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Coletânea 1 - PH
Tempestade de ideias:
Qual é o problema?
Automedicação(Por que isso é um problema? Essa pergunta nos remete às
consequências ou aos efeitos de um problema)
Frase tema:
A automedicação e os impactos na saúde(na sociedade
brasileira) dos brasileiros
Consequências (impactos):
1-Faz mal à saúde(Exemplificar) – Agravar ( mascarar- camuflar) as doenças,
enfermidades -automedicação traz riscos à saúde, pois a ingestão de substâncias de forma inadequada pode
causar reações como dependência, intoxicação e até a morte - Os
medicamentos são a principal causa de intoxicação no Brasil, segundo dados do Sistema Nacional de
Informações Tóxico-Farmacológicas (Sinitox), da Fundação Oswaldo Cruz, ficando à frente de
produtos de limpeza, agrotóxicos e alimentos danificados. 4 de mai. de 2020
2- Faz determinados microrganismos(como bactérias ou vírus) ficarem resistentes
a medicamentos utilizados de forma incorreta(superbactérias) Tomar medicação sem
prescrição médica pode matar até 10 milhões de pessoas por ano até 2050, em todo o mundo. O alerta sobre
o uso excessivo de medicamentos e os consequentes casos de resistência antimicrobiana estão no relatório
divulgado ontem por entidades ligadas à Organização das Nações Unidas (ONU). Além da saúde, o documento
também mostra o prejuízo na economia. A estimativa é de que, até 2030, a resistência antimicrobiana leve cerca
de 24 milhões de pessoas à extrema pobreza, pois...
No Brasil, segundo a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) entre 40% e
60% das doenças infecciosas já são resistentes a medicamentos. Atualmente, pelo menos 700 mil pessoas
morrem todos os anos devido a doenças resistentes a medicamentos, incluindo 230 mil por tuberculose
multirresistente.
- Uso de antibióticos na agricultura e pecuária(Cuidado com essa informação, pois
constitui uma causa das superbactérias e esta, por sua vez – a resistência
microbiana– é uma consequência da automedicação- Analise bem o que está
abordando em relação às causas e às consequências, para evitar aprofundar uma
informação que distanciará sua argumentação da ideia central do tema. Neste
caso, o tema é automedicação e não superbactérias, beleza?)
Leia mais em: https://super.abril.com.br/saude/superbacterias-entenda-o-problema-da-resistencia-aos-antibioticos/
Causas da automedicação
A principal causa da automedicação talvez esteja relacionada a um aspecto
cultural, em que tomar remédio por conta própria, sem a necessidade de ir até o
médico, alivia a dor de imediato. No entanto, outras causas podem contribuir
para essa prática:
Precariedade do sistema de saúde;
Dificuldade para marcar consultas médicas;
Variedade de produtos fabricados pela indústria farmacêutica;
Venda livre de medicamentos;
Livre acesso a informações sobre doenças por meio da internet;
Falta de fiscalização na venda de medicamentos prescritos.
Já existe campanha!
Conselho Federal de Farmácia (CFF)
A data 05 de maio foi instituída pelo como o
"Dia Nacional do Uso Racional de Medicamentos" para alertar e conscientizar a população sobre os riscos à
saúde causados pelo uso indiscriminado de medicamentos, pela automedicação não assistida por um
profissional habilitado (como médico, ..
https://www.youtube.com/watch?v=_ndKinBi-kY
https://www.cff.org.br/noticia.php?id=5849
A conscientização, tão disseminada como solução para quase tudo, surte pouquíssimo efeito. Isso porque nem sempre
os problemas existentes perduram por falta de consciência sobre eles, mas sim pelo que se faz com o conhecimento.É
preciso transformar informação em formação, em inteligência emocional, em mudança comportamental efetiva, a fim
de construir indivíduos, desde as fases mais precoces, capazes de...
1.
... Dia Nacional do Uso Racional de Medicamentos, a Anvisa alerta sobre os riscos à saúde do uso indiscriminado
de medicamentos e da automedicação.
http://portal.anvisa.gov.br/noticias/-/asset_publisher/FXrpx9qY7FbU/content/uso-racional-de-medicamentos-um-
alerta-a-
populacao/219201?p_p_auth=QcqyMplI&inheritRedirect=false&redirect=http%3A%2F%2Fportal.anvisa.gov.br%2Fnotici
as%3Fp_p_auth%3DQcqyMplI%26p_p_id%3D101_INSTANCE_FXrpx9qY7FbU%26p_p_lifecycle%3D0%26p_p_state%3Dn
ormal%26p_p_mode%3Dview%26p_p_col_id%3D_118_INSTANCE_KzfwbqagUNdE__column-2%26p_p_col_count%3D2
9- A série House é uma crítica ao uso indiscriminado de remédios O seriado norte-americano House, M.D.
também conhecido como Dr. House ...
Coletânea 3 - Stoodi
Automedicação na sociedade brasileiraStoodi
A partir da leitura dos textos motivadores seguintes e com base nos conhecimentos
construídos ao longo de sua formação, redija um texto dissertativo-argumentativo em
modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema “Automedicação na
sociedade brasileira”, apresentando proposta de intervenção que respeite os direitos
humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos
para defesa de seu ponto de vista.
Texto I
Quem nunca tomou um remédio sem prescrição após uma dor de cabeça ou febre? Ou pediu
opinião a um amigo sobre qual medicamento ingerir em determinadas ocasiões? A
automedicação, muitas vezes vista como uma solução para o alívio imediato de alguns
sintomas, pode trazer consequências mais graves do que se imagina. A medicação por conta
própria é um dos exemplos de uso indevido de remédios, considerado um problema de saúde
pública no Brasil e no mundo. Segundo dados do Sistema Nacional de Informações Tóxico-
Farmacológicas (SINTOX), em 2003, os medicamentos foram responsáveis por 28% de
todas as notificações de intoxicação.
O uso de medicamentos de forma incorreta pode acarretar o agravamento de uma doença,
uma vez que a utilização inadequada pode esconder determinados sintomas. Se o remédio
for antibiótico, a atenção deve ser sempre redobrada. O uso abusivo destes produtos pode
facilitar o aumento da resistência de microrganismos, o que compromete a eficácia dos
tratamentos.
Outra preocupação em relação ao uso do remédio refere-se à combinação inadequada. Neste
caso, o uso de um medicamento pode anular ou potencializar o efeito do outro. O uso de
remédios de maneira incorreta ou irracional pode trazer, ainda, consequências como: reações
alérgicas, dependência e até a morte.
(Disponível em: http://www.endocrino.org.br/os-perigos-da-automedicacao/ - Acesso em: 17 ago.
2017).
Texto II
A automedicação é uma prática bastante difundida não apenas no Brasil, mas também em
outros países. Em alguns países, com sistema de saúde pouco estruturado, a ida à farmácia
representa a primeira opção procurada para resolver um problema de saúde, e a maior parte
dos medicamentos consumidos pela população é vendida sem receita médica. Contudo,
mesmo na maioria dos países industrializados, vários medicamentos de uso mais simples e
comum estão disponíveis em farmácias, drogarias ou supermercados, e podem ser obtidos
sem necessidade de receita médica (analgésicos, antitérmicos etc.).
Debate-se se um certo nível de automedicação seria desejável, pois contribuiria para reduzir
a utilização desnecessária de serviços de saúde. Afinal, dos 160 milhões de brasileiros, 120
não têm convênios para assistência à saúde. A decisão de levar um medicamento da palma
da mão ao estômago é exclusiva do paciente. A responsabilidade de fazê-lo depende, no
entanto, de haver ou não respaldo dado pela opinião do médico ou de outro profissional de
saúde.
No Brasil, embora haja regulamentação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária
(ANVISA) para a venda e propaganda de medicamentos que possam ser adquiridos sem
prescrição médica, não há regulamentação nem orientação para aqueles que os utilizam. O
fato de se poder adquirir um medicamento sem prescrição não permite o indivíduo fazer uso
indevido do mesmo, isto é, usá-lo por indicação própria, na dose que lhe convém e na hora
que achar conveniente. Dados europeus indicam que, em média, 5,6 pessoas por farmácia e
por semana fazem uso indevido de algum tipo de medicamento.
(Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-42302001000400001 -
Acesso em: 17 ago. 2017).
Texto III
O Brasil é recordista em automedicação. A pesquisa O Comportamento da Dor do Paulista,
realizada em 2014 pelo Instituto de Pesquisa Hibou, identificou que o brasileiro da Região
Sudeste é o que mais se automedica de forma indiscriminada e sem medo das
consequências. Apenas 8% dos entrevistados nunca se automedicaram. Segundo o estudo, as
dores que mais afetam os cidadãos são as de cabeça (42%), a lombar (41%), a cervical
(28%) e nas pernas (26%).
Os medicamentos são o principal agente causador de intoxicação em seres humanos no
Brasil desde 1994, segundo o Conselho Federal de Farmácia. De acordo com pesquisa do
Ministério da Saúde, a automedicação levou para o hospital mais de 60 mil pessoas de 2010
a 2015.
Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) mostram que, em todo o mundo, mais de
50% de todos os medicamentos receitados são dispensáveis ou vendidos de forma
inadequada. Cerca de 1/3 da população mundial tem carência no acesso a remédios
essenciais e metade dos pacientes tomam medicamentos de forma inadequada.
(Disponível em: http://www12.senado.leg.br/noticias/especiais/especial-cidadania/automedicacao-
pode-ter-graves-consequencias - Acesso em: 17 ago. 2017).
Hipocondria
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Hypochondriasis
Coletânea 3 - Imaginie
TEMA DE REDAÇÃO: AUTOMEDICAÇÃO EM DEBATE NO SÉCULO XXI
A partir da leitura dos textos motivadores seguintes e com base nos conhecimentos construídos ao
longo de sua formação, redija um texto dissertativo-argumentativo na modalidade escrita formal da
língua portuguesa sobre o tema: Automedicação em debate no século XXI, apresentando
proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma
coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.
TEXTO I
De médico e louco todo mundo tem um pouco. Por isso, muita gente não resiste à tentação de
receitar um remedinho. É remédio natural, um comprimidinho para dor ou azia, o medicamento que a
vizinha tomou quando caiu de cama com gripe, ou aquele famoso que se não fizer bem, mal não faz.
Essa prática comum não só entre os brasileiros está cercada de sérios riscos. Muitos dos
tratamentos prescritos por pessoas não capacitadas podem ser extremamente perigosos. Todo o
remédio pode apresentar efeitos colaterais indesejáveis e provocar problemas graves de saúde.
Drauzio – Qual a diferença entre autoprescrição e automedicação?
Anthony Wong – A automedicação que todo o mundo condena, muitas vezes, é desejável. Há até
uma recomendação da Organização Mundial de Saúde de que a automedicação responsável é
benéfica para o sistema de saúde. Por quê? Porque nos casos de uma simples dor de cabeça ou de
dente, de cólicas abdominais ou menstruais, por exemplo, se a pessoa tomar um remédio que não
tenha tarja na caixa por um período curto, vai aplacar os sintomas e dar tempo para que o problema
se resolva sozinho. Portanto, automedicação responsável é econômica e ajuda o sistema de saúde
como um todo.
Disponível em: http://drauziovarella.com.br/entrevistas-2/automedicacao-e-autoprescricao/ Acesso
em: 24 jun. 2015
TEXTO II
A legislação atual (Lei 9.294/96) permite a propaganda de medicamentos classificados pelo
Ministério da Saúde como anódinos (paliativos) e de venda livre, desde que inclua advertências
quanto ao seu abuso. Todo anúncio de remédio deve informar, por exemplo, que o médico deverá
ser consultado caso os sintomas persistam.
De acordo com o projeto, a propaganda de medicamentos e terapias ficará restrita a publicações
especializadas, dirigidas a profissionais e instituições de saúde. Para Luiz Couto, esse tipo de
campanha em jornais, revistas e emissoras de rádio e televisão “é um incentivo à nociva prática da
automedicação”.
Disponível em: http://www2.camara.leg.br/camaranoticias/noticias/SAUDE/151537-PROJETO-
PROIBE-PROPAGANDA-DE-REMEDIOS-E-TERAPIAS.html
Acesso em: 24 jun. 2015
TEXTO III
A automedicação é responsável por cerca de 20 mil mortes anualmente no país. Os dados são da
Associação Brasileira de Indústrias Farmacêuticas (Abifarma). ” O consumo indiscriminado de
medicamentos traz graves consequências à saúde da população. A pessoa que utiliza um remédio
sem prescrição médica desconhece os riscos farmacológicos especiais e as possíveis interações
com outras substâncias” , afirma a clinica geral Ligia Raquel Malheiro de Brito. Segundo ela, a
automedicação dificulta o diagnóstico médico, o que pode levar a um agravamento do quadro e
induzir escolhas inadequadas de tratamento.
Disponível em: http://www.isaude.net/pt-BR/noticia/30457/saude-publica/brasil-registra-20-mil-
mortes-causadas-por-automedicacao-anualmente Acesso em: 24 jun. 2015
TEXTO IV
Disponível em: http://www.blogdasaude.com.br/saude-social/2013/04/09/os-riscos-da-automedicaca
Acesso em: 24 jun.2015
Veja1:
Redações sobre esse tema enviadas para o site do Imaginie.. Observação:
Procure analisá-las, para aproveitar ideias, argumentos, citações, mas sem fazer
cópias integrais dos textos, pois as redações estão sem nota e comentário.
Devem servir apenas para axiliá-lo(a) na construção do seu texto.
↓
https://www.imaginie.com.br/enem/temas-de-redacao/automedicacao-em-
debate-no-seculo-xxi
Coletânea 4: Projeto Redação
Texto 1
A automedicação é a utilização de medicamentos por conta própria ou por indicação de pessoas
não habilitadas, para tratamento de doenças cujos sintomas são “percebidos” pelo usuário, sem a
avaliação prévia de um profissional de saúde (médico ou odontólogo). A propaganda muitas vezes
induz e incentiva o consumo de determinado medicamento que nem sempre é o indicado para
aquela necessidade. A intoxicação por medicamentos ocupa o primeiro lugar dentre as causas de
intoxicaçaõ registradas em todo o paiś , à frente dos produtos de limpeza, dos agrotóxicos e dos
alimentos estragados.
Os analgésicos, os antitérmicos e os antiinflamatórios representam as classes de medicamentos que
mais intoxicam.
(Disponiv́ el em: <https://www.anvisa.gov.br/propaganda/folder/uso_indiscriminado.pdf.>. Acesso
em: 06 março 2016 – Texto adaptado)
Texto 2
Quem nunca tomou um remédio sem prescrição após uma dor de cabeça ou febre? Ou pediu
opinião a um amigo sobre qual medicamento ingerir em determinadas ocasiões? A automedicação,
muitas vezes vista como uma solução para o alívio imediato de alguns sintomas, pode trazer
consequências mais graves do que se imagina.
O uso de medicamentos de forma incorreta pode acarretar o agravamento de uma doença, uma vez
que a utilizaçaõ inadequada pode esconder determinados sintomas. Se o remédio for antibiótico, a
atenção deve ser sempre redobrada. O uso abusivo destes produtos pode facilitar o aumento da
resistência de microorganismos, o que compromete a eficácia dos tratamentos.
Outra preocupação em relação ao uso do remédio refere-se à combinação inadequada. Neste caso,
o uso de um medicamento pode anular ou potencializar o efeito do outro. O uso de remédios de
maneira incorreta ou irracional pode trazer, ainda, consequências como: reações alérgicas,
dependência e até a morte.
Tipos de Uso Irracional de Medicamentos
Uso abusivo de medicamentos (polimedicaçao ̃ );
Uso inadequado de medicamentos antimicrobianos, freqüentemente em doses incorretas ou para
infecções não-bacterianas;
Uso excessivo de injetáveis nos casos em que seriam mais adequadas formas farmacêuticas orais;
Prescrição em desacordo com as diretrizes cliń icas;
Automedicação inadequada, frequentemente com medicamento que requer prescrição médica.
(Disponiv́ el em:<https://www.endocrino.org.br/os-perigos-da-automedicacao/>. Acesso em: 06
março 2016 – Texto adaptado).
Texto 3
(Disponiv́ el em:<https://www.escolacit.rs.gov.br/links/links.html>. Acesso em: 06 março 2016).
Veja2:
Redações sobre esse tema enviadas para site do Projeto Redação. Procure analisá-las, para aproveitar
ideias,argumentos, citações, mas sem fazer cópias integrais dos textos. Observação: as redações estão sem nota e
comentário. Devem servir apenas para axiliá-lo(a) na construção do seu texto.
https://www.projetoredacao.com.br/temas-de-redacao/as-implicacoes-da-automedicacao-na-cultura-do-brasileiro/
Comentários enviados
Correção Gratuita
Enviado por Yasmin Rodrigues de Oliveira
O seu texto está excelente, somente, infelizmente, houve alguns faltosos empregos da vírgula, portanto,
estude o uso da vírgula para isolar elementos (adjuntos adverbiais) dentro do texto e, assim, você alcançará
a nota máxima desejada. Bons estudos! Até a próxima!
AUTOMEDICAÇÃO
“A diferença entre um remédio e um veneno está só na dosagem”.
(Paracelso – Médico e físico do séc. XVI)
Segundo dados do Conselho Federal de Farmácia, a automedicação é
responsável por 25% dos casos de intoxicação no Brasil. Este número tende a
crescer, visto que a população cada vez menos procura o médico ou dentista ou
tem acesso a esses profissionais quando apresenta algum problema de saúde.
Só em 2003, foram registrados no Brasil 23.348 casos de intoxicação por
medicamentos. Desses, 128 casos chegaram a óbito, sendo que crianças
menores de 5 anos representam aproximadamente 35% dos casos deste tipo de
intoxicação. A maior incidência de casos de intoxicação está entre as mulheres
entre 20 e 29 anos.
Os benzodiazepínicos (substâncias que atuam no cérebro diminuindo a
ansiedade, também conhecidos como calmantes), antigripais, antidepressivos e
antiinflamatórios são as classes de medicamentos que mais intoxicam no país.
O uso indiscriminado de medicamentos pode “mascarar” sintomas graves de
alguma doença ou até agravar o quadro clínico do paciente. Como exemplo,
temos o “mascaramento” de problemas sérios de estômago, que, na verdade,
podem ser úlceras ou tumores. No caso, o doente não sabe que tem a doença,
pois alivia os sintomas com antiácidos, sem uma investigação adequada do
problema.
Pessoas que tomam medicamentos sem orientação médica justificam que a
autoconfiança é o principal motivo para esta atitude, sem contar o forte impacto
das propagandas de medicamentos, que favorecem o aumento de casos de
automedicação.
Deve ser levado em consideração também a dificuldade que as pessoas têm de
conseguir uma opinião médica, por falta de acesso aos serviços médicos. Nesta
situação, elas passam a seguir recomendações de parentes ou vizinhos para
tratar o que consideram ser “pequenos problemas de saúde”.
Segundo dados da Organização Mundial da Saúde - OMS e do Ministério da
Saúde, o mercado brasileiro dispõe de mais de 32 mil medicamentos – motivo
pelo qual o Brasil encontra-se em sexto lugar entre os países consumidores de
medicamentos, respondendo por 14,3 dos 529 bilhões de reais movimentados no
mercado mundial de medicamentos. No entanto, é concreta a consideração de
que para tratar as mais diversas doenças, cerca de 420 substâncias seriam
suficientes.
Diante desse quadro, busca-se encontrar uma solução rápida e eficaz para o
problema, sendo através de políticas de medicamentos que facilitem o acesso aos
medicamentos, como os Genéricos, ou através da orientação da população para o
uso racional de medicamentos, fazendo um acompanhamento farmacoterapêutico
do tratamento e prestando assistência farmacêutica. Nesse contexto, o
Farmacêutico tem um papel fundamental, por ser o profissional do medicamento.
Ele pode orientar quanto ao uso racional dos medicamentos e fazer o
acompanhamento dos pacientes durante o tratamento (atenção farmacêutica).
Toda farmácia tem de ter um farmacêutico responsável para orientar os pacientes
quanto às dúvidas sobre medicamentos. O paciente deve ficar atento e não aceitar
nenhum tipo de oferta de “tratamento milagroso”, principalmente se for sem receita
médica.
É necessário também que haja atenção ao uso indiscriminado de fitoterápicos.
Plantas e chás que parecem ser inofensivos podem causar reações indesejáveis à
saúde. Um bom exemplo é o uso do Ginkgo Biloba, que, quando associado ao
AAS, pode levar a casos de hemorragias cerebrais (AVC).
Medidas Preventivas
• Mantenha todos os produtos tóxicos em local seguro, fora do alcance das
mãos e dos olhos das crianças, de modo a não despertar sua curiosidade.
• Os remédios são ingeridos por crianças que os encontram em local de fácil
acesso, deixados pelo adulto.
• O armazenamento dos medicamentos em casa deve ser feito em local
seco, sem incidência de luz e protegido do calor. Evite guardar
medicamentos no banheiro, pois é um lugar muito úmido.
• Nunca deixe de ler o rótulo ou a bula antes de usar qualquer medicamento.
• Evite tomar remédio na frente de crianças.
• Não dê remédio no escuro para que não haja trocas perigosas.
• Não utilize remédios sem orientação médica.
• Mantenha os medicamentos nas embalagens originais.
• Cuidado com remédios de uso infantil e de uso adulto (tem doses
diferentes) com embalagens muito parecidas, erros de identificação podem
causar intoxicações graves e, às vezes, fatais.
• Nunca use medicamentos com prazo de validade vencida. Após o
vencimento, as substâncias podem se tornar tóxicas.
• Descarte remédios vencidos, não guarde restos de medicamentos. O
descarte adequado para medicamento é a incineração. Leve as sobras de
medicamentos a unidades de saúde ou a uma farmácia para que o descarte
seja adequado. Nunca coloque a embalagem com o seu conteúdo na
lixeira.
• É importante que a criança aprenda que remédio não é bala, doce ou
refresco. Quando sozinha, ela poderá ingerir o medicamento, lembre-se:
remédio é remédio.
• Pílulas coloridas, embalagens e garrafas bonitas, brilhantes e atraentes,
odor e sabor adocicados despertam a atenção e a curiosidade natural das
crianças, não estimule essa curiosidade.
A Farmácia-Escola do IMES (FarmaIMES) e o Laboratório de Análises Clínicas do
IMES, o LAC (Campus II), trabalham em prol do uso racional de medicamentos
orientando a comunidade e recebendo restos de medicamentos para o descarte
adequado.
Cristina Vidal é Farmacêutica
Vídeos:
https://www.youtube.com/watch?v=yf6_BD9GXYo↓
https://youtu.be/kv5nPQVNWh4↓
https://youtu.be/UFSWeWVDHmc↓
https://youtu.be/Ij8md3GuBEc↓
Reportagens sobre o Tema
↓
08/08/2016 16h08 - Atualizado em 19/12/2016 17h25
PORMEDECELL DO BRASIL
conteúdo de responsabilidade do anunciante
Para muitos
brasileiros apenas os medicamentos de tarja preta ou vermelha são prejudiciais (Foto: Divulgação)
Quem tem dor, tem pressa. E, nesta questão, a pressa dos brasileiros mostra-se ainda maior, já que o Brasil ocupa o posto
de recordista em automedicação. De acordo com a Pesquisa “O comportamento da Dor do Paulista” realizado pelo
Instituto de Pesquisa Hibou, a pedido da Medecell do Brasil em 2014, o brasileiro da região Sudeste se automedica de
forma indiscriminada e sem medo das consequências. Apenas 8% dos entrevistados nunca se automedicaram em um
episódio de dor.
A pesquisa revela que as dores que mais afetam os paulistanos são dores de cabeça (42%), dor lombar (41%), dor
cervical (28%) e dores nas pernas (26%), responsáveis por grande parcela do consumo indiscriminado de analgésicos
orais. De acordo com a definição da Anvisa, a automedicação ocorre quando há o uso de medicamentos por conta própria
ou por indicação de pessoas não habilitadas para algum problema de saúde em geral não diagnosticado ou clinicamente
identificado.
Para demonstrar a gravidade deste assunto, basta dizer que os medicamentos são o principal agente causador de
intoxicação em seres humanos no Brasil desde 1994, que segundo dados do Sistema Nacional de Informações Toxico-
Farmacológicas (Sinitox), em 2012 registrou cerca de 8 mil mortes. Para 56% dos entrevistados, o uso de uma opção não
medicamentosa segura para o alívio da dor seria a solução ideal, pois eles acreditam que o uso de medicamentos tem um
efeito nocivo à saúde, impactando na qualidade de vida no futuro.
Dessa amostragem, 39% faz o uso de medicamentos orais para o alívio da dor, mas apenas em últimos casos, 24% utiliza
medicamentos conforme o tipo de dor, 20% não toma medicamento de forma alguma e outros 17% prefere recorrer
inicialmente a terapias alternativas e receitas caseiras antes de usar um analgésico.
De uma forma geral, os dados mostram que 74% da população paulista tem em mente que a automedicação é prejudicial à
saúde e que evitar o consumo de medicamentos pode ser benéfico para a boa saúde no futuro. A longevidade
com qualidade de vida é o grande desafio das populações dos grandes centros que são impactados diariamente com os
fatores de stress, como o trânsito, a violência, poluição etc. Além dos efeitos nocivos, às vezes a longo prazo, a ingestão
indiscriminada de analgésicos pode mascarar uma doença mais grave, ou até mesmo agravá-las.
Outro dado curioso da pesquisa é que 87% dos paulistas estão abertos a novas soluções de tratamentos que possam ser
eficientes para o alívio da dor, enquanto uma outra parcela do levantamento, 16%, afirma não acreditar em métodos
alternativos para amenizar a dor, quando questionados sobre a eficácia de métodos não medicamentosos.
A pesquisa “O comportamento da Dor do Paulista” também revelou que a dor é feminina, com 55% do total da
amostragem. Segundo a Sociedade Brasileira para o Estudo da Dor (SBED), mulheres são mais acometidas pelas dores
crônicas, quando o mal-estar de difícil diagnóstico que persiste além de três meses. Elas também enfrentam variações de
ciclo hormonal e doresdecorrentes do processo reprodutivo. O sexo feminino também sofre mais com as dores de
cabeça e dores na coluna.
Dores Crônicas
Dor parece ser um assunto universal. Em algum momento da vida, todos nós nos deparamos com este mal invisível.
Enquanto o incômodo for esporádico, a tolerância parece maior e as soluções mais efetivas. Porém, para uma boa parcela
da população este desafio de superar o processo doloroso e cumprir as atividades diárias faz parte do cotidiano. São os
portadores de dores crônicas.
De acordo com a SBED, ao contrário da dor aguda, que sinaliza um problema no organismo a ser tratado rapidamente, a
crônica não apresenta utilidade biológica e afeta cerca de 30% da população. Ela passa a ser a doença em si, afetando a
qualidade de vida do paciente. Quem sente dor diariamente apresenta distúrbios de sono, de memória, imobilidade,
limitações sociais e profissionais e dependência de medicamentos.
Já é possível encontrar em todas as farmácias do Brasil o dispositivo chamado Tanyx, que vem regulado especificamente
para o alívio da dor, o que torna mais conveniente e prático o acesso a esta tecnologia. Tratar a dor por meio de impulsos
elétricos pode ser uma excelente alternativa com eficácia comprovada para evitar a automedicação, e todas as
consequências perigosas que podem acompanhar esta prática tão comum. Essa é um novo sinônimo de categoria
no tratamento da dor além das drogas e já está disponível para os milhões de brasileiros que padecem de dores crônicas,
e não querem ingerir medicamentos todos os dias das suas vidas.
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Tomar medicação sem prescrição médica pode matar até 10 milhões de pessoas por ano até 2050, em todo o mundo.
O alerta sobre o uso excessivo de medicamentos e os consequentes casos de resistência antimicrobiana estão no
relatório divulgado ontem por entidades ligadas à Organização das Nações Unidas (ONU). Além da saúde, o
documento também mostra o prejuízo na economia. A estimativa é de que, até 2030, a resistência antimicrobiana
leve cerca de 24 milhões de pessoas à extrema pobreza.
No Brasil, segundo a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) entre 40% e 60% das
doenças infecciosas já são resistentes a medicamentos. Atualmente, pelo menos 700 mil pessoas morrem todos os
anos devido a doenças resistentes a medicamentos, incluindo 230 mil por tuberculose multirresistente.
Uma outra pesquisa realizada pelo Conselho Federal de Farmácia (CFF) reforça a preocupação com o tema e constata
que a automedicação é um hábito comum a 77% dos brasileiros que fizeram uso de medicamentos nos últimos seis
meses. Nas regiões Norte e Centro-Oeste, este índice é de 80% e no Nordeste, de 79%. No Sudeste e no Sul, os índices
são de 77% e 71%, respectivamente. Também foi identificado que entre os medicamentos mais utilizados pelos
brasileiros nos últimos seis meses estão analgésicos e antitérmicos (50%), antibióticos (42%) e relaxantes musculares
(24%).
Dalila Neves: não segue a receita médica e interrompe o tratamento(foto: Wallace Martins/Esp. CB/D.A Press)
Dalila Neves: não segue a receita médica e interrompe o tratamento
(foto: Wallace Martins/Esp. CB/D.A Press)
Moradora da Asa Sul, a técnica de enfermagem Lilian Mendes, de 38 anos, afirma que há quase um ano não procura
um hospital. Quando sente dores, ela opta pelos remédios que tem à mão. “Utilizo antibiótico para a garganta e
outros para dores musculares. Reconheço que não é correto e vou maneirar, porque prejudica a saúde e pode
mascarar os sintomas”, diz. A diarista Dalila Neves, 53 anos, moradora de Planaltina, admite que não segue a
dosagem e o tempo prescrito pelo médico. “Eu dificilmente sigo o tratamento inteiro. Sou contrária à medicação.
Prefiro uma mudança na alimentação, dormir melhor e praticar caminhada”, relata.
Diagnóstico errado
Para a infectologista Joana D’Arc Gonçalves da Silva, entre os problemas da automedicação está a ausência do
diagnóstico correto e, consequentemente, dúvidas sobre a eficiência do medicamento. Ela ressalta que a falta de
políticas públicas efetivas leva a população que não consegue assistência a se automedicar. “Temos uma microbiota
normal na pele, boca, nariz e intestino. O uso inadequado induz o mecanismo de resistência. Quando precisar, ele (o
remédio) não será capaz de combater”. Outro fator, aponta a especialista, é o uso indiscriminado de antibióticos e
antifúngicos em lavouras e animais como frangos e porcos. “Quando fazemos ingestão desses alimentos, a microbiota
vai criando resistência também. Procurando um auxílio médico, todo o tratamento é feito de acordo com o foco
infeccioso e prováveis agentes. O médico usará o medicamento adequado. O recomendável é procurar um serviço de
saúde”.
Sobre o relatório, a farmacêutica e assessora da presidência do Conselho Federal de Farmácia (CFF), Josélia Frade,
aponta que a resistência antimicrobiana é uma das maiores ameaças para as comunidades globais e que infecções
comuns, como as de trato urinário, respiratório e sexuais também estão criando resistência. O Brasil é signatário da
Organização Mundial de Saúde (OMS) e lançou um plano para combater e controlar a resistência aos antimicrobianos
que deve ser implementado até 2022. Em 2011, foi publicada uma resolução que estabeleceu a compra de antibiótico
diante da apresentação de receita médica. Mas também é necessária a conscientização da população, diz.
A ONU recomenda a priorização de planos de ação nacionais para ampliar os esforços de financiamento e
capacitação; implementação de sistemas regulatórios mais fortes e de apoio a programas de conscientização para o
uso responsável de antimicrobianos e investimentos em pesquisa e no desenvolvimento de novas tecnologias, para
combater a resistência antimicrobiana. Em nota, o Ministério da Saúde reforçou que o uso de medicamentos de
forma incorreta, principalmente de antibióticos, pode agravar a doença, uma vez que a utilização inadequada pode
esconder determinados sintomas.
Os perigos do
autodiagnóstico e da
automedicação pela internet
diante do novo coronavírus
Pelo fato de os sintomas do COVID-19 serem similares aos de uma gripe, a
automedicação descontrolada pode agravar o quadro, além de afetar outras doenças
LMLilian Monteiro
postado em 20/04/2020 04:00 / atualizado em 20/04/2020 14:54
Clínico Erickson Gontijo desenvolveu aplicativo de monitoramento em tempo real de temperatura e de sinais e sintomas de
COVID-19(foto: Gláucia Rodrigues/Divulgação)
Coriza, tosse, dor de cabeça, febre, moleza, desânimo... Quem já não sentiu estes sintomas e correu para o Dr.
Google?
Está tudo lá. O que fazer? O que pode ser? Como agir? Qual medicamento indicado? Com diagnóstico em
segundos, ppr que consultar um médico? Em plena pandemia do novo coronavírus, que tem sinais bem
parecidos com o da gripe, o risco do autodiagnóstico e da automedicação pela internet é real, ocorre a todo
momento e é muito grave.
Se você se identificou é porque pertence ao grupo dos 40,9% de brasileiros que fazem autodiagnóstico pela
internet. Desses, 63,84% têm formação superior. Os dados são do Instituto de Ciência, Tecnologia e
Qualidade (ICTQ), entidade de pesquisa e pós-graduação na área farmacêutica. Na pesquisa anterior, de 2016,
o índice de autodiagnóstico on-line foi de 40%.
O otorrinolaringologista Alexadre Rattes avisa para quem deposita tanta confiança no "Dr.Google"
que "informação é diferente de conhecimento" e que "a pergunta de um médico faz mudar todo um
diagnóstico. Portanto, não deixe de procurar seu médico, pare de resolver as coisas por conta própria. Com a
internet todos viraram especialistas... Especialista em consertar geladeira, fogão e saúde".
Alexadre Rattes alerta que neste histórico de automedicação e autodiagnóstico, a consequência é "gerar um
problema maior". O médico destaca que, o que tem percebido desde a chegada da pandemia do novo
coronavírus, é que "os pacientes estão com medo de ir ao hospital, a um consultório ou procurar pelo
médico, o que ficou muito ruim".
O médico revela um caso que teve de lidar há poucos dias: "Um paciente jovem, com quadro de febre, por
telefone foi medicado e teve pedido de um raio-x do tórax. Estava com pneumonia, tomou antibiótico e não
melhorou. Então, entrou em contato comigo, falei que pelo tempo precisava de uma tomografia e de um
hemograma. Não queria sair de casa, que o pai achava melhor não sair, com medo. Disse que eu não estava
aconselhando, mas dizendo o que teria de fazer porque tinha 95% de chance de estar com COVID-19. Pedi
até para ligar para outro médico e confrontar minha decisão. O medo era tão grande que o paciente nem
conseguia falar o nome da doença, dizia 'aquela doença'. No fim, chegou a ir para UTI, o pai também foi
internado, mas se recuperaram".
Aliás, Alexandre Rattes chama a atenção para esta mudança de comportamento: "Muitos pacientes já não
falam coronavírus, COVID-19, mas 'aquela doença'. Outro sinal do medo".
Para Alexandre Rattes, o que está acontecendo é "a negação. O pavor tomou conta da população e ela tem
tomado atitude que não tomaria em situação normal. Se enganam, 'ah é uma febre baixa', 'não estou nem
tossindo'. É a negação confrontando com a realidade, que é um ingrediente a mais neste cenário. O pânico
gerou a negação e, agregado a isso, o temor de procurar um pronto atendimento e mesmo pelos médicos.
Atendi a um paciente que chegou com um amigdalite em estado tão ruim, que poderia tê-lo perdido em 24h.
Ele já caminhava para uma sepse. E outro caso de cera que virou infecção. O autodiagnóstico complica com a
negação que, como descreve a psicanálise, na sequência terá a aceitação e depressão, ao ter confirmada a
doença".
O otorrinolaringologista conta que contiua atendento, não parou, mas os pacientes sumiram do
consultório: "Primeiro que médico que tem medo de doença não pode ser médico. Temos 15, 20% dos
consultórios acessíveis, mas é incrível que em três semanas atendi ao número de pacientes de um dia
normal de trabalho. É preciso procurar pelo médico, estamos aqui."
O lado positivo da tecnologia
O clínico Erickson Gontijo enfatiza que sempre alertou seus pacientes sobre os riscos de consultar o Dr.
Google para se autodiagnosticarem e, principalmente, se automedicarem. "A internet traz muita informação
boa, mas também muita fake news e conteúdos que não fazem sentido para leigos. Entretanto, vivemos um
momento delicado. Com o avanço da pandemia do novo coronavírus, nós, profissionais da saúde, estamos
fazendo o possível para evitar o colapso do sistema de saúde público e privado e uma das medidas que
adotamos com o apoio da imprensa é a divulgação de informações corretas."
No caso específico da pandemia, Erickson Gontijo destaca que a internet pode contribuir de forma positiva
auxiliando o paciente a identificar se os sintomas que ele está sentindo são critérios para ir até um hospital,
posto de saúde ou UPA.
"Pensando no potencial da internet em conectar pessoas com profissionais de saúde e com informações
corretas, o Ministério da Saúde lançou o app Coronavírus-SUS com o objetivo de conscientizar a
população. Para isso, o aplicativo conta com as seguintes funcionalidades: informativos de diversos tópicos
como os sintomas, como se prevenir, o que fazer em caso de suspeita e infecção e etc".
Como médico e gestor de saúde domiciliar, Erickson Gontijo fala da experiência positiva que tem vivido
com o apoio da tecnologia: "Desenvolvi um aplicativo de monitoramento de sintomas para um grupo de
pacientes e familiares para avaliação em tempo real de temperatura e de sinais e sintomas de COVID-19. A
experiência foi exitosa e hoje estamos aplicando a ferramenta em uma cidade do interior de Minas, alguns
comércios da capital mineira, clínicas, pacientes domiciliares, pacientes particulares e em uma grande
mineradora multinacional."
O clínico explica que, por meio do autodiagnóstico, "conseguimos acompanhar em tempo real se há no
nosso grupo sinais e sintomas de gravidade e esses, sim, são contactados e avaliados por médicos
especializados. Ressalto que esta abordagem foi possível por meio da análise do nosso público-alvo e devido
ao treinamento dos usuários."
Erickson Gontijo avisa que os sinais leves podem e devem ser tratados em casa, os sinais moderados e
graves devem ser avaliados por uma equipe de saúde.
"Não podemos perder vidas para situações que podem ser controladas."
A importância do autocuidado
Para o oncologista clínico Bruno Muzzi, do Cetus Oncologia, o acesso ao Dr.Google ocorre
pelo imediatismo das pessoas, principalmente os jovens, que têm mais acesso aos meios digitais. Aliás,
pesquisa mais recente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), de novembro de 2019, aponta
que 79,9% da população vive em lares com internet fixa ou móvel. Isso quer dizer que 166 milhões de
brasileiros já têm algum acesso à rede. "Logo, fica mais fácil obter informação de todo e qualquer tipo",
ressalta.
Oncologista Bruno Muzzi destaca a importância do autocuidado, de
ter atenção ao sinais do corpo(foto: Arquivo Pessoal)
O perigo, porém, mora no risco que o autodiagnóstico traz consigo, principalmente por causa da pandemia do
novo coronavírus. "Na internet qualquer um pode receber a chancela de ‘médico’ e escrever sobre tudo,
sem necessariamente ter conhecimento técnico/acadêmico sobre o que está falando. Algo que é lido na web,
e que não é verdade, pode até mesmo gerar pânico no paciente. Com isso, ele pode acreditar erroneamente
que seu caso é mais grave do que parece ou o contrário, que seu quadro é leve e sem riscos, sendo que na
verdade a situação é oposta".
Pelo fato de os sintomas do COVID-19 serem similares aos de uma gripe, Bruno Muzzi acrescenta que o
melhor a fazer é seguir as recomendações do Ministério da Saúde:
"O que o paciente não pode fazer é ignorar esses protocolos e partir para a automedicação
descontrolada por achar que somente os remédios de sua caixa de primeiros socorros conseguem reverter seu
quadro".
Bruno Muzzi deixa deixa claro que a tecnologia pode ser uma aliada do paciente, desde que bem usada. "O que
não pode ocorrer é a figura humana do profissional de saúde ser inteiramente substituída por
mecanismos de buscas como o Google. É o médico quem deve tomar todas as condutas do tratamento do
paciente, ou seja, norteá-lo".
O oncologista destaca que, embora a automedicação deva ser evitada, o mesmo não pode ser dito sobre
o autocuidado com o corpo. "Alguns cânceres, por exemplo, podem dar sinais antes de se agravarem ou
ainda em estágio inicial. Por isso, ao menor indício de mudanças no corpo, é crucial entrar em contato com o
médico, mesmo que por telefone. E não esqueça de se tocar, de se autoexaminar, visto que neste período de
confinamento está mais difícil sair de casa para as consultas de rotina".
Por isso, a sugestão de Erickson Gontijo neste período é para que "não seja negligenciado nem pelos
pacientes e nem pelos meus colegas de saúde as diversas queixas da população, já que as doenças
continuam assolando a população e devem ser tratadas. Caso contrário, estaremos diante de uma situação de
COVID-19 e de uma pandemia de doenças que já conseguimos tratar com excelência mas que voltarão a
matar diariamente."
- Eletivo:
situações controladas e podem ser agendadas.
- Exemplos: rastreios, exames de controle anual, procedimentos estéticos, renovação de receitas – se não
comprometer o tratamento, e outros.
- Ministério da Saúde:
https://saude.gov.br/