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EMAC - ESCOLA DE MÚSICA E ARTES CÊNICAS

Universidade Federal de Goiás

DESENHO II
Perspectivas Cônicas
Prof. Ms. José Wilson B. Soares
jwbsoares@ufg.br

2022

EMAC
ESCOLA DE
MÚSICA E ARTES CÊNICAS
EMAC
ESCOLA DE MÚSICA E ARTES CÊNICAS

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Perspectivas Cônicas
No século XV, grandes mestres do Renascimento italiano desenvolveram
e sistematizaram uma técnica de representação da realidade que
revolucionou a produção artística e técnica a partir de então. Nascia a
perspectiva cônica, ferramenta utilizada para criar em duas dimensões a
ilusão das três dimensões que compõem o espaço físico.

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O desenvolvimento da perspectiva com pontos de fuga, permitiu aos arquitetos
a visualização dos objetos imaginados da maneira que estes seriam percebidos
após a construção. Até então, os desenhos que simulavam espaços tridimensionais só
eram possíveis de serem traçados utilizando elaborados sistemas de grelhas, como fazia o
gravador alemão Albrecht Dürer (1471–1528), impossibilitando a representação de
elementos ainda não construídos.

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O desenho em perspectiva ou, mais precisamente, em perspectiva
cônica, pode ser definido como “[...] a arte e ciência de descrever
volumes e relações espaciais tridimensionais em uma superfície
bidimensional por meio de linhas que convergem conforme
retrocedem na profundidade do desenho” (CHING, 2012, p. 223).

● a perspectiva é ao mesmo tempo arte e ciência, ou uma arte


apoiada pela ciência;
● a perspectiva trata das relações espaciais entre objetos
volumétricos no espaço tridimensional;
● a perspectiva permite que tais objetos espaciais sejam descritos
por meio do desenho para um meio bidimensional, geralmente o
papel;
● para criar tal representação, as linhas dos objetos convergem
para um ou mais pontos conforme ficam mais afastadas do
observador.
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Cone de Visão

Uma das características que definem a perspectiva cônica, segundo Ching (2012), é a diminuição
aparente dos objetos afastados. A Figura 4 demonstra como esse efeito ocorre naturalmente pela
sobreposição do cone de visão com objetos posicionados em diferentes distâncias.

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Por último, um efeito pictórico
inerente à representação
perspectivada é o escorço, “[...]
mudança aparente de forma que
ocorre em um objeto à medida que
ele se afasta do plano do desenho”
(CHING, 2012, p. 231). Esse efeito
está diretamente ligado ao efeito da
diminuição aparente dos objetos
afastados, uma vez que a distorção
do escorço se deve justamente ao
fato de que as partes mais afastadas
dos objetos são representadas em
tamanho menor.
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Perspectiva com um ponto de fuga
A tentativa de representar a realidade de uma maneira gráfica remonta a estágios primitivos
de civilização, e se atribui a Filippo Brunelleschi a criação de um método efetivo para
representá-la, a perspectiva cônica. No sistema de Brunelleschi, há dois princípios básicos: o
plano de desenho e o ponto de fixação, que é estabelecido ao se olhar diretamente para a
frente, sendo a linha de visão paralela ao plano base; o plano de desenho é um plano
imaginário perpendicular ao ponto de fixação (Figura 6).

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Perspectiva com um ponto de fuga
O sistema pictórico das perspectivas cônicas se subdivide em três categorias: perspectivas
com um, dois e três pontos de fuga. No primeiro deles, um dos eixos horizontais e o eixo
vertical são paralelos ao plano do desenho, enquanto o outro eixo horizontal é perpendicular
a esse plano. Na perspectiva com dois pontos de fuga, enquanto o eixo vertical é paralelo ao
plano do desenho, os dois eixos horizontais são oblíquos em relação ao plano de desenho.
Já na perspectiva com três pontos de fuga, os três principais planos de um volume retangular
são oblíquos em relação ao plano de desenho (CURTIS, 2015).

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A característica fundamental da perspectiva com um ponto de fuga é o paralelismo de dois
dos eixos principais (um vertical e um horizontal). As retas que são paralelas a esses dois
eixos são igualmente paralelas ao plano de desenho e, portanto, permanecem com sua
orientação real, isto é, sem convergir para o ponto de fuga. As arestas do objeto que forem
paralelas ao plano base serão representadas por linhas horizontais; as que forem
perpendiculares, por linhas verticais. O terceiro eixo principal — horizontal — é perpendicular
ao plano de desenho. Todas as retas paralelas a esse eixo convergem para o centro de visão
em um único ponto de fuga; por essa razão, esse tipo de perspectiva cônica também é
conhecido como perspectiva paralela (CHING, 2012).

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A ideia de centralidade pode levar à confusão de que, para termos uma perspectiva com um
ponto de fuga, precisamos ter o objeto centralizado no ponto de fixação, o que não é
verdade. Segundo Curtis (2015), o objeto pode estar à esquerda, à direita, acima ou abaixo
do ponto de fixação, desde que permaneça dentro do cone de visão e que obedeça ao
critério geral da perspectiva com um ponto de fuga, isto é, que dois dos eixos principais do
objeto sejam paralelos ao plano de desenho (Figura 9).

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Como construir
a Perspectiva
Cônica Paralela.

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Perspectiva com UM Ponto de Fuga

Na Figura 11, uma síntese da montagem


de perspectiva com um ponto de fuga
produzida por Ching (2012, p. 250),
você pode ver um esboço de
perspectiva na qual é possível encontrar
o PD, ou plano do desenho, e as linhas
paralelas a ele, que se mantêm
perpendiculares entre si, e as linhas que
são perpendiculares ao PD e que
convergem para o CV, centro de visão,
ou ponto de fuga da perspectiva com
um ponto de fuga. Observe também a
linha do horizonte (LH), definida pela
altura do observador.

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Montagem da perspectiva
Para traçar uma perspectiva com um ponto de
fuga, o método mais eficiente é o do ponto
diagonal, que permite “[...] obter uma medição de
profundidade precisa diretamente do interior da
perspectiva, sem que seja preciso fazer projeções
de uma planta” (CHING, 2012, p. 251).

Para definir a profundidade, basta ligar os PDD e


PDE aos pontos relevantes da elevação na
distância que está sendo desenhada.

A Figura 12, ao lado, ilustra esse procedimento.

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Montagem da perspectiva

Para traçar pontos em outras


profundidades, basta repetir o
processo, definindo, paralelamente
à linha do horizonte, a partir da
ligação dos PDD ou PDE às
marcações de distância,
estabelece-se a profundidade na
linha que converge para o ponto de
fuga.

Veja, na Figura 13, essa marcação.

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Passo a Passo

16
Passo a Passo
1. Desenhar a elevação do objeto que será representado, sempre atentando para a posição e
altura do observador — lembrando que a linha do horizonte tem a mesma altura do observador.

2. Estabeleça, sobre sua linha do horizonte, o centro de visão — ou ponto de fuga — para o qual
as linhas convergem.

3. Partindo de sua elevação, trace retas de todas as arestas em direção ao ponto de fuga; “[...]
isto representa as retas horizontais retrocedentes do objeto ou edifício, que são paralelas ao eixo
central de visão e que convergem ao centro de visão” (CHING, 2012, p. 253).

4. Estabeleça o seu ponto diagonal à direita (PDD) ou à esquerda (PDE) do ponto de fuga.

5. Desenhe a sua linha métrica, paralela à linha do horizonte, a partir da qual serão traçados os
marcadores de profundidade.

6. Para efetivamente marcar a profundidade, é preciso definir uma linha de solo perpendicular ao
plano do desenho que aponte para o ponto de fuga. Ching (2012, p. 253) ressalta que, embora
geralmente seja uma das arestas inferiores de uma parede lateral importante, a linha de solo
“pode ser qualquer reta perpendicular ao plano do desenho que evidencie uma convergência ao
centro de visão”. 17
Passo a Passo

18
Passo a Passo
7. Sobre a linha métrica, basta marcar as distâncias, atentando para a escala da elevação
desenhada. “Usando um ponto diagonal à esquerda, meça à direita do ponto zero para
profundidades atrás do plano do desenho e, para pontos em frente ao plano do desenho, meça à
esquerda do ponto zero” Ching (2012, p. 253).

8. Para transferir as medidas da linha métrica para o seu desenho, é preciso, primeiro, ligar os
pontos da linha métrica ao ponto diagonal. A partir do ponto zero, trace uma linha auxiliar que
aponte para o ponto de fuga.

9. A interseção entre as linhas que ligam os pontos da linha métrica ao ponto diagonal e a linha
entre o ponto zero e o ponto de fuga é o que define a profundidade (Figura 15) de sua linha de
solo.

10. A partir das interseções do passo 9, trace linhas verticais que passam pela linha do solo.
Esses pontos são equivalentes às distâncias marcadas na linha métrica.

11. Com as profundidades básicas estabelecidas, o desenho pode ser com-


pletado (Figura 16).

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Passo a Passo

20
Obrigado

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