A segunda geração do Romantismo brasileiro é denominada ultrarromântica ou
byroniana. Fortemente influenciada por autores europeus como Goethe e Byron, os escritores desse grupo produziram obras com certo tom pessimista e depressivo. O exagero sentimental, o macabro e o delírio são marcas presentes nos livros ultrarromânticos. Características Algumas das principais características da segunda geração romântica são: Egocentrismo: Nas obras ultrarromânticas, é notável um claro enfoque no sujeito em detrimento do mundo. Em muitas obras, inclusive, o espaço externo ao “eu” é apenas cenário para a existência da personagem. Em geral, questões de ordem social – tensões do mundo lá fora – não costumam ser abordadas pelos escritores dessa geração. Sentimentalismo exagerado: A idealização amorosa e a projeção de uma mulher perfeita são comuns nas obras da segunda geração romântica. O amor e a amada são quase sempre utopias inatingíveis e, por isso, as personagens e os sujeitos líricos sofrem demasiadamente. Forte tom depressivo: A depressão – ou “mal do século”, como era chamada – era claramente perceptível no discurso presente nas prosas e poemas ultrarromânticos. Tendência a fugas da realidade: Diante de um presente desastroso, marcado pela solidão e pela desilusão amorosa, as personagens e sujeitos líricos da segunda geração romântica apresentavam discursos em que exaltavam o desejo de fugir da realidade. Essa fuga mostrava-se de diversas formas, como mediante o desejo de morrer, por meio da exaltação da boemia desregrada, ou ainda fugindo para a infância. Gosto pelo delírio e pelo macabro: A tematização do grotesco, do macabro e de situações de delírio são comuns em narrativas ultrarromânticas. Ironia romântica: Trata-se de um conceito utilizado para definir um certo comportamento comum entre os autores da segunda geração romântica. Tal comportamento resume-se em apresentar um alto grau de criticidade em relação às próprias produções ultrarromânticas. terceira Geração do Romantismo no Brasil A Terceira Geração do Romantismo no Brasil teve seu início na década 1870. Foi um período marcado por ideias que vieram a partir de uma visão crítica e mais aprofundada da realidade social da época. Nesse momento da literatura brasileira, a estrutura do pensamento eram as ideias abolicionistas, republicanas e liberais. Características da 3ª geração do Romantismo no Brasil 1. Abolicionismo - a poesia desse período volta-se para a defesa da República e do abolicionismo e, com isso, o foco das produções está concentrado nos pobres, marginalizados e negros escravizados; 2. Negação do amor platônico e erotismo – diferentemente das gerações anteriores, a relação amorosa acontece de fato. Os autores dão forma e sensualidade à mulher, que, anteriormente, era vista como um ser intocável, angelical, impossível de ser alcançado; 3. Liberdade – munidos de um sentimento de revolta ante as injustiças sociais, os autores acreditavam que , assim como o condor, tinham a capacidade de olhar de um ponto mais alto as questões sociais e, por isso, informar a sociedade sobre a realidade em que viviam de forma a conscientizá-la do ideal de liberdade, ou seja, eles se sentiam capazes de influenciar a forma de pensar e colaborar para mudanças sociais.