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Proza Romântica e

o Realismo
Prof. Evelyn Assis De Souza
01
Proza
Romântica
Urbana, Regionalista, Histórica e Indianista
Proza Urbana
Temas e características Principais autores
• Melodramática; • Joaquim Manuel de Macedo (1820-
• Amor idealizado; 1882);
• Mulher idealizada; • José de Alencar (1829-1877);
• Público-alvo feminino; • Manuel Antônio de Almeida (1830-
• Espaço da ação: Rio de Janeiro; 1861).
• Divulga os valores morais burgueses;

• Representação dos costumes da elite


burguesa;
• Herói ou heroína enfrenta obstáculos
para encontrar a felicidade.
Principais obras
Joaquim Manuel de Macedo;
• A moreninha (1844) e A luneta mágica (1869);

José de Alencar
• Lucíola (1862) é Senhora (1975);

Manuel Antônio de Almeida


• Memória de um sargento de milícias (1854);
Proza Regionalista
Temas e características Principais autores
• Amor idealizado; • José de Alencar (1829-1877);
• Mulher idealizada; • Visconde de Taunay (1843-
• Uso de termos regionais; 1899);
• Herói nacional: o homem do interior; • Franklin Távora (1842-1888);
• Cor local: características culturais e • Bernardo Guimarães (1825-
regionais; 1884);
• Paisagens e personagens típicos de • Maria Firmina dos Reis (1822-
regiões brasileiras; 1917).
• Sociedade rural e patriarcal, com valores
distintos da urbana;
• O herói é um homem rude que enfrenta
as dificuldades do espaço em que vive.
Principais obras
José de Alencar
• O gaúcho (1870), O tronco do ipê (1871), Til (1871) e O sertanejo (1875).
Visconde de Taunay
• Inocência (1872).
Maria Firmina dos Reis
• Úrsula (1859).

Bernardo Guimarães
• A escrava Isaura (1875).
Franklin Távora
• O Cabeleira (1876).
Proza Histórica
Temas e características Principal autor
• Amor idealizado; • José de Alencar
• Mulher idealizada;
• Caráter nacionalista;
• Tempo da narrativa é sempre o tempo Principais obras
passado;
• Temática central associada a um ou mais Iracema (1865), As minas de
fatos históricos; prata (1866) e A guerra dos
• personagens ficcionais; mascates (1873).
• Fatos históricos são essenciais na
construção do enredo, não apenas pano de
fundo.
Prosa Indianista
Temas e características Principal autor
• Amor idealizado; • José de Alencar
• Mulher idealizada;
• Figura heroica: índio brasileiro; Principais obras
• Floresta como símbolo nacional;
• Idealização da natureza; • O guarani (1857), Iracema (1865)
• Reconstituição do passado histórico brasileiro; e Ubirajara (1874), de José de
• Cor local: características geográficas e Alencar.
culturais;
• Miscigenação como símbolo de harmonia entre
colonizado e colonizador;
• Vassalagem amorosa: indígena (vassalo),
senhor ou senhora (suserano/ suserana).
02
Realismo
Segunda escola literária da Era Nacional
O Realismo é a escola literária que analisa a realidade.
Tem origem na França e, no Brasil, surge depois do
Romantismo e antes do Simbolismo, compreendendo os
anos 1881 a 1893 - o mesmo período em que o
Naturalismo e o Parnasianismo também ocorreram.
Marcado pelo objetivismo, pela veracidade e pela
denúncia social, o Realismo brasileiro tem início com a
obra de Machado de Assis “Memórias Póstumas de Brás
Cubas”, publicada em 1881.
Contexto Histórico no Brasil
O país passava pelo processo do abolicionismo, um
movimento que tinha surgido na Europa e promoveu o
fim da escravidão brasileira em 1888.
Na mesma altura, em 1889, ocorre a Proclamação da
República.
É nesse cenário, influenciado pelo Positivismo, pelo
Socialismo e pelo Marxismo, que se desenvolvem ao
longo dos anos 1800, que o Realismo surge no Brasil.
O Realismo no Brasil dá enfoque ao homem, ao seu
cotidiano e à crítica social. Assim, por meio de uma
linguagem simples e objetiva, as obras são ricas na
descrição de detalhes - características que visam
aproximar o leitor o mais possível da realidade.
Características

1. Oposição aos ideais 2. Retrato fidedigno


românticos da realidade
O realismo foi um movimento oposto Os realistas representavam a
ao Romantismo, escola literária arte a partir de temas
anterior que tinha como principais relacionados com a realidade
características a subjetividade, o social e cotidiana.
individualismo, a fuga da realidade e a Assim, eles buscavam retratar
idealização da vida e de seus de maneira mais fidedigna os
personagens. aspectos da realidade, seja pelo
Desse modo, os artistas realistas cotidiano massacrante ou pelas
buscam demonstrar a realidade tal infiéis relações amorosas e
como ela é, ou seja, sem as sociais.
características românticas.
Características

3. Busca do Objetivismo
4. Cientificismo e
Materialismo
Caracterizado por opor-se às ideias O realismo surge num período
românticas, os artistas desse período marcado pela agitação política, social
buscavam retratar a sociedade de maneira e cultural. Nesse momento, há uma
mais real, sem idealizações e revolução das ideias e isso influenciou
subjetividade. diretamente no movimento.
A literatura realista faz críticas aos valores Destaca-se o pensamento científico-
burgueses e as instituições da época, como filosófico marcado por diversas
o casamento e a igreja. correntes (positivismo, determinismo,
Alguns temas explorados desse universo socialismo, liberalismo e o
são: a hipocrisia, a fraqueza humana, o darwinismo), além do maior apreço
egoísmo, a falsidade, os adultérios, o pelas coisas materiais (materialismo)
casamento por interesse, a impotência do associada à ideia de progresso.
ser humano diante das instituições, etc.
Características

5. Veracidade e 6. Linguagem descritiva e


contemporaneidade detalhada
Os artistas realistas estavam preocupados Os escritores do momento possuíam
em apresentar uma realidade uma linguagem repleta de detalhes,
contemporânea segundo a veracidade dos com muitas descrições de ambientes e
fatos. personagens.
Por esse motivo, a grande preocupação Além disso, eles prezavam por uma
estava voltada para o presente. Logo, o linguagem culta, clara, direta, objetiva
foco principal era analisar, compreender, e impessoal.
criticar e transformar essa realidade.
Características

7. Crítica aos valores 8. Temas urbanos, sociais


burgueses e instituições sociais e cotidianos

A literatura realista faz críticas aos Preocupados em retratar a realidade, os


valores burgueses e as instituições da temas cotidianos, sociais, urbanos são
época, como o casamento e a igreja. os mais explorados pelos escritores
Alguns temas explorados desse realistas.
universo são: a hipocrisia, a fraqueza
humana, o egoísmo, a falsidade, os
adultérios, o casamento por interesse,
a impotência do ser humano diante
das instituições, etc.
Características

9. Personagens comuns e 10. Denúncia Social


não idealizados
Na escola realista, os personagens Os escritores realistas focaram em
possuíam características reais e não eram denunciar os problemas sociais,
idealizados, íntegros e coerentes como políticos, econômicos e culturais da
eram mostrados no movimento anterior época, os quais afetavam grande
do romantismo. parte da massa operária.
Os escritores do momento investigavam Dessa maneira, exploram muitos
o comportamento humano para que seus temas relacionados com esse
personagens estivessem mais próximos universo, tais quais: a pobreza, a
da realidade. Assim, faziam parte da miséria, as diferenças sociais, a
prosa realista, pessoas comuns, com exploração, a corrupção, etc.
defeitos, manias, fraquezas, ambições e
interesses.
Características

11. Aprofundamento 12. Romance de caráter


psicológico das personagens documental
Um recurso muito utilizado pelos Como o objetivo era retratar a
escritores realistas é o aprofundamento realidade tal qual ela era, os romances
psicológico das personagens. O intuito documentais tiveram grande força no
era aproximá-las cada vez mais do real, movimento.
sem idealizações. Eles tinham como intuito a
A introspecção humana foi uma das observação, a documentação e a
principais características, de forma a denúncia da realidade social da
expor o homem em seu viés psicológico. época. Assim, descreviam com
Sendo assim, as narrativas realistas são veracidade os costumes da época,
lentas, pois acompanham o tempo bem como os espaços sociais que
psicológico de seus personagens. faziam parte da trama.
Principais
autores

• Machado de Assis (1839-1908);

• Raul d'Ávila Pompeia (1863-


1895);

• Visconde de Taunay (1843-


1899).
Principais
Obras
Memórias Póstumas de
Brás Cubas (1881), de
Machado de Assis
Clássico da literatura brasileira, Memórias Póstumas é a
obra de maior destaque de Machado de Assis, e aquela que
inaugura o Realismo no Brasil.
Isso porque é uma obra ousada, a partir da qual tem início
o processo de inversão dos ideais românticos ao
desmascarar interesses presentes nas relações sociais.
Dividida em 160 capítulos, começa com o relato da morte
do seu narrador, Brás Cubas, o “defunto autor”.
Memórias Póstumas
Direção: André Klotzel
Elenco: Reginaldo
Faria, Petrônio
Gontijo, Marcos
Caruso, Stepan
Nercessian, Viétia
Rocha, Débora Duboc
Gênero: Comédia/Drama
Duração: 101 min
Classificação: 12 anos
“Ao verme que primeiro roeu as frias
carnes do meu cadáver dedico como
saudosa lembrança estas memórias
póstumas.”
—Machado de Assis
Dom Casmurro (1899),
de Machado de Assis
Outra incrível obra de Machado de Assim, Dom Casmurro
trata da desconfiança na relação conjugal, mais uma vez
opondo-se aos ideais do romantismo.
Dom Casmurro apresenta-se em 148 capítulos, que não são
suficientes para revelar a dúvida quanto à traição de Capitu
com Escobar. Capitu é o amor da vida do narrador
Bentinho, conhecido como “Dom Casmurro”; Escobar é o
seu melhor amigo.
Quincas Borba (1891),
de Machado de Assis
É com Quincas Borba que se completa a trilogia realista de
Machado de Assis, obra em que o autor aborda a questão
dos casamentos por interesse.
Composta por 201 capítulos curtos, o narrador da obra é
onisciente e, por vezes, chega a se comunicar com o leitor.
O Ateneu (1888), de
Raul Pompeia
Importante obra do realismo, ao mostrar a
realidade de um colégio interno através de
descrições detalhadas, O Ateneu constitui uma
crítica à sociedade.
O livro, inicialmente publicado em folhetins, é
composto por 12 capítulos, e pode ser
considerado autobiográfico, uma vez que fala de
uma realidade vivida pelo próprio autor, que
estudou num colégio interno.
Canções sem Metro
(1900), de Raul Pompeia
Canções sem Metro é uma prosa poética
que inaugura o poema em prosa no Brasil.
Apesar do fato de dar início a esse tipo de
expressão que conjuga os gêneros literários
prosa e poesia -, é uma obra que poucos
conhecem e, inclusive, é vista por alguns
como um fracasso de Pompeia.

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