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Graciliano Ramos
Erick de Luca, Gabriel Lanera, Gabriel Yokouchi, Hudson Henrique e Mateus João
INTRODUÇÃO
INTRODUÇÃO
Angústia, escrito entre os anos de 1935 e 1936, foi a terceira obra
publicada por Graciliano Ramos. À época, o escritor vivia em Maceió
(AL) e trabalhava como diretor na Instrução Pública do Estado.
Vencedor do Prêmio Lima Barreto (1936), foi eleito um dos melhores
romances brasileiros por grandes críticos e escritores, tais como
Octávio de Faria, Lúcio Cardoso, Rachel de Queirós e Jorge Amado.
RESUMO
DE ANGÚSTIA
RESUMO
"Angústia" é um romance de Graciliano Ramos que conta a história de Luís
da Silva, um funcionário público no Nordeste brasileiro. O livro explora a
angústia e a alienação de Luís, que vive uma vida monótona e
insatisfatória, envolvendo-se em um relacionamento conturbado com sua
amante, Marina. O romance é uma exploração profunda da psicologia do
protagonista e aborda temas como alienação, culpa e solidão, usando uma
linguagem direta e concisa para transmitir a opressão e o desespero de Luís.
É considerada uma obra-prima da literatura brasileira do século XX.
CONTEXTO HISTÓRICO
DE ANGÚSTIA
CONTEXTO HISTÓRICO
Graciliano Ramos, importante escritor brasileiro do século XX, viveu num
período de grandes mudanças no Brasil e no mundo. Ele testemunhou a
transição do país para uma economia industrial, a crise da Grande
Depressão, e foi um crítico social, abordando temas como pobreza e injustiça
em suas obras. Participou do movimento literário do Modernismo, que
buscava inovação e explorou a identidade brasileira. Sua escrita realista e
sua crítica social o tornaram uma figura destacada na literatura brasileira.
ANÁLISE DA OBRA
FOCO NARRATIVO
Foco narrativo
o sentimento de angústia é o eixo central da narrativa, orientando o enredo, as ações dos personagens e
o estilo de escrita. O romance utiliza o monólogo interior como foco narrativo, permitindo que o
narrador-personagem, Luís, construa os eventos com base em suas lembranças e percepções angustiantes.
Luís se encontra em um estado constante de delírio devido à sua angústia, e suas memórias são confusas e
preenchidas pela imaginação, tornando difícil distinguir o real do irreal. O livro explora a psicologia do
personagem e a maneira como a angústia afeta sua percepção da realidade, culminando em eventos
dramáticos na trama. Esse tipo de análise literária ajuda a compreender como a angústia é um tema
fundamental no romance e como a técnica narrativa, como o monólogo interior, é utilizada para
transmitir o estado mental do protagonista de maneira eficaz.
”Há nas minhas recordações estranhos hiatos. Fixaram-se coisas
insignificantes. Depois um esquecimento quase completo. As minhas ações
surgem baralhadas e esmorecidas, como se fossem de outra pessoa. Penso
nelas com indiferença. Certos atos aparecem inexplicáveis. Até as feições
das pessoas e os lugares por onde transitei perdem a nitidez. Tudo aquilo
era uma confusão, em que avultava a ideia de reaver Marina.”
Havia rosas em todo o canto. Os trastes cobriam-se de grandes manchas vermelhas. Enquanto uma das formigas,
de mangas arregaçadas, remexia a terra do jardim, podava, regava, as outras andavam atarefadas carregando
braçadas de rosas.
Daqui também se veem algumas roseiras maltratadas no quintal da casa vizinha. Foi entre essas plantas que, no
começo do ano passado, avistei Marina pela primeira vez, suada, os cabelos pegando fogo. Lá estão novamente
gritando os meus desejos.”