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ESTUDOS DE GEOMETRIA SOLAR

PARTE I - PERCURSO APARENTE DO SOL (GRÁFICO)


1.INTRODUÇÃO
2.MÉTODOS UTILIZADOS
3.PRESSUPOSTOS
4.CONSIDERAÇÕES TEÖRICAS
4.1. Movimento aparente do sol
4.2. Tempo solar verdadeiro em relação aos movimentos aparentes do sol e tempo legal
4.3. Norte verdadeiro e norte magnético
5.SISTEMA PROJETIVO
5.1.Coordenadas Astronômicas
5.2.Descrição de método gráfico
6.APLICAÇÕES

ANEXOS DA PARTE I

ANEXO I - GLOSSÁRIO DE TERMOS REFERENCIAIS DA CARTOGRAFIA TERRESTRE

ANEXO II - GLOSSÁRIO DE TERMOS REFERENTES AO SISTEMA DE PROJEÇÃO RADIAL


UTILIZADO EM ASTRONOMIA DE POSIÇÃO E CARTOGRAFIA TERRESTRE

ANEXO III - TABELAS DE RUMOS E ALTURAS DO SOL SALVADOR: 13o SUL

ANEXO IV – GRÁFICO DE PERCURSO APARENTE DO SOL SALVADOR: 13o SUL


PARTE I

GRÁFICO DE PERCURSO APARENTE DO SOL

1. INTRODUÇÃO

O gráfico de Percurso Aparente do Sol é a projeção sobre um plano horizontal (plano do


lugar), dos pontos cardeais verdadeiros e das trajetórias aparentes do Sol, quando este
se encontra acima da linha do horizonte, assinalando-se em cada trajetória a posição do
Sol de hora em hora e ainda nos instantes do nascer e por do Sol.

2. MÉTODO UTILIZADO

Para se executar este gráfico pode-se recorrer a qualquer método de representação


cartográfica. No presente texto ensina-se a “Projeção Ortogonal Horizontal”, adotada
por Neuferts e Griffini, por ser um método simples, de aplicação e leitura direta e que
se presta perfeitamente bem para locais situados em baixas latitudes, isto é, aqueles
localizados na faixa intertropical, tal como a cidade do Salvador – Bahia, (13o latitude
Sul).

3. PRESSUPOSTOS

- A Terra é considera perfeitamente esférica.


- Devido a distância e a grandeza do Sol em relação à Terra, considera-se que a Terra
é atingida por um feixe de raios paralelos provenientes do Sol.
- A Terra é considera fixa e pressupõe-se que o Sol é quem gira ao seu redor
(movimento aparente do Sol).
- Considera-se que o plano do lugar esteja tangenciando a superfície da Terra na
latitude considerada, ou seja o local para onde se vai fazer o gráfico.
- Considera-se que o Sol esteja se deslocando, com movimento uniforme numa órbita
circular, sobre uma superfície esférica, de raio igual ao do globo terrestre,
eqüidistante do lugar, denominada abobada celeste.

4. CONSIDERAÇÕES TEÓRICAS

4.1. Movimento Aparente do Sol

Como pressuposto acima, o Sol emite raios paralelos e aparentemente gira em torno da
Terra. Neste girar diário, devido à obliqüidade da eclíptica, seus raios descrevem uma
loxodroma esférica sobre a superfície da Terra, com passo correspondente a cada dia
do ano.

Para efeito modelar, considera-se as espiras da loxodroma como círculos paralelos e


perpendiculares ao meridiano do lugar.
Desta forma:

- O EQUADOR DA TERRA corresponde à espira da loxodroma, eqüidistante dos pólos da


Terra - convencionou-se chamar os dias do ano que o Sol incide perpendicularmente
sobre esta linha: dia de EQUINÓCIOS (que significa dias e noites iguais).
- OS TRÓPICOS DE CÂNCER E CAPRICÓRNIO referem-se às espiras extremas da
loxodroma, nos dias que a obliqüidade da eclíptica atinge seu valor máximo. A latitude
destes círculos é portanto 23o 27’ e eles são definidos pela trajetória dos raios
perpendiculares do Sol no instante que o Sol passa pelo zênite das localidades situadas
nesta latitude, quando a culminação é máxima, ou seja ao meio dia. Este dia é
convencionalmente chamado de SOLSTICIO DE VERÃO, no hemisfério que isto
acontece. Correlativamente, no hemisfério oposto, este dia é denominado SOLSTICIO
DE INVERNO.
- OS CÍRCULOS POLARES ÁRTICO E ANTÁRTICO correspondem à latitude do ponto de
tangência dos raios paralelos do Sol no mesmo dia dos solstícios. Sua latitude é 66o 33’.
A figura n. 1 elucida graficamente o acima referido:

FIGURA 1

Nos gráficos de Percurso Aparente do Sol costuma-se representar a trajetória aparente


do Sol, pelo menos, para os 3 dias característicos do ano, a saber:
- Solsticio de verão (dia mais longo do ano)
- Equinócios (dias e noites iguais)
- Solsticio de inverno (dia mais curto do ano)
Isto significa portanto, representar sobre o plano do lugar as curvas loxodromas
correspondentes àqueles dias.
Fazendo uma projeção, isto é, fazendo o plano do lugar deslizar sobre o vertical do lugar,
de modo a coincidir o lugar com o Centro da Terra, pode-se dizer que estas curvas
corresponderiam também à representação sobre o globo terrestre dos 3 círculos
notáveis:
- Trópico de Câncer
- Equador
- Trópico de Capricórnio
Portanto, o gráfico do percurso do Sol pode ser considerado como a projeção ortogonal
destes três paralelos da Terra, sobre um plano do lugar, passando pelo centro da Terra.
4.2 Tempo Solar Verdadeiro - em relação aos movimentos aparentes do sol e Tempo Legal

Dia Solar Verdadeiro é intervalo de tempo que decorre entre duas culminações
sucessivas inferiores, isto é, correspondentes à passagem do Sol sobre o círculo de
referência que passa pelo Nadir do lugar à meia noite. Hora Solar Verdadeira é um sub-
múltiplo que eqüivale a 1/24 do Dia Solar Verdadeiro. O Dia Solar Verdadeiro não tem
uma duração uniforme ao longo do ano, em virtude do Sol se deslocar com movimento
variado, numa órbita elíptica (de fato), enquanto neste estudo, por pressuposto, ele se
deslocaria sobre uma órbita circular da abobada celeste. Daí, foi então estabelecida uma
unidade invariável de tempo denominado SOL MÉDIO, pressupondo-se uma correção do
movimento do astro, como circular uniforme.

A relação decorrente, entre o tempo solar verdadeiro e o tempo solar médio tornou-se
conhecida como EQUAÇÃO DO TEMPO.1

A cronologia baseada no tempo solar médio, ainda assim não é praticável na vida corrente,
visto depender da longitude. Assim é que adotou-se internacionalmente, na prática, o uso
da HORA LEGAL, que é uma forma convencional de contagem do tempo, usando os
seguintes pressupostos:
- o globo terrestre é dividido em 24 FUSOS HORÁRIOS, identificáveis pela
longitude do respectivo meridiano central, uma vez que o dia solar médio tem 24
horas exatas;
- cada fuso horário corresponde a 15o de circunferência e a uma hora de relógio ou
60 minutos.
- os lugares que se situam entre 2 meridianos horários sucessivos adotam este
tempo médio para ajuste dos seus relógios - hora ou tempo legal.
- anualmente são feitas tabelas dos ajustamentos da hora legal com, a hora solar
verdadeira, lida através da observação direta em campo.

4.3. Norte Verdadeiro e Norte Magnético

A Terra devido ao seu movimento de rotação, cria um campo magnético e funciona como um
grande imã, cujo eixo geométrico se aproxima do eixo geográfico do planeta. Ainda na
antigüidade, descobriu-se que uma agulha imantada mantém-se sempre aproximadamente na
direção norte-sul verdadeira, daí os antigos navegadores terem usado este conhecimento na
invenção de um instrumento - bússola, que serve para indicar a orientação.

Estudos mais apurados, já nos tempos modernos, verificaram que esta propriedade não é
igual sobre toda a superfície do planeta e que além disto os pólos magnéticos não são
estacionários, mas se deslocam segundo círculos no período de aproximadamente 500 anos.

Desta forma, o NORTE MAGNÉTICO, indicado pela bússola não pode ser usado em
estudos de insolejamento dos edifícios. Para tanto, é necessário que se use o NORTE
VERDADEIRO ou geométrico que é encontrado a partir da observação do Sol.
Convencionou-se adotar como direção NORTE-SUL VERDADEIRA aquela do meridiano
que passa pelo lugar, no momento de culminação máxima do Sol, em relação ao plano do
lugar. A este instante denominou-se meio dia.

1
Ver publicações anuais do Observatório Astronômico do Brasil
5. SISTEMA PROJETIVO

5.1. COORDENADAS ASTRONÔMICAS


Para definirmos a posição relativa do Sol, de hora em hora sobre suas trajetórias
necessitamos ainda de um sistema de coordenadas para definir a posição de pontos na
abobada celeste. Como já nos referimos anteriormente fomos buscar na astronomia de
posição um tipo de projeção muito simples e fácil de trabalhar que é a projeção
ortogonal, à qual já estamos acostumados. A partir deste sistema de PROJEÇÃO
ORTOGONAL HORIZONTAL usaremos duas coordenadas angulares planas ortogonais
entre si que são:
h - angulo da altura do Sol
α- rumo do Sol (ou azimute)
ambos ângulos referenciais do sistema radial de projeção cujo centro é o lugar*
A figura 2 demonstra o acima mencionado:

5.2 DESCRIÇÃO DO MÉTODO GRÁFICO

Desenha-se um círculo em verdadeira grandeza, com raio qualquer, sobre o qual traçamos
os pontos cardeais. Este círculo representa o PLANO DO LUGAR2, que é o campo das
projeções ortogonais horizontais - aí aparecerá o traçado da trajetória aparente do Sol,
sobre a abobada celeste - gráfico de percurso aparente do Sol. O centro deste círculo
é o LUGAR. A circunferência que o limita é a LINHA DO HORIZONTE DO LUGAR.
Ao lado desde círculo por nós denominado “círculo horizontal” ou CH e paralelo a este e
com o mesmo raio, desenha-se um outro círculo - “círculo vertical” ou CV.
Este outro círculo representa o campo das projeções ortogonais verticais, isto é,
representa a abobada celeste vista de perfil. Aí a “linha do horizonte do lugar” passa a
ser vista como uma reta ortogonal a linha do ZENITH-NADIR*. Ver figura 3A

2
Ver ANEXO II
A porção do semi círculo voltado para o NADIR, representa a Noite, enquanto a porção
do semi círculo voltada para ZENITH representa o Dia. Portanto a trajetória do Sol
que devemos nos preocupar em projetar CH será apenas aquela que aparece no semi
círculo do dia, quando o Sol estará acima da linha do horizonte e portanto insolejando os
edifícios e o meio ambiente do LUGAR.
No nosso traçado não podemos nos esquecer que a representação da abobada celeste e
do globo terrestre se confundem pois feita uma projeção, mantendo o mesmo raio para
ambos e fazendo coincidir o centro da terra com o lugar.

Vejamos portanto os passos seguintes no traçado do gráfico de percurso aparente do


Sol, válido para qualquer latitude.

1o - Marca-se a partir do Zenith a latitude do lugar (no CV).

2o - Traça-se o EQUADOR - que representa a trajetória do Sol no EQUINÓCIOS,


evidentemente passando pelo centro da terra, que se confunde com o lugar no CV.

3o - Perpendicularmente ao Equador e passando pelo centro da terra, traçaremos o


EIXO DA TERRA (em linha mista).

4o - A partir do equador com uma distância angular de +23o 27’ traçaremos o Trópico
de CÂNCER e com distância angular de -23o 27’traçaremos o Trópico de CAPRICÓRNIO.
Ver Figura 3B

5o - Faz-se em seguida o rebatimento do equador, visto de perfil no CV e como tem o raio


igual ao do globo terrestre e da abobada celeste aí representados coincide com o CV já
traçado anteriormente. Sobre o rebatimento faz-se a divisão do equador de 15o em 15o de
circunferência - equivalente a uma divisão de hora em hora sessenta minutos de relógio.

6o - Com linhas de chamada traz-se de volta para linha do Equador (de perfil) a
marcação das horas assim determinadas - período das 6:00 às 18:00 horas.

7o - Com novas linhas de chamada, para o CH agora, a partir destas horas faz-se a
projeção do equador sobre o plano horizontal que é obtida no encontro destas linhas
com outras linhas de chamada - tiradas a partir da divisão do rebatimento do equador
sobre a linha do horizonte, de hora em hora, ou de 15o em 15o de circunferência.
Atentando-se que 12:00 horas corresponde à direção Norte ou Sul. Coincidindo 6:00
horas com o Leste e 18:00 horas, com o Oeste. Ver figura 3 C

8O - Ligando-se os pontos assim obtidos de hora em hora, temos a trajetória do Sol nos
dias de EQUINÓCIOS.

9o - Para fazermos o traçado dos 2 trópicos ou das trajetórias dos SOLSTÏCIOS, o


mesmo método gráfico de projeção é adotado. No entanto, é necessário que observemos
que como ambos tem um raio menor que o Equador, os seus rebatimento tanto no CV como
no CH tem que ser traçados especialmente, para então processarmos a divisão de hora
em hora ou de 15o em 15o de circunferência, e assim obtermos as linhas de chamada, e
posteriormente demarcamos no CH as trajetórias do Sol no SOLTÍCIO DE INVERNO e
no SOLSTÍCIO DE VERÃO, assinalando os pontos correspondentes às horas que o Sol se
encontra sobre o PLANO DO HORIZONTE DO LUGAR. Ver fig. 3 D
FIG. 3A

3B

3C

3D
10o - A marcação dos horários do nascer e por do Sol em todas as estações é
encontrado da maneira mais simples possível, pois sabemos que neste instante o Sol se
encontra sobre a linha do horizonte bastando portanto para encontrarmos estes pontos
traçarmos simplesmente as linhas de chamada de intersecção do equador e dos trópicos
com alinhado horizonte no CV, na direção do CH. A intersecção destas com a linha do
horizonte no CH correspondem aos horários de nascer e por do Sol. Atentando que o
nascer o Sol estará no leste e ao se por o Sol estará no hemisfério oeste. Ver figura 4.

5. APLICAÇÕES

6.1 - Leitura gráfica das coordenadas astronômicas: Rumo ou Azimute e Altura do


Sol (h)
6.2 - Análise do insolejamento de uma fachada ou encosta.
6.3 - Cálculo do tempo de insolejamento de uma fachada.
6.4 - Traçado das sombras projetadas em estudo de zoneamento.
6.5 - Estudo de penetração do Sol nos edifícios através de vãos abertos.
6.6 - Projeto de dimensionamento de anteparos e elementos construtivos de fachada
para controle do insolejamento.
6.7 - Determinação do Norte Verdadeiro em campo, sem instrumento de orientação
com o uso apenas do relógio e de uma vareta.
ANEXO I GLOSSÁRIO DE TERMOS REERENCIAIS DA CARTOGRAFIA TERRESTRE

1 - GLOBO TERRESTRE - esfera projetiva da Terra. A Terra tem na realidade a forma


geóide, esférica porém achatada.
2 - CENTRO DA TERRA - centro geométrico da esfera projetiva da Terra.
3 - EIXO DA TERRA - linha imaginária fixa e torno da qual a terra executa o movimento
de rotação.
4 - POLOS - traços do eixo da terra com a superfície do globo terrestre.
Convencionados se chamar NORTE - Positivo, SUL - Negativo.
5 - EQUADOR TERRESTRE - traço de um plano perpendicular ao eixo da terra,
equidistante dos polos e que divide o globo terrestre em 2 hemisférios - norte e sul. É
um círculo máximo do globo terrestre.
6 - PARALELOS - círculos referenciais, paralelos ao equador terrestre.
Não são círculos máximos. Os mais notáveis são:
Trópicos de câncer e de capricórnio
Círculos polares ártico e antártico.
7 - MERIDIANOS - círculos imaginários sobre a superfície do globo terrestre,
perpendiculares ao equador e que passam pelos pólos. São considerados verticais e todo
tem o mesmo raio - são círculos máximos.

8 - LATITUDE - distância angular em graus do equador a qualquer ponto da terra, medida


sobre o meridiano que passa sobre aquele ponto.
9 - LONGITUDE - distância angular em graus a partir de um meridiano de referência até
um ponto qualquer da Terra, medido sobre o meridiano que passa sobre aquele ponto -
medida sobre o plano do equador terrestre. Convencionou-se tomar como meridiano de
referência aquele que passa por Greenwitch, na Inglaterra.
10 - EQUADOR CELESTE OU ECLÍPTICA - plano determinado pela órbita eclíptica da
terra em movimento de translação ao redor do Sol.
11 - OBLIQUIDADE DA ECLÍPTICA - é o fato de que o plano do equador terrestre não
coincidir com o plano do equador celeste, e sim estes dois planos formarem um ângulo de
23o 27’. Isto significa que na marcha real da terra, o movimento de rotação é sempre
executado com o eixo da terra inclinado em relação ao plano orbital.
Este fato dá origem às estações do ano .

12 - LOXODROMA - curva que se desenvolve sobre a superfície de uma esfera cortando


todos os seus meridianos conforme o mesmo ângulo.
13 - FUSOS HORÁRIOS - meridianos equidistantes e que distam entre si, de 15o de
circunferência, e que dividem o globo terrestre em 24 horas partes, equivalentes às 24
horas aproximadas do movimento de rotação diário da terra. Os fusos horários legais são
contados a partir do meridiano de Greenwich. Nos fusos horários solares, o meio dia
coincide com a culminação máxima do Sol durante o dia, que se dá sobre o meridiano do
lugar.

ANEXO II - GLOSSÁRIO DE TERMOS REFEENTES AO SISTEMA DE PROJEÇÃO RADIAL


UTILIZADO EM ASTRONOMIA DE POSIÇÃO E CARTOGRAFIA TERRESTRE.

1 - LUGAR - Ponto de observação. Centro de um sistema de projeção radial. Pode ser


colocado em qualquer ponto do universo, no centro da terra ou na superfície da mesma.
2 - ABOBADA CELESTE - superfície de uma esfera imaginária, que tem por centro o
lugar e sobre a qual se projetam convencionalmente todos os corpos celestes existentes
no espaço.
3 - PLANO DO LUGAR - plano horizontal de projeção, que passa pelo lugar dividindo a
abobada celeste em duas semi esfera - superior e inferior.
4 - VERTICAL DO LUGAR - é o único raio do sistema de projeção que fica perpendicular
ao plano do lugar.
5 – ZÊNITE - é o traço da vertical do lugar com a semi esfera superior.
6 - NADIR - é o traço da vertical do lutar com a semi esfera inferior.
7 - HORIZONTE DO LUGAR - é o traço do plano do lugar com a abobada celeste.
ANEXO III - TABELA DE RUMOS E ALTURAS DO SOL

LOCALIDADE: SALVADOR - BAHIA LATITUDE: 13o SUL

SOLSTÍCIO DE INVERNO
NE NW
HORA SOLAR RUMO DO SOL ALTURA DO SOL HORA SOLAR
6:23 65o 54’ 0o 00’ 17:37
7:00 63o 31’ 8o 09’ 17:00
8:00 58o 30’ 20o 56’ 16:00
9:00 50o 33’ 32o 52’ 15:00
10:00 39o 00’ 43o 12’ 14:00
11:00 22o 01’ 50o 42’ 13:00
12:00 00o 00’ 53o 33’ 12:00

EQUINÓCIOS
NE NW
HORA SOLAR RUMO DO SOL ALTURA DO SOL HORA SOLAR
6:00 90o 00’ 0o 00’ 18:00
7:00 86o 31’ 14o 36’ 17:00
8:00 81o 53’ 29o 09’ 16:00
9:00 77o 14’ 43o 33’ 15:00
10:00 68o 41’ 57o 32’ 14:00
11:00 49o 59’ 70o 15’ 13:00
12:00 00o 00’ 77o 00’ 12:00

*
SOLSTÍCIO DE VERÃO
SE SW
HORA SOLAR RUMO DO SOL ALTURA DO SOL HORA SOLAR
5:37 65o 54’ 0o 00’ 18:23
6:00 67o 04’ 5o 08’ 18:00
7:00 69o 20’ 18o 42’ 17:00
8:00 70o 17’ 32o 26’ 16:00
9:00 69o 31’ 46o 11’ 15:00
10:00 65o 28’ 59o 43’ 14:00
11:00 51o 36’ 72o 21’ 13:00
12:00 0o 00’ 79o 34’ 12:00
ESTUDOS DE GEOMETRIA SOLAR

PARTE II - ESTUDO GRÁFICO DE PENETRAÇÃO DE SOL EM UM CÔMODO


1. PREPARO DO TRABALHO
1.1 Verificação das horas que o cômodo recebe o Sol.
1.2 Rebatimento das paredes internas do cômodo.
1.3 Marcação dos ângulos de posicionamento do Sol;
rumo e altura do Sol.
2. PENETRAÇÃO DO SOL EM PLANTA
2.1- Transposição para o cômodo do rumo do Sol.
3. PENETRAÇÃO DO SOL NO ESPAÇO
3.1 Rebatimento do plano vertical, que contém o raio solar.
3.2 Marcação do ângulo da altura do Sol em verdadeira grandeza.
4. DELIMITAÇÃO DAS ÁREAS INSOLEJADAS
4.1 No interior do cômodo
4.1.1 - no piso
4.1.2 - na parede
4.1.3 - casos particulares
4.2 Na janela
4.2.1 - no parapeito
4.2.2 - na ombreira
4.3 Conclusões
5. EXECUÇÃO DOS RESUMOS POR ESTAÇÃO
5.1 - Solsticio de Inverno
5.2 - Equinócios
5.3 - Solsticio de Verão
6. APLICAÇÕES PRÁTICAS DO ESTUDO GRÁFICO DE PENETRAÇÃO DO SOL

ANEXOS

ANEXO I - FOLHA PARA ESTUDO DE INSOLAÇÃO E EXERCÍCIO DE PENETRAÇÃO DO SOL

ANEXO II- TEXTO COMPLEMENTAR DE PENETRAÇÃO DO SOL


PARTE II

ESTUDO GRÁFICO DE PENETRAÇÃO DO SOL EM UM CÔMODO


1. PREPARO DO TRABALHO

1.1 Verificação das horas que o cômodo é insolejado.


Pelo gráfico de Percurso Aparente do Sol, verificar quais as horas que a fachada recebe
Sol, lembramos que a orientação da fachada em estudo é dada pela perpendicular à
mesma. Anotar estas horas numa folha separada, da seguinte forma:

ORIENTAÇÃO DA FACHADA
HORAS QUE RECEBE O SOL
INVERNO das h. até h.
EQUINÓCIOS das h. até h.
VERÃO das h. até h.

1.2 Rebatimento das paredes internas do cômodo. (Explicação no Anexo II deste)


A partir disto fazer gráficos individuais para cada estação e para todas as horas inteiras
(além das horas de nascer e por do Sol).
Estes gráficos serão feitos sobre o desenho do cômodo estudado, que deverá ter todas
suas paredes internas rebatidas sobre o plano horizontal, exceto a parede que contém a
janela. Cada folha de desenho corresponderá a uma hora e no carimbo da mesma deverão
constar os seguintes dados: orientação da fachada, estação do ano, hora, rumo e altura
do sol. (ver ANEXO I deste)

1.3 Marcação dos Ângulos de Posicionamento do Sol - RUMO OU AZIMUTE E ALTURA


DO SOL3. Inicialmente devem ser marcados graficamente sobre uma “rosa dos
ventos”, em qualquer local da folha do desenho, de preferência no canto superior
direito(vide Anexo I desta parte).

OBSERVAÇÕES:
a) no rebatimento não deverá aparecer as espessuras das paredes, a não ser relativo à
parede que contém a janela.
b) ao transportar os valores dos rumos e alturas do Sol tenha cuidado para não haver
enganos nas medidas dos ângulos.
c) lembre-se que o Sol só penetrará no cômodo durante as horas que a fachada for
insolejada.
d) lembre-se que os rumos do Sol antes do meio dia serão NE e SE e após o meio dia NW e SW.
e) lembre-se ainda que os rumos são marcados a partir do norte no Inverno e Equinócios,
e a partir do sul no Verão. (observe no gráfico de percurso aparente do Sol).

2. PENETRAÇÃO DO SOL EM PLANTA

2.1 - Transposição do rumo do Sol


Para marcar a penetração do Sol no plano horizontal fazemos passar paralelas ao rumo
pelos pontos das laterais da janela que projetam sombra ou seja: lateral interna de um
lado e lateral externa do outro lado.

3
Tabelas no ANEXO III da Parte I
Estas paralelas limitam uma faixa no plano horizontal que contém infinitas paralelas uma
faixa dos raios do Sol.

3. PENETRAÇÃO DO SOL NO ESPAÇO


Como já vimos do gráfico de percurso aparente do Sol o raio solar não é paralelo ao plano
do lugar, assim se encontra no espaço formando um ângulo com o plano horizontal que
chamamos altura do Sol. Assim sendo, prosseguimos fazendo:
3.1 Rebatimento do plano vertical que contém o raio solar
Por qualquer das citadas laterais da janela faz-se passar um plano vertical auxiliar, e
rebatemos o mesmo sobre o plano horizontal, considerando o rumo como eixo de rotação
de modo a poder marcar em verdadeira grandeza o ângulo vertical do Sol.
OBSERVAÇÕES:
a) este ângulo vertical da altura do Sol deverá ser marcada na “rosa dos ventos” a partir
do rumo, observando para o mesmo lado que fizemos o rebatimento do plano vertical
auxiliar. (quando marcamos para o lado errado o Sol nos parece que vai bater no teto e
o Sol NUNCA bate no teto).
b) devemos notar que o parapeito e a verga, neste plano vertical auxiliar, aparecem
cortados, com espessura maior ou igual à espessura da parede e neste corte devem
ser marcadas as alturas da verga e do parapeito.
c) este plano vertical auxiliar possui traços com os planos das 3 paredes do cômodo que
foram anteriormente rebatidas e estes traços devem ser marcados também.

3.2 Marcação do ângulo da altura do Sol em verdadeira grandeza


Tirando paralelas à altura do Sol, neste plano rebatido, faremos por fim a penetração do
Sol passando elos pontos da verga e parapeito em corte, que projetam sombra.
Ao fazemos a penetração dos raios solares pela abertura da janela rebatida, vemos neste
plano vertical auxiliar uma faixa que contém infinitas paralelas ao raio do Sol
propriamente dito (em verdadeira grandeza).

4. DELIMITAÇÃO DAS ÁREAS INSOLEJADAS

Para facilitar o raciocínio, imaginemos a paredes alçadas bem como o plano vertical
auxiliar.
A área insolejada, ou seja, de incidência dos raios Solares será portanto a interseção das
duas faixas, às quais nos referimos: uma horizontal e outra vertical. (fig. 2)

Figura 2
4.1 O Sol no Interior do Cômodo
2 (dois) casos mais gerais se nos apresentam, de imediato:

4.1.1 - no PISO
Caso a faixa vertical atinja o traço com o plano horizontal, significa que o Sol irá
insolejar o piso do cômodo naquela hora. (fig. 3).

Fig. 3

A área insolejada será marcada


tirando-se paralelas ao
parapeito e à verga no chão
plano horizontal (lembra-se que
linhas paralelas a um plano dão
projeções paralelas).

4.1.2 - na PAREDE
Caso a faixa vertical atinja o traço com o plano vertical significa que o Sol irá insolejar
uma das paredes do como naquela hora (fig. 4).

Fig. 4
A área insolejada se marcará
transportando as cotas dos
pontos, que pode ser feito usando
um compasso centrado no ponto
de interseção dos eixos de
rebatimento dos dois planos
verticais (parede e plano vertical
auxiliar).
Daí prossegue-se ligando-se estes
pontos àqueles da verga e do
parapeito, limitando-se pelo traço
do plano vertical auxiliar que passa pela outra lateral da janela.

4.1.3 - Casos Particulares


Nos horários de início de manhã e fim de tarde, é comum o Sol banhar as paredes. Bem
assim, nos horários próximos ao meio dia, quando a altura do Sol ;e máxima o Sol
geralmente insoleja o piso, porém nos horários intermediários, depende do tamanho do
cômodo e do tamanho da abertura, o Sol costume banhar simultaneamente piso e parede
e aí surgem os casos particulares de traçado da penetração do Sol, que, no entanto, são
facilmente executados se nos lembrarmos as regras gerais da descritiva e do traçado de
sombras:
a) Todo e qualquer gráfico de penetração do Sol por uma janela retangular, é feito como
se estivéssemos fazendo a projeção de sombra de 4 (quatro) retas que são aresta do
caixilho da janela, à saber: parapeito, verga, lateral direita e lateral esquerda.
b) O parapeito e a verga são retas paralelas entre se e paralelas ao isso e à parede do
fundo e portanto suas sombras projetadas são paralelas à projeção dos mesmos em
planta, nestes planos, e retas qualquer nos planos verticais das paredes laterais do
cômodo, sempre ligadas ao ponto em corte que projeta a sombra ou seja, aresta
interna do parapeito e aresta externa da verga.
c) As laterais da janela são retas paralelas às paredes e portanto suas sombras
projetadas nestes planos são paralelas às laterais em corte e retas qualquer no plano
horizontal do piso.

RECAPITULANDO:
abaixo temos a relação das várias alternativas de gráficos de penetração do Sol:
- no piso
- no piso e parede do fundo
- no piso e parede lateral
- na parede do fundo
- na parede lateral
- na parede do fundo e lateral
- no piso, parede do fundo lateral

4.2 - O Sol na Janela


Quando o Sol penetra em um cômodo, banha também a superfície da fachada externa que
contém a abertura e o caixilho da esquadria. Assim para ser completo o estudo devemos
marcar também a área insolejada no parapeito e na ombreira da janela.

4.2.1 - no PARAPEITO
Por se tratar um plano paralelo ao piso, tudo o que se falou para piso é válido para o
parapeito.

4.2 - na OMBREIRA
Por se tratar de plano paralelo às parede laterais tudo o que se falou para as paredes é
válido para as laterais da janela.

4.3 - Conclusões
Para nos certificarmos que o trabalho está graficamente correto, basta verificar, na
etapa final, se os raios de Sol que passam pela janela em corte estão paralelos entre si.
Depois de concluído o gráfico devemos pintar com a cor correspondente à convencionada
para cada estação, a área insolejada dentro do cômodo, no parapeito e na ombreira.

5. EXECUÇÃO DOS RESUMOS POR ESTAÇÃO

Quando estiverem prontos os gráficos para todos as horas devemos fazer, em uma nova
folha de desenho igual às anteriores, a superposição dos diversos gráficos por estação,
de modo a obtermos um resumo para uso em estudos posteriores.
INVERNO = azul
EQUINÓCIOS = verde
VERÃO = vermelho
6. APLICAÇÕES PRÁTICAS

O estudo gráfico de penetração do Sol tem várias aplicações práticas, dentre as quais se
destacam às seguintes:
- Controle e dosagem de penetração do Sol em horário inconvenientes, para
cômodos excessivamente insolejados.
- Cálculo de carga térmica de um cômodo.
- Estudo de fachadas-efeito de luz e sombra.
- Projeto de iluminação zenital, em dente de serra e outras.
- Projeto de iluminação zenital, em dente de serra e outras.
- Projeto de esquadrias.
- Cálculo de “Brise Soleil”, marquises, varandas, etc.
- Estudo de “lay-out” para fábricas, escritórios, salas de aula, biblioteca, etc.
- Projetos de decoração...

BIBLIOGRAFIA
1. CARVALHO, Benjamim de. Técnica da Orientação dos Edifício, Insolação,
Iluminação, Ventilação. Rio de Janeiro: Ao Livro Técnico S/A, 1970.
2. PORTELLA, Sidney José. Insolação em edifícios. Belo Horizonte: UFMG, 1974.
3. SILVA, Armando Cavaleiro e MALATO, João José. Geometria da Insolação de
Edifícios. Lisboa: Laboratório Nacional de Engenharia Civil, 1969.

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