Num contexto marcado por um cenário político-social extremamente conflitante,
durante a década de 30, a realidade convergia-se em acirrados confrontos entre ideologias capitalistas e socialista, momento de Ditadura, forte censura no país e até mesmo a 2° Guerra Mundial. Num momento como este, é claro, que os autores da época se engajaram em expor opiniões de maneira artística. O autor brasileiro Jorge Amado destacou-se na difusão de seus ideais políticos por meio de suas obras, as quais demarcavam a realidade físico-social brasileira. A exemplo disso, a obra Capitães da Areia permeia marcas do romantismo e neorrealismo, possui aspectos literários de defesa de ideologias do autor - com objetivo de crítica ao sistema capitalista, denunciando as consequências e desigualdades sociais, bem como a representação de grupos marginalizados na sociedade, no livro, representados pelas crianças. Com o decorrer dos capítulos os autor vai desmistificando a visão preconceituosa da sociedade com os grupos marginalizados, demonstrando a realidade, a causa das crianças se encontrarem naquela situação e os motivos que as levaram a realizar os roubos - já que foram abandonadas e precisavam encontrar meios para sobreviver. Sem dúvidas, a última parte do livro me chamou mais atenção pois os personagens ja haviam sido fortemente trabalhados e desenvolvido sentimentos de empatia com estes, mas, ao final, é retratado o destino de cada um, os quais não tiveram em sua maioria um final feliz. Capturados, ou mortos por doença, ao fim, o autor representa o destino de despedida da realidade cruel das crianças.