Você está na página 1de 2

Escola Estadual de Ensino Médio Dr.

Luiz Bastos do Prado


Rua Silva Jardim, 395 – Fone: (51) 34901386
Email: luizbprado28cre@educacao.rs.gov.br
Vila São Judas Tadeu – CEP 94.075-100
Gravataí – RS
Aluno:____________________________________ Turma: _____ Data:_____________
Disciplina: Literatura – 3º ano Trimestre: 3º Professora: Ana Topaczewski

Poema “Vou-me Embora pra Pasárgada” de Manuel Bandeira

Vou-me embora pra Pasárgada Pra me contar as histórias


Lá sou amigo do rei Que no tempo de eu menino
Lá tenho a mulher que eu quero Rosa vinha me contar
Na cama que escolherei Vou-me embora pra Pasárgada
Vou-me embora pra Pasárgada Em Pasárgada tem tudo
Vou-me embora pra Pasárgada É outra civilização
Aqui eu não sou feliz Tem um processo seguro
Lá a existência é uma aventura De impedir a concepção
De tal modo inconsequente Tem telefone automático
Que Joana a Louca de Espanha Tem alcalóide à vontade
Rainha e falsa demente Tem prostitutas bonitas
Vem a ser contraparente Para a gente namorar
Da nora que nunca tive E quando eu estiver mais triste
E como farei ginástica Mas triste de não ter jeito
Andarei de bicicleta Quando de noite me der
Montarei em burro brabo Vontade de me matar
Subirei no pau-de-sebo — Lá sou amigo do rei —
Tomarei banhos de mar! Terei a mulher que eu quero
E quando estiver cansado Na cama que escolherei
Deito na beira do rio Vou-me embora pra Pasárgada.
Mando chamar a mãe-d'água

Texto extraído do livro "Bandeira a Vida Inteira", Editora Alumbramento –


Rio de Janeiro, 1986, pág. 90

Questões de interpretação

1. Qual é o significado de Pasárgada para o eu lírico?

2. No poema ocorre antítese entre aqui e lá. Identifique o espaço a que se refere cada um desses advérbios.

3. Que verso do poema sintetiza o motivo da evasão da realidade?

4. A realidade de Pasárgada não obedece à lógica. Anote dois fatos dessa realidade que permitem tal conclusão.
5. Na adolescência, o poeta Manuel Bandeira contraiu tuberculose, que na época era uma doença fatal. Releia a
terceira estrofe do poema e reflita: as atividades que o eu lírico vê como possíveis em Pasárgada são rotineiras na
juventude. Por que, então, ele as valoriza tanto?

6. Os anseios que o eu lírico pretende concretizar em Pasárgada são de natureza predominantemente espirituais ou
materiais?

7. Na biografia de Bandeira consta que lhe serviu de babá uma mulata chamada Rosa, que é citada no poema.
Quem, lá em Pasárgada, exercerá o papel que Rosa desempenhou aqui? Por quê?

Você também pode gostar