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Optometria VI.
Revisando os Conceitos
Material Complementar
ESTUDOS DE CASO
Estudo de Caso 1
Estudo de Caso 2
Estudo de Caso 3
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Referências
1/7
Revisando os Conceitos
Olá, estudante!
Vamos iniciar a disciplina abordando os conceitos necessários para que você possa realizar as
atividades em cada estudo de caso mais à frente.
Já o sistema público, Sistema Único de Saúde (SUS), é de acesso universal, financiado por impostos e
gerenciado pelos governos federal, estadual e municipal.
A região Sudeste do país concentra a maior parcela da população brasileira, seguida pela região
Nordeste.
Na sequência, está a região Sul, a Norte e, por último, a região Centro-Oeste, com aproximadamente
7,8% da população brasileira.
Para uma população de mais de 215 milhões de habitantes, existem, portanto, 10.312 habitantes para
cada oftalmologista, relação que está dentro do ideal, segundo a Organização Mundial da Saúde
(OMS), que é 1 para 17 mil.
Essa situação seria perfeita caso não existisse desigualdade entre as regiões, pois se pode perceber
que, na região Sudeste, existe 1:7.952; no Sul, a relação é 1:10.385; na região Centro-Oeste, existe 1
para 9.895; no Nordeste, a proporção é de 1:16.402, e no Norte, essa relação ultrapassa a ideal, sendo
1:28.433.
Há uma distribuição ainda mais desigual quando se consideram os estados. Por exemplo: 1:55.724 no
Amapá e 1:4.279 no Distrito Federal.
Figura 1 – Unidades federativas do Brasil por população
Fonte: Adaptada de Wikimedia Commons
É mais do que certo que essa distribuição acarreta escassez ou até mesmo falta de atendimento em
municípios distantes, levando grande parte da população à cegueira, pois, nas regiões com boa
economia e serviços de saúde, 0,3% da população tem cegueira, e essa taxa quadruplica nas regiões
em que a economia e os serviços de saúde são precários.
Segundo Almeida (2019), estima-se que, dos mais de 1 milhão e meio de cegos no Brasil, 89%
pertencem à população pobre ou remediada, sendo as principais causas de cegueira a catarata, os
erros refrativos não corrigidos e o glaucoma.
O profissional Optometrista está na linha de frente da atenção e do cuidado com a saúde visual,
atuando, em especial, na atenção primária (prevenção) e resolvendo aproximadamente 80% dos
problemas visuais, que são de ordem refrativa, o que desafogaria o sistema público de saúde,
permitindo que milhares de pessoas sem qualquer assistência pudessem ter um atendimento visual
de qualidade e amplo acesso.
Ao falarmos de erros de refração não corrigidos, estamos nos referindo, principalmente, à miopia e
ao astigmatismo, que são as principais causas de cegueira evitável, que poderiam ser corrigidas com
o uso de óculos ou lentes de contato.
Essas alterações são consideradas uma das principais causas dos problemas visuais, que
representam impacto expressivo sobre a educação e o desenvolvimento econômico, limitando as
oportunidades e prejudicando a qualidade de vida.
A alta prevalência da baixa acuidade visual tem impacto negativo sobre a qualidade de vida,
trazendo muitas limitações ocupacionais, econômicas e sociais.
No Brasil, calcula-se que 48% da população apresenta deficiência visual e que, segundo a OMS, 75%
das pessoas com essa deficiência são tratáveis ou evitáveis.
Saiba Mais
Os Optometristas são profissionais de saúde, autônomos e independentes,
que são capacitados e habilitados a detectar, diagnosticar e fornecer
tratamento para as disfunções do sistema visual, além de ter
conhecimentos e práticas necessárias e suficientes para o reconhecimento
de ordem patológica ocular e sistêmica.
Por essa razão, o Optometrista é um profissional indispensável no contexto da saúde pública, pois
seus serviços visam a tornar justo o acesso à saúde visual da população.
Conforme os dados do CBOO, cerca de 5 mil Optometristas atuam no Sistema Único de Saúde (SUS),
e mais de 80% das pessoas que aguardam consulta pelo SUS para alguma enfermidade do sistema
ocular apresentam erros refrativos e que perfeitamente poderiam ser atendidos por Optometristas.
Mas, por essa limitação do profissional no sistema público, a população acaba aguardando uma
consulta por anos.
Sabe-se que, no Brasil, um terço das pessoas nunca passou por atendimento e avaliação de sua
saúde visual, pois 85% dos municípios brasileiros não têm oftalmologistas, conforme pudemos
observar no início do nosso texto.
A busca por serviços de saúde ocular está voltada à avaliação de problemas refrativos, mas se sabe
que o diagnóstico precoce e o tratamento das morbidades oculares crônicas como a catarata, o
glaucoma e a retinopatia diabética são essenciais para minimizar as incapacidades geradas por essas
doenças.
Em um estudo de Castagno et al. (2009), o principal motivo para buscar uma consulta com o
Oftalmologista foi a dificuldade para enxergar, seguida de sintomas oculares como coceira,
lacrimejamento ou olhos vermelhos.
Nas pessoas com mais de 50 anos, a consulta foi para acompanhamento de doenças sistêmicas ou
oculares, e o que chamou atenção nesse mesmo estudo é que aqueles que consultaram por não
estarem enxergando direito precisaram pagar para consultar.
Mais uma vez, destaca-se a necessidade de mais profissionais para essa demanda, visto que o
número de pessoas com dificuldade de enxergar está aumentando e a rede pública não tem
estrutura nem profissionais para essa demanda.
- BRASIL, 2015
Com isso, os elementos essenciais da APS foram criados: educação em saúde, saneamento básico,
programa materno-infantil, abrangendo imunização e planejamento familiar, prevenção de
endemias, tratamento apropriado das doenças e danos mais comuns, fornecimento de
medicamentos essenciais, estímulo para uma alimentação saudável e de micronutrientes, além da
valorização das práticas complementares.
Ao apresentar os atributos essenciais, um serviço de saúde pode ser considerado provedor de
atenção primária, com maior força se os atributos derivados também estiverem presentes.
Na Figura 1, podemos entender melhor o que são atributos essenciais e os que são atributos
derivados:
Entende-se que, caso tivéssemos um atendimento mais forte nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs),
a resolutividade em nível primário como avaliação refrativa, dúvidas, questionamentos, orientações e
muitos outros atendimentos proporcionariam menor sobrecarga ao Setor Secundário.
Entretanto, no Brasil, não existem dados estatísticos e epidemiológicos confiáveis que possam
mostrar a real extensão dos problemas visuais da população.
Durante o momento das triagens, algumas alterações oculares e visuais são identificadas, mas não
são atendidas pelo programa: erros refracionais, assim como a visão subnormal.
Mas, por falta de um planejamento específico para promoção de saúde ocular e prevenção de
patologias oculares, a população brasileira sofre e está incluída numa das maiores com cegueira.
Saiba que as crianças devem ser avaliadas desde seu nascimento, e é importante acompanhamento
contínuo.
Veja o roteiro a seguir:
10 anos
Roteiro para a 3 anos 5 anos e 1 mês
promoção da Pré- 0a3 e 1 mês e 1 mês a
saúde ocular natal anos a5 a 10 menores
na infância anos anos de 16
anos
Identificação
de situações
de risco
Inspeção
ocular e
anexos
Profilaxia da
oftalmia
neonatal
Rastreamento
de retinopatia
da
prematuridade
(ROP)
10 anos
Roteiro para a 3 anos 5 anos e 1 mês
promoção da Pré- 0a3 e 1 mês e 1 mês a
saúde ocular natal anos a5 a 10 menores
na infância anos anos de 16
anos
Teste do
reflexo
vermelho
(TRV)
Avaliação
funcional
Acuidade
visual
Ao ingressarem no Ensino Fundamental, espera-se que já tenham visão binocular completa, com
boa noção de figura, profundidade e boa compreensão dos símbolos. Detalhando imagens coloridas,
reconhecendo-as como iguais ou diferentes. Além disso, deve ter a capacidade total de imitar
pessoas e animais, visão discriminatória, capacidade total de percepção espacial e localização de
crianças e outras pessoas, animais e objetos apresentados a diversas distâncias (FERREIRA, 2019).
Em 2007, foi criado um programa ministerial para viabilizar as ações e estratégias de saúde escolar,
particularmente da saúde ocular em escolares: PROJETO OLHAR BRASIL (POB), uma parceria dos
Ministérios da Saúde e da Educação, que visam a identificar e a corrigir casos de problemas visuais
relacionados à refração e, ao serem detectadas outras doenças que necessitem de
acompanhamento médico, essas crianças possam ter assistência integral.
Com essa ação, pensou-se em reduzir as taxas de reprovação e evasão escolares, facilitando o
acesso da população a correções ópticas (FERREIRA, 2019).
Esse Programa atenderia alunos matriculados no Ensino Fundamental, primeiro ano escolar, jovens
de 15 anos, que estão entrando no Ensino Médio e adultos do Programa Brasil Alfabetizado. O ideal
seria que fossem realizadas duas triagens: crianças aos 4 anos e quando ingressarem no primeiro ano
do ensino fundamental. Isso garantiria que, caso fossem detectadas alterações na primeira triagem, a
criança ingressaria no Ensino Fundamental com a devida correção ou assistência, não havendo
prejuízo nos primeiros meses escolares.
Já nos adultos do Programa Brasil Alfabetizado, o agravo mais recorrente é a Presbiopia (“vista
cansada”).
Para essa ação, o custo não é alto. Veja a seguir um kit que pode ser utilizado para uma triagem
ocular em ambiente escolar:
Saiba Mais
Optometristas em todas as UBSs dos municípios, realizando a triagem dos
pacientes com alterações da visão. Ao detectarem doenças oculares,
encaminhariam imediatamente para o atendimento médico.
É um sonho?
Veja um exemplo:
Material Complementar
LEITURA
Avaliação Ocular de Crianças e Adolescentes na Atenção Básica de Saúde
Com esse material, o aluno irá verificar que existe desde o teste do reflexo vermelho até a medida
da acuidade visual.
https://bit.ly/3VEcgWI
Estudo de Caso 1
Caro(a), estudante.
Agora, vamos compreender o cenário que será abordado no primeiro estudo de caso da disciplina.
Atente-se à situação profissional que você precisará entender para poder realizar a atividade.
Lembre-se: apesar de não ser avaliada, o objetivo da atividade é lhe proporcionar uma autoavaliação
dos pontos tratados no decorrer desta disciplina. O assunto aqui tratado o(a) ajudará, também, a
realizar a avaliação geral ao fim desta disciplina.
Esta investigação poderá ser no nível municipal, estadual ou nacional, e poderá ser seguido o
exemplo citado no final do texto.
Resolução
Um exemplo de atuação do optometrista em município é: “O prefeito Benjamim Bill Vieira de Souza
(PSDB) sancionou o projeto aprovado pela Câmara e tornou Lei uma proposta do vereador Avelino
Xavier Alves, o Poneis (PSDB), que diz respeito ao exercício do trabalho de optometristas na cidade
de Nova Odessa – SP”.
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Estudo de Caso 2
Vamos compreender o cenário que será abordado no segundo estudo de caso da disciplina.
Atente-se à situação profissional que você precisará entender para poder realizar a atividade.
Lembre-se: apesar de não ser avaliada, o objetivo da atividade é lhe proporcionar uma autoavaliação
dos pontos tratados no decorrer desta disciplina. O assunto aqui tratado o(a) ajudará, também, a
realizar a avaliação geral ao fim desta disciplina.
O(a) aluno(a) poderá preparar um questionário simples, com poucas questões para facilitar a
aplicação.
Resolução
Depois de realizar uma enquete no bairro de sua moradia, o(a) estudante pode confeccionar uma
apresentação em Power Point, colocando os dados coletados nessa enquete em forma de gráfico,
para melhor visualização:
Estudo de Caso 3
Por fim, vamos compreender o último cenário, abordado no terceiro estudo de caso da disciplina.
Atente-se à situação profissional que você precisará entender para poder realizar a atividade.
Lembre-se: apesar de não ser avaliada, o objetivo da atividade é lhe proporcionar uma autoavaliação
dos pontos tratados no decorrer desta disciplina. O assunto aqui tratado o(a) ajudará, também, a
realizar a avaliação geral ao fim desta disciplina.
Resolução
A criança, ao nascer, deve passar pelo Teste do Olhinho, avaliação funcional da acuidade visual
(neonato a 5 meses de vida), avaliação da convergência ocular e avaliação da acuidade visual em
escolares.
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Feedback
O objetivo desta etapa é apresentar a você uma resolução geral dos estudos de caso.
Aqui, você pode extrair os melhores caminhos a serem escolhidos em cada cenário descrito
anteriormente.
Referências
BENIZ NETO, J.; UMBELINO, C. C. Censo 2021. São Paulo: Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO),
2021.
________. Ministério da Saúde. Carteira de Serviços da Atenção Primária à Saúde (CaSAPS) Versão
Profissionais de Saúde e Gestores – Completa. Brasília: Ministério da Saúde, dez./2019.
CASTAGNO, V. D. et al. Carência de atenção à saúde ocular no setor público: um estudo de base
populacional. Cad Saúde Pública, v. 25, n. 10, out. 2009.
CORRÊA, E. J. et al. Avaliação ocular de crianças e adolescentes na atenção básica à saúde. In:
GUSMAO, C. M. G. et al. II Relato de experiências em tecnologias educacionais do Sistema UNA-SUS
2015. 22. ed. Recife: Universitária UFPE, 2015. p. 196-211.
PEREIRA, C. F. A. Triagem de acuidade visual reduzida em uma unidade de atenção básica à saúde.
2018. ???p. Dissertação (Mestrado em ???) – Programa de Pós-Graduação em Saúde da Criança e
Adolescente/Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto – USP. Ribeirão Preto, 2018.
OTTAIANO, J. A. A. et al. As condições de saúde ocular no Brasil. São Paulo: Conselho Brasileiro de
Oftalmologia (CBO), 2019.