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FENÓMENOS LUMINOSOS 2023

CONSIDERAÇÕES INICIAIS

Óptica é a parte da Física que estuda a luz e os fenómenos luminosos. Seu


desenvolvimento se deu a partir da publicação da Teoria Corpuscular da Luz, por
Isaac Newton, teoria que admitia que a luz era formada por um feixe de
partículas. A Luz é uma onda electromagnética e sua velocidade no vácuo é de
aproximadamente 3,0 x 105. A óptica explica os fenómenos da reflexão,
refracção, difracção, assim como a óptica geométrica e a visão humana.

Portanto, nós observamos os fenómenos luminosos bem como a luz desde


quando nascemos. Convivemos, com a luz ao longo de toda a nossa vida, e nos
deparamos com muitos fenómenos luminosos ao longo da nossa existência.

Assim sendo, é sobre este assunto que será tratado nesta presente artigo, na
perspectiva de destacar mais sobre esta grande temática (Fenómenos Luminosos).

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FENÓMENOS LUMINOSOS

Fenómenos ópticos (Luminosos) são eventos observáveis em nosso


quotidiano. As experiências de Newton com a luz também possibilitaram
descobertas surpreendentes. A mais conhecida delas foi conseguida quando
deixou um pequeno feixe de luz do Sol penetrar numa sala escura e atravessar um
prisma de vidro. Verificou que o feixe se abria ao sair do prisma, revelando ser
constituído de luzes de diferentes cores, dispostas na mesma ordem em que
aprecem no arco-íris. Para que essas cores não fossem acrescentadas pelo próprio
vidro, Newton fez o feixe colorido passar por um segundo prisma.

Como resultado, as cores voltaram a se juntar, provando que sua reunião


formava outro feixe de luz branca, igual ao inicial. O fenómeno da refracção
luminosa ocorria, de fato, sempre que a luz atravessava prismas ou lentes (de
modo menos pronunciado), o que limitava a eficiência dos telescópios. Newton
projectou então um telescópio reflectora, no qual a concentração da luz, em vez
de ser feita com uma lente, era obtida pela reflexão num espelho parabólico. Esse
princípio é utilizado até hoje na maioria dos telescópios.

Embora pareçam divergentes, os


raios crepusculares são paralelos.

Fenómenos ópticos são eventos observáveis a olho nu resultantes da


interacção da luz com a matéria. Entre os principais fenómenos ópticos, podemos
destacar a reflexão, a refracção, a absorção, a dispersão e a interferência da luz.
Diversos fatos naturais relacionados à luz são decorrentes desses fenómenos.

REFLEXÃO

Quando uma onda de luz entra em contacto com uma superfície reflectora
ela sofre uma mudança em sua direcção, ou seja, ela retorna até seu ponto de
origem a esse fenómeno é denominado Reflexão.
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Existem dois tipos de reflexão:

 - Reflexão Difusa: quando um raio entra em contacto com uma superfície


irregular.
 - Reflexão Regular: quando um raio entra em contacto com uma superfície
totalmente correcta, polida.

REFLEXÃO DA LUZ

A reflexão da luz é responsável por conseguirmos enxergar a maior parte


dos objectos ao nosso redor. A maioria desses corpos são fontes secundárias de
luz, também chamados de corpos iluminados, ou seja, não produzem sua própria
luz, apenas reflectem os raios luminosos que chegam até eles.

Quando incide sobre uma superfície de relevo acidentado ou áspero, a luz


sofre reflexão difusa, mesmo que microscopicamente. Durante esse fenómeno, os
ângulos de incidência e de reflexão são diferentes, por isso não conseguimos
enxergar imagens reflectidas nessas superfícies.

Quando uma superfície é suficientemente lisa ou polida, é possível que ela


reflicta a luz de maneira regular, isto é, com os ângulos de incidência e de
reflexão iguais. Esse tipo de reflexão permite enxergarmos imagens reflectidas,
como quando olhamos para um espelho ou para uma bandeja de prata polida.

Quando a luz sofre reflexão em uma superfície plana e sem qualquer


curvatura, as imagens formadas são chamadas de imagens virtuais, as quais são
formadas “atrás” da superfície por meio do cruzamento dos prolongamentos dos
raios de luz.

Se a luz for reflectida regularmente por uma superfície côncava, a imagem


será projectada na frente dessa superfície e receberá o nome de imagem real.

ESPELHO PLANO

O espelho plano se caracteriza por apresentar uma superfície plana e polida,


onde a luz que é incidida reflecte de forma regular. Para obter um bom grau de
reflexão, é necessário que a variação do poder reflector com o ângulo de
incidência do espelho seja a menor possível. O exemplo mais comum de espelho
plano é o vidro, que permite a formação de imagens nítidas.

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Quando estendemos o braço direito, por exemplo, na frente de um espelho,


a imagem reflectida estenderá o braço esquerdo, ou seja, reflectindo ao contrário.
Esse fenómeno é chamado de enantiomorfismo e é uma das características da
reflexão de imagens em espelhos planos.

Características:

 Enantiomorfismo
 A imagem reflectida tem o mesmo tambo do objecto,
 Cala objecto corresponde a uma imagem,
 Imagem e objecto não se sobrepõem

ESPELHO ESFÉRICO

Com grande aplicação no dia-a-dia, e espelho esférico uma calota esfíngica


que possui uma de suas partes polida e com alto poder de reflexão. Esse espelho
pode ser classificado de acordo com a superfície reflectora. Se essa for interna, o
espelho é côncavo; e se a superfície reflectora é a externa, o espelhe é convexo.

REFRACÇÃO DA LUZ

A refracção ocorre quando a luz é transmitida através da interface de dois


meios transparentes, como o ar e a água. Nesse processo, a luz sofre uma
mudança em sua velocidade de propagação, podendo ficar mais rápida ou mais
lenta, dependendo do índice de refracção do meio em que adentra. O índice de
refracção é uma grandeza adimensional e é dada pela razão entre a velocidade da
luz no vácuo e a velocidade da luz no meio.

Além disso, a velocidade da luz em qualquer meio físico depende de sua


frequência, por isso, cada cor propaga-se com velocidade levemente diferente.
Em virtude disso, ao passar por um prisma, a luz dispersa-se nas cores do arco-
íris, conhecidas como espectro visível. O fenómeno em que a luz branca separa-
se nas diferentes cores visíveis é chamado de dispersão da luz.

ABSORÇÃO DA LUZ

Certos pigmentos, como as tintas azuis, vermelhas, verdes, assim como


outros elementos, são capazes de absorver determinadas frequências de luz.

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A presença de alguns tipos de átomos muda a tonalidade de uma substância


em virtude das frequências de luz que esses átomos são capazes de absorver.

Corpos brancos têm a capacidade de reflectir igualmente todas as


frequências de luz visível incidentes sobre eles. Já os corpos negros tendem a
absorver todas as cores da luz visível. Uma camiseta vermelha, por exemplo,
apresenta-se na cor vermelha quando iluminada por fontes de luz branca, as
quais, naturalmente, emitem todas as cores do espectro visível. Nessa situação,
essa camiseta será capaz de absorver parcialmente a luz branca que a ilumina:
absorverá o azul, o amarelo, o verde, porém será incapaz de absorver o vermelho,
reflectindo-o.

Em um ambiente completamente escuro, no entanto, a camiseta vermelha


não será visível, uma vez que ela não emite sua própria luz, apenas reflecte-a. Se
iluminada por uma lâmpada azul monocromática, por exemplo, essa camiseta
será vista da cor preta, uma vez que irá absorver a cor azul.

FENÓMENOS ÓPTICOS NATURAIS

Os fenómenos ópticos naturais ocorrem em virtude da interacção da luz


com a atmosfera terrestre, com as nuvens, bem como com partículas de gelo e de
poeira. Quando interage com esses diferentes meios, a luz pode sofrer reflexão,
refracção, dispersão e interferência, produzindo efeitos muito bonitos e curiosos,
como os que serão mostrados adiante.

AURORA BOREAL

A aurora boreal é um fenómeno luminoso que ocorre quando as partículas


emitidas pelo Sol, chamadas de vento solar, adentram as regiões atmosféricas
polares, que apresentam campos magnéticos mais concentrados, com altas
intensidades. Essas partículas são electricamente carregadas, por isso, ao
adentrarem os polos, sofrem deflexões, emitindo luzes verdes e azuladas nesse
processo.

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Quando o vento solar entra nas regiões


polares e é deflectido, bonitos padrões
luminosos surgem no céu.

MIRAGEM

As miragens ocorrem em decorrência de uma grande variação espacial


(gradiente) na temperatura do ar. Por exemplo, quando o asfalto encontra-se
muito quente, o ar próximo a ele fica muito aquecido, mas as camadas de ar que
se encontram um pouco acima estão significativamente mais frias. O inverso
também pode ocorrer caso a temperatura do solo ou dos mares, por exemplo,
esteja fria, e a temperatura do ar logo acima esteja quente.

As ilusões de óptica vistas nas miragens surgem em virtude dessa diferença


de temperatura: o ar mais quente é menos denso e tem menor índice de refracção.

Essa menor densidade faz com que ele suba em razão da força de empuxo
atmosférico, enquanto o menor índice de refracção produz as distorções da
imagem.

Nos mares, esse efeito surge em razão da baixa temperatura das águas e da
alta temperatura dos ares, produzindo a chamada Fata Morgana. Esse efeito causa
a impressão de que os barcos no horizonte estão voando sobre a superfície do
mar, por isso, alguns historiadores acreditam que esse fenómeno tenha dado
origem à lenda do Holandês Voador.

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O efeito Fata Morgana surge


quando a água dos mares está
fria, e o ar atmosférico, quente.

RAIOS CREPUSCULARES

Os raios
crepusculares surgem quando a luz solar atravessa aberturas existentes nas
nuvens. Em razão da perspectiva dos observadores que se encontram no solo,
esses raios parecem imergir de um único ponto no céu, como se fossem
divergentes. No entanto, são quase
perfeitamente paralelos entre si.

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De acordo com a óptica geométrica, fontes externas e distantes, como o Sol,


produzem raios de luz paralelos.

RAIOS ANTICREPUSCULARES

Os raios anticrepusculares têm a mesma origem dos raios crepusculares, no


entanto, são vistos na direcção contrária do Sol.

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Os raios anticrepusculares são raios de


luz vistos na direcção oposta à dos
raios crepusculares.

HALO SOLAR

O halo solar é uma coroa multicolorida perfeitamente circular. É formada


ao redor do Sol em virtude da refracção da luz por pequenos cristais de gelo
presentes na atmosfera de locais muito frios. O formato geométrico ocorre em
razão da estrutura cristalina desses cristais, os quais possuem forma hexagonal.
Em alguns casos, é possível ver que o halo concentra mais luz em pontos
específicos, que são chamados de parélios.

O acúmulo de luz visto nas direcções


vertical e horizontal durante um halo
solar é chamado de parélio.

ARCO-ÍRIS

Quando é refractada dentro de gotículas de água presentes na atmosfera, a


luz solar pode sofrer uma reflexão interna total no interior do meio aquoso. Ao
deixar o interior dessas gotículas, a luz encontra-se dispersa, ou seja, apresenta
uma separação de acordo com a cor, assim como quando a luz atravessa um
prisma, por exemplo. Dessa forma, origina-se o arco-íris.

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Apesar de parecerem arcos, os arcos-íris são, na verdade, círculos completos.


No entanto, parte deles incide sobre a superfície, que o absorve.

PILARES DE LUZ

Os pilares de luz, fenómenos atmosféricos presentes em regiões muito


frias, ocorrem em virtude da reflexão da luz por milhões de cristais
microscópicos de gelo suspensos no ar atmosférico. Ao passar por esses cristais,
a reflexão da luz faz com que pareça propagar-se na direcção vertical.

Os pilares de luz surgem em virtude da


presença de milhões de cristais
microscópicos de gelo presentes no ar.

NUVENS IRIDESCENTES

As nuvens iridescentes são fenómenos ópticos bastante raros que acontecem


na atmosfera. Consiste no surgimento de padrões de cores similares àqueles dos
arcos-íris nas nuvens. As cores exibidas podem ser bastante vívidas ou podem
apresentar tons pastel.

Esse fenómeno origina-se da difracção da luz por pequenos cristais de gelo,


menores ainda do que aqueles que causam o halo solar. Em decorrência de seu
pequeno tamanho, esses cristais conseguem espalhar a luz e dispersá-la,
mostrando todo o espectro visível na superfície das nuvens.

Uma série de factores contribui para que esse fenómeno ocorra: o tamanho
uniforme dos cristais de gelo, a distância da nuvem, sua transparência e, até
mesmo, o ângulo entre os raios de luz e a superfície dos cristais.

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As nuvens iridescentes são fenómenos raros cuja ocorrência depende de


condições bastante particulares.

CINTURÃO DE VÉNUS

O Cinturão de Vénus é um fenómeno visível durante o amanhecer e o pôr-


do-sol. Caracteriza-se por uma faixa de tons rosas distribuídos ao longo
horizonte, cerca de 10º a 20º acima da superfície.

Esse fenómeno ocorre em razão da refracção da luz solar. De acordo com o


ângulo, somente as cores de menor frequência do espectro, como o vermelho e o
laranja, são refractadas dentro da atmosfera, colorindo-a de tons quentes.

Cinturão de Vénus durante o pôr-do-sol.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

A pois as pesquisas feitas e o grande esforço exercido para a finalização


deste presente artigo, chegamos as considerações finais que a óptica está muito
presente no nosso quotidiano, e sempre fazemos uso de suas leis e propriedades
mesmo não percebendo, isto é, quando usamos o espelho retrovisor, ou quando
nos maquiamos pela manha, quando procuramos um oftalmologista para analisar
um desconforto na visão, quando observamos os famosos eclipses, quando
usamos um binóculo ou um microscópio e etc.

Por isso é importante aprender sobre os fenómenos luminosos para que


entendamos mais sobre o meio que nos cerca e compreender sobre os "mistérios
descobertos pelos estudiosos.

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ANEXOS

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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