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1) "As fulgurantes, vivas cores

De tuas vestes indiscretas

Lançam no espírito dos poetas

A imagem de um balé de flores."

O poeta comparava as roupas coloridas e chamativas da mulher a um buquê de flores, ele dizia que
tais roupas de vivas cores, o trazia a imagem de um balé de flores.

2- Considerada uma das obras-primas da literatura brasileira, "Os Sertões" de Euclides da Cunha,
lançada em 1902, tem forte concepção naturalista pois retrata simplesmente a realidade, sem
ilusões e/ou ficções, do homem no sertão brasileiro e de sua luta para sobreviver nesse lugar.

A obra capta a sinceridade da alma simples e leal do sertanejo, pronto a seguir um líder e a morrer
combatendo a seu lado, analisa as características do solo do sertão nordestino e se preocupa em
caracterizar minuciosamente o sertanejo. Euclides da Cunha apresenta no livro uma clara visão
determinista, que o liga ao Naturalismo e à visão do ser humano como produto do meio em que
vive.

“O sertanejo é, antes de tudo, um forte. Não tem o raquitismo exaustivo dos mestiços neurasténicos
do litoral. A sua aparência, entretanto, ao primeiro lance de vista, revela o contrário. Falta-lhe a
plástica impecável, o desempenho, a estrutura corretíssima das organizações atléticas. É
desgracioso, desengonçado, torto. Hércules Quasímodo, reflete o aspecto, a lealdade típica dos
fracos. Agrava-o a postura normalmente abatida, num manifestar de displicência que lhe dá um
caráter de humildade deprimente. (...) É o homem permanentemente fatigado” (Euclides da Cunha.
Os sertões. 1982, p. 47).

Percebemos que há implícito no discurso de Euclides da Cunha um certo determinismo geográfico


uma contradição entre a aparência física e a capacidade de adaptação ao meio que é característica
do sertanejo.

3- A nova Califórnia, de Lima Barreto

O conto ‘’A nova Califórnia’’ conta a história da chegada de um personagem chamado Raimundo
Flamel, um sujeito misterioso e estranho, a uma pequena e pacata cidade do interior do Rio de
Janeiro chamada Tubiacanga, onde era tudo muito tranqüilo e não ocorriam crimes. Lá ele desperta
admiração por ser um químico conceituado no mundo inteiro.

Raimundo Flamel descobre que pode transformar ossos emouro e após a sua extraordinária
descoberta, resolve procurar três homens conceituados na cidade: O farmacêutico Bastos, que
indicou o Coronel Bentes e o Coletor Carvalhais, a fim de serem testemunhas de sua experiência.

Dias depois, Flamel desaparece misteriosamente, sem deixar vestígios e começam então a ocorrer
crimes misteriosos que assustam a população: os roubos dos ossos do cemitério. Após a descoberta
dos culpados: o Farmacêutico Bastos, o Coletor Carvalhais e o Coronel Bentes e esse último
revelando o grande motivo dos furtos (transformar os ossos em ouro), os moradores de Tubiacanga
deixam os seus princípios e valores de lado e vêem esperança na nova descoberta. Com isso
resolvem na calada da noite ir ao cemitério em busca do precioso material que se transformaria em
ouro. Entretanto, os mortos não são suficientes e por isso os ex-pacatos cidadãos da pequena cidade
começam uma carnificina, fazendo com que ocorresse um massacre e a cidade tivesse mais mortos
do que em 30 anos.
Tubiacanga virou uma cidade fantasma com um único habitante o bêbado da cidade que não havia
participado do horror, pois estava contemplando o Rio Tubiacanga e bebendo sua garrafa de
cachaça.

É um conto que aborda a ganância humana, faz com que o leitor pense e critique a sociedade e a si
mesmo, sendo assim ideal para leitores que gostam de tirar ensinamentos do que leem.

4- Monteiro Lobato foi um escritor e editor brasileiro pré-modernista. Considerado um dos maiores
autores de histórias infantis, sua obra mais conhecida é O Sítio do Picapau Amarelo, composta de 23
volumes.

Como escritor literário, Monteiro Lobato situa-se entre os autores regionalistas do Pré-Modernismo
e destaca-se nos gêneros conto e fábula. Geralmente, o universo retratado pelo escritor são os
vilarejos decadentes e as populações do Vale do Paraíba, no momento da crise do plantio do café.

Suas personagens mais conhecidas são: Emília, uma boneca de pano com sentimento e idéias
independentes; Pedrinho, personagem que o autor se identifica quando criança; Visconde de
Sabugosa, a sabia espiga de milho que tem atitudes de adulto, Cuca, vilã que aterroriza a todos do
sítio, Saci Pererê e outras personagens que fazem parte da inesquecível obra: O Sítio do Pica-Pau
Amarelo, que até hoje encanta muitas crianças e adultos.

Escreveu ainda outras incríveis obras infantis, como: A Menina do Nariz Arrebitado, O Saci, Fábulas
do Marquês de Rabicó, Aventuras do Príncipe, Noivado de Narizinho, O Pó de Pirlimpimpim,
Reinações de Narizinho, As Caçadas de Pedrinho, Emília no País da

Gramática, Memórias da Emília, O Poço do Visconde, O Pica-Pau Amarelo e A Chave do Tamanho.

Fora os livros infantis, este escritor brasileiro escreveu outras obras literárias, tais como: O Choque
das Raças, Urupês, A Barca de Gleyre e o Escândalo do Petróleo. Neste último livro, demonstra todo
seu nacionalismo, posicionando-se totalmente favorável a exploração do petróleo apenas por
empresas brasileiras. "Os trusts sabem que a partir de 1930 o brasileiro cada vez menos se utiliza do
cérebro para pensar, como fazem todos os povos. Sabem que os nossos estadistas dos últimos
tempos positivamente pensam com outros órgãos que não o cérebro - com o calcanhar, com o
cotovelo, com certos penduricalhos - raramente com os miolos." (P. 25)

Alguns anos atrás algumas de suas obras estiveram envolvidas em polêmica sobre racismo.
Publicado em 1933, ''Caçadas de Pedrinho'' relata uma aventura da turma do Sítio do Picapau
Amarelo à procura de uma onça-pintada. A denúncia destaca que, em alguns trechos, a personagem
Tia Nastácia é comparada a uma ''macaca de carvão'' e é descrita como uma pessoa de ''carne
preta''.

"É guerra das boas. Não vai escapar ninguém - nem Tia Nastácia, que tem carne preta. As onças
estão preparando as goelas para devorar todos os bípedes do sítio, exceto de pena." (p.27)

" Sim, era o único jeito. E Tia Nastácia, esquecida de seus numerosos reumatismos, trepou que nem
uma macaca de carvão pelo mastro de São Pedro acima, com tal agilidade que parecia nunca ter
feito outra coisa na vida senão trepar em mastros." (p.45)

Infelizmente em 1948, o Brasil perdeu este grande talento que tanto contribuiu com o
desenvolvimento de nossa literatura.

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