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NOÇÕES BENJAMINIANAS
RESUMO: Este trabalho visa trazer à discussão o papel da experiência dentro das
instituições de acervo de memória. Para explicar o ponto de vista resgata-se o olhar
do ensaísta Walter Benjamin e suas teorias sobre narrativa e história e como esse
conceito pode ser aplicado para contar o histórico de um acervo, uma coleção ou
mesmo instituição. O estudo tem por ideia valorizar os profissionais que vivenciam o
dia a dia dentro das instituições de acervo memória.
1 INTRODUÇÃO
São cada vez mais raras as pessoas que sabem narrar devidamente. Quando
se pede num grupo que narre alguma coisa, o embaraço se generaliza. É
como se tivéssemos privados de uma faculdade que nos parecia segura e
inalienável: a faculdade de intercambiar experiências. (BENJAMIN, 1987, p.
197).
Os dois primeiros termos são repetidamente citados nos textos onde o assunto
é principal é a memória, principalmente nos escritos de Walter Benjamin: experiência
e vivência. O terceiro termo propositalmente trago em alemão para conectar à mesma
ideia: empirismo. As ideias se entrelaçam na prática de organização de acervos.
Apesar das ferramentas de organização cada vez mais modernas, como sistemas de
automação de bibliotecas e organismos de cooperação entre bibliotecas, a
“experiência” do bibliotecário e de sua equipe acaba por ser determinante nas
tomadas de decisões sobre as rotinas do acervo. Mas a vivência com o organismo
delimita as práticas para atuação, balizado nas políticas e missões institucionais. E o
empirismo é basicamente o viver a experiência. A definição literal trazida pelo
dicionário é “que se baseia somente na experiência ou observação, ou por elas se
guiam, sem levar em considerações teorias ou métodos científicos.” (MICHAELIS,
2020). Tal afirmação acaba por remontar a prática de atuação do corpo funcional de
um acervo memória como o contido na Fundação Biblioteca Nacional ao longo dos
anos.
Gondar e Achilles (2016) evocam a memória sob a perspectiva da experiência
e colocam Walter Benjamin dentro do campo teórico de tratamento dos acervos
documentários. Para isso, trazem explanação de Gagnebin (2014):
Walter Benjamin é conhecido, talvez em demasia, por ser um teórico da
memória e da conservação do passado. Sua obra oferece um manancial de
belas citações para historiadores, conservadores de patrimônio ou de
museus, pesquisadores e escritores que constatam, com razão, a indiferença
que caracteriza nossa atual relação com o passado. (GAGNEBIN, 2014, p.
217 apud ACHILLES; GONDAR, 2016, p. 179).
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
BARBOSA, Reni Tiago Pinheiro. Pontos para tecer um conto. Belo Horizonte:
Editora Lê, 1997.
CASSON, Lionel. Bibliotecas no mundo antigo. São Paulo, SP: Vestígio, 2018.
COSTA, Maria Ione Caser da; SILVA, Maria do Sameiro Fangueiro da. Periódicos
literários: publicações efêmeras, memória permanente. In: CONGRESSO
BRASILEIRO DE BIBLIOTECONOMIA, DOCUMENTAÇÃO E CIÊNCIA DA
INFORMAÇÃO, 24., 2011, Sistemas de informação, multiculturalidade e
inclusão social. Maceió: FEBAB, 2011. Disponível em:
http://febab.org.br/congressos/index.php/cbbd/xxiv/paper/viewFile/105/642. Acesso
em: 17 set. 2020.