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UNISANTA

Arquitetura e urbanismo
Conforto Ambiental III

NOTAS DE AULA – 05
ILUMINAÇÃO

Dimensionamento e projeto dos sistemas artificial considerando-se


a sua eficiência

Santos / 10 semestre 2022


Professor Cesar Capasso, Me.
Como vimos anteriormente existem questões a que o projeto
de iluminação deve responder:

1-) Qual a iluminância prevista para o ambiente? – Consulta de Normas técnicas.


2-) Qual a temperatura de cor é apropriada?
3-) Qual o IRC (Ra) apropriado?
4-) Qual a altura do plano de trabalho? Qual a contribuição do Espaço (cores, dimensões e limpeza)?
5-) Qual a tipologia da iluminação (difusa ou focada)?
6-) Qual lâmpada é a mais apropriada? – Consulta catálogos (todos os itens, inclusive eficiência luminosa)
7-) Qual luminária é a mais apropriada? Qual o índice de ofuscamento? (UGRL)
8-) Quantas lâmpadas ou luminárias promoverão a iluminância desejada?
9-) Qual período de substituição das lâmpadas, qual as condições de manutenção e limpeza do ambiente?
10-) Qual a disposição física das lâmpadas e luminárias que melhor se adequam ao caso?
11-) Qual a potência instalada e a densidade de potência definidas pelo projeto?
12-) Qual a participação da iluminação natural no ambiente?
13-) Qual a melhor forma de distribuição dos circuitos que acionarão o sistema?
14-) Quais os mecanismos de controle previstos?
Exigências da
ABNT NBR ISO CIE 8995/13

Primeira coluna: Ambiente/atividade


Segunda coluna: Iluminância
Terceira coluna: Índice de Ofuscamento
Quarta coluna: Índice de Reprodução de Cores
Quinta coluna: Observações
Projeto de Sistema de Iluminação Artificial e
Eficiência Energética

Não é possível na arquitetura e urbanismo desprezar a


iluminação artificial.

Todo Sistema de Iluminação Artificial é composto por 3


elementos:

•Lâmpada ou fonte de luz;


•Luminária (posicionamento, direcionamento, proteção);
•Dispositivo de controle (acionamento da fonte, bom funcionamento,
intensidade);

O sistema de Iluminação sempre deve considerar a Iluminação Natural,


isso caracteriza-se como projeto integrado de iluminação e influencia na
eficiência luminosa e na eficiência energética do ambiente.
Cálculo da Iluminação Artificial Método dos Lúmens

 Para calcular o sistema de iluminação artificial utilizaremos


duas fórmulas:

A primeira definirá o Fator do Local (K):

K= C . L
(C+L) . A

A segunda determinar a quantidade de Luminárias ou Fontes/Lâmpadas (N);


N= L . C . Em
fLumin . n . d

Onde: C = comprimento / L=largura / A=distância entre a luminária e o plano de


trabalho / Em= iluminância mantida / fLumin= fluxo luminoso da fonte /
n=fator de utilização / d=depreciação
 Escolha do nível de iluminância – 500 lux (definido com o uso das normas – no caso
a ISO ABNT CIE 8995:2013) / Uso: sala de aulas noturnas, classes e educação de
adultos;

 Determinação do Fator do Local (K);


K= C . L
2,75 3,50 m
(C+L) . A

K= 7,25 . 10,00 = 1,52 0,75


(7,25+10,00) . 2,75

- Plano de trabalho (neste caso horizontal)


- Também deve-se determinar a Área da tarefa e o Entorno Imediato.

Neste caso a área de tarefa será a sala toda e o entorno imediato uma faixa estreita que
acompanha o perímetro da sala.

A altura “A” é definida pela distância entre a luminária e o plano de trabalho. A norma
estabelece que a iluminância mantida será confirmada através de medições a 0,75m de altura.
“C” é o comprimento e “L” é a largura do ambiente.
 Determinação do Fator de Utilização (n) – fornecido pelo fabricante da luminária
(tabela apresentada no próximo slide ) ou determinado como abaixo:
K calculado=1,52

 Os valores em % referem-se a
reflexão do material utilizado no
revestimento do espaço.
 Escolha do Fator de Depreciação (d);

Para o caso optamos por ambiente “Normal” e por utilizar a Lâmpada por toda sua
vida útil.

Isso se deve ao fato de não haver justificativas para classificar o ambiente fora da
condição “Normal” e para antecipar a troca/substituição/manutenção das Lâmpadas
a serem especificadas.

d=0,80.
 Determinar o Fluxo Luminoso das Lâmpadas (catálogo);

Para escolher-se a lâmpada mais


adequada para o projeto deve-se
levar em consideração a sua
tipologia, temperatura de cor, IRC,
eficiência luminosa (relação entre
fluxo luminoso e potência) e
dimensões.

É uma escolha sistêmica.


 Determinar a quantidade de Lâmpadas (N);
N= L . C . Em = 10,00 . 7,25 . 500 = 36250 = 23,20
fLumin . n . d 3150 . 0,62 . 0,80 1562,40

 Determinar a quantidade de Luminárias (N);


N= 23,20 Lâmpadas – 08 Luminárias cada uma com 03
Total de = 24 Lâmpadas.

Importante salientar que no caso de lâmpadas de descarga (neste caso tubulares


fluorescentes) o fluxo luminoso é resultante da relação entre lâmpada x reator.

Para o caso estaríamos utilizando um reator com Fluxo Luminoso 1,0 – no próximo
slide consideraremos o uso de um reator com fator de fluxo luminoso 0,9:
ESPAÇAMENTOS: De forma geral, quando objetivamos uma iluminação funcional,
onde as tarefas podem ser realizadas em qualquer parte da sala, a espacialização
do sistema de iluminação artificial tende a ser simétrica, o que manterá a
luminância definida em projeto, dentro do previsto pelas normas, em todo o
ambiente de trabalho.

A locação dos pontos de energia normalmente se dá pelo eixo da luminária, onde


será instalada a caixa que alimentará o sistema. Sendo assim, para locar tais
luminárias podemos recorrer a seguinte regra geral:

O espaçamento entre as luminárias das


laterais deverá ser metade do
espaçamento entre as luminárias centrais.

Onde
O lado menor da sala: 7,25 metros;
O lado maior da sala: 10 metros;

Teremos:

2X=7,25m portanto: x=3,63m e x/2=1,81m

4y=10m portanto: y=2,5m e y/2=1,25m

Como regra geral a distância entre as luminárias não deve ultrapassar 1,5 X “A” (sendo “A” a
distância entre a luminária e o plano a ser iluminado).
 Observação;
N= L . C . E = 10,00 . 7,25 . 500 = 23,20 Lâmpadas
*fLumin . n . d 3150 . 0,62 . 0,80

* Caso a lâmpada seja de descarga e o reator tenha um fator de fluxo luminoso


diferente de “1,0” o fluxo luminoso deve ser alterado.

Por exemplo: 1 lâmpada fluorescente com potência de 3150 lm geram fluxo


luminoso de 3150 lm se o fator de fluxo luminoso do reator for “1”.

Se o reator tem fator de fluxo luminoso “0,9” o fluxo luminoso total passa
a ser 3150 x 0,9 = 2835 lm.

Desta forma a quantidade de Lâmpadas deve ser alterada por efeito do “fator de
fluxo luminoso do reator”.
Seriam 25,77 Lâmpadas – ou seja: 26 Lâmpadas. Se fossem mantidas as
luminárias de 3 Lâmpadas seriam utilizadas na prática 9 Luminárias com um total
de 27 Lâmpadas.
Projeto de Sistema de Iluminação Artificial e Eficiência
Energética

Não é possível desprezar a influência da iluminação artificial no consumo de


energia relacionado ao espaço.

O sistema de Iluminação sempre deve considerar a Iluminação Natural, isso


caracteriza-se como projeto integrado de iluminação e influencia na eficiência
luminosa e na eficiência energética do ambiente.
Eficiência Energética de Edifícios

Exemplo:

REGULAMENTO PARA
ETIQUETETAGEM VOLUNTÁRIA
DO NÍVEL DE EFICIÊNCIA
ENERGÉTICA DE EDIFÍCIOS
COMERCIAIS, DE SERVIÇOS E
PÚBLICOS
Exemplo:

REGULAMENTO PARA
ETIQUETETAGEM VOLUNTÁRIA
DO NÍVEL DE EFICIÊNCIA
ENERGÉTICA DE EDIFÍCIOS
COMERCIAIS, DE SERVIÇOS E
PÚBLICOS.

Não é possível classificar apenas


o sistema de iluminação artificial.
Eficiência Energética de Edifícios
COMERCIAIS, DE SERVIÇOS E PÚBLICOS
Eficiência Energética de Edifícios
COMERCIAIS, DE SERVIÇOS E PÚBLICOS

Um dos parâmetros utilizado para a verificação do nível de eficiência de um edifício é a


densidade de potência de iluminação no ambiente, apresentada na tabela abaixo:
Exemplo: cálculo de DPIL

 Após determinada a quantidade lâmpadas a serem instaladas no ambiente


calculamos a potência total instalada:

Exemplo: sala de aula com 72,5m² de área, na qual estão instaladas 27 lâmpadas de
40W.

Neste caso a potência total instalada é (27x40W)= 1080W.


A densidade de potência instalada é: 1080W/72,5m² = 14,89W/m².

Consultando-se a tabela 4.2 (slide anterior) , para o caso teríamos a classificação “D”,
pois o valor de DPIL está dentro do limite do quarto intervalo.
Esta classificação não é a definitiva! Pois até o momento só temos um dos parâmetros
solicitados pelo INMETRO analisado, mas já poderia indicar a necessidade de escolher
uma lâmpada com maior eficiência luminosa.
 Podem haver lâmpadas diferentes no mesmo ambiente. Após determinada a
quantidade lâmpadas a serem instaladas no ambiente calculamos a potência total
instalada:

Exemplo: uma sala de escritório com 85m² de área, na qual estão instaladas 30
lâmpadas, sendo 20 lâmpadas de 25W cada uma e 10 de 32W cada uma.

Neste caso a potência total instalada é (25W x 20)+(32W x 10)= 820w.


A densidade de potência instalada é: 820W/85m² = 9,64W/m².

Consultando-se a tabela 4.2 (slide anterior) , para o caso teríamos a classificação “A”,
pois o valor de DPIL está dentro do limite do primeiro intervalo.

Esta classificação não é a definitiva! Pois até o momento só temos um dos parâmetros
solicitados pelo INMETRO analisado.
Exemplo: cálculo de DPIL
 IMPORTANTE:
Caso a lâmpada utilizada necessite de reator ou outro dispositivo de
controle o consumo destes elementos também deve ser considerado no
cálculo da potência do sistema.
Exemplo: se na sala de escritório com 85m² de área, na qual estão instaladas 30
lâmpadas, sendo 20 lâmpadas de 25w cada uma e 10 de 32w cada uma –
tivéssemos a necessidade de instalar reatores que consomem 4W acoplados a cada
duas lâmpadas a potência total instalada seria a seguinte:

Potência Total com uso de reatores:


[(25W x 20)+ (4W x 10)] + [(32W x 10) + (4W x 5)]= 880W.

A densidade de potência instalada é 880w/85m² = 10,35w/m². Classe “B”


Mecanismos de controle - catálogo

Mecanismos ou dispositivos de controle: tais como reatores, dimmers, sensores de


presença ou mesmo simples interruptores.
Luminárias - catálogo
1 - Exercício de Aplicação:
PROJETE O SISTEMA DE ILUMINAÇÃO
ARTIFICIAL DE UMA SALA DE AULA
 Projeto o sistema de iluminação artificial do espaço abaixo.
 Uso: Sala de aula (uso diurno de crianças e adolescentes).

4,00
1 - Defina o Fator de Utilização (n) a partir do “K” 3 - Escolha o tipo de Lâmpadas
e do potencial de reflexão das cores de teto, e colete os dados no catálogo de fornecedores abaixo
paredes e piso. • Utilize fator de fluxo luminoso do reator=0,9.

• As Lâmpadas utilizarão reatores de potência 4W.


Os reatores atenderão a duas lâmpadas.

2 - Escolha o Fator de Depreciação (d);


Para o caso optamos por Normal
e toda a vida útil da Lâmpada. d=0,80. 3000

4 – Calcule o número de Lâmpadas para a


manutenção da iluminância de norma, neste caso
é 300Lux.
5 – Calcule o DPIL Classifique a eficiência segundo o
que determina a Tabela 4.1.
 Verifique o espaçamento máximo entre eixos das luminárias a partir da relação abaixo:

 Caso a disposição espacial das Luminárias não fique adequada deve-se redimensionar o sistema.

 Neste caso pode-se alterar as Lâmpadas ou Luminárias.

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