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WIDISLENE BATISTA DA SILVA

A AUTOMEDICAÇÃO NA TERCEIRA IDADE

Imperatriz – MA
2021
5

WIDISLENE BATISTA DA SILVA

A AUTOMEDICAÇÃO NA TERCEIRA IDADE

Trabalho de Conclusão de Curso


apresentado ao Curso de Farmácia da
Faculdade Pitágoras, para obtenção do
grau de bacharel em Farmácia.

Orientadora: Prof. Luana Reis

Imperatriz – MA
2021

BANCA EXAMINADORA
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Prof. Nilza Fontana (Orientadora)

Prof.

Prof.

Imperatriz – MA, ____ de __________________ de 2021


3

AGRADECIMENTOS

Em primeiro lugar à Deus, pelo dom da vida e por me permitir chegar até aqui.
Aos meus pais, que tanto se esforçaram para me educar e mostrar o caminho
do bem.
Aos familiares, pelo apoio e confiança.
Aos amigos e colegas de turma, pelos momentos de alegria e descontração
dentro e fora da instituição.
Aos professores do curso de Farmácia da Faculdade Pitágoras que sempre
estiveram dispostos a me ajudar e contribuir no meu aprendizado.
Enfim, a todos que colaboraram de forma direta e indireta para a conclusão
desta jornada.
4

RESUMO

Iniciar...

Palavras-chave:
5

SILVA, Widislene Batista da. Suplementação abusiva e as consequências da


automedicação. 2021. ? p. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em
Farmácia) – Faculdade Pitágoras, Imperatriz, 2021.

ABSTRACT

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Keywords:
6

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .................................................................................... 7
2 RISCOS DE UMA AUTOMEDICAÇÃO ............................................... 9
3 A FUNÇÃO DO FARMACÊUTICO NO COMBATE E/OU
CONTROLE DA AUTOMEDICAÇÃO POR PARTE DO
CONSUMIDOR .................................................................................... 14
4 OS PRINCIPAIS PROBLEMAS QUE LEVAM OS INDIVÍDUOS A
RECORRER À AUTOMEDICAÇÃO ....................................................
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................
REFERÊNCIAS ...................................................................................
7

1 INTRODUÇÃO

Envelhecer é um processo de mudanças progressivas, físicas, psicológicas, sociais e


biológicas que caracterizam uma etapa da vida de cada ser humano.

A Organização Mundial de Saúde definiu como idosa pessoa que tem 60 anos ou mais de
idade, porém é importante ressaltar que existe diferença em relação ao processo de
envelhecimento entre os países desenvolvidos e os em desenvolvimento, enquanto nos
primeiros esse processo acontece de forma lenta associada à qualidade de vida, nos
segundos, esse processo ocorre de forma rápida sem que haja tempo para uma
reorganização social e saúde que possa atender as demandas em emergência (BRASIL, 2010).

A população de idosos no Brasil vem crescendo muito rápido. Segundo Organização Mundial
de Saúde (OMS) no ano de 2000, houve um aumento de oito vezes maior da população
brasileira de idosos relacionados ao crescimento da população jovem (RODRIGUES; LARA,
2011). Dados do IBGE mostram que a população de idosos cresce mais do que a de crianças
devido à queda da taxa de fecundação (MENDES et al, 2005).

Com o aumento da população idosa há uma necessidade maior de profissionais de saúde,


pois o envelhecimento acomete órgãos e tecidos, aumentando a evidência de doenças
crônicas (hipertensão arterial sistêmica, doenças osteoarticulares e diabetes mellitus, por
exemplo), o qual é necessário o acompanhamento, exames e farmacoterapia de uso
contínuo, e nesse contexto, as causas das doenças e mortes dos idosos pode estar
relacionadas à quantidade de medicamentos que os mesmos utilizam nesta fase da vida,
sem orientação do profissional habilitado.

Schmid, Bernal e Silva (2010) ainda ressaltam que a automedicação racional pode reduzir os
gastos para o indivíduo e para o sistema de saúde, evitando a superlotação nos serviços
ofertados, enquanto isso, a automedicação irresponsável aumenta o risco de efeitos
colaterais e de mascaramento de doenças, o que pode afetar o diagnóstico correto. Não
existe um conceito definido, mas, a automedicação pode ser conceituada como a prática de
seleção e utilização de medicamentos isentos de prescrição, reutilização de medicamentos
anteriormente prescritos sem orientação de um profissional habilitado e uso de
8

Os idosos possuem maior vulnerabilidade à automedicação, uma vez que os mesmos


consomem mais medicamentos que outros grupos etários, uma média diária de dois a cinco
medicamentos por dia, sendo mais suscetíveis a ocorrência de iatrogênica, além de
apresentarem comprometimento no metabolismo hepático e na depuração renal. Além
disso, nota-se que o consumo de medicamentos quase triplica com o avançar da idade sendo
tal fato justificado pela menor tolerância frente a sintomas agudos como por exemplo, a dor
determinando uma maior necessidade por fármacos especialmente quanto maior for o grau
de automedicação nesses indivíduos. Dessa forma, eles se tornam mais propensos ao uso
indiscriminado e aos eventos adversos responsáveis pelo aumento da internação hospitalar
e óbito nesse grupo de indivíduos.

Assim sendo, o hábito da automedicação é algo que ocorre com frequência significativa em
nosso país, sendo uma prática considerada como um grave problema de saúde pública.
(PEREIRA et al.,2017).

Neste sentido, este estudo teve como objetivo o conhecimento acerca da automedicação e
possíveis intoxicações medicamentosas em uma população de idosos.

O trabalho apresenta a seguinte problemática: Quais as consequência da


automedicação na terceira idade ? Considerando a realidade atual, o farmacêutico é
figura relevante nesse momento, pois pode e deve dialogar individualmente sempre
que possível de modo que transmita informações essenciais para o uso desordenada
de medicamentos.
O trabalho apresentado traz como objetivo geral compreender a medicação
abusiva, enfatizando as consequências da automedicação. A partir disso, apresenta-
se os seguintes objetivos específicos: Identificar os riscos de uma automedicação;
Verificar a função do farmacêutico no controle da automedicação por parte do
medicamento consumidor; Observar os principais problemas que levam os indivíduos
a recorrer à a.
No que diz respeito à metodologia, utilizou-se o método de revisão bibliográfica,
onde foram utilizados artigos científicos ou livros publicados no intervalo dos últimos
dez anos, que abordem a problemática a ser estudada. A busca foi realizada por meio
do Google Acadêmico, Scielo, Biblioteca Virtual e Ministério da Saúde.
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O trabalho está dividido em três capítulos. Inicia-se com essa introdução. O


primeiro capítulo identifica os riscos de uma automedicação apresenta o conceito de
envelhecimento. O segundo capítulo destaca a função do farmacêutico no combate
e/ou controle da automedicação por parte do consumidor. O terceiro capítulo. Por fim,
as considerações finais.
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2 RISCOS DE UMA AUTOMEDICAÇÃO

Infelizmente o Brasil é campeão mundial quando se fala em automedicação.


Os produtos genéricos ou de marca, com ou sem receita, adquiridos em farmácias
reais ou virtuais oferecem muitas opções de medicamentos e várias facilidades para
os comprar também no conforto da sua casa sem ter que se deslocar. A opção é muito
mais fácil e atraente do que marcar uma consulta médica para saber quais os
medicamentos mais adequados, dosagens, contra-indicações e possíveis efeitos
colaterais (LOPES, 2020).
A automedicação é muito comum em nosso país. As classes mais populares de
medicamentos incluem analgésicos, antipiréticos, anti-inflamatórios,
descongestionantes, antibióticos, anti-helmínticos e antifúngicos. Não há uma
idade exata para a automedicação. A faixa etária varia desde jovens até pessoas da
terceira idade. As pessoas que frequentam academias, cultuam a forma física ou
simplesmente querem emagrecer rapidamente devem ficar atentas. Atualmente,
muitos preparadores físicos e nutricionistas indicam suplementos que, dependendo
do organismo, podem engordar ao invés de tonificar os músculos.

De acordo com o farmacêutico Tarcísio Palhano (2019) os perigos da


automedicação são muitos. A partir de uma pequena dor, qualquer sintoma, qualquer
sinal, a pessoa já faz se medica automaticamente. Ações como essa podem dificultar,
inclusive, o diagnóstico de uma eventual doença mais grave. Um outro problema
comum, que está no domicílio dos brasileiros, é a caixa de primeiros socorros lotada
de remédios. A respectiva caixa de medicamentos acaba virando uma bomba nas
mãos de quem não tem o domínio do assunto. Com o passar do tempo, os
medicamentos vão perdendo a validade e nem todos percebem, podendo ocasionar
outros riscos que vão além da automedicação.
Uma automedicação mal sucedida pode gerar reações alérgicas, gastrites,
úlceras, acidentes vasculares cerebrais, piora do quadro clínico e aumento da
dificuldade no combate às doenças já instaladas. Sabe-se que por causa dos maus
hábitos, até quem trabalha na área da saúde, infelizmente, se medicam. Isso também
ocorre com pessoas instruídas, sem problemas econômicos e sem dificuldade em
consultar um médico (FONSECA & FRADE, 2005).
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De acordo com Palhano (2019, p.02) “Os medicamentos são uma das principais
causas de intoxicação no país. As pessoas precisam ser orientadas que medicamento
usado sem prescrição pode provocar danos à saúde”.
A utilização de grande quantidade e variedade de medicamentos, principalmente
por meio da automedicação, podem causar efeitos adversos (confusão, tontura,
quedas, desequilíbrios hídricos e eletrolíticos), resistência de microrganismos,
intoxicação medicamentosas, sangramento digestivos, reações de hipersensibilidade
e também aumenta o risco de interações (ELIOPOULOS, 2011; SILVA, 2016).
Além disso, devido aos problemas relacionados à visão, a dificuldade de gravar
a hora de administração e à falta de informação, pode haver o armazenamento
inapropriado dos medicamentos, ingestão de doses elevadas por descuido, utilização
pela via incorreta e a identificação confusa, elevando ainda mais o risco de intoxicação
não intencional (SILVA e FONTOURA, 2014; SILVA, 2016).
intoxicação, interação medicamentosa, reação adversa, hipersensibilidade
entre outros. Pois além de refletir na absorção, distribuição, metabolismo e excreção
dos fármacos, através das alterações fisiológicas decorrentes ao envelhecimento, tem
a possibilidade de ocorrer erros na administração por uma série de dificuldades e falta
de cuidado como: problema na visão, lembrar-se de administrar na hora correta e
confusão na identificação. Diante destes fatos, é necessária a adoção de medidas dos
profissionais de saúde visando à conscientização da população, para a promoção do
uso racional de medicamentos.
No entanto, o uso indiscriminado de medicamentos em idosos pode aumentara
chance de possíveis riscos desenvolvidos na prática da automedicação, são eles: A
Agência Nacional de Vigilância Sanitário (Anvisa) alerta para risco de consumo de
medicamentos, pois podem causar graves danos à saúde das pessoas. De acordo com
o alerta da Agência, alguns desses suplementos contêm ingredientes que não são
seguros para o consumo como alimentos ou contêm substâncias com propriedades
terapêuticas, que não podem ser consumidas sem acompanhamento médico.
Com o envelhecimento da população, são crescentes os gastos de saúde com
doenças crônicas como diabetes e hipertensão. Nesse contexto, é percebido que os
⁸brasileiros tentam estabelecer uma rotina de atividade física e buscam cada vez mais
o equilíbrio em sua alimentação, visando a prevenção de doenças e à promoção da
saúde. As reações podem variar de uma pessoa para outra, no entanto, a
dependência é sem dúvida é o efeito colateral que merece mais destaque e que
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provavelmente a maioria das pessoas adeptas do uso desordenados de


medicamentos frequentemente já sofreram, sofrem ou vão sofrer (MEDEIROS, 2012).

São várias as situações levam os indivíduos a escolherem a perigosa decisão de


se automedicar: falta de recursos para ter acesso a um médico, hospital ou posto de
saúde; maus hábitos culturais, o vizinho disse que é um remédio muito bom, e assim
por diante. Além disso, há um acesso mais fácil para a compra de medicamentos sem
receita médica em nosso país (FONSECA; FRADE, 2005).
Não há dúvidas que uma automedicação traz riscos, pois é justamente nesse
instante que o uso de remédios sem a avaliação de um profissional de saúde causa
danos ao corpo humano. Quando usado de forma errônea, o medicamento pode ter
um efeito totalmente contrário do esperado. Portanto, é importante consultar sempre
um profissional antes de fazer uso de qualquer remédio (PALHANO, 2019).
Na maioria das vezes as propagandas não deixam claras as formas de uso,
muito menos os riscos do uso exagerado ou incorreto dos medicamentos. Para
minimizar o problema da automedicação é necessário que haja no país uma maior
rigidez em relação às propagandas e também uma fiscalização mais ativa a respeito
dos medicamentos que não podem ser vendidos sem prescrição médica (SILVA et al.,
2007).
Neste contexto da automedicação, ú a necessidade da realização de
campanhas informativas e conscientizadoras da população, quanto ao uso
Correto das diversas medicações disponíveis no mercado, sendo
imprescindível a participação ativa de profissionais da área da saúde,
sobretudo médicos e farmacêuticos (BARBOSA et al., 2006 apud ARAÚJO
JÚNIOR; VICENTINI, 2007, p.84).

A falta de atenção na utilização de drogas pode deflagrar uma série de efeitos


paralelos ao efeito que originalmente se busca, tais como: reações alérgicas,
taquifilaxia, refratariedade, hepatotoxicidade, neurotoxicidade, dependência,
subsequentes efeitos crônicos, distúrbios neurológicos, além é claro, dos múltiplos
efeitos colaterais concomitantes que podem, inclusive, culminar em óbito (RANG et
al., 2007).
Outro problema relacionado ao uso dos medicamentos diz respeito à
combinação inadequada. Nesse caso, o uso de um medicamento pode cancelar ou
aumentar os efeitos do outro. O uso incorreto ou irracional de medicamentos também
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pode ter consequências como: reações alérgicas, dependência e até morte. Os riscos
de saúde mais comuns para quem está acostumado a se automedicar incluem o risco
de envenenamento e resistência aos medicamentos. Todo medicamento tem efeitos
colaterais (BRASIL, 2012).

3 A FUNÇÃO DO FARMACÊUTICO NO COMBATE E/OU CONTROLE DA


AUTOMEDICAÇÃO POR PARTE DO CONSUMIDOR

Um grande avanço institucional foi a criação dos órgãos reguladores, porém, este
não foi capaz de resolver uma parte da regulação de medicamentos no Brasil, que
ainda está bastante vinculada à legislação da década de 1970. Há necessidade,
agora, de um esforço de atualização do quadro normativo legal que incide sobre o
setor de suplementos alimentares, para que as normas vigentes possam incorporar
os avanços técnicos e científicos verificados nas últimas décadas (SCHOSTACK,
2004).

A assistência farmacêutica vai além, pois abrange além dos medicamentos em todas
as suas fases (desde a pesquisa até a dispensação e orientação do paciente,
passando por produção, manipulação e controle) também os alimentos, os
cosméticos, os domissanitários, as análises clínicas, os produtos de diagnósticos, as
análises toxicológicas, as análises bromatológicas, o controle ambiental, a higiene e
a segurança do trabalho e a saúde como um todo (SCHOSTACK, 2004).

Na maioria das vezes, a partir do momento em que os sintomas se manifestam, as


pessoas passam a tomar medicamentos. Mas recomenda-se cautela, pois servem
para aliviar, curar ou, paradoxalmente, agravar muitos dos distúrbios e doenças. Em
geral, os efeitos da droga no corpo são muito elevados e podem ating objetivos
indesejáveis e causar problemas, incluindo efeitos colaterais e efeitos colaterais
(FONSECA; FRADE, 2005).

Vale ressaltar que os anti-inflamatórios são remédios perigosos e podem ser muito
prejudiciais se administrados indiscriminadamente, causando contração dos vasos
sanguíneos, retenção de sódio e água, aumento da pressão arterial e danos ao
coração e aos rins. Eles também têm um efeito deletério no fígado, causando
gastrite e danos intestinais, o que torna o indivíduo sujeito a desenvolver úlceras no
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sistema digestivo. Outro risco importante, comum na automedicação em geral, é


mascarar ou mesmo agravar doenças (LOPES, 2020).

Não há idade apropriada para a automedicação, pois o risco existe para todas as
faixas etários. No entanto, os riscos da automedicação ficaram mais expressivos
diante das alterações na fisiologia do corpo idoso. Nesta faixa etária, há uma
redução do fluxo sanguíneo e das atividades enzimáticas hepáticas, redução na
produção de suco gástrico e na velocidade do esvaziamento gástrico, aumento do
teor de tecido adiposo total, perda do teor de água total e da quantidade de
proteínas plasmáticas, além da diminuição da irrigação renal (GONÇALVES, et al.,
2011).

Deve-se considerar o potencial de contribuição do farmacêutico por efetivamente


integrar-se às equipes de saúde, fazendo com que um melhor uso dos
medicamentos possa ser garantido. Assim, pode-se reduzir dos riscos de morbidade
e mortalidade e que o seu emprego permita custos menores relacionados a
farmacoterapia (SILVA et al., 2017).

A premissa básica da filosofia farmacêutica é que a responsabilidade do profissional


está em colaborar para a sociedade no qual atua, prestando um serviço de
qualidade e satisfazendo a necessidade dos consumidores que procuram um
tratamento farmacológico apropriado, eficiente e respaldado na segurança. A
assistência e atenção farmacêuticas caminham juntas, mas cada uma tem suas
características e cabe ao farmacêutico fazer uso correto delas em determinada
situação para atingir um resultado positivo durante o tratamento dos pacientes
(CIPOLLE; STRAND; MORLEY, 2000).

A grande maioria dos brasileiros não vai aos postos de saúde, mas sim às farmácias
ou drogarias. Portanto, deve existir uma colaboração mais estreita entre médicos e
farmacêuticos, o que sem dúvida trará maiores benefícios para a saúde da
população. Tudo isso inclui também o reconhecimento de que a farmácia pode e
deve ser um espaço de promoção e prevenção da saúde.
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4 PRINCIPAIS PROBLEMAS QUE LEVAM OS INDIVÍDUOS A RECORRER À


AUTOMEDICAÇÃO

Sabe-se que a automedicação é um dos comportamentos de maior risco para


o ser humano. A grande maioria dos medicamentos é de livre acesso e a população
nem sempre consegue consultar o médico, por isso a automedicação é mais fácil para
as pessoas. Deve-se esclarecer que as pessoas tendem a esquecer que drogas são
drogas e que elas mudam o corpo de alguma forma, para melhor ou para pior
(CAMPOS, 2017).
Vale ressaltar que além de embriaguez, a automedicação também pode
agravar o quadro do enfermo. Caso a pessoa tome um medicamento não adequado
para a doença, os sintomas serão mascarados e, se for ao médico, provavelmente
não conseguirá diagnosticar no primeiro contato. Também há casos de medicamentos
que, se tomados incorretamente, teriam agravado doenças latentes em
pacientesaparentemente saudáveis (CARDOZO, 2021).
Além de todos os riscos já conhecidos que podem comprometer seriamente a
saúde do consumidor, pode ocorrer a dependência psicológica de drogas, o
desenvolvimento de uma espécie de hipocondria e a necessidade constante de tomar
remédios para curar doenças que muitas vezes não existem nessa pessoa
(CARDOZO, 2021).
decorrentes de doenças infecciosas, como as doenças sexualmente transmissíveis
(DST), pois, em muitos casos, os usuários que se automedicam não recebem
orientação e tratamento adequados apesar de se sentirem melhor do que os elos da
cadeia de transmissão dessas doenças. O principal objetivo do tratamento adequado
é curar e, assim, quebrar a cadeia de transmissão (OPAS, 2005).
Em uma sociedade, os hábitos de consumo de medicamentos podem ser
influenciados positivamente pelas políticas nacionais se promoverem a regulação do
fornecimento e a disponibilidade racional de medicamentos essenciais, desde que o
acesso ao diagnóstico e à prescrição seja feito por profissionais qualificados. Por outro
lado, o consumo pode ser influenciado negativamente pelo acesso sem barreiras, bem
como pela publicidade e propaganda de medicamentos, que muitas vezes encorajam
o uso desnecessário e irracional. Os governos precisam saber as razões e as formas
de uso irracional de drogas; Informações específicas são necessárias para avaliar a
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extensão deste problema, identificar estratégias e monitorar o impacto de possíveis


intervenções (LOYOLA-FILHO et al., 2002).

Estudos históricos realizados por Soares (2000) há mais de uma década acerca das
percepções do medicamento mostram visões contraditórias, como substâncias que
podem libertar de um mal-estar ou doença, mas também viciar e tornar o paciente
dependente. Os medicamentos são vistos como mercadorias ou substâncias
químicas, com poder de cura. Podem até melhorar a saúde, porém, representam
uma ameaça e continuação da doença. Um simples diagnóstico errado pode gerar
um problema novo até então desconhecido.

As farmácias surgem como alternativa às dificuldades de obtenção dos serviços de


saúde, cumprem o papel de fornecedoras de medicamentos, mas não são
reconhecidas como local de aconselhamento em saúde. Esses resultados
corroboram as recomendações para o estabelecimento de parcerias com farmácias
a fim de qualificar o pessoal envolvido na dispensação de medicamentos, a fim de
contribuir para a prevenção de doenças, adesão terapêutica e uso racional de
medicamentos(OPAS, 2004).

A identidade dos farmacêuticos, muitas vezes, confundidos com balconistas, ou


vendedores de medicamentos parece resultar na falta de aconselhamento ao
paciente e da identificação com outras atividades relacionadas à administração e
gestão de farmácias recomendadas como novas são tendências de mercado
baseadas em estudos históricos de a profissão. Por outro lado, a ausência do
farmacêutico deixa um espaço ocupado pela equipe que assume tarefas
incompatíveis com suas características educacionais e pedagógicas. Fica clara a
necessidade de definir padrões ou requisitos para a qualificação sistemática desses
trabalhadores e de restringir sua alocação
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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Com a análise deste estudo, é notável que embora a automedicação seja mais
susceptível aos idosos pelo decorrer de sua vida, o envelhecimento trás malefícios à
saúde e fragilidade ao indivíduo. Nos artigos estudados percebeu-se a alta
prevalência de automedicação por este público, bem como, as mulheres são os
principais alvos nesse contexto. Alguns desses, reconhecem a importância do
farmacêutico na orientação à automedicação, ainda, percebeu-se que o idoso sai
com melhor clareza após a dispensação do medicamento do que após uma consulta
médica, o que se dá devido ação do profissional farmacêutico.
Pode-se perceber que a automedicação deu-se na maioria por medicamentos sob
prescrição médica, e isso decorre muitas vezes da falta de conhecimento e
indicação de terceiros. De acordo com a lei vigente de n°13.021/2014 deixa claro
que a automedicação racional é um marco e um avanço para a saúde da população,
relevante na vida do idoso que é o futuro de todo cidadão (SILVA, LYRA JÚNIOR,
2017).
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