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Conceitos Contemporâneos de Gil, Deleuze e Guatarri

Uma desconstrução do pensamento contemporâneo

Amalia Martín, Catarina Nascimento, Filipa Caires, Madalena Évora e Susana Neto

Professor Doutor Luís Lima

Departamento de Ciências da Comunicação

Unidade Curricular de Cibercultura

Universidade Autónoma de Lisboa

18 de janeiro de 2023
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Índice
Ligações estranhas, atmosferas e devir-outro.....................................................................3
Introdução.........................................................................................................................3
Ligações de Inconscientes..................................................................................................3
Mil Planaltos, Capitalismo e Esquizofrenia - Volume 4......................................................7
Associação das obras...................................................................................................................7
Relação com a Cibercultura.............................................................................................11
Exemplos referentes aos textos.........................................................................................11
Spider Man: No Way Home......................................................................................................11
Matrix........................................................................................................................................12
Cinder........................................................................................................................................13
Gossip Girl................................................................................................................................14
Conclusão........................................................................................................................16
Referências......................................................................................................................17
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Ligações estranhas, atmosferas e devir-outro

Introdução

Conceitos Contemporâneos de Gil, Deleuze e Guatarri é um ensaio que tem como


objetivo explorar o tema “Ligações estranhas, atmosfera e devir-outro”. Os conteúdos que
serão analisados são o texto Ligações de Inconscientes de José Gil e a obra Mil Planaltos,
Capitalismo e Esquizofrenia Volume 4, de Félix Guatarri e Gilles Deleuze. Neste ensaio
pretende-se explicar os diversos conceitos abordados durante os conteúdos, de uma forma
concreta e clara, além de esclarecer os pensamentos dos autores referentes às obras, bem
como problematizar a temática, ou seja, expor ideias e reflexões do grupo referente ao tema.
A estrutura do trabalho segue de uma introdução para um breve resumo das obras,
além de uma relação entre ambas. Pretende-se ainda ilustrar como está o tema relacionado à
cibercultura, e apresentar exemplos dos conceitos referidos e que demonstrem como estes
estão presentes no dia-a-dia e no entretenimento atual. Uma análise crítica será feita,
problematizando assim a temática e, por fim, uma conclusão, encerrando o trabalho.
O tema foca-se em pôr em causa assuntos raramente abordados (como a captura, a
atmosfera e o devir). Um dos autores do tema, José Gil, interroga-se bastante com o facto da
sociedade contemporânea utilizar conceitos da sociedade moderna, afirmando que
possivelmente estão desatualizados. Já em Capitalismo e Esquizofrenia a problemática passa
pela tentativa de definir o que é o devir, além de fazer avançar uma nova imagem de
pensamento e questionando os pressupostos dominantes na filosofia e nas ciências humanas
para a época, século XX, através da crítica que houve de uma nova construção ético-
filosófica.

Ligações de Inconscientes

Após uma profunda análise do texto do José Gil, foi verificado que este aborda
diversas temáticas que se focam na sociedade contemporânea e na sua dependência pela
tecnologia. Gil começa o texto afirmando que “vivemos com conceitos que já serviram, mas
que já não servem”, ou seja, há certos conceitos que, devido a toda a mudança criada pelas
novas tecnologias, tornam-se incapazes de dar conta da realidade. O autor dá o exemplo da
“Multiplicidade”, um conceito que se insere nas diferenças, e a sociedade contemporânea não
aceita bem o que é diferente. Deste modo, é necessário criar uma ideia de unificação,
aceitando a igualdade e recusando a existência de distinções. Gil coloca em causa o
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raciocínio de Deleuze, Batallie e Foucault. Tentando explicar que o pensamento dos autores
pode ser um “obstáculo” para uma melhor compreensão da sociedade contemporânea.
De seguida, o autor pretende explicar a problemática “Ligações Estranhas”, que
apenas começou a ser discutida nos tempos modernos, devido à ligação dos Homens com as
máquinas, sendo assim um tema recente.
As ligações estranhas remetem para as ligações diferentes e este conceito de
“estranho” relaciona-se com o ato de se ligar, em diversos fenômenos, como a “transferência
psicótica”, “a influência mágica”, a “adivinhação”, ou a “telepatia”. Uma situação do
quotidiano que reflete exatamente este conceito é quando se pensa em alguém e essa pessoa
liga no mesmo segundo, ou ainda, quando duas pessoas dizem a mesma coisa, no mesmo
momento. Existe uma ligação estranha, inconsciente. Uma atmosfera criada, que até longe, se
pode conectar.
Além disso, é possível criar este tipo de ligação através da tecnologia. A comunicação
de inconscientes é uma das possíveis ligações estranhas, esta pode também remeter para a
máquina e o humano, havendo um desejo de submissão de um para o outro, bem como
inteligência, pensamento e corpo.
São classificadas de ligações estranhas todas as ligações fora do comum, fora do
normal. É recorrente na sociedade contemporânea existirem este tipo de ligações, sendo que a
natureza do humano foi alterada desde o aparecimento das tecnologias.
Ainda assim, podem existir outro tipo de relações estranhas, de acordo com Gil, a
questão da telepatia e das premonições é considerada uma ligação estranha, sendo que a
relação que se estabelece entre dois corpos é consideravelmente fora do normal. Insere-se
neste conceito a comunicação de inconscientes, porque nessa ligação é inconscientemente
criada uma comunicação através do pensamento, verbal ou gestual, sendo as mensagens
idênticas do emissor e o recetor, havendo então uma atmosfera e uma captura.
Durante todo o texto é mencionado o conceito “devir”, no qual o autor dá uma enorme
importância a este conceito, uma vez que sem ele as ligações estranhas não podem ser
explicadas. O devir é uma transformação, uma energia que já não é humana, uma ligação
estranha. O devir, segundo Deleuze e Guattari, é uma questão de matérias e intensidades. O
devir não existe sem a captura, como por exemplo, quando estamos dentro de água, por vezes
esquecemo-nos de respirar, somos devir-peixe. Quando começamos a brincar, a rir sem parar
e perdemos a noção do tempo, somos devir-criança. As crianças entram em devir a todo a
hora, pois permanecem em ligação com as intensidades do pensamento e conseguem entrar
numa energia diferente. Todos estes devires, são a transformação em algo diferente do
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natural, uma força não humana, uma força de outra natureza, outro tipo, outra forma, outro
elemento. O devir e a captura marcam a comunicação de inconscientes, pois é a partir da
“junção” de dois pólos que se dá a comunicação.
Gil decide dar um exemplo bastante pessoal, para ilustrar os assuntos que pretende
esclarecer no texto. O autor estava na cozinha da sua casa, com a sua mulher e o seu enteado.
Estava junto da lareira-fogão, e atiçava o seu fogo, com um fole. Ouvia-se o sopro do fole
sobre as brasas. Enquanto fazia isto, pensava no seu irmão, Fernando, já há meses que não se
recordava dele. O miúdo de cinco anos aproxima-se e diz “o fole está a dizer Fer-nan-do, Fer-
nan-do”. A pergunta que Gil faz no texto é “Como dar inteligibilidade a tal facto?”, ou seja,
como explicar este fenómeno com clareza. O autor afirma que mesmo ocorrendo uma
tradução do movimento do pensamento, para o pensamento muscular e assim para o ar que
saía para o fole, não é o suficiente para explicar este fenómeno, uma vez que, é necessário
colocar em causa aspetos como os sons e os fonemas e ainda as sonoridades de que
transformam em movimentos referidos. Há uma transmissão inconsciente da palavra, com um
sistema ultrassofisticado e abstrato de tradução.
José Gil relaciona esta história à osmose e ao devir, uma vez que, “para que a criança
fosse capaz de traduzir os sons do fole, foi necessário que ela entrasse na minha pele”. O
devir é uma questão de matérias e intensidades, assim, a criança entrou no devir-adulto e foi
como se esta encontrasse as intensidades que atravessam o autor. Por outras palavras, o devir
reenvia, para uma osmose (que é caracterizada por uma mudança de um estado para o outro)
formando assim a ligação prévia entre a criança e o seu devir-adulto, uma intensidade que
circula num e passa obrigatoriamente para o outro. É nesta altura que o autor refere um novo
conceito, o conceito de captura, explicando que o devir não acontece sem a captura, ou seja, o
que a criança apreendeu no seu devir-adulto foi precisamente o ritmo das intensidades
corporais que se originava no pensamento. A captura foca-se em sentir pequenas perceções
que poderão levar a uma comunicação inconsciente.
Ao fenômeno da captura está associado a atmosfera, e para o autor este novo conceito
“é como poeira de pequenas perceções que se penetra. É a atmosfera que faz com que a
relação “pegue” e que a captura se exerça”. Pode ser como o clima presente, por exemplo,
num estádio de futebol, onde se encontram estas pequenas perceções únicas, assim como uma
dinâmica própria das forças que a põe circular. É a atmosfera que, coloca quem estiver nela
em contacto com as suas forças inconscientes, pondo assim em contacto os inconscientes. “A
atmosfera envolve, enleia, obriga a entrar num outro mundo”, e é este género de
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envolvimentos que se relaciona com a captura. Desta forma, a atmosfera adquiriu o poder de
agir como uma correia de transmissões imediata de pensamentos.
O autor explica ainda que, a partir da tecnologia se criou um género de “ligações
estranhas” entre os homens, desenvolvendo não só um sentido de dependência como
manipulação do desejo do Homem. “As tecnologias encontraram a sua matéria de eleição
para compor, recombinar, agenciar imagens, objetos, tempos e espaços”.
O ciberespaço é uma plataforma de uma nova realidade humana, um espaço de
comunicação aberto pela interconexão mundial, criando assim relações homem-máquina,
homem-homem. É ainda importante salientar que, “a imagem e a máquina fabricadas pelas
novas tecnologias ampliam consideravelmente o seu poder normal de segregar atmosferas, e
de fascinar, captando subjetividades”. É a partir do ciberespaço, que circulam as intensidades
mais diversas, sendo assim, a imagem comum é reforçada pela atmosfera que a envolve.
Na sociedade contemporânea, as máquinas deixaram de ser os meios para chegar ao
desejo, para se tornarem o desejo, e deste modo, a atmosfera do ciberespaço, mais que um
meio de realização do desejo, é parte do objeto do desejo. É a atmosfera mais proclamada
pela captura, uma vez que, é nesta atmosfera, onde os desejos são manipulados, que se torna
mais fácil a captura, prender a atenção. Por alguma razão, há pessoas que passam horas no
TikTok, esta aplicação manipula o desejo destes indivíduos, encontra algo que os prende,
capture ao ecrã.
Como já mencionado anteriormente, a relação entre a máquina e o homem, parte da
realização de um desejo. As máquinas e os humanos mantêm uma relação estranha, uma vez
que o Homem a colocou como principal meio para satisfazer o seu desejo. A máquina, de
acordo com José Gil, não é nem um brinquedo, nem um ser humano, muito menos uma
máquina. A máquina é um híbrido, como o cyborg, algo que se pode considerar um não
humano, próximo do mesmo, mas que advém da tecnologia. A Humanidade é carne e o
híbrido não tem esse aspeto humanístico, apesar de estar mais perto, devido à implementação
das forças humanas no seu sistema.
Neste sentido, a ideia de humano está ultrapassada, porque o artificial tornou-se
normal, e o humano é cada vez mais tecnológico. Já não existe uma separação entre o natural
e o artificial. Embora todos os seres humanos comecem por ser naturais, é graças à
introdução da tecnologia avançada que, ao longo da vida, se pode introduzir estes
mecanismos híbridos no corpo.
Os sistemas híbridos são vistos por José Gil como “objetos poderosos de
investimentos afetivos, são tão poderosos que provocam forças inconscientes “não ligadas”
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ou “livres” e caóticas”, sendo então a ligação com a máquina essencialmente inconsciente,


exclusiva e efetiva. Desta forma, cria novas atmosferas, ligações e captura.
Este menciona ainda que, “o híbrido é um paradoxo não pensável, em conexão com
categorias tradicionais de corpo e alma”, mas ainda assim são aceites na sociedade. O autor
refere-se principalmente aos exemplos dos desenhos animados, onde existem super-heróis ou
super-robôs, descrevendo-os como uma invenção da ciência, que chegou aos limites
humanos, utilizando a força e violência para exercer o Bem. Podemos ainda pensar, nos
filmes da Marvel, DC, etc., em que se utiliza um humano, que se transforma (pela osmose)
em híbrido, e normalmente, este contém toda a potência da Natureza, com objetivo de travar
o Mal. O Bem, segundo Gil, "é tão somente a preservação dos poderes sobre-humanos da
tecnologia”.
O que é a comunicação de inconscientes? “Quando dois olhos, dois corpos, dois
espíritos podem entrar em comunicação sem que esta inicie um tipo de relação que “pegue”,
quer dizer, que ligue numa única, dois polos diferentes”. Ou seja, como o nome indica, é
inconsciente, quase que telepático e por si só, tem diversos conceitos associados. Só depois
de compreender estes diversos conceitos como, ligações estranhas, devir, atmosfera e captura,
é possível compreender o que é a comunicação de inconscientes. A tecnologia, cria então
uma comunicação inconsciente, por exemplo do homem com o seu telemóvel, quando este
lhe dá certas sugestões de pesquisa.
Por fim, o autor afirma que certos conceitos que parecem inadequados à descrição do
“que se está a passar”, só por sofrerem uma “simplificação grotesca”, assim como o Devir,
que para o autor é um conceito atualizado com o mundo tecnológico, não é designado de
forma correta, complexa. A conclusão do seu texto responde à sua pergunta inicial, estão os
conceitos desatualizados? Este afirma que sim “estão por construir novos conceitos”, contudo
não se aplica à generalidade.

Mil Planaltos, Capitalismo e Esquizofrenia - Volume 4


Associação das obras

Em 1980, os escritores franceses Gilles Deleuze e Félix Guattari publicaram o livro


Mil Planaltos – Capitalismo e Esquizofrenia, entre outros, com o intuito de perceber melhor a
relação entre o ser humano e a natureza. Este, é designado de uma diversidade conceitual,
dedicado ao aprofundamento ou criação de vários conceitos, como por exemplo, conceitos já
referidos em cima por José Gil, o de multiplicidade e o de devir, e outros, como o progresso
histórico e a análise crítica do capitalismo desempenhada filosoficamente.
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A filosofia de Deleuze e Guattari dedica-se à compreensão da própria realidade,


focando-se principalmente nas diferenças e dicotomias entre o consciente e o inconsciente,
denominadas assim de multiplicidades. Este livro foi intencionalmente criado para a exibição
de variadas ideias propostas, por estes escritores e para a interpretação de vários fenómenos
com diferentes perspetivas, as quais são de várias temáticas, como história e biologia, e são
apresentadas por “planaltos”. O título advém do seu mesmo propósito, Mil, de multiplicidade,
e Planaltos, de estratos.
O livro é composto por quinze planaltos e cada “planalto” apresenta variadas
reflexões, debatidas desde uma interlocução com a psicanálise, e à medida que se segue para
o seguinte planalto, é se dada a continuação de uma linhagem de pensamento. Assim, cada
planalto é uma condição de título que marca a mudança de uma nova temática na obra, onde
se tolera a invenção de relações múltiplas desses mesmos temas. Neste, estão inseridos os
planaltos denominados de “Devir-intenso, devir-animal, devir-imperceptível” e de “Acerca
do Ritornelo”.
Foi no livro Mil Planaltos, que o autor José Gil retirou inspiração para as suas
reflexões filosóficas. É principalmente no volume quatro que se encontra uma ligação de
pensamentos com o conteúdo trabalhado pelo autor português.
Para uma melhor compreensão do primeiro planalto, dedicado à ideia de devir,
Deleuze e Guattari tomaram como exemplo o livro Moby Dick, de Herman Melville,
considerando este como “[...] uma das maiores obras-primas de devir [...]” (DELEUZE;
GUATTARI, Mil Planaltos 4).
Moby Dick é uma baleia diferenciada com capacidades e características fora do
comum para um animal, e o Capitão Ahab, o comandante de um navio baleeiro, que é o
protagonista do livro. Estes, mantêm uma fronteira que acaba por se desterritorializar, tanto a
do homem como a da baleia, saindo assim do ambiente normal, a baleia de natureza animal e
o Capitão da sua natureza humana. Esta interação entre as duas personagens cria uma relação
de simbiose, pela associação de organismos diferentes. Aqui, a desterritorialização resulta do
devir-baleia do Capitão e o devir-homem de Moby Dick, pois ambos são afetados pelas
energias e potências um do outro, desorganizando toda a hierarquia padrão que se tem da
relação indivíduo e natureza.
Deleuze e Guattari ressaltam que o devir é originado da potência de agentes que saem
de um agenciamento, praticando uma desterritorialização, um conceito que também irá ser
abordado, e entrando em linhas de fuga. O devir, surge, assim, através do povoamento ou por
transmissão, fazendo com que os agentes se encaminhem para uma nova criação,
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dissociando-se do que são. Esta nova criação não é conclusiva por nada ser definido, pelo
facto do devir ser movimento. É possível, então, sugerir que houve uma atração por contágio
entre o indivíduo e a baleia, o homem e o animal, pela atração que o Capitão sentiu não só
tendo em conta a baleia, mas também as potências que partem dessa relação.
“[…] o capitão Ahab tem um devir-baleia irresistível, mas que justamente contorna a
matilha ou o cardume, e passa diretamente por uma aliança monstruosa com o Único, com o
Leviatã, Moby Dick.” (DELEUZE; GUATTARI, Mil Planaltos 4). O Capitão sente esta
atração inexplicável pela baleia, a qual estes autores definem como anômalo, o termo
aplicado para a atração que este tem pela “coisa”, no sentido em que é algo que não é
possível definir pela sua complexidade.
Para concluir esta temática, existe devir na relação baleia e homem. Segundo os
autores, o animal quando convive de forma amigável com o homem, tem tendência para o
imitar, existindo então uma domesticação. Assim, a baleia, não sendo um animal
domesticado, tem a habilidade de expelir todas as potências do animal, contrariando a ideia
de que esta relação é determinada segundo as semelhanças entre os agentes.
José Gil menciona que o ser humano cada vez mais está a ser dominado pelas novas
tecnologias, existindo assim uma ligação estranha entre estes, através da captura das
máquinas para o mesmo. É através do devir que esse domínio e que essa relação é possível,
sendo este uma transformação. Deleuze e Guattari coalescem essa maquinaria da tecnologia
com a psicanálise acreditando que o devir acaba por se tornar num inconsciente maquínico,
pela necessidade de uma coligação de interações maquínicas, para a formação dos sistemas
de potência que nos cercam. Para Deleuze e Guattari o inconsciente é uma máquina formada
pela energia que circula, juntamente com peças que se interligam, sendo o devir uma questão
de matérias e intensidades. Nesse sentido, essas transformações de devir são feitas através de
maquinações, da mesma forma que as máquinas tecnológicas estão a transformar o ser
humano num ser não tão humanizado.
Segundo Deleuze e Guattari, existe uma ética dos devires, que consiste no movimento
dos mesmos, denominado de Ritornelo, o segundo planalto deste volume da coleção Mil
Planaltos. Ritornelo é a ideia adquirida para a ação de retorno, especificamente com a
construção de territórios e todo o conceito que existe em volta de desterritorialização, sendo
um agenciamento territorial.
Para compreender melhor esta problemática, é necessário perceber o que é o território
e onde se pode aplicar este conceito de desterritorialização, tendo em conta o principal objeto
do livro, o devir. A ideia de desterritorialização consiste no abandono do território, e o
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território é um conjunto de matéria em expressão. No entanto, a verdadeira questão passa pela


perceção de como se realizam estes atos: quais as suas intensidades; quais os seus
componentes.
O Ritornelo constitui-se em dois processos, os quais se interpenetram e se interligam:
a desterritorialização e a reterritorialização. Apesar de se habitar somente uma destas
conjunturas, estes ângulos interpenetram-se, sendo fundamentais para a compreensão das
práticas humanas.
Segundo os autores, a desterritorialização e a reterritorialização são processos
inseparáveis. Para existir uma reterritorialização tem de existir uma desterritorialização, ou
seja, o movimento de construção do território advém do abandono de outro território e
automaticamente é necessária a construção de um novo, como que uma linha de fuga. Assim,
os agenciamentos “desterritorializam-se” e “reterritorializam-se” como novos agenciamentos
maquínicos.
Para uma melhor perceção destes conceitos, Deleuze e Guattari apresentam exemplos
como, “Uma criança, no escuro, tomada de medo, tranquiliza-se cantarolando […] Esta é
como o esboço de um centro estável e calmo, estabilizador e calmante, no seio do caos”
(DELEUZE; GUATTARI, Mil Planaltos 4), ou seja, surge um agenciamento territorial pela
saída do caos para a construção de um território.
“Agora, enfim, entreabrimos o círculo, nós o abrimos, [...] nós mesmos vamos para
fora, nos lançamos […] Lançamo-nos, arriscamos uma improvisação. Mas improvisar é ir de
encontro ao Mundo [...]” (DELEUZE; GUATTARI, Mil Planaltos 4). Nesta situação
procuram-se outros agenciamentos pelo abandono deste agenciamento territorial.
O Ritornelo sendo um agenciamento territorial, é também o próprio movimento de
passagem, ou seja, é o sair do território e o criar outro, provocado por meios de expressão,
por harmonias. Assim como o território não se separa das linhas que o atravessam, este torna-
se propício ao caos e por isso tem de existir sempre uma linha de fuga. “Uma criança
cantarola para arregimentar em si as forças do trabalho escolar a ser feito. Uma dona de casa
cantarola, ou liga o rádio, ao mesmo tempo que erige as forças anti-caos de seus afazeres. Os
aparelhos de rádio ou de tevê são como um muro sonoro para cada lar, e marcam territórios
(o vizinho protesta quando está muito alto)” (DELEUZE; GUATTARI, Mil Planaltos 4).
Atualmente, estes processos podem ser aplicados na sociedade. Esta, está cada vez
mais enfraquecida socialmente, pelo constante fortalecimento tecnológico que existe na
dimensão espacial da coletividade. Hoje, vivemos numa sociedade em que as pessoas não se
procuram pessoalmente, mas sim através das redes sociais, o que acaba por originar uma
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desterritorialização da vida social, de relações estabelecidas, que se transformam em relações


virtuais. Estas, são executadas através do procedimento de reterritorialização, sendo este o
principal tópico da pós-modernidade pela sociedade em rede, cada vez mais dominada pelas
tecnologias.
A melhor tendência que pode explicar toda esta mudança do social para o virtual é a
aplicação Tinder. Esta aplicação, consiste no encontro de duas ou mais pessoas
desconhecidas socialmente, e que apenas têm contacto pela forma virtual mostrando a sua
aparência ao seu “futuro” parceiro, através de uma foto de perfil. Antes de se conhecerem
pessoalmente, passam por todo um processo virtual onde se conhecem através da aplicação e
apresentam as suas características próprias, como por exemplo, a sua altura, a sua idade, a sua
profissão, os seus hobbies, etc. Assim, conseguimos comprovar que, a sociedade
contemporânea está a tornasse gradualmente mais dominada pela tecnologia.

Relação com a Cibercultura

A cibercultura remete para um mundo conectado através da tecnologia. Nasceu


através da implementação das tecnologias. Passa pela inclusão de diversas culturas num lugar
denominado ciberespaço. A necessidade de comunicação, permitiu o aparecimento do
ciberespaço. Este aparece com a nova cultura tecnológica, sendo um lugar que possibilita a
difusão de informação, permitindo a comunicação entre indivíduos. O ciberespaço é o local
onde se partilham conhecimentos, costumes e modos de vida.
Apesar da cibercultura ajudar na comunicação, esta não substitui a relação humana,
mas veio criar novas relações online.  José Gil refere que certos aspetos da “cibercultura” e
da inovação tecnológica fazem parte da sociedade contemporânea. O autor, menciona que a
cibercultura “supõe uma comunicação de inconscientes - nomeadamente - entre a máquina-
computador e o agente a que ela se conecta”, ou seja, com esta cultura é possível criar uma
relação inconsciente de desejo. A máquina quando “morre”, a relação “humana” que existe
entre elas, destrói-se. 
Assim é compreendido então que, a cibercultura ao ser inserida no tema das ligações
de inconscientes, confere que a tecnologia se tornou um meio para a relação inconsciente de
humanos com as máquinas. É possível entender que, a máquina e os funcionamentos da
internet, inconscientemente criam uma experiência transformada.  

Exemplos referentes aos textos


Spider Man: No Way Home
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Relativamente ao filme “Spider Man: No Way Home”, existe uma cena intitulada por
“The Condo Fight” (Spider-Man, 2021), em que a personagem principal, Peter
Parker, encontra-se num ambiente calmo e sereno. É, ao estar numa atmosfera, com muitos
vilões de filmes anteriores, que através dos seus instintos de homem aranha, captura toda a
informação ao seu redor. Consequentemente, consegue travar um ataque do Green Goblin,
uma personagem que até à data estaria do seu lado. Por fim, podemos compreender que existe
uma osmose por parte de Peter Parker, sendo que ele se transforma em Spider Man, algo que
não é humano.

Matrix

Outro exemplo optado foi o primeiro filme da saga “Matrix” (Matrix, 1999), realizado
por Lena e Lily Wachowski, que como é conhecido, retrata uma aventura na vida de Neo,
visto por muitos como o escolhido para os salvar da dominação das máquinas. O filme conta
a história de uma sociedade distópica conquistada pelas máquinas, onde todos os seres
humanos estão a ser usados como fontes de energia, e vivem presos numa realidade virtual,
numa simulação da realidade. Por outras palavras, existe uma manipulação por parte das
máquinas criando uma ilusão do mundo real, enquanto usam os corpos e os cérebros dos
humanos para produzir energia. Neste filme, é possível encontrar exemplificações das
ligações estranhas, dos híbridos e da comunicação inconsciente.
Logo no início do filme, observa-se Neo a ter sonhos bastante estranhos, nos quais
está conectado a vários fios a um enorme computador inteligente. Não só, este
acontecimento, é uma premonição, para aquilo que mais tarde se vem a descobrir, como uma
comunicação inconsciente através das máquinas, uma vez que é criada através do
pensamento. Já as premonições remetem para as ligações estranhas, sendo que este conceito
se fundamenta na sensação antecipada de que algo irá acontecer, ou seja, algo fora do normal.
A comunicação de inconscientes encontra-se, ainda numa outra cena, quando o Neo acredita
ter um Deja Vu, vendo o mesmo gato a fazer o mesmo movimento em dois momentos
diferentes, mas quase seguidos. Este fenómeno acontece quando existe uma mudança no
programa, isto é, mostra uma falha no Matrix. Tal, pode ser visto como uma comunicação
inconsciente, já que os rebeldes compreenderam a situação numa comunicação não-verbal e
não propositada. Além de ser ainda, óbvia a captura, sendo esta o gato e a estranheza da
repetição do seu movimento. A atmosfera tensa, onde estão presentes as personagens, torna
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possível a captura, pois apenas quem sabe que o Matrix é uma realidade virtual consegue
compreender as suas falhas.
É, ainda possível associar este exemplo, ao híbrido em José Gil. Para o autor, o
híbrido, embora humano, tem características tecnológicas, tal é mostrado no filme, já que
todos as personagens que estiveram presas no Matrix têm cavidades de metal para colocar
cabos eletrónicos. As próprias personagens acabam por tomar benefício desse aspeto artificial
para aprenderem certas capacidades como artes marciais, através de programas tecnológicos.
“Negar os nossos impulsos, é negar o que nos faz humanos”, frase dita por um dos rebeldes
que remete, então para a procura e necessidade de distinção entre os humanos e as máquinas.
Foi encontrada ainda uma cena em específico que retrata o que é a comunicação
inconscientes (Matrix, 1999). Numa parte do filme, Neo e a Trinity, uma das rebeldes
encontram-se num helicóptero em queda livre, o Neo agarrado a uma corda salta para um dos
prédios, logo a seguir agarra-se novamente à corda com a intenção que a Trinity pegue na
corda dentro do helicóptero para conseguir então salvar-lhe a vida. É isto que acontece,
contudo nunca nada foi comunicado verbalmente, embora ambos pareçam certos da decisão
do outro.
Concluindo, existe uma ironia no filme, uma vez que, na sociedade virtual os próprios
humanos dependem das máquinas, o próprio Neo é um programador, apenas devido à
tecnologia consegue ter uma carreira profissional. Contudo, na realidade são as máquinas
dependentes dos próprios humanos, para adquirir energia.

Cinder

Outro exemplo que se foca na ideia do cyborg é o livro intitulado de “Cinder”, de


Marissa Meye, publicado em Portugal pela editora Planeta. A obra reconta a história da
Cinderela, mas de uma forma bastante peculiar em que, em vez de no final perder o sapato,
perde a prótese que tem como pé (Meyer, 2012). Como no exemplo anterior, numa sociedade
distópica bastante avançada tecnologicamente, os cyborgs são uma possibilidade, Cinder, a
personagem principal, é uma das poucas existentes, sendo vista como um erro pela sociedade,
é desprezada e vista como diferente. “Enquanto as irmãs recebiam belos vestidos e sapatos
elegantes, a Cinderella só tinha uma bata suja e tamancos de madeira” (Meyer, 2012). Ou
seja, é possível verificar que mesmo nesta sociedade, os outros não aceitam bem aquilo que
não é totalmente humano, que foi um pouco modificado. As pessoas à sua volta não a tratam
como igual, semelhante, embora esta junção do artificial com o natural pode ser visto como o
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futuro da humanidade, não só no livro, como na sociedade contemporânea. É ainda de


salientar que, devido aos preconceitos dos outros com Cinder, esta encontra refúgio no Iko,
um androide que anda sempre com ela, refere-se mesmo a ele como seu melhor amigo,
mesmo sabendo que este não tem qualquer tipo de sentimentos, associando-se assim uma
relação homem-máquina apenas possível devido aos avanços tecnológicos.

Gossip Girl

A série “Gossip Girl” retrata a vida social de um grupo de adolescentes ricos numa
das escolas de elite em Manhattan. O ponto crucial da série, como diz o próprio nome, passa
pela existência de “Gossip Girl” que narra a série ao longo de diversos acontecimentos ao
público, que está a visualizar as personagens principais da história, e que anonimamente,
através das redes sociais e das tecnologias, todos os dias, publica informações escandalosas.
No primeiro episódio da série é retratado o regresso de uma das personagens
principais, Serena Van Der Woodsen, ao liceu (Girl, 2007). Nesse momento é logo
demonstrada a narrativa da “Gossip Girl” sobre o sucedido e é visível a acessibilidade de
conhecimento do acontecimento pelo telemóvel, por diversas pessoas e principalmente uma
outra personagem, que consta ser a principal, Blair Waldorf, pela receção de uma mensagem
“Serena is back”. Foi a partir da partilha de informação da “Gossip Girl”, através da
tecnologia, que se soube da chegada de Serena, manipulando os espectadores criando o
desejo de lerem essa informação, existindo uma relação estranha de homem-máquina. Aqui é
possível retratar uma atmosfera longínqua entre vários indivíduos, que acabam por estar
interligados pelo interesse comum de estarem no telemóvel a acompanhar o mesmo.
Assim, é possível concluir que o ser humano está cada vez mais dependente das
tecnologias, cada vez mais capturado tecnologicamente, ao ponto de numa questão de
minutos se ter conhecimento da informação em questão.

Análise Crítica
Tanto no texto de José Gil, Ligações de Inconscientes, como na obra de Deleuze e
Guatarri, Mil Planaltos, Capitalismo e Esquizofrenia Vol.4, apesar de apresentarem algumas
falhas momentâneas, são extremamente relevantes para a sociedade atual, uma vez que
abordam temáticas relevantes que permitem desconstruir o pensamento contemporâneo.
Gil começa o seu texto colocando em causa alguns conceitos bastante comuns da
sociedade contemporânea, como a “multiplicidade”. No mundo atual, é comum pensar-se que
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se tem de aceitar as diferenças nos outros, de modo a acabar com o preconceito. Contudo, o
autor vai mais longe, afirmando que esta forma de pensar não está correta. Apesar de ser uma
ideia importante, não foi explicada até ao final, ou seja, o autor refere que este conceito –
entre outros – estão desatualizados, mas não explica o porquê, criando uma incógnita para o
leitor.
Ainda na mesma linha de pensamento, coloca em causa o raciocínio de Deleuze,
Foucault e Batallie para a sociedade atual. Contudo, apenas os menciona uma vez nunca
explicando se está ou não a refutar a base do seu pensamento – o que tornaria não só o texto
mais coerente como menos complexo para leitores sem conhecimento sobre estes autores.
Apesar de considerar esta parte bastante interessante, o grupo sente que existiu uma
certa dificuldade em fazer um bom ponto de ligação ao resto do texto. Ou seja, o início do
texto aborda conceitos que não estão a ser bem utilizados para a contemporaneidade, e de
seguida fala das ligações estranhas como um conceito não muito abordado. A associação não
parece natural, contínua, mas sim, algo abrupto e “postiço”. Como é possível compreender a
partir da citação “resumindo muito a complexidade das questões apresentadas, poderíamos
avançar o seguinte: as ligações estranhas aparecem, na modernidade, como recalcado de
identidade e instâncias identitárias opressivas”.
O autor reflete sobre diversos conceitos relevantes, contudo não os aborda da forma
mais objetiva, concreta e clara. No caso do conceito de devir, para ter uma completa noção do
que explicita, é preciso mais do que apenas ler e analisar o texto de Gil. Ao serem conceitos
extremamente complexos, para os compreender numa totalidade, é necessário não só dar
exemplos como ilustrá-los de forma concreta.
Mesmo com estas falhas, o texto é muito relevante para a temática de cibercultura,
uma vez que o autor reflete sobre as ligações do homem com a máquina e como é que estas
estão a mudar, não só a sua natureza, como os seus comportamentos. Ainda é importante
mencionar que grande parte dos conceitos abordados no texto – como atmosfera, captura,
comunicação inconsciente e a própria ligação homem-máquina – está muito presente no
entretenimento atual, como foi possível ilustrar a partir de todos os exemplos que foram
dados neste ensaio.
Em Ligações de Inconscientes, o autor usa um exemplo pessoal para ilustrar o que é a
comunicação inconsciente. Apesar de se exemplificar de forma concreta o que significa este
género de comunicação. Um dos temas fulcrais no texto é a tecnologia e exatamente por isso,
um exemplo em que se aborda a comunicação inconsciente ou mesmo as ligações estranhas
através da tecnologia seria mais completo.
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No livro de Deleuze e Guattari, Mil Planaltos, Capitalismo e Esquizofrenia Vol.4, são


igualmente apresentados conceitos de forma complexa com uma relevância notória para
compreendermos melhor a contemporaneidade, de onde José Gil tirou inspiração e tomou
uma certa continuidade ao pensamento destes autores. Foi chegada à conclusão de que este é
todo um misto de vários termos, sendo um livro de ética e política que consegue unir estes
mesmos com a arte e a ciência, de forma a racionalizar também o capitalismo, como está
mencionado no próprio título.
Todas estas dicções são analisadas de forma filosófica, igualmente através do recurso
de outras. No fundo, automaticamente transformam o livro, numa crítica social e no
pensamento lógico do funcionamento e organização da vida social, juntamente com as
pequenas transformações exigidas, como a importância do conceito de devir, pelo pouco
reparo que têm.
Os autores dão voz a termos desconhecidos e incompreendidos, que a partir da leitura
deste texto são possíveis de entender toda a sua ligação filosófica com a contemporaneidade e
a continuidade, dada por José Gil. Mil Planaltos dá a conhecer os dualismos e as distinções
entre o consciente e o inconsciente – novamente outra relação ao Ligações de Inconscientes –
o conceito de multiplicidade, tudo interligado a partir da história e da natureza.
Assim, conseguimos compreender toda a análise conjunta de todos os responsáveis
pela escrita destes textos, apesar da complexidade dos mesmos, requerendo bastante
concentração por parte dos leitores para o seguimento da linha de pensamento.

Conclusão

Em suma, através dos exemplos dados torna-se mais fácil associar todo este tema a
assuntos práticos. E, embora nem todos abordem a tecnologia e o ciberespaço, este é um dos
pontos mais cruciais do texto de José Gil. Com a comunicação digital, na sociedade
contemporânea, originaram-se novos comportamentos humanos (Homem-Homem; Homem-
Máquina). Desta forma, a cibercultura representa um conjunto de transformações sociais cujo
seu desenvolvimento advém do ciberespaço. Tornando a cibercultura, uma das temáticas
mais relevantes para os dias atuais.
Ambas as obras a qual nos propusemos a ler detinham imensos desafios, em Ligações
de Inconscientes, mesmo com um vocabulário erudito, compreende-se o que Gil quer
explicar. Contudo, sentimos uma dificuldade em compreender a interligação entre todos os
conceitos. Por outro lado, na obra Mil Planaltos: Capitalismo e Esquizofrenia Volume 4,
detetámos uma certa repetição de pensamentos, isto é, era explicada a mesma conjetura
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diversas vezes. Além disso, a complexidade do vocabulário não facilitou a leitura e


compreensão da obra. Apesar de todos os desafios, sentimos que estes foram transpostos.
Ainda foi possível compreender o porquê do pensamento destes autores ser relevante na
sociedade, que se alterou rapidamente, pela mudança de sociedade moderna para
contemporânea.

Referências
Deluze, G., & Guattari, F. (1997). Mil platôs - Capitalismo e Esquizofrenia - Vol. 4. Rio de
Janeiro: Editora 34.
Filho, O. A. (1998). Mil platôs. Capitalismo e esquizofrenia. Obtido de Scielo:
https://www.scielo.br/j/mana/a/zBNHcwBQXCHXzhMHCcPw65h/?lang=pt
Gil, J. (2010). Ligação de Inconscientes.
Girl, G. (Janeiro de 2022). Gossip Girl - Serena Returns (Part 1/2). Obtido de YouTube:
https://www.youtube.com/watch?v=n4TuGNwx0Xg
Heine, G. M. (2018). Fluxos e entre fluxos: metamorfoses de um corpo. São Paulo: Pontifícia
Universidade de São Paulo.
Matrix. (Janeiro de 2020). I Know Kung Fu - Matrix 1999. Obtido de YouTube:
https://www.youtube.com/watch?v=OrzgxUhnYjY
Matrix. (Janeiro de 2020). Neo Saves Trinity + Helicopter Crash - Matrix (1999). Obtido de
YouTube: https://www.youtube.com/watch?v=gI4UpBjdJ3s
Meyer, M. (2012). Cinder. Lisboa: Planeta.
Razão Inadequada. (2021). Mil Platôs MULTIPLICIDADE E ESTRATIFICAÇÃO. Obtido de
Filósofos: https://razaoinadequada.com/filosofos/deleuze/mil-platos/
Spider-Man. (Maio de 2022). The Condo Fight Scene | Spider-Man: No Way Home. Obtido de
YouTube: https://www.youtube.com/watch?v=vG7-hKnYcxQ&t=73s

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