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UNIVERSIDADE DE BELAS

FACULDADE DE CIÊNCIAS SOCIAIS E ECONÓMICAS


LINCENCIATURA EM CONTABILIDADE E GESTÃO

TRABALHO DE LÍNGUA PORTUGUESA

TEMA: ACÇÃO NA NARRATIVA

O DOCENTE
__________________________

LUANDA, 2023 – 2024


UNIVERSIDADE DE BELAS
FACULDADE DE CIÊNCIAS SOCIAIS E ECONÓMICAS
LINCENCIATURA EM CONTABILIDADE E GESTÃO

TRABALHO DE LÍNGUA PORTUGUESA

TEMA: ACÇÃO NA NARRATIVA

Iº ano
Sala:13
Turma: B
Periódo: Manhã

INTEGRANTES DO GRUPO Nº 1

1. Adriana João ……………………… 56960


2. Madalena Camundo ………………. 56893
3. Manança Francisco ……………….. 56430
4. Neiva Manuel ……………………... 53802
5. Neuma Miguel …………………….. 56693
6. Quioko Jerónimo ………………….. 56112
7. Simão Maimona ………………….... 53519
8. Zulmira Massoxi …………………... 56826

O DOCENTE
___________________________

LUANDA, 2023 – 2024


SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 4

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ............................................................................ 5

2.1. Conceitos ........................................................................................................... 5

2.2. Análise do Conto «O SOL NASCEU NO POENTE» ....................................... 6

2.3. Análise do Conto «A ÁRVORE QUE TINHA BATUCADA» ........................ 8

2.4. Análise do Conto «A MORTE DO VELHO KIPACASSA» .......................... 11


1. INTRODUÇÃO

A narrativa é um género literário definido como relatos de uma história que pode
ser real ou fitícia. Tem como categoria: acção, personagem, espaço, tempo e narrador.
Neste presente trabalho, abordaremos sobre a categoria «acção» definida como o conjunto
de acontecimentos que sucedem num determinado espaço e tempo.

O nosso objectivo é fazer a análise quanto a acção referente a literatura angolana


escrita por Boaventura Cardoso intitulada de «A morte do velho Kipacaça» contida por
três contos, nomeadamente: o sol nasceu no poente, a árvore que tinha batucada e a morte
do velho Kipacaça. Especificamente, analisar a acção dos contos quanto a relevância,
quanto a estrutura, quanto a organização e quanto a delimitação.

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2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1. Conceitos

Acção é o conjunto de acontecimentos que sucedem num determinado


espaço e tempo. Na narrativa ela pode ser analizada quanto a relevância, estrutura,
organização e delimitação.

a) Quanto à relevância

 Principal ou central: acontecimento que tem maior relevância dentro da


história.
 Secundária (s): acontecimentos de menor relevo em relação à acção
principal.
b) Quanto à estrutura
 Introdução: corresponde á situação inicial (informação sobre o tempo e o
espaço, apresentação das personagens e da sua situação).
 Desenvolvimento: a sucessão das peripécias e o ponto culminante.
 Conclusão: é o desenlance.
c) Quanto à organização
 Encadeamento: as sequências narrativas seguem uma ordem cronológica,
linear em que o final de cada uma é o ponto de partida da seguinte.
 Encaixe: uma acção e/ou sequência é introduzida noutra.
 Alternância: as sequências e/ou acções vão ocorrendo alternadamente,
chegando a entrelaçar-se.
d) Quanto à delimitação
 Aberta: não se apresenta a solução definitiva.
 Fechada: a acção é totalmente solucionada.

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2.2. Análise do Conto «O SOL NASCEU NO POENTE»

O sol nasceu no poente, é titulo do primeiro conto transcrito nas páginas de 13 a


16.

a) Quanto à relevância

Tratando-se de um conto. Apresenta uma única unidade de acção, ou seja, o


conto refere-se a ida de mãe Fina e seus filhos ao rio para lavar a roupa onde por sua
vez, tivera participado de uma algazarra ao voltar para casa.

b) Quanto à estrutura

 Introdução:
A introdução começa em «Tinha só meio tempo...» e termina em «sempre
na curva da esquina nos espreitando…». Ela transcreve-se do 1º ao 3º
parágrafo, pois:
* Constitui marcas do tempo e espaço:
O tempo é cronológico visto que a acção se desenrola em apenas um dia
tendo início logo pela manhã e quanto ao espaço físico, a acção
desenrola-se numa aldeia ou no campo por ser o local onde encontramos
animais de diferentes espécies em um único local como mostra o seguinte
trecho:
«Tinha só meio tempo: o passo. Capinzal começava a se espreguiçar zé
e o orvalho a molhar os passantes ainda. Traços da bicharada noturna:
no chão. No pressentimento de passos debandavam borboletas,
esvoaçavam gafanhotos, joaninhas adejando nviém, nviém. Mundo todo
a se despertar zé: capinzal, pássaros bicharada toda a se
fundumunar…».
*Constitui a apresentação das personagens e a sua situação:
Como personagem temos, mãe Fina, Titico e o narrador homodiegético,
que por sua vez foram ao rio lavar a roupa como mostra o trecho seguinte:
«Chegámos: eu mãe Fina e Titico no crescimento. Correnteza do rio era
trovão na força. Ela desatou o pano das costas e a vida desceu.
Experimentámos então nossas vontades apesar da correnteza: o banho.

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Mãe Fina agarrou o sol e lhe pôs na escuridão da roupa: olha só a
brancura!...».

 Desenvolvimento:

O desenvolvimento começa em «Titico crescia no continente…» e termina


em «Titico não dançou. No continente.» ou seja, transcreve-se do 4º ao 10º parágrafo
porque sendo ela a sucessão das peripécias, a trama nos apresenta uma mulher (mãe
fina) que em um certo dia foi ao rio lavar a roupa com os seus dois filhos (Titico e o
narrador homodiegético) e durante a caminhada, Titico sonhava que enquanto
dormia, a montanha entrou em seu quarto pequena e sorrateira e ele tentou agarra-
lha mas, ela se esquivou e aumentou de tamanho e ele acordou. Postos lá, enquanto
mãe Fina lavava a roupa, os filhos brincavam. No final do dia, ao voltar para casa, a
montanha parecia seguir-lhes, porém, tinha mais pessoas seguindo na mesma
direção. Mãe Fina repentinamente trocou o passo e seguiu por um atalho onde
eventualmente participou de uma algazarra realizada por homens mascarados que
tocavam batuques e gesticulavam como se quisessem falar alguma coisa (linguagem
gestual). Mãe Fina dançava no ritmo do batuque até que, do meio dos tocadores saiu
um homem que ao que parecia, ser o chefe do grupo pela sua vestimenta e atitude
diante dos demais. Nessa senda, algo inesperado aconteceu, o homem parou e olhou
demoradamente mãe Fina e parecia que ia matar com a lança que trazia em uma das
mãos, mãe Fina parou de dançar, assustada e mostrou o medo que sentia em sua
expressão como mostra o trecho seguinte:

«…..»

Foi assustador para mãe ela porém, o homem deu um salto e quando caiu no
chão verticalmente de pé, os batuques ressoavam e o homem começou a dançar e ela
dançou com ele como mostra o trecho a baixo:

«…..»

 Conclusão:

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A conclusão vai do 11º parágrado ao final do conto, ou seja, tem início onde
diz «Acabou a dança...» e termina em «entrou e adormeceu connosco.» porque
mesma apresenta o desfecho da trama onde após terminar a dança, tudo ao redor de
mãe Fina desapareceu milagrosamente e não tinha o homem com quem ela dançou e
então retomou o caminho, cansada, exausta, andava com preguiça e transfigurada.
Chegaram em casa, entraram e adormeceram em companhia da montanha, como
mostra o trecho:

«….»

c) Quanto à organização

O modo de organização das sequências narrativas é por encadeamento,


porque o conto segue uma ordem cronológica, linear em que o final de cada ponto é
o ponto de partida do outo, assim como se constata nos seguintes trechos:

«Tinha só meio tempo» (1º parágrafo) e a sua sequência nos parágrafos


seguintes:

«Titico crescia. No continente, chegamos: eu, mãe Fina e Titico no


crescimento, mergulhamos zé no rio fundo...».

d) Quanto à delimitação

No que diz respeito a delimitação, a acção é fechada porque a mesma

apresenta uma solução definitiva ou seja, os pormenores principais (o termino da

lavagem de roupa, e o final da algazarra que tivera participado) da acção foram

resolvidos e pode ser aferido nos dois últimos parágrafos.

2.3. Análise do Conto «A ÁRVORE QUE TINHA BATUCADA»

A árvore que tinha batucada é o segundo conto contido nas páginas 19 á 28.
a) Quanto à relevância

Tratando-se de um conto, apresenta uma única unidade de acção ou um só


conflito.
b) Quanto à estrutura

 Introdução:

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Esta secção vai do 1º parágrafo da trama ao 2º. Isto porque nestes parágrafos
encontramos as informações que correspondem a situação inicial da trama, ou seja,
do tempo e do espaço:

Quanto ao tempo, identificamos que é cronológico devido ao início da trama


que ocorreu no período nocturno.

«…E passava então das onze da noite, vinha assim do cinema.»

Quanto ao espaço, a trama começa numa linha divisória entre espaços


sociais, ou seja, de uma zona mais urbanizada pra outra possivelmente menos
urbanizada.

«…E vinha assim andando e assim andando, noctambulosamente, passos


quase na fronteira luz e escuridão: linha divisória de espaços sociais.»

O conto nos apresenta o narrador como personagem homodiegético, visto


que participa na trama como personagem secundária e também a árvore
(personificada) como personagem principal. As demais personagens são citadas ao
longo da trama.

A trama tem início quando o narrador saía do cinema numa noite. Sozinho,
cansado, sonolento e com medo. Enquanto o narrador caminhava, ele assobiava pra
poder descontrair diante do medo que sentia na calada da noite. Porém, ele ficou
imobilizado quando ouviu vozes que vinham de uma árvore que estava próxima.

«…E imobilizei então de novo o passo. E ouvi então vozes: vozes…E parecia
que as vozes estavam a vir então de uma árvore que estava: próxima.»

E desceram da árvore alguns fantasmas, que se movimentavam às voltas do


narrador, dançavam e lhe deravam pontapés e bofatasdas até cair no desmaio.

«E desceram então da árvore e vieram então cá em baixo se movimentando


as voltas dançando. E não viam ninguém. E de repente comecei então a ser
esbofeteado. E tentei me esquivar, me defender: em vão. E aguentei bofetadas e
pontapés até cair no desmaio.»

 Desenvolvimento:

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Sendo o desenvolvimento a sucessão das peripécias ou seja, onde ocorrem
factos imprevistos, incidente ou até mesmo aventura, tem início em:

«Imponente, vertical, alicerçada na força telúrica, resistente as intempéries


do tempo e da natureza.» e termina em «…E Sô Padre falou então que não acreditava
em feitiçarias e blasfemou o Velho, Satanás em pessoa.»

A trama nos apresenta o conflito gerado por uma árvore misteriosa que de
dia parecia ser normal e imponente, onde as pessoas passavam, nela descansavam e
aproveitavam a sua sombra. Algumas pessoas acreditavam que a árvore tinha
poderes místicos e veneravam-na, outras iam fazer as suas lamentações, expressavam
os seus desejos e sentimentos e lhe davam oferendas.

«…De muitos caminhos os caminhantes lhe veneravam…Guardava então


segredos de muitos caminhantes e guardava lamúrias e desejos e sentimentos e
queixumes.»

Porém, de noite era um assombro para as pessoas. Pois, após o narrador ter
sido agredido, todos quanto passaram por ela foram agredidos.

«…E depois tinha então mais gente que, passando a noite pela árvore fora
então agredida. Tinha cada vez mais gente.»

A notícia deste sucedido se espalhou consideravelmente até o ponto de


chamar atenção dos povos das outras comunidades e das autoridades locais.

Então, o Sô Administrador (a autoridade mássima da comunidade),


suspeitava que talvez fossem bandidos que estavam a causar assombro na
comunidade. Portanto, com o objectivo de resolver o problema que se sucediam na
árvore, resolveu reunir os Cipaios (Soldados), para dormirem na árvore, a fim de
prenderem os supostos bandidos.

«…»

Sem sucesso na missão, os Cipaios foram agredidos durante a noite. Assim


como os cipaios, o administrador e o padre também foram agrididos na tentativa de
resolver o problema. Decidiu-se então derrubar a árvore e percebeu-se que ela
permanecia intacta e sem dano algum mesmo depois de tanta machadada E
regressaram de manhã cedinho para o gabinete do Administrador. Foram feitas

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várias investidas para prender os bandidos que supostamente estavam na ârvore e não
resultava em nada.

«…»

Então, o Sô Administrador, junto de seus soldados, resolveu ir pernoitar na


árvore pra ver se conseguiria prender os Bandidos. Porém, o mesmo que se sucedeu
com os Cipaios ocorreu também com o Sô Administrador, que consequentemente foi
internado no Hospital.

«…»

O Sô Padre d

ecidiu também ir

 Conclusão:

A conclusão começa em «o velho se ajoelhou» termina em «o velho foi nas


águas».

c) Quanto à organização

A acção , quanto a organização é por encadeamento porque as sequências


narrativas seguem uma ordem cronológica linear.

d) Quanto à delimitação

A acção é fechada porque ela é totalmente solucionada.

2.4. Análise do Conto «A MORTE DO VELHO KIPACAÇA»

A morte do velho Kipacaça é o terceiro conto que dá nome ao livro. Está repartida em 4
partes e a sua narração tem inicio na página 31 e término na página 62 .

e) Quanto à relevância

 Principal:

A acção principal transcreve-se

 Secundária:

A acção secundária

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f) Quanto à estrutura

 Introdução:

A introdução começa em «Pombuiji caudaloso, riachando: tem riacho...» e


termina em «Temos que descobrir quem fez isso» pois, nos apresenta informações
sobre o tempo, o espaço e apresentação das personagens e da sua situação.

 Desenvolvimento:

O desenvonvimento começa em « - Eua!- meia assistência se reanimando»


e termina em « Homens e mulheres adormecidos pela maxaxa estão despertos: agora.
Amam’ééé» pois, aí encontramos a susseção das peripécias.

 Conclusão:

A conclusão começa em « Inesperadamente surgiu fogueira grande se


alastrando» termina em « E o velho Kipacaça entrou na roda dançante».

g) Quanto à organização
 Encaixe:

A acção , quanto a organização é por encaixe porque a inclusão de uma


história no interior da outra não se faz perder a unidade da accção.

h) Quanto à delimitação

A acção é fechada porque ela é totalmente solucionada.

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