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Realismo e Naturalismo

Julia Lavezzo e Lee Santos


Realismo

Entre 1850 e 1900, o Realismo predominou na Europa, tendo em conta que surgiu em
França em reação ao romantismo. Este movimento artístico antiacadémico acompanhou as
novas doutrinas sociais e os ideais socialistas republicanos e democráticos e foi
influenciado pelas inovações científicas e tecnológicas e pelos acontecimentos
sociopolíticos.

Apesar de certos artistas românticos já libertarem o pintor de vínculos normativos,


concebendo um conceito realista, os realistas guiavam-se pela razão e pelo positivismo, um
sistema filosófico que defende a experiência direta dos fenómenos e a verificação pela
observação como única maneira de se chegar à razão e ao conhecimento. Com isto,
criou-se uma concepção materialista da vida e o grande interesse pela realidade.

No realismo, desenvolveram-se duas grandes tendências:


● A tendência de maior compromisso social, onde se representava o modo de vida dos
camponeses na sua simplicidade e humildade, ligando-os à Natureza.
○ Millet e Courbet.
● A tendência mais naturalista, preocupada com a observação direta da Natureza e a
realidade visível da paisagem.
○ Corot e Rousseau.

Tecnicamente falando, o Realismo apresentava características plásticas como:


● Desenho objetivo e rigor nas composições.
● Tratamento naturalista das formas, luz e cor.
● Recurso à fotografia para estudos de enquadramentos e das proporções das figuras.

Já abordando as características formais, o Realismo possuía:


● Objetividade.
● Rejeição de temas metafísicos (religião e mitologia).
● Politização.
● Rejeição à idealização.
Naturalismo

O surgimento do naturalismo dá-se nos finais do século XIX em França, com o objetivo de
retratar o natural, isto é, a realidade em que a sociedade vivia e as suas condições através
da arte. Tem uma relação direta ao livro A origem das espécies, de Charles Darwin (1809
-1882), causando controvérsias, visto que apresenta o pensamento científico evoluído, a
afirmar que o ser humano, assim como todos outros seres vivos, estão destinados a
evolução, deste modo, a negar o criacionismo. Com a influência darwinista, as obras
passam a estudar o indivíduo e os seus sofreres, retratando o cru e o natural.

Isto acontece, sendo as suas principais temáticas a miséria, crises nos campos, condições
subumanas de vida, sexualidade, crimes e violência do quotidiano, política e marginalidade.

Suas características principais são:


● Linguagem nada subjectiva;
● Influência darwinista;
● Retrato do quotidiano;
● O uso da ciência no estudo do ser como um animal com instintos e desejos;
○ Influência do pensamento sexual explícito sobre o racional;
● Retrato de personagens excluídos da sociedade
○ Fruto do preconceito de raças e meio onde vivem;
- Mulheres são descontroladas, negros são inferiores e homossexuais
são psiquicamente doentes.
● Zoomorfização:
○ Suas ações são justificadas pelas condições subumanas que vive.

Os protagonistas deste movimento são:


● Émile Zola - Impulsionador do naturalismo em França;
● Eça de Queirós - Literatura portuguesa;
● Aluísio Azevedo - Literatura brasileira;
● Emilia Pardo Bazán - Novelista espanhola;
● Thomas Hardy - Novelista inglês;
● Frank Norris - Jornalista americano;
● John James Audubon - Pintor francês;
● Edward Lear - Pintor inglês;
● Friedrich Scheck - Pintor alemão;
● Marie Bashkirtseff - Pintora ucraniano.

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