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ELÉTRICAS
Rodrigo
Rodrigues
Revisão técnica:
ISBN 978-85-9502-142-6
CDU 696.6
Introdução
A tecnologia vem avançando em um ritmo cada vez mais rápido. A busca
por economia e eficiência no que diz respeito ao uso da eletricidade
impulsiona o mercado para o desenvolvimento de novos produtos para
atender às demandas atuais. Assim, é importante que profissionais da área
se mantenham atualizados e atentos às novidades do mercado para que
seus projetos atendam aos requisitos de seus clientes.
A história da viabilização da primeira lâmpada comercial tem como
principal nome Thomas Alva Edison. Atualmente, muitas empresas se de-
dicam à pesquisa e produção de lâmpadas mais eficientes e econômicas.
Neste texto, você vai ver os principais fundamentos relacionados a
luz, lâmpadas e iluminação, além de métodos básicos de cálculo para
projetos luminotécnicos.
Um nanômetro é igual a 10 –9 m.
Onde:
E = Iluminância
φ = Fluxo luminoso
A = Área da superfície
De acordo com a norma ABNT NBR 5413:1992, cada ambiente requer um
determinado nível de iluminância (E) ideal, estabelecido de acordo com as
atividades a serem ali desenvolvidas, segundo a Tabela 1.
Tabela 2. IRC.
Fonte: Osram (2010?).
Tipos de lâmpadas
Lâmpadas incandescentes
A lâmpada incandescente é formada, basicamente, por um bulbo de vidro com
um filamento de tungstênio espiralado dentro, que é levado à incandescência
pela passagem da corrente (efeito Joule). A presença de gás inerte (níquel e
argônio) ou vácuo dentro do tubo evita sua oxidação.
Lâmpadas halógenas
As lâmpadas halógenas são incandescentes e apresentam, dentro do bulbo,
elementos halógenos como o iodo ou bromo. No interior do bulbo, ocorre o
chamado “ciclo do iodo ou do bromo”. O tungstênio evaporado se combina
com o halogênio adicionado ao gás presente no bulbo em temperaturas abaixo
de 1400°C, e, por causa da presença das correntes de convecção, o iodeto de
tungstênio que se formou fica circulando dentro do bulbo até se aproximar
novamente do filamento. A alta temperatura decompõe o iodeto, e parte do
tungstênio é depositado novamente no filamento, regenerando-o. O halogêneo
liberado reinicia o ciclo. Assim, temos uma reação cíclica que reconduz o
tungstênio evaporado para o filamento. Desse modo, o filamento pode trabalhar
em temperaturas mais elevadas (3200 a 3400K), ocasionando maior eficiência
luminosa, maior temperatura de cor no fluxo luminoso, ausência de depreciação
do fluxo luminoso por enegrecimento do bulbo e dimensões reduzidas.
Para que o ciclo do iodo ocorra, por sua vez, a temperatura do bulbo deve estar
acima de 250°C, obrigando a utilização de bulbos de quartzo, encarecendo a pro-
dução e exigindo que a lâmpada funcione nas posições para as quais foi projetada.
Lâmpadas de descarga
Nessas lâmpadas, a passagem da corrente elétrica através de um gás, mistura de
gases ou vapores gera direta ou indiretamente o fluxo luminoso. As lâmpadas
de descarga podem ser: vapor de mercúrio, vapor de sódio, fluorescente, luz
mista, multivapores metálicos e luz negra.
Lâmpadas fluorescentes
São lâmpadas que utilizam a descarga elétrica de um gás para produzir energia
luminosa. As lâmpadas fluorescentes tubulares são formadas por: um bulbo
cilíndrico de vidro; eletrodos metálicos de tungstênio recobertos de óxidos
em suas extremidades, por onde circula a corrente elétrica, o que aumenta seu
poder emissor; vapor de mercúrio ou argônio à baixa pressão em seu interior;
e paredes internas do tubo pintadas com materiais fluorescentes conhecidos
por cristais de fósforo.
As lâmpadas fluorescentes, conhecidas como “partida lenta”, necessitam de
dois equipamentos auxiliares: o starter e o reator. O starter é um dispositivo
formado por um pequeno tubo de vidro onde são colocados dois eletrodos imersos
em gás inerte, responsável pela formação inicial do arco formando um contato
direto entre os referidos eletrodos, o que provoca um pulso de tensão a fim de
deflagrar a ignição da lâmpada. Há dois tipos de reatores: o eletromagnético (uma
bobina com núcleo de ferro, ligada em série com a alimentação da lâmpada), com
a finalidade de provocar um aumento da tensão durante a ignição e uma redução
na intensidade da corrente durante o funcionamento da lâmpada; e o eletrônico
(um circuito de retificação e um inversor oscilante de 16 a 50 kHz), que tem
a mesma função do reator eletromagnético. De acordo com os fabricantes, os
reatores eletrônicos são mais vantajosos do que os eletromagnéticos, apresentando
menor ruído, menor aquecimento, menor interferência eletromagnética, menor
consumo de energia elétrica e cintilação reduzida ( flicker).
Atualmente, há uma imensa gama de tipos de lâmpadas fluorescentes, desde
tubulares até compactas ou de formato circulares, atendendo a diferentes neces-
sidades e preferências. Em projeto de iluminação, é necessário que se tenham
informações atualizadas dos diversos fabricantes de lâmpadas, mantendo-se
informado dos últimos lançamentos. Os tipos mais conhecidos são:
Lâmpadas fluorescentes compactas integradas: desenvolvidas visando
obter grande economia de energia em substituição às incandescentes comuns.
São mais eficientes, pois economizam até 80% de energia em relação às lâm-
padas incandescentes, têm vida longa (≈10.000 h), ótimo índice de reprodução
de cores (≈80) e são adaptáveis à base comum (E-27), com potências que
variam de 9 a 23W. O starter é incorporado à base.
Lâmpadas fluorescentes compactas não integradas: são lâmpadas de dois
pinos formadas por um grupo de pequenos tubos revestidos de pó fluorescente
interligados — formando uma lâmpada “single-ended” com dimensões muito
compactas — e reator eletromagnético acoplado. Seu revestimento é feito
com fósforos tricomáticos, e elas apresentam um IRC de 82. Normalmente
Cálculo luminotécnico
Ao pensar em cálculo luminotécnico, você precisa ter em mente quatro cri-
térios principais:
Onde:
n = Φ/Ø
Onde:
n: número de lâmpadas;
Φ: fluxo luminoso em lumens;
Ø: fluxo luminoso de cada lâmpada.
Determinação da iluminância
Estudos internacionais indicam níveis luminosos necessários para várias tarefas
específicas. A iluminação pode prejudicar o conforto humano, a segurança
e a produtividade em locais onde estas recomendações não forem seguidas.
A norma ABNT NBR 5413:1992, por exemplo, indica os níveis adequados
de iluminância de interiores para a execução de tarefas em diversos tipos de
ambientes. A iluminância relativa necessária para o desempenho de uma tarefa
específica pode ser verificada na Tabela 3.
Coeficiente de utilização
O coeficiente de utilização depende da distribuição e da absorção da luz pro-
duzida pelas luminárias; das dimensões do compartimento, que são definidas
por meio do Índice do Local; e das cores das paredes e do teto, caracterizados
pelo Fator de Reflexão.
A obtenção do Índice do Local é uma relação entre o comprimento, a
largura e a altura do ambiente, mas pode variar de acordo com o fabricante
das luminárias. A General Electric fornece uma tabela; a Philips chama o
Índice do Local de Fator do Local (K), que é calculado da seguinte forma:
Onde:
K: Fator do Local;
C: comprimento do local em m;
L: largura do local em m;
H: altura do local em m (ou altura da luminária ao plano de trabalho).
Fator de reflexão
Os fatores de reflexão podem variar de acordo com as cores. Para o cálculo
luminotécnico, utiliza-se a seguinte tabela simplificada (Tabela 4):
Tabela 4. Refletâncias.
Superfície Refletância
Clara 50%
Média 30%
Escura 10%
Preta 0%
Fator de depreciação
O fator de depreciação é uma relação entre o fluxo luminoso no início da ins-
talação e no fim do período de manutenção. O fluxo luminoso emitido por um
aparelho de iluminação decresce com o uso em consequência da diminuição do
fluxo luminoso emitido pelas lâmpadas ao longo de sua vida útil, da sujeira que
se deposita sobre os aparelhos e do escurecimento progressivo das paredes e do
teto, o que diminui seu poder refletor. O fator de depreciação, neste método, é
fornecido pelo fabricante da luminária e depende basicamente do modelo utilizado.
Solução:
1. Determinar a iluminância (E) utilizando as seguintes tabelas: