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Realismo

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2ª Série
Professora: Eliane Mello
CONTEXTO HISTÓRICO

O Realismo, no Brasil, nasceu em consequência da crise criada com a decadência


econômica açucareira, o crescimento do prestígio dos estados do sul e o
descontentamento da classe burguesa em ascensão na época, o que facilitou o
acolhimento dos ideais abolicionistas e republicanos.

O marco do Realismo no Brasil é a publicação, em 1881, da obra realista


Memórias Póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis, e da naturalista O
Mulato, de Aluísio Azevedo, influenciados pelo escritor português Eça de Queirós,
com as obras O Crime do Padre Amaro (1875) e Primo Basílio (1878).
REALISMO

Os realistas queriam focalizar os fatos tal qual se apresentavam em seu lado mais
sombrio, despindo a ficção da fantasia. Deixam de lado as aparências para procurar
as essências, desmistificando as hipocrisias da sociedade.

A investigação da sociedade e dos caracteres individuais é feita “de dentro para


fora”, isto é, por meio de uma análise psicológica capaz de abranger toda sua
complexidade, utilizando entre outros recursos a ironia, que sugere e aponta, em vez
de afirmar.
Machado de Assis

Machado de Assis (1839 – 1908) é o grande representante do Realismo no


Brasil e considerado o “O analista da alma humana”.
Poesia: discreta, sem arrebatamentos, reflexiva e densa, mas quase carente de
emoções e vibração.

R•omance: “não quis fazer romance de costumes” os romances são


de
observação psicológica e o interesse como móvel principal das ações
humanas.
Características da ficção machadiana

•Ruptura com a narrativa linear: não segue um fio lógico ou cronológico e sim um

ordenamento interior.
•Organização metalinguística do discurso narrativo: Machado assume a posição

de quem escreve e ao mesmo tempo se vê escrevendo. O narrador comenta com o


leitor a própria escritura do romance.
•O universalismo: seu interesse jamais recaiu sobre a cor local e buscou o universal,

a essência e aparência humana na sociedade de seu tempo.


Primeira fase: romântica

Apresenta traços da estrutura formal da estética romântica, mas também a crítica à


hipocrisia, à valorização das aparências e dos interesses financeiros.
Essa estrutura demonstra uma intenção evidente de divertir e moralizar, muito presa
à forma imposta pelo folhetim.
 Ressurreição (1872)
 A mão e a luva (1874)
 Helena (1876)
 Iaiá Garcia (1878)
Segunda fase: realista

•Análise dos interesses obscuros que marcam as relações humanas, da vaidade, do


convencionalismo e da prevalência do poder financeiro.
•Em geral, os romances dessa fase rompem com a ordem cronológica da narrativa,
nas digressões feitas pelo narrador e na análise psicológica das personagens.
•Os romances concentram-se na falsidade da vida depois do casamento, marcado
pela traição. As relações humanas são sempre motivadas pelo interesse.

 Memórias póstumas de Brás Cubas (1881)


 Quincas Borba (1891)
 Dom Casmurro (1899)
 Esaú e Jacó (1904)
Contos

• “O alienista”
• “O espelho”
• “A igreja do diabo”
• “Cantiga de esponsais”
• “Noite de almirante”
• “Missa do galo”
• “A cartomante”,
• “Uns braços”
• “Um homem célebre”
• “A causa secreta”
• “O enfermeiro”
• entre outros.
O estilo de Machado de Assis

Machado extrapola os limites da escola realista ao utilizar as seguintes


técnicas:

• O narrador em 1ª pessoa.

• Fuga ao determinismo e à descrição exterior exagerada.

• Tempo psicológico (quebra da linearidade do enredo).

• Linguagem ambígua, irônica.

• Visão pessimista sobre o homem.

• Digressão: diálogo com o leitor e metalinguagem.

• Mulher não idealizada, mostrada com defeitos e qualidades.

• Amor e outros sentimentos subordinados aos interesses sociais.

• Casamento como instituição falida, contrato de interesses.

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