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NATURALISMO
• Oposição ao romantismo;
• Registro da realidade de forma objetiva e exata;
• Análise de traços de personalidade e da psique das personagens;
• Tom crítico sobre as instituições e a sociedade, sobretudo a elite (anticlericais,
antimonárquicos, antiburgueses);
• exibição de falhas de caráter, derrotas pessoais e comportamentos duvidosos;
• Valorização de conhecimentos científicos propostos em teorias como o Darwinismo,
Socialismo Utópico e Científico, Positivismo, Evolucionismo;
• Enfoque em temas contemporâneos e cotidianos;
• Denúncias sociais.
Realismo x Naturalismo
02- Tendo em vista as características da poesia romântica ou até mesmo comparado poemas
românticos presentes neste livro, faça um pequeno painel comparativo a partir do
soneto Mais Luz!
Respostas
1. O ponto de contato existe no próprio conteúdo (e não na
forma). O “eu” do soneto apregoa que prefere as ideias
claras e expostas à luz e o parecer do folheto diz,
praticamente, a mesma coisa.
2. A poesia romântica está voltada para a melancolia, para a
hora noturna, para o amor impossível, preza a lua, as horas
sombrias, a solidão. O soneto Mais Luz! está pregando
exatamente o contrário de “hora romântica”. Abomina a
escuridão, as viagens impossíveis, a magia da lua. Prefere
o dia claro e as ideias expostas.
Eça de Queirós
Eça de Queirós, escritor português, é um dos prosadores mais
importantes de Portugal. Suas obras, como O crime do Padre Amaro
e O Primo Basílio, escritas à luz do Realismo, escandalizaram a
sociedade portuguesa do século XIX, principalmente em razão do teor
crítico com que eram retratados os personagens.
Ainda hoje, no século XXI, suas narrativas fazem-se atuais, já
que denunciam as hipocrisias e os falsos moralismos humanos, vícios
atemporais, o que faz das obras de Eça de Queirós clássicos da
literatura ocidental.
Obras: Memórias Póstuma de Brás Cubas, Quincas Borba, Dom Casmurro, Esaú e Jacó, Memorial de Aires.
Contos: Papéis avulsos, Histórias sem data, Várias histórias, Relíquias da casa velha, Missa de Galo.
poesia: Ocidentais.
"Retórica dos namorados, dá-me uma comparação exata e poética para dizer o que
foram aqueles olhos de Capitu. Não me acode imagem capaz de dizer, sem quebra da
dignidade do estilo, o que eles foram e me fizeram. Olhos de ressaca? Vá, de ressaca. É o
que me dá ideia daquela feição nova. Traziam não sei que fluido misterioso e enérgico,
uma força que arrastava para dentro, como a vaga que se retira da praia, nos dias de
ressaca. Para não ser arrastado, agarrei-me às outras partes vizinhas, às orelhas, aos
braços, aos cabelos espalhados pelos ombros; mas tão depressa buscava as pupilas, a
onda que saía delas vinha crescendo, cava e escura, ameaçando envolver-me, puxar-me e
tragar-me.”
“Dom Casmurro”, Machado de Assis.
Aluísio Azevedo
Aluísio Azevedo nasceu na cidade de São Luís, Maranhão, em 14 de abril de 1857.
Quando jovem ele fazia caricaturas e poesias, como colaborador, para jornais e revistas no Rio de Janeiro.
Seu primeiro romance publicado foi: Uma lágrima de mulher, em 1880.
Fundador da cadeira número quatro da Academia Brasileira de Letras e crítico social, este escritor naturalista
foi autor de diversos livros, entre eles estão: O Mulato, que provocou escândalo na época de seu lançamento,
Casa de Pensão, que o consagrou e O Cortiço, conhecido com sua obra mais importante.
Este autor, que não escondia seu inconformismo com a sociedade brasileira e com suas regras, escreveu ainda
outros títulos: Condessa Vésper, Girândola de Amores, Filomena Borges, O Coruja, O Homem, O Esqueleto, A
Mortalha de Alzira, O livro de uma Sogra e Demônios.
Durante grande parte de sua vida, Aluísio de Azevedo viveu daquilo que ganhava como escritor, mas ao entrar
para a vida diplomática ele abandonou a produção literária.
Faleceu em Buenos Aires (Argentina), aos 56 anos, no dia 21 de janeiro de 1913.
João Romão foi, dos treze aos vinte e cinco anos, empregado de um vendeiro que
enriqueceu entre as quatro paredes de uma suja e obscura taverna nos refolhos do
bairro do Botafogo; e tanto economizou do pouco que ganhara nessa dúzia de anos, que,
ao retirar-se o patrão para a terra, lhe deixou, em pagamento de ordenados vencidos,
nem só a venda com o que estava dentro, como ainda um conto e quinhentos em
dinheiro.
Proprietário e estabelecido por sua conta, o rapaz atirou-se à labutação ainda com
mais ardor, possuindo-se de tal delírio de enriquecer, que afrontava resignado as mais
duras privações. Dormia sobre o balcão da própria venda, em cima de uma esteira,
fazendo travesseiro de um saco de estopa cheio de palha. A comida arranjava-lhe,
mediante quatrocentos réis por dia, uma quitandeira sua vizinha, a Bertoleza, crioula
trintona, escrava de um velho cego residente em Juiz de Fora e amigada com um
português que tinha uma carroça de mão e fazia fretes na cidade.
“O cortiço”, Aluísio de Azevedo.
Raul Pompeia
Brás Cubas