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ANEXOS DA PARTE I
1. INTRODUÇÃO
2. MÉTODO UTILIZADO
3. PRESSUPOSTOS
4. CONSIDERAÇÕES TEÓRICAS
Como pressuposto acima, o Sol emite raios paralelos e aparentemente gira em torno da
Terra. Neste girar diário, devido à obliqüidade da eclíptica, seus raios descrevem uma
loxodroma esférica sobre a superfície da Terra, com passo correspondente a cada dia
do ano.
FIGURA 1
Dia Solar Verdadeiro é intervalo de tempo que decorre entre duas culminações
sucessivas inferiores, isto é, correspondentes à passagem do Sol sobre o círculo de
referência que passa pelo Nadir do lugar à meia noite. Hora Solar Verdadeira é um sub-
múltiplo que eqüivale a 1/24 do Dia Solar Verdadeiro. O Dia Solar Verdadeiro não tem
uma duração uniforme ao longo do ano, em virtude do Sol se deslocar com movimento
variado, numa órbita elíptica (de fato), enquanto neste estudo, por pressuposto, ele se
deslocaria sobre uma órbita circular da abobada celeste. Daí, foi então estabelecida uma
unidade invariável de tempo denominado SOL MÉDIO, pressupondo-se uma correção do
movimento do astro, como circular uniforme.
A relação decorrente, entre o tempo solar verdadeiro e o tempo solar médio tornou-se
conhecida como EQUAÇÃO DO TEMPO.1
A cronologia baseada no tempo solar médio, ainda assim não é praticável na vida corrente,
visto depender da longitude. Assim é que adotou-se internacionalmente, na prática, o uso
da HORA LEGAL, que é uma forma convencional de contagem do tempo, usando os
seguintes pressupostos:
- o globo terrestre é dividido em 24 FUSOS HORÁRIOS, identificáveis pela
longitude do respectivo meridiano central, uma vez que o dia solar médio tem 24
horas exatas;
- cada fuso horário corresponde a 15o de circunferência e a uma hora de relógio ou
60 minutos.
- os lugares que se situam entre 2 meridianos horários sucessivos adotam este
tempo médio para ajuste dos seus relógios - hora ou tempo legal.
- anualmente são feitas tabelas dos ajustamentos da hora legal com, a hora solar
verdadeira, lida através da observação direta em campo.
A Terra devido ao seu movimento de rotação, cria um campo magnético e funciona como um
grande imã, cujo eixo geométrico se aproxima do eixo geográfico do planeta. Ainda na
antigüidade, descobriu-se que uma agulha imantada mantém-se sempre aproximadamente na
direção norte-sul verdadeira, daí os antigos navegadores terem usado este conhecimento na
invenção de um instrumento - bússola, que serve para indicar a orientação.
Estudos mais apurados, já nos tempos modernos, verificaram que esta propriedade não é
igual sobre toda a superfície do planeta e que além disto os pólos magnéticos não são
estacionários, mas se deslocam segundo círculos no período de aproximadamente 500 anos.
Desta forma, o NORTE MAGNÉTICO, indicado pela bússola não pode ser usado em
estudos de insolejamento dos edifícios. Para tanto, é necessário que se use o NORTE
VERDADEIRO ou geométrico que é encontrado a partir da observação do Sol.
Convencionou-se adotar como direção NORTE-SUL VERDADEIRA aquela do meridiano
que passa pelo lugar, no momento de culminação máxima do Sol, em relação ao plano do
lugar. A este instante denominou-se meio dia.
1
Ver publicações anuais do Observatório Astronômico do Brasil
5. SISTEMA PROJETIVO
Desenha-se um círculo em verdadeira grandeza, com raio qualquer, sobre o qual traçamos
os pontos cardeais. Este círculo representa o PLANO DO LUGAR2, que é o campo das
projeções ortogonais horizontais - aí aparecerá o traçado da trajetória aparente do Sol,
sobre a abobada celeste - gráfico de percurso aparente do Sol. O centro deste círculo
é o LUGAR. A circunferência que o limita é a LINHA DO HORIZONTE DO LUGAR.
Ao lado desde círculo por nós denominado “círculo horizontal” ou CH e paralelo a este e
com o mesmo raio, desenha-se um outro círculo - “círculo vertical” ou CV.
Este outro círculo representa o campo das projeções ortogonais verticais, isto é,
representa a abobada celeste vista de perfil. Aí a “linha do horizonte do lugar” passa a
ser vista como uma reta ortogonal a linha do ZENITH-NADIR*. Ver figura 3A
2
Ver ANEXO II
A porção do semi círculo voltado para o NADIR, representa a Noite, enquanto a porção
do semi círculo voltada para ZENITH representa o Dia. Portanto a trajetória do Sol
que devemos nos preocupar em projetar CH será apenas aquela que aparece no semi
círculo do dia, quando o Sol estará acima da linha do horizonte e portanto insolejando os
edifícios e o meio ambiente do LUGAR.
No nosso traçado não podemos nos esquecer que a representação da abobada celeste e
do globo terrestre se confundem pois feita uma projeção, mantendo o mesmo raio para
ambos e fazendo coincidir o centro da terra com o lugar.
4o - A partir do equador com uma distância angular de +23o 27’ traçaremos o Trópico
de CÂNCER e com distância angular de -23o 27’traçaremos o Trópico de CAPRICÓRNIO.
Ver Figura 3B
6o - Com linhas de chamada traz-se de volta para linha do Equador (de perfil) a
marcação das horas assim determinadas - período das 6:00 às 18:00 horas.
7o - Com novas linhas de chamada, para o CH agora, a partir destas horas faz-se a
projeção do equador sobre o plano horizontal que é obtida no encontro destas linhas
com outras linhas de chamada - tiradas a partir da divisão do rebatimento do equador
sobre a linha do horizonte, de hora em hora, ou de 15o em 15o de circunferência.
Atentando-se que 12:00 horas corresponde à direção Norte ou Sul. Coincidindo 6:00
horas com o Leste e 18:00 horas, com o Oeste. Ver figura 3 C
8O - Ligando-se os pontos assim obtidos de hora em hora, temos a trajetória do Sol nos
dias de EQUINÓCIOS.
3B
3C
3D
10o - A marcação dos horários do nascer e por do Sol em todas as estações é
encontrado da maneira mais simples possível, pois sabemos que neste instante o Sol se
encontra sobre a linha do horizonte bastando portanto para encontrarmos estes pontos
traçarmos simplesmente as linhas de chamada de intersecção do equador e dos trópicos
com alinhado horizonte no CV, na direção do CH. A intersecção destas com a linha do
horizonte no CH correspondem aos horários de nascer e por do Sol. Atentando que o
nascer o Sol estará no leste e ao se por o Sol estará no hemisfério oeste. Ver figura 4.
5. APLICAÇÕES
SOLSTÍCIO DE INVERNO
NE NW
HORA SOLAR RUMO DO SOL ALTURA DO SOL HORA SOLAR
6:23 65o 54’ 0o 00’ 17:37
7:00 63o 31’ 8o 09’ 17:00
8:00 58o 30’ 20o 56’ 16:00
9:00 50o 33’ 32o 52’ 15:00
10:00 39o 00’ 43o 12’ 14:00
11:00 22o 01’ 50o 42’ 13:00
12:00 00o 00’ 53o 33’ 12:00
EQUINÓCIOS
NE NW
HORA SOLAR RUMO DO SOL ALTURA DO SOL HORA SOLAR
6:00 90o 00’ 0o 00’ 18:00
7:00 86o 31’ 14o 36’ 17:00
8:00 81o 53’ 29o 09’ 16:00
9:00 77o 14’ 43o 33’ 15:00
10:00 68o 41’ 57o 32’ 14:00
11:00 49o 59’ 70o 15’ 13:00
12:00 00o 00’ 77o 00’ 12:00
*
SOLSTÍCIO DE VERÃO
SE SW
HORA SOLAR RUMO DO SOL ALTURA DO SOL HORA SOLAR
5:37 65o 54’ 0o 00’ 18:23
6:00 67o 04’ 5o 08’ 18:00
7:00 69o 20’ 18o 42’ 17:00
8:00 70o 17’ 32o 26’ 16:00
9:00 69o 31’ 46o 11’ 15:00
10:00 65o 28’ 59o 43’ 14:00
11:00 51o 36’ 72o 21’ 13:00
12:00 0o 00’ 79o 34’ 12:00
ESTUDOS DE GEOMETRIA SOLAR
ANEXOS
ORIENTAÇÃO DA FACHADA
HORAS QUE RECEBE O SOL
INVERNO das h. até h.
EQUINÓCIOS das h. até h.
VERÃO das h. até h.
OBSERVAÇÕES:
a) no rebatimento não deverá aparecer as espessuras das paredes, a não ser relativo à
parede que contém a janela.
b) ao transportar os valores dos rumos e alturas do Sol tenha cuidado para não haver
enganos nas medidas dos ângulos.
c) lembre-se que o Sol só penetrará no cômodo durante as horas que a fachada for
insolejada.
d) lembre-se que os rumos do Sol antes do meio dia serão NE e SE e após o meio dia NW e SW.
e) lembre-se ainda que os rumos são marcados a partir do norte no Inverno e Equinócios,
e a partir do sul no Verão. (observe no gráfico de percurso aparente do Sol).
3
Tabelas no ANEXO III da Parte I
Estas paralelas limitam uma faixa no plano horizontal que contém infinitas paralelas uma
faixa dos raios do Sol.
Para facilitar o raciocínio, imaginemos a paredes alçadas bem como o plano vertical
auxiliar.
A área insolejada, ou seja, de incidência dos raios Solares será portanto a interseção das
duas faixas, às quais nos referimos: uma horizontal e outra vertical. (fig. 2)
Figura 2
4.1 O Sol no Interior do Cômodo
2 (dois) casos mais gerais se nos apresentam, de imediato:
4.1.1 - no PISO
Caso a faixa vertical atinja o traço com o plano horizontal, significa que o Sol irá
insolejar o piso do cômodo naquela hora. (fig. 3).
Fig. 3
4.1.2 - na PAREDE
Caso a faixa vertical atinja o traço com o plano vertical significa que o Sol irá insolejar
uma das paredes do como naquela hora (fig. 4).
Fig. 4
A área insolejada se marcará
transportando as cotas dos
pontos, que pode ser feito usando
um compasso centrado no ponto
de interseção dos eixos de
rebatimento dos dois planos
verticais (parede e plano vertical
auxiliar).
Daí prossegue-se ligando-se estes
pontos àqueles da verga e do
parapeito, limitando-se pelo traço
do plano vertical auxiliar que passa pela outra lateral da janela.
RECAPITULANDO:
abaixo temos a relação das várias alternativas de gráficos de penetração do Sol:
- no piso
- no piso e parede do fundo
- no piso e parede lateral
- na parede do fundo
- na parede lateral
- na parede do fundo e lateral
- no piso, parede do fundo lateral
4.2.1 - no PARAPEITO
Por se tratar um plano paralelo ao piso, tudo o que se falou para piso é válido para o
parapeito.
4.2 - na OMBREIRA
Por se tratar de plano paralelo às parede laterais tudo o que se falou para as paredes é
válido para as laterais da janela.
4.3 - Conclusões
Para nos certificarmos que o trabalho está graficamente correto, basta verificar, na
etapa final, se os raios de Sol que passam pela janela em corte estão paralelos entre si.
Depois de concluído o gráfico devemos pintar com a cor correspondente à convencionada
para cada estação, a área insolejada dentro do cômodo, no parapeito e na ombreira.
Quando estiverem prontos os gráficos para todos as horas devemos fazer, em uma nova
folha de desenho igual às anteriores, a superposição dos diversos gráficos por estação,
de modo a obtermos um resumo para uso em estudos posteriores.
INVERNO = azul
EQUINÓCIOS = verde
VERÃO = vermelho
6. APLICAÇÕES PRÁTICAS
O estudo gráfico de penetração do Sol tem várias aplicações práticas, dentre as quais se
destacam às seguintes:
- Controle e dosagem de penetração do Sol em horário inconvenientes, para
cômodos excessivamente insolejados.
- Cálculo de carga térmica de um cômodo.
- Estudo de fachadas-efeito de luz e sombra.
- Projeto de iluminação zenital, em dente de serra e outras.
- Projeto de iluminação zenital, em dente de serra e outras.
- Projeto de esquadrias.
- Cálculo de “Brise Soleil”, marquises, varandas, etc.
- Estudo de “lay-out” para fábricas, escritórios, salas de aula, biblioteca, etc.
- Projetos de decoração...
BIBLIOGRAFIA
1. CARVALHO, Benjamim de. Técnica da Orientação dos Edifício, Insolação,
Iluminação, Ventilação. Rio de Janeiro: Ao Livro Técnico S/A, 1970.
2. PORTELLA, Sidney José. Insolação em edifícios. Belo Horizonte: UFMG, 1974.
3. SILVA, Armando Cavaleiro e MALATO, João José. Geometria da Insolação de
Edifícios. Lisboa: Laboratório Nacional de Engenharia Civil, 1969.