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Iluminação: Apresentação

Conceitos e Projetos
A história da OSRAM está intimamente ligada à história da humanidade, A OSRAM tem o prazer de colocar à disposição o Curso de
suas relações e descobertas quanto à iluminação, pois sempre teve Iluminação: Conceitos e Projetos. Seu objetivo é ser um guia
como meta o novo... o futuro. Isso só foi e é possível porque a OSRAM útil, principalmente para aqueles que se iniciam na área da
tem paixão por iluminação inteligente e busca ver o mundo em uma nova iluminação artificial.
luz. Por isso, fornece esse bem, de forma responsável, para a população
de mais de 159 países em todos os continentes. De maneira clara e bem estruturada, este curso apresenta
os principais conceitos luminotécnicos para que o leitor
Em 1910, a empresa criou as lâmpadas incandescentes com filamentos possa se posicionar de maneira mais segura diante de todas
de tungstênio, mas, desde então, os investimentos em pesquisa as etapas que compõem o projeto e sua execução.
resultaram em novas tecnologias como luzes que transportam dados
e vozes a qualquer lugar no planeta, curam bebês, eliminam cicatrizes, No início, nos referiremos também à luz natural, porque certos
purificam o ar e a água, além dos LEDs (diodo emissor de luz). conceitos não são privilégio exclusivo da artificial. Além disso,
lembramos a necessidade premente de trabalhar cada vez
No Brasil, a OSRAM está presente desde 1922 e sempre contribuiu mais o projeto luminotécnico como um todo – luz natural e
para o desenvolvimento socioeconômico do país. Em 1955, iniciou artificial, levando o melhor conforto, funcionalidade e
a fabricação nacional de lâmpadas no município de Osasco, na área economia às edificações.
metropolitana de São Paulo.

Hoje, a OSRAM se caracteriza como a empresa mais especializada do


mundo na área de iluminação. Tem uma vasta quantidade de patentes,
trabalhos científicos e prêmios internacionais que garantem um portfólio
com cerca de cinco mil tipos de lâmpadas. Ao mesmo tempo, sua
atuação reflete um engajamento incondicional na preservação do meio
ambiente e na qualidade de vida das pessoas em todo o mundo.
03 | sistemas de iluminação

ambientação que queremos dar, com Luz arquitetônica: Obtida quando


a luz, a este ambiente?”. posiciontuas7d3 0 0 9 22 9 22 9 22 9 22 2m73 7 nrC22nrC22nrC22n7md
362.362.22 2.22
a u837(o)-37(n)-
O d di

Luz de destaque: Coloca-se ênfase em


determinados aspectos do interior
arquitetônico, como um objeto ou uma
superfície, chamando a atenção do olhar.
Geralmente, esse efeito é obtido com o uso
de spots, criando-se uma diferença 3, 5 ou
até 10 vezes maior em relação à luz geral
ambiente. Este efeito pode ser obtido
também posicionando a luz muito próxima
à superficie a ser iluminada. Exemplo:
paredes, objetos, gôndolas, displays,
quadros etc (fig. 15). produz a luz. Ex: Lustres antigos,
arandelas coloniais e velas criam
Luz de efeito: Enquanto na luz de uma área de interesse no ambiente,
destaque procuramos destacar algo, destacando o objeto mais do que
aqui o objeto de interesse é a própria iluminando o próprio espaço (fig. 17).
luz: jogos de fachos de luz nas
paredes, contrastes de luz e sombra Modulação de intensidade
etc (fig. 16). (dimerização): É a possibilidade de
aumentar ou diminuir a intensidade
Luz decorativa: Aqui não é o efeito das várias luminárias, modificando
de luz que importa, mas o objeto que com isso a percepção ambiental.

14 15
04 | Conceitos básicos

uma fonte, medida em lúmens, na tensão


para cada metro quadrado de área. Logo: E 2 = 400 lx nominal de funcionamento.
Com esses dados, a Densidade de É chamado também de “pacote de luz”
Potência Relativa (Dr) é: (fig. 23).

Essa grandeza é muito útil para os futuros 4.5 Eficiência Energética


cálculos de dimensionamento de sistemas Símbolo: ŋw (ou K, conforme IES)
de ar-condicionado ou mesmo dos projetos Tomando-se como exemplo duas Unidade: lm / W (lúmen / watt)
elétricos de uma instalação. A comparação instalações comerciais, (fig. 22) tem-se
entre projetos luminotécnicos somente se a primeira impressão de que a 4.5.1 Eficiência energética de lâmpadas
torna efetiva quando se leva em conta níveis instalação 2 é mais eficiente do que a As lâmpadas se diferenciam entre si não
de Iluminância9 iguais para diferentes 1, já que a Densidade de Potência é: só pelos diferentes Fluxos Luminosos que
sistemas. Em outras palavras, um sistema irradiam, mas também pelas diferentes
luminotécnico só é mais eficiente do que Logo, a instalação 2 consome mais potências que consomem.
1500
outro, se, ao apresentar o mesmo nível de D1 = = 30 W / m 2 energia por metro quadrado, e também Para poder compará-las, é necessário saber
50
Iluminância do outro, consumir menos watts fornece menos luz. Portanto, a quantos lúmens são gerados por watt
por metro quadrado. instalação 1 é mais eficiente. consumido. A essa grandeza dá-se o nome
1400
D2 = = 20 W / m 2 de Eficiência Energética (ou “Rendimento
70
4.3.2 Densidade de Potência Relativa 4.4 Fluxo Luminoso Luminoso”). A figura 24 exemplifica as
Símbolo: Dr Porém, ao avaliar-se a eficiência, é Símbolo: φ eficiências de alguns tipos de lâmpadas.
Unidade: W/m 2 p/ 100 lx preciso verificar a Iluminância em Unidade: lúmen (lm) Como geralmente a lâmpada é instalada
É a Densidade de Potência Total Instalada ambos os casos. Fluxo Luminoso é a radiação total da fonte dentro de luminárias, o Fluxo Luminoso final
para cada 100 lx de Iluminância. Supondo-se: E 1 = 750 lx luminosa entre os limites de comprimento disponível é menor do que o irradiado pela
de onda mencionados (380 e 780m). O fluxo lâmpada, devido à absorção, reflexão e
luminoso é a quantidade de luz emitida por transmissão da luz pelos materiais com que

18 19
04 | Conceitos básicos

Fu = ŋL . ŋR
Símbolo: Fd
Unidade: %
Determinados catálogos indicam tabelas de Todo o sistema de iluminação tem,
Fatores de Utilização para suas luminárias. após sua instalação, uma depreciação
Apesar destes serem semelhantes às no nível de iluminância ao longo do
tabelas de Eficiência do Recinto, os valores tempo. Esta é decorrente da
nelas encontrados não precisam ser depreciação do fluxo luminoso da
multiplicados pela Eficiência da Luminária, lâmpada e do acúmulo de poeira
uma vez que cada tabela é específica para sobre lâmpadas e luminárias. Para
uma luminária e já considera a sua perda na compensar parte desta depreciação,
emissão do Fluxo Luminoso. estabelece-se um fator de depreciação
Esta tabela nada mais é do que o valor da que é utilizado no cálculo do números
Eficiência do Recinto já multiplicado pela de luminárias. Este fator evita que o
Eficiência da Luminária, encontrado pela nível de iluminância atinja valores afins) e de 40% para ambientes com
interseção do Índice do Recinto (K) e das abaixo do mínimo recomendado. Para manutenção crítica (galpões industriais,
Refletâncias(1) do teto, paredes e piso, nesta efeitos práticos pode-se utilizar a garagens etc.), dando origem a Fatores de
ordem (Fig. 27). tabela (Anexo 4). Depreciação, respectivamente, Fd = 0,8 e É também a relação entre intensidade
Nesta publicação, iremos considerar uma Fd = 0,6. luminosa e o quadrado da distância (I/
4.5.4 Fator de Depreciação (ou Fator depreciação de 20% para ambientes com h²) (fig.28). Na prática, é a quantidade
de Manutenção) boa manutenção / limpeza (escritórios e 4.6 Nível de Iluminância de luz dentro de um ambiente, e pode
Símbolo: E ser medida com o auxílio de um
Unidade: Lux (lm/m2) luxímetro. Como o fluxo luminoso não é
A luz que uma lâmpada irradia, distribuído uniformemente, a iluminância
relacionada à superfície à qual incide, não será a mesma em todos os pontos
define uma nova grandeza da área em questão. Considera-se, por
luminotécnica denominada de isso, a iluminância média (Em). Existem
Iluminamento, nível de iluminação ou normas especificando o valor mínimo
Iluminância (fig. 28). de iluminância média, para ambientes
Expressa em lux (lx), indica o fluxo diferenciados pela atividade exercida,
luminoso de uma fonte de luz que incide relacionados ao conforto visual. Alguns
sobre uma superfície situada à uma certa dos exemplos mais importantes estão
distância dessa fonte. relacionados no anexo 2 desta
A equação que expressa esta grandeza é: publicação (ABNT - NBR 5413).

1Refletância ou Reflexão, vide anexo 3

22 23
04 | Conceitos básicos

Como os objetos refletem a luz


diferentemente uns dos outros, fica
explicado porque a mesma Iluminância
pode dar origem a Luminâncias
diferentes. Vale lembrar que o Coeficiente
de Reflexão é a relação entre o Fluxo
Luminoso refliemiemmemm mm lcumm-43(z )]TJT*[(d)--04(u526( )-122(r)-8(e)-2m)-31(m)-2(3f9 22f4 2(-74 2(--122(r)-8(em-26(e.(4 2(--)-26(e)-28oc)-u-r)-8(e)-2Ht*-2Ht*-

A = área projetada, em m²
α = ângulo considerado, em graus

Como é difícil medir a Intensidade


Luminosa que provém de um corpo não
radiante (através de reflexão), pode-se
recorrer a outra fórmula, a saber:

na qual:
! = Refletância ou Coeficiente de
Reflexão
E = Iluminância sobre essa superfície

26 27
04 | Conceitos básicos

Figura 38 - IRC Figura 39 - Espectro da luz natural

que tem reprodução fidedigna, ou Espectros contínuos ou descontínuos


seja, 100. No caso das lâmpadas, o resultam em fonte de luz com presença
IRC é estabelecido entre 0 e 100, de comprimentos de ondas de cores
comparando-se a sua propriedade distintas. Cada fonte de luz tem,
de reprodução de cor à luz natural portanto, um espectro de radiação
(do sol). próprio que lhe confere características
Portanto, quanto maior a diferença na e qualidades específicas.
aparência de cor do objeto iluminado A cor de um objeto é determinada pela
em relação ao padrão, menor é seu reflexão de parte do espectro de luz que
IRC. Com isso, explica-se o fato de incide sobre ele. Isso significa que uma boa
lâmpadas de mesma Temperatura de Reprodução de Cor está diretamente ligada Figura 40 - Espectro das lâmpadas fluorescentes Figura 41 - Espectro das lâmpadas fluorescentes
LUMILUX® 830. LUMILUX® 860.
Cor possuírem Índice de Reprodução à qualidade da luz incidente, ou seja, à
de Cor diferentes (figs. 37 e 38). distribuição equilibrada das ondas
constituintes do seu espectro. Ao lado,
4.9.1 Espectro de Radiação Visível apresentam-se alguns espectros de
Como já mencionamos nos itens 4.1 e lâmpadas (figs. 39 a 43).
4.2, luz é uma faixa de radiação
eletromagnética, com comprimento de 4.10 Temperatura de cor
onda entre 380 a 780 nm (nanômetros), Símbolo: T
ou seja, da cor ultravioleta à vermelha, Unidade: K (Kelvin)
Figura 47
passando pelo azul, verde, amarelo e Em aspecto visual, admite-se que é bastante
roxo. As cores azul, vermelho e verde, difícil a avaliação comparativa entre a
quando somadas em quantias iguais, sensação de Tonalidade de Cor de diversas Figura 42 - Espectro das lâmpadas POWERSTAR® HCI® Figura 43 - Espectro das lâmpadas de sódio NAV
®

930.
definem o aspecto da luz branca. lâmpadas. Para estipular um parâmetro, foi

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04 | Conceitos básicos

5. Critérios de desempenho do levam a um cansaço visual e uma


ponto de vista do projeto de queda consequente da produtividade
iluminação do trabalho. A boa uniformidade
adquire maior importância no caso de
Uma vez já vistos todos os conceitos atividades laborativas e perde o
luminotécnicos ligados à fotometria significado no caso das não laborativas;
(capítulo 4), este capítulo irá tratar A não presença de ofuscamentos
sobre os critérios de desempenho do dentro do campo visual: ofuscamento
ponto de vista da iluminação, tanto significa contrastes fortes e extremos
para as atividades laborativas quanto de luminâncias e podem atrapalhar ou
para as não laborativas (de lazer, até inibir a realização de uma tarefa
estar, religiosas). visual laborativa, realizada normalmente
Sete critérios de desempenho nos por longos períodos. No caso das não
possibilitam avaliar se os objetivos laborativas, os contrastes (e mesmo os
de cor mais elevada também. Chegou- luminoso nominal. foram cumpridos nessas duas deslumbramentos) são absolutamente
se a esta conclusão baseando-se na Os reatores normalmente apresentam BF situações: fundamentais. São eles que criam os
própria natureza, que ao reduzir a de 0,9 ; 1,0 ou 1,1. Um nível mínimo de iluminância jogos de luz e de destaque. São,
luminosidade (crepúsculo), reduz (lux) fixado pela norma NBR 5413: consequentemente, os grandes
também sua temperatura de cor. A 4.12 Vida útil, vida média e vida mediana para que possamos desempenhar bem responsáveis pela ambientação do
ilusão de que a tonalidade de cor mais uma tarefa qualquer do ponto de vista espaço. Contrastes de cores, de
clara ilumina mais, leva ao equívoco de Vida útil é o número de horas visual, devemos ter uma quantidade de luminâncias e de claro e escuro;
que, com as “lâmpadas frias”, precisa- decorrido quando se atinge 70% da luz satisfatória. Por exemplo, para as Uma boa reprodução de cor (IRC):
se de menos luz. quantidade de luz inicial devido à atividades que envolvem leitura e as fontes de luz artificial normalmente
depreciação do fluxo luminoso de escrita, a norma estipula valores são comparadas com a luz natural em
4.11 Fator de fluxo luminoso cada lâmpada, somado ao efeito das mínimos e máximos de 300 e 750 lux, função de suas capacidades de
Símbolo: BF respectivas queimas ocorridas no respectivamente. No caso de atividades reproduzir as cores. Em ambos os
Unidade: % período, ou seja, 30% de redução da laborativas, estes níveis adquirem casos das atividades laborativas e não
A maioria das lâmpadas de descarga quantidade de luz inicial. maior importância e maiores valores laborativas, a boa reprodução de cor é
opera em conjunto com reatores. Neste que no caso das não laborativas; sempre desejável;
caso, observamos que o fluxo luminoso Vida Média é a média aritmética do tempo Uma boa distribuição destes níveis Uma temperatura de cor (K)
total obtido depende do desempenho de duração de cada lâmpada ensaiada. pelo local: quanto menor a adequada à função: as aparências de
do reator. Este desempenho é chamado uniformidade nesta distribuição, cor quente, neutra e fria das lâmpadas
de fator de fluxo luminoso (Ballast Vida Mediana é o número de horas maiores os esforços de adaptação do interferem diretamente na ambientação
Factor) e pode ser obtido de acordo resultantes, em que 50% das lâmpadas olho em função de pontos mais e e no estímulo das atividades humanas.
com a equação: ensaiadas ainda permanecem acesas. menos iluminados. Estes esforços Para atividades laborativas, as cores
BF = fluxo luminoso obtido / fluxo

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06 | Modelos de avaliação em iluminação

f) Cálculo da iluminação geral (Método c) Cálculo da quantidade de luminárias Para se saber o número de luminárias, Recomenda-se que a distância “a” ou
das Eficiências); basta dividir o número de lâmpadas pela “b” entre as luminárias seja o dobro
g) Cálculo de controle; Para o cálculo da quantidade de quantidade delas por luminária. da distância entre estas e as paredes
h) Distribuição da luminária; luminárias, usa-se o seguinte método, laterais (fig. 48).
i) Definição dos pontos de iluminação; necessário para se chegar à Iluminância Distribuição das Luminárias
j) Cálculo de iluminação dirigida; Média (Em) exigida por norma, sendo: Se a quantidade de luminárias 6.2 Cálculo de Iluminação Dirigida
k) Avaliação do consumo energético; A = área do local resultantes do cálculo não for (Método Ponto a Ponto)
l) Avaliação de custos; n = quantidade de lâmpadas compatível com sua distribuição Se a distância “d” entre a fonte de luz e o
m) Cálculo de rentabilidade. φ = Fluxo luminoso das lâmpadas em lúmens desejada, recomenda-se sempre o objeto a ser iluminado for no mínimo 5
Fd = fator de depreciação (Fd = 0,8 acréscimo de luminárias e não a vezes maior do que as dimensões físicas
Os itens de B a E já foram tratados para boa manutenção; Fd = 0,6 para eliminação, para que não haja prejuízo da fonte de luz, pode-se calcular a
nesta publicação. Vejamos agora os manutenção crítica) do nível de Iluminância desejado. Iluminância pelo Método de Iluminância
itens de F a M em função, obviamente, BF = fator de fluxo luminoso do reator Pontual, aplicando-se a fórmula:
das definições do item A. Passemos a (considerar apenas quando utilizado Cálculo de Controle
tratar um pouco sobre a metodologia com lâmpadas de descarga) Definida a quantidade de luminárias
de avaliação quantitativa do projeto Fu = Fator de Utilização (que já desejada, pode-se calcular exatamente a
luminotécnico. considera o rendimento da luminária - Iluminância Média alcançada.
η l - e do recinto - η r). na qual:
6.1 Método de Cálculo de Iluminação Definição dos Pontos de Iluminação I = Intensidade Luminosa lançada verticalmente
Geral - Método das Eficiências A quantidade de lâmpadas (n) é dada Os pontos de iluminação devem ser sobre o ponto considerado (fig. 49).
(também conhecido como Método pela fórmula: preferencialmente, distribuídos de maneira
dos Fluxos ou de Cavidades Zonais) uniforme no recinto, levando-se em conta Esse método demonstra que a Iluminância
Em . A o layout do mobiliário, o direcionamento (E) é inversamente proporcional ao quadrado
n=
Sequência de cálculo: φ Fu BF . Fd da luz para a mesa de trabalho e o próprio da distância. Por exemplo, dobrando-se a
a) Escolha da lâmpada adequada tamanho da luminária. distância entre a fonte de luz e o objeto,
b) Escolha da luminária adequada

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06 | Modelos de avaliação em iluminação

transformadores, ignitores e a fiação, iluminação pública, quadras de


acrescidos dos custos de mão de esporte etc. O fator decisivo no custo
obra dos profissionais envolvidos, operacional é o custo da energia
desde a elaboração do projeto à elétrica, que corresponde à Potência
instalação final (fig. 54). Total Instalada (Pt), multiplicada
pelas horas de uso mensal e pelo
6.3.2 Custos Operacionais preço do kWh. Ao se optar por um
É a somatória de todos os custos sistema mais eficiente, este custo
apresentados após a completa sofre substancial redução.
instalação do sistema de iluminação,
concentrados nos custos de 6.3.3 Cálculo de Rentabilidade
manutenção das condições A análise comparativa de dois
luminotécnicas do projeto e os custos sistemas de iluminação, para se
de energia consumida (fig. 55). estabelecer qual deles é o mais
O custo mensal de manutenção das rentável, leva em consideração tanto
lâmpadas engloba o custo de os custos de investimento quanto
aquisição de novas unidades e o operacionais. Geralmente, o uso de
custo da mão de obra necessária lâmpadas de melhor Eficiência
para executar a manutenção. Esse Energética leva a um investimento
custo resulta da soma das horas maior, mas proporciona economia
mensais de utilização das lâmpadas nos custos operacionais.
dividida pela sua vida útil. O D e c o r re d a í a a m o r t i z a ç ã o d o s
quociente obtido informa o número c u s t o s , o u s e j a , h á o re t o r n o d o
de lâmpadas que serão repostas e i n v e s t i m e n t o d e n t ro d e u m d a d o
seu valor deve ser multiplicado pelo p e r í o d o . O t e m p o d e re t o r n o é
preço da lâmpada nova. Já o custo encontrado quando se calcula o
da mão de obra para realizar essa quociente da diferença no
reposição é dado em função da i n v e s t i m e n t o p e l a d i f e re n ç a n a
remuneração por hora de trabalho manutenção. Feitos os cálculos, os
do respectivo profissional. v a l o re s p o d e m s e r a l o c a d o s e m
O tempo de reposição por lâmpada gráficos, como no da figura 56, destes custos. aos custos acima descritos, assim
deve ser multiplicado pelo número de ond e se visua liz a a e vol ução da s Nos site da OSRAM existe uma como para análise comparativa entre
lâmpadas repostas por mês. Esse despesas no tempo. planilha do Cálculo de Rentabilidade, sistemas diferentes de iluminação.
custo é bastante significativo nas O ponto de interseção das linhas podendo ser utilizada como
instalações de difícil acesso, como indica o instante de equalização instrumento prático para se chegar

40 41
06 | Modelos de avaliação em iluminação

6.4 Softwares e mais complexos. Para isso, hoje em luminárias com compatibilidade entre Os principais modelos na área de
Como avaliar e medir as questões relativas dia temos os softwares de iluminação. distintos fornecedores. Softwares luminotécnica são:
à iluminação natural e artificial? Alguns cuidados devem ser tomados fechados, ou seja, que só usam
Todos os métodos de simulação e quando da utilização de programas luminárias de um único produtor podem http://radsite.lbl.gov/radiance
cálculo na área de iluminação natural computacionais na área de iluminação: ser em muitos casos extremamente
e artificial baseiam-se em dois modelos limitados para satisfazer nossas
clássicos de predição: método ponto 1º necessidades práticas de cálculo. http://www.lighting-technologies.com
a ponto e método dos fluxos, conforme natural, verificar para quais tipos de
apresentado anteriormente. céu que o programa possibilita os O número 7, de abril/maio de 2004,
O método dos fluxos se aplica mais aos cálculos, lembrando que o céu da revista Lume Arquitetura, pg.82,
sistemas gerais. O método ponto a brasileiro é predominantemente apresenta uma relação interessante
ponto satisfaz melhor as necessidades “parcialmente encoberto”; dos principais s o f t w a re s de Obs: os 4 primeiros são pagos. Os 3
de dimensionamento dos sistemas 2º iluminação, principalmente para a últimos gratuitos.
localizados e locais. Apesar de artificial um dos principais aspectos a artificial, inclusive com endereços
práticos, estes métodos podem ser serem verificados é a possibilidade dos sites para download.
muito trabalhosos quando se necessita deles apresentarem uma atualização
avaliar projetos de iluminação maiores dos bancos de dados referentes às

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07 | Exemplos de aplicação
13 Iluminância planejada Em lx 500

Iluminação
Carac. da
14 Tonalidade ou temp. da cor K 4000
Teto (%) 70 50 30 0 15 Índice de reprodução de cor IRC 89
®
Parede (%) 50 30 10 50 30 10 30 10 0 16 Tipo de lâmpada LUMILUX T5 HE
Piso (%) 10 10 10 0 17 Potência da lâmpada Plamp Watt 35
kr Fator de utilização 18 Fluxo luminoso de cada lâmpada φ lm 3650
0,60 34 29 26 33 29 26 29 26 25 19 Lâmpadas por luminária z Unid. 2
20 -

Lâmpadas e luminárias
0,80 40 36 33 39 35 32 35 32 31 Tipo de luminária
1,00 45 41 38 44 41 38 40 38 36 21 Fabricante / Modelo -
1,25 50 46 43 49 45 43 45 42 41 22 Eficiência da luminária ηL -
1,50 53 50 47 52 49 46 48 46 45 23 Eficiência do recinto ηr -
2,00 58 55 52 56 54 52 53 51 50 24 Fator de utilização Fu = L . ηr
η 0,58
2,50 60 58 56 59 57 55 56 55 53 25 Quantidade de lâmpadas Em . A Unid. 22
n=
3,00 62 60 58 61 59 58 58 57 55 φ . Fu . BF . Fd
4,00 64 63 61 63 62 60 61 59 58 26 Quantidade final de lâmpadas n Unid. 22
5,00 66 64 63 64 63 62 62 61 59 27 Quantidade de luminárias N = n/L Unid. 11
Figura 58 - Exemplo de tabela de Fator de Utilização de Luminária 28 Quantidade final de luminárias N Unid. 12

i) Limitação de Ofuscamento a alta Luminância seja refletida e que


Ofuscamento não deverá ocorrer, uma o operador faça sombra sobre a tela. n) Ar-condicionado e Acústica da lâmpada e sua utilização é mais
vez que as superfícies dos móveis e O ruído originado pelo funcionamento das compensadora.
objetos não são lisas ou espelhadas. k) Características do fornecimento de luminárias, caso sejam elas equipadas com Os dados da lâmpada são obtidos nos
O ofuscamento direto será evitado se energia elétrica lâmpadas fluorescentes e seus respectivos catálogos OSRAM, também disponíveis
forem empregadas luminárias, cujo reatores, seria facilmente absorvido pelo forro para download no site da empresa.
ângulo de abertura de facho acima de de gesso onde elas estariam embutidas, não A saber:
®
45º não apresentar Luminância acima prejudicando o trabalho no local. O ar- T5 HE 35W/840
de 200 cd/m². na entrada da sala) condicionado poderá funcionar com uma
Obs.: algumas luminárias para lâmpadas intensidade 25% menor do que se a instalação
fluorescentes são indicadas por seus for feita com lâmpadas fluorescentes, e não
fabricantes para utilização em áreas de l) Tonalidade de Cor da Luz incandescentes, que irradiam muito calor.
terminais de vídeo ou computadores. Para o ambiente de um escritório e p) Escolha da Luminária
Iluminância de 500 lx, recomenda-se que o) Escolha das Lâmpadas A luminária poderá ser de embutir,
j) Efeitos Luz e Sombra a Tonalidade de Cor da luz seja Branca Os dados anteriores nos levam a de alta eficiência e com aletas
As luminárias deverão ser colocadas Neutra (aproximadamente 4000K). concluir que o tipo de lâmpada indicado metálicas que impeçam o
lateralmente às mesas de trabalho, para este projeto é a fluorescente ofuscamento. Os modelos mais
®
para evitar que haja reflexo ou sombra m) Reprodução de Cor LUMILUX T5 HE. Ela existe nas modernos possuem re f l e t o re s
que prejudique as atividades. Aconselha-se que o Índice de versões de 14, 21, 28 e 35W. parabólicos que limitam a angulação
Recomenda-se que as janelas Reprodução de Cor para este tipo de do facho luminoso, tor nando-se
®
localizadas diante das telas de trabalho seja superior a 80. Optaremos pela versão LUMILUX T5 adequados para o seu emprego em
computadores sejam protegidas por As lâmpadas fluorescentes de pó HE 35W/840, porque o salão é amplo, salas de computadores.
persianas ou cortinas, para evitar que trifósforo são as mais adequadas. não há limitação física de comprimento

46 47
07 | Exemplos de aplicação n . φ . Fu . Bf . Fd
29 Iluminância alcançada

Cálculo de
Ix

Controle
Em =
A
30 Tipo de reator
31 Modelo
32 Qtde. lâmpada/reator Lr
33 Potência de cada reator W
34 Fator de fluxo luminoso BF
35 Nº total de reatores nreator Unid
36 Potência total instalada
Pt =
(P lamp . n) . 1,10 KW
1000
P/ reatores eletrônicos (P lamp . n) . 1,10 KW
Pt =

Consumo da
1000

Instalação
P/ reatores eletromagnéticos (P lamp . n) . 1,20 KW
Pt =
1000
37 Densidade de potência D = Pt . 1000/A W/m2
38 Densidade de potência relativa Dr = D.100 / E W/m2
q) Cálculo da Quantidade de lateralmente às mesas de trabalho, p/100 lx
Luminárias evitando o ofuscamento sobre a tela
Uma vez já definidas todas as bases de computador. Para tanto, a
conceituais para o cálculo, seguiremos quantidade de luminárias (N = 11) frequência, a potência entregue à luminotécnico até aqui concluído e
a sequência da planilha. deverá ser elevada para N = 12, para lâmpada é menor. podem ser desenvolvidos utilizando-se o
que possa ser subdividida por dois. A guia orientativo “Cálculo de Rentabilidade”
r) Adequação dos Resultados ao dimensão de 10m comporta a linha (35 . 24) . 1,10 que segue anexo.
Pt = = 0,92 KW
Projeto contínua formada por 6 luminárias, 1000 *W = Potência do conjunto lâmpada +
A quantidade de lâmpadas deve ser cada uma de aproximadamente 1,67m, acessório (Consultar Catálogo OSRAM
arredondada para o valor múltiplo mais não havendo perigo de não adaptação para obter valores orientativos).
próximo da quantidade de lâmpadas ao projeto (fig. 59).
por luminária (neste caso, não haveria 924
D= = 12,32 W/m 2
necessidade), de tal forma que a t) Cálculo de Controle 75
quantidade de luminárias (N) sempre Uma vez de acordo com o resultado
seja um número inteiro. fornecido, podemos nos certificar do
valor exato da Iluminância Média
12,32
s) Definição dos Pontos de Iluminação obtida, através dos itens 26 e 27. Dr = = 2,27 W/m 2 p/100 lx
542
Escolhe-se a disposição das luminárias
levando-se em conta o layout do u) Avaliação do Consumo Energético
mobiliário, o direcionamento correto da Os itens 34, 35 e 36 da planilha podem
luz para a mesa de trabalho e o próprio ser calculados da seguinte maneira: v) Cálculo de Custos e Rentabilidade
tamanho das luminárias. Neste Obs.: 70 W = Considerando a Na rotina de cálculo, os itens Cálculo de
exemplo, sugere-se a disposição utilização do reator QTi 2x35W, uma Custos e Cálculo de Rentabilidade são
destas em três linhas contínuas vez que, devido à operação em alta completamentares ao cálculo

48 49
07 | Exemplos de aplicação

Anexo 1 - Equipamentos auxiliares seus acendimentos.


utilizados em iluminação
função corrigir o fator de potência de
um sistema que utiliza reator
direciona a luz. magnético. Da mesma forma que
para cada lâmpada de descarga
garantir fixação mecânica e a existe seu reator específico, existe
conexão elétrica da lâmpada. também um capacitor específico para
cada reator.
auxiliar cuja função é converter a
tensão de rede (tensão primária) para a intensidade da luz de acordo com
outro valor de tensão (tensão a necessidade.
secundária). Um único transformador
poderá alimentar mais de uma iluminação: com a evolução da
lâmpada, desde que a somatória das tecnologia eletrônica digital hoje,
potências de todas as lâmpadas a ele existem a preços bastante acessíveis
conectadas não ultrapasse sua sistemas com o protocolo DALI que
7.4 Exemplo 4 Ar-Condicionado e Acústica potência máxima. apresentam inúmeros recursos para
Cálculo de Iluminação Dirigida - O calor gerado pela iluminação não controlar a iluminação dos ambientes,
Abertura do Facho de Luz com Refletor: deve sobrecarregar a refrigeração ligado entre a rede e as lâmpadas criação de grupos e cenas,
Qual será o ângulo de facho de luz artificial do ambiente. de descarga, cuja função é acionamentos por controles remotos
de uma lâmpada HALOSPOT ® 111, Há um consenso que estabelece que e s t a b i l i z a r a c o r re n t e a t r a v é s d a e de paredes sem fio, sensores de
para que se consiga iluminar uma um adulto irradia o calor equivalente lâmpada. Cada tipo de lâmpada luz e de presença, etc. Além do
área de 0,70m de diâmetro, a 4m de a uma lâmpada incandescente de requer um reator específico. gerenciamento da iluminação, os
distância (fig. 64)? 100W. Portanto, fontes de luz mais mesmos sistemas podem criar efeitos
eficientes colaboram para o bem- função é pré-aquecer os eletrodos especiais, como o efeito RGB
estar, além de se constituir numa das lâmpadas fluorescentes, bem (mistura das cores vermelho, verde e
menor carga térmica ao sistema de como fornecer, em conjunto com o azul), simular a tonalidade de luz do
condicionamento de ar. reator eletromagnético convencional, sol dentro de um ambiente, resultando
O sistema de iluminação pode um pulso de tensão necessário para assim numa iluminação mais dinâmica
comprometer a acústica de um o acendimento das lâmpadas. Os para proporcionar conforto e criação
ambiente através da utilização de reatores eletrônicos e de partida de diferentes atmosT4T1( )75t dpçtmm
equipamentos auxiliares (reatores e rápida não utilizam starter.
transformadores eletromagnéticos).
Uma solução bastante eficiente, com cuja função é fornecer às lâmpadas
Observação para todos os exemplos ausência total de ruídos, é o emprego de descarga em alta pressão um
apresentados: de sistemas eletrônicos nas instalações. pulso de tensão necessário para

52 53
08 | ANEXOS

Anexo 2 - Níveis de Iluminância Recomendáveis para Interiores Anexo 3 - Coeficiente de Reflexão de Alguns Materiais e Cores

Descrição da Atividade Em (lx) Materiais %


Depósito 200 Rocha 60
Circulação/corredor/escadas 150 Tijolos 5..25
Garagem 150 Cimento 15..40
Residências (cômodos gerais) 150 Madeira clara 40
Sala de leitura (biblioteca) 500 Esmalte branco 65..75
Sala de aula (escola) 300 Vidro transparente 6..8
Sala de espera (foyer) 100 Madeira aglomerada 50..60
Escritórios 500 Azulejos brancos 60..75
Sala de desenhos (arquit. e eng.) 1000 Madeira escura 15..20
Editoras (impressoras) 1000 Gesso 80
Lojas (vitrines) 1000 Cores %
Lojas (sala de vendas) 500 Branco 70..80
Padarias (sala de preparação) 200 Creme claro 70..80
Lavanderias 200 Amarelo claro 55..65
Restaurantes (geral) 150 Rosa 45..50
Laboratórios 500 Verde claro 45..50
Museus (geral) 100 Azul celeste 40..45
Indústria/montagem (ativ. visual de precisão média 500 Cinza claro 40..45
Indústria/inspeção (ativ. de controle de qualidade) 1000 Bege 25..35
Indústria (geral) 200 Amarelo escuro 25..35
Indústria/soldagem (ativ. de muita precisão) 2000 Marrom claro 25..35
Verde oliva 25..35
Exemplificação da Norma NBR-5413. Laranja 20..25
Os valores são fornecidos para observador com idade entre 40 e 55 Vermelho 20..35
anos, praticando tarefas que demandam velocidade e precisão médias. Cinza médio 20..35
Verde escuro 10..15
Azul escuro 10..15
Vermelho escuro 10..15
Cinza escuro 10..15
Azul marinho 5..10
Preto 5..10

54 55
56
Variável unid. Sistema A Sistema B
08 | ANEXOS

01 Comprimento
02 Largura
03 Área
04 Pé-direito
05 Altura do plano de trabalho
06 Altura do pendente da luminária
07 Pé-direito útil
08 Índice do recinto (direta)

Índice do recinto (indireta)

09 Fator de depreciação
10 Coeficiente de reflexão do teto
11 0(dirdeeta(ec2o4 depreciação
12 Coeficiente d0(dc2o4to
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15
16
Anexo 4 - Planilha para cálculo de iluminação geral: Método dos Fluxos

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ser comparadas.

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Obs: A planilha apresenta duas colunas - Sistemas A e B - para que duas soluções possam

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