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NATURALISMO

1. (Acafe 2016) Identifique na primeira coluna as opções que preenchem corretamente as


lacunas dos textos da segunda coluna.

(1) O Tempo e o Vento; Terra e Cambará


(2) Bentinho; Capitu
(3) Euclides da Cunha; Canudos
(4) Vidas Secas; Sinhá Vitória
(5) Iracema; ema selvagem

( ) Na análise de __________, cujo autor é Graciliano Ramos, destaca-se o papel feminino


na trama. __________ quer uma vida melhor, e é por causa de seus sonhos que a família
avança e conquista condições melhores. “Ela quer uma vida melhor e expressa isso no
desejo de ter uma cama, onde ela possa deitar e não sentir dor”.
( ) A trilogia __________, do escritor Érico Veríssimo, é uma obra contextualizada no estado
do Rio Grande do Sul. O romance representa a história do estado gaúcho, de 1680 até
1945 (fim do Estado Novo), através da saga das famílias __________.
( ) É a Natureza que serve para pintar __________, a virgem dos lábios de mel, que tinha os
cabelos mais negros que as asas da graúna, mais longos do que seu talhe de palmeira.
O favo da jati não era doce como o seu sorriso, nem a baunilha recendia no bosque como
o seu hálito perfumado. Mais rápida que a __________.
( ) O olhar de __________ acerca do Sertão enfatiza tanto o caráter indomável e
despovoado do interior do território brasileiro quanto o flagelo das caatingas e as secas
deste meio causticante. A flora desse espaço é descrita, bem como sua “vegetação
agonizante, doente e informe”, porém, no seu dizer, “o sertão, de inferno que é, se
metamorfoseia em paraíso”. Neste enfoque, o ambiente onde se localiza __________
não poderia ser diferente, é um locus único porque inclassificável.
( ) Inteligente, prática, de personalidade forte e marcante (ela era muito mais mulher do que
__________, homem, __________ acaba se tornando a dona do romance: forma,
inicialmente, com o narrador, um “duo terníssimo” e, depois, possa a constituir o centro
do drama do protagonista masculino, com a entrada em cena de Escobar (“trio") e de
Ezequiel(“quattuor”).

A sequência correta, de cima para baixo, é:


a) 2 - 3 - 4 - 5 - 1
b) 3 - 2 - 5 - 1 - 4
c) 1 - 5 - 2 - 4 - 3
d) 4 - 1 - 5 - 3 - 2

2. (Acafe 2016) Leia o texto a seguir.

“João Romão, depois de serrazinar na venda com os caixeiros e com a Bertoleza, tornou ao
pátio da estalagem queixando-se de que tudo ali ia muito mal. Censurou os trabalhadores da
pedreira, nomeando o próprio Jerônimo, cuja força física, aliás, o intimidara sempre. ‘Era um
relaxamento aquela porcaria de serviço! Havia três semanas que estava com uma broca à toa,
sem atar, nem desatar; afinal aí chegara o domingo e não se havia ainda lascado fogo! Uma
verdadeira calaçaria! O tal seu Jerônimo, dantes tão apurado, era agora o primeiro a dar o mau
exemplo! perdia noites no samba! não largava os rastros da Rita Baiana e parecia embeiçado
por ela! Não tinha jeito!’ Piedade, ouvindo o vendeiro dizer mal do seu homem, saltou em
defesa deste com duas pedras na mão, e uma contenda travou-se, assanhando todos os
ânimos. Felizmente, a chuva, caindo em cheio, veio dispersar o ajuntamento que se tornava
sério.”

Considerando a linguagem, o contexto sócio-histórico, as personagens e o estilo, o fragmento


de texto acima pertence à obra:
a) A Hora da Estrela, de Clarice Lispector.
b) O Cortiço, de Aluísio Azevedo.
c) A Majestade do Xingu, de Moacyr Scliar.
d) O Fantástico na Ilha de Santa Catarina, de Franklin Cascaes.

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3. (Ufpr 2016) A respeito do narrador do romance Bom-Crioulo, de Adolfo Caminha, assinale a


alternativa correta.
a) O narrador naturalista descreve com objetividade e riqueza de detalhes o cenário em que se
ambienta o romance, como se observa neste trecho: “A lua, surgindo lenta e lenta, cor de
fogo, a princípio, depois fria e opalescente, misto de névoa e luz, alma e solidão,
melancolizava o largo cenário das ondas, derramando sobre o mar essa luz meiga, essa luz
ideal que penetra o coração do marinheiro, comunicando-lhe uma saudade infinita dos que
navegam”.
b) O narrador descreve com minúcia o pensamento das personagens, desvendando seu
refinado sistema de valores culturais, como se observa neste trecho: “Estimava Bom-Crioulo
desde o dia em que ele, desinteressadamente, por um acaso providencial, livrou-a de morrer
na ponta de uma faca, história de ladrões... [...]”.
c) O narrador evidencia a percepção sofisticada de Amaro, que fica nítida nas referências do
marinheiro à cultura grega: “Aleixo surgia-lhe agora em plena e exuberante nudez, muito
alvo, as formas roliças de calipígio ressaltando na meia sombra voluptuosa do aposento, na
penumbra acariciadora daquele ignorado e impudico santuário de paixões inconfessáveis...
Belo modelo de efebo que a Grécia de Vênus talvez imortalizasse em estrofes de ouro
límpido e estátuas duma escultura sensual e pujante”.
d) O narrador deixa pistas da vingança planejada por Amaro contra Aleixo, como se pode
perceber nas referências intertextuais a Otelo, o clássico do ciúme, lido pelo marinheiro nos
seus momentos de ócio: “Aleixo era seu, pertencia-lhe de direito, como uma coisa inviolável.
Daí também o ódio ao grumete, um ódio surdo, mastigado, brutal como as cóleras de Otelo”.
e) O narrador interpreta o conflito vivido pelo ex-escravo, justapondo uma percepção
animalizante ao lado de outra, construída por meio de comparações artísticas: “Dentro do
negro rugiam desejos de touro ao pressentir a fêmea... Todo ele vibrava, demorando-se na
idolatria pagã daquela nudez sensual como um fetiche diante de um símbolo de ouro ou
como um artista diante duma obra-prima”.

4. (Pucrs 2015) Leia o trecho de O cortiço, de Aluísio de Azevedo, e preencha as lacunas.

Bertoleza é que continuava na cepa torta, sempre a mesma crioula suja, sempre atrapalhada
de serviço, sem domingo nem dia santo: essa, em nada, em nada absolutamente, participava
das novas regalias do amigo: pelo contrário, à medida que ele galgava posição social, a
desgraçada fazia-se mais e mais escrava e rasteira.

A personagem Bertoleza em O cortiço, de Aluísio de Azevedo, representa o


fatalismo_________ que se presentifica em muitas obras _________, pautadas pela forte
influência de escritores franceses como _________.
a) determinista – naturalistas – Émile Zola
b) determinista – simbolistas – Gustave Flaubert
c) capitalista – modernistas – Charles Baudelaire
d) positivista – realistas – Charles Baudelaire
e) capitalista – maneiristas – Émile Zola

5. (Ufsm 2015) Bom-Crioulo não pensou em dormir, cheio, como estava, de ódio e desespero.
[...]
Amigado, o Aleixo! [...] Amigar-se, viver com uma mulher, sentir o contato de outro corpo que
não o seu, deixar-se beijar, morder, nas ânsias do gozo, por outra pessoa que não o Bom-
Crioulo!...
Agora é que tinha um desejo enorme, uma sofreguidão louca de vê-lo rendido, a seus pés [...]
As palavras de Herculano (aquela história do grumete com uma rapariga) tinham-lhe
despertado o sangue, fora como uma espécie de urtiga brava arranhando-lhe a pele,
excitando-o, enfurecendo-o de desejo. [...] Não, não era somente o gozo comum, a sensação
ordinária, o que ele queria depois das palavras de Herculano: era o prazer brutal, doloroso, fora
de todas as leis, de todas as normas...

Fonte: CAMINHA, 2002. p. 108-109.

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No trecho destacado, predominam as seguintes características da narrativa de Adolfo


Caminha:
a) a temática da sexualidade e a análise detalhista do meio.
b) a temática da sexualidade e a prevalência do instinto sobre a razão.
c) a prevalência do instinto sobre a razão e a análise detalhista do meio.
d) a corrupção moral e religiosa e a análise social da personagem.
e) a temática da sexualidade e o dilema ético do protagonista.

TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 4 QUESTÕES:


TEXTO PARA A(S) PRÓXIMA(S) QUESTÃO(ÕES)

E Jerônimo via e escutava, sentindo ir-se-lhe toda a alma pelos olhos enamorados.
Naquela mulata estava o grande mistério, a síntese das impressões que ele recebeu
chegando aqui: ela era a luz ardente do meio-dia; ela era o calor vermelho das sestas da
fazenda; era o aroma quente dos trevos e das baunilhas, que o atordoara nas matas
brasileiras; era a palmeira virginal e esquiva que se não torce a nenhuma outra planta; era o
veneno e era o açúcar gostoso; era o sapoti mais doce que o mel e era a castanha do caju, que
abre feridas com o seu azeite de fogo; ela era a cobra verde e traiçoeira, a lagarta viscosa, a
muriçoca doida, que esvoaçava havia muito tempo em torno do corpo dele, assanhando-lhe os
desejos, acordando-lhe as fibras embambecidas pela saudade da terra, picando-lhe as artérias,
para lhe cuspir dentro do sangue uma centelha daquele amor setentrional, uma nota daquela
música feita de gemidos de prazer, uma larva daquela nuvem de cantáridas que zumbiam em
torno da Rita Baiana e espalhavam-se pelo ar numa fosforescência afrodisíaca.

Aluísio Azevedo, O cortiço.

6. (Fuvest 2015) Entre as características atribuídas, no texto, à natureza brasileira, sintetizada


em Rita Baiana, aquela que corresponde, de modo mais completo, ao teor das transformações
que o contato com essa mesma natureza provocará em Jerônimo é a que se expressa em:
a) “era o calor vermelho das sestas da fazenda”.
b) “era a palmeira virginal e esquiva que se não torce a nenhuma outra planta”.
c) “era o veneno e era o açúcar gostoso”.
d) “era a cobra verde e traiçoeira”.
e) “[era] a muriçoca doida, que esvoaçava havia muito tempo em torno do corpo dele”.

7. (Fuvest 2015) Para entender as impressões de Jerônimo diante da natureza brasileira, é


preciso ter como pressuposto que há
a) um contraste entre a experiência prévia da personagem e sua vivência da diversidade
biológica do país em que agora se encontra.
b) uma continuidade na experiência de vida da personagem, posto que a diversidade biológica
aqui e em seu local de origem são muito semelhantes.
c) uma ampliação no universo de conhecimento da personagem, que já tinha vivência de
diversidade biológica semelhante, mas a expande aqui.
d) um equívoco na forma como a personagem percebe e vivencia a diversidade biológica local,
que não comporta os organismos que ele julga ver.
e) um estreitamento na experiência de vida do personagem, que vem de um local com maior
diversidade de ambientes e de organismos.

8. (Fuvest 2015) O efeito expressivo do texto – bem como seu pertencimento ao Naturalismo
em literatura – baseia-se amplamente no procedimento de explorar de modo intensivo aspectos
biológicos da natureza. Entre esses procedimentos empregados no texto, só NÃO se encontra
a
a) representação do homem como ser vivo em interação constante com o ambiente.
b) exploração exaustiva dos receptores sensoriais humanos (audição, visão, olfação,
gustação), bem como dos receptores mecânicos.
c) figuração variada tanto de plantas quanto de animais, inclusive observados em sua
interação.
d) ênfase em processos naturais ligados à reprodução humana e à metamorfose em animais.

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e) focalização dos processos de seleção natural como principal força direcionadora do


processo evolutivo.

9. (Fuvest 2015) Em que pese a oposição programática do Naturalismo ao Romantismo,


verifica-se no excerto – e na obra a que pertence – a presença de uma linha de continuidade
entre o movimento romântico e a corrente naturalista brasileira, a saber, a
a) exaltação patriótica da mistura de raças.
b) necessidade de autodefinição nacional.
c) aversão ao cientificismo.
d) recusa dos modelos literários estrangeiros.
e) idealização das relações amorosas.

10. (Enem PPL 2014) O mulato

Ana Rosa cresceu; aprendera de cor a gramática do Sotero dos Reis; lera alguma
coisa; sabia rudimentos de francês e tocava modinhas sentimentais ao violão e ao piano. Não
era estúpida; tinha a intuição perfeita da virtude, um modo bonito, e por vezes lamentara não
ser mais instruída. Conhecia muitos trabalhos de agulha; bordava como poucas, e dispunha de
uma gargantazinha de contralto que fazia gosto de ouvir.
Uma só palavra boiava à superfície dos seus pensamentos: “Mulato”. E crescia,
crescia, transformando-se em tenebrosa nuvem, que escondia todo o seu passado. Ideia
parasita, que estrangulava todas as outras ideias.
– Mulato!
Esta só palavra explicava-lhe agora todos os mesquinhos escrúpulos, que a sociedade
do Maranhão usara para com ele. Explicava tudo: a frieza de certas famílias a quem visitara; as
reticências dos que lhe falavam de seus antepassados; a reserva e a cautela dos que, em sua
presença, discutiam questões de raça e de sangue.

AZEVEDO, A. O Mulato. São Paulo: Ática, 1996 (fragmento).

O texto de Aluísio Azevedo é representativo do Naturalismo, vigente no final do século XIX.


Nesse fragmento, o narrador expressa fidelidade ao discurso naturalista, pois
a) relaciona a posição social a padrões de comportamento e à condição de raça.
b) apresenta os homens e as mulheres melhores do que eram no século XIX.
c) mostra a pouca cultura feminina e a distribuição de saberes entre homens e mulheres.
d) ilustra os diferentes modos que um indivíduo tinha de ascender socialmente.
e) critica a educação oferecida às mulheres e os maus-tratos dispensados aos negros.

11. (Upf 2015) Considere as asserções a seguir, em relação aos romances Dom Casmurro, de
Machado de Assis, e São Bernardo, de Graciliano Ramos.

I. O narrador-protagonista inicia o romance reconstituindo a situação que o levou a escrevê-lo.


II. A análise psicológica, especialmente a que o narrador-protagonista faz de si mesmo, ocupa
papel importante no romance.
III. A ação do romance evolui em torno de um triângulo amoroso real ou suposto.
IV. O narrador-protagonista reconhece, ao final do romance, que se deixou cegar pelo ciúme e
que formou um juízo errôneo da amada.

É igualmente verdadeiro, em relação aos dois romances referidos, apenas o que se afirma
em:
a) I e II.
b) I e III.
c) I, II e III.
d) II e IV.
e) III e IV.

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Gabarito:

Resposta da questão 1:
[D]

O 1º trecho refere-se a Vidas Secas (4), romance de Graciliano Ramos em que Sinhá Vitória
sonha com uma cama.
O 2º trecho refere-se a O Tempo e o Vento (1), trilogia de Érico Veríssimo na qual se
acompanha a saga das famílias Terra e Cambará.
O 3º trecho refere-se a Iracema (5), romance de José de Alencar, cuja protagonista, homônima
à obra, é caracterizada de modo superior à Natureza, sendo mais rápida que a ema selvagem.
O 4º trecho refere-se a Euclides da Cunha (3), escritor correspondente de guerra durante o
embate em Canudos, na obra Os Sertões. Com base no pensamento cientificista que vigorava
na época, o autor procura analisar o ambiente e o sertanejo como determinantes para o
desenrolar da Guerra de Canudos.
O 5º trecho faz menção a Bentinho, esposo desconfiado de Capitu, mulher inteligente e de
personalidade marcante.

Resposta da questão 2:
[B]

João Romão é o dono do cortiço, no qual convive com Bertoleza; nesse local, o português
Jerônimo mantém Rita Baiana como amante, apesar de seu casamento com Piedade. Trata-se
de um trecho do romance O Cortiço, obra escrita por Aluísio Azevedo e publicada em 1890.

Resposta da questão 3:
[E]

Amaro, protagonista de Bom Crioulo, de Adolfo Caminha, é um escravo fugido que deseja ser
dono de seu próprio destino. Seus dramas são explicados pelo determinismo, à maneira
naturalista, e sofre zoomorfização.

Resposta da questão 4:
[A]

A alternativa [A] é correta, pois a descrição da personagem Bertoleza segue o padrão da


doutrina determinista, que considera todos os acontecimentos como irrevogavelmente
marcados por uma causa única e sobrenatural. O Naturalismo, cujo representante mais
expressivo foi o escritor francês Zola, é a escola literária que aplica a teoria e os métodos
científicos dessa doutrina às obras literárias.

Resposta da questão 5:
[B]

A leitura do trecho indica a temática da sexualidade (“Amigado, o Aleixo! [...] Amigar-se, viver
com uma mulher, sentir o contato de outro corpo que não o seu, deixar-se beijar, morder, nas
ânsias do gozo, por outra pessoa que não o Bom-Crioulo!”) e a prevalência do instinto sobre a
razão (“As palavras de Herculano (aquela história do grumete com uma rapariga) tinham-lhe
despertado o sangue, fora como uma espécie de urtiga brava arranhando-lhe a pele,
excitando-o, enfurecendo-o de desejo.”), assim como se espera de uma obra naturalista.

Resposta da questão 6:
[C]

Ser “o veneno” e “o açúcar gostoso” é a síntese que melhor corresponde à transformação


ocorrida em Jerônimo após o contato com Rita: o aspecto negativo está relacionado ao
processo de abrasileiramento, correspondendo a ação do Determinismo de Meio: inserido no
Brasil, em um cortiço, Jerônimo deixa de ser o trabalhador e chefe de família português,

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passando a aproveitar a vida de modo indolente e toma Rita Bahiana como sua amante. Esta,
por sua vez, corresponde ao “açúcar gostoso”, atraindo e seduzindo o português.

Resposta da questão 7:
[A]

Jerônimo é um português que, na companhia de sua esposa e filha, vem ao Brasil para
trabalhar; tal expectativa não se consolida, principalmente a partir do momento em que ele
passa a se relacionar intensamente com o meio onde ele se insere e as pessoas que ali vivem.
Logo, as impressões descritas no trecho a respeito da natureza brasileira demonstram que há
uma verdadeira discrepância entre sua experiência em Portugal e no Brasil; um trecho que
ilustra essa mudança é a sensação que as matas brasileiras lhe deixaram: o aroma da baunilha
lá presente o atordoara.

Resposta da questão 8:
[E]

No excerto citado, há o homem representado como ser vivo interagindo constantemente com o
ambiente, como se verifica em “era o aroma quente dos trevos e das baunilhas, que o
atordoara nas matas brasileiras”; receptores mecânicos e sensoriais humanos são explorados,
como “ela era o calor vermelho das sestas da fazenda”; plantas e animais figuram e interagem,
como em “era o sapoti mais doce que o mel e era a castanha do caju, que abre feridas com o
seu azeite de fogo; ela era a cobra verde e traiçoeira, a lagarta viscosa, a muriçoca doida (...)”;
finalmente, há ênfase em processos naturais ligados à reprodução humana e à metamorfose
animal, como em “ela era (...) a muriçoca doida, que esvoaçava havia muito tempo em torno do
corpo dele, assanhando-lhe os desejos”. Desse modo, não há referência aos processos de
seleção natural como principal força direcionadora do processo evolutivo no trecho
apresentado; o Darwinismo Social é uma característica presente em outros trechos do
romance, configurando-se como exemplos as personagens João Romão e Miranda.

Resposta da questão 9:
[B]

A linha de continuidade entre os movimentos Romântico e Naturalista, a partir da leitura do


excerto, é a menção à fauna e à flora brasileira. O movimento romântico empregou a exaltação
ao quadro físico brasileiro como instrumento de definição da nação que se tornava
independente; o mesmo instrumental é empregado em O Cortiço com a descrição da natureza
indicada no trecho, porém sem a idealização característica dos românticos.

Resposta da questão 10:


[A]

O trecho mostra a inquietação da personagem Ana Rosa ao perceber as dificuldades que a


paixão por Raimundo a fariam passar. Ela é descrita como filha da pequena burguesia, com
certo grau de instrução e habilidades manuais desenvolvidas pelas moças da época. Com isso,
começou a perceber o preconceito quase velado que a sociedade maranhense tinha com
relação a sua paixão por Raimundo, simplesmente por ser mulato.

Resposta da questão 11:


[C]

Em Dom Casmurro, Bento Santiago, narrador protagonista, justifica, no início do romance, a


razão que o levou a escrevê-lo: reconstituir situações de seu passado para tentar compreendê-
lo. A angústia de Bento é centralizada em torno do suposto triângulo amoroso formado por ele,
sua esposa, Capitu, e seu melhor amigo, Escobar. Sendo Bento bastante ciumento e levando
em conta que só conhecemos seu ponto de vista a respeito dos acontecimentos, seu perfil
psicológico se faz imprescindível para a compreensão da trama. No entanto, Bento, em
momento algum, afirma ou demonstra ter formado um juízo errôneo de sua amada.

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Em São Bernardo, temos também um narrador protagonista, Paulo Honório, que escreve com
o objetivo de reconstituir seu passado, com a clara intenção de compreender a razão do
suicídio de sua esposa, Madalena. Paulo Honório revela-se, psicologicamente, um homem
bruto e de um ciúme paranoico em relação à esposa, que, no entanto, é inocente.

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