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§PORTUGUÊS§

O que foi o Realismo?


O Realismo foi um movimento literário e artístico que teve
início em meados do século XIX, na França.

Como o próprio nome sugere, esta manifestação cultural


significou um olhar mais realista e objetivo sobre a existência
e as relações humanas, surgindo como oposição ao
romantismo e a sua visão idealizada da vida. A vertente
manifestou-se principalmente na literatura, sendo o seu marco
inicial o romance realista “Madame Bovary”, de Gustave
Flaubert, em 1857. As características deste movimento são:

§ Oposição ao romantismo;
§ Objetividade, trazendo cenas e situações de forma direta;
§ Caráter descritivo;
§ Análise de traços de personalidade e da psique das
personagens;
§ Tom crítico sobre as instituições e a sociedade,
sobretudo a elite;
§ Exibição de falhas de caráter, derrotas pessoais e
comportamentos duvidosos;
§ Interesse em incitar questionamentos no público;
§ Valorização da coletividade;
§ Valorização de conhecimentos científicos propostos em
teorias como o Darwinismo, Socialismo Utópico e
Científico, Positivismo, Evolucionismo;
§ Enfoque em temas contemporâneos e cotidianos;
§ Na literatura desenvolveu-se mais intensamente na prosa
e no conto;
§ Caráter de denúncia social.

A maioria destas características, pode ser vista na


obra portuguesa de Eça de Queirós, “Os Maias”
O que foi o Naturalismo?
O Naturalismo, é uma vertente do realismo, foi um
movimento artístico e cultural que se manifestou na literatura,
no teatro e nas artes plásticas, e teve como principais
características a objetividade, a impessoalidade e o retrato
fiel da realidade.
Tal como o Realismo, opõe-se ao Romantismo, que
apresentava uma face sonhadora, com idealizações,
subjetivismos e fuga da realidade, o naturalismo prezou pelo
objetivismo científico. Características do Naturalismo:

§ Determinismo: a natureza determina o caráter e o comportamento


do ser humano, uma vez que tudo já está pré-determinado e
estabelecido.
§ Positivismo: Para esses teóricos, o conhecimento científico é
utilizado para explicar as teorias e as leis científicas, bem como o
ser humano e a sociedade.
§ Objetivismo científico: para os naturalistas, a ciência era a chave e
os fatos eram explicados à luz das correntes científicas que
vigoravam em meados do século XIX.
§ Darwinismo social;
§ Oposição ao Romantismo;
§ Imparcialidade e impessoalidade: os autores do naturalismo
costumam ser objetivos, imparciais e impessoais em suas
descrições. Assim, deixam de lado os juízos de valores e opiniões
que não estejam fundamentados em teorias.
§ Descrições detalhadas: os autores pretendem fazer um retrato fiel
de onde se passa a trama. Para isso, as narrativas naturalistas
costumam ser lentas e cheia de detalhes.
§ Retrato fiel da realidade: na arte naturalista, é notória a
preocupação em observar o mundo e as coisas que nos rodeiam
de maneira bastante minuciosa para entregar ao expectador um
retrato verossímil da realidade.
§ Temas degradantes e de patologia social: na arte naturalista, o
tom é de denúncia com foco para os problemas sociais e morais.
Os temas mais explorados pelos artistas são: a pobreza extrema,
as injustiças, as desigualdades sociais, a violência, as perversões,
os crimes e a falta de caráter.
§ Passividade do ser humano: os seres humanos são produtos das
forças do mundo, e, por isso, não possuem livre-arbítrio.

Como acontece com o Realismo, as características do Naturalismo


podem ser encontradas na obra de “Os Maias” de Eça de Queirós
Quem foi Eça de Queirós?
Eça de Queirós é considerado um dos maiores romancistas
de toda a literatura portuguesa, o primeiro e principal escritor
realista português, renovador profundo e perspicaz da nossa
prosa literária.
Foi advogado, jornalista, diretor de um jornal e diplomata o
que justifica o porquê de ser tão culto. Atuou como cônsul em
Cuba, Inglaterra e França. Mas foi seu trabalho como
romancista que lhe deu fama mundial.
"O Crime do Padre Amaro" foi o seu primeiro grande trabalho,
um marco inicial do Realismo em Portugal. Foi considerado o
melhor romance realista português do século XIX.
Foi o único romancista português que conquistou fama
internacional, nessa época. Foi duramente contestado pelas
suas críticas ao clero e à própria pátria. A crítica social unida à
análise psicológica aparece nos livros “O Primo Basílio”, “O
Mandarim”, “A Relíquia” e “Os Maias”.

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