajetória
pode ser perturbada pela influência gravitacional de outro planeta. Júpiter, por exemplo.
A formação da cabeleira e caudas se dá em função da aproximação do cometa ao Sol. Além
disso, quando está bem próximo ao Sol a cabeleira do cometa formada, em contato com os ventos
solares esvoaça formando suas caudas. Quanto mais próximo ao Sol, maior sua cauda. As órbitas dos
cometas são bem elípticas.

Meteoroides, meteoros e meteoritos


Outros corpos observados são os chamados meteoróides. Eles possuem algumas denominações
diferentes em função de sua localização. Recebe o nome de meteoroide, quando se localiza fora da
atmosfera terrestre. Ao entrar na atmosfera, passa a chamar-se meteoro. Quando atinge o solo chama-
se meteorito. Meteorito é o nome que se dá ao que resultou do impacto do meteoro com a Terra.
É composto de silicatos e basaltos e alguns, raros, são formados de ferro. Pode-se reconhecer a
composição química dos meteoros a partir de sua coloração (quadro 1).

48
Quadro 1 Identificação do elemento químico do meteoro a
partir de sua coloração
Elemento químico Cor
predominante
Sódio Alaranjado e amarelado
Ferro Amarelado
Magnésio Azulado e esverdeado
Cálcio Violeta
Silício Avermelhado
Fonte: Elaborado pelas autoras.
Chuvas de meteoros
Ao observar o céu, por um longo tempo, nota-se alguns riscos esparsos. É possível fotografar até
mais de 20.000 deles, utilizando uma máquina que tenha um obturador de longa exposição.
Normalmente, são restos da cuada de um cometa que continuam girando em torno do Sol e de,
tempos em tempos, conforme o movimento de translação da Terra podem ser visualizados.
Chama-se Radiante de Chuva de meteoros, um ponto no céu de onde, a partir de um referencial
terrestre, os meteoros surgem. Se esse radiante está perto do horizonte, não é possível ver a chuva de
meteoros, apenas é possível localizar a sua posição no céu.
Quadro 2 Chuvas de meteoros
Chuva Data Cometa associado Intensidade

Quadrantídeos jan 03 ?
Lirídeos abr 21 1861 I
Eta Aquarídeos mai 04 Halley
Delta Aquarídeos jul 30 ?
Perseídeos ago 11 Swift-Tuttle
Draconídeos out 09 Giacobini 20.000/h
Orionídeos out 20 Halley
Taurídeos out 31 Encke
Andromedídeos nov 14 Biela 10.000/h
Leonídeos nov 16 Tempel 10.000/h
Geminídeos dez 13 Asteroide 3200 Phaeton
Fonte: adaptado de Boczko (2020).

Choques de corpos celestes com a Terra

Existem muitos questionamentos a respeito dos choques de corpos celestes com a Terra. Existe
uma possibilidade real, porém nunca se sabe quando realmente irá ocorrer.

49
Num possível choque, o corpo (asteroide) entra na atmosfera terrestre, onde é aquecido. Ao se
aquecer e resistir à travessia, choca-se com o solo terrestre jogando poeira na atmosfera, provocando
incêndios na paisagem local. Esses incêndios que exalam fuligem e fumaça. Tal colisão pode
ocasionar, se a região em questão for geologicamente instável, rachando o chão ocasionando uma
erupção vulcânica, que exala gás e poeira, contribuindo para a poluição atmosférica da Terra,
aumentando assim o calor. Desta forma, a luz do Sol terá dificuldades para adentrar à atmosfera
poluída, dificultando por falta de luz, a sobrevivência dos seres vivos. Uma outra dificuldade, pode ser
o esfriamento da Terra que poderá entrar num período de glaciação.

Figura 44 Representação artística da extinção dos


dinossauros na Terra

Fonte: https://spaceplace.nasa.gov/comet-ocean/en/

Estudos informam que tal fenômeno já ocorreu, causando a extinção dos dinossauros. Há 65
milhões houve um choque de um corpo com a Terra. Infere-se isso pois foi percebido elementos
químicos não comuns na Terra, principalmente o lítio (Li).

50
51
ASTROFÍSICA

O que é astrofísica?

A astrofísica tem por objetivos descrever os métodos utilizados para determinar as características
de uma estrela.

Estrela Sírius

Na região próxima à constelação de órion existe uma estrela situada na mesma direção do
cinturão de órion na constelação do Cão Maior. Essa estrela possui ascensão reta de 6h 45m e 8,9s;
declinação de -16º 42’ 52,1’’, localizada no Hemisfério Sul com tipo espectral: (A1V) pertencente à
Sequência Principal – É a estrela Sírius. É a mais brilhante do céu noturno. Possui distância de 8,611
anos-luz da Terra, com magnitude aparente de - 1,46 (a mais brilhante do céu); magnitude absoluta de
+1,42, com velocidade rotacional de 16km/s; velocidade radial: -5,5 km/s (aproximando-se da Terra);
com raio de 1.180.000 km (171% do raio solar) e temperatura superficial: 10.000ºC (lembrando que a
do Sol é de 5.800ºC). A temperatura de seu núcleo é de 15 milhões de graus Celsius. A massa é 2,02
vezes a massa solar, com luminosidade 25 vezes a luminosidade do Sol. Pertence a um sistema binário
de estrelas (Sírius A e Sírius B) que distam uma da outra de 8,2 a 31,5 UA.
Como se consegue descobrir dados de uma estrela tão distante? A astrofísica faz esta
investigação procurando vestígios das informações por meio da luz que é emitida pelos astros. O estudo
da luz traz informações importantes. Em alguns estudos pode-se estudar uma pedra vinda do céu, por
exemplo.
A astrofísica é o estudo dos astros usando conhecimentos científicos disponíveis. Tem por
ferramentas a matemática, química, física. O que menos se faz na astrofísica é a observação do céu.
Utiliza-se instrumentos como o fotômetro, um filtro na imagem do Sol, um espectrômetro, um
polarímetro, ou seja, o olho humano foi substituído por uma ferramenta mais eficiente para obtenção
dos dados utilizando-se da física e a matemática. É possível que um astrônomo passe boa parte de sua
profissão utilizando-se dos conhecimentos da física e matemática em um escritório.

Características procuradas nas estrelas

Quanto ao formato, a estrela é esférica. A forma com pontas se vê representada, tenta imitar as
pontas que parecem ser observadas daqui da Terra, por causa de sua atmosfera.

52
Outras características serão aqui estudadas: Distância a Terra, Brilho, Luminosidade, cor, tipo
espectral, massa, raio, densidade, gravidade superficial, temperatura, rotação, campos magnéticos,
composição química, idade, origem, evolução, exoplanetas, entre outras coisas.

Estudo da luz

Decomposição da luz

Ao passar por um prisma, a luz se decompõe em um espectro contínuo, por não se separar uma
cor da outra. Cada uma das cores está associada a uma característica da luz que denomina-se
comprimento de onda. A cor vermelha representa um comprimento longo. Atualmente usa-se uma
grade para se fazer a separação da luz. Ao chocar-se com a grade (espectroscópio de grade (rede) de
difração, ela reflete num espectro.

Composição da luz

Da mesma forma que se decompõe a luz, é também possível compor a luz branca. Esta
experiência foi realizada por Newton no século XVII, onde utilizou um disco pintado com as cores do
espectro de luz e o fez girar rapidamente obtendo a cor branca.

Natureza da luz

Por vezes ela se comporta como um “pacotinho de energia” chamado fóton, ou seja, possui
natureza corpuscular. Em outras situações ela se comporta como uma onda, portanto de natureza
ondulatória. A grande questão é que não se sabe definir a real natureza da luz. Segundo De Broglie,
século XIX, afirma que a luz pode ser considerada como uma partícula energética (fóton) que se
propaga na forma ondulatória. Essa é a definição aceita até hoje.
Desta forma, a luz tem natureza dualística; é um fóton de propagação ondulatória.

Elementos de uma onda

Chama-se de  o comprimento de uma onda (figura 45), segundo uma velocidade V, por um
período de tempo T. E é definida por

53
 = T. V

A frequência do comprimento de onda , é o inverso do período T.

Figura 45 Comprimento de onda

Fonte: http://cepa.if.usp.br/e-fisica/imagens/eletricidade/basico/cap18/fig339.gif

Espectro visível

Espectro visível vai do vermelho ao violeta. Onde o vermelho é um comprimento de onda longo
e o violeta é um comprimento de onda pequeno.
Algumas unidades de medidas necessárias para se estudar os comprimentos de ondas são:
• m = micrômetro (mícron) = 10-6m
• nm = nanômetro = 10-9 m
• Å = angstron = 10-10m

Características da propagação das ondas no vácuo

Um comprimento de onda longo e um comprimento de onda curto, no vácuo, se deslocam com


a mesma velocidade. Para que se deslocam com a mesma velocidade, quanto maior o comprimento da
onda menor a frequência; quanto menor o comprimento da onda maior a frequência. Ou seja, no vácuo
todas as cores se deslocam com a mesma velocidade c.

Por que o céu é azul?

Sendo o raio da Terra com aproximadamente 6.378 km e a espessura da atmosfera terrestre


aproximadamente 300km, existe o que se pode chamar de uma “limite” da atmosfera da Terra. O que

54
ocorre é que os raios solares ao chegarem a atmosfera da Terra, ocorre uma passagem direta dos raios
em tons amarelados e alaranjados e os tons azulados e violetas dispersam-se, espalhando pelo céu, de
forma que ao observarmos, enxergamos o céu azul.
Ou seja,

O céu, visto da Terra, é azul porque nossa atmosfera dispersa,


predominantemente, o azul, dando a cor que vemos ao olhá-lo.

A dispersão é tanto maior quanto menor for o comprimento de onda.


Esse mesmo fenômeno faz com que o pôr-do-sol seja em tons de vermelho. Quanto mais no
zênite mais amarelado; no meio da tarde, terá tons alaranjados pois os raios solares terão uma atmosfera
maior para atravessar, dispersando mais o azul. No ocaso, próximo ao horizonte, terá tons
avermelhados, pois serão os tons menos dispersados na atmosfera que é maior para ser atravessada.

Determinação de distâncias de estrelas próximas da Terra I

Para se determinar a distância de uma estrela, basta observar o brilho e a distância dela. Para
medir as distâncias, é preciso fazer aproximações. Nestas aproximações por ser 360º = 2 rad e 180º
=  rad, adota-se sen x = xrad = tang x. (figura 46)

Figura 46 Aproximações para pequenos


ângulos

Fonte: Adaptado de Boczko (2020).

A distância da Terra até uma estrela é a mesma que a distância do Sol a essa mesma estrela, pois a
distância do Sol à Terra é muito pequena, apenas 8 minutos-luz enquanto a estrela mais próxima é 4
anos-luz. (figura 47 )
O ângulo entre o Sol e a Terra a partir da estrela é o p (paralaxe) e é muito pequeno, por isso, por

55
aproximação, ele é determinado como demonstrado anteriormente e d  a/prad, ou seja, se souber
determinar o ângulo p (paralaxe) determinaremos a distância da estrela.

Figura 47 Distância até uma estrela

Fonte: Boczko (2020).

Determinação de distâncias de estrelas próximas da Terra

Paralaxe das estrelas

Por serem muito pequenas as paralaxes das estrelas, são de difícil determinação. Porém é usada
uma técnica onde são feitas muitas fotografias, ao longo do ano e por vários anos, para determinar a
paralaxe com certa precisão. Essa técnica funciona para estrelas que mostram deslocamento, pois
existem estrelas que não podem ter suas distâncias determinadas por este método por estar muito
distantes (estrelas de fundo).

Vendo estrelas ao longo do ano

Para saber se uma estrela está perto, basta observar seu deslocamento ao longo do ano em relação
às estrelas de fundo. Quanto mais distante está esta estrela menor será o deslocamento dela em relação
às estrelas de fundo.

Figura 48 Paralaxe de estrela

56
Fonte:
https://fisica.cab.cnea.gov.ar/estadistica/abra
mson/divulgacion/pleyades.pdf

Ou seja, quanto mais perto a estrela, maior a paralaxe, quanto mais longe, menor a paralaxe.
Exemplo, a Próxima Centauri é a estrela mais próxima da Terra, com apenas 4,22 anos-luz, é a
maior paralaxe que se observa. Ou seja, é a que maior deslocamento que se observa no céu, porque
está mais próxima.

Unidades usuais de distância até estrelas

As unidades usuais de distância até estrelas, temos:

1) O Ano-luz que, por definição, refere-se ao percurso que a luz (v = 299 792,458 km/s, no
vácuo)faz num período de um ano. Isso equivale a aproximadamente 9,5 trilhões de km ou
63,240 U.A10.
2) O Parsec é a sigla de paralaxe por segundo (em inglês). Se a partir de uma estrela tem-se a
paralaxe de um segundo (1’’), significa que a distância dessa estrela até o Sol representa 1
parsec.

Parsec é a distância de uma estrela (imaginária) ao Sol se a


abertura angular, sob o qual alguém observaria o raio da órbita
da Terra, fosse 1’’.
1pc  3,27 anos-luz

Distribuição espacial das estrelas mais próximas

Até 50 anos-luz segue representada a distribuição espacial das estrelas.

10
Distância entre a Terra e o Sol = 1U = 150 000 000 km

57
Figura 49 Distribuição das estrela até 50 anos-luz

Fonte: Boczko (2020)

Magnitude aparente

Magnitude aparente significa aquilo que pode se ver seja a olho nu ou pelo telescópio a partir da
Terra.
As estrelas foram anteriormente classificadas em 6 grupos por Hiparcos pelo seu brilho aparente
(Hiparcos, séc. II a.C.)
Posteriormente, surgiram os fotômetros que medem a quantidade de luz que chega. Desta forma
ao apontar o telescópio para uma estrela, capta-se o fluxo luminoso da estrela que é medido pelo
fotômetro acoplado ao telescópio.
O fluxo corresponde a potência coletora do telescópio pela área em m2 do telescópio.

Relembrando...

O logaritmo é o expoente de uma potência de 10.


Se 100 = 1, então 0 = log1
Se 101 = 10, então 1 = log10
Se 10 2 = 100, então 2 = log100
Se 103 = 1.000, então 3 = log1.000
Se 104 = 10.000, então 4 = log10.000

Se 10x = y, então x = logy

Logaritmo (x) de um número (y) é o expoente 9x) ao qual se deve


elevar a base 10 para se obter o número (y) dado

58
Magnitude aparente m, correspondem ao brilho (fluxo) que observamos. Atualmente é medida por

m = c -2,5.log F, onde m = magnitude, c = constante e F = fluxo.

Figura 50 Relação entre magnitude e brilho aparente

Fonte: adaptado de Boczko (2020)

Diferença de magnitudes e razão entre fluxos

Em função da diferença entre as magnitudes de duas estrelas, é possível saber o quanto uma
estrela é mais brilhante que a outra. Define-se então, que a cada 5 unidades de diferença entre uma
estrela e outra, significa que uma é 100 mais brilhante que a outra.

Magnitude absoluta

Magnitude absoluta é a magnitude que uma estrela teria se estivesse a uma distância padrão de 10
parsec de nós. Desta forma diz-se que o Sol é uma estrela de 5ª grandeza (magnitude) a partir deste
referencial.

59
Figura 51 Magnitude absoluta

Fonte: Adaptado de Boczko (2020)

Do grandão para o pequenininho

Nos estudos da evolução das concepções de “tijolos”do universo, têm-se a descoberta de algumas
partículas fundamentais. São elas:

Figura 52 Evolução dos modelos atômicos

Fonte: elaborada pelas autoras.

Existem partículas ainda menores que compõem os prótons e nêutrons no núcleo de um átomo.
Tal organização completa o modelo padrão de partículas e transportadores forças e energia (figura 10)

60
Figura 53 Modelo padrão de partículas e
transportadores de forças e energia

Fonte: Boczko (2020).

Modelo de representação de alguns átomos

É importante conhecermos a representação de alguns átomos importantes para o estudo da


formação do universo.
Quadro 3 Configuração de alguns átomos
ÁTOMO Nº DE Nº DE Nº DE
PRÓTONS NÊUTRONS ELETRONS
Hidrogênio 1 0 1
Deutério11 1 1 1
Hélio 2 2 2
Hélio 3 (Trítio) 2 1 2
Carbono 6 6 6
Fonte: elaborada pelas autoras.

Íons e plasmas

Também é importante compreender o que seja íon e plasma.


Um íon é um átomo ionizado que ano o número de prótons é diferente do número de elétrons.
Para compreender o que é um plasma, análise: dado um gás em um recipiente que é aquecido; ao
aquecer-se ocorre uma divisão na organização dos átomos que lá se encontram e essas partículas
(prótons, nêutrons e elétrons) separadas, forma o que se chama de plasma. Resumindo, o plasma é um
gás altamente ionizado. Isto é o que ocorre no interior de uma estrela.

11
Segundo Boczko (2020) o deutério é um hidrogênio com um próton e um elétron no núcleo. É um isótopo do
hidrogênio, ou seja, possui o mesmo número atômico, mas massa atômica diferente.

61
No interior das estrelas

Ocorre a fusão entre dois prótons, formando o Deutério que libera um pósitron e um neutrino. O
deutério une-se a outro próton e resulta num Trítio (He3) e uma grande liberação de energia. Por tanto
três prótons dão origem ao Hélio 3. Outros três prótons dão origem a mais um Trítio e energia.
Esses dois trítios unem-se formando o Hélio mais conhecido: o Hélio 4.

Figura 54 Fusão do hidrogênio

Fonte: Boczko (2020)

Desta forma uma estrela é um corpo plasmático onde elementos leves se juntam para girar elementos
pesados e liberação de energia. Quando isso acaba, encerra-se o ciclo de vida da estrela.

Luminosidade e fluxo

A luminosidade de uma estrela é a potência global emitida pela estrela.

O fluxo de uma estrela


Seja uma estrela de raio R cuja luminosidade é L. Tomando-se uma área na superfície da estrela
de 1m2. A sua área superficial (esfera) é 4R2.
O fluxo superficial é e potência emitida por unidade de área da estrela

𝐿
FR =
4..𝑅2

A propagação da energia ocorre radialmente ao longo da superfície da estrela.

62
Pode-se observar a magnitude aparente em função da luminosidade e da distância.
Assim sendo tem-se

𝐿
M = c – 2,5log
4..𝑑 2

Corpo negro

Quando um corpo está muito frio isto significa que está no zero absoluto. A escala utilizada é a
escala Kelvin. A temperatura de um corpo mede o grau de agitação caótica de suas partículas.
Para se obter a cor de um corpo basta definir a quantidade de luz que ele consegue refletir. A luz
branca, por exemplo quando incide em um objeto qualquer, reflete a cor predominante naquele objeto.
Desta forma o corpo negro é aquele que absorve toda a luz e nada reflete. Assim sendo, um corpo
negro emite e absorve o máximo de energia em todos os comprimento de onda para uma dada
temperatura.

Obtenção da temperatura de uma estrela

O Sol se comporta a uma temperatura de 6000K como um corpo negro. Nesta temperatura infere-
se esse comportamento. Assim sendo, a temperatura superficial de uma estrela segue este padrão
(figura 55 ):

Figura 55 Temperatura e cor superficiais de


uma estrela

Fonte: Boczko (2020).

Enquanto a temperatura do emissor é razoavelmente branca, o máximo da emissão ocorre na


faixa visível, e o olho consegue ver a cor correspondente ao máximo de emissão.
Quando a temperatura do emissor é alta, o máximo da emissão ocorre fora da faixa visível, e o

63
olho vê a mistura das diferentes cores, fazendo com que o emissor pareça branco.

Magnitude bolométrica

É a magnitude levando-se em conta a potência emitida em todos os comprimentos de onda. Dada


pela expressão:

m = c – 2,5 log F
Bolom. Todos

Como se descobre a composição químicas de uma estrela (8m 09)

A espectroscopia é uma técnica que permite conhecer a composição química de uma estrela, ou
seja, a análise do "espectro" produzido pela luz da estrela após passar por um prisma ou uma rede de
difração, capaz de decompor a luz vinda do espaço em suas cores primárias (figura 56).

Figura 56 Decomposição da luz

Fonte: Boczko, 2020.

Como se formam as linhas espectrais das estrelas

Em um corpo opaco quente (sólido ou fluido muito denso) produz-se um espectro contínuo, isto
é, tem todos os comprimentos de onda. Já em um gás quente transparente (de baixa densidade) produz
um espectro de linhas brilhantes (linhas de emissão). Nesse espectro apenas alguns comprimentos de
onda estão presentes. Em um gás transparente frio em frente ao corpo opaco quente produz um espectro
de linhas escuras (linhas de absorção), por remover alguns comprimentos de onda do contínuo.

64
Figura 57 Espectros de diferentes fontes: Leis de Kirchhoff:
Fonte:http://www.if.ufrgs.br/fis02001/aulas/aula_espec.htm#:~:text=Um%20corpo%20opaco%20quente%20(s%C3%
B3lido,brilhantes%20(linhas%20de%20emiss%C3%A3o).

Espectros de absorção e de emissão

Um dos equipamentos utilizados para se analisar o espectro de emissão de um material é o


espectroscópio. Nele, a luz a ser analisada passa por um prisma ou por uma rede de difração que separa
os diferentes comprimentos de onda emitidos pela fonte. Como a luz entra nesses instrumentos através
de uma fenda, o espectro aparece como uma série de linhas de luz de diferentes comprimentos de onda.

Espectro de emissão do átomo de hidrogênio

Quando a luz branca atravessa um gás de um determinado átomo, os fótons que têm energia igual
à de uma determinada transição podem ser absorvidos pelo átomo. Nesse caso, as componentes da luz
branca que são absorvidas aparecem com uma série de linhas escuras no espectro, correspondentes aos

comprimentos de onda que foram absorvidos pelo gás.

Classificação espectral das estrelas

Por volta de 1900, Annie Jump Cannon (figura 58) classificou os espectros de 225 000 estrelas
até magnitude 9. Publicou a classificação no Henry Draper Catalogue,entre 1918 e 1924.

65
Figura 58 Annie Jump Cannon

Fonte:http://t2.gstatic.com/licensed-
image?q=tbn:ANd9GcStQrhjG1VHPHyazjx6pWrDK
K96RnOm644VpQL9vQ-4X9tTZN1bNlVbn_7EiFKF

Aspectos da classificação espectral:


- baseia-se nas intensidades relativas das linhas de absorção presentes;
-essa intensidade está associada à temperatura da estrela, logo é uma classificação de temperatura
em ordem decrescente de temperatura, as classes espectrais são: O, B, A, F, G, K, M
- cada classe se subdivide em 10, de 0 a 9 (..., A0,A1,A2,...,A9,F0,F1,..) sendo 0 a mais quente
dentro da classe e 9 a mais fria (figura 59 ).

66
Figura 59 Classificação Espectral das Estrelas

Fonte: Boczko, 2020.

Diagrama H-R

O Diagrama de Hertzsprung-Russell ou apenas Diagrama HR, foi publicado independentemente


pelo dinamarquês Ejnar Hertzsprung (1873-1967), em 1911, e pelo americano Henry Norris Russell
(1877-1957), em 1913, como uma relação existente entre a luminosidade de uma estrela e sua
temperatura efetiva.
Hertzsprung descobriu que estrelas da mesma cor podiam ser divididas entre luminosas -
gigantes - e estrelas de baixa luminosidade - anãs. Assim sendo, o Sol tem a mesma classe espectral
que a estrela Capela, ou seja, a mesma cor. Porém a estrela Capela é uma gigante, e é cerca de 100
vezes mais luminosa que o Sol. Russel estendeu o estudo de Hertzsprung para as estrelas mais quentes,
graficando as 300 estrelas para as quais a paralaxe havia sido medida naquela época.
Tanto a luminosidade (ou magnitude absoluta) como a temperatura superficial de uma estrela,
são características facilmente determináveis para estrelas de distâncias conhecidas: a primeira pode ser
encontrada a partir da magnitude aparente, e a segunda a partir de sua cor ou tipo espectral.
A primeira coisa que se nota em um diagrama HR, é que as estrelas não se distribuem igualmente
nele, mas se concentram em algumas partes. A maior parte das estrelas está alinhada ao longo de uma
estreita faixa na diagonal que vai do extremo superior esquerdo (estrelas quentes e muito luminosas),
até o extremo inferior direito (estrelas frias e pouco luminosas). Essa faixa é chamada sequência
principal (figura 60).

67
Figura 60 Diagrama HR

Fonte:http://www.if.ufrgs.br/fis02001/aulas/hrdi
ag.html

O fator que determina onde uma estrela se localiza na sequência principal é a sua massa: estrelas
mais massivas são mais quentes e mais luminosas. As estrelas da sequência principal têm, por
definição, classe de luminosidade V, e são chamadas de anãs. Um número substancial de estrelas
também se concentra acima da sequência principal, na região superior direita (estrelas frias e
luminosas). Essas estrelas são chamadas gigantes, e pertencem à classe de luminosidade II ou III. Bem
no topo do diagrama existem algumas estrelas ainda mais luminosas: são chamadas supergigantes,
com classe de luminosidade I. Finalmente, algumas estrelas se concentram no canto inferior esquerdo
(estrelas quentes e pouco luminosas): são chamadas anãs brancas. Apesar do nome, as anãs brancas na
verdade cobrem um intervalo de temperatura e cores que abrange desde as mais quentes, que são azuis
ou brancas, e têm temperatura superficiais de até 200 000 K, até as mais frias, que são vermelhas, e
têm temperaturas superficiais de apenas 3500 K.

Raio de uma estrela

O raio de pouquíssimas estrelas pode ser encontrado a partir de seu tamanho angular e de sua
distância. Entretanto, o raio de estrelas pode ser também deduzido e não diretamente medido a partir
de sua luminosidade e de sua temperatura.
Utilizemos um exemplo mais simples, no qual se possa determinar o tamanho angular da
estrela. É o caso da estrela Betelgeuse. O tamanho angular do sol é de 1920 segundos de arco (cerca
de meio grau, ou o tamanho de uma unha realizada no comprimento do braço). A maioria das estrelas
estão, entretanto, tão longe do Sol que o seu tamanho angular não consegue ser resolvido, mesmo por
grandes telescópios. Eles são indistinguíveis de simples pontos de luz. Entre as poucas estrelas que
foram resolvidas está Betelguese. O Telescópio Espacial Hubble fez uma imagem direta da estrela

68
Betelgeuse e essa imagem tem um tamanho angular de apenas 0,125 segundos de arco.
Então, em um caso de fácil resolução como este, se o tamanho angular “a” ‘de uma estrela e a distância
“d” até a referida estrela são conhecidos, então o raio “R”‘ da citada estrela pode ser calculado
utilizando-se a Trigonometria.

Espectro Eletromagnético

O espectro eletromagnético é a distribuição da intensidade da radiação eletromagnética com


relação ao seu comprimento de onda ou frequência (figura 61).
Figura 61 Espectro Eletromagnético

Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Espectro_eletromagn%C3%A9tico

Estrelas variáveis

As estrelas variáveis são aquelas cujas luminosidades variam com o tempo. Apenas uma minoria
das estrelas são classificadas como variáveis, mas de grande importância para a Astronomia.
A variabilidade pode ocorrer, por exemplo, devido ao fato da estrela pertencer a um sistema
binário e ser ocultada por sua companheira quando as duas estrelas se alinham ao longo da linha de
visada do observador. Estas são chamadas de variáveis geométricas ou variáveis eclipsantes. Em outros
casos a variabilidade não tem nada que ver com ocultação. É ao contrário, uma propriedade intrínseca
dos objetos. A estas chamamos de variáveis intrínsecas. A variabilidade é usualmente observada no
óptico ou região do infravermelho (figura 62).

Figura 62 Estrelas binárias

69
Fonte:https://www.if.ufrgs.br/tex
/fis02001/aulas/binarias.htm

Como se determina a massa de uma estrela

Uma das mais importantes utilizações da terceira lei de Kepler é no cálculo das massas de estrelas
que formam sistemas binários.
Pelo menos a metade das estrelas que vemos no céu não estão isoladas. Elas fazem parte de
sistemas de estrelas, ou seja, pequenos grupos de estrelas que interagem gravitacionalmente. Esses
conjuntos de estrelas são formados por duas, três e até mais estrelas, o que nos leva a identificar esses
sistemas como "sistemas estelares múltiplos".
Um dos sistemas estelares mais comuns é aquele formado por apenas duas estrelas e a estes
damos o nome de "sistema binário" ou "estrelas binárias".
Em um sistema binário, as duas estrelas estão em órbita não uma em volta da outra mas sim as
duas em torno de um centro comum que é o chamado centro de massa do sistema. Esse centro de
massa, que é um ponto, está localizado sobre a linha imaginária que une as duas estrelas. A localização
exata do centro de massa na verdade depende das massas das estrelas e só estará a meio caminho das
duas se suas massas forem iguais.

Massa e luminosidade de uma estrela

70
As massas das estrelas podem ser determinadas no caso de estrelas binárias, aplicando-se a
Terceira Lei de Kepler. Essas observações têm mostrado que as massas das estrelas aumentam de baixo
para cima ao longo da sequência principal. Pode-se portanto estabelecer uma relação massa-
luminosidade, que por sua vez permite estimar as massas das estrelas baseadas em seu tipo espectral.
Para estrelas com massas (M) grandes, maiores do que 3 massas solares, a luminosidade é proporcional
ao cubo da massa; já para massas pequenas, menores do que 0,5 massa solar, a luminosidade é
proporcional à potência 2,5 da massa.
As massas das estrelas variam entre 0,08 e 100 massas solares, ao passo que as luminosidades
das estrelas variam entre 10-4 e 10-6 vezes a luminosidade do Sol.

Evolução de uma estrela segundo sua massa – Parte 1

Em se tratando de evolução de estrelas é importante lembrar que quando nos referimos a


nascimento, vida e morte de estrelas, estamos fazendo uma analogia ao ciclo de vida dos seres vivos.
As estrelas são inanimadas, portanto não organizadas da forma como entendemos os seres vivos.
No surgimento de uma estrela há uma nebulosa primordial, composta de basicamente de gás
hidrogênio, que se contrai dando origem a formação de protoestrelas, que são inicialmente bolas de
gás sem reações de fusão nuclear. Elas podem ser classificadas segundo sua quantidade de massa que
será fator principal em sua evolução (figura 62) .

Figura 62 Evolução de uma estrela segunda sua massa

Fonte: Boczko,, 2020.

71
Numa estrela de massa média se transforma numa super gigante vermelha que se contrai, novas
reações de fusão nuclear ocorrem de tal forma que pode obter-se uma gigante azul ou a formação de
um outro elemento químico. Na região central tem-se a produção de ferro que não consegue passar
para um elemento mais pesado. O que ocorre nesse ponto é que a supergigante perder massa, e no final
será uma estrela de nêutrons que morre é se tornar uma anã negra. A outra opção, é a não perda de
massa durante a evolução, gerando muita energia que não escapa de forma eficiente ocorrendo uma
grande explosão, transformando-se numa supernova, originando outros elementos químicos pesados
que conhecemos. Ela explode formando-se uma grande nebulosa de gás. Se a massa que sobrar for
maior do que 2,16 a massa da Terra pode se transformar um buraco negro.
Num terceiro caso, uma estrela de grande massa, torna-se uma supergigante vermelha que
começa a contrair. Contrai-se e esquentando e sua massa é tão grande que a pressão gravitacional é
muito maior que a pressão que a temperatura exerce para fora. Então ocorrerá a diminuição de
tamanho, ocorrendo um colapso gravitacional chamado de Buraco Negro. Por enquanto não se sabe
muito sobre buracos negros.

Fases da formação e da vida de uma estrela

Em sua fase de formação a vida da estrela consiste nos estágios sequenciais de: protoestrela,
Estrela de pré-sequência principal, estrela de sequência principal, onde ocorre a fusão de elementos
leves que resultam em elementos pesados mais energia e, por fim, a estágio final e morte da estrela (
figura 63).

Figura 63 Fases de formação da vida de uma estrela

Fonte: Boczko,, 2020.

72
Como se formam as estrelas -Parte 1

A evolução da Protoestrela ocorre por força de atração gravitacional das partículas internas. As
forças gravitacionais mantêm o gás coeso no centro. Por exemplo, numa determinada galáxia há uma
nebulosa de hidrogênio contraindo-se e formando aproximadamente uma estrutura de forma esférica,
formando uma protoestrela.
Onde as estrelas nascem? Os grandes berçários de estrelas são as nebulosas. Um exemplo é a
Nebulosa da Cabeça de Cavalo.

Como se formam as estrelas -Parte 2

Na nebulosa inicial, por causa da contração das partículas, há o aquecimento. A temperatura


aumenta e observa-se uma protoestrela que emite energia térmica. Essa protoestrela esquenta e diminui
de tamanho. No princípio dois átomos se fundem transferindo energia um para outro obtendo uma
nuvem de gás bastante ionizada. Ocorre a fusão nuclear dos prótons formando um elemento químico
mais pesado e a geração de energia. Isso ocorreu no interior do Sol (figura 64).

Figura 64 Nascimento de uma estrela

Fonte: Boczko, 2020.

Aglomerado de estrelas e pressão térmica

Uma nebulosa inicial pode originar não só uma estrela mas um aglomerado estelar.
Numa estrela há dois tipos de forças agindo: a força gravitacional para dentro e a pressão térmica
para fora. Enquanto essas forças se equilibram, a estrela também estará em estado de equilíbrio.
Passado um tempo ocorrerá a diminuição das reações de fusão nuclear, diminuindo o aquecimento e
por consequência a pressão térmica.

73
Como se formou o Sistema Solar

A Cosmogonia estuda um conjunto de teorias que propõe uma explicação para o aparecimento e
formação do sistema solar. Por ação da força centrífuga ocorre um achatamento desta nuvem de gás.
No Sistema Solar, um nebulosa inicial em rotação que se contrai em uma forma aproximadamente
esférica, originando uma protoestrela (proto-sol) (figura 64).

Figura 64 Origem e Evolução do Sistema Solar

Fonte: Elaborada pelas autoras.

Limpando o Sistema Solar

Os ventos solares empurraram as partículas resultantes da nebulosa inicial e limpando o material


para uma região exterior ao sistema, essa região é a Nuvem Oort. Por isso, estudar um cometa nos dá
condições de estudar os materiais iniciais que deram origem ao Sistema Solar.

Formação da Terra

Existem quatro forças conhecidas na natureza: força gravitacional (corpos com massas), força
eletromagnética, forças fortes (mantém o núcleo atômico unidos) e as forças fracas (mantém prótons
e nêutrons juntos).
As estruturas átomos, moléculas, que por força eletromagnética, formam os planetesimais.

74
Quando há diversos planetesimais, já existem massas suficientemente grandes para que a força
gravitacional prepondere à força eletromagnética.
Quando ocorre o choque entre os planetesimais ocorre deformação e liberação de energia
podendo ocorrer a fusão de materiais originando-se a Terra (figura 65)

Figura 65 Processos de formação da Terra

Fonte:https://www.researchgate.net/publication/299397506_O_padrao
_da_desordem_da_natureza/figures?lo=1

Água e atmosfera da Terra

No princípio da formação da Terra não havia água. A criação de atmosfera na Terra se deu por
atividade vulcânica que liberou gases presos no interior da Terra. Isso formou uma atmosfera pobre
em oxigênio e rica e CO2. O oxigênio que estava livre se unia ao Ferro para originar óxido de ferro.
Ocorreu a formação de oxigênio que ocasionou os processos de enriquecimento da Terra em O2.
O gás carbônico com luz solar por meio das plantas gerou oxigênio enriquecido na nossa
atmosfera.

Futuro do Sol

O vento estelar de cada uma das estrelas determina a idade delas pois ainda verifica-se a presença
de poeira estelar. O Sol está na fase adulta, aproximadamente 5 bilhões de anos. Está no meio da fase
adulta e seu futuro pode ser explicado com modelos matemáticos. Tudo indica que evoluiu para uma
Gigante vermelha. Num futuro muito distante, aproximadamente 4,5 bilhões de anos, o Sol se
transformará numa Gigante vermelha, aumentando num tamanho superior ao da órbita terrestre. A
partir do momento em que expande ele esfriará e se contrai, formando uma nebulosa planetária tendo
uma estrela central (anã branca) com tamanho aproximado ao tamanho da Terra, comparativamente.

75
Anã Negra.
Nebulosa contrai-se, transformando no sol, expande-se formando a Gigante vermelha que se
contrai numa nebulosa planetária com uma estrela central, anã branca. Nela ocorrem ainda reações de
fusão nuclear até que se extinga as reações passando a estrela para a fase de anã negra.

Evolução de uma estrela de massa média

Nem todas as estrelas evoluem como o Sol. O sol é uma estrela de massa leve. Estrela com massa
leve viverão muito tempo e morreram como uma anã branca.
As estrelas mais gordinhas, poderão viver em tempos diferentes. Se perder massa, viverá mais
tempo e será no final uma estrela de nêutrons. As estrelas obesas vivem pouco tempo e terminam como
um buraco negro.

Uma estrela que tem uma massa média, entre 4 a 8 massas solares, no início das estrelas os
estágios são similares. Nascem de uma nebulosa que se contrai e ocorrem fusões nucleares, formando
elementos pesados e energia. Nessa estrela de grande massa, ocorre uma segunda contração onde o
hélio junta-se a um elemento químico mais leve originando carbono e energia. Se a massa não for
muito grande esse é o último estágio da estrela. Caso contrário ela se torna uma supergigante vermelha.

Figura 66 Evolução de estrelas de massa média

Fonte: Boczko, 2020.

Evolução das estrelas no diagrama H-R

76
Em sua origem a trajetória evolutiva de protoestrela em estrela no diagrama H-R se dá assim.
Tomaremos como exemplo o Sol.
Dentro do Diagrama H-R a nebulosa é muito luminosa. Contrai-se até percorrer um caminho
chegando à Sequência principal. Demora 100 milhões de anos para chegar a esta sequência. Quanto
maior a massa, mais rapidamente chega à Sequência Principal. Nesta fase, ocorre a transformação de
Hidrogênio em Hélio até acabar o Hidrogênio. Esse fato descreve o fim da estrela na sequência
principal (figura 67).

Figura 67 Evolução final de uma estrela da Sequência Principal

Fonte: http://astro.if.ufrgs.br/estrelas/escola.htm

Numa fase posterior à da Sequência Principal, o sol se desloca dentro do Diagrama H-R
aumentando muito de tamanho, tornando-se uma Gigante Vermelha. Pode ocorrer o que se denomina
Flash do Hélio – transformação do Hélio em Carbono. Nesta sequência de fatos ocorre a formação de
uma nebulosa planetária, onde a estrela central se transforma numa Anã Branca, novamente
deslocando-se dentro do Diagrama H-R.

77
COSMOLOGIA

Evolução do Universo
A Teoria do Big Bang é a atualmente mais aceita pela comunidade científica, pois é a que define
a evolução do universo pela sua história térmica.
Assim sendo, iniciou-se numa explosão primordial, chamada Big Bang, tendo por base
fundamental Hidrogênio e Hélio que aquecidos formaram regiões mais densas de gás dando sequência
na criação de grande nuvem que geraram galáxias, com nuvens que se contraíram formado nebulosas
iniciais, de onde surgiram as estrelas. Esse fenômeno corresponde a aproximadamente 13, 7 bilhões
de anos (figura 68)

Carl Sagan para didaticamente explicar tal fato elaborou um calendário cósmico do surgimento
do universo adaptando-o a um calendário de 12 meses (quadro 3 e 4).

“O mundo é muito velho e os seres humanos, muito recentes. Os acontecimentos importantes


em nossas vidas pessoais são medidos em anos ou em unidades ainda menores; nossa vida, em
décadas; nossa genealogia familiar, em séculos e toda a história registrada, em milênios.
Contudo, fomos precedidos por uma apavorante perspectiva do tempo, estendendo-se a partir
de períodos incrivelmente longos do passado, a respeito dos quais pouco sabemos – tanto por
não existirem registros quanto pela real dificuldade de concebermos a imensidade dos
intervalos compreendidos.
Mesmo assim, somos capazes de localizar no tempo os acontecimentos do passado remoto. A
estratificação geológica e a marcação radiativa proporcionam informação quanto aos eventos
arqueológicos, paleontológicos e geológicos; a teoria astrofísica fornece dados a respeito das
idades das superfícies planetárias, das estrelas e da galáxia da Via Láctea, assim como uma
estimativa do tempo transcorrido desde a Grande Explosão (Big Bang) que envolveu toda a
matéria e a energia do universo atual.
Essa explosão pode representar o início do universo ou pode constituir uma descontinuidade
na qual a informação da história primitiva do universo foi destruída.
Esse é certamente o acontecimento mais remoto do qual temos qualquer registro.
O modo mais didático que conheço para expressar essa cronologia cósmica é imaginar a vida
de 15 bilhões de anos do universo (ou pelo menos sua forma atual desde a Grande Explosão)
condensada em um ano. Em vista disso, cada bilhão de anos da história da Terra corresponderia
a mais ou menos 24 dias de nosso ano cósmico, e um segundo daquele ano a 475 revoluções
reais da Terra ao redor do Sol. Nas páginas seguintes, apresento a cronologia cósmica em três
formas: uma lista de alguns períodos representativos anteriores a dezembro, um calendário do
mês de dezembro e uma visão mais pormenorizada do final da noite da véspera do Ano Novo.
Nessa escala, os
acontecimentos de nossos livros de história – mesmo aqueles que fazem razoável
esforço para desprovincializar o presente – são tão comprimidos que se toma necessário
fazer uma recontagem, segundo a segundo, dos últimos segundos do ano cósmico.
Mesmo então, encontramos exemplos classificados como contemporâneos que aprendemos a
considerar como amplamente separados no tempo. Na história da vida, uma tapeçaria
igualmente rica deve ter sido tecida em outros períodos – por exemplo, entre 10h 02min e 10h
03min na manhã do dia 6 de abril ou 16 de setembro ou qualquer outro dia. Contudo, só
dispomos de registros pormenorizados dos últimos momentos do ano cósmico.
A cronologia corresponde aos melhores indícios atualmente disponíveis. No entanto, esta é

78
bastante duvidosa.” (SAGAN, 1984, p.06).12

Quadro 3 Calendário Cósmico de Carl Sagan antes de dezembro


Mês Acontecimento
Janeiro 01 de janeiro - Grande Explosão
Fevereiro ***
Março ***
Abril ***
Maio 01 de maio - Origem da Via Láctea
Junho ***
Julho ***
Agosto ***
Setembro 9 de Setembro – Origem do Sistema Solar
14 de Setembro – Formação da Terra
25 de setembro - Origem da vida na Terra*
Outubro 09 de outubro - Fósseis mais Antigos (Bactérias e
Algas Verde-azuladas)
Novembro 01 de novembro - Formação das Rochas mais
Antigas que se conhecem/ Surgimento do Sexo
(Microrganismos)*
12 de novembro - Plantas Fotossintéticas Fósseis
mais Antigas
15 de novembro - Eucariotas (Primeiras Células
Providas de Núcleo)
Fonte: adaptado de SAGAN, 1994.

Quadro 4 Calendário Cósmico de Carl Sagan em dezembro.


DOMINGO SEGUNDA TERÇA QUARTA QUINTA SEXTA SÁBADO
1 Começa a 2 3 4 5 Extenso 6
surgir na Terra a vulcanismo e
atmosfera de formação de
oxigênio canais em Marte
7 8 9 10 11 12 13

14 15 16 Primeiros 17 Final da Era 18 Primeiro 19 Período 20 Período


vermes. pré-Cambriana. Plâncton Ordoviciano.Pri Siluriano.
Início da Era oceânico. meiros peixes. Primeiras
Paelozóica e Primeiros plantas
Período vertebrados. vascularizadas.P
cambriano. lantas começam
Prosperam os a colonizar a
invertebrados. Terra.
21 Início do 22 Primeiros 23 Período 24 Início do 25 Final da Era 26 Período 27 Período
Período anfíbios. carbonífero. Período Paleozóica. Triassico. Jurássico.
Devoniano. Primeiros Primeiras Permiano. Início da Era Primeiros Primeiras aves.
Primeiros insetos alados. árvores. Primeiros Mezozóica. mamíferos.
insetos. Animais Primeiros dinossauros.
começam a répteis.
colonizar a
Terra.
28 Período 29 Final da Era 30 evolução 31 Final do
Cetáceo. Mezozóica. inicial dos lobos Período
Primeiras flores. Início da Era frontais nos Pliocênico.
Extinção dos Cenozóida e cérebros dos Período
dinossauros. Período primatas. Quaternário
Terciário. Primeiros (Pleistocênico e
Primeiros hominídeos. Holocênico).
Cetáceos. Mamiferos Primeiros Seres
Primeiros gigantes Humanos
primatas. prosperam.
Fonte: adaptado de SAGAN, 1994.

Introdução à Gravitação Universal

12
SAGAN, C. Os Dragões do Eden, Lisboa. 1994.

79
Coube a Isaac Newton a explicação da Gravitação Universal, porém não sem os conhecimentos
referentes às Leis enunciadas por Kepler.
O fato dos antigos estudiosos da Astronomia acertarem a respeito da ordem dos planetas em
relação à distância do Sol era uma mera conjectura que foi, posteriormente comprovada pela 3ª Lei de
Kepler (figura 2).
Apesar de ter descoberto as 3 leis fundamentais que descreviam os movimentos planetários,
Kepler não sabia o porquê de astros se comportarem daquela forma. Coube a Newton esta tarefa.

Figura 68 Leis de Kepler

Fonte: Adaptado de https://blog.biologiatotal.com.br/leis-de-kepler/

Três princípios da Dinâmica Clássica


Os três princípios da dinâmica clássica foram anunciados por Newton porém já era, o primeiro
princípio, o da inércia, simplificadamente conhecido por outros estudiosos como Aristóteles (384 a.C
– 322 a. C.) e Galileu Galilei (1564 d.C – 1642 d.C).(quadro 5)

Quadro 5 Princípios Fundamentais Newton


1ª Lei de Newton - Um corpo, sobre o qual não agem nenhuma força,
Princípio da Inércia tende a manter-se em estado de movimento ou de
FUNDAMENTAIS

repouso (MRU)
2ª Lei de Newton - Quando sobre um corpo isolado se aplica uma força
PRINCÍPIOS

Princípio Fundamental da F, ele [o corpo] adquire uma aceleração proporcional


Dinâmica à força F e de mesmo sentido e direção. F = m.a.
3ª Lei de Newton - Toda ação, exercida sobre um corpo perturbado,
Princípio da Ação e ocorre uma reação de mesma intensidade, mas de
Reação sentido oposto, sobre o corpo perturbado.
Fonte: Elaborada pelas autoras.

Lei da Atração Gravitacional

Estudando o movimento da Lua, Isaac Newton concluiu que a força que faz com que ela esteja
constantemente em órbita é do mesmo tipo que a força que a Terra exerce sobre um corpo em suas

80
proximidades. A partir daí criou a Lei da Gravitação Universal.
Antes disso, ocorreu a experiência de Galileu sobre a queda dos corpos. Para ele, na ausência de
atrito (ar) os corpos caíam com a mesma velocidade, independentemente de suas massas.

Aceleração de gravidade gerada por um corpo de massa m.

"Dois corpos atraem-se com força proporcional às suas massas e inversamente


proporcional ao quadrado da distância que separa seus centros de gravidade." (figura
3)

Figura 69 Lei da Gravitação Universal

Fonte:https://www.sofisica.com.
br/conteudos/Mecanica/Gravitac
aoUniversal/gu.php

M. m
F = G.
d2

Onde:

F=Força de atração gravitacional entre os dois corpos

G=Constante de gravitação universal

−11
N. m2
G ≅ 6.67. 10
kg 2

M e m = massa dos corpos

d=distância entre os centros de gravidade dos corpos.

O que é um campo de forças

Um campo de força é a região na qual, ao se colocar nela um corpo que possa ser influenciado

81
por este campo, esse corpo ficará sujeito a uma força que depende do vetor campo aí existente e da
característica do corpo de prova aí colocado.

Figura 70 Campo de força da Terra13

Fonte: http://lilith.fisica.ufmg.br/~cristina/climaespacial/2pagmagnet.html

Forças atuantes em um corpo preso à Terra

As forças atuantes a um corpo preso à Terra são: a força da gravidade que tende a puxar o corpo
para o centro e a força centrípeta que tende a jogar o corpo para fora da Terra devido ao movimento
de rotação (figura 71).
Figura 71 Forças atuantes em um corpo preso à Terra

Fonte: Boczko, 2020.

Peso de um astronauta na Estação Espacial Internacional

Depois desta análise fica a pergunta: Um astronauta em órbita na ISS, tem peso?Não há peso,
por causa da força gravitacional e a força centrífuga que se anulam. Porém à força gravitacional, ou
seja, há gravidade exercida sobre o corpo do astronauta (figura 72) .

13
A figura acima mostra as linhas de campo da Terra, que saem do pólo magnético Sul e chegam no pólo
magnético Norte, interagindo com o CMI. Note no zoom do ponto de interação entre eles que o sentido de
cada campo é contrário um ao outro, fazendo com que as linhas se reconectem ao interagirem entre si.
Clique na figura para ver a evolução da configuração das linhas de campo ao se reconectarem. Crédito de
animação: Vladimir Airapetian - NASA/GSFC. Imagem com alteração.

82
Figura 72 Forças atuantes em um corpo que orbita a Terra

Fonte: Boczko, 2020.

Lançamento de foguetes

Para o lançamento de foguetes é importantíssimo a atenção ao combustível e estágio e descarte


de partes do foguete desde o seu lançamento.
Para que o foguete suba é necessário um impulso que é provocado pela queima de combustível.
Assim, o foguete acelera e queima esse combustível até o final e continua a subir por inércia até que
sua velocidade vertical seja zero retornando à Terra. Para que tal fato não ocorresse e o satélite pudesse
orbitar a Terra, por exemplo, criou-se estágios para queima em etapas e propulsão perpendicular à
direção do lançamento inicial (figura 73).

Figura 73 Animação de lançamento de um foguete

Fonte: https://web.moderna.com.br/html/html5/foguete/

Formas das órbitas de corpos sujeitos à gravitação

A justificativa matemática para o entendimento a respeito do lançamento de foguetes encontra-

83
se na explicação contida nas seções cônicas que simulam a curva formada em função da velocidade
empregada aos corpos sujeitos à gravitação quando colocados em órbita.

Resumindo, a lei das órbitas elípticas dos planetas é uma consequência do tipo de força que atua
entre os planetas e o Sol. Newton mostrou que as únicas órbitas possíveis para um corpo interagindo
gravitacionalmente com outro são as secções cônicas: círculo, elipse, parábola ou hipérbole, nomes
dados por Apolônio de Perga.(figura 74).

Figura 74 Curvas Cônicas

Fonte: https://noic.com.br/materiais-
astronomia/curso-noic-de-astronomia/mecanica-
celeste/conicas/

O melhor lugar para se aproveitar a rotação da Terra no lançamento de foguetes é o lugar onde
a velocidade de rotação é maior, ou seja, na linha do Equador.
Neste caso, o Brasil possui um lugar privilegiado que é a Base de Alcântara que situa-se no
Estado do Maranhão. O Centro de Lançamento de Alcântara (CLA) é a denominação da segunda base
de lançamento de foguetes da Força Aérea Brasileira. Sedia os testes do Veículo Lançador de Satélites
(VLS) e destina-se, futuramente, a realizar missões de lançamento de satélites.
Porém percebe-se um jogo de interesses políticos sobre este local que é muito bem localizado
para o estudo e lançamento de foguetes. Desde 2001, grupos internacionais interessam-se por este
espaço privilegiado.

“O Acordo de Salvaguardas Tecnológicas (AST), que concede o uso comercial do centro de


lançamento, foi barrado duas vezes pelos brasileiros: no Congresso Nacional, em 2001,
durante o governo Fernando Henrique Cardoso, e por meio de plebiscito realizado na mesma
época. Em 2016, o governo Temer se empenhou para aprová-lo, mas não conseguiu.

No dia 18 de março de 2019, o governo brasileiro assinou o acordo com os EUA que autorizam
a exploração do território nacional pelos americanos. O tratado foi firmado pelos ministros
Ernesto Araújo (Relações Exteriores) e Marcos Pontes (Ciência e Tecnologia) e por
representantes do governo estadunidense, após quase 20 anos de negociação entre os dois
países. O presidente Jair Bolsonaro (PSL) acompanhou a assinatura.

A proposta original do governo estadunidense proibia a utilização da base pelo Brasil devido

84
à confidencialidade tecnológica, impondo uma submissão brasileira ao país estrangeiro, que
detém 80% do mercado espacial. No novo texto, a expressão “área segregada” foi substituída
para “área restrita”, para tentar abafar críticas que questionam a autonomia do país perante o
acordo comercial com os Estados Unidos.” 14(BRASIL DE FATO, 2021)

Satélites artificiais da Terra

Os satélites artificiais são colocados em órbita pelos cientistas com finalidades de estudos
específicas. Entendendo-se que a atmosfera da Terra atinge aproximadamente 300 km de extensão,
podemos classificar os satélites de baixa altitude e de alta altitude.
De baixa altitude pode-se reconhecer a Estação Internacional Espacial (ISS)- 400km da Terra e
de Alta altitude o Telescópio Hubble, por exemplo, que está a aproximadamente 600 km da Terra.
O Telescópio Hubble teve problemas funcionais, que em função de uma economia colocou-se
em risco um projeto milionário. O Telescópio foi colocado em órbita a uma alta altitude, porém com
um defeito em uma de suas lentes. Vários investimentos foram feitos para correção. Primeiramente,
buscando-se fazer essa correção por cálculos matemáticos e depois em duas idas para colocação de
aparelhamento adequado para captação das imagens.
É provável que o Telescópio Hubble seja brevemente substituído pelo Telescópio James Webb.
Há promessas para que seja breve (figura 75). Segue na figura 76 as distâncias relativas aos atuais
telescópios e o James Webb.

Figura 75 Telescópio Hubble e Telescópio James Webb

Fonte: http://www.vidrariadelaboratorio.com.br/como-funciona-o-telescopio-espacial-hubble/ e
http://www.esa.int/Space_in_Member_States/Portugal/Nova_data_de_lancamento_do_Telescopio_Espac
ial_James_Webb

Figura 76 Distâncias entre os telescópios

14
https://www.brasildefato.com.br/2021/04/30/governo-entrega-exploracao-da-base-de-alcantara-para-
empresas-dos-eua-e-canada

85
Fonte: http://www.vidrariadelaboratorio.com.br/telescopio-espacial-james-webb/

Satélites de comunicação

Em função das dificuldades relacionadas às camadas da atmosfera terrestre para a facilitação da


comunicação via ondas de rádio, foi colocado orbitando o planeta os satélites geoestacionários.

Figura 77 Satélites geoestacionários

Fonte: Boczko, 2020.

Um satélite geoestacionário parece estar parado, para um observador na Terra, porque ele gira
sobre um ponto do equador com um período igual ao de rotação da Terra.
Por exemplo, um satélite colocado em órbita a uma altura de aproximadamente 36000 km sobre
o equador. O raio da órbita, incluindo o raio médio da Terra, é 42000 km. Resultando em uma
2..r
velocidade orbital de 10800 km / h e um período orbital dado por:T = v

Obtém-se: T = 24 h.

Isto ocorre com os satélites tipo Intelsat, usados em telecomunicações.

86
Viagens até Marte

A viagem a Marte é um plano há muito acalentado pelos cientistas espaciais. Para se colocar um
foguete que chegue a Marte é preciso que se planeje em etapas o distanciamento deste foguete além
da necessidade de se calcular uma distância que torne razoavelmente mais barata a viagem. Desta
forma, a partir de estudos e cálculos matemáticos chegou-se à conclusão que uma viagem
razoavelmente acessível, deveria encontrar Marte em oposição ao local de lançamento do foguete. Essa
viagem demoraria aproximadamente 8 meses. No retorno deve-se haver a mesma preocupação.
Novamente encontrar uma posição onde a Terra, desta vez, esteja em oposição ao local do lançamento
do foguete em Marte. Para tal fato ocorrer, demoraria-se por volta de 15 meses até que o foguete
pudesse retornar em uma viagem de 8 meses. No total essa viagem exploratória a Marte demoraria
aproximadamente 21 meses (+/- 2 anos) não contando com eventuais intercorrências. Além disso, a
preocupação com a manutenção da convivência dos tripulantes, sua alimentação, utilização de
resíduos, incidência de raios cósmicos, a não proteção da atmosfera do planeta entre outros fatores se
mostram como grandes desafios para a ciência (figura 78)

Figura 78 Sonda espacial Opportunity


começa a explorar Marte

Fonte:https://www.hojeemdia.com.br/opini%
C3%A3o/blogs/blog-do-lute-1.366314/charge-
do-dia-28-11-2018-1.674937

Observando a maré

As marés são fenômenos causados por forças gravitacionais diferenciais sobre corpos em suas
proximidades: definidas como sendo a subida e descida do nível das águas do mar. O desnível é a
distância entre a maré baixa e a maré alta.

Periodicidade

87
Observacionalmente, num período de 24 horas e partindo de um nível médio entre a maré alta e
a maré baixa, quase dois ciclos completos se repetem. Existe uma sincronicidade de aproximadamente
12h e 25 minutos entre ciclos de maré baixa ou alta entre duas fases iguais da maré. Outra percepção
é que quando a lua está nascendo tem-se a maré baixa. Quando a lua está no meridiano (meio-dia lunar)
tem-se maré alta. Quando a lua está se pondo maré baixa. Quando é meia noite lunar é maré alta. Por
enquanto só observacionalmente.

O Meio-dia lunar é quando a lua está perpendicularmente sobre a cabeça do observador


local.Porém há uma movimentação da Terra, da lua e do sol. Sendo assim, com esses deslocamentos,
o dia solar a partir da figura 13 tem 24h de duração e o dia lunar tem 24h 50 min e 28 segundos.

Figura 79 Explicação do dia solar e dia lunar

Fonte: Boczko, 2020.

Influências das fases da lua sobre as alturas das marés

Nos primeiros sete dias ocorreu uma diminuição na altura da maré alta e um aumento na maré
baixa. Na próxima semana, nos próximos 7 dias, a maré alta aumenta e a maré baixa diminui. Na
terceira semana repete-se o fenômeno da primeira semana e o mesmo sucede à quarta semana que
repete o fenômeno da segunda semana. Ou seja, há uma ciclicidade na altura da maré alta. Ao observar
a maré bem alta a lua está cheia ou nova. Quando ocorre as menores marés altas a lua estará em quarto
minguante ou quarto crescente. Então há uma relação direta entre as fases da lua e os desníveis das
marés (figura 80).

Figura 80 Influência da fase da Lua sobre a altura da maré

88
Fonte: Boczko, 2020.

Explicando a causa das marés

Sejam dois corpos extensos, a Terra e a Lua. Partindo-se do princípio que há duas massas sob a
superfície da Terra das quais pode-se calcular suas distâncias até a lua. A força exercida pela gravitação
da lua influi sobre os fluidos terrestres provocando a maré alta. Devido ao movimento de rotação da
Terra, a cada instante regiões diferentes da Terra estarão submetidas às marés baixas e altas, fazendo
com que o fenômeno seja cíclico em cada local.

Defasagem das marés


Existe em alguns pontos do planeta alguma defasagem na hora em que a maré está alta em relação
ao meio-dia lunar. Isso se dá em bacias, ou seja, haverá um retardamento da passagem da maré em
relação à passagem da lua pelo meridiano.

Contribuições para a maré

O sol provoca o efeito de marés, assim como a Lua, mas não com a mesma intensidade. As marés
causadas pela lua é 2, 2 mais intensa que a provocada pelo Sol. Em função da distância em que o Sol
está da Terra a sua influência é menor do que a da Lua.
Existem alguns tipos de marés:
• Maré de Sizígea ou maré de alinhamento com o Sol e ocorre na Lua Nova (figura 81);

Figura 81 Marés de Sizígea

89
Fonte: Boczko, 2020.

• Maré de quadratura (ângulo reto) com 90º de ângulo entre a lua e o sol, ocorrendo na
fase de quarto minguante e quarto crescente (figura 82).

Figura 82 Marés de Quadratura

Fonte: Boczko, 2020.

Marés marítimas e terrestres

As marés marítimas são como o próprio nome diz a subida e descida das águas. As marés terrestres
se devem ao caso do interior da Terra ser pastoso – o magma -, portanto quase líquido, na passagem
da lua esse interior pastoso também se move fazendo com que as placas tectônicas se movimentam.
Com relação ao interior há um desnível de aproximadamente 30 cm. Essa medição foi realizada
matematicamente e, só posteriormente, pelo lazer dos satélites é possível se determinar esse desnível.

Efeitos das marés sobre a Terra a longo prazo

A longo prazo, por causa da rotação da Terra, o fenômeno das marés é cíclico, ocorre atrito, ou

90
seja, perda de energia cinética, energia de rotação da Terra. Isso significa que a rotação está mais lenta.
A cada final de ano normalmente tem-se que adaptar o relógio atrasando-o 1 s.
Esse estudo, sobre o fato da Terra estar parando de girar, pôde ser realizado por meio de
observação de corais, há 400 milhões de anos, onde o dia solar tinha aproximadamente 22 horas e o
ano 400 dias da época. A duração do dia diminui 0,001 de segundo por século.
Então pelo Princípio da conservação da quantidade de movimento angular. Quando a terra
diminui seu movimento de rotação, a lua fica mais externa para manter essa quantidade de movimento
angular. A lua se afasta alguns centímetros por ano. Daqui há muitos anos um dos hemisférios estará
sempre voltado para o sol, comportando-se como a lua, ocorrendo uma quase sincronicidade entre a
rotação e a translação da terra.

Efeitos das marés a longo prazo sobre a Lua

Atualmente a lua apresenta a Terra sempre a mesma face, mas nem sempre foi assim. Há milhões
de anos conseguia-se observar da Terra todas as faces da lua. O que ocorreu é que houve perda de
energia da lua, velocidade de rotação, a ponto de apresentar para Terra sempre a mesma face, de forma
que seus movimentos de rotação e translação estão sincronizados (figura 83).

Figura 83 Translação atual da Terra

Fonte: Boczko, 2020.

Deformação ou quebra de corpos celestes pelas marés

Pela força da ação gravitacional as marés deformam os corpos, mas se as forças de coalizão
internas não forem tão fortes podem romper os corpos.

91
Em Astronomia, limite de Roche designa a distância mínima que pode suportar um objeto, que
mantém sua estrutura unicamente por sua própria gravidade numa órbita a um corpo massivo (de maior
densidade), sem começar a desintegrar-se devido às forças de maré exercidas pela força gravitacional do
objeto principal. Dentro do limite de Roche, a força de gravidade que o corpo principal exerce sobre o
extremo do satélite mais próximo e mais afastado excedem à força de gravidade do satélite. Devido a esse
princípio, o corpo secundário poderá ser destruído pelas forças de maré. O nome de limite de Roche
provém do astrônomo francês Édouard Roche, que primeiro propôs este efeito e calculou este limite
teórico em 1848.

92
GALÁXIAS
Descrição da Via Láctea
A Via Láctea é o que percebemos aqui da Terra, galáxia é o que se vê a partir de um referencial
externo. É composta de aproximadamente 150 bilhões de estrelas, possui regiões escuras – nebulosas
de absorção de energia – e estrelas, gases e poeiras.
Ao observar-se o céu também vê-se o que não pertence a nossa galáxia, como por exemplo a
Grande Nuvem de Magalhães.
Existe na galáxia uma região onde ocorre uma concentração de estrelas, gás e poeira. Numa
galáxia é possível se determinar o que se chama de coordenadas galácticas.
Ao observar-se a Via Láctea (figura 84 ) a partir de seu interior, observa-se como se estivesse
dentro de um anel, vendo-se, portanto, apenas uma parte dele.

Figura 84 The Milky Trail

Fonte: https://apod.nasa.gov/apod/ap130601.html

É possível mapear-se uma galáxia utilizando o radiotelescópio.

Estrutura da Galáxia

A morfologia das galáxias. O diâmetro da via láctea é algo em torno de 100 mil anos-luz e a espessura

93
do disco galáctico é igual a uns poucos milhares de anos-luz. A galáxia gira em torno de seu bojo.
Possui aproximadamente 150 bilhões de estrelas mais o Sol. Possui rotação galáctica em torno de
250.000.000 de anos.

As galáxias diferem bastante entre si, mas a grande maioria têm formas mais ou menos regulares
quando observadas em projeção contra o céu; Hubble identificou três tipos básicos: elípticas, espirais
e irregulares. As espirais se subdividem em dois tipos: espirais ordinárias e espirais barradas (figura
3).

Figura 85 Tipos de galáxias

Fonte: http://www.if.ufrgs.br/~fatima/ead/galaxias.htm

Um dos primeiros e mais simples esquemas de classificação de galáxias, que é usado até hoje,
aparece no livro de 1936 de Edwin Hubble, The Realm of the Nebulae. O esquema de Hubble consiste
de três sequências principais de classificação: elípticas, espirais e espirais barradas. Nesse esquema, as
galáxias irregulares formam uma quarta classe de objetos.

Vía Láctea vista por olhos diferentes

É possível observar-se a Via Láctea em outras faixas de cores (figura 85).

Figura 85 Via Láctea vista em diferentes cores

94
Fonte: Boczko, 2020.

Os elementos que compõem a nossa galáxia são: estrelas, campo de radiação, meio interestelar,
campo magnético galáctico e raios cósmicos.
As estrelas existem em quantidade abundante na galáxia correspondendo entre 80 a 90% da
massa da Via Láctea, não considerando-se o que se chama de massa escura. Possuem raras estrelas
sozinhos. Um exemplo disso é o Sol. Os sistemas binários e múltiplos são mais comuns.
Os aglomerados abertos e globulares aparecem no disco galáctico mas são compostos de poucas
estrelas. Seu diâmetro é algo em torno de algumas dezenas de anos-luz, possui forma irregular (figura
86). Geralmente estão localizados no plano galáctico. Tem abundância normal de elementos químicos,
ou seja, muito similar ao que ocorre no sol. As estrelas possuem idades variadas e compostas de
material pré-ejetado.

Figura 86 M44 – O Aglomerado da Colmeia

Fonte: https://spacetoday.com.br/m44-o-aglomerado-
da-colmeia/

A tendência dos aglomerados de estrelas é de se separarem modificando a forma inicial.

95
Aglomerados Abertos e Globulares

Os aglomerados globulares são diferentes. Eles são formados por muitas estrelas – milhões – são
raros e ficam distribuídos fora do plano galáctico. Contém de 100 mil a 100 milhões de estrelas.
Normalmente são formados por estrelas muito velhas e de formato esférico. Existe uma menor
abundância de elementos pesados (figura 87).

Figura 87 Aglomerado globular Ômega Centauro

Fonte: Boczko, 2020.

Populações estelares – Parte 1

Em Astrofísica a tabela periódica é organizada de uma forma diferente. Nesta configuração o H


(hidrogênio) e o He (Hélio) são não-metais e os demais elementos químicos são todos metais (figura
88) .

Figura 88 Metalicidade em Astrofísica

96
Fonte: Boczko, 2020

Uma população estelar 1 é um grupo de estrelas cuja composição química é parecida com a do
Sol. Possuem alta metalicidade, são jovens, formadas de muito gás e poeira. Estrelas do tipo O e
B(quentes). Estrelas T-Tauri e aglomerados galácticos jovens. Formadas em regiões H II (hidrogênio
ionizado), ou seja, região de prótons livres.
Uma população estelar mais velha, possuem de 0,1 a 10 bilhões de anos. O sol faz parte deste
grupo. Estrelas do tipo A, estrelas anãs vermelhas e aglomerados galácticos velhos.

Populações estelares – parte 2

Estrelas de população II são compostas de estrelas em um estágio evolutivo de jovens a velhas.


Possuem o disco de 3 a 10 bilhões de anos. Estrelas tipo novas; e RR Lyrae, de curto período. Existem
as estrelas intermediárias de 10 bilhões de anos; estrelas variáveis de longo período e as extremas com
mais de 10 bilhões de estrelas – Aglomerados globulares e super anãs.

Figura 89 Resumo de populações estelares

Fonte: Boczko, 2020.


Populações estelares – parte 3

97
Segue a distribuição das populações de estrelas na galáxia (figura 90)

Figura 90 Distribuição das populações

Fonte: Boczko, 2020.

Composição superficial e idade de uma estrela

Numa estrela ocorrem reações de fusão nucleares transformando elementos leves em elementos
pesados mais energia. Há um paradoxo observado: no espectro de luz de uma estrela jovem observa-
se uma grande quantidade de metais pesados e no espectro de uma estrela velha observa-se abundância
de hidrogênio. Isso ocorre pois o espectro de uma estrela indica a composição superficial da estrela e
não no centro da estrela.
No centro da estrela pode haver várias fusões nucleares gerando metais pesados, essas reações
não alteram a composição química da estrela.
Em sua composição é assim organizada (figura 91):

Figura 91 Composição estelar

98
Fonte: Boczko, 2020.

Buracos negros supermassivos

Em função da detecção de uma grande quantidade de raios x no centro da galáxia, por meio de
radiotelescópio, infere-se da possibilidade de o centro das galáxias abrigarem buracos negros
supermassivos. Além disso, detecta-se que existem corpos que emitem rádio e em x. Algo interessante
é que esses corpos estão em movimento, sendo possível desenhar-lhes as órbitas. Ao calcular-se as
massas desses corpos concluí-se que estão orbitando um buraco negro. Não se sabe se se é realmente
um buraco negro ou vários que se comportam como um buraco negro.

Campos de radiação e meio interestelar

O espaço entre as estrelas é mais vazio que o melhor vácuo criado em laboratórios na Terra. No
entanto, existe um material entre as estrelas que é composto de gás e poeira, o meio interestelar.
O meio interestelar compõe de 10 a 15% da matéria visível da Via Láctea. Mais de 95% desse material
é gás e o restante poeira (figura 92).

Figura 92 Composição do Meio interestelar

Fonte: Boczko, 2020.

Tipos de Nebulosas

Existem vários tipos de nebulosas (figura 93):

Figura 93 Algumas nebulosas da Via Láctea

99
Fonte: Boczko, 2020.

Nebulosa escura - Uma nebulosa escura é uma nuvem de poeira e gás frio, que não emite luz visível,
que esconde as estrelas que ela contém.

Nebulosa de emissão - são nebulosas de linha de emissão e nebulosas de emissão emite sua própria
luz.
Os átomos de hidrogênio que está animado pela poderosa luz ultravioleta de estrelas próximas.
O hidrogênio é então ionizado, ou seja, perde seu único elétron que emite um fóton. Isso gera o brilho
da nebulosa. As estrelas do tipo espectral O podem ionizar o gás dentro de um raio de 350 anos-luz.

Nebulosa de reflexão - As nebulosas difusas de reflexão são compostas de hidrogênio, o elemento


mais abundante no universo, mas também de poeira.
A nebulosa de reflexão refletia estrelas luz visível só enviá-las nas proximidades, onde as estrelas que
elas contêm.

Nebulosa planetária - Se a nebulosas difusas são associadas com o nascimento de estrelas, nebulosas
planetárias são os restos de estrelas. O nome "nebulosa planetária" vem das primeiras observações
desses objetos, por vezes, têm um aspecto circular. O final da vida de uma estrela brilha especialmente
no ultravioleta. Esta radiação ilumina o gás anteriormente expulso por radiação ionizante, e, assim,
forma uma nebulosa planetária. As cores observadas a partir dos vários elementos que emitem mais
ou menos ionizado cada um em um comprimento de onda muito específico. Os átomos de hidrogênio
emitem uma luz vermelha, enquanto o oxigênio fica verde.

Onde há vácuo?

100
No espaço não há vácuo. O vácuo existe nos espaços interatômicos.

Campos magnéticos galácticos, raios cósmicos e estrelas nos limites da galáxia

O Campo Magnético da Galáxia

Dada a correlação significativa entre o componente fortemente polarizado da radiação síncrotron


da Galáxia e a polarização da luz estelar, a ordenação do campo magnético ao longo da estrutura espiral
Galáctica sugere uma origem para o componente de espectro acentuado no braço espiral local. De fato,
o confinamento do campo magnético nos braços espirais também é observado em outras galáxias. E,
ainda, como as medidas da rotação de Faraday para a emissão Galáctica fornecem valores inferiores
aos obtidos para pulsares e fontes extragalácticas na mesma região do céu, sugere-se que a polarização
da emissão rádio da Galáxia se origina dentro de uma região com um raio < 500 pc.

Raios cósmicos

Raios cósmicos são partículas extremamente penetrantes com energia elevada, compreendida
tipicamente entre 108 e 1019 elétron-volts. São constituídos majoritariamente por prótons e por outros
núcleos atômicos, mas há também elétrons, pósitrons, antiprótons, neutrinos e fótons gama.
Essas partículas, ao chegarem à Terra, colidem com os núcleos dos átomos da atmosfera, a cerca
de 10 mil metros acima da superfície do planeta, e dão origem a outras partículas, formando uma
“chuva” de partículas com menos energia, os chamados raios cósmicos secundários.
O número de partículas que chegam ao nível do mar, em média, é de uma partícula por segundo
em cada centímetro quadrado.

Objetos extragalácticos visíveis a olho nu

Objetos galácticos visíveis a olho nu desde o Hemisfério Sul

É possível visualizar a partir da Via Láctea e exterior a ela, a Pequena e Grande Nuvens de
Magalhães. Para observá-las, basta localizar a constelação do Cruzeiro do Sul e prolongar a visão pelo

101
seu maior braço e encontraremos duas manchas no céu: As Nuvens de Magalhães15 (figura 94).

Figura 94 As duas Nuvens de Magalhães no


céu do Observatório do Paranal no Chile.

Fonte: http://oal.ul.pt/as-nuvens-de-magalhaes/

Pequena Nuvem de Magalhães:


• É irregular;
• Diâmetro: 14.000 anos-luz
• Distância 190.000 anos-luz
• 2 bilhões de estrelas;
• Magnitude aparente: 2,4.

Grande Nuvem de Magalhães:


• Espiral barrada (ex-irregular);
• Diâmetro: 30.000 anos-luz
• Distância 160.000 anos-luz
• 10 bilhões de estrelas;
• Magnitude aparente: 0,1.

Objetos galácticos visíveis a olho nu desde o Hemisfério Norte

A partir do Hemisfério Norte é possível visualizar a olho nu a galáxia de Andrômeda. É mais


difícil de ser visualizada, aparece como uma pequena mancha no céu. Ela possui um nome específico
no catálogo Messier16 – M31. Este catálogo tem aproximadamente 103 objetos listados.

15
Essas "Nuvens" foram avistadas (e registradas) em 1520 pelo navegador português Fernão de Magalhães (1480-1521).
Ele foi o primeiro habitante do hemisfério norte a se referir a elas em suas anotações de viagem. Dai o nome dado a estas
galáxias, que compõe um cenário de grande beleza em nosso céu, e que têm grande importância na história das
descobertas científicas em astronomia. Acesso em 07/06/2021 http://www.observatorio.ufmg.br/pas71.htm
16
Entre os anos de 1758 e 1782, Charles Joseph Messier, astrônomo francês (1730-1817), compilou uma lista de

102
Existem outros catálogos de objetos. Por exemplo o NGC com aproximadamente 8000 objetos.
Outro exemplo é o Principal Galaxies Catalogue (PGC) com mais de 73000 objetos catalogados.
É importante se observar que há nomes diferentes para um mesmo objeto, ou seja, catálogos
diferentes para os mesmos objetos.
A Galáxia Andrômeda é uma galáxia espiral com diâmetro maior que a Via Lácteas e por
consequência mais estrelas. Está a mais de 2 milhões de anos da Via Láctea. Foi descrita pelo persa
Al-Sufi em 954 antes da Era Cristã. Possui pelo menos uma galáxia satélite.

Observando algumas galáxias

Algumas nomenclaturas para se tratar de números grandes em relação à galáxias

Figura 95 Nomenclatura para grandes números

Fonte: Bockzo, 2020.

Definição de Galáxias

Uma galáxia é um grande sistema de diversos corpos gravitacionalmente ligados.

São compostas por:


• Estrelas (de 107 a 1014) 10 mega [anã] a 100 tera [super-gigante]
• planetas e satélites
• Remanescentes de estrelas

aproximadamente 100 objetos difusos e difíceis de distinguir dos cometas pelos telescópios da época. Esta relação ficou
conhecida como Catálogo Messier, depois de publicada, em 1771, nas Mémoires de l’Academie de Paris. Constitui-se
numa coleção daqueles que podem ser considerados os objetos mais bonitos do céu, incluindo ebulosas, aglomerados
estelares e galáxias. Acesso em 07/06/2021 https://planetario.ufsc.br/o-catalogo-messier/

103
• Meio interestelar
• gás
• poeira
• raios cósmicos
• campos de radiação
• matéria escura (!?)
• Buracos negros: comuns e supermassivos

Figura 96 Tamanhos e População de Galáxias

Fonte: Bockzo, 2020.

Grupo local de galáxias


Um Grupo Local de Galáxias por ser percebido por uma perspectiva tridimensional, pensando
nelas dentro de um cilindro (figura 97)

Figura 97 Representação gráfica do Grupo Local de Galáxias

104
Fonte: Bockzo, 2020.

Galáxias próximas à Via Láctea que representa uma como ilha envolta por grandes espaços
vazios. Entre as galáxias não há vácuo.
Seguem no quadro 6 algumas galáxias próximas a galáxia conhecidas, membros do Grupo Local

Quadro 6 Membros do Grupo Local


O sistema da Via Láctea O sistema de Andrômeda A Galáxia do Triângulo Membros
gravitacionalmente
separados dos subgrupos
maiores:

Anã de Sagittarius, M32, a única espiral não barrada no IC 10,


Grande Nuvem de Magalhães, M110, Grupo Local, podendo ou não IC 1613,
Pequena Nuvem de NGC 147, ser uma companheira da Anã de Phoenix,
Magalhães, NGC 185, Galáxia de Andrômeda, Leo A,
Anã de Canis Major, Andrômeda I, apenas tem uma galáxia Anã de Tucana,
Anã da Ursa Minor, Andrômeda II, satélite, Anã de Cetus,
Anã de Draco, Andrômeda III, Pisces (LGS 3). Anã Irregular de Pegasus,
Anã de Carina, Andrômeda IV, Wolf-Lundmark-Melotte,
Anã de Sextans, Andrômeda V, Anã de Aquarius e
Anã de Sculptor, Anã Esferoidal de Pegasus VI, Anã Irregular de Sagittarius.
Anã de Fornax, Anã de Cassiopeia VII,
Leo I, Andrômeda VIII,
Leo II e Andrômeda IX e
Anãs da Ursa Maior I e II. Andrômeda X.
Fonte: Adaptado de Boczko, 2020.

A qualificação de membro para NGC 3109, e suas companheiras Sextans A e Antlia, é duvidosa
devido às suas extremas distâncias para o centro do Grupo Local.

Aglomerado de galáxias

Segue uma foto de galáxias realizada pelo Telescópio Hubble com 100 horas de exposição
(figura 98)

Figura 98 Imagem revelada pela


Nasa a partir de capturas feitas
pelo telescópio Hubble

Fonte: Nasa/Reuters

105
As galáxias não estão distribuídas uniformemente pelo universo (figura 99).

Figura 99 Distribuição de galáxias no universo

Fonte: Boczko, 2020.

Classificação morfológica das galáxias – parte 1

As galáxias apresentam formas diferentes e foram classificadas segundo suas formas. Essas
formas dependem da posição da galáxia em relação ao seu observador. Segundo as imagens captadas
do Telescópio Hubble (figura 100). A partir da imagem vista, tenta-se reconstruí-la por meio modelos
geométricos, físicos e estatísticos.

Figura 100 Classificação de galáxias segundo o Hubble

Fonte: Boczko, 2020.

Galáxias são enormes aglomerados de estrelas, gases, poeiras etc. Algumas galáxias possuem
cerca de 100 bilhões de estrelas. De acordo com suas formas, as galáxias podem ser classificadas em
elípticas, espirais ou irregulares. Estima-se em cerca de 100 bilhões o número de galáxias no Universo,
incluindo a Nossa Galáxia.

106
Tipos de Galáxias17

Segundo suas formas, as galáxias podem ser divididas em 3 classes:


• Galáxias elípticas (Classe E)
• Galáxias espirais (Classe S)
• Galáxias Irregulares (Classe I)
Apesar de essa classificação ser apenas morfológica, verifica-se que as galáxias de uma
determinada classe apresentam características físicas e químicas bastante semelhantes e que diferem
das galáxias de outra classe. Assim, a classificação morfológica tem, também, um valor conceitual
(Quadro 7).

Quadro 7 Características de diferentes tipos de galáxias


Espiral e Elíptica Irregular
espiral barrada

Forma e Disco muito aplainado contendo Não tem disco! Sem estrutura óbvia.
propriedades braços espirais e engrossando As estrelas estão distribuídas de
estruturais perto do bojo. S tem um bojo forma não homogênea no Irr II muitas vezes apresentam
bem definido do qual saem os volume de um elipsoide. A aparência explosiva.
braços. SB tem uma barra forma do elipsoide pode variar
central alongada. de esférica (E0) a muito
achatada (E7).
Não apresenta estrutura óbvia,
além de um núcleo central
denso.
Conteúdo estelar Disco contém estrelas jovens e Contém só estrelas velhas Estrelas jovens e velhas
velhas; halo só há estrelas
velhas.
Gás e poeira O disco contém grande Contém pouco ou nada de Gás e poeira são muito
quantidade de gás e poeira. Halo poeira e/ou gás. abundantes
só tem estrelas.
Formação estelar Formação estelar acontecendo Sem formação estelar Formação estelar vigorosa
nos braços espirais. significativa nos últimos 10
bilhões de anos.
Dinâmica estelar Gás e estrelas se movem em Estrelas apresentam Estrelas e gás possuem órbitas
órbitas circulares ao redor do movimentos aleatórios nas três muito irregulares
centro no disco. No halo as direções.
estrelas têm órbitas orientadas
aleatoriamente.
Fonte: Boczko, 2020.

As galáxias elípticas apresentam estrelas de idades bastante avançadas. Possuem pouco gás e
poeira interestelares.
As galáxias irregulares, contrastando com as elípticas, apresentam muito gás e matéria
interestelar, predominando as estrelas jovens.
As galáxias espirais são intermediárias entre as elípticas e as irregulares. Apresentam estrelas de
diferentes idades, desde as mais antigas até as mais jovens. Existem regiões ricas em gás e matéria

17
Disponível em https://www.iag.usp.br/siae98/universo/galaxias.htm . Acesso em 07/06/2021.

107
interestelar, de modo que novas estrelas estão constantemente se formando.
As galáxias espirais estão sub-classificadas em tipos Normais e Barradas (indicadas por “B”).
As espirais normais têm braços saindo de um núcleo rico em estrelas e gás. Nas espirais barradas os
braços saem de estruturas que parecem barras que atravessam o núcleo da galáxia. Conforme os braços
são mais ou menos enrolados em torno do núcleo, as espirais são classificadas ainda em tipos a,b ou
c, respectivamente.
A Nossa Galáxia é da classe Espiral Normal tipo b: Sb.

Observando as Nuvens de Magalhães

Na Grande Nuvem de Magalhães existe uma região de prótons livres onde pode haver a formação
de novas estrelas. É aquecida por raios ultravioletas oriundos dessa formação de novas estrelas ficando
com hidrogênio ionizado. É uma galáxia irregular.
Para vermos as Nuvens de Magalhães precisamos ter boas condições de céu. Isso só é possível
fora da poluição (incluindo a poluição luminosa) característica das grandes cidades. Quem estiver em
regiões de céu mais escuro, poderá ter uma ótima visão dessas nossas vizinhas. As noites sem Lua, ou
de Lua pouco brilhante, são particularmente favoráveis pois o brilho do céu fica enormemente
diminuído, facilitando a visualização de objetos celestes de pouco brilho.
Como encontrar as Nuvens de Magalhães no céu? É muito fácil. Localize as duas estrelas mais
brilhantes do céu: Sírius ("alfa", isto é, "a mais brilhante" da constelação do Cão Maior), e Canopus
(alfa da constelação de Carina). Nos fim e início de cada ano, elas podem ser encontradas facilmente
em direção ao horizonte Sudeste, por volta das 21 horas. Próximo a Sírius, na direção Leste, está a
constelação de Órion, o Caçador, onde podem ser vistas as famosas Três Marias. A estrela mais
brilhante de Órion é Rigel. Ela está bem próxima de Sírius. A separação angular, ou seja, a separação
vista no céu, entre Sírius e Rigel é mais ou menos dois terços da separação entre Sírius e Canopus.
Esta, por sua vez, está mais próxima do horizonte Sul do que Sírius. E as Nuvens de Magalhães?
Sírius e Canopus "apontam" para elas. Imagine uma linha reta, começando em Sírius, e passando
por Canopus. A uma distância um pouco inferior à metade da separação entre Sírius e Canopus, medida
a partir de Canopus, encontra-se a fabulosa GRANDE NUVEM DE MAGALHÃES! Prolongue mais
um pouco, e lá estará, mais fraca, a PEQUENA NUVEM DE MAGALHÃES! E não se esqueça de
que são galáxias! Milhões de estrelas juntas devido à gravidade entre elas; e elas por sua vez, presas à
gravidade de nossa Galáxia!18

18
http://lilith.fisica.ufmg.br/~dsoares/reino/nuvens.htm

108
Galáxias anulares

Uma galáxia anular é uma galáxia com uma aparência tipo-anel. Este anel consiste de massivas
e relativamente jovens estrelas azuis, extremamente brilhantes. A região central contém matéria
relativamente pouco luminosa. Os astrónomos acreditam que as galáxias em forma de anel são
formadas quando uma galáxia mais pequena passa pelo centro de outra maior. Devido às galáxias
serem maioritariamente constituídas por espaço vazio, esta "colisão" raramente resulta concretamente
em colisões entre estrelas. No entanto, os distúrbios gravitacionais causados por tais eventos podem
iniciar uma onda de formação estelar, onda esta que se irá mover pela galáxia maior. O objeto de Hoag,
descoberto em 1950 por Art Hoag, é um bom exemplo de uma galáxia de este tipo (figura 101).

Figura 101 Objeto de Hoag

Fonte:http://alem-da-via-
lactea.blogspot.com/2015/04/imagem-
do-dia-o-objeto-de-hoag.html

Galáxias em diferentes comprimentos de onda

As galáxias podem ser observadas/fotografadas pelo Hubble a partir de diferentes comprimentos


de onda. Os diversos satélites foram projetados para detectar elementos a partir de determinados
comprimentos de onda (figura 102).

Figura 102 Satélites usados para observação as diferentes


cores emitidas pelas galáxias

109
Fonte: Boczko, 2020.

Detecção de protogaláxias, radiogaláxias e galáxias de núcleos ativos

Uma galáxia nasce numa região de intensa atividade. Percebe-se protogaláxias que demoram 13
bilhões de anos para chegar até nós, ou seja, essas são protogaláxias criadas por ocasião do início do
Universo.
Galáxias de núcleo ativo emitem uma grande quantidade de radiação do seu centro, radiação essa
como onda de rádio. Exemplo Ativa Centauri A. Infere-se que está havendo uma colisão entre galáxias.

Quasares

O Quasar é um objeto cósmico, assim como são as estrelas, os planetas, os cometas, as galáxias,
etc.
Os quasares foram descobertos em 1960, de uma forma bastante interessante. Eles se mostraram aos
seres humanos pela primeira vez como fontes de ondas de rádio! Ao serem localizadas no céu, estas
fontes se apresentaram com a aparência de uma estrela azulada! Mas não são estrelas, apenas têm a
aparência peculiar de uma estrela, ou seja, um ponto luminoso. Destas características originou-se o seu
nome. A palavra "quasar" é um acrônimo referente à expressão em inglês "quasi-stellar radio source",
ou, "fonte de rádio quase-estelar" (figura 103).

110
Figura 103 Radiogaláxia Centauro A19,
localizada na constelação de Centauro

Fonte:http://lilith.fisica.ufmg.br/~dsoare
s/reino/quasar.htm

Os quasares são também chamados, de forma mais geral, de QSOs. QSO é a sigla, em inglês, para
"quasi-stellar object", ou, "objeto quase-estelar".

Colisão de galáxias

Entre a Via Láctea e a Galáxia de Andrômeda existem 2 milhões de anos-luz de distância, porém
infere-se que estão em trajetória de colisão. Segundo o gráfico da figura 11 já houve uma primeira
colisão e a Via Láctea está a mais ou menos 4 milhões de anos luz da próxima colisão. O choque que
ocorrerá entre os gases das galáxias é, pouco provável, entre as estrelas.

Figura 104 Trajetória colisional entre as


Via Láctea e a Galáxia de Andrômeda

19
Trata-se de uma galáxia bastante peculiar onde vê-se uma galáxia de disco, espiral, vista de perfil, sobreposta a uma
galáxia elíptica, em cor branca na imagem. Provavelmente, a galáxia espiral "caiu" sobre a gigante elíptica e as duas estão
em processo de fusão. Os enormes lobos de radioemissão estão representados em cor azul. (Crédito: Jack O. Burns e David
Clarke -- rádio -- e National Optical Astronomy Observatories, Estados Unidos -- óptico) Acesso em 08/06/2021,
disponível em http://lilith.fisica.ufmg.br/~dsoares/reino/quasar.htm

111
Fonte: Bockzo, 2020.

112
COSMOLOGIA MODERNA

Como o universo evoluiu até agora

Quando tratamos de Cosmologia podemos falar sobre ela a partir de um ponto de vista mitológico
e religioso ou científico. Quando se tem a base mitológica, a ideia cosmológica baseia-se em
superstição, religião, filosofia e fé. Por outro lado, se a base é científica usa-se modelos que envolvem
matemática, física, química e pesquisas. Porém, mesmo na base científica há que se acreditar em
determinadas hipóteses para procurar prová-las.
Em se tratando de Astronomia, pergunta-se: Qual o modelo matemático que explica ou justifica
o que o astrônomo vê?Enquanto esse modelo funciona, o astrônomo crê em sua veracidade. Quando
ele destoa ou passa a não mais explicar o que vê deixa de ser científico e é substituído por outro modelo.
Importantes contribuições contribuíram para a evolução da cosmologia:

Determinação de várias distâncias estelares (1912) - Henrietta Leavitt


descobriu a relação período-luminosidade

Elaboração da Teoria da relatividade geral (1915) - Einstein relacionou


matéria, energia e geometria do espaço

Verificação do Sol fora do centro da Galáxia (1918) - Shapley obteve o


centro da Via Láctea e sua distribuição estelar

Galáxia não (?) no centro do Universo (1922) - Observ. de Cefeidas em


Andrômeda fim do galactocentrismo
Descoberta da Expansão do Universo (1922) - Hubble descobriu que o
Universo está em expansão

Modelo geocêntrico puro

A olho nu observava-se as estrelas fixas, a lua que mudava em relação às estrelas fixas, percebia-

113
se corpos que se movimentavam em relação às estrelas. O Sol também se movia em relação às estrelas.
Também havia os cometas que se movimentavam e sumiam em relação às estrelas. A partir disso se
perguntavam como explicar o movimento dos astros? Para justificar, argumentam que a Terra estava
no centro de tudo, pois observava-se esse corpo movimentando em torno da Terra.
Aristóteles (sec. IV a.C) chega a conclusão que tudo girava em torno da Terra e que existia uma
esfera incrustada de estrelas. A partir disso, começou-se a explicar o movimento de cada um dos
objetos que se moviam. Explicaram que o objeto/planeta estava numa esfera que girava em torno da
Terra. Mas foi percebido que os movimentos não eram regulares. Muitos destes planetas realizavam
uma laçada no céu. Para justificar essa laçada diziam que existia uma outra esfera de eixo diferente da
anterior presa a ela. Mas isto não explica todos os movimentos planetários.

Geocentrismo, mas com ressalvas

As ressalvas ao Geocentrismo se deu por existirem posicionamentos impossíveis de planetas em


relação ao
Sol. A explicação para esses fatos veio por meio de Heráclides (grego, sec.IV a.C) por meio do que
ele denominava Sistema Híbrido. Nesta explicação todos os objetos com exceção de Mercúrio e Vênus
giravam em torno da Terra. Para ele, Vênus e Mercúrio giravam em torno do Sol para justificar o fato
deles sempre serem observados ao lado dele (figura 104).

Figura 104 Sistema Híbrido

Fonte: Bockzo, 2020.

Porém no século XVI surge o Sistema Híbrido de Tycho Brahe. Talvez seja o maior astrônomo
observador de sua época. Foi financiado por um familiar rico que o muniu dos melhores instrumentos
de observação e cálculos da época.
Ele chegou à conclusão que para explicar aquilo que se vê com precisão, era preciso entender

114
que Marte, Júpiter e Saturno davam volta em torno do Sol (figura 105).

Figura 105 Sistema Híbrido de Tycho Brahe

Fonte: Bockzo, 2020.

O modelo dele era muito bom, mas exige muitos cálculos para justificá-lo. É importante observar
que na ocasião o sistema de numeração utilizado eram os algarismos romanos o que dificultava a
justificativa do modelo.

Problemas de precisão no geocentrismo

A partir da matematização dos movimentos dos astros percebeu-se que havia problemas de
precisão no geocentrismo. Por isso, Apolônio (grego, sec. III a. C) criou o Sistema de Epiciclos, ou
seja, no modelo epiciclo, considerava que um planeta P se move uniformemente ao longo de um
pequeno círculo (epiciclo) cujo o centro C se move uniformemente ao longo de um círculo maior
(deferente) com centro na terra E.

Figura 106 Sistema de Epiciclos

Fonte: adaptado de
https://webpages.ciencias.ulis
boa.pt/~ommartins/seminario
/apolonio/astronomo.htm

Ptolomeu reuniu esses conhecimentos e determinou o que foi chamado Sistema Ptolomaico e
publicou o livro Almagesto que retoma e explica o sistema deferente-Epiciclo.

115
Observações de Galileu

Até 1609 tudo o que se observava no céu era feito a olho nu. A partir disso, Galileu Galilei
começa a utilizar a luneta para observar o céu. Ele começou a observar objetos que antes não eram
nem imaginados. Iniciou-se a era dos telescópios.
Anterior a Galileu, pela teoria de Ptolomeu não era possível ver Vênus completamente
iluminada. Galileu apontando o telescópio para este planeta, verificou que Vênus passava por fases e
Vênus cheio, ou seja, todo iluminado pelo Sol. Ele percebeu que a teoria de Ptolomeu estava falhando
neste aspecto. E concluiu que Vênus só poderia estar girando em torno do Sol.
Outro ponto percebido por Galileu, foi que perto de Júpiter havia 4 astros que se colocavam em
posições diferentes em relação a algumas estrelas fixas (figura 107).

Figura 107 Morte do Geocentrismo Puro

Fonte: Bockzo, 2020.

O que ele percebeu foi que esses 4 pontos pareciam se movimentar em torno de Júpiter e não da
Terra, concluindo que nem todos os corpos giravam em torno da Terra, ou seja, o Geocentrismo “puro”
deixa de existir.
A prova de que a Terra girava em torno do Sol, só surgiu em 1728 com uma experiência chamada
“aberração da luz” e o fato da Terra girar em torno do seu eixo veio com o experimento do Pêndulo de
Foucault em 1852.

Heliocentrismo por conveniência

Nicolau Copérnico (sec. XVI) (figura 108) não queria se contrapor à Igreja Católica, pois era
religioso. Assim decidiu simplificar a explicação. Ele propôs que todos os astros, com exceção da Lua

116
que continuaria girando em torno da Terra, girassem em torno do Sol no sentido de se simplificar os
cálculos. Ele conseguiu explicar de forma simplificada o “problema das laçadas” dos planetas, já no
fim da vida.

Figura 108 Nicolau Copérnico

Fonte: Wikipédia20
O que é o Universo?

Depois do advento dos instrumentos ópticos de observação dos astros, a observação a olho nu
praticamente acabou. A Cosmologia é o estudo do Universo como um todo. O Universo é tudo que
nos influenciou no passado, presente e futuro. Neste sentido, a matéria que é energia, tempo e espaço
está no universo. A forma do universo é indeterminada. Desta forma o universo pode ser percebido de
acordo com a visão dos instrumentos ópticos (figura 109). Não há resposta para os limites do universo.

Figura 109 Representação do Universo

Fonte: Bockzo, 2020.

Infere-se sobre a existência de outros universos. De acordo com Boczko (2020) nunca poder-se-
á percebê-lo, pois de acordo com a definição acima, ele tem que nos influenciar para ser percebido.

20
Disponível em https://pt.wikipedia.org/wiki/Nicolau_Cop%C3%A9rnico. Acesso em 14/06/2021.

117
Modelos de universo

Modelos matemáticos e físicos de universo

O que é um modelo de Universo ? É um conjunto de equações que permite descrever como


evoluem ao longo do tempo os parâmetros observáveis que descrevem o Universo como um todo.
Exemplos de parâmetros: densidade, aceleração, temperatura etc.

Equação da Geometria do Universo

v2 – (8/3)  G ρ r2 = - k c2 2

Velocidade
Densidade Raio
atual do
Universo

Para esta expressão cabe-se observar a condição do K (quadro 8)

Quadro 8 Condição do k para a Equação da Geometria do Universo


k<0 k=0 k>0
Energia total positiva +. Energia total nula. Energia total negativa - .
Universo ...ilimitado... Universo em expansão ↔ Universo |limitado|.
Universo ]aberto[. tendendo a parar num Universo [fechado].
Universo em expansão ↔ futuro infinitamente A expansão ↔ vai parar e
para sempre. distante. depois o Universo vai
Densidade crítica = 1,88 x contrair →←(big crush).
10-30 g/cm3
Fonte: Elaborada pelas autoras a partir de Boczko 2020

O universo para Euclides seria um Universo plano, portanto estático, que não se expande e nem
se contrai.
Para Einstein (1917), baseado em dados que ele possuía naquela época, ele concluiu que o
Universo deveria ser estacionário e sem expansão. Para ele, havia uma força artificial com uma
Constante cosmológica para contrabalançar a gravidade. Posteriormente definiu o Universo esférico,
fechado e finito com distribuição homogênea da matéria. É bom lembrar que boa parte destas respostas
estavam erradas.
Depois, surge o Universo de De Sitter, um Universo com geometria plana (euclidiana), em

118
expansão, sem matéria (?!?) e vazio em expansão (?!?).
Posteriormente surge o Universo na perspectiva de Friedmann (1922-1923) que suprimiu a
constante da Teoria de Einstein. Para ele o Universo poderia estar em expansão ou contração; Hubble:
expansão do Universo; que existe uma desaceleração na expansão do Universo e que, pode haver, na
sequência, uma contração do Universo.
No modelo de Friedmann-Lemaître, anteviu-se um estado primordial de alta densidade depois
chamado de Big-Bang.

Existem diversas teorias sobre a origem e evolução do Universo:

• Modelo Estático
• Modelo Estacionário (ou estável)
• Modelo Expansivo
• Modelo Cíclico

Modelo Estático – Princípio Cosmológico

Definição de Observador Fundamental - É aquele que está em repouso com relação aos corpos
de sua vizinhança.
Princípio Cosmológico - Para um Observador Fundamental, o Universo deve parecer o mesmo
em qualquer local (exceto por irregularidades locais), ou seja, O Universo é Homogêneo - possui as
mesmas características escalares (densidade, temperatura etc.) em todos seus pontos - e Isotrópico -
possui as mesmas características vetoriais (velocidade, campo magnético etc.) em todos seus pontos -
para qualquer observador que participe de sua expansão.

Hipóteses de trabalho

1. As estrelas e galáxias à nossa volta são muito semelhantes e se comportam da mesma


maneira que as estrelas e galáxias nas regiões remotas do Universo.

2. As estrelas e galáxias em qualquer lugar estão distribuídas no espaço da mesma maneira


em que elas estão na nossa vizinhança.

3. Os observadores em outras galáxias veem as mesmas propriedades do Universo que as que

119
nós vemos.

4. O Universo não tem bordas.

5. O Universo não tem um centro.

Princípio Cosmológico Perfeito

Para um Observador Fundamental, o Universo deve


parecer o mesmo em qualquer local e em qualquer instante (
exceto por irregularidades locais )

Universo Estático

O Universo tem o mesmo aspecto para qualquer observador, a menos de características locais.
No modelo estático, admite-se que o Universo teve, tem e sempre terá o mesmo aspecto, ou seja que
ele não sofre nenhum tipo de evolução. Esse modelo apresenta o inconveniente de ser contraditório
com as observações, que mostram que ocorrem importantes modificações nos elementos que
constituem o Universo observável.
Um dos defensores deste modelo foi Newton. Será que é possível “equilibrar” todas essas
hipóteses ao mesmo tempo?
Paradoxo de Olbers

Hipóteses : Conclusão de Halley :


Universo infinito O Céu deveria ser
Distribuição ‘uniforme’ de estrelas claro à noite!

Universo em expansão

Através da observação das diferenças entre as cores de luzes que as galáxias emitem e as que
nós delas recebemos, pode-se verificar que as galáxias se afastam umas das outras. A aparente
mudança de cor recebe o nome de deslocamento para o vermelho, ou “redshift”, e o movimento de
afastamento dessas galáxias é conhecido como Recessão das Galáxias. Sabendo da expansão do
Universo, uma nova definição do Princípio Cosmológico pode ser enunciada: O Universo é
homogêneo e isotrópico para qualquer observador que participe de sua expansão. O astrônomo Hubble
descobriu que quanto mais longe uma galáxia se encontra de nós, mais rapidamente ela se afasta de

120
nós. Esse princípio se chama Lei de Hubble.

Desde que o Universo está em expansão parece que não se tem dúvida. Mas, será que essa
expansão vai continuar no mesmo ritmo atual, diminuir o ritmo ou aumentar o ritmo?21

Geometria do universo

Sabe-se que a geodésica é a trajetória geométrica pela qual a luz percorre o espaço. Em
Geometria Euclidiana é uma linha reta (figura 109).

Figura 109 Universo de geometria plana

Fonte: Boczko, 2020.

Figura 110 Universo da geometria esférica

Fonte: Boczko, 2020.

Figura 111 Universo da geometria hiperbólica

21
https://www.iag.usp.br/siae98/universo/ouniverso.htm

121
Fonte: Boczko, 2020.

Viajando no espaço tempo de um universo plano

Imagina-se que para se deslocar de uma galáxia a outra. Essas duas galáxias possuem massas tão
grandes que são capazes de deformar o universo formando uma curvatura. Suponha-se que a curvatura
seja tão grande formando de maneira que se forme um caminho bem menor, denominado Buraco de
Minhoca. Por um buraco de minhoca faz-se uma viagem mais rápida, de forma que se um indivíduo
fizer o caminho anterior, chegará depois do que passou pelo buraco (figura 112).

Figura 112 Viagem no Espaço-Tempo plano e curvo

Fonte: Boczko, 2020.

Origem do Universo

Existem evidências da expansão do universo. O Big Bang é uma hipótese para comprová-la. O
Universo surgiu de um ovo primordial que se expandiu, explodindo até chegarmos onde estamos.
Como evoluiu? Como será o futuro? O que aconteceu antes do Big Bang?
Se as teorias que atualmente conhecemos, não houve nada anterior a ele. O tempo, espaço,
matéria e energia, nasceram com o Big Bang.
É importante atentarmos ao que o Big Bang não é: Uma explosão no sentido usual, num local e

122
numa época determinados.
O que o Big Bang aparentemente é: O início da expansão de TODO o volume do Universo. Toda
a massa e a energia sempre estiveram contidas neste volume.
Uma tentativa de se explicar o Big Bang é importante o entendimento do que seja: matéria,
antimáteria e energia (figura 113).

Figura 113 Diferença entre Matéria e Antimatéria

Fonte: Bockzo, 2020.

Existiam as partículas primordiais ou “tijolos do mundo”.


A História do Universo ocorreu como ilustra a figura 114.

Figura 114 História do Universo

Fonte: Disponível em
https://vintage.portaldoastronomo.org/tema_pag.php?id=21&pag=1 Acesso:
14/06/2021.

Evolução das forças da natureza

123
Logo após o Big Bang ocorreu a separação das quatro forças primordiais: Força Nuclear Forte,
Força Eletromagnética, Força Nuclear Fraca e Força Gravitacional.
É importante compreender que a medida que se foi conhecendo a respeito de cada força, buscou-
se unificar as teorias (figura 115)

Figura 115 Unificando teorias

Fonte: Bozkco, 2020.

Prova do Big-Bang

Existem provas que comprovam o fenômeno do Big bag. Duas evidências são quase irrefutáveis
atualmente:

1) O Movimento de Recessão das galáxias, indicando sua expansão, conforme verificado por Hubble.
2) A Radiação de Fundo de 2,7 K (13,6 cm , 4.080 MHz) que permeia todo o Universo de forma uniforme.

Por que um universo de matéria em vez de antimatéria?

Não tem-se motivo para acreditar que se tivesse mais matéria que antimatéria. Mas se,
atualmente, temos mais matéria que antimatéria no universo, pode-se inferir que havia, no princípio,
mais matéria que antimatéria.
Conclui-se disso que não há simetria no universo. Então, para se justificar essa assimetria: 1)
talvez o Universo Primordial não tenha sido completamente simétrico e/ou 2) tenha sofrido processos
não totalmente simétricos na sua evolução.

124
Existem, portanto, dúvidas nos modelos atuais de universo. São elas:

1. Assimetria matéria-antimatéria (há mais matéria que antimatéria);


2. Universo observado parece “plano”(pouca probabilidade teórica);
3. Galáxias tão velhas como o Universo (47 Tuc) (exigem flutuações locais de densidade, que não
são previstas pelas teorias atuais)

Universo Estacionário

Observações mostram que o Universo está em expansão. Isso contraria o modelo Estático, pois
implica na diminuição da densidade do Universo. Para contornar esse problema, esse modelo define o
Princípio Cosmológico Perfeito: o Universo tem o mesmo aspecto para qualquer observador em
qualquer instante, a menos de características locais. Para garantir a manutenção da densidade do
Universo, apesar da expansão, esse modelo supõem a geração espontânea de matéria. Não há provas
de que essa hipótese seja válida, mas também não há nada que a refute.
O que se contrapõe à ideia do universo estacionário? (figura 116)

Figura 116 Ideias que se contrapõem ao ideal de


um universo estacionário

Fonte: Bockzo, 2020.

Universo Expansivo

Através da observação das diferenças entre as cores de luzes que as galáxias emitem e as que
nós delas recebemos, pode-se verificar que as galáxias se afastam umas das outras. A aparente
mudança de cor recebe o nome de deslocamento para o vermelho, ou “redshift”, e o movimento de

125
afastamento dessas galáxias é conhecido como Recessão das Galáxias. Sabendo da expansão do
Universo, uma nova definição do Princípio Cosmológico pode ser enunciada: O Universo é
homogêneo e isotrópico para qualquer observador que participe de sua expansão. O astrônomo Hubble
descobriu que quanto mais longe uma galáxia se encontra de nós, mais rapidamente ela se afasta de
nós. Esse princípio se chama Lei de Hubble.

Desde que o Universo está em expansão parece que não se tem dúvida. Mas, será que essa
expansão vai continuar no mesmo ritmo atual, diminuir o ritmo ou aumentar o ritmo?
Há teorias que defendem opiniões a respeito da velocidade de expansão do universo (figura 117).

Figura 117 Tipos de Universo em expansão

Fonte: Bockzo, 2020.

Universo Cíclico
Se a massa do Universo é maior do que um certo valor crítico, então a gravidade do Universo é
suficientemente grande para frear, gradativamente, a expansão e impor um processo de contração ao
Universo. As estimativas atuais da massa do Universo dão um valor ligeiramente inferior ao mínimo
necessário para que o Universo sofra essa contração, mas...! Como se determina a massa do Universo?
Por amostragem. Imagina-se uma determinada região do espaço que possa ser considerada como
representativa da densidade do Universo. Calcula-se a massa dessa região, levando-se em conta as
estrelas, as nebulosas e a poeira aí existentes.

Acontece que há indícios da existência de Buracos Negros, que por serem de difícil detecção,
não entram nessa estimativa. Além disso, parece que existem neutrinos que possuem massa. Como
neutrinos são subprodutos das fusões nucleares que ocorrem no interior das estrelas, deve existir um
número muito grande de neutrinos espalhados no Universo. Se isso for verdade, é bem provável que a

126
massa do Universo seja maior que aquela que se estima atualmente, e nesse caso é possível que a massa
ultrapasse a massa crítica, fazendo com que o Universo pare de se expandir e comece a contrair.
Havendo essa contração, é permissível se pensar que a partir de um certo instante recomece a expansão
e que o processo seja cíclico.

Comportamento do universo

Atualmente acredita-se que o Universo está se expandindo mais rapidamente com o passar do
tempo, ou seja, a velocidade está aumentando mais do que a Lei de Hubble previu (figura 118).

Figura 118 Universo em expansão acelerada

Fonte: Bockzo, 2020.

Matéria Escura

Observações fizeram com que os astrônomos percebessem que as galáxias não ficavam à deriva,
movimentando-se aleatoriamente. No entanto, ela movimenta-se pela ação gravitacional das galáxias
próximas e uma matéria que não interage com a luz mas limita os movimentos galácticos influenciando
em seus movimentos.
Portanto, existem algumas regiões do céu com amontoados de galáxias que não se movimentam
de acordo com o esperado.

A matéria escura exerce força gravitacional sobre


as galáxias, porém parece não interagir de nenhuma outra
forma com a matéria comum e a luz

127
Energia Escura

O mais provável é que o universo seja fechado e cíclico, porém observacionalmente ele está em
expansão. A causa dessa expansão, infere-se que ela seja empurrada pela energia escura. Ela aparece
sempre onde aparece um vazio de matéria (figura 119).

Figura 119 Energia Escura e a expansão do universo

Fonte: Bockzo, 2020.

A energia escura faz uma pressão para fora se contrapondo ao que faz a atração gravitacional.
Baseando-se em dados atuais, infere-se que: (gráfico 1)

Gráfico 1 Composição do Universo

Fonte:https://www.quimicatecnologica.bh.cefetmg.br/2021/02/01/como-os-
elementos-quimicos-foram-formados/

Vendo o passado

128
Sempre se vê o passado das galáxias e seus componentes em função da sua distância e
movimento.
Por essa razão, tem-se construído cada vez mais telescópios mais potentes, a fim de se conhecer
estrelas e galáxias o mais distantes possíveis. Este fato permitirá que também se distanciam no tempo
para conhecer, quem sabe, bem próximo do Big Bang.
Quanto mais longe se observar, mais se verá galáxias na época de sua formação. Para conhecer
quais eram as condições do Universo.

129
ATIVIDADES PRÁTICAS
PARA O ENSINO DE
ASTRONOMIA

130
ATIVIDADES PRÁTICAS PARA O ENSINO DE ASTRONOMIA

Atividade Prática 1 - Construção do gnômon


Como determinar os pontos cardeais, pode-se elaborar uma atividade prática interdisciplinar conjugando
as disciplinas de ciências, geografia e matemática para se construir o gnônon. Nesta atividade prática será
necessário um palito de churrasco ou um lápis de escrever que será a haste que poderá ser fixada no chão do
pátio da escola. O professor de matemática trabalhará utilizando o esquadro para garantir que a haste (gnômon)
esteja perpendicular ao solo. Nos momentos de observação os estudantes definirão um horário (9h da manhã,
por exemplo), marcarão o comprimento da sombra e utilizando a medida da sombra como o tamanha de um raio
poderão traçar a circunferência que tem a haste por centro, utilizando um barbante. A tarde deverão continuar
observando para que possam perceber que a sombra muda de direção e toca novamente a circunferência em um
determinado ponto. Este ponto determina um ângulo formado pelas duas sombras. Traçando-se a bissetriz
obtêm-se a linha norte/sul. Perpendicular a ela tem-se a linha leste/oeste.
A descrição desta atividade está no link
http://www.oba.org.br/sisglob/sisglob_arquivos/ATIVIDADES%20PRATICAS%20DA%20OBA%202020.p
df

Atividade Prática 2 – Como construir um Astrolábio

Oficina de Astrolábio:
https://www.youtube.com/watch?v=J0yxVoY2tdA&ab_channel=OficinasdeAstronomiaemais%21
Modelo de Astrolábio:
https://www.dropbox.com/s/pclb187sx87szfo/Modelo%20astrol%C3%A1bio.pdf

Atividade Prática 3 - Escala do universo

Trabalhar notação científica a partir do site Scale of Universe 2 acessando o link https://htwins.net/scale2/

Atividade Prática 4 - Visualizando a distância entre a Terra e a Lua

http://www.oba.org.br/sisglob/sisglob_arquivos/ATIVIDADES%20PRATICAS%20DA%20OBA%20de%20
2021%20-%20VIRTUAL%20e%20PRESENCIAL_1.pdf

131
Atividade Prática 5 - “Para cima, ou para baixo?”

Fonte: VANCLEAVE, J. Astronomia para jovens. Lisboa: Publicações, 1993.

Atividade Prática 6 – Quanto mais distante, menos luminoso

Fonte: VANCLEAVE, J. Astronomia para jovens. Lisboa: Publicações, 1993.

Atividade Prática 7 – Construção de foguete com garrafa pet


Aconselhável para estudantes do 6º ao 9º anos. Link de acesso à atividade:
http://www.oba.org.br/sisglob/sisglob_arquivos/REGULAMENTO%20DA%20MOBFOG%20DE%202021%
20REAL%20E%20VIRTUAL%20(1).pdf Acesso em: 25 de maio de 2021.

Atividade Prática 8 – As estrelas têm “pulsações”!

132
Fonte: VANCLEAVE, Janice. Astronomia para jovens. Lisboa: Publicações, 1993.

Atividade Prática 9 – Reconhecendo os tipos de galáxias

Utilizar pratos de papel apresentando em diversas posições para os estudantes para que percebam sua forma
em relação à posição em que se encontra ele (o observador). Solicitar que desenhem no caderno. Comparar
com a forma das galáxias.

Atividade Prática 10 - Rodopios do Universo!

Objetivo: Demonstrar o movimento de uma galáxia espiral.

Materiais: 1 folha de papel (bloco de notas), furador, um jarro de vidro (capacidade aproximada 1 litro), folha

133
de papel de cartolina branca e 1 folha preta, um lápis e água.

Procedimento:
• Enche o jarro com água até cerca de ¾ do volume total.
• Com o furador obtém cerca de 20 círculos de papel.
• Espalha os círculos de papel à superfície da água.
• Com o auxílio do lápis, agita rapidamente a água (movimento
circular).
• Observa a água do topo do jarro e de lado após teres cessado
a agitação.

Resultados: Os círculos de papel rodopiam, formando uma


configuração em espiral no centro.

Porque? Movimento giratório do papel apenas simula o movimento


em espiral e a concentração da matéria constitutiva de uma galáxia
espiral cheia de estrelas. As galáxias são mais grossas no centro;
atualmente encontram-se numa fase de engrossamento, de expansão. A Via Láctea é uma galáxia espiral. São
necessários 250 milhões de anos para esta galáxia dar uma volta completa. Contudo, durante a rotação, grande
parte do teu espaço é coberto por mais de 200 bilhões de estrelas. O nosso sistema solar é apenas uma pequena
parte desta grande massa de espiral, cuja distância de uma ponta à outra é de 100.000 anos luz. Um ano luz é
uma medida de comprimento e não de tempo. Um ano luz refere-se à distância percorrida pela luz, à velocidade
de 300.000 Km/s, durante um ano inteiro.

Fonte: VANCLEAVE, Janice. Astronomia para jovens. Lisboa: Publicações, 1993.

Atividade Prática 11 – Sempre em Expansão

134
Fonte: VANCLEAVE, J. Astronomia para jovens. Lisboa: Publicações, 1993.

Atividade Prática 12 – Observação das estrelas

Atividade: Observação das estrelas proposta no site do professor Rodolfo Langhi:


https://sites.google.com/site/estrelasvariaveis/

Público: Alunos e professores do Ensino Fundamental e Médio, e membros de clubes de Astronomia.

Como participar? Leia as instruções e siga as etapas de observação de uma estrela específica por várias noites
seguidas, remetendo seus dados neste site.

Quanto tempo é usado para esta atividade?No máximo, uns 10 minutos por noite (ou menos, pois depende da
experiência que você for adquirindo).

Quais os instrumentos eu preciso ter para esta atividade?Você não precisa de telescópios nem de binóculos.
Esta atividade pode ser realizada a olho nu, usando um mapa celeste disponível neste site.

O que eu preciso fazer na atividade?Essencialmente comparar o brilho de uma estrela específica com o brilho
de outras estrelas de uma mesma constelação, noite após noite.

135
Atividade Prática 13 – Fases e Eclipses da Lua

Várias atividades

136
ARTIGOS DA ÁREA DE
EDUCAÇÃO EM
ASTRONOMIA

137
ARTIGOS DA ÁREA DE EDUCAÇÃO EM ASTRONOMIA

Artigo 1 - TROGELLO, Anderson Giovani; NEVES, Marcos Cesar Danhoni; DA SILVA, Sani de Carvalho Rutz. A
sombra de um gnômon ao longo de um ano: observações rotineiras e o ensino do movimento aparente do sol e das quatro
estações. Revista Latino-Americana de Educação em Astronomia, n. 16, p. 7-26, 2013. Link:
https://www.relea.ufscar.br/index.php/relea/article/view/179

Resumo
Muitas concepções alternativas são reconhecidas entre os diversos grupos de estudantes, em especial nos da educação
básica. Dentre elas, o movimento aparente do Sol, por mais quotidiano que seja, proporciona variadas interpretações. Deste
modo, observar e registrar o movimento dos astros na abóboda celeste é uma tarefa necessária ao ensino de Astronomia. O
trabalho que ora se apresenta propõe a apresentação dos resultados da observação do movimento aparente do Sol por
intermédio da marcação da sombra de um gnômon vertical por alunos de uma turma do sexto ano do ensino fundamental
de uma escola do campo do Paraná. O projeto em si ocorreu em quatro etapas, em datas próximas do equinócio de março,
do solstício de junho, do equinócio de setembro e do solstício de dezembro. Além disso, foram desenvolvidas aulas teóricas
em sala de aula. Tais métodos buscaram construir conceitos em torno da movimentação aparente do Sol e da alternância
das estações do ano. Diante dos resultados provenientes das atividades desenvolvidas foi aplicada uma avaliação e os dados
demonstraram um aprendizado desejado dos alunos quanto: ao reconhecimento dos pontos cardeais; à descrição do
movimento solar aparente e a ocorrência das estações do ano e sua alternância a partir de observações astronômicas a olho
nu.

Artigo 2 - SOBREIRA, Paulo Henrique Azevedo. Aplicação de modelos tridimensionais para o ensino de fusos horários.
Revista Latino-Americana de Educação em Astronomia, n. 13, p. 7-30, 2012.
https://www.relea.ufscar.br/index.php/relea/article/view/34

Resumo
Há vários temas astronômicos interessantes que devem ser trabalhados nos Ensinos Médio e Fundamental, nas disciplinas
de Geografia e de Ciências. Entre eles, o tema dos fusos horários que é um dos mais importantes para se correlacionar a
rotação da Terra e suas implicações nas atividades cotidianas dos cidadãos em escala local, regional e global, que envolvem
problemas de diferenças horárias. Para o ensino dos fusos horários nas aulas de Geografia, por exemplo, há representações
bidimensionais de mapas temáticos de fusos horários mundiais, nos livros didáticos e nos atlas. Ocorre que os professores
enfrentam algumas dificuldades para possibilitar aos seus alunos a visão tridimensional deste fenômeno astronômico, a
partir dos materiais didáticos disponíveis nas escolas. O objetivo deste trabalho é apresentar duas propostas para a
confecção de materiais de baixo custo, que possibilitem a elaboração de modelos tridimensionais para o ensino dos fusos
horários.

Artigo 3 - DE PAULO LAMEU, Lucas; LANGHI, Rodolfo. O SISTEMA SOLAR NO CD: UM OBJETO DE
APRENDIZAGEM DE ASTRONOMIA. Revista Latino-Americana de Educação em Astronomia, n. 25, p. 71-93,
2018.

Resumo
Este trabalho propõe contribuições para o Ensino de Astronomia através de um objeto de aprendizagem, feito de um
material de baixo custo, especificamente de um Compact Disc (CD). A sua escolha é uma alternativa ao uso de outros
materiais de difícil acesso, devido à sua facilidade de obtenção e presença no dia a dia, e também por promover um trabalho
prático em sala de aula, com a participação e envolvimento dos discentes. Ele pode ser usado como uma ferramenta para a
construção de distâncias em escala e para a comparação de distâncias entre os planetas do Sistema Solar. Tal abordagem
tem como público-alvo alunos do Ensino Fundamental e Médio. O seu objetivo é a inserção dos seguintes tópicos de
Astronomia: conhecimento de unidades de distâncias utilizadas em escalas astronômicas – em particular a unidade
astronômica (UA); construção e comparação de distâncias em escala e definição do Sistema Solar. Também são
apresentadas algumas propostas de atividades a serem utilizadas pelos professores e seus possíveis desdobramentos.

Artigo 4 - RIZZO, Adrian Luiz; BORTOLINI, Sirlei; DOS SANTOS REBEQUE, Paulo Vinícius. Ensino do Sistema Solar

138
para alunos com e sem deficiência visual: proposta de um ensino inclusivo. Revista brasileira de pesquisa em educação
em ciências, v. 14, n. 1, p. 191-204, 2014.

Resumo
Neste artigo apresentamos os resultados de uma pesquisa que teve como objetivo buscar alternativas para o ensino de
Astronomia para alunos com e sem deficiência visual. Para isso, realizamos oficinas na temática escalas do Sistema Solar
pautadas em uma didática multissensorial. Nossos resultados evidenciam que é possível traçar estratégias para a inclusão
de alunos com deficiência visual em turmas regulares por meio de didáticas multissensoriais.

Aritgo 5 - PACHECO, Hualan Patrício. PROPOSTA DIDÁTICA PARA O ENSINO DE CONFIGURAÇÕES


PLANETÁRIAS EM SALA DE AULA. Revista Latino-Americana de Educação em Astronomia, n. 27, p. 93-108,
2019.

Resumo
O estudo das configurações planetárias é elucidativo sobre aspectos importantes dos movimentos relativos entre astros e
também sobre a demonstração da validade de leis fundamentais da Astronomia. As Leis de Kepler, que tratam de órbitas
planetárias, razões harmônicas e das relações entre velocidades e áreas, podem ser postas à prova através do estudo das
posições relativas entre os planetas inferiores e superiores e a Terra. Apresentamos uma proposta didática para o ensino
dos conceitos de configurações planetárias inferiores e superiores em sala de aula permitindo a extração de dados e
conclusões sobre o Sistema Solar. Aqui temos como base as aproximações de órbitas circulares e relações de proporção
comumente utilizadas na descrição das dimensões planetárias. Um exemplo do êxito alcançado é a medição do ângulo de
elongação que apresentou valores que concordam com os dados reais, através de modelos simples foi possível obter dados
concretos com materiais que tem baixo custo, possibilitando o aprendizado ativo e significativo.

Artigo 6 - LORENSI, C.; PACINI, A. A. Observação da manchas solares – uma história antiga. Revista Univap, v. 22, n.
39, p. 116-125, 2016.

Resumo
O Sol sempre foi motivo de curiosidade humana. Observações do Sol e registros do número de manchas ocorrem há mais
de 1000 anos, embora o entendimento sobre a potêncialidade do monitoramento dessas manchas para estudos da Física
Solar tenha ocorrido séculos mais tarde. Como todo ramo de pesquisa em fase inicial, o registro das primeiras manchas
solares causou inúmeras especulações e definições inconsistentes. Esse cenário mudou lentamente a partir da melhoria dos
instrumentos de observação e do amadurecimento de ideias e de concepções. Neste trabalho, fez se uma breve revisão
histórica sobre as observações do Sol, a evolução, no decorrer dos anos, de alguns instrumentos utilizados e as contribuições
científicas na construção de conceitos sobre os ciclos de atividade solar.

Artigo 7 - IACHEL, Gustavo. O conhecimento prévio de alunos do ensino médio sobre as estrelas. Revista Latino-
Americana de Educação em Astronomia, n. 12, p. 7-29, 2011.
https://www.relea.ufscar.br/index.php/relea/article/view/161

Resumo
Com base em leituras de artigos relacionados ao ensino de Astronomia publicados no Brasil, verificou-se a inexistência de
investigações sobre o conhecimento prévio de estudantes acerca das características físicas das estrelas, fato que nos motivou
a desenvolver a pesquisa apresentada. Os conhecimentos prévios de 125 estudantes do primeiro ano do ensino médio
constituíram os dados do estudo, os quais foram inferidos através da análise das respostas cedidas em questionários
impressos (Apêndice A). A partir da análise de conteúdo dessas respostas tornou-se possível realizar algumas inferências
como, por exemplo: vários estudantes possuem dificuldade em elaborar um modelo explicativo sobre o funcionamento de
uma estrela; são poucos os que dizem que as estrelas possuem certo tempo de existência; alguns alunos as imaginam com
pontas; poucos reconhecem que uma estrela é formada por uma massa de gás; vários conhecimentos prévios partem de
aspectos meramente visuais; ainda assim, os estudantes não possuem o hábito de observar a natureza mais detalhadamente,
entre outras. Vemos essa pesquisa como uma provável fonte de consulta na qual os professores de ciências poderão, além
de reconhecer a importância dos conhecimentos prévios para o ensino e como eles interferem em sua prática, adquirir
subsídios para o planejamento de suas aulas.

Artigo 8 – MACHADO, Daniel Iria. ESTRELAS VARIÁVEIS NO CONTEXTO EDUCACIONAL: UMA PROPOSTA

139
ENVOLVENDO A OBSERVAÇÃO DE CEFEIDAS CLÁSSICAS NO ENSINO MÉDIO. Revista Latino-Americana
de Educação em Astronomia, n. 28, p. 7-25, 2019. https://www.relea.ufscar.br/index.php/relea/article/view/389

Resumo
Apresenta-se uma proposta didática para o ensino de Astronomia por meio da observação de estrelas variáveis, cujo brilho
se altera com o passar do tempo. Aborda-se, em particular, o monitoramento de cefeidas clássicas, as quais exibem
modificações regulares na intensidade da luz emitida em razão de efetuarem pulsações periódicas, com seu raio aumentando
e diminuindo de maneira cíclica. Discute-se a relação existente entre o período de oscilação e a luminosidade de uma
cefeida clássica, mostrando como esta propriedade faculta a determinação do quão afastada a estrela se encontra. Salienta-
se a importância histórica e atual da observação de cefeidas clássicas para se estimar distâncias no Universo, com
implicações para a formulação de modelos cosmológicos. Descreve-se uma sequência didática relacionada ao tema,
estruturada em três momentos pedagógicos, englobando uma problematização inicial, a organização do conhecimento e a
sistematização do conhecimento. Exemplifica-se esta proposta considerando-se o caso de ℓ Carinae, cefeida clássica
suficientemente brilhante para ser investigada a olho nu. Busca-se evidenciar a possível contribuição de atividades
observacionais para proporcionar contato com conceitos e técnicas da Astronomia e melhor compreensão de como a
Ciência se desenvolve.

Artigo 9 - MENEZES JR, Roberto dos S.; DE OLIVEIRA, Nícolas Otávio L.; PEREIRA, Crislanda L. SIMULANDO
MEDIDAS DE DISTÂNCIAS A ESTRELAS EM LABORATÓRIO. Revista Latino-Americana de Educação em
Astronomia, n. 24, p. 7-21, 2017. https://www.relea.ufscar.br/index.php/relea/article/view/286/358

Resumo
Uma das curiosidades mais recorrentes nos estudantes quando se trata de astronomia é entender como se determinam
distâncias astronômicas. Isso porque, no cotidiano deles, distâncias são usualmente medidas com instrumentos como
réguas, trenas, etc. O método mais comum para medição de distâncias astronômicas é fundamentado na paralaxe, contudo,
essa é usada para medir distâncias a estrelas relativamente próximas. Para estrelas mais distantes, um outro método de
cálculo de distância consiste em utilizar a medida do fluxo luminoso aparente de um objeto que possui sua luminosidade
intrínseca conhecida, denominado vela-padrão. Assim, buscamos, neste trabalho, apresentar os resultados de um
experimento realizado em laboratório a respeito desses métodos, utilizando um transferidor (para distância de paralaxe) e
a medição do fluxo luminoso de uma lâmpada. Conseguimos assim, medir a distância de paralaxe com um desvio relativo
percentual de 0,95%, enquanto a distância luminosidade foi determinada com um desvio relativo percentual de 7,67%.

Artigo 10 - DUTRA, Carlos Maximiliano; GOULART, Andressa Rossini. Determinando a forma da órbita de Marte no
ensino médio. Revista Latino-Americana de Educação em Astronomia, n. 18, p. 11-25, 2014. Acesso em:
https://www.relea.ufscar.br/index.php/relea/article/view/198 25 de maio De 2021.

Resumo
No presente trabalho, visando suprir a deficiência de atividades práticas relacionadas ao conteúdo de Leis de Kepler nos
livros-textos de Física do 1º ano do Ensino Médio, apresentamos uma atividade prática de determinação da órbita de Marte.
O aluno, combinando conceitos físicos com a geometria poderá vivenciar a experiência da descoberta da forma da órbita
de Marte de modo similar ao realizado por Johannes Kepler. Aplicamos a metodologia proposta junto a dezoito professores
do Curso de Especialização em Educação em Ciências e obtivemos em um trabalho de duas horas de duração o traçado da
órbita de Marte com resultados numéricos médios que reproduzem com erro inferior a 14% os parâmetros orbitais de
referência da órbita de Marte.

Artigo 11 - BIANCHI, Viviana. Radioastronomia: um olhar mais amplo. Revista Latino-americana de Educação em
Astronomia , n. 1 pág. 61-76, 2004. Acesso em https://www.relea.ufscar.br/index.php/relea/article/view/53

Resumo
La presencia de los cuerpos celestes se conoce gracias a que emiten luz. Pero la luz constituye solo una pequeña parte de
un fenómeno mucho mas amplio conocido como radiación electromagnética. La representación de todas las clases de
radiación como función de su frecuencia se denomina espectro electromagnético. Si solo estudiáramos la parte visual del
espectro ignoraríamos una gran cantidad de información. Los cuerpos celestes emiten radiación en todas las regiones del
espectro electromagnético, aunque con muy distinta intensidad. Para captar estos datos, los astrónomos deben diseñar

140
nuevos tipos de telescopios que puedan captar la radiación de distintas longitudes de ondas, entre ellos los radiotelescopios,
qué como su nombre lo indica detectan ondas de radio. El radiotelescopio puede compararse a un aparato de radio familiar.
Una estación emisora está enviando información por medio de ondas de radio. El aparato de radio capta estas ondas
mediante su antena, la procesa y el receptor reproduce la información (música, etc.) en forma audible. En el campo de la
radioastronomía se pueden realizar observaciones interesantes: Radioestrellas, nebulosas, púlsares, galaxias y estrellas
lejanas, radiogalaxias, la Vía Láctea, el Sol, Júpiter, etc.

Artigo 13 - SOBREIRA FILHO, Diógenes Setti. Uma proposta para o ensino da cosmologia o Ensino Médio. Trabalho
de conclusão de curso, 2017. Acesso em https://www.ufjf.br/fisicaead/files/2019/09/DIOGENES-SETTI-SOBREIRA-
FILHO.pdf

Resumo
A compreensão dos céus não é só um objeto perseguido pela curiosidade humana. Ao contrário parece ser, na visão de
vários povos antigos, a mais sublime das missões do ser pensante. O aluno do ensino médio é um indivíduo curioso e
portador das ferramentas matemáticas mínimas necessárias para iniciar uma maravilhosa viagem pelos segredos escondidos
atrás da imensidão do Universo. A cosmologia Newtoniana revitalizada pela concordância de resultados obtidos através de
teorias mais sofisticadas é sem dúvida a melhor porta de entrada de que o aluno pode dispor. Um pouco de matemática,
conceitos físicos básicos e muita imaginação é tudo que é exigido para avançar rumo ao primeiro encontro entre o aluno
inquieto e um Universo infinito. Desse encontro sairão muitos alunos marcados para sempre com a curiosidade que vem
contaminando desde o homem
das cavernas até o cientista mais brilhante que hoje trabalha na Suíça com a maior máquina já construída pela humanidade.

Artigo 14 - ARTHURY, Luiz Henrique Martins; PEDUZZI, Luiz OQ. A Teoria do Big Bang e a natureza da ciência.
Revista Latino-Americana de Educação em Astronomia, n. 20, p. 59-90, 2015. Disponível em
https://www.relea.ufscar.br/index.php/relea/article/view/226 Acesso em 15/06/2021.

Resumo
A cosmologia moderna se constituiu, ao longo do século XX até os dias atuais, como um campo bastante produtivo de
pesquisa, resultando em grandes descobertas que atestam sua força explicativa. A Teoria do Big Bang, nome genérico e
popular do modelo padrão da cosmologia, é provavelmente o programa de pesquisa mais ousado da física e da astronomia,
ao tentar recriar a evolução de nosso universo observável. Mas diferentemente do que se poderia pensar, suas hipóteses são
de um grau de refinamento e evidências corroborativas que a fazem ser nossa melhor explicação para a história de nosso
cosmos. A Teoria do Big Bang se apresenta também como um excelente campo de conhecimento para se discutir questões
a respeito da própria atividade científica. Nesse trabalho discutimos os principais elementos dessa teoria com um olhar
epistemológico, resultando em um texto bastante útil para ser trabalhado em atividades didáticas com objetivos correlatos.

Artigo 15 - Referência: Saraiva, M. de F. O., Amador, C. B., Kemper, Érico, Goulart, P., & Muller, A. (2007). AS FASES
DA LUA NUMA CAIXA DE PAPELÃO. Revista Latino-Americana De Educação Em Astronomia, (4), 9–26. Acesso
em: https://www.relea.ufscar.br/index.php/relea/article/view/97

Resumo
Neste trabalho propomos a construção de material didático de baixo custo para demonstração do conceito de fases de um
corpo iluminado. O principal objetivo de nosso material é facilitar a compreensão das fases da Lua da perspectiva de um
observador na Terra. O material ajuda na visualização de dois efeitos importantes: (1º) mesmo tendo sempre a metade da
"Lua" (representada por uma bolinha de isopor ou de ping-pong) iluminada pelo "Sol" (representado por uma fonte de luz
natural ou artificial), nós vemos diferentes frações de sua superfície iluminada, dependendo do ângulo pelo qual a olhamos;
(2º) a orientação da borda convexa da Lua nas fases Crescente e Minguante também depende da perspectiva pela qual a
olhamos da Terra. O uso de uma caixa fechada permite observar o contraste entre as diferentes fases sem necessidade de
estar em uma sala escurecida. Apresentamos também um texto explicativo sobre fases da Lua, enfatizando a dependência
da aparência da parte iluminada com o ângulo de visada.

Artigo 16 - Referência: Almeida, G. de O., Zanitti, M. H. R., Carvalho, C. L. de, Dias, E. W., Gomes, A. D. T., & Coelho,
F. O. (2017). O PLANETÁRIO COMO AMBIENTE NÃO FORMAL PARA O ENSINO SOBRE O SISTEMA

141
SOLAR. Revista Latino-Americana De Educação Em Astronomia, (23), 67–86. Acesso em:
https://www.relea.ufscar.br/index.php/relea/article/view/279

Resumo
Este trabalho apresenta os resultados de uma atividade de educação não formal, desenvolvida no planetário de uma
Instituição de Ensino Superior, da qual participaram trinta e três alunos do Ensino Médio de uma Escola Estadual de um
município próximo a São João del-Rei, Minas Gerais. A pesquisa buscou explorar um dos recursos educacionais do
planetário como ambiente para o ensino sobre os astros do Sistema Solar. A atividade consistiu de uma sessão de cúpula
em que houve a exibição de um filme sobre o Sistema Solar. Um mesmo questionário foi aplicado antes e após a atividade.
Os resultados foram comparados por meio de testes estatísticos, apontando para uma diferença estatisticamente
significativa das médias do pré e do pós-teste. São discutidas as potêncialidades dos planetários como ambiente para a
promoção da educação não formal e sua interface com a escola básica, visando suprir a demanda do ensino de Astronomia.

Artigo 17 - Referência: Iachel, G., Langhi, R., & Scalvi, R. M. F. (2008). CONCEPÇÕES ALTERNATIVAS DE
ALUNOS DO ENSINO MÉDIO SOBRE O FENÔMENO DE FORMAÇÃO DAS FASES DA LUA. Revista Latino-
Americana De Educação Em Astronomia, (5), 25–37. https://doi.org/10.37156/RELEA/2008.05.025

Resumo
Quarenta estudantes, com idades entre 14 e 18 anos, pertencentes a três escolas da cidade de Bauru, foram questionados
sobre suas concepções alternativas acerca do fenômeno de formação das fases da Lua. Foi observado que alguns dos alunos
confundem o fenômeno da formação das fases da Lua com o fenômeno da formação dos eclipses lunares, outros
desconhecem o motivo do fenômeno, apresentam concepções alternativas incoerentes com a realidade ou então concepções
incompletas. Os resultados aqui encontrados são destinados aos professores do Ensino Básico e poderão ser usados como
subsídio para futuro desenvolvimento de novos métodos pedagógicos.

Artigo 18 - Referência: VERTCHENKO, Lev; DE AQUINO SILVEIRA, Tomás. Exercícios envolvendo a magnitude
limite no ensino de Astronomia. Ensaio Pesquisa em Educação em Ciências, v. 12, n. 2, p. 239-256, 2010.

Resumo
Neste trabalho são apresentados alguns exercícios e atividades, elaborados para disciplinas de Astronomia Básica e
inspirados na propos ta de exploração multicontextual de Ausubel, relacionando o conceito de magnitude limite ao poder
de captação de luz de um instrumento ótico. Os resultados desses exercícios são comparados a contagens de estrelas, obtidas
seja pela observação, a olho nu ou com instrumentos óticos, seja pelo uso de software do tipo carta celeste. O processo
inclui a familiariza ção do estudante com o céu, com binóculos e telescópios e com vários softwares. São discutidas a
relação dessas contagens com a distribuição espa cial das estrelas, e sua aplicabilidade a situações de ensino/aprendizagem.

Artigo 19 - Referência: Leão, D. dos S. (2013). ASTRONOMIA NO ENSINO MÉDIO: COMPREENDENDO


DETALHES DO MOVIMENTO APARENTE DAS ESTRELAS COM UM MINIPLANETÁRIO. Revista Latino-
Americana De Educação Em Astronomia, (15), 27–63.

Resumo
O objetivo deste artigo é apresentar parte dos resultados obtidos com a intervenção feita como projeto da dissertação de
mestrado do autor, que consistiu no desenvolvimento de um conjunto de aulas de Astronomia, com alunos do 1º Ano do
Ensino Médio de uma escola da rede privada do Distrito Federal (Brasília, Brasil), empregando como recurso principal um
material didático chamado miniplanetário (MP). Utilizando como pressuposto teórico norteador dessas aulas as ideias de
contextualização e dialogicidade de Paulo Freire, foi proposta aos estudantes a montagem e utilização desse recurso em
uma sessão de planetário. Durante o projeto, enfatizaram-se assuntos como a trajetória aparente das estrelas para o céu de
Brasília, a localização dos pontos cardeais a partir da constelação do Cruzeiro do Sul, as cores das estrelas e as estrelas
vistas de uma determinada localidade. Apurou-se que os alunos apresentaram melhoria na compreensão desses assuntos,
bem como demonstraram expressiva empolgação com essa metodologia desenvolvida.

Artigo 20 - Referência: GONÇALVES, Paula Cristina da Silva; BRETONES, Paulo Sérgio. Um Panorama de Pesquisas

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do Campo da Educação Sobre a Lua e suas Fases. Ciência & Educação (Bauru), v. 26, 2020.

Resumo
Apresentamos um panorama de pesquisas sobre a Lua e suas fases a partir de teses, dissertações, artigos publicados em
periódicos, e trabalhos apresentados em eventos relacionados ao ensino e à Educação em Astronomia nacionais. Neste
levantamento buscou-se verificar as produções, organizá-las e analisá-las especialmente em relação ao nível escolar
destinado e ao foco temático, com ênfase sobre os recursos didáticos, e conteúdo e método. Tal levantamento possibilitou
identificar as produções referentes ao tema e conhecer algumas tendências e lacunas da pesquisa a partir de três diferentes
tipos de publicações de trabalhos acadêmicos. Os dados mostram que Lua e suas fases são temas bastante abordados, com
a maior parte dos trabalhos concentrados no Ensino Fundamental, especialmente nos Anos Finais, e que Conteúdo e Método
é o foco com maior incidência. Pretende-se, assim, colaborar com a divulgação de tais pesquisas, discutir sobre seus
resultados e indicar possibilidades para futuras pesquisas.

Artigo 21 - ARTHURY, Luiz Henrique Martins; PEDUZZI, Luiz OQ. A Teoria do Big Bang e a natureza da ciência.
Revista Latino-Americana de Educação em Astronomia, n. 20, p. 59-90, 2015. Disponível em
https://www.relea.ufscar.br/index.php/relea/article/view/226 Acesso em 15/06/2021.

Resumo
A cosmologia moderna se constituiu, ao longo do século XX até os dias atuais, como um campo bastante produtivo de
pesquisa, resultando em grandes descobertas que atestam sua força explicativa. A Teoria do Big Bang, nome genérico e
popular do modelo padrão da cosmologia, é provavelmente o programa de pesquisa mais ousado da física e da astronomia,
ao tentar recriar a evolução de nosso universo observável. Mas diferentemente do que se poderia pensar, suas hipóteses são
de um grau de refinamento e evidências corroborativas que a fazem ser nossa melhor explicação para a história de nosso
cosmos. A Teoria do Big Bang se apresenta também como um excelente campo de conhecimento para se discutir questões
a respeito da própria atividade científica. Nesse trabalho discutimos os principais elementos dessa teoria com um olhar
epistemológico, resultando em um texto bastante útil para ser trabalhado em atividades didáticas com objetivos correlatos.

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