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A HISTÓRIA

DO TEATRO

1ª ETAPA

PAS/UNB

THIÃO MESQUITa - sUBPROGRAMA 2023-2025


SUMÁRIO
A HISTÓRIA DO
TEATRO

03 Capítulo I - A Pena e a Lei, de Ariano


Suassuna.

07 Capítulo II - Antígona, de Sófocles.

Capítulo III - O Teatro Grego:


09 considerações técnicas

12 Capítulo IV
O Teatro Romano.

16 Capítulo V
O Teatro e a Igreja na Idade Média.

Capítulo VI
19 Teatro Renascentista

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Capítulo I

A Pena e a Lei, de Ariano Suassuna.


Análise da estrutura dramática

A peça “A Pena e a Lei”, de Ariano Suassuna, foi escrita no ano de 1959, resultante de uma proposta
de renovação de outras duas grandes obras do autor, escritas anteriormente à “A Pena e a Lei”. Torturas
de um Coração, ou também como é conhecida, Em Boca Fechada não Entra Mosquito, trabalhos literários
classificados como entremez, ou seja uma espécie de encenação de jograis ou bufões, que acontecia
sempre entre um prato e outro, algo muito comum nos velhos banquetes realizados na Idade Média e a
peça A inconveniência de Ter Coragem, faz parte de uma fase um pouco mais madura do nosso autor.

A peça A Pena e a Lei, possui diversos momentos que se percebe a influência de um texto sobre
outro, ou mesmo que o toma como modelo ou ponto de partida, e que gera uma nova maneira de abordar
determinado assunto, na obra em específico. É bem fácil que o leitor ou mesmo, o espectador faça essa
leitura, e se delicie com personagens importantes no velho teatro popular, ou mesmo as personagens
icônicas, representadas pelo mamulengo, bem como não poderíamos deixar de lembrar, que os cantos
populares do folclore nordestino, nos deixam envolvidos freneticamente com o ritmos da conhecida
cantoria desse nordeste cheio de histórias.

E nessa análise, não poderíamos deixar de citar sobre a forte religiosidade do autor, os elogios que ele
faz dessa rica cultura nordestina, além de sua crítica, às vezes velada outras vezes não, sobre um
sistema social percebido como incorreto e extremamente vicioso. Sobre um dos temas citados em sua
obra, a vida do sertanejo nordestino, cabe lembrar que ele, o cidadão arretado, que habita em algum
lugar do Céu e da poeira do Sertão, revela a sua mais dura realidade, a sua mais dolorida existência, mas
que posiciona esse Homem como o motivo central. Nosso sertanejo, ainda assim, pode vestir um manto de
um ser rude e por vezes sensível, outro agreste ou mesmo adocicado, grave e malandro, na maioria das
vezes o emblemático “sertanejo”.

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Entre metáforas e analogias, o problemático e preocupante sertão que lhe persegue, reflete as
mesmas preocupações já vividas a um bom tempo. Nesse texto dramático, o curso da história
pensando por Suassuna termina por expor algumas tensões escondidas no peito do Homem
sertanejo, sejam elas naturais ou instintivas, mas que revelam certas condições que o temido
agreste lhes apresenta, de forma abrupta, sim, na maioria das vezes. É fácil entender que o
regionalismo se mantém caracterizado em tipos que já fizeram parte de seu processo criativo, de
sua dramaturgia.

E no decorrer de sua obra “A Pena e a Lei”, além dos diversos temas abordados pelo autor,
procure um espaço para que possa se deleitar com o Homem sertanejo, aquele Homem que vive no
sertão. E sobre a caracterização que envolve esse sertanejo, não se pode omitir a sua profunda
religiosidade, enraizada em seu ser, a qual condiciona o desenrolar da ação, principalmente no 3º
ato. Nessa última parte da história, o autor é tomado pelo Evangelho, que se faz lembrado, mesmo
que na forma de paráfrases.

E mesmo que os temas, os modelos alterados e a mistura dos vocabulários de duas ou mais
línguas revelassem suas influências, o autor procurou privilegiar o Homem, aquele que vive no
sertão, aquele que vive no mundo, e que de um certa forma é tocado pela mão molenga, pelas mãos
do Padre, e no fim, é tocado pela mão de Deus. A Pena e a Lei, de Ariano Suassuna é um texto
dramático que consegue relacionar a vida e a morte, aquilo que consideramos certo ou errado, o
mesmo real e o irreal que nos espreita, o que de certa forma coloca os personagens dentro de
questões relacionadas à justiça.

Para um melhor direcionamento, os donos dos bonecos mamulengos possuem um certo controle
do que pode acontecer na história que está por vir. “A Inconveniência de ter Coragem” está no
primeiro ato, já o segundo foi chamado de “O caso do Novilho Furtado”, e para finalizar, o “Auto da
Virtude da Esperança”.

Vamos organizar melhor, no primeiro ato, alguns personagens atuam como se fossem
mamulengos, afinal, a maquiagem e os figurinos nos remetem a essas figuras. No primeiro momento
somos agraciados com um tema um tanto clichê, mas nunca menosprezado por nós, o amor.
Benedito, representa um tipo muito esperto, daqueles que pode ser encontrado no velho Teatro
Medieval, ou mesmo nas histórias da Commedia Dell’arte.

Esse personagem é apaixonado pela jovem que responde pelo nome de Marieta, mas
infelizmente ela era querida por dois valentões que amedrontavam a cidade, Vicentão e Coronel
Rangel, que respondiam pelos engraçados apelidos Borrote e Rosinha. A história se desenrola no
desejo de Benedito em conquistar Marieta, diminuindo os dois valentões. Benedito muito sagaz
promove encontros separados com os valentões e os convence que devem desistir. Diante disso, ele
combina um local para que os dois se encontrassem.

No dia do fatídico encontro ele se veste de Rosinha e consegue convencer Borrote a esquecer
da jovem Marieta, e se disfarça também em Borrote para repetir a mesma coisa que ele fez com
Rosinha. Logo depois do encontro dos dois, ambos se ajoelham e lançam as armas, e nesse momento
Benedito se favorece da situação e engatilha as armas para a cabeça de cada um, Marieta aparece
e se depara com aquela cena, o que faz com que os dois saiam correndo dali.

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Nosso esperto Benedito crente que tinha conquistado a jovem Marieta, fica sabendo que Pedro
e Marieta já haviam sido noivos no passado, e agora resolveram se reconciliar. No segundo ato
nossos personagens também estão vestidos de mamulengos, mas de uma certa forma, consegue-se
perceber uma certa desconstrução. Seria como um mix de humanos e bonecos.

Nesse ato a história gira em torno de um pequeno roubo de um dos novilhos do Vicentão, essa
trama se passa na delegacia local. Vicentão resolve culpar Mateus de todas as maneiras, mas
Vicentão não contava que Benedito fosse agir como advogado de Mateus, e como revelam os velhos
clichês, os mais espertos sempre saem na frente.

Após muita discussão na delegacia, Benedito consegue inocentar o seu amigo Mateus, mas
vocês já sabem, nos velhos folhetins, nem sempre aquele que foi inocentado será o inocente. E para
finalizarmos nossa história, temos o terceiro ato. Nesse ato, caminhando pelos estudos da metafísica,
nossos personagens agem normalmente, como verdadeiros humanos.

O proprietário dos mamulengos, Cheiroso, representa o papel de Cristo, e lembra que nessa
parte da trama, quando a luz é apagada e acesa rapidamente, isso indica que uma pessoa vai
morrer. Neste ato os personagens morreram, e não conseguem se lembrar da causa.

Vamos praticar!

1) Em A Pena e a Lei, Ariano Suassuna se mostra mais do que nunca um crítico severo das
instituições que transformaram o “Brasil oficial” no país das elites, em detrimento do povo pobre do
“Brasil real”. A peça foi baseada na

a) tradição popular nordestina das xilogravuras e teatro de sombras.


b) tradição popular nordestina dos bumba-meu-boi e teatro de fantoches.
c) tradição popular nordestina dos cordéis e teatro de bonecos.
d) tradição popular nordestina dos cancioneiros e teatro performático.

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2) Com base no teatro de mamulengos, nas histórias populares de cantadores nordestinos e
nos bonecos brincantes, mesclam-se, no texto “A Pena e a Lei”, de Ariano Suassuna, auto,
sátiras de costumes e farsas. Sobre o que trata o gênero dramático “sátiras de costumes” ?

a) Sobre histórias medievais.


b) Sobre histórias do cotidiano.
c) Sobre histórias de terror.
d) Sobre histórias de samurais.

3) A Pena e a Lei é uma peça de várias vertentes temáticas que se fundem em múltiplas
linguagens. Dialoga com a cultura popular, com as bases eruditas. De que forma pode ser
definida a cultura erudita que Ariano Suassuna buscava?

a) uma produção pós-moderna elaborada


b) uma produção política elaborada
c) uma produção científica elaborada
d) Uma produção artística elaborada

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Capítulo II

Antígona, de Sófocles
Análise da estrutura dramática

Antígona faz parte da trilogia tebana, há milênios reconhecida como uma das obras mais
perfeitas da cultura mundial. É sabido que o teatro ocidental tem suas raízes no trabalho
dramatúrgico de Sófocles, um dos mais importantes autores de tragédias gregas, famoso por deslocar
o foco da atenção dos deuses para os mortais. A trilogia é composta por Édipo Rei, Édipo em Colono e
Antígona.

Logo após a grande tragédia que abalou a primeira história, a herança de Édipo para seus filhos
se revelou um destino repleto de desgraça. Em Édipo Rei, as emoções vivenciadas por filho, mãe e pai
desencadeiam uma cascata de preocupações que afetariam seus quatro filhos: Etéocles, Polinice,
Antígona e Ismênia. Estes pagariam um alto preço pelas decisões dos pais.

Quando Édipo descobre que sua esposa era, na verdade, sua mãe, ele, transtornado e atordoado,
perfura os próprios olhos e declara que nunca mais contemplaria sua própria desgraça. Ele parte para
o exílio, onde vive isolado, buscando punir a si mesmo.

Os filhos, isolados, acabam discordando entre si, o que era inevitável. A ganância pelo poder
motivou essa divisão, uma vez que o revezamento acordado entre os irmãos Etéocles e Polinices
gerou desconforto. Após o término do prazo estipulado, Etéocles, o primeiro a governar, recusa-se a
compartilhar o poder com seu irmão Polinice. Este, transtornado e profundamente desapontado,
decide aliar-se à cidade vizinha, arquirrival dos tebanos.

A tragédia se desenrola em torno do amor entre Antígona e seu irmão Polinices. Antígona cuidou
de seu pai durante seu exílio e, após a morte de Édipo, retornou a Tebas em meio ao auge do conflito
entre seus irmãos. Há tempos, Édipo amaldiçoou seus filhos, Etéocles e Polinices, prevendo que ambos
morreriam em um duelo fratricida.

Resumindo, os irmãos trocam golpes mortais. Com a morte dos filhos, o tio Creonte, irmão de
Jocasta, assume o trono de Tebas. Ele determina que o corpo de Polinices, por ter traído sua pátria,
não receberá as honras fúnebres, que eram comuns na região. Por outro lado, Etéocles, seu outro
sobrinho, receberá todas as honras de um funeral digno de um verdadeiro herói. Creonte, prevendo
conflitos, decreta que suas ordens são inquestionáveis.

Nesse momento delicado, Antígona, irmã dos irmãos falecidos, se opõe à decisão do tio de
conceder honras fúnebres a apenas um dos irmãos, deixando o outro sem sepultura. Antígona
argumenta que isso viola as leis divinas que exigem um enterro digno para todos os homens,
acreditando que os rituais de passagem são essenciais para a alma do falecido.

Determinada a cumprir os rituais, Antígona arrisca sua própria vida para enterrar seu irmão,
rotulado como traidor da pátria. O destino leva o primo e amante de Antígona, Hemon, a prendê-la e,
em nome da lei do Estado, a matá-la. Hemônio, apaixonado por sua prima Antígona, decide casar-se
secretamente com ela sem o conhecimento de seus pais.

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Determinado a punir seu filho por sua traição, Creonte captura os dois e obriga Hemon a
cumprir sua ordem. As consequências são terríveis, pois Hemon mata Antígona e depois a si mesmo.
Uma família marcada por sangue e ódio. Após a morte de seu filho, a esposa de Creonte decide tirar
sua própria vida, encerrando assim essa trama trágica.

Nessa obra, é fundamental lembrar que Antígona representa o conflito entre as leis divinas e
as leis humanas de Creonte. A tragédia visa a exterminar essas duas posições extremistas. Portanto,
ao lado da protagonista Antígona, vemos a desobediência às leis de seu país, enquanto seu tio
Creonte desafia as tradições.

Assim, Antígona é punida com duas mortes resultantes de sua desobediência. Creonte, um
déspota ambicioso, perde seu filho e esposa, ilustrando a necessidade de refletirmos sobre nossas
ações no mundo.
.

Vamos praticar!

(UPE) Antígona: “Uma coisa é certa, Polinice era meu irmão. (...) Não poderei ser acusada de
traição para com o meu dever”.

SÓFOCLES.Antígona(Trad. MELLO e SOUZA, J.B).


Rio de Janeiro: Ediouro, 1984, p. 204.

Essa declaração é extraída da peça Antígona, de Sófocles, cuja trama versa sobre o choque
entre o poder do Estado (representado por Creonte, que proíbe o sepultamento de Polinice) e o
poder da tradição (representado por Antígona, que tenta enterrar o irmão). O pequeno apoio dado
ao teatro no período fez Sófocles criticar o Estado por meio da figura de Antígona.

1) Com base nesse trecho da peça, escrita no período de Péricles, julgue os itens de 1 a 5.

1. O pequeno apoio dado ao teatro no período fez Sófocles criticar o Estado por meio da figura de
Antígona.
2. A peça indica que, entre os gregos, havia aqueles que priorizavam a lei (Creonte) e os que
priorizavam a tradição (Antígona).
3. O desenvolvimento artístico da “Era de Ouro”, de Péricles, alcançou tal projeção que possibilitou
aos artistas fazerem críticas à sociedade.
4. Na democracia ateniense, só as mulheres criticavam o poder estabelecido.
5. Antígona, Medeia e Fedra indicam que a personagem feminina tinha uma presença marcante na
dramaturgia clássica grega.

Gabarito:

1. E
2. C
3. C
4. E
5. C

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Capítulo III

O Teatro Grego: considerações técnicas

O Teatro Grego desempenhou um papel artístico de extrema importância no desenvolvimento da


cultura grega e influenciou significativamente outras civilizações antigas, especialmente os romanos.

Estásimo

Na tragédia grega antiga, o 'estásimo' refere-se a cada uma das odes entoadas pelo coro entre os
episódios. A palavra tem origem no grego 'stásimon', que significa 'parte do coro do teatro grego que
cantava sem se mover', derivado do adjetivo 'stasimós', que significa 'fixo, imóvel, sedentário',
originado de 'stásis', que significa 'ato de ficar parado'.

Párodo

No contexto do teatro grego, o 'párodo' corresponde à entrada do coro, que cantava, dançava e
se expressava em ritmo sincronizado com sua movimentação. Após sua entrada, o coro geralmente
permanecia em cena até o final da tragédia, seguido pelos episódios, que eram trechos dialogados
frequentemente em grupos de três, culminando com o 'êxodo', a cena final em que o coro se retirava.
Em alguns casos, os episódios eram seguidos por um 'estásimo' ou coro, que às vezes incluía passagens
líricas cantadas em conjunto com atores. Além disso, o coro podia se dividir em dois grupos, estrofe e
antístrofe, cada um dos quais podia ser acompanhado por um 'epodo'. A linguagem utilizada não se
limitava à prosa; os trechos cantados podiam expressar lamentos (thrênos) ou paixões intensas (peans
e hiporquemas), transformando a linguagem trágica em canto quando a paixão era o foco.

Comédia

A origem da comédia grega pode ser associada às festas em honra ao deus Dionísio, conhecidas
como Dionisíacas, onde ocorriam procissões com a representação de um símbolo fálico chamado
'phalus'. Outra teoria sugere que os 'komoi', grupos de jovens que se fantasiavam de animais e pediam
presentes nas casas, também contribuíram para o desenvolvimento da comédia. A comédia grega
evoluiu ao longo do tempo, passando por duas fases principais:

Comédia Antiga: Esta fase incluía elementos como prólogo, párodo, episódios e êxodo.
Aristófanes foi um dos principais representantes desta fase, abordando frequentemente questões
político-sociais em suas obras.

Comédia Nova: Nesta fase, a comédia explora mais os sentimentos e costumes, com ênfase no
amor entre jovens. Menandro foi um dos destaques dessa fase.

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Tragédia

A palavra 'tragédia' tem origem no grego 'tragoidía', que significa 'canto ao bode'. Essa
referência remete a Dionísio, filho de Zeus com uma mortal, que se transformou em um bode
para escapar da perseguição dos Titãs. A tragédia grega, geralmente composta por cinco
atos, destacava-se pela narrativa do coro e pela representação de heróis que sofriam sem
culpa e terminavam suas histórias com uma compreensão profunda das razões por trás dos
eventos, resultando na catarse do público. Aristóteles, em sua obra 'Arte Poética', descreveu
a tragédia em termos de elementos constitutivos, incluindo a fábula, o personagem, a
elocução, o pensamento, o espetáculo e o canto.

Ésquilo é considerado o pioneiro na evolução do teatro grego, introduzindo o primeiro ator


e o diálogo nas apresentações de ditirambos. Essa mudança foi marcada pela representação
de Dionísio, que era geralmente reservada a sacerdotes ou reis. Ésquilo, Sófocles e Eurípides
posteriormente desenvolveram o teatro grego ao adicionar mais atores e expandir as temáticas
das tragédias e comédias.

Profissionalização do Teatro Grego

No início do século V a.C., o Estado ateniense regulamentou as atividades teatrais,


estabelecendo critérios para seleção de atores e financiando ensaios e apresentações. Os
teatros gregos eram construídos nas encostas das colinas para melhor acústica e acomodação
do público, cada cidade grega competindo para construir teatros cada vez maiores. Dessa
forma, o teatro grego se tornou uma forma de entretenimento altamente especializada e
institucionalizada na sociedade grega antiga."

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Vamos praticar!

Uma das principais expressões da arte grega, o teatro, tem suas origens ligadas às Dionisíacas,
festas em homenagem a Dionísio, deus do vinho.

(Myriam Mota e Patrícia Braick, História das Cavernas ao Terceiro Milênio, 2002. p. 65.)

1. Dois gêneros clássicos do teatro grego originaram-se desses festivais, são eles:

a) Melodrama e tragédia.
b) Drama e pantomima.
c) Tragédia e drama.
d) Vaudeville e comédia.
e) Tragédia e comédia.

2. Escreveram peças para teatro, durante o Século de Péricles (V a.C.):

a) Homero, Tucídides, Heródoto e Xenofonte.


b) Ésquilo, Sófocles, Eurípides e Aristófanes.
c) Sócrates, Protágoras, Platão e Aristófanes.
d) Eratóstenes, Arquimedes, Euclides e Pitágoras.
e) Píndaro, Alceu, Safo e Hesíodo.

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Capítulo IV
O Teatro Romano

Os gregos de Atenas e seus aliados nutriam uma profunda paixão por suas cidades e leis, mas
também tinham uma inclinação marcante pela guerra. Após um período de esplendor, encontraram-se
militarmente derrotados e subjugados, primeiro pelos espartanos, depois pelos macedônios e, por fim,
pelos romanos, cuja expansão levou à criação do vasto Império Romano.

A dominação romana se destacou como a mais abrangente e duradoura do mundo antigo.


Contudo, no âmbito tanto dramático quanto arquitetônico, o teatro romano inegavelmente herdou
muito do teatro grego.

Os romanos emularam os gregos em praticamente todos os aspectos. Importaram não apenas o


teatro, mas também a arquitetura, costumes, moda, hábitos alimentares e, sobretudo, a religião. Eles
assimilaram as divindades e mitos gregos, atribuindo-lhes nomes romanos. Dionísio, o deus do vinho,
transformou-se em Baco. Esse processo de adotar costumes fazia parte da idealização da cultura
grega, um jogo entre dominadores e dominados. Com o tempo, os romanos desenvolveram sua
identidade cultural única. Eles eram conhecidos por sua habilidade diplomática em lidar com diversas
situações e por seu caráter distintivo.

Por meio de sua capacidade de conquistar e influenciar diferentes povos, os romanos


disseminaram sua cultura pelas terras conquistadas, introduzindo as artes na História Ocidental pela
primeira vez, como parte de sua estratégia de dominação durante a expansão do Império Romano.

Roma estava situada na região chamada Latium, com os habitantes sendo conhecidos como
latinos e o latim como idioma oficial. Um jovem romano frequentava a escola inicialmente para
aprender a ler, escrever e contar. Posteriormente, ingressou em um colégio mais avançado, onde
estudava literatura grega e latina. O aprendizado do grego era considerado fundamental, assim como
hoje aprendemos inglês e espanhol.

Jovens mais ricos tinham a oportunidade de cursar uma espécie de faculdade em Atenas,
enquanto os adultos praticavam a oratória, uma vez que ser um bom orador oferecia ótimas chances
de ser eleito para cargos públicos, uma semelhança notável com a política atual.

O circo, como o conhecemos hoje, é um espaço desmontável, coberto e cercado por lonas,
geralmente em formato circular, onde se realizam espetáculos com palhaços, animais e malabaristas.
Os primórdios do circo remontam à Roma Antiga, quando ele era um imenso anfiteatro onde o povo se
reunia para assistir a jogos públicos.

Esses anfiteatros eram enormes estruturas ao ar livre, com formato circular ou semicircular, com
arquibancadas em forma de escadarias, onde espetáculos eram apresentados. Um exemplo notável é
o Circo Máximo, ou "circus maximus" em latim, que era destinado ao lazer e entretenimento da
população romana. Sua construção inicial consistia em estruturas de madeira, próximas à área de
saída dos carros de corrida, com um muro central para controlar o fluxo das águas.

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O Circo Máximo deixou uma marca indelével nos primeiros anos de Roma e, ao longo do tempo,
tornou-se palco de grandes jogos, corridas de bigas e outros festivais. Evidenciava-se a forte
influência grega sobre outras civilizações.

Ao longo de sua história, o Circo Máximo enfrentou vários incêndios, o mais devastador ocorreu
no ano 30 d.C. Posteriormente, foi restaurado por Cláudio, que o revitalizou com estruturas de
mármore e extensas aplicações de bronze, frequentemente empregando a cor dourada. Outros
incêndios afetaram o local, e várias restaurações subsequentes foram realizadas. Hoje, o Circo
Máximo é aberto para visitação, exibindo apenas ruínas e partes remanescentes de sua estrutura
original.

Outro anfiteatro amplamente conhecido dos romanos é o Coliseu, cuja estrutura se assemelha
a um estádio de futebol moderno. No interior desses anfiteatros, diversas formas de espetáculos
eram apresentadas. As festividades religiosas mais primitivas eram frequentemente realizadas como
eventos oficiais. O Coliseu, como é conhecido mundialmente, foi encomendado pelo imperador
Vespasiano e concluído sob o governo de seu filho, Tito.

É considerado um dos maiores monumentos da Roma Antiga, com sua parede externa
preservando os quatro andares da estrutura de concreto armado. As três arquibancadas inferiores
apresentavam fileiras de arcos, enquanto a quarta incluía pequenas janelas retangulares. Os
assentos eram de mármore, e a arquibancada era dividida em três partes, representando as
diferentes classes sociais da época: o podium para a classe alta, a meniana para a classe média e
os pórticos para a plebe e mulheres.

A tribuna imperial ficava no podium e incluía assentos para senadores e magistrados. Acima
dos muros, ainda se podem ver as bases que sustentavam a cobertura de lona, usada para proteger
os espectadores do sol. Para garantir uma evacuação eficiente após os eventos, os arquitetos
projetaram oitenta escadarias. O Coliseu podia ser esvaziado em menos de três minutos e
acomodava até 80 mil pessoas. Os espetáculos foram evoluindo ao longo do tempo, abrangendo
desde lutas de gladiadores e combates entre homens e animais até acrobacias e até mesmo
batalhas navais, com comportas fechadas para criar uma piscina temporária.

Essas competições muitas vezes terminavam em morte, tornando o Coliseu um verdadeiro "circo
dos horrores", também conhecido como "jogos" ou "ludi romani" na época. A expressão "panis et
circenses.

Os romanos eram notáveis por seu amor pelo entretenimento, e adoravam criar farsas e
paródias de situações cotidianas. Nesse cenário teatral, outros dramaturgos emergiram, mas
aqueles que se dedicavam à comédia se destacavam. Três nomes brilharam na época: Plauto,
Sêneca e Terêncio.

Plauto, um dramaturgo romano, viveu entre os anos 230 a.C. e 180 a.C. Suas vinte e uma
peças, encenadas entre 205 a.C. e 184 a.C., são algumas das obras mais antigas da literatura
latina que sobreviveram praticamente intactas. Suas comédias eram, em grande parte,
adaptações do estilo grego para o público romano, refletindo o mesmo processo de influência
que ocorria na mitologia e na arquitetura romanas. Sua obra serviu de inspiração para
renomados escritores e poetas, como Shakespeare e Molière.

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Terêncio, por sua vez, nasceu na África por volta de 185 a.C. Vendido como escravo a um senador
chamado Terêncio Lucano, ele recebeu educação e, eventualmente, a liberdade. Sua obra, composta
por seis comédias, resistiu à passagem do tempo e chegou até nós. Entre suas peças, destacam-se
"Andria", "Hécira", "Heautontimoroumenos", "O Eunuco", "Formião" e "Os Adelfos". Suas comédias
geralmente tinham personagens de classes sociais mais elevadas, e eram escritas em verso,
caracterizadas por um estilo puro.

Sêneca, também conhecido como Lúcio Ánneo Sêneca ou Sêneca, o Jovem, foi um importante
filósofo, dramaturgo e político romano que viveu durante o primeiro século da era comum. Embora
seja mais conhecido por suas obras filosóficas e suas contribuições à filosofia estóica, Sêneca
também deixou um legado significativo no campo do teatro. Sêneca escreveu uma série de tragédias
em latim, fortemente influenciadas pelo estilo trágico grego, especialmente pelas obras de Sófocles e
Eurípides. Suas tragédias são notáveis por sua eloquência e profundidade filosófica, e muitas delas
exploram temas como destino, moralidade, poder e a natureza humana. Algumas de suas tragédias
mais famosas incluem "Fedra", "Tiestes", "Medeia" e "As Troianas". Cada uma dessas peças aborda
questões morais e éticas complexas, frequentemente expondo os dilemas enfrentados pelos
personagens principais e explorando as consequências de suas ações. Além disso, as tragédias de
Sêneca são conhecidas por seu estilo retórico, repleto de solilóquios e discursos eloquentes, que
refletem seu treinamento como orador e filósofo estóico. Suas peças foram amplamente lidas e
encenadas na Roma Antiga e continuam a ser estudadas e apreciadas até os dias de hoje. Embora o
teatro de Sêneca não tenha tido um impacto tão duradouro quanto o teatro grego, suas tragédias
são valorizadas por sua riqueza literária e filosófica, oferecendo uma visão interessante da cultura e
do pensamento romanos da época. Elas também tiveram influência na literatura posterior,
especialmente no teatro renascentista europeu, quando suas obras foram redescobertas e
traduzidas.

Vamos praticar!

1) No coliseu, os assentos eram de mármore, e a escadaria ou arquibancada se dividia em três


partes, correspondentes às diferentes classes sociais, que são

a) o hipogeu, para as classes altas; a meaniana, para a classe média; e os pórticos, para a plebe e as
mulheres.
b) a tribuna, para as classes altas; o pórtico, para a classe média; e a meaniana, para a plebe e as
mulheres.
c) a meaniana, para as classes altas; o podium, para a classe média; e os pórticos, para a plebe e as
mulheres.
d) os pórticos, para as classes altas; a meaniana, para a classe média; e o podium, para a plebe e as
mulheres.
e) o podium, para as classes altas; a meaniana, para a classe média; e os pórticos, para a plebe e as
mulheres.

14
2) A respeito dos poetas romanos, julgue os itens.

1. Sêneca é autor, ao todo, de nove dramas trágicos em versos, adaptações livres de mitos gregos. Em
diversas cartas aos amigos, descreveu com desprezo os jovens romanos. Era considerado um
moralista.
2. Terêncio é chamado de “O segundo poeta cômico de Roma”. Em suas comédias, ele buscou o estudo
do caráter humano.
3. Plauto não era um homem de muito estudo. No início trabalhava como ator, perambulando pelas
cidades em apresentações com seu grupo. Mesmo rico e famoso, ele costumava debochar de si
mesmo e da sociedade.
4. A produção trágica romana (os jogos) dirigia-se unicamente aos aristocratas.
5. Os anfiteatros são arenas retangulares, rodeadas por degraus que foram construídos dentro de uma
grande caverna.

Gabarito:
1- C
2-C
3-C
4-E
5-E

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Capítulo V

O Teatro e a Igreja na Era Medieval

Durante a época da Roma Antiga, a Igreja Cristã ainda não havia se firmado como uma
instituição poderosa. Os cristãos eram uma minoria perseguida, e sua religião só foi oficialmente
reconhecida em Roma 324 anos após a morte de Cristo, quando o Imperador Constantino se
converteu ao Cristianismo. A partir desse momento, a Igreja começou a se opor vigorosamente ao
teatro, e isso se deu por diversas razões significativas.

Uma delas é que, ao longo de mais de trezentos anos, os atores cômicos costumam ridicularizar
os cristãos em seus espetáculos. Além disso, durante o reinado do imperador Flávio Domiciano (81-96
d.C.), uma medida bárbara foi implementada para dar mais realismo às peças teatrais: o ator que
representasse um bandido era substituído por um cristão real que era dilacerado por animais
selvagens. Esse evento horrível marcou um período sombrio na história cristã.

A pressão exercida pela Igreja contra o teatro foi tão intensa que, por mais de seis séculos, a
atividade teatral praticamente desapareceu da civilização. O teatro foi proibido pela Igreja Católica
nesse período, e tanto a produção quanto a apreciação teatral foram consideradas imorais. Pode-se
imaginar a escassez de teatro durante esses sete séculos? No entanto, o desejo humano de
representar nunca foi suprimido, e isso permaneceu inabalável ao longo do tempo.

Voltando à Idade Média, um período que abrange desde a queda do Império Romano no século
V até a tomada de Constantinopla pelos muçulmanos em 1453, o entretenimento era escasso. A vida
das pessoas girava em torno do trabalho, do descanso e da oração. As festas eram frequentemente de
natureza religiosa, e no início da Idade Média, havia alguns grupos de atores que realizavam
representações secretas.

No entanto, quando as autoridades religiosas descobriram essas atividades teatrais, os atores


foram expulsos das cidades. Além disso, era proibido escrever peças que explorassem as paixões
humanas e a vida comum, o que limitava a criatividade teatral. Houve algumas exceções notáveis,
como as peças da freira Hrosvitha na Alemanha no século X.

Para atrair mais fiéis, os líderes religiosos começaram a transformar a missa em um espetáculo.
Gradualmente, a Igreja ganhou uma importância social significativa, não apenas em termos religiosos,
mas também como um local de representação teatral. Os membros da Igreja perceberam que ao
dramatizar passagens religiosas, podiam difundir o Cristianismo e atrair as pessoas para a Igreja.
Consequentemente, as partes dramáticas da missa se tornaram mais elaboradas, a ponto de saírem
das igrejas e se tornarem gêneros teatrais distintos.

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Isso levou a uma situação única, onde o povo, impossibilitado de assistir a espetáculos teatrais,
recorreu à missa como uma espécie de "teatro religioso". A Igreja, dessa forma, prolongou a duração
das missas, introduziu novos diálogos e envolveu o público na narrativa emocionante de eventos
bíblicos representados pelos sacerdotes e assistentes. Detalhes como trajes e objetos simbólicos
foram acrescentados para facilitar o reconhecimento de personagens, como São Jorge com sua
espada e cavalo, ou a Morte com uma foice, e assim por diante.

À medida que as representações religiosas se tornaram mais complexas com um número


crescente de personagens e diálogos, elas saíram das igrejas e se estabeleceram nas ruas,
frequentemente em tablados improvisados. Estas foram, de fato, as primeiras representações teatrais
da Idade Média.

A Igreja esperava que o povo continuasse a encenar dramas religiosos, muitos dos quais não
foram registrados literariamente, mas que podiam ser apresentados nas praças públicas ou em frente
às igrejas. À medida que essas representações populares ganharam características mais mundanas, o
caráter religioso gradualmente se dissipou, à medida que elementos da vida cotidiana, incluindo
histórias centradas nas paixões humanas, foram gradualmente incorporados. Esse tipo de teatro
passou a ser classificado como profano, afastado de qualquer ligação com o culto religioso.

A fim de combater o teatro profano, a Igreja Católica dividiu as encenações litúrgicas em três
categorias: milagres, mistérios e moralidades. A partir do século XII, o teatro começou a ser
apresentado ao ar livre e podia durar o dia inteiro ou até vários dias. Essas representações englobam
desde os milagres na vida dos santos até os mistérios que retratavam a vida de Jesus Cristo, bem
como as moralidades que tinham propósitos educacionais, abordando temas morais, religiosos e
políticos.

Mesmo assim, o teatro profano ganhou força e se expandiu para além das cidades. Os atores
populares, conhecidos como saltimbancos, realizavam suas apresentações em praças públicas,
frequentemente em tablados móveis ou fixos. Viajavam de cidade em cidade, demonstrando suas
habilidades físicas, acrobáticas e teatrais diante do público ávido por entretenimento."

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Vamos praticar!

Para atrair um número maior de fiéis, os religiosos foram transformando a missa num espetáculo.
Pouco a pouco, a Igreja ganhava uma grande importância social, pois, além de sua significação
religiosa, oferecia aos fiéis uma nova forma de representação teatral. Os membros da Igreja
descobriram que, teatralizando passagens religiosas, estavam não só difundindo o Cristianismo, mas
também seduzindo os fiéis para a Igreja.

(Fundação Roberto Marinho)

1) Com auxílio do texto e com base nos seus estudos acerca da prática teatral medieval, julgue os
itens.

1. O povo, não podendo assistir a nenhum espetáculo teatral, ia à missa para assistir ao que os padres
chamavam de teatro religioso.
2. Os membros da Igreja descobriram que, teatralizando passagens religiosas, estavam não só
difundindo o Cristianismo, mas também seduzindo os fiéis para a Igreja.
3. Depois do espetáculo religioso sair da igreja, caiu nas mãos do povo, e os seus rituais cênicos eram
encenados em tablados fixos ou móveis.
4. Milagres, mistérios e moralidades são gêneros dramáticos do período medieval.
5. Na Idade Média, a sociedade era controlada pela Igreja, isso nos faz concluir que o teatro nunca
esteve nas mãos do povo.

Gabarito:
1- C
2-C
3-C
4-C
5- E

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Capítulo VI

Teatro Renascentista

No contexto da história da Europa Ocidental, o Renascimento representa um período crucial de


transição entre a Idade Média e a Idade Moderna. Este movimento cultural de renovação, que se
destacou principalmente nas áreas das artes e das ciências, foi marcado pela redescoberta da herança
greco-romana, anteriormente preservada meticulosamente em mosteiros e palácios. Os textos antigos
de teatro, filosofia, poesia e outros manuscritos foram cuidadosamente guardados durante a Idade
Média.

No início do Renascimento, as apresentações teatrais eram quase exclusivamente dedicadas à


encenação e imitação das obras clássicas greco-romanas. Um avanço fundamental que permitiu a
disseminação dessas peças por toda a Europa foi a invenção da prensa de impressão, que revolucionou
a produção de obras teatrais e literárias, anteriormente copiadas à mão.

O Renascimento também marcou um período em que a alfabetização se tornou acessível a um


número significativamente maior de pessoas, ultrapassando a elite eclesiástica e nobre. Escolas
públicas surgiram em muitas cidades, impulsionando o aumento do conhecimento.

A invenção da prensa de impressão, creditada a Johann Gutenberg da Alemanha, desempenhou


um papel fundamental nesse processo. O primeiro livro impresso por Gutenberg foi a Bíblia. Entre 1450
e 1500, o número de prensas de impressão aumentou rapidamente na Europa, com Veneza, na Itália,
destacando-se com 417 prensas entre 1469 e 1500.

O teatro renascentista teve seu início em 1486, quando "Hipólito", a primeira tragédia de Sêneca,
foi encenada em Roma. O que diferenciou o teatro dos humanistas, como era conhecido, do teatro
medieval foi a centralização do ser humano em vez da Igreja e Deus como temas centrais.

Este teatro evoluiu a partir de atividades acadêmicas, com muitas universidades e escolas latinas
estabelecendo palcos improvisados em seus pátios. Príncipes, cardeais, reis, imperadores e papas
tornaram-se patronos do teatro, convidando poetas, atores e pintores para organizar festas. Essa
mudança foi radical em comparação com os séculos anteriores.

Os humanistas eram intelectuais adeptos do humanismo, um movimento que surgiu no século XIV
com o objetivo de restaurar a cultura greco-romana e a visão de mundo centrada no ser humano, em
contraposição ao teocentrismo medieval.

O teatro renascentista também era conhecido como teatro erudito, pois imitava modelos greco-
romanos, apresentando uma linguagem pomposa e temas com pouca originalidade. Em contraste, o
teatro popular manteve a influência medieval, caracterizando-se por peças cheias de ação e vigor, com
o ser humano como foco central.

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Além disso, as transformações nos palcos também refletiram o espírito renascentista. No início, os
palcos eram elevados, com cenários compostos por representações de casas pintadas em panos de fundo. No
entanto, a inovação mais importante foi a introdução da perspectiva, que unia arte e ciência para criar
cenários equilibrados e realistas, usando cálculos matemáticos para dar profundidade à pintura.

Na Itália, onde as regras morais eram restritas, a comédia floresceu, criando um teatro popular
inspirado nas comédias antigas greco-romanas. A arte da mímica evoluiu desde a Roma antiga até os atores
ambulantes medievais e, finalmente, chegou ao Renascimento como parte das comédias.

Um destaque notável foi a comédia "A Mandrágora," escrita por Niccolò Machiavelli, mais conhecido
como Maquiavel. Esta peça, representada pela primeira vez em 1512, em Florença, Itália, é considerada uma
obra-prima do teatro italiano, destacando-se pela sua originalidade e audácia. A história envolve o
protagonista Calímaco, que ajuda um marido mais velho a conceber um herdeiro por meio de um estratagema
envolvendo uma erva chamada mandrágora.

Paralelamente ao Renascimento, surgiu a Commedia Dell'arte, que desafiou as ideias clássicas e


apresentou um teatro totalmente popular, rompendo com o academicismo que predominava no período
renascentista e adotando uma linguagem coloquial."

Vamos praticar!

1) Com o Renascimento, a sociedade europeia ultrapassa a economia de subsistência, o Teocentrismo e


o regime feudal em favor do imperialismo mercantil, do Antropocentrismo e das monarquias absolutas. No
contexto renascentista,

a) os milagres, mistérios e moralidades afirmam-se, resistindo às transformações socioculturais.


b) o drama rigoroso gradativamente cede espaço ao modelo de diversões populares, em particular a
Commedia Dell´Arte.
c) a liberdade do indivíduo se expressa no drama, mediante o estabelecimento de conflitos desenvolvidos
por meio do diálogo.
d) os ares de liberdade e a ruptura com dogmas permitem um teatro dotado de profundo lirismo com suas
bases voltadas para uma dramaturgia nonsense.
e) acontece um resgate da cultura egípcio-prussiana com o intuito de elevar a arte dramática a um
contexto sagrado.

2) A dramaturgia teatral da Renascença tem como um dos seus maiores expoentes o inglês William
Shakespeare. Na perspectiva e no conteúdo geral da obra deste dramaturgo, encontra-se a súmula de uma
grande época, remetendo a uma universalidade. Nesse sentido, é correto dizer que a obra de Shakespeare
abrange, principalmente

a) questões eminentemente políticas e econômicas.


b) costumes e hábitos corriqueiros da corte na Renascença, expostos em tom jocoso.
c) temas pertinentes ao gênero humano.
d) temas como amor e romance, vividos na corte renascentista.
e) problemas existenciais populares da época da Renascença, narrados em gênero de comédia.

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