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Isto porque,
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Elenilson Odair de Morais é poeta, escritor, jornalista e professor da Educação Básica na baixada
Cuiabana, Mato Grosso. É autor dos livros “Instante Pictórico” e Tweet Stories – Contos
Comprimidos, além de contos, crônicas e poemas esparsos em jornais e revistas locais.
“o possível é o que se ‘realiza’ (ou não se realiza); ora, o processo da
realização está submetido a duas regras essenciais: a da semelhança e a
da limitação. Com efeito, estima-se que o real seja à imagem do possível
que ele realiza (de modo que ele, a mais, só tem a existência ou a
realidade, o que se traduz dizendo-se que, do ponto de vista do conceito,
não há diferença entre o possível e o real). E como nem todos os possíveis
se realizam, a realização implica uma limitação, pela qual certos possíveis
são considerados rechaçados ou impedidos, ao passo que outros ‘passam’
ao real. O virtual, ao contrário, não tem que [100] realizar-se, mas sim
atualizar-se; as regras da atualização já não são a semelhança e a
limitação, mas a diferença ou a divergência e a criação.” (DELEUZE, 1999,
p 78).
Desta maneira, para dar conta desta concepção híbrida de comunicação, este
trabalho estará organizado da seguinte forma: discurso sobre a midiatização da
sociedade – o modo como a sociedade se transformou através do tempo, no que se
refere à importância adquirida pelas mídias no correr dos anos; A cibercultura – o
que é a cibercultura, como o mundo cibernético e o mundo, assim dito, analógico se
mesclaram, ao ponto de não se poder mais serem considerados mundos apartados;
A Plataformização da sociedade e da cultura – como as plataformas influenciaram e
influenciam na organização da cultura e da sociedade. Neste trabalho não de
datificação e algoritmos, uma vez que o objetivo é tratar da linguagem e forma de
manifestação, aparentemente, induzida pelas mídias, pelas plataformas; Odair de
Morais e os tweet stories: da Plataformização à Platamorfização: apropriação ou
reflexo?.
Por um vasto lapso de tempo, a mídia era compreendida como algo apartado da
sociedade, bem como da cultura. De acordo com Hjarvard,
Hoje, todavia, diversos estudos das mais variadas áreas têm sido desenvolvidos e
têm reposicionado a mídia de modo a compreender que toda a sociedade passou a
ser midiatizada,
Para Couldry e Hepp (apud Girard Jr., 2021), por exemplo, vivemos um período,
com novas configurações comunicacionais, por eles intitulados de “midiatização
profunda”. Tal abordagem busca compreender qual
Constrangidos à lógica das plataformas, na atual conjuntura, toda vez que usuários
se conectam com objetos e dispositivos digitais, existe, por necessidade de
funcionamento, a submissão “a um tratamento de de-composição e re-composição”:
as ações humanas cotidianas, são traduzidas em dados interpretáveis pelas
máquinas e isso gera a condição necessária para que aspectos da subjetividade e
das práticas humanas possam ser submetidas a processos de automação e gestão
em larga escala (dataficação) (idem). Em outros termos, há, pelo menos, dois
movimentos, a saber: um no sentido humano-tecnologia; outro no sentido
tecnologia-humano. Daí que,
De outra parte, Winfried Schulz (2004, apud Figueiras, 2017, 109-110) reflexionou a
propósito da relação entre as mídias e a mudança social, enumerando um conjunto
de fases de mudança que os media têm produzido nas instituições sociais. De
acordo com Schulz (loc. cit.), esse processo de midiatização em quatro fases, que
se estendem desde a perspectiva de McLuhan, de que “as tecnologias promovem a
‘extensão’ dos limites naturais da comunicação humana”, até à acomodação das
instituições sociais à lógica das mídias, passando por outras duas fases, a saber:
uma fase em que as mídias substituem e/ou promovem mudanças nas atividades e
instituições sociais e; uma fase de “amalgamação”, de “diluição de fronteiras entre
atividades que se podiam claramente separar entre atividades que não envolviam e
atividades que envolviam os media”. Importa ressaltar que essas fases não se
excluem mutuamente: são cumulativas, somam-se umas às outras num modo de
desenvolvimento combinado, como totalizações ontológicas.
De acordo com Rita Figueiras (2017), os media estão cada vez mais incorporados à
vida cotidiana, nos mais variados aspectos e, embora durante muito tempo tenham
sido vistos como elementos externos, não podem e não devem mais serem vistos
desse modo. Em suas palavras,
Para Figueiras, então, os media não devem ser tomados unicamente como
dispositivos eletrônicos, ou de utilizações isoladas, mas como algo já inerente à vida
quotidiana, posto que influencia no sentido que damos ao mundo e em sua
complexidade. Em suas palavras,
Hoje, pode-se dizer que as mídias são parte constitutiva da sociedade e da cultura, e
são, também, uma instituição independente que se coloca entre outras instituições
culturais e sociais, ao passo que coordenam diversas dessas interações. Assim,
sendo, por “mediatização”, deve-se entender, portanto, uma elaboração que
descreve e explica, pelo menos em teoria, as dimensões e níveis de mudança
econômicos, sociais e culturais (FIGUEIRAS, 2017), provenientes do processo de
“adensamento” na utilização das mídias já inerentes à sociedade.
Desta forma, a teoria de mediatização indica, então, que as mídias assumiram lugar
de estruturas que de cada vez mais intensamente passam a influenciar as mais
diversas “esferas sociais” – muito além de qualquer ambição teórica pode ter como
escopo, uma vez que
REFERÊNCIAS
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https://www.academia.edu/4001194/Das_M%C3%ADdias_de_massa_%C3%A0s_m
%C3%ADdias_p%C3%B3s_massivas_uma_reflex
%C3%A3o_sobre_o_letramento_na_cibercultura Acessado em março de 2022.