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1)

Tema (nome provisório): Monografia sobre Memórias Póstumas De Brás Cubas e a


abordagem social.

Subtema 1: A importância da leitura para a formação do indivíduo.


Subtema 2: A importância da obra de Machado de Assis para a literatura brasileira e
para a formação do leitor.
Subtema 3: As críticas presentes na obra Memorias Póstumas De Brás Cubas.

ARTIGOS:

Subtema 1:
CANDIDO, Antônio. Vários Escritos. Rio de Janeiro: Ouro sobre azul, 2011.p.(171-
193).
SILVA, Gustavo; Dering, Renato. Breves Reflexões Sobre a Importância da Leitura
Para a Formação de um Sujeito Crítico. Humanidades e Inovação, Palmas, v.7, n.1, p.
(75-81), Fevereiro, 2020. Disponível em:
https://revista.unitins.br/index.php/humanidadeseinovacao/article/view/2344 Acesso
em: 24/05/2023.
BRITO, Daniele. A Importância da Leitura na Formação Social do Indivíduo. Revela,
São Paulo, v.4, n. 8, p. (1-35), Junho, 2010. Disponível em: <
http://www.fals.com.br/revela/revela027/edicoesanteriores/ed8/Artigo4_ed08.pdf>
Acessado em: 24/05/2023.

Subtema 2:
SILVA, Felipe. O Direito à Leitura de Machado De Assis. In: ABRALIC, 7., 2018,
Uberlândia, Anais [...]. Uberlândia: ABRALIC, 2018. P. (653-661).
JACKSON, Luiz. Perspectivas Sociológicas Sobre Machado de Assis. Estudos
históricos, Rio de janeiro, v.2, n.32, p. (71-88), Janeiro, 2003. Disponível em:
https://bibliotecadigital.fgv.br/ojs/index.php/reh/article/view/2205/2189 Acesso em:
24/05/2023.
CORRÊA, E; GUEIROS, A. A Literatura Brasileira na sala de aula e a formação
de leitores através de uma atividade com o conto A Cartomante, de Machado De
Assis. 2020. 12 p. TCC (Concepções multidisciplinares de leitura) - Instituto Federal de
Santa Catarina, Santa Catarina, 2020.
Subtema 3:

FIGUEIREDO, R. A Crítica Social Em Memórias Póstumas de Brás Cubas.


SCRIPTA, Belo Horizonte, v.3, n.6, p. (183-186), Março, 2000. Disponível em:
http://periodicos.pucminas.br/index.php/scripta/article/view/10360/8462 Acesso em:
24/05/2023.
MARTINS, Lara. Crítica da Narração Pura: as Categorias Filosóficas das
Memórias póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis. In: Anais do Seminário
dos Estudantes da Pós-Graduação em Filosofia da UFSCar, 8., 2012, São Carlos, Anais
[...]. São Carlos: UFSCar, 2012. P. (23-32).
LIMA, A. P. de; SILVA, G. da; JACOBOWSKI, T. "MEMÓRIAS PÓSTUMAS DE
BRÁS CUBAS": LEITURAS CONTEMPORÂNEAS. Ensaio - Revista de Divulgação
Científica, Tese, v. 1, n. 2, 2017. Disponível em: <
https://saber.unioeste.br/index.php/ensaio/article/view/18515> Acesso em:
24/05/2023.

2)

FICHAMENTO DE CITAÇÃO
Artigo escolhido: A Crítica Social Em Memórias Póstumas de Brás Cubas. p. (183-186)
Autora: Roseana Nunes Baracat de Souza Figueiredo.
Revista: SCRIPTA.

“Brás Cubas, segundo Roberto Schwarz, é a encarnação da elite dominante Brasileira,


uma elite frívola, exibicionista, cínica, "respeitável" e cheia de conhecimentos
superficiais.” p.183

“Tudo o que Brás tem é devido a um privilégio de classe.” p.184

“As finalidades mestras da vida burguesa tomam feições barateadas; no lugar do estudo
temos alguns anos de folia em Portugal; no lugar da Política, um discurso parlamentar
sobre a conveniência em diminuir em duas polegadas as barretinas da Guarda Nacional;
a filosofia é apresentada por meio de reflexões sociais inspiradas em brigas de cachorros
e o emplasto faz as vezes da ciência e da Livre Empresa.” p.184
“Os escravos eram propícios às brutalidades e caprichos de Brasinho, que atinge,
também, as visitas da casa, mas todos reagem complacentemente.” p.184

“Ele afronta o leitor invadindo e perturbando o curso do romance; isso representa uma
conduta própria da classe dominante brasileira: a intromissão.” p.184

“Temos Virgília que faz questão do bom e do melhor, que quer a liberdade no amor
sem o prejuízo da vida familiar sólida- a união do progresso europeu e o arcaísmo
colonial.” p.184

“Em suma, defendia-se um ideal liberal, organizava-se o Estado em termos liberais e


por outro lado mantinha-se na prática o sistema opressivo, criando-se assim uma
sociedade de ideias fora do lugar.” p. 185

“Machado não lhe perdoa as mesquinharias pequenas e grandes, as indecisões, o


oportunismo disfarçado, a falsa devoção e a moral de fachada.” p.185

“Sua intenção está em mostrar a superioridade do mais forte, sem críticas explícitas e
sem acusações, mas encaminhando o leitor a uma reflexão de si mesmo.” p.185

“Mas o homem representado por Brás Cubas é tão frágil, tão peque no e mesquinho
que canta glória sem a possuir, que acha que pode sem poder algum.” p.185

“Machado deve ter conhecido muitos "Brás Cubas" em sua época e nota-se que nesta
obra ele conseguiu reunir todos os estereótipos, os quais mostraram uma sociedade
fraudulenta e mesquinha, a que Machado possuía verdadeira repulsa.” p.185

“Machado presenciou esse tipo de atitude, mas de uma forma apenas observadora, ele
não faz ia parte do centro, ele era a parte periférica.” p.185

Resumo
A autora inicia mostrando como Machado, segundo Roberto Schwarz, incorporou a
sociedade burguesa da época no seu personagem Brás Cubas, sendo ele um falso
intelectual, que cria pensamentos filosóficos, acreditando em estar sendo profundo no
pensamento mas que, diante suas ideias se mostra alguém completamente fútil e
ignorante; mostrando também como ele nunca tivera que mexer um dedo sequer para
conseguir o que queria.
Então, se desenvolve um argumento ao longo do texto sobre os arquétipos das
personagens serem representações dos pensamentos da sociedade do século XIX. A
autora usa um exemplo de Virgília, uma personagem que representa uma espécie de
união entre o progresso europeu e o arcaísmo colonial. A autora também mostra como
as ideias liberais estão presentes nos personagens que compõe a obra, reforçando mais o
fato de que Machado criou um retrato dos pensamentos presentes na elite brasileira do
século XIX.
Contudo, a autora finaliza mostrando como a visão periférica de Machado sobre a
burguesia, ainda que presente em apenas uma personagem, nos persegue até os dias de
hoje, sendo praticamente os mesmos comportamentos retratados nessa obra de 1881.
As críticas presentes na obra “Memorias Póstumas de Brás Cubas”

“No tiene importância lo que yo pienso de Mafalda.


Lo importante es lo que Mafalda piensa de mí.” - Julio Cortázar.

A obra “Memorias Póstumas de Brás Cubas” de Machado de Assis, originalmente


publicada em folhetins na “Revista Brasileira” de março a dezembro de 1880 (sendo
publicado em formato de livro pela editora Tipografia Nacional em 1881), foi um marco
para a literatura brasileira, abrindo portas a um novo gênero literário: o realismo.
Machado fez sua obra ser prestigiada pela academia da época, mesmo sendo um escritor
negro periférico; que mesmo não conseguindo dialogar com a periferia, por causa da
leitura não ser acessível para grande parte da população brasileira do século XIX, ainda
assim colocava no seu texto muitas críticas sutis a classe burguesa; burguesia essa que
dominava a academia. Mas, mesmo a obra sendo o retrato de uma época, ela ainda
consegue dialogar com o nosso tempo, sendo atemporal e sempre, ao passar dos anos,
criando novas camadas no texto. Aqui iremos tentar entender como Brás Cubas é
essencial para desconstruir os ideais de uma classe dominante.
Brás Cubas é o representante de grande parte dos ideias da classe burguesa, segundo
Roseana: “Brás Cubas, segundo Roberto Schwarz, é a encarnação da elite dominante
brasileira, uma elite frívola, exibicionista, cínica, "respeitável" e cheia de
conhecimentos superficiais.” A personagem que se despõe a nos narrar os eventos de
sua vida, transparece em seus diálogos com o leitor, todo o comportamento da elite da
época: como quando ele tenta se sobressair aos acontecimentos, quando ele filosofa de
maneira infantil como se fosse um grande pensador, ou quando ele comete um ato
questionável e tenta sobrepor sua índole e justiça a suas atitudes; e esse ponto da defesa
de Brás Cubas é um exemplo claro de quão fútil eram os atos da elite.
O capítulo XXXI da obra retratada, intitulado de “A borboleta preta”, exemplifica
muito bem esse comportamento. Brás está se arrumando em seu quarto quando acaba se
deparando com uma borboleta preta, que voa ao seu redor e pousa na janela. Brás acaba
matando a borboleta com uma batida de toalha, e sentindo um pouco de vergonha ele
tenta se desculpar com o leitor, usando o argumento: “Também por que diabo ela não
era azul?” (ASSIS, 1881, p.132). Aqui, para se explicar ao leitor e se sobressair ao seu
ato, ele filosofa de maneira infantil sobre como a borboleta o via; ela o enxergava como
“o criador das borboletas”, e por isso temia sua presença “divina”, o que ocasionou na
sua morte. Brás ainda afirma que: “E esta reflexão – uma das mais profundas desde a
invenção das borboletas – me consolou do malefício, e me reconciliou comigo mesmo.”
(ASSIS, 1881, p.132). Percebe-se então como o personagem tenta manter sua “moral”
ao leitor e a si próprio com raciocínios supérfluos e infantis, mesmo se achando um
grande intelectual. Cabe então ao leitor, travar uma crítica baseada nesses longos
diálogos com o defunto-autor, para perceber como a falsa sabedoria da burguesia se
auto sabota em seus ditos.
Exposto esses fatos, a autora em seguida faz críticas ao próprio Brás Cubas, como:
“Brás é marcado pela ideia fixa da fama, possui mania genealógica, filosofa a respeito
de tudo e não tem filosofia nenhuma.”; “Brás é um charlatão, só quer ganhar fama com
a invenção do emplasto e apresenta-se, então, como o salvador da humanidade. A
narrativa faz passar diante de nós as estações da vida de um brasileiro rico e
desocupado.” E “Tudo o que Brás tem é devido a um privilégio de classe.”
(FIGUEIREDO, 2000, p.184). Em verdade, Brás Cubas foi uma criança mimada, um
adolescente fútil, um adulto frustrado e acreditando ser um grande homem, e um velho
acabado e esquecido por todos. Brás nunca teve que trabalhar em toda a sua vida, Brás
liquidava o dinheiro da família com coisas fúteis, Brás fora cruel com todos ao seu
redor; mas por causa de sua posição social, nunca sofreu as consequências por seus atos;
assim como todas as pessoas que compõem a classe burguesa.
Agora fica bem exposto ao leitor o que Roseana pensa sobre a obra. De acordo com
ela, Machado busca fazer suas críticas de maneira velada, se escondendo atrás dos
comportamentos de Brás Cubas, debochando da elite e seus ideias. Machado traz então,
um elenco de personagens que resumem a sociedade nacional, para compor o resto da
crítica na obra. Roseana usa o exemplo da personagem Virgília, sendo um dos interesses
amorosos de Brás, Virgília representa, nas palavra da autora: “A união do progresso
europeu e o arcaísmo colonial.”
Na conclusão, Roseana traz o arquétipo de personagem machadiano, e como Brás
acaba na história. Desde o início se sabe que Brás irá morrer em algum momento, pois
ele conta suas histórias já morto. Então, Machado não o perdoa sobres suas ações, e em
um ato poético, condena a burguesia (não diretamente, mas por intermédio de Brás) a
morrerem sozinhos, doentes e infelizes. O materialismo não irá salvar ninguém da
morte, as filosofias infantis também não. Se percebe então, a justiça da morte; as críticas
sutis de Machado não estão somente em diálogos e nos raciocínios das personagens,
mas também na maneira como o leitor se enxerga diante aos comportamentos
retratados. A ironia de Machado mora ai, satirizando o próprio leitor, sem esse ao
menos perceber.
Roseana conclui que, as experiências que Machado deve ter vivido com outros “Brás
Cubas” serviram totalmente de inspiração a obra. Machado foi um morador da periferia,
preto; mas conseguiu sobressair a tudo isso, mesmo naquela época, e se tornar um dos
maiores escritores brasileiros de todos os tempos. Ele foi assertivo em sua obra,
totalmente preciso na crítica e em todos os outros aspectos; tão preciso que até hoje
podemos encontrar essa sua personagem em outras pessoas.

Conclui-se então que, Memórias Póstumas de Brás Cubas, é um grande clássico não
somente por sua importância a literatura brasileira, mas também por trabalhar com
maestria as questões sociais de uma época e ser objeto de estudo até os dias de hoje. A
crítica social presente no título do texto de Roseana, não se refere somente as futilidades
da burguesia; mas também a nossa miséria humana. O veneno do ser. Como diz Brás
Cubas: “Não tive filhos, não transmiti a nenhuma criatura o legado de nossa miséria.”

Referencias

FIGUEIREDO, R. A Crítica Social Em Memórias Póstumas de Brás Cubas.


SCRIPTA, Belo Horizonte, v.3, n.6, p. (183-186), Março, 2000. Disponível em:
http://periodicos.pucminas.br/index.php/scripta/article/view/10360/8462 Acesso em:
24/05/2023
ASSIS, Machado. Memorias Póstumas de Brás Cubas. Rio de janeiro: Antofágica,
2019.

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