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Vitae Editora
Anápolis (GO), 2021
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Professor André Schmidt Suaiden
EXPEDIENTE:
Autor: ICTQ – Instituto de Pesquisa e Pós-Graduação para o Mercado Farmacêutico
Revisão Técnica: Farmacêutica Me. Juliana Cardoso
Produção: Vitae Editora
Edição: Egle Leonardi e Jemima Bispo
Colaboraram nesta edição: Erika Di Pardi e Janaina Araújo
Diagramação: Cynara Miralha
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ATENÇÃO FARMACÊUTICA EM PEDIATRIA, HERBIATRIA E GERIATRIA
Por André Schmidt Suaiden
INTRODUÇÃO
O uso de medicamentos por populações especiais como crianças, adolescentes e idosos
pode proporcionar respostas diferentes daquelas previstas em indivíduos adultos. Essas
diferenças se dão por conta das particularidades biológicas que caracterizam os pacientes.
FARMÁCIAS NO BRASIL
A farmácia não é um simples comércio, mas sim um estabelecimento de saúde.
Pesquisas apontam que mais de 36 milhões de brasileiros têm hipertensão crônica e apenas
50% foram diagnosticados. No caso de diabetes, quase metade dos portadores nem imaginam
que têm a doença. Dois terços dos brasileiros não sabem que possuem alto índice de colesterol.
O Brasil também é um dos países com maior diagnóstico de asma, mas, às vezes, o farma-
cêutico não repassa as informações corretas para esse paciente. Metade dos brasileiros com
depressão também não se atentaram para a doença. O hábito de fumar desponta como
outro índice alarmante, capaz de matar 6 milhões de pessoas por ano, segundo a Organização
Mundial de Saúde (OMS). E esses são apenas alguns exemplos do cenário.
Nesse contexto, a farmácia, por ser um estabelecimento de saúde, pode contribuir para
a rastreabilidade, screening (triagem) e adesão ao tratamento desses pacientes.
No passado, as doses utilizadas em crianças eram além do necessário, já que eram baseadas
em estudos conduzidos por adultos. Informações escassas levaram a desastres terapêuticos, como
a morte de vários neonatos decorrentes do uso de Cloranfenicol, por exemplo (STORPIRTIS
et al., 2008).
Uma unidade pediátrica, em geral, recebe crianças de diferentes idades e diferentes variações
de massa corpórea (0,5kg a 5kg) ou um lactente de 3 kg e um jovem de obeso de 200Kg.
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Com relação aos aspectos farmacocinéticos, há uma grande variedade fisiológica, pois a
pediatria atende crianças nascidas com menos de 36 semanas, com imaturidade anatômica
e funcional envolvidos na farmacocinética, até adolescentes com composição e funções de
órgãos de adulto.
- Absorção;
- Distribuição;
- Metabolismo;
- Excreção.
Essas respostas variam de acordo com idade, sexo, estado da doença e etapas do
desenvolvimento.
ABSORÇÃO
Crianças apresentam esvaziamento gástrico mais lento nos primeiros dias de vida e se
aproximam dos valores de adultos entre 6 e 8 meses.
• Fármacos absorvidos no estômago podem ter sua concentração aumentada, enquanto
os absorvidos no intestino podem ser retardados.
• pH gástrico é menos ácido nas crianças até os dois anos, quanto maior o pH, menor
a biodisponibilidade e menor a concentração do medicamento, podendo ser necessária a
administração de doses mais elevadas para obtenção do efeito.
• No recém-nascido, o peristaltismo é irregular e mais lento, aumentando o tempo de
absorção podendo levar a um aumento nas concentrações e com risco de doses usuais serem
tóxicas;
• Diarreia pode diminuir a absorção.
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DISTRIBUIÇÃO
A concentração de água em um indivíduo jovem é diferente de um indivíduo idoso.
Um bebê pode ter cerca de 90% de água em seu corpo, enquanto um idoso pode ter apenas
50%. Isso depende da distribuição, que leva em conta a idade e a composição corpórea da
criança e do idoso.
BIOTRANSFORMAÇÃO
A biotransformação depende da função hepática, sendo que as crianças têm maior
capacidade de metabolização hepática.
EXCREÇÃO
A excreção em crianças tem maior filtragem glomerular. Após três anos de idade, ocorre
a maturação da função da secreção e reabsorção tubular.
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IATROGENIA
Hoje em dia, todos os serviços de saúde buscam minimizar a iatrogenia. Trata-se de uma
doença provocada pelo uso errôneo de medicamentos ou por um tratamento médico incorreto.
Os erros mais frequentes em hospitais estão relacionados ao processo de medicações,
particularmente em crianças. Estima-se que os erros com medicamentos em crianças são
três vezes maiores que em adultos.
Pesquisa realizada pelo ICTQ mostrou que o Brasil é um dos países que mais pratica a
automedicação, sendo os analgésicos um dos medicamentos que estão em primeiro lugar.
Na prática, percebe-se que, algumas vezes, a mãe observa que o filho está com dor de
garganta, febre e reutiliza um medicamento já prescrito anteriormente, ou que foi repassado
de algum conhecido.
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Existem erros diversos em medicações em crianças. Para evitá-los, os farmacêuticos podem
prescrever as medicações em ml, ao invés de colher ou copinho. Existem também alguns
cálculos que ajudam a fazer uma dosagem correta, como a regra de Clark, a regra de Fried
e a regra de Yang.
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Estima-se que 93% dos erros pediátricos poderiam ser evitados se houvessem farmacêuticos
clínicos nas farmácias e hospitais.
Nos dias de hoje, ainda permanecem escassas tais informações sobre diversos medica-
mentos, dificultando ainda mais o trabalho dos profissionais farmacêuticos.
No Brasil, infelizmente, isso ocorre até mesmo com alguns medicamentos aprovados
para crianças, usando como uma alternativa as formulações de xaropes, suspensões ou
soluções orais.
ANTIBIOTICOTERAPIA
Na antibioticoterapia, o papel do farmacêutico clínico é acompanhar culturas, sugerir
escalonamento ou descalonamento, nível sérico e monitorar possíveis reações adversas.
ANTICONVULSIVANTES
A maioria dos anticonvulsivantes são de uso off-label em pediatria, e as associações
naquelas que o paciente apresentam melhores respostas e menos reações adversas.
Acompanhar nível sérico, sugerindo modificações de dose e ver possíveis interações.
INTRODUÇÃO À PEDIATRIA
Pode-se constatar que o principal objetivo na consulta pediátrica é o acompanhamento
em geral do ser. Tal paciente pediátrico precisa ser assistido integralmente, e de modo particular.
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FATORES RELEVANTES
• Condição emocional da criança;
• Respeito e a atenção.
RELAÇÃO FARMACÊUTICO-PACIENTE
Na relação entre o farmacêutico e o paciente, o paciente deve ser sempre o centro da relação,
independentemente de sua idade ou nível de compreensão. A interação entre o profissional
e uma criança, geralmente, é intermediada pelos responsáveis, mas o foco deve estar no
paciente. Muitas vezes, são os pais que precisam de mais assistência e compreensão.
Em uma anamnese pediátrica, geralmente as informações são obtidas por meio da mãe
ou responsável. Deve-se estar atento às crianças, pois é comum que os pais façam suposições
sobre seu estado de saúde. Se possível, tentar compreender os traços psicológicos da mãe
durante a consulta, uma vez que o seu relacionamento com o filho é relevante.
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HERBIATRIA
A Herbiatria congrega pacientes de 10 a 20 anos de idade. É um período em que ocorrem
intensas transformações biológicas, principalmente relacionadas ao crescimento, desenvolvimento
e maturação sexual. Consequente, as transformações emocionais acompanham essas mudanças.
Esse é o momento em que os jovens se tornam capazes de procriar, começam a buscar sua
identidade adulta, adotam novas relações com a família e grupos, procurando autonomia
e independência rumo à vida adulta.
O farmacêutico pode entrar em contato com escolas e fazer palestras para esse grupo de
pessoas, conversar sobre gravidez na adolescência, métodos contraceptivos, além de temas
como as Infecções Sexualmente Transmissíveis.
Já ao longo de uma eventual consulta, o profissional deve evitar certas condutas mediante
ao adolescente, sendo elas:
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ÉTICA E SIGILO FARMACÊUTICO
Essa é uma das diretrizes mais preconizadas pelo Conselho Federal de Farmácia, com
destaque para os seguintes pontos:
• Reconhecer como indivíduo progressivamente capaz;
• Respeitar individualidade e pudor;
• Capaz de avaliar seu problema e solucionar;
• Direito de ser atendido sem os pais;
• Participação da família é desejável;
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