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UNIVERSIDADE SANTA CECÍLIA

Arquitetura e urbanismo
Conforto Ambiental I

 NOTAS DE AULA – 02

Santos / 20 semestre 2020


Professor Cesar Capasso, Me.
Conforto Ambiental I – Temas abordados neste material:

Introdução aos conceitos gerais que embasam os temas do Conforto Ambiental:


 O Espaço como abrigo (arquitetura e o meio urbano);

 Introdução aos conceitos gerais que embasam os temas e a prática


do Desenvolvimento Sustentável e Processo de Urbanização de
Baixo Impacto Ambiental:

 Climatologia urbana, urbanização, impactos ambientais e


fenômenos climatológicos (exemplo “ilhas de calor” e outros);

 Parâmetros da superfície, parâmetros atmosféricos e urbanização;


Introdução aos conceitos gerais que embasam os temas e
a prática do Desenvolvimento Sustentável e Processo de
Urbanização de Baixo Impacto Ambiental:

A Arquitetura e o Urbanismo envolvem discussões relativas a diversas escalas de


intervenção, todas relacionadas a ação antrópica no meio.

Escalas: Do objeto – Do Ambiente - Do Edifício – Do Desenho Urbano, Do


Planejamento Urbano, Do Planejamento Estratégico...

As ações sobre o meio devem ser planejadas sistemicamente, considerando-se a


relação entre o planejamento e gestão do espaço nas diversas escalas.

Na disciplina Conforto Ambiental estudaremos os aspectos principais destas


intervenções nas diversas escalas de ação profissional do Arquiteto e Urbanista.

Neste material abordaremos especificamente o planejamento, o desenho urbano


e as suas relações com o meio ambiente habitado, o clima e a qualidade de vida.

Ressaltaremos o desenvolvimento sustentável da ocupação discutindo aspectos


do processo de urbanização – suas diretrizes, planejamento, gestão e resultados.
ASPECTOS DO BAIXO IMPACTO
AMBIENTAL E DESENVOLVIMENTO
SUSTENTÁVEL

(aplicado a intervenções na escala do


planejamento, desenho e gestão do
espaço urbano)
Fenômenos Climatológicos, Problemas
Ambientais e o Desenvolvimento
Sustentável
O processo de ocupação altera o ambiente adequando-o às necessidades
do homem, porém, nem sempre ele é isento de impactos ambientais,
e, por vezes, estes impactos geram diminuição na qualidade de vida da
população e alterações nos ecosistemas.
Para que o processo de humanização do espaço seja entendido, na
disciplina de Conforto Ambiental estudaremos alguns fenômenos que
impactam o meio e geram problemas ambientais e perda da qualidade
de vida da população local e contribuem para impactos ambientais de
dimensão global.
Apresentaremos dados que comprovam a relação entre alguns fenômenos
climatológicos, impactos ambientais e o processo de urbanização
segundo modelos que não garantem a qualidade do espaço gerado pelo
homem.
Apresentaremos o fenômeno conhecido como Ilha de Calor e leremos
artigos científicos de alguns outros exemplos clássicos.
Fenômenos Climatológicos, Problemas
Ambientais e Desenvolvimento Sustentável
ILHAS DE CALOR

Tema dos Artigos que serão disponibilizados para leitura:


• BURACO NA CAMADA DE OZÔNIO
• EFEITO ESTUFA
• CHUVA ÁCIDA
• EFEITOS DO DESMATAMENTO
• CAUSAS DAS TEMPESTADES, ENCHENTES E DESCARGAS ELÉTRICAS
• DESEQUILÍBRIO ECOLÓGICO
• FATORES QUE INFLUEM NO METABOLISMO
• VANTAGENS DA EXISTÊNCIA DE CONFORTO TÉRMICO
“MOSAICO URBANO” O uso do Solo Urbano altera
os padrões naturais do sítio? Parâmetros da
superfície e Parâmetros Atmosféricos.

Algumas tipologias de uso do solo presentes nas cidades:


1. Uso Residencial Horizontal – Baixo Padrão,
2. Uso Residencial Horizontal - Médio e Alto Padrões,
3. Uso Residencial Vertical – Baixo Padrão,
4. Uso Residencial Vertical – Médio e Alto Padrões.
5. Uso Comercial e Serviços,
6. Uso Industrial e Armazéns,
7. Uso Residencial e Comercial / Serviços,
8. Uso Residencial e Industrial / Armazéns,
9. Uso Comercial / Serviços e Industrial / Armazéns,
10. Garagens,
11. Equipamentos de Uso Público,
12. Escolas,
13. Terrenos Vagos,
14. Outros Usos,
15. Sem predominância.
“MOSAICO URBANO” O uso do Solo Urbano
altera os padrões naturais do sítio? SIM

Parâmetros da superfície e Parâmetros Atmosféricos.

ÁREA CONSTRUÍDA, TAXA DE OCUPAÇÃO, COEFICIENTE DE


APROVEITAMENTO, COEFICIENTE DE PERMEABILIDADE,
VEGETAÇÃO...

MATERIAIS, USOS, MÁQUINAS, EQUIPAMENTOS,


VEÍCULOS...

PRODUÇÃO DE CALOR, PARTÍCULAS LANÇADAS NA


ATMOSFERA, RUÍDOS, RESÍDUOS SÓLIDOS E LIQUIDOS,
CALOR ANTROPOGÊNCICO, ETC...
CLIMA REGIONAL

ESPAÇO URBANO

ATIVIDADE HUMANA
ESPAÇO CONSTRUÍDO

TRÁFEGO/AQUECIMENTO
INDÚSTRIAS
OBSTÁCULOS TIPO DE MATERIAL

CALOR ANTRÓPICO
INÉRCIA TÉRMICA POLUIÇÃO

EFEITO ESTUFA
EFEITO DE REFLEXÃO
NÚCLEOS DE
CONDENSAÇÃO
AUMENTO DA TEMPERATURA
NÉVOA

ILHA DE CALOR AUM. PRECIPITAÇÃO


Relação entre clima e meio urbano
Garcia, 1996 CLIMA URBANO
Quais os principais desafios atuais em relação à produção do
espaço quando o foco é a visão integradora dos condicionantes
Ambientais, Sociais, Econômicos e o provimento de melhores
condições para as gerações futuras?

 O Espaço como abrigo (arquitetura e o meio urbano);

 Orientação, latitude, longitude, altitude e a sua relação com o abrigo


(arquitetura e o meio urbano);

 Clima: elementos integrantes do clima e análise das zonas climáticas


Brasileiras;

 O metabolismo humano e os parâmetros de projetos que levam em conta o


conforto ambiental;

 Economia de energia na arquitetura e no meio urbano;

 Fenômenos climatológicos, poluição, resíduos e urbanização;

 Projetos integrados visando o conforto ambiental, economia de energia e


racionalização do consumo de bens naturais;
 Recursos renováveis e desenvolvimento sustentável;

 Tipologia, produção e consumo de energia (fontes limpas e renováveis);

 Zoneamento Bioclimático Brasileiro;

 Estratégias práticas do projeto integrado e do projeto bioclimático;

 Estratégias práticas para a mitigação do impacto ambiental gerado pela


ocupação humana;
UNISANTA
Arquitetura e urbanismo
Conforto Ambiental I

Tema:
ILHA DE CALOR _Climatologia Urbana

ênfase: - Caracterização do Fenômeno;

- Apresentação de dados relativos à Região Metropolitana de São


Paulo que indicam a sua ocorrência;

- Apresentação de análise dos dados e de possíveis Alternativas


Mitigadoras dos seus efeitos;
I Conceituação sobre o fenômeno;

O fenômeno está diretamente relacionado a ocupação humana


e ao crescimento desordenado de Áreas Urbanizadas.

É resultado direto das modificações dos parâmetros da


superfície e da atmosfera.

INTERVENÇÃO HUMANA MEIO AMBIENTE

INTERVENÇÃO HUMANA TIPOLOGIA DA OCUPAÇÃO


“Ilha de Calor”
PARÂMETROS ALTERADOS PELA URBANIZAÇÃO QUE PODEM
CONTRIBUIR PARA A OCORRÊNCIA DO FENÔMENO:

- ALTERAÇÕES NA COBERTURA VEGETAL;

- AUMENTO DAS SUPERFÍCIES IMPERMEABILIZADAS;

- ALTERAÇÕES DOS COEFICIENTES DE CONDUTIBILIDADE


TÉRMICA;

- CONCENTRAÇÃO DE EDIFÍCIOS QUE INTERFEREM NOS VENTOS;

- CONTAMINAÇÃO DA ATMOSFERA ATRAVÉS DA EMANAÇÃO DE


GASES;

- ENERGIA EMANADA DAS ATIVIDADES HUMANAS INTERNAS AO AMBIENTE


URBANO;
“Ilha de Calor”

POSSÍVEIS EFEITOS DA OCORRÊNCIA DO FENÔMENO:

- MODIFICAÇÃO DAS CORRENTES DE VENTO NA CIDADE;

- CONCENTRAÇÃO DE POLUENTES EM DETERMINADAS REGIÕES DA


CIDADE;

- AUMENTO DA PRECIPITAÇÃO NA CIDADE (INCLUSIVE CHUVAS


INTENSAS);

- ENCHENTES, INUNDAÇÕES E DESABAMENTOS;

- EXCESSO DE CALOR;

- DIMINUIÇÃO DA UMIDADE RELATIVA DO AR;


II Conceituação sobre Planejamento Urbano;

 A alternativa para o desenvolvimento de ocupações que não


impliquem em impactos ambientais negativos é o
PLANEJAMENTO E GESTÃO SISTÊMICOS DA URBANIZAÇÃO

CONSIDERANDO QUE:

INTERVENÇÃO HUMANA QUALIDADE AMBIENTAL

Efeitos diretos de modelos adequados: qualidade do ar, qualidade


sonora, ocupação adequada do sítio, conforto térmico, etc...
“Ilhas de Calor”

 A Metropolização e os processos de Conurbação são significativos


reflexos do crescimento desordenado das Cidades, fruto de Modelos
Urbanísticos que geram impactos ambientais negativos.

 CONSIDERANDO QUE:

INTERVENÇÃO HUMANA DEGRADAÇÃO AMBIENTAL

Efeitos diretos de modelos inadequados: poluição do ar, poluição sonora,


inundações, desbarrancamentos, ilhas de calor, etc...

QUESTÕES URBANAS QUE SE DESTACAM: POLUIÇÃO DO AR E ILHA DE CALOR


LOMBARDO (1.985)
“Ilhas de Calor”
Planejamento e Gestão do Ambiente Urbano:

• Área de conhecimento Multidisciplinar;

• Fundamentos físicos, ambientais, políticos, culturais, sociais,


econômicos, etc...

• Ele é reflexo das relações sociais de um determinado grupo em um


determinado momento histórico;

• Tem influência direta no desenvolvimento da Paisagem Urbana;

A climatologia urbana está diretamente relacionada ao Planejamento e


Gestão do Ambiente Urbano.
Microclimas sofrem influência direta dos parâmetros urbanísticos.
Vários fenômenos climatológicos são influenciados pelos parâmetros da
superfície e atmosférico.
“Ilhas de Calor”
Planejamento Urbano / Gestão Urbana (atualmente no
Brasil):

Considerações Básicas:
• Relacionado diretamente a Intervenções Estatais;
• É discutido em setores da sociedade civil organizada;
• Sistema de tomada de decisões com retro-alimentação do processo
decisório;

Objetivos Básicos:
• Preservação e manejo dos recursos naturais renováveis nas áreas
urbanas;
• Garantia da Qualidade de Vida da População Urbana;

Principal Instrumento relacionado à Política Urbana (ação direta)


• Plano de Diretor (Instrumento de responsabilidade municipal e instituído pela
Constituição Brasileira e citado no Estatuto da Cidade. Obrigatório para cidades
de população à partir de 20.000 Habitantes. Deve-se elaborar e revisar
periodicamente.)
III O Processo de Urbanização

NATUREZA HUMANIZADA CIDADES

modelo brasileiro: “Desenvolvimentista”


GRANDES MODIFICAÇÕES EM CURTO ESPAÇO DE
TEMPO REALIDADE COMPLEXA
(PROCESSO EM EVOLUÇÃO)

GRANDES CENTROS URBANOS


CONCENTRAÇÃO DA RIQUEZA
MIGRAÇÃO/ METROPOLIZAÇÃO

problemas ambientais
“Ilhas de Calor”

NATUREZA SEGUNDA:
Ambiente Natural alterado pela Ocupação Urbana.

É REFLEXO DIRETO DAS RELAÇÕES HUMANAS COM O MEIO AMBIENTE

CRESCIMENTO ANORMAL: - Menor qualidade de vida;


- Desequilíbrio ecológico;
- Ambiente extremamente artificial;
- Grandes concentrações humanas;

“a natureza destruída como tal, terá que ser reconstruída e reconstrói-se já num
outro plano, o outro nível, o de natureza segunda: a cidade e o urbano”
(Lefevre – 1969)
“Ilhas de Calor”

População Urbana Mundial - Evolução

9,3
“Ilhas de Calor”

População
Mundial Urbana e
Rural – Evolução
segundo a ONU
“Ilhas de Calor”

9,3
“Ilhas de Calor”

9,3
“Ilhas de Calor”

O Brasil e a Urbanização

http://esa.un.org/unpd/wup/unup/index_panel1.html
“Ilhas de Calor”

População
Urbana e
Rural -
Evolução no
Brasil,
segundo a
ONU
“Ilhas de Calor”

O Brasil e a Urbanização
Densidade Demográfica
“Ilhas de Calor”

O Brasil e a Urbanização
Áreas metropolitanas e
aglomerações urbanas
“Ilhas de Calor”

O Brasil e a Urbanização
Áreas metropolitanas e
aglomerações urbanas
“Ilhas de Calor”

A cidade de São Paulo e a Urbanização


Núcleo Inicial: colina entre os rios Tietê e Tamanduateí - 720 metros de
altitude avançando para as terras mais planas e baixas;

Num segundo momento: avança rumo à elevação conhecida pelos geógrafos


como espigão central, a 800 metros acima do nível do mar, sobre o qual hoje
se assentam bairros como Sumaré, Cerqueira César, Vila Mariana e Jabaquara;
O trecho mais alto desse corredor é a avenida Paulista, que até 1900 não
passava de um bucólico conjunto de chácaras e mansões.

Começo do Sec. XX: População da cidade, então com 240 mil habitantes

Ano de 2.000: População cresce 40 vezes e hoje se espalha até mesmo pelas
áreas antes de difícil acesso como a serra da Cantareira, uma muralha natural a
1.200 metros de altitude;
“Ilhas de Calor”

CLIMATOLOGIA URBANA / metodologia:

ESTUDAR A ORGANIZAÇÃO SÓCIO ECONÔMICA DO ESPAÇO METROPOLITANO;

ESTUDAR PARÂMETROS NATURAIS E REFERENTES AO USO DO SOLO URBANO;

TRABALHAR COM VÁRIAS ESCALAS DE ORGANIZAÇÃO CLIMÁTICA (REGIONAL,


MICROCLIMAS, ETC...)

EXECUTAR TRABALHOS DE CAMPO (MEDIÇÕES DE PARÂMETROS CLIMÁTICOS);

ANÁLISAR IMAGENS DE SATÉLITES METEREOLÓGICOS (SENSORIAMENTO


REMOTO E DO MEIO AMBIENTE)

Os primeiro estudos do clima urbano datam de 1.661 – Londres (EVELYN);


A cidade de São Paulo e a Urbanização – Região Metropolitana
“Ilhas de Calor”

A cidade de São Paulo e a Urbanização – Ano: 2000


Região Metropolitana de São Paulo: 18.700.938 habitantes.

Região Metropolitana de Campinas: 2.528.547 habitantes.

Região Metropolitana da Baixada Santista: 1.581.677 habitantes


IV Ilha de Calor na Metrópole de São Paulo

O Cidade de São Paulo e a Urbanização


Latitude S 23º32'52"

Longitude W 46º38'07"

Sub-região Centro

Distância da Sé

Município Limítrofes Juquitiba, Embu-Guaçu, Itapecerica da Serra, Embu, Taboão da Serra, Osasco, Santana de Parnaíba,
Cajamar, Caieiras, Mairiporã, Guarulhos, Itaquaquecetuba, Ferraz de Vasconcelos, Mauá, Santo André,
São Caetano do Sul, São Bernardo do Campo, Diadema, São Vicente e Itanhaém.
Acesso(s) principal(ais) Rodovia dos Imigrantes, Rodovia Pres. Castelo Branco, Via Anhanguera, Rododovia dos Bandeirantes,
Rodovia Presidente Dutra, Rodovia Fernão Dias, Rodovia Raposo Tavares, Via Anchieta, Rodovia Ayrton
Senna
Data de Aniversário 25/1

Desmembramentos ocorridos

Área Total 1509 Km2


Área Urbanizada 896 Km2
Área Dentro da Lei de Proteção 36,2 %
aos Mananciais
Área Fora da Lei de Proteção aos 63,8 %
Mananciais

População 10.705.757 hab.


Densidade Populac. 7.095 hab./Km2
TGC Anual 1991/2000 0,88 %

Taxa Urbanização 94,0 %


IV Ilha de Calor na Metrópole de São Paulo
A cidade de São Paulo, a Urbanização e o Clima Urbano:

Inicialmente São Paulo apresentava cinco climas, todos variações do


clima Tropical, marcados por:

- uma estação fria e seca, que se estende pelo outono e o inverno,

- uma quente e chuvosa, durante a primavera e o verão, com


temperaturas médias que variavam de 15º Celsius a 25º Celsius;

- de acordo com um estudo feito no Instituto de Astronomia, Geofísica e


Ciências Atmosféricas da USP, a temperatura média da cidade subiu
1,3º Celsius nos últimos 40 anos;

- Até os anos 60, a capital ainda era a Terra da Garoa, por causa da chuva
fina e assídua que se somava a um clima mais frio que o atual;
“Ilhas de Calor”

PLANEJAMENTO URBANO
Visão Holística

Clima Urbano: (um dos elementos a serem estudados)


- Sistema que abrange um determinado espaço, Mesoclima, incluído
no Macroclima – sofre influências Microclimáticas derivadas do espaço
urbano.

Ilha de Calor Metrópole de São Paulo: (um dos fenômenos


relacionados diretamente à qualidade de vida da população)

- Quais os possíveis efeitos desta “Ilha de Calor”?


- Quais os limites atuais?
- Quais as alternativas para Mitigação do Impacto Ambiental?
“Ilhas de Calor”

Segundo Eriksen (1.978) a Formação da Ilha de Calor pode ser


atribuída aos seguintes fatos:

-Efeitos da transformação de energia no interior da cidade, com formas


específicas (estruturas verticais artificialmente criadas), cores (albedo) e
materiais de construção (condutibilidade);

-Redução do resfriamento causado pela diminuição da evaporação


(poucas áreas verdes, transporte de água de chuva através da
canalização);

-Produção de energia antropogênica através da emissão de calor pelas


indústrias, trânsito e habitações;

* Todos presentes em São Paulo.


“Ilhas de Calor”

Uso do Solo Urbano: (proposta de caracterização)


15 classes são adotadas:
1. Uso Residencial Horizontal – Baixo Padrão,
2. Uso Residencial Horizontal - Médio e Alto Padrões,
3. Uso Residencial Vertical – Baixo Padrão,
4. Uso Residencial Vertical – Médio e Alto Padrões.
5. Uso Comercial e Serviços,
6. Uso Industrial e Armazéns,
7. Uso Residencial e Comercial / Serviços,
8. Uso Residencial e Industrial / Armazéns,
9. Uso Comercial / Serviços e Industrial / Armazéns,
10. Garagens,
11. Equipamentos de Uso Público,
12. Escolas,
13. Terrenos Vagos,
14. Outros Usos,
15. Sem predominância.
“Ilhas de Calor”

Imagens:
Residencial Residencial
Residencial vertical
horizontal baixo horizontal médio e
alto padrões baixo padrão
Mapa - Uso do Solo padrão

Industrial
Residencial Residencial,
e
vertical médio e Comercial e industrial e
armazéns
alto padrões serviços armazéns

Comercial.
Equipamentos de
Serviços, Terrenos Sem
uso público
industrial e vagos predominância
armazéns
“Ilhas de Calor”

Imagens: Algumas referências


“Ilhas de Calor”

Imagens: Algumas referências


“Ilhas de Calor”
Algumas referências
Imagens: – Linha branca: marginais do Tietê e Pinheiros
Linha vermelha: Espigão da Paulista (parcial)
“Ilhas de Calor”

Imagens: Algumas referências


“Ilhas de Calor”

Imagens: Algumas referências


Análise local do fenômeno;
Estratégia:
Massa térmica para aquecimento e aquecimento solar (48,1%)
Ventilação (10,8%)
Aquecimento Solar (10,4%)

Análise local:
Como observamos pela tabela, o uso de massa térmica e aquecimento solar, é
suficiente para se obter o conforto térmico durante o inverno em São Paulo,
enquanto que a ventilação mostra-se eficiente durante o verão. Porém os dados
lançados na carta bioclimática na maior parte das vezes são de estações
meteorológicas localizadas nos aeroportos, no caso afastados do centro e com
condições de urbanização diferentes. Deste modo, no centro da cidade de São Paulo
poderemos ter uma situação diferente devido a influência das "Ilhas de Calor".
“Ilhas de Calor”

Imagens: Algumas referências


“Ilhas de Calor”

Resumo: no centro da cidade

TEMPERATURA UMIDADE RELATIVA


(DIAS EXTREMAMENTE QUENTES – CENTRO DA CIDADE - MÁXIMAS)
DESCONFORTO

TEMPERATURA CAPACIDADE DE ABSORÇÃO


DO VAPOR D’ÁGUA RELATIVA
(DIAS DE VERÃO JUNTO A CORPOS D’ÁGUA – PRÓXIMO A ÁREAS VERDES E CORPOS D’ÁGUA -
MÍNIMAS)
“Ilhas de Calor”

ANÁLISE LOCAL

Limite Físico-Geográfico
Característica Marcante: Cercada ao
norte pela Cantareira e ao sul pela serra
do Mar, a maior metrópole brasileira se
encontra em um corredor que facilita a
entrada das massas de ar frio
provenientes da Antártica e das correntes
de ar carregadas de umidade do oceano
Atlântico, distante apenas 45 quilômetros
em linha reta - ainda hoje elementos
naturais responsáveispela temperatura
relativamente amena da cidade;
“Ilhas de Calor”
“Ilhas de Calor”

Uso do Solo

O calor com a queima de combustíveis


corresponde a um décimo da energia que a
cidade recebe do Sol;

Os veículos lançam ao ar 2,6 milhões de


toneladas de poluentes por ano - quanto mais
fumaça no ar, mais calor;

- São Paulo tem hoje 60 mil quilômetros de ruas


asfaltadas, que retêm calor e assim tornam a
cidade mais quente;
- 4 milhões de casas e prédios com a
predominância de materiais como o concreto;

A densidade de construções verticais alta


alguns bairros;
“Ilhas de Calor”

Imagem Satélite:

Banda Termal de Alto Ganho


“Ilhas de Calor”

Imagem processada
“Ilhas de Calor”

Isotermas
“Ilhas de Calor”

Clima:Modelo Digital de Terreno


A cidade apresenta 77 climas diferentes –
(vistos em uma concepção mais ampla, que,
além da temperatura e da umidade do ar,
considera os fatores que alteram as
características do clima e influenciam o bem-
estar das pessoas);

O resultado é um Mosaico que ganha


homogeneidade nos extremos da cidade, por
causa da proximidade com as serras da
Cantareira (ao Norte) e a do Mar (ao sul);

O mosaico se embaralha, com diferenças mais


acentuadas de temperatura, nas porções das
regiões Oeste e Sul próximas ao Centro;
“Ilhas de Calor”

Clima:Modelo Digital de Terreno


Há também uma certa uniformidade nos
bairros que circundam o Centro, num arco que
começa na Barra Funda, na Zona Oeste, passa
por Limão e Santana, na Norte, avança até
Penha e Vila Matilde, na Leste, e termina no
Sacomã, na Zona Sul da cidade;

Há variações de temperatura dentro dos


próprios bairros, em ruas ou praças, razão pela
qual esses climas também podem ser
chamados de microclimas;

No centro a densidade de arranha-céus é tão


elevada que surge o efeito oposto, as “ilhas de
frio” (os andares mais baixos não recebem a
luz do Sol);
“Ilhas de Calor”

Clima:Modelo Digital de Terreno


Tão elevada diversidade de climas não é
uma exclusividade de São Paulo, em
maior ou menor grau, existe também em
metrópoles mundo afora, como a Cidade
do México, Santiago, no Chile, e Buenos
Aires, na Argentina;
“Ilhas de Calor”

Temperatura
A diferença de temperatura, que
incomoda quem vive em São Paulo,
pode chegar a dez graus no mesmo
horário entre dois pontos próximos,
como o Parque Ecológico do Tietê e
a Marginal do Tietê, a dez
quilômetros um do outro;

Em bairros mais próximos da serra


do Mar, como Marsilac, por causa
da proximidade com a reserva de
Capivari-Monos, a temperatura é
bem mais baixa;
“Ilhas de Calor”

Desmatamento

A construção de casas, prédios e


indústrias pôs abaixo 87% da
vegetação nativa da capital
paulista;

A cidade perdeu um quinto de sua


vegetação natural entre 1990 e
2000;
“Ilhas de Calor”

Densidade Vegetação:

A cidade apresenta 200 quilômetros


quadrados de vegetação intacta no
município, o equivalente a 13% do seu
território (1.512 quilômetros quadrados),
distribuída conforme a imagem;

Hoje as árvores se concentram nos 39


parques estaduais e municipais e em
poucos bairros – (Jardins, Pinheiros,
Morumbi, Moema);

- À medida que se segue rumo a Capão


Redondo e Jardim Ângela, no miolo da
Zona Sul, o braço mais longo da cidade, a
cerca de 20 quilômetros do Centro, as
árvores escasseiam.
“Ilhas de Calor”

Sócio-ambiental:

A medida em que dirige-se a


Periferia ganha espaço uma
paisagem horizontal absolutamente
urbana, com prédios esparsos e
impressionantes conjuntos de casas
precárias;

Uma das principais causas de


tamanha variação de temperatura é
o desmatamento, associado a
loteamentos clandestinos e favelas
que se disseminam nos extremos da
cidade;
“Ilhas de Calor”

Densidade Populacional:

Há também uma forte influência da


circulação diária dos 3 milhões de carros
na cidade, a predominância de
pavimentação asfáltica;

4 milhões de casas e prédios com a


predominância de materiais como o
concreto;

A densidade de construções verticais é


alta alguns bairros;
Considerações e Conclusões;

ILHA DE CALOR: (fenômeno de grande influência no Clima Urbano -


Análise do Caso de São Paulo)

- Modelo clássico “DOMO” - A distribuição de isotermas mostra uma


tendência para o aumento da temperatura da periferia em direção ao
centro;

- A ilha de Calor segue o contorno da Cidade tanto no Verão quanto


no inverno;

- Favorecimento pelo sítio e pela disposição espacial da Mancha


Urbana;

- Parece que a sua configuração e evolução sofre alterações com a


ação dos Ventos;
“Ilhas de Calor”

- Apresenta grande declínio em direção ao Limite Rural /Urbano;

- Maiores variações do gradiente horizontal de temperatura à


tarde, intensificando-se até o período noturno;

- Tende a diminuir de madrugada, com o declínio da atividade


humana, associada às diferenças no balanço de radiação;

- Tende a diminuir aos domingos, assim com a concentração de


poluentes;
“Ilhas de Calor”

- No verão tende a intensificar as situações de instabilidade


atmosférica relacionadas ao gradiente horizontal de temperatura
(chega os 10oC) e precipitações (enchentes);

- No Inverno tende contribuir com o rebaixamento da umidade


relativa do ar e com os altos índices de poluição do ar;
Alternativas para Mitigação dos Impactos Negativos;

ILHA DE CALOR: (fenômeno de grande influência no Clima Urbano)


Reparo e Diretrizes do Caso de São Paulo:

REPLANEJAMENTO DO USO DO SOLO URBANO

- Implantação de Espaços Verdes intersticiais na mancha urbana;


- Garantia da Implantação de Espaços Verdes acompanhando o processo de
urbanização;
- Implantação de políticas de diminuição da densidade demográfica das áreas de
maior concentração populacional;
- Revisão dos parâmetros de densidade populacional, diminuindo-os, com novas
políticas de assentamento;
- Implementação de trabalhos educativos junto à população, informando sobre a
questão e sugerindo ações que reflitam diretamente sobre a gestão e uso do
solo urbano;

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