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RESUMO DA UNIDADE

Esta unidade trará temas que envolvem a perícia ambiental e a importância para
resguardar e elucidar as questões ambientais brasileiras. Neste trabalho foram
apresentados os seguintes temas: 1) Noções básicas à perícia ambiental,
enfocando nos princípios do direito ambiental, conceito sobre o meio ambiente e a
legislação brasileira; 2) Impactos e passivos ambientais, ecologia e seus recursos
naturais; 3) Perícia ambiental e seus objetivos, o papel do perito, a importância da
perícia e as etapas para elaboração de um laudo. O perito ambiental é um
profissional de extrema importância para auxiliar e fiscalizar as agressões
ocasionadas ao meio ambiente, na dimensão do meio físico, biótico e antrópico,
tanto na esfera pública como na esfera privada. O papel desse profissional é
concluir o caso periciado por meio de um laudo conclusivo com as respostas aos
quesitos judiciais com embasamentos técnicos, jurídicos e científicos. A atuação
nesse campo de trabalho é recente e tem um próspero caminho pela frente.

Palavras-chave: Meio Ambiente, Perícia Ambiental, Impactos Ambientais,


Passivos Ambientais, Perito.
ÍNDICE

CAPÍTULO 1 – NOCÕES BÁSICAS À PERÍCIA AMBIENTAL


1.1 Princípios do Direito Ambiental
1.2 Conceito de Meio Ambiente
1.3 Legislação Ambiental Brasileira
1.3.1 Perícia
1.3.2 Perícia Ambiental
1.3.3 Danos Ambientais
1.3.4 Lei de Crimes Ambientais
1.3.5 Principais Leis, Resoluções e Portarias na Área Ambiental

CAPÍTULO 2 – IMPACTOS E PASSIVOS AMBIENTAIS


2.1 Impactos e Passivos Ambientais
2.2 A Ecologia e os Recursos Naturais
2.3 Impacto e Poluição Ambientais
2.4 Passivos Ambientais
2.4.1 Identificação dos Passivos Ambientais
2.4.2 Quantificação dos Passivos Ambientais

CAPÍTULO 3 – PERÍCIA AMBIENTAL


3.1 Licenciamento, Auditoria e Perícia Ambiental
3.1.1 Licenciamento Ambiental
3.1.2 Auditoria Ambiental
3.1.3 Perícia Ambiental
3.2 O Papel do Perito
3.3 Quem pode ser Perito Ambiental
3.4 Nomeação do Perito
3.5 Honorários do Perito
3.6 Assistente Técnico
3.7 Quesitos da Perícia
3.8 Laudo Pericial
3.9 Elaboração de um laudo pericial.

REFERÊNCIAS
APRESENTAÇÃO DO MÓDULO

No capítulo um desta apostila, o meio ambiente é definido como um conceito


amplo e relacionado com tudo aquilo que está em volta, ele é a interação entre
elementos naturais, artificiais e culturais que propiciam o desenvolvimento
equilibrado da vida.
Neste capítulo, a legislação ambiental brasileira é apresentada. Sabe-se que
existe vasta legislação e normas no que diz respeito ao meio ambiente. Neste
capítulo, é dada maior atenção à Lei dos Crimes Ambientais, pois é por meio dela
que serão imputadas penalidades no que diz respeito aos impactos nocivos ao meio
ambiente. No entanto, as principais leis, resoluções e portarias na área ambiental
também são apresentadas.
Outro ponto apresentado no capítulo são os conceitos de perícia, perícia
ambiental e danos ao meio ambiente, uma vez que tudo que essas leis, resoluções e
portarias vão tutelar, estará relacionado a uma clara compreensão destes conceitos.
No segundo capítulo são abordados conceitos relacionados à ecologia, como
fatores abióticos e bióticos, conceito de população, comunidade, ecossistema,
biosfera, biota, habitat, nicho ecológico. É sabido que um bom perito ambiental é
aquele que tem uma boa fundamentação teórica, então uma clara compreensão
destes conceitos é indispensável ao bom exercício da profissão.
Além disso, este capítulo trata de impactos e poluição ambiental,
considerando diversos tipos de poluição ambiental – sonora, visual, hídrica, do solo
e atmosférica. Tratando-se de poluição ambiental, não poderia deixar de ser tratado
um tema de grande relevância na atualidade, que é o aumento dos gases do efeito
estufa e a possível correlação com o aquecimento global, dada a importância do
tema e os impactos ao meio ambiente relacionados. Assim, um panorama teórico
geral é apresentado ao aluno.
O capítulo também trata de um tema de extrema pertinência à perícia
ambiental que são os passivos ambientais, ou seja, as obrigações advindas da
probabilidade da ocorrência de impactos ao meio ambiente. Para que o aluno possa
ter uma boa compreensão sobre o tema, primeiramente, o conceito de passivo
ambiental é extensamente trabalhado e, posteriormente, é definido como o tema é
tratado pela lei. São apresentados também instrumentos que podem auxiliar na
identificação dos passivos ambientais, o Estudo de Impactos Ambientais (EIA) e o
Relatório de Impactos Ambientais (RIMA). Tais instrumentos são muito importantes
nesta temática, sendo o RIMA considerado um dos instrumentos mais transparentes
da perícia ambiental, que submete-se à apreciação pública.
O terceiro e último capítulo trata sobre os objetivos da perícia ambiental e sua
importância. A diferença entre licenciamento, auditoria e perícia ambiental também é
tratada nesse capítulo. Outro ponto apresentado é o papel do assistente técnico na
elaboração do laudo pericial, a importância dos quesitos a serem respondidos e a
função do laudo pericial. Para finalizar esse capítulo, são apresentados os quesitos
que devem conter um laudo pericial como a caracterização da área de estudo, o
diagnóstico ambiental e os impactos esperados na área.
CAPÍTULO 1
NOÇÕES BÁSICAS À PERÍCIA AMBIENTAL
CAPÍTULO 1 – NOÇÕES BÁSICAS À PERÍCIA AMBIENTAL

1.1 Princípios do Direito Ambiental


Durante milhares de anos, a poluição natural, que é resultado da
decomposição de microrganismos, da exalação de gases de plantas e vulcões,
dentre outros, conviveu harmoniosamente durante muito tempo. As atividades
humanas, durante muito tempo, ficavam localizadas em poucos locais e a escala de
poluição era bem menor conforme Barbieri (2007, p.37):
“A ação humana desde os primórdios tem contribuído para a
degradação do meio ambiente. No início, embora a ação
antrópica existisse, sua incidência sobre meio ambiente não
comprometia recursos naturais, pois as atividades humanas
executadas voltavam-se basicamente para sua própria
subsistência”.

Com o advento da Revolução Industrial, em meados do século XVIII, a


Europa e o resto do mundo viveram muitas transformações no que diz respeito às
bases econômicas e sociais na transição do modo de produção artesanal para o
modo de produção industrial e a base econômica passou a centrar-se na
acumulação e reprodução do capital.
Desde a transição e paralelo às transformações no espaço rural, observou-se
a migração da população para as cidades e, na fase em que ocorrem em conjunto à
acumulação e à reprodução do capital, somou-se à intensificação dos processos de
urbanização. A transferência dos locais de moradia e trabalho para a cidade
concentrou, ou melhor, adensou o uso do espaço e dos recursos e isso teve
consequências, como a degradação ambiental.
O crescente aumento da degradação ambiental é um assunto muito discutido
por vários autores. Segundo Faria (2002, p. 4):
O crescimento da utilização da ciência e da tecnologia na
exploração dos recursos naturais não pode, por si só, ser
responsabilizado pela degradação do meio ambiente, mas sem
dúvida constitui um dado importante na história recente da
relação sociedades com seus espaços. O modelo atual de
desenvolvimento do capitalismo, a globalização, está
sustentado por uma grande produção de conhecimentos
científicos, técnicos e tecnológicos, que impulsionam no
processo de produção e circulação de mercadorias, mas no
centro permanecem a remuneração do grande capital e o lucro
das grandes empresas.
O autor ainda fala que as grandes empresas interessadas nos lucros, ignoram
as riquezas naturais para transformá-las em capital, não adotando nenhuma medida
de prevenção e, sim, explorando sempre mais, causando grandes catástrofes
ambientais. Como por exemplo, há autores que afirmam a influência no clima global
devido ao desmatamento da Amazônia e há consenso sobre as consequências no
clima urbano devido ao rápido processo de urbanização e a qualidade do ar nas
cidades (FARIA, 2002, p.13).
Com o capitalismo concretizado mundialmente, a poluição ambiental teve um
aumento significativo, mas a preocupação e as consequências dessa poluição não
foram consideradas um problema naquele momento, pelo contrário, segundo
FARIAS et al (2010), a percepção na época era de que tudo podia ser extraído da
natureza e depois devolvido para ela, e a mesma seria responsável por promover a
sua própria recuperação. Contudo, a degradação ambiental já demonstrava diversos
sinais de que a terra estava chegando no limite da sua capacidade produtiva “com a
perda da biodiversidade, a redução da camada de ozônio, a contaminação das
águas, as mudanças climáticas decorrentes da intensificação do efeito estufa e
outros” (BARBIERI, 2007, p. 8).
Nesse contexto, muitos países procuravam formas e alternativas de um
desenvolvimento que integrasse a preservação da natureza e os recursos naturais.
Foi nesse cenário que começaram a surgir as principais conferências sobre as
questões ambientais no mundo.
Os problemas ambientais passaram a ser mais discutidos a partir da
Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente. Como um marco da
consciência ambiental, ela ocorreu em 1972 na cidade de Estocolmo, na Suécia,
contando com o apoio e representação de diversas nações na discussão entre
desenvolvimento e meio ambiente.
Após uma década da Conferência em Estocolmo, foi formada a Comissão
Mundial de Meio Ambiente e Desenvolvimento, implementada em 1983. Neste
encontro foram utilizados e caracterizados os conceitos de desenvolvimento
sustentável, ou sustentabilidade como o desenvolvimento que atende às
necessidades das gerações atuais, sem comprometer a capacidade das futuras
gerações terem suas próprias necessidades atendidas (UNESCO, 1972).
No ano de 1992, foi realizada, na cidade do Rio de Janeiro, a Conferência das
Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento, também conhecida
como Cúpula da Terra, Rio-92 ou Conferência do Rio, que foi considerada um marco
para questões ambientais no mundo. O encontro resultou na assinatura de cinco
importantes acordos ambientais: a Declaração do Rio sobre o Meio Ambiente e
Desenvolvimento; a Agenda 21, os Princípios para administração sustentável das
florestas; a Convenção da Biodiversidade; e a Convenção do Clima.
No ano de 1997, a cidade japonesa de Quioto sediou a Reunião Mundial
sobre o aquecimento potencial da atmosfera, onde ficou estabelecida uma meta
média de redução de 6% na emissão de gases de estufa nos países
industrializados, sendo o principal deles o dióxido de carbono. Esse tratado ficou
conhecido como “Protocolo de Quioto” (KAKU, 2002).
Outra reunião realizada em 2002 foi a Rio+10, também conhecida como
Cúpula de Johanesburgo ou Conferência Mundial sobre Desenvolvimento
Sustentável, realizada em Johanesburgo, África do Sul, e teve como objetivo
reavaliar e mostrar as conclusões e diretrizes propostas na Rio-92, discutir sobre
questões de preservação do meio ambiente e questões de cunho social, como a
pobreza. Um dos resultados dessa conferência foi a Declaração de Johanesburgo.
Contudo, não obtiveram resultados muitos significativos como o cancelamento das
dívidas dos países pobres e os países que fazem parte da Organização dos Países
Exportadores de Petróleo (Opep), não firmaram acordo de utilizar 10% dos recursos
renováveis.
Em 2012, na cidade do Rio de Janeiro aconteceu a Rio+20, onde foi feito um
balanço dos 20 anos que separam da Rio 92, a fim de reforçar o compromisso dos
Estados com a sustentabilidade e refletir sobre as ações adotadas desde então.
Esse encontro resultou no documento que tem como principais propostas a
erradicação da pobreza, integrar aspectos sociais, econômicos e ambientais no
desenvolvimento sustentável, a proteção dos recursos naturais, mudança no modo
de consumo, promoção do crescimento econômico sustentável, redução das
desigualdades e melhoria das condições básicas da vida. Esse documento ficou
conhecido como “O futuro que queremos”.
Considerando a Conferência de Estocolmo ocorrida em 1972, que é
considerada um marco para a proteção do meio ambiente, não apenas nos outros
países, o Brasil não ficou impassível das questões ambientais e passou a regularizar
e criar leis que as norteiam.
As sociedades atuais tentam viver de forma mais harmônica possível, para
administrar essas relações. O Direito exerce uma função fundamental para dirimir os
conflitos. O Direito Ambiental, mais especificamente, busca pela proteção do meio
ambiente restringindo a ação prejudicial, estabelecendo regras de condutas,
medidas coercitivas, penalidades e buscando responsabilizar os que infringem as
leis de proteção ambiental, mostra-se cada vez mais necessário devido à crise
ambiental já existente.
Quando a interação do homem com o meio ambiente torna-se desarmônica, o
Direito Ambiental, se necessário, intervém com sanções aos que descumprem as
leis. As punições para esses tipos de descumprimento podem ser desde a perda da
liberdade até o pagamento de multa.
A base do Direito é estruturada através dos princípios que sustêm e servem
como guia na criação de leis. A área do Direito Ambiental também possui seus
princípios que são estruturados pelas leis brasileiras e pelos acordos internacionais
que o Brasil assinou, sobre os quais faremos breves comentários.
• Princípio da Precaução: o meio ambiente só poderá ter alguma intervenção a
partir do momento que não haverá dúvidas em relação ao seu dano, é a incerteza
científica, se vai acontecer ou não, a dúvida. Este princípio tem como assunto
principal a prevenção da irreversibilidade do dano potencial, entendida como a
impossibilidade de volta à sua condição anterior.
• Princípio da Prevenção: muito semelhante ao princípio da precaução, o princípio
da prevenção busca estabelecer os cuidados que devem ser adotados para evitar
danos ambientais. Este princípio informa tanto o licenciamento ambiental como os
próprios estudos ambientais, que são realizados com conhecimentos já adquiridos
sobre uma determinada intervenção no ambiente.
• Princípio do Poluidor-Pagador: o usuário dos recursos naturais deve arcar com
todos os passivos destinados a tornar possível o seu uso. O primeiro aspecto que
obriga a indenizar todo e qualquer dano causado pelo poluidor; o segundo aspecto
diz respeito aos estudos e todas as licenças necessárias para não causar danos ou
deixar nos níveis aceitáveis. Contudo, esse princípio não é uma punição e nem dá o
direito ao pagador de poluir.
• Princípio da Responsabilização do Dano Ambiental: é a responsabilidade que o
poluidor enfrenta de reparar e indenizar, por meio de multas, as áreas afetadas
quando, mesmo usando de meios lícitos, por motivo de negligência ou imperícia,
acaba por provocar danos ao meio ambiente.
• Princípio da Publicidade ou Princípio da Informação: tem a finalidade de formar
a consciência ambiental, expandir o conhecimento por meio da educação ambiental,
a população em todos os seguimentos tem o direito de receber as informações, e
opinar. Todas as informações ambientais recebidas pelos órgãos públicos devem
ser transmitidas à toda a sociedade, excluindo-se as informações que estão em
segredo de Estado ou industrial.
• Princípio da cooperação internacional: fica definido em seu art. 4º, IX, a
“cooperação entre os povos e progresso da humanidade” da nossa Carta Magna, o
princípio nas relações internacionais da República Federativa do Brasil. Por meio de
convenções e tratados internacionais de diversos países, firmarem metas conjuntas
para a proteção do meio ambiente, a participação se tornará obrigatória a partir do
momento que o país decidir fazer parte e assinar os acordos, se comprometendo
com as metas conjuntas.
1.2 CONCEITO DE MEIO AMBIENTE

Tudo aquilo que nos cerca pode ser definido como meio ambiente. Para Melo
(2007), os vocábulos “meio” e “ambiente” implicam na noção daquilo que nos cerca,
que é periférico, que está ao redor, em torno de um centro. Para este autor, faz-se
necessária uma compreensão do meio ambiente a partir de uma visão biocêntrica,
que considere o homem como um ser integrado ao meio ambiente e não externo ao
mesmo. Portanto, o autor considera que é necessário contrapor-se à visão
antropocêntrica, que percebe o homem como o centro.
Outro ponto a ser considerado, é o fato de que o conceito de meio ambiente é
amplo, podendo ser percebido e estabelecido em diferentes perspectivas. Pode-se,
por exemplo, definir o que é o meio ambiente politicamente, biologicamente, ou até
mesmo concentrar sua definição relacionada a algum tema particular, como a saúde;
o que é o meio ambiente considerando a saúde (CARVALHO, 2004).
Se o meio ambiente for percebido no sentido biológico, pode-se dizer que ele
consiste na parte biótica (viva) e abiótica (física ou não viva). Nesta perspectiva, ele
regula a vida dos organismos, incluindo os seres humanos, e consiste na atmosfera,
hidrosfera, litosfera e biosfera. Podendo, ainda, ser dividido em: a) micro meio
ambiente; b) macro meio ambiente; c) meio ambiente abiótico (físico); d) meio
ambiente biótico (vivo). (BEGON et al., 2007).
a) O micro meio ambiente seria o que circunda o organismo de imediato, em
escala mais próxima;
b) O macro meio ambiente refere-se às condições abióticas e bióticas que
cercam o organismo externamente e em escala mais ampla;
c) Meio ambiente físico considera fatores e condições como, temperatura,
luminosidade, umidade, solo, minerais etc. Estes fatores estariam
compondo a atmosfera, litosfera e hidrosfera.
d) Meio ambiente inclui as formas de vida, plantas, fungos, animais e
microrganismos.
Quando se considera uma escala mais ampla, além da biologia, incluindo
outras áreas do conhecimento, como a sociologia, o conceito de meio ambiente,
torna-se, consequentemente, mais amplo. De acordo com Melo (2007, p.44):
Meio ambiente é o conjunto dos elementos abióticos (físicos e
químicos) e bióticos (fauna e flora), organizados em diferentes
ecossistemas naturais e sociais em que se insere o homem,
individual e socialmente, num processo de interação que
atenda ao desenvolvimento das atividades humanas, à
preservação dos recursos naturais e das características
essenciais do entorno, dentro dos padrões da natureza e dos
padrões de qualidade definidos.

Ainda neste sentido, de acordo com Dias e Marques (2011), o meio ambiente
é a integração dos ecossistemas naturais e artificiais, do solo, da água, do ar, do
patrimônio histórico, paisagístico e turístico. José Afonso da Silva (2000, p. 20)
salienta que:
O meio ambiente é, assim, a interação do conjunto de
elementos naturais, artificiais e culturais que propiciem o
desenvolvimento equilibrado da vida, em todas as suas formas.
A integração busca assumir uma concepção unitária do
ambiente, compreensiva dos recursos naturais e culturais.

Considerando-se a norma da lei sobre o meio ambiente, especificamente, no


Brasil, a definição estabelecida pela Lei nº 6.938/1981 dispõe que meio ambiente é
“o conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem física, química e
biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas”.
Neste sentido, a Constituição federal (CF) de 1988 tutelou alguns tipos de
ambiente, classificando-os em meio ambiente natural, meio ambiente artificial e meio
ambiente cultural. Além de estabelecer dois objetos passíveis de proteção
ambiental: o meio ambiente e a qualidade de vida (DIAS; MARQUES, 2011).
O meio ambiente natural é aquele caracterizado pelos aspectos físicos,
como o solo, subsolo, os mares, rios, a fauna e flora, tutelado pelo artigo 225 § 1º, I,
III e VII, da CF:
Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente
equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia
qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à
coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as
presentes e futuras gerações.
§ 1º - Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao
Poder Público:
I - preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais e
prover o manejo ecológico das espécies e ecossistemas;
III - definir, em todas as unidades da Federação, espaços
territoriais e seus componentes a serem especialmente
protegidos, sendo a alteração e a supressão permitidas
somente através de lei, vedada qualquer utilização que
comprometa a integridade dos atributos que justifiquem sua
proteção;
VII - proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as
práticas que coloquem em risco sua função ecológica,
provoquem a extinção de espécies ou submetam os animais a
crueldade.

Como meio ambiente artificial, podemos considerar as cidades, que são


espaços urbanos, formados pelo conjunto de edificações e equipamentos públicos
(DIAS; MARQUES, 2011). Segundo Fiorilo (2002, p. 21),
O meio ambiente artificial recebe tratamento constitucional não
apenas no art. 225, mas também no artigo 182, ao iniciar o
capítulo referente à política urbana; 21º, XX, que prevê a
competência material da União Federal de instituir diretrizes
para o desenvolvimento urbano, inclusive habitação,
saneamento básico e transportes urbanos; 5º, XXIII, entre
alguns outros.
O meio ambiente cultural, tutelado especificamente pelo artigo 216 da CF,
define-se como:
Art. 216. Constituem patrimônio cultural brasileiro os bens de
natureza material e imaterial, tomados individualmente ou em
conjunto, portadores de referência à identidade, à ação, à
memória, dos diferentes grupos formadores da sociedade
brasileira, nos quais se incluem:
I– as formas de expressão;
II – os modos de criar, fazer e viver;
III – as criações científicas, artísticas e tecnológicas;
IV – as obras, objetos, documentos, edificações e demais
espaços destinados às manifestações artístico-culturais;
V – os conjuntos urbanos e sítios de valor histórico,
paisagismo, artístico, arqueológico, paleontológico, ecológico e
científico.

A seguir, os principais pontos sobre a legislação brasileira acerca do meio


ambiente e suas caracterizações serão considerados, haja vista a importância
destas definições, tratando-se da perícia ambiental.

IMPORTANTE
O conceito de meio ambiente é amplo, podendo ser considerado sob diferentes
perspectivas e áreas do conhecimento, como a biologia e a sociologia. Atualmente,
a CF tutela a existência de três tipos de meio ambiente: natural, artificial e cultural,
sendo todos passíveis de preservação.

Saiba mais:
Vídeo sobre o assunto: https://www.youtube.com/watch?v=tPGtO8EFwwk
Acesse os links:
http://www.mma.gov.br/educacao-ambiental/politica-de-educacao-
ambiental/historico-mundial
https://www.senado.leg.br/atividade/const/con1988/con1988_06.06.2017/art_225_.a
sp
Observação: Considerando o tema, é importante que o aluno tenha conhecimento
do conceito de meio ambiente, para que possa compreender o que é passível de
preservação estabelecido na norma da lei.

1.3 LEGISLAÇÃO AMBIENTAL BRASILEIRA


A Constituição Federal de 88, no capítulo relacionado ao meio ambiente,
estabelece como forma de reparação do dano ambiental três tipos de
responsabilidade: civil, penal e administrativa, todas independentes e autônomas
entre si (SILVA, 2012).
Como meio de verificação tem-se as perícias. Perícias, de acordo com Fingini
et al. (2003), são operações designadas a ministrar esclarecimentos técnicos à
justiça. Nos tempos atuais, a perícia ambiental torna-se peça-chave dada a
velocidade das mudanças ocorridas que promovem transformações no meio
ambiente, de forma acelerada e acentuada, culminando, inclusive, na extinção de
espécies e ecossistemas (ALMEIDA et al., 2003).
No ano de 1988, com a publicação da Lei n o 9605 (Lei dos Crimes
Ambientais), a legislação ambiental brasileira começou a contar com mais de um
instrumento para a preservação do meio ambiente, por meio da responsabilização e
aplicação de sanções, penais e administrativas (MATTEI, 2006).
Antes de apresentar a Lei de crimes ambientais e suas normas, faz-se
necessária a definição dos seguintes conceitos: perícia, perícia ambiental e danos
ambientais.

1.3.1 PERÍCIA
A perícia é um meio de prova consistente promovida por parecer técnico de
pessoa habilitada. Ela presta-se a provar fatos de percepção técnica, que dependem
de conhecimento especializado. A perícia verifica e certifica, tendo a percepção,
observação e a apreciação, momentos de verificação. Ela tem caráter híbrido,
incumbindo às partes indicar assistente técnico e também apresentar quesitos. Em
suma, ela versa sobre fatos da causa que escapam ao conhecimento ordinário, pois
relacionam-se ao conhecimento específico. A perícia pode haver em qualquer área
onde houver controvérsia ou pendência (SILVEIRA, 2006; ASSIS, 2011).

1.3.2 PERÍCIA AMBIENTAL


A perícia ambiental presta-se à análise de acontecimentos relacionados com
o meio ambiente. A perícia é pautada na Lei dos Crimes Ambientais (n o 9605). As
atividades e análises técnicas serão realizadas à luz dos conhecimentos e de
metodologia científica, em uma ótica totalmente especializada, tendo como base
análises de provas concretas (IBRACAM, 2018; CORREIA, 2003).
Pode-se dizer que a atividade de perícia ambiental surge a partir do
crescimento da necessidade de avaliação dos danos cometidos ao meio ambiente e
a aplicação de multas e punição justas e pautadas na norma da lei. Deste modo, a
perícia ambiental é totalmente relacionada à lei que tutela os crimes ambientais, lá
constam as normas específicas, que descrevem como as análises devem ser
realizadas, bem como a metodologia coerente com análises acerca de danos contra
a fauna, flora, solo, água e ar (IBRACAM, 2018; PEINADO, 2006).
A investigação dos fatos será realizada levando-se em consideração as
causas e consequências do dano. Todos os dados, devem ser organizados em
laudos periciais, pareceres técnicos. Muitas vezes, a análise dos fatos requer
formação de uma equipe especializada de peritos e assistentes técnicos (IBRACAM,
2018; CORREIA, 2006).
O laudo possui todas as informações e é a prova final que será julgado pelo
juiz responsável. E ao juiz cabe a análise do laudo, a extensão dos dados e a
imputação da pena (IBRACAM, 2018; CORREIA 2006).
É importante salientar que, para atuar como perito, o profissional deve ser
registrado e inscrito no fórum da região onde deseja atuar e a escolha do
profissional para determinado processo é realizada por juiz responsável pelo caso.
Uma das profissões que na atualidade possui muitos quesitos relacionados com a
atividade de perícia ambiental é a engenharia ambiental, associada a cursos
técnicos de capacitação, além de cursos de capacitação para aqueles que se
especializam na área (IBRACAM, 2018).
No Brasil, a perícia ambiental tem evoluído dado o aprimoramento da
legislação e a rigidez nas leis tratando-se da conservação do meio ambiente e,
consequentemente, dos recursos naturais (IBRACAM, 2018).
Saiba mais:
Vídeo sobre o assunto: https://www.youtube.com/watch?v=DvcHTuK1y2g
Acesse o link:
https://ibracam.com.br/blog/categoria/legislacao-ambiental
Observação: É importante que o aluno tenha plena consciência de que um laudo
ambiental não pode ser de nenhuma forma subjetivo. Ele é concreto, baseado em
fatos e, além disso, é realizado sob a percepção de olhar especializado e
considerando as técnicas e a metodologia científica.

1.3.3 DANOS AMBIENTAIS

Quando o dano ambiental é considerado, um ponto que deve ser esclarecido é


que ele pode tanto afetar a coletividade, como estar relacionado à esfera individual,
o que permite que o indivíduo exija reparo do dano, seja patrimonial ou não. A
atividade do homem no meio ambiente está relaciona a impactos, sejam eles
positivos ou negativos e toleráveis ou não ao meio ambiente. Um ponto que deve ser
salientado é que nem todo dano ao meio ambiente é reparável. Na verdade, os
danos ao meio ambiente são de difícil reparo (SILVA, 2012). De acordo com Silva
(2012, p. 62), os danos ao meio ambiente apresentam as seguintes especificidades:
Os danos ao meio ambiente são irreversíveis; a
poluição tem efeitos cumulativos; os efeitos dos
danos ecológicos podem manifestar-se além das
proximidades vizinhas; são danos coletivos e difusos
em sua manifestação e no estabelecimento do nexo
de causalidade; tem repercussão direta nos direitos
coletivos e indiretamente nos individuais.

A partir de tudo que foi exposto fica claro que o dano ambiental é de difícil
reparo, e que por isso deve ser priorizada a sua prevenção.
No que diz respeito aos crimes ambientais, eles podem ser classificados, de
acordo com: contra a fauna; poluição dos recursos hídricos; poluição sonora;
poluição do ar; polução do solo; crimes contra o ordenamento humano e patrimônio
cultural.

ATENÇÃO
Tendo em vista que agora você tem uma clara noção sobre os conceitos de meio
ambiente, perícia ambiental e danos ambientais, você pode ter uma compreensão
mais rica da Lei de crimes ambientais. Atente-se bem às normas que serão
apresentadas.
1.3.4 LEI DE CRIMES AMBIENTAIS
Conforme já mencionado, a Lei 9.605/98 dispõe sobre as sanções penais e
administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente e dá
outras providências. De acordo com o Art. 2º,
Quem, de qualquer forma, concorre para as práticas dos
crimes previstos nesta lei, incide nas penas a estes cominadas,
na medida da sua culpabilidade, bem como o diretor, o
administrador, o membro de conselho e de órgão técnico, o
auditor, o gerente, o preposto ou mandatário da pessoa jurídica
que sabendo da conduta criminosa se outrem, deixar de
impedir a sua prática, quando podia evita-la.

Com relação à aplicação da pena, é importante ressaltar a imposição e a


graduação da penalidade, dada pelo Art 6º,
Art. 6º Para imposição e gradação da penalidade, a
autoridade competente observará:
I - a gravidade do fato, tendo em vista os motivos da
infração e suas consequências para a saúde pública
e para o meio ambiente;
II - os antecedentes do infrator quanto ao
cumprimento da legislação de interesse ambiental;
III - a situação econômica do infrator, no caso de
multa.

A lei é dividida em seções e elas estabelecem e normatizam os crimes contra


a fauna, a flora, a poluição e outros crimes ambientais, os crimes contra o
ordenamento humano e o patrimônio cultural e os crimes contra a administração
ambiental.
FIQUE ATENTO
É muito importante que você, aluno, consulte a Lei 9605/98 e se atenha às seções I,
II, III, IV e V, pois elas normatizam os crimes contra a fauna, a flora, a poluição e
outros crimes ambientais; os crimes contra o ordenamento humano e o patrimônio
cultural e os crimes contra a administração ambiental. Para o tema de perícia
ambiental é extremamente importante que o aluno tenha uma clara noção de quais
seriam os crimes tutelados pela lei.
Acesse o link: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9605.htm
1.3.5 PRINCIPAIS LEIS, RESOLUÇÕES E PORTARIAS NA ÁREA AMBIENTAL
A legislação ambiental brasileira é tida como uma das mais evoluídas do
mundo. De fato, existe um destacado arcabouço normativo visando a tutela
ambiental e regulamentação das atividades ligadas ao meio ambiente. A
Constituição Brasileira de 1988 estabeleceu, principalmente em seu artigo 225, a
importância da preservação e recuperação ambientais, determinando ser o meio
ambiente equilibrado essencial à sadia qualidade de vida e um direito de todos.
Assim, visando elucidar a temática, elencamos aqui as principais leis ambientais
brasileiras, responsáveis pela tutela jurídica do meio ambiente.
Dentro deste vasto campo, o devido enfoque foi dado à Lei de Crimes
Ambientais, devido à sua importância no que diz respeito à caracterização dos
crimes ambientais e à imputação das penas cabíveis. No entanto, é importante
considerar que a legislação ambiental brasileira é um campo vasto, são muitas leis,
resoluções e portarias que existem dentro do direito ambiental. Sendo assim, dada a
relevância do tema, abaixo serão listadas as principais:
 Lei da Política Nacional do Meio Ambiente – Lei 6.938/1981: esta lei institui a
Política Nacional do Meio Ambiente e o Sistema Nacional do Meio Ambiente,
dando diretrizes de que o poluidor é obrigado a indenizar os danos ambientais
que causar e que o Ministério Público pode propor ações de responsabilidade
civil ao meio ambiente, determinando ao poluidor a obrigatoriedade de
recuperação e/ou indenização dos prejuízos causados. A lei também dá
diretrizes sobre a obrigatoriedade de estudos e respectivos relatórios de
impacto ambiental.
 Lei de Recursos Hídricos – Lei 9.433/1997: esta lei institui a Política Nacional
de Recursos Hídricos e cria o Sistema Nacional de Recursos Hídricos.
Definindo a água como recurso natural limitado, dotado de valor econômico,
podendo ter múltiplos usos – consumo humano, produção de energia,
transporte, lançamento de esgotos. A lei prevê também a criação do Sistema
Nacional de Informações sobre Recursos Hídricos para a coleta de
tratamento, armazenamento e recuperação de informações sobre recursos
hídricos e fatores intervenientes em sua gestão.
 Novo Código Florestal Brasileiro – no 12.651/2012: ele normatiza a proteção
da vegetação nativa e revoga o Código Florestal Brasileiro de 1655. Desde a
década de 1990, a proposta de reforma do Código Florestal suscitou polêmica
entre ruralistas e ambientalistas.
 Lei do Parcelamento do Solo Urbano – 6.766/1979: esta lei estabelece
normas para loteamentos urbanos, proibidos em áreas de preservação
ecológica, em áreas onde a poluição representa perigo à saúde e em terrenos
alagadiços.
 Lei da Ação Civil Pública – Leis 7.347/1985 e 11.448/2007: a lei 7.347/1985
possui interesses um tanto difusos, ela trata da ação civil pública de
responsabilidade por danos causados ao meio ambiente, ao consumidor e ao
patrimônio artístico, paisagístico, de responsabilidade do Ministério Público
Brasileiro.
 Resolução CONAMA nº 357/2005: estabelece a classificação dos corpos de
água e diretrizes ambientais para o seu enquadramento; Lei 9.966/2000:
estabelece a prevenção, o controle e a fiscalização da poluição causada por
lançamento de óleo e outras substâncias nocivas e perigosas em águas sob
jurisdição nacional;
 Portaria do Ministério da Saúde no 518/2004: estabelece os procedimentos e
responsabilidades relativos ao controle e vigilância da qualidade da água para
consumo humano e seu padrão de potabilidade;
 Saneamento Básico – Lei 11.445/2007: estabelece diretrizes nacionais para o
saneamento básico;
 Áreas de Preservação Permanente / Código Florestal – Lei 4.771/1965:
institui o novo Código Florestal e define áreas de preservação permanente e
reserva legal;
 Resolução CONAMA nº 302/2002: dispõe sobre os parâmetros, definições e
limites de Áreas de Preservação Permanente de reservatórios artificiais e o
regime de uso do entorno;
 Unidades de conservação – Lei 9.985/2000: cria o Sistema Nacional de
Unidades de Conservação – SNUC;
 Zoneamento Industrial nas Áreas Críticas de Poluição – Lei 6.803/1980:
dispõe sobre as diretrizes básicas para o zoneamento industrial nas áreas
críticas de poluição;
 Substâncias controladas e poluentes – Resolução CONAMA nº 23/1996:
regulamenta a importação e uso de resíduos perigosos;
 Resolução CONAMA nº 257/1999: estabelece que pilhas e baterias que
contenham em suas composições chumbo, cádmio, mercúrio e seus
compostos tenham os procedimentos de reutilização, reciclagem, tratamento
ou disposição final ambientalmente adequados;
 Resolução CONAMA nº 267/2000: proibição de substâncias que destroem a
camada de ozônio;
 Resolução CONAMA nº 358/2005: dispõe sobre o tratamento e a disposição
final dos resíduos dos serviços de saúde e dá outras providências;
 Agrotóxicos – Lei 7.802/1989: dispõe sobre a pesquisa, a experimentação, a
produção, a embalagem e rotulagem, o transporte, o armazenamento, a
comercialização, a propaganda comercial, a utilização, a importação, a
exportação, o destino final dos resíduos e embalagens, o registro, a
classificação, o controle, a inspeção e a fiscalização de agrotóxicos, seus
componentes e afins, e dá outras providências;
 Resolução CONAMA nº 334/2003: dispõe sobre os procedimentos de
licenciamento ambiental de estabelecimentos destinados ao recebimento de
embalagens vazias de agrotóxicos.
 Artigo 225 caput da Constituição Federal/1988: ele versa sobre o meio
ambiente estabelecendo: que todos têm o direito ao meio ambiente
ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia
qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de
defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.

ATENÇÃO
Conforme foi possível perceber, existe uma grande quantidade de legislação
pertinente à área de preservação ambiental. Aqui foram salientadas apenas as
principais normativas, que versam sobre diversos tópicos que abrangem a área,
como as penalidades cabíveis às infrações cometidas ao meio ambiente, normativas
para a realização de estudos e relatórios de impactos ao meio ambiente, criação de
áreas de preservação permanente, uso de agrotóxicos, preservação dos recursos
hídricos, dentre outros temas. Sendo assim, embora o tema seja amplo, o perito
ambiental deve ter um conhecimento acerca das normativas principais, para o bom
exercício da sua função.
CAPÍTULO 1 – RECAPITULANDO

QUESTÕES DE CONCURSOS
Questão 1
Ano: 2012 Banca: FEPESE Órgão: FATMA Prova: Advogado Nível: Superior
Considerando a Lei de Crimes Ambientais (Lei nº 9.605/98), assinale a alternativa
correta:
a) O crime de destruição de floresta de preservação permanente não admite
modalidade culposa.
b) Perseguir espécimes da fauna silvestre sem permissão, licença ou autorização da
autoridade competente é caracterizado como crime contra o meio ambiente.
c) Aquele que pratica experiências para fins didáticos ou científicos com animais não
incorre, em nenhuma hipótese, na pena prevista para o crime de maus tratos aos
animais.
d) A liberação de balões de festa junina capazes de provocar incêndios não
caracteriza crime contra a flora.
e) A alteração do aspecto de edificação protegida — isto é, tombada em função de
seu valor histórico ou cultural — caracteriza infração administrativa e enseja a
responsabilidade civil para reparação do dano, mas não configura delito de natureza
criminal.

Questão 2
Ano: 2012 Banca: FCC Órgão: TRF 5º Região Prova: Analista Judiciário Nível:
Médio.
Em matéria de crimes ambientais (previstos na Lei n o 9.605/1998) e da
responsabilidade das pessoas jurídicas,
a) a lei prevê apenas a responsabilidade civil e administrativa da pessoa jurídica e
penal de seus representantes legais.
b) a responsabilidade penal da pessoa jurídica depende da verificação de dolo do
administrador.
c) a responsabilidade das pessoas jurídicas não exclui a das pessoas físicas,
autoras, coautoras ou partícipes do mesmo fato.
d) caberá apenas a responsabilidade civil quando a infração for cometida por
decisão de seu representante legal, ou de seu órgão colegiado, no interesse ou
benefício da sua entidade.
e) pelo princípio constitucional da individualização da pena, não caberá, em hipótese
alguma, a responsabilidade penal da pessoa jurídica.

Questão 3
Ano: 2012 Banca: CESGRANRIO Órgão: Petrobras Prova: Advogado Nível: Superior
Sobre responsabilidade por danos ambientais e meios judiciais de proteção
ambiental, sabe-se que a:
a) Administração Pública não pode ser considerada responsável por danos
ambientais que decorram da omissão de seu dever de fiscalizar, ainda que contribua
diretamente para a degradação ambiental.
b) comprovação dos danos causados ao meio ambiente não é exigida, no caso de
ação civil pública de responsabilidade pelo derramamento de óleo em águas
marítimas.
c) execução judicial de termo de ajustamento de conduta depende de laudo
comprobatório dos danos ambientais causados que tenham dado origem àquele.
d) pessoa física ou jurídica que contribua indiretamente para a ocorrência de um
dano ambiental pode ser considerada poluidora.
e) formação do litisconsórcio passivo é obrigatória nas ações judiciais que tenham
como objetivo a reparação de danos ambientais.

Questão 4
Ano: 2012 Banca: FCC Órgão: TCE-AP Prova: Analista de Controle Nível: Médio.
O desenvolvimento sustentável visa atender às necessidades do presente sem
comprometer as possibilidades de as gerações futuras atenderem suas próprias
necessidades. Esta afirmação se baseia em duas ideias:
a) Todos os recursos naturais são infinitos e qualquer dano ambiental causado pelo
homem é reversível.
b) Os recursos naturais não são suficientes nem para a geração atual e os danos
ambientais causados pelo homem são sempre irreversíveis.
c) Muitos recursos naturais são finitos e danos ambientais causados pelo homem
podem ser irreversíveis.
d) Os recursos naturais são suficientes para muitas gerações e todos os danos
ambientais causados pelo homem são reversíveis.
e) Os recursos naturais já estão praticamente esgotados e qualquer dano ambiental
causado pelo homem é reversível.

Questão 5
Ano: 2016 Banca: IADHED Órgão: Prefeitura de Araguari – MG Prova: Procurador
Municipal Nível: Superior.
Qual princípio reconhecido, inspirador da conduta administrativa e com origem no
âmbito do direito ambiental, exige da Administração Pública a adoção de postura
preventiva com o fito de evitar que eventuais danos à coletividade ou ambientais
acabem por concretizar-se:
a) Princípio da premonição;
b) Princípio da antecipação;
c) Princípio da precaução;
d) Princípio do desenvolvimento sustentável.
e) Princípio da Verdade.

QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE


Em 1992, a cidade do Rio de Janeiro foi palco da Conferência das Nações
Unidas sobre o meio ambiente e Desenvolvimento, conhecida como Rio-92, essa
reunião teve uma importante contribuição para as questões ambientais. Quais foram
os cinco acordos assinados nessa reunião?

TREINO INÉDITO
Dentre as competências da função do perito técnico, assinale a alternativa que não
corresponde a sua função técnica:
a) Atuar como auxiliar da justiça e ser habilitado e nomeado pelo juiz para opinar.
b) Elaborar Laudo pericial além das informações prestadas por ele.
c) O perito técnico será fiscalizado pelo assistente técnico na execução de um laudo
pericial.
d) O perito atua nos crimes contra fauna, flora, poluição, ordenamento político,
administração pública e crimes de usurpação.
e) O perito julga os processos judiciais.

NA MÍDIA

BRASIL FALHA NA APLICAÇÃO DE LEIS AMBIENTAIS, DIZ ONU


Apesar de ter sido um dos primeiros no mundo a fortalecer legislação
ambiental, país falha na hora de punir infratores. Dificuldade em frear mortes de
ambientalistas é apontada como um dos principais desafios. Na história da evolução
das leis ambientais no mundo, o Brasil ganha um papel de destaque: poucos países
têm uma legislação tão ampla quanto a brasileira. Já em 1988, a Constituição
dedicava um capítulo todo ao meio ambiente, dando ao poder público a tarefa de
garantir a preservação para as gerações atual e futuras.
Embora reconheça esse feito do Brasil, um estudo global lançado nesta
quinta-feira (24/01) pelas Nações Unidas chama também atenção para falhas na
aplicação da legislação. "A implementação das leis ainda é fraca", diz Carl Bruch,
um dos autores do Relatório sobre o Estado do Direito Ambiental, da ONU Meio
Ambiente.
Entre os sinais mais alarmantes da falta de rigor no cumprimento das leis
ambientais no país, Bruch ressalta o número de assassinatos de ativistas. De 2000 a
2015, o relatório aponta que 527 ambientalistas foram mortos no Brasil. Honduras e
Filipinas são os próximos do ranking, com 129 e 115 assassinatos, respectivamente.
Data: 24 jan. 2019.
Leia a notícia na íntegra: https://www.bol.uol.com.br/noticias/2019/01/24/brasil-falha-na-
aplicacao-de-leis-ambientais-diz-onu.htm
NA PRÁTICA

No Brasil, a preocupação com as questões ambientais é recente, meados do


século XX; contudo, a legislação brasileira em relação às questões ambientais é
uma das mais rigorosas em comparação com outros países. O meio ambiente está
diretamente ligado ao desenvolvimento econômico e social, é nesse campo que o
judiciário entra especificamente com o direito ambiental, que busca não apenas a
preservação ambiental propriamente dita, mas, também compatibilizar o
desenvolvimento econômico e social com a preservação do meio ambiente.
É nesse sentido que se busca uma relação harmoniosa do homem com o
meio ambiente. Quando essa relação não é justa, as decisões sobre os
responsáveis passam para a esfera jurídica. É nesse cenário que o perito judicial
auxilia nas decisões do juiz, com a elaboração de um laudo técnico-científico
elucidando todas as questões levantadas no processo, a fim de explicar de forma
clara, objetiva e verídica os fatos ocorridos.
CAPÍTULO 2
IMPACTOS E PASSIVOS AMBIENTAIS
CAPÍTULO 2 – IMPACTOS E PASSIVOS AMBIENTAIS

2.1 IMPACTOS E PASSIVOS AMBIENTAIS


Este capítulo tem como objetivo trabalhar os impactos e os passivos
ambientais. No entanto, antes deste tema ser especificamente abordado, faz-se
necessária a compreensão de tópicos relacionados à ecologia, haja vista que uma
perícia ambiental bem-feita está estritamente relacionada com a capacidade de
fundamentação teórica do perito.

2.2 A ECOLOGIA E OS RECURSOS NATURAIS

A ecologia deixou de ser uma área restrita à biologia, ela é também uma
forma de pensar a relação do homem com a sociedade e com a natureza. Ecologia,
significa, atualmente, propor novas formas de desenvolvimento, voltadas à melhoria
da qualidade de vida e à preservação do meio ambiente (BEGON et al., 2007).
Como ciência, ecologia é a área que estuda os seres vivos e suas relações
com os outros seres vivos e com o meio ambiente. A palavra ecologia vem do grego
e significa o estudo da “casa” onde se vive (BEGON et al., 2007).
Dentro da ecologia temos alguns conceitos importantes, para a melhor
compreensão do meio ambiente, são eles:
 Fatores abióticos: são fatores físicos ou químicos, como, por exemplo,
temperatura, pH, salinidade, luminosidade etc.
 Fatores bióticos: organismos vivos;
 População: conjunto de organismos da mesma espécie que vivem juntos,
quando consideramos o mesmo espaço e tempo;
 Comunidade ou biocenose: conjunto de populações que vivem em
determinado local no mesmo espaço e tempo;
 Ecossistema: é formado pela parte biótica e abiótica. Como exemplo de
ecossistema podemos citar desde uma ferida até uma floresta tropical.
 Biosfera: é o conjunto de ecossistemas, são as regiões que compõem o
globo terrestre.
 Biota: conjunto de seres vivos que habitam determinado ambiente geológico,
por exemplo, biota lagunar (seres que habitam lagoas), biota marinha (seres
que habitam o ambiente de água salgada, biota terrestre (seres que habitam
áreas continentais).
 Habitat: é o local onde os organismos vivem, como se fosse o endereço
deles;
 Nicho ecológico: é o papel do organismo no local, como se fosse a sua
profissão.
A perícia ambiental, considerando todas as características do meio ambiente
em homeostase (ou seja, em equilíbrio), visa encontrar desequilíbrios, percebendo
suas causas e compreendendo as suas consequências. Deste modo, pode-se dizer
que a perícia ambiental visa detectar alterações que ocorrem no meio físico,
biológico e antrópico. Sendo que o meio físico, englobaria o solo, a água e o ar. Já
a parte biótica, biológica, englobaria os seres vivos – animais, plantas,
microrganismos, fungos (LAZZARINI, 2005).
Recursos naturais são bens extraídos da natureza de forma direta ou indireta,
que são transformados para a utilização pelo homem. A Lei 6.938/81 considera
recursos ambientais a atmosfera, as águas interiores, superficiais e subterrâneas,
os estuários, o mar territorial, o solo, o subsolo e os elementos da biosfera. Tais
recursos podem ser divididos em renováveis e não renováveis. Se após o uso, os
recursos podem ser renovados, são ditos renováveis. A fauna, a flora, entre outros,
podem ser considerados passíveis de renovação. Por outro lado, existem os
recursos não renováveis, por exemplo, a água e o petróleo (FREITAS, 2019).
A reflexão acerca do que são recursos renováveis e não renováveis é muito
importante, porque as características dos recursos implicam diretamente na forma
de utilização dos mesmos. Por exemplo, os recursos renováveis devem ser
utilizados racionalmente de forma que o seu uso permita a sua renovação; já os
não renováveis devem ser utilizados de forma que não deixem de existir (FREITAS,
2019).
Embora o termo “recursos naturais” seja muito utilizado para fazer menção
aos recursos advindos do meio ambiente, a legislação brasileira adotou,
preferencialmente o termo “recursos ambientais”.
Tratando-se dos recursos, um outro termo frequentemente utilizado é o “valor
ambiental”. Valor sugere um conceito de bem ou serviço. No caso dos serviços
ambientais, os economistas iniciam o processo de mensuração do valor
distinguindo entre valor de uso e valor de não uso do bem ou do serviço ambiental
(COSTA, 2018).
O valor de uso (VU) refere-se ao uso efetivo ou potencial que o recurso pode
prover. Por exemplo, o valor que os indivíduos estão dispostos a pagar para visitar
determinado parque ou conservar determinadas espécies, que possuem interesse
econômico (COSTA, 2018).
O valor de não uso (VNU) ou valor intrínseco ou, ainda, valor de existência,
é um valor que reside nos recursos ambientais. O valor que determinado ambiente
tem por si próprio, não considerando a relação que possui com os seres humanos.
É um valor quando consideramos o uso efetivo no presente ou no futuro (COSTA,
2018).
O conceito de valor é muito importante, pois ele está diretamente relacionado
às estimativas dos danos ao meio ambiente quando medidas mitigatórias ou
aplicação de penas como, por exemplo, as multas. De acordo com Marques e
Comune (1996):
Existe a necessidade de valorar corretamente os bens e
serviços do meio ambiente, entendidos no desempenho das
funções: provisão de matérias primas, capacidade de
assimilação de resíduos, amenidade, estética e recreação,
biodiversidade e capacidade de suporte às diversas formas de
vida no planeta Terra. Há, também, necessidade de procurar
integrar esses valores apropriadamente estimados, às decisões
sobre a política econômica e ambiental e aos cálculos das
contas econômicas nacionais.

ATENÇÃO
É muito importante que o aluno tenha domínio sobre estes conceitos ecológicos,
pois eles darão fundamentação teórica aos peritos. Lembrem-se sempre, um bom
perito é aquele que tem boa fundamentação teórica. Fique sempre atento a isso!

Saiba mais:
Vídeos sobre o assunto:
https://www.youtube.com/watch?v=0STcZt0DXxw
https://www.youtube.com/watch?v=zsUZc703JOw
Acesse os links:
https://www.sobiologia.com.br/conteudos/bio_ecologia/ecologia.php
https://inf.ufes.br/~neyval/Gestao_ambiental/Tecnologias_Ambientais2005/Ecologia/
CONC_BASICOS_ECOLOGIA_V1.pdf
INDICAÇÕES BIBLIOGRÁFICAS
BEGON, M., TOWSEND, C.R. & HARPER, J.L. Ecologia: de indivíduos a
ecossistemas. 4 ed. Porto Alegre: Artmed, 2007.
ODUM, E. P. & BARRET, G. W. Fundamentos da Ecologia. São Paulo: Thompson
Learning, 2007.
RICKLEFS, R. E. 2010. A economia da natureza. 6ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara
Koogan, 2010.

2.3 IMPACTO E POLUIÇÃO AMBIENTAL


Impacto ambiental
De acordo com Milaré (2001, p. 15), ao discutir a legislação ambiental
brasileira, na terminologia do Direito Ambiental,
A palavra impacto aparece com o sentido de ‘choque ou
colisão’ (sólidos, líquidos ou gasosos), de radiações ou de
formar diversas de energia, decorrentes das realizações de
obras ou atividades com danosa alteração do ambiente natural,
artificial, cultural ou social.

O impacto ambiental tem uma ou mais causas e é resultado da ação humana


no meio ambiente. De acordo com Oliveira-Filho (2013), o quadro atual de
degradação das condições ambientais possui sua raiz na exploração desenfreada
dos recursos naturais, ocasionando muitos problemas como: emissão de gases
estufa, chuva ácida, poluição de rios, inundações, assoreamento, lixo, uso excessivo
de agrotóxicos, desmatamento, degradação dos solos, deslizamento de encostas.
De acordo com a resolução do CONAMA no 001/86, Art 1º, impacto ambiental
é:
Qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e
biológicas do meio ambiente, causadas por qualquer forma de
matéria ou energia resultante das atividades humanas que
direta ou indiretamente, afetam:
I. A saúde, a segurança e o bem estar da população;
II. As atividades sociais e econômicas;
III. A biota;
IV. As condições estéticas e sanitárias do meio ambiente;
V. A qualidade dos recursos ambientais.

Ao interpretar a resolução do CONAMA no 001/86, fica claro que qualquer


atividade que o homem exerça no meio ambiente provocará um impacto ambiental.
No entanto, a resolução não deixa claro se o impacto é negativo ou positivo, ou seja,
ambos os tipos são impactos ambientais. Infelizmente, a maioria dos impactos ao
meio ambiente ocasionados pelo homem são negativos, resultando em poluição
ambiental. Dada a importância deste tema, agora ele será tratado especificamente .
Poluição ambiental
De acordo com Livro 1 (SÁNCHES, 2013), o verbo poluir é de origem latina,
pollure, e significa manchar, sujar. Poluir é profanar a natureza, sujando-a.
Em muitos países, a incorporação de temas ambientais no debate público
ocorreu nos anos ou décadas após o tema ter acedido à agenda internacional. No
Brasil, as primeiras leis que explicitamente visavam à proteção ambiental tratavam
principalmente de temas relacionados à poluição. Neste sentido, muitos problemas
denominados ambientais foram relacionados intimamente à noção de poluição
(SÁNCHES, 2013).
Há diversos tipos de poluição, como a sonora, visual, hídrica, solo,
atmosférica, dentre outras. Dada a importância deste tema, quando consideramos a
temática da perícia ambiental, segue uma breve descrição sobre os principais tipos
de poluição.
 Poluição sonora: é um tipo de poluição comum em centros urbanos, ou com
aglomerado de pessoas, que gera barulho excessivo. Este tipo de poluição
pode ser gerado, por exemplo, pelo trânsito e equipamentos de construção. É
um tipo de poluição associada a danos à saúde humana. Segundo a
Organização Mundial de Saúde, o volume máximo de sons que devemos
ouvir, está na ordem de 65 decibéis. No entanto, muitos ambientes em
grandes centros urbanos estão associados a barulhos com volumes maiores
que estes (PEINADO, 2019).

 Poluição visual: é causada pelo excesso de publicidade em cartazes,


outdoors e placas espalhadas em ambientes urbanos. O que constitui em
uma grande concentração de estímulos visuais. Embora, aparentemente,
possa não parecer agressiva, a poluição visual pode intensificar ou gerar
estresse. Além disso, pode tornar o ambiente menos confortável para a
ocupação humana (PEINADO, 2019).

 Poluição hídrica: consiste na degradação dos recursos hídricos, resultando


na poluição de lagos, rios, córregos e também dos mares e oceanos. Está
frequentemente associada ao derramamento indevido de esgotos, mas
também à poluição de áreas de bacias hidrográficas. A poluição destas áreas
e as chuvas fazem com que o lixo seja conduzido aos cursos de água. Já
quando se consideram os oceanos e lagos, uma causa de poluição frequente
é o derramamento de petróleo (PEINADO, 2019).

 Poluição do solo: ocorre associada à poluição generalizada dos solos,


afetando as atividades econômicas e o ambiente ao redor. Os lixos
armazenados em aterros consistem no principal tipo de poluição do solo.
Nestes locais, há a produção de um lixo tóxico conhecido como chorume, que
penetra no subsolo e pode atingir o lençol freático. Em cemitérios, pode
acontecer o mesmo processo (PEINADO, 2019).

 Poluição atmosférica: envolve a poluição do ar em geral, que tem como


principal causa a emissão de poluentes, pelas fábricas, escapamento de
automóveis, processos frequentemente associados à queima de combustíveis
fósseis. Sendo assim, a queima do petróleo e seus derivados, além do carvão
mineral, é a principal causa deste tipo de poluição. Os efeitos da poluição
atmosférica são diversos. Segundo o Painel de Mudanças Climática (IPCC)
da Organização das Nações Unidas (ONU), as atividades humanas têm
gerado uma maior concentração de gases causadores de efeito estufa, sendo
o principal deles o CO2, intensificando o problema do aquecimento global
(PEINADO, 2019).

Atualmente, a poluição atmosférica tem sido muito debatida, dada a sua relação
com o aquecimento global, em decorrência do aumento, na atmosfera, de gases
associados ao efeito estufa. O efeito estufa é um fenômeno natural e extremamente
importante para a manutenção da vida na terra. Por meio deste efeito, a terra
consegue manter temperaturas médias globais compatíveis com a vida. O efeito
estufa funciona da seguinte forma, o sol emite calor que incide na terra, parte dele é
absorvida pela terra e parte é refletida de volta para o espaço. No entanto, uma
parcela da radiação irradiada pela superfície fica retida na atmosfera em decorrência
da presença de gases de efeito estufa, que impedem que o calor seja totalmente
dissipado no espaço. Permitindo a manutenção do equilíbrio energético e evitando a
ocorrência de grandes amplitudes térmicas; por isso o nome efeito estufa, é como se
uma grande estufa fosse formada (Figura 1) (SOUSA, 2019).

Figura 1. Funcionamento do efeito estufa.

Fonte: SILVA, R. W. C; PAULA, B. L. (2009, p. 43)

Quando consideramos os gases do efeito estufa, são quatro os principais: o


dióxido de carbono, o gás metano, óxido nitroso, gases fluoretados e vapor de água.
Conforme mencionado, o efeito estufa é um efeito natural, o que acontece é que nas
últimas décadas ele tem sido intensificado pelo aumento da concentração de gases
relacionados a este efeito na atmosfera. Fatores como atividade industrial, uso de
transportes, desmatamento e aumento da produção agrícola, estão relacionados
com o aumento do efeito estufa (SOUSA, 2019).
O aumento de gases do efeito estufa na atmosfera tem sido associado a
mudanças climáticas, o que ficou conhecido como o aquecimento global. Nesta
lógica, quanto mais gases estufa são emitidos, mais o quadro de aquecimento se
intensificaria. No entanto, é importante ressaltar que este ainda é um tema de muito
debate na comunidade científica. Existe uma parcela desta comunidade que
discorda desta relação entre o aquecimento global e a emissão de gases do efeito
estufa. Estes pesquisadores argumentam que o aquecimento elevado é apenas
mais uma fase de oscilação climática na terra, fazendo parte da sua dinâmica.
Embora não haja unanimidade de opinião com relação a este tema, seu debate é de
extrema importância, tendo em vista as consequências do aquecimento global
(SOUSA, 2019).
O aquecimento global implica em severas consequências na dinâmica climática
da terra e também pode afetar a biodiversidade do planeta. Segundo a IPCC, as
consequências seriam:
 Derretimento das calotas polares e aumento do nível do mar.
 Agravamento da segurança alimentar, prejudicando as colheitas e a
pesca.
 Extinção de espécies e danos a diversos ecossistemas.
 Perdas de terras em decorrência do aumento do nível do mar,
provocando também ondas migratórias.
 Escassez de água em algumas regiões.
 Inundações nas latitudes do norte e no Pacífico Equatorial.
 Riscos de conflitos em decorrência da escassez de recursos naturais.
 Problemas de saúde provocados pelo aumento do calor.
 Previsão de aumento da temperatura em 2ºC até 2100, comparado ao
período pré-industrial (1850 a 1900).

IMPORTANTE
Faz parte da construção do conhecimento científico e, de certo modo, da
metodologia científica o debate pautado na experimentação científica. Sendo assim,
para uma visão crítica do processo científico e até mesmo para a construção de
cidadãos críticos, o debate de diferentes proposições é essencial. Alunos, fiquem
sempre atentos às diferentes abordagens e estudos acerca de um mesmo tema,
grande parte do conhecimento é construído como base em um panorama geral
sobre o tema!
SAIBA MAIS
Vídeos sobre o assunto: http://usptalks.prp.usp.br/pt/tag/efeito-estufa-pt/
Acesse o link:
https://nacoesunidas.org/tema/ods13/
Observação: É extremamente importante a atualização constante do profissional da
área ambiental na temática da poluição, sendo a poluição atmosférica um dos tipos
de poluição mais amplamente debatidos dado o aquecimento global ser, em partes,
produto deste tipo de poluição.

INDICAÇÕES BIBLIOGRÁFICAS
BERLW, B. & CLARKE, T. Ouro azul: como grandes corporações estão se
apoderando da água do planeta. São Paulo: M. Books, 2003.
CHIARAVALLOTI, R. M. & PÁDUA, C. V. Escolhas sustentáveis. São Paulo:
Urbana, 2017.
CRETON, J. C. & STHEL, M. S. A ciência do aquecimento global. Rio de Janeiro:
Quartet, 2011.

Uma vez que os conceitos de impacto e poluição ambientais foram


apresentados, o tema dos passivos ambientais, que envolve o conjunto de
obrigações que as empresas têm com a natureza e com a sociedade, pode ser
agora apresentado. É importante ressaltar que este tema é de extrema relevância à
perícia ambiental.

2.4 PASSIVOS AMBENTAIS


Quando se trata do tema passivos ambientais, as discussões são amplas,
pelo fato deste tema estar relacionado a multas, penalidades e violações de leis
ambientais. Embora seja um tema muito abrangente, os passivos ambientais podem
ser definidos como obrigações adquiridas em decorrência de transações anteriores
ou presentes, que provocaram ou provocarão danos ao meio ambiente ou a
terceiros de forma voluntária ou involuntária, os quais deverão ser indenizados por
meio da entrega de benefícios econômicos ou prestação de serviços no futuro
(GALDINO et al., 2002).
Deste modo, passivos são exigibilidades, incluindo-se os passivos
contingentes (MACHADO, 2002). Ludícibus (2000, p. 148) define exigibilidade
contingente, segundo uma definição clássica, como: “Uma exigibilidade contingente
é uma obrigação que pode surgir, dependendo da ocorrência de um evento futuro.
Entretanto, é preciso observar que muitos passivos estimados dependem da
ocorrência de eventos futuros”.
De acordo com Machado (2002), passivos contingentes são as obrigações
advindas da probabilidade de ocorrência de determinada transação ou eventos
futuros, normalmente ligados à incerteza.
De forma mais simplificada, passivos ambientais são as obrigações
(financeiras, econômicas, sociais etc.) necessárias para preservar, recuperar e
proteger o meio ambiente. A identificação do passivo ambiental diz respeito não só à
sanção a ser aplicada por um dano já realizado ao meio ambiente, mas também as
medidas de prevenção de danos ambientais que têm reflexos econômico-financeiros
(ARAYA, 2013).
Para a ONU (RIBEIRO, 2006, p. 77-78), há três tipos de obrigações
provenientes dos passivos ambientais:
 Legais: provenientes de instrumentos com força legal
(legislações, penalidades impostas por lei etc.);
 Justas: refletem as obrigações que a empresa é obrigada
a cumprir, por fatores éticos e morais, independentemente de
lei;
 Construtivas: a empresa se propõe espontaneamente a
cumpri-las, extrapolando as exigências legais.

O passivo ambiental passa a existir quando houver a obrigação da entidade


prevenir, reduzir ou retificar um dano ambiental, sob a premissa de que a entidade
não possui condições para evitar esta obrigação. É importante também para a sua
exigibilidade que o passivo ambiental possa ser razoavelmente estimado (ARAYA,
2013).
Para que o passivo ambiental seja determinado, evidentemente, ele deve ser
identificado. Neste sentido, é muito importante tratar da identificação dos passivos
ambientais.
2.4.1 IDENTIFICAÇÃO DOS PASSIVOS AMBIENTAIS
Segundo Kraemer (2003), para o levantamento de passivo ambiental devem
ser realizadas algumas atividades básicas, a saber:
 Inspeção ambiental da organização ou processo a ser analisado;
 Documentação fotográfica dos itens de passivo encontrados;
 Identificação dos processos de transformação ambiental que deram origem
aos itens de passivo identificados;
 Caracterização ambiental dos itens de passivo e de seus processos
causadores;
 Hierarquização dos itens de passivo, em termos de sua representatividade,
assim como de seus processos causadores.
Ainda segundo Kraemar (2003), quando os levantamentos de passivo
ambiental demandam ainda atividades relativas à proposição de ações corretivas e
preventivas, devem ser realizadas as seguintes tarefas complementares:
 Estabelecimento de ações corretivas e preventivas para cada item de passivo
identificado;
 Orçamento das ações propostas, considerando recursos humanos, técnicos e
logísticos necessários, assim como eventuais serviços de terceiros.
Outros instrumentos que podem auxiliar na identificação de passivos
ambientais são: O Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e o Relatório de Impacto
Ambiental (RIMA) (MACHADO, 1995). Dada a importância destes instrumentos, é
necessária uma descrição mais detalhada do caráter dos mesmos.
O EIA é um dos instrumentos utilizados para identificar, prevenir e
compensar alterações prejudiciais ao meio ambiente produzidos por
empreendimentos ou ações com significativo impacto ambiental (MOURA, 2006). De
acordo com Moura (2006),
O uso deste instrumento no licenciamento ambiental visa
minimizar, mitigar ou compensar os impactos causados, ou até
mesmo evitá-los quando o Estudo de Impacto Ambiental e as
manifestações públicas demonstrarem que a ocorrência de
impactos é ambientalmente inaceitável e que os benefícios à
sociedade serão maiores na hipótese da não realização do
empreendimento proposto pelo Estado ou pela iniciativa
privada.
A Resolução CONAMA nº 001/86 Art 6º define que o EIA desenvolverá as
seguintes atividades técnicas:
I – Diagnóstico ambiental da área de influência do projeto
completa descrição e análise dos recursos ambientais e suas
interações, tal como existem, de modo a caracterizar a situação
ambiental da área, antes da implantação do projeto,
considerando:
a) o meio físico – o subsolo, as águas, o ar e o clima,
destacando os recursos minerais, a topografia, os tipos e
aptidões do solo, os corpos d’água, o regime hidrológico, as
correntes marinhas, as correntes atmosféricas;
b) o meio biológico e os ecossistemas naturais – a fauna e a
flora, destacando as espécies indicadoras da qualidade
ambiental, de valor científico e econômico, raras e ameaçadas
de extinção e as áreas de preservação permanente;
c) o meio socioeconômico – o uso e ocupação do solo, os
usos da água e a sócio economia, destacando os sítios e
monumentos arqueológicos, históricos e culturais da
comunidade, as relações de dependência entre a sociedade
local, os recursos ambientais e a potencial utilização futura
desses recursos.
II – Análise dos impactos ambientais do projeto e de suas
alternativas, através de identificação, previsão da magnitude e
interpretação da importância dos prováveis impactos
relevantes, discriminando: os impactos positivos e negativos
(benéficos e adversos), diretos e indiretos, imediatos e a médio
e longo prazos, temporários e permanentes; seu grau de
reversibilidade; suas propriedades cumulativas e sinérgicas; a
distribuição dos ônus e benefícios sociais.
III – Definição das medidas mitigadoras dos impactos
negativos, entre elas os equipamentos de controle e sistemas
de tratamento de despejos, avaliando a eficiência de cada uma
delas.
IV – Elaboração do programa de acompanhamento e
monitoramento (os impactos positivos e negativos, indicando
os fatores e parâmetros a serem considerados).

O EIA é realizado por uma equipe de profissionais que são remunerados pelo
empreendedor. O EIA dá origem ao RIMA e este é avaliado também por uma equipe
multidisciplinar do Órgão Ambiental. O RIMA também se submente à apreciação
pública, consistindo, portanto, em um dos instrumentos mais transparentes do meio
ambiental.

IMPORTANTE
O Estudo de Impactos Ambientais e Relatório de Impactos Ambientais são de
extrema importância na definição dos Passivos Ambientais. Deste modo, é muito
importante que os profissionais que desenvolvam o EIA e o RIMA sejam
especialistas, da mesma forma que é imprescindível uma equipe multidisciplinar.

2.4.2 QUANTIFICAÇÃO DOS PASSIVOS AMBIENTAIS


Conforme descrito anteriormente, os impactos ao meio ambiente geram
passivos ambientais. A contabilidade é a área da ciência que participará na
estimativa monetária destes passivos. Deste modo, surge a gestão ambiental, que é
um conjunto de ações que a empresa desenvolve no sentido de minimizar ou
eliminar os efeitos da degradação do processo produtivo da empresa (MARQUES et
al., 2016). A seguir, o conceito de contabilidade ambiental será apresentado com
maiores detalhes, dada a importância do tema no que se refere aos passivos
ambientais. Outro conceito melhor discutido será o de gestão ambiental.

Contabilidade ambiental
A contabilidade ambiental pode ser conceituada segundo Carvalho (2012, p.
111) “como o destaque dado pela ciência aos registros e evidenciações da entidade
referentes aos eventos relacionados ao meio ambiente”.
Em outras palavras, pode ser definida como o resultado positivo ou negativo
que a fabricação ou desenvolvimento de um produto ou realização de um serviço
provoca no meio ambiente. Ela irá refletir nos ativos e passivos ambientais, além de
demonstrar ao usuário a modificação ocorrida no patrimônio líquido decorrente do
fato ambiental ocasionado pela empresa (COSTA, 2012).
A contabilidade ambiental tem como finalidade segundo Ribeiro (2005, p. 45):
Identificar, mensurar e esclarecer os eventos e transações
econômico-financeiros que estejam relacionados com a
proteção, preservação e recuperação ambiental, ocorridos em
um determinado período”.
No entanto, esta prestação de contas por parte da empresa, que deve ser
realizada não é uma tarefa fácil de ser executada pelo profissional contábil. Ao
compreendermos melhor o termo contabilidade e as suas características, fica clara a
compreensão de porque o tema é tão complexo. Deste modo, a seguir, a
contabilidade como área da ciência será considerada conjuntamente com a temática
ambiental, para que fiquem claras as dificuldades enfrentadas.

A contabilidade é a ciência que estuda os métodos de cálculo e registro da


movimentação financeira de uma empresa, e surge em decorrência da necessidade
do proprietário controlar seu patrimônio. No início, a contabilidade prestava-se
apenas ao controle, sendo restrita ao registro. No entanto, como o passar do tempo
e em decorrência da complexidade da estrutura social, política, econômica e
ambiental, outros agentes passaram a ter interesse pelas informações geradas pela
contabilidade, como a mensuração em valores de danos ao meio ambiente (ROVER
et al., 2003).
De acordo com Rover et al. (2006, p. 42), assim, a contabilidade se viu:
Envolvida em discussões variadas como a mensuração de
ativos inatingíveis, na reavaliação de ativos, nos efeitos de
variações de preços ou impactos ambientais, uma vez que os
fatos contábeis decorrem de situações reais e exigem meios
adequados de evidenciação.

Considerando que as entidades se utilizam dos recursos naturais para


suprirem suas necessidades, o impacto das atividades das empresas no meio
ambiente deve ser contabilizado (ROVER et al., 2003). De acordo com Ferreira
(2003, p. 7):
A contabilidade, como meio de informações das transações e
eventos econômicos, passíveis de mensuração, realizados
pelas empresas e entidades, não pode ficar à margem das
discussões sobre os problemas ecológicos e a busca por meios
para resolvê-los. A abordagem social da contabilidade obriga-a
a participar ativamente da pesquisa sobre como informar os
eventos realizados pelas organizações que podem afetar o
meio ambiente e, concomitantemente, cuidar da mensuração
destes efeitos.
Contudo, como afirmam Tinoco e Kraemer (2004, p. 168):
Existem poucos dados quantitativos disponíveis sobre o valor
econômico e social total da informação de custos ambientais, já
que as empresas, em sua maioria não divulgam e muitas não
os apuram.
Em suma, percebe-se que a contabilidade ambiental é todo registro, controle,
evidenciação, mensuração e reconhecimento dos fatos contábeis com a finalidade
de fornecer informações aos usuários da contabilidade relativa à área ambiental,
refletindo a realidade econômica e financeira da entidade (MARQUES et al., 2016).
Embora o conceito seja de fácil compreensão, pode-se perceber como esta temática
de contabilização dos recursos ambientais pode ser problemática; tanto por se tratar
de um tema de difícil valoração monetária como pela negligência de muitas
empresas. De acordo com Ferreira (2011), a contabilização dos eventos
relacionados ao meio ambiente é um procedimento complexo e pode gerar dúvidas
ao profissional contábil, pois é necessário estabelecer valor monetário a bens ou
serviços.
Apesar das dificuldades, Rover et al. (2006) atentam para a necessidade de
as estimativas serem realizadas da melhor forma possível, utilizando-se da
contabilidade. Os custos ambientais, caso não reconhecidos no momento de seu
fato gerador, representarão no futuro, passivos ambientais não reconhecidos, ou
seja, repercutirão negativamente (ROVER et al., 2006).
Gestão ambiental
Conforme descrito anteriormente, a gestão ambiental envolve a tomada de
ações pela empresa que exclua ou minimize o efeito ambiental negativo decorrente
do seu processo produtivo na natureza (MARQUES et al., 2016). Além disso, a
gestão ambiental envolve práticas sustentáveis dentro da própria empresa, como
consumo consciente dos recursos naturais, reutilização e reciclagem.
Sendo assim, Ferreira (2011, p. 27) descreve que o processo de gestão
ambiental envolve elementos como:
O estabelecimento de políticas, planejamento, um plano de
ação, alocação de recursos, determinação de
responsabilidades, decisão, coordenação, controle, entre
outros.
Conforme pode ser notado, estas ações são semelhantes às pertinentes ao
sistema de gestão tradicional, facilitando medidas que promovam o desenvolvimento
produtivo e o lucro econômico com menor impacto possível ao meio ambiente. É
importante salientar que a gestão ambiental é relevante quando ela apresenta
benefícios superiores aos custos e danos gerados pelo processo operacional.

FIQUE ATENTO
Conforme o aluno pode perceber, a estimativa dos passivos ambientais além de ser
coordenada por meio de estudos e relatórios ambientais, está integrada à
contabilidade, constituindo o que se conhece como contabilidade ambiental. Neste
sentido, surge também a gestão ambiental que é um conjunto de medidas
mitigatórias aos danos ambientais causados pelo processo produtivo da empresa.
Ou seja, o campo referente aos passivos ambientais é vasto e merece devida
atenção do aluno!
CAPÍTULO 2 – RECAPITULANDO

QUESTÕES DE CONCURSOS
Questão 1
Ano: 2015 Banca: VUNESP Órgão: TJ-MS Prova: Juiz Substituto Nível: Superior.
Segundo estabelecido na Política Nacional do Meio Ambiente, entende-se por
poluição a degradação da qualidade ambiental resultante de atividades que, direta
ou indiretamente:
a) lancem matérias em dissonância com a qualidade tecnológica fixada pelas
normas da ABNT.
b) afetem 70% das interações de ordem física do meio ambiente.
c) prejudiquem a saúde, a segurança e o bem-estar da população.
d) afetem as condições sociais ou fitossanitárias da biota.
e) criem condições favoráveis às ações políticas e econômicas.

Questão 2
Ano: 2015 Banca: CESGRANRIO Órgão: LIQUIGÁS Prova: Engenheiro Junior Nível:
Superior
A degradação da qualidade ambiental resultante de atividades que, direta ou
indiretamente, prejudiquem a saúde, a segurança e o bem-estar da população é
denominada:
a) processo ecológico
b) poluição do meio ambiente
c) estudo prévio de impacto
d) impacto ambiental regional
e) princípio de predominância de interesse

Questão 3
Ano: 2016 Banca: AOCP Órgão: Prefeitura de Valença - BA Prova: Técnico
Ambiental. Nível: Médio
Considerando a poluição do solo em áreas rurais, qual, dentre as alternativas a
seguir, é considerada uma prática que intensifica a poluição do solo?
a) Substituir o fertilizante sintético pelo adubo natural.
b) Utilizar técnicas de manejo de culturas em que aplica-se a rotação dessas
culturas.
c) Explorar minas a céu aberto para a extração mineral.
d) Dar preferência ao uso de práticas conservacionistas ao invés de práticas
vegetativas para evitar a erosão do solo.
e) Utilizar o controle biológico de pragas que destroem a microfauna dos solos.
Questão 4
Ano: 2013 Banca: IBFC Órgão: PC-RJ Prova: Perito Criminal Nível: Superior.
Uma política estabelecida pela Resolução CONAMA nº 001/86 traz uma série de
procedimentos de estudos ambientais para a implantação de empreendimentos, que
inclusive são de acesso público. Assim, identifique a alternativa que incide
procedimentos dentro desta resolução.
a) EIA/RIMA, definidos como estudos de impactos ambientais e relatório de impacto
ao meio ambiente
b) EIA/RIMA, definidos como estudo inicial ambiental e relatório indicador de meio
ambiente.
c) PDA, potencial de degradação ambiental.
d) PDA/RIMA, sendo potencial de degradação ambiental e relatório indicador de
meio ambiente.
e) EIA/ PDA, como estudo inicial ambiental e potencial de degradação ambiental.

Questão 5
Ano: 2015 Banca: IF-RS Órgão: IF-RS Prova: Professor Nível: Superior.
De acordo com o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, as
mudanças observadas atualmente no sistema da Terra não têm precedentes na
história humana. Os esforços de desacelerar o ritmo ou tamanho das mudanças,
inclusive maior eficiência de recursos e medidas de mitigação, tiveram resultados
modestos e não reverteram as mudanças ambientais adversas. A respeito destas
mudanças, assinale a alternativa INCORRETA:
a) Os aumentos da temperatura média acima dos limiares em algumas localidades
têm levado a impactos significativos na saúde humana, como a maior incidência de
casos de malária.
b) A maior frequência e gravidade dos episódios climáticos, como enchentes e
secas, num patamar inédito, afetam tanto os bens naturais quanto a segurança
humana.
c) Fatores múltiplos e interconectados, como secas combinadas com pressões
socioeconômicas, afetam a segurança humana.
d) Perdas significativas da biodiversidade e constante extinção de espécies estão
afetando o suprimento de serviços ecossistêmicos, como o colapso de diversas
atividades pesqueiras e a perda de espécies usadas para fins medicinais.
e) O descongelamento acelerado da camada de gelo no Ártico, bem como o
derretimento de geleiras, devido à amplificação do aquecimento global, é uma
mudança abrupta, porém reversível.

QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE

O termo “aquecimento global” tem sido muito utilizado para falar das mudanças
climáticas devido ao aumento de gases do efeito estufa Essa mudança climática
implica em drásticas consequências na dinâmica climática da terra e também pode
afetar a biodiversidade do planeta, quais são essas consequências?

TREINO INÉDITO
É um tipo de poluição comum nas cidades, aglomerações de pessoas, aeroportos,
casas de show, construções, entre outros. Este tipo de poluição não acumula no
meio ambiente como outras fontes poluidoras. Além do incômodo causado, há a
alteração da audição e a diminuição da qualidade de vida das pessoas. Em relação
à afirmação, qual das alternativas está correta:
a) Poluição das Águas
b) Poluição dos Rios.
c) Poluição dos Solos.
d) Poluição Sonora.
e) Poluição dos Bichos.

NA MÍDIA
Passivo ambiental é um histórico da contaminação do ser humano em
áreas localizadas
O passivo ambiental representa o sacrifício de benefícios econômicos que
serão realizados para a preservação, recuperação e proteção do meio ambiente, de
forma a permitir a compatibilidade entre o desenvolvimento econômico e o meio
ecológico ou em decorrência de conduta inadequada em relação às questões
ambientais. Diz respeito não só às sanções por degradação ambiental, mas também
às medidas empresariais para a prevenção de danos ambientais que têm reflexos
econômico-financeiros.
Esse processo compromete tanto o presente quanto o futuro da empresa,
exemplificado nas situações em que a empresa tem de assumir a responsabilidade
pelas consequências de suas atividades operacionais, como o depósito de resíduos
no meio ambiente. Para a identificação do passivo ambiental das empresas, entre as
formas possíveis, estaria o uso das informações contidas tanto no Estudo de
Impacto Ambiental (EIA) quanto no Relatório do Impacto ao Meio Ambiente (RIMA).
Fonte: Revista Ad Normas.
Data: 30 out. 2018.
Leia a notícia na íntegra: https://revistaadnormas.com.br/2018/10/30/passivo-ambiental-e-
um-historico-da-contaminacao-do-ser-humano-em-areas-localizadas/

NA PRÁTICA
A utilização de tantos recursos naturais e a degradação do ambiente resultou
em grandes ameaças ao planeta terra como aquecimento global, doenças
provenientes de poluição e desmatamento, por exemplo. A busca por um meio
ambiental mais sustentável por parte da comunidade internacional construiu leis e
políticas ambientais destinadas a resguardar uma relação menos degradante entre o
homem e o meio ambiente.
Atualmente, o Brasil é um dos países que tem um sistema complexo de
proteção ao meio ambiente, contando com o esforço conjunto dos três poderes, por
meio dos instrumentos legais protetores da natureza. Um desses instrumentos é o
Estudo de Impacto Ambiental (EIA) que tem como objetivo avaliar as consequências
ambientais decorrentes de uma ação ou projeto, além de trazer medidas de redução
dos problemas. O EIA faz parte da política nacional do meio ambiente que delibera
sobre quais atividades devem elaborar o diagnóstico e o Relatório de Impacto
Ambiental (RIMA). Esse documento é uma forma de cuidar do interesse público e
uma importante ferramenta para o desenvolvimento sustentável.
CAPÍTULO 3 – PERÍCIA AMBIENTAL

3.1 LICENCIAMENTO, AUDITORIA E PERÍCIA AMBIENTAL

3.1.1 LICENCIAMENTO AMBIENTAL


A legislação ambiental brasileira está em acordo com tratados ambientais
internacionais, assinados por diversos países com objetivo de alcançarem algumas
metas para diminuir e prevenir eventuais impactos ambientais. Assim, as legislações
ambientais brasileiras representam alternativas à normatização, contudo, elas
precisam ser aplicadas e fiscalizadas nas diferentes atividades que possam afetar o
meio ambiente.
Para entender o licenciamento ambiental, é necessário saber que ele tem um
caráter preventivo, significa que é um processo administrativo realizado pelo órgão
ambiental competente visando a eventualidade de prever danos ambientais a partir
de implantação e/ou a exploração de recursos ambientais. Em função disso, é
necessário conhecer e comparar os diferentes tipos de licenças ambientais, evitando
assim impactos ambientais.
Diante do exposto, é importante definir o que se entende por impacto
ambiental. Segundo Brasil (1986):
Qualquer alteração das propriedades químicas, físicas e
biológicas do meio ambiente, causada por qualquer forma de
matéria ou energia resultante das atividades humanas que,
direta ou indiretamente, afetam; a saúde, a segurança, e o bem-
estar da população: as atividades sociais e econômicas: a biota,
as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente; a
qualidade dos recursos ambientais.

Já Lima (2002, p. 133) define impacto ambiental como: “qualquer alteração no


ambiente causada por atividades antrópicas. Pode ser negativo quando destruidor
ou degradador dos recursos naturais, ou positivo, quando regenerador de áreas e/ou
funções naturalmente destruídas. Um impacto potencial é aquele que ainda não
aconteceu, mas cuja possibilidade existe em decorrência do funcionamento, normal
ou acidental de uma determinada atividade”.
Dessa forma, esses conceitos permitem inserir contextos para nossos
estudos. Os impactos ambientais podem ter diferentes escalas e devem ser
analisados junto às legislações que regulamentam os impactos procedentes de
determinadas atividades e buscam uma melhor qualidade na conservação e
preservação ambiental.
Segundo Sirvinskas (2014), as licenças e o licenciamento ambiental surgem
como ato e procedimento administrativo, sendo os mais importantes e principais
instrumentos administrativos que materializam o princípio de prevenção. Diante
disto, a licença ambiental é “toda manifestação unilateral de vontade da
Administração Pública, que, agindo nessa qualidade, tenha por fim imediato adquirir,
resguardar, transferir, modificar, extinguir e declarar direitos, ou impor obrigações
aos administrados ou a si própria” (SIRVINSKAS, 2014, p. 228).
Neste cenário, o licenciamento ambiental tem por finalidade evitar a
ocorrência de danos ambientais, sendo uma obrigação jurídica prévia que regula a
instalação de qualquer empreendimento ou atividade iminentemente poluidora ou
degradadora do ambiente e possui como uma das suas licenças o estudo da área,
instalação, ampliação e funcionamento de empreendimentos e atividades
utilizadoras de recursos ambientais consideradas efetivas ou potencialmente
poluidoras ou daquelas que, sob qualquer forma, possam causar degradação
ambiental, considerando as disposições legais e regulamentares e as normas
técnicas aplicáveis ao caso (BRASIL, 1997).
Outra característica do licenciamento ambiental é a ampla participação da
população nas decisões através de Audiências Públicas como parte integrante do
processo. Para uma atividade ou empreendimento conseguir uma certificação de
permissão para a instalação devem seguir algumas orientações como condições,
restrições e medidas de controle, que deverão ser respeitadas integralmente pelo
responsável pelo empreendimento ou atividade. Em relação ao licenciamento
ambiental, ele deve cumprir as seguintes fases:
 Licença Prévia (LP): essa é a primeira etapa do licenciamento, onde será
aprovado o planejamento de implantação ou a ampliação do
empreendimento.
 Licença de instalação: essa é a segunda etapa da autorização para a
implantação do empreendimento, pode ser um comércio, posto de
combustível, indústria, hospital etc., e devem estar de acordo com as
especificações aprovadas em projetos e as diferentes medidas de controle
ambiental.
 Licença de Operação: é a terceira fase do licenciamento ambiental, cumprida
as outras etapas essa dá autorização para o funcionamento da atividade do
empreendimento após a finalização das obras.

Existem ainda as licenças intercambiáveis ou licenças negociáveis que são


autorizações expedidas pelo Poder Público às empresas que poluem e operem com
base nos limites estabelecidos para emissão de poluentes.
Outro instrumento importante previsto na legislação ambiental é o papel da
auditoria ambiental que visa o controle da qualidade ambiental através de
fiscalização, avaliação e documentação de determinado empreendimento ou
atividade econômica, tanto público quanto privado. A auditoria ambiental tem a
finalidade de verificar o cumprimento dos padrões de controle de qualidade
ambiental, analisar os riscos ambientais e as medidas preventivas e fiscalizar os
funcionários no cumprimento das ações de controle ambiental.

3.1.2 AUDITORIA AMBIENTAL


Para entender o que é auditoria ambiental, devemos conceituar Sistema de
Gestão Ambiental (SGA), que é um conjunto de procedimentos para gerir ou
administrar uma organização por meio de atividades de planejamento,
procedimentos, práticas, responsabilidade e recursos para manter a política
ambiental no empreendimento.
O SGA é definido pela NBR ISO 14001 que compõe o conjunto de normas, a
ISO 14000, desenvolvidas pela Internacional Organization for Standardization (ISO)
que é uma empresa internacional de padronização. Maion define o Sistema de
Gestão Ambiental como “A parte do Sistema de Gestão Global que inclui a estrutura
organizacional, o planejamento de atividades, responsabilidades, práticas,
procedimentos, processos e recursos para o desenvolvimento, implantação, alcance,
revisão e manutenção da política ambiental. ” (1999, p.85).
A auditoria é uma prática administrativa periódica na revisão, inspeção,
intervenção e exames por meio de documentos: um exame sistemático de todos os
fatos realizados dentro do empreendimento e aprovação para verificação da
exatidão de procedimentos de uma administração (Sá, 1990).
O termo auditoria ambiental é recente, meados da década de 70, e surgiu em
várias empresas americanas em função da exigência das companhias de seguro,
devido aos acidentes e suas significativas indenizações. Bogo (1998) corrobora
dizendo que, antes dos anos sessenta, a normatização ambiental era praticamente
inexistente. Na década seguinte, os Estados Unidos e outras nações começaram a
exigir uma regulamentação das questões ambientais, o que resultou no Federal
Register, além de regulamentações estaduais e municipais. A partir disso, as
empresas passaram a se preocupar com as questões ambientais e criar programas
de qualidade ambiental, o que inclui a auditoria ambiental.
A auditoria ambiental pode ser definida como:
Processo de verificação de natureza voluntária ou compulsória,
que visa avaliar a gestão ambiental de uma atividade
econômica, analisando seu desempenho ambiental, e
verificando, entre outros fatores, o grau de conformidade com a
legislação ambiental vigente e com a própria política ambiental
da instituição. A prática de auditoria ambiental pode ser de
natureza interna (como instrumento de gestão ambiental da
empresa) ou externa (como meio de se obter uma certificação
ambiental para a empresa). Pode ter também caráter
compulsório, quando é legalmente exigida por um órgão
regulatório ambiental (LIMA, 2003, p.25)

Complementando a ideia de auditoria ambiental, Maimon (1994) diz que


auditoria ambiental é uma ferramenta de gestão que inclui uma avaliação
sistemática, documentada, periódica e objetiva sobre a empresa, a administração e
os equipamentos ambientais, buscando amparar e resguardar, o meio ambiente,
concedendo à gestão uma maior facilidade para o controle das práticas ambientais e
avaliando a conformidade com as demais políticas da organização.
A realização de auditorias ambientais é que elas viabilizam as empresas a
terem maior cuidado com os processos de produção, identificando áreas de risco,
apresentando vantagens e desvantagens na busca de melhorias contínuas, se
existe desconformidade com as normas e leis ambientais vigentes, além de
incentivar o uso de tecnologias que não poluem ou poluem menos, a utilização
comedida de recursos naturais buscando uma harmonização e um consumo
sustentável em relação ao meio ambiente.
Além de ser uma ferramenta gerencial, a auditoria ambiental é uma
importante ferramenta para gestão da empresa e pode ser utilizada para diminuir os
riscos financeiros, auxiliar na avaliação do SGA comparando com a política da
empresa. Porém, os profissionais envolvidos com a auditoria ambiental precisam
sempre se aprimorar e estudar para que realizem os trabalhos de maneira mais
eficaz e produzam os resultados que a sociedade deseja em harmonia com o meio
ambiente.

3.1.3 PERÍCIA
A utilização de provas periciais no judiciário brasileiro pauta-se basicamente
pela sujeição ao código de Processo Civil e seu artigo 145, em seus §§ 1º e 2º; 147
e 420 a 439. Sidou (1997) diz que a perícia é o meio de prova consistente no exame,
vistoria ou avaliação, levada a efeito por pessoa dotada de conhecimento técnico,
em torno de uma pessoa, coisa ou fato cuja revelação se faz necessária para formar
a convicção do juiz sobre a demanda.
Silveira (2006) complementa a ideia dizendo que a perícia é uma atividade
realizada por peritos com o objetivo de esclarecer e explicar fatos que geram
incertezas ou dúvidas. As perícias normalmente são obrigatórias e estão ligadas a
um litígio, alguma disputa ou ação judicial. Essas provas periciais podem ser
solicitadas por um juiz, um promotor ou por uma das partes interessadas.
A perícia é um procedimento de investigação elaborado por um profissional
habilitado, que pretende confirmar ou explicar um acontecimento por intermédio de
um exame, vistoria e avaliação de caráter técnico e especializado. A perícia surgiu
com a medicina legal, que procurava esclarecer crimes a partir de vestígios nos
corpos humanos, com passar do tempo a necessidade de perícias em outras áreas
passou a ser realidade.
Neste contexto, Assis (2011) diz que a perícia pode acontecer em qualquer
área quando houver uma contestação ou pendência, como por exemplo, perícia
médica, perícia ambiental, perícia criminal, perícia contábil, perícia de balística,
perícia de imóveis, dentre outros.

Saiba mais:
Vídeos sobre o assunto: https://www.brasildefato.com.br/2018/06/10/documentario-
denuncia-crimes-ambientais-graves-em-barcarena-pa-nos-ultimos-15-anos/
Acesse o link:
http://www.mma.gov.br/estruturas/sqa_pnla/_arquivos/Procedimentos.pdf e
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1679-39512005000300006

3.1.3 PERÍCIA AMBIENTAL

No Brasil, algumas leis estabelecem a proteção ao meio ambiente, vale


destacar a Lei Federal 6.938 (BRASIL, 1981) que instituiu como um dos seus
fundamentos a imposição ao poluidor-pagador e ao predador, a obrigação de
recuperar e/ou indenizar os danos causados dando base jurídica para o Ministério
Público responsabilizar, por meio de ação civil pública, os problemas relacionados
ao meio ambiente.
Tendo embasamento jurídico para proteger os interesses difusos e coletivos,
o Ministério Público promove cada vez mais ações para a defesa do meio ambiente,
as quais precisam de embasamento técnico-científico nas variadas áreas do
conhecimento. Nessas qualidades, a perícia se torna parte das ações da sociedade
em questão ambiental.
A perícia ambiental busca consolidar uma avaliação e investigar a verdade
sobre os fatos por meio de uma pesquisa de caráter especializado, apresentando
subsídios com a finalidade de ser julgada pela justiça. Abaixo alguns pontos
característicos da perícia:
 Caracterização, mensuração e valoração de um dano ambiental ocorrido.
 Busca de reparação do dano.
 Vistoria ou exame de caráter técnico e especializado (foco em um ato).
 Meio de prova.
 Perito é o auxiliar da justiça.
 Base em quesitos específicos requisitados por quem vai tomar a decisão.
 Foco em ato consumado.
 Ação investigativa.
 Opinião através de laudo.
 Aponta responsáveis pela ocorrência.
Conforme Lazzarini (2005) aponta em seu trabalho, a perícia ambiental é uma
extraordinária ferramenta para a preservação do meio ambiente e mensuração dos
danos ambientais, ocasionados por ato de pessoas, físicas ou jurídicas, de direito
público ou privado, que venham resultar na perda da qualidade ambiental.
Na mesma linha, o Instituto Brasileiro de Engenharia de Avaliações e Perícias
de Engenharia (IBAPE) define perícia como atividade concernente a exame
realizado por profissional especialista, legalmente habilitado, destinada a verificar ou
esclarecer determinado fato, apurar as causas motivadoras do mesmo, ou o estado,
a alegação de direitos ou a estimação da coisa que é objeto de litígio ou processo.
Dentro da Perícia Ambiental podem haver vários subtipos de atuação de
acordo com os crimes ambientais previstos na Lei nº 9.605 de 1998, entre elas:
 Crimes contra a fauna;
 Crimes contra a flora;
 Crimes de poluição;
 Crimes contra o ordenamento urbano e patrimônio natural;
 Crimes contra a administração ambiental;
 Ocupação de áreas protegidas;
 Crimes de usurpação.

3.2 O PAPEL DO PERITO


Perito é a pessoa provida de ciência específica designado para a função
pública, compromissado, alheio às partes envolvidas e sem barreiras ou
incompatibilidades para exercer sua função no processo para emitir ou auxiliar a
autoridade judicial na captação, discernimento ou valoração da prova. Segundo
Almeida (2006):
O perito é o especialista, com a habilitação que a lei exigir,
chamado para relatar, de formar imparcial e sob o
compromisso, sobre tema de sua especialidade profissional. O
perito é a pessoa indicada pela autoridade para esclarecer, por
meio de um laudo, uma questão de fato que pode ser
apreciada por seus conhecimentos técnicos especializados.

Perito é aquele indivíduo de moral íntegra, saber especializado numa ciência


ou arte, capaz de encaminhar qualquer julgamento à verdade, quando for solicitado.
Para exercer o papel do perito é preciso ter imaginação, domínio da linguagem,
inspiração redacional e espírito de pesquisador que não deixa uma rotina se tornar
tediosa, mas uma possibilidade de novas descobertas (ALCANTRA, 1982).
Na visão de Paulo José da Costa Júnior (2005, p.812), “perito ou consulente é
aquele que, tendo competência específica numa ciência ou arte, é chamado a
executar uma atividade de caráter técnico, de valor probante, ou então a exprimir
seu parecer técnico sobre fatos e circunstâncias submetidas a seu exame”.
Conforme os autores citados, o perito irá atuar como auxiliar da justiça e será
habilitado e nomeado pelo juiz para opinar. Além de condições morais e éticas
essenciais para esta atividade, o perito deve ter capacidade técnica no tema que foi
designado a ele, estando apto a esclarecer as dúvidas expostas na fase processual
específica para integrar os requisitos legais. Esse profissional é o responsável pela
elaboração e fundamentação do laudo pericial, além das informações prestadas por
ele.

FIQUE LIGADO
Existe uma diferença entre perito oficial e perito judicial. Peritos oficiais são todos os
profissionais que são contratados pelo Estado para exercer a função pericial; já os
peritos judiciais são auxiliares do juiz que respondem tecnicamente aos quesitos
levantados no processo.

3.3 QUEM PODE SER PERITO AMBIENTAL

Peritos ambientais são profissionais habilitados pelos órgãos técnicos e


nomeados pelo juiz para responder ocorrências que dependem de conhecimento
técnicos e específicos. A partir da publicação da Lei de Crimes Ambientais, em
1998, os peritos ambientais tornaram-se necessários para elucidar e esclarecer os
danos ambientais causados com a finalidade de gerar penas previstas em lei.
Para atuar como perito ambiental, o profissional deve estar credenciado no
seu conselho de classe e inscrito no cadastro, mantido pelo tribunal, com os
profissionais habilitados a atuarem naquela região. A fomentação desse cadastro é
feita por meio de consultas públicas com a divulgação pela internet, por jornais e
consultas com as universidades, conselhos de classes dentre outros para a
indicação de profissionais interessados.
O profissional que estará exercendo o papel de perito deve ser uma pessoa
de confiança com padrões éticos e morais analisados devendo ter uma exímia
conduta perante a sociedade e também conhecimentos técnicos e científicos
adquiridos em estudos e cursos. Com esses quesitos apresentados, a justiça fará a
opção por esse profissional.
A atuação desse profissional é de grande responsabilidade, já que o laudo
elaborado para guiar o juiz na sua sentença é feito por meio da investigação e de
provas obtidas através dos levantamentos de campo e da análise dos dados feitas
pelo perito, de modo que não devem conter informações inverídicas, sendo o
mesmo responsável pelos prejuízos que causar à parte, o que também o levará a
ficar impossibilitado, num prazo de dois a cinco anos, de atuar em outras perícias.

3.4 NOMEAÇÃO DO PERITO AMBIENTAL

O perito nomeado receberá, por meio de um oficial de justiça ou por carta


registrada, sua nomeação após despacho no processo no qual também concede o
direito às partes para nomear, caso queiram, o assistente técnico. O prazo para a
recusa do trabalho é de cinco dias após a sua notificação; depois desse prazo, o
poder judiciário entende que foi efetivada a nomeação do perito. A recusa pode ser
por vários motivos, dentre eles, quando for parte no processo a ser periciado, se for
testemunha, se for parente da parte envolvida, dentre outros.

3.5 HONORÁRIOS DO PERITO AMBIENTAL

O pagamento por cada laudo ao perito é conhecido como honorário, os


valores pagos são bastante variáveis, pois cada perícia tem suas especificidades e
peculiaridades. Para o cálculo do valor do serviço, deve-se considerar as horas para
a realização das fases do trabalho, a relevância do processo, o volume do trabalho,
o risco e a complexidade dos serviços a executar, a qualificação exigida do
profissional e o prazo de entrega do trabalho.

Para o cálculo justo de um honorário em causas ambientais, o perito deve


estar atento aos quesitos que terá que responder, pois, a partir deles, é possível
detectar várias despesas que deverão estar inclusas no cálculo dos honorários.
Posteriormente, deve-se encaminhar uma petição ao juiz informando-lhe o valor e os
motivos que levaram a determinar tal valor, podendo o cálculo ser aceito ou não pelo
magistrado.
Quando ações forem originadas por demandas particulares que buscam a
reparação de danos ambientais, quem solicitou a perícia é quem paga os
honorários; já quando o magistrado solicitar a perícia, quem paga os honorários é a
parte autora da ação.

3.6 ASSISTENTE TÉCNICO

Os Assistentes Técnicos são profissionais que são de direito de as partes


nomearem para acompanhar, orientar e assistir em todas as fases da perícia e, se
necessário, emitir parecer técnico. Esses profissionais devem ser especializados e
habilitados para o trabalho e, diferente dos peritos, os assistentes técnicos podem
ser profissionais da confiança das partes e estes não estão sujeitos à suspeição ou
a impedimento, uma vez que esses assistentes têm um papel de consultores
(IBAPE, 1994).
Almeida et. al. (2000, p. 34) evidencia que o assistente técnico não é um fiscal
do perito, como muitos rotulam, mas um técnico que acompanha, junto àquele a
busca da verdade, assemelhando-se ao perito como auxiliar da justiça. Tratando-se
de competências e habilidades tanto para acompanhar quanto para elaborar um
laudo pericial, não existe diferença entre o perito e o assistente, pois os dois devem
ter habilidades e propriedades sobre os procedimentos periciais ou análise do caso.

3.7 QUESITOS DA PERÍCIA

Em relação aos quesitos, pode-se assegurar que são questões ou perguntas


formuladas pelas partes envolvidas, referentes aos fatos da causa, que constituem o
objeto da perícia. As questões devem ser respondidas de uma forma técnica e
imparcial esclarecendo os fatos pesquisados, Almeida (2008, p.35) diz:
“Os quesitos de uma perícia ambiental são as questões
formuladas pelas partes envolvidas no processo e que devem
ser respondidas de forma técnica e imparcial, buscando
esclarecer os interessados a respeito da matéria em análise.
Para se responder os quesitos de uma perícia ambiental
utilizam-se dados técnicos das normas, fotografias, referências
bibliográficas especializadas, modelos matemáticos,
questionários de respostas, visitas ao local em análise,
resultados de análises de laboratório, entre outros”.
Essas elucidações devem ser feitas a partir de quesitos formulados pelas
partes, e é sempre indicado que elas sejam feitas pelos advogados sempre com
orientação de seus assistentes técnicos, se indicados, pois as perguntas são
referentes a questões técnicas que envolvem o processo.

3.8 LAUDO PERICIAL


A elaboração de um laudo é a etapa final de uma perícia ambiental e deve
estar embasada em uma fundamentação técnica com dados objetivos, interpretados
e analisados por procedimentos metodológicos, que levem a resultados
tecnicamente irrefutáveis. O laudo é a síntese de toda a perícia, ele deve ser
objetivo e conclusivo, confirmando ou negando o que foi questionado, sem lapsos e
subterfúgios ou falsas informações e conclusões (BUSTAMANTE, 1994 apud
QUEIROZ, 2006, p.95).
Almeida et al (2000) salienta que para um laudo ser completo, o perito deve
categorizá-lo em três fases. A primeira fase deve abarcar as informações referentes
ao conflito entre as partes; a segunda parte deve contemplar todas as informações
referentes ao objeto de estudo, como o histórico do local, as características físicas,
biológicas e sociais, os dados levantados, as operações realizadas etc.; e a terceira
etapa é a que demonstrará as conclusões, dando o parecer para as questões.

Deve ser evitada a reprodução quase literal das questões


levantadas na etapa inicial e na contestação, pois corre-se o
risco de cair em dissertações prolixas, com assuntos
irrelevantes para a perícia. O laudo deve ser inteligível,
elaborado com clareza, abrangente e em estilo simples. Não
deve conter omissões ou apresentar obscuridade. Refutam-se
termos essencialmente técnicos, onde seu entendimento
acarrete novas abordagens, resultando, mais uma vez, na
indesejável prolixidade. Devemos lembrar que o laudo se
destina, em última análise, à leitura de juízes e advogados,
desconhecedores da matéria da perícia. (ALMEIDA et. al.,
2000, p. 41)

Outra questão que deve ser levada em conta na elaboração de um laudo


pericial é a qualidade, tanto nos aspectos técnicos quanto na escrita, para colaborar
na elucidação do caso. Além disso, o laudo pericial deve ser claro, objetivo, preciso,
conciso e verdadeiro. Ao redigir o laudo, o perito deve atentar-se à gramática
correta, à linguagem apurada e compreensível aos leigos no assunto.
O profissional também deve respaldar o caso em procedimentos empíricos,
levantamentos bibliográficos, pesquisa de campo, normas técnicas pertinentes etc.,
além de documentos elucidativos como plantas, mapas, desenhos, croquis,
fotografias e quaisquer outros elementos que possam ajudar a alcançar tais
objetivos.
O laudo deve ser instruído com documentos, plantas, croquis,
fotografias, pesquisas, orçamentos ou quaisquer outras peças
elucidativas e/ou complementar. Entretanto até porque lhe dará
maior fundamentação ao laudo, o perito deve instruí-lo com
fotografias, plantas, pesquisa, etc. A prática demonstra que a
melhor exposição é em forma de anexos, deixando o corpo do
laudo apenas para texto específico. (ALMEIDA et al, 2000,
p.42)

Desse modo, a utilização de recursos esclarecedores com informações


comprovadas e bem estruturadas consente em deixar o laudo mais fidedigno diante
dos envolvidos no processo. Outra questão que o perito deve se atentar é para com
os prazos para a entrega e, após a entrega ao Juiz, ele designa que as partes
emitam um parecer sobre o laudo. Esse laudo pode ser negado (laudo não satisfaz),
ele pode ser aceito parcialmente (laudo precisa de complementações) ou aceito
(laudo satisfatório).
O laudo pericial deve ser feito abrangendo todos esses aspectos e outros que
surgirem referentes à perícia ambiental viabilizando assim, uma aplicação efetiva
das sanções relacionadas aos problemas ambientais, como destaca Mauro (1997,
p.47):
[...] a elaboração de laudos periciais de agressão ao meio
ambiente, que podem funcionar como instrumentos de ação e
de complementação às demandas populares da defesa do
meio ambiente e da qualidade de vida. Estes apresentam-se
como instrumentos com elevado potencial educativo e de
construção da cidadania, devendo ser apropriados individual e
coletivamente por todos os que lutam pelo estabelecimento de
novas relações sociedade/natureza.

A fim de elucidar e exemplificar, Mauro (1997) mostra vários exemplos da


aplicabilidade da perícia na questão ambiental:
 Laudos periciais em áreas de mineração e pedreira;
 Laudos periciais em áreas litorâneas;
 Laudos pericias em áreas de disposição de resíduos sólidos e
lançamento de efluentes;
 Laudos periciais em áreas de parcelamento do solo e construções
habitacionais;
 Laudos periciais em intervenções sobre canais de drenagem;
 Laudos periciais em áreas de exploração de petróleo;
 Laudos periciais em áreas de barragens, dentre outras.

IMPORTANTE
A perícia ambiental é uma atividade profissional de relevante interesse social, de
natureza complexa e ainda está em fase inicial de estruturação, que requer uma
prática multidisciplinar e atuação de profissionais especializados para o trato das
questões envolvidas, além de exames, estudos e pesquisas que fundamentem o
desenvolvimento de seus aspectos jurídicos, teóricos, técnicos e metodológicos.

3.9 ELABORAÇÃO DE UM LAUDO PERICIAL


A construção de um laudo se inicia com o conhecimento do processo através
da leitura completa e criteriosa dos autos, análise dos quesitos a serem respondidos,
conhecimento dos assistentes técnicos envolvidos, levantamento de informações,
documentos, projetos etc., assim como da organização da agenda da vistoria, com
os técnicos, com o local a ser vistoriado etc.
Em uma segunda etapa, concomitante à primeira, devem ser feitos
levantamentos sobre a legislação ambiental específica, pesquisar informações e
padrões a serem seguidos, organização e preparação para o levantamento das
informações em campo.
A terceira etapa, que é levantamento in loco, deve estar bem organizada para
a coleta de todas as informações em relação à área estudada, tais como localização,
caracterização do entorno da área, as atividades desenvolvidas na região, coleta e
medições de amostras para análise, levantamento fotográfico, elaboração de
croquis, dentre outros.
E, por fim, a redação do laudo pericial com as respostas aos quesitos, a
conclusão do trabalho com base nas informações levantadas em campo junto com a
fundamentação técnica e a legislação específica.
A seguir, há alguns parâmetros a serem abordados no trabalho que devem
ser coletados em campo; porém, em alguns casos não será necessário estarem
presentes todos os elementos aqui citados, devendo cada caso ser analisado.
 Caracterização da área estudada
 Localização da Área: localizar a área estudada com escala compatível
ao estudo e indicar as coordenadas geográficas, pode-se utilizar
cartas, fotografias aéreas, imagens de satélite, dentre outros recursos.
 Situação Legal da Área: verificar à qual unidade da federação ela
pertence; verificar se é área pública ou privada e expor objetivamente a
que se destina o seu uso atual.
 Clima: caracterizar o clima regional por meio de levantamentos e
pesquisas.
 Recursos Hídricos: relacionar os recursos hídricos da região,
superficiais e subterrâneos, especializando em mapas os corpos
d’água.
 Geomorfologia e Geologia: caracterizar o tipo de relevo da área
periciada e os recursos naturais presentes.
 Solos: mostrar os tipos de solo na área de estudo, considerando as
características pedológicas e edafológicas.
 Vegetação: levantar, descrever e mapear a vegetação da área de
estudo, além de indicar as espécies, principalmente as de interesse
econômico e as raras ou endêmicas.
 Fauna: inventariar os animais que fazem parte do local periciado
enfatizando as espécies endêmicas, raras e migratórias.
 Ecossistemas: reconhecer os principais ecossistemas da área.
 Áreas de interesse social ou cultural: levantar e caracterizar os locais
de interesse histórico e culturais num raio de 50 km do local estudado.
 Área de preservação: verificar se a área estudada está situada em uma
área protegida por lei, como Estação Ecológica, Reserva Biológica,
Parque Nacional ou estadual etc.
 Infraestrutura: diagnosticar a infraestrutura existente no local como
rede de telefonia, escolas, estradas, cooperativas, núcleos
residenciais, unidades de saúde, hospitais, dentre outros.
 Atividades previstas, ocorridas ou existentes na área: relatar as
tecnologias a serem utilizadas nas fases de implementação e operação
do empreendimento.

 Diagnóstico Ambiental da Área

 Uso atual da Terra: indicar o atual uso da terra mostrando seu


porcentual de uso como agropecuária, habitação etc.
 Uso atual da água: verificar o atual uso da água e as obras de melhoria
como canal, barragem, dique, drenagem etc.; verificar se existem
fontes poluidoras.
 Avaliação da situação ecológica atual: verificar as ações antrópicas
que ocorreram e que vêm ocorrendo, relatar a situação da flora e da
fauna nativas e verificar a estabilidade ecológica.
 Avaliação socioeconômica: avaliar a situação socioeconômica da área
utilizando um método compatibilizado com a realidade da região.

 Impactos Ambientais esperados para a área.

 Impactos ecológicos: relacionar e avaliar os impactos causados no


meio ecológico, as causas desses impactos na saúde pública e nos
ecossistemas naturais.
 Impactos socioeconômicos: avaliar os impactos socioeconômicos da
área, prestando atenção, principalmente, nos aspectos sociais,
médicos e sanitaristas.
 Perspectivas da evolução ambiental da área: indicar como seria a
evolução da área com o sem o empreendimento.
 Considerações Complementares (quando houver).
 Alternativas tecnológicas e locacionais: utilizar opções que agridam
menos o ambiente.
 Recomendações para diminuir os impactos e aumentar os benefícios:
indicar as maneiras específicas para diminuir os impactos negativos e
aumentar os benefícios na área.
 Orientação para monitoramento dos impactos: desenvolver e implantar
programas de monitoramento, como controle de água, da erosão, da
fauna, da flora etc.
 Avaliação dos quesitos: esclarecer e responder com clareza os
quesitos formulados pelas autoridades.
 Conclusão: a conclusão de um laudo deve ser elaborada de forma
resumida, mas sempre conclusiva, compreendendo todos os aspectos
apresentados na discussão do trabalho.

O homem pensou por muito tempo que a natureza fosse uma fonte de matéria
prima inesgotável. Contudo, ele já vem vendo e sentindo os efeitos de seu uso
abusivo, percebendo que cada vez mais os recursos estão ficando escassos. A
partir de meados do século XX, as leis ambientais começaram a surgir, a fim de
proteger e garantir o uso consciente do meio ambiente. É nesse contexto que
aparece o perito ambiental, um especialista com atuação multidisciplinar para
auxiliar o legislador a fazer uma aplicação correta e eficaz da lei a ser cumprida.
Em suma, é importante que o profissional de perícia ambiental seja
multidisciplinar e procure sempre se atualizar em relação às mudanças legislativas
para prestar um serviço técnico de qualidade e que não cause danos maiores ao
meio ambiente, auxiliando a justiça de uma maneira mais eficaz.
CAPÍTULO 3 – RECAPITULANDO

QUESTÕES DE CONCURSOS
Questão 1
Ano: 2012 Banca: FCC Órgão: TCE-AP Prova: Analista de Controle Nível: Superior.
O Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) instituiu os critérios e as
diretrizes para o licenciamento ambiental. Com base nesses critérios e diretrizes, é
INCORRETO afirmar que:
a) o licenciamento ambiental deve servir como um instrumento de gestão ambiental.
b) o prazo máximo de validade da Licença Prévia e da Licença de Instalação poderá
ser de até dez anos.
c) a licença ambiental estabelece as condições e restrições para a localização,
instalação e operação de empreendimentos potencialmente poluidores.
d) o impacto ambiental que afeta diretamente mais de um Estado é denominado
impacto ambiental regional.
e) um projeto potencialmente impactante ao meio ambiente só conseguirá obter a
licença ambiental depois de apresentado o Estudo de Impacto Ambiental e
respectivo Relatório de Impacto Ambiental (EIA/RIMA).

Questão 2

Ano: 2014 Banca: CEC Órgão: Prefeitura de Piraquara – PR Prova: Biólogo Nível:
Superior

Conhecimento e acompanhamento sistemático da situação dos recursos ambientais


dos meios físico e biótico, visando à recuperação, melhoria ou manutenção da
qualidade ambiental.
Esta é a definição para a expressão que está em que alternativa?
a) Monitoramento ambiental
b) Licenciamento ambiental
c) Gerenciamento de áreas impactadas
d) Monitoramento de áreas de preservação
e) Fitorremediação de áreas contaminadas

Questão 3

Ano: 2013 Banca: CESPE Órgão: IBAMA Prova: Analista Ambiental. Nível: Médio

Para a finalidade de licenciamento ambiental, a Resolução CONAMA nº 1/1986


estabelece que o estudo de impacto ambiental (EIA) deverá conter o diagnóstico
ambiental da área de influência do projeto avaliado, completa descrição e análise
dos recursos ambientais e suas interações, de modo a caracterizar a situação
ambiental da área antes da implantação do projeto.
a) Certo
b) Errado

Questão 4
Ano: 2016 Banca: AOCP Órgão: Prefeitura de Valença – BA Prova: Técnico
Ambiental Nível: Médio.

No que diz respeito ao poder de polícia ambiental e suas competências, assinale a


alternativa correta:
a) O poder de polícia ambiental é um dos instrumentos da Política Nacional do Meio
Ambiente, conforme a Lei nº 6.938/81.
b) Compete ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais
Renováveis o exercício do poder de polícia ambiental nos âmbitos estadual e
municipal.
c) O poder de polícia ambiental foi criado após a Taxa de Controle e Fiscalização
Ambiental – TCFA.
d) As medidas de advertência, multa e apreensão de animais, produtos e
subprodutos da fauna e flora não podem ser aplicadas pela Polícia Ambiental.
e) O Licenciamento Ambiental de empreendimentos e atividades de impacto
ambiental é um dos instrumentos mais importantes da polícia ambiental.

Questão 5
Ano: 2015 Banca: FGV Órgão: TJ-PI Prova: Analista Judiciário Nível: Superior.

A respeito do perito e da prova pericial, é correto afirmar que:

a) a remuneração do perito será rateada entre as partes quando a produção da


prova pericial houver sido requerida por ambas ou determinada de ofício pelo Juiz.
b) aplicam-se ao perito os motivos de impedimento, mas não os de suspeição.
c) o perito tem o dever de cumprir o ofício para o qual foi nomeado, somente
podendo escusar-se do encargo alegando motivo legítimo no prazo legal.
d) é opção discricionária do Juiz ser assistido por perito quando a prova do fato
depender de conhecimento técnico ou científico.
e) o perito somente responde civil e penalmente pela prestação de informações
inverídicas quando agir dolosamente.

QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE

O produto final de uma perícia é o laudo entregue para o juiz, esse laudo deve ser
objetivo e conclusivo às questões levantadas, sem haver margem para falsas
conclusões. Para o laudo ser completo, ele deve percorrer três etapas para sua
elaboração, quais são essas etapas?

TREINO INÉDITO
Normalmente, são obrigatórias e estão ligadas a um litígio, a alguma disputa ou
ação judicial, elas podem ser solicitadas por um juiz, um promotor ou por uma das
partes interessadas.
a) Plano Diretor Municipal.
b) Plano de Saneamento Básico.
c) Licenciamento.
d) Perícia.
e) Estudo de Impacto de Vizinhança.

NA MÍDIA
Documentos já indicavam risco alto de rompimento da barragem
em Mariana
O programa Ambiente é o Meio desta semana traz entrevista com os peritos
criminais da Polícia Federal Marcus Andrade e Rodrigo Mayrink. Eles atuam na
unidade da Polícia Federal, em Minas Gerais, responsável pelas perícias do
desastre de Mariana, que contou com 55 peritos criminais de diversas áreas;
Andrade é farmacêutico industrial e Mayrink é médico veterinário.
Mayrink explica que o laudo pericial, documento produzido pelos peritos
criminais, tem o objetivo de fazer a análise técnica e isenta, para que o julgador do
processo possa se basear ao definir a sentença. “Somos profissionais de diversas
áreas para atuar com os olhos da ciência em assuntos criminais tratados pela
Polícia Federal”, afirma Andrade.
No último dia 5, o rompimento da barragem completou três anos e eles
explicam que a Polícia Federal age em casos em que existem prejuízos de
interesses da União, o que ocorreu em Mariana, onde a extensão dos danos
ultrapassou as fronteiras dos Estados de Minas Gerais e Espírito Santo,
caracterizando um desastre nacional.
Mayrink explica ainda como foi possível afirmar que se tratava de um desastre
e não de um acidente ambiental. Ele conta que só puderam confirmar após a
liberação do laudo de engenharia. “Desde a implantação da barragem, em 2008, ela
foi sendo gerenciada com uma série de erros, de negligências e más práticas de
segurança, que culminou com o rompimento, o que chamamos de desastre”,
declara.
Fonte: Jornal da USP
Data: 14 nov. 2018.
Leia a notícia na íntegra: https://jornal.usp.br/radio-usp/radioagencia-
usp/documentos-da-empresa-ja-indicavam-risco-alto-de-rompimento-da-barragem-
em-mariana/

NA PRÁTICA
As discussões em torno do tema ambiental vêm, cada vez mais, tornando-se
foco da sociedade em geral como universidades, empresas, organizações civis,
mídia e também da população em geral. Esse fato deve-se às crescentes
preocupações com o futuro do meio ambiente. A aplicabilidade, a punição e o apoio
da sociedade em geral, buscando por um meio ambiente mais sustentável, ligam-se
diretamente à forma de trabalho do poder público na busca de apresentar melhores
condições de vida para a população, por meio de investigações e ações realizadas
pelo Estado, para a prevenção ou correção e para a preservação do meio ambiente.
É nesse cenário que o trabalho do perito ambiental entra como colaborador
nas investigações contra ataques ambientais, prestando serviços técnicos para
juízes. Esses profissionais devem ter curso superior em alguma área ligada ao meio
ambiente (Engenheira Ambiental, Agronomia, Geografia, Química, dentre outros), e
devem ser legalmente habilitados para serem nomeados por um juiz para pesquisar
e elucidar fatos técnicos e científicos em um processo ambiental. O bom perito
ambiental judicial deve ter engajamento, comprometimento e realizar um trabalho
com a melhor qualidade possível, além de ter ciência da prática e de procedimentos
forenses.
REFERÊNCIAS
ALCÂNTARA, H. R. de. Perícia médica judicial. Rio de Janeiro: Guanabara Dois,
1982.

ALMEIDA, J.R.; OLIVEIRA, S.G.; PANNO, M. Perícia ambiental. Rio de Janeiro:


Thex, 2003.

ARAYA, K. S. R. A identificação dos passivos ambientais em atendimento à


política nacional de resíduos sólidos. Rio Grande do Sul: Universidade Federal
do Rio Grande do Sul. 2013. (Monografia).

ASSIS, M. D. P. C. Perícia, a importância da perícia contábil. 2011. Disponível


em: <www.facape.br/socrates/Trabalhos/A_Importancia_da_Pericia_Contabil.html>
Acesso em: 03 mai. 2019.

BARBIERI, J.C. Gestão ambiental empresarial: conceitos, modelos e


instrumentos. 2ª ed. São Paulo: Saraiva, 2007.

BEGON, M.; TOWSEND, C. R.; HARPER, J. L. Ecologia: de indivíduos a


ecossistemas. 4ª ed. Porto Alegre: Artmed, 2007.

BRASIL, Ministério do Meio Ambiente. Conselho Nacional de Meio Ambiente,


CONAMA. Resolução CONAMA nº 001, de 23 de janeiro de 1986. Disponível em:
<http://www.mma.gov.br/port/conama/legislacao/CONAMA_RES_CONS_1986_001.
pdf>. Acesso em: 11 abr. 2019.

______, Ministério do Meio Ambiente. Conselho Nacional de Meio Ambiente,


CONAMA. Resolução CONAMA nº 237, de 19 de dezembro de 1997. Disponível
em: <http://www.mma.gov.br/port/conama/legislacao/CONAMA_RES_
CONS_1986_001.pdf>. Acesso em: 10 abr. 2019.

______.LEI Nº 6.938, DE 31 DE AGOSTO DE 1981: Dispõe sobre a Política


Nacional do Meio Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e aplicação, e
dá outras providências. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l6938.htm>. Acesso em 21 Abr.2019.

______. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988.


Disponível
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FECHANDO A UNIDADE

GABARITOS

CAPÍTULO 01

Questões de concursos

01 02 03 04 05
B C D C C

QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE – PADRÃO DE


RESPOSTA
Os cinco acordos assinados pelos países na Rio-92 foram a
Declaração do Rio sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento; a Agenda 21, os
Princípios para administração sustentável das florestas; a Convenção da
Biodiversidade e a Convenção do Clima.

TREINO INÉDITO

Gabarito: B

CAPÍTULO 02

Questões de concursos

01 02 03 04 05
C B C A E

QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE – PADRÃO DE


RESPOSTA

As consequências do aquecimento global são: derretimento das calotas polares e


aumento do nível do mar; agravamento da segurança alimentar, prejudicando as
colheitas e a pesca; extinção de espécies e danos a diversos ecossistemas; perdas
de terras em decorrência do aumento do nível do mar, provocando também ondas
migratórias; escassez de água em algumas regiões; inundações nas latitudes do
norte e no Pacífico Equatorial; riscos de conflitos em decorrência da escassez de
recursos naturais; problemas de saúde provocados pelo aumento do calor; previsão
de aumento da temperatura em 2ºC até 2100, comparado ao período pré-industrial
(1850 a 1900).

TREINO INÉDITO

Gabarito: D

CAPÍTULO 03

Questões de concursos

01 02 03 04 05
B A A E C

QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE – PADRÃO DE


RESPOSTA
Segundo Almeida et. Al. (2000), as fases que devem ser cumpridas na elaboração
de um laudo são três. A primeira fase deve abarcar as informações referentes ao
conflito entre as partes; a segunda parte deve contemplar todas as informações
referentes ao objeto de estudo, como o histórico do local, as características físicas,
biológicas e sociais, os dados levantados, as operações realizadas etc.; e a terceira
etapa é a que demonstrará as conclusões, dando o parecer para as questões.

TREINO INÉDITO

Gabarito: D

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