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O Desenho

Aquarela naE-Book

Rogério Moreira Silva - santorineoeremita@gmail.com - CPF: 812.066.581-34


Seu processo criativo
estruturado em 3 pilares:

composição
proporção
valor tonal
Rogério Moreira Silva - santorineoeremita@gmail.com - CPF: 812.066.581-34
* Sumário clicável – clique no número do tópico para onde você quer ir
Sumário
Como otimizar os estudos com este E-book ...................... 04 O Papel do Desenho no Processo Criativo.............................. 40
Dica Ninja: Modo artístico de segurar o lápis e carvão ................. 06 Use Cadernos de Desenho / Sketchbooks............................. 41
Introdução .................................................................................... 08 Passo a Passo para estruturar o desenho de uma Aquarela ....... 43
1 Composição ............................................................................... 10 1 Fazer Esboço para definir a Composição ......................... 44
a) Regra dos terços ................................................................. 11 2 Fazer Esboço estruturando o Valor Tonal......................... 45
b) Regra dos três planos ........................................................ 12 3 Fazer o Desenho para a Pintura ......................................... 46
c) Perspectiva Linear ................................................................ 14 Dica Ninja: para pintar de maneira fluida e espontânea ............... 47
2 proporção ................................................................................... 16 Exercício de Planejamento 1 ...................................................... 49
a) proporção humana em perspectiva .................................. 17 Exercício de Planejamento 2..................................................... 53
Dica ninja: Aprimore o conhecimento de proporção humana ....... 20 Exercício de Planejamento 3..................................................... 57
b) proporção de Objetos ......................................................... 21 Introdução à Figura Humana..................................................... 62
c) Proporção de Animais ......................................................... 25 a) Retrato ................................................................................... 64
3 Valor Tonal ............................................................................... 31 b) Corpo ................................................................................... 68
a) Escala de Valores ................................................................ 33 Dica Ninja: referências fotográficas de modelo vivo ..................... 72
b) Luz e Sombra ....................................................................... 34 Dica Ninja: Aprofunde o conhecimento da figura humana ........... 73
c) Contraste e Bordas .............................................................. 35
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Co mo o ti mi za r o s es tud o s co m es te E - b o o k

1. Siga a metodologia desde o início! Este E-book não será tão bem aproveitado se você consultar partes
aleatórias do conteúdo. Ler cada capítulo na ordem apresentada é fundamental para sua compreensão.
O conhecimento será absorvido sequencialmente.

2. O foco deste curso é a estrutura, não detalhes, por isso use materiais apropriados para o desenho
gestual:

• Caso tenha dificuldade em manusear o carvão, use um lápis macio, 6B ou 8B e papel sulfite comum
para os fundamentos Composição e Proporção.

• Para o fundamento Valor Tonal, use bastões de carvão natural artístico. Este material produz manchas,
que são um recurso gráfico semelhante ao efeito da aquarela. Pode ser aplicado num papel sulfite
comum ou em um granulado, como o Vergê. . Se não tiver acesso ao carvão, use um lápis macio 8B,
que produz boa variação tonal, para realizar estes estudos. Mas isto vai te limitar em termos de fluidez.

• O desenho pronto para a pintura não tem manchas, apenas linhas e elas precisam ser suaves. Use
uma lapiseira 2mm ou lápis 2B, no papel de aquarela, apenas para marcar os elementos na cena.

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Rogério Moreira Silva - santorineoeremita@gmail.com - CPF: 812.066.581-34 sumário
Co mo o ti mi za r o s es tud o s co m es te E - b o o k

3. Todo o conteúdo deste E-book é uma busca pela síntese. Utilizo ferramentas básicas de composição,
associadas ao seu olhar intuitivo, te fornecendo o mínimo necessário de técnica para realmente
estruturar suas pinturas. Mas para aprimorar suas aquarelas, você deve estudar e evoluir sempre! Ao
longo do E-book te dou dicas e aconselho a se aprofundar em fundamentos como perspectiva, anatomia
humana e de animais e no desenho gestual. Siga estes conselhos!

4. Procure desenhar sem régua em todos os exercícios. O desenho deve respeitar a estrutura de
composição, perspectiva e valores, mas precisa ser espontâneo, procurando captar a essência dos
elementos. Se liga na próxima Dica Ninja, onde te mostro como desenvolver a fluidez no seu traço para
que sua pintura também seja fluida e expressiva!

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Di ca Ni nj a : Ap renda o modo a rtí s tico de s eg ura r o l á pi s e ca rvã o

Quando usamos o movimento de pulso, seguramos o


lápis “em pé”, como se escreve, encostando somente a
ponta no papel e obtemos apenas linhas. Este modo de
segurar o lápis serve bem para traços muito pequenos e
detalhes precisos, mas não devemos nos limitar a ele

Um modo artístico é segurar o lápis ou carvão afastado da


ponta, na parte superior. Assim você estará usando o
movimento de ombro, que oferece uma maior amplitude
que seu pulso. É muito melhor para linhas firmes e linhas
gestuais fluidas. Portanto, use seu ombro ao desenhar
linhas longas e linhas curvas, como os contornos de
prédios em uma cena urbana, o contorno de montanhas
em uma paisagem e as silhuetas de animais, por exemplo.

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D i ca Ni nj a : Ap ren d a o mo d o a rtí s tico d e s eg ura r o l á p i s e ca rv ã o

Outro modo artístico de segurar o lápis ou carvão é quando os seguramos “deitados”, encostando a lateral
da ponta ou da vara de carvão no papel. Assim, além das linhas, produzimos também as manchas e obtemos
o “traço de pincel”. Isso é especialmente útil para estudos de valor tonal, onde você precisará preencher
grandes áreas. Depois de realizar as primeiras linhas gestuais e as manchas, mude para o modo escrita e
adicione os detalhes.

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I n tro dução :

Precisa saber desenhar para pintar aquarela? Não necessariamente. Você pode começar a pintar copiando
ou decalcando desenhos. Mas, saiba que desenhar é essencial para quem quer ter fluidez e dominar a
pintura! No entanto, a necessidade de aprofundamento no desenho dependerá do seu objetivo. A base da
boa pintura é um desenho que seja, no mínimo, razoável. Então se você quer fazer aquarela por hobby,
precisará apenas de noções básicas como ponto de partida. Se o seu objetivo é ser ilustrador de livros
infantis, valorizar projetos arquitetônicos ou fazer tatuagens aquareladas, por exemplo, você já deve ter um
desenho bem desenvolvido. E se não tiver, precisará desenvolver.

Com o tempo e amadurecimento você vai identificar sua vocação artística, ou seja, em qual linguagem ou
área, dentro da aquarela, você pretende se aprofundar. Então precisará se dedicar para adquirir o grau de
aprofundamento necessário no desenho, para conquistar seu objetivo. O aprofundamento na estrutura,
perspectiva, anatomia e todos os fundamentos do desenho só serão possíveis depois que você tiver uma
noção básica, e é isto que encontrará neste E-book.

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I n tro dução :

O objetivo deste material é fornecer o conhecimento


necessário para você adquirir uma noção básica de
desenho e não precisar mais decalcar nem depender
apenas de copiar outros artistas para pintar. Ele é um
guia básico e prático, o passo a passo para uma pintura
bem estruturada, através do desenho. Nele, ensino como
desenvolver seu desenho através de 3 pilares:
composição, proporção e valor tonal. Com isso, vamos
construir um processo criativo eficiente para suas
pinturas!

É o pontapé inicial para conquistar a liberdade de


pintar o que quiser!

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1 Co mp o s i çã o

Tudo começa com sua Intenção, o que você quer


comunicar, enfatizar a partir da referência? Este será seu
ponto focal (região da imagem que contém os
elementos mais importantes).

As estratégias de composição são ferramentas para


realizar essa intenção. Simplificar para harmonizar. Este
é o lema!

Usaremos três poderosas ferramentas de composição, a


Regra dos Terços, a Regra dos Três Planos e a
Perspectiva Linear. Vou descrevê-las inicialmente e
depois colocaremos elas em prática!

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a) Regra dos Terços: os melhores lugares para o ponto
focal são próximos às intersecções das linhas (os
pontos de ouro A B C D), pois o centro é uma zona
estática. Os segmentos entre os pontos (linhas
vermelhas) também servem de parâmetro para compor a
cena. Os outros elementos da imagem são arranjados
de modo a contribuir para destacar o ponto focal.

Em cenas mais complexas, recomenda-se eleger um


elemento como ponto secundário para balancear a
composição, usando linhas diagonais para cruzar estes
elementos. Desta forma, obtemos dinamismo e
movimento. Podemos “editar” ou alterar um pouco a
referência para harmonizar a composição.

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b) Regra dos Três Planos: nem toda cena terá os três
planos. Algumas contêm apenas dois, como natureza
morta, retratos, objetos etc. Um desses planos é
normalmente dominante em uma pintura. Os outros
estão apoiando. Você dará ênfase ao plano dominante
(onde está o ponto focal).

Em cenas que tem os três planos, se apresenta a


*perspectiva atmosférica, um método de obtenção da
profundidade, baseado na alteração das tonalidades por
influência do ar.

No primeiro plano usamos tons pesados, no segundo,


tons mais leves e no plano de fundo, tons altos/etéreos.

* O nome não deverá ser confundido com o conceito de perspectiva aérea


ou com três pontos de fuga, aplicado no desenho técnico ou na
arquitetura.

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F a ça es te E x ercí ci o
O Ponto Focal é, naturalmente, a região em que está o
Cristo Redentor. Note que as linhas das montanhas
convergem em direção à escultura. São as linhas
mestras ou linhas de ação, contribuindo para direcionar
o olhar ao ponto focal.

O Morro do Pão de Açúcar se estende ao longo do


segmento à direita e o ponto focal está bem no ponto de
ouro do canto superior direito.

O primeiro plano é o dominante, pois é onde está o


ponto focal. Note que a primeira montanha está mais
próxima, por isso está mais escura. As montanhas em
segundo plano já estão mais claras, pois estão mais
distantes. O céu é o plano de fundo. A perspectiva
atmosférica está presente aqui!

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c) Perspectiva Linear: Para dar profundidade ao
desenho, além da perspectiva atmosférica, é essencial o
conhecimento básico da perspectiva linear.

A linha do horizonte é o elemento da perspectiva que


representa o nível dos olhos do observador. Projetada
para representar o ponto onde a terra encontra o céu.

Um ponto de fuga: na linha do horizonte, as linhas de


fuga convergem para um ponto, determinando o
tamanho dos objetos e elementos na cena, em função
da profundidade.

Dois pontos de fuga: na linha do horizonte, as linhas de


fuga convergem para dois pontos. Aonde estas linhas se
cruzam estão a base e altura dos objetos.

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F a ça es te E x ercí ci o
Linhas de fuga: É o afunilamento dessas linhas em
direção ao ponto de fuga, que gera a sensação visual de
profundidade.

Linhas verticais: Marcam a base e altura dos objetos, em


relação às linhas de fuga.

Linhas Mestras: É o caminho visual que faz o olhar do


observador se mover pela cena. Como vimos no
desenho do Pão de Açúcar.

Conhecer a perspectiva em um e dois pontos de fuga já


é suficiente para estruturar o desenho artístico. Mas este
tema é muito complexo, existem muitas possibilidades.
No seu tempo de aprendizagem, procure conhecer e
melhorar cada vez mais!

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2 Pro p o rçã o:

Para “animar” sua composição, será necessária a


presença de pessoas, objetos e animais nas cenas. Não
é necessário que estes elementos sejam uma cópia fiel
das referências, pelo contrário.

Para pintar com fluidez você vai precisar abstrair o que


está vendo e sugerir estes elementos através da síntese
de suas formas!

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a) Proporção Humana em Perspectiva:
A anatomia humana não é tão simples de ser
representada, seria tema pra um curso inteiro! Por isso
vamos sintetizar a forma humana em sua silhueta, e nos
concentrar na proporção, inclusive quando é afetada
pela perspectiva.

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F a ça es te E x ercí ci o
Antes de começar a desenhar um corpo com roupas, devemos
saber desenha-lo sem elas. Vamos representar somente a
silhueta da figura e usar formas geométricas para compreende-
la. Assim poderemos entender as proporções básicas da figura
humana.

A proporção do ser humano é, em média, de 1/8 em relação à


cabeça, ou seja, seu corpo dividido por 8 partes iguais à cabeça.
1 Vamos encontrar esta proporção partindo da altura inicial
2 Dividimos ela ao meio. Na parte de cima teremos a cabeça até
a base do quadril e na parte de baixo, as pernas.
3 Dividimos a parte de cima ao meio
4 E Mais uma vez, até chegar ao tamanho da cabeça.
5-6 Usaremos formas geométricas como referência para a
síntese da silhueta.
7 Agora as silhuetas devem ter fluidez e movimento, para sugerir
que estão vivas!
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F a ça es te E x ercí ci o
Quando precisamos representar muitas
pessoas em uma cena, geralmente, elas
estão sujeitas à perspectiva linear. Outros exemplos:

Existe um esquema que facilita e muito o


posicionamento das figuras em perspectiva.
Identifique a figura mais próxima do
primeiro plano, depois em que altura a linha
do horizonte está passando por ela. Basta
posicionar todas as figuras na mesma altura,
variando apenas seu tamanho, conforme a
profundidade.

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D i ca Ni nj a :
Aprimore o conhecimento de proporção humana usando o esquema
“boneco articulado”

Desenvolva o conhecimento de proporção humana Para desenvolver a gestualidade em seus desenhos


usando o método de estudo baseado nestes bonecos de pessoas, busque no google imagens por “people
de madeira, que você pode comprar em lojas de walking vector”. Faça esboços a partir dessas
material artístico ou usar fotografias deles para referências usando o esquema “boneco articulado”
estudar. Consiste em sintetizar a forma humana de para entender a proporção e o movimento. Depois
acordo às peças do boneco, criando um esquema desenhe livremente as silhuetas
geométrico para representar as partes do corpo.

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b) Proporção de Objetos:
Objetos inanimados como veículos, postes,
cercas etc. também estão sujeitos à
perspectiva e, por suas formas serem
rígidas e geométricas, são elementos
marcantes na composição. Dão ritmo e
movimento à cena, “sinalizando” ou
“marcando” as linhas de fuga. Por isso são
elementos que precisam ser “editados” na
composição. Não precisamos representar
toda a quantidade deles, que estão
presentes na referência. Lembre-se sempre
de simplificar para harmonizar!

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Vamos representar os veículos, F a ça es te E x ercí ci o
construindo-os a partir das formas
geométricas, quadrados, retângulos e cubos.
Observando a iluminação, projeção de
sombras, sua proporção em relação à figura
humana e como eles interagem em
perspectiva.

1 Para representar um carro visto por traz,


faça um quadrado, divida-o ao meio, trace
uma linha em cima da base, que será a
altura dos pneus. Trace uma linha em cima
da linha do meio, que será o capo do porta-
malas. Depois desenhe o formato da
silhueta e os pneus. Adicione então alguns
detalhes, faróis e retrovisores.

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F a ça es te E xercí ci o
2 Para representar o carro com uma
inclinação, observe que, neste ângulo, existe
ação da perspectiva. Então faça um cubo
com o efeito da perspectiva para dar volume
e profundidade ao carro. Divida-o nas
mesmas proporções do exercício anterior.
Desenhe a silhueta e as formas internas de
acordo com a ação da perspectiva.

A proporção humana em relação ao carro


pode ser representada pela linha do quadril
na altura da linha de cima do porta malas.

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F a ça es te E x ercí ci o
Em cenas com um ou dois pontos de fuga,
onde o encontro entre terra e céu não
aparece, levamos em conta que os pontos
de fuga sempre estão situados na linha do
horizonte. Observe que as linhas de fuga
convergem para o ponto ao centro, assim
encontramos a linha do horizonte.

Desenhe os quadrados e cubos em


perspectiva. Siga os passos do exercício
anterior para demarcar a proporção em cada
um deles e faça os detalhes.

Procure traçar todas as linhas à mão, não se


importe se elas ficarem imprecisas. O
importante é capturar a essência do que
está vendo. Assim você vai apurar o olhar e
desenvolver a fluidez no seu traço.
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c) Proporção de Animais:
Assim como na figura humana, também não
vamos entrar no quesito anatomia dos
animais. As formas geométricas esféricas e
ovais, servirão como guias, aliadas à nossa
percepção intuitiva.

Visualize as conexões entre as formas


geométricas como engrenagens que
representam as articulações dos bichos.
Mas procure sempre a gestualidade dos
traços, foque nas silhuetas e não nos
detalhes. Esta é uma abordagem para dar
vida e movimento aos desenhos de animais.

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F a ça es te E x ercí ci o
As formas geométricas esféricas e ovais, servirão como
guias, aliadas à nossa percepção intuitiva. Procure
sempre a gestualidade dos traços, foque nas linhas de
ação, que darão vida e movimento aos desenhos de
animais.

1 Comece observando quais formas geométricas podem


representar o flamingo. Uma esfera sugere a cabeça, o
número 2 é perfeito para representar o pescoço!

2 Conecte cabeça e pescoço ao corpo. Para isso, 1 2 3


identifique alguma maneira de encontrar a proporção.
Como a relação entre as partes do corpo. O
comprimento do pescoço é, aproximadamente, o
tamanho do corpo.

3 O desenho pronto para pintar é a silhueta, sem


detalhes.
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F a ça es te E x ercí ci o

A posição em que está o animal pode ser interpretada


através das formas geométricas, independente da forma
exata de cada parte do corpo. Neste caso, o gato
sentado, apresenta seu tronco, quadril e membros
inferiores em uma posição que pode ser interpretada
pela forma oval.

1 Visualize as formas geométricas do gato para


organizar um esquema inicial. Uma esfera para a cabeça,
outra para o tórax e um oval para o resto do corpo, nesta
posição em que ele está.

2 Conecte as formas com a silhueta, adicionando a


cauda, orelhas e pernas.

3 Dê alguma definição à silhueta, marcando com mais


precisão as partes do corpo. E seu desenho está pronto
para ser pintado!
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F a ça es te E x ercí ci o
Perceba que, seguindo este mecanismo de encontrar a
forma dos animais através de formas geométricas, você
vai desenvolver cada vez mais seu olhar e sua
percepção.

1 Visualize as formas geométricas da arara para


organizar um esquema inicial. Uma esfera para a cabeça
e um oval para o resto do corpo.

2 Siga encontrando padrões geométricos para adicionar


as outras partes do corpo, como bico, asas e cauda.

3 Dê alguma definição à silhueta, marcando com mais


precisão as partes do corpo. E seu desenho está pronto
para ser pintado!

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F a ça es te E x ercí ci o
Encontre a proporção na relação entre as partes do
corpo do Elefante. Por exemplo, sua cabeça em relação
ao corpo, sua tromba em relação à perna, suas orelhas
em relação à cabeça etc.

1 A proporção do elefante é aproximadamente de 1/4 em


relação à cabeça, ou seja, seu corpo dividido por 4 partes
1 2
iguais à cabeça. Sua tromba tem o mesmo comprimento
que as pernas

2 Visualize as conexões entre as formas geométricas


como engrenagens, que representam as articulações
dos bichos. Então faça os contornos das partes do
elefante, de acordo ao que você percebe na foto.
3
* Se concentre nas silhuetas e não nos detalhes. A orelha, por exemplo, tem *
a mesma largura da cabeça e sua silhueta lembra um losango.

3 O desenho pronto para pintar é o resultado das


silhuetas, estruturadas pela proporção que foi construída
entes. 29
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Com a prática, você será capaz de traduzir
referências e poses mais complexas nestes
esquemas. Mas, é claro, você precisará
complementar seus estudos. Se já se
dedicou no aprofundamento da anatomia
humana, terá muita facilidade com a
anatomia dos animais. Também existem
livros que ensinam especificamente como
desenhar os bichos!

Agora você já sabe desenhar, através dos


esquemas de proporção e formas
geométricas! Então o que falta para
estruturar com eficiência seus desenhos,
antes da pintura? É o que veremos no
próximo capítulo!

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3 Va l o r To na l :

Até aqui, você aprendeu a realizar sua


intenção pictórica através das estratégias de
composição. Entendeu como estruturar seus
desenhos através dos esquemas de
proporção e formas geométricas. Agora
você vai conhecer o fundamento essencial
para estruturar suas pinturas!

A Estruturação Tonal é tão importante no


processo criativo quanto o próprio desenho
em si. O tom é a ordem de medida entre
claro x escuro. Para definir a intensidade de
luz que representamos no desenho ou
pintura, é preciso desenvolver uma boa
relação entre claro e escuro.

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Para a compreensão deste fundamento
usaremos o carvão artístico, pois estamos
no âmbito do desenho e este material tem a
versatilidade que nos permite transitar entre
linhas e manchas. Use papel sulfite comum
ou um levemente granulado, como o Vergê.
Como foi dito no início, caso tenha
dificuldade em manusear o carvão, use um
lápis grafite macio 8B, que produza boa
variação tonal. Mas isto vai te limitar em
termos de fluidez.

Consulte a Dica Ninja: como segurar no


lápis e no carvão para obter o “traço gestual”
e o “traço de pincel”, nas páginas 6 e 7 .
Clicável

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a ) E s ca l a de Va l o res :

F a ça es te E x ercí ci o
À olho nu, conseguimos observar até nove
tons, entre claro e escuro. No entanto, com a
correta utilização de apenas cinco ou até
mesmo três, podemos estruturar
corretamente um desenho ou pintura. Uma
Escala de Valor Tonal é o registro da
variação entre tons claros e escuros.

Faça um degradê (transição suave do


escuro para o claro). Agora vamos registrar
5 tons em uma escala, assim teremos bem
definidos o escuro, o meio tom e o claro.

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b ) Luz e So mb ra
F a ça es te E x ercí ci o

Estruturar os tons que transitam entre os dois é o que


nos permite a correta sensação de volume nos
elementos de uma cena.

Identifique 1º - a direção do foco de luz; 2º - a incidência


dela no objeto e 3º - as partes de sombra.

Agora usamos a escala de valor tonal para identificar


qual é o tom adequado em cada parte do desenho.
Aplicamos gradativamente o carvão, fazendo a transição
entre os tons. Lembre-se de usar o carvão deitado para
as manchas e a ponta para linhas e detalhes.

Note que, na forma esférica em si, a transição entre os


tons é suave. Já a transição entre a esfera e sua sombra
projetada no chão é dura.
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c) Co ntra s te e B o rd a s:

Nossa percepção do quanto algo é claro será alterada pelo que o rodeia. Uma árvore de folhagem clara,
com fundo claro, não parece tão iluminada. Mas com fundo escuro, ela brilha!

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F a ça es te E x ercí ci o
As transições entre formas podem ser duras e bem
definidas ou podem ser suaves. Estas transições (limite
ou contorno de uma forma) são as Bordas. Existem
transições entre objetos diferentes, ou entre formas
dentro do mesmo objeto.

Por exemplo, a transição entre o rolo de papel higiênico


e o fundo escuro, é uma borda dura, bem definida. Mas
existem diferentes formas que compõem o próprio rolo
de papel. A transição entre o rolo e a folha que está
aberta é uma borda mais suave. Já as partes iluminadas,
entre o rolo e a mesa, são transições negativas, ou seja,
a borda não existe.

E o mais importante neste quesito, não é necessário


negativas suave dura
desenhar linhas para contornar uma forma! O contraste
com o fundo, a sombra e os objetos em volta é que
delineia os contornos.
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E s trutura ndo o v a l o r to n a l n o es b o ço d o s ca rro s : F a ça es te E xercí ci o

Um tom médio é suficiente para os carros. Um tom


escuro para o fundo, as sombras e os detalhes dos
carros (faróis e pneus).

Observe que o contraste entre o fundo escuro e os


carros é responsável por gerar uma claridade intensa.
Deixe uma pequena área branca na borda superior dos
carros (detalhe), para que se intensifique este contraste.

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E s trutura ndo o v a l o r to n a l n o es b o ço d o el efa n te: F a ça es te E x ercí ci o

Com três tons bem definidos obtemos, com precisão, o 1 2


volume no desenho. Observe que não são necessárias
muitas linhas para definir contornos. Os contrastes vão
delineando as formas nos volumes internos, que são
construídos sem linhas, na barriga, orelha e cabeça.
Como não fizemos um fundo escuro, algumas linhas de
contorno são necessárias, na tromba e pernas do
elefante, mas apenas no lado oposto à fonte de luz.
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Quando você for pintar, deixe este estudo tonal à vista,
ele será seu guia, pois você vai reproduzir com tinta e
cores, no papel de aquarela, o que fez no estudo à
carvão. Então terá mais fluidez na pintura, pois a relação
claro x escuro já terá sido resolvida!

* O desenho para pintar não tem manchas, apenas


linhas e elas precisam ser suaves. Será como o primeiro
passo, só com as silhuetas do elefante.

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O Pa p el do D es en h o n o P ro ces s o Cri a ti v o

Muitas pinturas falham devido à falta de clareza sobre a intenção antes de se iniciar a pintar

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U s e Ca derno s d e D es en h o / Sketch b o o ks

Você pode comprar cadernos de desenho/Sketchbooks, ou fazer os


seus. Serão usados para encontrar a intenção pictórica na
composição e fazer o planejamento de como vai transmiti-la, para
que você possa ser espontâneo e “fluir" quando a pintura começar.

O ideal é que sejam pequenos, tamanho A4 ou A5. Você pode ter um


caderno com papel sulfite ou Vergê para os esboços a lápis e carvão
e outro com papel que suporte água. Pois também irá realizar
estudos com tinta. Caso prefira, pode fazer ambos os estudos no
mesmo caderno. Isso ficará a seu critério. O importante é realizar
cada etapa do processo que será apresentado aqui!

Use lápis macios, 6B ou 8B para fazer os estudos de composição.


Para os estudos de valor tonal, use carvão vegetal e limpa-tipos
(borracha maleável que apaga carvão). Para os esboços
monocromáticos com aquarela, use payne’s gray, sépia, índigo ou
qualquer tinta escura. 41
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Depois de começar a usar seus cadernos de rascunhos regularmente, você descobrirá que eles são um
atalho para realizar seu objetivo em cada projeto e não uma perda de tempo. Pois muitas pinturas falham
devido à falta de clareza sobre a intenção, antes de se iniciar a pintar. A aquarela não pode ser raspada e
recomeçada, é o planejamento que permite um processo de pintura solto do início ao fim. Fornece direção e
um destino para a jornada! Preencha cada página com os esboços, anotações, ideias para soluções de cada
pintura. Este caderno será o mecanismo para você “pensar” suas pinturas! A seguir, vamos conhecer o
passo a passo para estruturar uma aquarela usando o Sketchbook no planejamento.

Esboço para definir a Composição Esboços estruturando o Valor Tonal Desenho para a Pintura

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P a s s o a Pa s s o p a ra es trutura r o d es en h o d e uma a q ua rel a E xpl i caçã o

Esboço para definir a Composição Esboço estruturando o Valor Tonal Desenho para a Pintura

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1 F a z er E s b o ço p a ra d efi n i r a Co mp o s i ção: E x p l i caçã o

Defina sua Intenção pictórica, o Ponto Focal: o que quero


enfatizar? Nesta etapa você estará “pensando com o lápis”. Use
lápis macio, 6B ou 8B. Simplifique as formas, organize os
elementos no espaço da imagem pela hierarquia de informação,
usando dominância, ou seja, algo é predominante e tudo o mais é
secundário. Faça o esboço usando as duas ferramentas de
composição:

1ª - Três planos: Você dará ênfase ao plano dominante, onde se


encontra o ponto focal. Neste exemplo, é o segundo plano.

2ª - Regra dos terços: Trabalhe os pontos de ouro, posicionando e


enfatizando o ponto focal em um deles. Neste exemplo, é a casa.
Recomenda-se cruzar elementos para harmonizar o peso deles na
cena. Como os coqueiros ocupando um grande espaço vazio à
esquerda, equilibrando o peso da casa na cena. Guie-se apenas
por linhas mestras nesta fase. 44
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2 F a z er E s b o ço es trutura n do o Va l o r To n a l : E x p l i caçã o

Três tons são suficientes nesta fase. Use o contraste para desenvolver
o ponto focal, coloque aí uma quantidade modesta de detalhes para
reter o olhar. Diminua os detalhes fora do ponto focal, dissolvendo as
bordas das formas e objetos à medida que se distancia dele.

Faça este estudo monocromático com as varetas de carvão, que


produzem manchas, como usamos nos exercícios anteriores. Pois as
manchas são um recurso gráfico semelhante ao efeito da aquarela. O Carvão
que te aproxima das soluções gráficas que precisará encontrar com a
tinta na hora de pintar.

Depois do estudo com carvão, recomendo que também faça um esboço


monocromático em aquarela, com tinta escura. Para estruturar o valor
tonal em camadas de transparência, treinando as técnicas da aquarela,
a umidade do papel, bordas e efeitos etc. Assim estará preparado para
pintar com as cores, pois já percorreu o caminho no monocromático!
Tinta 45
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3 F a z er o D es en h o p a ra a P i n tura : E xpl i caçã o

O desenho para pintar não tem manchas, apenas linhas


e elas precisam ser suaves. Desenhe linhas espontâneas
com uma lapiseira 2mm ou lápis 2B, no papel de aquarela,
apenas para marcar os elementos na cena. Pois toda a
estrutura já foi definida nos passos anteriores.

Estou te mostrando o passo a passo para estruturar o


desenho de uma aquarela, aqui não estamos tratando de
cores. Mas é claro que, antes de pintar, você precisará
definir quais cores serão usadas na pintura. Isso pode ser
feito em um pequeno esboço colorido, com o
conhecimento de harmonias cromáticas que ensino nos
meus outros cursos.

Desta forma, sua pintura será muito mais fluida. Com os


problemas estruturais já resolvidos, você só precisará se
concentrar na pintura em si!
Esboço Colorido Pintura Final 46
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D i ca Ni nj a p a r a p i n t a r d e m a n e i r a f l u i d a e e s p o n t â n e a : Ve r e p i n t a r f o r m a s !

E xpl i caçã o
Simplificação: temas complexos podem ser simplificados (e aprimorados)
através de como você aborda as formas. Lembre-se, você está fazendo uma
pintura e é livre para fazer o que quiser! Não tem obrigação de realizar uma
xérox da referência. Seu compromisso é com sua pintura, sua expressão!

Eis o segredo: pense nos objetos como formas, não como "coisas“. É uma
percepção que vem do seu lado direito do cérebro "intuitivo“, não apenas do
seu lado esquerdo "lógico"! Você não está pintando árvores reais com um zilhão
de folhas, mas uma forma para a copa das árvores, que vai definir a silhueta de
outra forma para o telhado da casa, outra forma “negativa” para a fumaça da
chaminé... É nesse processo de simplificação, encontrando soluções gráficas
para a síntese, que você vai criar uma linguagem pictórica muito pessoal!

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D i ca Ni nj a p a r a p i n t a r d e m a n e i r a f l u i d a e e s p o n t â n e a : Ve r e p i n t a r f o r m a s !

Ver e Criar formas: pense nos objetos como


formas planas! Desenhe o contorno ao redor
da borda do objeto inteiro. Isso é tudo! Você
acabou de transformar árvores complicadas
em uma forma simples!

Melhorar a referência: a natureza nem


sempre cria formas interessantes, nem
sempre coloca objetos em uma composição
interessante; portanto, seja um bom editor
criativo. É a sua pintura, afinal, e você pode
fazer o que quiser!

E x p l i caçã o

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E x ercí ci o de Pl a n ej a men to 1

Esboço para definir a Composição Esboço estruturando o Valor Tonal Desenho para a Pintura

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F a ça es te E x ercí ci o
E x ercí ci o de Pl a n ej a men to 1
Linha de Fuga Linha Mestra

1 Fazer esboço para definir a Composição: Ponto de Fuga Ponto de Ouro


A estrada cruza os pontos de ouro, dando
ritmo à composição. As linhas mestras
formam padrões que podem parecer letras
ou números. Neste exemplo observamos
um formato semelhante à letra Z.
Lembrando que Linhas Mestras formam o
caminho visual que faz o olhar do
observador se mover pela cena. Já as Linhas
de Fuga são as linhas em perspectiva que
se afunilam no ponto de fuga, gerando a
sensação profundidade.

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E x ercí ci o de Pl a n ej a men to 1 F a ça es te E x ercí ci o

2 Fazer esboço estruturando o Valor Tonal:


Em primeiro plano está uma área clara da
estrada, que contrasta com as árvores
densas que estão no segundo plano e com a
montanha que está no plano de fundo.

Em cenas mais simples como esta, você


pode não sentir necessidade de pintar um
estudo monocromático em aquarela antes
de pintar à cores.

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E x ercí ci o de Pl a n ej a men to 1 F a ça es te E x ercí ci o

3 Fazer o desenho para a pintura:


Desenhe apenas as linhas essenciais. Se
você desenhar detalhadamente cada uma
das árvores ao fundo e as estacas da cerca,
terá que cobrir o desenho com o pincel e
sua pintura ficará mecânica e dura.
Nã o preci s a fa z er a pi ntura a g ora
Estes elementos devem ser pintados com
fluidez. Os estudos anteriores servirão de
guia para que você saiba a posição de cada
elemento na hora de pintar.

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E x ercí ci o de Pl a n ej a men to 2

Esboço para definir a Composição Esboços estruturando o Valor Tonal Desenho para a Pintura

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F a ça es te E x ercí ci o
E x ercí ci o de Pl a n ej a men to 2
Centro de Interesse Ponto secundário

1 Fazer esboço para definir a Composição:


As linhas mestras parecem a letra k ao contrário.
Temos um ponto de fuga nesta perspectiva. Em
primeiro plano estão o prédio à direita e a sombra
larga no chão. Em segundo plano está a igreja,
ocupando o segmento entre os pontos de ouro à
esquerda. Ela é o ponto focal. Como se trata de
uma grande área, a chamamos de Centro de
Interesse. No plano de fundo estão os pequenos
prédios, no final da rua.

“Editamos” a referência para equilibrar a


composição, adicionando personagens que
servirão como ponto focal secundário, em
contraste com as edificações à direita. Cruzamos
estas áreas de interesse, balanceando a cena. 54
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E x ercí ci o de Pl a n ej a men to 2 F a ça es te E x ercí ci o

2 Fazer esboço estruturando o Valor Tonal:


Marcamos os blocos tonais, variando entre tons
claros (luz da igreja e da rua), meio tom (sombra
da igreja) e tons escuros (prédio à direita, sua
sombra larga em primeiro plano e os detalhes
da cena).

Destacamos o centro de interesse aplicando Nã o p reci s a fa z er a p i n tura a g o ra


contraste intenso entre o prédio, com sua
sombra projetada no chão, os personagens e a
face iluminada da igreja.

Para não restar dúvidas antes de pintar, faça o


estudo monocromático em aquarela com tinta
escura! Não é o caso agora, pois estamos
treinando apenas o desenho, com o carvão. 55
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E x ercí ci o de Pl a n ej a men to 2
F a ça es te E x ercí ci o

3 Fazer o desenho para a pintura:


Edificações devem ser traduzidas em linhas
simples, apenas marcando a posição dos
elementos. Janelas, portas e detalhes deverão
ser pintados apenas sugerindo suas formas.
Não tente reproduzir esses detalhes como se
fosse uma xérox da foto, para que sua pintura Nã o preci s a fa z er a pi ntura a g ora
não fique travada.

O desenho deve respeitar a estrutura de


composição, perspectiva e valores, mas precisa
ser espontâneo, procurando captar a essência
dos elementos. Dessa forma sua pintura será
fluida e expressiva!

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E x ercí ci o de Pl a n ej a men to 3

Esboço para definir a Composição Esboços estruturando o Valor Tonal Desenho para a Pintura

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E x ercí ci o de Pl a n ej a men to 3

F a ça es te E x ercí ci o
1 Fazer esboço para definir a Composição:
Temos uma perspectiva onde as linhas de
fuga e as linhas mestras coincidem,
apresentando formato semelhante à letra
K. Note que os prédios iluminados à direita
chamam muita atenção, então farão parte
do nosso centro de interesse. Temos um
duplo padrão, as letras K e o L ao contrário

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E x ercí ci o de Pl a n ej a men to 3
E x p l i caçã o

Em primeiro plano está o prédio à esquerda e uma grande sombra


projetada no chão, criando contraste com a rua. No segundo plano
estão as edificações à direita e pessoas caminhando. O plano de
fundo é um morro no final da rua, cheio de elementos urbanos.

Uma cena urbana pode ter muitos detalhes, objetos e formas


disputando a atenção do observador. Por isso todos estes
elementos precisam ser “editados” na composição. Não
precisamos representar toda a quantidade deles. Lembre-se
sempre de simplificar para harmonizar!

Vamos “editar” a referência. “Limpando” o excesso de


informações, objetos, prédios e posicionando elementos de modo
a ocuparem os espaços harmoniosamente. Adicionaremos
personagens no primeiro e segundo planos, manteremos o carro
no fundo e adicionamos dois à direita, balanceando a composição.
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E x ercí ci o de Pl a n ej a men to 3
F a ça es te E x ercí ci o

2 Fazer esboço estruturando o Valor Tonal:


Comece traçando as linhas das formas principais,
usando o conhecimento de perspectiva que você
adquiriu aqui e o princípio de simplificação.

Agora vamos intensificar o contraste para reter o


olhar no centro de interesse que identificamos.
Aplicando o meio tom nos blocos de sombra você Nã o preci s a fa z er a pi ntura a g ora
já percebe que a luz está bem definida. Depois é
só intensificar o primeiro plano e os objetos,
gerando contraste e luz.

Para não restar dúvidas antes de pintar, faça o


estudo monocromático em aquarela com tinta
escura! Não é o caso agora, pois estamos
treinando apenas o desenho, com o carvão. 60
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E x ercí ci o de Pl a n ej a men to 3 F a ça es te E x ercí ci o

3 Fazer o desenho para a pintura:


Em uma cena como esta, cheia de informações,
precisamos ser criteriosos e selecionar bem o que
vamos manter e retirar.

Conforme definido nos esboços iniciais,


posicionamos um personagem para preencher o
primeiro plano, contribuindo para gerar sensação Nã o p reci s a fa z er a p i n tura a g o ra
de profundidade. Adicionamos mais carros à
cena, balanceando a composição. Em
compensação vamos economizar nos detalhes
dos prédios, fios, postes etc.

E lembre-se, um desenho bem estruturado, mas


espontâneo, conduz à uma pintura fluida e
expressiva! 61
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I n tro dução à F i g ura Huma n a
Conteúdo extra – não é necessário para dar continuidade ao curso. Apenas para quem se interessar

Todo o conteúdo deste E-book é uma busca pela síntese das formas. Utilizo ferramentas básicas de
composição, associadas ao seu olhar intuitivo, para te fornecer o mínimo que você necessita de técnica
para estruturar suas pinturas.

É claro que você poderá construir a forma humana intuitivamente, usando estas ferramentas que
apresentei, o esquema de formas geométricas e valor tonal. Mas se você quer pintar o corpo humano e
retratos sem sofrer com a frustração, recomendo que estude a proporção humana e, pelo menos, o básico
de sua anatomia. Pois, neste caso, a síntese depende muito do conhecimento estrutural. Não apenas do
olhar intuitivo aliado a técnicas básicas, como todo o conteúdo que apresentei até aqui.

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I n tro dução à F i g ura Huma n a
Conteúdo extra – não é necessário para dar continuidade ao curso. Apenas para quem se interessar

Então, vou considerar que você já tem uma noção de anatomia e proporção humana, para dar dicas sobre
como estruturar a pintura de retratos e do corpo humano com o desenho. Se ainda não tem esta noção, se
liga na próxima Dica Ninja, no final deste capítulo, onde compartilho uma referência valiosa para você
aprender a desenhar a figura humana!

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Conteúdo extra – não é necessário para dar continuidade ao curso. Apenas para quem se interessar

R etra to

Para começar a pintar retratos não tenha pretensão,


logo no início, de fazer pinturas fiéis à foto como esta do
senhor com chapéu.

Use referências simples para entender a luz e os valores,


como este modelo 3D, que permite entender bem os
volumes do rosto. Observe que a marcação da sombra já
é suficiente para revelar a forma do rosto humano.

Inicialmente pinte com esta abordagem, livre e


descontraída, como a pintura do rapaz, para não se
prender aos detalhes enquanto ainda está
desenvolvendo o conhecimento básico sobre retratos.

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Conteúdo extra – não é necessário para dar continuidade ao curso. Apenas para quem se interessar

1 Fazer Esboço para definir a Composição:


Comece com um esboço a lápis, delineando a silhueta do rosto, de acordo às suas proporções. Para
identificar as áreas de sombra, marque-as com linhas apenas.

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2 Fazer Esboço estruturando o Valor Tonal:


Preencha as sombras para criar os volumes. Observe que o contraste já é suficiente para revelar a forma do
rosto humano. Não se prenda aos detalhes enquanto ainda está desenvolvendo o conhecimento básico
sobre retratos. Sempre recomendo fazer também um estudo monocromático com tinta escura antes de
pintar à cores, principalmente a forma humana!

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3 Fazer o Desenho para a Pintura:


O desenho para pintar deve ser como o primeiro esboço, ou seja, apenas marcando as sombras com linhas
suaves e as partes do rosto (olho, nariz etc.) pois é com a tinta que você definirá as formas. Lembre-se, se
desenhar detalhes demais, sua pintura ficará dura de mais.

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Co rp o

A abordagem ideal para pintar o corpo


humano de maneira fluida e espontânea é o
Desenho Gestual, que captura o ritmo, o
movimento e o fluxo da ação. Com linhas e
gestos soltos, seu desenho ganhará
dinâmica e movimento, o que será refletido
na pintura.

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Conteúdo extra – não é necessário para dar continuidade ao curso. Apenas para quem se interessar

1 Fazer Esboço para definir a Composição:


Comece fazendo um esquema de proporção com a figura ereta, para servir de parâmetro. Ao lado faça outro
reproduzindo o movimento, inclinando as linhas de ação. Que são a linha vertical de equilíbrio ou linha do
meio e as linhas horizontais do quadril e dos ombros.

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2 Fazer Esboço estruturando o Valor Tonal:


Faça agora o Desenho Gestual, que captura o
ritmo, o movimento e o fluxo da ação,
procurando reproduzir a figura sem tanto
controle. Comece pelas linhas de ação.

Depois construa a figura a partir delas.


Marque as sombras e as preencha,
observando as transições entre os tons, para
criar os volumes.

Sempre recomendo fazer também um estudo


monocromático com tinta escura antes de
pintar à cores, principalmente a forma
humana!

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3 Fazer o Desenho para a Pintura:


O desenho para pintar deve ser feito do
mesmo modo que o desenho gestual,
dando ênfase no movimento e
espontaneidade do traço. Como os
primeiros esboços, apenas marcando a
silhueta e as regiões de sombra com linhas
suaves. Pois é com a tinta que você definirá
os volumes e as formas.

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D i ca ni nj a : onde encontrar referências fotográficas de modelo vivo!

Agora que você entendeu o conceito de Desenho


Gestual, faça uma busca no Pinterest ou google imagens
por “model gesture poses”. Encontre referências
fotográficas de modelos em poses dinâmicas e
espontâneas.

Existem sites gratuitos especializados em referências de


modelo vivo, onde você pode configurar o tipo de
modelo que quer ver e a duração das poses. O line-of-
action.com é um deles.

A prática é fundamental para aguçar o olhar e a


gestualidade. Com o tempo você será capaz de traduzir
uma pose em poucas linhas! Mas lembre-se de que é
necessário algum conhecimento de anatomia e
proporção para que seja possível desenvolver o
Desenho Gestual. 72
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D i ca ni nj a :
Aprofunde o conhecimento da figura humana com um mestre do
desenho artístico!

Para quem quer realmente se aprofundar na proporção


e anatomia humana, recomendo os livros do Andrew
Loomis. É um vasto material, a bíblia do desenho
artístico! Principalmente o Figure Drawing For All It’s
Worth (1943) Mais voltado para o desenho da figura
humana, onde ele aborda a parte técnica como
proporção, anatomia, detalhes de membros e o corpo,
como a sombra incide sobre o corpo humano, como a
figura se comporta em perspectiva, a gestualidade e
expressividade etc. É um material para a vida toda de
estudo denso e dedicado!

Todos os livros dele já estão em domínio público e


podem ser baixados de graça AQUI

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