Você está na página 1de 1

A casa da Izilda

Essa noite, eu sonhei maluco,


De um sonho que já faz dia:
Sonhei que a dona Izilda
Ganhara na loteria

E fazia uma casa nova


Da velha que já possuía.
A casa não era a mesma,
Mas era. Que alegria!

Era estranha e familiar.


Eu estranhava e reconhecia
Era a mesma, só que mais: grande!
Eu me achava e me perdia.

Para entrar tinha que sair,


Mas na saída eu me esquecia
Que a saída era nova entrada,
Meu sentido se consumia.

As crianças eram já adultos,


Mas infantes, ninguém crescia.
Era, eu, o menino errante,
Que hoje sou, e não me aborrecia.

Edson Sant'Ana

Você também pode gostar