Dom Casmurro é um romance escrito por Machado de Assis, um dos principais expoentes da

literatura brasileira. Publicado em 1899, o livro faz parte do movimento literário do Realismo,
período marcado pela representação fiel da realidade, com a exposição crítica da sociedade.

Machado de Assis, o criador da obra, é um dos maiores escritores brasileiros de todos os

tempos. Além de Dom Casmurro, ele escreveu outros clássicos da literatura brasileira, como
Memórias Póstumas de Brás Cubas e O Alienista. Sua escrita é conhecida por sua ironia,
perspicácia e pela abordagem profunda da psicologia dos personagens.

No enredo de Dom Casmurro, o narrador-personagem Bento Santiago, apelidado de Dom

Casmurro, conta a história de sua vida e de seu amor proibido por Capitu. O romance se passa
no Rio de Janeiro do século XIX e retrata a sociedade burguesa da época, abordando temas
como ciúme, traição e loucura.

Os principais personagens da obra são:

1. Bento Santiago/Dom Casmurro: O narrador e protagonista da história. É um homem idoso e

solitário que relata sua vida, suas memórias e a paixão proibida por Capitu.

2. Capitu: Amiga de infância de Bento Santiago e seu grande amor. É retratada como uma
mulher misteriosa, sedutora e ambígua.

3. Escobar: Melhor amigo de Bento Santiago, torna-se um obstáculo na relação entre Bento e
Capitu.

4. Dona Glória: Mãe de Bento Santiago, é uma figura religiosa e conservadora que exerce
grande influência sobre o filho.

Dom Casmurro recebeu diversas críticas literárias ao longo dos anos. Uma das principais
críticas envolve a interpretação ambígua do enredo, deixando espaço para diferentes leituras
sobre a possibilidade de adultério de Capitu. Além disso, a obra é considerada uma reflexão
profunda sobre a natureza da memória e da subjetividade humana.

No que diz respeito ao movimento literário do Realismo, Dom Casmurro apresenta várias
características desse estilo. O romance retrata a realidade brasileira da época, abordando os
valores e costumes da sociedade burguesa. Além disso, o autor faz uma análise psicológica
minuciosa dos personagens, evidenciando suas motivações e dilemas internos. O Realismo
também se manifesta na escrita objetiva e precisa de Machado de Assis, que foge de
idealizações e romantismos, buscando uma representação mais fiel da sociedade e do
comportamento humano.
O livro "O Cortiço" foi escrito por Aluísio Azevedo e publicado em 1890. O autor foi um
importante representante do movimento naturalista no Brasil, que buscava retratar a realidade
de forma crua e objetiva, explorando o determinismo biológico e social.

Enredo:

"O Cortiço" narra a história de diversas famílias que vivem em um cortiço no Rio de Janeiro do
século XIX. O cortiço é um lugar insalubre e superlotado, onde os personagens são submetidos
a situações de extrema pobreza, miséria e exploração.

O enredo gira em torno de João Romão, um imigrante português que trabalha duro para
adquirir uma pequena venda, que mais tarde se transforma em um próspero comércio. João
Romão é ambicioso e não mede esforços para enriquecer, inclusive explorando seus próprios
moradores do cortiço.

No entanto, o protagonista se apaixona por Bertoleza, uma ex-escrava que retorna ao cortiço
após fugir de seu antigo dono. O relacionamento entre eles se torna uma das principais tramas
do livro, marcada pelo conflito entre o desejo de ascensão social de João Romão e a condição
marginalizada de Bertoleza.

Personagens principais:

1. João Romão: imigrante português, dono do cortiço e principal personagem do livro. É

ambicioso e busca enriquecer a qualquer custo.

2. Bertoleza: ex-escrava que vive no cortiço e tem um relacionamento conturbado com João
Romão.

3. Pombinha: jovem ingênua que mora no cortiço e é explorada sexualmente por uma mulher
mais velha.

4. Jerônimo: trabalhador esforçado, casado com Rita Baiana, uma prostituta que busca se
redimir.

5. Rita Baiana: ex-prostituta que tenta mudar de vida após se casar e ter filhos.

Críticas da obra:

"O Cortiço" foi um livro extremamente polêmico em sua época, principalmente por seu retrato
realista da sociedade e pela abordagem de assuntos tabus, como a prostituição, o vício em jogo
e a exploração dos mais pobres. Aluísio Azevedo foi criticado por mostrar a vida cotidiana da
classe baixa de forma tão crua e sem romantismo.
No entanto, a obra foi também bastante elogiada por sua capacidade de retratar a realidade
brasileira da época, aprofundando-se nos aspectos mais sombrios e complexos da sociedade.
Além disso, foi vista como uma importante crítica aos problemas sociais, à exploração e ao
determinismo biológico.

Características do movimento naturalista:

O movimento naturalista tinha como principais características:

1. Determinismo: a crença de que o destino dos personagens é determinado por fatores

biológicos e sociais.

2. Observação minuciosa: os escritores naturalistas buscavam retratar a realidade com rigor

científico, observando detalhadamente o comportamento humano e o ambiente em que
viviam.

3. Crítica social: a obra naturalista era uma forma de denúncia das condições sociais
degradantes e dos problemas enfrentados pela população mais desfavorecida.

4. Realismo cru: o naturalismo buscava retratar a realidade de forma crua e objetiva, sem
romantizar ou idealizar o cotidiano.

"O Cortiço" incorpora todas essas características, sendo considerado uma das principais obras
do movimento naturalista no Brasil.