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Prevenção e
Primeiros Socorros
9ª Edição
Atualização 2016
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AGRADECIMENTOS
A todos os colegas já formados que iniciaram esse projeto, essa família, e que ainda
lutam pela mudança da triste realidade do trauma e emergências no país, agora não mais
somente como meros espectadores.
A todos os orientadores, que nos guiam e auxiliam nesta incessante busca pelo
conhecimento.
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Durante toda a sua história, a simulação foi parte da LATE-UFRJ. Em cada aula
prática, nos eventos de extensão, e, claro, nos Simulados de Atendimento Integral ao Trauma,
utilizávamos os métodos de simulação realística para aprimorar o nosso ensino. Com essa
consciência e tendo em vista o crescimento da simulação como uma ferramenta de ensino no
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III - Zelar por uma atuação eficiente, eficaz e efetiva, individual ou coletiva, utilizando-se de
seus membros ou em conjunto com outros órgãos competentes, por meio da aplicação de
medidas que objetivem melhorar a situação do trauma e correlatos no estado do Rio de
Janeiro, diminuindo, substancialmente, sempre que possível, os índices de morbimortalidade
relativos a essas áreas de atuação da Medicina.
Ao longo dos seus nove anos de existência, a LATES-UFRJ realizou e realizará ainda
inúmeras atividades de extensão sempre contando com o apoio de diversas entidades
parceiras de nossa luta.
Agradecemos pelo apoio e confiança em nós depositados durante todos esses anos,
desde a nossa criação. Temos agora uma grande responsabilidade por toda expectativa e
potencial que desenvolvemos, pelas atividades que pretendemos e iremos realizar.
Gostaríamos que você viesse fazer parte dessa iniciativa e família, a fim de perpetuar nossa
eterna busca pela excelência.
Cordialmente,
Direção LATES-UFRJ
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CARTA AO LEITOR
Caro leitor,
Em 2016 completamos 10 anos desde a nossa primeira reunião. Em todo esse tempo,
passamos por bons e maus momentos, aceitamos novos desafios, ampliamos as fronteiras das
atividades de uma liga. Inovamos e crescemos. Crescemos a ponto de sermos reconhecidos
nacionalmente por nosso trabalho frente ao trauma e a emergência. O trabalho de nossos
membros, diretores e orientadores foi fundamental para o nosso sucesso. Esse material é só
mais um exemplo disso. O que você lerá aqui é fruto da contribuição de acadêmicos da área da
saúde da UFRJ, muitos já formados há alguns anos, que escreveram e revisam anualmente
cada página dessa apostila para oferecer o que há de mais recente na literatura mundial.
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10 anos e estamos apenas no início. Novos desafios virão, trabalharemos para superá-
los, um por um.
Desde que escolhi ser um profissional da saúde, tinha consciência de que teria que
assumir várias responsabilidades ao longo de minha carreira acadêmica e profissional. Mas,
sinceramente, não fazia ideia de que estaria à frente de uma das Ligas Acadêmicas mais
respeitadas da UFRJ no ano em que ela completa 10 anos de existência. Dar continuidade ao
trabalho excepcional que todos que já estiveram em meu lugar será um grande desafio. Conto
com a minha equipe de diretores e com cada um de vocês para me auxiliar nessa tarefa.
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PREFÁCIO
Preparamos esse novo material de forma mais objetiva, com o intuito de tornar a sua
leitura mais dinâmica e aprazível. Vale destacar que nossa apostila não pretende encerrar
todos os assuntos selecionados, mas sim introduzir o leitor aos pontos essenciais na
abordagem de aspectos do trauma e da emergência na forma de um guia prático.
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ORIENTADORES
Prof. Marcos Alpoim Freire
Orientador Geral
IDEALIZADOR
Dr. Rodrigo Rego Barros (Pará)
MEMBROS FUNDADORES
Adriana Ouverney Braz
Ana Carolina de Alvarenga Menezes Gil
Ana Caroline Arouche Gomes de Souza
Bruno Duarte Silva
Cláudio Alberto Mule Monteiro
Diego Martins Ferreira
Helder Vilela de Oliveira e Silva
João Marcos Fonseca e Fonseca
José Manoel Couto Junior
Paulo Henrique Pereira Conte
Samara Pimentel de Souza
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DIREÇÃO 2016
Kiane Werneck Assumpção Augusto Felipe Modesto Lucas Ming Chian Sun
Bruno Ferreira
Renata Mello Dias Rezende
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Adlae Geraldo da Silva Junior Ana Carolina Anastacia G. Guedes Bruno Knaak Abreu
Allana Souto dos Santos Anderson Felipe de A. Augustinho Danielle Ferreira Romano Maia
Ana Carolina Robadelo da Silva Augusto Felipe Modesto Ferreira João Paulo Bortot Soares
Beatriz do Nascimento Carvalho Bárbara Gabrielle de O. Macedo Juliana Pereira Mendanha Camilo
Camila Alves Lopes Bianca Marques de Souza Gomes Larissa da Silva Conceição
Carolina B. Villas-Bôas dos Santos Camila Shiawen Song Leonardo Mendes da S. Costa
Débora Cavalcanti Corrêa da Costa Danilo Araujo Schitkoski Pedro Henrique Andrade Pinto
Dener Cruz Soldati Felipe Mattos Gonzalez Poliana Ferreira Stroligo Dias
Graziela Oliveira Pereira Fernanda Turque Martins Rafael Serafim Pinto
Karoline de Abreu da Silva Guilherme Kokot Arcari Renata Mello Dias Rezende
Luis Henrique Ferreira Abreu Ismael Ferreira dos Santos Yago Amazonas Magno
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REVISORES 2016
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SUMÁRIO
(O número da página possui um link que leva ao seu respectivo capítulo)
2. Doenças Súbitas, 24
3. Perda de Consciência, 38
4. Corpos Estranhos, 47
5. Afogamento, 52
6. Hemorragias e Feridas, 62
7. Lesões Musculoesqueléticas, 78
8. Queimaduras, 90
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Estima-se que, em 2010, aproximadamente • Náuseas e vertigem que duram em geral mais
entre eles o Brasil, não é muito diferente, a parada suma importância para limitar os danos ao coração;
cardíaca aparece entre as principais causas de morte. sendo mais eficazes se realizados até algumas horas
função do coração é Síndrome Coronariana Aguda Apesar da grande ameaça à vida em casos
(SCA), ou mais especificamente o Infarto Agudo do de parada cardíaca, 70 % dos cidadãos americanos
Miocárdio (IAM). No entanto, também são causas se sentem incapazes de oferecer ajuda nessa
comuns: a parada respiratória, o choque elétrico, o situação. O desconhecimento da conduta correta pela
afogamento, o estrangulamento e o trauma. população se torna ainda mais preocupante pelo fato
Deve-se atentar a fatores de risco para ajudar de que 88% dos episódios ocorrem fora de hospitais,
risco mais importantes para SCA são: sexo Internacionalmente, as taxas de realização de BLS
imediato da síndrome, o que é essencial; uma vez atendimento básico - conjuntamente chamadas de
que, a morte por parada cardíaca pode ocorrer Suporte Básico de Vida, do inglês, Basic Life Support
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emergência, ligando para o número 193 (Corpo de Além disso, estudos mostraram que a maioria
Bombeiros), caso esteja em ambiente externo, como dos leigos, e, espantosamente, alguns profissionais
praias, ruas ou estacionamentos, ou para 192 de saúde não eram capazes de identificar
(SAMU), quando a emergência ocorre em ambientes corretamente uma parada cardíaca e por isso não
fechados como residências ou locais de trabalho. iniciavam a RCP, ou faziam-no tardiamente, perdendo
Ao acionar esses serviços, o socorrista, ainda um tempo precioso para a vítima.
que leigo, deve informar corretamente: o endereço do Desse modo, uma vez que a vítima esteja
local onde se encontra, com referências adequadas; o inconsciente, o socorrista deve iniciar as manobras de
tipo de emergência (desmaio, queda, etc.); o número reanimação cardiopulmonar. Caso a vítima não
de vítimas e suas condições; condições do ambiente respire, ou apresente respiração agônica, o socorrista
ao redor; e o nome e telefone para contato. também deve assumir que há parada cardíaca.
Não se deve desligar o telefone até a Portanto, os mais recentes Guidelines da
confirmação e permissão do atendente. American Heart Association para a RCP recomendam
a sequência CAB (Compressões, Abertura de vias
TERCEIRO PASSO: A sequência da vida aéreas, Boa ventilação).
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Chegada do DEA/
desfibrilador
5 Checar ritmo
Ritmo chocável?
6 Aplicar 1 choque
Reiniciar RCP imediatamente
Reiniciar RCP 7
imediatamente Ritmo chocável (por 2 minutos)
Ritmo não
(por 2 minutos) Checar o ritmo a cada 2
chocável
minutos; continuando até que
a equipe de emergência
assuma
OBS:Os boxes de linha tracejada
são recomendados para
profissionais de saúde e não para
socorristas leigos.
© 2010 American Heart Association
Fig. 1.10 Algoritmo SBV para adultos
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DESFIBRILAÇÃO EM CRIANÇAS
Fig. 1.12 Compressões em crianças a partir de 1 ano. Para a desfibrilação em crianças, o aparelho
Após as 30 compressões iniciais, deve-se a ser utilizado deve conter pás pediátricas que se
abrir as vias aéreas usando a manobra head tilt – adequam tanto no tamanho quanto na carga a ser
chin lift, realizar duas ventilações efetivas, oferecida a vítima (2J/kg). Além disso, outro cuidado
certificando-se de que houve enchimento do tórax em deve ser tomado quanto a colocação dos eletrodos
cada uma delas. Quanto à técnica, a ventilação em que também é diferenciada: um é colocado
adultos e crianças é muito semelhante, exceto pelo anteriormente no tórax, sobre o coração, enquanto o
volume de ar exalado, que deve ser menor, outro, posteriormente na mesma direção. Na
bebês, o socorrista deve tentar selar a boca e as guideline recomenda a utilização do desfibrilador
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2 Socorrista sozinho:
Para COLAPSO SÚBITO, acionar
o serviço médico de emergência,
providenciar um DEA •Fazer uma ventilação a cada 3
3a
segundos
3 Checar pulso: Pulso •Incluir compressões caso o pulso
presente
encontrado em até permaneça <60/min com pefusão
10 segundos? pobre apesar de oxigenação e
ventilação adequadas
•Rechecar o pulso a cada 2
Pulso minutos
ausente
6 Checar ritmo
Ritmo chocável?
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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doença) e a Síndrome Coronariana Aguda (SCA), e trauma, embolização para coronárias (p. ex.:
esta engloba a angina instável e o infarto agudo do endocardites), anormalidades congênitas, hipotensão
miocárdio (IAM). O mecanismo da DAC, prolongada, coagulação intravascular disseminada,
frequentemente, relaciona-se com a obstrução da abuso de cocaína, etc.
artéria coronária por uma placa de ateroma, As doenças cardiovasculares afetam
reduzindo o fluxo sanguíneo, que passa a ser especialmente indivíduos adultos e idosos.
insuficiente para uma determinada região do Particularmente o IAM possui relevante impacto na
miocárdio. mortalidade, no número de internações e na
A maioria dos casos de SCA decorre de letalidade hospitalar. Todo ano, estima-se que 785 mil
redução súbita no fluxo sanguíneo coronariano americanos sofrerão um novo infarto, e 470 mil terão
causado por aterosclerose com trombose sobreposta. um ataque recorrente. Nos EUA, ocorre um infarto a
Na sua evolução natural, as placas de ateroma, cada 34 segundos.
principalmente as ricas em lipídios, podem sofrer Em 2008, a DAC causou 1 a cada 6 mortes
ruptura abrupta (placas instáveis) com consequente nos EUA, e a porcentagem de mortes por isso foi de
exposição de substâncias que promovem ativação e 70%. Das 1.133.761 mortes ocorridas no Brasil em
agregação plaquetária, e, por último, formação de 2010, 99.408 foram atribuídas às doenças isquêmicas
trombo. A oclusão pelo trombo pode ser intermitente do coração, das quais 79.297 são decorrentes do
(trombo oclui e libera o fluxo para a artéria, se infarto agudo do miocárdio, o que representa 6,9% de
mantendo assim por algum tempo), podendo evoluir todas as mortes (www.datasus.gov.br). Um número
para uma oclusão definitiva. significativo de mortes ocorre fora do ambiente
O trombo interrompe o fluxo sanguíneo hospitalar, com destaque para o domicílio do
coronário, causando um desequilíbrio entre a oferta e paciente, sendo frequente o óbito antes da prestação
a demanda de oxigênio do músculo cardíaco. A de socorro médico, geralmente por fibrilação
necrose miocárdica (morte do tecido) ocorre quando ventricular.
essa interrupção é severa e prolongada. A admissão em uma unidade de terapia
Podem ser citadas como causas de IAM sem intensiva, o tempo decorrido entre o início dos
aterosclerose coronária as arterites de coronária, sintomas e o primeiro atendimento contribuem para a
redução da letalidade por IAM. O tempo é essencial
na assistência ao paciente infartado antes de sua
chegada ao hospital, visto que mais de 50% dos
óbitos ocorrem na primeira hora de evolução.
Assim, o retardo no tratamento de pacientes com
suspeita de IAM é um fator crítico de redução na
sobrevida.
Diante disso, concluímos que o rápido
reconhecimento dos sintomas e o pronto atendimento
médico são de fundamental importância para um
melhor prognóstico da doença, bem como para evitar
complicações e mortes.
Fig. 2.1 Artéria coronária ocluída, levando à isquemia,
gerando angina instável e/ou infarto do miocárdio.
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ANGINA INSTÁVEL
isquemia grave prolongada. Caracteriza-se por dor diabetes, hipertensão arterial sistêmica, dislipidemia e
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emergência, acalmar o paciente e não lhe oferecer precocemente identificados para intervenções de
alimentos ou líquidos. Se for constatada parada estilo de vida (e, quando apropriado, para
cardiorrespiratória, iniciar o Suporte Básico de Vida intervenções farmacológicas), no sentido de se obter
(SBV). um maior controle e tratamento dos fatores de risco.
No caso da ocorrência de angina instável e se As principais recomendações incluem:
a vítima já for ciente de sua condição, deve-se Seguir uma dieta balanceada, rica em frutas e
estimular a administração do isordil sublingual pela verduras e com baixa quantidade de gorduras e
mesma. sal;
Tendo certeza do diagnóstico de infarto, o Perder peso, em caso de obesidade ou
socorrista deve administrar 300mg de aspirina (3 sobrepeso;
comprimidos de AAS infantil que devem ser Parar de fumar.
mastigados antes de engolir) e 5mg de isordil Praticar atividades físicas regularmente, sob
sublingual (dose máxima de 3 comprimidos com orientação médica;
intervalo de 3 a 5 minutos entre eles). Geralmente o Tratar adequadamente doenças como o
cardiopata anda com esses medicamentos no bolso. colesterol alto, hipertensão arterial e Diabetes
Mellitus.
ATENÇÃO! Alguns pontos importantes devem ser
considerados:
ACIDENTE VASCULAR ENCEFÁLICO
O infarto pode ter apresentações atípicas, como
dor no estômago, dor apenas no braço, ou até
(AVE)
ausência de dor (é mais comum em diabéticos e
mulheres). O AVE, popularmente chamado de “derrame”,
Deve-se estar atento para outras doenças que é uma perda aguda, focal ou generalizada, da função
também cursam com dor no peito como cerebral (ou da retina), de origem vascular e com
pneumonia, espasmo esofagiano, dissecção duração superior a 24h, que resulta no aparecimento
aguda de aorta, entre outras. Dessa forma, de déficit neurológico. Pode até mesmo ocorrer uma
havendo dúvida no diagnóstico, não deve ser perda súbita da consciência, resultante da falta de
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SINTOMATOLOGIA
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Os AVEs têm em comum o seguinte grupo de Muitas vezes, o paciente com AVE não
fatores de risco: hipertensão arterial sistêmica (HAS), percebe que há algo errado (anosognosia), por isso é
Diabetes Mellitus, hipercolesterolemia, tabagismo, mais comum que um espectador ou familiar peça
aterosclerose de carótidas e fibrilação atrial. Todos ajuda. É crucial que o serviço de emergência seja
esses fatores são agravantes para a formação de acionado o mais rapidamente possível para que a
trombos que, se embolizados, podem ocluir uma conduta terapêutica seja iniciada.
artéria cerebral, configurando a causa mais comum Até a chegada da ambulância, deve-se fazer
de AVE. o suporte básico da vida, não oferecer comida ou
líquidos para o paciente, e não deixá-lo ficar em pé,
pois há risco de queda.
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verduras, e de preferência com baixos teores de entanto, existem outros tipos de embolia: gasosa,
gorduras e sal (a hipertensão arterial é o fator de gordurosa, de líquido amniótico, tumoral, entre outras.
risco para doença cerebrocardiovascular mais
importante); TROMBOSE
Parar de fumar;
Praticar atividades físicas regularmente, sob A trombose é o processo patológico que
FISIOPATOLOGIA E COMPLICAÇÕES
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FATORES DE RISCO
RECONHECIMENTO DA DIFICULDADE
Além dos fatores genéticos, os fatores RESPIRATÓRIA
adquiridos que predispõem TEV são viagens aéreas
de longa distância, obesidade, tabagismo, uso de Respiração anormalmente rápida ou lenta;
anticoncepcionais orais, gravidez, reposição hormonal Respiração anormalmente profunda (ofegante) ou
pós-menopausa, cirurgia, trauma, câncer, HAS e superficial;
Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC). Respiração ruidosa, incluindo sibilos (observados
São passíveis de desenvolver EP: pacientes na asma) ou sons gorgolejantes, sons roucos ou
de grandes cirurgias, acamados a mais de 3 dias, abafados ou roncos;
com imobilização de membro inferior, com câncer Lábios arroxeados;
ativo, tabagismo e obesidade. Necessidade de fazer uma pausa durante a fala
para recuperar o fôlego;
PRIMEIROS SOCORROS
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ocorrendo particularmente à noite e pela manhã ao imediatamente para o tratamento hospitalar da crise.
despertar. As crianças podem ter predomínio de tosse Enquanto a ajuda médica não chega, observe
Os pacientes podem referir dificuldade de uma possível parada respiratória, no caso de a crise
encher os pulmões de ar, e apresentar se intensificar e a vítima não melhorar com nenhuma
hiperventilação e utilização dos músculos acessórios das medidas acima. Ocorrendo uma parada
da respiração. Quando a asma está controlada, o respiratória, iniciar o Suporte Básico de Vida (SBV) e
paciente pode ter exame físico normal. procurar ajuda médica o mais rapidamente possível,
não esquecendo de que o quadro pode ainda evoluir
PREVENÇÃO
Poeira;
Mofo;
Não há como prevenir a existência da
Pólen;
doença, mas sim as suas exacerbações e seus
Pelos de animais;
sintomas diários. Segue algumas medidas de
Poluição (fumaça de cigarro e carro);
prevenção:
Alterações climáticas;
Evitar qualquer contato com alérgenos que
Gripes, resfriados, infecções respiratórias;
possam desencadear uma crise asmática;
Ingestão de alguns alimentos;
Encapar colchões e travesseiro;
Medicamentos (ex.: aspirina, betabloqueadores);
Lavar semanalmente as roupas de cama;
Estresse emocional.
Retirar cortinas, tapetes, carpetes;
Evitar contato com animais domésticos e plantas;
PRIMEIROS SOCORROS
Arejar os ambientes da casa;
Não fumar perto de crianças (a fumaça do
Como em muitos casos a pessoa já teve esse
cigarro favorece em cinco vezes o
quadro antes, provavelmente ela saberá identificar, e
desenvolvimento de asma);
até mesmo saberá a necessidade de procura por
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<http://www.bancodesaude.com.br/infarto-
MELO, E. C. P.; TRAVASSOS, C. M. R.;
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<http://www.bancodesaude.com.br/infarto-
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Acesso em 03 mai. 2011. uidado_iam_rede_atencao_urgencia.pdf>. Acesso
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<http://www.criasaude.com.br/N1954/asma/prevenca
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Acesso em: 11 fev. 2012.
<http://www.abc.med.br/p/30763/asma+prevencao+e
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TIPOS DE TCE
CONCUSSÃO
Fig. 3.3 Intoxicações exógenas. sinais autônomos como palidez facial, bradicardia,
síncope com hipotensão discreta e reação pupilar
lenta a luz.
IV. INFECÇÕES SISTÊMICAS
CONTUSAO
V. ALTERAÇÕES CARDIOVASCULARES
Na contusão, existem graus variáveis de
VI. TRAUMATISMOS CRÂNIOENCEFÁLICOS (TCE) hemorragia, edema e destruição tecidual. Os sinais
incluem hemiparesia, coma quando a contusão é
Entre homens maiores de 35 anos de idade, bilateral e delirium quando na região temporal
em geral, as colisões de veículos motorizados são
uma grande causa de mortes. Em mais de 70% dos
FRATURA DE CRÂNIO
casos TCE.
Fig. 3.4 Trauma automobilístico nariz, fluido rosáceo aguado saindo da orelha ou do
nariz (líquido cefalorraquidiano), Sinal do guaxinim
(escurecimento da região ao redor dos olhos depois
de algumas horas decorridas após o trauma), Sinal de
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Battle (equimose que escurece a região posterior das quase sempre uma recuperação rápida da
orelhas horas após o trauma), pupilas consciência. Lipotímia ocorre sem a presença de
desbalanceadas, sangramento profuso de escalpo se todos os sintomas anteriormente descritos (pré-
houver ferimento aberto, ferimento perfurante síncope). Suas causas podem ser psicogênicas ou
produzido por PAF ou objeto empalado, sinais de por redução aguda, mas transitória, do fluxo
confusão mental e perda de memória. sanguíneo cerebral.
Após a identificação do TCE, o socorrista Na maioria das vezes, a síncope se inicia
deve chamar o socorro especializado o mais rápido com uma sensação de fraqueza, tontura, sudorese e
possível e buscar imobilizar a cabeça e o pescoço da palidez, ou pode acontecer sem manifestações
vítima. O socorrista deve monitorar o ABC, cobrir prodrômicas. A pressão arterial cai rápida e
ferimentos com compressa limpa (de preferência intensamente, a frequência cardíaca diminui e a
estéril) e seca, além de controlar o sangramento respiração torna-se irregular. Após a recuperação,
aplicando pressão sempre ao redor do ferimento, pode haver confusão mental, cefaléia, tonturas, mal-
nunca sobre o local da fratura. estar, ou o paciente pode apresentar nenhuma
alteração.
A investigação em um paciente que teve
desmaio compreende a análise do episódio em si:
tempo de duração, ocorrência ou não de convulsão,
incontinência fecal ou urinária, mordedura da língua,
sudorese e palidez, bem como eventuais sintomas
precedendo o ocorrido e manifestações surgidas após
a recuperação, assim como a investigação das
condições gerais do indivíduo acometido, o tempo
decorrido desde a última alimentação, o grau de
Fig. 3.5 Sinal do guaxinim.
tensão emocional, a posição do corpo, a atitude do
paciente no momento da crise, se houve execução de
esforço físico ou mudança súbita de posição,
temperatura ambiente, doença recente ou prévia.
AS CAUSAS DA SINCOPE
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extensas do córtex cerebral e das propriedades de Devem-se afastar móveis e objetos que
comunicação celular e programação dos potenciais estejam próximos da vítima, colocá-la de maneira
nas redes neurais. Estresse psicológico ou físico, confortável e com algo macio atrás da cabeça
privação do sono, alterações hormonais, exposição a evitando que ela se machuque, afrouxar as roupas
substâncias tóxicas e alguns fármacos são (especialmente na região ao redor do pescoço) e
identificados como alguns dos fatores esperar o término da crise convulsiva e a retomada
desencadeadores das crises epiléticas. de consciência pela vítima. Após o término da
A ocorrência de uma crise epilética isolada convulsão, a vítima pode permanecer inconsciente,
por si só não representa evidência de doença porém respirando. Neste caso, deve-se colocá-la em
neurológica, eventos convulsivos isolados podem posição lateral de segurança. NUNCA segure a
representar somente respostas do sistema nervoso vítima, coloque algo em sua boca ou dê comidas e
central a uma grande variedade de agressores bebidas. Caso não esteja respirando após o término
esporádicos do equilíbrio excitatório/inibitório do da crise, seguir o protocolo do BLS.
córtex cerebral.
Nos países desenvolvidos, sua incidência é
HIPERGLICEMIA
estimada em 40-50/100.000 hab/ano, enquanto que
nos em desenvolvimento é de 122-190/100.000
A hiperglicemia é mais comum no indivíduo
hab/ano. Pacientes com epilepsia apresentam uma
diabético. No entanto, pode ser observada após
taxa de mortalidade maior que a população em geral
alimentação exagerada sem restrição, sedentarismo e
(maior para pacientes do sexo masculino). As causas
síndromes metabólicas. O aumento da glicose no
mais comuns são infecções pulmonares, suicídios e
sangue coincide com seu aumento na urina,
acidentes. Morte súbita representa causas menos
causando diurese osmótica e polidipsia. No caso dos
frequentes.
diabéticos, a ausência ou deficiência de insulina
causa paralelamente cansaço, sonolência, polifagia,
COMO PROCEDER?
pele seca e dor de cabeça, evoluindo para náuseas,
vômitos e hálito cetônico, podendo levar ao coma
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COMO PROCEDER?
COMO PROCEDER?
deve-se chamar o socorro e avaliar o ABC da vida. administrar 15 gramas de açúcar (2 colheres de chá
Caso a vítima esteja consciente, mas houver ou 100ml de suco de laranja), e chamar o socorro
administrar uma bebida com açúcar, como por consciência, deve-se seguir o protocolo do BLS.
HIPOGLICEMIA
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
<http://gerenciadeprojetos.com/coma/CEV01001.htm
>. Acesso em: 03 mar. 2012.
http://rmtonline.globo.com/banco_imagens/acidente_0
70_595b.jpg
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Atualização 2013
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OLHOS
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No caso de corpos estranhos fixos, tais como de perfurar a membrana timpânica ou aprofundar o
limalha de ferro, farpas de madeira ou mesmo uma corpo estranho.
faca, nunca deve-se tentar remover o objeto. O que
pode ser feito é a fixação do mesmo (com copos, NARIZ
gazes e outros objetos), evitando destruição tecidual
pela movimentação do objeto, e a oclusão do olho Um corpo estranho, permanecendo no nariz,
contralateral, já que os movimentos oculares tendem pode causar irritação, infecção ou obstrução da
a ser conjuntos. respiração. Para esses casos, deve-se apertar
Em nenhum caso é aconselhado esfregar os suavemente a narina livre e pedir que a pessoa feche
olhos, utilizar colírio anestésico e colocar pomadas, já a boca e expire pela narina obstruída. Normalmente
que isso dificultaria a avaliação médica. este procedimento ajuda a expelir o corpo estranho.
Se o mesmo não puder sair com facilidade, devemos
ORELHA procurar auxílio médico imediatamente. Nunca deve-
se tentar remover objetos que não estejam visíveis ou
Corpos estranhos podem penetrar fáceis de serem retirados ou utilizar chumaços de
acidentalmente também nas orelhas, especialmente algodão e outros recursos semelhantes.
na área correspondente ao canal auditivo externo.
Estes acidentes são mais comuns com crianças. FARINGE
Nesses casos, pode-se tentar identificar o
objeto estranho. Se o objeto estiver se Corpos estranhos na garganta (como moedas
movimentando pensa-se em inseto. No caso de e, principalmente, espinhas de peixe) podem obstruí-
pequenos insetos, a primeira medida é tentar atraí-lo la, provocar lesões e asfixia, por impedir a entrada de
para fora usando uma luz colocada próximo ao canal ar nos pulmões.
auditivo, puxando-se a orelha acometida para trás. Morte por Obstrução de Vias Aéreas por
Recomenda-se realizar esse procedimento em um Corpo Estranho (OVACE) é muito comum, ainda que
ambiente escuro. Não havendo sucesso, a medida totalmente evitável. O caso mais comum de OVACE
seguinte deve ser a colocação de algumas gotas de em adultos é por alimentos e ocorre durante as
óleo, a fim de imobilizar os movimentos de asas ou refeições. Já as crianças, além de obstrução por
patas do inseto. Após, inclina-se a cabeça para o alimentos, podem engolir objetos pequenos que
lado na tentativa de colocar o inseto para fora do acabam obstruindo as suas vias aéreas.
ouvido, que deverá deslizar com o óleo. O socorrista, deve ser capaz de diferenciar
No caso de objeto inerte, deve-se posicionar um OVACE de um AVC, convulsão ou desmaio, já
a cabeça da vítima de forma que o lado afetado fique que esses podem ter alguns sinais em comum.
para baixo. Após, movimente o lóbulo da orelha
acometida de um lado para outro e ao mesmo tempo SINAIS MAIS COMUNS DE OVACE
realize movimentos suaves com a cabeça, tentando
fazer com que o objeto caia por ação da gravidade. Dificuldade de respirar
Não introduza no ouvido nenhum tipo de Cianose
instrumento, como pinças e cotonetes, pois há o risco
Agitação
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forma parcial. Neste caso, o socorrista não deve Apoie a cabeça da vítima com sua mão e
interferir diretamente, mas sim estimular a vítima deite-a com o rosto voltado para baixo sobre seu
a expelir o corpo estranho por meio da tosse. antebraço e coxa, desse modo, a criança deve ser
demonstre sinais de obstrução severa (total) gravidade. Em seguida, com uma das mãos o
como o aumento na dificuldade de respirar, a socorrista aplica cinco “palmadas” com sua mão em
tosse tornar-se silenciosa, ocorrendo ou não forma de concha, no dorso da criança, em região
Obstrução total: nessa situação o corpo estranho na cavidade oral da mesma. Caso não haja
estranho posiciona-se de tal forma que bloqueia nada que possa ser retirado, aplique mais cinco
vítima incapaz de falar, tossir e, principalmente compressão cardíaca. Repita esse ciclo até que o
respirar. Nesse caso, o auxílio do socorrista é de bebê expila o corpo responsável pela obstrução, ou
grande valia, pois a vítima por si só aplique o RCP pediátrico no caso de insucesso.
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Fig. 4.2 Manobra adequada de desobstrução das vias aplique em seguida as manobras de RCP. Não é
aéreas em lactentes e crianças pequenas. mais recomendado que se aplique a compressão
abdominal, devido ao maior risco de broncoaspiração.
II. MANOBRA DE HEIMLICH Após a vítima expelir o corpo estranho o socorrista
deve iniciar a sequência ABCD.
É utilizada para adultos e crianças maiores. No caso da utilização de tal manobra em
Não é recomendada para bebês e grávidas, pois crianças, o mais adequado é que o socorrista, sendo
pode causar lesões. um adulto, ajoelhe-se de modo a ficar na altura da
Com a vítima em pé, o socorrista deve vítima, pois ao ficar em pé, a força aplicada contra o
posicionar uma de suas pernas entre as pernas da diafragma da criança, pode acabar elevando-a
vítima e a outra afastada posteriormente, de modo a alterando a eficácia da manobra.
amparar a vítima caso perca a consciência. Após
esse posicionamento inicial, deve-se envolver a
região abdominal com os braços, posicionando a
porção medial da mão acima da cicatriz umbilical, em
seguida, cerrando o punho e rotacionando-o
superiormente até que o seu polegar posicione-se
abaixo do esterno (no apêndice xifóide) da vítima. A
outra mão envolve a primeira e realiza movimentos
rápidos para dentro e para cima, em “J”. A sequência
deve ser repetida até o corpo estranho seja expelido.
O objetivo da manobra é realizar compressões
abdominais que, aumentando a pressão abaixo da
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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de litoral e que abriga em suas bacias hidrográficas Por outro lado, considerando a incidência de
mais de 10% da água doce de todo planeta, são 1 morte para cada 13 sobreviventes num acidente
alarmantes. O Brasil é o 3° país com maior número estima-se que aproximadamente 2 milhões de
anual de mortes por afogamento; em 2011, foram pessoas sobrevivem a acidentes com afogamento
Esta é a 2ª maior causa de morte entre crianças entre Junto a isso, quando consideramos o tempo
um e nove anos. Em média homens morrem 6 vezes de exposição ao risco de acidente, o afogamento tem
mais que as mulheres por afogamento, e a maior 200 vezes mais risco de óbito que os acidentes de
relação ocorre na faixa de 20 a 25 anos (13 vezes transporte. Informações coletadas diretamente dos
mais). Felizmente, a maioria desses acidentes serviços de salvamento mostram que apenas 2% de
aquáticos pode ser evitada, através de uma todos os resgates realizados por guarda-vidas
orientação básica de prevenção, que qualquer necessitam de cuidados médicos, e 0,5% sofreram
cidadão comum é capaz de seguir, e que reduziria ressuscitação, evidenciando que ao analisar todo
saúde em consequência de afogamentos. afogamento podemos apenas ver uma pequena parte
De acordo com a OMS, 0,7% de todos os do problema, e que ainda hoje não temos ferramentas
óbitos no mundo ocorrem por afogamento não para mensurar o fardo deste problema.
anuais (8.5 óbitos/100.000 hab.) passíveis de afogamento publicado na revista Circulation, que
prevenção. Entretanto o número exato é define esse tipo de trauma como o “processo que
sem confirmação de óbito e, além disso, como o submersão/imersão em meio líquido. Implícito nessa
Código Internacional de Doenças (CID 10) é ainda definição está o fato de que existe uma interface
identificação correta do problema, estes números são respirar. A vítima pode permanecer viva ou vir a
ainda subestimados, mesmo em países falecer após esse processo, mas independentemente
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do resultado diz-se que ela esteve envolvida em um (principalmente álcool), convulsão, traumatismos,
acidente com afogamento. Não há diferenças na doenças cardíacas e/ou pulmonares, acidentes de
fisiopatologia do afogamento em água doce ou água mergulho, hidrocussão, lipotímia e outros.
salgada. Um incidente com imersão ou submersão
sem evidência de dificuldade respiratória é
considerado resgate aquático.
PREVENÇÃO
PRAIAS
Nade sempre perto de um guarda-vidas;
Pergunte ao guarda-vidas o melhor local para o
banho;
Não superestime sua capacidade de nadar:
46.6% dos afogados acham que sabem nadar;
Tenha sempre atenção com as crianças; elas
nunca devem entrar na água sem supervisão;
Antes de mergulhar no mar, certifique-se da
Fig. 5.2 Fisiopatologia da insuficiência respiratória pela profundidade;
aspiração (Hasibeder WR4)
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Procure mergulhar em águas fundas e nadar em “arrasta” o banhista para alto mar.
águas rasas; As valas são consideradas áreas perigosas
Nade longe de pedras, estacas ou piers; pela alta velocidade e força das águas, capazes de
Evite ingerir bebidas alcoólicas e alimentos cansar um nadador a ponto de causar fadiga e
pesados antes do banho de mar; facilitar o afogamento. Tal fenômeno é a maior causa
Nunca tente salvar alguém em apuros se não afogamentos que ocorrem no litoral do Estado do Rio
tiver confiança em fazê-lo. Muitas pessoas de Janeiro. Assim, torna-se crucial a identificação de
Ao pescar em pedras, observe antes se a onda listando seus principais sinais e características, e a
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IDENTIFICANDO O BANHISTA
IMPRUDENTE
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de retorno.
Na água: nada destacado dos outros; falta de
atenção; comportamento assustado.
tentar usar o socorrista como apoio, levando-o ao tenta ser herói, e que chamar ajuda contribui muito
fundo. Por isso, sempre se deve tentar realizar para o sucesso do resgate. Por isso, ao identificar
Para uma vítima que se encontra em local próximo ou ligue para os bombeiros (193), ou peça
próximo à margem, procure um objeto longo, como para alguém fazê-lo. Ao ser resgatada, esta pessoa
uma tábua, um cabo de vassoura ou um galho. poderá precisar de cuidados médicos especializados.
Mesmo a curta distância, não ofereça suas mãos, Caso seja necessário e o socorrista esteja
pois você pode ser puxado e perder o equilíbrio seguro e confiante para entrar na água é preciso
Ainda fora da água, para ajudar uma vítima chamar o socorro profissional. Além disso, ele deve
distante da margem, procure arremessar algo que levar consigo um material de flutuação (pranchas,
flutue (uma garrafa pet fechada, uma tampa de isopor bóias, etc.), remover roupas e sapatos que possam
ou uma bola), para que a vítima mantenha sua dificultar seu deslocamento e também procurar nadar
cabeça fora da água. Preferencialmente, este objeto com a cabeça fora da água, sem tirar os olhos da
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de flutuação, deixar que a vítima se acalme e rebocá- O transporte na transição entre água e área
la até uma área seca. Caso esteja sem forças, deve seca deve ser feito com a vítima em posição vertical,
manter a vítima flutuando e acenar, pedindo ajuda. mantendo as vias aéreas abertas (“transporte
australiano”). Ao chegar em local seco, o socorrista
SE VOCÊ FOR A VÍTIMA deve continuar realizando o BLS, ou iniciá-lo,
verificando desde a consciência da vítima e
executando duas ventilações de resgate. O afogado
Mantenha a calma, evitando o desgaste muscular
deve ser colocado em posição paralela à água, de
desnecessário, flutue e acene por socorro;
forma que o socorrista fique com suas costas
No mar, uma boa forma de se salvar é nadar ou
voltadas para o mar, e a vítima com a cabeça do seu
deixar se levar para o alto mar, fora do alcance da
lado esquerdo. A cabeça e o tronco devem ficar no
arrebentação e a favor da correnteza, acenar por
mesmo nível.
socorro e aguardar. Ou ainda, tentar alcançar um
A RCP deve ser iniciada imediatamente, para
banco de areia, quando visível.
que a oxigenação, ventilação e a perfusão sejam
Em rios ou enchentes, procure manter os pés à
restauradas o mais rapidamente possível, e o serviço
frente da cabeça, usando as mãos e os braços
médico de emergência acionado o quanto antes.
para dar flutuação. Não se desespere tentando
Nos casos em que a causa presumida da
alcançar a margem de forma perpendicular tente
parada cardíaca é o afogamento, ou seja, de natureza
alcança-la obliquamente, utilizando a correnteza a
hipóxica, o novo protocolo da American Heart
seu favor.
Association preconiza o uso da sequência tradicional
ABC da RCP. Caso a vítima não recomece a
BLS NO AFOGAMENTO respiração após as ventilações de resgate, os devem
secar a área do peito e utilizar o DEA; ou, na
Em vítimas inconscientes, verifica-se a boa ausência deste, iniciar as compressões torácicas, que
ventilação ainda dentro da água. Caso haja parada devem obedecer a relação ventilações/compressões
respiratória, iniciar precocemente as ventilações de de 2:30 (no caso de um socorrista), com reavaliações
resgate ainda dentro da água pode aumentar a a cada 5 ciclos.
sobrevida sem sequelas desses pacientes em até três
vezes, por encurtar o tempo de hipoxemia (baixa de
oxigênio no sangue).
Esse procedimento só deve ser realizado
quando há dois socorristas ou um material de
flutuação, o que permite que a vítima esteja flutuando
enquanto o socorrista realiza as respirações, sendo
estas realizadas até a chegada à praia ou borda da
piscina, evitando a progressão para uma parada
cardiorrespiratória.
ATENÇÃO! Nunca tente extrair água das vias As manobras podem ser paradas se houver
aéreas da vítima com manobras como colocar a resposta da vítima de retorno da função respiratória e
vítima de bruços, Heimlich, batidas no peito, etc. dos batimentos cardíacos (continuar acompanhando
Ainda que água tenha sido aspirada, o volume desta pelos próximos 30 minutos, pois há chance de nova
é pequeno na maioria das vítimas, e a água pode ser parada); em caso de exaustão do socorrista; ou ao
rapidamente absorvida para a circulação central. entregar o afogado à equipe médica. A RCP não deve
Esses procedimentos são desnecessários e ser realizada em vítimas que apresentem rigidez
potencialmente perigosos, ocasionando ejeção do cadavérica; livres ou sinais de decomposição.
conteúdo gástrico com possível aspiração bronco- O afogamento pode ser classificado em graus
pulmonar, piorando o estado da vítima. de 0 a 6, ou a vítima pode ser classificada como um
A RCP deve ser realizada em todas as cadáver, segundo critérios de que levam em conta
vítimas de afogamento com tempo de imersão inferior sinais e sintomas e relacionam-se com procedimentos
à 1 hora. Existem casos descritos de sucesso na realizados por profissionais para o Suporte Avançado
reanimação de afogados após 2 horas de manobras e de Vida (ACLS).
casos de recuperação sem danos ao cérebro até 1
hora de submersão.
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OUTROS ACIDENTES NA ÁGUA mais de uma vítima, faça com que formem um círculo
fechado com seus tórax juntos para manter o calor.
A hipotermia pode também ser secundária,
SÍNDROME DE IMERSÃO
como uma consequência da perda de calor por
evaporação durante a ressuscitação.
Também conhecida vulgarmente como
No afogamento, a hipotermia não é protetora.
“choque térmico”, a hidrocussão é provocada por uma
Vários estudos clínicos pequenos em pacientes com
exposição súbita a uma temperatura abaixo da
hipotermia acidental têm mostrado que a
corporal, produzindo então uma arritmia cardíaca, que
sobrevivência pode ser melhorada por aquecimento
pode levar à parada cardiorrespiratória ou à perda de
passivo ou ativo, fora e dentro do hospital.
consciência, uma vez que a capacidade do coração
Sabemos que todas as vítimas de
de bombear sangue fica reduzida, gerando queda da
afogamento podem sofrer hipotermia, mesmo aquelas
pressão e diminuição do fluxo sanguíneo para o
afogadas em nosso litoral tropical. Portanto, em caso
cérebro.
de hipotermia, além de seguir todos os passos do
O “choque térmico” pode ser evitado se
BLS, o socorrista deve ter cuidado especial com a
molharmos a face e o pescoço antes de mergulhar.
respiração e pulso, que podem estar reduzidos devido
Caso você testemunhe um caso de hidrocussão,
à baixa temperatura central; e também remover
retire imediatamente a vítima de dentro da água e
roupas molhadas, para evitar o agravamento da
inicie o suporte básico de vida.
situação, utilizando um cobertor para isolar a vítima.
Até o presente, não há evidência convincente
HIPOTERMIA
para se induzir hipotermia nos pacientes pós-
ressuscitados vítimas de afogamentos. Uma
As vítimas de submersão podem desenvolver
abordagem prática seria instituir o aquecimento ativo
hipotermia primária ou secundária.
até que a temperatura corporal chegue a 32-34°C e
Se a submersão ocorrer em água gelada
também ativamente se evitar a hipertermia (t >37°C),
(<5°C) pode reduzir a temperatura do corpo humano
durante o período subsequente de terapia intensiva.
abaixo de 35ºC em poucos minutos, quando os
mecanismos compensatórios corporais de produção e
TRAUMATISMO RAQUIMEDULAR
conservação de calor começam a falhar, levando à
hipotermia primária. Como consequência, pode
O número registrado de TRM em
ocorrer perda de consciência e afogamento
salvamentos aquáticos pelos bombeiros não justifica
secundário ou até uma arritmia cardíaca com parada
que todo resgate de afogado seja tratado com
cardíaca e consequente morte. A hipotermia pode ser
imobilização cervical; apenas cerca de 0,5% das
acelerada em águas mais frias; indivíduos pequenos
pessoas que se afogam apresentam lesão cervical.
e magros; uso de pouca roupa (menor isolamento);
No entanto, identificar situações de possível
atividade física; uso de álcool (dilatação de vasos
trauma raquimedular pode ser a diferença entre uma
superficiais).
vida saudável e a paralisia definitiva dos quatro
Caso a vítima não possa ser resgatada
membros (tetraplegia).
imediatamente, deve-se instruir que ela faça o mínimo
Situações de suspeita de TRM na água:
de esforço possível para flutuar. No caso de haver
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Sinais e sintomas sugestivos de TRM: dor em afogamento em que a vítima foi parar em águas
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superficiais e exteriorização. Geralmente, pode ser saída de líquor ou líquido cefalorraquidiano (L.C.R.),
Interna: O sangue perdido não é visível e pode ser a estabilização cervical devem ser tomados
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RECONHECIMENTO DE UM SANGRAMENTO
A. HEMORRAGIA EXTERNA
deve basear-se tanto na avaliação primária da vítima roupa cuidadosamente para encontrar a fonte de
quanto na própria cinética da injúria como: sangramento. Remova qualquer acessório que a
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hemorragia não necessita necessariamente do uso de 10. Leve a vítima para a emergência ou ligue para o
um torniquete, podendo-se controlá-la pelo uso das socorro o mais rápido possível.
técnicas convencionais acima citadas.
O torniquete somente deve ser aplicado em ATENÇÃO! É absolutamente contra indicado a
situações nas quais os outros recursos utilização de fios de arame, corda, barbante, material
mostraram-se ineficazes, há ameaça iminente à fino ou sintético na técnica do torniquete.
vida da vítima e o socorrista tenha ciência do O acidentado com torniquete tem prioridade no
procedimento que virá a realizar. Em outros atendimento e deve ser acompanhada durante o
contextos sua utilização é totalmente transporte.
desaconselhada. Nesse caso, sua presença deve
ser bem demarcada, deixando-o exposto e, na vítima,
deve-se escrever, por exemplo, um T/K em sua testa
juntamente com o horário de sua aplicação. Já na
vítima consciente, deve-se instruí-la a dizer a
qualquer prestador de serviço médico acerca da
presença do mesmo.
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EPISTAXE ESTOMATORRAGIA
O tamponamento nasal deve ser realizado por Orientar a vítima a ficar sentada com a cabeça
compressão da narina(s) com gaze inclinando-se para frente e inclinada para o lado lesado, para
a cabeça em 45º anteriormente durante permitir que o sangue saia. Se a vítima estiver
aproximadamente 10 minutos. inconsciente coloca-la em decúbito lateral.
Orientar a vítima a respirar pela boca. Fazer compressão local com gaze.
O gelo pode ser aplicado externamente. Em caso de sangramento dentário, colocar um
Após cessar o sangramento, orientar a vítima rolo de gaze e apertar o local que sangra contra a
para não assoar o nariz, evitar esforços e também arcada dentária até a contenção do sangramento.
evitar exposição ao calor. Isto pode ser feito com a mão ou o paciente
Caso o sangramento persista, repetir a ação por mordendo a compressa de tecido.
mais duas vezes. Aplicar gelo, enrolado em um pano, externamente
Se nenhuma das manobras resolverem a à lesão, para auxiliar a vasoconstrição.
situação, remova a vítima imediatamente para o Se voltar a sangrar, e se o sangramento persistir
hospital mais próximo. além de 30 minutos, procure o médico ou o
dentista.
ATENÇÃO! A hemorragia nasal pode ocorrer por
traumatismo craniano. Neste caso, especialmente OTORRAGIA
quando o sangue sai em pequena quantidade Vítima consciente: posicionar em decúbito dorsal
acompanhada de líquor, o corrimento não deve ser
Vítima inconsciente ou com suspeita de trauma:
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lateralizar a vítima com a orelha que estiver Providencie um local calmo e com privacidade
sangrando para baixo. para a mulher.
Ambos enquanto não ocorre o atendimento Providencie absorvente ou toalha limpa.
especializado. Mantenha a mulher semi-sentada, com os
joelhos dobrados de tal forma que alivie a tensão
ATENÇÃO! Os traumatismos cranianos podem dos músculos abdominais (Fig.6.8)
provocar hemorragia pelo ouvido, quando então, Impedir qualquer forma de esforço da mulher.
geralmente o sangue vem acompanhado de líquor. Encaminha-la para o serviço especializado.
Não se deve estancar este tipo de hemorragia, e a Se a mulher estiver grávida:
procura de socorro médico nestes casos deve ser
Manter a gestante em repouso, deitada,
urgente.
aquecida e tranquiliza-la.
Impedir sua deambulação e qualquer forma de
HEMATÊMESE
esforço.
Acionar imediatamente o serviço médico de
Conservar a totalidade do sangue e dos produtos
emergência;
expulsos do útero para mostrar ao médico.
Em casos de vômito ou inconsciência, lateralizar
Encaminha-la para o serviço especializado com
a vítima enquanto aguarda-se o atendimento
urgência.
médico especializado.
Não oferecer água ou alimentos para a vítima.
HEMOPTISE
Buscar atendimento médico imediatamente.
Mantenha a vítima calma.
Enquanto aguarda-se o atendimento, manter a
vítima consciente em posicionamento recostado
Fig. 6.8 Posição adequada para aliviar a pressão
e, em vítima inconsciente ou com trauma
abdominal
associado adotar a lateralização.
Recomendar a vítima que não fale e nem faça
ATENÇÃO! No caso do sangramento acompanhar-se
esforço.
de forte dor abdominal, deve-se suspeitar de gravidez
ectópica (extra uterina). Neste caso o transporte para
HEMATÚRIA
uma unidade especializada deve ser feito com
Presença de sangue na urina, apresentando aspecto
urgência e com a mulher em repouso, se possível
escuro com cor de “coca-cola”.
deitada e aquecida.
Encaminhar o indivíduo para o atendimento
especializado.
COMPLICAÇÕES
As consequências das hemorragias são
METRORRAGIA
variadas, dependendo da quantidade de sangue
Sangramento uterino irregular, entre os ciclos.
perdido, da velocidade da perda e do local afetado.
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Sede
Pulso periférico fraco, afilado ou ausente
Pele pálida, úmida e fria
Taquicardia e hipotensão arterial acompanhada de pulso
rápido
Respiração irregular, laboriosa e artificial
Náuseas e vômito
Midríase (pupilas dilatadas)
Pouco ou nenhuma produção de urina
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apropriado para cada caso, o que deve ser feito de infeccioso, como tecido desvitalizado, exsudação
forma sistemática, desde a ocorrência da lesão até purulenta e odor característico, sendo representadas
sua completa resolução. Existem alguns tipos de por lesões ulceradas infectadas e as escaras.
Fechadas: a lesão do tecido mole ocorre abaixo da sequência do processo cicatricial fisiológico.
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representam risco ao paciente quando isolados. penetrante; o objeto é capaz de penetrar e atravessar
os tecidos ou determinado órgão em toda a sua
Incisão: corte com bordas limpas, bem delimitadas, espessura saindo na outra superfície. Pode-se utilizar
não havendo a presença de tecido fibroso. É como exemplo as feridas causadas por projétil de
provocada por objetos cortantes amolados, como arma de fogo, que são feridas perfurocontusas,
facas, bisturis ou lâminas. Pode possuir expressiva podendo ser penetrantes e/ou transfixante. As feridas
perda sanguínea. transfixantes possuem sempre um orifício de entrada
e um de saída.
Laceração: corte com bordas irregulares e
desvitalizadas na pele por um mecanismo de
superestiramento com ruptura do tecido. Possuem
grande risco de infecção. Pode ser ocasionada por
mordedura de animais.
em acidentes automobilísticos.
EQUIMOSES x HEMATOMAS
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GELO
1. Abrir vias aéreas e prestar assistência realizando a oclusão ocular bilateral com gaze
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3. Em caso de extrusão de globo ocular não tente 1. Proceda a imobilização e estabilização da coluna
recolocá-lo. Encaminhe a vítima para o serviço vertebral.
médico o mais prontamente possível. 2. Monitore a respiração e preste atendimento, se
necessário.
c) EVISCERAÇÃO 3. Controle o sangramento com curativo limpo
(Fig.6.18), não aplicando a pressão diretamente sobre
1. Não se deve, de forma alguma, tocar nas vísceras, o ferimento, mas sim ao redor das bordas da lesão.
nem tentar colocá-las de volta para dentro da 4. Procure imediatamente o atendimento médico
cavidade abdominal. Cubra-as com curativo oclusivo, especializado.
de materiais não aderentes, embebido em soro Ferimentos no couro cabeludo na ausência de
fisiológico ou água limpa. Envolva o curativo fratura, podem ser protegidos por meio da técnica da
cuidadosamente com bandagens fixadas firmemente, bandagem triangular. Antes de fazer a bandagem
mas nunca apertadas. contenha possíveis sangramentos e coloque gaze
limpa no local atingido. A técnica consiste em (Fig.
2. Posicione o acidentado em local confortável, em
6.17):
decúbito dorsal, colocando uma manta ou cobertor
1. Dobra um pedaço de pano largo e longo,
enrolado sob seus joelhos, para diminuir a pressão
colocando a ponta superior direita em contato com
sobre o ventre e impedir o afastamento muscular
a ponta inferior esquerda, formando um triangulo.
(Fig.6.16).
2. Colocar o vértice do triangulo em contato com a
base.
3. Não ofereça nada para o acidentado ingerir, ainda
3. Continue dobrando até atingir o tamanho desejado
que se queixe de muita fome ou sede.
de acordo com o ferimento.
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<http://www.trauma.org/archive/nurse/wound.html>.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Acesso em: 04 mar. 2012.
BOGLIOLO. Patologia Geral. 8. ed. [S. l.]: Manual de primeiros socorros, por Paulo Frange,
Janeiro: Mc Graw-Hill Interamericana do Brasil, 2012. html >. Acesso: 9 Jan. 2016
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Atualização 2013
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(a) (b)
Fig. 7.3 (a) em “galho verde” e (b) completa
externo produz contaminação local, o que aumenta o qual o osso lesionado fragmenta-se em um ou
risco de infecção, podendo ter consequências como: diversos pequenos pedaços, além das outras
metades do osso fraturado.
Osteomielite, que retarda ou impede a
consolidação óssea;
FRATURA ESPIRAL: é quando o traço de fratura
Perda do membro lesado, em casos extremos;
encontra-se ao redor e através do osso. Nessa
Septicemia, em casos mais graves;
fratura, o osso é separado e a fratura forma espirais
Pode levar a óbito.
ao redor do eixo longitudinal. Tais fraturas são,
geralmente, decorrentes de lesões que ocorrem com
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movimentos de rotação sob descarga de peso. FORÇA INDIRETA: a força ou a energia cinética,
aplicada sobre um segmento é transmitida ao longo
FRATURA IMPACTADA: é quando as partes do membro, causando fratura em ossos mais
quebradas do osso permanecem comprimidas entre distantes do impacto. Portanto, pode-se dizer que a
si, interpenetrando-se. energia do trauma dissipa-se lesando a estrutura
menos resistente.
FRATURA OBLÍQUA: é quando o traço de fratura
(borda da fratura) se apresenta diagonalmente. ESPONTÂNEA OU INDUZIDA POR ESPASMO: as
fraturas estão associadas com doenças e/ou violentos
FRATURA TRANSVERSA: ocorre quando o traço de espasmos musculares. Um exemplo disso seria no t
fratura atravessa o osso numa linha
aproximadamente reta. RECONHECIMENTO
DOR
SIMPLES: quando não há evidências de lesões periósteo, rico em terminações nervosas, o qual
compreende o tecido conjuntivo associado ao tecido
associadas.
ósseo.
COMPLICADA: acompanhada de lesões associadas,
que são geradas pelo mesmo trauma com velocidade
EDEMA
e energia altas. Exemplo de lesões associadas locais:
Musculares;
Devido ao trauma, ocorre uma lesão dos
Tendinosas;
tecidos vizinhos à fratura, produzindo sangramento
Nervosas;
local e inflamação, o que pode gerar edema e
Vasculares;
hematoma.
Sistêmicas (trauma abdominal, torácico e
craniano).
DEFORMIDADE
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Quadro 7.4 TIPÓIA
Para fixar o antebraço pode-se desenvolver uma tipóia. Ela também pode ser usada para melhor conforto do membro
já imobilizado. Para a sua execução utilize um pedaço grande de tecido com as pontas presas ao redor do pescoço.
Isto serve para sustentar um braço em casos de fratura de punho, antebraço, cotovelo, costelas ou clavícula. Só use
a tipóia se o braço ferido puder ser flexionado sem dor ou se já estiver dobrado.
Fig. 7.6 e 7.7 Exemplos de imobilizações: tala rígida para perna (esq.) e tala rígida com quatro bandagens para antebraço.
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Médico de Emergência (SME) corresponde à medida integridade das clavículas e costelas por meio da
mais imediata, todavia, o socorrista pode auxiliar de palpação, sempre atento a qualquer abaulamento,
estabilização da coluna cervical até que o socorro simultânea das cristas ilíacas, que normalmente se
adequado chegue ao local. Além disso, deve-se estar apresentariam fixas, mas, em tal situação, encontram-
atento aos sinais vitais dessa vítima que pode a se instáveis e com crepitação. É importante
qualquer momento sofrer recaídas. mencionar que esta manobra deve ser feita uma
única vez, na dúvida não repita! Fraturas de pelve
podem levar à hemorragia fatal!
A medida a ser adotada é a estabilização da
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pelve por meio de um cinto ou algo que possa vezes uma contração muscular é suficiente para
envolvê-la ao mesmo tempo em que realiza causar uma luxação, por exemplo. Dependendo da
compressão, como, por exemplo, uma toalha de violência do acidente, poderá ocorrer o rompimento
banho envolvendo a cintura pélvica e amarrada do tecido que cobre a articulação.
anteriormente. Tal fratura também pode ser danosa As articulações usualmente mais atingidas
aos órgãos internos, assim como, devido à intensa são a tibio-tarsal (tornozelo), fêmoro-tibio-patelar
vascularização da pelve e à presença de artérias de (joelho), escápulo-umeral (ombro), úmero-radial
grande calibre, gerar grandes hemorragias as quais (cotovelo), articulações dos dedos e a têmporo-
podem evoluir para um choque hipovolêmico madibular.
rapidamente.
ENTORSE
INTRODUÇÃO
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Impotência funcional
LESÕES MUSCULARES
LUXAÇÕES
A luxação é uma lesão onde as extremidades As lesões musculares podem ser divididas
ósseas que formam uma articulação ficam em três tipos, contusão; laceração; e distensão ou
deslocadas, permanecendo desalinhadas e sem estiramento. Trataremos, neste capítulo,
contato entre si (perda permanente da congruência principalmente sobre este último tipo, que é muito
articular). O desencaixe de um osso da articulação comum também em atletas profissionais, mas pode
(luxação) pode ser causado por uma pressão intensa, ser evitável, uma vez que o músculo dá sinais
que deixará o osso numa posição anormal, ou precoces de fadiga (antes que a lesão aconteça).
também por uma violenta contração muscular. Com A contusão é uma lesão por compressão,
isto, poderá haver ruptura dos ligamentos. causada por trauma direto que resulta em ruptura
Esse tipo de injúria é muito grave e deve ser capilar, com hematoma e resposta inflamatória.
considerado um caso de urgência, devendo receber A laceração é a injúria caracterizada por
rápido diagnóstico e tratamento. Um tratamento perda de tecido muscular.
inadequado pode provocar danos aos tecidos como A distensão ocorre quando as fibras
rigidez articular, artrose, necrose por perda vascular, musculares ou tendíneas são excessivamente
infecções, etc. estiradas ou forçadas a se contrair contra uma
resistência além dos seus limites de capacidade tênsil
ou extensibilidade, levando ao seu rompimento. Essa
injúria pode ocorrer próximo à junção miotendinosa e
acarretar danos também a estruturas nervosas e
vasculares.
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As lesões musculares são classificadas: quanto ajuda médica, acalmar a vítima, remover objetos que
à ação, que pode ser direta (mais comum em venham a constringir possíveis edemas, tratar
esportes de contato), ou indireta (comuns em hemorragias, procurar por outras lesões, imobilizar
esportes individuais); quanto à funcionalidade, que adequadamente os segmentos injuriados, tudo isso,
podem ser parciais, onde o músculo perde força, mas visando acelerar a recuperação e prevenir o edema,
ainda consegue se contrair, ou podem ser totais, além de reduzir o risco de injúrias recorrentes.
quando a mobilidade articular e a força muscular Além disso, é necessário reduzir a
podem ser nulas, ou seja, o músculo não se contrai temperatura local e as demandas metabólicas,
mais. amenizar a dor, proteger o tecido lesado para evitar o
Dentre os importantes tipos de complicações agravamento da lesão, minimizar a inflamação e
que podem decorrer de uma Distensão, há a evitar fibrose, que poderia gerar seqüelas funcionais.
síndrome compartimental: o edema e o Na prática, essa conduta pode ser facilmente
sangramento exercem pressão dentro da fáscia resumida a partir do método mnemônico PRICE:
muscular, que é pouco distensível, aumentando a
compressão de vasos sanguíneos e terminações Protection / Proteção
nervosas, acarretando em intensa dor e morte do Proteger (imobilizar) o membro afetado,
tecido por falta de nutrição, podendo levar à perda do utilizando bandagens, talas ou ataduras elásticas,
membro. com o objetivo de amenizar a dor e permitir a
O complexo de músculos da região posterior continuidade da cicatrização, além de evitar novas
da coxa (jarrete) e panturrilha são os mais lesões. Muletas podem ser utilizadas para permitir
frequentemente afetados por essas lesões, pois são sustentação do peso e tipóias, para imobilizar um
expostos a atividades que exigem muito da braço ou ombro.
musculatura.
Rest / Repouso
Quadro 7.7 SINAIS E SINTOMAS DE LESÕES Descansar e evitar atividades que possam
MUSCULARES
Dor em queimação em repouso ou a movimentação ou causar dor, como andar, prevenindo o agravamento
palpação da injúria e reduzindo o fluxo sanguíneo, o que
Impotência funcional muscular diminui a formação de edemas e hematomas.
Edema
Ice / Gelo
Equimose distal a lesão
Aplicar gelo sobre a lesão, de preferência
Deformidade muscular a palpação
picado e sempre envolvido em uma toalha úmida,
durante 20 minutos a cada uma ou duas horas.
PRIMEIROS SOCORROS Nunca coloque o gelo diretamente em contato com a
pele para evitar queimaduras por “geladura”. A baixa
O cuidado no manejo de lesões envolvendo temperatura causa vasoconstricção, que tem efeito
tecidos moles deve, à primeira vista, ser semelhante anti-inflamatório, reduzindo a dor e o edema.
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<http://www.copacabanarunners.net/lesoes-
musculares.html>. Acesso em: 04 mar. 2012.
<http://www.saudenarede.com.br/?p=av&id=ENTEND
ENDO_AS_LESOES>. Acesso em: 04 mar. 2012.
<http://www.articulacoes.com.br/tm_lesoesmusculare
s.php>. Acesso em: 04 mar. 2012.
<http://www.patient.co.uk/doctor/First-Aid-for-Soft-
Tissue-Injuries.htm>. Acesso 04 mar. 2012.
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mesmo sendo estéril no começo, é colonizada Causadas pelo calor, representadas tanto por
rapidamente por bactérias endógenas e exógenas, fogo direto, vapor ou líquidos quentes, ou ainda
deixando assim a possibilidade de uma infecção. contato com objetos quentes.
As principais alterações fisiológicas que QUEIMADURAS QUÍMICAS
ocorrem em um processo de queimadura são: Causadas pelo contato com agentes
aumento de permeabilidade capilar e edema. A químicos, principalmente ácidos, álcalis e compostos
lesão térmica causa desnaturação proteica, orgânicos. Ao contrário da lesão térmica, causa dano
determinando a exposição do colágeno no tecido progressivo e contínuo à pele e tecidos subcutâneos,
afetado, levando à liberação de mediadores até que a substância seja inativada por reação
inflamatórios. Tais mediadores são responsáveis pelo tecidual ou diluída por lavagem mecânica do local.
aumento da permeabilidade nos capilares, Os acidentes industriais são os mais
propiciando a formação do edema. preocupantes e os acidentes domiciliares com
desinfetantes caseiros, os mais comuns. A gravidade
de uma queimadura química é determinada pelo tipo
CLASSIFICAÇÕES
de substância, concentração e tempo de contato.
Assim, diferentemente dos outros tipos de
a) QUANTO AO TIPO DE AGENTE CAUSADOR
queimadura, nas quais o atendimento inicial ao
paciente é “esquecer” a queimadura e iniciar o
QUEIMADURAS TÉRMICAS
suporte básico de vida, o cuidado com a ferida é
Tabela 8.1 Apresenta análise de 10 anos de atendimento à queimaduras do Hospital das Clínicas da
Faculdade de Medicina da USP. Período de 2001 até 2011.
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Elétrico). bolhas.
Queimadura superficial: base da bolha rósea,
Quadro 8.1 CAUSAS MAIS FREQUENTES úmida e dolorosa.
As causas mais frequentes das queimaduras Queimadura profunda: base da bolha branca,
são a chama de fogo, o contato com água fervente ou seca e indolor.
outros líquidos quentes e o contato com objetos
Restauração das lesões entre 7 e 21 dias.
aquecidos. Menos comuns são as queimaduras
Pode deixar sequelas: discromia (superficial) e
provocadas pela corrente elétrica, transformada em
calor ao contato com o corpo. Queimadura química é cicatriz (profunda).
QUEIMADURAS DE 1º GRAU1
Fig. 8.2 Queimadura de segundo grau.
Afeta somente a epiderme, sem formar bolhas.
Eritema (ou “vermelhidão”, que clareia quando QUEIMADURAS DE 3º GRAU
92
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da pele). Pode haver apenas uma dor aguda corporal queimada (SCQ) é de importância
inicial e, além disso, pode ocorrer dor oriunda das fundamental, sendo este valor diretamente
queimaduras circundantes de menor grau. proporcional à gravidade da lesão, funcionando como
Lesão esbranquiçada ou enegrecida, dura índice prognóstico. Vários são os diagramas e
(textura coreácea), seca e inelástica. fórmulas para sua determinação, mas uma regra
simples, a Regra dos Nove de Wallace, permite
avaliação rápida e segura nos pacientes, sendo que
este método deve ser ajustado para crianças
menores de 10 anos. Cada parte do corpo possui um
valor específico de SCQ, de acordo com o quadro
abaixo:
A partir dos valores da tabela, pode-se calcular de
maneira prática a extensão das queimaduras. Se, por
exemplo, determinada vítima queimou o membro
inferior e o membro superior direitos, sua SQC é de
27% (18% + 9%).
Cabeça e pescoço 9%
OBS: a queimadura que envolve tecidos mais
profundos, como os músculos, ossos e órgãos Cada membro superior 9% (x 2)
Cada perna e pé 9% (x 2)
Genitais e períneo 1%
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Sobrancelhas queimadas
Dependendo do local onde a queimadura Vibrissas (pêlos nasais) queimadas
ocorre, considera-se o risco estético e funcional da
Lábios edemaciados
vítima, podendo haver maior ou menor risco potencial
Rouquidão - sinal precoce
de aprofundamento das lesões, de formação de
Queimaduras orais ou periorais
lesões subsequentes e formação de cicatrizes.
Estridor (ruído agudo semelhante ao da foca)- sinal
Queimaduras nas seguintes áreas são
tardio e indica cerca de 85% de obstrução
consideradas de maior relevância e podem se tornar
Escarro carbonáceo (negro)
graves:
Queimaduras em espaço confinado
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5. Emergência médica! Encaminhar para Centro Quadro 8.7 É RECOMENDÁVEL OFERECER ÁGUA
Especializado de Tratamento de Queimados. À VÍTIMA DE QUEIMADURA?
Se o acidentado estiver consciente e sentir sede,
Quadro 8.6 CUIDADOS AO RESFRIAR AS deve ser-lhe dada toda a água que desejar beber, porém
QUEIMADURAS QUÍMICAS
1. Quando a vítima está sob chamas, deve-se, antes
1. A lavagem da queimadura química deve ser feita de tudo, pedir para que ela pare de correr, pois o
com grande quantidade de água por vento pode aumentar a extensão desse fogo;
excesso com uma escova; chamas com cobertores ou lençóis ou até mesmo
jogar bastante água na vítima para cessar o fogo;
pode ser forte, pois a água sob alta pressão, além de chão e role até eliminar as chamas.
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Queimaduras de 2º grau em áreas maiores que como o uso de bloqueadores solares, óculos escuros,
20% da SCQ em adultos e em áreas maiores que bonés/chapéus e guarda-sol, não se esquecendo de
10% em crianças ou maiores de 50 anos; manter-se hidratado através do consumo de líquidos.
Queimaduras de 3º grau em qualquer extensão; Além disso, deve ser evitada a exposição nos
Queimaduras na face, olhos, mãos, pés, genitália, horários de maior incidência de raios solares,
períneo e/ou articulações importantes; correspondentes ao período de 10 às 16h. Aliás, essa
Queimaduras elétricas; medida também ajuda a prevenir a insolação,
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fogos de artifícios e fogueiras, muito presentes na Universidade Federal de São Paulo. Rev. Bras.
época de festas juninas, também requer bastante Queimaduras [online]. 2010, v. 9, n. 3, pp. 82-88.
cuidado para não seja causado um acidente grave.
PORTUGAL. Ministério da Saúde. Instituto Nacional
QUEIMADURAS EM AMBIENTE DE TRABALHO de Emergência Médica. Manual V.M.E.R. [S. l.],
1999. 343 p.
Em grandes fábricas e indústrias, não é raro
ocorrerem casos de queimaduras por substâncias TAKEJIMA, M. L. et al. Prevenção de queimaduras:
químicas ou por líquidos incandescentes, ou até pelo avaliação do conhecimento sobre prevenção de
próprio ambiente fechado contendo vapor queimaduras em usuários das unidades de saúde
excessivamente quente. Para evitar essas situações, de Curitiba. Rev. Bras. Queimaduras [online]. 2011,
é necessário adotar medidas de segurança ao v. 10, n. 3, pp. 85-88.
trabalhador, bem como fornecer não só roupas e
equipamentos de proteção, mas também informá-lo <http://portal.cfm.org.br/images/stories/pdf/queimados
sobre os riscos da tarefa executada. .pdf>. Acesso em: 28 fev. 2012.
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Queimaduras causadas por eletricidade representam específicas ao fluxo da corrente sendo em ordem
uma pequena porção das admissões em unidades de decrescente, osso, gordura, tendão, pele, músculo,
queimados, porém revelam um dos mais agressivos vaso sanguíneo e nervo. O osso, por sua maior
tipos de injúria térmica. Apresenta distribuição resistência, gera mais calor local, mas sua estrutura
bimodal, com um pico em crianças menores de seis torna-o mais resistente à lesão térmica, ao passo que
anos em ambiente doméstico e outro em adultos vasos e nervos possuem menos resistência, mas são
geral, encontram-se abaixo dos 5-8 anos, com mãos em baixa voltagem, de 500-1.000 volts, e alta
ou faces comprometidas. São queimaduras raras, voltagem, superior a 1.000 volts. Os acidentes
porém sua gravidade reside na ocorrência de lesões domésticos comumente se enquadram no primeiro
O trauma elétrico acontece quando o corpo se torna A corrente de alta tensão tende a percorrer um
condutor de corrente elétrica. As lesões produzidas caminho mais curto entre o ponto de entrada e a terra
térmica. Com isso, a extensão da lesão tecidual e o alterações cardíacas (fibrilação ou assistolia) são
calor gerado pelas correntes elétricas se dão em mais raras, sendo mais comum a depressão do
função da resistência de cada tecido e sua centro respiratório com parada respiratória. As lesões
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TRAJETO
Por ser imprevisível, é um dos fatores que
diferenciam esse trauma dos outros tipos de traumas
térmicos. Qualquer órgão pode ser acometido, porém
o dano causado é maior quando atinge órgãos vitais
como cérebro e coração. Fig. 9.1 Diferentes percursos da corrente elétrica.
TEMPO
IDENTIFICAÇÃO
Evidentemente, quanto maior for o tempo de contato,
maior a extensão dos danos causados.
SINAIS E SINTOMAS
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luminosos);
Cefaléia; Cada segundo de exposição da vítima à
corrente elétrica diminui a sua chance de
Vertigem;
sobrevivência;
Arritmias cardíacas;
O choque elétrico pode também oferecer
Dispneia.
perigo à pessoa que está prestando socorro.
ARCO VOLTAICO
Assim, a primeira atitude a ser tomada é isolar o
acidentado da fonte da corrente elétrica. Isso pode
Ocorre por uma diferença de potencial elétrico entre
ser feito de duas maneiras principais:
os corpos, nele o circuito se completa mesmo sem
que a vítima tenha tocado no condutor. A vítima
Cortar a corrente elétrica, desligando a chave
torna-se parte do circuito. A corrente elétrica, nesse
geral de força, retirando os fusíveis da instalação
caso, move-se externamente ao corpo, a partir do
ou puxando o fio da tomada (desde que esteja
ponto de contato para o solo.
encapado) ou;
Essas queimaduras estão associadas à corrente de
alta tensão e a profundidade depende de quão Tentar afastar a vítima da fonte de energia
próxima está da pele. As mesmas são graves já que o utilizando luvas de borracha grossa ou materiais
arco elétrico tem uma temperatura de 2.500ºC. isolantes, e que estejam secos (cabo de
vassoura, tapete de borracha, jornal dobrado,
A lesão por raio é muito rara. Os efeitos da lesão por Quadro 9.2 MATERIAIS CONDUTORES x
raio são extremamente variáveis. Geralmente a vítima MATERIAIS ISOLANTES
está desacordada. Ela pode conservar a respiração Materiais Condutores: material que deixa a
espontânea ou tornar-se inconsciente, sem pulso e corrente elétrica passar facilmente - cobre,
com parada respiratória. Não deve necessariamente alumínio, água, etc.
ser tida como morta, devendo iniciar manobras de
reanimação oferecendo assistência respiratória e Materiais Isolantes: material que não permite que
cardíaca. Pacientes submetidos a grave lesão por a eletricidade passe através dele - vidro, plástico,
raio parecem suportar períodos prolongados de borracha, madeira, etc.
apneia, talvez por cessação do metabolismo, de
modo que o processo degenerativo é retardado.
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seguindo o mesmo tratamento para as queimaduras barreira adicional entre você e a corrente elétrica;
Se a pessoa estiver consciente, pode ser aparelhos elétricos, usando, por exemplo, um
mas se estiver inconsciente, é melhor deixá-la em Os quadros de distribuição devem ter disjuntores.
posição lateral de segurança (de recuperação). Se os dispositivos de proteção ainda forem do tipo
Se for necessário, deve-se cobrir a vítima chave-faca, com fusíveis cartucho ou rolha,
calma. É essencial procurar assistência médica Colocar protetores nas tomadas ao alcance de
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Nunca diminuir o tamanho de resistências rede elétrica. Basta um curto-circuito para que ela
Não mexer com eletrodomésticos em locais com água Soltar pipa somente em espaços abertos e longe
ou umidade, nem com as mãos ou os pés molhados. da rede elétrica (campos de futebol, praias);
A água torna o choque muito mais perigoso; Evitar a brincadeira perto de aeroportos, estradas
Atenção ao executar consertos em instalações ou nas lajes de casas. Qualquer distração pode
elétricas quando o chão estiver úmido ou molhado. resultar em choques, caso a pipa prenda na rede
Com água, o risco de choque é muito maior. elétrica, e quedas, de quem está fazendo parte da
brincadeira;
CUIDADOS EM AMBIENTE EXTERNO Se a pipa ficar presa, a pessoa não deve subir em
telhados, postes ou torres, nem usar canos ou
Nunca se deve subir em postes. Apenas o bambus para tentar recuperá-la;
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Não usar linhas metálicas no lugar da linha Condutas Atuais em Queimaduras. 1. ed. Rio de
comum, pois elas podem causar choques Janeiro: Revinter, 2001. 158 p.
Ficar atento para que a linha da pipa não de Emergência Médica. Manual V.M.E.R. 2. ed. [S.
<http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/choques-
eletricos/choques-eletricos-1.php>. Acesso em: 04
mar. 2012.
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como o termostato responsável por ajustando o corpo mecanismo para temperaturas ambientais >36°C).
para que perca calor em ambientes quentes, e Por outro lado, o corpo conserva calor por
produza calor em ambientes frios. Ele possui meio dos seguintes mecanismos: o sangue flui
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rapidamente para superfície da pele, acompanhado desidratação do que os adultos devido ao peso
por vasoconstricção; os pêlos ficam eriçados, inferior do corpo e maior circulação de água e
mantendo o ar quente perto da pele; diminuição da eletrólitos. Os idosos e os que se encontram doentes
sudorese. também possuem maior propensão, por alteração dos
mecanismos reguladores.
DESIDRATAÇÃO A desidratação é classificada como leve,
moderada ou grave dependendo da quantidade de
Como a água é o maior componente do corpo fluido que o corpo perdeu ou que não foi reposto.
humano, representando cerca de 45 a 70% do peso Quando grave, a desidratação é uma condição que
corporal, as variações no equilíbrio hídrico corporal pode colocar a vida em risco; também leva a um pior
normal, como perda excessiva de água, alteram a prognóstico em casos de intermação (ver adiante).
característicos. O nosso corpo perde água doenças relacionadas ao calor. Durante a exposição
diariamente através do suor, das lágrimas, da urina e ao calor, a água é perdida primeiramente como suor.
das fezes, a qual é reposta por meio do consumo de Portanto, as bases para evitar o início da doença
líquidos e de alimentos que contenham água. relacionada ao calor são manter um equilíbrio hídrico
corpo não possui a quantidade de água e fluidos que atividades diárias, sobretudo em atividades físicas
deveria, podendo ser causada por perdas como a cuja exposição ao calor seja de moderada a alta.
atividade física com exposição ao calor e sudorese leves a moderados (2% a 6% do peso corporal) os
profusa, exaustão por calor, febre, dentre outros. indivíduos apresentam fadiga, diminuição da
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A desidratação também ocorre muito ao calor com maior emergência e com risco de vida, a
facilmente no frio, especialmente com o aumento da intermação é definida como uma forma anormal de
atividade física, basicamente devido à evaporação do hipertermia que resulta em insuficiência total do
suor, perda de calor e líquidos por causa da baixa sistema termorregulador.
umidade do ar frio, e à diurese induzida pelo frio. A Causada pelo sobrecarga excessiva de calor
diurese é normalmente aumentada na exposição ao (altas temperaturas, alta umidade, pouca circulação
frio como resultado da vasoconstrição cutânea que de ar) e pela má resfriação do corpo - por
leva ao aumento do volume circulatório efetivo, com incapacidade de suar adequadamente (ex:
consequente aumento da pressão arterial, e aumento escledodermia), aumento da taxa metabólica (por
da filtração glomerular nos rins. Nessas situações a doenças ou uso de drogas), lesões no SNC
diurese pode reduzir o volume plasmático em 7-15%, (hipotálamo), dentre outros - essa se instala
de modo que socorristas que trabalham nessas rapidamente sem dar sinais de alerta como cefaleia
condições devem estar preocupados em manter-se ou tontura, a pessoa fica com a temperatura central
hidratados. muito elevada (>40,3°C), com a respiração fraca,
pulso rápido e disfunção do sistema nervoso central,
LESÕES RELACIONADAS AO CALOR que resulta em alterações no estado mental (delírio,
confusão, coma).
categorias principais: intermação, exaustão por calor temperatura corporal da pessoa pode sofrer
e cãibras por calor. Elas são mais comuns em alterações durante semanas. O paciente deve ser
ambientes com temperatura e umidade altas e pouco levado ao hospital com urgência e o tratamento para
Pessoas que trabalham perto de fornos e fogões; está inteiramente relacionado à magnitude da
elevação da temperatura, mas principalmente à
Pessoas fisicamente debilitadas;
duração dessa temperatura elevada. Mesmo com
Alcoólatras;
uma intervenção pré-hospitalar agressiva e com o
Obesos;
tratamento no hospital, a intermação pode ser fatal e
Pessoas com doenças crônicas;
muitos pacientes que sobrevivem apresentam
Doentes cardíacos;
incapacidade neurológica permanente.
Usuários de certas drogas (ex: diuréticos);
A intermação tem duas apresentações
Vítimas de queimaduras;
clínicas diferentes: a intermação clássica, na qual as
Extremos da idade.
pessoas perdem a habilidade de suar (infecções,
desidratação em crianças e idosos ou pessoas com
1. INTERMAÇÃO
doenças crônicas durante uma onda de calor) e a do
esforço, na qual as vítimas envolvidas em esforço
Considerada a forma de doença relacionada
físico e tensão muscular excedem a perda de
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Pressão sanguínea pode estar elevada ou a pele da vítima, usando um ventilador para
Pulso geralmente taquicárdico e filiforme; água gelada nas regiões do pescoço, da virilha,
da axila e atrás dos joelhos. Estudos indicam que
Pupilas inicialmente contraídas (posteriomente
imergir a vítima em uma banheira com água fria
dilatadas);
também é eficaz (evitar resfriamento excessivo).
Respiração superficial e fraca;
5. Monitorar a temperatura da vítima até a chegada
Náusea e vômitos.
da equipe de resgate. Caso a temperatura volte a
subir, reiniciar os procedimentos para
As principais complicações da intermação
resfriamento. A temperatura deve ser mantida
são: edema cerebral, insuficiência cardíaca,
inferior a 37,7° C até que o perigo acabe.
insuficiência renal e morte.
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SINAIS E SINTOMAS
PRIMEIROS SOCORROS
3. Se a vítima estiver respondendo e não apresentar Fig. 10.9 Se a vítima com exaustão por calor estiver
náuseas, oferecer água ou bebida isotônica
totalmente consciente, dê-lhe água fria.
comercializada, em pequenas quantidades e
repetidas vezes.
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PRIMEIROS SOCORROS
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permaneça a exposição ao frio. Apesar de o uma grande úlcera. Caso essa lesão seja tratada
aquecimento proporcionar a cicatrização da zona corretamente, cicatriza em algumas semanas,
numa ou duas semanas, podem ficar sequelas como embora por vezes seja necessário um transplante
a diminuição do crescimento das unhas. cutâneo.
Terceiro Grau: O congelamento de terceiro grau, que
afeta as camadas mais profundas, leva à necrose da
pele e do tecido celular subcutâneo, o que
desencadeia a formação de uma escara negra no
centro da lesão rodeada por uma zona edematosa e
vesículas. A cicatrização nessa fase é pouco eficaz e
a lesão pode se aprofundar e afetar todos os tecidos
da zona, delimitados por um sulco dos tecidos
saudáveis. Neste caso, a evolução é variável, já que
a parte afetada pode mumificar-se através de um
processo de dessecação e até desunir-se ou, o que é
mais perigoso, o tecido enfraquecido pode ser
infectado por microorganismos que produzam uma
gangrena úmida. Para se evitar a extensão deste
processo costuma ser necessário amputar-se a parte
afetada; a avaliação da necessidade de cirurgia é
Fig. 10.11 Geladura de 1° grau nos pés. feita após reaquecimento da região.
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117
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118
LATES-UFRJ|2016
proximidades e caracteriza-se por uma transferência as principais causas de mortes por acidentes
Autoestradas: 10%
Os acidentes domésticos são mais comuns
nos extremos da idade, ou seja, nas crianças
O Sistema de Vigilância de Violências e
menores de 5 anos e nos idosos.
Acidentes (VIVA) aponta, em 2012, 15.098
Nas crianças isso é justificado por diversas
atendimentos por acidentes domésticos realizados
características como:
em serviços de urgência e emergência do SUS. Deste
Imaturidade Física e Mental;
total, 32% eram menores de 9 anos de idade, ou seja,
Inexperiência;
4.740 crianças.
Incapacidade para prever e evitar situações de
As principais causas de mortes foram os
perigo;
riscos acidentais à respiração (como afogamentos),
Tendência a imitar o comportamento dos adultos;
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PREVENÇÃO
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121
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b) NO BANHEIRO
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Utilizar puxadores de armários em forma de alça não perecíveis, o que evita que a criança coloque os
para facilitar o seu manuseio; grãos no nariz, por exemplo;
No boxe, além de usar tapetes com ventosas Cozinhar, preferencialmente, nas bocas de trás
para evitar escorregões e quedas, mantenha uma do fogão e virar os cabos das panelas para dentro
cadeira ou um banco na área do banho para se o do fogão;
idoso preferir tomar banho sentado.
A mangueira e o registro do gás (de botijão ou julho de 2006, mantenha o registro sempre fechado
rua) devem ser trocados a cada cinco anos, mesmo quando o equipamento não estiver em uso. Além de
que o uso do fogão não seja frequente, pois após travas para a porta do forno, geladeira e armários
esse período as peças perdem a eficiência, de cozinha, há placas de acrílico para serem
podendo causar vazamentos. Certifique-se de que a colocadas na frente dos botões dos queimadores do
Ao realizar múltiplas tarefas, como lavar roupas prejudicial a criança, como detergentes, bebidas
enquanto cozinha, use um timer culinário, que avisa alcoólicas, produtos de limpeza, itens cortantes,
123
LATES-UFRJ|2016
Para cozinhar, usar panelas pequenas e com Instalar grades no berço ou na cama da criança,
alças nas laterais; pois um dos principais tipos de acidente com
Evitar cozinhar em panelas de pressão; crianças é a queda do berço. Em geral, a cabeça é
Usar luva para segurar objetos quentes; mais pesada que o corpo e, quando o bebê se
Na geladeira, usar garrafas plásticas debruça no berço, cai. Por isso, é importante ir
pequenas para água e potes plásticos pequenos aumentando a altura da grade do berço conforme a
para comida; criança for crescendo;
Os itens de uso frequente devem ser Lençóis, mantas e cobertores devem estar
guardados à mão nos armários, a uma altura que sempre presos ao colchão;
não ultrapasse a linha da cintura (para baixo) e nem É sempre bom deixar um foco de luz no quarto
a altura dos ombros (para cima). das crianças – pode ser um abajur ou uma tomada
iluminada;
Na hora de dormir, retire os brinquedos de dentro
do berço e coloque-o de barriga para cima, posição
que reduz em mais de 70% o risco de morte súbita.
Certifique-se de que as grades do berço e da cama
estejam bem travadas.
PARA IDOSOS
d) QUARTO
125
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Dar preferência a produtos químicos cujas Não manter dentro de casa animais de
embalagens disponham de travas de segurança e comportamento sabidamente agressivo;
armazená-los sempre em locais de difícil acesso à Manter cães presos ou com focinheiras;
criança;
Manter em dia a vacinação dos animais
Nunca armazenar produtos químicos fora de domésticos;
sua embalagem original, como reaproveitar garrafas
Orientar a criança sobre o perigo de animais
de refrigerante ou de outros produtos. Isso pode
estranhos.
confundir a criança e fazê-la pensar que se trata de
126
LATES-UFRJ|2016
<http://salvemasnossascriancas.blogspot.com/2011/0
ACKER, J. I. B. V.; CARTANA, M. do H. F.
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<http://www.fazbem.com/velhice/>. Acesso em: 04
70.
fev. 2011.
127
LATES-UFRJ|2016
128
LATES-UFRJ|2016
de mais de cinco milhões de casos novos a cada ano emabordagem das intoxicações.
nosso país.
Os dados nacionais referentes ao tema ainda
são escassos e pouco confiáveis, especialmente Tabela 12.3 PRINCIPAIS VIAS DE INTOXICAÇÃO
porque a notificação de novos casos não é obrigatória. Ingestão
No Brasil, os registros são feitos pela Rede Nacional de Dérmica (pele)
Centros de Informação e Assistência Toxicológica Inalação/nasal
(RENACIAT), e a coordenação da coleta, compilação, Ocular
análise e divulgação dos casos de intoxicação e Parenteral (intravascular)
envenenamento é feita pelo Sistema Nacional de Otológica (ouvido)
Informações Toxico-Farmacológicas da Fiocruz Retal
(SINITOX).
Segundo estes dados e os obtidos pela
FATORES IMPORTANTES DO PROCESSO
Associação Americana dos Centros de Controle de
DE INTOXICAÇÃO
Envenenamento (AAPCC), em 2009, o grupo mais
acometido foi o formado pelas crianças (especialmente
as do sexo masculino e com idade inferior a 5 anos), Tempo de exposição – quanto maior o tempo
tendo como principal via de intoxicação a ingestão oral, de exposição, maiores serão as chances de o
sendo os medicamentos e os domissanitários os produto causar danos à saúde;
principais tóxicos. Concentração do agente - quanto maior a
De acordo com dados de 2012 do Instituto concentração do agente químico, maior será a
Nacional de Emergências Médicas (INEM) de chance de um efeito danoso à saúde;
Portugal, os adultos são a faixa etária mais acometida Toxicidade – medida do potencial tóxico de
em casos de intoxicações intencionais. Estes casos uma substância;
podem envolver um ou mais produtos, como por Características químicas da substância –
exemplo medicamentos e bebidas alcóolicas. possui relação com a forma de entrada deste tóxico
Verificou-se também um aumento no número de no organismo;
intoxicações medicamentosas acidentais em idosos, Susceptibilidade individual.
devido a confusão mental, dificuldade visual ou em
consequência da utilização de múltipla medicação
SINTOMATOLOGIA
diária prescrita.
No entanto, nossa preocupação não deve
estar voltada somente para este grupo, visto que há As manifestações relacionadas às intoxicações
ainda outros, como, polimedicados, trabalhadores são bastante variadas, devido à diversidade de
(intoxicação ocupacional), pessoas com problemas substâncias tóxicas a que estamos expostos e das
Com esses dados, fica clara a importância da mais comuns e mais evidenciados, em linhas gerais,
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LATES-UFRJ|2016
roupas, ambiente);
Respiração anormal (rápida, lenta ou com CONSIDERAÇÕES PARA O ATENDIMENTO
dificuldade); BÁSICO
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LATES-UFRJ|2016
1. Avaliar a segurança da cena. Certifique-se de que Cada estado tem seu próprio centro de controle de
não há perigo iminente no local do acidente. intoxicações. No Rio de Janeiro, o centro de controle
de intoxicações localiza-se no Hospital Universitário
PROTEJA-SE! Equipamento de Proteção Individual Clementino Fraga Filho.
deve ser utilizado durante todo o atendimento das Fone: (21) 2573-3244/ 0800-7226001
vítimas, em especial durante a remoção do tóxico.
5. Se necessário, chame o serviço de emergência
2. Identifique o veneno e a via de intoxicação. (192 ou 193).
3. Abordagem primária e Suporte Básico de Vida.
131
LATES-UFRJ|2016
se tomar cuidado para que o socorrista também organismo pela pele mesmo que o contato seja breve
não acabe intoxicado, portanto alguma proteção e mesmo não havendo escoriações ou ferimentos.
deve ser utilizada; Esse efeito irritante é geralmente causado por
3. Afrouxar as roupas da vítima e deixá-la em produtos que se apresentam sob a forma de gases ou
repouso absoluto; vapores. Sendo assim, além de poeiras e fumaça,
4. Fazer a avaliação primária e, se necessário, vapores de ácidos, álcalis e solventes (removedores)
adotar medidas de manutenção das funções
também constituem agentes causadores de
vitais;
intoxicação. O contato com esses agentes pode
5. Consultar o Centro de Controle de Intoxicações;
provocar inflamação e queimaduras na área afetada.
6. Isolar a área para evitar que outras pessoas, As recomendações para estes casos são:
além de profissionais, entrem no local do
acidente. Pois podem tornar-se vítimas também;
1. Primeiramente, evite se contaminar com o
7. Em caso de contato com gases liquefeitos,
produto. Avalie a segurança do local para não se
aqueça a parte afetada com água morna.
tornar outra vítima;
Quadro 12.4 INTOXICAÇÃO POR MONÓXIDO
DE CARBONO 2 . Proteja as mãos, utilizando luvas ou mesmo saco
O monóxido de carbono (CO) é um gás inodoro, plástico. Se houve manipulação do produto, deve-
incolor e de alta toxicidade comumente produzido por
se lavar as mãos para prevenir contato com outras
motores à combustão, aquecedores, lareiras e
regiões do corpo (p. ex.: olhos);
chuveiros aquecidos à gás, principalmente em locais
mal ventilados. Os sintomas típicos de intoxicação por
3. Fazer a avaliação primária;
CO são dor de cabeça, náusea, vômito, fraqueza
muscular (especialmente em membros inferiores),
perda de consciência e convulsões. 4. A substância em questão deve ser removida o
Em suspeita de intoxicações por CO, todas as portas e mais rapidamente possível. Para isso, deve-se
janelas do local devem ser abertas e a vítima deve ser lavar abundantemente o local afetado com água
retirada do local o mais rápido possível. Se disponível, corrente por 20 minutos ou até a retirada do
o socorrista apto pode administrar oxigênio para as
produto. Não se deve esfregar o couro cabeludo e
vítimas. Nos casos mais graves (vítima inconsciente) é
a pele, para evitar escarificá-la, pois isso facilita a
necessário manter uma via aérea pérvia e, se
absorção do tóxico. Atentar-se para a lavagem das
necessário, realizar manobras de ventilação.
regiões axilar, retroauricular, genital, subungueal
Atenção, chame o socorro especializado o mais rápido
possível e só entre na cena se isso não envolver risco (debaixo das unhas) e da cicatriz umbilical
para a sua saúde. (umbigo).
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ATENÇÃO! No caso de um tóxico liofilizado (em intoxicações por ingestão ocorre no lar (92%), sendo
pó), a retirada pode ser feita com a mão protegida mais comum na faixa etária de 1 a 5 anos. Esses
com uma luva ou peça de roupa. De qualquer dados revelam a curiosidade natural das crianças
modo, cuidado para não se contaminar com o pequenas e a falta de cuidado dos adultos ao
5. Consulte o Centro de Controle de Intoxicações; se trata de crianças, pois elas tendem a colocar na
boca tudo o que está ao seu alcance, intoxicando-se
hospital com a vítima, caso não reconheça o tipo De modo geral, as seguintes substâncias
secreções, evitando, assim, sua aspiração. 6. Levar para o hospital, juntamente com a vítima,
Não estando responsiva, deve ser colocada em qualquer material suspeito de ter causado a
decúbito dorsal, atentando-se para a manutenção intoxicação (produtos tóxicos, partes de plantas),
das vias aéreas pérvias e monitoramento da incluindo vômito, em um recipiente limpo e
respiração. Havendo parada respiratória, faça o fechado.
suporte ventilatório (1 ventilação a cada 6 a 8
segundos). E no caso de parada
cardiorrespiratória, comece as manobras de
suporte básico de vida.
2. Consultar o Centro de Controle de Intoxicações e
seguir atentamente as instruções.
3. Utilizando equipamentos de proteção individual
(p. ex.: luvas), remova da boca da vítima
comprimidos ou outros fragmentos que possam
ser facilmente removíveis por pinçamento. NÃO
SE DEVE FAZER VARREDURA DIGITAL por
conta do risco de deslocamento de corpos
estranhos, o que causaria obstrução das vias
Fig. 12.3 Posição em decúbito lateral esquerdo
aéreas.
4. NUNCA INDUZA O VÔMITO EM VÍTIMAS
INCONSCIENTE. Caso a vítima esteja consciente, Quadro 12.6 PLANTAS VENENOSAS
a indução de vômito, seja por estimulação Cerca de meia hora após a ingestão de uma planta
mecânica da orofaringe (dedo na garganta), ou por venenosa, em geral, a vítima pode apresentar sinais
xarope de ipeca, é contraditório e não indicado em clássicos de colapso circulatório, frequência cardíaca
muitos casos. Além de a sua eficácia ser alta, queda de pressão arterial, sudorese, cianose e
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passíveis de prevenção através de cuidados simples Ligue o ventilador e janelas abertas quando o uso
no dia-a-dia, no lar ou no trabalho. São apresentadas de produtos químicos, tais como produtos de
a seguir algumas medidas básicas de prevenção: limpeza domésticos.
Não comprar enlatados se as embalagens dos olhos das crianças. Elas podem fazer “escadas”
estiverem velhas, estufadas ou enferrujadas. com cadeiras e alcançar produtos em locais mais
Jogar fora alimentos estragados ou com o prazo chave, porém evitando armazená-los nos armários
Não misturar os produtos de limpeza com pois elas podem imitar o gesto.
alimentos ou medicamentos, de modo que eles Nunca utilizar termos como “docinho” ou “balinha”
devem ser guardados separadamente. para se referir a um medicamento, pois assim a
Armazenar materiais de limpeza em locais de criança pode pensar que não é perigoso ou que é
recipientes originais, evitando colocá-los em Ler sempre o rótulo e as instruções antes de usar
Dar preferência pela compra de produtos de segurança quando associados com outros
Evitar a mistura de diferentes produtos com o Manter os medicamentos nas suas embalagens
Havendo dúvida, entrar em contato com o Tomar cuidado com os medicamentos de uso
Centro de Controle de Intoxicações de sua região. infantil e os de uso adulto cujas embalagens são
135
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136
LATES-UFRJ|2016
EUROPEAN ASSOCIATION OF POISONS CENTERS Médicas. 1. ed. [S. l.]: Guanabara Koogan, 2008. cap.
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138
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SINAIS E SINTOMAS
Quadro 13.1 SENSIBILIZAÇÃO
Em um primeiro contato com o alérgeno, o
Os sinais e sintomas dependem do tipo de
sistema imune é ativado e o indivíduo é dito
contato do alérgeno com o organismo no qual a
sensibilizado. Não necessariamente haverá
reação imune foi provocada. Isto é, dependem de
manifestações neste momento, ou elas serão de leves a
moderadas. A partir disso, as exposições seguintes vão como se deu a alergia.
desencadear uma resposta no organismo afetado,
iniciando um processo inflamatório, podendo levar a CONTATO PELO AR
quadros mais graves por intensificação dessa resposta.
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REAÇÕES GRAVES
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A reação alérgica da vítima for grave ou piorar É necessário atendimento médico para alívio
rapidamente (em alguns minutos). dos sintomas e, apesar de normalmente haver uma
A vítima já possuir um histórico de reações melhora rápida após a exposição, há ainda risco de
alérgicas de natureza grave (procure pela evoluir para formas mais graves.
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Procure imediatamente por uma unidade de 1. Evitar o agente alergênico logo após
saúde. O quadro pode evoluir rapidamente, podendo identificá-lo. Esta é a medida mais importante!
levar a vítima ao choque, coma e até mesmo morte. 2. As pessoas que sabem ser passíveis de
Mas atenção: a vítima não deve procurar o reações alérgicas de natureza grave devem ter
atendimento médico sozinha, devendo chamar a alguma identificação médica (cartão ou bracelete)
ambulância ou, no mínimo, estar acompanhada. As que descreva as substâncias às quais elas são
condutas são: alérgicas e as condutas que devem ser tomadas
caso elas venham a apresentar uma reação
1. Enquanto a vítima não recebe atendimento alérgica.
especializado, verifique seu estado e sinais vitais: 3. Observar cuidadosamente seus filhos após
examine circulação, vias aéreas e respiração. Se ter administrado um alimento novo ou
necessário, inicie a RCP. medicamento. De preferência, ler o rótulo do
2. Alguns pacientes, já cientes de sua alergia, alimento ou a bula do medicamento antes.
possuem um dispositivo autoinjetor de adrenalina, 4. Em restaurantes ou casas de amigos,
que deve ser usado imediatamente, podendo ser perguntar os ingredientes usados na preparação
por qualquer indivíduo apto a fazê-lo. Portanto, se dos alimentos.
a vítima tiver à mão esse medicamento de 5. Instruir pessoas em casa e no trabalho sobre
emergência contra alergia, ajude a injetá-lo. A sua alergia, o lugar onde guarda o medicamento e
aplicação é feita principalmente na parte como usá-lo.
anterolateral da coxa, no seu terço médio
(músculo vasto lateral).
3. Procure tomar medidas para evitar o choque.
Mantenha a vítima deitada, erguendo seus pés
cerca de 30 cm, e cubra-a com um agasalho ou
cobertor. NÃO deixe a vítima nessa posição se
houver suspeita de lesão cerebral, pescoço,
costas ou pernas, ou se isso causar desconforto a
ela.
4. Se a vítima perder a consciência, aplique os
procedimentos de primeiros socorros para casos
de inconsciência.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
<http://health.learninginfo.org/first-aid-allergies.htm>.
Acesso em: 01 mar. 2012.
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Muitas espécies de animais são dotadas de Animais venenosos produzem veneno, mas não
possuem um aparelho inoculador, provocando apenas
mecanismos de defesa ou ataque que possuem
envenenamento passivo, ocasionado por ingestão,
peçonhas ou venenos. São os chamados animais
contato ou compressão.
peçonhentos. Esses animais possuem glândulas de
veneno que se comunicam com aparelho inoculador,
a) ACIDENTES OFÍDICOS
por onde o veneno é injetado com facilidade, tais
como insetos, escorpiões, aranhas e cobras. Estima- O ofidismo constitui, dentre os acidentes por
se que ocorrem anualmente no Brasil cerca de 26000 animais peçonhentos, o de maior interesse médico
casos com cobras, 21000 com aranhas e 39000 com devido a sua frequência e gravidade. A ocorrência
escorpiões, podendo estar relacionados a ocorrência desse tipo de acidente é relacionada a fatores
de óbitos ou produção de sequelas. É importante climáticos e a atividade humana no campo, havendo
ressaltar que todo acidente por animal peçonhento predomínio de incidência nos meses quentes e
atendido na unidade de saúde deve ser notificado, chuvosos e em indivíduos do sexo masculino (15 a 49
independentemente do paciente ter sido ou não anos).
submetido à soroterapia. Existem no Brasil 60 espécies de cobras
Além dos acidentes por animais peçonhentos, venenosas, sendo as jararacas as responsáveis pelo
as mordidas por animais também merecem atenção maior número de ataques. Os acidentes ocorrem em
especial, visto que além de ser um acidente muito todo o país (principalmente nas regiões Norte e
comum, é potencialmente perigoso pois pode haver a Centro-Oeste), havendo predomínio do acidente
transmissão de muitas doenças, sendo a raiva uma botrópico (73,5%), seguido do crotálico (7,5%),
delas (uma doença de alta letalidade). Assim, é laquético (3%), elapídico (0,7%) e por cobras não-
fundamental saber como proceder em cada situação, peçonhentas (3%). A letalidade geralmente é baixa
para um melhor prognóstico da vítima. (0,4%), sendo que o tempo decorrido entre o acidente
e o atendimento e o tipo de envenenamento podem
elevar a letalidade em até 8 vezes.
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AÇÃO DO VENENO
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b) ACIDENTES ESCORPIÔNICOS
(ESCORPIONISMO)
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Andar sempre calçado e usar luvas quando Tem hábito noturno e comportamento agressivo,
trabalhando com lenhas ou entulhos. podendo saltar a uma distância de 40cm. Acidentes
Preservar os predadores naturais, como aves com essa aranha geralmente ocorrem no ambiente
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Fig. 14.11 Aranha Viúva negra Quadro 14.7 EFEITOS DOS VENENOS DAS
ARANHAS DE ACORDO COM A ATIVIDADE
Quadro 14.6 ARANHAS DE JARDIM E
FISIOPATOLÓGICA
TARÂNTULAS
PRIMEIROS SOCORROS
Tarântula
1. Segurança da cena.
2. Lavar o local da picada com água fresca.
3. Elevar a extremidade acometida (para reduzir
a distribuição do veneno) e aplicar compressa fria
sobre o local.
4. Procurar atenção médica imediata (A procura
por tratamento depois de muito tempo dificulta a
identificação do agente e o tratamento).
5. Se possível, aprisionar o animal e levá-lo ao
serviço de saúde (melhor identificação do agente
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D) MORDIDAS
MODO DE TRANSMISSÃO
São na grande parte causadas por cães,
ocasionando principalmente lesões em extremidades A transmissão ocorre pela inoculação do vírus
nos adultos (principalmente as mãos), e na face, em contido na saliva do animal infectado, principalmente
crianças. Além do trauma físico causado, deve-se ter pela mordedura e, mais raramente, pela arranhadura
a preocupação com as doenças infecciosas que e/ou lambedura de mucosas. Nos cães e gatos, a
podem ser transmitidas, sendo a raiva uma delas. eliminação de vírus pela saliva ocorre entre 2 a 5 dias
antes do aparecimento dos sinais clínicos, persistindo
RAIVA durante toda a evolução da doença. A morte do
A raiva é uma zoonose viral, que se animal ocorre, em média, entre 5 a 7 dias após a
caracteriza como uma encefalite progressiva aguda e apresentação dos sintomas.
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Saúde e colaboradores, que deve ser adotado frente contrair a infecção rábica. Por exemplo: animais que
a casos suspeitos da doença, devendo ser aplicado o vivem dentro do domicílio (exclusivamente), que não
mais precocemente possível. têm contato com outros animais desconhecidos, que
somente saem na rua acompanhados dos seus donos
1. É necessário orientar o paciente para que ele e que não circulam em área com a presença de
notifique imediatamente a Unidade de Saúde se o morcegos. Em caso de dúvida, iniciar o esquema de
animal morrer, desaparecer ou se tornar raivoso, profilaxia indicado. Se o animal for procedente de
uma vez que podem ser necessárias novas área de raiva controlada não é necessário iniciar o
intervenções de forma rápida, como a aplicação do esquema profilático. Manter o animal sob observação
soro ou o prosseguimento do esquema de e só iniciar o esquema profilático indicado (soro +
vacinação. vacina) se o animal morrer, desaparecer ou se tornar
raivoso.
É preciso avaliar, sempre, os hábitos do cão e
gato e os cuidados recebidos. Podem ser dispensados
2. O soro deve ser infiltrado na(s) porta(s) de
do esquema profilático as pessoas agredidas pelo
entrada. Quando não for possível infiltrar toda
cão ou gato que, com certeza, não tem risco de
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REFERÊNCIAS BILIOGRÁFICAS
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INTRODUÇÃO
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O gráfico abaixo mostra óbitos que resultam Revisão da Classificação Internacional de Doenças:
de acidente de 2004 a 2014.Observa-se um aumento acidentes com pedestres, ciclistas, motociclistas,
de 1,9% no último ano. ocupantes de triciclos, de automóveis, de
caminhonetes, de veículos de carga pesada, de
ônibus e, demais formas de acidente de transporte.
Podemos classificar tais acidentes, quanto às
suas consequências, em:
Simples: sem vítimas ou com danos de pequena
importância;
Graves: com vítimas ou com danos de grande
monta.
PRINCIPAIS CAUSAS
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mínima entre veículos, ultrapassagem indevida e cerração, vento, fumaça proveniente de queimadas e
outras infrações dos motoristas (não utilização do condições de luz).
cinto de segurança, de capacete, de cadeira especial
para as crianças de acordo com as faixas etárias). Quadro 15.2 PRINCIPAIS IMPRUDÊNCIAS
como: defeitos de manutenção (pneus lisos ou com Dirigir sob efeito de álcool (anexo 16.1)
falta de calibragem, faróis com defeito ou mal Distância insuficiente em relação ao veículo
criação de linhas de ônibus sem paradas tempo entre o reconhecimento de uma situação
tráfego (certas disposições que eram corretas na depende da condição física e do estado emocional
época da construção, mas não são mais aceitáveis); do indivíduo, já que envolve sua capacidade de
acostamentos estreitos; canteiro central não atenção. O tempo médio de reação de uma pessoa
protegido; objetos fixos não protegidos; velocidade jovem, em bom estado de saúde, é de
(chuva, aquaplanagem ou hidroplanagem, neblina ou intervalo seu cérebro processa as informações que
está recebendo e define uma ação.
Quadro 15.3 FATORES DE IMPRUDÊNCIAS NO
TRÂNSITO
virilidade
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II. TOMBAMENTO
IV. ATROPELAMENTO
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mais animais, causando lesões leves ou graves. sobre este e impacto final contra o solo. Após o
Esse tipo de acidente é um dos mais impacto inicial, em que são produzidas lesões
preocupantes no trânsito e o seu risco de morte é importantes principalmente em membros inferiores e
maior entre os idosos acima de 60 anos e entre as cintura pélvica, a vítima pode ser lançada sobre o
crianças. veículo (impacto secundário), sofrendo danos na
cabeça, no tórax, no abdome, dependendo da
posição em que se encontrava no momento do
impacto. O estágio final é a queda da vítima sobre o
solo, quando os traumatismos da cabeça, coluna
cervical e membros superiores são frequentes.
das mortes nas estradas brasileiras. O pedestre só das vítimas com idade até 9 anos.” (Portal da Saúde,
2011).
tem chance de sobreviver se o veículo estiver no
máximo a 30 km/h. Caso o motorista esteja a 40
km/h, a chance de óbito vai para 15%, a 60 km/h,
70% e a 80 km/h, provavelmente o pedestre não terá
qualquer chance de sobrevivência.
As lesões produzidas por atropelamentos
tendem a ser mais graves, pois o pedestre não possui
proteção (no caso do ocupante do veículo, a
carroceria do automóvel se deforma e absorve parte
da energia cinética da colisão). Normalmente as
vítimas sofrem lesões internas importantes, porque a
massa do veículo é tão grande que ocorre
transferência de grande quantidade de energia,
ATENDIMENTO PRIMÁRIO
mesmo com baixas velocidades.
Os danos tendem a ocorrer em três estágios:
Lembre-se que a omissão de socorro, além
impacto inicial do automóvel contra o corpo da vítima,
de ser uma irresponsabilidade, é crime previsto no
impacto secundário do corpo contra o veículo ao rolar
Código de Trânsito Brasileiro em seu artigo 304.
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Diante de um acidente de trânsito, de acordo relação à coluna vertebral, já que pode haver
com a gravidade, número de socorristas e vítimas, fratura com lesão da medula espinhal. O
você pode estar diante de um “Acidente com Múltiplas socorrista deve garantir a imobilização da coluna
Vítimas”, dessa forma, os cuidados a serem adotados cervical e, sempre que possível, não mobilizar a
serão outros (como será explicitado no capítulo 15), vítima, sob risco de agravar suas lesões.
no entanto, algumas condutas simples podem ser
adotadas em eventos de menor gravidade: 6. A seguir à sequência da vida (C.A.B.), faça
perguntas corriqueiras (ex. que dia é hoje?) ou dê
1. Garanta a segurança da cena, para isso realize o uma ordem simples, para avaliar superficialmente
balizamento (sinalização, visando isolar a área na as condições neurológicas da vítima, como o
qual se encontram as vítimas), certifique-se que nível de consciência e a orientação no tempo e
não há perigos adicionais e afaste os curiosos, e espaço. Enfim, faça a exposição da vítima,
lembre-se de parar seu carro em local seguro; afrouxando ou mesmo cortando suas roupas, à
procura de ferimentos ou hemorragias;
2. Cheque a responsividade da vítima, deve-se
considerar em parada cardíaca uma vítima 7. Não permita a ingestão de líquidos ou água pela
inconsciente que não esteja respirando, ou que vítima, nem que ela fume. Caso ela esteja
não o faça normalmente, ou seja, respira com consciente, pergunte-a sobre dores e outras
muita dificuldade ou respira ofegantemente, com queixas.
irregularidade e ruído. 8. Caso estejam presentes sinais de
envenenamento (ex. inalação de gases tóxicos),
3. Acione o Serviço Médico de Emergência queimaduras, feridas, hemorragias, convulsões,
(seguintes números 192 ou 193), consciente da desmaios ou fraturas, siga a conduta indicada nos
cinemática do evento para possíveis informações capítulos anteriores dessa apostila.
adicionais (por exemplo, número de vítimas);
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PREVENÇÃO
Quadro 15.4 RESGATE E TRANSPORTE
O conhecimento de várias técnicas de
resgate incluindo suas indicações e contraindicações Como indicado inicialmente neste capítulo,
é muito importante para a prática do atendimento. O acidentes automobilísticos são, em grande parte,
uso da técnica incorreta pela equipe de resgate é preveníveis e evitáveis. Portanto, uma série de
arriscado para a vítima, que pode desenvolver o medidas pode ser adotada tanto pelo poder público
segundo trauma, e para o próprio socorrista que quanto pelos indivíduos, sejam eles condutores de
pode desenvolver lesões musculares ou de coluna
veículos ou pedestres, no sentido de garantir o
vertebral. A escolha da estratégia de transporte
respeito à vida.
depende da situação, riscos no local, número de
socorristas e estabilidade do paciente.
A extricação é um conjunto de manobras Nunca dirija alcoolizado, porém se realizá-lo,
que tem por objetivo retirar o indivíduo de um local reconheça que seu "tempo de reação" ficará
onde ele não pode ou não deve sair por seus alterado, portanto procure dirigir em velocidades
próprios meios. Este é um conceito mais abrangente muito mais baixas do usual na via que estiver
do que o desencarceramento, que é retirar uma trafegando;
pessoa presa por obstáculos físicos.
Todavia, todas essas técnicas dependem de
Não utilize drogas antes e nem durante a
um determinado treinamento e experiência, sendo
condução de veículos;
assim, não devem ser realizadas por qualquer
pessoa. O melhor a se fazer é aguardar o socorro
especializado. Reduza a velocidade quando seu estado
No caso de incêndio, risco de explosão ou emocional estiver comprometido ou evite dirigir;
de outro acidente, afogamento ou queda, utilize o seu
bom senso, pensando sempre na sua própria Respeite a distância de segurança em relação
segurança ANTES DE TUDO!
aos outros veículos, principalmente em situações
adversas, como tempo chuvoso;
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pista preferencial); graus com as pernas, daí o cinto diagonal passa pelo
meio do ombro e se estende pela coluna vertebral até
Utilize sempre e adequadamente os dispositivos o engate nos quadris e o cinto sub-abdominal ou
de segurança como o cinto de segurança (tanto pélvico deve ser colocado na articulação dos quadris
nos assentos anteriores quanto nos posteriores e não na barriga.
do veículo) e capacetes;
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acidentes, não foi o cinto o causador das lesões e Bebê-conforto: Desde o nascimento até 13 quilos
mortes, já que assim ele não era mais dispositivo de ou 1 ano de idade, constituem a forma adequada
segurança. à anatomia dos pequenos, mantendo-os na
Não obstante, a cabeça continua não sendo posição semiereta, impedindo fraturas de coluna
contida, sendo assim, o pescoço é ainda submetido a e crânio por possuírem anteparos de proteção
estresses que podem causar fraturas, luxações ou para a cabeça e pescoço, para que os bebês
lesões de medula espinhal. O cinto deve ser usado permaneçam confortavelmente seguros e fixos
inclusive nos bancos traseiros do veículo. nas freadas, turbulências provocadas por buracos
ou outras irregularidades na pista e é claro, nos
AIRBAGS acidentes. Deve ser fixado no centro do banco
traseiro, ou no lado direito do passageiro
Os air bags, caso funcionem corretamente, preferencialmente no cinto de três pontos, de
amortecem o impacto da cabeça e do tórax no costas para o movimento.
momento do acidente, sendo muito eficientes em Cadeira de segurança: Entre 1 e 4 anos de idade,
reduzir as lesões de face, pescoço e tronco. (mais ou menos entre treze e dezoito quilos)
devem estar fixos pelo cinto de segurança do
banco traseiro e de frente para o painel, protegem
a cabeça e o tronco, podem possuir fitas de
contenção de cinco pontos ou anteparos em
forma de T ou de concha. Não é seguro para
crianças com menos de um ano de idade.
Assento de elevação ou booster: Para crianças
entre 4 e 7 anos e meio, são utilizados quando a
criança ultrapassa os limites de tamanho para a
utilização dos assentos de segurança, mas ainda
não possuem altura para utilizarem a cinta do
Fig.15.17 Motorista sem a utilização do airbags e com a
ombro do cinto de três pontos do veículo. Quando
utilização do airbags.
o veículo possuir cinto de três pontos no banco de
trás, dar preferência para este modelo.
CADEIRA DE SEGURANÇA PARA CRIANÇAS
É importante ressaltar que bebês e crianças
O cinto de segurança é desenvolvido para o jamais devem ser transportados no colo. Além de ser
adulto, com no mínimo 1,45m de altura, portanto não projetada para frente numa colisão, sofrerá
são dispositivos de segurança para as crianças, daí a esmagamento pelo peso do corpo do adulto, pois, no
existência das cadeiras de segurança cujo objetivo é momento do acidente, a força com que a criança e o
mantê-las seguramente fixas no banco do veículo, e adulto são projetados é muito grande, impossível para
reduzir a incidência e gravidade que a força do uma pessoa segurá-la.
impacto gera no corpo humano em colisões, freadas
bruscas e violentas, capotamentos, etc.
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periódica. Essa é a base da formação dos socorristas São vários os fatores responsáveis por tornar
e de toda a equipe pré-hospitalar. o local inseguro, como:
Contudo, mesmo não sendo um profissional Características do próprio evento:
especializado da equipe de atendimento de desabamentos, incêndios, conflitos armados,
emergência ou mesmo da área de saúde, qualquer existência de produtos perigosos, etc;
cidadão pode contribuir para o atendimento e socorro Características ambientais e locais: chuva,
das vítimas de outras formas. vento, neblina, excesso de frio ou calor,
luminosidade local, desenho de ruas e estradas,
ACIONAMENTO DO SISTEMA DE EMERGÊNCIA existência de fluxo de pessoas ao redor, tráfego
de veículos, e outros.
A forma mais imediata de contribuição e que
pode ser realizada por qualquer testemunha da cena Tal destaque na avaliação da cena dá-se por
é o acionamento do sistema de emergência local: óbvios motivos: em um local inseguro, um socorrista
ligar para o número 192 (SAMU – Sistema de ou a equipe de saúde tornam-se potenciais vítimas,
Atendimento Móvel de Urgência) ou 193 (Corpo de independentemente de suas nobres intenções, dessa
Bombeiros Militar). Para que tal comunicação seja forma, há grandes chances do cenário vitimizar um
eficaz e contribua para o atendimento, informações número maior de pessoas além de reduzir as
precisas devem ser fornecidas à respectiva possibilidades de socorro.
autoridade, com tranquilidade e segurança, tais como: Lembre-se sempre que a cena é dinâmica.
Assim, a segurança da cena deve ser periodicamente
Quem está ligando? verificada.
O que ocorreu?
Quantas vítimas?
Endereço? BIOPROTEÇÃO
Pontos de referência?
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da área. Este objetivo visa limitar a extensão do múltiplas vítimas (AMUV), diante do desequilíbrio
acidente, organizar ações e medidas efetivas de momentâneo dos recursos disponíveis em relação ao
segurança proteção e atendimento pré-hospitalar a grande número de vítimas, preconiza: empregar todos
todas as vítimas envolvidas, no menor tempo os esforços para o maior número de vítimas.
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exigência de atendimento imediato; cor considerável parcela dos acidentes com múltiplas
Prioridade 4 (escore entre 9 e 10): Não dirigir um veículo após o consumo de álcool;
pacientes leves pode aguardar até que todos privadas garantindo boas condições de trânsito,
sinalização e iluminação.
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Promoção da obrigatoriedade de Relatórios de que um cidadão pode oferecer a qualquer pessoa é acionar
o atendimento de emergência o mais rápido possível.
Segurança Contra Desastres;
Promoção da mudança cultural e
comportamental, e de educação pública,
objetivando a redução das vulnerabilidades das
comunidades em risco (Defesa Civil);
Medidas estruturais como construção de galerias
de captação de águas pluviais e obras de
engenharia; e não-estruturais, como
mapeamento e monitorização de áreas de risco,
análises de vulnerabilidade, sistemas de
previsão, dentre outras.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CORPO DE BOMBEIROS DO PARANÁ. Catástrofes e
Atendimento a Múltiplas Vítimas. In: Manual do
Atendimento Pré-Hospitalar. Curitiba: Corpo de Bombeiros
do Paraná, 2006. p. 354-362.
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Design Gráfico
Lucas Pena de Araujo Goés
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