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Leia a seguir o trecho do ensaio crítico de Guilhermino Cesar sobre o poeta e cronista Paulo
Mendes Campos:
“a nostalgia da infância, em Paulo, é menos uma celebração do passado do que uma
“vingança” do coração ferido. De modo que não vejo aí claridades, a efusão, mas a penumbra
e solidão do homem desterrado, justamente na situação em que ele inconscientemente se
apropria das coisas e fraterniza com as criaturas do mundo nascente.”
O trecho do poema que confirma a proposição anterior está corretamente explicitado em:
a) “No fim da rua, um pônei rubro, rubro.
No fim da tarde, um muro escuro, um muro.
Descubro alguma coisa mais? Descubro:
Um coração impuro, tão impuro.”
Pré-Operatório
d) a uma mudança conflituosa por que passa o sujeito e à consequente alteração na forma
de enxergar a vida.
DISCIPLINA: Literatura | PROFESSOR(A): Paulo Bittencourt
No Princípio do Amor
(...)
No princípio do amor
o corpo da mulher é fruto sumarento,
como a polpa do figo, fruto,
fruto em sua nudez sumarenta, essencial, pois
tudo no mundo é uma nudez expectante
sob o manto,
e nada no mundo é uma nudez tão expectante
como o corpo da mulher no princípio do amor.
No que se refere à temática proposta pelo texto, assinale a alternativa em que o trecho
selecionado da obra de Jorge Amado Terras do Sem-Fim corresponde aos sentidos extraídos do
poema:
a) “Se acostumou até com o marido, com o seu silencio pesado, com os seus repentes de
sensualidade, com as suas fúrias que deixavam os mais ferozes jagunços encolhidos de
medo, acostumou com os tiros à noite na estrada, com os cadáveres que por vezes
passavam estirados em redes, um triste acompanhamento de mulheres chorando, só não
se acostumou com a mata no fundo da casa, onde pelas noites, ao charco que o riacho
fazia, as rãs gritavam seu grito desesperado na boca das cobras assassinas.”
b) “Ester ouvia muda, um ódio ia subindo dentro dela. Maior ainda que o que sentira na
noite do seu casamento quando Horácio rasgou seus vestidos e se lançou sobre seu
corpo. Estava ligeiramente tomada pelo vinho, embriagada também pelas palavras de
Virgílio, e seus olhos eram novamente os trêfegos e sonhadores olhos da normalista dos
anos passados. E viram Horácio transformado num grande porco sujo, igual a um que
havia na fazenda e habitava os lamaçais próximos à estrada”
c) “A só presença de Virgílio no outro quarto a abre toda, com o só pensar nele, no seu
bigode largo e bem cortado, nos seus olhos tão compreensivos, no seu cabelo loiro, sente
um frio no sexo que se banha de morna sensação. Quando ele lhe dissera aquela
comparação do passarinho e da cobra, a sua boca estivera perto do ouvido de Ester, mas
foi no coração e no sexo que ela ouviu.”
d) “Ali tudo lhe lembrava Ester a morte dela o prendera ali para sempre. Os outros era o
cacau que prendia, a ambição de dinheiro. Ele estava preso pelo cacau também, mas não
por intermédio do dinheiro. Estava preso pela lembrança dela, o corpo que estava no
cemitério, a sua presença que estava em toda parte, no palacete de Ilhéus, na casa do Dr.
Jessé, ali em Tabocas, na fazenda, e em Horácio, principalmente em Horácio...”
DISCIPLINA: Literatura | PROFESSOR(A): Paulo Bittencourt
Copacabana 1945
O excerto acima traz uma temática que se relaciona diretamente com um comportamento típico
de um dos personagens da obra Terras do Sem-Fim, de Jorge Amado. Assinale a alternativa em
que o trecho descreve as suas ações no enredo:
a) “E agora estavam ali, na sala dos fundos do cabaré de Nhozinho, jogando aquele pôquer
Juca Badaró cada vez gostava mais do Capitão. Era um tipo dos dele, conversador,
experiente em mulheres, contador de anedotas picantes, vivido. O jogo se dividia entre
os dois.”
b) “Seus olhos estavam cheios de outra visão. Via aquela terra negra, a melhor terra do
mundo para o plantio do cacau. via na sua frente não mais a mata iluminada pelos raios,
cheia de estranhas vozes, enredada de cipós, fechada nas árvores centenárias, habitada
de animais ferozes e assombrações. Via o campo cultivado de cacaueiros, as árvores dos
frutos de ouro regularmente plantadas, os cocos maduros, amarelos.”
c) “Tinha cerca de cinquenta anos e seu rosto, picado de bexiga, era fechado e soturno. As
grandes mãos calosas seguravam o fumo de corda e o canivete com que faziam o cigarro
de palha. Aquelas mãos, que muito tempo manejaram o chicote quando o coronel era
apenas um tropeiro de burros, empregado de uma roça no Rio-do-Braço, aquelas mãos
manejaram depois a repetição quando o coronel se fez conquistador da terra.”
“Ia uma noite lírica lá fora. A poesia da noite chegava até o balcão seboso da venda através
dum pedaço de luar que caia sobre as pedras da rua, as estrelas entrevistas pelas portas
abertas, o longínquo som de um violão que alguém tocava ao mesmo tempo que uma voz
de mulher, morna voz soturna, cantava certa música sobre amores perdidos numa distante
mocidade. Talvez mais que o luar e que as estrelas, que o cheiro pecaminoso dos
jasmineiros no sobrado próximo, que as luzes do navio iluminado, talvez mais que tudo
isso, a voz morna da mulher, que cantava na noite, perturbou os corações cansados dos
homens que dormiam, sentados em caixotes ou encostados no balcão.”
Assinale o trecho da poesia de Paulo Mendes Campos que carrega imagens semelhantes à
retratada anteriormente no romance.
“E, quando já os homens na mata ouviam o ruído dos machados dos adversários no outro lado
do rio, Ilhéus despertou numa manhã com a notícia sensacional que o telégrafo trouxera: o
governo Federal decretara a intervenção no Estado da Bahia. As tropas do exército haviam
ocupado a cidade, o governador renunciara, o chefe da oposição, que chegou do Rio num vaso
de guerra, tomara posse como interventor. Horácio agora era governo, Sinhô Badaró estava
na oposição. O telegrama do novo interventor demitia o prefeito de Ilhéus, nomeava o Dr. Jessé
para o posto. No primeiro navio vindo da Bahia, chegaram o novo juiz e o novo promotor e,
com eles, a nomeação de Braz para delegado do município. O antigo juiz fora designado para
uma pequena cidade do sertão, mas não aceitou e pediu renúncia do cargo. Murmuravam que
ele já estava rico e não precisava mais da magistratura para viver. A "Folha de Ilhéus”
publicou um número especial, a primeira página em duas cores.”
a) Há uma referência histórica à intervenção feita por Getúlio Vargas, durante o Estado
Novo, a qual visava controlar os governos de estados e municípios estratégicos, mas
que no romance é vista apenas como uma medida que fomentou a manutenção da
estrutura coronelista brasileira.
GABARITO
Questão 1 D
Questão 2 D
Questão 3 C
Questão 4 A
Questão 5 C
Questão 6 C
Questão 7 B