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O Naturalismo foi um movimento literário que surgiu na segunda metade do século XIX na Europa e que

se expandiu para outros países, incluindo Portugal e Brasil. A sua principal característica era a busca pela
objetividade e pela representação mais realista possível da natureza humana e da sociedade.

Em Portugal, o Naturalismo surgiu em um contexto histórico marcado pela Revolução Industrial, pela
ascensão da classe média e pelo surgimento de novas ideias e correntes filosóficas. A literatura
naturalista em Portugal teve como principais expoentes os escritores Eça de Queirós e Antero de
Quental.

Eça de Queirós é considerado o principal representante do Naturalismo em Portugal. Ele utilizou em suas
obras um estilo literário que mesclava realismo e ironia, e suas críticas sociais e políticas eram
frequentemente retratadas em seus romances. As suas principais obras são "O Crime do Padre Amaro",
"Os Maias" e "O Primo Basílio".

Antero de Quental, por sua vez, foi um poeta, ensaísta e filósofo que também adotou a corrente
naturalista em suas obras. Ele era considerado um dos maiores representantes do movimento conhecido
como Geração de 70 em Portugal. Suas obras mais famosas são os poemas "Sonetos" e o ensaio
"Considerações sobre a Filosofia da História da Literatura Portuguesa".

No Brasil, o Naturalismo chegou por volta da década de 1880, no contexto histórico marcado pelo fim do
Império e pelo início da República. O movimento teve como principal expoente o escritor Aluísio
Azevedo, que utilizava em suas obras a técnica da descrição minuciosa dos costumes, cenas e
personagens.

Azevedo escreveu diversas obras naturalistas, entre elas "O Mulato", "Casa de Pensão" e "O Cortiço". Em
suas obras, o autor retratou de forma crua a realidade social brasileira, destacando a miséria, a violência
e as diferenças de classe.

Outro autor importante do Naturalismo no Brasil foi Adolfo Caminha, que escreveu o romance "O Bom
Crioulo", uma obra que aborda a homossexualidade em uma época em que esse tema ainda era tabu.

O Naturalismo também teve impacto em outras áreas da cultura brasileira, como no teatro, por exemplo.
O escritor e dramaturgo Artur Azevedo é considerado um dos principais representantes do Naturalismo
no teatro brasileiro, com obras como "A Capital Federal" e "O Mambembe".

Em resumo, o Naturalismo surgiu em Portugal e se expandiu para o Brasil no final do século XIX, em um
contexto histórico marcado por mudanças sociais e políticas. Seus principais representantes buscavam
retratar a realidade social de forma objetiva e crua, destacando as diferenças de classe, a violência e
outros temas considerados tabus na época.

Revolução Industrial teve um papel significativo no surgimento do movimento naturalista em Portugal e


na Europa em geral. Durante esse período, ocorreram transformações profundas na economia, na
política e na sociedade, que mudaram a forma como as pessoas viviam e trabalhavam.

Com o advento da máquina a vapor e a invenção de novas máquinas e equipamentos, as fábricas foram
criadas, e a produção em massa se tornou possível. Isso resultou em um aumento da urbanização e na
formação de grandes cidades, onde a pobreza, a miséria e a exploração social eram evidentes.

Essa nova realidade social e econômica foi retratada pelos naturalistas em suas obras, que buscavam
uma representação objetiva e realista da natureza humana e da sociedade. Eles procuravam mostrar as
desigualdades sociais, a luta pela sobrevivência, a exploração dos trabalhadores e outras questões
ligadas à nova ordem social que estava sendo estabelecida na Europa.

Assim, a Revolução Industrial foi um dos fatores que contribuíram para o surgimento do Naturalismo,
pois proporcionou aos autores naturalistas uma nova realidade social para retratar em suas obras,
destacando as contradições e os conflitos inerentes à nova ordem econômica e social.

EVOLUCIONISMO/ DARWINISMO/ DETERMINISMO

bordagem da natureza humana: O Realismo se concentra na representação da vida cotidiana e dos


comportamentos humanos comuns, retratando a realidade social de forma objetiva e detalhada. Já o
Naturalismo vai além disso, buscando explorar a natureza humana como um todo, incluindo aspectos
mais sombrios e instintivos, como a sexualidade, a violência e a doença.
Determinismo: Uma das características mais marcantes do Naturalismo é a crença em um determinismo
natural, em que o comportamento humano é determinado por fatores biológicos, psicológicos e sociais.
O Realismo, por outro lado, tende a enfatizar a liberdade e a autonomia individual, sugerindo que as
escolhas individuais têm um papel importante na formação da vida social.

Foco na classe trabalhadora: O Naturalismo tem uma tendência a focar na classe trabalhadora, nas
condições precárias de vida e nas lutas sociais. O Realismo, por outro lado, tende a ser mais amplo,
retratando diferentes camadas sociais e explorando a complexidade das relações humanas.

Narrativa: O Realismo tende a ter uma narrativa mais simples, direta e fácil de seguir, enquanto o
Naturalismo pode ser mais experimental, usando técnicas literárias mais ousadas, como a utilização de
personagens e situações extremas para explorar as questões sociais e humanas.

Idealismo: O Realismo tem uma inclinação mais idealista, buscando retratar a realidade de uma forma
justa e equilibrada. Já o Naturalismo é mais pessimista, mostrando uma visão crítica e desiludida da
realidade social.

Estilo literário: O Realismo tem um estilo literário mais objetivo e descritivo, enquanto o Naturalismo usa
frequentemente um estilo mais poético e simbólico para explorar questões profundas sobre a natureza
humana e social.

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