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PROPÓSITO
Compreender o que é a luz, o comportamento da luz, o conceito da formação de imagem e o
conceito da polarização da luz.
PREPARAÇÃO
Antes de iniciar o conteúdo deste tema, tenha em mãos papel, caneta e uma calculadora científica,
ou use a calculadora de seu celular/computador.
OBJETIVOS
MÓDULO 1
MÓDULO 2
MÓDULO 3
MÓDULO 1
INTRODUÇÃO
A luz consegue se deslocar (propagar) no vácuo com velocidade aproximada de 3x108 m/s. As
frequências de luz que conseguem sensibilizar o olho humano são chamadas de frequências
pertencentes ao espectro visível.
O espectro visível possui comprimento de ondas entre as faixas
de 400 nm a 700 nm, como mostra a figura 1.
NM
1 nm (nanômetro) = 10-9 m
Fonte: Shutterstock
Figura 1
Fonte: autor/shutterstock
Figura 2
Fonte: autor/shutterstock
Figura 3
A luz pode ser de origem natural, como aquela que vêm do Sol (figura 2), mas também artificial,
como a quem vem de lâmpadas (figura 3). Ao analisar a figura 1, podemos observar que as cores
que conhecemos estão em uma faixa
de comprimento de onda entre 400 nm e 750 nm. O verde,
por exemplo, tem um comprimento de onda médio de 550 nm. Isso ocorre por que a velocidade da
luz verde é diferente da velocidade da luz azul, por exemplo?
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
Onde λ é dado em metros (m) e a frequência é dada em Hertz (Hz). Isolando a frequência, temos:
C
F= (2)
Λ
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
Utilizando a equação (2), podemos montar uma tabela para expressar a frequência de cada cor:
Note que na tabela 1, as cores aparecem com faixas de frequência e de comprimento de onda.
Isso define a tonalidade da cor. Também podemos perceber que a cor vermelha é a que possui
menor frequência e maior comprimento de onda,
quando falamos da luz visível, e que o violeta é o
que possui maior frequência e menor comprimento de onda.
A luz branca, ou a luz pura, que é a luz proveniente do Sol, por exemplo, é uma composição de
todas as frequências de cores do espectro do visível. Ou seja, a luz branca é a mistura de todas as
cores, e isso pode
ser observado e comprovado pelo experimento chamado Disco de Newton. O
experimento recebeu esse nome devido ao fato de Isaac Newton ter afirmado que a luz branca
proveniente do Sol é composta pelas luzes que
compõem as cores do arco-íris.
SAIBA
MAIS
Pesquise e assista ao vídeo Disco de Newton Laboratório de ensino de Física para entender
melhor o experimento.
autor/shutterstock
Essa refração é determinada em função da velocidade da luz no vácuo, e é um valor sempre maior
ou igual a um, isso porque o ÍNDICE DE REFRAÇÃO (n) é determinado pela razão entre a
velocidade da luz no vácuo (c)
e a velocidade da luz (v) no meio diferente do vácuo no qual se
propaga:
C
N= (3)
V
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
Como o índice de refração é a razão entre duas velocidades, trata-se de uma grandeza
adimensional. O índice de refração determinado na equação (1) é chamado de índice de refração
absoluto.
Além do índice de refração absoluto, também existe o índice de refração relativo. Este é obtido
pela razão entre duas velocidades da luz que se propagam entre dois meios nos quais nenhum é o
vácuo.
V1
NR = (4)
V2
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
Vamos compreender o conceito de índice de refração absoluto e relativo, e sua forma prática,
analisando os seguintes exemplos:
Exemplo 1
Considere um feixe de raio solar que viaja do Sol à Terra pelo vácuo. A velocidade da luz no vácuo
possui velocidade de 3x108 m/s, e a velocidade da luz no ar do planeta Terra é igual a 299.792.458
m/s.
Por essas informações, o índice de refração absoluta da passagem da luz do vácuo para o ar
atmosférico é igual a:
Solução:
C
N=
V
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
C = 3X10 8 = 300.000.000M / S
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
300.000.000
N= = 1, 0006922855944561487267301434248
299.792.458
N ≈ 1, 00
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
Ou seja, o índice de refração da luz, envolvendo como primeiro meio de propagação o vácuo e o
segundo o ar atmosférico é de aproximadamente 1. Isso indica que não há mudança expressiva na
velocidade em relação à mudança de
ambiente, do vácuo para o ar atmosférico.
Exemplo 2
Um raio de Luz é gerado em um ambiente onde existe, como meio, a água, cujo índice de refração
é igual a 1,33. Esse raio de luz se propaga e passa para o meio óleo, cujo índice de refração
é
igual a 1,46. Considerando a velocidade da luz no vácuo, determine: (a) a razão entre as
velocidades da luz na água e no óleo, e (b) o índice de refração relativo:
É verdade que encontramos os mesmos resultados em (a) e (b). Isso ocorreu porque o índice de
refração relativo também pode ser determinado pela razão entre os meios refratários atravessados
pela luz:
N2
NR = (5)
N1
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
Outro efeito do fenômeno da refração é um desvio experimentado pela luz, ou seja, quando a luz
passa de um meio com índice de refração n1 para outro de refração n2, ela muda sua direção.
Esse desvio é
medido em relação ao ângulo que a luz faz com uma reta normal imaginária.
Matematicamente, esse desvio é explicado pela Lei de Snell-Descartes.
LEI DE SNELL-DESCARTES
A lei de Snell-Descartes, ou simplesmente Lei de Snell, afirma que, em uma refração, o produto
entre o índice de refração do meio, no qual se encontra o raio pelo seno do ângulo que ele forma
com a reta normal à interface no
ponto de incidência, é constante. A figura 4 ilustra o caso:
Figura 4
Matematicamente, temos:
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
QUANDO O SEGUNDO MEIO POSSUI UM ÍNDICE DE
REFRAÇÃO MAIOR QUE O DO PRIMEIRO, O RAIO DE
LUZ SE APROXIMA DA RETA NORMAL NO SEGUNDO,
OU SEJA, TEMOS QUE Θ 2 < Θ 1, CHAMAMOS O MEIO 2
DE MEIO MAIS REFRINGENTE. TODAVIA, SE O RAIO SE
AFASTAR DA NORMAL NO SEGUNDO MEIO, Θ 2 < Θ 1,
CHAMAMOS O MEIO 2 DE MEIO MENOS REFRINGENTE.
Vamos agora revisitar o exemplo 2 e verificar o quanto o raio de luz se aproxima da reta normal,
ao passar da água para o óleo.
Vamos considerar que, no exemplo 2, o raio adentra na interface entre a água e o óleo com um
ângulo de 30° com a reta normal, como demonstra a figura (4). Vamos utilizar os dados para
determinar o ângulo com o qual a luz deixa
essa interface, e, então, determinaremos de quanto
será o desvio da luz:
RESPOSTA
n 1. sen(θ 1) = n 2. sen(θ 2)
1, 33.sen(30 o) = 1, 46.sen(θ 2)
Isolandosen(θ 2) :
1, 33.sen(30 o)
sen(θ 2) =
1, 46
Como sen(30 o) = 0, 5;
1, 33.0, 5
sen(θ 2) = = 0, 46
1, 46
Então
sen(θ 2) = 0, 46
θ 2 = arcsen(0, 46)
θ 2 = 27, 39 o
O ângulo com o qual o raio de luz deixa a interface entre a água e o óleo é de 27,39°, assim, a
alteração angular de direção é igual a:
△θ = θ 2 − θ 1
△θ = 27, 39 o − 30 o = − 2, 61 o
Onde o sinal negativo indica que o raio passou de um meio menos refringente (água) para um
meio mais refringente (óleo).
A reflexão total ocorre quando o ângulo de saída do feixe de luz da região de interface entre os
dois meios refringentes é igual a 90°. A figura 5 ilustra o caso. Nesse caso, o raio de luz passa a se
mover de forma paralela
à interface entre os meios, fazendo um ângulo de 90° com a normal. Isso
significa que esse raio não adentra o outro meio refringente, no caso da figura 5, o meio 2.
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
Como sen(90o)= 1:
N 1SEN(Θ 1) = N 2 (7)
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
Vamos ilustrar:
Vamos utilizar novamente os meios água e óleo, cujos índices de refração são, respectivamente,
1,33 e 1,46. Se a luz passa do óleo para a água, qual deve ser o valor do ângulo de incidência da
luz na interface entre os dois
líquidos para que haja reflexão total?
RESPOSTA
n 1sen(θ 1) = n 2
1, 46.sen(θ 1) = 1, 33
1, 33
sen(θ 1) = = 0, 91
1, 46
θ 1 = arcsen(0, 91)
θ 1 = 65, 51 o
Então, o raio deve incidir com um ângulo de 65,51°, do óleo para a água.
SE O RAIO PASSAR DA ÁGUA PARA O ÓLEO, EXISTE O
FENÔMENO DE REFLEXÃO TOTAL? A RESPOSTA É
NÃO.
Ao passar da água para o óleo, o raio de luz se aproxima da reta normal, e não se afasta, podendo
formar um ângulo de 90°, como mostra a figura 5. Vamos demonstrar matematicamente,
considerando a água como o meio 1 e o óleo
como o meio 2:
N 1SEN(Θ 1) = N 2
1, 33.SEN(Θ 1) = 1, 46
1, 46
SEN(Θ 1) = = 1, 10
1, 33
Θ 1 = ARCSEN(1, 10)
Θ1 = ∄
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
O ângulo de incidência na refração, para que haja reflexão total no caso da luz passando de um
meio menos refringente para um mais refringente não existe, isso porque matematicamente:
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
E a natureza segue esta regra matemática.
Então, para fixar, vamos formalizar: “Só existe reflexão total quando o feixe de luz passa de um
meio mais refringente para um meio menos refringente, ou seja n1 > n2”.
REFLEXÃO DIFUSA
É o tipo de reflexão que ocorre quando a luz incide sobre uma superfície que não é regular. Neste
caso, os raios de luz que incidem de forma paralela, são refletidos em várias direções distintas e,
assim, perdendo o paralelismo.
Esse tipo de reflexão permite ao olho humano distinguir formas e
cores. A figura 6 ilustra o comportamento dos raios de luz sendo refletidos em uma superfície
difusa (irregular).
REFLEXÃO REGULAR
Na reflexão regular, os raios incidem de forma paralela na superfície e, ao serem refletidos, deixam
a superfície igualmente de forma paralela. Esse tipo de reflexão ocorre em espelhos planos. Os
espelhos planos são aqueles
que costumamos ter em casa para observar nossa aparência
enquanto penteamos o cabelo, nos maquiamos, ou verificamos se uma roupa ficou boa em nosso
corpo. Entretanto, esse tipo de reflexão também acontece quando conseguimos
observar nossa
imagem na superfície da água, como, por exemplo, a água de um lago. A figura 7 demonstra o
comportamento da luz nesse tipo de superfície.
Tanto a reflexão difusa quanto a reflexão angular seguem duas leis, chamadas de Leis da
Reflexão. Vamos abordá-las agora, entretanto, para compreendê-las, é necessário observar a
figura 8:
Fonte: udaix/shutterstock
Figura 8
1A LEI DA REFLEXÃO
Os raios incidentes, a reta normal à superfície refletora e os raios refletidos pertencem ao mesmo
plano, chamado, na figura 8, de plano de incidência.
2A LEI DA REFLEXÃO
O ângulo formado entre o raio incidente com a reta normal à superfície refletora é igual ao ângulo
formado entre o raio refletido com a reta normal à superfície refletora.
Exemplo 5
A figura mostra um feixe de luz incidindo em um espelho plano muito bem polido, formando um
ângulo de 15° com ele. Qual é o seu ângulo de reflexão?
Solução:
Primeiramente devemos traçar a reta normal ao espelho e determinar o ângulo de incidência com a
normal. O ângulo de 75° foi determinado através do cálculo:
90°-15°=75°
De onde saiu esse 90°? 90° é o ângulo que a reta normal forma com a superfície do espelho.
Lembre-se que uma reta normal é ortogonal à superfície.
Como o ângulo de incidência é de 75° com a normal, o ângulo de reflexão também é de 75°, como
afirma a segunda lei da reflexão.
MÃO NA MASSA
A) 80°
B) 45°
C) 30°
D) 10°
B) 5°
C) 75°
D) 15°
A) 1, 50x10 8m / s
B) 1, 88x10 8m / s
C) 3, 00x10 8m / s
D) 2, 58x10 8m / s
A) 35°
B) 45°
C) 55°
D) 65°
A) 36,15o
B) 37,04o
C) 37,24o
D) 38,00o
A) 63,18°
B) 64,16°
C) 65,13°
D) 66,11°
GABARITO
1. Um raio de luz incide em uma superfície com ângulo de 10° com a normal. Seu ângulo de
reflexão é igual a:
De acordo com a segunda lei da reflexão da luz, o ângulo formado entre o raio incidente com a reta
normal à superfície refletora é igual ao ângulo formado entre o raio refletido com a reta normal à
superfície refletora. Desse modo, o ângulo de reflexão é igual a 10°.
2. Um raio incide em uma superfície regular com ângulo de 85° com a superfície. Assim, o
valor do ângulo que o raio incidente faz com a normal é igual a:
Para determinar o ângulo formado com a normal, temos que subtrair o ângulo que o raio faz com a
superfície de 90°, assim:
90°-85°=5
c 3x10 8
n = v ∴ 1, 60 = v
3x10 8
v = 1 , 60 = 1, 88x10 8m / s
4. A figura mostra o caminho de um raio laser no interior de uma caixa onde todas as suas
paredes são espelhos planos. Podemos notar que o ângulo de incidência do laser em
contato com a primeira superfície refletora é de 35°.
Diante disso, qual é o valor do ângulo x, que é o ângulo de reflexão, da última reflexão
sofrida pelo laser antes de deixar a caixa?
5. Um holofote foi instalado no fundo de uma piscina, cujo índice de refração é 1,66. Para
qual angulação dos raios de luz que saem do holofote há reflexão total, sabendo que o
segundo meio é o ar, cujo índice de refração é 1,00?
Para a reflexão total, temos que a Lei de Snell-Descartes assume a seguinte característica:
( )
n 1sen ∅ 1 = n 2
Isolando ∅ 1, temos:
()
n2
∅ 1 = arcsen n
∅ 1 = arcsen
( )
1 , 00
1 , 66
= arcsen(0, 6024) = 37, 04
6. Um raio de luz passa de um meio, cujo índice de refração é n 1, para outro, cujo índice de
refração é n 2. No meio 1, a velocidade da luz é de 98% da velocidade da luz no vácuo, e no
meio 2, é de 95%. Se o ângulo de incidência na interface entre os meios é de 68°, assinale a
opção que apresenta o ângulo de abandono da interface, ou seja, o ângulo de refração:
ANGULO DE REFRAÇÃO
TEORIA NA PRÁTICA
Em uma piscina, há uma mancha no fundo, bem no centro do chão da piscina. Incomodada com
essa mancha, sua dona quer colocar uma boia de maneira a escondê-la, para que ninguém que
esteja fora da piscina consiga enxergá-la. Diante
disso, a dona da piscina chamou um engenheiro
para que fosse proposta uma solução. O engenheiro observou a mancha e percebeu que ela
possui o formado de um disco com diâmetro de 0,5 m. O engenheiro também observou que do
fundo da piscina à superfície da lâmina d’água existe uma distância de 2,5 m. Diante disso, o
engenheiro disse à dona da piscina que, para tornar a mancha invisível, é necessário colocar um
material flutuante de formato
circular que permaneça fixo sobre a mancha. Ao que ela perguntou
qual é o tamanho desse material flutuante. O engenheiro, então, demonstrou seus cálculos.
RESOLUÇÃO
Fonte: Autor
Em seguida, ele explicou a Lei de Snell-Descartes para a dona da piscina e disse que é
necessário que exista um ângulo de reflexão total, para que a pessoa que observa o fundo da
piscina não consiga enxergar a mancha,
e que o material flutuante cobrirá toda a área onde não
ocorre a reflexão total, apontando no desenho onde deve haver a reflexão total, e do que é
preciso para calculá-la.
Fonte: Autor
Sabendo que o índice de refração da água é 1,33 e o índice de refração do ar é 1,00, o
engenheiro conseguiu determinar o ângulo no qual ele consegue obter a reflexão total:
n 1sen(θ 1) = n 2
1, 33sen(θ 1) = 1, 00
1, 00
θ 1 = arcsen( )
1, 33
θ 1 = arcsen(0, 7519)
θ 1 = 48, 75 o
Fonte: Autor
profundidadedapiscina
tg(θ 1) =
x
2, 5
tg(48, 75 o) =
x
2, 5 2, 5
x= =
tg(48, 75 o) 1, 14
x = 2, 19m
Porém, o engenheiro sabe que a distância calculada é da posição em que começa a reflexão
total, à borda da mancha. Então, para que tal distância chegue ao centro da mancha e ele
descubra o raio do material flutuante
(R) necessário para encobrir a mancha, ele deve somar
esse valor ao raio da mancha (r), assim:
R=r+x
R = 0, 25 + 2, 19 = 2, 44m
Então, o raio do material flutuante deve ser de 2,44 m, e o diâmetro do material flutuante deve ser
de:
D = 2R = 2.2, 44 = 4, 88m
Então, o engenheiro garantiu à dona da piscina que se ela posicionar o material flutuante com o
centro coincidindo com o centro da mancha, com formato de um disco com diâmetro de 4,88 m,
será impossível que alguém consiga
enxergar a mancha no fundo da piscina, graças ao
fenômeno da reflexão total.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
A) -30,00o
B) 0,00o
C) 30,00o
D) 45,00o
A) 1, 50x10 8m / s
B) 1, 88x10 8m / s
C) 3, 00x10 8m / s
D) 2, 58x10 8m / s
GABARITO
1. Um feixe de luz emerge do fundo de uma piscina, cujo índice de refração é 1,3. Para qual
angulação, com a normal, de incidência na interface entre os meios do líquido da piscina e o
ar, o feixe de luz consegue passar da piscina para o ar sem sofrer refração?
Para que não haja deflexão do raio de luz, o raio incidente deve ser paralelo à reta normal. Vamos
comprovar:
n 1sen(θ 1) = n 2sen(θ 2)
Fazendo θ 1 = 0 o, temos:
n 1sen(0) = n 2sen(θ 2)
0 = n 2sen(θ 2)
Como n 2 ≠ 0, temos:
sen(θ 2) = 0
θ2 = 0o
c 3x10 8
n= ∴ 2, 00 =
v v
3x10 8
v= = 1, 50x10 8m / s
2, 00
MÓDULO 2
INTRODUÇÃO
As imagens são formadas graças ao fenômeno da reflexão da luz. Graças a ele, enxergamos
objeto, cores e também conseguimos criar projeção de imagem, como, por exemplo, hologramas.
Neste módulo, vamos estudar o ramo da física
óptica chamado de óptica geométrica e entender
melhor como a imagem é formada.
Fonte: paulista/shuterrstock
Figura 10
Fonte: udaix/shuterrstock
Figura 11
A imagem de um espelho plano é determinada como estando atrás deste espelho. Essa imagem
possui o mesmo tamanho do objeto e a mesma distância que o objeto possui em relação ao
espelho.
A figura 12 ilustra o caso. Observando-a, temos que o é o tamanho do objeto, que pode ser medido
em metros (m), decímetros (dm), centímetros (cm), milímetros (mm) etc., i é o tamanho da imagem
formada pelo
espelho, p é a distância do objeto ao espelho, p' é a distância da imagem ao espelho.
Figura 12
I = O (8)
P = P ′ (9)
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
Como a imagem formada pelo espelho plano se encontra atrás dele, como mostra a figura 12, a
chamamos de imagem virtual. Trata-se, então, de uma imagem virtual direita e do mesmo
tamanho.
Por que imagem direita, por que está à direita do espelho? Não! É apenas porque ela não aparece
de cabeça para baixo, ou seja, invertida. Entenderemos isso melhor um pouco mais à frente, ao
falarmos de espelhos esféricos.
Na figura 13, temos, no primeiro momento, um objeto de tamanho , na frente de um espelho plano,
à distância d1 deste espelho, o que, por sua vez, gera uma imagem direita, de mesmo tamanho, ou
Figura 13
situação anterior. Ou seja, o objeto se manteve parado, e tanto o espelho quanto a imagem se
movimentaram para a direita. Vamos, então, determinar
qual é a relação da movimentação do
espelho com a da imagem.
X = 2D 2 − 2D 1
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
ℓ = D 2 − D 1 (B)
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
X = 2ℓ (10)
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
Este resultado nos revela que para um deslocamento ℓ do espelho, a sua imagem se desloca 2ℓ
em relação à sua posição anterior.
Com esse resultado, também podemos afirmar que a velocidade de deslocamento da imagem de
um objeto é igual ao dobro da velocidade de deslocamento do espelho:
X ℓ
=2
△T △T
V IMAGEM = 2V ESPELHO (11)
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
(12)
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
360 O
NI = −1
A
(13)
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
Exemplo 6
Vamos considerar a figura 14. Nesta, é possível observar que existe um objeto que é uma bola
verde, e que com dois espelhos fazendo um determinado ângulo entre si, há a formação de 4
imagens.
Diante disso, vamos determinar qual é o ângulo que propiciou a formação de 4 imagens dessa bola
verde:
Figura 14
NÚMEROS DE IMAGENS
ESPELHOS ESFÉRICOS: OS ESPELHOS
GAUSSIANOS
É definido como espelho esférico, qualquer calota esférica polida que seja capaz de refletir a luz,
criando imagem.
Quando a superfície externa da calota esférica reflete a luz para formar a imagem, chamamos o
espelho de espelho convexo, e quando a parte interna reflete a luz para formar imagem,
chamamos de espelho côncavo.
É muito importante ressaltar que as leis da reflexão funcionam também em espelhos esféricos,
sejam eles convexos ou côncavos.
ESPELHOS CONVEXOS
O espelho convexo forma imagens virtuais. Assim, dizemos também que seu foco é virtual, pois se
encontra atrás do espelho e pode ser encontrado pelo prolongamento dos raios de luz que incidem
no espelho e são refletidos, como
demonstra a figura 16:
Vamos observar agora a figura 17, imagem simplificada de um espelho convexo, para poder
apontar os seus aspectos geométricos. Na figura, podemos ver a letra V, que está ali porque
representa o Vértice do espelho. Podemos verificar
que também existe uma letra f.
Fonte: Autor
Figura 17
Essa letra representa o foco do espelho, e no caso de um espelho convexo, o foco se encontra
atrás do espelho, sendo virtual e, por isso, formado pela prolongação dos raios refletidos no
espelho.
E por fim, mas não menos importante, temos a letra C, que é o centro de curvatura do espelho, e
este possui uma distância do vértice igual a duas vezes a distância que o foco possui do vértice, ou
seja:
C = 2F (14)
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
Vamos verificar como é possível determinar parâmetros, como tamanho da imagem ou a sua
distância em relação ao espelho. É possível relacionar a distância focal (f) com a distância do
objeto ao espelho (P) e a distância da imagem ao espelho (P ′ ) mediante a equação de Gauss:
1 1 1
= + (15)
F P P′
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
Contudo, para utilizar essa equação, devemos compreender que todas as distâncias medidas à
frente do espelho são positivas, e que todas as distâncias medidas atrás do espelho são negativas.
Exemplo 7
1 1 1
= +
F P P′
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
1 1 1
= + F
F 10
2
1 1 2
= +
F 10 F
1 2 1
F
- F
= 10
1 1
- =
F 10
F = - 10 CM
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
Note que o resultado foi negativo, o que já era esperado, uma vez que sabemos que o foco se
encontra atrás do espelho.
A figura 18 está mostrando duas setas na frente do espelho: uma como objeto e outra como
imagem. Existem setas pontilhadas que se encontram na ponta da seta que simboliza a imagem.
Isso não está confuso? Bem, para poder entendê-lo
com mais clareza, assista ao vídeo do
professor ensinando como formar imagens em um espelho esférico convexo.
FORMAÇÃO DE IMAGEM EM ESPELHO
CONVEXO
Outra informação que também podemos retirar de um espelho esférico é o aumento A da imagem.
Este é definido pela razão entre o tamanho da imagem e o tamanho do objeto:
A=
I
O ( )
16
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
Ou, pela razão entre o negativo da distância da imagem ao vértice do espelho, pela distância do
objeto ao vértice do espelho:
A= -
P'
P ( )
17
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
Dessa forma, podemos relacionar os tamanhos do objeto e da imagem com as distâncias do objeto
ao espelho e da imagem ao espelho, igualando (16) a (17), assim:
O
I
= -
P'
P ( )
18
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
I -5
= -
7 10
5
I=7· = 3, 5CM
10
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
Note que a imagem é menor do que o objeto, como afirma a figura 18.
Uma curiosidade sobre espelhos convexos é que, apesar de eles diminuírem a imagem, são
utilizados para ampliar o campo de visão. A figura 19 exemplifica o descrito
Fonte: Autor/Shutterstock
Figura 19
ESPELHOS CÔNCAVOS
A parte interior do espelho esférico, quando polida e refletora, é chamada de espelho côncavo. O
espelho côncavo pode formar tanto imagens virtuais (formadas atrás do espelho) quanto reais
(formadas na frente do espelho), assim
como as imagens podem ser direitas ou invertidas. Todos
esses fatores dependem somente da posição na qual o objeto é posicionado em relação ao vértice
do espelho. Para que seja possível compreender melhor, assista ao vídeo
que mostra todas essas
imagens em um espelho convexo.
DIFERENTES TIPOS DE IMAGENS EM
ESPELHOS CÔNCAVOS
Assim como no espelho convexo, as equações (14), (15), (16), (17) e (18) também são úteis para
determinação dos parâmetros do objeto e da imagem frente ao espelho.
EXEMPLO 8
Um objeto de 6 cm é colocado entre o centro de curvatura e o foco de um espelho, a uma distância
de 6 cm do foco. Se a imagem é formada a 14 cm do vértice do espelho: (a) a distância na qual
este objeto se encontra do espelho,
e (b) o tamanho da imagem são:
SOLUÇÃO:
Fonte: Autor/Shutterstock
Agora, vamos utilizar a equação de Gauss descrita (15) para encontrar a distância focal, pois
podemos afirmar que a distância do objeto ao espelho é igual à distância focal = 6 cm:
P=F+6
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
f P P'
1 1 1
f
= f + 6 + 14
1 1 1
- =
f f+6 14
REALIZANDO O MMC:
f+6-f 1
f(f+6)
= 14
6 1
=
f(f+6) 14
f 2 + 6f - 84 = 0
Note que agora temos uma equação quadrática, que podemos solucionar utilizando o método de
Báskara.
∆ = 62 - 4 · 1 · ( - 84 ) = 36 + 336 = 372
- 6 ± √372
F=
2·1
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
Então, abrimos para duas soluções, uma f1, com a raiz quadrada positiva, e a segunda f2, com a
- 6 + √372 - 6 + 19 , 29 13 , 29
F1 = = = = 6, 65
2·1 2 2
- 6 - √372 - 6 - 19 , 29 -25 , 29
F2 = = = = -12, 65
2·1 2 2
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
Note que temos duas possibilidades de respostas, uma positiva e outra negativa. Qual delas
iremos usar? A positiva, pois o foco se encontra na frente do espelho e as distâncias medidas são
convencionadas como positivas.
LETRA (A)
Sabendo que o foco do espelho está a 6,65 cm do vértice, podemos afirmar que o objeto está a
uma distância de:
P = f + 6
P = 6, 65 + 6 = 12, 65cm
LETRA (B)
Agora que conhecemos a distância na qual o objeto se encontra, podemos utilizar a equação (18)
para determinar o tamanho da imagem:
i P'
o
= - P
i 14
6
= - 12 , 65
12, 65i = - 14 · 6
14 · 6
i= - = - 6, 64cm
12 , 65
O resultado negativo da letra (b) nos informa que essa imagem está de cabeça para baixo, ou seja,
invertida. Assim, podemos fazer a seguinte afirmação:
Veja a explicação:
A imagem é real porque se forma na frente do espelho, e o fato de a distância P’ ser positiva
garante isso.
A imagem é invertida porque se forma de cabeça para baixo, e o fato de i ser negativo
garante isso.
LENTES
As lentes esféricas são instrumentos ópticos constituídos por três meios homogêneos e
transparentes. Neste instrumento, dois dioptros ficam associados, sendo um deles esférico e o
outro, esférico ou plano.
Com as lentes, podemos aumentar ou reduzir o tamanho de objetos, corrigir defeitos visuais e até
mesmo concentrar a luz do Sol. Alguns exemplos de instrumentos que encontramos em nosso
cotidiano que utilizam lentes são: óculos,
lupas, telescópios, câmeras fotográficas, projetores,
microscópios, etc.
DIOPTROS
As lentes esféricas podem ser classificadas em convergentes ou divergentes. Isso varia de acordo
com a sua curvatura. A figura 20 demonstra uma exemplificação dos dois tipos de lentes. Note que
a lente divergente (que separa
os raios de luz) é representada com setas para dentro, enquanto a
lente convergente (que concentra os raios de luz) é representada com setas para fora.
Fonte: Autor/Shutterstock
Figura 20
LENTES CONVERGENTES
Esse tipo de lente apresenta uma curvatura para o exterior, como mostra a figura 21. Esse tipo de
lente é utilizado para aumentar o tamanho do objeto, como em uma lupa onde a imagem é maior
do que a do objeto. Podemos
ver, na figura 21, que a lente faz com que a luz se cruze em
determinado ponto. Este é chamado de foco.
Fonte: autor/shutterstock
Figura 21
LENTES DIVERGENTES
A figura 22 ilustra melhor o que ocorre com os raios de luz ao passarem por uma lente convexa.
Note que, nessa figura, os raios de luz se separam após passarem pela lente. E também que esse
tipo de lente apresenta uma
concavidade em ambos os lados. Esse tipo de lente é utilizado para
diminuir o tamanho de objetos.
Figura 22
Figura 23
A figura 23 mostra os tipos de lentes existentes. Dos tipos de lentes, temos que as lentes
biconvexas, plano-convexas e côncavo-convexas são convergentes, e que as lentes bicôncavas,
plano-côncavas e convexa-côncava
são divergentes.
Para as lentes, as equações (14), (15), (16), (17) e (18) também são válidas para compreender a
formação da imagem.
POTÊNCIA FOCAL
A potência focal de uma lente é a capacidade que ela possui de convergir ou divergir os raios de
luz. A unidade de medida dessa potência focal é a Dioptria (di).
P=
1
F ( )
19
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
EXEMPLO 9
Considere que uma lente biconvexa possui uma distância focal de 0,25 m. Qual é a sua potência
focal?
SOLUÇÃO:
1
P= = 4DI
0 , 25
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
É importante ressaltar que quanto maior for a potência focal, menor é a distância focal. Isso
significa que maior é a capacidade da lente de convergir ou divergir os raios de luz.
1
F
=
( )( ) ()
N2
N1
-1 ·
1
R1
+
1
R2
20
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
Essa equação é conhecida como Equação de Edmond Halley, nela, f é a distância focal, n1 é o
TEORIA NA PRÁTICA
A figura 24 mostra um experimento chamado de Câmara Escura, que foi a primeira grande
descoberta da fotografia.
Fonte: Autor/Shutterstock
Figura 24
Podemos notar nessa figura que, do lado de fora da caixa, existe uma vela. Essa caixa é toda
vedada, exceto por um orifício minúsculo que está de frente para a vela. Ali, os raios de luz que a
tangenciam conseguem atravessar
para o fundo da caixa e, então, formar a imagem da vela de
cabeça para baixo. Isso porque os raios seguem um preceito chamado de independência, onde um
raio de luz atravessa o outro, sem interagir com ele. Assim, o raio
que sai do topo da vela segue
sua trajetória retilínea, passando pelo orifício, e se choca com o fundo da caixa. O raio de luz que
sai da parte mais baixa da vela faz exatamente o mesmo trajeto. Diante disso, a imagem obtida
é
invertida e menor.
Fonte: Autor/Shutterstock
Figura 25
Vamos supor que uma pessoa utilize uma máquina antiga desse tipo e fotografe um homem de
1,83 m de altura. Sabe-se que a imagem na foto deve ter 15 cm, e que a distância do orifício da
máquina ao fundo, onde se encontra o papel,
é de 50 cm. A que distância o homem deve estar da
câmera para que a foto saia perfeita?
RESOLUÇÃO
i P'
o
= - P
0 , 15 -0,5
1 , 83
= - P
0, 15P = 1, 83 · 0, 5
1 , 83 · 0 , 5
P= = 6, 1m
0 , 15
A) 100 di
B) 10 di
C) 1 di
D) 0, 5 di
A) 10 m
B) 5 m
C) 1 m
D) 0,1 m
A) 3
B) 4
C) 5
D) 6
f = 1cm = 0, 01m
1 1
P= = = 100 di
f 0 , 01
A potência focal é:
1
P=
1
0, 1 =
1
f= = 10m
0,1
3. Dois espelhos planos estão dispostos de tal forma que existe uma angulação de 60° entre
suas faces refletoras. Colocando um objeto de frente para esses espelhos, quantas imagens
foram geradas?
Sabemos que:
360
n i = α - 1
360
n i = 60 - 1 = 5
Como podemos observar no vídeo explicativo sobre formação de imagem em espelhos côncavos,
quando o objeto é colocado em cima do foco do espelho, este não forma imagem, pois tanto os
seus raios refletidos quanto a prolongação destes são paralelos.
1 1 1
= +
f P P'
1 1 1
= +
8 5 P'
1 1 1
- = P'
8 5
5-8 1
=
5·8 P'
1 3
= -
P' 40
Como P’ é negativo, concluímos que a imagem é virtual, ou seja, se encontra atrás do espelho.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
GABARITO
1. À frente de um espelho côncavo, é colocado um objeto a 20 cm do vértice. A distância
focal desse espelho é de 10 cm. Baseado nisso, assinale a opção correta:
1 1 1
= +
f P P'
1 1 1
= +
10 20 P'
1 1 1
-
10 20
= P'
20 - 10 1
20 · 10
= P'
1 10
= -
P' 200
P' = 20 cm
2. Em um espelho côncavo, temos uma imagem real e de tamanho menor que o do objeto.
Assim, é correto afirmar que:
Quanto mais longe o objeto se encontra do vértice do espelho, menor é a imagem real formada.
Então, quando o objeto está antes do centro de curvatura, temos uma imagem real, invertida e
menor. Quando essa imagem chega ao centro de curvatura, a imagem é real, invertida e do
mesmo tamanho. Então, quando a imagem passa do centro de curvatura e fica entre este e o foco,
ela é real, invertida e maior.
MÓDULO 3
Empregar o conceito da polarização da luz
INTRODUÇÃO
Como abordamos no início deste tema, a luz é uma onda eletromagnética, ou seja, possui uma
natureza eletromagnética. A luz é composta por um campo magnético e um campo elétrico, que se
propagam no mesmo sentido, com a mesma
velocidade, todavia, fazendo 90° entre si.
Fonte: Autor/Shutterstock
Figura 26
POLARIZAÇÃO DA LUZ
Na natureza, existem substâncias que atuam como filtro de luz, deixando passar somente uma
parte da onda luminosa que as atravessa. Quando a luz é filtrada, dizemos que ela é polarizada, e
logo, que existe o fenômeno da polarização
da luz. Isso faz com que a luz, que antes se propagava
em todos os planos, passe a se propagar somente em um único plano, como mostra a figura 27.
Nesta, observamos que a luz pura se propaga com seus campos elétrico e magnético,
vibrando
tanto na horizontal como na vertical. Entretanto, ao passar por um polarizador, como no primeiro
caso, vertical, a onda passa a vibrar somente na vertical, com os campos magnético e elétrico
vibrando somente em
uma direção.
Fonte: Autor/Shutterstock
Figura 27
Fonte: Autor/Shutterstock
Figura 28
Um exemplo cotidiano da utilização de filtros polarizadores está nas lentes polaroides, utilizadas
em óculos escuros (figura 28), por exemplo, para diminuir a intensidade da luz que chega aos
olhos humanos.
Fonte: infoescola.com
Figura 29
A intensidade da luz cai pela metade após atravessar o primeiro polarizador, como mostra a
equação (30), assim:
I=
I0
2 ()
30
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
A intensidade final da luz, após atravessar o primeiro filtro polarizador pode ser determinada
calculando a intensidade por meio do campo elétrico da luz, da seguinte maneira:
I = I 0 · COS 2(∅) 31 ( )
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
M2
() W
M2
.
EXEMPLO 10
Uma luz não polarizada viaja no vácuo em linha reta, com intensidade de 12 W/m2, quando passa
por um filtro polarizador que faz um ângulo de 600. Sua intensidade após a passagem pelo filtro é
igual a:
Solução:
I0
I=
12 6W
I= =
2 M2
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
EXEMPLO 11
Um feixe de luz não polarizado passa primeiro por um filtro que faz um ângulo de 30o com a
horizontal, em seguida passa por um segundo filtro que faz um ângulo de 45o com seu eixo de
oscilação, e depois
passa por mais um filtro que faz um ângulo de 15o com o eixo de vibração.
Determine a equação que apresenta a intensidade final do feixe de luz, após passar pelo terceiro
filtro.
I2 = I1 ·
( ) √2
2
2
1
I2 = I
2 1
1
Como I 2 = I , temos:
2 0
1 1
I2 = 2 · 2 I0
1
I2 = I
4 0
I 3 = I 2cos 2 15 o ( )
Podemos escrever o ângulo de 15o em função de ângulos notáveis, escrevendo que 45o-30o =
15o, assim:
[
I 3 = I 2 COS 45 O - 30 O ( )] 2
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
√2 √3 √2 √6 √2 √6 + √2
( )=
O O 1
COS 45 - 30 · + · = + =
2 2 2 2 4 4 4
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
SOLUÇÃO
I3 = I2
[ ] √6 + √2
4
2
I3 = I2
[ 6 + 2√12 + 2
16 ]
1
Como I 2 = 4 I 0, temos que:
1
I3 = 4 I0
[ 6 + 2√12 + 2
16 ]
I3 =
1
I
4 0 [ ] 8 + 2√12
16
I3 =
1
I
4 0 [ ] 4 + √12
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
Dentro da raiz quadrada, temos o número 12, que, fatorando, é igual a 22.3, assim:
I3 =
1
I
4 0 [ ] 4+ √2 2 · 3
8
[ ]
1 4 + 2√ 3
I3 = I
4 0 8
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
[ ]
1 2 + √3
I3 = I
4 0 4
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
[ ]
2 + √3
I3 = I0
16
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
Esse resultado nos diz que ao passar pelo terceiro filtro, a intensidade corresponde à intensidade
2 + √3
da onda não polarizada I 0, multiplicada
pelo fator .
16
EXEMPLO 12
Considere que uma onda polarizada na vertical passa por um filtro que faz um ângulo de 180o com
a vertical. A intensidade da onda, após passar pelo filtro, é igual a:
SOLUÇÃO
A intensidade é dada por:
I = I 0cos 2(∅)
( )
I = I 0cos 2 180 o
I = I 0(- 1) 2
I = I0
TEORIA NA PRÁTICA
Os óculos de realidade 3D, que usamos no cinema, são classificados em ativos e passivos. Os
óculos passivos são aqueles que utilizam ondas de luz polarizadas. Cada frame de imagem
produzido é polarizado de acordo com
a lente dos óculos, o que faz com que a imagem seja
mostrada, simultaneamente, para ambos os olhos. Todavia, os ângulos de polarização da lente do
olho esquerdo estão em uma orientação diferente da polarização da lente
do olho direito, de tal
forma que a diferença de fase entre as duas orientações forma um ângulo de 90o. A vantagem
desses óculos é que eles não necessitam de uma fonte de energia para funcionar e visualizar o
conteúdo 3D.
RESOLUÇÃO
O fato de as ondas emitidas pelo filme 3D serem polarizadas, e estarem em fase com as lentes
dos óculos, faz com que a imagem do filme, sem a utilização dos óculos, tenha característica
embaçada, ou seja, o olho humano
não consegue interpretar de forma correta as informações das
ondas polarizadas emitidas pela tela do cinema.
W
Vamos supor que, em um cinema 3D, a intensidade da luz emitida pela tela seja de 150 . Os
m2
óculos
dados aos seus espectadores possuem duas lentes, a direita e a esquerda. O fabricante
das lentes sabe que o filtro polarizador da lente esquerda polariza a onda na vertical, e que a lente
direita polariza a onda na
horizontal. Diante disto, podemos afirmar que cada olho recebe uma
intensidade de:
I0 150 W
I esquerda = = = 75
2 2 m2
I0 150 W
I direita = = = 75
2 2 m2
Note que em ambas as lentes a intensidade é exatamente a mesma, isso porque a luz quando
passa pelo seu primeiro filtro polarizador, perde metade de sua intensidade. Após a passagem pelo
primeiro filtro polarizador, a intensidade
passa a depender do cosseno do ângulo entre as fendas
dos filtros. Se a luz passasse primeiro pela lente esquerda e depois pela direita, teríamos uma
intensidade nula e, então, o espectador não conseguiria ver o filme
em 3D, porque uma fenda
Veja:
I direita = I esquerdacos 2 90 o ( )
( )
Como cos 90 o = 0, temos:
I direita = I esquerda · 0
I direita = 0
MÃO NA MASSA
A) 250 W/m²
B) 500 W/m²
C) 750 W/m²
D) 1000 W/m²
A) 250 W/m²
B) 500 W/m²
C) 750 W/m²
D) 1000 W/m²
A) 0
B) I 0
I0
C)
4
I0
D) 8
A) 0
I0
B) 2
I0
C)
2 ( )
cos 2 15 o
I0
D)
4 ( )
cos 2 15 o
A) 35 W/m²
B) 25 W/m²
C) 5 W/m²
D) 0
A) 535 W/m²
B) 425 W/m²
C) 355 W/m²
D) 145,0 W/m²
GABARITO
Temos que:
I0
I = 2
1000 500W
I= =
2 m2
Temos que:
I0
I=
1500
I= = 750W / m 2
2
polarizador que faz 15° com a horizontal, e após isso, por um filtro que possui um ângulo de
195° com a horizontal. A intensidade final tem módulo igual a:
( )
Se subtrairmos 195° de 15°, temos o resultado de 180°. Então, a intensidade final é I0, cos 15 o , o
que significa que o segundo filtro deixa passar toda a onda que foi polarizada pelo primeiro filtro.
Podemos verificar tal resultado matematicamente, da seguinte maneira:
Primeiro filtro:
I0
I1 = 2
Segundo filtro:
(
I 2 = I 1cos 2 180 o
)
Pois o segundo filtro possui 90° de fase em relação à orientação do primeiro. Como cos(180°) =-1,
temos que I2 é:
( )
I 2 = I 0cos 2 15 o (- 1) 2
( )
I 2 = I 0cos 2 15 o
5. Uma luz não polarizada, de intensidade igual a 40 W/m², passa por uma sequência de 3
filtros, onde o segundo filtro faz um ângulo de 30° com o primeiro, e o terceiro faz um
ângulo de 120° com o primeiro. Assim, a intensidade da luz após o terceiro filtro é igual a:
A alternativa "D " está correta.
6. Uma luz não polarizada, de intensidade igual a 580 W/m², passa por uma sequência de 2
filtros, onde o primeiro faz um ângulo de 30° com a horizontal, e o segundo faz um ângulo
de 75° com a horizontal. Assim, a intensidade da luz após o terceiro filtro é igual a:
DECAIMENTO DA INTENSIDADE
VERIFICANDO O APRENDIZADO
A) 0
( )
B) I 0cos 2 45 o
C) I cos (30 )
0
2 o
(
D) I 0cos 2 135 o )
A) 30°
B) 45°
C) 60°
D) 75°
GABARITO
Se subtrairmos 215° de 125°, temos o resultado de 90°. Então, a intensidade final é I0, o que
significa que o segundo filtro não deixa passar toda a onda que foi polarizada pelo primeiro.
Matematicamente, temos:
Primeiro filtro:
I0
I1 = 2
Como a onda é polarizada na vertical, assumimos que ela vibra com um ângulo de 90° com a
horizontal.
Segundo filtro:
( )
I 2 = I 1cos 2 90 o = 0
2. Considere uma onda eletromagnética que, após passar pelo primeiro filtro, apresenta uma
intensidade igual a 1000 W/m². Em seguida, ela passa por um filtro que faz sua intensidade
final ser de ¼ da intensidade anterior. O ângulo de polarização é igual a:
1
4
1000 = 1000cos 2(∅)
Simplificando:
1
1000 = 1000cos 2(∅)
1
cos 2(∅) = 4
1
cos(∅) = 2
∅ = 30 o
CONCLUSÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Neste tema, vimos que a luz pode se comportar como onda e como uma partícula. Também vimos
que sua trajetória é retilínea, e que ao sofrer mudança no seu meio de propagação, sofre mudança
de velocidade, e, por fim, sofre um
desvio de trajetória. Tal fenômeno, explicado pela lei de Snell-
Descartes, é chamado de refração.
Observamos que existe o fenômeno da polarização da luz, e que já se utiliza tecnologia de imagem
3D por meio desse efeito. Vimos que dois filtros polarizadores que formam 90° entre si barram
completamente a passagem da luz.
AVALIAÇÃO DO TEMA:
REFERÊNCIAS
CUTNELL, J. D.; JOHNSON, K. W. Física. 9. ed. v. 2. Rio de Janeiro: LTC, 2016.
HALLIDAY, D.; RESNICK, R.; WALKER, J. Fundamentos de Física. 10. ed. v. 4. Rio de Janeiro:
LTC, 2016.
MOSCA, G.; TIPLER, P. A. Física para cientistas e engenheiros. 6. ed. v. 2. Rio de Janeiro: LTC,
2014.
EXPLORE+
Pesquise no site SciELO os seguintes artigos: Lei de Snell generalizada, Comprimento focal de
lentes esféricas e Análise da luz circularmente polarizada produzida por um ser vivo, e aprofunde a
sua
compreensão sobre os tópicos abordados.
CONTEUDISTA
Gabriel Burlandy Mota de Melo
CURRÍCULO LATTES