Obras famosas do Machado de Assis

As obras do Machado de Assis retratam os acontecimentos que se passavam na cidade carioca

da época. Sendo assim, há passagens como as diferenças de classes sociais, a escravidão, a
política brasileira da época e entre outros. Além disso, como Machado de Assis é um dos
principais escritores do Realismo no Brasil, percebe-se essa passagem do Romantismo para o
Realismo. Logo, as obras, apesar muitas serem de romance, não vão idealizar as mulheres
tanto quanto o último movimento literário.

“Memórias póstumas de Brás Cubas”, publicado em 1881, a publicação desse romance é

considerada o marco inicial do Realismo no Brasil. O contexto histórico que dialoga com o
romance Memórias póstumas de Brás Cubas é o de um Brasil construindo sua urbanidade,
principalmente na cidade do Rio de Janeiro, capital nacional no período. De modo geral, a obra
de Machado de Assis retrata os tipos e cenas comuns dessa sociedade carioca. A libertação
dos escravos, em 1888, e seus efeitos na vida urbana, assim como a reestruturação política
brasileira a partir da Proclamação da República, em 1889, são alguns dos fatos históricos que
permeiam o livro machadiano.

“Dom Casmurro”, o romance tem esse nome, pois o narrador recebe o apelido de “Dom
Casmurro”, criado por um jovem poeta. Narrado em primeira pessoa, o protagonista Bento
revela sua história de amor e o drama de sua vida ao se apaixonar por sua vizinha: Capitu. É
possível notar a ironia do autor e a crítica à sociedade brasileira da época em várias passagens.
Temas como o amor, o ciúme, o caráter e a traição são destacados nesta obra. Além disso, é
possível perceber questões de diferenças de classes sociais, considerando que a família de
Bento era abastada e a de Capitu era pobre.

“A mão e a luva”, o enredo gira em torno da personagem Guiomar, uma jovem ambiciosa que
busca ascender socialmente por meio do casamento. Machado de Assis explora a psicologia
dos personagens, revelando suas motivações, desejos e conflitos internos. O contexto histórico
da obra é a sociedade carioca do século XIX, marcada por uma rígida hierarquia social e pela
influência da elite econômica e intelectual. Machado de Assis retrata a busca por status social e
a valorização da aparência e das convenções sociais. O autor questiona a busca obsessiva pelo
sucesso social, demonstrando que a ambição e a manipulação podem levar a consequências
negativas. Além disso, Machado de Assis apresenta uma reflexão sobre o amor verdadeiro e o
ideal romântico. Estevão, o poeta romântico apaixonado por Guiomar, é contraposto a Jorge, o
pretendente rico e influente. O autor questiona se o amor idealizado é compatível com a
realidade e se é possível conciliar o sucesso social com a felicidade verdadeira.

“Helena”, a trama se passa no século XIX. A história transcorre em uma sequência linear; ela se
inicia com o falecimento de um dos personagens, O Conselheiro Vale, e encerra com a morte
da protagonista, Helena. É marcado por um humor tipicamente britânico, meio discreto,
perpassado por um tom irônico, negativista, sombrio. A cidade do Rio de Janeiro é o cenário
principal. Além disso, há a chácara do Andaraí, onde morava o Conselheiro Vale. O Dr.
Camargo, médico da família, mora no Rio Comprido; a amante do Conselheiro e mãe de
Helena, protagonista da trama, residia em São Cristóvão. No livro algumas passagens
transcorrem na região central da metrópole e outras se passam na escola frequentada pela
personagem principal, localizada em Botafogo.