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LUZ E VISÃO

AULA: LUZ E COR Exemplos:


• Capela de Notre Dame du Haut, em
CONFORTO AMBIENTAL Ronchamp. Projeto Le Cobusier,
1950
“A qualidade do espaço é medida pela sua
temperatura, sua iluminação, seu ambiente, e o
modo pelo qual o espaço é servido de luz, ar e CONFORTO LUMÍNICO
som. Tudo dever ser incorporado ao conceito
do espaço em si.” Khan, Louis Para nós, arquitetos, a LUZ é uma arte
aplicada e existe um PARA QUÊ e PARA
Elementos de Estudo da Iluminação QUEM, assumindo assim limites funcionais,
construtivos e estéticos, conforme o
Humanos -> Desempenho PARTIDO ARQUITETÔNICO.
Estéticos -> Luz e Sombra
Energéticos -> Projeto Sustentável CONFORTO LUMÍNICO

LUZ • Condições que um ambiente proporciona


A iluminação (natural ou artificial) nos para o desenvolvimento das tarefas visuais
permite ver as superfícies, formas e cores com o máximo de acuidade e precisão
em um jogo de LUZ e SOMBRA. visual; com o menor esforço e menor risco
de prejuízos à vista e acidentes.
Exemplo:
Igreja de Saint Pierre – França – Le • Estas condições estão associadas ao uso
Corbusier da luz natural e da iluminação artificial.

A Luz natural permite uma “mobilidade”


estética ao edifício, a medida que modifica PROPRIEDADES FÍSICAS E
a percepção das superfícies ao longo do dia
e das estações do ano. Atualmente, as ESPECTRO ELETROMAGNÉTICO
novas tecnologias da iluminação permitem DA LUZ
que a luz artificial seja dinâmica em cores, Propriedades Físicas da Luz
intensidades e movimentos. Quando a luz chega a um objeto, a mesma
pode ser: absorvida, refletida e/ou
transmitida através do objeto.
A Luz determina nosso limite visual e Em geral, acontece uma combinação destas
nosso entendimento de escala. coisas.

Exemplo: Opera House Sidney _Austrália • Absorção: quando a luz chega a uma
Projeto de Jorn Utzon, inciado em 1959 e superfície ou objeto, ele pode absorver
finalizada em 1973. toda ou parte dessa luz.

a LUZ promove atenção, orientação e


estabelece limites.

E ao pensarmos a LUZ como importante


elemento de projeto arquitetônico, quais
são suas funções espaciais?
• Destacar • Reflexão: responsável por visualizarmos
• Separar os objetos a nossa volta. Um feixe de luz
• Conectar Definir hierarquias encontra uma superfície e retorna ao meio
• Orientação Visual de origem.
ângulo de incidência = ângulo de reflexão

• Refração: ocorre quando um raio de luz é


transmitido de um meio transparente para
outro, sofrendo desvio de sua trajetória.

Dentro da faixa de Luz visível os diferentes


comprimentos de onda correspondem às
diferentes cores das luzes que somadas
originam a “luz branca”.
Luz e Cor

• Luz visível: conjunto de vibrações • O olho humano não é igualmente


eletromagnéticas, com pequena porção sensível a todas as cores do espectro
percebida por nós. visível. Elas também variam conforme a
Elétrons “soltos” oscilam em movimento intensidade de LUZ incidente.
de onda, com velocidade constante.
• A melhor acuidade visual é para o
espectro de onda de 555nm que
corresponde a cor de amarelo-esverdeado.

• Para o vermelho e violeta nossa


sensibilidade é muito pequena.

Espectro Eletromagnético

• Faixa de Luz visível: comprimento de • A Luz branca: é formada pela composição


onda entre 380nm – 740nm e frequência de 7 cores que vão do vermelho ao violeta.
790THz – 405THz.
• Amarelo: concentração, otimismo,
alegraia, riqueza
(ouro).
• Magenta: sensualidade, feminilidade.
• Violeta: criatividade, sabedoria,
espiritualidade.
• Laranja: energia, entusiasmos,
criatividade.
• Preto: modernidade, sofisticação, raiva,
COR LUZ morte, medo.
• Ela é a própria cor. • Branco: paz, pureza, simplicidade.
• Sistema aditivo
• Formada pela adição de 3 cores
Primárias: vermelho, verde e azul
(sistema RGB)
AULA: ILUMINAÇÃO
EX: Luz Solar, monitor de computador,
NATURAL
Tudo o que vemos é luz refletida!
lâmpada fluorescente.
LUZ = conceito físico = porção do espectro
COR PIGMENTO eletromagnético que nos provoca a
Cor Pigmento: a luz que refletida pelo sensação visual.
objeto faz com que percebamos este
estímulo de cor. • A variação de luz durante o dia e durante
as estações do ano é determinada pela
• Substâncias sintéticas ROTAÇÃO DA TERRA AO
• Três cores primárias REDOR DO SOL.
• Sistema subtrativo COMO ESSA LUZ DO SOL CHEGA NA
TERRA?
Luz e Cor
Os dois extremos da classificação das cores
são:

• Branco, ausência total de cor, ou seja, luz


pura;
• Preto, ausência total de luz, o que faz
com que não sereflita nenhuma cor.

Essas duas "cores" portanto não são


exatamente cores, mas características da
Clima Quente e Úmido
luz, que convencionamos chamar de cor.

Características Subjetivas das CORES

Significados psicológicos das Cores


• Vermelho (comprimento de ondas mais
longas): energia, força, fogo, paixão.
• Azul (comprimento de ondas mais
curtas): harmonia, monotonia,
conservadorismo.
• Ciano: tranquilidade, paz, frescor.
• Verde: natureza, dinheiro, boa sorte.
Para Fortaleza: Céu semi-encoberto ;
Radiação Solar intensa; Temperaturas • Os pontos de mesma iluminância no
diurnas altas; Temperaturas noturnas ambiente formam as curvas isolux.
médias; Médias amplitudes térmicas.
Como o sol influencia a Arquitetura?
Disponibilidade de LUZ Natural
NA ARQUITETURA
A disponibilidade de Luz Natural em • A luz pode assumir a função poética ou
determinada área depende da: puramente funcional.
•Tratada como protagonista, a luz deixa os
• Localização Geográfica demais componentes do ambiente em 2o
• Hora do dia plano.
• Estação do ano • Quando a luz consegue nos sensibilizar
• Características climáticas em um projeto, ela foi tratada como parte
• Configurações do entorno integrante na concepção deste projeto, OU
SEJA, A LUZ FOI PENSADA DURANTE AS
Quantidade de LUZ Natural DEFINIÇÕES DO PARTIDO ARQUITETÔNICO.

A quantidade de Luz Natural que chega ao Variáveis para a iluminação natural


meu ambiente projetado depende de:
A iluminação natural no ambiente, é
• Brilho do céu na região do projeto. resultado das três variáveis:
• Tamanho, forma e posicionamento das
aberturas. • CC (Componente Celeste): quantidade de
• Reflexões vindas do exterior. luz proveniente da abóboda celeste.
• Reflexões das superfícies internas. • CRE (Componente de Reflexão Externa):
quantidade de luz proveniente das
ILUMINAÇÃO NATURAL reflexões de obstruções externas.
• CRI (Componentes de Reflexão Interna):
• Nos auxilia na determinação do TEMPO. quantidade de luz proveniente das
Ex: hora de dormir, acordar, trabalhar, reflexões internas de piso, parede e teto.
comer.
Iluminação Natural e Artificial
• A mudança das estações do ano, com
variações de luz natural e temperatura, • Nas grandes cidades, por muitas vezes, a
modifica a forma como nos vestimos, o que iluminação natural pode ser nosso único
comemos, os costumes... contato com a natureza.

• Pela Norma de Iluminação Natural • A descoberta da luz artificial nos levou a


(NBR15215): FLN (Fator de Luz Natural) é passar mais tempo voltado para o interior
um valor fixo (%) que representa a da edificação.
proporção entre a quantidade de luz
natural em um certo ponto no interior e a • A iluminação natural durante o dia, revela
quantidade de luz no espaço exterior a verdadeira essência da arquitetura. Já a
desobstruído. Considera céus parcialmente iluminação artificial, no mesmo período,
encobertos. deverá ser pensada como complemento
para alguma tarefa. INTEGRAÇÃO ENTRE
• DLF (DayLight Factor), proporção LUZ NATURAL E ARTIFICIAL
semelhante ao FLN em um plano
horizontal, onde se relaciona a iluminância A necessidade por adicionar a iluminação
interna e externa do plano, porém para artificial pode ser um indicativo de que:
céus uniformes e encobertos.
• A luz natural não consegue atingir os Os componentes de passagem da luz
níveis mínimos natural podem ser do tipo LATERAIS E/OU
para execução da tarefa. ZENITAIS.

• Existe muita luz externa, provocando COMPONENTE DE PASSAGEM:


ofuscamentos e ILUMINAÇÃO LATERAL
contrastes excessivos.
• Aberturas laterais transparentes ou
Iluminação Natural translúcidas, e que podem ter proteção
externa como beiras, brises,
O melhor aproveitamento da iluminação persianas.
natural não se resolve apenas aumentando
os vãos das janelas! • A iluminação natural lateral não distribui
a luz com uniformidade no espaço,
A qualidade desta luz e a função dos apresentando mais brilho próximo às
espaços projetados são fatores limitantes janelas e diminuindo a quantidade com o
no uso da iluminação natural. distanciamento.

Captação e Controle da Luz Natural • A quantidade de luz admitida em um


ambiente tem relação direta com a
A entrada de luz no ambiente pode ser profundidade e altura da abertura.
canalizada para criar efeitos, tomando
partido dos fortes contrastes entre as ILUMINAÇÃO LATERAL – orientações de
superfícies iluminadas, acentuando projeto
características importantes dos espaços
projetados. Para evitar ofuscamento e contrastes
excessivos nos ambientes, devemos
Componentes da Luz Natural considerar:
• Condução • Iluminação não uniforme no local. Nível
• Controle de iluminância diminui a medida que se
• Passagem distancia da janela.
• A uniformidade é um requisito
• Condução: espaços de luz intermediários. importante? Caso sim, prever a
A radiação solar direta é bem-vinda, seja combinação com a iluminação zenital,
para o aquecimento ou pelo estímulo ou prever nova entrada de luz na parede
visual. Ex: hall, pátios, galerias... oposta.
• Prateleiras de luz abaixo de janelas altas
• Controle: podem redirecionar a luz, favorecem o redirecionamento de luz para
desviando a direção dos raios solares, o teto.
podem proteger da entrada de luz solar, ou
até obstruí-la. Ex: brises, marquises, ILUMINAÇÃO LATERAL – elementos de
cortinas... controle
1. Prateleiras de luz abaixo de janelas
Os elementos de controle interferem na altas favorecem o redirecionamento de
quantidade e qualidade da luz que chega luz para o teto.
ao ambiente. 2. Beiral
3. Marquise
• Passagem: superfícies transparentes ou 4. Brises
translúcidas da edificação por onde a luz 5. Janelas
solar passa e atinge os ambientes internos. • Janelas mais altas diminuem o
Ex: vidros das janelas, portas... ofuscamento por permitirem a incidência
de luz acima do nível da visão.
• Janelas mais baixas favorecem ao • Iluminação feita por aberturas nas
ofuscamento. cobertas das edificações.
• Janelas contínuas e/ou aumentar a
quantidade de janelas, favorecem à Como vimos pode variar em tipologia
uniformidade de Luz. (formato), sendo classificada como:
• Ambientes com 2 ou mais janelas são
melhores iluminados do que aqueles com 1. Sheds
somente uma janela.
• Nestes ambientes, o efeito de uma janela
se soma com o da outra, aumentando os
níveis de iluminância (E) e melhorando a
uniformidade.

ILUMINAÇÃO LATERAL – orientações de


projeto 2. Lanternim: faces opostas
iluminadas.
• Para as variáveis de conforto ambiental,
as aberturas de janelas, em suas mais
variadas dimensões, tipologias e estilos,
representam o principal aspecto para o
recebimento da luz, do som, do calor e da
ventilação nos edifícios.
3. Tetos de dupla inclinação
ILUMINAÇÃO LATERAL - ORIENTAÇÕES DE
PROJETO

Não esquecer que aumentar o tamanho e


Quantidade das janelas, favorece a um
Aumento de temperatura no ambiente!

Iluminação Lateral
4. Claraboias ou Cúpulas
VARIÁVEIS DE PROJETO
Além da tipologia da janela, temos os
fatores:

• ÁREA do ambiente
• Nível de ILUMINÂNCIA do céu e 5. Domus
incidência de LUZ solar direta
• COR das paredes nas obstruções externas
e paredes internas do ambiente.
• COEFICIENTE DE TRANSMISSÃO: Tipo de
material iluminante utilizado nas janelas.
• COEFICIENTE DE MANUTENÇÃO: Perda
de luz por sujeira.
• FATOR SOMBRA: Perda de luz pelos
elementos de controle utilizados. • Distribuir corretamente as aberturas na
coberta da edificação = uniformidade.
Componentes de Passagem da Luz Natural • A área iluminante não pode ser maior
que 10%, pois pode ocasionar problemas
ILUMINAÇÃO ZENITAL térmicos.
• Utilizar em ambientes com grandes
profundidades, onde a iluminação lateral é
insuficiente ou inexistente. Ex: galpões de
fábricas, casas conjugadas, ...

• Trabalhar elementos de controle sem


radiação direta.

• Utilizar as paredes como elementos de


reflexão da luz.

• Placa sombreadora como elemento de


controle para redistribuição dos raios
solares.

ILUMINAÇÃO ZENITAL – Desvantagens


• Custo inicial mais alto.
• Dificuldade de manutenção.
Orientações de projeto
• Nos espaços projetados onde são
aplicados conjuntamente os sistemas de
iluminação laterais e zenitais, o resultado
de iluminâncias (E) é a somatória do que é
adquirido por cada um dos sistemas.

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