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ABSTRACT
Objective: to show the importance of knowing the risks and consequences of self-
medication through literature analysis. methodology was elaborated from an integrative
review. Materials and methods: although the Boolean search makes it possible to filter
or expand the results, in this research it was not necessary, because the files found in
the Virtual Health Library (BVS); Scientific Electronic Library Online (SciELO) and
Google Scholar contemplated what was sought. Therefore, for the development of this
study, an integrative review was chosen, for this, 153 articles were selected, after
reading these, 10 were selected that served as a basis for the development of the article.
Results/Discussions: The results showed that self-medication is a great risk to the
health of the population. For the selection of articles, the following descriptors were used:
Self-medication. Knowledge. Risks and consequences. Final considerations: the
practice of self-medication brings several risks, such as delay in diagnosis or incorrect
diagnosis, inaccurate doses, all of which cause the masking of symptoms and the
worsening of a disease that could be cured with the correct medicines and administered
correctly.
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DOI Arruda, K.K.A.F; Andrade, L.B; Silva, M.C.E.
Revista Cereus A importância de conhecer os riscos e consequências da
ANO Volume/Número automedicação.
1. INTRODUÇÃO
Entre as estratégias que devem ser estimuladas para manter a saúde estão àquelas
relacionadas ao autocuidado, o qual compreende ações desempenhadas pelo próprio
indivíduo para manter a saúde, prevenir e lidar com a doença. Engloba fatores como:
higiene, nutrição, estilo de vida, fatores socioeconômicos e ambientais. Além disso, há um
ponto muito relevante, no que se refere ao cuidado com a saúde, é importante que as
pessoas não se mediquem por conta própria, ou seja, não se deve praticar a
automedicação. Para que o autocuidado seja exitoso é necessário informação e
conhecimento por parte do indivíduo, cabendo aos profissionais de saúde a função de
orientar e acompanhar esse processo, focando-se na manutenção da saúde, em especial
quando abordado o seu manejo por meio da automedicação (SILVA et al., 2009; WHO,
1998).
De acordo com o Estatuto do Medicamento publicado no Decreto-Lei nº 176/2006,
entende-se por medicamento toda a substância ou associação de substâncias apresentada
como possuindo propriedades curativas ou preventivas de doenças em seres humanos ou
dos seus sintomas ou que possa ser utilizada ou administrada no ser humano com vista a
estabelecer um diagnóstico médico ou, exercendo uma ação farmacológica, imunológica
ou metabólica, a restaurar, corrigir ou modificar funções fisiológicas (BRASIL, 2006).
O direito à saúde, instituído pela constituição brasileira, evidencia os medicamentos
como componentes essenciais e estratégicos, sujeitos à influência de muitos fatores que
vão de aspectos relacionados ao seu desenvolvimento até o uso na terapêutica. Os
medicamentos constituem um insumo essencial na moderna intervenção terapêutica,sendo
empregado na cura e controle de doenças, com grande custo-efetividade quando usados
racionalmente, afetando decisivamente os cuidados de saúde (LEITE; VIEIRA; VEBER,
2008).
O medicamento deve então, promover a segurança e eficácia para tratamento
de diferentes males. No entanto, na sociedade moderna com os inúmeros avanços
da ciência e aumento do número de fármacos, o objetivo de sanar dores, tornou-se meio
para produzir falso bem-estar, levando até mesmo, a altos níveis de dependência
(BARROS, 1995; AQUINO; BARROS; SILVA, 2010).
A utilização de medicamentos é a forma mais comum de terapia em nossa
sociedade, porém existem estudos demonstrando a existência de problemas de saúde cuja
origem está relacionada ao uso de fármacos. Às pressões sociais as quais estão
submetidos os prescritores, a estrutura do sistema de saúde e o marketing farmacêutico
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2. MATERIAIS E MÉTODOS
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3. RESULTADOS
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1º, 3º, 5º e 7º
períodos do
curso de
Enfermagem
de uma
universidade
privada no
estado de MG.
E-5 Riscos da RECIMA21 - SILVA, C.R.; 2021 Pesquisa
FRANCISCO,
automedicação Revista exploratória e
R.A.;
durante a Científica BORGES, qualitativa
A.C.S.;
pandemia COVID Multidisciplinar
ROCHA, C.M.;
–19 RODRIGUES,
G.S.R.;
BARROS,
G.B.S.
E-6 Prevalência da Arq. Odontol. ARAÚJO 2021 Estudo de
automedicação JÚNIOR, A.G.; prevalência /
em acadêmicos CAETANO, Fatores de
de odontologia e V.S.; risco / Estudo
enfermagem em PORTELA, de
uma instituição I.J.Z.; rastreamento
pública brasileira BEZERRA,
J.P.; FERRAZ,
M.Â.A.L.;
FALCÃO,
C.A.M.
E-7 Automedicação SICTEC - Anais TEIXEIRA, 2021 Abordagem
qualitativa do
do Salão de D.R.;
tipo descritiva
Iniciação KREMER, com revisões
bibliográficas
Cientifica J.J.O.; LOPES,
de 5 artigos do
Tecnológica J.; PLEM, A.G.;
ano de 2004 á
FERREIRA, V.
2016
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Diante do quadro mostrado acima, cada artigo induziu seus respectivos objetivos
listados a seguir:
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4. DISCUSSÃO
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levar, em casos extremos, à morte, já que todo medicamento tem o potencial de causar
reações adversas, independentemente do quão corriqueiro seja o seu uso.
Entre a população que realiza automedicação, não estão somente os adultos.
Crianças, adolescentes e idosos são amplamente afetados pela utilização incorreta de
fármacos. Um estudo realizado por Santos, Andrade e Bohomol (2019), com 130
estudantes de uma escola estadual do município de São Paulo, constatou que a prática de
automedicação entre adolescentes tem alta prevalência. Já em relação à automedicação
praticada por idosos, Secoli et al. (2019) observaram uma redução dessa prática, de 42,3%
em 2006 para 18,2% em 2010. Porém, o idoso foi o principal responsável pela indicação da
automedicação em 2006 (65,2%) e 2010 (66,5%).
Outro fator que merece ser destacado, conforme os achados desta revisão, é alta a
frequência de automedicação entre acadêmicos dos cursos de Enfermagem e Odontologia.
Na pesquisa de Pinto et al. (2021), que analisou a frequência de automedicação entre
alunos do curso de Enfermagem em uma universidade no sul de Minas Gerais, concluiu-se
que houve alta frequência de estudantes que relataram a prática de automedicação(94,5%),
inclusive para medicamentos de uso obrigatório de receitas (venda apenas sob prescrição)
e, sendo este hábito, mais comum entre os alunos dos últimos períodos do c principalmente
para tratar dor de cabeça, gripes e resfriados.
Corroborando o estudo Pinto et al. (2021), Araújo Júnior et al. (2021), mostraram,
por sua vez, que a prevalência de automedicação entre os pesquisados (estudantes de
graduação dos cursos de Odontologia e Enfermagem), foi de 97,1%, especialmente para o
combate da cefaleia, Além disso, essa prática foi estatisticamente mais prevalente no sexo
feminino e dentre aqueles estudantes que estavam no início do curso da graduação.
Em relação aos medicamentos mais utilizados para automedicação, segundo a
Revista da Associação Médica Brasileira (2001) são: Antibióticos (Penicilina, Tetraciclina,
Amoxicilina), Analgésicos (Nimesulida, Nimesulida, Paracetamol), Inibidores de ECA
(Enalapril, Losartana potássica, Captopril), Antidepressivos (Fluoxetina, Cloridrato de
amitriptilina, Citalopram) e os Inibidores de apetite (Cloridrato de Anfepramona,
Femproporex, Sibutramina).
Baseando-se no estudo de Arrais et al. (2010), os medicamentos mais procurados
para serem utilizados na automedicação são: 60% para o aparelho digestivo, 21,8%
correspondem ao sistema nervoso central e 18,2% ao sistema respiratório. Já na visão de
Vilarino et al. (1998), os analgésicos, antibióticos e antitérmicos são os mais utilizados.
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Em seus achados, Santos, Andrade e Bohomol (2019) também relatam que uma das
classes predominantes dos medicamentos utilizados foram os analgésicos, acrescidos de
relaxantes musculares e antiespasmódicos, sendo que, de acordo com Barros et al. (2020),
essa prática de automedicação analgésica é mais frequente entre os portadores de doença
crônica, o que pode ser consequência da pouca prescrição de analgésicos mais potentes,
como os opioides. Já o estudo de Aquino, Barros e Silva, (2010), revela a predominância
do uso de vitaminas e antianêmicos.
Ainda nesse sentido, convém ressaltar, conforme achados de Silva et al. (2021),
que a população aumentou o consumo de medicamentos por automedicação durante a
pandemia da COVID –19, como tentativa de prevenir o contágio do vírus ou curar a
patologia.
Estudos realizados sobre o uso abusivo de medicamentos sem prescrição relatam
que a indústria farmacêutica é uma das responsáveis por motivar a população à
automedicação, com a medicalização e estratégias promocionais (AQUINO; BARROS;
SILVA, 2010). Na visão de Moura et al. (2007) as propagandas publicitárias maçantes e a
dificuldade em conseguir uma opinião médica são os motivos pelos quais surge essa prática
na população. Em contrapartida, Arrais et al. (2010) alega que o motivo desse ato está
relacionado ao grau de instrução e informação sobre os medicamentos.
Mesmo na maioria dos países industrializados, vários medicamentos de uso mais
simples e comum estão disponíveis em farmácia, drogaria ou supermercados, e podem ser
obtidos sem necessidade de receita médica, sendo indicados na maioria das vezes por
pessoas leigas, como familiares, amigos, balconistas, podendo prejudicar ainda mais á
saúde. Acredita-se que mais 10% dos casos de alto risco de morte por doenças hepáticas
são causadas por fármacos. Temos casos de pessoas que tiveram distúrbios por uso
excessivo de fármacos como Carbomazipina e Clabozam, e continuou a usar outros
medicamentos, com isso piorou o caso clínico, tendo hemorragia pulmonar e insuficiência
chegando a óbito (AQUINO; BARROS; SILVA, 2010).
Ainda em relação aos riscos da automedicação, Silva (2021) relata que são diversos
e dentre eles estão o atraso de diagnóstico ou diagnóstico incorreto causado pelo
mascaramento dos sintomas que possibilita o agravamento dos distúrbios. O uso de
medicamento inadequado, a administração incorreta, a dosagem inadequada e seu uso por
longo prazo podem vir a ocasionar sérios danos à saúde tais como reações alérgicas,
intoxicações, entre outros. Teixeira et al. (2021) ainda reforça que este comportamento de
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se automedicar, muitas vezes vem por influência de outras pessoas amigos, familiares,
internet ou prescrições antigas.
Segundo Fernando, Ravanhani e Bertonc (2009) a lesão celular acontece quando
limites da resposta adaptativa a um estímulo forem ultrapassados ou quando a adaptação
é possível, sobre vendo uma sequência de eventos. As lesões celulares podem ser
consideradas em dois grupos: as lesões celulares não-letal, que são aquelas compatíveis
com a regulação do estado de normalidade depois de cessada a agressão; a letalidade ou
não está frequentemente ligada á qualidade, a intensidade e a duração, bem como ao
estado funcional ou tipo de célula atingida. As agressões podem modificar o metabolismo
celular, introduzindo o acúmulo de substâncias intracelular (degenerações), ou podem
alterar os mecanismos que regulam o crescimento e a diferenciação celular (originando
hipotrofias, hipertrofias, hiperplasias, hipoplasias, metaplasias, displasias e neoplasias).
Outras vezes, acumulam-se nas células pigmentos endógenos ou exógenos, constituindo
pigmentações, e a lesão celular letal, que são representadas pela necrose (morte celular
seguida de autólise) e pela apoptose (morte celular não seguida de autólise).
Com relação à temática focalizada nestas produções cientificas referentes a
automedicação, é importante destacar que a atuação do profissional farmacêutico é
bastante significativa na atenção farmacêutica, acompanhando e orientando o paciente
durante todo tratamento. Desse modo, os achados reforçam a importância de monitorar,
avaliar e educar continuamente às pessoas acerca dos riscos e consequências do consumo
de medicamentos, sobretudo daqueles isentos de prescrição.
Já no que se refere a iniciativas que poderiam ser adotadas para diminuir o uso de
fármacos por conta própria, Ramires et al. (2022) destacam o favorecimento de um maior
e mais facilitado acesso a serviços de saúde, mantendo-se os benefícios do uso de
medicamentos sob menor risco. Os autores ainda afirmam que também são necessárias
restrições quanto a propagandas de medicamentos para evitar a divulgação de informações
não contidas em bula ou sem evidências científicas, além de expor adequadamente os
riscos nas mensagens publicitárias e a fiscalização da venda. Ainda sugerem campanhas
de conscientização na atenção primária à saúde, em relação aos riscos e ao uso racional
de medicamento.
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5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ao finalizar esse estudo, verificamos como esse tema é importante e precisa de ser
mais discutido para que a população tenha conhecimento dos riscos e das consequências
do uso da automedicação. Como foi visto, a prevalência de automedicação, no Brasil e no
mundo, consiste em um agravo de saúde pública. Ainda merece destaque que as classes
mais afetadas, são os pacientes mais jovens e de alta escolaridade.
Foi visto que essa prática traz diversos riscos, como por exemplo, o atraso de
diagnóstico ou diagnóstico incorreto, doses imprecisas, tudo isso, causa o mascaramento
dos sintomas e o agravamento de uma doença que poderia ser curada com os
medicamentos corretos e admirados de forma correta.
Portanto, é importante destacar a importância de se fazer campanhas para
conscientizar da população dos riscos da automedicação. Além disso, as indústrias
farmacêuticas têm responsabilidade nesse sentido, ou seja, por terem conhecimento desse
perigo e da importância do medicamento para as pessoas devem orientar no ato da venda,
mas às vezes, ocorre a venda sem essa preocupação, ou seja, o utiliza como estratégia de
mercado para fins lucrativos não se importando com as consequências que podem ocorrer
na vida do indivíduo leigo e na sociedade.
REFERÊNCIAS
ARRAIS, P., S. et al. Lesão hepática grave induzida por fármacos anticonvulsivantes.
Rev. Soc. Bras. Méd. 8(6): 542-4, nov.dez. 2010.
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BASSOLS, A.; BOSCH, F.; BAÑOS, J. E. How does the General population treat their
pain? A survey in Catalonia, Spain. Journal of Pain and Symptom Management, v. 23,
n. 4, p. 318-28, 2002.
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WHO - World Health Organization. The role of the pharmacist in self-care and self-
medication. The Hangue: World Health Organization, 1998. Disponível em:
<http://apps.who.int/medicinedocs/pdf/whozip32e/whozip32e.pdf>. Acesso em: 13 abr.
2022.
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