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O VALOR DA EXPERIÊNCIA NO RESGATE DA MEMÓRIA DE UM ACERVO:

NOÇÕES BENJAMINIANAS

Márcio Sacramento dos Santos1

RESUMO: Este trabalho visa trazer à discussão o papel da experiência dentro das
instituições de acervo de memória. Para explicar o ponto de vista resgata-se o olhar
do ensaísta Walter Benjamin e suas teorias sobre narrativa e história e como esse
conceito pode ser aplicado para contar o histórico de um acervo, uma coleção ou
mesmo instituição. O estudo tem por ideia valorizar os profissionais que vivenciam o
dia a dia dentro das instituições de acervo memória.

Palavras-chave: Memória. Informação. Experiência. Narrativa. Acervo memória.

SUMÁRIO: 1 Introdução. 2 Narrar pra não esquecer. 3 Erfahrung, erlebnis e


erfahrungsgemäs em um acervo. 4 A Biblioteca Nacional e suas coleções 4.1 A
Coordenadoria de Periódicos e suas coleções. 4.1.1 Coleção Ebal: um capítulo à
parte. 5 Considerações finais. Referências.

1 INTRODUÇÃO

A centenária Biblioteca Nacional Brasileira guarda os tesouros de raro valor,


herança da Real Biblioteca portuguesa, pertencentes Dom João V. considerada no
início do século XVIII uma das maiores bibliotecas da Europa. Abriga também acervos
documentais produzidos em território nacional, além de publicações que falam do
Brasil e publicações em língua portuguesa, principalmente advindos da prática do
depósito legal, consagrado pelo decreto nº 1825, criado em 1907, impulsionando
exponencialmente a coleção.
Este trabalho visa trazer o olhar da experiência enquanto fator balizador das
práticas de pesquisa e como a tradição oral é determinante para aproximar o
levantamento bibliográfico feito por meio do catálogo de quem atua diante do acervo,
nos grandes armazéns da Biblioteca Nacional do Brasil. Para trazer essa explicação
percorresse pelo campo da narrativa, tendo como fio condutor o texto “O Narrador:
considerações sobre a obra de Nikolai Leskov”, apresentando as definições teóricas

1Bibliotecário no Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro. Mestrando em Biblioteconomia pela


Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO). Graduado em Biblioteconomia pela
Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO).
do tema para. Por fim contar na prática a história de uma coleção, que remonta a ideia
de como a experiência por meio da memória individual ou coletiva em serviço da
organização de um acervo mantém viva a chama da narração.

2 NARRAR PARA NÃO ESQUECER

A narrativa é um ato de relatar, contar (BARBOSA, 1997). A simples definição


se coloca como a melhor explicação em poucas palavras de um assunto que tem uma
infinidade de nuances. A mesma autora conclui que “através da narrativa nós
construímos como pessoas, pois transmitimos nosso conhecimento e experiências
para o outro, resgatamos a nossa memória.” (BARBOSA, 1997, p. 15). Tal afirmação
se aproxima do pensamento de Walter Benjamin, que escreveu o texto “O Narrador:
considerações sobre a obra de Nikolai Leskov”, e aponta o ensaísta russo como um
exemplo na prática da narrativa em seus escritos. Entretanto, o autor expõe que “arte
de narrar está em vias de extinção.” (BENJAMIN, 1987, p. 197). E explica:

São cada vez mais raras as pessoas que sabem narrar devidamente. Quando
se pede num grupo que narre alguma coisa, o embaraço se generaliza. É
como se tivéssemos privados de uma faculdade que nos parecia segura e
inalienável: a faculdade de intercambiar experiências. (BENJAMIN, 1987, p.
197).

A narração que ele julga é o compartilhamento de experiências por meio oral,


das coisas da vida, que são descritas hoje de forma fria sobe o viés da imprensa e da
orientação política. Jeannie Marie Gagnebim (2006, p. 53) observa no texto “o
narrador” que “constata igualmente o fim da narração tradicional, mas também esboça
como que a ideia de outra narração, uma narração nas ruínas da narrativa, uma
transmissão entre os cacos de uma tradição em migalhas”, apontando a mudança no
paradigma da narração, guardando características do modelo tradicional, mas se
apresentando de forma diferente. O próprio Benjamin (1987, p. 201) traz os indícios
dessa transformação quando diz que “o primeiro indício da evolução que vai culminar
na morte da narrativa é o surgimento do romance, no início do período moderno”, e
na sequência traz a diferença essencial nas propriedades dos estilos trazendo para
discussão a emblemática figura do livro e, por conseguinte, da popularização da
imprensa:
O que separa o romance da narrativa (e da epopeia no sentido estrito) é que
ele está essencialmente vinculado ao livro. A difusão do romance, só se torna
possível com a invenção da imprensa. A tradição oral, patrimônio da poesia
épica, tem uma natureza fundamentalmente distinta da que caracteriza o
romance. O que distingue romance de todas as outras formas de prosa –
contos de fada, lendas e mesmo novelas - é que ele nem procede da tradição
oral nem a alimenta. Ele se distingue, especialmente da narrativa. O narrador
retira da experiência o que ele conta: a sua própria experiência ou a relatada
pelos outros. E incorpora as coisas narradas à experiência dos seus ouvintes.
(BENJAMIN, 1987, p. 201).

Com isso retornamos à narrativa como característica marcante de exposição


da memória. Barbosa (1997, p. 12) traz uma visão humanista dentro do conceito da
tradição oral indo de encontro ao pensamento “benjaminiano”, legitimando-o:

Memória é um fato vivido, experimentado, registro de experiências. O homem


conta a sua história. Busca dados de outras memórias, de outros segredos
para ampliar a consciência sobre a sua pessoa e vivência. Com os avanços
tecnológicos da modernidade, diminui-se o espaço da narrativa nas famílias,
escolas – na sala de aula. Logo esse processo entra em crise. As pessoas
deixam de contar suas experiências e, consequentemente, perde-se o valor
cultural de patrimônio. A memória só se eterniza quando transformada em
narrativa. A narrativa tem importância fundamental, porque é memória. O
homem precisa contar como a memória.

3 ERFAHRUNG, ERLEBNIS E ERFAHRUNGSGEMÄS EM UM ACERVO

Os dois primeiros termos são repetidamente citados nos textos onde o assunto
é principal é a memória, principalmente nos escritos de Walter Benjamin: experiência
e vivência. O terceiro termo propositalmente trago em alemão para conectar à mesma
ideia: empirismo. As ideias se entrelaçam na prática de organização de acervos.
Apesar das ferramentas de organização cada vez mais modernas, como sistemas de
automação de bibliotecas e organismos de cooperação entre bibliotecas, a
“experiência” do bibliotecário e de sua equipe acaba por ser determinante nas
tomadas de decisões sobre as rotinas do acervo. Mas a vivência com o organismo
delimita as práticas para atuação, balizado nas políticas e missões institucionais. E o
empirismo é basicamente o viver a experiência. A definição literal trazida pelo
dicionário é “que se baseia somente na experiência ou observação, ou por elas se
guiam, sem levar em considerações teorias ou métodos científicos.” (MICHAELIS,
2020). Tal afirmação acaba por remontar a prática de atuação do corpo funcional de
um acervo memória como o contido na Fundação Biblioteca Nacional ao longo dos
anos.
Gondar e Achilles (2016) evocam a memória sob a perspectiva da experiência
e colocam Walter Benjamin dentro do campo teórico de tratamento dos acervos
documentários. Para isso, trazem explanação de Gagnebin (2014):
Walter Benjamin é conhecido, talvez em demasia, por ser um teórico da
memória e da conservação do passado. Sua obra oferece um manancial de
belas citações para historiadores, conservadores de patrimônio ou de
museus, pesquisadores e escritores que constatam, com razão, a indiferença
que caracteriza nossa atual relação com o passado. (GAGNEBIN, 2014, p.
217 apud ACHILLES; GONDAR, 2016, p. 179).

Achilles e Gondar (2016, p. 182) ainda trazem uma menção sobre o


colecionismo praticado por Benjamin e exemplificam:

Selecionar e armazenar são as práticas mais comuns para compor uma


coleção (um mosaico): é assim que Benjamin concebe a dinâmica da
memória e traz consigo a experiência. Colecionamos fatos do passado,
fragmentos para que no momento de lembrar o que talvez estivesse
esquecido, a experiência possa vir à tona e a atualização do passado no
presente seja possível. Toda vez que acessamos nossas coleções de
fragmentos estamos produzindo uma narrativa diferente, dependendo do que
queremos revelar da nossa identidade naquele momento.

4 A BIBLIOTECA NACIONAL BRASILEIRA E SUAS COLEÇÕES

Uma Biblioteca Nacional tem como “principal finalidade a preservação da


memória nacional, isto é, da produção bibliográfica e documental de uma nação”
(ARAÚJO; OLIVEIRA, 2011, p. 37) para uma definição mais ampla das funções de
uma biblioteca nacional Fonseca (2007, p. 54) expõe definição retirada do ALA World
encyclopedia of library and information services:

Embora circunstâncias históricas e nacionais possam diferenciar esta


categoria de uma nação para outra, pode-se estabelecer como objetivos
básicos de uma biblioteca nacional: a) reunir, preservar e difundir a
documentação bibliográfica e audiovisual produzida no território nacional (ela
se vale, para reunir, do chamado depósito legal e para difundir da bibliografia
nacional corrente; b) reunir o que em qualquer parte se publica a respeito da
nação; c) coordenar a permuta nacional e internacional de publicações; d)
coordenar programas nacionais de aquisição de publicações estrangeiras; e)
coordenar a rede nacional de bibliotecas; f) manter catálogo coletivo nacional
de livros e periódicos. (GOODRUM, [1985?] apud FONSECA, 2007, p. 54).

A Biblioteca Nacional Brasileira, conta em seu acervo com obras dessa


natureza além de inúmeras peças colecionadas ao longo dos séculos pelos reis e
imperadores, Portugal e Brasil. Outra forma de aquisição são doações, de itens
relevantes que podem ser inseridos no acervo da Biblioteca. Sabe-se assim que cada
item contido na FBN tem uma história diferente, acumulado ao longo dos séculos. Tal
explanação se faz necessária para entender a relevância de cada coleção. O exemplo
exposto em seguida, não é totalmente delineado em documentos por isso o uso da
memória de quem teve a experiência de estar presente em partes dos acontecimentos
é narrada para preencher as lacunas.
4.1 A COORDENADORIA DE PERIÓDICOS E SUAS COLEÇÕES

O acondicionamento sistemático de publicações em uma biblioteca implica


basicamente em conhecer as formas de agrupamento das obras e também ao local
de guarda. Em teoria, quando o acervo necessita de espaço, propõe-se o desbaste
de itens na coleção. Na Fundação Biblioteca Nacional, não há política de desbaste do
acervo, pois na prática o acervo memória é todo retido. Para melhor visualização da
situação, Santos (2011, p. 23) expõe as propriedades do “armazém” na
Coordenadoria de Publicações Seriadas, onde são acondicionados os documentos:

O Setor de Periódicos possui um armazém de seis andares, assim como o


Setor de Obras Gerais, com 400 estantes fixas por andar, além das estantes
montadas, chegando a ter mais de 500 estantes em alguns andares.

Na sequência, o autor aborda as propriedades dos suportes e as:

Levando em conta as propriedades físicas dos periódicos e seus vários tipos


de publicações, o espaçamento das prateleiras nas estantes é variável,
dificultando um cálculo bibliométrico simples como é feito com livros que tem
medidas, em sua maioria, menores. Isso também impõe aos responsáveis pelo
setor uma previsão maior do espaço que vai dispor em cada prateleira para
condicionar cada coleção e impedir conflitos das mesmas por todo o armazém.
O espaço é dividido entre revistas, jornais e outras publicações com tamanhos
diferentes. Tenta-se harmonizar o acondicionamento dessas publicações com
características distintas de forma que não prejudique o crescimento das
coleções, assim como a velocidade do atendimento aos usuários e mesmo o
trânsito dos funcionários do setor nas dependências do armazém. (SANTOS,
2011, p. 23).

As particularidades do acervo da Coordenadoria de Publicações Seriadas são


únicas e só podem ser narradas e observadas por quem tem o trato e/ou vive a
experiência de trabalhar na instituição. Mais um exemplo de como o entrelaçamento
entre a experiência, a informação e a memória à serviço de um melhor
desenvolvimento do acervo.

4.1.1 Coleção EBAL: um capítulo à parte

Desconhecida de boa parte do público A descrição em seguida foi retirada


diretamente do catálogo da Fundação Biblioteca Nacional (2020, catálogo online), e
descreve a trajetória da EBAL:
EBAL é a sigla do nome "Editora Brasil América Ltda". Ela foi a maior e mais
importante editora de quadrinhos do Brasil, tendo sido criada em 1945 por
Adolfo Aizen, muito em decorrência do grande sucesso do "Suplemento
Juvenil". Inicialmente Aizen lançou, como um encarte no jornal "A Nação" em
1934, o primeiro número do "Suplemento Infantil". Depois, a partir do 15º
número, como tablóide colorido e independente, tornou-se o "Suplemento
Juvenil". A enorme aceitação pelo público deste suplemento, animou Adolfo
Aizen a buscar fundos para abrir sua prórpia editora. Quando a EBAL iniciou
a publicação do Suplemento Juvenil, com uma tiragem que atingiu
semanalmente 360 mil exemplares, reunia apenas traduções de personagens
norte-americanos. No início dos anos 40, comprou os direitos de publicação
de Batman e do Super-Homem. Ao longo de quatro décadas, a EBAL
publicou os títulos de Marvel Comics e de DC Comics, além de vários outros
autores e personagens de quadrinhos e de livros infantis, como Walt Disney
(Seleções Coloridas), Lee Falk (O Fantasma), Chester Gould (Dick Trancy) e
Lee Falk e Phil Davis (Mandrake). Foi pela EBAL, também, que saíram as
versões quadrinizadas da Bíblia, de Os Lusíadas e de vários episódios
históricos brasileiros, bem como clássicos da literatura, entre os quais "Casa
Grande e Senzala", de Gilberto Freyre, com roteiro do sociólogo Estêvão
Pinto e ilustrações de Ivan Wasth Rodrigues (1981). Em 1975, a EBAL perdeu
os direitos de publicação da Marvel, e em 1983 deixaria também de publicar
os títulos da DC Comics, passando a se dedicar aos livros infantis. A Editora
entrou em crise, além destas perdas, com declínio do mercado editorial de
quadrinhos. O nome da editora, entretanto, ficou definitivamente vinculado à
história dos quadrinhos no Brasil, o mesmo acontecendo com o de Adolfo
Aizen, ganhador - por ocasião da Bienal Internacional de Quadrinhos em
Luca, Itália (1975) - do Prêmio Yellow Kid, o maior do gênero, e o primeiro
conferido com a menção "Uma Vida Dedicada aos Quadrinhos".

A história narra a ascensão e declínio de uma grande empresa do ramo da


comunicação brasileira. Como a legislação de depósito legal não possui uma logística
fácil para cobrança, tampouco era bem regulamentada no meio do século passado, a
coleção de quadrinhos da editora EBAL tinha muitas lacunas (como ocorre com
diversos tipos de publicações, de variados suportes), inclusive na época agasalhada
pela Lei de Depósito Legal. O destino acabou por levar boa parte da coleção para a
Fundação Biblioteca Nacional em 1997, que outrora fez parte do acervo do Museu
dos Quadrinhos, formatado e mantido pela editora EBAL e que sofria com perdas de
recurso e estavam perdendo a capacidade de manutenção e conservação do museu
e suas peças. Os herdeiros do fundador da EBAL, Adolfo Aizen, acharam por bem
doar a coleção à instituição magna do país e assim eternizar o legado do pai. Os
quadrinhos comporiam a coleção de periódicos da instituição, mas à época (não
diferente de agora) a FBN que recebe em média 4000 fascículos por mês, possuía
cerca de 9 milhões de peças em um espaço que logicamente caberia muito menos,
logo tiveram de ser reagrupados em área isolada da Biblioteca Nacional para que
pudesse ter um melhor tratamento e acondicionamento. Santos (2011, p. 24) em
levantamento já identificava alto volume de novos itens:
O Setor de Periódicos possui aproximadamente 55.000 títulos e mensalmente
são acrescentados cerca 30 títulos novos e 1500 fascículos para registro,
processamento técnico e guarda entre jornais, revistas e publicações oficiais
todos correntes, baseado em dados estatísticos da divisão no período de julho
a dezembro de 2010. (COSTA; SILVA, 2011, p. 2 apud SANTOS, 2011, p. 24).

As crises institucionais e mudanças políticas implicam nas prioridades de


atuação das equipes técnicas, reduzidas ao longo dos anos, e apesar do zelo e
esforço, ainda não alcançaram o tratamento devido. Os projetos internos da
Coordenadoria de Publicações Seriadas por meio de seus funcionários ainda trazem
alguma vida aos acervos e, por conseguinte, reacendem a memória das coleções
esquecidas.
A experiência acaba por ser o fator que traz à luz as coleções que são
esquecidas e pouco procuradas e que pode vir a ter relevância histórica.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Walter Benedix Schönflies Benjamin, ou como era mais bem referenciado


Walter Benjamin, foi ensaísta, crítico literário, tradutor, filósofo e sociólogo judeu
alemão. Tantas atribuições fez com que o autor percorresse por muitas áreas do
conhecimento. No presente trabalho, contribuiu com o conceito da experiência
(Erfahrung) que valora a memória e aplicação da prática da narrativa. A teoria exposta
em “O Narrador” sobre o camponês sedentário, exemplificado pelo homem do campo
que não sai de sua comunidade e é capaz de narrar a histórias e os costumes de onde
vive, pode se aplicar facilmente ao funcionário de um acervo antigo que sabe onde
todos os itens estão e é dotado do conhecimento empírico. O marinheiro comerciante
na figura do viajante que conhece o mundo todo e narra o que vê mundo afora, se
enxerga naqueles que pesquisam o acervo e trazem novas experiências ao acervo, e
novas visões. A experiência pode ser aplicada em todos os campos, com a
sensibilidade adequada para referenciar cada caso.
O que se vê na Fundação Biblioteca Nacional do Brasil é uma instituição onde
habitam muitos “camponeses sedentários” e “marinheiros comerciantes” que são
partes fundamentais da instituição tão importantes quanto o próprio acervo, pois se
não for por meio deles a história não é contada. Diferente do tempo do Leskov onde
a figura do narrador está em vias de extinção, na atualidade a tecnologia ajuda na
comunicação de novos fatos e a voz do narrador pode ser registrada e ouvida por
outras gerações. Obviamente guardadas as devidas proporções. Parafraseando
Gondar e Achilles (2016, p. 182): “A narração é uma forma de exteriorizar nossas
experiências que ficam marcadas em nossa memória individual e coletiva.”
Entende-se que a história da Fundação Biblioteca Nacional e suas coleções
precisa ser contada e amplamente difundida. Com isso, se faz exemplo, como figura
central em uma revolução cultural que nosso país precisa. Usando a licença poética
do texto, a FBN precisa “narrar” para o mundo o seu conteúdo e nas minúcias, para
que ao longo do tempo, o povo tenha conhecimento do completo, não só como um
depósito de coisas velhas ou apenas um prédio antigo meio a arranha-céus do Centro
do Rio de Janeiro.
REFERÊNCIAS

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