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Escola Paulo Freire

Trabalho de literatura

Thallisson Gustavo de Morais Querubino

DOM CASMURRO

Machado de Assis

O Cortiço

Aluísio Azevedo

Primavera do Leste-MT

07 de novembro de 2023
Dom Casmurro é um aclamado romance escrito pelo renomado autor brasileiro Machado de
Assis, considerado um dos maiores expoentes da literatura brasileira e figura central do
movimento realista. Lançado originalmente em 1899, o livro narra a história de Bentinho, mais
conhecido como Dom Casmurro, e aborda temas como amor, ciúme, traição e memória,
situando-se no contexto da época e explorando habilmente a psicologia dos personagens.

Machado de Assis, nascido em 1839, foi um escritor brasileiro incomparável, destacando-se


pela sua originalidade e maestria na escrita. Ele foi um dos primeiros a explorar de forma
profunda a mente humana em suas obras, mergulhando nos aspectos psicológicos dos
personagens e desvendando suas motivações e conflitos internos. Sua narrativa envolvente e
sua escrita refinada renderam-lhe o título de mestre da literatura brasileira.

O enredo de Dom Casmurro gira em torno de Bentinho, desde a sua infância até a vida adulta.
O protagonista apaixona-se por sua vizinha, Capitu, quando ainda eram crianças. Porém, a
relação dos dois é abalada pelas desconfianças de Bentinho, que passa a acreditar que Capitu o
traiu com seu melhor amigo, Escobar.

Os personagens principais são Bentinho, Capitu e Escobar. Bentinho é um homem introspectivo


e amargurado, conhecido como Dom Casmurro devido à sua personalidade fechada e
desconfiada. Capitu, por sua vez, é uma mulher bela e enigmática, objeto do amor e ciúme de
Bentinho. Escobar, o amigo de infância de Bentinho, é um personagem simpático e carismático,
que desempenha um papel crucial na trama.

Dom Casmurro é uma obra que desperta discussões e críticas até os dias atuais. Uma das
principais críticas volta-se para a incerteza em relação à suposta traição de Capitu. Machado de
Assis deixa em aberto se a traição realmente ocorreu ou se foi fruto da paranoia de Bentinho, o
que provoca um debate intenso entre os leitores.

Além disso, o livro é uma representação marcante do movimento literário realista. O realismo,
surgido no século XIX, busca retratar a realidade de forma objetiva, sem idealizações. Em Dom
Casmurro, Machado de Assis retrata com precisão os dilemas, as fraquezas e as ambiguidades
da natureza humana, denunciando as hipocrisias sociais da época.

De forma única, Machado de Assis utiliza uma narrativa em primeira pessoa, em que Bentinho
conta a sua própria história, tornando-o um narrador duvidoso, que nos instiga a refletir sobre
a subjetividade e a falibilidade da memória. A narrativa é pontuada por recuos e digressões,
dando ao enredo uma perspectiva fragmentada e um aspecto de memória seletiva. Machado
de Assis utiliza artifícios como o uso de metáforas, ironias e diálogos engenhosos para explorar
a psicologia dos personagens, revelando suas motivações, desejos, medos e contradições.

Outra característica marcante do movimento realista presente em Dom Casmurro é a crítica


social. Machado de Assis expõe as hipocrisias e desigualdades presentes na sociedade
brasileira da época, especialmente no que diz respeito à posição da mulher na sociedade e ao
papel limitado que lhe era atribuído.

Além disso, a construção dos personagens é notável. Machado de Assis retrata personagens
complexos, multidimensionais e cheios de ambiguidades, mostrando que ninguém é
completamente bom ou mau. Essa abordagem intensifica a reflexão sobre a natureza humana,
levantando questões sobre a verdade, a confiabilidade da memória e as limitações da
percepção humana.

Em suma, Dom Casmurro é uma obra-prima do realismo brasileiro, escrita de forma única por
Machado de Assis. O livro envolve o leitor em um enredo cheio de suspense e ambiguidades,
explorando questões universais como amor, ciúme e traição. Ao mesmo tempo, apresenta uma
crítica social afiada e uma profunda análise psicológica dos personagens. Machado de Assis,
com sua maestria na escrita e sua abordagem singular, consagra-se como um dos maiores
nomes da literatura brasileira e um dos expoentes do movimento realista.

Sobre o livro o cortiço:

O livro “O Cortiço” é uma obra icônica da literatura brasileira, publicada em 1890, escrita por
Aluísio Azevedo. Azevedo, nascido em 1857, foi um importante escritor e jornalista brasileiro,
considerado um dos precursores do naturalismo no país. Além de “O Cortiço”, ele escreveu
diversas outras obras notáveis, abordando questões sociais e humanas.

O enredo de “O Cortiço” retrata a vida em um cortiço do Rio de Janeiro do século XIX. A


história se desenrola em torno do personagem principal, João Romão, um português ambicioso
que constrói um próspero negócio a partir da compra e administração do cortiço. Ao longo da
narrativa, são retratados aspectos da vida dos moradores do cortiço, suas relações
interpessoais, conflitos, amores e desilusões.

Entre os personagens principais, destacam-se João Romão, o protagonista, que representa a


persistência e ambição desenfreada na busca por sucesso financeiro; Bertoleza, a escrava
liberta que se torna amante de João Romão, retratando a opressão presente na sociedade da
época; Pombinha, uma jovem ingênua que se envolve em trágicos relacionamentos amorosos;
e Jerônimo, imigrante português que se apaixona por Rita Baiana, uma mulher sedutora e
manipuladora.
“O Cortiço” recebeu várias críticas, principalmente por abordar de forma franca e realista
temas como a miséria, a prostituição, a decadência moral e a luta de classes. Aluísio Azevedo
foi acusado de imoralidade e de retratar a sociedade brasileira de forma negativa e exagerada.
No entanto, sua abordagem crua e verossímil contribui para uma reflexão profunda sobre as
condições humanas e sociais da época.

A obra é marcada pelo movimento literário naturalista, caracterizado pela ênfase na descrição
detalhada e científica da realidade, incluindo aspectos como hereditariedade, determinismo
social, determinismo ambiental e influência do meio na formação do indivíduo. Além disso, o
naturalismo busca evidenciar os instintos, os desejos e as paixões humanas, bem como os
conflitos gerados por essas forças.

De forma única, podemos dizer que “O Cortiço” nos mergulha na dura realidade dos cortiços e
nos faz refletir sobre as condições de vida das classes menos favorecidas. A escrita de Aluísio
Azevedo é surpreendente, transitando entre a crueza dos acontecimentos e a sensibilidade na
abordagem dos personagens. O livro nos convida a questionar as estruturas sociais e a
perceber como o ambiente pode moldar a vida das pessoas.

Em suma, “O Cortiço” é uma obra singular, que retrata a realidade brasileira da época de forma
crua e impactante. Aluísio Azevedo utiliza uma linguagem detalhada e precisa para descrever o
ambiente sujo, opressivo e insalubre do cortiço, evidenciando as condições precárias em que
viviam os personagens.

Através do naturalismo, Azevedo destaca a influência do ambiente no comportamento e nas


escolhas dos personagens. O determinismo social e o determinismo biológico são retratados
de maneira contundente, mostrando como as condições de vida desfavoráveis e a
hereditariedade impactam na trajetória das personagens.

Além disso, o autor critica a sociedade da época ao evidenciar sua hipocrisia e desigualdade
social. A obra revela a exploração dos trabalhadores, as relações de poder e a corrupção
presentes na sociedade brasileira. Através dos personagens, Aluísio Azevedo expõe os vícios e
as paixões humanas, mostrando como a influência do meio e das circunstâncias molda o
comportamento das pessoas.

Assim, “O Cortiço” é uma obra não apenas narrativa, mas também social e crítica, que nos
convida a refletir sobre as desigualdades sociais, a exploração do trabalho e os impactos do
meio na formação do ser humano. Aluísio Azevedo, através de sua escrita única e envolvente,
nos transporta para dentro do cortiço, mostrando o lado obscuro e pouco explorado da
sociedade da época.
Em suma, “O Cortiço”, escrito por Aluísio Azevedo, é um livro marcante da literatura brasileira.
Com sua linguagem contundente e realista, retrata o impacto do meio, as lutas de classes e as
relações interpessoais no contexto do Rio de Janeiro do século XIX. É uma obra que nos faz
refletir sobre as mazelas sociais da época e, até mesmo, da nossa atualidade.

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