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UNOPAR – UNIVERSIDADE PITÁGORAS

SISTEMA DE ENSINO A DISTÂNCIA


LETRAS – PORTUGUÊS E INGLÊS

THAYNARA DE CASTRO SILVA RAMOS

A LITERATURA PARA ALUNOS DO ENSINO MÉDIO

Cidade
2020
Cidade
2020
Cidade

MANHUAÇU – MINAS GERAIS


2022
THAYNARA DE CASTRO SILVA RAMOS

A LITERATURA PARA ALUNOS DO ENSINO MÉDIO

Projeto de Ensino apresentado à Unopar –


Universidade Pitágoras, como requisito parcial
à conclusão do Curso de Letras: Português e
Inglês.

Docente supervisor: Profª. Drª Idelma Maria


Nunes Porto

Manhuaçu – Minas Gerais


2022
SUMÁRIO

INTRODUÇÃO..............................................................................................................3
1 TEMA.....................................................................................................................4
2 JUSTIFICATIVA.....................................................................................................5
3 PARTICIPANTES...................................................................................................6
4 OBJETIVOS...........................................................................................................7
5 PROBLEMATIZAÇÃO............................................................................................8
6 REFERENCIAL TEÓRICO..................................................................................10
7 METODOLOGIA..................................................................................................15
8 CRONOGRAMA...................................................................................................17
9 RECURSOS.........................................................................................................18
10 AVALIAÇÃO.........................................................................................................19
CONSIDERAÇÕES FINAIS........................................................................................20
REFERÊNCIAS...........................................................................................................21
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INTRODUÇÃO

O presente trabalho tem como objetivo, ressaltar a importância do ensino


da literatura no ensino médio. consiste na elaboração de um plano de ensino onde o
aluno seja um sujeito ativo no processo de ensino aprendizagem, apontando assim
alguns obstáculos encontradas para atuação da atividade do professor, pois as
formações das salas são heterogêneas compostas por alunos de várias
diversidades, sendo o preconceito cultural um dos principais pivôs para problemas
sociais. Diante desse cenário é de suma importância nos dias de hoje a formação do
cidadão crítico e somente através da leitura literária o indivíduo é capaz de
compreender melhor sua realidade e seu papel como sujeito nela inserida, dessa
forma podemos afirmar que a leitura promove maneiras diversas de ver e entender o
mundo.
Literatura é uma área de conhecimento de suma importância pois se trata
de uma manifestação artística, em prosa ou verso, muito antiga que utiliza das
palavras para criar arte. A obra literária atua diretamente em nosso subconsciente,
além, de favorecer o acesso aos diferentes saberes sobre a cultura de povos e
lugares desconhecidos, seja do universo fictício ou real, proporcionando uma
bagagem linguística e social capaz de refletir no caráter da formação humana e
profissional.
Vermos que o cenário para o ensino da literatura no âmbito escolar vê
enfrentando várias “crises” ao decorrer do tempo. É de fato, facilmente visto que
cada vez mais os jovens se afastam do livro literário, buscando refúgio em outros
recursos de apreensão do mundo, mais modernos e atrativos, como a televisão,
computador e, principalmente, o celular.
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1 TEMA

O tema para o desenvolvimento do projeto teve origem nos índices


evidentemente deficitários que estudantes vêm demonstrando em diversas
avaliações nos últimos anos (Pisa, Enem, vestibular, entre outros) além de situações
de sala de aula, no que se refere à capacidade de eficiência em leitura. O estudo da
literatura é essencial para o desenvolvimento do aluno como cidadão consciente e
participativo na sociedade, através da leitura sensata levantamos discussões
mentais sobre um aspecto ou outro, enfrentamos dilemas morais, ampliamos nossos
conhecimentos e opiniões sobre alguma situação ou tema. Esse tema foi escolhido
pois está intimamente ligado a todo processo educativo em geral, a falta de
conhecimento pela leitura literária por parte do professor docente tem deixado cada
vez mais alunos insatisfeitos com as leituras indicadas, causando um grande
distanciamento entre aluno e professor. Após a leitura desse trabalho tenho certeza
que enfatizando as técnicas certas podemos contribuir com a melhoria das aulas de
literatura no ensino médio, pois a leitura do texto literário no ensino médio é, sem
dúvida, muito importante para o aluno nessa fase de sua formação escolar. O texto
literário promove um encontro especial com a leitura, pois através do contato com a
literatura o aluno descobre as múltiplas faces da linguagem, e entra em contato com
diferentes aspectos da Língua Portuguesa. Quanto maior for a diversificação dos
textos literários apresentados aos alunos, maior será a experiência que eles terão
com este universo de singular beleza, magia e emoção.
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2 JUSTIFICATIVA

Escolheu-se esse tema por haver uma preocupação da autora do


trabalho, desde antes do ingresso da vida acadêmica com no curso Letras:
Português e Inglês com início no ensino médio, onde a leitura literária não foi
abordada com clareza, causando um grande impacto no conhecimento sobre as
obras primordiais para o desenvolvimento crítico e coeso. Essa preocupação se
torna ainda mais fervorosa quando inicio o meu estágio no ensino médio.

O papel do professor é mediador de conteúdo, somente ele é capaz


de despertar em seus alunos a necessidade de conhecimento e cada vez mais o
despreparo tem sido um desafio na vida acadêmica. A falta de interesse tem deixado
muitos docentes em estado de alienação, apáticos, acomodados em relação ao ato
de ler e ao trabalho com as obras literárias. As aulas que envolvem a leitura literária
no Ensino Médio vivem um impasse entre o distanciamento da realidade do aluno
com a praticidade imposta pela presença de vestibulares.

Esse trabalho tem como principal objetivo destacar a importância da


literatura dentro da sala de aula no ensino médio. A curiosidade ao longo do
caminho foi se voltando para essa área devido a sua grandiosidade e sua
importância dentro do mesmo, no ponto de vista do acadêmico a literatura é
fundamental para o desenvolvimento.
É importante que o trabalho com o texto literário esteja incorporado às
práticas cotidianas na sala de aula, visto tratar-se de uma forma específica
de conhecimento. Essa variável de constituição da experiência humana
possui propriedades compositivas que devem ser mostradas, discutidas e
consideradas quando se trata de ler as diferentes manifestações colocadas
sob a rubrica geral de texto literário. (PCN, 1998, p. 29).

Trabalhar a literatura em sala de aula é, antes de tudo, mergulhar num mundo


de subjetividade e encantamento, um lugar onde o aluno encontra a
possibilidade de se descobrir, de se reconhecer, de se encontrar. Nesse sentido
a literatura passa a ser um convite a liberdade de expressão, onde os alunos
podem expressar seus sentimentos, descobrir e compreender melhor suas
próprias emoções, indo muito mais além do que períodos, autores e poesias, ela
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abre leques de conhecimentos, sendo assim é fundamental que os alunos


aprendam e pratiquem essa disciplina que é fundamental para o entendimento
cultural e pessoal do ser humano.

3 PARTICIPANTES

O presente trabalho busca apresentar um perfil dos estudantes do


Ensino Médio quanto às suas experiências como leitores e a importância da
leitura para a sua constituição identitária. A pergunta-chave norteadora a ser
refletida foi: quais são as práticas de leitura dos alunos do Ensino Médio e suas
concepções de leitura e de leitor? Partimos da constatação de que as
estratégias didáticas utilizadas em salas de aula do ensino médio não têm
motivado de forma satisfatória a leitura de obras literárias. Para melhor
compreensão do objeto a ser investigado, buscamos refletir sobre a importância
da literatura para a humanização e ainda de como os professores devem investir
em efetivas práticas de letramento literário, que possam contribuir para a
formação leitora de seus alunos.
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4 OBJETIVOS

O presente trabalho pretende analisar o ensino da Literatura desenvolvido na


instituição de ensino que realizei meu estágio, com o objetivo de ampliar a visão e
adquirir condições para uma formulação mais adequada da etapa de coleta de
dados, possibilitando, assim, criar um instrumento de investigação coerente com o
problema e os objetivos, na formação do leitor do texto literário. Assim apontar a
importância dessa reflexão sobre a insuficiência de leitura na escola e o ensino de
Literatura são temas recorrentes em estudos e pesquisas. Inúmeros artigos,
dissertações e teses são publicados diariamente, nos quais refletem acerca da
importância da leitura na escola e fora dela. Consequentemente, os problemas
decorrentes do ensino de Literatura vêm no bojo dessas discussões, em virtude de
serem assuntos intrinsecamente relacionados.
Seguindo desse ponto de partida o objetivo é apontar métodos que podem ser
usados para transformação do ensino da Literatura nas salas de aula do ensino
médio para quebrar o preconceito prévio dos alunos quanto ao estudo das obras
literárias.
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5 PROBLEMATIZAÇÃO

É fácil perceber, em nosso cotidiano escolar, que a disciplina de


Literatura não é a mais interessante para os alunos, pois na maioria das vezes o
conteúdo é exaustivo porque há necessidade de memorizar uma quantidade
irrelevante de informações literárias, além das características de diversas escolas
literárias e contextos históricos isso leva ao aluno uma insatisfação no estudo da
Literatura. É necessário enfatizar também que os alunos de ensino médio, possuem
apenas contato com fragmentos dos textos literários, utilizados para exemplificar as
características literárias de diversas épocas, aumentando cada vez mais o
desinteresse dos alunos, como indica Todorov (2009) em A Literatura em perigo:

[...] o estudante não entra em contato com a Literatura mediante a leitura dos
textos literários propriamente ditos, mas com alguma forma de crítica, de
teoria ou de história literária. [...] Para esse jovem, Literatura passa a ser
então muito mais uma matéria escolar a ser aprendida em sua periodização
do que um agente de conhecimento sobre o mundo, os homens, as paixões,
enfim, sobre sua vida íntima e pública. (TODOROV, 2009, p.10)

Assim detectamos que os problemas que acontecem com o ensino


da Literatura, estão relacionados com a falta de discursão crítica e a escassez
de leituras das obras literárias. Portanto, torna-se palco para reflexões em torno
das Orientações Curriculares Nacionais, destinadas para o ensino médio, com a
intenção de mostrar os principais caminhos existentes no âmbito da orientação
literária.

Analisar através da reflexão e compreensão dos diversos motivos


que no decorrer dos anos estão causando uma imensa crise em relação ao
interesse dos alunos de ensino médio pela Literatura. Com o intuito de observar
a necessidade e a importância de persistir no ensino da literatura, embasados
na análise das Orientações Curriculares para o Ensino Médio. Buscando
identificar e compreender os impasses do ensino de literatura, discutindo a
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respeito das ideias entendidas pelos alunos e pelos professores. Através da


premissa que o ensino da literatura tema função de propiciar o verdadeiro
contato com as obras literárias e incentivar que os discentes sejam motivados a
querer conhecer a respeito das manifestações literárias. Contudo é possível
acreditar no envolvimento real do aluno, possibilidades criadas segundo dos
Parâmetros Curriculares, que enfatiza que o professor deve utilizar a literatura
mesclada com outras áreas, como por exemplo o teatro, com o intuito de
envolver os alunos na disciplina.

Sendo assim, organizamos nosso estudo buscando compreender


quais os fatores que implicam no desenvolvimento do ensino aprendizagem da
leitura na escola e quais as possibilidades de implementar nas aulas de língua
portuguesa um trabalho que vise a leitura em primeiro lugar.
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6 REFERENCIAL TEÓRICO

Leite (1988, p. 12) expõe uma significação para o texto literário: O


texto literário [...] não só exprime a capacidade de criação e o espírito lúdico de
todo ser humano, pois todos nós somos potencialmente contadores de histórias,
mas também é a manifestação daquilo que é mais natural em nós: a
comunicação.

Segundo Lajolo (2001), outro aspecto a ser destacado na leitura é a


percepção dos elementos de linguagem que o texto manipula. Dessa maneira, a
leitura literária permite ao indivíduo descobrir-se em seu papel de interação com o
texto. Para isso, a escola deve promover o “encontro” entre leitor e texto, permitindo
que esse leitor se reconheça na obra, sinta que sua cultura pode estar vinculada
com o texto lido. Sendo assim, para iniciar a formação do leitor, é assaz importante
oportunizar a leitura de textos literários próximos à sua realidade, pois quanto mais
familiaridade o texto despertar no leitor, mais haverá predisposição para a leitura,
suas expectativas estarão sendo priorizadas em relação ao ensino da literatura.
Rocco (1992) nos lembra que a literatura, hoje, já não é a maneira mais difundida
para explicar o mundo e para transmitir valores; vivemos num tempo de imagens, no
qual o signo linguístico já não tem o mesmo valor significativo de outrora. Sendo
assim, em meio a essa competição entre os variados veículos de comunicação, a
literatura precisa fazer a diferença como produto vivo e integral do espírito humano,
ela precisa ser atraente aos olhos de nossos estudantes, já tão acostumados ao
mundo dos recursos midiáticos, ao mundo da técnica e da automação. Os textos
selecionados devem ser motivadores, instigantes e o professor será o responsável
pela aceitação ou não desse tipo de atividade, é ele quem vai selecionar as leituras
que mais se adaptam aos seus alunos. Segundo Rocco (1992), o ensino da
literatura deve ser conduzido de tal forma que se perceba do que nossos alunos são
capazes em termos sociais, afetivos e mentais e a partir disso possamos definir as
escolhas e o nível de aprendizagem que queremos. Para Larrosa (2000), lemos para
descobrir o que o texto “pensa”; então, quando lemos, estamos sendo habilitados a
“pensar”. Esses critérios ajudarão a trabalhar com a literatura com objetivo de
valorizar o que o texto traz de novo, bom, interessante e não privilegiar apenas
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biografias de autores, características de escolas literárias, totalmente isolados de


uma consciência histórico-social, em detrimento do texto em si. É importante que o
professor estabeleça um elo de ligação entre o aluno e o texto literário, e a partir daí,
que os novos leitores encontrem-se consigo e com os outros seres. Segundo Silva
(1985, p. 58, grifo do autor) “um dos objetivos básicos da escola é o de formar o
leitor crítico da cultura – cultura esta encarnada em qualquer tipo de linguagem,
verbal e/ou não verbal.” O que se tem visto é que o professor, muitas vezes,
atrapalha essa interação, ditando as regras que considera as mais convenientes,
utilizando as estratégias mais maçantes, com estudos intermináveis de
características de escolas literárias e de biografias de autores que não tem tido outro
objetivo além da informação em si mesma. Não se pode negar a importância dos
estudos promovidos pela história literária, afinal, como reforça Leite (1988), as
funções da literatura só ganham sentido se forem discutidas em relação a
circunstâncias históricas; porém, estes estudos devem ser efetuados de tal maneira
que concorram com a análise e apreciação dos textos literários, verificando a
recepção do texto, as condições de produção e demais fatores intimamente ligados
a uma leitura mais aprofundada. Não se deve tratar o texto como um objeto sagrado,
mas sim, como um espaço simbólico de linguagem, no qual se entrecruzam vários
discursos e saberes.

Entendemos que a metodologia de ensino de qualquer disciplina é


essencial para despertar o interesse do aluno. Desta maneira, o modo como se
ensina literatura deve despertar no discente o habito de ler, e é por meio da leitura
contínua que os indivíduos conseguem, de forma efetiva, atribuir sentido ao que
leem. Portanto, o aluno de ensino médio que possui o hábito de leitura, naturalmente
pode ser um leitor literário e, consequentemente desenvolver a sua autonomia,
ampliando as possibilidades de aquisição de conhecimentos em todas as áreas.

Nessa perspectiva, a literatura abre para o leitor caminhos para


entender melhor o mundo, desenvolvendo habilidades que só é possível alcançar
por meio da exploração das obras literárias em seus diversos formatos. Além disso,
a interação e curiosidade com os textos é uma exigência para despertar o gosto pela
leitura. A frequência da leitura pode acontecer quando o ensino da literatura vai além
das estruturas metódicas pré-estabelecidas atuais, desta maneira, defendemos que
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o ensino da literatura nos anos finais da educação básica deve ser atrativo para que
o aluno adquira o desejo e o gosto pela literatura e que esta passe a fazer parte de
seu cotidiano. Desse modo, acreditamos que a curiosidade e a interação com textos
propostos pelos professores são capazes de despertar o interesse nos alunos.

Segundo Zilberman (2009), o aprendizado da Literatura está ligado


ao desenvolvimento da vontade de ler, do incentivo a leitura. A leitura literária
consiste em uma base nítida para o desenvolvimento da percepção cultural do
aluno. Pois a leitura literária necessita de uma teor crítico que possibilita a
participação do leitor, assim o leitor pode acrescentar suas vivencias, estabelecendo
um elo entre a literatura e o leitor, e seriam essas as possibilidades para a
desenvoltura para que os alunos tenham vontade de ler. O ensino da Literatura,
como de qualquer outra disciplina que exija a leitura, tem como princípio ternar o
aluno em leitor fluente e interessado no habito de ler. Contudo para que o aluno que
sabe ler, se transforme em um leitor, precisa de um mediador, que seria o professor,
incentivando a leitura como algo agradável, mostrando a possibilidade de novas
perspectivas acerca das coisas, permitindo adquirir um senso crítico diante do
mundo. As obras literárias é um importante passo na vida escolar.

[...] os recursos à literatura pode desencadear com eficiência um


novo pacto entre os estudantes e os textos, como entre o aluno e o
professor. Nesse caso, trata-se de estimular a vivência única com a
obra, visando o enriquecimento intelectual do leitor, sem finalidades
precípuas ou cobranças ulteriores. Já que a leitura é uma descoberta
do mundo, procedida segundo a imaginação e a experiência
individual, cumpre deixar que este processo se viabilize na sua
plenitude. [...] (ZILBERMAN, 2009,p.35)

Ziberman (2009), também propõe que a Literatura deve ser


introduzida através da leitura das obras literárias no ambiente de sala da aula,
com a intenção de buscar o contato do aluno com o texto, ampliando os limites
entre ambos. Além disso, acrescenta que a literatura deve ser pensada e
interpretada como meio de fruição, tendo a capacidade de incentivar o aluno,
que se tornar um possível leitor a fazer a leitura, mesmo sem um ponto de
partida ou uma obrigação escolar, acreditando na finalidade de transformar o
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aluno em leitor.

Diante desse quadro e acreditando na importância do ensino de


literatura para a formação humana e cidadã, traremos uma discussão sobre o
que é literatura, quem é o leitor e sobre a importância de as escolas efetivarem
práticas de letramento literário que oportunizem aos alunos uma experienciação
estética bem como o despertar do senso crítico, a formação ética e a autonomia
intelectual.

Concebida como um fenômeno artístico, a literatura recria


ficcionalmente a realidade e por meio dela nos apoderamos e nos empoderamos
de nossa realidade sociocultural. Daí que seu ensino deve ser globalizante e
transformador, de tal modo a possibilitar a construção de novos significados e a
adoção de um posicionamento crítico diante da realidade. Sob esse viés, a
literatura pode ser definida como:
[...] um fenômeno estético. É uma arte, a arte da palavra.
Não visa a informar, ensinar, doutrinar, pregar, documentar.
Acidentalmente, secundariamente, ela pode fazer isso, pode
conter história, filosofia, ciência, religião. O literário ou
estético inclui precisamente o social, o histórico, o religioso,
etc., porém transformado em material estético. (COUTINHO,
2008, p. 23).

A literatura, sob esse viés, possibilita que o sujeito leitor compreenda


melhor sua condição de estar no mundo, reflita sobre suas próprias
experiências, conscientize-se da importância de atuar em função de uma
transformação pessoal e do contexto sociocultural no qual está inserido.
Enfatiza-se, nesse sentido, o caráter humanizante e libertário da literatura,
conforme assevera Antônio Candido:

Ao confirmar e negar, propor e denunciar, apoiar e combater,


a literatura possibilita ao homem viver seus problemas de
forma dialética, tornando-se “bem incompreensível” , pois
confirma o homem na sua humanidade, inclusive porque atua
em grande parte no subconsciente e no inconsciente
(CÂNDIDO, 1995, p. 243).
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Tendo como base esses conceitos, apresentamos a seguinte questão:


que leitor queremos formar? Um leitor que apenas tenha contato com a parte
estrutural da literatura; ou um leitor que consiga absorver tudo que uma obra
tem, além do enredo? Segundo Todorov (2010), o ensino tradicional de literatura
compreende dois eixos: o ensino da parte estrutural da literatura, que envolve as
partes de um texto (enredo, clímax, etc.); e o da humanística, que envolve os
significados que o autor almeja passar com o texto. Porém atualmente, por
motivos utilitários, que envolvem o fato de o aluno do ensino médio ter de ser,
teoricamente, preparado nas escolas para fazer o Exame Nacional do Ensino
Médio - ENEM, o caráter estrutural da literatura tem sobreposto ao seu caráter
humanitário. Cosson (2007) afirma que, quando o foco dos estudos passa a ser
o uso de cânones da literatura brasileira para comprovar estilos de época e
biografia de autores, esse estudo não só está deixando de cumprir o verdadeiro
papel da literatura, como também está tirando a liberdade e prazer dos alunos,
uma vez que, de forma geral, essas leituras são obrigatórias e sem
consentimento dos mesmos.

Todorov (2010) justifica o título da sua obra “ A literatura em perigo”,


considerando que isso ocorre devido a duas principais causas: a primeira é que
ela pode e está sendo usada por determinadas classes sociais para causar
alienação, pois alguém que pensa pode representar um perigo para governos
corruptos; a segunda se refere ao fato de que o caráter humanitário da literatura,
o qual permite uma comunicação entre leitor e o autor da obra, está sendo
sobreposto por seu caráter estrutural. Porém, para ele, essa parte humanitária
da literatura é tão importante quanto a sociologia e a filosofia, pois, enquanto
estas usam e tratam conceitos como universais, a literatura costuma usar e
tratar conceitos individuais.

Dessa forma podemos afirmar que a literatura deve formar um leitor


crítico, capaz de criar seu próprio significado, mostrando a liberdade de criar seu
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próprio pensamento, isso acontece porque a leitura é caracterizada por um


processo que o leitor realiza através da compreensão e interpretação de textos.
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7 METODOLOGIA

A metodologia utilizada é a da pesquisa-ação. Segundo Kemmis e


MC. Taggart (1988), esse modelo de pesquisa se caracteriza por ser desenvolvida
pelo próprio professor/pesquisador e não por um pesquisador externo, que apenas
observa, descreve e compreende o fenômeno e por ser colaborativa, pois as ações
do professor/pesquisador e dos orientandos estão inseridas no contexto a ser
pesquisado.

Para orientar a pesquisa, utilizamos a seguinte pergunta-chave:


Quais são as dificuldades no ensino da Literatura para os alunos do Ensino Médio e
práticas de ensino podem ser adotadas para melhorar suas concepções de leitura e
de leitor? A hipótese subjacente é de que as estratégias didáticas utilizadas em
salas de aula do ensino médio não têm motivado satisfatoriamente a leitura de obras
literárias.

Inicialmente investigamos como está sendo feita a abordagem de


ensino dos professores de literatura no ensino médio e se o método adotado tem
ajudado e incentivado a formação do habito de leitura nos alunos, constatamos que
a Literatura real da sala de aula passa bem longe do que o esperado para alcançar
os gosto dos alunos pela disciplina, a matéria na maioria das vezes é transmitida por
uma infinidade de textos, fragmentos e autores taxados e classificados de épocas
literárias. O embasamento é sempre realizado através do livro didático sendo
escasso o uso de materiais de apoio do professor, o que enfraquece o incentivo para
que o aluno tome gosto pela leitura da literatura, acredita- se que na maioria dos
casos os alunos apenas leem resumos, esperando uma explicação do professor
parafraseando essas leituras obrigatórias. Por ser o Ensino Médio a preparação para
o acesso do aluno a universidade, dessa maneira os educadores muitas das vezes
busca ampliar de forma quantitativa de informações em torno da literatura, tornando
o processo de aprendizagem do aluno algo cansativo e ineficaz.. Pesquisamos
também uma forma de fomentar a constância da leitura no aluno de ensino médio
por meio de práticas de leitura que estejam mais acessíveis e de acordo com seus
hábitos para tentar despertar o interessa pelo aprendizado da Literatura.
Posteriormente seguimos analisando as práticas de leitura de alunos do Ensino
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Médio e as suas representações sobre o que é leitura e o que é ser leitor, o tipo de
obras literárias lidas atualmente e a importância de tais obras para a sua
constituição identitária. Esse objetivo geral se desdobrou nos seguintes objetivos
específicos: apresentar os pressupostos teórico-metodológicos que constituem um
quadro de referência sobre leitura, literatura, experimentações estéticas e
subjetivação; criar uma relação entre as práticas de leitura realizadas por alunos do
Ensino Médio e narradas por eles; categorizar as representações de leitura e de
leitor internalizadas pelo público objeto da pesquisa; e apresentar propostas de
trabalho relacionadas à leitura literária e que considerem a experienciação e a
exploração do potencial emocional dos alunos-leitores.

Assim verificamos que a literatura está em um imenso processo de


crise, em relação ao aprendizado no contexto do Ensino Médio. Todavia mostramos
a importância de aprender a Literatura no Ensino Médio, enfatizando as devidas
orientações relacionadas com os Parâmetros Curriculares Nacionais, que nos
embasa nesse trabalho.
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8 CRONOGRAMA

ETAPAS SETEMBRO
1ª 2ª 3ª 4ª
SEMANA SEMANA SEMANA SEMANA
Revisão da
x x x x
literatura
Elaboração dos
instrumentos
x x
de coleta de
dados
Seleção dos
x
participantes
Observação em
x x x
sala de aula
Análise dos
x x
dados
Redação da
X x x
pesquisa
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9 RECURSOS

Pesquisa conduzida com os alunos do ensino médio da Escola Xenofonte


Mercadante, para realização da presente pesquisa recorreu aos recursos
humanos, sendo eles constituídos de:
 Professores
 Gestão escolar
 Direção
 Pais/responsáveis
 Corpo discente

Entre os recursos matérias podemos elencar:


 Quadro
 Giz
 Livros literários
 Data - show
 Materiais dos alunos ( caderno, lápis, borracha, apostilas)
 Celular
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10 AVALIAÇÃO

A avaliação dessa proposta ocorrerá no decorrer de todo o projeto e se


realizará por meio do monitoramento das ações desenvolvidas pelos alunos. A
avaliação será contínua e processual através de observação  diária promovendo
registros das atividades vivenciadas ao longo do projeto de acordo com a
participação, interesse e desenvolvimento de cada aluno, individualmente e
coletivamente.
Esse monitoramento se constitui numa importante ferramenta para o
acompanhamento das ações desenvolvidas pelos profissionais da escola,
promovendo a observação da coerência do plano de aula da disciplina de
Literatura.
De forma espontânea a avaliação corroborará o potencial dos estudantes em
relação aos estudos literários, bem como a capacidade de mudança de
comportamento mediante ao conhecimento adquirido durante todo o processo.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Quando escolhi esse tema sabia do meu objetivo criar alunos


críticos capazes de mudar o mundo, essas possibilidades veem através da literatura,
conhecimento do mundo através das páginas de bons livros. A Literatura é uma área
de conhecimento de suma importância para a formação e desenvolvimento humano,
não somente pela gratuidade e entretenimento que a ficção proporciona, mas por
possibilitar aos leitores refletirem sobre si e sobre o mundo, porque vivenciam
situações que são da ficção, mas que tem inspiração na condição humana. Por isso
os textos literários deixam em cada um de nós uma bagagem de experiências que
nos define como leitores e que se refletem em nossa formação humana e
profissional.
Compreendemos que a escola, apesar de seus esforços, da
criatividade dos professores e de sua formação continuada e da criação de projetos
de leitura e de cultura, ainda não tem contribuído de forma eficaz para a formação
de leitores proficientes, inclusive de textos literários devido ás práticas que ainda
estão muito fundamentadas na periodização das escolas literárias.

O ensino da leitura literária envolve o exercício de reconhecimento


das singularidades e das propriedades compositivas que matizam um tipo particular
de escrita. Cabe, portanto, à escola formar leitores capazes de reconhecer as
sutilezas, as particularidades, os sentidos, a extensão e a profundidade das
construções literárias. Essa visão sobre a importância do texto literário na escola
suscita práticas de sala de aula voltadas para o letramento dos alunos de modo a
ampliar as competências mais significativas para as atividades sociais. Verificando
assim a importância e como se faz abordagem da literatura na escola, como forma
de refletir e propor novos métodos de ensino, para promover cidadãos conscientes,
questionadores e praticantes da leitura literária dentro e fora da escola.
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REFERÊNCIAS

AGUIAR,Vera Teixeira de; BORDINI, Maria da Glória. Literatura: a formação do leitor


– alternativas metodológicas. Porto Alegre: Mercado Aberto, 1993.

CANDIDO, Antonio. Vários escritos: o direito à literatura. 3ª ed. São Paulo: Duas
Cidades, 1995.

COUTINHO, Afrânio. Notas de teoria literária. Petrópolis: Vozes, 2008.

PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS: LÍNGUA PORTUGUESA. Brasília:


1998 http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/portugues.pdf Acesso em: 05
nov.2017.

TODOROV, Tzvetan. A literatura em perigo. Rio de Janeiro: DIFEL, 2009.

ZILBERMAN, Regina; Rösing, Tania M. K. Escola e Leitura: velha crise, novas


alternativas. São Paulo: Global, 2009.

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