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Escolas Literárias
São Paulo
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2022
Escolas Literárias
São Paulo
2022
SUMÁRIO
Introdução 04
Realismo e Naturalismo 05
Realismo 07
Naturalismo 12
Parnasianismo 21
Simbolismo 25
Pré- modernismo 32
Modernismo 35
Pós-Modernismo 39
Conclusão 41
Referências Bibliográfica 42
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. Realismo e Naturalismo
O Realismo e Naturalismo são movimentos literários que surgiram na Europa em meados do
século XIX.
O marco inicial do realismo foi a publicação da obra Madame Bovary (1857), de Gustave
Flaubert.
Já o naturalismo, tem início em 1867 quando foi publicado o romance Thérèse Raquin, de
Émile Zola.
Linguagem direta;
Uso de adjetivos realistas.
Naturalismo
Linguagem simples;
Uso de regionalismos.
2. Personagens
Realismo
Heróis são mostrados como pessoas comuns, com defeitos, incertezas e manias;
Personagens com elaboração psicológica trabalhada;
Demonstração dos defeitos e detalhes da mulher.
Naturalismo
3. Influências
Realismo
Materialismo;
Universalismo;
Cientificismo.
Naturalismo
Objetivismo científico;
Determinismo.
4. Narrativa
Realismo
Naturalismo
Demonstração de detalhes;
Harmonia e clareza na composição.
5. Principais temas
Realismo
Vida cotidiana;
Subordinação do amor aos interesses sociais;
Críticas às instituições sociais e aos valores burgueses.
Naturalismo
Sensualismo e erotismo;
Temas mais sombrios;
Engajamento social.
Realismo
O realismo foi um movimento literário e artístico que teve início em meados do século XIX,
na França.
Como o próprio nome sugere, essa manifestação cultural significou um olhar mais realista e
objetivo sobre a existência e as relações humanas, surgindo como oposição ao romantismo e
sua visão idealizada da vida.
Entretanto, é possível encontrar também nas artes visuais, sobretudo na pintura, obras de
cunho realista. Foram artistas de destaque Gustav Courbet, na França, e Almeida Junior, no
Brasil.
O movimento se estendeu para várias partes do mundo e teve espaço em solo brasileiro,
principalmente na literatura de Machado de Assis.
oposição ao romantismo;
objetividade, trazendo cenas e situações de forma direta;
caráter descritivo;
análise de traços de personalidade e da psique das personagens;
tom crítico sobre as instituições e a sociedade, sobretudo a elite;
exibição de falhas de caráter, derrotas pessoais e comportamentos duvidosos;
interesse em incitar questionamentos no público;
valorização da coletividade;
valorização de conhecimentos científicos propostos em teorias como o Darwinismo,
Socialismo Utópico e Científico, Positivismo, Evolucionismo;
enfoque em temas contemporâneos e cotidianos;
na literatura desenvolveu-se mais intensamente na prosa e no conto;
caráter de denúncia social.
O modelo capitalista se intensificou e a classe burguesa passou a ter maior poder de decisão,
gerando um aprofundamento das desigualdades sociais, com maior exploração da classe
trabalhadora, exposta a longas jornadas de trabalho.
Soma-se a esse cenário avanços tecnológicos importantes, como a lâmpada e o carro movido
à gasolina.
É ainda nesse contexto que surgem teorias científicas que objetivavam interpretar e explicar o
mundo, como o Evolucionismo de Darwin e o Positivismo de Auguste Comte.
O movimento realista reflete seu tempo, na busca por uma linguagem mais clara e verossímil,
ao passo que questiona os princípios e padrões burgueses.
Vale destacar que a vertente surge também como um contraponto ao romantismo, movimento
vigente que trazia o individualismo e a idealização da realidade como características
marcantes.
Realismo literário
O movimento realista têm origem na literatura com o lançamento do romance inaugural do
realismo, Madame Bovary, de Gustave Flaubert em 1857, na França.
8A obra teve destaque na época, sendo considerada um ícone da literatura francesa. Flaubert
inovou na narrativa ao expor um casamento infeliz, questionando a idealização romântica e
trazendo assuntos polêmicos, como o adultério e o suicídio.
Na França, além de Flaubert, teve destaque Emile Zola, com a obra Les Rougon-
Macquart (1871).
Essa nova forma de enxergar e retratar a realidade disseminou-se por outros países.
Em Portugal, Eça de Queiroz destaca-se como escritor realista, com O Primo Basílio (1878)
e O crime do Padre Amaro (1875).
Em solo britânico, temos a escritora Mary Ann Evans, que sob o pesudônimo de George
Eliot, escreveu algumas obras realistas, como Middlemarch (1871). Há ainda Henry James,
autor de Retrato de uma Senhora (1881).
Na Rússia, são muito reconhecidos os escritores realistas Fiódor Dostoiévski, Liev Tolstói e
Anton Tchekhov.
Eles produziram obras icônicas da literatura mundial como Crime e Castigo (1866), de
Dostoiévski, Anna Karenina (1877), de Tolstoi e As três irmãs (1901) de Tchekhov.
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Realismo no Brasil
No Brasil, o realismo surge durante do Segundo Reinado de Dom Pedro II como uma
maneira de criticar a sociedade burguesa e a monarquia, expondo contradições e
desigualdades sociais.
Isso porque, foi o período em que ocorre a abolição da escravatura, a chegada de imigrantes e
diversos avanços tecnológicos.
Assim, é na figura de Machado de Assis que o movimento ganha seu maior representante
nacional.
Além de romancista, Machado de Assis também foi crítico literário, jornalista, poeta, cronista
e um dos fundadores da Academia brasileira de Letras.
Teve uma carreira fértil na literatura, produzindo diversas obras importantes, com destaque
para Memórias Póstumas de Brás Cubas (1881), Quincas Borba (1891), Dom
Casmurro (1899), Esaú e Jacó (1904) e Memorial de Aires (1908).
Com uma vida conturbada, Raul de Pompeia comete suicídio aos 32 anos em 1895.
Filho de família aristocrata, era defensor da monarquia e teve o título de Visconde concedido
por D. Pedro II, em 1889.
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Realismo em Portugal
Em Portugal, a vertente se consolidou através de um episódio conhecido como Questão
Coimbrã, ocorrido em 1865.
Havia um clima de disputa entre os escritores do romantismo e novos autores que buscavam
outra leitura da realidade.
O escritor Feliciano de Castilho, que se identificava como romântico, escreveu em uma carta
duras críticas a autores da nova geração que estudavam na Universidade de Coimbra, como
Antero de Quental, Vieira de Castro e Teófilo Braga.
Castilho afirmou que os colegas não possuíam “bom senso e bom gosto”, devida à maneira
oposta a dos românticos de se expressar. Por conta disso, Antero de Quental decide escrever
uma obra que leva justamente o título Bom senso e bom gosto, lançada no mesmo ano de
1865.
Um nome essencial quando se fala em realismo português é Eça de Queiroz, autor dos
romances O Primo Basílio (1878), O Mandarim (1879), Os Maias (1888).
Realismo na Arte
Nas artes plásticas, sobretudo na pintura, o movimento realista também floresceu, ainda que
em menor intensidade.
Gustav Coubert (1819-1877) foi um dos artistas que utilizou a pintura como forma de
expressar suas ideias e concepções realistas. O francês abordava em suas telas cenas de
trabalho, buscando a denúncia social.
Outro pintor francês de destaque na arte realista foi Jean-François Millet (1814-1875), que
também se valia do universo do trabalho, principalmente do campo, como inspiração para sua
pintura. Millet carregava em suas telas uma atmosfera poética que dava voz aos camponeses.
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No Brasil, o artista do realismo que ganhou mais destaque foi Almeida Junior, responsável
por telas importantes como Caipira picando fumo (1893), O Violeiro (1899)
e Saudade (1899).
O realismo, vertente que surge como oposição ao romantismo, a linguagem é culta e direta,
mas ainda assim detalhando com precisão cenas e personagens. Tem a intenção de retratar o
mundo como ele é, explicando o ser humano objetivamente e sem ilusões.
Naturalismo
O naturalismo foi um movimento artístico e cultural que se manifestou na literatura, no teatro
e nas artes plásticas, e teve como principais características a objetividade, a impessoalidade e
o retrato fiel da realidade.
Ele surgiu na França, em meados do século XIX, e se espalhou rapidamente para outros
países da Europa e do mundo.
Através de uma visão imparcial dos fatos, nada era sugerido ou apresentado de maneira
subjetiva. O ser humano passou a ser visto como uma máquina, sem livre arbítrio, e
influenciado pelo meio social e físico em que está inserido.
Assim, surge uma arte de denúncia social, focada nos temas da pobreza, das desigualdades,
da disputa de poder e das patologias sociais.
Características do naturalismo
Determinismo: segundo essa corrente teórica, a natureza determina o caráter e o
comportamento do ser humano, uma vez que tudo já está pré-determinado e estabelecido. Por
essa perspectiva, o homem é influenciado pelo meio em que vive, sendo fruto dele.
Objetivismo científico: para os naturalistas, a ciência era a chave e os fatos eram explicados
à luz das correntes científicas que vigoravam em meados do século XIX. Assim, os artistas
naturalistas não projetam em suas obras utopias e ideias idealizadas.
Darwinismo social: pautado nas ideias de Charles Darwin, como a seleção natural e o
evolucionismo, esse conceito sugere que os mais fortes sobrevivem às adversidades da
sociedade, enquanto os outros enfraquecem.
Temas degradantes e de patologia social: na arte naturalista, o tom é de denúncia com foco para os
problemas sociais e morais. Os temas mais explorados pelos
Passividade do ser humano: na arte naturalista, os seres humanos são produtos das forças do
mundo, e, por isso, não possuem livre-arbítrio. Eles são guiados pelas leis científicas e
influenciados pelo meio social e físico em que vivem.
O naturalismo na literatura
A literatura naturalista surge em 1867, na França, com a publicação da obra Thérèse Raquin,
de Émile Zola (1840-1902). Esse é considerado o primeiro romance naturalista e que
posteriormente inspirou muitos escritores.
Naquele momento, a obra foi criticada por abordar temas relacionados com a morte, os
interesses e a sexualidade. Sobre a publicação de Thérèse Raquin, Ferragus, crítico do século
XIX, comenta:
Estabeleceu-se há alguns anos uma escola monstruosa de romancistas, que pretende substituir
a eloqüência da carnagem pela eloqüência da carne, que apela para as curiosidades mais
cirúrgicas, que reúne pestíferos para nos fazer admirar as veias saltadas, que se inspira
diretamente do cólera, seu mestre, e que faz sair pus da consciência. (…) Thérèse Raquin é o
resíduo de todos esses horrores publicados precedentemente. Nele, escorrem todo o sangue e
todas as infâmias…
Vale ressaltar que o romance naturalista também é conhecido pelo nome “romance de tese”,
pois defende um ponto de vista. Apoiado em diversas correntes teóricas como o
determinismo, o positivismo e o evolucionismo, ele busca na ciência explicações para os
fenômenos.
Realismo e naturalismo
Surgidos no século XIX na Europa, os movimentos realista e naturalista apresentam
diferenças e similaridades.
No naturalismo, há uma animalização das personagens, as quais são movidas por instintos.
Geralmente, são apresentadas personagens de classe mais baixa. Os temas mais explorados
são a pobreza, as desigualdades, a corrupção, a violência, o sensualismo e o erotismo.
Já no realismo, as personagens também são pessoas comuns, com defeitos e manias, mas
pertencentes à classe média. No realismo, há um maior aprofundamento psicológico das
personagens e os temas preferidos pelos escritores versam sobre o cotidiano, os defeitos
humanos, as instituições, o poder e as diferenças sociais.
O naturalismo no Brasil
O naturalismo brasileiro surge no final do século XIX em meio a agitação política e social
promovida pela crise do Segundo Reinado, que culminaria na Proclamação da República, em
1889.
Embora O Mulato seja o romance que inaugura o movimento naturalista no Brasil, sem
dúvida, O Cortiço, publicado em 1890, é sua obra de maior importância.
Nela, o escritor retrata a vida de diversos personagens que vivem em um cortiço no Rio de
Janeiro, revelando aspectos da sociedade carioca em finais do século XIX.
Suas obras de maior destaque são: O Mulato (1881), Casa de Pensão (1884) e O
Cortiço (1890).
Eram cinco horas da manhã e o cortiço acordava, abrindo, não os olhos, mas a sua infinidade
de portas e janelas alinhadas.
Um acordar alegre e farto de quem dormiu de uma assentada sete horas de chumbo. Como
que se sentiam ainda na indolência de neblina as derradeiras notas da ultima guitarra da noite
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antecedente, dissolvendo-se à luz loura e tenra da aurora, que nem um suspiro de saudade
perdido em terra alheia.
A roupa lavada, que ficara de véspera nos coradouros, umedecia o ar e punha-lhe um farto
acre de sabão ordinário. As pedras do chão, esbranquiçadas no lugar da lavagem e em alguns
pontos azuladas pelo anil, mostravam uma palidez grisalha e triste, feita de acumulações de
espumas secas. Entretanto, das portas surgiam cabeças congestionadas de sono; ouviam-se
amplos bocejos, fortes como o marulhar das ondas; pigarreava-se grosso por toda a parte;
começavam as xícaras a tilintar; o cheiro quente do café aquecia, suplantando todos os
outros; trocavam-se de janela para janela as primeiras palavras, os bons-dias; reatavam-se
conversas interrompidas à noite; a pequenada cá fora traquinava já, e lá dentro das casas
vinham choros abafados de crianças que ainda não andam.
A obra que o consagrou foi O Missionário, publicada em 1891, que aborda os aspectos
morais de um religioso que começa a se interessar por uma mestiça, Clarinha.
E daí em diante, nos dias seguintes, sempre aquele vulto de mulher, indo e vindo pelo quarto,
cuidadosa, falando meigamente, e com uma solicitude incômoda. E então a figura de João
Pimenta, calado e estúpido, limitando-se a duas saudações por dia, a do Felisberto, falando
sem parar, curioso, impertinente, fatigante com o seu latim das brenhas e as suas receitas da
mãe Benta de Maués para todas as moléstias, e a da Clarinha, a mameluca, a irmã do
Felisberto, com a sua saia de chita verde sobre a camisa, sem anáguas, e o seu cabeção
rendado que, num descaro impudente, deixava ver a pele acetinada e clara, trotavam-lhe na
cabeça, num vaivém contínuo de entradas e saídas, entremeadas de palavras ocas duma
sensibilidade extrema, de cuidados excessivos que lhe deixavam, sobretudo as palavras e os
cuidados da rapariga, uma impressão penosa. Aquela mameluca incomodava-o, irritava-lhe
os nervos doentes, com o seu pisar firme de moça do campo, a voz doce e arrastada, os olhos
lânguidos de crioula derretida.
O naturalismo em Portugal
O naturalismo em Portugal tem início na década de 70, se manifestando na literatura e na
pintura.
Na pintura naturalista portuguesa, os artistas que tiveram grande notoriedade foram: Silva
Porto (1850-1893), José Malhoa (1855-1933) e Columbano Bordalo Pinheiro (1857-1929).
Todos eles fizeram parte de um grupo que ficou conhecido como o “Grupo do Leão”,
formado por artistas naturalistas que se reuniam em Lisboa e contribuíram para a divulgação
da arte naturalista.
Além desse romance, merece destaque: O Mistério da Estrada de Sintra (1970) e A Tragédia
da Rua das Flores (1877).
E esta paixão, sendo para ele como a indefinida justificação das suas misérias, tomava-o aos
seus próprios olhos interessante. Era "um mártir de amor"; isto consolava-o, como o
consolara nas suas primeiras desesperações considerar-se "uma vítima das perseguições
religiosas". Não era um pobre-diabo banal a quem o acaso, a preguiça, a falta de amigos, a
sorte e os remendos do casaco mantêm fatalmente nas privações da dependência: era um
homem de grande coração, a quem uma catástrofe em parte amorosa e em parte política, um
drama doméstico e social, forçara assim, depois de lutas heróicas, a viajar de um a outro
cartório com um saco de lustrina cheio de autos. O destino tornara-o igual a tantos heróis que
lera nas novelas sentimentais... E o seu paletó coçado, os seus jantares a quatro vinténs, os
dias em que não tinha dinheiro para tabaco, tudo atribuía ao amor fatal de Amélia e à
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perseguição duma classe poderosa, dando assim, por um instinto muito humano, uma origem
grandiosa às suas misérias triviais…
Abel Botelho (1856-1917), nascido em Tabuaço, na região norte de Portugal, teve uma
carreira política, militar e diplomata. Além disso, ele foi crítico literário e contribuiu com
seus escritos para os movimentos realista e naturalista. Escreveu uma série de romances
focados em temas de patologia social.
Em Barão de Lavos (1891), o autor versa sobre o tema da homossexualidade e faz críticas à
sociedade portuguesa da época. Além desse romance, destacam-se: Amanhã! (1901), Fatal
Dilema (1907) e Próspero Fortuna (1910).
Júlio Lourenço Pinto (1842-1907) nasceu no Porto, no norte de Portugal, e se destacou como
crítico literário e escritor realista-naturalista.
Publicada em 1879, sua obra Margarida apresenta críticas à sociedade portuguesa do final do
século XIX, desvendando patologias sociais, morais e psíquicas.
Além dela, escreveu os romances: Vida Atribulada (1880), O Homem Indispensável (1883)
e O Bastardo (1889).
Além dela, escreveu os romances: Vida Atribulada (1880), O Homem Indispensável (1883)
e O Bastardo (1889).
A pintura naturalista
Além da literatura, o naturalismo se destacou na pintura. Na arte naturalista, os pintores
apresentam paisagens naturais e cenas cotidianas com personagens de classe mais baixa.
Da mesma forma que na literatura, a pintura naturalista se opõe à escola romântica, focando
na objetividade e na representação mais fiel da realidade, sem idealizações e subjetivismos.
No Brasil, grande parte dos pintores de estética naturalista faziam parte do Grupo Grimm,
orientado pelo alemão Georg Grimm e focado nas pinturas de paisagens.
O teatro naturalista
Muitos literatos do naturalismo produziram textos de dramaturgia e, assim, o teatro teve
também um grande destaque no movimento. Os palcos naturalistas estavam focados nos
detalhes para melhor representar os objetos em cena.
O precursor do naturalismo literário na França, Émile Zola, foi um dos que contribuíram para
o desenvolvimento do teatro naturalista, com sua obra de dramaturgia Thérèse Raquin, de
1873.
O escritor francês adaptou seu romance que inaugurou o movimento literário naturalista em
uma peça teatral, dividida em 4 atos.
Na Rússia, destaca-se o dramaturgo Máximo Gorki (1868-1936) e sua obra teatral Pequenos
burgueses, escrita em 1901, e que aborda o tema das classes sociais e o espírito burguês.
Parnasianismo
O Parnasianismo é um movimento literário que surgiu na mesma época do Realismo e do
Naturalismo, no final do século XIX. De influência e tradição clássica, tem origem na França.
Seu nome surge de Parnase Contemporain, antologias publicadas em Paris a partir de 1866.
Parnaso é como se chama a montanha consagrada a Apolo e às musas da poesia na mitologia
grega.
A proposta inovadora era de uma poesia de linguagem rebuscada, racional e perfeita do ponto
de vista formal. Acreditavam que, se estivessem apoiados no modelo clássico poderiam
contrapor os exageros e a fantasia típica do movimento literário Romantismo.
Características do Parnasianismo
Os parnasianos são esteticamente detalhistas. Ao se preocupar com a forma, valorizam o
vocabulário culto, os sonetos, bem como as rimas raras.
Também de forma marcante, os temas da antiguidade clássica são observados nessa escola
literária, cujos autores são realistas e objetivos e mostram as coisas como elas se apresentam,
ou seja, de forma descritiva e sem lirismo, ou com exaltação de sentimentos muita vaga. Isso
porque entendem que a arte já seja bela, de modo que não precisa ser explicada, pois ela vale
por si.
Contexto histórico
O fato dos parnasianos interpretarem o mundo de forma cientificista e positivista resulta do
período em que esteve inserido, época de muitas invenções e avanços que traziam mudanças
não só à economia, mas que transformavam a mentalidade das pessoas.
Isso porque, a valorização da ciência rompe com o subjetivismo, marca da escola literária
anterior, o Romantismo.
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Além deles, outros autores também merecem destaque: Augusto de Lima (1859-1937),
Bernardino Lopes (1859-1916), Fontoura Xavier (1856-1922), Francisca Júlia (1871-1920) e
Múcio Teixeira (1857-1926).
Parnasianismo no Brasil
O Parnasianismo no Brasil teve como marco inicial a publicação da obra "Fanfarras", de
Teófilo Dias, em 1882.
Os escritores parnasianos buscavam o sentido para a existência humana por meio daperfeição
estética. Por isso, a preocupação residia na "Arte pela Arte", ou seja, a forma como
caraterística principal da poesia.
Características do Parnasianismo
Arte pela arte
Objetivismo e universalismo
Cientificismo e positivismo
Temas baseados na realidade (objetos e paisagens), fatos históricos, mitologia grega e cultura
clássica
Busca da perfeição
Sacralidade e o culto à forma
Preocupação com a estética, metrificação, versificação
Utilização de rimas ricas e palavras raras
Preferência por estruturas fixas (soneto)
Descrição visual bem detalhada
Outras obras que merecem destaque: Flores e Amores (1874), Cantos Tropicais (1878), Lira
dos Verdes Anos (1878), A Comédia dos Deuses (1888).
Sua obra é caracterizada pela linguagem clássica, com conteúdos: históricos, patrióticos,
emotivos, platônicos e sensuais. Vale lembrar que o Hino à Bandeira do Brasil foi escrito por
Olavo Bilac.
Suas principais obras são: Poesias (1888), Crônicas e Novelas (1894), Crítica e
Fantasia (1904), Conferências Literárias (1906), Dicionário de Rimas (1913), Tratado de
Versificação (1910), Ironia e Piedade (1916) e Tarde (1919).
Publicou sua primeira obra, “Canções Românticas”, em 1878. A despeito desse livro
apresentar características românticas, Alberto de Oliveira foi um exímio poeta parnasiano
cuja obra é caracterizada por temáticas e estruturas parnasianas, por exemplo, descrição
minuciosa, composição de retratos, quadros e cenas.
Sua obra apresenta características românticas, parnasianas e simbolistas. Dessa maneira, suas
poesias possuem um caráter pessimista e subjetivo, ao mesmo tempo que apresentam grande
preocupação métrica.
Parnasianismo em Portugal
Em Portugal, o movimento parnasiano não teve a representação e a força que se desenvolveu
no Brasil e noutros países.
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Curiosidade:
O nome Parnasianismo deriva do termo "Parnaso", que na mitologia grega significa a
montanha consagrada ao Deus Apolo e às musas da poesia.
Simbolismo
O simbolismo é um movimento artístico que surgiu no século XIX e teve como principais
características o subjetivismo, o espiritualismo, a religiosidade e o misticismo.
Os temas abordados pelos artistas simbolistas como a morte, a dor de existir, a loucura e o
pessimismo são subjetivos, se afastando da realidade objetiva e de assuntos relacionados com
a esfera social.
Esses fatores se relacionam diretamente com o contexto histórico em que está inserida essa
corrente artística, pois esse momento é marcado por uma crise espiritual. Isso leva os artistas
a sentirem e analisarem o mundo, as coisas e os seres de maneira diferente.
3. Presença de religiosidade
Embora diversos temas da arte simbolista estejam relacionados com um universo mais
sombrio e misterioso, é possível identificar em algumas obras uma visão cristã aliada ao
desejo da fuga da realidade.
Dessa maneira, há um grande interesse pelas zonas mais profundas da mente, como o
inconsciente e o subconsciente.
O simbolismo apresenta uma linguagem muito particular, envolta em mistério e com grande
expressividade e musicalidade. Esses atributos proporcionam às obras os ideais imateriais e
psíquicos característicos do movimento.
Assim, a linguagem simbolista é sugestiva, pois sugere algo em vez de nomear, ou explicar
objetivamente.
Nas obras simbolistas, há forte presença das figuras de linguagem, pois mais importante do
que o significado real das palavras, estão os sentidos poéticos, as sonoridades e as sensações.
Embora tenha se manifestado na prosa, foi na poesia que o simbolismo atingiu grande
reconhecimento.
Dessa forma, os temas explorados por ambos movimentos se aproximam como a dor de
viver, a angústia do ser humano, os dramas existenciais, a tristeza profunda e a insatisfação.
O simbolismo no Brasil
O simbolismo no Brasil começou em 1893 com a publicação das obras de Cruz e
Sousa: Missal (prosa) e Broquéis (poesia). Esse movimento permanece até o ano de 1910,
quando se inicia o Pré-Modernismo.
Com a instauração da República da Espada em 1889, alguns conflitos despontaram por conta
da crise política e de disputa de poder.
Houve, assim, a Revolução Federalista (1893-1895), que aconteceu nos estados do sul do
país, e a Revolta da Armada (1891-1894), ocorrida no Rio de Janeiro.
Durante sua vida, Kilkerry não publicou nenhuma obra, no entanto, seus escritos foram
reunidos postumamente. Com uma poesia diversa, ele explora diversos temas relacionados
com a religiosidade, o misticismo, os sonhos e o amor.
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Confira abaixo um de seus poemas, escrito em 1907 e publicado na obra Revisão de Kilkerry,
de Augusto de Campos.
Sob os ramos
No país, esse movimento surgiu em meio à crise da monarquia e foi inaugurado em 1890 com
a publicação da obra Oaristos, do escritor Eugênio de Castro.
Oaristos é uma coletânea de poemas que foi escrita após o regresso do seu autor da França,
onde teve contacto com poetas simbolistas, cujo movimento já influenciava a literatura
portuguesa.
Em sua obra, ele utiliza diversas figuras de linguagem características do movimento, além de
apresentar uma poesia repleta de simbologias e com forte musicalidade. Os temas mais
explorados estão relacionados com o pessimismo, a dor, a tristeza e a morte.
Clepsidra é seu único livro de poemas que foi publicado em 1920. O resto de seus escritos
foram publicados postumamente.
Na época, esse livro foi censurado por conter poesias com temas eróticos, sensuais e
sombrios. Veja abaixo um soneto de Charles Baudelaire em seu livro Flores do Mal:
Correspondências
Além da França, outros países europeus tiveram destaque no movimento simbolista como a
Espanha, a Itália, a Inglaterra, a Alemanha e a Rússia.
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Assim, além dos poetas franceses simbolistas mais notáveis (Charles Baudelaire, Stéphane
Mallarmé, Paul Verlaine e Arthur Rimbaud), podemos citar os poetas russos Viatcheslav
Ivánov (1866-1949), Andreï Biély (1880-1934) e Aleksandr Blok (1880-1921).
A pintura simbolista foi diretamente influenciada pelas poesias dos poetas franceses Stéphane
Mallarmé, Paul Verlaine e Arthur Rimbaud, sendo também uma arte de oposição ao realismo.
Dessa maneira, os pintores abordavam em suas obras temas sombrios, oníricos e espirituais,
utilizando cores mais frias e escuras.
Alguns pintores franceses que tiveram grande destaque foram: Gustave Moreau (1826-1898)
e Odilon Redon (1840-1916). Além deles, merece citar as obras do alemão Carlos Schwabe
(1866-1926). Confira abaixo algumas de suas telas:
Pré-Modernismo
O Pré-Modernismo foi um período de intensa movimentação literária que marcou a
transição entre o simbolismo e o modernismo.
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Caracteriza-se pelas produções desde início do século até a Semana de Arte Moderna, em
1922.
Para muitos estudiosos, esse período não deve ser considerado uma escola literária, uma vez
que apresenta inúmeras produções artísticas e literárias distintas.
Em outras palavras, ele reúne um sincretismo estético, com presença de características neo-
realistas, neo-parnasianas e neo-simbolistas.
Características do pré-modernismo
Ruptura com o academicismo;
Ruptura com o passado e a linguagem parnasiana;
Linguagem coloquial, simples;
Exposição da realidade social brasileira;
Regionalismo e nacionalismo;
Marginalidade das personagens: o sertanejo, o caipira, o mulato;
Temas: fatos históricos, políticos, econômicos e sociais.
Foi nesse panorama que o regionalismo brasileiro começa a se expandir na virada do século,
sendo enfatizado por diversos conflitos que surgiram entre a classe dominante e a classe
dominada.
Assim, além da política do café com leite, inúmeras revoltas iam surgindo, tais como: revolta
da vacina, revolta da chibata, revolta da armada, revolta de Canudos, etc.
Por fim, nesse momento, diversos conflitos foram se espalhando pelo mundo, os quais
culminariam na Primeira Guerra Mundial, em 1914.
Muitos deles rompem com a linguagem formal do arcadismo e, além disso, exploram temas
históricos, políticos e econômicos.
Sua obra que merece destaque é Canaã, publicada em 1902. Ela aborda sobre a migração
alemã no estado do Espírito Santo. Outras obras que merecem destaque
são: Malazarte (1914), A Estética da Vida (1921) e Espírito Moderno (1925).
Sua obra que merece destaque é Canaã, publicada em 1902. Ela aborda sobre a migração
alemã no estado do Espírito Santo. Outras obras que merecem destaque
são: Malazarte (1914), A Estética da Vida (1921) e Espírito Moderno (1925).
Um dos mais influentes escritores do século XX, Monteiro Lobato ficou muito conhecido por
suas obras infantis de caráter educativo, como, por exemplo, a série de livros do Sítio do
Picapau Amarelo.
Autor de uma obra critica veiculada aos temas sociais, o escritor rompe com o nacionalista
ufanista e faz críticas ao positivismo.
Sua obra que merece destaque é o Triste Fim de Policarpo Quaresma escrito numa
linguagem coloquial. Nela, o autor faz crítica à sociedade urbana da época.
Conhecido como o "poeta da morte" pelos temas inquietantes e sombrios explorados, ele
ocupou a cadeira n° 1 da Academia Paraibana de Letras.
Sua única obra publicada em vida, Eu (1912), reúne diversos poemas que chocam pelos
temas, pela agressividade, pelo uso de uma linguagem coloquial e cotidiana, bem como o de
palavras consideradas antipoéticas.
Modernismo
O modernismo foi uma tendência artístico-cultural ocorrida na primeira metade do século
XX.
Se manifestou em diversos campos das artes, como a pintura, escultura, arquitetura, literatura,
dança e música.
É nesse momento também que ocorrem grandes conflitos, como a Primeira Guerra Mundial,
a Revolução Russa e o surgimento de regimes totalitários.
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Podemos dizer que a corrente modernista perdurou até os anos 50, após a Segunda Guerra
Mundial.
Caraterísticas do modernismo
As características que podemos notar no modernismo de maneira geral estão relacionadas à
ruptura com os modelos artísticos-literários vigentes e a busca por inovação.
Dessa forma, os modernistas passam a produzir obras transgressoras e com maior liberdade
criativa, sem seguir necessariamente regras e padrões.
Tanto na literatura como nas demais vertentes artísticas, podemos elencar como
particularidades das obras modernistas:
Modernismo no Brasil
No Brasil, o movimento modernista se consolidou com a Semana de Arte Moderna, ocorrida
em 1922 no Theatro Municipal, em São Paulo. O evento contou com artistas de diversas
áreas, com representantes da literatura, pintura, música e dança.
Os artistas buscavam inspiração na arte que acontecia na Europa (as chamadas vanguardas
europeias) para produzir trabalhos com caráter inovador e ao mesmo tempo nacional.
O contexto social por aqui era bastante delicado, com a grande insatisfação popular por conta
da crescente alta dos preços, gerando manifestações e paralisações de trabalhadores.
Os escritores passam a usar as palavras de maneira mais flexível, abusando de versos livres,
linguagem sarcástica e cômica e renúncia à métrica e à rima.
Alguns dos escritores de maior destaque no período são: Oswald de Andrade, Mario de
Andrade, Manuel Bandeira, Carlos Drummond de Andrade, Cecília Meireles, Rachel de
Queiroz.
A partir de 1945, surge um novo momento na literatura do país, com a Terceira Fase do
Modernismo, na qual os escritores buscavam integrar novamente recursos formais com
características intimistas, regionalistas e urbanas. Os representantes dessa fase são
considerados também como “neoparnasianos”.
Expressionismo;
Fauvismo;
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Cubismo;
Abstracionismo;
Futurismo;
Dadaísmo;
Surrealismo;
Concretismo.
Essas vertentes tiveram em comum a busca pela inovação. Faziam isso por meio da
arbitrariedade no uso das cores, a deformação e geometrização das formas, a abstração das
figuras ou a busca pelo absurdo.
Essas foram as maneiras encontradas para expor e questionar o caráter ilógico e incoerente da
sociedade naquele momento.
Pós-Modernismo
O Pós-Modernismo, Pós-Modernidade, ou ainda movimento pós-industrial, é um processo
contemporâneo de mudanças significativas nas tendências artísticas, filosóficas, sociológicas
e científicas. Surgiu após a Segunda Guerra Mundial (1939-1945) e o movimento
Modernista.
Esse conceito de pós-moderno foi introduzido a partir dos anos 60 e veio acompanhado dos
avanços tecnológicos da era digital, da expansão dos meios de comunicações, da indústria
cultural, bem como do sistema capitalista (lei de mercado e consumo) e da globalização.
Principais Características
As principais características do movimento pós-moderno são a ausência de valores e regras,
imprecisão, individualismo, pluralidade, mistura do real e do imaginário (hiper-real),
produção em série, espontaneidade e liberdade de expressão.
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De tal modo, nas artes, o pós-modernismo foca na multiplicidade e mistura de estilos. Não
existem mais compartimentos de gêneros, ou mesmo a formalidade aplicada nas artes, bem
como nos âmbitos social e cultural.
Por mais que essa era tecnológica e a expansão da homogeneização da globalização demostre
a produção em série dos produtos, o pós-modernismo é uma nova tendência que mescla tudo.
Surge a época das incertezas, do vazio e do niilismo, onde o “e”, e não mais o “ou”,
determinará os diversos campos. Isso quer dizer que podemos gostar de música sertaneja e
pop ao mesmo tempo ou, ainda, de arte figurativa e abstracionista.
Arte Pós-Modernista
A arte pós-modernista, ou "arte contemporânea", é uma arte essencialmente eclética, híbrida e
sem hierarquizações.
A "espetacularização" mencionada por muitos críticos e que, grosso modo, significa "tornar
espetáculo", é uma tendência aplicada às artes e à cultura pós moderna.
Podemos verificar essa “espetacularização” com a avanço dos meios de comunicação e da era
digital, onde o simulacro torna-se real, mesmo não sendo. Em outras palavras, o simulacro
substitui a própria realidade. Por fim, diferente da arte moderna, a arte pós-moderna preza a
participação e interação do público.
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Conclusão
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS