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EJA

4a ETAPA

E
ste material lhe servirá como auxílio 8o E 9o ANOS
aos estudos regulares das disciplinas

EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS ENSINO FUNDAMENTAL


que integram as 4 etapas da EJA.
Procuramos descortinar os vínculos que
o conhecimento teórico tem para com a
realidade concreta de cada um, de modo
que a sua leitura de mundo possa servir
como ponto de partida para a construção
de novos conhecimentos.

EJA
4
EDUCAÇÃO
DE JOVENS
E ADULTOS
ENSINO
ISBN 978-85-5567-328-3

9 788555 673283
4 FUNDAMENTAL

EJA 4 VOLUMES 4a ETAPA - CAPA.indd All Pages 17/05/18 15:12


Uma coprodução

Copyright © 2019 da edição: Eureka Soluções Pedagógicas

Gerente Administrativo: Marcelo Almeida


Gerente Comercial: Roberto Marques
Editor Executivo: Marco Saliba
Editora: Luana Vignon
Editora assistente: Juno Afeche Cipolla
Revisão: Christian Lorenzzo Karavla
Daniela Pita
Roseli Gonçalves
Gerente de Arte: Daniel Rosa
Diagramação: Daniel Rosa
Bruno Galhardo

TEXTO CONFORME NOVO ACORDO ORTOGRÁFICO DA LÍNGUA PORTUGUESA.

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)


Bibliotecária responsável: Aline Graziele Benitez CRB1/3129
V739e Vignon, Luana
1.ed. EJA: educação de jovens e adultos: ensino fundamental 4ª etapa 8º e
9º anos / Luana Vignon, Marco Saliba. – 1.ed. – São Paulo: Eureka, 2018.
320 p.; 21x28cm. –

ISBN: 978-85-5567-328-3

1. EJA – ensino fundamental. I. Saliba, Marco. II. Título.

CDD 371.3

Índice para catálogo sistemático:


1. EJA: ensino fundamental I
2. Alfabetização: letramento
3. Linguística
4. Matemática

Impresso no Brasil

Uma produção Eureka Soluções Pedagógicas Ltda.

Todos os direitos reservados e protegidos pela Lei no 9.610, de 10/02/98.


Nenhuma parte deste livro, sem autorização prévia por escrito da Editora Eureka, poderá ser
reproduzida ou transmitida sejam quais forem os meios empregados: eletrônicos, mecânicos,
fotográficos, gravação digital ou quaisquer outros

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Apresentação

A
educação ainda é um desafio em nosso país: são muitas as barreiras a serem
vencidas, e saldar a dívida com milhões de jovens e adultos que ficaram lon-
ge dos bancos escolares é uma delas!
Esse material é, antes de tudo, uma mão estendida nesse cotidiano de correria,
compromissos, desejos, faltas!
Queremos que ele ajude você a chegar lá, a entender melhor o mundo em que
vivemos, a se posicionar na sociedade, a exercer sua cidadania, a ser mais feliz!
Serão muitas novidades todo dia, e o tempo será sempre curto! Esses livros vão
estar lado a lado com vocês, socorrendo sempre que tudo parecer muito difícil!
Tudo o que foi colocado aqui foi pensado a partir do nosso cotidiano, dos nossos
desafios do dia a dia! A ideia é que, a cada aula, a cada lição, a cada atividade, to-
dos entendam melhor a vida, resolvam os problemas diários com mais facilidade,
consigam, enfim, viver melhor, seja em casa, seja no trabalho!
A escola tem de ser assim, um lugar para crescermos, para exercermos nossa
criatividade, para nos enchermos de dúvidas! Sempre é bom lembrar, nessas horas,
o eterno mestre, Paulo Freire, que vivia dizendo que a escola devia buscar mais o
riso das pessoas, porque aprender é sempre uma felicidade!
Aproveite!

Os autores

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Sumário

Língua Portuguesa.................................................. 7

Matemática ..............................................................71

Ciências .................................................................. 147

História ................................................................... 203

Geografia ............................................................... 237

Inglês ...................................................................... 277

Arte .......................................................................... 293

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Língua
Portuguesa

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Unidade 1
Palavras conhecidas

Hora da Leitura
Evolução humana

A evolução humana corresponde ao processo de mudança e desenvolvimento biológico


pelo qual nós, os seres humanos, emergimos como uma espécie distinta. É tema de um amplo
questionamento científico que busca entender e descrever como a mudança e o desenvol-
vimento acontecem. O estudo da evolução humana engloba muitas áreas da ciência, como
a psicologia evolucionista, a biologia evolutiva, a genética e a antropologia física. O termo
“humano” refere-se ao gênero Homo. Mas os estudos da evolução humana incluem outros
hominídeos, como os Australopithecus.

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Língua Portuguesa 4aEtapa

A moderna área da paleoantropologia começou com o descobrimento do Neanderthal e


evidências de outros “homens das cavernas”, no século XIX. A ideia de que os humanos eram
similares a alguns macacos era óbvia para cientistas há algum tempo. Mas a ideia de evolu-
ção biológica das espécies em geral não foi legitimada até a publicação de “A Origem das
Espécies”, por Charles Darwin, em 1859. Apesar de o primeiro livro de Darwin não abordar a
questão da evolução humana, era claro para leitores contemporâneos o que estava em jogo.
Debates entre pesquisadores da época focaram na ideia de evolução humana, e quando
Darwin publicou seu próprio livro sobre o assunto, essa já era uma conhecida interpretação da
sua teoria e seu aspecto bastante controverso. Até muitos dos apoiadores originais de Darwin
rejeitaram a ideia de que os seres humanos poderiam ter evoluído sua capacidade mental e
senso moral pela seleção natural.
Alguns grandes macacos foram classificados como sendo os animais mais próximos dos se-
res humanos, baseado na similaridade morfológica. No século XIX, especulava-se que nossos
parentes mais próximos eram os chimpanzés e gorilas. E, baseado na distribuição natural des-
sas espécies, supunha-se que os fósseis dos ancestrais dos humanos seriam encontrados na
África e que os humanos compartilhavam um ancestral com os outros antropoides africanos.
Foi apenas na década de 1920 que fósseis, além dos de Neanderthais, foram encontra-
dos. Em 1925, Raymond Dart descreveu o Australopithecus africanus. O espécime foi Bebê
de Taung, um infante de Australopithecus descoberto em Taung, África do Sul. Os restos
constituíam-se de um crânio muito bem preservado e de um molde endocraniano do cé-
rebro do indivíduo. Apesar de o cérebro ser pequeno (410 cm³), seu formato era redondo,
diferentemente daquele dos chimpanzés e gorilas, sendo mais semelhante ao cérebro do
Homem moderno. Além disso, o espécime exibia dentes caninos pequenos, e a posição do
forame magno foi uma evidência da locomoção bípede. Todos esses traços convenceram
Dart de que o Bebê de Taung era um ancestral humano bípede, uma forma transitória entre
“macacos” e humanos. Mais de 20 anos passaram até que as reivindicações de Dart fossem
levadas em consideração, seguindo a descoberta de mais fósseis que lembravam o achado
de Dart. A visão prevalente naquele tempo era a de que um cérebro grande se desenvolveu
antes da locomoção bípede. Pensava-se que a inteligência presente nos humanos modernos
fosse um pré-requisito para o bipedismo.
Os australopitecíneos são agora vistos como os ancestrais imediatos do gênero Homo, o
grupo ao qual os homens modernos pertencem. Tanto os Australopithecines quanto o Homo
pertencem à família hominídea, mas dados recentes têm levado a questionar a posição do A.
africanus como um ancestral direto dos humanos modernos; ele pode muito bem ter sido um
primo mais distante. Os Australopithecines foram originalmente classificados em dois tipos:
gráceis e robustos. A variedade robusta de Australopithecus tem, desde então, sido reclassifi-
cada como Paranthropus. Na década de 1930, quando os espécimes robustos foram descritos
pela primeira vez, o gênero Paranthropus foi utilizado. Durante a década de 1960, a variedade
robusta foi transformada em Australopithecus. A tendência recente tem-se voltado à classifi-
cação original como um gênero separado.

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Educação para Jovens e Adultos

Glossário
Controverso: Que é objeto da controvérsia e esta palavra significa um
debate regular sobre um assunto literário, artístico, científico etc.
Endocraniano: Localizado no interior do crânio.
Forame magno: Orifício ovalado existente no osso occipital, que dá passagem ao eixo cérebro-espinhal.
Infante: Criança.
Paleoantropologia: Sub-ramo da antropologia física que estuda fósseis de hominídeos.

Atividades escritas
Relembrando...
Pronomes demonstrativos (este, esse, aquele etc.) servem, entre outras coisas, para reto-
mar alguma palavra ou expressão já mencionadas anteriormente no contexto:
Fugir dos problemas? Isso não é de meu feitio.

1. Por que o nome de gêneros e espécies está em itálico?

2. A que gênero o ser humano moderno pertence?

3. O pesquisador Dart, em 1925, faz a descrição de um gênero que poderia ser ancestral
direto do gênero Homo. Que gênero é esse? Quais as características do espécime estudado
que levaram o pesquisador a tal hipótese?

4. Em: “Debates entre pesquisadores da época focaram na ideia de evolução humana, e


quando Darwin publicou seu próprio livro sobre o assunto, essa já era uma conhecida inter-
pretação da sua teoria e seu aspecto bastante controverso.”, o termo em destaque se refere a
qual palavra anterior?

Sabendo mais...
A Teoria da Savana
Um dos aspectos mais fascinantes da pesquisa paleantropológica se refere à influência da
Teoria da Savana. A teoria é normalmente ligada ao trabalho de Raymond Dart. Em seu artigo,
em Nature de 1925, Dart sugeriu um cenário evolutivo para a origem do Australopithecus
africanus: por consequência de mudanças climáticas e uma subsequente redução das matas,
o africanus abandonou a vida arborícola e passou a se adaptar a uma vida nas savanas.
Este modelo teórico foi aceito pelas gerações seguintes de paleoantropólogos e se tornou a
explicação mais comum nos livros sobre evolução humana. Popularizado também em inúme-
ros livros de ciência popular, A Teoria da Savana foi vista como um fato indisputável, já que os
fósseis de hominídeos encontrados na África pareciam confirmar esse modelo teórico.
Em 1993, Renato Bender, um cientista brasileiro de residência na Suíça, iniciou uma análise
histórica da Teoria da Savana. Os resultados desta pesquisa foram apresentados em 1999, em
uma dissertação no Instituto de Esportes e Ciências Esportivas da Universidade de Berna. Ben-
der demonstrou que a Teoria da Savana não tem sua origem no trabalho de Raymond Dart, e
Bender provou que a ideia de uma adaptação ávida nos “campos abertos” é muito antiga, tendo

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Língua Portuguesa 4aEtapa

sido já mencionada em 1809 pelo famoso cientista francês Jean-Baptiste de Monet, Chevalier de
Lamarck. Esse fato é de enorme importância na avaliação científica da Teoria da Savana, tendo
em vista que os descobrimentos dos fósseis não tiveram influência alguma na formulação des-
sas especulações. A partir desta análise, Bender sugeriu que a Teoria da Savana se denominasse
Hipótese dos Campos Abertos (HCA).
Com a gradual descrença na HCA, os cientistas passaram a se interessar por explicações
alternativas dentro do mundo científico. Uma das alternativas é a Teoria Aquática. O interes-
sante nesta teoria é o fato de que ela foi divulgada e desenvolvida durante muito tempo em
obras populares, não tendo apoio de cientistas. Bem ao contrário: até poucos anos atrás esta
teoria era normalmente mencionada como um exemplo clássico de uma especulação infun-
dada. A situação está mudando rapidamente. Por exemplo, a médica suíça Nicole Bender-Oser
escreveu uma dissertação histórica sobre a origem da Teoria Aquática (teoria esta formulada
pela primeira vez pelo médico alemão Max Westenhöfer em 1923). Esse trabalho foi premiado
no ano de 2004 pela Universidade de Berna.

Glossário
Arborícola: Que vive em árvores.
Savana: Tipo de formação vegetal mista composta de extrato baixo e contínuo de gramíneas e subarbustos.

Atividades escritas

1. Em: “Nos últimos anos, vários paleoantropólogos também passaram a se distanciar des-
tas especulações, reconhecendo que estas não têm a base científica antigamente tida como
certa.”, qual o referente do termo em destaque?

2. Que preconiza a Teoria da Savana?

3. Quais outras teorias podem ser substitutas da Teoria da Savana?

Hora da pesquisa
Quando estudamos a evolução biológica dos seres humanos, duas grandes teorias são im-
portantes para nosso estudo: o darwinismo e o lamarckismo. Faça, então, uma pesquisa sobre
estas duas correntes do pensamento evolucionista, apontando semelhanças e divergências.

Em sua vida
As origens da humanidade têm sido frequentemente um assunto de grande controvérsia
científica (evolucionismo) e religiosa (criacionismo).
A especulação a respeito da evolução futura dos humanos é geralmente explorada na ficção
científica como continuação da especiação dos humanos à medida que pertencem a vários
nichos ecológicos.

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Educação para Jovens e Adultos

Vamos conversar
O gênero Homo
Na taxonomia moderna, o Homo sapiens é a única espécie existente do gênero Homo. Do mes-
mo modo, o estudo recente das origens do Homo sapiens geralmente demonstra que existiram
outras espécies de Homo, todas as quais estão agora extintas. Enquanto algumas dessas outras
espécies poderiam ter sido ancestrais do H. sapiens, muitas foram provavelmente nossas “pri-
mas”.
Ainda não há nenhum consenso sobre quais desses grupos deveriam ser considerados como
espécies separadas e sobre quais deveriam ser subespécies. Em alguns casos, isso é devido à
escassez de fósseis, em outros, devido a diferenças mínimas usadas para distinguir espécies no
gênero Homo.
A palavra Homo vem do latim e significa “pessoa”, escolhido originalmente por Carolus Lin-
naeus em seu sistema de classificação. É geralmente traduzido como “homem”, apesar de isso
causar confusão, dado que a palavra “homem” pode ser genérica como homo, mas pode também
referir-se especificamente aos indivíduos do sexo masculino. A palavra latina para “homem”, no
sentido específico, ao gênero é vir, cognato com “virile”. A palavra “humano” vem de humanus, a
forma adjetiva de homo.
H. habilis
Viveu entre cerca de 2,4 a 1,5 milhões de anos atrás H. habi-
lis, a primeira espécie do gênero Homo, evoluiu no sul e no les-
te da África, quando divergiu do Australopithecines. H. habilis
tinha molares menores e cérebro maior que aqueles, e faziam
ferramentas de pedra e, talvez, de ossos de animais.
Viveu entre cerca de 1,8 milhão a 300 mil anos na África, Ásia,
e Europa. Provavelmente, o Homo erectus possuía um cérebro
maior e fabricou ferramentas de pedra mais elaboradas; essas e
outras diferenças são suficientes para que os antropólogos pos-
sam classificá-lo como uma nova espécie.
H. ergaster
Viveu entre cerca de 1,8 a 1,25 milhão de anos atrás. Também co-
nhecido como Homo erectus ergaster.
H. heidelbergensis
O Homem de Heidelberg viveu entre cerca de 800 a 300 mil anos
atrás. Também conhecido como Homo sapiens heidelbergensis e
Homo sapiens paleohungaricus.
H. sapiens idaltu
Viveu há cerca de 160 mil anos (subespécie). É o humano moderno
anatomicamente mais antigo conhecido. Eles não enterravam os cor-
pos dos mortos, acreditando que eles pudessem retornar à vida.

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Língua Portuguesa 4aEtapa

H. floresiensis
Viveu há cerca de 12 mil anos. Foi apelidado de hobbit por causa de seu pequeno tamanho.
H. neanderthalensis
Viveu entre cerca de 250 mil e 30 mil anos. Também conhecido como Homo sapiens nean-
derthalensis. Há um debate recente sobre ser ele uma espécie separada, Homo neander-
thalensis, ou uma subespécie de H. sapiens. Enquanto o debate continua, a maioria das evi-
dências, adquiridas pela análise do DNA mitocondrial e do Y-cromosomal DNA, atualmente
indica que não houve nenhum fluxo genético entre o H. neanderthalensis e o H. sapiens, e,
consequentemente, eram duas espécies diferentes. Em 1997 o Dr. Mark Stoneking, então um
professor associado de antropologia da Universidade de Penn State, disse: “Esses resultados
[baseados no DNA mitocondrial extraído dos ossos do Neanderthal indicam que os Neander-
thais não contribuíram como DNA mitocondrial com os humanos modernos... os Neander-
thais não são nossos ancestrais”. Investigações subsequentes de uma segunda fonte de DNA
de Neanderthal confirmaram esses achados.
H. sapiens
Surgiu há cerca de 200 mil anos. Entre 400 mil e 250 mil anos, a tendência de expansão cra-
niana e a tecnologia na elaboração de ferramentas de pedra desenvolveram-se, fornecendo evi-
dências da transição do H. erectus ao H. sapiens. A evidência direta sugere que houve uma mi-
gração do H. erectus para fora da África, então uma subsequente especiação para o H. sapiens
na África. (Há poucas evidências de que essa especiação tenha ocorrido em algum lugar). Então,
uma subsequente migração dentro e fora da África eventualmente substituiu o anteriormente
disperso H. erectus. Entretanto, a evidência atual não impossibilita a especiação multirregional.
Essa é uma área calorosamente debatida da paleoantropologia. “Sapiens” significa “sábio” ou
“inteligente”.
O que mudou em nosso corpo e em nossos hábitos, dos primórdios da vida humana até os
dias de hoje?

Hora de agir
Que tal produzirmos um infográfico sobre as várias espécies do gênero Homo que vimos na
seção anterior?

Infográfico
Resumo textual apresentado de forma esquemática com preponderância de elementos grá-
fico-visuais (fotografia, desenho, diagrama estatístico etc.) integrados com dados numéricos.

Curiosidades
Segundo artigo publicado na revista Viver Mente & Cérebro de fevereiro de 2007, as lágri-
mas de emoção, que são exclusividade da espécie humana, seriam estratégia de adaptação
evolutiva.
Produzimos três tipos de lágrima:
> As basais, que umedecem os olhos;
> As reflexivas, secretadas em resposta a estímulos agressivos, como o cisco;
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Educação para Jovens e Adultos

> E as emocionais.

As lágrimas de emoção podem servir a propósitos em uma espécie tão social como a nossa.
Na maioria das vezes, indicam emoções intensas e costuma ser difícil forjá-las. Além do que
são perceptíveis e, portanto, comunicam mensagem. Chorar revela vulnerabilidade e pode
despertar compaixão naqueles que estão próximos, favorecendo a criação de vínculos. É pro-
vável que laços emocionais formados ou reforçados pelo choro tenham colaborado para a
coesão social de comunidades humanas primitivas.

Frase, oração e período


Observe:
Fogo!
Conversão à esquerda.
Homem (escrito na porta de banheiro).
O que eles têm em comum? Todos indicam alguma ideia: ideia de que está ocorrendo um
incêndio, ideia de que é possível fazer conversão para a esquerda, ideia de que um determina-
do banheiro foi feito para uso exclusivo de homens.
E nenhuma dessas ideias precisou de verbo para ser expressa.
Portanto, os três itens constituem frases.
Frase é todo enunciado de sentido completo, com ou sem verbo.
Agora, em:
O incêndio destruiu completamente a antiga casa de veraneio de meus avós.

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Língua Portuguesa 4aEtapa

Temos sujeito (o incêndio), verbo (destruiu) e predicado (completamente a antiga casa de


veraneio de meus avós).
Temos, aqui, uma frase e, também, uma oração.

Oração é todo enunciado com verbo, necessariamente.

Assim:

Sujeito + Predicado = Oração


Oração + Oração = Período
Período + Período = Parágrafo

Um texto é composto por parágrafos, que têm a função de organizar as ideias de um texto.

Quantos parágrafos há no texto da seção “Sabendo mais...”?

Hora da escrita
Faça uma descrição de como você é física e psicologicamente.
Descrição é uma forma de compor textos em que são mostradas características de pessoas,
objetos, situações, lugares etc.

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Unidade 2
Tecnologia

Hora da leitura
O que é tecnologia?
Se procurarmos o conceito de tecnologia em um dicionário, ou mesmo em uma enciclopé-
dia, veremos que o termo envolve o conhecimento técnico e científico e as ferramentas, os
processos e os materiais criados e/ou utilizados a partir de tal conhecimento. Dependendo do
contexto, a tecnologia pode indicar:
> Ferramentas, máquinas, técnicas, métodos, materiais que ajudam a resolver problemas
ou, ao menos, facilitar a sua solução.
> Um método ou processo de construção e trabalho (tal como a tecnologia de manufatura,
a tecnologia de infraestrutura ou a tecnologia espacial).
> A aplicação de recursos para a resolução de problemas.
> O termo tecnologia também pode ser usado para descrever o nível de conhecimento cien-
tífico, matemático e técnico de uma determinada cultura.
> Podemos definir tecnologia, de uma forma geral, como o encontro entre ciência e enge-
nharia. Sendo um termo que inclui desde as ferramentas e processos simples, tais como uma
colher de madeira e a fermentação da uva, respectivamente, até as ferramentas e processos
mais complexos já criados pelo ser humano, como a Estação Espacial Internacional e a des-
salinização da água do mar. Frequentemente, a tecnologia entra em conflito com algumas

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Língua Portuguesa 4aEtapa

preocupações naturais de nossa sociedade, como o desemprego, a poluição e muitas outras


questões ecológicas, filosóficas e sociológicas.
Existe um equilíbrio muito tênue entre as vantagens e as desvantagens que o avanço da tec-
nologia traz para a sociedade. A principal vantagem é refletida na produção industrial: a tecno-
logia torna a produção mais rápida e maior e, ainda assim, o resultado final é um produto mais
barato e com maior qualidade. As desvantagens são de tal forma preocupantes que quase su-
peram as vantagens; uma delas é a poluição que, se não for controlada a tempo, evoluirá para
um quadro irreversível. Outra desvantagem é quanto ao desemprego gerado pelo uso inten-
sivo das máquinas na indústria, na agricultura e no comércio. A este tipo de desemprego, no
qual o trabalho do homem é substituído pelo trabalho das máquinas, denominamos desem-
prego estrutural. Um dos países que mais sofrem com este problema é o Japão. A ciência e a
tecnologia sempre estiveram muito próximas uma da outra. Geralmente, a ciência é o estudo
da natureza rigorosamente de acordo com o método científico. A tecnologia, por sua vez, é a
aplicação de tal conhecimento científico para conseguir um resultado prático. Como exemplo,
a ciência pôde estudar o fluxo dos elétrons em uma corrente elétrica. Este conhecimento foi e
continua sendo usado para a fabricação de produtos eletrônicos, tais como semicondutores,
computadores e outros produtos de alta tecnologia. Essa relação próxima entre ciência e tec-
nologia contribui, decisivamente, para a crescente especialização dos ramos científicos. Por
exemplo, a física se dividiu em diversos outros ramos menores, como a acústica e a mecânica,
e esses ramos por sua vez sofreram sucessivas divisões. O resultado é o surgimento de ramos
científicos bem específicos e especialmente destinados ao aperfeiçoamento da tecnologia,
como a aerodinâmica, a geotecnia, a hidrodinâmica, a petrologia e a terramecânica.
Um pouco de etimologia:
Tecnologia é a junção de duas palavras gregas:
(tékhnê, técnica) e (lógos, estudo)

Atividades escritas

1. Ciência e tecnologia são a mesma coisa? Justifique.

2. O que significa tecnologia de ponta, ou alta tecnologia?

3. Em: “Sendo um termo que inclui desde as ferramentas e processos simples, tais como
uma colher de madeira e a fermentação da uva, respectivamente, até as ferramentas e pro-
cessos mais complexos já criados pelo ser humano, tal como a Estação Espacial Internacional
e a dessalinização da água do mar.”, o que indica a ocorrência da palavra respectivamente?

Sabendo mais...
Evolução da tecnologia
A história da tecnologia é quase tão velha quanto a história da humanidade e segue desde
que os seres humanos começaram a usar ferramentas de caça e de proteção. A história da tec-

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Educação para Jovens e Adultos

nologia tem embutida, consequentemente, a cronologia do uso dos recursos naturais, porque,
para serem criadas, todas as ferramentas necessitaram, antes de qualquer coisa, do uso de um
recurso natural adequado. A história da tecnologia segue uma progressão das ferramentas e
das fontes de energia simples às das ferramentas e das fontes de energia complexas.
As tecnologias mais antigas converteram recursos naturais em ferramentas simples. Os
processos mais antigos, como arte rupestre e a raspagem das pedras; as ferramentas mais
antigas, tais como a pedra lascada e a roda, são meios simples para a conversão de materiais
brutos e “crus” em produtos úteis. Os antropólogos descobriram muitas casas e ferramen-
tas humanas feitas diretamente com recursos naturais. A descoberta e o consequente uso
do fogo foi um ponto-chave na evolução tecnológica do homem, permitindo um melhor
aproveitamento dos alimentos e o aproveitamento dos recursos naturais que necessitam do
calor para serem úteis.
A madeira e o carvão de lenha estão entre os primeiros mate-
riais usados como combustível. A madeira, a argila e a rocha (tal
como a pedra calcária) estavam entre os materiais mais adian-
tados a serem tratados pelo fogo, para fazer as armas, cerâmica,
tijolos e cimento, entre outros. As melhorias continuaram, tais
como a fornalha, e permitiram a habilidade de derreter e forjar
o metal (por exemplo, o cobre, em 8.000 a.C.), e eventualmente
a descoberta das ligas, como o bronze (4.000 a.C.). Os primeiros
usos do ferro e do aço datam de 1.400 a.C.
As ferramentas mais sofisticadas incluem desde a alavanca (300
a.C.), o parafuso (400 a.C.) e a polia, até a maquinaria complexa
como o computador, os dispositivos de telecomunicações, o mo-
tor elétrico, o motor a jato, entre muitos outros. As ferramentas e
máquinas aumentam em complexidade na mesma proporção em que o conhecimento científico
se expande. A maior parte das novidades tecnológicas costuma ser, inicialmente, empregada na
engenharia, na medicina, na informática e no ramo militar. Com isso, o público doméstico acaba
sendo o último a se beneficiar da alta tecnologia, já que ferramentas complexas requerem uma
manufatura complexa, aumentando drastica-
mente o preço final do produto.
A energia é obtida atualmente do vento, da
água, dos hidrocarbonetos e da fusão nuclear.
A água fornece a energia como processo da ge-
ração de hidroeletricidade. O vento fornece a
energia por meio dos aerogeradores.
Há três fontes principais dos hidrocarbone-
tos: carvão, gás natural e petróleo. O carvão e
o gás natural são usados quase exclusivamente
como uma fonte de energia. O petróleo é am-
plamente usado como fonte de energia (gaso-

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Língua Portuguesa 4aEtapa

lina e diesel) e é também um recurso natural usado na fabricação de plásticos e outros ma-
teriais sintéticos. Alguns dos mais recentes avanços no ramo da geração de energia incluem
a energia nuclear, derivada de combustíveis como o urânio e o hidrogênio, como fonte de
energia limpa e barata. Nos tempos atuais, os sistemas digitais ganham cada vez mais espaço
entre as inovações tecnológicas. Grande parte dos instrumentos tecnológicos de hoje usam
sistemas digitais, principalmente os computadores.

Atividades escritas

1. Cite exemplos de fontes naturais de energia.

2. Que são fontes naturais renováveis e não renováveis de energia?

3. Em “fonte natural de energia renovável” há uma ambiguidade. Identifique-a e a desfaça,


reescrevendo o termo.

Se liga!
Todo duplo sentido, causado pela má construção da frase, é uma ambiguidade.
Mataram o porco do meu tio.
Quais os sentidos da frase?
1º O meu tio, que é uma pessoa sem higiene, foi morto.
2º Mataram o porco que era do meu tio.
Os sentidos dessa frase dependem de quem você quer matar...!

Hora da pesquisa
O que você sabe sobre a Estação Espacial Internacional? Vamos fazer uma pesquisa abor-
dando principalmente a utilidade que esta estação tem para as comunidades humanas no
planeta Terra.

Vamos conversar
Você já ouviu falar de fibra óptica?
Desenvolvida pelo físico indiano Narinder Singh
Kanpany, a fibra óptica é um filamento de vidro ou de
outros materiais, com capacidade de transmitir luz.
Esses filamentos têm diâmetros variáveis dependen-
do da aplicação, indo desde diâmetros ínfimos (mais
finos que um fio de cabelo) até vários milímetros. Um
feixe de luz é lançado em uma extremidade da fibra, e
pelas características ópticas do material esse feixe per-
corre a fibra através de consecutivas reflexões.
As fibras ópticas são utilizadas como meio de trans-
missão de ondas eletromagnéticas (como a luz), uma

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Educação para Jovens e Adultos

vez que são transparentes e podem ser agrupadas em cabos. Essas fibras são feitas de plástico
ou de vidro. O vidro é mais utilizado, porque absorve menos as ondas. As ondas eletromagné-
ticas mais utilizadas são as correspondentes à luz infravermelha.
Cabos de fibra óptica atravessam oceanos. Usar cabos para conectar dois continentes sepa-
rados pelo oceano é um projeto monumental. É preciso instalar um cabo com milhares de qui-
lômetros de extensão sob o mar, atravessando fossas e montanhas submarinas. Em 1988, foi
instalado o primeiro cabo de fibra óptica intercontinental desse tipo, e tinha capacidade para
40 mil conversas telefônicas simultâneas usando tecnologia digital. Desde então, a capacidade
dos cabos aumentou. Alguns cabos que atravessam o oceano Atlântico têm capacidade para
200 milhões de circuitos telefônicos!
Para transmitir dados pela fibra óptica, é necessário um equipamento especial chamado
“infoduto”, que contém um componente que converte sinais elétricos em pulsos de luz.
Uma característica importante que torna a fibra óptica indispensável em muitas aplicações
é o fato de não ser suscetível à interferência eletromagnética, pela razão de que não transmite
pulsos elétricos, como ocorre com outros tipos de meio de transmissão que em pregam os fios
metálicos, como o cobre.

Atividades escritas

1. Em: “As fibras ópticas são utilizadas como meio de transmissão de ondas eletromagnéti-
cas (como a luz), uma vez que são transparentes e podem ser agrupadas em cabos.”, há uma
ambiguidade. Identifique-a e a desfaça, reescrevendo o trecho

2. Segundo o texto, qual a aplicabilidade da fibra óptica?

Vamos conversar
“A distância mais longa é aquela entre a cabeça e o coração”.
Fonte: T. Merton - escritor norte-americano.

Hora de agir
Por que não montamos um mural com as informações coletadas em nossa pesquisa sobre
a Estação Espacial Internacional? Coloque imagens e fotos para que o mural fique mais inte-
ressante.
Observe:
O jovem atravessou pela porta anunciando o nascimento de seu filho.

O verbo atravessar (atravessou) indica uma ação realizada pelo jovem. Isso caracteriza o
predicado verbal.
Agora, observe:
Fibra óptica é um filamento, de vidro ou de materiais poliméricos, com capacidade de
transmitir luz.

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Língua Portuguesa 4aEtapa

O verbo ser (é) não é significativo, pois apenas liga o sujeito a um termo que o caracteriza.
Este tipo de verbo é chamado de verbo de ligação.
Outros verbos de ligação:
estar, ficar, parecer, permanecer, continuar.
Fibra óptica é um filamento com capacidade de transmitir luz.
sujeito verbo de ligação predicativo do sujeito
O que é predicativo do sujeito?
Predicativo do sujeito é o que indica o estado ou a qualidade do sujeito.

1. Identifique o sujeito e o predicativo do sujeito das orações:


a) Eu fiquei estarrecido com a notícia sobre a fibra óptica.
b) Ele permaneceu quieto durante todo o anúncio.
c) A tecnologia continua presente na vida de todos.
d) Os jornalistas pareciam cansados.

2. Como você classificaria os verbos das orações seguintes?


Ando um pouco chateado.
Ando três quilômetros por dia.
Observe a oração:
João saiu triste da reunião.
Você sabe que o verbo sair é intransitivo, ou seja, não pede complemento. Sendo assim,
qual função de “triste “ na oração? “Triste” exerce função de predicativo. Quando temos em
uma oração um verbo de ação e um predicativo, dizemos que o predicado é verbo-nominal.

3. Leia as orações abaixo e as classifique em verbal, nominal ou verbo-nominal.


a) Você está completamente louco! c) Ele chorou copiosamente.
b) As duas despediram-se alegres. d) Eu comprei uma bíblia.

Hora da leitura
Exobiologia
Pegue um jornal. Leia vários artigos aleatoriamente, de preferência um de cada caderno. O
que eles têm em comum? Exatamente! A linguagem científica.

A linguagem científica procura ser sempre imparcial, relatando os fatos como acontecem.

Podemos notar também que esse tipo de linguagem usa muito “ele“, “seu“, “dele“, “para
ele” e evita ao máximo o uso de “eu“ ou “você” (exceto, claro, quando se transcrever a fala de
um entrevistado).

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Educação para Jovens e Adultos

Imagine, então, que você seja jornalista de um jornal importante. Escreva um artigo sobre o
escorredor de macarrão.

Não precisa ser verídico, mas a linguagem usada tem de ser coerente.
Solte a imaginação!

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Unidade 3
A conquista do espaço

Hora da leitura
Expandindo horizontes
Toda tecnologia necessária para a exploração espacial tornou-se disponível a partir da cons-
trução dos primeiros foguetes, que, em um momento, permitiram colocar em órbita satélites
artificiais para estudo tanto da Terra quanto do espaço exterior, e em outro, permitiram o en-
vio de astronautas ao espaço exterior.
O foguete é invenção antiga, já utilizada pelos chineses (os mesmos que inventaram a pól-
vora) há pelo menos 700 anos.
No entanto, apenas em 1903 o professor russo Konstantin Tsiolkovsky determinaria os prin-
cípios para o uso de foguetes no espaço sideral. A ideia das viagens espaciais já era popular
e a descoberta de que os foguetes poderiam levar o homem ao espaço fez surgirem grupos
interessados no assunto na Europa e nos Estados Unidos. Mas a era das viagens espaciais só
começou em 4 de outubro de 1957, quando os soviéticos lançaram ao espaço o primeiro sa-
télite artificial, o Sputnik 1, não tripulado. O primeiro ser vivo no espaço não foi um humano,
mas a cadela russa Laika, que esteve a bordo da nave espacial Sputnik 2. Laika morreu quatro
dias depois, devido ao calor, na reentrada.
A partir daí os avanços foram rápidos. Estudos sobre a viabilidade de enviar humanos ao
espaço começaram logo depois, e em 12 de abril de 1961, o russo Yuri Gagarin tornou-se o
primeiro ser humano a orbitar a Terra, a bordo da nave Vostok 1.

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Educação para Jovens e Adultos

Em 18 de março de 1965, deu-se outro grande passo


para a conquista do espaço: o soviético Alexei Leonov fi-
cou 20 minutos flutuando no vazio acima da Terra. Pela
primeira vez um homem saía da nave e passeava pelo es-
paço. Em 20 de julho de 1969, os americanos Neil Arms-
trong e Edwin Aldrin deixaram a nave Apollo 11 a bordo do
módulo lunar e pousaram na Lua.
Em 1972, o presidente americano Richard Nixon autori-
zou a construção do primeiro ônibus espacial - mistura de
avião e foguete capaz de orbitar a Terra como um foguete,
pousar em uma pista de aeroporto como um avião e fazer
viagens regulares ao espaço. Em setembro de 1977 ficou
pronto o primeiro protótipo, o Enterprise. Usada para tes-
tes de lançamento, planagem, aproximação e aterrissa-
gem, a nave nunca foi ao espaço. Surgia o ônibus espacial
como é conhecido hoje: uma nave triangular que decola presa a um grande tanque de com-
bustível cilíndrico e dois foguetes propulsores. Após cumprir sua missão no espaço, a nave
desce planando e pousa como um avião. O tanque de combustível é ejetado e se desintegra
na atmosfera. Os foguetes propulsores caem de paraquedas no mar e são recolhidos para reu-
tilização posterior. Foi construída uma frota de quatro naves que revolucionariam os voos orbi-
tais na década de 1980: Columbia, Challenger, Discovery e Atlantis. A bordo delas, astronautas
lançam e recuperam satélites, põem em órbita telescópios espaciais, disparam sondas roboti-
zadas para explorar os planetas e fazem experimentos em condições de micro gravidade.

Qual a importância em descobrir o que há fora do planeta Terra?

Sabendo mais...
A conquista da Lua
A conquista da Lua foi o principal objetivo da corrida espacial entre os Estados Unidos e a
União Soviética, ocorrida na década de 1960 e é considerada pela maioria do público como
um dos episódios mais emocionantes da história da exploração espacial.
A Lua sempre atraiu a atenção do homem e este interesse ficou registrado na poesia, na li-
teratura e na ficção científica. Há duzentos anos, em uma famosa obra de ficção intitulada “De
la Terre à la Lune” (1865), Júlio Verne escreve sobre um grupo de homens que viajou até a Lua
usando um gigantesco canhão. Na França, Georges Melies foi um dos pioneiros do cinema e
seu filme “Le voyage dans la Lune” (1902) foi um dos primeiros filmes de ficção científica em
que descrevia uma incrível viagem à Lua.
Os EUA foram bem-sucedidos em seu objetivo ao alcançar a Lua antes da União Soviética,
em 1969, com a missão Apollo 11. Para atingir este objetivo, o Projeto Apollo envolveu um
fantástico esforço de US$ 20 bilhões, 20 mil companhias e 300 mil trabalhadores que desen-
volveram e fabricaram componentes e peças.

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Língua Portuguesa 4aEtapa

A missão Apollo 11 pousou na superfície lunar


em 20 de julho de 1969, em um local chamado
“Sea of Tranquility” (Mar da Tranquilidade). Neil
Armstrong e Edwin E. “Buzz” Aldrin tornaram-se
os primeiros homens a caminhar no solo lunar.
Depois da Apollo 11 outras seis missões Apollo
foram lançadas, sendo que cinco delas pousaram
na Lua (no total de doze astronautas que caminha-
ram na Lua).
A frase do primeiro astronauta a pisar na Lua
ficou muito famosa. Neil A. Armstrong disse: “Um
pequeno passo para um homem, um salto gigan-
Buzz Aldrin em solo lunar.
tesco para a humanidade”.
Os astronautas da Apollo 11 colocaram uma placa na Lua, onde se lê: Here men from planet
Earth first set foot up on the Moon. July 1969 A.D. We came in peace for all mankind. (Aqui os
homens do planeta Terra pisaram pela primeira vez na Lua. Julho de 1969. Viemos em paz, em
nome de toda a humanidade.)
A corrida espacial e a conquista da Lua foram um épico moderno recheado de aventura,
perigo e emoção. Milhões acompanharam pela televisão os passos desta aventura e vibraram
com a chegada do homem à Lua, uma das maiores realizações da humanidade.

Atividades problematizadoras

1. Qual a importância das fases da Lua para os habitantes da Terra?

Hora da pesquisa
Você certamente já ouviu falar em Marcos Pontes, o primeiro astronauta brasileiro a viajar
para fora do planeta Terra. Vamos pesquisar sobre a viagem que ele fez ao espaço.

Curiosidades
Diversos animais foram usados nos primórdios da exploração espacial para testar o efeito da
radiação, da ausência de gravidade e das condições do espaço exterior sobre os organismos
vivos. Antes da cadela Laika, foram as cadelas Albina e Tsyganka, usadas pela URSS em voos
suborbitais. Pelo lado dos EUA, os primeiros animais foram Albert 1 e Albert 2, primatas que
morreram em 1949 na ponta de foguetes V-2 capturados na Alemanha. Sputnik V, a última
missão Sputnik, foi lançada ao espaço em 19 de agosto de 1960 com os cachorros Belka e
Strelka, quarenta camundongos, dois ratos e diversas plantas. As missões Korabl-Sputnik ainda
levaram os cães Pchelka, Mushka, Chernuschka e Zvezdochka. O primeiro primata em órbita
foi Enos, lançado em 29 de novembro de 1961 a bordo de uma nave Mercury, em preparação
ao primeiro voo dos EUA com humanos.
Você concorda com a utilização de animais em experimentos científicos?

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Educação para Jovens e Adultos

Vamos conversar
Acidentes e tragédias
Mesmo com toda a tecnologia e controle de qualidade, em um ambiente tão hostil como
o espaço e envolvendo máquinas tão complexas, é de se esperar que ocorram erros. Muitos
acidentes ficaram para a história da exploração espacial. Alguns deles provocaram baixas entre
os astronautas e cosmonautas.
> Em 24 de outubro de 1960 uma explosão na plataforma de lançamento matou dezenas de
cientistas e técnicos da URSS.
> Muitos anos depois, os astronautas Virgil “Gus” Ivan Grissom, Edward Higgins White II e
Roger Bruce Chaffee, do Projeto Apollo, morreram no solo em um incêndio dentro da cabine
de comando, no que ficou conhecido como “Apollo 1”,
> Em 1966 a nave Gemini VIII ficou desgovernada no espaço, mas os astronautas consegui-
ram consertar a nave e regressar à Terra.
> Em abril de 1967, o cosmonauta Vladimir Komarov teve uma variedade de problemas téc-
nicos com a nave Soyuz 1, e acabou morrendo no pouso, no acidente que atrasou o programa
espacial soviético em 18 meses.
> Em 21 de fevereiro de 1969 um foguete do programa lunar soviético caiu, logo após o
lançamento, sobre uma cidade, matando 350 pessoas.
> Em 1970, devido a um acidente grave, provavelmente ocasionado por colisão com um me-
teorito, a Apollo 13 ficou seriamente avariada em seu caminho em direção à Lua. Isso impossibi-
litou seu pouso na Lua e resultou em um retorno tenso e espetacular à Terra, com um mínimo de
oxigênio remanescente, no mais conhecido acidente espacial da história. O episódio terminou,
contudo, de forma satisfatória para os seus tripulantes. A frase que marcou o evento foi: OK,
Houston, we have a problem here. (“OK, Houston, nós temos um problema aqui”).
> Em 30 de junho de 1971 a despressurização da nave Soyuz matou os cosmonautas Georgy
Dobrovolsky, Vladislav Volkov e Viktor Patsayev, que haviam cumprido uma missão de 24 dias
em órbita.
> Em 28 de janeiro de 1986 um defeito nos tanques
de combustível causou a explosão do Ônibus Espacial
Challenger, matando todos seus ocupantes, inclusive a
professora Christa MacAulife, a primeira civil a participar
de um voo espacial.
> Mais recentemente, em 2003, o ônibus Espacial Co-
lumbia explodiu nos procedimentos finais de pouso, ma-
tando todos os seus tripulantes.
> Em 22 de agosto de 2003, uma explosão destruiu o
Veículo Lançador de Satélite (VLS-1), na base brasileira
de Alcântara, no Estado do Maranhão. A causa do aci-
dente de Alcântara, segundo o major-brigadeiro Tiago
Ribeiro, diretor do Centro Tecnológico de Aeronáutica
(CTA), em São José dos Campos, São Paulo, foi a ignição

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Língua Portuguesa 4aEtapa

espontânea de um dos quatro motores do VLS-1. A explosão destruiu os equipamentos e ma-


tou 21 pessoas da equipe do Centro de Lançamento de Alcântara (CLA).

Mesmo com tantos acidentes, você acha válidas as tentativas de exploração espacial?

Hora de agir
Que tal montarmos um mural com as informações que pesquisamos sobre Marcos Pontes e
sua viagem espacial? Enriqueça o mural com fotos, imagens e desenhos.

1. Transforme as duas orações em uma só, conforme modelo:

A nave espacial decolou.


Ela está atrasada.
A nave espacial decolou atrasada.
a) Viram seu amigo no ponto de ônibus. c) Os direitos foram elaborados.
Ele estava distraído Os direitos foram respeitados.
b) O temporal atingiu a cidade. d) O acordo saiu.
O temporal foi forte. O acordo foi difícil.
Leia as orações abaixo:
Astronautas têm direito a andar nas nuvens.
As viagens são acessíveis a todos os brasileiros.
Um cão chegou à Lua anteriormente ao homem.
Assim como os verbos transitivos, alguns nomes (substantivos, adjetivos e advérbios) tam-
bém necessitam de um complemento.
“A andar nas nuvens”, “a todos os brasileiros” e “ao homem”, nas orações, têm a função de
complemento nominal.

2. Complete as orações com complementos nominais:


a) Caio tinha fome de ________. c) Nunca perdemos a fé em _________.
b) A luta contra_______ deve permanecer. d) Você está preparado para ___________?

Hora da escrita
Uma vez ou outra temos vontade de mandar alguém para o espaço. Pense em alguém que
você gostaria de mandar para fora de órbita e escreva uma história extraordinária sobre a via-
gem extraterrena de seu “amigo”.

Vamos conversar
As nações mais ricas do planeta investem milhões de dólares para a conquista do espaço.
Mas, quando lembramos que há milhões de pessoas vivendo em absoluta miséria, será a con-
quista do espaço a nossa grande missão?

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Unidade 4
Telecomunicações

Hora da leitura
Telecomunicação
Telecomunicação é uma forma de estender o alcance normal da comunicação. Quando o
destino da informação está próximo da fonte, a transmissão é direta e imediata, tal como se
processa a conversação entre duas pessoas no mesmo ambiente. Quando a distância entre
elas aumenta, no entanto, o processo de comunicação direta se torna mais difícil. Há então
a necessidade de um sistema de telecomunicação - um conjunto de meios e dispositivos que
permite a fonte e o destino se comunicarem a distância.
Há diversos tipos de telecomunicaçâo, como:
> telefone
> televisão
> internet
> rádio
> celular
Então, vejamos: o que você sabe sobre o telefone?
Alô?
O telefone é um dispositivo de telecomunicações criado para transmitir sons por meio de
sinais elétricos. E o inventor do telefone? Historicamente, Alexander Graham Bell é considera-

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Língua Portuguesa 4aEtapa

do o inventor do telefone. Contudo, existem indí-


cios que apontam como legítimo inventor Antonio
Meucci, por volta do ano de 1860, que o chamou
de teletrophone.
Os primeiros telefones eram conectados a uma
central manual, operada por uma telefonista.
O usuário tinha que girar uma manivela para
gerar a corrente de toque e chamar a telefonista
que atendia e, através da solicitação do usuário, co-
mutava os pontos manualmente através das pegas.
Assim, um assinante era conectado ao outro. Com
o surgimento das centrais automáticas, os telefones passaram a ser providos de discos para
envio da sinalização. Esses discos geravam a sinalização decádica, que consiste de uma série de
pulsos (de 1 a 10). Esta tecnologia prevaleceu até o final da década de 1960, quando começaram
a surgir os telefones com teclado eletrônico. Os telefones com teclado facilitavam a “discagem”.

Vamos conversar
Você se lembra quais são os sinais gráficos de pontua-
ção da língua portuguesa?
São eles:
Ponto.
Vírgula,
Ponto e vírgula;
Ponto de interrogação?
Ponto de exclamação!
Parênteses ( )

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Educação para Jovens e Adultos

Dois-pontos:
Aspas “ ”
Reticências ...
Travessão –
Parágrafo §
Um único sinal pode mudar o significado de uma frase:
Cinema também é cultura.
Cinema também é cultura?

Sabendo mais...
Telefone celular
É um aparelho de comunicação por ondas eletromagnéti-
cas que permite a transmissão bidirecional de voz e dados
utilizáveis em uma área geográfica que se encontra dividida
em células (de onde provém a nomenclatura celular), cada
uma delas servida por um transmissor/receptor. A inven-
ção do telefone celular ocorreu em 1947 pelo laboratório
Bell, nos Estados Unidos.
No ano de 2007, a Apple lança o iPhone, o seu primeiro
smartphone, em um formato que mudou a aparência da maioria
dos telefones celulares, sendo o primeiro aparelho a apresentar
tela multitoque. Tinha, como principal característica, a ausência de
teclados numéricos físicos, deixando-os para serem gerados por software.
No ano de 2008, a Google apresenta o Android, seu sistema operacional para smartphone, que
logo se popularizou e é, até o momento, o mais utilizado.
Há diferentes tecnologias para a difusão das ondas eletromagnéticas nos telefones móveis
baseadas na compressão das informações ou na sua distribuição: primeira geração (1G, ana-
lógica, desenvolvida no início da década de 1980, com os sistemas NMT e AMPS), segunda
geração (2G, digital, desenvolvida no final da década de 1980 e início da década de 1990,
GSM, CDMA e TDMA); segunda geração e meia (2,5G, uma evolução à 2G, com melhorias
significativas em capacidade de transmissão de dados e na adoção da tecnologia de pacotes
e não mais comutação de circuitos, presente nas tecnologias GPRS, EDGE, HSCSD e 1xRTT);
terceira geração (3G, digital, com mais recursos, em desenvolvimento desde o final dos anos
1990, como UMTS e EVDO); terceira geração e meia (3,5G, como HSDPA, HSPA e HSUPA). A
quarta geração é a 4G, já bastante difundida. A implementação do 5G é uma realidade, porém
a previsão da chegada dessa tecnologia aqui no Brasil não é nada animadora: 2030.

Atividades escritas

1. Você sabe dizer qual a tecnologia de seu celular?

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Língua Portuguesa 4aEtapa

2. Que recurso você mais utiliza em seu celular, além, é claro, de falar por meio dele?

3. Seu celular já foi clonado ou conhece alguém com quem isso já tenha acontecido? Como
terminou?

Hora da pesquisa
Se você tem celular, certamente já ouviu falar sobre as tecnologias de telefonia móvel: TDMA,
CDMA, GSM, GPRS, EDGE, UMTS, W-CDMA , 4G, 5G. Vamos tentar entender o que significa cada
uma delas, seus recursos e suas vantagens e desvantagens.

Hora da leitura
“Aprende a escutar a voz das coisas, dos fatos, e verá como tudo fala, como tudo se comu-
nica contigo.”
Autor: Roque Schneider

Vamos conversar
O celular que é a sua cara!
Junto com a tecnologia digital chegou, além de qualidade e segurança, a possibilidade de
personalizar seu celular. Começou com toques monofônicos (são formados apenas por bip de
mesmo tom) e com as figuras monocromáticas, que são quase desconhecidas. Com a nova ge-
ração de aparelhos, principalmente nos lançamentos do sistema GSM vieram, além de toques
polifônicos e em formato MP3, imagens coloridas.
Você diria que esse anúncio é atual? Justifique sua resposta.

Hora de agir
Agora que já sabemos bastante sobre as tecnologias de telefonia móvel, vamos elaborar um
painel sobre a tecnologia que pesquisamos. Cada grupo deve montar um mural que represen-
te o tema de sua pesquisa e apresentá-lo para toda a turma.

Curiosidades
Com o advento da telefonia móvel, uma dúvida surgiu: usar o celular pode causar câncer
cerebral?
Segundo pesquisa realizada na Grã-Bretanha com 966 britânicos entre 18 e 69 anos que
utilizam regularmente o celular e que tiveram, entre 2000 e 2004, um glioma, um tipo de tu-
mor cerebral relativamente frequente em ser humano, a resposta é não. O risco de tumor não
está relacionado com a duração e a frequência das chamadas, nem com a idade do usuário ou
tempo que ele usa o telefone.
Veja o quadro abaixo:
o celular a cidade
em + o = no celular de + a = da cidade

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Educação para Jovens e Adultos

A preposição se articula a eles, formando locuções:


O celular é novinho em folha.
Pode-se encontrar de tudo no celular.

A cidade tem muitas antenas de transmissão.


Ele é habitante da cidade de São Paulo.

Que diferença há nas frases acima?


Preposições essenciais:
A, ante, até, após, com, contra, de, desde, em, entre, para, per, perante, por, sem, sob, sobre, trás.

Observe os substantivos nas frases a seguir:


A brisa batia-lhe no rosto.
O sol batia, pela manhã, na janela.
Os termos em destaque são locuções adverbiais. Assim como os advérbios, as locuções ad-
verbiais acrescentam aos verbos situações específicas às ações que eles expressam: lugar, cau-
sa, modo, tempo, negação, dúvida, comparação, intensidade, finalidade, instrumento, meio,
proporção.
Parou de repente.
Locução adverbial é uma expressão formada por duas ou mais palavras com o valor de um advérbio.
1. Reescreva as frases, incluindo pelo menos dois advérbios ou locuções adverbiais:
a) A banda passou, vai a banda.
b) Você teve bons sonhos?
c) Almoço, estudo e deito-me.
d) Viajamos para chegar.

2. Substitua as locuções adverbiais por advérbios de modo correspondentes.


a) Os homens abatiam os jacarés sem piedade.
b) Somos, sem dúvida, um povo pobre, afirmou o político de forma consciente.
c) Esperei-a com paciência e de súbito aparece o pai junto a ela.

Posso ir "de a pé" para a escola?


De jeito nenhum! Procure sempre ir a pé, é mais saudável.
Existe ainda gente por aí que prefere ir ao sítio de a cavalo. É grave a situação!
Os preparados, no entanto, sempre vão a pé ou a cavalo. E se cansam menos...

Sabendo mais...
Estas locuções são femininas:

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Língua Portuguesa 4aEtapa

Liguei para você às dez horas.


O carro virou à direita.

A crase (`), indicada nas locuções, é a fusão de um a preposição e de um a artigo feminino.

Dica: Para saber se em determinada expressão ou locução ocorre crase, substitua a pala-
vra feminina por uma masculina.
Vou à escola.

Faça você

1. Leia as frases abaixo e utilize a crase quando necessária:


a) As vezes, as pessoas se apaixonam a primeira vista.
b) Que tal irmos a pé a escola?
c) Sempre olho a esquerda e a direita antes de atravessar uma rua.
d) O ônibus virou as pressas.

Vamos conversar
O celular foi criado para durar por longos anos. No entanto, vemos acontecer um certo feti-
chismo do celular, as pessoas trocam constante e desnecessariamente de aparelho.

O que você acha sobre esse consumismo desenfreado?

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Unidade 5
Telecomunicações II

Hora da leitura
Novas fronteiras com a internet
A internet, uma das principais e mais nova tecnologia de informação e comunicação, é um
conglomerado de redes em escala mundial de milhões de computadores interligados que per-
mite o acesso a informações e transferência de dados. Ao contrário do que normalmente se
pensa, Internet não é sinônimo de World Wide Web (w w w ). A Web é um sistema de infor-
mação mais recente, que emprega a internet como meio de transmissão.
Vamos voltar às décadas de 1960/1970 para saber como a internet se tornou um dos meios
de comunicação mais populares. Tudo surgiu no período em que a Guerra Fria pairava no
ar entre as duas maiores potências da época, os Estados Unidos e a ex-União Soviética. O
governo americano queria desenvolver um sistema para que seus computadores militares
pudessem trocar informações entre si, de uma base militar para outra. Foi assim que surgiu
a Arpanet, criada pela Arpa, sigla para Advanced Research Projects Agency (em português,
Agência de Pesquisa de Projetos Avançados), uma subdivisão do Departamento de Defesa
Americano: A Arpanet promoveu a interconexão de computadores, por meio de um sistema
conhecido como chaveamento de pacotes, um esquema de transmissão de dados em rede de
computadores no qual as informações são divididas em pequenos “pacotes”, que por sua vez
contêm trechos dos dados, o endereço do destinatário e informações que permitem a remon-
tagem da mensagem original. Este sistema garantia a integridade da informação caso uma das

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Língua Portuguesa 4aEtapa

conexões da rede sofresse um ataque inimigo, pois o tráfego nela poderia ser automaticamente
encaminhado para outras conexões. O mais curioso é que raramente a rede sofreu algum ata-
que inimigo.
Em 1991, durante a Guerra do Golfo, certificou-se que esse sistema realmente funcionava,
devido à dificuldade dos Estados Unidos para derrubar a rede de comando do Iraque, que usava
o mesmo sistema. O sucesso do sistema criado pela Arpanet foi tanto que as redes agora tam-
bém estão voltadas para a área de pesquisas científicas das universidades. Com isso, a Arpanet
começou a ter dificuldades em administrar todo esse sistema, devido ao grande e crescente
número de localidades universitárias contidas nele. Dividiu-se então este sistema em dois gru-
pos, a Milnet, que possuía as localidades militares, e a nova Arpanet, que possuía as localidades
não militares. Um esquema técnico denominado IP (protocolo da internet, do inglês Internet
Protocol) permitia que o tráfego de informações fosse caminhado de uma rede para outra. To-
das as redes conectadas pelo IP na internet comunicam-se em IP, para que todos possam trocar
mensagens. Por meio da National Science Foundation, o governo americano investiu na criação
de backbones (espinha dorsal, em português), que são poderosos computadores conectados
por linhas e que têm a capacidade de dar vazão a grandes fluxos de dados, como canais de
fibra óptica, elos de satélite e elos de transmissão por rádio. Além desses backbones, existem
os criados por empresas particulares. A elas são conectadas redes menores, de forma mais ou
menos anárquica. É isto que consiste a internet, que não tem um dono específico. Contudo, a
internet, como nós a conhecemos hoje, só se tornou possível pela contribuição do cientista Tim
Berners-Lee e ao CERN (em português, Centro Europeu de Pesquisas Nucleares), que criaram a
World Wide Web, inicialmente interligando sistemas de pesquisas científicas e acadêmicas que
são ligadas a universidades. A rede coletiva ganhou uma maior divulgação pública a partir dos
anos 1990. Em agosto de 1991, Sir Tim Berners-Lee publicou seu novo projeto para a World
Wide Web. Em 1993, o Web Browser Mosaic 1.0 foi lançado e, no final de 1994, já havia inte-
resse público na internet. Em 1996, a palavra internet já era de uso comum, principalmente nos
países desenvolvidos, referindo-se na maioria das vezes à www.

Atividades problematizadoras

1. Com que frequência você acessa a internet?

2. Quais informações você mais busca na internet?

3. Qual página você mais visita na internet?

Hora da pesquisa
O advento do computador e, mais recentemente, da internet, modificou profundamente to-
dos os campos de nossa sociedade, inclusive nosso próprio idioma. Vamos fazer um levanta-
mento das novas palavras que foram incorporadas à nossa língua a partir do desenvolvimento
dessas novas tecnologias de comunicação.

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Educação para Jovens e Adultos

Curiosidades
A internet para a educação
O uso das redes como uma nova forma de interação no
processo educativo amplia a ação de comunicação entre
aluno e professor e o intercâmbio educacional e cultural.
Desta forma, o ato de educar (com o auxílio da internet)
proporciona a quebra de barreiras, de fronteiras e remove
o isolamento da sala de aula, acelerando a autonomia da
aprendizagem dos alunos em seus próprios ritmos. Assim
a educação pode assumir um caráter coletivo e tornar-se
acessível a todos (embora ainda exista a barreira do preço e
o analfabetismo tecnológico).
De que forma os computadores e a internet têm sido apli-
cados em sua escola para favorecer o processo de ensino-
-aprendizagem?

Sabendo mais...
Crimes na internet
Outro fator no particular é a questão de crimes bancários e financeiros praticados na inter-
net. Os crimes mais usuais na rede são:
> E-mails com pedidos de atualização de dados bancários e senhas (crime, aliás, também
tentado através de telefonemas);
> E-mails que afirmam que o internauta consta de uma lista negra;
> E-mails que anunciam que o usuário foi contemplado com um prêmio;
> E-mails com arquivos anexados: o melhor a fazer é não abrir arquivos com extensões como
“.exe”, “.scr”, ou qualquer outra extensão desconhecida. Eles utilizam as portas de entradas,
são vírus em computadores, os quais causam estragos ou roubam informações sobre os usuá-
rios. No entanto, é de senso comum que os chamados “cookies” são inofensivos, uma vez que
o objetivo deles é reunir dados estatísticos, utilizados por sítios, como, por exemplo, o Alexa.
Você já recebeu algum tipo de vírus por meio de mensagens em seu e-mail ou em seu Facebook?

Vamos conversar
ÉTICA NA INTERNET
O acesso a um grande número de informações disponível às pessoas, com ideias e culturas di-
ferentes, pode influenciar o desenvolvimento moral e social das pessoas. A criação dessa rede
beneficia muito a globalização mas, também, cria a interferência de informações entre culturas
distintas, mudando assim a forma de pensar das pessoas. Isso pode acarretar tanto uma melhora
quanto um declínio dos conceitos da sociedade, tudo dependendo das informações existentes na
internet.

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Língua Portuguesa 4aEtapa

Essa praticidade em disseminar informações na internet contribui para que as pessoas te-
nham o acesso a elas, sobre diversos assuntos e diferentes pontos de vista. Mas nem todas as
informações encontradas na internet podem ser verídicas. Existe uma grande força no termo
“liberdade de expressão” quando se fala de internet, e isso possibilita a qualquer indivíduo um
pouco mal-intencionado publicar informações ilusórias sobre algum assunto, prejudicando,
assim, a consistência dos dados disponíveis na rede.
O plágio é outro ponto relevante quando se trata da internet. É muito comum pessoas co-
piarem o material disponível sem citar fonte ou autor, tomando para si a autoria do objeto
copiado. O plagiador raramente melhora algo e, pior, não atualiza o material que copiou. O
plagiador é um ente daninho que não colabora para deixar a internet mais rica; ao contrário,
gera cópias degradadas e desatualizadas de material que já existe, tornando mais difícil encon-
trar a informação completa e atual. Ao fazer uma cópia de um material da internet, deve-se ter
em vista uma possível melhora e fazer citações sobre o verdadeiro autor. Esta é uma forma de
transformar a internet num meio seguro de informações.
Nesse consenso, o usuário da internet deve ter ética e, sempre que possível, colaborar para
o seu desenvolvimento. O usuário pode colaborar, tanto publicando informações úteis ou
melhorando informações já existentes quanto preservando a integridade desse conjunto. Ele
deve ter em mente que algum dia precisará de informações e será lesado se forem ilusórias.
O que você entende por ética?
Você já fez alguma coisa antiética pela internet?

Hora de agir
Vamos montar um pequeno dicionário com as palavras que surgiram do advento das novas
tecnologias de comunicação. Vamos colocar também figuras, fotos, desenhos, para ilustrar as
entradas do nosso dicionário.

Sabendo mais...
Verbo é a palavra que pode alterar em modo, número, pessoa, tempo e voz. Costuma indi-
car uma ação, um estado ou um fenômeno da natureza. Observe os exemplos abaixo, que são
citações de Fernando Pessoa:
> “Ah, na minha alma sempre chove” (fenômeno da natureza).
> “Haja ou não deuses, deles somos servos” (estado permanente, em oposição ao estou
servo, o que seria estado passageiro).
> “O dinheiro compra um mausoléu, mas não um lugar no céu” (ação).
Há três modos em português: o indicativo, o subjuntivo e o imperativo. Além destes, há
também as formas nominais do verbo, que são o infinitivo, o gerúndio e o particípio. O modo
verbal difere as formas que o verbo indica a atitude (de certeza, de dúvida, de suposição, de
mando etc.) da pessoa que fala em relação ao fato que enuncia.

1. Você sabe que os verbos possuem três modos: indicativo, subjuntivo e imperativo. Qual é
a função de cada um? Quais os tempos que compõem cada modo?

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Educação para Jovens e Adultos

2. Identifique os verbos destas frases:


a) É muito comum pessoas copiarem o material disponível sem citar fonte ou autor.
b) A internet é um conglomerado de redes em escala mundial de milhões de computadores.
c) O usuário da internet deve ter um mínimo de ética.
d) E-mails que afirmam que o internauta consta de uma lista negra.
Você conhece os tempos verbais compostos?
Os tempos compostos formam-se com o verbo ter (por vezes, o haver) flexionado, seguido
do particípio do verbo principal.
Ninguém havia descoberto o crime do internauta.
Ninguém descobrira o crime do internauta.
Um verbo auxiliar nos ajuda a conjugar as formas nominais: particípio, gerúndio e infinitivo,
formando locuções verbais.
Gerúndio
Essa forma nominal pode e deve ser usada para expressar uma ação em curso ou uma ação
simultânea a outra, ou para exprimir a ideia de duração indefinida.
Observe:
Estavam todos dormindo.
Andei buscando alternativas para melhorar o meio ambiente.
A luz de um novo dia vai chegando devagar.
1. Comente o uso do gerúndio na frase: Bom dia! Vou estar transferindo sua ligação para
outro ramal.

2. Pelo que poderia ser substituída a expressão com gerúndio da frase anterior?

Hora da escrita
O advento da internet trouxe consigo uma publicidade maior da vida particular de pessoas
famosas. Você acha que deveria haver limites para a internet expor a vida pessoal?

Escreva uma dissertação sobre isto.


Dissertar é elaborar argumentos que fundamentem, com coerência, a ideia que defendemos.

Vamos conversar
A exclusão digital é uma realidade. Milhões de pessoas não possuem acesso à internet ou
mesmo ao computador. Como você acredita que essa situação possa ser revertida? Cite alguns
exemplos e discuta em sala de aula sobre esse assunto.

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Unidade 6
Modernidade

Hora da leitura
Crises e mudanças provocam muitos desequilíbrios físicos e emocionais
Adaptar-se a esse novo mundo de grande velocidade não é tarefa simples. O corpo, nossa
primeira casa, logo começa a reclamar, dando sinais de cansaço, de angústia, de palpitação,
de alta ansiedade, de adormecimento dos braços, de queimação no estômago, de aperto no
peito, de irritação excessiva...
Para essas correntes de cura, a doença conta com uma pequena biografia da pessoa. Ela, a
doença, geralmente é a crise emocional materializada no físico, dando uma real oportunidade
para transformarmos algum aspecto de nós. Em síntese, se não fazemos uma cirurgia em nos-
sa vida, mudando atitudes, comportamentos, crenças e, principalmente, sentimentos, mais
adiante vamos enfrentar outra cirurgia, em algum hospital.
Esses momentos de angústia, de desânimo, de insônia, de peso ou dor na cabeça, de irrita-
bilidade excessiva, de insegurança física e/ou emocional, de medos irracionais, entre outros,
são explicados por várias correntes do pensamento humano, e desde os antigos gregos – que
já estudavam as crises humanas. São mais constantes, mais presentes na vida de todos.
Atualmente, a doença mais comum é a depressão. Muito frequente entre pessoas de 30 a
40 anos, que permanecem com ela por longos períodos. Algumas pessoas se acostumam com
a doença – e ela passa a fazer parte da sua estrutura psicológica. Seu mundo fica eternamente
cinza, um enorme vazio toma conta, nada acontece; a pessoa só quer sumir, se isolar, não tem

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Educação para Jovens e Adultos

vontade para nada, tem insônia, a performance profissional e pessoal cai a quase zero etc. (e,
hoje, é cada vez mais comum profissionais depressivos dentro das organizações, embora a
maioria negue até para si mesmo que esteja desequilibrada).
Outra doença corriqueira dos tempos atuais é a gastrite. Ela é a manifestação corporal de ir-
ritação profunda gerada por fatores externos, que a pessoa não consegue expressar. A pessoa
literalmente corrói-se por dentro; sente-se pressionada por alguma situação (ou várias), tem
medo de encarar aquela realidade com confiança... Engole tudo e, com isso, sua autoestima
despenca, aumenta seu medo do futuro e, portanto, cresce exageradamente a secreção de
ácidos – que agridem as paredes do estômago, provocando inflamação (gastrite) e, depois,
pode transformar-se em úlcera.
O estômago, segundo a medicina tradicional chinesa, é o centro de nossas preocupações e
de nossas ansiedades. Mesmo quando a gastrite não está manifestada no físico, o desequilí-
brio já está presente, trazendo desânimo, certo pessimismo, falta de concentração e a quei-
mação no estômago.
Quase todas as doenças físicas ou emocionais são geradas pelas nossas vivências, pelo nos-
so estilo de vida emocional não revisto. Podemos e merecemos ter qualidade ao longo de
nossa vida e mudar de estilo de vida emocional; podemos mudar crenças, atitudes, comporta-
mentos. Podemos e merecemos ter qualidade de vida emocional, para ter vida consequente,
produtiva, feliz. Como temos livre-arbítrio, podemos escolher.
Toda crise é uma oportunidade que o mundo nos dá para expandirmos. O mundo, a eco-
nomia do país, a cidade e as pessoas não evoluem sem crises. Quando a crise é enfrentada
com coragem, com disposição, com curiosidade, saímos dela melhores, com mais saúde física
e emocional, com consciência ampliada, com clareza de propósitos, com a autoestima equili-
brada – prontos para novo salto, para fazer muito mais diferença ao mundo, ao nosso mundo.
As doenças físicas e emocionais são crises, desafios, que nos convidam para mudanças in-
ternas mais profundas. E nesse começo de novo milênio as crises são muito mais intensas,
exigindo de todos nós mudanças constantes. Quando não mudamos na mesma velocidade do
mundo, entramos em crise. Quando a enfrentamos, novas possibilidades na vida são abertas
– de mais produtividade, de mais entusiasmo, de mais reconhecimento.
Autor: Miguel Ângelo Filiage

Atividades problematizadoras

1. Segundo o texto, quais são as causas das doenças físicas e emocionais?

2. O que podemos fazer para evitá-las?

3. Quais são as doenças mais comuns nos dias de hoje?

4. “Toda crise é uma oportunidade que o mundo nos dá para expandirmos”. Você concorda
com essa afirmação?

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Língua Portuguesa 4aEtapa

Curiosidades
Você sabia que, para termos os modernos computadores de hoje, este teve que passar
por diversas transformações que se iniciaram em tempos remotos? E tudo começou com
um mecanismo simples, chamado ábaco?
O ábaco é um instrumento composto de varetas e pequenas contas, utilizadas para contar
e calcular. O mais antigo data de aproximadamente 3500 a.C., encontrado no vale entre
os rios Tigre e Eufrates (Iraque). Por volta do ano 2600 a.C. apareceu o ábaco chinês,
que evoluiu rapidamente e foi chamado em sua forma final de Suan-Pan.
O ábaco constituiu o primeiro dispositivo manual de cálculo, sendo o mais rápi-
do método de calcular até o século XVII.

Sabendo mais...
A fadiga da informação
No texto A fadiga da informação, de Augusto Marzagão, há uma explicação inteligente sobre
como o mundo globalizado traz um novo tipo de problema, que é o excesso de informação.
Com a internet, as notícias são transmitidas de forma veloz e sem encontrar barreiras, pois
satélites e diversos outros tipos de tecnologia garantem que a comunicação seja eficiente. “A
internet levou esta circulação de ideias ao apogeu, criando a nova espécie dos internautas e
estourando os limites da capacidade humana de assimilar os conhecimentos e os aconteci-
mentos deste mundo, pois os instrumentos de comunicação se multiplicam, mas o potencial
de captação do homem – do ponto de vista físico, mental e psicológico – continua restrito”.
Segundo o autor do ensaio, a quantidade de informações causa reações patológicas, como
o estresse. Marzagão apresentou que, segundo uma pesquisa feita nos Estados Unidos, o
problema do excesso de informação não é possibilidade, mas realidade. O aumento da quan-
tidade de informação causa, entre outros problemas, o erro de decisões, paralisia analítica e
problemas de memória.
O jornalista ainda aponta que, com o aumento da quantidade e a forma como essas informações
chegam até nós teve um desenvolvimento muito rápido nas últimas décadas. Esse processo não vai
estancar ou diminuir. “A informação não poderia estar à margem do mercado competitivo”. A su-
gestão é aprender a filtrar e buscar o que nos é
importante, qual texto será necessário para nós.
“O oxigênio da informação, sem o qual no
passado recente não conseguiríamos respirar,
terá de ser bem inalado para não nos amea-
çar com a asfixia, o estresse, as neuroses, e
quem sabe, o infarto”.
“Nada avançou tanto no mundo como as
comunicações.”
Isso é verdade, tanto que as consequências
desse avanço estão se refletindo na língua.

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Educação para Jovens e Adultos

Como assim?
Eu explico!
Você já participou de um chat?
Ou já mandou um e-mail para alguém?
Observe a mensagem a seguir:

Oi! Tudo bem?

Comigo está tudo ótimo!


Fiquei sabendo que você passou no vestibular. Parabéns!
No próximo ano, eu também farei a prova do vestibular!

Beijos, Carol
Esse é um modelo de bilhete que conhecemos e usamos no cotidiano.
Agora, veja este:
Oi! Blza?
Comigo tá td ok!
Fikei sabendo q vc passou no vesti.
Parabéns
Espero q ano q vem eu tb passe!

Bjs,
Atual: a língua é simplificada para tornar o processo da comunicação mais rápido e prático.
Afinal, tempo é dinheiro. (Você concorda?)
No entanto, a internet só acelerou um processo que ocorre, naturalmente, na língua.

Hora da escrita
Tente viver sem eles
Você já percebeu que nos tornamos dependentes de todos esses inventos?
Como seria nosso dia a dia sem eles?
Faça um texto dissertativo, respondendo a essas questões.

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Unidade 7
A astronomia

Hora da leitura
Ouvir estrelas
“Ora (direis) ouvir estrelas! Certo
Perdeste o senso!” E eu vos direi, no entanto,
Que, para ouvi-las, muitas vezes desperto
E abro as janelas, pálido de espanto...

E conversamos toda a noite, enquanto


A via láctea, como um pálio aberto,
Cintila. E, ao vir do sol, saudoso e em pranto,
Inda as procuro pelo céu deserto.

Direis agora: “Tresloucado amigo!


Que conversas com elas? Que sentido
Tem o que dizem, quando estão contigo?”

E eu vos direi: “Amai para entendê-las!


Pois só quem ama pode ter ouvido
Capaz de ouvir e de entender estrelas.”

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Educação para Jovens e Adultos

Sabendo mais...
Astronomia
Astronomia, etimologicamente, significava “lei das estrelas” e é hoje uma ciência que se abre
num leque de categorias dentro da física, da matemática e da biologia, e envolve as observa-
ções das mais diversas ciências, que procuram respostas aos fenômenos físicos que ocorrem
dentro e fora do planeta Terra. Estuda as origens, evolução e propriedades físicas e químicas
de todos os objetos que podem ser observados no universo, bem como todos os processos
que os envolvem. Observações astronômicas não são relevantes apenas para a astronomia
mas também fornecem informações essenciais para a verificação de teorias fundamentais da
física, tais como a teoria da relatividade geral.
A origem da astronomia se baseia na antiga (hoje, considerada pseudociência) astrologia,
praticada desde tempos remotos. Muitos povos desenvolveram diversos tipos de calendário,
necessários para medir as variações do clima no decorrer do ano. A função primordial desses
calendários era prever eventos cíclicos dos quais dependia a sobrevivência humana, como a
chegada das chuvas ou do frio. Esse conhecimento empírico foi a base de classificações va-
riadas dos corpos celestes. As primeiras ideias de constelação surgiram dessa necessidade de
acompanhar o movimento dos planetas contra um quadro de referência fixo.
Na parte inicial da sua história, a astronomia envolveu somente a observação e a previsão
dos movimentos dos objetos no céu que podiam ser vistos a olho nu.
Durante o Renascimento, Copérnico propôs um modelo heliocêntrico do sistema solar. Tal
modelo foi defendido, desenvolvido e corrigido por Galileu Galilei e Johannes Kepler. Este foi
o primeiro a desenvolver um sistema que descrevia corretamente os detalhes do movimento
dos planetas com o Sol no centro. No entanto, Kepler não compreendeu os princípios rela-
cionados às leis que havia desenvolvido. Estes princípios foram descobertos mais tarde por
Isaac Newton, que mostrou que o movimento dos planetas é explicado pela Lei da gravitação
universal e pelas leis da dinâmica.
Constatou-se que as estrelas são objetos muito distantes. Com o desenvolvimento da espec-
troscopia, provou-se que são similares ao nosso próprio Sol, mas com uma grande variedade de
temperaturas, massas e tamanhos. A existência de nossa galáxia, a Via Láctea, como um grupo
separado das estrelas, foi provada somente no século XX, bem como a existência de galáxias
“externas” e, logo depois, a expansão do universo dada a recessão da maioria das galáxias. A
cosmologia fez avanços enormes durante o século XX, como modelo do Big Bang fortemente
apoiado pelas evidências fornecidas pela astronomia e pela física, tais como a radiação cósmica
de micro-ondas de fundo, a Lei de Hubble e a abundância cosmológica dos elementos.
De que nos serve a observação dos corpos celestes?

Glossário
Cosmologia: Estudo do cosmo; astronomia.
Espectroscopia: Estudo de energia radiante de alguma matéria.
Etimologia: Estudo da origem de uma determinada palavra.
Pseudociência: Falsa ciência.

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Língua Portuguesa 4aEtapa

Hora da pesquisa
Será que a observação do espaço sideral tem alguma utilidade prática no nosso dia a dia ou
será apenas hobby de intelectuais que sonham em conquistar o mundo? Vamos pesquisar,
então, a aplicação prática da astronomia.

Sabendo mais...
O Sistema Solar
Em 24 de agosto de 2006, o Sistema Solar passou a ser composto de oito planetas, devido à
reunião da União Astronômica Internacional, que categorizou Plutão como planeta anão.
Assim, são planetas do sistema solar, por ordem de proximidade do Sol:
> Mercúrio, com superfície coberta de crateras. Suas temperaturas oscilam de 430 °C de dia
a -180 °C à noite.
> Vênus, o objeto mais brilhante do nosso céu, depois do Sol e da Lua.
> Terra, que ultimamente sofre com o aquecimento global.
> Marte, conhecido como ‘Planeta Vermelho’. Suas luas são Phobos e Deimos.
> Júpiter, caracterizado por sua grande mancha avermelhada, devido a uma tempestade
que já dura 300 anos
> Saturno, o planeta com mais luas.
> Urano, de coloração esverdeada, devido à presença de metano.
> Netuno, também de coloração esverdeada e conta com 13 luas.
Desde que foi descoberto, em 1930, Plutão era considerado o menor, mais frio e mais dis-
tante planeta do sistema solar. Estima-se que sua temperatura superficial média chegue a
-215°C. Mercúrio passou a ser o menor planeta do Sistema Solar e Netuno, o mais distante do
Sol. Você acha que poderia haver vida em outros corpos celestes, além da Terra?

Hora de agir
Vamos organizar apresentações em grupo e informar aos nossos colegas de sala o que des-
cobrimos com nossa pesquisa.

Vamos conversar
Qual é o seu signo?
A astrologia é um estudo tradicional dos povos da Antiguidade na observação do céu e dos as-
tros. Esse conhecimento era utilizado pelas elites sacerdotais (como os magos da Pérsia, difusores
da técnica) para diversos tipos de previsão, tais como épocas certas para as colheitas, fatos relativos
aos reis e à nação, de guerras, catástrofes e sucessão de governantes. Deste conhecimento, deriva
a moderna astronomia. O conhecimento astrológico, difundido hoje no Ocidente (como o conheci-
mento dos signos do zodíaco) vem da astrologia dos povos do Oriente Médio.
Há vários tipos de mapa astral. Todos se baseiam, em alguma medida, nas posições relativas à
Terra e nas posições dos corpos celestiais (Sol, Lua e planetas) e no movimento relativo de dois
eixos terrestres (o ascendente e o meio do céu). Estas posições no momento do nascimento de
uma pessoa, um objeto, um país ou um evento qualquer são influenciados pela posição do cosmo.

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Educação para Jovens e Adultos

Veja quais são os signos do zodíaco:

Áries - 21/3 a 20/4 Touro - 21/4 a 20/5 Gêmeos - 21/5 a 20/6

Câncer - 21/6 a 21/7 Leão - 22/7 a 22/8 Virgem - 23/8 a 22/9

Libra - 23/9 a 22/10 Escorpião - 23/10 a 21/11 Sagitário - 22/11 a 21/12

Capricórnio - 22/12 a 20/1 Aquário - 21/1 a 19/2 Peixes - 20/2 a 20/3

Atividades problematizadoras

1. Você acredita nas previsões do horóscopo?

2. As descrições do seu signo conferem com o que você realmente é?

3. Por que cientistas têm tanta resistência em acreditar em signos do zodíaco?

Vamos conversar
“O fato de não sabermos como uma coisa funciona não nos dá o direito de condená-la.”
Carl Sagan, astrônomo.

Curiosidades
Na China, a astrologia é conhecida a partir de 2.000 a. C. Diz a tradição que Buda, ao morrer,
chamou os animais para se despedir, e somente 12 vieram e estes são os signos da astrologia
chinesa. A Índia conheceu a astrologia da Mesopotâmia, quando foi invadida por volta de 1500
a.C. Os astecas usavam uma astrologia com 20 signos. Um padre espanhol, que acompanhou
a tomada de Hernán Cortés, codificou a astrologia dos astecas.
Há várias correntes recentes - dos séculos XIX e XX - na astrologia. A astrologia inglesa do sé-
culo XIX teve forte influência da teosofia, como a praticada por Alice Bailey. Alan Leo e Charles
Carter são dois de seus expoentes, e dessa linha surgiu a Faculdade de Astrologia de Londres.

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Língua Portuguesa 4aEtapa

Depois dos estudos de astrologia e alquimia por Carl Gustav Jung, a astrologia psicológica
tomou corpo em bases junguianas, embora exista uma astrologia transpessoal baseada no
trabalho de Roberto Assagioli.
Atualmente, há um renascimento da astrologia clássica, com grande número de obras da
Antiguidade e Renascença sendo retraduzidas para o inglês, baseadas em originais em árabe,
grego e latim. Esse esforço visa a retomar o conhecimento antigo, limpando-o de adendos
exóticos que redundaram em concepções simplistas sobre, por exemplo, os quatro elementos.
Você sabe qual é o seu signo no horóscopo chinês?

Orações subordinadas e coordenadas


Observe os períodos:
• As coisas iam acontecendo conforme eu lia o horóscopo no jornal.
• Eu arrumava a gravata, punha café na xícara e lia o jornal.
Notou que alguns períodos mantêm uma relação independente e outros parecem depender
de outro período? Damos o nome de subordinação para a relação de dependência e, para a
relação de independência, chamamos de coordenação.
Quando:
Coordenamos orações, produzimos orações sintaticamente independentes.
Subordinamos orações, produzimos vínculo de dependência entre elas.
Período composto por coordenação - as orações podem se ligar simplesmente pelo sentido:
Não fui a lugar nenhum. Trabalhei o dia todo. Ao final do dia, vi um filme na televisão.

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Educação para Jovens e Adultos

Estas orações são classificadas como assindéticas, pois não se ligam por conjunção, como em:
Não fui a lugar nenhum, pois trabalhei o dia todo.
Conjunção - liga termos ou orações: são coordenativas (e, mas, pois, ou) ou subordinativas
(que, conforme, quando, embora).
No período composto por subordinação, temos:
oração principal + oração subordinada.
A oração se denomina subordinada principal porque seu verbo é o elemento mais impor-
tante na formação dessa estrutura, que é o período composto por subordinação.

Convém que lutemos pela igualdade de direitos.

Convém - verbo principal, oração principal que lutemos pela igualdade de direitos - oração
subordinada

Faça você

1. Classifique as orações seguintes em coordenadas ou subordinadas:


a) Saíram cedo e caminharam bastante.
b) É preciso, pois, assegurar a todos o pleno direito à grande mídia.
c) Acontece que ainda te amo.
d) Ora faz frio, ora faz calor.
As orações coordenadas podem ser:
Assindética

Orações coordenadas
a) aditivas
b) adversativas
Sindética c) alternativas
d) conclusivas
e) explicativas

As orações subordinadas podem ser:


a) Substantiva;
b) Adjetiva;
c) Adverbial.

Hora da leitura
Leia a descrição humorada do signo zodiacal Escorpião, segundo Chantecler, para a revista
Piauí, de fevereiro de 2007.

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Língua Portuguesa 4aEtapa

“ESCORPIÃO [23 de outubro - 21 de novembro]


Comentário: depois de Câncer, é o pior signo. Sua ferroada costuma ser letal. Se não for,
você fica abestalhado para o resto da vida. O que não é tão ruim assim: imbecil não tem tédio.
Características: os não ferroados pelo próprio signo são líderes natos. Às vezes, são prejudi-
cados em sua eficácia pelo excesso de ciúmes e uma forte tendência à radicalização.
Funções e profissões: radicais livres (ou nem tanto), como membros do MST, MLST, Opus
Dei, OAB, TFP, Flamengo - e outras entidades de atuação dúbia, e utilidade também.”
Escolha um signo do zodíaco e o descreva de forma impertinente e engraçada. Coloque
também previsões para o dia do sofrido signo.

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Unidade 8
Aquecimento Global

Hora da leitura
O aquecimento global é um fenômeno climático de larga extensão - um aumento da tempe-
ratura média da superfície da Terra que vem acontecendo nos últimos 150 anos. Entretanto,
o significado deste aumento de temperatura ainda é objeto de muitos debates entre os cien-
tistas. Causas naturais ou antropogênicas (provocadas pelo Homem) têm sido propostas para
explicar o fenômeno.
Atualmente, muitos meteorologistas e climatólogos têm comprovado que a ação humana
realmente está influenciando na ocorrência do fenômeno. Grande parte da comunidade cien-
tífica acredita que o aquecimento observado se deve ao aumento da concentração de poluen-
tes na atmosfera, o que causa um aumento do efeito estufa. A Terra recebe radiação emitida
pelo Sol e devolve grande parte dela para o espaço por meio de radiação de calor. Os gases
responsáveis pelo efeito estufa (GEE) absorvem parte da radiação infravermelha emitida pela
superfície da Terra e irradiam, por sua vez, parte da energia absorvida de volta para a superfí-
cie. Sem esse aquecimento, a vida, como a conhecemos, não poderia existir. O problema é que
os poluentes atmosféricos intensificam esse efeito de radiação, podendo ser os responsáveis
pelo aumento da temperatura média superficial global que se parece estar a verificar. O Proto-
colo de Quioto visa à redução da emissão de gases que promovem o aumento do efeito estufa.
A principal evidência do aquecimento global vem das medidas de temperatura de estações
meteorológicas em todo o globo desde 1860.

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Língua Portuguesa 4aEtapa

Evidências secundárias são obtidas pela observação das variações da cobertura de neve
das montanhas e de áreas geladas, do aumento do nível global dos mares, do aumento das
precipitações, da cobertura de nuvens, do El Niño e outros eventos extremos de mau tempo
durante o século XX.
Estudos divulgados em abril de 2004 demonstram que a intensidade de tempestades está
relacionada com o aumento da temperatura da superfície da faixa tropical do Atlântico. Esses
fatores teriam sido responsáveis, em grande parte, pela violenta temporada de furacões regis-
trada nos Estados Unidos, México e países do Caribe. No entanto, no período de 1945 a 1969,
em que ocorreu um ligeiro arrefecimento global, houve 80 furacões principais no Atlântico, no
período de 1970 a 1994, quando as temperaturas começaram a subir, ocorreram apenas 38
furacões principais. O que indica que a atividade dos furacões não segue necessariamente as
tendências médias globais da temperatura.

Atividades escritas

1. “Os gases responsáveis pelo efeito estufa absorvem parte da radiação infravermelha emi-
tida pela superfície da Terra”. Cite pelo menos um desses gases.

2. Cite pelo menos duas causas antropogênicas do aquecimento global.

3. O que você faz em seu dia a dia que pode causar desequilíbrio na natureza?

Sabendo mais...
A variabilidade do clima da Terra
O planeta já sofreu, ao longo de sua existência de 4,5 bilhões de anos, processos de resfria-
mentos e aquecimentos extremos. Está comprovado que houve alternância de climas quentes
e frios, sendo este um fenômeno corrente na história do planeta. Atualmente o planeta está
na situação de geladeira.
O último episódio de resfriamento ou glaciação, iniciado no Pleistoceno - há 1,8 milhão de anos
- teve seu ápice há cerca de 18 mil anos, quando, então, começou o processo de aquecimento, que
continua nos dias de hoje. No entanto, o aquecimento não se dá sobre uma curva contínua. Nesse
espaço de tempo de 18 mil anos houve épocas de aquecimento e resfriamento, causando varia-
ções, às vezes, bruscas de temperaturas em períodos variáveis, mas que podiam ser de décadas ou
menos, de vários graus Celsius. A comprovação desses fatos é fornecida pela análise de testemu-
nhos de sondagens, de centenas de metros, obtidos no Ártico e na Antártida, por meio da análise
da composição isotópica do oxigênio encontrado nas bolhas de ar presas no gelo.
Durante os últimos 500 milhões de anos, a Terra passou por quatro episódios extremamente
quentes, sem gelo e com níveis elevados dos oceanos, e quatro episódios extremamente frios,
como o que vivemos atualmente, com camadas de gelo, geleiras e níveis de água relativamen-
te baixos nos oceanos.
O que você tem feito para ajudar a evitar o aquecimento global?

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Educação para Jovens e Adultos

Curiosidades
> 2 a 4,5 °C. De acordo com estimativas feitas pelo Painel Intergovernamental de Mudança
Climática (IPCC), essa é a faixa de elevação que deve sofrer a temperatura média global até o
final deste século. (A previsão foi revista em setembro de 2006. Anteriormente, a gama pre-
vista era de 1,4 a 5,8 °C.)
> 2 mil km2. Todo ano, áreas desse tamanho se transformam em deserto devido à falta de
chuvas.
> 40 % das árvores da Amazônia podem desaparecer antes do final do século, caso a tem-
peratura suba de 2 a 3 graus.

> 2 mil metros. Foi o comprimento que a geleira Gangotri (que tem agora 25 km), no Hima-
laia, perdeu em 150 anos. E o ritmo está acelerando.
> 750 bilhões de toneladas. É o total de C0² na atmosfera hoje.
> 2050. Cientistas calculam que, quando chegarmos a esse ano, milhões de pessoas que
vivem em deltas de rios serão removidas, caso seja mantido o ritmo atual de aquecimento.
> Contradição: a calota polar irá desaparecer por completo dentro de 100 anos, de acordo com
estudos publicados pela National Sachetimes, de Nova Iorque, em julho de 2005. Isso irá provocar
o fim das correntes marítimas no oceano atlântico, o que fará com que o clima fique mais frio.
> O clima ficará mais frio apenas no hemisfério norte. Quanto ao resto do mundo a tempe-
ratura média subirá e os padrões de secas e chuvas serão alterados em todo o planeta.
> O aquecimento da terra, e também, outros danos ao ambiente está fazendo com que a
seleção natural ocorra num ritmo 50 vezes mais rápido do que o registrado há 100 anos
> De 9 a 58% das espécies em terra e no mar vão ser extintas nas próximas décadas, segun-
do diferentes hipóteses.

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Língua Portuguesa 4aEtapa

> O gás metano produzido pela fermentação entérica nos ruminantes (o famoso pum!) tem
um potencial de aquecimento global cerca de 23 vezes maior que o dióxido de carbono, con-
tribuindo significativamente para as emissões de GEE.

Hora da pesquisa
Você certamente já ouviu falar sobre o Protocolo de Quioto. Você sabe dizer o que é? Vamos
fazer um levantamento sobre o Protocolo e saber quais suas propostas, países participantes,
previsões e tudo mais o que você encontrar a respeito dele.

Vamos conversar
As consequências...
Devido aos efeitos potenciais sobre a saúde humana, economia e meio ambiente, o aque-
cimento global tem sido fonte de grande preocupação. Importantes mudanças ambientais
têm sido observadas e foram ligadas ao aquecimento global. Os exemplos de evidências se-
cundárias citadas (diminuição da cobertura de gelo, aumento do nível do mar, mudanças dos
padrões climáticos) são exemplos das consequências do aquecimento global que podem in-
fluenciar não somente as atividades humanas mas, também, os ecossistemas. Aumento da
temperatura global permite que um ecossistema mude; algumas espécies podem ser forçadas
a sair dos seus habitats (possibilidade de extinção) em função das mudanças nas condições,
enquanto outras podem espalhar-se, invadindo outros ecossistemas.
Uma outra causa de grande preocupação é o aumento do nível do mar. O nível dos mares está
aumentando em 1 a 2,5 cm/década, o que pode fazer com que no futuro algumas ilhas de países
insulares no Oceano Pacífico fiquem debaixo de água. O aquecimento global provoca subida dos
mares principalmente por causa da expansão térmica da água dos oceanos. O segundo fator mais
importante é o derretimento de calotas polares e camadas de gelo sobre as montanhas, que são
muito mais afetadas pelas mudanças climáticas do que as camadas de gelo da Groenlândia e An-
tártida, que não se espera que contribuam significativamente para o aumento do nível do mar nas
próximas décadas, por estarem em climas frios, com baixas taxas de precipitação e derretimento.

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Educação para Jovens e Adultos

Alguns cientistas estão preocupados que, no futuro, a camada de gelo polar e as geleiras
derretam significativamente. Se isso acontecesse, poderia haver um aumento do nível das
águas, em muitos metros. No entanto, os cientistas não esperam um maior derretimento nos
próximos 100 anos e prevê-se um aumento do nível das águas entre 14 e 43 cm até o fim deste
século. (Fonte: IPCC)
Foi preciso ter em conta muitos fatores para se chegar a uma estimativa do aumento do
nível do mar no passado. Mas diversos investigadores, usando métodos diferentes, acabaram
por confirmar o mesmo resultado. O cálculo que levou à conclusão não foi simples de fazer.
Na Escandinávia, por exemplo, as medidas realizadas parecem indicar que o nível das águas do
mar está a descer cerca de 4 milímetros por ano. Mas pensa-se que isso se deve ao fato de a
Escandinávia estar ainda a subir, depois de ter sido pressionada por geleiras de grande massa
durante a última era glacial. Em Bangcoc, por causa do grande incremento na extração de água
para uso doméstico, o solo está a afundar-se, e os dados parecem indicar que o nível das águas
do mar subiu cerca de 1 metro nos últimos 30 anos.
O aquecimento da superfície favorecerá um aumento da evaporação nos oceanos, o que
fará com que haja na atmosfera mais vapor de água (o gás de estufa mais importante, sobre-
tudo porque existe em grande quantidade na nossa atmosfera). Isso poderá fazer com que
aumente cada vez mais o efeito estufa e com que o aquecimento da superfície seja reforçado.
Podemos, nesse caso, esperar um aquecimento médio de 4°C a 6°C na superfície. Mas mais
umidade (vapor de água) no ar pode também significar uma presença de mais nuvens na at-
mosfera o que se pensa que, em média, poderá causar um efeito de arrefecimento.
As nuvens têm de fato um papel importante no equilíbrio energético, porque controlam a
energia que entra e que sai do sistema. Podem arrefecer a Terra, ao refletirem a luz solar para o
espaço, e podem aquecê-la por absorção da radiação infravermelha irradiada pela superfície, de
um modo análogo ao dos gases associados ao “efeito estufa”. O efeito dominante depende de
muitos fatores, nomeadamente da altitude e do tamanho das nuvens e das suas gotículas.
Por outro lado, o aumento da evaporação poderá provocar pesados aguaceiros e mais ero-
são. Muitas pessoas pensam que isto poderá causar resultados mais extremos no clima, com
um progressivo aquecimento global.
O aquecimento global também pode apresentar efeitos menos óbvios. A Corrente do Atlân-
tico Norte, por exemplo, é provocada por diferenças de temperatura entre os mares. E aparen-
temente ela está diminuindo à medida que a temperatura média global aumenta. Isso significa
que áreas como a Escandinávia e a Inglaterra, que são aquecidas pela corrente, poderão apre-
sentar climas mais frios a respeito do aumento do aquecimento global.

Atividades escritas

1. Como o aquecimento global está afetando você diariamente?

2. Você acredita que ainda seja possível reverter este complicado quadro em que vivemos?

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Língua Portuguesa 4aEtapa

Hora de agir
Vamos montar um mural com as informações obtidas em nossa pesquisa. Não se esqueça
de ilustrar o mural com fotos e imagens para enriquecê-lo.
1. Observe:
• O derretimento das geleiras está elevando o nível dos oceanos.
• Seria preciso a temperatura elevar-se muito para derreter a geleira de seu coração.

Glossário
Conotação: uso expressivo, figurado, diferente daquele empregado no dia a dia, dependendo do contexto.
Denotação: uso corrente, comum, literal.

Que outras expressões você conhece em que usamos a conotação?

2. Você sabe quando utilizar os sufixos -izar ou -isar?

Usa-se o sufixo -izar para formar verbos a partir de palavras que não possuem o “s“ em si:
real – realizar; consciência – conscientizar.
O sufixo -isar se aplica àquelas palavras que já possuem o “s“ em sua grafia:
aviso – avisar.

3. Agora, forme com as palavras entre parênteses verbos que preencham adequadamente
os espaços:
a) Precisamos aprender a ______ nosso planeta. (valor)
b) Ouvi tanto sobre leis que já me ______ com elas. (familiar)
c) Vou ______ os dados. (análise)
d) Os alunos irão _______ sobre o Protocolo de Quioto. (pesquisa)

Hora da escrita
Você sabe o que é um manifesto? Como o próprio nome indica, é um texto em que o autor
vai manifestar sua opinião, defender alguma ideia para muita gente. Vamos, então, escrever
um manifesto em favor e proteção do meio ambiente. Depois, leia seu manifesto para toda a
turma!

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Unidade 9
As Sete Maravilhas

Hora da leitura
As sete maravilhas do mundo antigo é uma famosa lista de majestosas obras artísticas e
arquitetônicas erguidas durante a Antiguidade Clássica. Das sete maravilhas, as únicas que
resistem até hoje, quase intactas, são as Pirâmides de Gizé, construídas há cinco mil anos.
As três pirâmides de Gizé, Keóps, Quéfren e Miquerinos, foram construídas como tumbas
reais para os reis Kufu (Keóps), Quéfren e Menkaure (pai, filho e neto), que dão nome às pirâ-
mides. O curioso é que as pirâmides de Gizé já eram as mais antigas dentre todas as maravilhas
do mundo antigo (na época já fazia mais de dois mil anos que haviam sido construídas) e são
justamente as únicas que estão de pé até os dias de hoje.
Os jardins suspensos da Babilônia são as maravilhas menos conhecidas, já que até hoje se
encontram poucos relatos, e nenhum sítio arqueológico foi encontrado com qualquer vestígio
do monumento. Foram construídos pelo rei Nabucodonosor II (ou Semíramis) no século VI
a.C. O monumento foi construído com seis montes de terra artificiais, terraços arborizados
apoiados em colunas de 25 a 100 m de altura na antiga Babilônia, onde vivia. Foram destruí-
dos no mesmo período da destruição do templo. Há relatos que afirmam ter Nabucodonosor
II construído o monumento em homenagem a uma de suas mulheres, Semíramis. Ela sentia
saudades das montanhas de suas terras.
A estátua de Zeus, em Olímpia, foi construída no século V a.C. por Fídias, em homenagem
ao rei dos deuses gregos. A estátua, construída em ouro e marfim, e decorada com pedras

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Língua Portuguesa 4aEtapa

preciosas, possuía 12 metros de altura. Após 800 anos, foi levada para Constantinopla (hoje
Istambul), onde se acredita ter sido destruída em 462 d.C. por um incêndio.
O templo de Ártemis, em Éfeso (atual Turquia), construído em 550 a.C. para a deusa grega
da caça e protetora dos animais selvagens, foi o maior templo do mundo antigo. Foi destruí-
do em 356 a.C. por Eróstrato, que acreditava que destruindo o templo de Ártemis teria seu
nome espalhado por todo o mundo. Sabendo disso, os habitantes da cidade não revelaram
seu nome, só conhecido graças ao historiador Strabo. Hoje existe apenas um pilar da constru-
ção original em ruínas.
O mausoléu de Halicarnasso foi o suntuoso túmulo que a rainha Artemísia II, de Caria, man-
dou construir sobre os restos mortais de seu irmão e marido, o rei Mausolo, em 353 a.C. Foi
construído por dois arquitetos e quatro escultores gregos.
O Colosso de Rodes era uma gigantesca estátua do deus grego Hélios colocada na entrada
marítima da ilha grega de Rodes. Ela foi concluída em 280 a.C. pelo escultor Carés de Lindos,
tendo 30 metros de altura e setenta toneladas de bronze, de modo que qualquer barco que
adentrasse a ilha passaria entre suas pernas, que possuía um pé em cada margem do canal
que levava ao porto. Na sua mão direita havia um farol que guiava as embarcações à noite. Era
uma estátua tão imponente que um homem de estatura normal não conseguia abraçar o seu
polegar. Ficou em pé durante 55 anos, sendo abalada por um terremoto que a jogou no fundo
da baía, onde foi esquecida até a chegada dos árabes, que a venderam como sucata.
O farol de Alexandria foi construído a mando de Ptolomeu no ano 280 a.C. pelo arquiteto
e engenheiro grego Sóstrato de Cnido. Era uma torre de mármore situada na ilha de Faros,
próxima ao porto de Alexandria, Egito. Na torre ardia uma chama que, por espelhos, iluminava
a distância (tal foi a origem do termo farol). A luz refletida chegava a 50 km de distância, daí a
grande fama e imponência daquele farol, que o fizeram entrar na lista das sete maravilhas do
mundo antigo. Foi destruída por um terremoto em 1375. Suas ruínas foram encontradas em
1994 por mergulhadores, o que depois foi confirmado por imagens de satélite.

Atividades escritas

1. O que de comum tinham estas sete maravilhas do mundo antigo?

2. Procure no dicionário um significado para megalomania. Você acredita que o ser humano
seja megalômano? Justifique.

Sabendo mais...
A origem da lista é duvidosa, normalmente atribuída ao poeta e escritor grego Antípatro de
Sídon, que escreveu sobre as estruturas em um poema. Outro documento que contém tal lista
é o livro De septem orbis miraculis, do engenheiro grego Philon de Bizâncio. A lista também é
conhecida como Ta hepta Thaemata (“as sete coisas dignas de serem vistas”). Os gregos foram
os primeiros a relacionar as sete maravilhas do mundo entre os anos 150 e 120 a.C. Extraordi-
nários monumentos e esculturas erguidos pela mão do homem, construídos na Antiguidade,
fascinam por sua majestade, riqueza de detalhes e magnitude até hoje. Podemos imaginar o

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Educação para Jovens e Adultos

aspecto que outros monumentos e esculturas tinham a partir de descrições e reproduções


estilizadas em moedas.

Atividades escritas

1. “ Podemos imaginar o aspecto que outros monumentos e esculturas tinham com base em
descrições e reproduções estilizadas em moedas.” Que outros meios temos hoje para conhe-
cermos lugares que não conhecemos pessoalmente?

2. Como você imagina que deveriam ser as seis maravilhas do mundo que se encontram em
ruínas?

Hora da pesquisa
Pesquise, entre os habitantes de sua cidade, quais construções eles acham que deveriam
virar maravilhas da cidade, devido à sua beleza ou importância.

Hora de agir
Elabore um mural com as sete maravilhas de sua cidade. Inclua fotos dos locais.

Atividades escritas

1. Substitua os adjetivos em destaque por locuções adjetivas, como no modelo:


mulheres brasileiras = mulheres do Brasil
a) amor fraternal =
b) ar heroico =
c) fidelidade canina =
d) time argentino =

2. Agora, substitua as expressões por adjetivos:

a) que não agrada.


b) que não se pode destruir.
c) que não se pode remediar.
d) que não se pode transferir.

Hora da escrita
Escreva um texto defendendo a importância da preservação de patrimônios históricos naturais.

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4aEtapa

Unidade 10
Literatura

Hora da leitura
A palavra literatura provém do latim litteratura, vocábulo formado de littera, que significa
letra. Inicialmente, designa o ensino e o aprendizado das primeiras letras, mas o seu sentido
acabou se especializando, e ela passou a indicar uma forma de manifestação artística: o traba-
lho dos elementos linguísticos com finalidades estéticas e o seu resultado.
A literatura é, portanto, uma arte. Nesse sentido, participa, com as outras formas de manifesta-
ção artística, de um esforço humano para melhor entender a realidade que nos cerca. A arte, de
modo geral, traduz a necessidade do ser humano de ampliar a compreensão do mundo. Com esse
intuito, o artista toma a realidade como ponto de partida, captando-lhe os dados essenciais, e a
recria como artístico, num processo do qual participa sua sensibilidade e seu poder imaginativo.
No dia a dia, quando desejamos interagir com as pessoas para transmitir nossas ideias,
desejos, opiniões e emoções, normalmente combinamos palavras pela sua significação, orga-
nizando-as em textos.
Os textos se dividem em informativos e ficção. Os primeiros se caracterizam pela objetivida-
de (denotação), como, por exemplo, os textos jornalísticos. Já os textos de ficção se caracteri-
zam pela subjetividade (conotação). Exemplo: textos literários.
Na elaboração de um texto literário, entretanto, além de significação, as palavras são sele-
cionadas e combinadas para enfatizar a sonoridade, sugerir formas, cores, odores, sons, per-
mitindo múltiplas sensações, leituras e interpretações.

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Educação para Jovens e Adultos

O texto literário pode ser dividido em prosa e verso.


Os textos em prosa subdividem-se em narrativo e dramático:
1. “No princípio do mês de abril de 1813, houve um domingo cuja manhã prometia um des-
ses dias radiosos em que os parisienses veem, pela primeira vez no ano, as ruas sem lama e o
céu sem nuvens. Pouco antes do meio-dia, uma carruagem puxada por dois fogosos cavalos
desembocava na rua de Rivoli pela rua de Castiglione, e parava por detrás de várias outras es-
tacionadas junto da grade novamente aberta ao centro do terraço dos Feullants.”
Balzac

Édipo - Rei de Sófocles


2. (Entra Creonte, apressado, coroado de bagas de loureiro, com aspecto alegre.)
Édipo Traga-nos ele, deus Apolo, a salvação
resplandecente com o seu próprio semblante.
Sacerdote Ele parece alegre; as bagas do loureiro
em forma de coroa são um bom sinal.
Édipo Ele já pode ouvir-nos; logo o escutaremos,
(dirigindo-se a Creonte)
Filho de Meneceu, príncipe, meu cunhado,
transmite-nos depressa o que te disse o deus!
Creonte Foi favorável a resposta, pois suponho
que mesmo as coisas tristes, sendo para bem,
podem tornar-se boas e trazer ventura.
Textos em verso:

3. Frases sobre o paradoxo


A vida não concorda consigo própria, porque morre. O paradoxo é a fórmula típica da
Natureza. Por isso toda verdade tem uma forma paradoxal.

Fernando Pessoa
Verdades
Acordo, não caibo no tempo Vou perdendo a velocidade
Dentro de mim o caminho é infinito Transformo em indiferença
A pressa constante parecendo um rito Toda igualdade
Deixa-me o sonho adiado.
... e nas sombras da noite
Divido a melancolia das horas; As crises particulares
Ora alcanço o cume, o apogeu Uma adaptação formal
Ora me perco, me procuro, me indago Um mundo de deveres
Quem sou eu? Ser como uma obra de arte;
Viva ou grande, graças
Reflito um novo caminho À sua aprovação

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Língua Portuguesa 4aEtapa

Depender de fatores externos Que meu coração não fosse maior


Se são ou não favoráveis Ou menor que o mundo
A essa identificação. Mas do tamanho da dúvida
É! A verdade é o vazio Do artista
O poeta sem voz, quando
O sol se põe E que pudesse,
A alma inteira condenada Em cada palavra que não direi,
Ao silêncio Colocar toda esperança
A conversão do ser em Nesse universo que secreto vibra
Lágrimas e espinhos Assim como vibra em mim
É o grito onde a história O sentimento certo,
Jamais penetra No instante incerto

Quisera eu ser mais que palavras E a minha verdade


E que meu poema tivesse É a memória de tudo
O tamanho do possível Como dunas que se desmancham.
Wiliane Resende

Sabendo mais...
A voz que fala num poema nem sempre é a do poeta. Da mesma maneira que num romance
ou num conto nem sempre o narrador da história é o autor da obra, num poema nem sempre
o poeta está falando por si próprio.
Assim, chamamos de eu lírico (ou eu poético) ao ser abstrato cuja voz fala no poema. Esse
ser abstrato tanto pode consistir em uma invenção do poeta quanto representar o poeta, sen-
do a expressão do que ele pensa e sente.

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Educação para Jovens e Adultos

Leia o poema a seguir:


QUEM além dos sonhos, meus gemidos.
Onde estão meus sonhos de criança Guardo de quem me trouxer
aquela vaga lembrança um pouco de moeda ou palavra qualquer,
que foi trocada pela cara má de bandido mas somente a tristeza e a agonia
com cicatrizes e sujeiras fica nesse coração,
que a madrugada fria esconde, encobrindo neste peito de jovem Maria.
Wilson Réu

Somente no último verso, a voz se revela ser de uma mulher (neste peito de jovem Maria)

Atividades escritas

1. Qual a diferença entre os textos em prosa?

2. No segundo texto, qual a função dos trechos entre parênteses?

3. Que figuras de linguagem são usadas no poema de Wiliane Resende?

4. O que os poemas têm em comum?

Quando lemos, ouvimos ou vemos um poema, percebemos uma forma de composição que
se destaca também por uma espécie de melodia e de ritmo que emanam do modo como as
palavras são arranjadas.
O poema pode ou não possuir rima, métrica ou forma fixa. Uma forma fixa conhecida por
todos é o soneto.

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Língua Portuguesa 4aEtapa

Vamos conversar
A linguagem empregada pelos poetas é figurada, afetiva, construída com base em imagens.
Desejo primeiro que você ame,
E que amando, também seja amado.
E que se não for, seja breve em esquecer.
E que esquecendo, não guarde mágoa.
Desejo, pois, que não seja assim,
Mas se for, saiba ser sem desesperar.
Desejo por sinal que você seja triste,
Não o ano todo, mas apenas um dia.
Mas que nesse dia descubra
Que o riso diário é bom,
O riso habitual é insosso e o riso constante é insano.
Trechos do poema Desejo, de Victor Hugo.

Aos poetas, tudo é permitido.


Erros que, de acordo com a gramática, seriam abomináveis, se escritos por um grande poe-
ta, transformam-se em figuras de linguagem.
Parece injustiça, mas não é. A literatura, ao contrário da gramática, é flexível, permite-nos
brincar com as palavras e seus sentidos. Dessa forma, quando um grande poeta escreve algo
que não está de acordo com as duras regras da gramática, algumas vezes, é com a intenção de
explorar outros sentidos e possibilidades da linguagem.
E nas outras vezes, por que esses erros acontecem?
A resposta é simples e nem um pouco usual: poetas e grandes escritores também erram!
O poema Um riso vai contra algumas regras da língua culta. Quais são essas regras e qual o
efeito dessa desobediência?
Leia o poema completo Desejo, de Victor Hugo, e saiba mais sobre esse grande escritor.

Figuras de linguagem
1. O que é uma figura de linguagem?

Formas de utilizar as palavras no sentido conotativo, figurado, com o objetivo de ser mais
expressivo.
Você, com certeza, as utiliza o tempo todo. Quer ver?
Alguns exemplos de figuras de linguagem:
Antonomásia - substituição do nome próprio por qualidade, ou característica que o diferen-
cia. É o mesmo que apelido: Xuxa (Maria das Graças), o Gordo (Jô Soares).
Antítese - aproximação de palavras de sentidos opostos: com luz no olhar e trevas no peito.
Eufemismo - atenuação do impacto de algum fato ou alguma expressão: Ele foi desta para
melhor.

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Educação para Jovens e Adultos

Hipérbole - forma intencional de dizer o contrário da ideia que se pretendia exprimir. O irô-
nico é sarcástico ou depreciativo: obrigado pelo “bolo” de ontem...
Metáfora - comparação sem conectivo: aquela criança é (como) um doce.
Metonímia - uso de uma palavra no lugar de outra que tem com ela alguma proximidade.
Personificação - atribuição de características humanas a seres inanimados, imaginários,
próprios ouvidos.
Assíndeto - ausência da conjunção aditiva entre palavras da frase ou orações de um perío-
do: nasci, cresci, morri.

2. Você conhece outras figuras de linguagem?

3. Qual dessas figuras você mais utiliza em seu dia a dia?

Hora de agir
Para fazer um poema dadaísta
Pegue um jornal.
Pegue a tesoura.
Escolha no jornal um artigo do tamanho que você deseja dar a seu poema.
Recorte o artigo.
Recorte em seguida com atenção algumas palavras que formam esse artigo e meta-as num saco.
Agite suavemente.
Tire em seguida cada pedaço um após o outro.
Copie conscienciosamente na ordem em que elas são tiradas do saco.
O poema se parecerá com você.
E ei-lo um escritor infinitamente original e de uma sensibilidade graciosa, ainda que incom-
preendido do público.
Tristan Tzara

1. Pela técnica empregada para se compor um poema dadaísta, o que se pode deduzir a
respeito dos efeitos provocados pelo movimento liderado por Tristan Tzara?

2. Qual seria então a proposta do movimento dadaísta?

3. Seguindo, então, a técnica de Tristan Tzara, vamos elaborar um poema dadaísta e, depois,
organizar um sarau com a produção de todos os alunos.

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Unidade 11
Literatura de cordel

Curiosidades
A história da literatura de cordel começa com o romanceiro luso-espanhol da Idade Média
e do Renascimento. O nome cordel está ligado à forma de comercialização desses folhetos
em Portugal, onde são pendurados em cordões, lá chamados de cordéis. Inicialmente, eles
também contêm peças de teatro, como as de autoria de Gil Vicente. São os portugueses que
trazem o cordel para o Brasil, na segunda metade do século XIX. Hoje, muitos folhetos ficam
expostos horizontalmente em balcões ou tabuleiros. Embora seja pouco frequente, também
há criações de cordel em prosa.

Hora da leitura
A evolução da literatura de cordel no Brasil não ocorreu de maneira harmoniosa. A oral,
precursora da escrita, engatinhou penosamente em busca de forma estrutural. Os primeiros
repentistas não tinham nenhum compromisso com a métrica e, muito menos, com o número
de versos para compor as estrofes.

Ícaro
Ah, passarinho! Que inveja que me dá Cumo a terra pra nós andá
Quando vejo ocê posá
É que eu tenho pra mim E se numa dessas posada
Que o céu foi feito pra ocê vuá Ocê quisé discansá

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Educação para Jovens e Adultos

Me impresta suas asas Co’as velas toda acesa,


Pra mode de eu vuá Iluminando toda a igreja
Pra riba eu vou subi Que lá no céu eu planasse
E lá no céu eu vou chorá E depois de longa viagem
Pra sertão virá mar Nos braço do meu amor eu caísse
E sede de criança eu matá E se caso eu não resistisse
Meus oim assim cerrasse
Mas se caso Deus se irritá Que lá mesmo eu ficasse
E minhas asa ele tirá Que lá mesmo eu murrisse.
Peço ao povo da terra que im pocissão
Carlos Richard

A literatura de cordel consiste em histórias narradas


em versos por cantadores sertanejos (repentistas) que
se apresentam em festas e feiras populares. Pelo canto,
improvisado ou memorizado, contam histórias de ho-
mens famosos na região, os acontecimentos e as aven-
turas de caçadas. Enfrentam-se em disputas que duram
horas ou noites inteiras.
Muitos autores da literatura de cordel são semianal-
fabetos e ditam suas composições a pessoas que os aju-
dam. As ilustrações são simples e feitas com desenhos
gravados em madeira, as chamadas xilogravuras.
É uma literatura que reflete tradições e valores dessa
região - histórias de amor, aventuras de grandes heróis,
crenças populares e, mais recentemente, por causa do
êxodo rural, informa sobre a vida nos grandes centros
urbanos. No início, os livretos eram impressos nas cha-
madas folhetarias, tipografias bem rústicas, hoje substi-
tuídas por impressoras mais modernas.
As principais características desse texto são:
• Poesia popular, originalmente oral, e depois impressa em folhetos rústicos expostos para
venda pendurados em cordas ou cordéis.

Atividades escritas

1. Identifique as características citadas anteriormente nos versos de Carlos Richard.

2. Qual o tema das estrofes?

3. Justifique o título do poema.

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Língua Portuguesa 4aEtapa

4. A literatura de cordel faz parte da cultura popular? Justifique.

Sabendo mais...
Patativa do Assaré
“Eu, Antônio Gonçalves da Silva, filho de Pedro Gonçalves da Silva e de Maria Pereira da
Silva, nasci aqui a 5 de março de 1909, no sítio denominado Serra de Santana, que dista três
léguas da cidade de Assaré. Com a idade de doze anos, frequentei uma escola muito atrasada,
na qual passei quatro meses, porém sem interromper muito o trabalho de agricultor.
Saí da escola lendo o segundo livro de Felisberto de Carvalho e daquele tempo para cá não
frequentei mais escola nenhuma. Com 16 anos de idade, comprei uma viola e comecei a can-
tar de improviso, pois naquele tempo eu já impressionava, glosando os motes que os interes-
sados me apresentavam. Nunca quis fazer profissão de minha musa, sempre tenho cantado,
glosado e recitado, quando alguém me convida para este fim.”
Patativa do Assaré é um dos maiores representantes da literatura de cordel. Leia um texto
de cordel, feito por José Bernardo da Silva.
Alonso e Marina
Nestes versos eu descrevo criado por um ferreiro
a força que o amor tem trapilho, passando fome
que ninguém pode dizer pois quem é criado assim
que não há de querer bem todos os dias não come.
o amor é como a morte
que não separa ninguém. Pelas mercês de Marina
Alonso pode estudar
Marina era uma moça Marina não tinha mãe
muito rica e educada se sujeitava a tirar
o pai dela era um barão do dinheiro do barão
duma família ilustrada para Alonso sustentar
mas ela amou Alonso
que não possuía nada. Estava com 20 anos
dispôs um dia Marina
Ambos nasceram num sítio disse a Alonso: me peça
num dia, na mesma tarde; veja o que a sorte destina
pegaram logo a se amar é bom que se saiba logo
com nove anos de idade meu pai o que determina
se todos dois fossem ricos Amanhã pelas 10 horas
era um casal de igualdade. você vá ao barão
chegue lá e declare a ele
Alonso era enjeitado que pretende a minha mão
sem ter de família o nome conforme o que ele disser

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Educação para Jovens e Adultos

eu tomo resolução
Alonso aí respondeu
Se não faltar-lhe a coragem não basta ser barão
havemos de conseguir título comprado não pode
meu pai não é raio elétrico comprar a um coração
que nos possa consumir ele é mortal como eu
ou faz o que nós queremos um de nós perde a ação.
ou então ver eu sair

Atividades escritas

1. Qual a temática da música de cordel?

2. Retire dessa música cinco rimas e troque por palavras que não estejam de acordo com a
norma culta.

Vamos conversar
Cordel do Fogo Encantado surgiu em 1997, na cidade de Arcoverde, porta de entrada do
sertão pernambucano.
O cordel surgiu como um grupo de teatro. O que era uma peça virou uma banda com forte
influência teatral. Nos espetáculos do grupo, que normalmente lotam, o grupo passeia pela
poesia e pela música sem medo de errar. Poesia, que fique bem claro, são adaptações de
cordéis que Lirinha, o vocalista, declama nas apresentações. Para o público urbano, tem-se a
sensação de estar ouvindo um “causo” contado por um de nossos avós, ou por um daqueles
caipiras que habitam o nosso imaginário. Mas a melhor imagem a que essas poesias nos reme-
tem são a de um videoclipe em seu estado rudimentar, pois cada palavra forma uma imagem
em movimento na nossa cabeça.
Durante os dois anos seguintes percorreu todo o interior de Pernambuco com grande suces-
so. Em fevereiro de 1999, o que era um espetáculo teatral adquiriu característica de show e
teve sua estreia no Festival Rec-ESeat, no Recife. Mesmo reformulado, o espetáculo manteve
elementos cênicos, com poesias e textos pontuando as músicas. O impacto das apresentações
do grupo deve-se não apenas à sonoridade surpreendente, extraída basicamente de instru-
mentos percussivos tendo apenas um vilão como elemento harmônico mas, também, por
contar com o forte carisma e presença cênica de seus integrantes, um elaborado cenário e um
requintado projeto de iluminação cênica, heranças do teatro.
Leia, então, uma das músicas do grupo:
Os oim do meu amor
Ê nunca mais eu vi Os oim dela brilhar
Os oim do meu amor Nunca mais eu vi
Nunca mais eu vi Os oim do meu amor

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Língua Portuguesa 4aEtapa

São dois jarrinho de flor E todo mundo quer cheirar

Que tipo de linguagem é utilizado nas músicas do Cordel do Fogo Encantado?

Vamos relembrar
Este, esse ou aquele?
Vamos recordar a função de alguns pronomes demonstrativos.
Os pronomes demonstrativos estão sempre presentes nos textos de todos os níveis socioe-
conômicos e, também, nas nossas conversas cotidianas. Onde se empregou “esse” ontem,
emprega-se “este” hoje e, amanhã, sabe-se lá qual dos dois será usado.
Em relação ao espaço (lugar), usamos este, esta, isto para representar qualquer elemento
que esteja próximo da pessoa que fala; esse, essa, isso para elemento próximo da pessoa com
quem se fala; aquele, aquela, aquilo para elemento distante de ambas.
Por exemplo:

Comprei esta jaqueta que estou vestindo daquele camelô que vai lá adiante. Onde você
comprou essa sua?
Dê-me essa caneta, que é minha, e não sua.

Em relação ao tempo, usamos este, esta, isto para representar o tempo presente; esse, essa,
isso para o passado recente ou para o futuro; aquele, aquela, aquilo para o passado remoto.
O grande problema é distinguir o passado recente do remoto, pois duas pessoas podem ter
interpretações diferentes para a mesma frase:

Este ano é o ano das mudanças.


Nesse domingo, irei à praia.
Essas olimpíadas foram horríveis para os atletas brasileiros.

Usamos, também, esse, essa, isso, para retomar um elemento ou uma frase anterior:

O fumo é prejudicial à saúde; isso já foi comprovado cientificamente.


Patativa do Assaré é um compositor de cordel; esse é muito conhecido.

Usamos este, esta, isto para apresentar um elemento ou uma frase que será escrita ou falada:

Preste atenção a estas palavras: o fumo é prejudicial à saúde.

Se o pronome demonstrativo estiver retomando o substantivo imediatamente anterior, de-


vemos usar este, esta, isto:

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Educação para Jovens e Adultos

O fumo é prejudicial à saúde; esta deve ser preservada.

Enumeração de dois elementos


Quando houver a enumeração de dois elementos e, à frente, quiser retomá-los, deve-se
substituir o primeiro por aquele, aquela, aquilo e o último por este, esta, isto:

Ao me encontrar com Florêncio perguntei por Adoniran, apesar de saber que este jamais
conversará com aquele.
Este = Adoniran; aquele = Florêncio

Faça você

1. Complete as lacunas com o pronome conveniente:


a) Eu preciso lhe dizer_____: você é um ótimo escritor.
b) ______ é um verso de Patativa.
c) Por favor, passe_____ caneta que está ali perto de você;_______ aqui não funciona.
d) É _____ que você chama de música?

Hora da escrita
Depois dessas informações, escreva um texto de cordel. Escolha um tema bem interessante
e solte a imaginação. Apresente seu texto para a turma, claro que passado a limpo e ilustrado,
como um cordel deve ser!

Hora de agir
Agora que todos já escreveram seus textos, montem um varal para expô-los.
Vocês podem até promover um concurso de cantadores.... para os que gostam de desenho,
as xilogravuras são uma ótima pedida. Que tal reproduzir alguma lenda de sua região?

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Matemática
4aEtapa

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Unidade 1
Cálculo algébrico

Hora da leitura
Os números e as formas geométricas já eram usados pelos seres humanos há mais de 5 mil
anos. Mas foram os sábios gregos que, há 2 mil e quinhentos anos, começaram o estudo orga-
nizado da Aritmética e da Geometria.
Já a álgebra é mais jovem. Foram os matemáticos árabes, perto do ano 800 de nossa era,
que começaram a usar letras na resolução de equações. O matemático francês François Viè-
te, por volta de 1580, introduziu o uso sistemático de letras nas relações matemáticas, o que
desenvolveu o cálculo algébrico. Hoje, o uso do cálculo algébrico permite reduzir problemas
complexos a relações matemáticas simples.
Hora de agir
1. Observe as medidas dos lados de cada polígono:

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Matemática 4aEtapa

a) Escreva uma expressão numérica que represente o cálculo do perímetro dos polígonos e
calcule esse perímetro.
b) Converse com seu professor e realize o que se pede:
• Substitua as medidas usando números e a letra y, sabendo que y = 3 cm.
• Escreva uma expressão algébrica que represente o perímetro de cada polígono.

2. Examine esta sequência de cubos:

a) Quantos cubinhos terão os próximos três cubos?


b) Determine o volume destes três cubos e escreva uma sequência com os valores encon-
trados.

Vamos conversar
Observe que as expressões algébricas 3y, 4y, 6y, x3, 8x3, 27x3 apresentam somente multiplica-
ções entre números e letras. As letras apresentam, como expoente, apenas números naturais.
Essas expressões algébricas são denominadas de monômios ou termos algébricos. Geralmen-
te, um monômio é formado por uma parte numérica (coeficiente) e uma parte literal (letras).

• O que você nota na parte literal dos perímetros encontrados?


• E na parte literal dos volumes?

Os monômios que apresentam a mesma parte literal são chamados de semelhantes.


Pelos exemplos vistos, temos que:
3y, 4y e 6y são monômios semelhantes.
x3, 8x3 e 27x3 são monômios semelhantes.

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Educação para Jovens e Adultos

Hora da leitura
Operação com monômios
Considere a figura:

Temos, então, que a área da figura toda é:


8y + 12y + 16y = 36y
As três parcelas são semelhantes porque têm a mesma variável. Após a adição, ficamos com
uma única parcela, ou seja, reduzimos os termos semelhantes. Numa expressão algébrica, se
todos os monômios ou termos são semelhantes, podemos tornar mais simples a expressão
somando, algebricamente, os coeficientes numéricos e mantendo a parte literal.

Atividades problematizadoras
1. Escreva o monômio correspondente:

2. Dada a expressão algébrica


4x3y + 5x3y – 7x3y + x3y, pede-se:
a) A forma mais simples de escrever essa expressão.
b) O valor numérico quando x = 2 e y = – 3.

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Matemática 4aEtapa

3. Reduza os termos semelhantes das expressões


a) 6xy – 8a + 4xy – 6a =
b) –3x + 2y2 – 8x + 10y2 =
c) 10a + 4x3 – 18a + 16x3 =
d) 4ab2 + 7a2b + 12ab2 – 6a2b =
e)

f)

4. Elimine os sinais de associação e reduza os termos semelhantes das seguintes expressões:

a) (–8y2) + (–6y2) + (4y2)


b) 3 x – (4y– 2x) + (5x – y )
c) 10x2 – (5x + 4) – (3x2 – 2)

d)

e)

O sinal negativo antes do parêntese muda os sinais de dentro dos parênteses

Multiplicação de monômios

Recordemos que:
4 . 43 = 4 . 4 . 4 . 4 . 4 = 45
2

x . x 2 . x3 = x 6

Consideremos, então, as seguintes situações:


1. Qual é o monômio que representa a área da figura seguinte?
Resolução
A figura é um retângulo e sua área é dada multiplicando o comprimento pela largura: assim,
temos:

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Educação para Jovens e Adultos

2. Qual é o monômio que representa o volume da figura seguinte?

Resolução
A figura é um paralelepípedo retangular e seu volume é dado ao multiplicar as três dimen-
sões (comprimento, largura e altura) e, assim, temos:

Logo, o monômio pedido é 96x2y.


As duas situações representam uma multiplicação de monômios. Delas, podemos concluir
que:

Para multiplicar dois ou mais monômios, devemos:


• Multiplicar os coeficientes numéricos entre si.
• Multiplicar as partes literais entre si.

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Matemática 4aEtapa

Divisão de monômios
Recordemos que o quociente de potências de mesma base:
45 ÷ 43 = 45–3 = 42
a3 ÷ a = a3–1 = a2
Numa divisão de monômios, podemos simplificar a fração algébrica (fração que apresenta
uma expressão algébrica no denominador). O resultado desta divisão é:

Potenciação de monômios
Recordemos que:

Observe o cálculo das potências:

Na prática, a potência de um monômio é obtida da seguinte forma:


• Eleva-se o coeficiente à potência indicada.
• A seguir, eleva-se a parte literal à potência indicada.

Raiz quadrada de um monômio

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Educação para Jovens e Adultos

A igualdade √x2 = x somente será uma sentença verdadeira quando x for um número maior
ou igual a zero. No cálculo da raiz quadrada de monômios, estaremos supondo que as variá-
veis não assumem valores negativos. Nesse caso, √x2 = x será uma sentença verdadeira, pois x
não pode assumir valor negativo.
Veja os exemplos:

Na prática, a raiz quadrada de um monômio é obtida da seguinte forma:


• Extrai-se a raiz quadrada do coeficiente.
• A seguir, divide-se o expoente de cada variável por 2.

Atividades problematizadoras
1. Cada ladrilho retangular da figura tem 2x unidades de comprimento por x unidades de
largura. Nessas condições, escreva o monômio que representa:
a) A área de cada ladrilho;
b) A área ocupada pelos ladrilhos coloridos;
c) A área ocupada pelos ladrilhos brancos;
d) A área total da figura;
e) Considerando x = 3 cm, qual é a área total da figura?

2. Calcule os produtos:
a) (4a2x3) ∙ (–5ax2)
b) (–6xy) ∙ (–3y)
c) (0,5x) ∙ (2,4x2)
d) (–7a) ∙(+2ab) ∙ (–a)
e)
f)

3. Marcelo separou uma parte retangular, de um


terreno que adquiriu, para construir uma piscina e,
em volta dela, um gramado.
a) Determine o monômio que representa a área
destinada à piscina.
b) Represente com um monômio a área destinada
ao gramado.
c) Sendo a = 4,5 m, calcule a quantidade de metros
quadrados de grama utilizados.

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Matemática 4aEtapa

4. Simplifique estas operações, utilize a propriedade da divisão de potências de mesma


base, considerando as variáveis do divisor diferente de zero.

5. A figura ao lado é formada por 4 cubos.


Cada um desses cubos tem como medida
uma aresta de 4x.
a) Escreva uma potência de monômio
que represente o volume de cada cubo e
resolva.
b) Determine o monômio que representa
o volume da figura toda.
c) Calcule o volume da figura, quando
x = 2 cm.

6. Calcule as raízes quadradas, admitindo que as variáveis não assumem valores negativos.

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Unidade 2
Polinômios

1. Consideremos a seguinte figura:

O quadrado rosa possui área 16x2 e o quadrado verde possui área 4y² .
a) Escreva na figura a expressão algébrica que representa a medida:
do lado do quadrado rosa;
do lado do quadrado verde;
dos lados retângulos amarelos.
b) Qual a expressão algébrica que representa o lado do quadrado ABCD?

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Matemática 4aEtapa

c) Qual a expressão que representa a área de cada retângulo amarelo?


d) Escreva, na forma reduzida, a expressão algébrica que representa a área do quadrado
ABCD:
As expressões algébricas 2y + 4x e 4y2 + 16xy + 16x2 são denominadas de polinômios.
Os monômios que formam um polinômio são denominados de termos do polinômio.

Adição e subtração de polinômios


Dados os polinômios A = 3x2 + 2x e B = 2x2 + x, vamos indicar a soma por A + B e a diferença
por A – B. Para calculá-las, reduzimos os termos semelhantes:
A + B = (3x2 + 2x) + (2x2 + x) = 3x2 + 2x + 2x2 + x = 5x2 + 3x

Para efetuar a subtração é preciso atenção especial.


A – B = (3x2 + 2x) – (2 x2 + x )
Lembre-se: – (2 x2 + x ) = – 1( 2x2 + x ) = – 2 x2 – x
Então: A – B = 3x2 + 2x - 2x2 – x = x2 + x

Assim, A + B = 5x2 + 3x

Divisão de polinômios por monômio


Podemos simplificar expressões efetuando uma divisão de um polinômio por um monômio.
Na expressão:

usamos a propriedade da divisão de potências de mesma base (conservando a base e sub-


traindo os expoentes).

Multiplicação de polinômios
Calculamos o produto de dois polinômios multiplicando cada termo de um deles por todos
os termos do outro e reduzindo os termos semelhantes. Seja o comprimento de um retângu-
lo 2x + 1 e sua altura x + 3, o polinômio que representa sua área é dado por:
(2x + 1) ∙ (x + 3) → multiplicando cada termo do 1º parêntese por todos os termos do 2º, temos:

Reduzindo os termos semelhantes a 2x2 + 7x + 3.


Este é o polinômio que indica a área do retângulo.

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Educação para Jovens e Adultos

Atividades problematizadoras
1. Neste polígono, a letra x representa um número. Responda:
a) Qual é o polinômio que representa o perímetro ABCDE?
b) Qual é o valor numérico do polinômio que você obteve para x = 3?
c) Qual é o perímetro dessa figura quando x = 4,5?
d) Qual é o nome deste polígono?

2. Neste retângulo o comprimento é dado por 10 cm e a largura por (3a2 + 4a – 2) cm. Como
podemos representar a área da figura?

3. Determine a área total da região retangular usando duas maneiras distintas:

4. Simplifique estas expressões algébricas considerando os denominadores diferentes de


zero:

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Matemática 4aEtapa

5. Usando uma folha de cartolina quadrada de 40 cm de lado, você vai construir uma caixa sem
tampa. Observe o desenho de uma planificação e realize alguns cálculos antes da montagem.

a) Represente por meio de uma expressão algébrica a área do fundo da caixa.


b) As áreas das faces laterais da caixa são iguais? Qual a área de cada face lateral?
c) Agora é hora de agir e construir a caixa, sendo que x = 6 cm.
d) Qual é a área aproveitada da folha?

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Unidade 3
Polinômios

Produtos notáveis
Antigas civilizações observaram que o resultado de algumas multiplicações (produto) apre-
sentava um padrão, uma regularidade. Para que serve? Para facilitar cálculos. Por esse motivo,
esses produtos foram chamados de produtos notáveis.

Hora de agir
Reproduza, numa folha de papel, as seguintes figuras, depois, recorte-as e monte um quadrado.

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Matemática 4aEtapa

Hora da pesquisa
1. Escreva uma expressão algébrica que represente a medida do lado do quadrado que você
montou.

2. Escreva a área de cada uma das figuras utilizadas.

3. Escreva uma expressão algébrica que possibilite determinar a área total por meio de uma:
• potência;
• multiplicação de fatores iguais;
• adição.

4. Usando a propriedade distributiva, desenvolva a potência que você usou para representar
a área.

5. Podemos dizer que (x + y)2 é igual a x2 + 2xy + y2?

A expressão algébrica x2 + 2xy + y2 é denominada de trinômio quadrado perfeito.


Chama-se trinômio porque é uma expressão composta de 3 termos.
É quadrado perfeito, pois é o resultado da multiplicação de dois fatores iguais (x + y) e (x + y).

A expressão algébrica x2 + 2xy + y2 é denominada de trinômio quadrado perfeito.


Chama-se trinômio porque é uma expressão composta por 3 termos.
É quadrado perfeito, pois é o resultado da multiplicação de dois fatores iguais (x + y) e (x + y).

Atividades problematizadoras
1. Observe o quadrado ABCD.

a) Escreva uma expressão algébrica que represente a medida:


• Do lado do quadrado ABCD.
• Da área de cada retângulo roxo.
• Da área do quadrado ABCD.
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Educação para Jovens e Adultos

b) Mostre que a2 + 2ab + b2 é igual a (a + b)2 usando a propriedade distributiva.

2. Encontre uma expressão algébrica reduzida, desenvolvendo estas potências:


a) (x + 8)2
b) (6+ y)2
c) (m + n)2

• É possível encontrar algum padrão no desenvolvimento de cada uma dessas potências?


• Descreva o padrão que você descobriu.

(x + y)2 é o produto notável chamado de quadrado da soma de dois termos,


(x + y)2 é a forma fatorada da expressão algébrica x2 + 2xy + y2.
Fatorar uma expressão algébrica significa escrevê-la na forma de multiplicação.
Assim: x2 + 2xy + y2= (x + y)2

3. Desenvolva estes produtos notáveis denominados de quadrado da soma de dois termos:


a) (x + 8)2
b) (y + 4 )2
c) (6 + m)2
d) (3 + 4a)2
e) (6x + y)2
f) (2x + 10)2

4. Fatore estes trinômios quadrados perfeitos:


a) X2 + 16x + 64
b) 4a2 + 20a+ 25
c) a2 + 24a+144
d) 16y2 + 56y + 49

Curiosidades
Números que terminam em 5.
Quadrados que terminam em 25.
O quadrado de qualquer número que termina em 5 termina em 25.
Confira com estes números:
15 25 35 55

O que você acha?


85² = 7.225 Certo ou errado?
Confira:
852 = (80 + 5)2 = 802 + 2 ∙ 80 ∙ 5 + 52
852 = 6.400 + 800 + 25
852 = 7.225

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Matemática 4aEtapa

Sabendo mais...
Observe o quadrado AMOR:

1. Diminuindo a medida b do lado do quadrado AMOR, determine a medida dos lados das
figuras:
• I:
• II:
• III:
• IV:
2. Escreva uma expressão algébrica reduzida para representar a área da figura:
• II e III:
• IV:
3. Escreva na forma de potência uma expressão algébrica para representar a área da figura I.

4. Usando a propriedade distributiva, resolva esta potência até encontrar uma expressão
algébrica reduzida.

5. Encontre uma expressão algébrica reduzida, desenvolvendo estas potências:


(a – b)2 =
(y – 3)2 =
(8 – x)2 =
• É possível encontrar algum padrão no desenvolvimento de cada uma das potências?
• Descreva o padrão que você descobriu.
Cada uma destas potências é um produto notável chamado de quadrado da diferença de
dois termos.

Atividades problematizadoras
1. Desenvolva os seguintes produtos notáveis denominados de quadrado da diferença de
dois termos.
a) (6 x – y )2
b) (2a – 7)2
c) (8 –5x)2
d) (4y – 2x)2

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Educação para Jovens e Adultos

2. Fatore os seguintes trinômios quadrados perfeitos:


a) 4a2 – 32a + 64
b) 16x2 – 40x + 25
c) 49x2 – 14xy + y2
d) a2 – 4a + 4
e) 4x2 – 48x + 144
f) 81y2 – 18xy + x2
3. Que termo devo adicionar a 21x + 49 para obter (3x + 7)2?

Hora de agir

1. Considerando que cada quadradinho representa 1 unidade de área, o quadrado ABCD pos-
sui 25 unidades de área e dentro dele foi construído outro quadrado com 9 unidades de área.

a) Represente a área de cada um dos quadrados por meio de uma potência:


b) Calcule a diferença entre estas duas áreas por meio de uma expressão numérica:
c) Retirando o quadrado de 9 unidades de área, podemos formar uma nova figura. Observe:

Expresse por meio de uma expressão numérica a medida da base e da altura da nova figura
(figura III) e calcule a área:
base: altura: área:
Podemos dizer que a multiplicação da soma pela diferença de dois termos é igual ao qua-
drado do primeiro termo menos o quadrado do segundo termo.

88

_EJA - 4 ETAPA - BOOK.indb 88 19/04/18 17:33


Matemática 4aEtapa

p2 – q2 é também um produto notável e é denominado de diferença entre dois quadrados.


Dizemos que (p + q) • (p – q) é a forma fatorada de p2 – q2

Atividades problematizadoras

1. Para cada figura, construa um retângulo com a parte colorida, escreva no desenho uma
expressão algébrica que represente as medidas da base e da altura do retângulo que formarão
e, em seguida, calcule algebricamente a área do retângulo formado.

2. Usando a propriedade distributiva, desenvolva estes produtos notáveis:


a) (x + 11) ∙ (x –11)
b) (a + 3x) (a – 3x)
c) (ab + 2) (ab – 2)
d) (y + 3 )(y –3 )

3. Fatore cada uma das expressões algébricas:


a) a2 – 81
b) y2 – 25
c) 9a2 – 49
d) 4y2 – 64

4. Veja uma maneira diferente de efetuar 108 ∙ 92:

108 ∙ 92 = (100 + 8) ∙ (100 – 8) = 100² – 8² = 10.000 – 64 = 9.936

Percebeu que produto notável foi usado?


Agora é sua vez!

a) 103 ∙ 97
b) 42 ∙ 38
c) 51 ∙ 49
d) 85 ∙ 75

89

_EJA - 4 ETAPA - BOOK.indb 89 19/04/18 17:33


Educação para Jovens e Adultos

Hora de agir
1. Observe o quadrado e o retângulo.

a) Escreva uma expressão algébrica que represente a área:


• do quadrado ABCD:
• do retângulo BEFC:
b) Qual é o fator que se repete nas duas expressões?
c) Posso dizer que o fator que se repete é um fator comum?
d) Unindo o quadrado ABCD e o retângulo BEFC, formamos o retângulo AEFD. Usando o
fator comum, escreva uma expressão algébrica que represente a área do retângulo AEFD:

• Usando a propriedade distributiva, desenvolva a expressão algébrica que você escreveu:

Quando todos os termos de uma expressão algébrica (polinômio) possuem um fator


comum, podemos colocá-lo em evidência.
No polinômio 4a + 2ab, o fator comum é 2a, pois o número 2 e a letra a aparecem em
ambos os termos.
Dividindo cada um dos termos pelo fator comum, obtemos a forma
fatorada do polinômio.

4a + 2ab = 2a ∙ (2 + b)
Polinômio Forma fatorada

Atividades problematizadoras
1. Fatore os polinômios, colocando o fator comum em evidência:

90

_EJA - 4 ETAPA - BOOK.indb 90 19/04/18 17:33


Matemática 4aEtapa

2. Fatore a expressão x (a – 2) – 7 (a – 2) + y (a – 2) colocando o fator (a – 2) em evidência.

3. Sendo que xy = 14 e x – 2y = 3, quanto vale x2y – 2xy2?

4. Sabe-se que x e y são as medidas dos lados de um retângulo de área 32 e perímetro 24.
Responda:
a) Qual o monômio que representa a área do retângulo?
b) Qual o polinômio que representa o perímetro do retângulo?
c) Fatore o polinômio referente ao perímetro da figura.
d) Fatore a expressão 3x2y + 3xy3 e determine o seu valor numérico.

5. Observe a expressão algébrica xy + 3x + 6y + 18.


a) Agrupe convenientemente os termos que possuem fator em comum.
b) Coloque em evidência o fator comum de cada grupo.
c) Coloque o fator comum y + 3 em evidência

Poderíamos também ter agrupado os termos do polinômio, assim: (xy + 6y) + (3x + 18).
Fator comum em evidência y (x + 6) + 3 (x + 6).
Novamente fator comum em evidência (x + 6) (y + 3).
Como você pode ver, o caminho foi diferente, porém o resultado é o mesmo.

O produto (y + 3) (x + 6) é a forma fatorada do polinômio xy + 3x + 6y + 18. A este processo


damos o nome de fatoração por agrupamento.

6. Fatore estes polinômios por agrupamento:


a) ax + bx + a2 + ab
b) 8y + 12ay + 4a + 6a2
c) 5x – xy + 15 – 3y
d) ax – 2a + x – 2
e) 10x2 – 15xy – 4x + 6y
7. Coloque os fatores comuns em evidência e simplifique:

91

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Unidade 4
Frações algébricas

Vamos conversar
O estudo que fizemos sobre produtos notáveis e fatoração terá sua aplicação nesta unidade.
Considere um terreno retangular de comprimento 20m a mais que a largura.
x
Podemos registrar a razão entre a largura e o comprimento por x+20 .
Expressões como estas, que indicam o quociente entre dois polinômios, são chamadas de
frações algébricas. O denominador de uma fração algébrica como na fração numérica deve ser
diferente de zero.
x
Na fração algébrica x+20 devemos ter x + 20 ≠ 0, ou seja, x ≠ – 20.

Simplificação de frações algébricas


Para simplificar uma fração algébrica, adotamos o mesmo procedimento utilizado para as
frações numéricas, isto é, dividimos os dois termos da fração por um divisor comum diferente
de um.
Veja os exemplos:

92

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Matemática 4aEtapa

Sabendo mais...

• Quando o polinômio que está no numerador é igual ao polinômio que está no denominador
a fração algébrica é igual a 1.

• Quando o polinômio que está no numerador é oposto ao polinômio que está no denomina-
dor, a fração algébrica é igual a –1.

Operações com frações algébricas

Adição e subtração de frações algébricas


Vamos considerar os seguintes casos:

As frações algébricas apresentam denominadores iguais.


Conserva-se o denominador e soma algebricamente os numeradores.

As frações algébricas apresentam denominadores diferentes.


Vamos recordar que:

Para determinar o MMC de dois ou mais números, efetuamos a decomposição em fatores


primos:

93

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Educação para Jovens e Adultos

60 = 22 • 3 • 5
90 = 2 • 32 • 5
MMC (60; 90) = 22 • 32 • 5 – Fatores comuns de maior expoente e fatores não comuns.
O mesmo acontece com os polinômios.
O MMC dos monômios 12x2y e 8x3y2z
12x2y = 22 • 3 x2 y
8x3y2z = 23 • x3 • y2 • z
MMC = 23 • 3 • x3y2z = 24x3y2z
O MMC dos polinômios x2 – 9; 2x + 6 e x2 – 3x. Fatorando, temos:
x2 – 9 = (x + 3) (x - 3)
2x + 6 = 2 (x + 3)
x2 – 3x = x (x – 3)
MMC = 2x • (x + 3) (x – 3)

Vamos considerar as seguintes adições algébricas:

Reduzimos ao mesmo numerador. MMC (2x;3x2;x) = 6x2


1. Reduza cada uma das seguintes frações algébricas a uma fração mais simples.

2. Calcule:
a) a soma algébrica
b) o valor numérico da soma para y = – 2

3. Qual é a fração algébrica que adicionada à fração resulta na fração


Multiplicação e divisão de frações algébricas
Da mesma forma que nas frações numéricas, o produto de duas frações algébricas é obtido
multiplicando-se os numeradores entre si e os denominadores entre si. Acompanhe os exemplos:
a)

b)

Quando possível, devemos simplificar numerador com numerador. O quociente de duas


frações algébricas é obtido multiplicando-se a primeira fração pelo inverso da segunda.
Veja os exemplos:

94

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Matemática 4aEtapa

a)

b)

Atividades problematizadoras

1. Multiplicando por , qual é a fração algébrica que se obtém?

2. Considere as frações algébricas:

Realize os seguintes cálculos:

a) A ∙ B =
b) A ∙ C =
c) B : A =
d) C : A =

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Unidade 5
Poliedros

Vamos conversar
Poliedros
Uma das formas geométricas espaciais que conhecemos é o dado, e este representa o cubo.

Hora de agir
Construa planificações diferentes do cubo. Faça recortes, dobraduras, colagens e montagens.
Junte seus cubos com os de seus colegas e faça estes empilhamentos. Em seguida, represen-
te a parte superior, frontal e lateral de cada um dos empilhamentos.

96

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Matemática 4aEtapa

Do espaço para o plano


As figuras a seguir mostram algumas maneiras de representar uma forma geométrica espa-
cial, como o cubo, em uma superfície plana (folha de papel).

Desenho em uma malha triangular Desenho em uma malha triangular

Desenho em perspectiva

Desenho em uma malha pontilhada


Sabemos que os trilhos do trem são paralelos.
Esta foto está em perspectiva e por isso os trilhos
parecem se encostar em um ponto (ponto de
fuga), porém eles continuam sendo paralelos.

Desenhe em seu caderno um quadrado e um hexágono. Escolha um ponto de fuga e faça os


desenhos em perspectiva.

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Educação para Jovens e Adultos

Hora de agir
Resolva estes desafios.
1. Reproduza esta figura em um quadriculado.

2. O cubinho marcado com um X vai ser retirado. Desenhe em uma folha quadriculada como
ficaria esta figura após retirá-lo.

Hora da pesquisa
Pesquise em livros ou na internet sobre os Poliedros de Platão. Apresente uma tabela com a
figura, o nome, o número de faces e o número de arestas de cada um. Responda às seguintes
questões:
1. Observando cada poliedro, quantas unidades o número de arestas é menor que a soma
dos vértices e das faces?

2. Posso dizer que V + F = A + 2?

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Matemática 4aEtapa

Nº de vértices
Nº de arestas
Poliedros Nº de vértices (V) Nº de faces (F) + nº de faces
(A)
(V+F)

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Unidade 6
Polígonos

Hora da leitura

As faces dos poliedros nos dão a ideia de polígonos. A palavra polígono é formada por
dois elementos de origem grega: poli, que significa “muito”, e gono (ou gonio), que significa
“ângulos”. Polígono seria uma figura de vários ângulos.
Os polígonos são figuras geométricas de grande importância e utilidade no estudo da Geo-
metria. Desde os primeiros estudos da Geometria de que se tem conhecimento, o ser humano
procura estabelecer relações entre os elementos dos polígonos. E sua utilização no dia a dia
é grande. Basta você olhar à sua volta e verificar que a maioria dos objetos são formados por
figuras de forma poligonal.
Uma das ideias mais importantes em Geometria é a ideia de ângulo que pode ser sugerida
por abertura da tesoura, ponteiros do relógio, estrela-do-mar, colmeia das abelhas etc.

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Matemática 4aEtapa

Os ângulos estão presentes em diferentes si-


tuações e atividades. São utilizados por enge-
nheiros, topógrafos, operadores de voo, goleiros
de futebol, carpinteiros, desenhistas, marcenei-
ros, enfim, são constantes em atividades profis-
sionais.
O instrumento utilizado para medir ângulo é
o transferidor, e a unidade de medida é o grau.
O modelo matemático de figuras que sugerem
a ideia de ângulo mostra sempre duas semirre-
tas com a mesma origem, onde identificamos:

• O ponto A é o vértice do ângulo.


→ →
• As semirretas AB e AC são os lados do ângulo.
• A identificação deste ângulo é feita por BÂC ou
simplesmente Â.

Os ângulos se classificam em:

• Ângulo raso ou de meia volta: quando as duas semirretas são opostas, ou seja, estão na
mesma reta, mas não coincidem. Sua medida é 180°.

• Ângulo de uma volta: quando as duas semirretas coincidem e mede 360°.

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Educação para Jovens e Adultos

• Ângulo reto: é o mais frequente e sua medida é 90°.

• Ângulo agudo: sua medida é menor que 90°.

• Ângulo obtuso: sua medida é maior que 90°.

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Matemática 4aEtapa

Atividades problematizadoras
1. Que tipos de ângulo você encontra em cada figura?

2. Vamos encontrar o valor de x e o valor dos ângulos desconhecidos.

3. Usando o transferidor, meça os seguintes ângulos e classifique-os:

103

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Educação para Jovens e Adultos

Hora da pesquisa
Traga para a sala de aula recortes de revista com construções (arquitetura), destaque os
ângulos e meça-os. Apresente aos seus colegas.
Bissetriz de um ângulo
Usando um compasso, podemos facilmente traçar a bissetriz de um ângulo:

104

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Matemática 4aEtapa

Atividades problematizadoras

1. Usando um transferidor, construa os ângulos indicados e, a seguir, com o compasso, trace


a bissetriz desses ângulos:
a) 80°
b) 130°
c) 48°
d) 90°

2. Sabendo-se que OB é a bissetriz do ângulo AÔC, quais as medidas x e y indicadas na figura?

Ângulos complementares e Ângulos suplementares


Observe as figuras:
Os ângulos BÔM e SÔM são complementares, pois a soma de suas medidas é igual a 90°.
Os ângulos LÛA e RÛA são suplementares, pois a soma de suas medidas é igual a 180°.

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Educação para Jovens e Adultos

Ângulos opostos pelo vértice

Consideremos duas retas r e s que se interceptam em um ponto


V, conforme a figura ao lado.

Os ângulos cujas medidas são indicadas na figura por x e y são


chamados opostos pelo vértice (o.p.v.). O mesmo ocorre com os
ângulos cujas medidas são indicadas por a e b.
Você nota que lados de um ângulo são prolongamentos dos lados do outro. Se você usar um
transferidor, verá que:

Dois ângulos opostos pelo vértice são congruentes.

Faremos uma demonstração dessa afirmação:


• Pela figura, você pode ver que x + a = 180°.
• Pela figura, você pode ver que y + a = 180°.
• Cancelando a medida a nos dois membros, temos:

x=y

Demonstramos, assim, que dois ângulos opostos pelo vértice sempre têm a mesma medida.

Atividades problematizadoras
1. Determine a medida do complemento de um ângulo de:
a) 43° d) 12°
b) 72° e) 89°
c) 80° f) 55°

2. A medida de um ângulo é igual à terça parte da medida de seu suplemento. Qual é a me-
dida desse ângulo?

3. A medida de um ângulo é igual à terça parte da medida de seu suplemento. Qual é a me-
dida desse ângulo?

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Matemática 4aEtapa

Elementos de um polígono
Num polígono, destacamos os seguintes elementos:
Vértices: são os pontos extremos dos segmentos da linha poligonal. Na figura a seguir, os
vértices são os pontos A, B, C, D e E.
Lados: são os segmentos da linha poligonal. Na figura, os lados são:

Ângulos internos: são os ângulos por dois lados consecutivos do polígono. Na figura a seguir,
os ângulos internos são: .

Ângulos externos: são os ângulos formados por um lado do polígono e pelo prolongamento
do lado a ele consecutivo. Na figura, observe um ângulo externo em destaque.

Classificação dos polígonos


Os polígonos podem ser classificados de acordo com o número de lados.
Número de lados Nome
3 Triângulo
4 Quadrilátero
5 Pentágono
6 Hexágono
7 Heptágono
8 Octógono
9 Eneágono
10 Decágono
11 Undecágono
12 Duodecágono
15 Pentadecágono
20 Icoságono

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Educação para Jovens e Adultos

Diagonais de um polígono
Chama-se de diagonal um polígono no qual o segmento que une dois vértices não consecu-
tivos desse polígono. Na figura estão traçadas as diagonais .

Observe os seguintes polígonos convexos e o número de diagonais traçado por um de seus


vértices.

Note que o número de diagonais traçado por um de seus vértices é igual ao número de la-
dos menos 3 (d = n – 3).

Soma de ângulos internos de um polígono


Eduarda desenhou um triângulo, marcou os três ângulos internos e cortou-os. Em seguida,
juntou os três e concluiu que a soma dos ângulos internos deste triângulo é 180 graus.

108

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Matemática 4aEtapa

Será que a soma dos ângulos internos de qualquer triângulo é 180°? Para saber trace um
triângulo qualquer, recorte-o e faça o mesmo que Eduarda.

Hora de agir

Podemos calcular a soma dos ângulos internos de outros polígonos, dividindo-os em triân-
gulos.
Trace em seu caderno os polígonos abaixo e, partindo de um dos vértices, divida cada um
dos polígonos no menor número de triângulos possíveis. Em cada polígono, pinte os triângulos
usando cores diferentes:

Faça em seu caderno uma tabela como esta e complete-a:

Soma dos ângulos


Polígono Nº de lados Nº de triângulos
internos
Quadrado
Retângulo
Losango
Paralelogramo
Trapézio
Pentágono
Hexágono
Heptágono
Octógono

109

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Educação para Jovens e Adultos

Observando a tabela que você completou, responda:


a) Qual é a relação entre o número de lados de um polígono e o número de triângulos for-
mados?
b) Qual a soma dos ângulos internos de qualquer quadrilátero?
c) Qual a soma dos ângulos internos de um:
• Eneágono (polígono de 9 lados)?
• Decágono (polígono de 10 lados)?
• Undecágono (polígono de 11 lados)?
• Pentadecágono (polígono de 15 lados)?

Atividades problematizadoras
1. Sem usar o transferidor, resolva estas questões:

a) Em um triângulo isósceles, dois dos ângulos sempre possuem medidas iguais. Qual a me-
dida dos ângulos c e d?
c=
d=

b) Qual a medida do ângulo x?


c) Num paralelogramo, os ângulos opostos possuem a mesma medida. Qual a medida dos
ângulos a e b?
a=
b=

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Matemática 4aEtapa

d) Qual a medida dos ângulos y e z, sabendo que são ângulos congruentes?


y=
z=

Sabendo mais...
O encantamento dos mosaicos

Os mosaicos a seguir são formados por polígonos regulares. Um polígono é regular quando
possui todos os lados congruentes e todos os ângulos congruentes.
Sem usar transferidor, calcule a medida dos ângulos ao redor do ponto A para comprovar se
os polígonos se encaixam.

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Educação para Jovens e Adultos

Agora, um desafio para você!


Observe estas composições feitas com polígonos regulares. Pelo desenho, a impressão que
temos é o encaixe de todas as peças. Mostre se isto é verdade ou não para cada composição.

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2 - EJA - 4 ETAPA - MAT - MIOLO.indd 112 17/05/18 14:58


Unidade 7
Triângulos

Vamos conversar
Analisando os desenhos, notamos a frequência do uso dos triângulos. Trata-se de uma das
figuras geométricas mais estudadas na Geometria. É o polígono mais simples; com o menor
número de lados e ampla variedade de propriedades específicas que são, muitas vezes, de
grande utilidade prática.

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Educação para Jovens e Adultos

Você conhece mão-francesa?


É um suporte, um apoio que sustenta um objeto, que neste caso, apoia o telhado.
Por falar em propriedades específicas, vamos à comprovação de uma delas.

Hora de agir
Utilizando palitos de sorvete e percevejos, construa uma estrutura triangular e uma qua-
drangular. Em seguida, tente mover os palitos de cada uma delas.
• Qual delas você conseguiu mover?
• O triângulo construído possui uma estrutura rígida?
• Faça uma exposição de fotos ou recortes de revista onde é nítida a presença e a utilidade dos
triângulos.

Classificação de triângulos quanto aos lados e quanto aos ângulos

Utilizando régua e transferidor, meça os lados e os ângulos destes triângulos.

Em seguida, construa em seu caderno uma tabela com todas as medidas encontradas.
Identifique cada triângulo, acima, de acordo com as características, e copie em seu caderno:
• Triângulo obtusângulo possui um ângulo obtuso (maior que 90°).
• Triângulo isósceles tem dois lados e dois ângulos congruentes.
• Triângulo equilátero possui três lados e três ângulos congruentes.
• Triângulo escaleno não tem lados congruentes.
• Triângulo acutângulo tem os três lados agudos (menores que 90°).
• Triângulo retângulo possui um ângulo igual a 90°.

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Matemática 4aEtapa

Hora de agir
Será que é sempre possível construir um triângulo dadas as medidas dos três segmentos?
Ou existe uma relação entre essas medidas para que elas sejam lados de um triângulo? Uti-
lizando canudos e linha, tente construir uma estrutura triangular com as seguintes medidas:
• Corte 3 pedaços de canudo com 5 cm, 6 cm e 9 cm e passe a linha pelos 3 pedaços e amarre.
O que você notou? Comente com seus colegas.
• Agora, com medidas 5 cm, 6 cm e 11 cm. O que aconteceu? Comente com seus colegas.
• Por fim, com medidas 5 cm, 6 cm e 13 cm. A que conclusão chegou? Comente com seus
colegas.
Após conferir as possibilidades de construção, podemos afirmar que:

Em qualquer triângulo, a medida de cada lado é menor que a soma


das medidas dos outros dois lados.

Atividades problematizadoras

Para recordar:
Perímetro de um
polígono é a soma
das medidas de seus
lados.

1. O perímetro de um triângulo equilátero é 24 cm. Quais as medidas dos lados desse triân-
gulo?

2. Em um triângulo isósceles, sendo , calcule a medida do terceiro lado,


sabendo que o perímetro é 9 cm.

3. Num triângulo retângulo, os ângulos agudos deste triângulo são representados pelas me-
didas (4x + 26°) e (3x – 20°). Pergunta-se:
a) Qual é o valor de x?
b) Quais são as medidas dos ângulos agudos deste triângulo?

4. Seria possível construir triângulos com estas medidas? Justifique.


• 3 cm, 3 cm e 5 cm?
• 3 cm, 2 cm e 5 cm?
• 3 cm, 4 cm e 5 cm?
• 3 cm, 4 cm e 8 cm?

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Educação para Jovens e Adultos

Sabendo mais...
Relações no triângulo
1. Em qualquer triângulo, a medida de um ângulo externo é igual à soma das medidas dos
ângulos internos não adjacentes a ele.

2) Em qualquer triângulo, ao maior ângulo opõe-se o maior lado e vice-versa.

Altura, mediana e bissetriz de um triângulo


O fio de prumo é um importante instrumento utilizado pelos pedreiros na construção civil.

116

_EJA - 4 ETAPA - BOOK.indb 116 19/04/18 17:33


Matemática 4aEtapa

Discuta com seus colegas para que serve e de que é feito esse instrumento.
Podemos dizer que, quando o fio de prumo está perfeitamente alinhado com a parede, ou
seja, está perpendicular ao solo, a parede foi construída corretamente. O fio de prumo nos dá
a ideia de uma mediatriz.
Acompanhe a construção de um triângulo.

O traço em vermelho é a mediatriz do segmento DE. A mediatriz determina o ponto F e o


segmento AF é a medida da altura do triângulo ABC em relação ao segmento BC.
Altura de um triângulo é o segmento que liga um dos vértices ao lado oposto e é perpendi-
cular a esse lado. Todo triângulo tem três alturas. O ponto de encontro das retas é chamado
ortocentro.

Quando traçamos as 3 medianas de um


triângulo podemos encontrar o ponto de equi-
líbrio ou centro de gravidade do triângulo.
A mediana é o segmento que une um vérti-
ce ao ponto médio do lado oposto. O encontro
das 3 medianas de um triângulo é um ponto
chamado baricentro. Sabemos que a bissetriz
é uma semirreta que divide um ângulo em dois
ângulos congruentes. Em um triângulo, pode-
mos construir a bissetriz dos três ângulos, as
quais têm um ponto em comum, no qual é de-
nominado de incentro.

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Educação para Jovens e Adultos

Atividades problematizadoras
1. Usando uma equação, determine a medida de cada ângulo do triângulo:

2. Observe os triângulos e identifique, em cada um, o lado maior e o lado menor.

3. Observe os triângulos e identifique, em cada um, o ângulo maior e o ângulo menor.

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2 - EJA - 4 ETAPA - MAT - MIOLO.indd 118 17/05/18 14:59


Unidade 8
Quadriláteros

Os quadriláteros são polígonos com quatro lados e sua utilidade é bem variada, desde pipas
às grandes construções.
Observe os quadriláteros na malha quadriculada. Construa em seu caderno uma tabela
como esta e assinale com um X nas características correspondentes a cada um:

119

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Educação para Jovens e Adultos

QUADRILÁTEROS
Características Quadriláteros Retângulo Losango Paralelogramo

Os lados opos-
tos são paralelos

Os lados opos-
tos são con-
gruentes
Os 4 lados são
congruentes
Os 4 ângulos
são retos
As diagonais são
congruentes
As diagonais se
cortam ao meio
As diagonais são
perpendiculares

Trapézio
O trapézio também é um quadrilátero. Observe estes trapézios e faça um quadro em seu
caderno e escreva as características correspondentes a cada um deles:

Características
Eixos de
Trapézio Lados Ângulos Diagonais
simetria
Retângulo
Isósceles
Qualquer ou es-
caleno

120

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Matemática 4aEtapa

Soma dos ângulos internos de um quadrilátero


Experimentalmente, podemos obter a soma das medidas dos ângulos internos de um qua-
drilátero da seguinte maneira:

Todo quadrilátero pode ser decomposto em dois triângulos, então podemos determinar a
soma das medidas dos ângulos internos usando a fórmula:
Si = (n – 2) . 180°
Onde n é o número de lados.
Si é a soma dos ângulos internos

Atividades problematizadoras
1. Um quadrilátero tem lados de medidas (em cm) x; 2x; 24 e 34 e perímetro de 103 cm.
Nessas condições, determine a medida x e os dois lados desconhecidos.

2. Três ângulos de um quadrilátero medem 50°, 70° e 110°. Calcule a medida do quarto ân-
gulo desse quadrilátero.

3. Se as medidas dos ângulos internos de um quadrilátero são expressas por x + 25°x + 20°;
2x + 35° e 3x, quais são as medidas desses ângulos?

4. As medidas de dois ângulos opostos de um paralelogramo são expressas por 4x + 1 e


6x – 21°. Nessas condições, determine as medidas de todos os ângulos.

5. Em um losango, um dos ângulos mede 125°. Determine a medida de um dos ângulos


agudos desse losango.

121

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Unidade 9
Circunferência e círculo

Hora da pesquisa
Uma das maiores invenções do homem foi a roda. No antigo Egito, os transportes de gran-
des pesos eram feitos em cima de toras de madeira, puxadas por animais, que foram substi-
tuídas por discos de madeira. Com o tempo estes discos se tornaram mais leves e velozes por
causa de aberturas que foram feitas nelas. Esses discos foram sendo aperfeiçoados até che-
garem, aos dias de hoje, à roda com raios. Grandes máquinas e motores são movimentados
com o giro de rodas. No século XIX, surgem as bicicletas com raios de arame nas rodas. A roda
torna-se uma presença constante e a funcionalidade da forma redonda motivaram estudos
profundos sobre suas propriedades.

122

_EJA - 4 ETAPA - BOOK.indb 122 19/04/18 17:33


Matemática 4aEtapa

A circunferência é uma linha, cujos pontos estão todos no mesmo plano à mesma distância
de um ponto fixo desse plano. Veja alguns elementos da circunferência.

• Raio: é qualquer segmento


que une o centro a qualquer
ponto da circunferência.

• Corda: é qualquer segmen-


to que une dois pontos dis-
tintos da circunferência.

• Diâmetro: é qualquer seg-


mento que une dois pontos
distintos da circunferência,
passando pelo centro.

O perímetro de uma figura é igual ao comprimento dela. Podemos dizer que o contorno da
circunferência é igual ao comprimento dela. Um dos instrumentos que utilizamos para traçar
uma circunferência, com maior precisão, é o compasso.

Círculo: é a figura formada por todos os pontos de uma circunferência (contorno) e pelos
pontos da região interna a ela.

123

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Educação para Jovens e Adultos

Hora de agir
Usando diversos objetos circulares com perímetros diferentes e barbante, vamos realizar
alguns cálculos. Em seu caderno, faça uma tabela e registre: nome do objeto, comprimento do
contorno (perímetro) e diâmetro.
Escreva a razão entre a medida do comprimento da circunferência e a medida do diâmetro
de cada objeto.
O que você notou?
O número que você encontrou é, aproximadamente, igual a 3,14. Esse número recebe um
“nome” especial: Pi e é representado pela letra grega π.
Então você viu que

Atividades problematizadoras
1. Um CD tem a forma de um círculo com raio de 6 cm e as capas para CD são quadradas.
Qual é a menor medida possível para o lado desses quadrados?

2. Calcule o comprimento aproximado de uma circunferência que tem:


a) raio de 12 cm;
b) diâmetro de 45 cm;
c) raio de 28,5 cm.

3. Três pistas para competições de ciclistas têm o mesmo centro. Um ciclista deu 10 voltas
na pista que possui 60 metros de diâmetro. Quantas voltas ele teria que dar nas outras pistas
para percorrer a mesma distância?

124

_EJA - 4 ETAPA - BOOK.indb 124 19/04/18 17:33


Matemática 4aEtapa

Ângulos centrais e a construção de polígonos regulares

Em uma mesma circunferência, ângulos centrais congruentes


determinam cordas congruentes, e vice-versa.

A construção de um polígono regular baseia-se na construção de uma circunferência e na


divisão do ângulo central de 360° em partes iguais. Para construirmos um pentágono regular,
procedemos da seguinte maneira:

Uma reta e uma circunferência


No estudo das posições das retas em relação a uma circunferência, a distância do centro à
reta s será denominada de d.

Reta secante d < r Reta tangente d = r Reta externa d > r


Corta a circunferência em Tem apenas um ponto em Não tem ponto em comum
dois pontos. comum com a circunferência. com a circunferência.

Propriedades da reta tangente


• A distância do centro O à reta t é a medida do segmento OT, perpendicular à reta t. Como OT
representa o raio dessa circunferência, podemos dizer:

125

_EJA - 4 ETAPA - BOOK.indb 125 19/04/18 17:33


Educação para Jovens e Adultos

Qualquer reta tangente a uma circunfe-


rência é perpendicular ao raio no ponto de
tangência.

• A figura seguinte nos mostra dois segmentos, PA e PB, tangentes à circunferência e aos tra-
çados de um mesmo ponto P exterior.

• Se de um ponto P exterior a uma circunferência traçamos os segmentos PA e PB, tangen-


tes à circunferência nos pontos A e B, então, os segmentos PA e PB são congruentes.

Posição relativa de duas


circunferências
As circunferências são ex-
ternas. Se indicarmos por d a
distância entre os centros O1
e O2 das circunferências, te-
mos d > r1 + r2.

126

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Matemática 4aEtapa

As circunferências são tangentes externas e, neste caso, d = r1 + r2 .

Ângulos inscritos
Ângulo inscrito é todo ângulo que tem vértice na circunferência e lados secantes a ela.

ˆ é um ângulo inscrito. Ele determina, na circunferência, o arco AC. A esse ângulo inscrito
ABC
corresponde um ângulo central que determina, na circunferência, o mesmo arco AC.

Existe uma relação entre as medidas desses ângulos.

Qualquer ângulo central mede o dobro do ângulo inscrito que determina o mesmo arco.

127

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Educação para Jovens e Adultos

Atividades problematizadoras
1. Construa um octógono regular inscrito em uma circunferência com 3 cm de raio.

2. Um arco AB tem 5 cm de comprimento. Ele é determinado por um ângulo central de 40°,


em uma certa circunferência. Quanto mede o raio dessa circunferência?

3. Considerando r o raio da circunferência e d a distância da reta s até o centro da circunfe-


rência, classifique a reta s em relação à circunferência, quando:
a) r = 2,5 cm
d = 2 cm
b) r = 2,5 cm
d = 2,5 cm
c) r = 2,5 cm
d = 4 cm

4. Quais são as medidas dos arcos correspondentes aos ângulos centrais nas seguintes cir-
cunferências?

5. Quais são as medidas do arco BRA e do arco ASM, sendo AÔC reto?

128

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Matemática 4aEtapa

6. Determine o valor de a nas figuras seguintes:

7. Calcule em cada caso o perímetro do triângulo ABC:

129

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Unidade 10
Sistema de equações do 1º grau

Hora da leitura
Coordenadas
Você já deve ter visto ou até procurado em um guia de ruas a localização de um determina-
do lugar.
Para facilitar, existem “letras”, “números” e até um quadriculado que nos ajudam na locali-
zação.
(A, 2)
(B, 3)
(C, 1)
Basta observar as coordenadas dadas pelas letras na horizontal e pelos números na vertical:
(Par ordenado) onde (A, 2) A é o x (horizontal) e 2 é o y (vertical).
As coordenadas são muito importantes na localização de um avião no espaço, de um lugar
na superfície da Terra e, ainda, em pontos no plano como vimos no guia. A Matemática criou
um modo particular de representar pontos no plano. Como ela trabalha com diversos conjun-
tos numéricos, precisamos ampliar um pouco a ideia contida nos mapas dos guias de cidades.
Imagine o plano (pode ser a página do caderno) dividido em 4 partes iguais. Cada parte é um
quadrante e as linhas perpendiculares serão orientadas, determinando os eixos que se inter-
ceptam na origem (0, 0).

130

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Matemática 4aEtapa

Esse é o plano cartesiano, as-


sim denominado em homenagem
ao filósofo e matemático francês,
René Descartes (1596-1650), que
o idealizou.

131

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Educação para Jovens e Adultos

Hora da pesquisa
Converse com o professor de Geografia sobre as coordenadas geográficas e pesquise sobre
os aparelhos que medem a localização de pessoas, regiões, objetos. Traga, para a sala, o dese-
nho de um planisfério e discuta com seu professor e colegas.

Hora de agir
1. Forme grupo com seus colegas, analise as situações e resolva-as usando qualquer método:

2. Descubra quantos gramas tem cada ovo de páscoa.

132

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Matemática 4aEtapa

• Comente com seu professor e seus colegas o método que


usou.
• Qual das 3 situações foi mais simples de resolver? Justifique.
Agora vamos resolver duas situações por métodos diferen-
tes. Fique atento! Quando Bruno nasceu, seu pai tinha 23 anos.
Hoje, a soma das idades de Bruno e de seu pai é 59. Qual a
idade atual de cada um? Para resolver esse tipo de situação,
podemos usar a Álgebra e escrever um sistema de equações.

Veja: x+y=59
x-y=23
No qual representamos:
x a idade do pai;
y a idade do filho.
Vamos usar o método da adição para encontrar a solução desse sistema. Antes, converse
com os colegas sobre esta afirmação: quando adicionamos os membros correspondentes de
duas igualdades, obtemos uma nova igualdade.

Observe:

x + y = 59
x - y = 23
2x = 82
x = 82 : 2
x = 41 (seta) idade do pai

Uma vez que o valor de x já é conhecido, podemos substituí-lo em uma das equações, por
exemplo, na equação x + y = 59 e determinar o valor de y.
x + y = 59 → 41 + y = 49
y = 59 – 41
y = 18 → idade de Bruno
Assim, Bruno tem hoje 18 anos e seu pai, 41.
Outro processo é o método da substituição.
Paula quer saber o peso de seu gato, Toco, porém ele não fica um minuto sequer sobre a
balança. Então, primeiro, Paula sobe à balança sozinha. Depois sobe na balança segurando
Toco no colo.
O “peso” de Paula e de Toco, juntos, é 32 kg. O “peso” de Paula é 7 vezes o de Toco. Qual
o “peso” de cada um? Para resolver essa situação, podemos usar a Álgebra, escrevendo um
sistema de equações do 1º grau com duas incógnitas.

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Educação para Jovens e Adultos

Veja: x+y=32
x=7y
No qual representamos:
x o “peso” de Paula;
y o “peso” de Toco.
Vamos utilizar o processo da substituição para encontrar a solução desse sistema de equa-
ções. O valor de x na segunda equação é 7y. Vamos substituir esse valor na primeira equação
do sistema:
x+y=32 x=7y
7y + y = 32
8y = 32
Uma vez que o valor de y já é conhecido (y = 4), podemos substituí-lo na equação x = 7y e
determinar o valor de x:
x+y=32 x=7y
x = 7y
x = 7.4
x = 28 “peso” de Paula
Para comprovarmos se o par ordenado (28, 4) é a solução do sistema, basta substituir os
valores de x e y nas duas equações.
Verificação:

Resolver um sistema de duas equações do 1º grau com duas incógnitas é encontrar o par
ordenado (x; y) que é a solução, ou seja, que satisfaça, ao mesmo tempo, as duas equações.

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Matemática 4aEtapa

Atividades problematizadoras
1. Transforme as situações em um sistema de equações e resolva-as:
a) Ricardo comprou um livro e um CD para seu neto e pagou R$ 120,00. Felipe comprou dois
livros e um CD do mesmo tipo e pagou R$ 150,00. Qual o preço do CD? E o do livro?
b) Juca criava 75 animais em sua fazenda, entre cabras e marrecos. Quando um visitante
perguntava quantos animais de cada espécie ele tinha, Juca respondia: “Na última contagem,
havia registrado 210 patas...”. Mostre como decifrar a charada de Juca usando um sistema de
equações e calcule o número de cabras e de marrecos que joça criava.
c) A soma de dois números é 3. A diferença entre eles é 2. Quais são esses dois números?

2. Utilize o método que achar mais prático e resolva os seguintes sistemas:


a) 3x-2y=10 c) 2x+y=1
5x+2y=22 3x-4y=29
b) 2a-b=-3 d) 3x+2y=58
6a+b=7 x=y=23}

Sabendo mais...
Toda equação do 1º grau com duas incógnitas pode ser representada graficamente. No grá-
fico, os pontos que representam as soluções estão sempre em linha reta. Essa representação
gráfica fica mais simples quando feita em uma folha de papel quadriculado.
Vamos examinar um exemplo.
Equação: x + y = 3
Tabela:
x y
1 2
2 1
0 3
–1 4

135

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Educação para Jovens e Adultos

A reta que contém esses pontos é a solução gráfica da equação x + y = 3


Sabemos que por dois pontos passa uma única reta; então, para construir o gráfico de uma
equação do 1º grau com duas variáveis, devemos:
• determinar dois pontos que sejam solução de equação;
• localizar esses pontos no plano cartesiano;
• traçar a reta que passa por esses pontos.
Exemplo:
Vamos construir o gráfico da equação 2x + y = 5

x y (x,y)
1 3 (1,3)
–1 7 (–1,7)

Hora de agir
1. Represente graficamente em um mesmo plano cartesiano, o sistema:
x+y=7
x+y=7
Tabelas: x+y=7
x-y=3

x+y=7 x-y=3
x y (x, y) x y (x, y)
2 4
3 6

Responda:
a) Qual a posição das retas no gráfico?
b) O que significa o ponto P?

136

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Unidade 11
Conjuntos e relações numéricas

Enquanto os biólogos classificam os seres vivos, os matemáticos classificam os números e as


formas geométricas. As classificações são feitas formando conjuntos. Ao conjunto dos núme-
ros que usamos para contagens, damos o nome de conjunto dos números naturais: formado
pelos números inteiros positivos e o número zero.
N = {0 , 1 , 2 , 3 , 4 , 5 , 6 , 7...}

Aos números que representam débitos, quedas, déficits etc., denominamos de números
negativos, e a partir do zero, formam o conjunto dos números inteiros.
Z = {...,–3 ,–2 ,–1 ,0,1 ,2 ,3 ,...}

Já os números necessários para indicar medidas, como as frações ou os decimais, ou seja,


números que podem ser escritos como quociente de dois números inteiros, sendo que o
divisor deve ser diferente de zero, formam o conjunto dos números racionais, representado
pela letra Q, que lembra quociente.
Assim, considerando os conjuntos N, Z e Q, temos o seguinte diagrama:

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Educação para Jovens e Adultos

Podemos dizer que o conjunto dos números naturais está contido no conjunto dos números
inteiros e o conjunto dos números inteiros está contido no conjunto dos números racionais.
Indicamos por N C Z C Q.

Atividades problematizadoras
1. Escreva no seu caderno a que conjunto numérico cada um desses números pertencem:
a) 32%
b) –100 reais
c) 4.000
d) 147
e) 0,888...
f)
2. Efetuando no caderno cada divisão, apresente na forma decimal cada fração:

a)

b)

c)

d)

e)

f)
Quando uma fração gera (dá origem a) uma dízima periódica, ela é chamada de fração ge-
ratriz. Mas, como encontrar a fração geratriz de uma dízima? Vamos obter a fração geratriz das
dízimas 0,666... e 0,787878...

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Matemática 4aEtapa

Sabendo mais...
Ao realizar todas as divisões, todas as frações geram uma dízima periódica. As dízimas pe-
riódicas pertencem ao conjunto dos números racionais. Nas dízimas, os algarismos que se
repetem formam o período. As dízimas podem ser:
Escritas de forma abreviada, como por exemplo:
7,111... = 7,1 ou 0,565656... = 0, 56.
Escreva, de forma abreviada, as dízimas encontradas nas divisões que você realizou:

Como o período desta dízima tem um algarismo, multiplicamos x e 0,666... por 10 para que
a parte decimal do número não seja alterada. Em seguida, resolvemos a equação:

Como o período desta dízima tem dois algarismos, multiplicamos x e 0,787878... por 100
para que a parte decimal do número não seja alterada. Em seguida, resolvemos a equação:

Observe a obtenção da fração geratriz da dízima 1,1666...:

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Educação para Jovens e Adultos

Atividades problematizadoras
1. Resolva as questões:
a) Todas as frações do quadro, colocadas na forma decimal, dão dízimas periódicas. Encon-
tre essas dízimas.

2/9 4/9 71/99

3/9 21/99 127/999

b) Do exercício a você pode deduzir uma das regras para transformar dízimas em frações.
Use essa regra e escreva na forma de fração:
• 0,555...
• 0,535353...
• 0,778778...
• 2,535353...

Sabendo mais...
Não pense que a classificação terminou. Dentre os números que você conhece, há outros
além dos racionais. Alguns exemplos são: √2, √7e p.
Esses números não podem resultar da divisão de dois números inteiros e formam o conjun-
to dos números irracionais, que representamos por I. Para completar a classificação, reuniu-
-se Q e I, formando o conjunto R (números Reais).

140

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Matemática 4aEtapa

Na prática, para situarmos o valor de uma raiz quadrada, calculamos seu valor aproximado
(por falta ou por excesso).
Exemplo:

Então, temos = 3,8 (por falta), pois 3,8 • 3,8 = 14,44 ou 3,9 (por excesso), pois 3,9 • 3,9
= 15,21.

Atividades problematizadoras
1. Os matemáticos provaram o seguinte teorema:
“A raiz quadrada de um número natural que não é quadrado perfeito é um número irracional.”
a) Os números 0, 1, 4 e 9 são os primeiros quadrados perfeitos. Quais são os dez seguintes?
b) Diga quais destes números são irracionais:

c) Calcule, com aproximação de décimos, as raízes quadradas (por falta e por excesso) dos
números irracionais.

Inequações do 1° grau
Um espião enviou, ao seu comando, o nú-
mero x de mísseis do inimigo. É uma mensa-
gem em código.
Quantos mísseis tem o inimigo?
Analise a seguinte situação: o triplo de
um número somado com 2 é maior do que
o dobro desse número menos 3. Quais po-
dem ser os valores para esse número? Po-
demos escrever essa situação por meio de
uma desigualdade:
3x + 2 > 2x – 3

141

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Educação para Jovens e Adultos

Subtraindo 2x de ambos os lados:


3x + 2 – 2x > 2x – 3 – 2x
x+2>–3
Subtraindo 2 de ambos os lados:
x + 2 –2 > –3 – 2
x > –5
Assim, temos como solução da desigualdade qualquer número real maior do que –5. Resol-
ver uma inequação é determinar os valores que tornam a desigualdade verdadeira.

Sabendo mais...
Quando multiplicamos os dois “lados” de uma desigualdade por um número negativo, o
sentido da desigualdade inverte.

Representação geométrica

Atividades problematizadoras

1. Resolva as inequações, sendo U = Q:


a) 3x + 2 > –7
b) 2 – 4x > –14
c) 2x – 3 > 5x + 1
d) 3x – 4 > 5x – 10
e) 4 (x+3) > 2(x –1)
f) 7 (x–2) < 2(3x+4)

Em sua vida
Pesquise em bulas de remédio as prescrições médicas quanto à dosagem, ao peso e à idade.
Elabore uma tabela e, por meio de desigualdades, registre os dados encontrados:

142

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Unidade 12
A potenciação e suas propriedades

Dado um número real a e um número natural n (sendo n ≠ 0), a potência a elevar a n é um


produto de n fatores e igual ao número real a.

Podemos observar na potenciação que:


4² = 4 • 4 = 16, o resultado de um número real positivo elevado a um número natural par ou
ímpar é um número positivo.
(– 3² = (– 3) • (– 3) = 9, o resultado de um número real negativo elevado a um número natu-
ral par (n ≠ 0) é um número positivo.
(–2)³ = (–2) • (–2) • (–2) = –8, o resultado de um número real negativo elevado a um número
natural ímpar (n ≠ 0) é um número negativo.
–5² = – (5 • 5) = –25, o resultado de uma potência de expoente natural diferente de zero, par
ou ímpar, precedida de um sinal negativo é um número negativo.

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Educação para Jovens e Adultos

Casos especiais
Expoente 1
Considere a potência 71.
O expoente 1 indica que o número 7 aparecerá uma vez, ou seja:
71 = 7
Então, podemos afirmar que todo número elevado a expoente 1 é igual ao próprio número.
Expoente 0

Observe o quadro:

74 = 2.401
73 = 343
72 = 49
71 = 7

De cima para baixo, temos:


Os expoentes diminuem de 1 em 1: 4, 3, 2 e 1.
Os resultados são divididos por 7: 2.401, 343, 49, 7.
Continuando assim, na próxima potência teremos como resultado 1, então: 70= 1.
Podemos facilitar determinados cálculos, utilizando as propriedades das potências:

Generalizando (sendo a um
Potências de mesma base Numericamente número real e m e n núme-
ros inteiros)

Produto 62 ∙ 65 = 62+5 = 67 am ∙ an = am+n

Quociente 45 : 42 = 45–2 = 43 am ∙ an = am–n (a ≠ 0)

Potência de potência (52)4 = 52 ∙ 4 = 58 (am)n = am ∙ n

Generalizando (sendo a e
Potências do
Numericamente b números reais e m um
mesmo expoente
número inteiro)

(4 ∙ 6)2 = 42 ∙ 62 = 242
Produto (a ∙ b)m = am ∙ bm
(4 ∙ 6)–2 = 4–2 ∙ 6–2 = 24–2

(12 : 6)5 = 125 : 65 = 25


Quociente (a : b)m = am : bm (b ≠ 0)
(12 : 6)–4 = 12–4 : 6–4 = 2–4

144

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Matemática 4aEtapa

Notação científica
Quando trabalhamos com números muito grandes ou muito pequenos, usamos uma repre-
sentação especial com potências de base 10, a qual chamamos de notação científica.

Na notação científica, convencionou-se escrever apenas um algarismo na parte inteira do


número decimal. Isso é representado por meio de um produto de dois fatores onde um deles
é um número real n (1 ≤ n < 10) e o outro é uma potência de base 10.
• 4.679,56 = 4,67956 · 103 → Como 4.679,56 foi dividido por 1.000 (4,67956), multiplicamos
o resultado por 1.000 (10³) para que o valor do número não se altere.
• 0,000123 = 1,23 · 10–4 → Como 0,000123 foi multiplicado por 10.000 (1,23), multiplicamos
o resultado por 0,0001 (10–4) para que o valor do número não se altere.

Atividades problematizadoras
1. Usando os sinais de = ou ≠, compare as potências:

2. O número de diagonais de um polígono pode ser obtido pela expressão algébrica:

Nessa expressão, n representa o número de lados do polígono. Nessas condições, quantas


diagonais tem um polígono de:
a) 6 lados?
b) 10 lados?

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Ciências
4aEtapa

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Unidade 1
Como nós, seres vivos, somos organizados?

A ciência é repleta de porquês. É claro que existem muitos porquês no nosso cotidiano: Por
que existimos? Do que somos formados? Por que respiramos? Por que e como pensamos?
Por que precisamos beber água? Por que precisamos de ar puro? E a ciência está aí para res-
ponder a todas essas questões. Discuta com seus colegas e o professor alguns porquês do seu
cotidiano. Tente achar respostas e compartilhe-as.

A hora da leitura
Organização geral dos seres vivos
Os seres vivos são organizados em diferentes níveis:

células → tecidos → órgãos → sistemas → organismos

Todos os seres vivos são formados por células, por isso ela é considerada a unidade básica
de um ser vivo. Existem seres vivos unicelulares, formados por uma única célula, como algu-
mas bactérias, por exemplo, e, ainda, seres vivos pluricelulares ou multicelulares, formados
por duas ou até bilhões de células.
Porém nem todas as células são iguais, na verdade elas se diferenciam em sua forma, função
e localização nas diferentes partes do corpo de um ser vivo.

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Ciências 4aEtapa

A célula pode ser descrita como uma unidade funcional envolvida por uma membrana e
constituída por citoplasma e núcleo. Tanto o núcleo como o citoplasma são formados por
partes menores.
A membrana celular controla a entrada e a saída de substâncias na célula. O cito-
plasma é a maior porção da célula, compreendida entre a membrana e o núcleo.
Seu componente mais abundante é a água. Nele encontram-se corpúsculos,
que são os "pequenos órgãos" da célula, por isso denominados organelas. O
núcleo funciona como centro de controle da célula; nele encontram-se os
cromossomos, filamentos de DNA que representam o material genético do
indivíduo. Todo o metabolismo da célula depende do núcleo.
Um conjunto de células que exercem uma mesma função forma um
tecido, o conjunto desses tecidos forma um órgão, vários órgãos inter-
ligados formam um sistema, e o conjunto de sistemas integrados for-
ma um organismo, o indivíduo, um ser vivo pluricelular, por exem-
plo, nós, seres humanos.
O corpo humano é formado por sistemas complexos e organizados,
com diferentes órgãos, tecidos e células. Esses sistemas são: ósseo,
esquelético, muscular, nervoso, respiratório, circulatório, digestores,
excretor, reprodutor, entre outros.

Sistema muscular do corpo humano.

Atividades escritas

1. As células são todas iguais? O que muda de uma célula para outra?

2. Por que podemos dizer que a célula é a unidade funcional de um ser vivo? Podemos dizer
que as células também respiram, se alimentam e se reproduzem?

3. Por que a morte das células velhas ou desgastadas não traz problemas ao organismo?

4. Escreva, em seu caderno, duas funções importantes da membrana, do citoplasma e do núcleo.

5. Será que a célula vegetal é igual à célula animal?

6. Você já ouviu falar em teste de DNA? O que ele tem a ver com o núcleo das células?

Hora da pesquisa
As pesquisas com células-tronco têm levantado novas polêmicas no meio científico, pois po-
dem ser usadas de forma inadequada. Pesquise em livros, revistas e na internet sobre o tema,
por exemplo: O que são estas células e qual sua importância? Para que podem ser usadas,
onde se encontram, a que tecido fazem parte?

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Educação para Jovens e Adultos

Já vimos que as células formam todos os


nossos órgãos, da raiz dos cabelos até as
unhas dos pés. É hora de pesquisarmos sobre
cada um dos sistemas do nosso organismo.
Procure em livros, revistas e na internet, tra-
gam as fotos dos órgãos e onde se localizam
em nosso corpo. Apresente os resultados de
sua pesquisa para a sala.

Hora de agir
Escolha uma pessoa da sala, que deverá ser o molde do corpo humano. Peça que essa pes-
soa se deite sobre uma folha de papel pardo ou kraft, mantenha os braços e as pernas um
pouco distantes do corpo com as mãos abertas e dedos afastados.

Faça os contornos do corpo dessa pessoa em vários papéis, um para cada sistema. Em gru-
pos, colem ou desenhem os órgãos que compõem cada sistema. Depois, preguem os cartazes
na sala. Pronto, esse é o ponto de partida para o estudo dos sistemas do nosso corpo.

Hora da leitura
Sistema respiratório
Os seres vivos inspiram o oxigênio e expiram o gás carbônico num processo chamado respi-
ração. O sistema respiratório é formado pelas vias respiratórias e pelos pulmões, com o auxílio
do músculo diafragma, que divide o tórax do abdômen e se localiza logo abaixo dos pulmões.
O ar passa pelas vias respiratórias, formadas por cavidade nasal, faringe, laringe, traqueia,
até chegar aos pulmões, que são formados por brônquios, bronquíolos e alvéolos, onde ocor-
re a troca gasosa.
Os pulmões encontram-se localizados na cavidade torácica conhecida como mediastino.

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Ciências 4aEtapa

Os movimentos realizados durante o processo respira-


tório ocorrem pela movimentação dos músculos intercos-
tais e pelo diafragma. Os músculos intercostais estão loca-
lizados entre as costelas e promovem uma elevação dos
ossos nessa região, aumentando o espaço na cavidade to-
rácica. O diafragma é uma membrana muscular localizada
entre o tórax e o abdômen, que, da mesma forma que os
músculos intercostais, quando se movimenta, aumenta o
espaço na cavidade torácica. Nesse movimento de expan-
são e retração da caixa torácica, os pulmões se enchem de
oxigênio. No interior dos pulmões encontramos os alvéo-
los, que são envolvidos por finos vasos sanguíneos. As trocas gasosas ocorrem desse contato,
há liberação do oxigênio para a corrente sanguínea, e o gás carbônico é eliminado desta para
o ar atmosférico pela expiração.
O oxigênio que permanece no organismo é levado pelo sangue para todas as regiões do
corpo e é utilizado na respiração de cada célula. Dentro de cada célula, a glicose (açúcar) é
combinada com o oxigênio, ocorrendo uma quebra desses compostos. Essa quebra origina
energia, que é o combustível para manter a célula viva. O resultado dessa reação química é o
dióxido de carbono (C02) e a água (H20), que são jogados na corrente sanguínea e voltam para
os alvéolos pulmonares, onde são eliminados para o ar atmosférico por meio da expiração.
Por isso, quando expiramos próximo a um espelho ou vidro, podemos ver o vapor de água
sobre essas superfícies. Esse vapor provém de todas as células de seu corpo.
Sistema circulatório ou cardiovascular
O sistema circulatório tem a função de transportar nutrientes, gases e outras substâncias
por todo o corpo. No corpo humano, como também em todos os animais vertebrados, o sis-
tema circulatório é do tipo fechado, e a circulação é feita por artérias, veias e capilares, cujo
centro é o coração, uma verdadeira bomba que, a partir de contrações, empurra o sangue
para todo o corpo.
O coração é formado por quatro cavidades: dois átrios e dois ventrículos.
Possui aproximadamente 300 gramas e é capaz de bombear todo o sangue,
5 litros, que circula pelo corpo, em apenas um minuto, com média de 72
batimentos. Ele é um músculo que apresenta movimentos (contrações)
involuntários, ou seja, que não podemos controlar seus batimentos.
Os impulsos que mantêm esses batimentos cardíacos ocorrem no pró-
prio coração, numa região do átrio direito.
A precisão do funcionamento do coração faz com que o sangue
arterial - rico em oxigênio - não se misture com o sangue venoso -
rico em gás carbônico.
O sangue flui do corpo ao coração pelas veias cavas - inferior e
superior - e flui dos pulmões ao coração pelas veias pulmonares
- direita e esquerda. As veias cavas carregam o sangue venoso

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Educação para Jovens e Adultos

para dentro do átrio direito - este sangue vem das trocas de gases na respiração de cada célula
do nosso corpo, por isso é rico em gás carbônico. Do átrio direito o sangue vai para o ventrículo
direito, que sai dali pela artéria pulmonar sendo levado para os pulmões. Nos alvéolos pulmo-
nares, o gás carbônico, presente no sangue, é substituído por oxigênio. Temos, agora, o sangue
arterial, rico em oxigênio, que sai dos pulmões e chega ao coração, levado no interior das veias
pulmonares até o átrio esquerdo. Quando o átrio esquerdo se contrai, empurra o sangue para
o ventrículo esquerdo, que, novamente, se contrai e empurra o sangue arterial para dentro da
artéria aorta, a qual levará o sangue para todas as regiões do corpo, do cérebro à ponta do pé.
As veias apresentam as paredes finas, e nelas são encontradas válvulas que impedem o reflu-
xo do sangue. As artérias apresentam uma parede bem resistente, que suporta fortes pressões
exercidas pelo sangue. A pressão com que o sangue sai do coração é tão forte que o impede de
voltar. A principal artéria do corpo humano é a aorta, que envia o sangue rico em oxigênio para o
cérebro e para os órgãos posicionados na porção inferior do corpo. Veias e artérias se ramificam
tornando-se mais finas, as quais recebem o nome de capilares - pequenos vasos que possuem
um papel importante nas trocas gasosas e de nutrientes entre o sangue e os tecidos.
O sangue transporta as substâncias que garantem o funcionamento de todas as células do
nosso corpo. O sistema circulatório (ou cardiovascular) leva nutrientes, gases, hormônios, vi-
taminas, açúcar, entre outros elementos essenciais para a manutenção do organismo, bem
como coleta todas as substâncias impróprias que sobram das reações químicas, eliminando-as
com o auxílio de outros sistemas, como o excretor e o respiratório.
O sangue é constituído por células - como os glóbulos vermelhos, os glóbulos brancos e as
plaquetas, compondo 45% dele, e pelo plasma, parte líquida correspondente a 55% do vo-
lume sanguíneo. O plasma é constituído por 90% de água e 10% de proteínas, sais minerais,
glicose, gordura, aminoácidos, entre outros.
Dentro das hemácias (glóbulos vermelhos) encontra-se a hemoglobina, pigmento que dá
a cor vermelha ao sangue. É essa proteína que se liga aos gases, transportando-os. Tais cé-
lulas sanguíneas existem em grande quantidade no sangue - com níveis normais entre 4,5 e
5 milhões por mm3 de sangue. As hemácias são formadas na medula vermelha dos ossos e
têm uma característica interessante: elas não possuem núcleo, portanto não se reproduzem,
e duram cerca de 120 dias; depois disso, são destruídas, e novas células são produzidas para
substituí-las. Na molécula de hemoglobina existe ferro, obtido na alimentação. A falta desse
mineral na alimentação faz com que o número de glóbulos vermelhos diminua e o paciente
apresente um quadro de anemia.
Sistema linfático
A linfa é semelhante ao plasma sanguíneo, mas contém células de defesa, enzimas, anticor-
pos, leucócitos, entre outras. A linfa, assim como o sangue, percorre capilares que formam os
vasos linfáticos. No sistema linfático há gânglios linfáticos, que produzem um tipo de glóbulo
branco conhecido como linfócito, que é responsável pelo combate aos agentes patogênicos
(que causam doenças).
Quando temos uma infecção, os gânglios localizados mais próximos ao local infectado incham.

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Ciências 4aEtapa

Gânglios linfáticos no organismo.

Eles são conhecidos popularmente como ínguas. Ao receber uma mensagem de uma infec-
ção, os gânglios aumentam de tamanho, pois ocorre uma maior produção de linfócitos, que
são enviados para combater os agentes que causam a infecção.

Atividades escritas

1. Que órgãos o ar percorre desde sua entrada pelas fossas nasais até chegar aos alvéolos
pulmonares?
2. Qual é a relação entre o sangue e os pulmões?
3. Em que órgão o sangue venoso se torna arterial?
4. Em que órgãos o sangue arterial se torna venoso?
5. Quando os átrios direito e esquerdo se contraem, quais valvas devem estar abertas e
quais devem estar fechadas?
6. Que substância dá a cor vermelha ao nosso sangue, em que célula ela se encontra e qual
é a sua função?
7. Procure, no dicionário, o significado das palavras: anticorpos, coagulação sanguínea, val-
vas, plasma, hemograma, linfa, enfisema pulmonar e miocárdio. Escreva no caderno e leia
para seus colegas.
8. Você já ouviu seus batimentos cardíacos? O que acontece no coração para provocar tal som?

Curiosidades
O som do coração é causado pelo fechamento das valvas do coração e das artérias - aorta e pul-
monar. A abertura das válvulas das veias não provoca vibração suficiente para que possamos ouvir.
Vá até um colega próximo, ouça seus batimentos e veja que podemos perceber dois sons: um
mais fraco e outro mais forte. O primeiro som, mais fraco, ocorre pelo fechamento das valvas
que separam os átrios dos ventrículos. O segundo, bem mais forte, provém do fechamento das
valvas das artérias que partem dos ventrículos para o corpo. Esse som é mais forte por causa da
rapidez com que as valvas se fecham para impedir que o sangue volte para os ventrículos.

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Educação para Jovens e Adultos

Vamos conversar
Que problemas de saúde e de ordem social um fumante pode ter?

Hora da pesquisa
Você já tomou vacina? O que a vacina contém que a torna indispensável aos seres huma-
nos? Pesquise em livros e na internet sobre os efeitos das vacinas no nosso corpo, como são
produzidas, quais são as obrigatórias e para que servem. Traga os resultados da pesquisa para
a sala e compare-os com os de seus colegas.

Sabendo mais...
Pressão arterial e hipertensão
Pressão arterial é a pressão que o sangue exerce na parede das artérias. Ela é medida em milíme-
tros de mercúrio. Quando medimos nossa pressão, detectamos duas pressões: a primeira, chama-
da sistólica, é a pressão máxima, que ocorre quando o coração se contrai para a saída do sangue;
já a segunda, quando o coração se dilata para a entrada do sangue, é chamada de diastólica, que
é a pressão mínima. De acordo com a Diretriz Brasileira de Hipertensão Arterial, o nível normal de
pressão para indivíduos adultos é de 130mmHg de máxima e 85mmHg de mínima, ou seja, 13 por
8,5 (13/8,5). Portanto, se sua pressão arterial for maior que 13 por 8,5, você tem hipertensão e
deve procurar um médico. Com qual frequência você mede a sua pressão arterial?
As causas da hipertensão arterial são muitas, tanto internas quanto externas. Os fatores
internos podem ser:
1 - Hereditariedade: algumas pessoas herdam de familiares a predisposição para desenvolvê-la.
2 - Idade: com o envelhecimento, a pressão tende a aumentar em homens e mulheres.
3 - Etnia: sabe-se que os negros são mais propensos à hipertensão arterial do que os brancos.
4 - Obesidade: o excesso de peso aumenta o risco de hipertensão.
Alguns fatores externos podem ser:
1 - O uso excessivo de bebidas alcoólicas.
2 - A vida sedentária e a falta de exercícios, que contribuem para a obesidade.
3 - O tabagismo, que contribui para doenças cardiovasculares, aumenta a pressão arterial.
4 - O excesso de sal nos alimentos: o hipertenso não pode exagerar no sal, pois o excesso
dele na corrente sanguínea provoca aumento da pressão arterial.
5 - O estresse diário: angústia, vida desregrada, excesso de trabalho e ansiedade aumentam
os batimentos cardíacos e contribuem para a elevação da pressão.
Todo hipertenso deve procurar um médico, pois, com um tratamento adequado, ele terá
uma vida normal.

Vamos conversar
Atletas que participam de competições muitas vezes são acusados de usar substâncias proi-
bidas em provas que exigem rapidez e resistência, pois estas aumentam sua capacidade com-
petitiva. A isso dá-se o nome de doping. O uso dessas substâncias pode ser detectado por
meio de exames de urina. Uma dessas substâncias, encontradas em medicamentos para o

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Ciências 4aEtapa

combate da anemia, é a eritropoetina, que acelera a produção dos glóbulos vermelhos. Qual
é a vantagem que esse atleta leva em relação aos seus concorrentes? Por quê? Converse com
seus colegas e professor.

Em sua vida

1. O que você costuma comer? Conte para seus colegas.

2. Você sente azia quando ingere algum alimento?

3. Você toma quantos copos de água por dia? Tente calcular quantos litros são ingeridos.

4. Você sabe o que é excreção? Qual é a sua sensação na hora de urinar?

Hora da leitura
Sistema digestório
O sistema digestório é formado por diversos órgãos: boca, faringe, epiglote, esôfago, estô-
mago, duodeno, intestino delgado, intestino grosso, reto e ânus, além das glândulas anexas,
que são o fígado e o pâncreas.
A digestão é o processo no qual ocorrem as transformações físicas e quí-
micas dos alimentos.
A digestão tem início na boca, órgão de entrada dos alimentos, onde
ocorre a quebra dos alimentos e as primeiras reações químicas. Os dentes
têm uma função mecânica importante na mastigação. O alimento quebra-
do, adicionado à saliva, forma o bolo alimentar, facilitando a sua ingestão.
Após a quebra do alimento, o bolo alimentar é transportado pelo esôfa-
go, órgão composto de músculos lisos que apresenta movimento in-
voluntário - chamado peristaltismo - até o estômago. No estômago,
o bolo alimentar entra em contato com enzimas digestórias, que
são misturadas por movimentos peristálticos da parede muscular
desse órgão. O alimento permanece no estômago por até duas ho-
ras. Após passar por muitas transformações físicas e químicas, que
o quebram em pedaços ainda menores, o bolo alimentar, denomi-
nado de quimo, segue para o intestino delgado atravessando o duo-
deno, onde ocorre a liberação das enzimas do fígado, as quais transfor-
mam as gorduras em gotas menores. O quimo, no intestino delgado, sofre
várias modificações pela ação peristáltica. A quebra do alimento libera os
nutrientes que são absorvidos pelas paredes do intestino delgado e são
transportados para a corrente sanguínea e distribuídos para todos os
outros órgãos. Para aumentar a absorção de nutrientes, as paredes in-
ternas do intestino delgado são formadas por inúmeras vilosidades, elas
aumentam a superfície de contato entre o intestino e o quimo.

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Educação para Jovens e Adultos

No intestino grosso, o quimo passa a se chamar bolo fecal, que passa por um processo de mis-
tura causada pela contração das paredes desse órgão. A partir daí, o bolo fecal é misturado ao
muco - substância produzida pela parede do intestino grosso. Nas primeiras regiões do intestino
grosso ocorre a absorção de água e sódio, além de vitaminas. Depois, com a absorção de água, o
bolo fecal adquire um aspecto sólido e fica armazenado por algum tempo no reto, antes de ser
eliminado pelo ânus. Nesse período, as bactérias do intestino grosso agem sobre as fezes, resul-
tando em gases que contribuem para a flatulência e o odor característico das fezes.

Glossário
Flatulência: eliminação de gases produzidos pelo intestino grosso.

Sistema urinário ou excretor


O sistema excretor é formado pelos rins, ureteres, bexiga e uretra.
Sabemos que as proteínas são formadas por aminoácidos e que nem todas as proteínas são
assimiladas pelo organismo. Sendo assim, acabamos por acumular uma quantidade desneces-
sária desses aminoácidos.
Durante a elaboração de proteína, as células produzem uma substância conhecida como amô-
nia. Quando em excesso, a amônia torna-se tóxica, principalmente para as células nervosas, e é
no fígado que ela é transformada em ureia, uma excreta menos tóxica. Isso acontece em todos os
animais mamíferos. A ureia é retirada da corrente sanguínea pelos rins. Os rins apresentam um sis-
tema que filtra e elimina os resíduos e substâncias tóxicas do organismo, embora existam também
outros órgãos que desempenham tal função, como as glândulas sudoríparas. Esse mecanismo é
conhecido como excreção. Os rins têm funções importantes para o organismo, dentre elas, eles
evitam a perda de glicose e aminoácidos, controlam a quantidade de água e de sais no plasma.
O sangue sempre circula pelos rins, os quais produzem a urina, que passa pelos ureteres até
a bexiga, onde fica armazenada antes de ser eliminada. A urina é formada, basicamente, por
água, sais minerais, ureia e ácido úrico.
A bexiga tem capacidade de 500 ml, porém um adulto consegue segurar a micção - ato de
urinar - até 700 ml. Entre a bexiga e a uretra, canal que leva a urina para fora do corpo, há um
anel muscular chamado esfíncter interno, cuja contração impede a saída da urina para a ure-
tra. Mas a abertura desse esfíncter interno é involuntária, ou seja, uma vez cheia a bexiga, a
urina pode passar. Então, nós não conseguimos segurar a urina pelo menos por algum tempo?
Conseguimos sim! Graças a outro esfíncter posicionado na uretra, voluntário, isto é, sua aber-
tura depende da nossa vontade. Ambos os esfíncteres são musculares: o interno é controlado
por células nervosas, já o externo, por nossa vontade. Quando a bexiga se enche, a urina força
a parede muscular desse órgão. Essa pressão manda para o cérebro, por meio de impulsos
nervosos, uma mensagem de necessidade de vazão, daí o cérebro relaxa a musculatura do
esfíncter interno e nos dá vontade de ir ao banheiro. Quem não faz a gente passar vergonha é
o esfíncter externo, que só relaxa depois que chegamos ao lugar certo.
O sistema excretor é de grande importância para uma boa saúde, uma vez que nele ocor-
rem a filtração e a eliminação de substâncias que estão em excesso, como a vitamina C e as

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Ciências 4aEtapa

do complexo B, que são solúveis em água, e resíduos tóxicos ao organismo, como a ureia e
o ácido úrico.

Atividades escritas

1. Explique o que vêm a ser digestão e excreção.

2. Imagine: Pedro, por algum distúrbio, não é mais capaz de produzir saliva. Será que ele
terá problemas com a digestão dos alimentos?

3. Que adaptações do intestino humano estão relacionadas ao aumento da área de absor-


ção de nutrientes?

4. Como as fezes são formadas no intestino grosso?

5. Por que os bebês não conseguem segurar a urina? E as mulheres grávidas, por que vão
tanto ao banheiro?

6. Que substâncias estão em menor quantidade no plasma sanguíneo da veia renal em com-
paração com as do plasma arterial?

7. O que aconteceria a uma pessoa se os rins deixassem de funcionar? Justifique a sua resposta.

Sabendo mais...
Como comer direito?
A regra básica é quanto menos gordura, melhor. Uma
dieta baseada em frutas, verduras, cereais e carnes ma-
gras reduz a hipertensão e a taxa de colesterol. Mas certos
tipos de gordura, como Ômega 3, encontrado em peixes,
ajudam a combater a formação de placas na corrente san-
guínea. Uma alimentação equilibrada pode ser tão eficaz
quanto um medicamento.
Revista Veja, 11 de julho de 2001.

Vamos conversar
As funções de nutrição para a sobrevivência de um indivíduo são digestão, circulação, res-
piração e excreção. Converse sobre essas funções com seu professor e colegas e responda, no
caderno, às questões:

1. Como as quatro funções estão interligadas?

2. Até onde cada uma das quatro funções depende uma da outra?

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Educação para Jovens e Adultos

3. Há motivos para que elas ocorram separadamente?

4. Por que existem médicos especialistas para cada um dos sistemas - gastroenterologista,
cardiologista, pneumologista e urologista - se o nosso corpo é todo integrado?
A respiração celular é um processo que gera energia necessária para a sobrevivência da cé-
lula. Converse com seus colegas e o professor sobre a relação que podemos fazer entre esse
processo e as funções exercidas pelo sistema respiratório, pelo sistema cardiovascular e pelo
sistema digestório.

Hora da pesquisa
Qual a relação do pâncreas com o diabetes? Procure em livros, revistas e na internet infor-
mações sobre o pâncreas, como e em que ele age na diabetes.

Curiosidades
Será que todos os animais que possuem rins eliminam o mesmo tipo de excreta?
Como nós, os animais também utilizam aminoácidos para produzir energia, portanto, tam-
bém produzem amônia. Porém, nem todos os animais conseguem transformar amônia em
ureia, como acontece em nossas células. Na natureza existem três substâncias químicas li-
beradas para o ambiente como excretas, que são chamadas de compostos nitrogenados: a
amônia, a ureia e o ácido úrico. Veja o quadro a seguir, que apresenta alguns grupos animais, o
composto nitrogenado mais comum em sua excreção e o ambiente em que vivem:

COMPOSTO
ANIMAL HABITAT
NITROGENADO
Peixes Tubarão Ureia Aquático

Lambari Amônia Aquático

Anfíbios Girino Amônia Aquático

Sapo adulto Ureia Semiaquático

Tartaruga Ureia e ácido úrico Terrestre

Répteis Lagarto Ácido úrico Terrestre


Amônia e um pouco
Jacaré Semiaquático
de ácido úrico
Aves Beija-flor Ácido úrico Terrestre

Mamíferos Macaco Ureia Terrestre

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Ciências 4aEtapa

Em sua vida

1. Você sente alguma dor nos ossos, por exemplo, na coluna, no joelho etc.? Conte para seus
colegas e o professor.

2. A que se deve essa dor?

3. Quando você corre, por exemplo, sente alguma dor na região do abdômen? Por que você
acha que ela aparece?

4. Você já sofreu alguma fratura óssea? Como foi? Conte para seus colegas o que sentiu no
momento e como a fratura foi tratada.

Hora da leitura
Sistemas ósseo e muscular
O ser humano apresenta 206 ossos distribuídos por todo o corpo, que são formados por cé-
lulas diferenciadas que produzem uma proteína chamada colágeno. Os ossos são depósitos de
cálcio e fosfato, o que faz com que sejam resistentes e desempenhem funções importantes: a
sustentação do corpo e, juntamente com o sistema muscular, a locomoção. Você consegue se
imaginar sem um esqueleto? Como seria seu corpo?
Os ossos apresentam, no seu interior, as medulas, que são respon-
sáveis pela produção de células que dão origem aos glóbulos verme-
lhos, glóbulos brancos e plaquetas, além de apresentarem células
armazenadoras de gorduras, que funcionam como reserva nutritiva.
Você já ouviu falar em transplante de medula? Sabe para que ser-
ve? Sem a produção dessas células produzidas na medula, o siste-
ma de defesa do organismo - o sistema imunitário - fica debilitado e
pode levar o indivíduo à morte.
Os ossos estão associados a uma rede de músculos que são respon-
sáveis pelo nosso movimento. Os músculos são formados por células
conhecidas como fibras musculares. Além dos músculos, os ossos tam-
bém se encontram presos a ligamentos que unem um osso a outro. Tais
ligamentos, compostos de substâncias que promovem a elasticidade e o
movimento, são as articulações.
A ruptura dos ligamentos pode causar sérios danos e impossibili-
tar a movimentação, como andar, correr e nadar.
Sistema nervoso ou neural
Em todos os movimentos do corpo ocorre a participação das células do sistema nervoso. O
sistema nervoso é formado, principalmente, por células conhecidas como neurônios. Um neurô-
nio é ligado a outro, formando uma rede que transmite as informações por impulsos elétricos,
os quais induzem os impulsos nervosos por meio de um processo chamado de sinapse.

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Educação para Jovens e Adultos

As células nervosas conduzem os impulsos elétricos que percorrem todos os sistemas do


corpo. Quando um neurônio morre, raramente ele é recuperado. Hábitos prejudiciais, como
consumo de álcool e drogas, são os principais responsáveis pela morte de neurônios.
Os nossos cinco sentidos - o paladar, o olfato, a audição, a visão e o tato - são fenômenos que
ocorrem por meio de impulsos elétricos dos neurônios, que transmitem as informações para
regiões específicas do cérebro, que as traduzem e de imediato dão as respostas. Por exemplo,
quando encostamos a pele em uma superfície quente, retiramos a mão na hora - isso ocorre
porque as células daquela região mandam impulsos nervosos para o cérebro que entende,
traduz e faz com que nossos músculos e ossos façam um movimento rápido e afastem a pele
dessa superfície nociva, por exemplo, uma panela quente.
Isso já aconteceu com você? Quanto tempo você demorou para se afastar da fonte de calor?
Você percebe a importância do nosso cérebro e das células nervosas para evitar acidentes?

Curiosidades
A pele é o maior órgão do nosso corpo, formada pelo tecido epitelial, que, por sua vez, é for-
mado pelas células epiteliais. Sua função é revestir e proteger nosso organismo contra microrga-
nismos, que podem nos causar doenças. Um portador de Aids, por exemplo, pode vir a perder
muitas células de defesa que também existem na pele, causando rachaduras e feridas, que são
aberturas para a entrada de bactérias, fungos e outros microrganismos causadores de doenças.
Outra inflamação que pode aparecer na pele é o furúnculo, que é um abcesso que pode
começar com um simples pelo encravado. Ele não deve ser espremido nem coçado, pois a
abertura da pele pode servir de abrigo para bactérias, aumentando a inflamação.
Puxe a sua pele. Observe o que acontece. Você verá que ela volta para o lugar graças à elas-
ticidade natural que ela possui. Porém, pessoas mais
idosas, ou pessoas que tiveram grande exposição ao
sol, perdem colágeno e elastina, que são os responsá-
veis pela elasticidade. Beber bastante água nos ajuda
a ter uma pele saudável.
Outra função da pele é o tato. Por meio dele perce-
bemos o ambiente, se um objeto está quente ou frio,
se uma superfície é áspera ou lisa, e muitas outras sen-
sações. A pele de nossas mãos é mais sensível ao tato
- mesmo com os olhos fechados conseguimos identifi-
car os objetos ou, pelo menos, como é sua textura.

Atividades escritas

1. Cite três importâncias do sistema nervoso, do sistema muscular e do sistema ósseo para
o nosso corpo.

2. Responda às questões referentes aos sistemas estudados até agora:


a) Que ossos protegem os pulmões e o coração?

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Ciências 4aEtapa

b) Que órgãos o nosso crânio protege?


c) Qual é o órgão do nosso sistema nervoso que as vértebras protegem?

3. Escreva no caderno o nome de órgãos que possuam músculos dos seguintes sistemas:
a) Circulatório
b) Respiratório
c) Digestório
d) Urinário

4. Escreva alguns cuidados que devemos ter para manter saudáveis as células dos nossos
sistemas ósseo, muscular e nervoso.

5. Explique com suas palavras, por meio de um exemplo, como o nosso sistema nervoso nos
protege de situações de perigo.

Hora da pesquisa
A vitamina D é importante para a absorção de cálcio e fosfato pelo intestino. Pesquise em revis-
tas, livros e na internet informações sobre essa vitamina e responda às questões: Uma dieta pobre
em vitamina D pode ocasionar que tipo de problema para os ossos? Que alimentos nos fornecem
esse tipo de vitamina? Aproveite e traga material com informações de outras vitaminas.

Hora de agir
Montem um mural com todas as vitaminas importantes para o bom funcionamento do nos-
so organismo, os alimentos que as fornecem e em que órgãos elas são sintetizadas. Ilustre
com fotos dos alimentos e pregue no pátio da escola. Assim, todos irão aprender!

Vamos conversar
Alimentos transgênicos
As modernas técnicas de engenharia genética permitem que genes
sejam retirados de um organismo e colocados em outros. Esses ge-
nes alteram a sequência do DNA (onde ficam armazenadas todas
as informações dos seres vivos) e podem tornar os organismos
receptores capazes de produzir novas substâncias ou se adap-
tar a novos ambientes. Esses organismos geneticamente modi-
ficados são os conhecidos transgênicos e podem ser tanto ani-
mais quanto vegetais. Ainda existe muita polêmica em torno
das vantagens e desvantagens dessa manipulação, pois poucas
pesquisas a respeito foram concluídas. Sendo assim, responda
à pergunta: Você utilizaria um animal ou um vegetal transgênico
na sua alimentação? Tragam informações sobre quais produtos
transgênicos estão nas prateleiras dos supermercados.

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Educação para Jovens e Adultos

Hora da leitura
Sistema reprodutor no homem
O sistema reprodutor masculino é formado por pênis, escro-
to, testículos, epidídimo, próstata, canal deferente e glândulas
seminais.

Nos testículos, pela ação dos hormônios, dentre eles, a


testosterona, são produzidos os espermatozoides - gametas
masculinos ou células reprodutoras masculinas - que ficam
armazenados temporariamente no epidídimo. As glândulas
seminais e a próstata liberam líquidos ricos em substâncias
nutritivas, que contribuem para a manutenção da atividade
normal dos espermatozoides. Esses líquidos também são libera-
dos antes da ejaculação, para lubrificar o canal da uretra e facilitar a passagem do esperma
em seu interior no momento da ejaculação, que ocorre com o pênis ereto, no final de uma
relação sexual.
Os espermatozoides são produzidos durante toda a fase adulta do homem, que começa
entre os 11 e 13 anos, na puberdade. Eles são células formadas por uma cabeça, onde se
encontra o núcleo que leva o material genético paterno, e um flagelo, responsável por sua
movimentação em meio líquido. O objetivo do espermatozoide é encontrar o óvulo, por isso
ele se desloca até o útero e as tubas uterinas à procura do seu alvo, para penetrá-lo e unir o
material genético do pai com o da mãe, processo conhecido como fecundação, formando o
zigoto - que dará origem ao feto, o bebê que se desenvolverá no útero.
Sistema reprodutor na mulher
O sistema reprodutivo feminino é formado por vagina, útero, tubas uterinas e ovários.

Os gametas femininos são os óvulos, que são produzidos


nos ovários antes do nascimento da mulher, mas permane-
cem inativos até a maturidade, que se inicia após a primei-
ra menstruação. Na puberdade, o corpo da menina come-
ça a sofrer mudanças visíveis: surgem os pelos pubianos,
e as mamas se desenvolvem.
Durante a fase reprodutiva da mulher, por ação de hor-
mônios, dentre eles a progesterona e o estrógeno, a cada
período de 28 dias a um mês, um desses óvulos pode atingir
a maturação. Nesse momento, o útero é preparado para uma pos-
sível gestação com o desenvolvimento do endométrio - camada que
reveste o útero internamente com alta vascularização de sangue. Se
não ocorrer a fecundação, o endométrio entra em processo de descamação rompendo a pa-
rede do útero, provocando uma hemorragia: a menstruação. Na menstruação, as camadas do

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Ciências 4aEtapa

endométrio são expelidas com o auxílio das contrações do


útero. O ciclo menstrual é marcado pela sequência de even-
tos no período de 28 dias, daí o nome.
O início da menstruação marca o final de um ciclo mens-
trual e o início de um novo. Após 14 dias do início da mens-
truação, ocorre a liberação do óvulo pelo ovário e sua migra-
ção para uma das tubas uterinas - lá ele começa seu caminho
até o útero e pode ser fecundado ou não. Durante essa fase,
as glândulas mamárias aumentam de tamanho, podendo ge-
rar desconforto, com dores localizadas.
O resultado da fecundação é a gravidez, a partir da forma-
ção do zigoto e, posteriormente, do embrião, que será nutri-
do pela placenta, ligação da mãe com o feto. A gestação na
espécie humana pode durar, aproximadamente, 40 semanas.
Nesse período, a mulher não ovula e, por isso, não mens-
trua. Após esse período, são iniciadas as contrações uterinas,
que expulsam o bebê pelo canal da vagina até o meio exter-
no, pelo parto normal.
Existem vários métodos para evitar a gravidez, dentre eles, o uso de pílulas anticoncepcio-
nais, as camisinhas masculina e feminina, o DIU (dispositivo intrauterino), o diafragma, esper-
micidas, entre outros.
Muitas doenças são transmitidas por meio do ato sexual, dentre elas a Aids, a sífilis, a gonorreia,
o herpes, o HPV, entre outras. Para evitar tais doenças, é recomendado o uso de preservativos.

Atividades escritas

1. Cite uma função dos líquidos produzidos pelas glândulas seminais e pela próstata que
compõem o sêmen.

2. Quais são os hormônios principais envolvidos na maturação dos gametas masculinos e


femininos?

3. Como uma gravidez pode ser evitada?

4. Como ocorre a fecundação? Escreva o caminho do óvulo até o encontro com o espermatozoide.

Hora da pesquisa
Nós nos reproduzimos de forma sexuada, por meio do encontro de dois gametas, um mas-
culino e um feminino. A reprodução sexuada permite a mistura de material genético nos des-
cendentes. Pesquise na internet, em revistas e livros uma vantagem e uma desvantagem desse
tipo de reprodução.

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Educação para Jovens e Adultos

Hora da leitura
Métodos anticoncepcionais
É aconselhável que toda mulher procure um médico antes de iniciar sua vida sexual, para,
além de fazer os exames necessários, ele indicar os métodos contraceptivos mais adequados,
lembrando que nem todo método ideal para uma mulher é o indicado para outra, por causa
da estrutura corporal, da idade e das taxas hormonais de cada uma. Deve, também, manter
frequência constante ao ginecologista e, no caso de gravidez, devem ser feitos todos os exa-
mes de acompanhamento pré-natal.
Para evitar a gravidez, vários são os métodos utilizados, alguns eficazes, outros nem tanto.
Vamos conhecer alguns?
Métodos de barreira
Camisinha masculina - Envoltório em forma de saco, feito
de látex (borracha) muito fino. É colocado no pênis ereto an-
tes da relação sexual. Possui um espaço em sua extremidade
que serve com o reservatório e recolhe o sêmen, impedindo
que ele extravase e entre na vagina. A camisinha é um dos
métodos mais eficazes, sendo o mais barato e mais simples
de ser utilizado. Também é útil na prevenção de infecções
sexualmente transmissíveis (IST) e Aids.
Camisinha feminina - Com o formato de uma bolsa de
plástico flexível ou látex, possui dois anéis que auxiliam na
sua colocação e fixação no corpo da mulher, sendo utiliza-
da para revestir a vagina internamente impedindo o contato
com o sêmen. É um método também bastante eficaz, mas Camisinhas masculina e feminina.
não tão barato quanto a camisinha masculina.
Diafragma - Dispositivo de borracha em forma de cúpula com um anel flexível ao seu redor.
É inserido na vagina até 6 horas antes da relação sexual e retirado entre 6 e 24 horas depois. O
diafragma recobre a entrada no útero impedindo a passagem dos espermatozoides e deve ser
utilizado juntamente com pomadas espermicidas. Existem diferentes tamanhos de diafragma,
portanto, a mulher deve consultar um médico para indicar o ideal.
Método químico
Espermicidas - Pomadas ou cremes com substâncias que matam ou enfraquecem os es-
permatozoides. São colocados na vagina antes da relação sexual e devem ser utilizados em
associação com outros métodos com o diafragma.
Método mecânico
Dispositivo intrauterino (DIU) - Pequeno dispositivo de plástico com formas variadas. É
inserido no útero por um médico, que também verifica as condições de a mulher utilizar ou
não este método e se é o mais adequado. O DIU pode conter um fio de cobre em torno de
sua estrutura ou hormônio progesterona, com liberação lenta no útero. Os dois tipos atuam

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Ciências 4aEtapa

impedindo a implantação da célula-ovo, pois sua presença no útero promove alterações no


endométrio, como sua inflamação pela presença do cobre, ou seu não desenvolvimento, cau-
sado pela progesterona. Uma mulher pode ficar com o DIU por um período de até cinco anos.
Métodos hormonais
Pílulas anticoncepcionais - Administradas diariamente por um período
de 21 dias, seguido de um intervalo de sete dias. Tem constituição
hormonal em diferentes dosagens, sendo o médico quem in-
dica qual o mais indicado para cada mulher após exame
clínico e ginecológico. Atualmente, é um dos méto-
dos mais utilizados.
Anel vaginal - Utilizado dentro da vagina, com
composição semelhante à das pílulas anticoncepcionais, mas
com dosagens mais baixas de hormônios, que são liberados lentamente no local e, com isso,
causando efeitos colaterais menores. A mulher permanece com o anel por três semanas e o
substitui por outro sete dias após sua retirada.
Implante de progesterona - Cápsulas de implantação subcutânea que inibem a produção
do hormônio luteinizante, responsável pela ovulação, também promovem alteração no muco
cervical, no endométrio e nas trompas. Elas têm duração de até três anos.
Pílula do dia seguinte - Utilizada em situações de emergência, quando outro método con-
traceptivo tenha falhado ou sido esquecido. Deve ser utilizada até 72 horas após a relação
suspeita. Não é aconselhável utilizar com frequência, pois apresenta altas taxas de hormônios,
que podem promover efeitos colaterais.
Métodos cirúrgicos
Laqueadura - Corte ou bloqueio das trompas na mulher, impedindo o encontro do óvulo
com os espermatozoides. É aconselhável para mulheres que não desejam ter mais filhos, pois
é de difícil reversão.
Vasectomia - Corte ou bloqueio dos canais deferentes, impedindo a saída dos espermato-
zoides na ejaculação. O homem não deixa de ejacular após a vasectomia, pois ainda continua
com a produção e liberação dos líquidos da próstata e da vesícula seminal, apenas seu sêmen
não contém mais espermatozoides. Pode ser revertido, nem sempre com sucesso, até dez
anos após a cirurgia.
Métodos naturais e comportamentais
Temperatura basal - A mulher deve medir sua temperatura corporal todos os dias, verifi-
cando uma leve queda um dia antes da ovulação e um pequeno aumento de um a dois dias
depois. Nesse período devem ser evitadas as relações sexuais. Não é um método eficaz.
Muco cervical - O útero produz um muco que é liberado na vagina, sendo este amarelado
ou esbranquiçado, espesso e pegajoso. No período da ovulação, esse muco se apresenta mais
intenso e menos pegajoso, período que a mulher evita relações sexuais como forma de con-
tracepção. Não é um método confiável, podendo o muco ser confundido muitas vezes com
corrimento ocasionado por alguma infecção.

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Educação para Jovens e Adultos

Tabelinha ou método do calendário - Consiste na observação constante do ciclo menstrual,


mas também não é um método eficiente na contracepção, pois a maioria das mulheres não
apresenta um ciclo menstrual regular, variando um ou mais dias a cada mês. Muitas mulheres
têm seu ciclo menstrual alterado por diversas condições ambientais, incluindo estresse emo-
cional. Sendo assim, é muito difícil saber o período fértil de cada mulher, que corresponde aos
quatro dias anteriores e quatro dias posteriores à liberação do óvulo, e não há nenhum sinal
eficiente para detectá-lo, pois o único é a menstruação, que ainda vai ocorrer 14 dias após a
ovulação. Não havendo nenhum tipo de previsão, o ideal é adotar outros métodos e ter a "ta-
belinha" apenas como controle de seu ciclo menstrual.
Sexo sem penetração - Troca de carícias, muitas vezes com masturbação mútua. Vale a pena
chamar a atenção para os devidos cuidados quanto ao contato do sêmen com a vagina, que,
em muitos casos, pode ocasionar a fecundação.
Abstinência - Simplesmente deixar de fazer sexo.

Vamos conversar
Leia o texto a seguir e discuta com seus colegas e o professor sobre os temas tratados.
Cuide-se: corpo e mente!
Infecções sexualmente transmissíveis (IST)
São diversas as infecções transmitidas sexualmente, mas todas elas podem ser prevenidas
apenas com o cuidado nas relações sexuais, como o uso da camisinha, que, além de um méto-
do contraceptivo, é o único meio de se evitar a maioria das IST.
Outro cuidado muito importante é a higiene pessoal e a constante verificação dos genitais.
Todas essas doenças apresentam como sinais comuns ardor, feridas, mau cheiro, corrimento
e coceira. Detectando qualquer uma dessas anomalias, um médico deve ser imediatamente
procurado para que um problema simples não se torne grave futuramente.
Higiene genital
A higiene dos genitais é algo que deve ser feito diariamente, incluindo a troca das roupas íntimas,
que também não devem ser compartilhadas. A mulher deve sempre lavar a vulva com o jato d'água
no sentido de frente para trás evitando, assim, qualquer contaminação por bactérias provenientes
do ânus. O homem deve ter uma atenção especial para o prepúcio, pele que recobre a glande,
devendo ser feita, diariamente, a higiene dessa região para evitar o acúmulo de uma secreção cha-
mada esmegma, que pode promover infecções pelo acúmulo de microrganismos. Algumas vezes,
o homem tem seu prepúcio retirado cirurgicamente (circuncisão), o que facilita a higiene do pênis.
Aids - Síndrome da Imunodeficiência Adquirida
Doença causada pelo vírus HIV, transmitida pelo contato sexual ou também por fluidos cor-
porais como o sangue. Seu único método de prevenção no contato sexual é a utilização da
camisinha masculina ou feminina.
Pode atingir tanto homens quanto mulheres de todas as classes sociais, não sendo uma
doença exclusiva para um ou outro grupo de risco, mas sim para comportamentos de risco,
como a relação sexual sem as precauções devidas.

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Ciências 4aEtapa

Toda relação sexual, de qualquer forma, seja vaginal, anal, seja oral, deve ser feita com o uso
da camisinha, independentemente de o parceiro ser conhecido ou não. Não se deve nunca
arriscar, pois o portador do vírus nem sempre tem sinais aparentes. Indivíduos com vida sexual
ativa devem fazer o exame de sangue frequentemente, pois, quanto antes iniciar o tratamen-
to, é mais fácil controlar a doença, cuja cura ainda não foi descoberta. Esses indivíduos porta-
dores não transmitem o vírus pelo convívio diário, pelo contato pessoal, como carinho, beijo
no rosto ou abraço, nem mesmo pela relação sexual quando se utiliza o preservativo. Portanto,
mantendo o tratamento, podem ter uma vida comum e não devem ser discriminados.
Camisinha sem lubrificante - São encontradas à venda camisinhas sem lubrificante especí-
ficas para a prática de sexo oral. A lubrificação pode ser feita em seguida com géis à base de
água para realizar com mais facilidade a penetração.

Hora de agir
Montem e espalhem pela escola cartazes que devem conter informações sobre reprodução
e sexualidade. Vocês podem utilizar informações das seções "Hora da leitura”, vistas anterior-
mente. Como este é um assunto atual e faz parte da vida de todos nós, temos certeza de que
será um sucesso. Então, vamos ao trabalho!

Em sua vida

1. Você acabou de estudar a matéria sobre o corpo humano. Procure no dicionário os sig-
nificados da palavra matéria.

2. Dê exemplos de matéria que você conhece.

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Unidade 2
Matéria

Hora da leitura
Estudando as propriedades da matéria. Vamos observar o ambiente?
Aquilo que nos cerca, todas as coisas que podemos tocar, pegar, por exemplo, uma planta,
uma caixa de madeira, um caderno, os alimentos, além de outras que não podemos tocar, mas
podemos ver, como as estrelas, e outras ainda que podemos somente sentir, como o ar que
respiramos e o vento, que nos tocam, tudo isso é matéria.
Façamos um teste: se colocarmos algumas dessas coisas em uma balança, perceberemos
que todas elas possuem uma quantidade de massa, que é medida a partir de um padrão pré-
-estabelecido. Você perceberá que todas as coisas que podemos enxergar, pegar ou sentir têm
as mesmas características: elas ocupam um lugar no espaço e têm massa.
Dizemos, então, que tudo que ocupa lugar no espaço e tem massa é matéria. Ela apresen-
ta algumas propriedades, ou características gerais, específicas e funcionais. Vamos aprender
quais são essas propriedades?
Propriedades gerais da matéria
A extensão indica o espaço ocupado pela matéria. Esse espaço corresponde ao volume da
matéria considerada. Quando colocamos produtos de limpeza em um armário, por exemplo,
os lugares vazios vão sendo preenchidos até que se ocupem todos os espaços disponíveis.
Quando organizamos os produtos em um armário, eles ocuparão lugares que não poderão ser
preenchidos por outros materiais - esta é a propriedade da impenetrabilidade.

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Ciências 4aEtapa

Dizemos então que dois corpos não po-


dem ocupar o mesmo lugar no espaço ao
mesmo tempo.
Compressibilidade é a propriedade que
a matéria tem de diminuir seu volume
(tamanho) sob a ação de outras forças - a
pressão, por exemplo. Se empurrarmos o
êmbolo de uma seringa de injeção, com
o orifício de saída tapado, perceberemos
que o êmbolo irá parar em um certo ponto,
dependendo da força exercida. Dessa ma-
neira, podemos dizer que o ar pode ter seu
volume comprimido, ou seja, reduzido.
A elasticidade é a característica que a matéria tem de poder voltar a tomar a forma original depois
de cessada a força que causa a compressão. Por exemplo, depois de comprimir o ar dentro da seringa,
ao soltar o êmbolo, o ar retornará a ocupar o espaço original e empurrará o êmbolo para trás.
Na inércia, a matéria não pode modificar a situação em que se encontra, seja ela em repouso,
seja em movimento. Por exemplo, quando um ônibus sai em movimento brusco e estamos em
pé, somos imediatamente arremessados para trás. Isso acontece porque nosso corpo tende a
permanecer parado, na mesma posição em que estava antes de o ônibus entrar em movimento.
Divisibilidade é a propriedade que a matéria
tem de se dividir em partículas menores que a
original. A pedra britada, por exemplo, é for-
mada por partículas de rochas que foram divi-
didas em pedaços bem menores.
Indestrutibilidade é a capacidade que a ma-
téria tem de se transformar, mas não de se
destruir. Por exemplo, quando ocorre a queima
de uma árvore, a madeira é transformada em
fumaça (gases), carvão e cinzas. Portanto, po-
demos dizer que a matéria não pode ser criada
nem destruída, mas sim transformada.
Propriedades específicas da matéria
Além de todas as propriedades gerais, a matéria apresenta outras propriedades particula-
res, como cor, brilho, odor, sabor e textura.
A cor da matéria, na verdade, é dada em função da luz. A matéria pode apresentar cor ou
ser incolor, ou seja, não possuir coloração nenhuma. Quando a luz branca atinge a superfície
de uma esmeralda, por exemplo, ela se torna de cor verde; porém, quando a mesma luz atinge
a água, ela se apresenta incolor.
Odor é a propriedade conhecida como cheiro. Por exemplo, uma flor pode apresentar subs-
tâncias odoríferas - aquelas substâncias que liberam o odor ou perfume. Já outras substâncias
podem ser sem cheiro, ou seja, inodoras, como é o caso da água e de alguns metais.

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Educação para Jovens e Adultos

O sabor também é outra propriedade da matéria. As substâncias têm sabores diferentes; por
exemplo, o jiló é amargo, o açúcar e o mel são doces, o limão é azedo. As substâncias que têm
sabor são conhecidas como sápidas, e as que não têm são as insípidas, por exemplo, a água.
A matéria pode ter ainda texturas lisa, rugosa ou áspera, entre outras. Uma pedra preciosa,
como o diamante, pode ficar lisa depois de polida. Outras matérias já apresentam a superfície
áspera, como tronco de uma árvore, por exemplo. A textura da matéria é sentida pelo tato -
toque na superfície.
O brilho é a característica que a matéria possui de refletir a luz que recebe. O diamante
consegue emitir o brilho por meio do reflexo da luz nas partes polidas (lisas), mas nem toda
matéria tem essa propriedade - nesse caso, dizemos que ela é opaca, sem brilho, como, por
exemplo, a madeira.
Conhecendo os estados físicos da matéria
As substâncias na natureza podem ser encontradas em três esta-
dos físicos diferentes: sólido, líquido e gasoso, de acordo com as
condições de temperatura e pressão.
A matéria no estado sólido apresenta partículas com alta
resistência a deformações - por exemplo, a madeira, uma
barra de ouro, o ferro etc.
No estado líquido, as partículas que formam a maté-
ria se apresentam unidas por uma força que não é tão
intensa a ponto de impedir que elas se movimentem
para determinadas direções. Dessa maneira, os líqui-
dos têm volume constante, mas a forma sempre vai ser
a do recipiente que o contém.
As partículas no estado gasoso apresentam forma e volume variáveis, por exemplo, o ar que
respiramos pode ser comprimido ou expandido nos nossos pulmões. Dessa forma, pode-se
dizer que a força entre as partículas que formam a matéria gasosa é muito fraca, de maneira
que elas se deslocam desordenadamente e em alta velocidade.

Atividades escritas

1. O que é matéria? Dê exemplos do seu cotidiano.

2. Escolha três propriedades da matéria e explique cada uma com exemplos.

3. Analise as frases a seguir e escreva qual das propriedades gerais e específicas da matéria
estão envolvidas em cada caso.
a) Quando colocamos groselha no leite, ela irá se misturar deixando o leite rosado, pois a gro-
selha tem a propriedade de dividir-se em partículas muito pequenas que se espalham pelo leite.
b) Quando enchemos um balão de festa, o ar dos nossos pulmões fica preso no interior do
balão, que pode ser amassado, apertado e adquirir várias formas, voltando à forma original.

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Ciências 4aEtapa

c) Quando colocamos um cubo de gelo em um copo cheio de suco, a tendência do líquido


é transbordar.

4. Complete as frases abaixo:


a) A propriedade que a matéria tem de ocupar lugar no espaço é chamada de _____________.
b) A quantidade de matéria de um corpo é denominada ___________.
c) A propriedade que a matéria tem de não modificar a situação em que se encontra, seja
ela de repouso, seja de movimento, chama-se ___________.
d) A matéria não pode ser criada nem destruída, apenas ______________.

Hora da leitura
Estudando as mudanças de estado físico da matéria
O estado físico da matéria pode mudar por meio de processos de fusão, solidificação, vapo-
rização, condensação e sublimação. Esses processos fazem com que ora a matéria tenha um
estado, ora outro. Por exemplo, se você aquecer um cubo de gelo, ele mudará o estado para
líquido e, se continuar o aquecimento, a água poderá se transformar em vapor.
Nos fenômenos de fusão, vaporização e subli-
mação de uma substância, sempre há aumento da
temperatura e/ou diminuição da pressão. Na soli-
dificação e condensação sempre há perda da tem-
peratura e/ou aumento da pressão.
A fusão é a transformação de uma substância do
estado sólido para o líquido. Cada substância tem
seu próprio ponto de fusão. Veja os exemplos na
tabela a seguir:
Exemplos de ponto de fusão das substâncias

Substância Ponto de fusão °C

Gelo 0

Chumbo 327

Prata 960

Ouro 1.036

Ferro 1.536

Cobre 1.803

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Educação para Jovens e Adultos

Já o processo de solidificação é exatamente o inverso da fusão. A matéria passa do estado


líquido para o sólido, conforme a temperatura baixa. Toda substância tem seu próprio ponto
de solidificação. Veja os exemplos na tabela a seguir:
Exemplos de ponto de solidificação das substâncias

Substância Ponto de solidificação °C

Água 0

Mercúrio -39

Amônia - 78

Éter - 123

Álcool etílico - 144

No processo de vaporização as substâncias mudam de estado, passando do líquido para o


gasoso. A água, por exemplo, após atingir uma temperatura de 100°C, começa a ferver por um
processo denominado ebulição e se transforma em vapor. Veja a tabela:
Exemplos de ponto de ebulição das substâncias

Substância Ponto de ebulição °C

Éter 35

Álcool etílico 78

Água 100

Mercúrio 357

Enxofre 444

Zinco 918

Ferro 3.000

A evaporação é outro processo pelo qual a água passa do estado líquido para o gasoso.
Ela acontece, por exemplo, nas roupas molhadas no varal. A evaporação pode ser au-

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Ciências 4aEtapa

mentada pela ação do vento, da superfície de contato com o ambiente e, também, pelo
aumento de temperatura.
A condensação ou liquefação é a propriedade que a matéria tem de mudar do estado ga-
soso para o líquido, como, por exemplo, o que acontece quando colocamos cubos de gelo em
um copo. Na superfície externa do copo, poucos minutos depois, observa-se a formação de
gotas de água que estavam presentes no ar na forma de vapor.
Exemplos de ponto de condensação das substâncias

Substância Ponto de condensação °C

Oxigênio - 195,8

Hidrogênio -252,7

Hélio - 268,9

Na sublimação, as substâncias passam de maneira espontânea do estado sólido para o ga-


soso, sem ter que passar pelo estado líquido. Na Antártida, por exemplo, as calotas polares
passam a evaporar diretamente, sem derreter. O gelo seco é outro exemplo de substância que
sofre sublimação. Também em casa, a naftalina, que colocamos em armários, sublima.

Vamos conversar
Discuta com seu professor e seus colegas o que você acha sobre as consequências do dege-
lo das calotas polares e seu impacto no ambiente. Quais são as mudanças do estado físico da
matéria que estão envolvidas no degelo das calotas polares?

Atividades escritas

1. Quais são os estados físicos em que a matéria pode ser encontrada?

2. Analise as frases a seguir e descubra qual mudança de estado físico da matéria que as
frases estão indicando.
a) A naftalina que colocamos no guarda-roupa para espantar traças passa do estado sólido
para o gasoso espontaneamente sem passar pelo estado líquido.
b) Quando colocamos uma barra de ouro a uma temperatura de 1.036 °C, ela passará de um
estado para outro.
c) Quando colocamos o alimento para cozinhar em uma panela tampada, ao retirarmos a
tampa, a parte interna desta fica cheia de gotas de água.
d) Quando colocamos as roupas molhadas para secar no varal em um dia muito quente, logo
ela estará seca.

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Educação para Jovens e Adultos

Vamos conversar
A água apresenta algumas propriedades que são: inodora, insípida e incolor. Próximo à sua
casa existe algum lugar onde a água possui cheiro ruim e uma cor esverdeada? Explique de
onde vêm essas características. Essas propriedades são da matéria água?

Curiosidades
"Os ambientalistas alertam que é importante diminuir a produção do lixo. Um jeito de fazer
isso é preferir garrafas retornáveis e usar menos embalagens descartáveis. Outra maneira de
contribuir com a diminuição do lixo é reciclar, transformando materiais usados em novos produ-
tos. A reciclagem ajuda a combater a poluição e a diminuir a destruição do ambiente. Ao reciclar
o papel, por exemplo, evitamos que mais árvores sejam cortadas. Além do papel, o plástico, o
vidro e o alumínio são os materiais mais reciclados. O Brasil é o país que mais aproveita o alumí-
nio, principalmente o das latas de refrigerante e cerveja. Essa reciclagem não exige cuidados es-
peciais. Já no caso do vidro, o processo é mais trabalhoso. O plástico pode ser reutilizado apenas
para alguns produtos, pois perde resistência e elasticidade ao ser reciclado."
Almanaque Recreio, 2003, editora Abril.

Daí a importância de separar o lixo que produzimos. A matéria orgânica - restos de alimentos,
cascas de ovos, pó de café - é facilmente degradada por fungos e bactérias. Sendo assim o impacto
é quase mínimo se jogada em locais apropriados. Muitos restos de matéria orgânica são utilizados
como adubo orgânico, que é excelente para o crescimento de hortaliças e não apresenta nenhum
risco tóxico para o ambiente. A matéria usada para a produção de muitos objetos utilizados no nos-
so dia a dia tem as mais diversas composições químicas, alguns deles demoram pouco tempo para
se decompor, enquanto outros podem permanecer por séculos no ambiente.

Hora da pesquisa
Pesquise sobre objetos feitos com material biodegradável e sua importância para o ambien-
te. Procure imagens desses objetos e elabore um painel.

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Unidade 3
Química

Hora da leitura
O átomo
A palavra átomo tem origem do grego e quer dizer indivisível. Na Grécia antiga, 400 a.C.,
o filósofo Demócrito já afirmava que a matéria era formada por partículas muito pequenas e
indivisíveis, que se agregavam e davam forma às coisas. Durante muitos anos acreditou-se que
o átomo era indivisível, mas no início do século XX, o átomo foi descrito pelos cientistas como
sendo formado por um núcleo central, constituído por dois tipos de partícula: um núcleo con-
tendo os prótons (p) e os nêutrons (n), e uma eletrosfera formada por elétrons (e).
Todo átomo apresenta o mesmo número de prótons e elétrons, mas o número de nêutrons
pode ser diferente do número das demais partículas.

Átomo – núcleo = prótons, nêutrons


Átomo – eletrosfera = elétrons

Sabemos que um átomo é formado,


além das partículas fundamentais (pró-
tons, nêutrons e elétrons), por outras par-
tículas ainda menores, como os pósitrons,
quarks, neutrinos, mésons.

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Educação para Jovens e Adultos

As partículas fundamentais do átomo apresentam cargas elétricas: os prótons possuem car-


ga elétrica positiva (+); os nêutrons não possuem carga elétrica; os elétrons possuem carga elé-
trica negativa (-). Cargas elétricas de mesmo sinal se repelem e de sinais diferentes se atraem.
A eletrosfera do átomo é formada pelos elétrons, os quais giram ao redor do núcleo. Os
elétrons se posicionam em camadas, chamadas de órbitas, que representam o seu nível de
energia. Quanto mais distante do núcleo estiver a camada, maior será a energia. Um átomo
pode ter no máximo sete camadas, que são representadas por letras.
A última camada eletrônica do átomo é chamada de camada de valência, e nela há sempre
8 elétrons. Essa regra é conhecida como a regra do octeto, que veremos mais adiante quando
estudarmos as ligações químicas.
Todo átomo tem o que chamamos de número de massa e número atômico. Para sabermos
o número da massa atômica, é somado o número de prótons e de nêutrons que se encontram
no seu núcleo. O número de massa é representado pela letra A:
A = nº prótons + nº nêutrons contidos no núcleo do átomo
Vamos ver, agora, como é calculada a massa de um átomo de sódio:
A = 11 p + 12 n
A = 23, portanto a representação do átomo de sódio deve ser dessa maneira, 23Na (número
de massa).

Os elétrons apresentam massas desprezíveis.

O número atômico, que é representado pela letra Z, é referente ao número de prótons en-
contrados no núcleo do átomo. O número atômico é o que caracteriza cada elemento químico,
ou seja, não existem átomos de elementos químicos diferentes com o mesmo número atômico.
Todos os átomos de sódio (Na) possuem 11 prótons, portanto o número atômico (Z) é igual
a 11. Todos os átomos de ferro (Fe) possuem 26 prótons, portanto o número atômico (Z) é
igual a 26. A convenção determina que, na representação do símbolo de um elemento, o nú-
mero atômico deve estar à esquerda do símbolo na parte inferior:
Para o sódio: 11Na; e, para o ferro: 26Fe. (26 número atômico).
Agora você já sabe que todos os átomos de determinados elementos químicos apresentam
o mesmo número atômico e que o número atômico é correspondente ao número de prótons
do átomo. Dentre todos os elementos químicos, o hidrogênio, representado pela letra H, é o
mais simples, tendo apenas 1 próton, 1 elétron e nenhum nêutron.
Existem mais de 90 elementos químicos na natureza. Esses elementos químicos foram orga-
nizados pelos cientistas em uma tabela, conhecida como Tabela Periódica, na qual os elemen-
tos químicos estão dispostos em ordem crescente de número atômico, sendo representados
por símbolos que facilitam nossos estudos.
Como são classificados os elementos químicos?
Todos os elementos químicos estão organizados em quatro grupos: metais, não metais, ga-
ses nobres e hidrogênio. Para classificar os elementos químicos, levaram-se em consideração
as características, ou propriedades, de maior ou menor semelhança.
Por exemplo, os metais foram separados e agrupados por apresentarem:
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Ciências 4aEtapa

Fonte: Toda matéria.

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Educação para Jovens e Adultos

- brilho, quando polidos;


- apresentarem-se no estado sólido, com exceção do mercúrio, que é encontrado no
estado líquido;
- por serem bons condutores de energia e calor;
- por serem resistentes e dúcteis.resistentes e dúcteis.
Os não metais, de maneira geral, apresentam propriedades opostas às dos metais: podem
ser encontrados nos estados sólido e gasoso. O único encontrado no estado líquido é o bromo
(Br); com exceção do iodo e do carbono em forma de diamante, os demais não apresentam
brilho; apenas o carbono, sob a forma de grafite, pode conduzir calor - os demais não são bons
condutores de calor e de eletricidade.
Os gases nobres recebem este nome em função de não se misturarem com outros elemen-
tos químicos.
O hidrogênio é o único à parte e não está agrupado a nenhuma família dos elementos quí-
micos. Este elemento químico apresenta particularidades diferentes dos demais. Na forma de
gás (H2), sua molécula é incolor, inodora, combustível e pouco solúvel em água.
Agora que conhecemos os átomos, sua constituição, sua organização e classificação como
elementos químicos, podemos dizer que tudo o que há na natureza é formado por esses di-
minutos elementos que, unidos, formam partículas maiores chamadas de moléculas, as quais,
por sua vez, formam substâncias.
Substâncias
Uma substância química é um composto químico construído por moléculas formadas por 2
ou mais átomos ou íons ligados entre si. As proporções entre os elementos de uma substância
não podem ser alteradas por processos físicos. Por exemplo, a água é um composto químico
formado por 1 átomo de hidrogênio e 2 oxigênio = H2O.

Você deve saber que os elementos químicos de uma substância não podem ser divididos ou
separados por métodos de separação físicos, somente mediante reações químicas.
Se uma molécula é formada por um só átomo ou por átomos iguais, ela é chamada de subs-
tância simples, como, por exemplo, o ferro e o oxigênio. Quando os átomos unidos entre si são
diferentes, a substância passa a ser chamada de composta.

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Ciências 4aEtapa

Substâncias simples - são aquelas substâncias formadas por átomos de um mesmo elemen-
to químico, por exemplo, o gás hidrogênio (H2) e o gás oxigênio (O2).
Substâncias compostas - são aquelas constituídas por átomos de dois ou mais elementos
químicos diferentes, por exemplos, a água (H2O) e o sal de cozinha (NaCI).
Misturas e combinações de substâncias
Quando preparamos um chocolate quente, um suco, ou adoçamos um chá, estamos juntan-
do substâncias diferentes. Esse processo nada mais é do que uma mistura.
Diferença entre mistura e combinação de substâncias
Na mistura, duas ou mais substâncias podem ser colocadas juntas, mas sem que ocorra
alteração em suas características e propriedades, por exemplo, água + açúcar. A mistura pode
ser homogênea ou heterogênea.

Homogênea - é a mistura que apresenta um só aspecto, por exemplo, não conseguimos


distinguir a água do açúcar quando ele está dissolvido nela.
Uma mistura homogênea também é conhecida como solução. Para conseguirmos uma solu-
ção, deve-se ter uma substância dissolvida (soluto) e uma outra que dissolve o soluto, ou seja,
o solvente. A água, por exemplo, é um solvente, e o açúcar é o soluto.
Heterogênea - é aquela em que se consegue distinguir seus componentes, como, por exem-
plo, a água e o óleo.

Porém, em algumas substâncias, essas diferenças não são tão facilmente detectadas a olho
nu, sendo necessário o uso de equipamentos especiais.

Sabendo mais...
Vamos aprender como podemos separar as misturas?
Fazer uma mistura é fácil, mas separar duas ou mais substâncias não é tão simples. Existem
vários processos para separação de misturas homogêneas e heterogêneas, dentre eles:
A evaporação, em que se separa uma mistura líquida com sólido. Coloca-se a mistura sob
uma temperatura elevada e, por meio da evaporação, permanece somente o sólido. Por exem-
plo, o processo de preparação do sal de cozinha: a água do mar é represada e, por meio da
evaporação da água, se obtém o sal.

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Educação para Jovens e Adultos

A filtração é o processo pelo qual sepa-


ramos o sólido do líquido, como, por exem-
plo, quando utilizamos o filtro de água para
separar as impurezas, partículas que estão
presentes na água. Da mesma forma separa-
mos os pedaços de plantas da água, quando
fazemos um chá, por meio de um filtro de
papel - ou na preparação do café.
A decantação e a centrifugação são proces-
sos que envolvem as diferenças da densidade
e da solubilidade das substâncias. Por exemplo, quando temos que separar a areia da água: deixa-
mos a mistura em um recipiente, esperamos que a areia decante, ou seja, como a areia é mais pe-
sada que a água, ela vai para o fundo do recipiente. No caso de a decantação ser muito lenta, utili-
zamos o método da centrifugação: é usado um aparelho chamado de centrífuga. Nessa centrífuga,
a mistura é colocada em recipientes apropriados e, posteriormente, submetida a uma rotação em
alta velocidade. Dessa maneira, a parte sólida é levada para o fundo do recipiente.
A tamisação ou peneiração é utilizada para separar sólidos de diferentes tamanhos, como,
por exemplo, separar pedras de areia. Durante o garimpo, os garimpeiros separam as pedras
preciosas por meio da tamisação.
A flotação é o processo em que duas substâncias sólidas, com densidades diferentes, preci-
sam ser separadas. Nesse caso, utiliza-se água para separar a substância mais pesada da mais
leve, a mais leve fica acima da água, e a mais densa, abaixo.
A ventilação consiste em separar duas substâncias com pesos diferentes por meio de jatos
de ar. Por exemplo, para separar a casca do café ou do amendoim.
Já a combinação consiste em um fenômeno químico em que duas ou mais substâncias, quan-
do colocadas juntas, perdem suas propriedades formando outra substância diferente, com ou-
tras características. Por exemplo, enxofre + limalha de ferro = sulfeto de ferro. O sulfeto de ferro
tem outras características que o diferem das demais substâncias que lhe deram origem.

Atividades escritas

1. Como são classificados os elementos químicos?

2. O que é uma substância química e como pode ser encontrada?

3. Dando exemplos, diferencie mistura de combinação química.

4. Como podemos separar as misturas? Dê exemplos.

5. Muitas pessoas gostam de comer amendoim torrado. Para retirar a casca do amendoim,
depois de torrado, as pessoas esfregam os grãos até que se solte a casca. Qual é o nome deste
processo que as pessoas utilizam?

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Ciências 4aEtapa

Em sua vida

1. Existe garimpo na região em que você mora? Comente sobre o método utilizado.

2. Para construir uma casa, o pedreiro precisa preparar vários tipos de mistura. Casas podem
ser construídas com cimento, areia, pedras e outros. Na sua casa, como foram feitas essas mis-
turas? Cada uma delas tem uma função. Explique e exemplifique por que a mistura feita para
o alicerce é diferente do revestimento da parede (reboco).

3. Você tem o hábito de tomar água purificada? Tente explicar o processo de purificação da
água e comente sobre a importância desse processo para a saúde humana.

Curiosidades
Como funciona uma estação de tratamento de água?
A água de lagos, rios e represas não é própria para o consumo humano. Somente depois de
ser tratada a água pode ser distribuída pelas cidades e consumida pelas pessoas.
Na estação de tratamento de água, ela passa por vários processos químicos, de separação
de misturas homogêneas e heterogêneas.
Primeiro ela é represada em tanques onde
a sujeira mais pesada fica depositada por de-
cantação; em seguida ela recebe produtos
químicos que se ligam a outras impurezas só-
lidas para que essas sejam retiradas por flo-
tação - daí vão para outro tanque onde essas
impurezas ficarão depositadas por decanta-
ção novamente. Porém, partículas mais leves
podem passar deste para o próximo reserva-
tório, por isso, para chegar a ele, a água é fil-
trada por uma rede de cascalho e areia. Após a filtragem, a água recebe cloro (Cl) e flúor (F). O
cloro é usado para matar os microrganismos que podem estar na água, e o flúor, para prevenir
a cárie dentária. Agora, a água está tratada, mas não está pronta para o consumo.
Quando a água encanada chega à sua casa, ela deve ser filtrada novamente, para eliminar
possíveis sujeiras provenientes dos canos e da caixa-d’água. Se você mora em uma cidade sem
água encanada e utiliza a de um poço ou reservatório, nunca se esqueça de fervê-la e, depois
de esfriar e filtrá-la. A água proveniente de poços artesianos precisa passar pelo mesmo pro-
cesso, porém cuidado com as fossas e o lixo enterrados, pois a água da chuva pode penetrar
na terra, lavar o lixo, produzindo o chorume, e contaminar os lençóis de água subterrâneos,
que são recolhidos pela bomba dos poços artesianos. Fique esperto!

Hora de agir
Vamos descobrir a química no nosso dia a dia? Busque em embalagens de produtos de lim-
peza, higiene pessoal e de alimentos a composição química de cada um. Faça um cartaz com

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Educação para Jovens e Adultos

esses rótulos e compare com os cartazes dos colegas. Aproveite e discuta sobre a importância
da química em nossa vida.

Sabendo mais...
Reações entre as substâncias químicas
Quando se fala em reações químicas, o que você imagina? Você consegue imaginar que seu
organismo é uma fábrica de reações químicas?
Reações químicas são transformações que ocorrem entre as substâncias.
Como vimos na Unidade I, quando estudamos os sistemas digestório, respiratório, excretor,
entre outros, comentamos sobre algumas reações químicas. A produção do bolo alimentar é
um bom exemplo. Vejamos: quando comemos, na boca ocorrem reações entre o alimento e
as secreções salivares, e inicia-se o processo de digestão do alimento - daí por diante muitas
outras reações químicas ocorrem até a formação e liberação do bolo fecal.
Agora podemos imaginar que as substâncias que ingerimos passam por misturas e combina-
ções dentro do nosso organismo e várias reações químicas acontecem a partir desse momento.

Hora da pesquisa
Você também consegue se ver em um ambiente com indústrias emitindo gases para a at-
mosfera e o uso de produtos químicos, como adubos químicos, inseticidas, herbicidas, sendo
utilizados todos os dias no solo? Pesquise sobre o que acontece quando esses produtos en-
tram em contato com o solo.

Hora da leitura
Como podemos estudar as reações químicas? Existem fórmulas?
As reações químicas são representadas graficamente por equações (fórmulas). Sabemos
que as substâncias são formadas pela união dos átomos, e que as reações químicas ocorrem
com a combinação entre as substâncias.
Podemos, então, imaginar algo semelhante à equação abaixo:
H2SO4 + NaOH → NaSO4 + H2O
A primeira substância, NaOH, é o hidróxido de sódio; a segunda substância é o H2SO4, o
ácido sulfúrico. Quando colocados juntos, ocorre uma reação química, e são formadas as se-
guintes duas novas substâncias: o sulfato de sódio, NaSO4, e a água, H2O.
Nas reações químicas estão envolvidos os reagentes, que ficam do lado esquerdo da equação,
e os produtos, que ficam do lado direito da equação. Assim sendo, na reação a seguir, teremos:

Reagentes Produtos

H2SO4 + NaOH → NaSO4 +H2O


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Ciências 4aEtapa

As reações químicas podem ser reversíveis ou irreversíveis, dependendo de como ocorre a


reação e quais os elementos e as substâncias químicas envolvidas.
Você sabia que as substâncias químicas apresentam funções?
As substâncias podem ser classificadas e agrupadas de acordo com suas características e
comportamentos semelhantes. Esses agrupamentos recebem o nome de funções químicas.
Existem quatro tipos de função química: ácido, base, sal e óxido.
Função ácido: reconhecemos ácidos por apresentarem o elemento hidrogênio (H) no início
da sua fórmula química, como, por exemplo, ácido clorídrico (HCI) - que é encontrado em nos-
so estômago, pois participa dos processos digestivos - e ácido sulfúrico (H2SO4).
Os ácidos têm como características: sabor azedo; são bons condutores de eletricidade e,
quando em solução aquosa, reagem com hidróxidos (bases) produzindo sal e água. Por exemplo:

HCI + NaOH → NaCl + H2O

• ácido: ácido clorídrico – reagente


• base: hidróxido de sódio – reagente
• cloreto de sódio – sal – produto
• água – produto

Os ácidos são classificados em dois grupos: os hidrácidos, que são aqueles que não possuem
átomos de oxigênio (ácido clorídrico, HCI), e os oxoácidos, que são os que apresentam átomos
de oxigênio (ácido sulfúrico, H2SO4).
Função base: as bases têm como propriedade o sabor adstringente (que apertam a boca).
Assim como os ácidos, elas também são excelentes condutoras de eletricidade quando em
solução. Em reações com ácidos, produzem sal e água. Por exemplo:

HCI3 + NaOH → NaNO + H2O

• ácido: ácido sulfúrico – reagente


• base: soda cáustica – reagente
• sulfeto de sódio – produto
• água – produto

Função sal: assim como os ácidos e bases, o sal também é considerado um bom condutor
elétrico. Os sais têm, ainda, como característica, o sabor salgado, e são obtidos a partir da rea-
ção entre ácidos e bases por um processo denominado neutralização ou salificação.

3HCI + AI(OH)3 —> AICI3 + 3H2O

• ácido: ácido clorídrico – reagente


• base: hidróxido de alumínio – reagente
• sal – produto
• água – produto

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Educação para Jovens e Adultos

Os sais são separados em dois grupos: sais oxigenados, que são aqueles que contêm oxigê-
nio na sua fórmula, e os sais não oxidados, que não apresentam o oxigênio.
Função óxido: compreende as substâncias formadas pela combinação de dois elementos,
denominados composto binário (composto sempre de dois elementos químicos), sendo que
um deles é sempre o oxigênio. Segundo as suas propriedades, os óxidos podem ser divididos
em óxidos ácidos e óxidos básicos.
Óxidos ácidos: são aqueles que reagem com água, formando ácidos, por exemplo:

CO2 + H2O → H2CO3

• ácido: dióxido de carbono – reagente


• água – reagente
• ácido carbônico – produto

Óxidos básicos: são aqueles que reagem com água formando bases, por exemplo:

MgO + H2O → Mg(OH)2

• ácido: óxido de magnésio – reagente


• água – reagente
• hidróxido de magnésio – produto

Atividades escritas

1. Explique a reação química abaixo, apontando o nome das substâncias químicas envolvi-
das e os produtos dessa reação, e classifique-as quanto à função química.
NaOH + H2SO4 → NaSO4+ H2O

2. Responda quais são os tipos de função química apresentados nos exemplos a seguir:
a) É considerado um bom condutor elétrico e é obtido a partir da reação entre ácidos e ba-
ses por um processo denominado de neutralização.
b) Têm como propriedade o sabor adstringente e são excelentes condutoras de eletricidade
quando em solução.
c) São substâncias formadas pela combinação de dois elementos, sendo que um deles é
sempre o oxigênio.
d) São reconhecidos por apresentarem o elemento hidrogênio (H) no início da sua fórmula
química.

Curiosidades
Temos ácidos no estômago?
Substâncias com funções de ácido e base também são conhecidas como ácidas e alcalinas.
Estudos das propriedades dos materiais possibilitaram a criação de uma escala chamada de
pH, que serve para medir as soluções quanto à sua acidez. Essa escala varia de 0 a 14. As so-

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Ciências 4aEtapa

luções chamadas de ácidas apresentam um pH abaixo de 7 na escala e, quanto menor o valor


nessa escala, mais ácida será a solução. Soluções com valores acima de 7 são as conhecidas
como alcalinas, e as de pH igual a 7 são as neutras. No nosso estômago existem enzimas di-
gestivas com pH entre 2 e 3 na escala. Ou seja, temos uma fábrica de ácidos no nosso corpo!
As enzimas digestivas são conhecidas como suco gástrico, que, na verdade, é uma combina-
ção de ácido clorídrico, enzimas digestivas, água e outras. O ácido clorídrico reduz o pH do es-
tômago, permitindo a ação das enzimas na digestão dos alimentos, tornando possível, assim,
transformações químicas. Com isso podemos dizer que os alimentos são digeridos com auxílio
de ácidos. Mas o estômago não sofre com esse ácido, pois ele possui uma substância proteto-
ra, a mucina gástrica, que protege as paredes desse órgão. Entretanto, qualquer alteração na
proteção do estômago pode causar desequilíbrios e, nesse caso, os ácidos digestivos podem
provocar feridas, também conhecidas como úlceras.

Em sua vida

1. Quando você prepara um molho de tomate para colocar em uma macarronada, o que
utiliza para neutralizar a acidez? Explique.

2. O que você faz quando tem azia? Escreva alguns alimentos que provocam a azia. Compa-
re com seus colegas se os alimentos que lhe provocam essa indisposição são os mesmos que
provocam neles.

3. Seus dentes ficam sensíveis quando você consome alguma fruta ácida?

4. Tem algum tipo de ácido que você utiliza ou consome no seu dia a dia?

Hora da leitura
As leis químicas
Lei da conservação da massa (Lei de Lavoisier)
Lavoisier, em seus estudos experimentais, concluiu que, numa reação química em um siste-
ma fechado, a massa permanece constante, ou seja, a soma das massas dos reagentes é igual
à soma das massas dos produtos:
M(reagentes) = m(produtos)
A soma dos reagentes = Soma das massas dos produtos.
Veja como foi feita a experiência de Lavoisier. Ele mediu cuidadosamente as massas de um
sistema antes e depois de uma reação em recipientes fechados.
Da reação entre as soluções reagentes (cloreto de sódio e nitrato de prata), surge um sólido
levemente acinzentado, que é o precipitado de cloreto de prata, e uma solução aquosa de ni-
trato de sódio. Com isso, Lavoisier verificou que a massa do sistema antes e depois da reação
é a mesma. Depois de muitas experiências como essa, Lavoisier anunciou à comunidade cien-
tífica a Lei da Conservação da Massa: “Numa reação química que ocorre em sistema fechado,
a massa total antes da reação é igual à massa total após a reação.”
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Educação para Jovens e Adultos

Para ser mais exato, Lavoisier disse que “Numa reação química, a massa não altera porque
não ocorre criação nem destruição de átomos. Nessas reações, os átomos são conservados,
eles apenas se rearranjam”. Ou seja,

“Na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma.”

Lei das proporções definidas (Lei de Proust)


Para explicar a Lei de Proust, vamos fazer de conta que
somos químicos. Imagine que você vai fazer panquecas
para 8 pessoas. A receita seria:
> 2 xícaras (chá) de farinha de trigo
> 1 colher (chá) de sal
> 1 colher (sopa) de manteiga sem sal
> 3 xícaras (chá) de leite integral
> 2 ovos
Agora, imagine se você tivesse de fazer panquecas
para 24 pessoas. Como você faria? Teria de multiplicar
todos os ingredientes por três. Então, você teria de fazer
a receita com as medidas 3 vezes maiores que a primeira:
> 6 xícaras (chá) de farinha de trigo
> 3 colheres (chá) de sal
> 3 colheres (sopa) de manteiga sem sal
> 9 xícaras (chá) de leite integral
> 6 ovos
Perceba que você, agora, vai utilizar os mesmos ingredientes, mas em proporções diferentes.
Você já pode dizer que é um químico, pois é assim que os químicos fazem ao realizar rea-
ções químicas. Eles misturam as substâncias, aqui conhecidas como ingredientes, e, a partir
disso, essas substâncias reagem para formar um composto - o nosso composto ou produto é a
panqueca. Para obtermos o mesmo produto, temos de utilizar as substâncias combinadas em
quantidades proporcionais.
A Lei de Proust quer dizer: “A proporção, em massa, dos elementos que participam da com-
posição de uma substância é sempre constante e independe do processo químico pelo qual a
substância é obtida.”
Ou seja, quando duas ou mais substâncias se combinam para formar um composto, elas
devem estar entre si nas mesmas proporções, exatas e definidas.

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Unidade 4
Física

Hora da leitura
Movimento

“Em Física, o movimento é a variação de posição espacial de um corpo ou ponto material no


decorrer do tempo.”

Para saber se um corpo está se movimentando ou está em repouso, precisamos de um re-


ferencial. Veja o exemplo ilustrado seguir:
Há um carro em movimento. Nosso referencial é a mata ao lado. O carro está em movimen-

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Educação para Jovens e Adultos

to em relação a ela, que é fixa. Portanto, tendo a mata como referencial, podemos dizer que
o carro está em movimento.
Se perguntassem a você se o homem que está dirigindo está parado, o que você responde-
ria? Podemos dizer que o homem está parado em relação ao carro, mas em movimento em
relação à mata.
E se o carro parasse, poderíamos afirmar que o homem está parado? Se o referencial for a
mata, sim, podemos afirmar.
E se mudarmos o referencial para o Sol, podemos dizer agora que ele está parado?
A resposta é não, pois o carro estaria sobre a superfície da Terra, que está girando em torno do Sol.
Agora que você já sabe o que é movimento, vamos estudar o que causa o movimento.
Dizemos que a força causa o movimento. Quando jogamos uma bola, produzimos um movi-
mento de lançar um objeto pela força que aplicamos sobre ele.
As causas do movimento e as propriedades do objeto que se movimenta são estudadas pela
mecânica como dinâmica, lembrando que mecânica é a parte da física que estuda tanto os
movimentos como o equilíbrio dos corpos e as forças que os provocam.
Já os movimentos, sem considerar suas causas, são estudados por uma parte da mecânica
chamada de cinemática.
Quando deixamos cair um copo de uma mesa, para a cinemática não importa o que provo-
cou a queda, mas apenas o movimento do corpo.
Quando pensamos no tamanho e no peso do copo ou no que causou a queda, por exemplo,
estamos falando de dinâmica. Todo corpo se movimenta seguindo uma trajetória, que pode
ser retilínea (em linha reta) ou curvilínea (em linha curva).

Sabendo mais...
Força
Quando falamos de movimento nos referimos à força como sendo a causa. Agora, vamos
aprender como Isaac Newton, físico, matemático e astrônomo inglês, estudou a força (F) e seu
significado para a física: É todo agente capaz de variar a velocidade de um corpo ou de defor-
má-lo. Se um corpo está parado, a tendência é continuar assim, até que uma força o faça mover.
Existem tipos diferentes de força:
Força de atrito - aparece entre duas superfícies que se movimentam. Por exemplo, quando
empurramos uma caixa sobre uma superfície lisa, colocamos sobre ela uma força maior para
que se inicie o movimento do que para continuar empurrando. A explicação para isso é que o
atrito é menor quando o corpo está em movimento.
Inércia - a primeira Lei de Newton diz que, na ausência de forças externas sobre um corpo
em movimento, este continuará assim para sempre, com velocidade constante. Um exemplo é
quando um ônibus em movimento freia bruscamente e os passageiros são lançados para fren-
te. Isso ocorre, pois a tendência seria que os passageiros mantivessem o mesmo movimento
realizado pelo ônibus.
Aceleração - a segunda Lei de Newton diz que um corpo parado se movimentará se houver

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Ciências 4aEtapa

alguma força que promova a aceleração nos


corpos. Quanto maior a força, maior a acele-
ração, e quanto maior a massa, menor será a
aceleração. Um caminhão precisa de mais for-
ça de aceleração para iniciar seu movimento
do que um carro, por exemplo, pois a massa
do caminhão é muito maior que a do carro.
A terceira Lei de Newton é sobre a ação e
reação. Um avião em movimento é um exem-
plo: quando os gases produzidos na queima do combustível são lançados para fora, promove
uma ação. Como resultado, o avião é impulsionado para frente ou para cima, sendo essa a
reação à ação dos gases.

Atividades escritas

1. Quanto ao movimento, diferencie dinâmica de cinemática.

2. O que causa o movimento?

3. Quais os tipos de força existentes? Cite exemplos do seu cotidiano.

Sabendo mais...
Velocidade
Você já sabe o que é movimento, como ocorre o movimento e a trajetória do corpo durante
o movimento. Vamos aprender, agora, como medimos esse movimento.
Para entendermos o que é e como se mede o movimento, vamos aprender algumas defini-
ções: posição, deslocamento e intervalo de tempo.
Para facilitar nossa compreensão, imaginemos que estamos em um jogo de futebol e o jo-
gador vai cobrar um pênalti.
Agora, olhando a figura, vamos des-
crever o que ocorre: a posição da rede do
gol e o jogador são nossos referenciais. O
jogador vai chutar a bola, que vai percor-
rer o espaço entre ele e a rede. Durante
o movimento da bola, ela vai percorrer
uma trajetória que vai do jogador até a
rede. O movimento da bola até a rede é o
deslocamento, ou seja, é a diferença en-
tre as duas posições ocupadas, uma pelo
jogador e a outra pela rede.

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Educação para Jovens e Adultos

O deslocamento é representado por ΔS= S - S0, onde ΔS corresponde ao deslocamento, S


corresponde à posição final e S0, à posição inicial.

A bola vai deslocar-se em um intervalo de tempo, que é obtido pela diferença entre o instan-
te em que a bola é chutada e o instante inicial - o momento em que o jogador tocou na bola.

O intervalo de tempo é representado por Δt = t - t₀, onde Δt é o tempo percorrido entre dois
instantes considerados, t é o instante considerado e t₀, o instante inicial.

Agora, já podemos falar de velocidade, que é a relação entre o deslocamento da bola e o


intervalo de tempo que ela leva para realizar o deslocamento, ou seja, quanto tempo ela vai
levar para sair do pé do jogador até chegar à rede.
Para representar graficamente a velocidade média utilizamos a seguinte expressão: Vm =
ΔS/ΔT, onde Vm é a velocidade média do corpo, ΔS é o espaço percorrido pelo corpo e Δt é o
intervalo de tempo correspondente.
Aplicando a expressão ao nosso exemplo do pênalti, então, Vm é a velocidade média em que
a bola vai atingir a rede durante a sua trajetória, AS é o espaço percorrido pela bola e Δt é o
intervalo de tempo no momento do chute até chegar à rede.
Vamos ver agora um outro exemplo: Suponhamos que um carro percorra 500 km em 5 ho-
ras. Qual seria a sua velocidade média?
Temos então:
Vm = 500 km/5h = 100 km/h
Logo, a sua Vm será de 100 km/h.
Depois de aprendermos velocidade média, vamos ver o que é a velocidade instantânea.
Em um caminhão em movimento, o velocímetro marca 60 km/h; isso quer dizer que, naque-
le instante, o caminhão poderá percorrer 60 km por hora. A velocidade marcada no velocíme-
tro é a velocidade instantânea, ou seja, a velocidade naquele momento.

Curiosidades
Transformação de unidades
Para que serve essa transformação? Por exemplo: uma empresa de pavimentação vai fazer
a duplicação em 4,25 km (unidade maior) de rodovia. Essa empresa quer saber quanto ela vai
gastar por metro (unidade menor).
Então, teremos de transformar quilômetro em metro. Como fazer isso? Você sabe transfor-
mar unidades?
Transformando km em metros: seguindo nosso exemplo, 1 km tem 1.000 m; logo, teremos
de multiplicar 4,25 por 1.000, o que representa três casas para a direita, 4,25 km = 4.250 m.
Transformando hora em minutos: para prepararmos um belo almoço, demoramos quase 3
horas, mas, para não haver atrasos, temos de controlar os minutos. Quantos minutos há em 3
horas? Para sabermos quantos minutos (unidade menor) existem em 3 horas (unidade maior),
devemos, primeiro, saber que cada hora corresponde a 60 minutos; logo, multiplicamos 60

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Ciências 4aEtapa

por 3, que é o mesmo que 180 minutos.

Atividades escritas

1. O que é velocidade média?

2. Uma pessoa vai fazer uma viagem de 1.800 km. A velocidade máxima permitida é de 60
km/hora. Quantas horas de viagem serão necessárias para a sua chegada?

3. Um veículo percorre 300 km de uma trajetória, levando para isso 3 horas. Calcule a velo-
cidade média do veículo durante esse trajeto. Transforme km/h em m/s.

Hora da leitura
Trabalho
O significado da palavra trabalho, na física, é diferente do seu significado popular. O traba-
lho, na Física, é sempre relacionado a uma força que desloca um corpo. Dizemos que uma
força realiza trabalho quando atua sobre um determinado corpo que está em movimento.
Podemos dizer, então, que só há trabalho sendo realizado se houver deslocamento do corpo.
Se não houver deslocamento, o trabalho realizado será nulo.
Por exemplo, se uma pessoa sustenta um objeto, sem deslocá-lo, ela não está realizando
nenhum trabalho sobre o corpo.
O trabalho é medido por uma unidade chamada Joule (J) - lê-se jaule.
Potência
A potência é a razão entre o trabalho realizado e o intervalo de tempo gasto para realizá-lo.
Por exemplo, imaginemos duas máquinas fazendo o mesmo trabalho, levantando sacos de
cimento. Cada saco de cimento tem 50 kg e deve ser levantado a uma altura de 2 m. Uma
máquina levanta o saco de cimento em um segundo, e a outra, em dois. Dizemos, então, que a
máquina que levantou mais rápido o saco de cimento executou o trabalho em menos tempo,
ou seja, o que difere no trabalho é o tempo dispensado para realizá-lo. Em Física, podemos
dizer que a máquina que executou o trabalho mais rápido tem mais potência.
Máquina simples
Você consegue se imaginar tendo de arrancar pregos de uma tábua sem alicates ou martelos?
No nosso dia a dia, utilizamos várias máquinas simples, como um abridor de latas, um sa-
ca-rolhas, um martelo etc. Todas essas máquinas nos auxiliam a modificar uma ação de uma
força, a fim de facilitar a realização do trabalho diário.
Quem nunca utilizou uma alavanca, uma roldana e um plano inclinado para descolar algum
objeto? Esses são exemplos de máquinas simples.

Hora da pesquisa
Pesquise sobre as unidades de medida de potência e a tecnologia dos motores de carros anti-
gos e modernos. Relacione isso com a economia de combustível e os benefícios para o ambiente.

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Educação para Jovens e Adultos

Sabendo mais...
Energia
Ouvimos falar de energia a todo momento, mas, se perguntassem a você o que é energia,
saberia responder?
Podemos dizer que a energia é necessária para todas as nossas atividades, como andar, as-
sistir à televisão, aquecer alimentos, fazer um café, acender uma lâmpada, enfim, todas essas
atividades requerem a utilização de algum tipo de energia.
Você já se perguntou de onde vem tanta energia?
Como vimos na primeira unidade, processos como a respiração e a digestão envolvem libe-
ração e gasto de energia. Por exemplo, a energia armazenada nos alimentos é absorvida pelas
células do nosso corpo e liberada sob diferentes formas: a energia térmica (calor), que mantém
a temperatura do corpo; a energia elétrica feita pelas ligações das terminações das células ner-
vosas, que emitem impulsos elétricos para o sistema nervoso; energia mecânica, aquela que
impulsiona os músculos durante as atividades físicas, como andar, nadar, respirar etc.
Quando acendemos uma chama no fogão, estamos utilizando a energia térmica, por meio da
combustão. Vamos entender melhor esse tipo de energia?
Quando giramos o botão do fogão para liberar o gás, este entra em contato com o oxigênio,
e a chama do fósforo faz com que ocorra uma queima entre o oxigênio e o gás. Essa reação de
combustão produz a energia térmica (calor) e, com isso, podemos aquecer os alimentos, fazer
um gostoso café e assar um bolo.
Outro processo que ocorre a partir da com-
bustão é a liberação da energia no motor dos au-
tomóveis. Nós sabemos que todos os produtos
utilizados para locomoção dos automóveis são
chamados de combustíveis. Quando o combustí-
vel chega ao motor, ele entra em contato com o ar
e é injetado no interior de um cilindro que, na pre-
sença de uma faísca liberada pela ação da bate-
ria, a mistura queima e provoca uma explosão. Os
gases liberados durante essa pequena explosão
acionam os pistões que, por sua vez, acionam outras engrenagens, fazendo com que as rodas do auto-
móvel girem e comecem a andar. Esse movimento provocado pela combustão é a energia mecânica.
Quando nós acendemos uma lâmpada, não fazemos ideia de como a energia elétrica chega
até ela. A energia é transmitida por fios através de linhas de condução que chegam até as insta-
lações elétricas das nossas casas. Você já percebeu que, quando acendemos uma lâmpada, sai
uma faísca do interruptor? Quando apertamos o interruptor, ocorre o fechamento do circuito
elétrico, que provoca pequenas descargas elétricas. Nesse instante, os pequenos filamentos que
existem dentro das lâmpadas iniciam um processo de aquecimento, emitindo luz.
Devemos ter em mente que a energia não é produzida ou criada, mas sim transformada. Nes-
se caso, a energia mecânica da água faz com que as turbinas da hidrelétrica transformem esta
em energia elétrica. Este é o princípio da conservação.

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Ciências 4aEtapa

A energia elétrica é “produzida” nas usinas, que podem ser:


Hidrelétricas - aquelas que utilizam energia das quedas de água. Para serem construídas
muitas áreas são alagadas, modificando o ecossistema.
Termoelétricas - aquelas que utilizam o calor que vem da queima de um combustível, como
o carvão, e geradores movidos a gasolina e óleo diesel, por exemplo. São poluidoras do ar.
Termonucleares - são aquelas que utilizam um elemento radioativo. O núcleo atômico pro-
voca reações nucleares que geram grande quantidade de calor (usina nuclear). Apresentam
riscos à saúde por liberação de elementos tóxicos e riscos de explosão.
A energia solar e a energia eólica são as formas obtidas de maneira ecologicamente correta,
pois elas não causam danos ao ambiente.
Estudando as unidades de medidas de energia

Unidades Sigla Para que se utiliza

Para medir a energia forneci-


Cal
Caloria da pelos alimentos; energia
Kcal
Quilocaloria consumida pelo corpo huma-
1.000 cal = 1 Kcal
no ao realizar atividades.

Para medir consumo ou


Wh
Watt-hora geração de energia elétrica;
KWh
Quilowatt-hora é a unidade que aparece na
1.000 Wh = 1K Wh
conta de luz.

Hora de agir
Tragam contas de energia elétrica e rótulos de produtos alimentícios para discutir a relação
da energia com suas atividades diárias. Por exemplo, quantas quilocalorias você precisa para
realizar suas atividades? Quantos quilowatts você gasta em um mês para manter sua casa?

Sabendo mais...
Termologia
Termologia é a parte da Física que estuda a energia térmica ou calor. Essa energia é trans-
ferida de um corpo para outro em consequência do movimento vibratório que ocorre nas
partículas de cada corpo.
No nosso dia a dia, é comum dizermos que as palavras calor e temperatura são a mesma
coisa, mas, na Física, essas palavras querem dizer coisas bem diferentes.
Vamos aprender a diferença entre calor e temperatura?
Antes, vamos recordar que:
> os corpos são formados por átomos;
> os átomos se agrupam formando as moléculas;

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Educação para Jovens e Adultos

> as moléculas, por sua vez, apresentam movimentos. Nas substâncias sólidas, as moléculas estão
mais compactadas e, por isso, apresentam movimentos menores; nas substâncias líquidas, as molé-
culas são menos compactadas e, com isso, os movimentos são mais rápidos; já as substâncias gasosas
apresentam moléculas ainda mais livres e um movimento desordenado e mais rápido ainda.
A esse movimento das moléculas se dá o nome de agitação térmica - e essa agitação é que
dá a percepção de quente e frio.
Imaginemos, agora, que retiramos uma panela quente do fogo e a colocamos em um reci-
piente com água e gelo. Logo a panela começa a perder energia térmica e começa a esfriar,
enquanto o gelo derrete e a água começa a esquentar. Essa perda e esse ganho de energia são
conhecidos como calor.
A temperatura mostra a taxa de agitação dos átomos das moléculas (partículas) que com-
põem as substâncias. O aumento da agitação das partículas de um corpo faz com que a tem-
peratura aumente.
Para medir a temperatura de um corpo, utilizamos as escalas termométricas. Essas escalas
são encontradas nos termômetros. Quando uma pessoa tem febre, para medirmos a tempe-
ratura, usamos o termômetro. A escala termométrica que utilizamos é a escala Celsius (°C).
Como se propaga o calor?
Há uma tendência na natureza de ocorrer um equilíbrio térmico. Normalmente, o corpo que
apresenta um maior calor é que transfere para o de menor calor. Quando os corpos atingem
a mesma temperatura, a transferência de calor cessa. A transferência de calor pode ser feita
de várias maneiras:
Condução - se você pegar uma concha de alumínio e colocá-la em uma panela no fogo, logo
perceberá que o final do cabo da concha estará quente. Isso quer dizer que o calor se propaga
de molécula para molécula até atingir a concha toda.
Convenção - para fazermos um chá, aquecemos a água em um recipiente. Com o aumento
da temperatura do recipiente, as moléculas de água aquecem ficam mais leves e começam a
movimentar-se mais. As moléculas de água aquecidas tendem a subir até a superfície, onde
perdem calor e tornam-se mais pesadas e, com isso, seguem novamente para o fundo do re-
cipiente, dando lugar às moléculas mais quentes que vêm do fundo do recipiente, região mais
próxima da fonte de calor (fogo). Isso cria uma corrente de convenção, que é a propagação de
calor pelo deslocamento das moléculas.
Irradiação - um exemplo da irradiação do ca-
lor é a luz do Sol, que se propaga pelo espaço
sideral, passa pela camada de ozônio - onde é
filtrada - e chega à Terra com uma temperatura
ainda alta.
Essa irradiação do calor do Sol é feita pelos
raios solares, que não são visíveis ao olho hu-
mano. Vale lembrar que os raios ultravioleta,
em grande quantidade, podem ser perigosos
para a saúde humana.

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Ciências 4aEtapa

Em sua vida

1. Onde você mora tem energia elétrica? Como era sua cidade antes da energia elétrica?

2. Você já visitou uma usina hidrelétrica? Descreva o que mais chamou a sua atenção.

3. Quantos quilowatts você consome de energia por mês? O que você faz para economizar
a energia na sua casa?

4. Quais são os eletrodomésticos que você tem em casa? Dentre eles, quais os que conso-
mem mais e menos energia?

5. Qual a voltagem dos aparelhos eletrônicos de sua casa? O que acontece se você ligar
um aparelho com voltagem de 110 V em uma tomada de 220 V? E se fosse o contrário, o que
aconteceria?

Atividades escritas

1. Como é obtida a energia para realizarmos nossas atividades diárias? Cite exemplos de
energéticos.

2. Quais são os tipos de energia encontrados na natureza?

3. O que quer dizer termologia?

4. Como pode ser feita a transferência de calor de uma matéria para outra? Dê exemplos.

5. Em regiões onde não existem usinas hidrelétricas, como é obtida a energia?

Hora da pesquisa
A sala será dividida em cinco grupos. Cada grupo pesquisará sobre um tipo de fonte de
energia (hidrelétrica, termoelétrica, termonuclear, solar e eólica). Os resultados das pesquisas
deverão ser apresentados em forma de seminário e depois, discutidos entre os grupos e o
professor, concluindo como funciona cada fonte de energia, e apontando custos e benefícios
para o ambiente.
Os dados da pesquisa poderão ser expostos na escola em forma de um grande painel, para
que todos possam se informar.

Hora da leitura
Ondas e som - O que são e como se formam as ondas?
Quantas vezes não paramos para ver o movimento dos peixes em um lago e admiramos as
ondas se propagarem por todas as direções da superfície da água, formando vários círculos?

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Educação para Jovens e Adultos

O que provoca a formação dessas ondas na água é a energia cinética do peixe. Depois de saltar, ao
cair na água, a sua energia cinética é transferida para a água que passa, então, a propagar ondas
concêntricas, formando os círculos. O mesmo acontece quando você joga uma pedra na água.
As ondas podem ser medidas pela sua amplitude, comprimento, frequência e período. Exis-
tem dois tipos de onda:
Mecânica: são aquelas que necessitam de meio material para se propagarem, por exemplo,
as ondas de som no ar.
Eletromagnética: propagam-se sem o meio material, como, por exemplo, a luz.
Podemos dizer então que o som é uma onda mecânica, e a luz, uma onda eletromagnética.
Ondas mecânicas
O som se propaga no meio material, que pode ser sólido, líquido ou gasoso, transportando
energia.
Você sabe da importância do som para nós? A onda sonora é especial, pois está intimamen-
te relacionada com a nossa audição.
O compositor e músico Beethoven ficou surdo e continuou a compor por meio dos sentidos
das vibrações do som, colocando seus ouvidos nos instrumentos musicais e no solo quando
tocava piano.
As ondas formadas com as notas musicais eram facil-
mente reconhecidas por esse gênio da música clássica que,
mesmo surdo, compôs uma das suas mais belas sinfonias,
conhecida como a nona sinfonia de Beethoven.
A intensidade do som é medida pela unidade denomina-
da bel, em homenagem ao físico estadunidense Alexandre
Graham Bell, que inventou o telefone. Geralmente, é utilizado
o submúltiplo decibel (dB), que equivale a um décimo do bel.
Você sabe por que as pessoas que trabalham nas pistas
de decolagem de avião têm que utilizar protetores de ou-
vidos? Vamos ver quantos decibéis são produzidos por al-
guns corpos:
Beethoven, em 1803.
Som Intensidade (Db)
Conversa 30 a 60
Orquestra 50 a 70
Aspirador de pó 60 a 80
Trovão 95 a 115
Decolagem de avião 120 a 140

Nossos ouvidos suportam no máximo 80 dB, e os sons acima deste valor podem ser prejudi-
ciais para a audição humana. Vejam, na tabela acima, quais os sons emitidos que são suportá-
veis aos nossos ouvidos. Agora você sabe a importância dos protetores de ouvidos (auricula-
res) utilizados pelos trabalhadores das pistas de decolagem nos aeroportos.

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Ciências 4aEtapa

Curiosidades
Ondas eletromagnéticas
Vamos aprender como funciona um forno de micro-ondas?
O aparelho de micro-ondas funciona pela emissão de ondas eletromagnéticas de alta fre-
quência. Essas ondas eletromagnéticas são geradas por um dispositivo e irradiadas por uma
antena metálica para o compartimento onde são colocados os alimentos. Essas micro-ondas
são refletidas nas paredes internas do aparelho e são emitidas sobre os alimentos.
Mas como os alimentos são aquecidos?
As ondas eletromagnéticas agem sobre as moléculas de água presentes nos alimentos, pro-
vocando o aumento da agitação das moléculas e, como já sabemos, quanto maior a agitação
das moléculas maior será a sua temperatura. As moléculas de água com maior temperatura
transferem parte da energia cinética para as demais, que apresentam menor energia (calor) e,
dessa maneira, todo o alimento é aquecido.

Hora da pesquisa
Pesquise em livros e na internet sobre o funcionamento da ultrassonografia. Elabore um
cartaz com imagens e discuta com os colegas as vantagens desse aparelho na medicina.

Hora da leitura
Óptica
A óptica estuda os fenômenos luminosos e suas propriedades. A luz é formada pelas oscila-
ções dos elétrons nos átomos, por isso dizemos ondas eletromagnéticas.
A luz pode ser emitida por fontes naturais, como Sol e as estrelas, que são conhecidos como
corpos que produzem luz própria. Nossa maior fonte de luz na Terra é o Sol.
Corpos iluminados são todos aqueles que não produzem luz própria, por isso necessitam de
fontes de luz artificial, produzidas por lâmpadas e outras.
Alguns corpos são atravessados pela luz - são os corpos transparentes, com o vidro transpa-
rente. Aqueles corpos que permitem a passagem parcial da luz são conhecidos como translú-
cidos, como o vidro fosco ou o jateado. Já os corpos que não permitem a passagem de luz são
aqueles conhecidos como opacos, como os metais, a madeira, entre outros.
A luz se propaga no vácuo com uma velocidade superior a 300.000 km/s. Em corpos trans-
parentes, a luz atinge uma velocidade variável de acordo com o material.

Glossário
Vácuo: Espaço vazio, não ocupado.

No ar, a luz pode atingir uma velocidade de 299.500 km/s, quase a mesma que a no vácuo.
Na água, a luz perde um pouco a velocidade, chega a 220.000 km/s. Mas como a luz se reflete?
Quando acendemos uma lâmpada em uma sala, logo o ambiente fica claro, exceto em al-
guns locais por causa da presença de objetos ou distantes da fonte luminosa. Vamos tentar
entender o que acontece na nossa sala.

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Educação para Jovens e Adultos

A luz, quando encontra um obstáculo, por exemplo, um sofá, assim como ocorre com o som,
ela é refletida. Quer dizer, ao tocar (incidir) uma superfície, o raio de luz é refletido. Por isso
é que, por meio da visão, conseguimos formar a imagem do objeto; na ausência de luz (no
escuro), isso se torna impossível.

Sabendo mais...
Cores da luz. Mas a luz não é branca?
No século XVII, Isaac Newton fez a mesma pergunta e
descobriu que a luz é branca. Mas de onde vêm, então,
as cores que enxergamos? E as cores do arco-íris, de
onde vêm?
Newton fez várias experiências para chegar até a
resposta para essa pergunta. Uma delas foi utilizando
vidro transparente chamado de prisma, e observou o
aparecimento de várias cores do outro lado, em forma
de um arco-íris. Esse fenômeno ficou conhecido, então,
como a decomposição da luz branca. Na verdade, a luz
branca é formada por uma mistura de várias outras lu-
zes coloridas. Newton explicou que a luz branca é for-
mada por ondas eletromagnéticas em diferentes intervalos de frequência; em cada intervalo
desses predomina uma cor: vermelho, laranja, amarelo, verde, azul, anil e violeta.
Dessa maneira, podemos entender por que os objetos apresentam cores tão variadas. Por
exemplo, enxergamos um limão na cor verde porque o corpo reflete a luz verde e absorve as
demais. Apenas o preto e o branco são exceções. O branco reflete todas as cores, e o preto
absorve todas as cores.

Curiosidades
O que são e quais as funções das lentes?
As lentes são objetos meio transparentes que utilizam propriedades da refração da luz, ou
seja, por ser meio transparentes, a luz refrata ao passar por elas.
Toda lente tem duas superfícies, sendo pelo menos
uma delas encurvada. Por possuir a capacidade de des-
viar os raios luminosos, as lentes são classificadas em dois
tipos: convergente e divergente.
Lentes convergentes - são aquelas que concentram o
feixe de luz que a atravessa em um ponto chamado de
foco. Existem três tipos de lente convergente:
Biconvexas: são aquelas com duas faces convexas;
Plano-convexas: com uma face plana e outra convexa;
Côncavo-convexas: com uma face côncava e a outra
convexa.

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Ciências 4aEtapa

Lentes divergentes: são aquelas que não concentram o feixe de luz, mas que o dispersa. Da
mesma forma que as lentes convergentes, as divergentes também possuem dois tipos distintos:
Lente bicôncava: é aquela com duas faces côncavas;
Plano-côncava: com uma face plana e outra côncava.
As lentes são utilizadas para fazer óculos, câmaras, microscópios, telescópios, lentes de au-
mento manual, entre outros.

Atividades escritas

1. Qual parte da Física estuda a luz?

2. Como é formada a luz?

3. Como Isaac Newton explicou a cor da luz?

4. O que são lentes? Descreva como elas são formadas.

5. Para que são utilizadas as lentes?

Hora da pesquisa
Sabemos que, no nosso olho, existe uma lente, antigamente conhecida como cristalino.
Pesquise sobre essa lente, qual o seu tipo, que problemas ela pode apresentar e se pode ser
substituída.

Hora da leitura
Magnetismo
Existem forças que são provocadas pela ação de um corpo. Quando chutamos uma bola,
estamos exercendo uma força sobre a bola, que se descola para alguma direção. Mas existem
outras forças que são conhecidas como naturais, como, por exemplo, o magnetismo, que é um
fenômeno natural e invisível.
Na Grécia antiga, foi descoberta uma rocha que tinha a capacidade de atrair pedaços de
ferro. Essa rocha foi chamada de magnetita, e hoje a conhe-
cemos como ímã.
O ímã tem a propriedade de atrair partículas de metais
ferromagnetizados, como o ferro, o níquel e as ligas metálicas.
Essa propriedade é conhecida como magnetismo.
Existem os ímãs permanentes, que são aqueles que man-
têm as propriedades magnéticas por um tempo inde-
terminado, e os temporários, que não mantêm o
magnetismo por muito tempo.
Os ímãs apresentam dois polos magnéticos,
que são semelhantes às cargas elétricas, mas,

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Educação para Jovens e Adultos

diferentemente das cargas elétricas, essas regiões de atração são denominadas de polo norte
e polo sul. Polos iguais se repelem, e polos diferentes se atraem.
Por terem cargas elétricas diferentes, quando aproximamos o polo norte do polo sul ocorre
uma força de atração entre eles.
Seja qual for o tamanho e o formato do ímã, sempre haverá o polo norte e o polo sul. Se
pegarmos um ímã grande e o quebrarmos em pedaços bem pequenos, esses pedacinhos tam-
bém apresentarão os dois polos.
O magnetismo está intimamente relacionado com a eletricidade e, por isso, chamamos de
eletromagnetismo.
Atualmente, o eletromagnetismo é uma das mais importantes fontes de energia. A intera-
ção entre a eletricidade e o magnetismo faz com que muitos motores elétricos, geradores,
telefones, campainhas, alarmes, entre outros, funcionem. Em todos esses objetos existe a
interação de um campo magnético com a corrente elétrica para a produção de movimentos
de rotação e, com isso, a realização do trabalho.

Hora da pesquisa
Pesquise como são feitos e como funcionam os motores e geradores. Qual é a importância
do ímã na construção desses objetos? Qual é a diferença entre eles e sua importância no nos-
so cotidiano?

Sabendo mais...
A eletricidade
Você consegue se imaginar sem eletricidade? Como faria para passar roupa, assistir à tele-
visão, caminhar pela rua sem iluminação, ligar um liquidificador ou um computador? Somos
todos dependentes da eletricidade! A eletricidade foi descoberta pelos gregos no século VI
a.C. quando o filósofo Tales de Mileto, em um experimento, utilizando lã e um pedaço de âm-
bar, percebeu que este atraía pequenas pedras, penas, fio de cabelo, entre outros.
Vamos tentar repetir os experimentos de Tales, utilizando uma caneta feita de plástico e
pequenos pedaços de papel.
Agora, comece a esfregar a caneta no cabelo e, depois, aproxime-a do papel. Veja o que
acontece. Explique para seus colegas e professor.

Glossário
Âmbar: Resina secretada por plantas, que em grego é chamada de êlektron. Posteriormente, a palavra êlektron foi utili-
zada para designar o fenômeno de atração. Daí o nome de eletricidade.

Curiosidades
Como a eletricidade é manifestada na natureza?
Certamente você já ouviu falar de raios, relâmpagos e trovões, mas sabe como eles acontecem?
Sobre a superfície da Terra é acumulada uma carga positiva e, nas nuvens de tempestades,
ocorrem aquelas com cargas positivas e as com carga negativa. As nuvens de cargas positivas

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Ciências 4aEtapa

sobem, enquanto as de cargas negativas descem e ficam mais próximas da superfície da Terra.
Como sabemos, cargas diferentes se atraem. A eletrificação das nuvens provoca os raios, que
nada mais são do que descargas elétricas.
Durante esse processo de passagem de energia, ocorre um aquecimento e deslocamento
do ar, que provoca o trovão.

Para que servem os para-raios?


Para-raios são hastes pontiagudas feitas de metal, utilizadas para atrair as cargas elétricas
emitidas no raio. Essas hastes são colocadas, geralmente, sobre o ponto mais alto, e apresen-
tam um condutor de eletricidade que serve de caminho para conduzir a eletricidade até o
solo, protegendo, assim, as construções.

Hora da leitura
Condutores e isolantes de eletricidade
Para que a eletricidade seja levada a algum lugar, precisa-se de bons condutores de eletrici-
dade. Entre os condutores estão metais como o cobre, o níquel, a prata e o alumínio. Por isso
os cabos de transmissão de eletricidade, os fios, que levam a energia elétrica até a nossa casa,
são feitos de cobre e outros metais.
Por outro lado, existem aqueles materiais que são maus condutores de energia, entre eles,
a borracha, o vidro e a louça. Esses materiais são conhecidos como isolantes elétricos.

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Educação para Jovens e Adultos

Curiosidades
A energia elétrica pode ser armazenada e consumida aos poucos. Graças às descobertas
feitas no início do século XIX por Alessandro Volta, ao empilhar discos de cobre e zinco alter-
nadamente e, em seguida, mergulhar esses discos em ácido sulfúrico, ele observou a presença
de eletricidade. Com este experimento surgiu, então, o que conhecemos hoje como pilha.

Hora da pesquisa
Pesquise sobre as pilhas. Do que são feitas, onde devem ser descartadas, se podemos utili-
zá-las e por que elas têm lados diferentes.

Atividades escritas

1. Descreva um ímã e comente sobre seu poder de atração.

2. O ímã tem um poder de divisibilidade que faz com que ele não perca suas características.
Explique essa afirmativa.

3. O que são ímãs permanentes?

4. Quando foi descoberta a eletricidade? Descreva o experimento feito por Tales de Mileto.

Em sua vida

1. Você já presenciou um raio? Descreva o ocorrido.

2. Já queimou algum eletrodoméstico na sua casa após uma tempestade de raios? Tente
explicar por que o seu eletrodoméstico queimou.

3. Existem para-raios na sua casa ou perto dela?

4. O que significa stand by, aquela luz pequenina vermelha que há nos aparelhos elétricos e
que permanecem acesas quando os aparelhos estão desligados? Será que neste momento o
aparelho está gastando energia?

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História
4aEtapa

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Unidade 1
A Independência do Brasil

O século XIX desperta com tiros de canhões que sacudiram todo o planeta. As guerras napo-
leônicas causaram impactos diretos na América Latina, como, por exemplo, a independência
das colônias de suas metrópoles. Vamos entender, nesta unidade, como ocorreu o desenvolvi-
mento de nossa independência e se o país realmente alcançou a emancipação.

Hora da leitura
A Gestação da Independência
Historiadores e estudiosos neste assunto afirmam que o Brasil iniciou o processo de inde-
pendência antes do famoso grito do Ipiranga, de D. Pedro (“Independência ou morte”). Na se-
gunda metade do século XVIII, tiveram início atividades produtivas e comerciais aqui, na colô-
nia Brasil, sobretudo na região Centro-Sul. O desenvolvimento desta região causou profundas
alterações no mapa político e econômico do país. A transferência da capital de Salvador para o
Rio de Janeiro e o rápido crescimento urbano trouxeram mudanças não somente econômicas,
mas também culturais e na própria estrutura da sociedade. Crescia um sentimento de eman-
cipação entre os colonos. O novo desempenho da economia colonial, tornando-a mais rica e
urbana, fazia com que os brasileiros criassem outra dimensão do que seria a independência.
A elite brasileira tentou - durante o século XVIII - a separação da metrópole (Portugal), pois
afirmava não ser mais lucrativa a relação de colônia. Apesar das tentativas - da Inconfidência
Mineira e da Conjuração Baiana - Portugal não dava sinais de querer mudar seu status de me-
trópole. E por que iria querer?

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História 4aEtapa

Guerras napoleônicas
Napoleão Bonaparte, imperador francês de
1799 a 1815, iniciou um período de guerras que
colocou a França como a nação mais poderosa
da Europa. A coroa portuguesa enfrentava uma
difícil situação. Se por um lado havia o poderoso
exército francês, do outro havia a Inglaterra com
sua poderosa marinha. As duas nações exigiam
que Portugal assumisse um lado do conflito, ou
seja, se lutava ao lado da França ou ao lado da
Inglaterra. Como o rei D. João VI não respondia,
Napoleão determinou a invasão militar de Portugal. Como temia perder o trono e a coroa, a
família real e mais 15 mil funcionários, nobres, entre outros membros da corte, zarparam com
destino ao Brasil. A fuga contou com a ajuda inglesa, que mais tarde trataria de cobrar por tal
feito.

Família real no Brasil


Uma das primeiras medidas realizadas pela corte portuguesa foi elevar o Brasil como sede
da coroa. Outra resolução importante foi a abertura dos portos brasileiros para os produtos
ingleses e a criação de tratados que colocavam uma taxa menor para manufaturados da In-
glaterra. Após a guerra com a França, a economia portuguesa estava arruinada. Sem dúvida,
os conflitos bélicos atrapalharam a ordem econômica de Portugal, mas foi, sobretudo, o fim
do pacto colonial, com a abertura dos portos brasileiros para o comércio inglês, que reduziu
drasticamente sua principal fonte de renda.
A Revolução do Porto (1820) aconteceu em Lisboa e foi um protesto contra a crise econô-
mica e vazio de poder causado pela saída da família real, pois mesmo com o fim da guerra
napoleônica D. João VI se recusava a retornar para Portugal. Uma das exigências dos revol-
tosos era a criação de um parlamento que iria governar (retirando do rei todo o poder que
lhe era devido) e devolver o Brasil para a condição de colônia. O retorno do rei de Portugal
causaria um grande prejuízo se não fosse a estratégia adotada no momento. D. João VI foi
para Lisboa, mas deixou seu filho - D. Pedro I - como príncipe regente do Brasil. Com esta ma-
nobra, a família real assegurava o controle sobre Portugal e sobre o Brasil. Apesar de manter
o controle político, Portugal não conseguia mais controlar a economia brasileira. A Inglaterra
criou fortes vínculos com os comerciantes e utilizava do benefício de ter seus produtos com
taxas reduzidas. D. Pedro I, para agravar a relação entre Portugal e Brasil, se posiciona a favor
da elite política brasileira. Paralelamente a isto, políticos a favor da independência e que te-
miam a recolonização portuguesa formaram o Partido Brasileiro. Após a estabilização política
em Portugal, houve a exigência que D. Pedro retornasse à sua terra. O Partido Brasileiro - com
várias assinaturas - exigiu por outro lado a permanência do príncipe e este, por sua vez, optou
ficar. Além de ficar, o regente (após sofrer com a demissão de todos os ministros portugue-
ses) convocou um novo corpo de ministros (composto somente de brasileiros). Eles criaram o

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Educação para Jovens e Adultos

“Cumpra-se” - que proibia a aplicação de leis da coroa portuguesa sem consentimento do re-
gente. Isso causou grande revolta ao rei de Portugal, que enviou ao país um grupo militar para
obrigar D. Pedro a voltar para Portugal e estabelecer o Brasil na condição de colônia do país.
Articulações e pressões levaram o Brasil a decretar o rompimento de forma definitiva. No
ano de 1822, foram realizados grandes passos no sentido da emancipação do Brasil. Houve
inúmeras pressões da corte portuguesa e de resistência à autoridade de D. Pedro, como, por
exemplo, a ocorrida na Bahia, em julho de 1822. Porém, predominou a opinião dos setores
mais moderados. Portugal, imediatamente, declarou ilegítima a Constituição e fez novas exi-
gências para o retorno de D. Pedro I a Portugal.
Segundo os registros históricos, no dia 7 de setembro de 1822 D. Pedro gritou, às margens
do rio Ipiranga, “Independência ou morte!”. Ocorre que este fato só seria descrito meses de-
pois, ou seja, em abril de 1823, o que coloca em dúvida se, realmente, o príncipe, e nosso
primeiro imperador, agiu conforme se conta. A Independência do Brasil não foi resultado de
uma articulação de toda a sociedade, mas somente de uma pequena parcela composta de
membros da burocracia, do exército e da classe latifundiária.
Essa vitória representou a consolidação da autonomia brasileira perante Portugal, contudo
não significou autonomia total. A influência inglesa em nossa economia e política seria tão
forte que ajudaria, até mesmo, em nossa independência. Para que o país fosse definitivamen-
te separado e considerado uma nação soberana, havia a necessidade do reconhecimento de
outras nações. Para que a Inglaterra reconhecesse o Brasil como uma nação livre e soberana,
teríamos de pagar uma indenização para Portugal (no valor de 2 milhões de libras esterlinas).
Como o Brasil não tinha essa quantia, pediu dinheiro emprestado para a Inglaterra (a nação
mais rica do mundo no século XIX). O Brasil livre nasceu com dívidas.

Atividades escritas
1. Em sua visão, atualmente o Brasil é um país totalmente independente? Justifique.

2. Aponte dois fatos que mostram erros em nossa política, fazendo com que o Brasil não se
desenvolva.

3. Aponte no mínimo dois fatos que mostram erros na nossa economia, fazendo com que o
Brasil não cresça.

4. Explique o significado de:


a) Pacto colonial
b) Grito do Ipiranga
c) Independência

5. De acordo com a nossa Independência, responda:


a) A Independência Brasileira foi política ou econômica?
b) O que é colônia de exploração?

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História 4aEtapa

c) A economia colonial brasileira não tem como objetivo o desenvolvimento nacional.


Explique.
d) Quem se favoreceu da colonização brasileira?

Hora da leitura
Brasil Império
Após o reconhecimento de nossa independência,
o Brasil iniciou seu primeiro reinado marcado por
muitas disputas políticas. Na economia, um produ-
to que se destacou já neste período e que ganhava
influência e importância foi o café.
Houve também a organização do Estado nacional
em quatro poderes: jurídico, legislativo, executivo e
pelo poder do rei (poder moderador).
A economia sofreu séria crise no início de nossa
independência. A grande dívida externa com a Ingla-
terra, a inflação e a falta de um produto forte no mercado (o café ainda não exercia o impul-
so necessário na economia) eram os motivos que impediam o desenvolvimento econômico.
Conflitos internos contra revoltosos e a Guerra da Cisplatina (1825 a 1828) causaram impactos
ainda maiores, pois a derrota para a Argentina afetou tanto a frágil estrutura política quanto
a debilitada economia.
Nesse período, D. João VI faleceu em Portugal. Como sucessor direto do trono português, D.
Pedro I aproveitou a situação de crise e retornou para Portugal, onde assumiu o trono. O Brasil
ficou sob responsabilidade do único herdeiro do trono, D. Pedro II, que tinha então
5 anos de idade.

Atividades escritas
1. A Independência do Brasil beneficiou diretamente os grandes comerciantes, importantes
militares e a aristocracia rural. Para você, a independência poderia ter sido mais justa e ter
atendido melhor a outras camadas da sociedade?

2. Procure explicar algumas medidas que D. Pedro I deveria ter realizado como nosso pri-
meiro líder.

Hora da pesquisa
1. Explique o significado dos seguintes termos:
a) Primeiro Reinado
b) Voto Censitário
c) Constituição
d) Aristocracia rural
e) Confederação do Equador

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Educação para Jovens e Adultos

f) Noite das Garrafadas

2. Quais os motivos que levaram a província da Bahia a ter uma resistência maior em relação
à Independência do Brasil?

3. Qual foi o primeiro país que reconheceu a nossa Independência? Explique.

4. Cite as principais características da Constituição outorgada em 1824.

5. Indique os principais fatores que desgastaram a imagem de D. Pedro I, levando-o à


abdicação.

Hora de agir
Este desafio será desenvolvido em grupos, dividindo a sala em um júri de defesa e de acu-
sação. Organize um tribunal, no qual vocês devem se dividir em:
• Promotores
• Advogados
• Júri

O juiz deve ser o professor, mas todos devem julgar o seguin-


te caso: D. Pedro I, quando saiu do Brasil e deixou o governo
da nação a cargo de seu filho, agiu corretamente? Por que ele
tomou esta decisão? O que estava em jogo? Alguém foi preju-
dicado com sua decisão?
Os advogados de defesa e acusação devem estudar o caso e
conhecer bem o que está em julgamento. Cada detalhe pode
mudar todo o processo!
Ao júri cabe ouvir e estudar os dois lados, entendendo que é fundamental a decisão que
será tomada.

Hora da leitura
O Brasil regencial
Como o infante D. Pedro de Alcântara não tinha idade suficiente para governar o país, o
Brasil foi administrado por regentes até que o príncipe alcançasse a maioridade. Os principais
governantes deste período foram:
• Regência Trina Provisória (abril a junho de 1831)
Responsáveis por manter a ordem no período de transição.
• Regência Trina Permanente (1831-1835)
Responsáveis pela restauração da economia e pelo fortalecimento político. O Brasil formou
três posições políticas principais neste período: os restauradores, liderados por José Bonifácio
e que queriam a volta de D. Pedro I; os liberais moderados, que defendiam a ordem vigente

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História 4aEtapa

e a permanência do sistema escravocrata. Por fim, havia os liberais exaltados, mais radicais e
que defendiam a descentralização do poder e a autonomia das províncias.
• Ato Adicional de 1834
Este ato faria algumas alterações referentes ao ato de 1824 e tinha como objetivo conciliar
as várias tendências políticas.
• A Regência Una de Feijó (1835-1837)
Tentou garantir a ordem pública em meio a inúmeros conflitos que se desencadeavam no
país, usando de violência. As principais foram a Cabanagem (Pará, 1835-1840), a Sabinada
(Bahia, 1837- 1838) e a Balaiada (Maranhão, 1838-1841).
• A Regência Una de Araújo Lima (1837-1840)
Este conservador eliminou o Ato de 1834 por considerar os levantes no país fruto desta ação
parlamentar. Foi o último regente do país e teve sua regência findada com o Golpe da Maiori-
dade, em 1840, com a elevação de D. Pedro de Alcântara a imperador do Brasil.

Atividades escritas
1. Qual o significado de:
a) Período Regencial
b) Rebeliões
c) Maioridade de Dom Pedro II
d) Ato adicional
e) Liberais

2. Cite os principais motivos das rebeliões do período regencial:


a) Cabanagem (Pará, 1835-1840).
b) Sabinada (Bahia, 1837-1838).
c) Balaiada (Maranhão, 1838-1841).

3. Por que o país foi governado pelas chamadas regências?

4. Cite algo que caracterize cada forma de regência:


a) Regência Trina Provisória
b) Regência Trina Permanente
c) Regência Una

5. Em sua opinião, o que significou o golpe da maioridade de D. Pedro II?

Hora da escrita
Existe, atualmente, algum tipo de conflito social no Brasil? Pesquise e explique se existe e
por que esses sujeitos ainda estão em disputa.

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Educação para Jovens e Adultos

Hora da leitura
O Brasil do Segundo Reinado
Houve, na segunda metade do século XIX, uma recuperação significativa da economia brasi-
leira, o que criou uma situação favorável para a balança comercial. Essa recuperação se deveu
à ascensão e consolidação do café brasileiro no mercado internacional. O enriquecimento
de cafeicultores propiciou o início de uma industrialização, como a promovida pelo barão de
Mauá. O café foi o principal produto de nossa economia até meados do século XX.
A produção de café estava concentrada no Vale do Paraíba, local com clima e condições
estruturais apropriadas para a cultura do café. Logo, a produção de café se expandiu para o
interior de São Paulo, no sentido de Ribeirão Preto e do sul de Minas Gerais.

Extinção do tráfico dos escravos


Mesmo com todas as mudanças no pensamento da
sociedade, ainda existia escravidão em nosso país. A
abolição aconteceu de forma lenta. Em 1850, devido
à pressão dos ingleses, o governo brasileiro assinou
a Lei Eusébio de Queirós, que interrompia a entrada
de novos escravos no país, o que não findou o tráfico
negreiro, pois este era feito ilegalmente por senhores
de engenho.

Imigração
Com a proibição da entrada de escravos negros, os cafeicultores - que aumentavam sua
produção todo ano - temiam a carência de mão de obra. Iniciaram, na segunda metade do
século XIX, incentivos para a imigração de mão de obra europeia para o Brasil. A entrada de
imigrantes europeus permitiu que não faltassem trabalhadores para as lavouras de café. Es-
tima-se que mais de 3 milhões de europeus tenham migrado para o Brasil, sendo um terço
desses, italianos.

Política
O Partido Conservador e o Partido Liberal foram os dois grupos políticos principais do século
XIX. Apesar das disputas entre esses partidos, os interesses e projetos não eram diferentes.
Quem se aproveitou desta disputa e se utilizou dos partidos foi o imperador D. Pedro II. Exce-
lente articulador e diplomata quando se tratava de política internacional, o imperador brasi-
leiro sofria com a política interna, pois não conseguia agradar a aristocracia daquele período.
Um exemplo da habilidade diplomática de D. Pedro II foi a Questão Christie (1823), devido
à pressão do ministro inglês William D. Christie referente a um pedido de indenização sobre
uma carga de um navio naufragado no litoral brasileiro, roubada por desconhecidos.
Neste mesmo período, alguns marinheiros ingleses foram detidos por aprontar arruaças nas
ruas do Rio de Janeiro. Mesmo com a imediata soltura, o ministro inglês exigiu indenização
e demissão dos soldados que prenderam os marinheiros ingleses. Como o governo brasileiro

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História 4aEtapa

negou atender a este pedido, Christie determinou que navios militares ingleses prendessem
os navios brasileiros que estavam ancorados no porto do Rio de Janeiro. O resultado foi o rom-
pimento político e econômico entre Brasil e Inglaterra, resolvido após dois anos com o pedido
oficial de desculpas do governo inglês.

A Guerra do Paraguai
Desde 1850, já existiam conflitos entre Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai para dominar a
rica região do rio Prata.
• Argentina: a capital Buenos Aires era o principal porto da região e a cidade mais rica des-
ta bacia, e tinha a ambição de unificar toda a região sob seu domínio.
• Uruguai: a vitória de políticos que não simpatizavam com o imperador brasileiro foi de-
terminante para que, em 1850, militares brasileiros invadissem a capital uruguaia.
• Paraguai: era industrializado e não tinha analfabetos. Considerado o país mais desen-
volvido dos quatro, já possuía um avançado sistema de telégrafo e um excelente sistema
ferroviário. Militarmente, os paraguaios tinham uma poderosa frota fluvial.
O Brasil representava uma forte influência na região, mas via sua hegemonia diminuir de-
vido ao desenvolvimento dessas três nações. Solano López, presidente paraguaio, iniciou em
1862 uma expansão militar para alcançar o oceano Atlântico e poder escoar a produção indus-
trial paraguaia. Em 1865, mantendo-se na ofensiva, as tropas paraguaias haviam invadido o
norte da Argentina e o sul de Mato Grosso. Para deter o avanço paraguaio, Brasil, Argentina e
Uruguai criaram a Tríplice Aliança e iniciaram a Guerra do Paraguai.
A guerra devastou o território paraguaio, desestruturando a economia e causando a morte
de cerca de 75% da população (aproximadamente 600 mil habitantes). Estima-se que 99% da
população masculina com mais de 20 anos morreu no conflito, restando apenas mulheres,
idosos e crianças. As consequências do conflito para o Brasil foram a morte de, aproximada-
mente, 40 mil homens (sobretudo negros). A Inglaterra foi o país que mais lucrou com o con-
flito. Forneceu armas para a tríplice aliança e conseguiu com que os três países acumulassem
uma grande dívida com os bancos ingleses. O custo da guerra não recebeu o devido retorno,
pois as conquistas brasileiras - em território - não representaram lucros que pudessem cobrir
os custos.

Atividades escritas
1. Por que o Sudeste tem grande influência política? Justifique a sua resposta.

2. Procure explicar o significado de:


a) Segundo Reinado
b) Era Mauá
c) Questão Christie

3. Descreva, com suas palavras, o que foi a Guerra do Paraguai.

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Educação para Jovens e Adultos

4. Aponte as condições favoráveis para o plantio do café em São Paulo.

5. O Rio da Prata, para o Brasil durante o Segundo Reinado, tinha alguma importância?

6. Explique, com suas palavras, como foi o final do governo de D. Pedro II.

Hora da escrita
1. Pensando no momento atual, escreva a sua opinião:
a) Existe ainda trabalho escravo no Brasil?
b) Você considera que o trabalhador assalariado é bem remunerado? Explique.
c) Há discriminação entre uma classe social e outra? Como você poderia demonstrar esta
questão?
d) Aponte pelo menos cinco profissões que você considera mal remuneradas e cinco que
você considera muito bem remuneradas. Por que aconteceu essa diferença na renumeração?

2. Com suas palavras, explique o significado de:


a) Barões do café
b) Imigrantes
c) Escravos
d) Abolição da escravatura

3. Responda:
a) Quais foram as principais leis que, de certa forma, atrasaram a abolição da escravidão?
b) Qual era a posição dos cafeicultores do estado de São Paulo em relação ao trabalho es-
cravo?
c) A abolição da escravidão significou o fim dos problemas dos escravos?

Hora da pesquisa
Procure reportagens que mostrem a existência de trabalho escravo hoje em dia e elabore
um texto sobre o assunto.

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Unidade 2
A queda do imperador e a política do café-com-leite

Hora da leitura
A proclamação da República (15 de novembro
de 1889)
Após a Guerra do Paraguai, diversos grupos
aumentaram suas exigências por poder, sobretu-
do os militares. D. Pedro II não era simpático às
forças militares, o que aumentou a crise duran-
te a década de 1880, pois o exército e a marinha
haviam aumentado o prestígio graças à vitória
na Guerra do Paraguai. Além desses, os cafeicul-
tores aumentavam a pressão contra o monarca,
que dava sinais de que aplicaria o abolicionismo
e não criaria mais incentivos para o café. Além de
todos esses grupos, ainda existiam problemas com a Igreja católica. D. Pedro II era maçom, e,
durante a década de 1880, o papa havia rompido com esta ordem. Ocorre que o imperador,
para não sair da maçonaria, rompeu com o Vaticano, fato importante para que a Igreja católica
brasileira se revoltasse com o imperador.
No ano de 1888, a princesa Isabel, governando interinamente o país na ausência de seu pai,
assinou a Lei Áurea, decretando a libertação de todos os escravos no Brasil.

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Educação para Jovens e Adultos

Esse documento selou o fim da decadência escravista, iniciada com a imigração europeia e
a instituição do trabalho livre assalariado, o fim do tráfico em 1850 e as fugas e resistências
seculares dos escravos. Sem o apoio da Igreja católica e dos importantes cafeicultores, princi-
palmente aqueles do Vale do Paraíba (que ainda utilizavam mão de obra escrava e apoiavam
o imperador), a queda da monarquia e a implantação da República tornaram-se inevitáveis.
O grupo político mais articulado nesse momento já estava em São Paulo. Você se lembra
que o café havia se expandido para o interior do estado? Além de formar diversos barões do
café (homens que enriqueceram com este produto), São Paulo abrigou a grande maioria dos
imigrantes europeus.
Militares e a elite brasileira (basicamente cafeicultores) proclamaram a República sem ne-
nhuma participação de populares. Evidentemente, as 8 ideias sobre a República já amadure-
ciam desde o término da Guerra do Paraguai, contudo somente com o fim da escravidão e
com a separação da Igreja, no qual a coroa perdeu os últimos grupos que lhe davam apoio, foi
possível proclamar a República e terminar o período monárquico no país.
Os principais líderes da proclamação foram:

• Marechal Deodoro da • Benjamin Constant:


Fonseca: um nome im- positivista estudioso
portante no exército e (acadêmico) e que ti-
um positivista conser- nha apoio de alguns
vador. Foi uma impor- militares.
tante figura na procla-
mação da República.

• Floriano Peixoto: pri-


meiro presidente elei-
• Quintino Bocaiúva: to do país, militar linha
principal nome na im- dura que conciliava
prensa divulgou as in- liberalismo (abertura polí-
formações no período. tica e econômica) e conser-
vadorismo (perseguiu inimi-
gos políticos).

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História 4aEtapa

A política do “café-com-leite”
Você já deve ter ouvido essa expressão “café-com-leite”. Foi o primeiro período de nossa Re-
pública, comandada por governantes produtores de café de São Paulo e fazendeiros de Minas
Gerais. Veja como foi dividido o governo café-com-leite entre representantes de cada estado:

Presidente Período Origem


Prudente de Morais 1894-1898 São Paulo
Campos Sales 1898-1902 São Paulo
Rodrigues Alves 1902-1906 São Paulo
Afonso Pena 1906-1909 Minas Gerais
Nilo Peçanha 1909-1910 Rio de Janeiro (vice-presidente que assumiu devi-
do à morte de Afonso Pena).
Hermes da Fonseca 1910-1914 Rio Grande do Sul (disputou com Rui Barbosa, ten-
do apoio do RS e MG e oposição de SP. Foi o primeiro
caso de dissidência entre SP e MG).
Venceslau Brás 1914-1918 Minas Gerais
Epitácio Pessoa 1918-1922 Paraíba (Rodrigues Alves havia sido eleito presiden-
te da República em 1918, mas faleceu antes de tomar
posse. Assumiu o vice Delfim Moreira que convocou
novas eleições, vencendo Pessoa).
Artur Bernardes 1922-1926 Minas Gerais
Washington Luís 1926-1930 São Paulo
Júlio Prestes 1930 São Paulo (eleito, não tomou posse, pois foi derru-
bado pela Revolução de 1930).

Movimentos sociais
Esses dois estados praticamente se alternaram no poder durante os primeiros 30 anos de
governo. As revoltas populares contra esta nova política têm como destaque Canudos, a Re-
volta da Vacina, a Revolta da Chibata e do Contestado. Todas elas tiveram caráter de revolta de
populares contra o novo governo.
Canudos (1893 a 1897): no interior da Bahia, uma comunidade organizou-se em torno de
um líder messiânico chamado Antônio Conselheiro, um cearense que pregava pelo sertão nor-
destino. Ele identificava a ordem republicana com a encarnação do mal e defendia uma prática
social igualitária e como preparação para o Dia do Juízo Final. Chegou a reunir cerca de 30 mil
pessoas na cidade de Canudos. Foram necessárias quatro expedições militares para a destrui-
ção da cidade de Canudos.
Revolta da Vacina (1904): o governo de Rodrigues Alves iniciou um processo de reurbani-
zação na cidade do Rio de Janeiro: a construção de avenidas mais largas e com estilo europeu.
Para que isso fosse possível, derrubaram-se cortiços e ergueram-se belos edifícios. Mas, e as
pessoas que moravam nesses locais antes da urbanização? O destino delas explica - em parte

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Educação para Jovens e Adultos

- a quantidade de favelas existentes na cidade do Rio de Janeiro. Neste ambiente, o sanitarista


Oswaldo Cruz iniciou o combate à peste bubônica, malária e varíola. Obrigados a ser vacina-
dos e tendo suas casas derrubadas “para combater essas epidemias”, os populares cariocas se
revoltaram, tomando ruas e avenidas elegantes por uma semana. Somente com a atuação das
forças militares os ânimos foram acalmados.
Chibata (1910): marinheiros, ancorados em um navio militar, sublevaram e ameaçaram
bombardear a cidade do Rio de Janeiro. Eles solicitavam o fim dos castigos com a chibata na
marinha e melhores condições de trabalho. Devido ao poder de fogo dos navios tomados, o
governo aceitou negociar e não punir os líderes do movimento, sendo o principal João Cândi-
do. Aproveitando a rebelião dos marinheiros, os fuzileiros navais da mesma cidade também
iniciaram um protesto, mas foram duramente punidos. O governo voltou atrás na anistia con-
cedida aos marinheiros, prendendo-os e punindo-os, enviando todos para trabalhos forçados
na Amazônia, onde poucos sobreviveram.
Contestado (1912 a 1916): o conflito se desenvolveu no sul do país, por causa de uma
guerra entre o território de Santa Catarina e do Paraná. Devido ao isolamento e ao abandono
migraram diversas famílias para essa área no interior desses estados sulistas. Também teve,
como Canudos, um líder messiânico, sendo o principal o “monge” José Maria. Os coronéis,
que temiam o crescimento dessas comunidades dentro de seus territórios, receberam ajuda
do governo federal para “expulsar” os populares daquela região. Estima-se que 20 mil pessoas
morreram no conflito.
Economia da República Velha
• Funding Loan: acordo que representou uma mudança em relação ao Encilhamento e
determinava que o pagamento dos empréstimos externos feitos anteriormente seria
efetuado até 1901.
• Convênio de Taubaté: a intensa produção de café no final do século implicou uma enor-
me safra, que desencadeou a queda nos preços (crise de superprodução). Os cafeiculto-
res pressionaram o governo que, em 1906, na cidade de Taubaté, decidiu que compraria
o excedente de produção. Durante a primeira República, todas as crises de superprodu-
ção foram resolvidas por este método. Isto propiciou que os cafeicultores acumulassem
grandes fortunas e, ao mesmo tempo, criou um Estado com uma grande dívida externa.
• Café e industrialização: até o término da República café-com-leite, a principal atividade
econômica brasileira foi a produção agrícola. As indústrias, neste período, nunca tiveram
papel preponderante em nossa economia, e as poucas que existiam buscaram apenas
atender ao mercado interno. Dentro desta fase da história do Brasil, o momento no qual
as indústrias tiveram melhor destaque foi na década de 1910, que se consolidou na
década de 1920. Cafeicultores importantes buscavam investir seus lucros na produção
industrial. O foco foi a cidade de São Paulo, que, durante a década de 1920, tornou-se o
principal polo industrial brasileiro.
No final do século XIX e início do XX ocorreram dois relevantes pontos de desenvolvimento
econômico: o cacau da Bahia e a borracha da Amazônia.

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História 4aEtapa

• O cacau na Bahia se desenvolveu, sobretudo, no sul


da Bahia, região ideal para o seu plantio, que aí conta-
va com clima, solo e localização favoráveis. Além dis-
so, a mão de obra livre era abundante, constituída por
retirantes da seca dos sertões nordestinos e, princi-
palmente, por ex-escravos.
• A produção de borracha na Amazônia teve início na década
de 1860 no Pará e, depois, se transferiu para a Amazônia.
Apesar do método rústico, a economia do Norte cresceu
muito com o ciclo da borracha, e certos setores da socieda-
de local enriqueceram de modo evidente. O grande volume
de dinheiro em circulação acarretou alterações na estrutu-
ra urbana das cidades, sobretudo em Manaus e Belém, que
progrediram e ostentaram essa riqueza.

O declínio da República Velha começou paralelamente à industrialização da década de 1920.


A maioria dos novos industriais era integrante da elite cafeeira, que investia também no de-
senvolvimento comercial. O advento da industrialização contribuiu para a formação de uma
classe operária em solo nacional e de manifestações de cunho político. Anarquistas e comu-
nistas, embalados pela Revolução Russa, iniciaram uma série de protestos contra a industria-
lização e as péssimas condições em que viviam.
A década de 1920 foi de grandes mudanças no país. O surgimento de movimentos militares
contra a política oligárquica com o apoio da classe média brasileira, sem contar com o advento
de manifestações políticas que surgiram em todo o país, foi primordial para o fortalecimento
da política, criando um estado mais forte e autoritário. A política do café-com-leite foi defini-
tivamente quebrada no final da década de 1920 com a grande crise econômica de 1929, em
que o mundo mergulhou causando uma grande depressão econômica e prejuízos incalculá-
veis para os cafeicultores.

Curiosidades
O voto de cabresto é um sistema tradicional de controle de poder político por meio do abu-
so de autoridade, compra de votos ou utilização da máquina pública. É um mecanismo muito
recorrente nos rincões mais pobres do Brasil, como característica do coronelismo. A figura do
coronel era muito comum durante os anos iniciais da República, principalmente nas regiões
do interior do Brasil. O coronel era um grande fazendeiro que utilizava seu poder econômico
para garantir a eleição dos candidatos que apoiava. Era usado o voto de cabresto, em que o co-
ronel (fazendeiro) obrigava e usava até mesmo de violência para que os eleitores de seu “cur-
ral eleitoral” votassem nos candidatos apoiados por ele. Como o voto era aberto, os eleitores
eram pressionados e fiscalizados por capangas do coronel, para que votassem nos candidatos
por ele indicados. O coronel também utilizava outros recursos para conseguir seus objetivos
políticos, tais como compra de votos, votos fantasmas, troca de favores, fraudes eleitorais e

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Educação para Jovens e Adultos

violência. Por meio deste sistema corrupto, a elite conseguia escolher quem seria o próximo
presidente e os demais integrantes.

Vamos conversar
Sabemos que existem, atualmente, empresas que dão condições para que o trabalhador se
sinta disposto a trabalhar. Estas empresas oferecem para atingir uma melhor produtividade
e qualidade, atividade físicas, intervalos para descanso, prêmios em remuneração etc. O que
você acha disso? Sempre foi assim? Será que os operários brasileiros das décadas de 1910 e
1920 tinham esses privilégios?

Atividades escritas
1. Explique com suas palavras o significado de:
a) Proclamação da República
b) Agonia do Império
c) República da Espada

2. Dê a sua opinião sobre a seguinte frase: “O problema da escravidão dividiu as classes no


Brasil, permitindo a Proclamação da República”.

3. Comente sobre a seguinte frase: “Somos da América e queremos ser americanos”.

4. De que forma a questão religiosa e militar influenciou na Proclamação da República?

5. A República foi proclamada para atingir os interesses de todas as classes sociais brasilei-
ras? Explique.

6. Descreva as classes sociais que tiveram proveito e as que não obtiveram nenhum proveito
com a Proclamação da República no Brasil.

Hora de agir
Procure organizar um jornal falado ou escrito sobre a Proclamação da República como se
fosse um acontecimento de hoje. Use toda a criatividade!

Em sua vida
1. Relate acontecimentos de sua cidade que mostrem abuso de poder por parte das autori-
dades públicas (políticos, militares, funcionários de repartições públicas etc.).

2. Aponte um problema grave existente em sua cidade e dê uma sugestão para resolvê-lo.

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História 4aEtapa

Atividades escritas
1. Explique o significado de:
a) República do café-com-leite
b) Coronéis
c) Voto de cabresto
d) Nepotismo
e) Oligarquia cafeeira
f) República oligárquica
g) Semana de Arte Moderna
h) Revolução Russa
i) Cangaço e banditismo social
j) Messiânicos
k) Tenentismo

2. Escolha uma das grandes revoltas desse período e faça uma descrição de seus aconteci-
mentos.

3. Fale sobre a política de encilhamento.

4. Faça um breve comentário sobre as ideias anarquistas na época da República do café-com-


-leite.

Sabendo mais...
A Primeira Guerra Mundial foi um conflito bélico que
envolveu vários países de 1914 a 1918. A guerra ocorreu
entre a Tríplice Entente (liderada pelo Império Britânico,
França, Império Russo, até 1917, e Estados Unidos, a par-
tir de 1917), que derrotou a Tríplice Aliança (liderada pelo
Império Alemão, Império Austro-Húngaro e Império Turco-
-Otomano). A guerra causou colapso político e econômico
de quatro impérios e mudou de forma radical o mapa geo-
político da Europa e do Médio Oriente.
Após o término deste conflito, apenas os Estados Unidos
mantiveram sua economia com estabilidade suficiente para
produzir e fornecer produtos industrializados para o mercado europeu e para outros continentes.
Iniciou-se, logo após a Primeira Guerra Mundial, uma fase de grande prosperidade econômica (Ame-
rican way of life) nos Estados Unidos. Porém, no final da década de 1920, a superprodução indus-
trial provocou uma grave crise econômica, pois não havia mais mercados para abastecer, visto que
a economia europeia já havia se recuperado. A Grande Depressão, também chamada de Crise de
1929, foi uma grande recessão econômica que teve início em 1929 e persistiu ao longo da década
de 1930, terminando apenas com a Segunda Guerra Mundial. Considerado o pior e maior período
de recessão econômica do século XX, causou altas taxas de desemprego, quedas violentas do pro-

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Educação para Jovens e Adultos

duto interno bruto de diversos países bem como que-


das drásticas na produção industrial, preços de ações,
e em todos os medidores de atividade econômica por
todo o planeta.
Durante a década de 1930, a política de diversos
países foi alterada. A democracia perdeu espaço para
regimes totalitaristas, sobretudo na Europa. A Alema-
nha de Hitler e a Itália de Mussolini foram as principais
nações que adotaram regimes totalitaristas (nazismo
e fascismo, respectivamente). O revanchismo criado
pela derrota na Primeira Guerra e a falta de colônias Castelo Real de Varsóvia em
(visto que França e Inglaterra ainda possuíam colônias chamas, em 17 de setembro
na África e Ásia) levaram o continente europeu e, con- de 1939.
sequentemente, o planeta, a uma nova guerra mundial.
A Segunda Guerra Mundial (1939-1945) opôs os aliados (União Soviética, Inglaterra, França
e Estados Unidos) às potências do Eixo (Alemanha, Itália e Japão), tendo sido o conflito que
causou mais vítimas em toda a história da humanidade.
Os 50 milhões de mortos e o colapso político-econômico europeu foram os principais saldos
deste conflito. A Europa teria, a partir da Segunda Guerra, um novo mapa e seria o centro de
um novo conflito: a Guerra Fria, que foi a disputa no plano ideológico entre Estados Unidos
e União Soviética (nações que saíram fortes da Segunda Guerra), na qual cada superpotência
declararia sua superioridade. Foi o maior período (1945 a 1991) em que a ameaça de um con-
flito nuclear pairou sobre a humanidade, pois ambas as nações possuíam bombas capazes de
destruir o planeta.

Vamos conversar
Perguntaram para Albert Einstein, logo após o término da Segunda Guerra Mundial, como
seria a próxima guerra nuclear. Eis a resposta: “Não sei com que armas os homens lutarão na
Terceira Guerra, mas na Quarta, será a pau e pedra”. O que este famoso físico quis dizer? Dis-
cuta a sua resposta.

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Unidade 3
A era de Getúlio Vargas

Após o término de seu governo, Washington Luís apoiou


o candidato Júlio Prestes para a presidência do país. Insa-
tisfeitos, os mineiros articularam parcerias entre os oposi-
tores do regime oligárquico (que não eram poucos) para
derrubar o então candidato de base paulista. Após o as-
sassinato do candidato à vice-presidência da base mineira
(João Pessoa), seguido pela vitória do candidato paulista
Júlio Prestes, houve uma grande insatisfação das aristocra-
cias mineiras e gaúchas.
A morte de João Pessoa causou grande comoção popular. “Façamos a revolução, antes que a
povo o faça”, afirmou o político mineiro Antonio Carlos. A revolução de 1930 ganhou liderança
política. Militares no Rio de Janeiro depuseram Washington Luís e impediram a posse de Júlio
Prestes, e Getúlio Vargas (candidato à presidência derrotado, e que era apoiado pela base
mineira) ascendeu ao poder.

A era Vargas (1930-1945)


O período compreendido entre a crise de 1929 e o término da Segunda Guerra em nosso país
foi marcado pelo governo ambíguo de Vargas. Este governo inicia o investimento do Estado na
industrialização, principalmente na indústria de base. Após repreender movimentos de oposi-
ção, Vargas conseguiu controlá-los e com isso assumiu o poder de forma totalitarista. A Consti-
tuição de 1934, criada após a contenção dessas manifestações, fortaleceu o Estado e criou meios
legais para eleições. No âmbito econômico, o governo conseguiu afirmar a autonomia construí-
da desde 1930, tendo condições de nacionalizar multinacionais e ampliar os poderes sindicais.
As eleições indiretas de 1934 colocaram Vargas mais uma vez na presidência por mais quatro
anos, sem direito a reeleição. Contudo, “a ameaça comunista” criou um ambiente favorável ao golpe
do Estado Novo (1937-1945), período conhecido como a ditadura varguista. A extinção do Legisla-
tivo, a subordinação do Judiciário ao Executivo e a indicação de interventores com forte legislação
trabalhista contribuíram para a permanência de Vargas no poder por mais tempo que a Constituição
de 1934 permitia. Para firmar sua política totalitarista, Vargas utilizou-se dos meios de comunicação
para divulgar o heroísmo e o populismo de seus governos. Com o estouro da Segunda Guerra Mun-
dial (1939), o Brasil ficou numa posição complexa: o governo brasileiro tem uma ligação histórica
com a Inglaterra e com os Estados Unidos, por outro lado adotou uma política totalitarista e de
simpatia aos governos nazi-fascistas. Por causa de aproximações entre americanos e brasileiros, a
decisão de Vargas foi apoiar os países aliados (Estados Unidos, França e Inglaterra). Após ter dois na-

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Educação para Jovens e Adultos

vios afundados por submarinos alemães, o Brasil entra no conflito com a participação de pracinhas.
O término da guerra enfraqueceu a política totalitarista de Vargas. O abrandamento dessa
política foi característica dos momentos finais da era Vargas. O exército não mantinha o mes-
mo apoio de outrora (como no golpe de Estado Novo) e aplicou o golpe que depôs Vargas em
outubro de 1945 (dois meses depois do término da Segunda Guerra Mundial).

Sabendo mais...
A participação do Brasil na Segunda Guerra Mundial
“Numa guerra louca como essa, fizemos o certo na dúvida de que poderíamos estar errando
e vice-versa. Uma noite, eu montava guarda na Ponte Silas, com ordem expressa de proibir a
passagem de civis. Pensando na vida, na distância que me separava do Brasil, vi aproximar-se
uma velhinha. Andava com dificuldade, arcada, e trazia no braço um cesto. Numa voz cansada,
insistia em atravessar a ponte, dizendo morar num casebre na encosta de um morro, do outro
lado. Choramingou tanto que acabei cedendo. Quando ela havia caminhado uns 100 metros
chegou o tenente de ronda e mandou que eu atirasse. Resisti, e ele gritou: ‘Atire, é uma or-
dem!’. Apoiei o fuzil ‘Garant’, com capacidade para 15 tiros, apontei, acionei o gatilho e vi a
velhinha abrir os braços, caindo de costas. Mais tarde, o lugar foi totalmente conquistado por
nós e pudemos verificar que o cadáver, em realidade, não era de uma velhinha, mas de uma
moça de 20 anos aparentes, espiã a serviço dos alemães. Nas suas vestes encontramos vários
croquis designando toda a área ocupada pelas tropas brasileiras”.

Atividades escritas
1. Muitas cidades se desenvolveram no período varguista e algumas foram criadas, como
Goiânia. Você conhece alguma cidade que cresceu ou foi criada nesse período? Descreva-a.

2. Pense e aponte elementos e produtos do período varguista que demonstram quanto


houve de desenvolvimento no Brasil.

3. Aponte ações ou produtos que demonstram o atraso no Brasil.

4. Dê a sua opinião sobre a questão do trabalho formal, informal e o desemprego no Brasil


de hoje.

Em sua vida
Observe as principais páginas de uma Carteira de
Trabalho. Se você tiver alguma, leve-a para a sala de
aula e mostre aos seus colegas. Você sabia que algu-
mas leis trabalhistas estão escritas em nossa carteira?
Leia estas leis - direitos e deveres - e discuta-as em sala
de aula. Dê especial atenção à Reforma da Previdência
em pauta na gestão do atual presidente Michel Temer.

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Unidade 4
O populismo no Brasil

Hora da leitura
Brasil, de 1945 a 1964: O populismo
O primeiro presidente eleito após o governo de Getúlio Vargas foi o general e herói de Se-
gunda Guerra, Eurico Gaspar Dutra (1946-1951). Uma nova Constituição foi promulgada no
ano de 1946, criando um ambiente favorável para a democracia e a livre formação de partidos.
A adoção de uma política de capitalismo liberal (da não intervenção do Estado na economia)
permitiu o investimento do exterior para a construção de diversos empreendimentos. Apesar
de a economia ter crescido 6 % ao ano no governo Dutra, não se afirma um sucesso econômi-
co devido ao grande crescimento da dívida externa com gastos supérfluos do governo federal.
Havia ainda disputas entre dois grupos. Enquanto os economistas liberais defendiam a ne-
cessidade do capital estrangeiro e afirmavam que cresceríamos por meio de empréstimos, os
nacionalistas (sobretudo integrantes da Comissão Econômica para América Latina e Caribe
- Cepal) diziam que não tínhamos condições de nos desenvolver de forma rápida, mas sim uti-
lizando o próprio desenvolvimento, principalmente se fôssemos utilizar capital emprestado de
fundos internacionais. Defendiam um desenvolvimento gradual e com capital nacional.

O segundo governo de Vargas (1951-1954)


A criação de estatais, como a Petrobras (1953) e a Eletrobrás, firmou os objetivos da polí-
tica nacionalista. Reajustes de 100% no salário mínimo (reafirmando a política populista do

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Educação para Jovens e Adultos

momento) tinham como objetivo corrigir a inflação do período (que chegou a ultrapassar a
casa dos 20% ao ano). Essas medidas desagradavam a investidores internacionais e à classe
burguesa brasileira. Sofrendo diversas pressões, Vargas percebeu que seria deposto do gover-
no novamente. Para se tornar mártir e “entrar para a história como herói nacional”, cometeu
suicídio no dia 24 de agosto de 1954.
A manifestação popular impediu que qualquer militar assumisse o governo (com apoio da
burguesia nacional e internacional). A sucessão de Café Filho (vice de Vargas) foi marcada pelo
aumento da crise e pela eleição de 1955. Os candidatos eleitos foram Juscelino Kubitschek
(PSD mineiro) e, como vice, João Goulart (PTB). Juntos, formaram o governo de 1956 a 1961.

Juscelino Kubitschek
Comparando o governo de JK com o de outros presidentes, tem-se em seu mandato um
período de paz política e de crescimento econômico. O nacionalismo de JK não foi ao extremo,
pois o presidente manteve fortes vínculos com o capital estrangeiro e promoveu o crescimen-
to econômico, permitindo que o brasileiro sonhasse com o Brasil-potência. O principal slo-
gan de seu governo foi o “Plano de Metas: 50 anos em 5”, que consistia no desenvolvimento
de cinco setores: energia, transporte, indústria, educação e alimentação. O sucesso das três
primeiras ofuscou o fracasso das duas últimas. Outro ponto importante foi a construção de
Brasília, que significava o avanço para o interior do país e o fim da centralização da política na
região Sudeste, pois o governo estava, a partir daquele momento, na região central do país.

Jânio Quadros
O seu sucessor foi o populista Jânio Quadros (que teve uma carreira meteórica: de vereador
a presidente em apenas 13 anos). Seu populismo e seus discursos o levaram à Presidência em
1960. O seu governo foi caracterizado por aproximações como comunismo e uma política sem
planejamentos, que logo criou um descontentamento entre políticos e parte da população.
Com a sua imagem, tentou uma prática comum dos governos populistas: a renúncia. Ele espe-
rava ter apoio de seus eleitores e até das forças armadas, e voltar ao governo “nos braços do
povo”. A renúncia ao governo foi feita, mas o apoio não aconteceu.

João Goulart
O seu vice-presidente não tinha apoio dos militares. João Goulart não era comunista, mas
buscava ampliar as relações internacionais. O Brasil só fazia comércio com os Estados Unidos.
Jango, como também era conhecido, queria ampliar o nosso mercado internacional, o que
criava desavenças com os Estados Unidos e com representantes do governo americano aqui
no Brasil. Por esse motivo, as forças militares brasileiras impediram a posse de João Goulart,
alegando motivos de “segurança nacional”. O Congresso aplicou o parlamentarismo (governo
no qual o presidente não assume o mandato e o país é chefiado por um primeiro-ministro),
que durou cerca de dois anos. A sucessão de primeiros-ministros aprofunda a crise econômica
e, somente em 1963, João Goulart retorna ao governo por meio de um plebiscito. Ao assumir,
encontra um Estado falido por uma séria crise econômica. Para reverter a situação, aplica o

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História 4aEtapa

Plano Trienal e as reformas de base. Estes dois planos buscavam promover uma distribuição
na renda e reformar pontos importantes da economia. Jango conseguiu, com essas reformas,
ampliar o número de inimigos e ser retirado, definitivamente, da vida pública no Brasil.

Hora da pesquisa
Procure em livros, jornais e na internet quais eram as principais propostas de João Goulart
nas reformas de base.

Em sua vida
Foram muitas propostas sociais neste período de nossa história. Dentre os programas so-
ciais criados, quais foram os mais importantes? Dê sua opinião sobre eles.

Atividades escritas
1. Procure explicar o significado de:
a) Populismo
b) Guerra Fria
c) FMI
d) Reformas de base no Brasil
e) Classe operária

2. Cite alguns destaques do período da última fase de Vargas no poder.

3. Cite os principais destaques desenvolvimentistas do governo de Juscelino Kubitschek.

4. Aponte as principais medidas tomadas por Jânio Quadros, criticadas pela sociedade polí-
tica brasileira.

5. Aponte grupos favoráveis ao governo de João Goulart.

6. Explique por que o Golpe de 1964 não é considerado uma revolução.

Curiosidades
Foi no período da ditadura militar que o uso da mídia tornou-se ainda mais forte. Durante
a ditadura de Vargas, o uso do rádio e dos artistas pelo DPDC e, depois, Departamento de
Imprensa e Propaganda (DIP) - foi muito importante. Mas durante a ditadura houve a mani-
pulação de informações e o uso da televisão em uma proporção muito maior e mais perigosa.

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Unidade 5
O Governo Militar

Hora da leitura
O regime militar (1964-1985)
Após deporem contra João Goulart (9 de abril de 1964), afirmando realizar uma revolução
pela “segurança nacional”, os militares brasileiros assumem o governo com apoio dos Estados
Unidos e iniciam as páginas negras da história da democracia nacional. Este momento de nos-
sa história pode ser explicado em cinco partes:
• Liberdade, mas sem democracia (1964-1967):
O AI-1 (Ato Institucional n°1) pregava que a realização de eleições fosse dentro de três anos.
O general Castelo Branco foi o primeiro ditador desse período. Nesse momento, a repressão
política (principalmente contra os comunistas) e o autoritarismo militar entram em cena. Um
ponto importante de seu governo foi fazer a transição do governo brasileiro de civis para mili-
tares. Como haveria eleições em 1967, formou-se uma frente liberal-democrática para rever-
ter a ação dos militares e, liderando este grupo, estava o ex-presidente Kubitschek (com amplo
apoio popular). Temendo a sua ascensão os militares aplicaram o AI-2, em 27 de outubro de
1965, que eliminou o pluripartidarismo e criou dois partidos: MDB e Arena. O povo ironizou,
afirmando que seriam os partidos que diriam “sim” e “sim, senhor!”.
• Costa e Silva (1967-1969):
O governo de Costa e Silva durou um ano, mas causou a maior alteração nesse período da
história. Seu início foi repleto de várias greves e manifestações estudantis, sindicais, e teve

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História 4aEtapa

como auge a passeata dos 100 mil. Artistas se manifestavam - principalmente pela música,
como o movimento Tropicália. Em dezembro de 1968, o governo decreta o AI-5, considerado
o mais rígido de todos os atos institucionais. No mesmo mês, o ditador sofre um derrame e é
substituído em novas eleições indiretas.
• Médici e o AI-5 (30 de outubro de 1969 a 15 de março de 1974):
O governo mais linha-dura desse período brasileiro foi liderado pelo General Emílio Garras-
tazu Médici. É também o período com o maior número de revoltas armadas no país. A econo-
mia contava com o controle da inflação, o alto crescimento econômico (cerca de 8% ao ano e
caracterizado como “milagre econômico”) e o grande investimento estrangeiro na economia
brasileira (que agora apresentava ser “segura”, ou seja, livre da ameaça comunista). O virtual
desempenho econômico ofuscava a grande repressão política, com inúmeras prisões e tortu-
ras de estudantes e indivíduos “suspeitos”. Outro ponto importante a destacar é que não há
só “flores” desse crescimento econômico. Os principais espinhos foram a grande disparidade
das diferenças sociais e o aumento da dívida externa.
O crescimento econômico foi para poucos, mas a explicação de Antônio Delfim Netto (mi-
nistro da Fazenda daquele período) era “fazer crescer o bolo e depois reparti-lo com os brasi-
leiros”. Claro que a maioria dos brasileiros espera o seu pedaço até hoje.
Os investimentos estrangeiros voltaram graças à “ordem” instaurada pelos militares. En-
quanto as indústrias nacionais focaram em produtos não duráveis (têxtil, processamento de
alimentos etc.), as multinacionais investiram nos bens de consumo duráveis (carros, eletroele-
trônicos etc.).

Sabendo mais...
A abertura política
Após o governo de Médici, iniciou-se um abrandamento na ditadura, pois a oposição havia
sido esmagada pela dura repressão. O país agora estava estabilizado e, graças ao “milagre”
econômico desenvolvido, em 1978, o governo de Médici realizou a anistia para políticos de-
portados, o que significou um profundo avanço no processo de abertura. A economia entrava
em crise nesse período. O aumento da dívida externa, devido a problemas econômicos no ex-
terior (crise do petróleo e crise cambial), elevou ainda mais as dívidas externas do país. Como
o crescimento dos militares não foi bem planejado houve, durante a década de 1980, uma das
piores crises econômicas de nossa história, com inflação de 330% e crescimento econômico
de 0%. Era a ressaca do “milagre” que, além de efêmero, causaria um estrago irreversível para
a nossa sociedade.
Em março de 1979, o novo presidente-ditador João Batista Figueiredo assumiu a adminis-
tração em meio a uma terrível crise econômica. Seu governo é marcado por uma série de
manifestações políticas pedindo eleições diretas. Com o fim do AI-5 ainda na década de 1970,
novos partidos puderam se organizar, e as manifestações passaram a ser permitidas. Em 1982,
voltam as eleições para governador e, em 1985, inicia-se a campanha das Diretas Já. Vários
partidos formados nesse período (entre eles, o PMDB e o PT) iniciaram a campanha das Dire-
tas Já. Apesar de não se conseguir eliminar o voto indireto, foi eleito - após 21 anos de ditadu-
ra - um presidente civil, Tancredo Neves, que iniciou a transição para a democracia brasileira.

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Educação para Jovens e Adultos

Em sua vida
1. Como você observa a participação militar no campo político e social no Brasil de hoje?

2. Você apoiaria um governo militar no Brasil? Explique a sua resposta.

Atividades escritas
1. Procure explicar o significado de:
a) Ditadura militar no Brasil
b) Partidos bipartidários no Brasil
c) Arena
d) MDB
e) Guerrilhas
f) Atos Institucionais

2. Aponte dois aspectos positivos adotados ou desenvolvidos pelos governos militares no


Brasil.

3. Aponte dois aspectos negativos adotados durante os governos militares.

4. Cite alguns movimentos sociais contra a política dos governos militares no Brasil.

5. O que significou o “Milagre Econômico” adotado na época da ditadura militar?

6. Faça um relato sobre a inflação na época da ditadura militar no Brasil.

Hora de agir
Procure organizar um quadro com os nomes dos governos militares no Brasil, citando no
mínimo um fato político, um econômico e um fato social durante cada governo.

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Unidade 6
O Brasil de Sarney e Lula
José Sarney
Sair de uma política ditatorial que durou mais de 20
anos e iniciar um processo de redemocratização. Esta
era a prioridade dos primeiros governantes no período
de redemocratização. Em 1985, o vice-presidente José Sarney assumiu o comando maior da
nação substituindo o primeiro presidente civil Tancredo Neves, eleito após 20 anos de dita-
dura, e que faleceu no dia 21 de abril. O novo presidente buscava consolidar a democracia e,
ao mesmo tempo, voltar a crescer e controlar a inflação - que ainda continuava como a mais
alta do mundo. Outro problema - talvez maior que o primeiro - era justamente a crise eco-
nômica em que se encontrava o país. Na tentativa de baixar os índices de inflação altíssimos
e conter a desvalorização do cruzeiro, moeda da época, o governo lançou o Plano Cruzado.
Seguido de aumento de salários e congelamento dos preços por um ano, esperava-se que o
consumo aumentasse e a economia voltasse a crescer. O consumo realmente aumentou, mas
ao perceber que não possuíam mais o mesmo lucro, os empresários esvaziaram as prateleiras
dos supermercados, não fornecendo mais produtos. Outro ponto que emperrou o desenvol-
vimento desse plano foi a grande quantidade de pobres no país que não tinham condições de
consumir. Em 1986, após as eleições para deputados e senadores, o país viveu o novo Plano
Cruzado II (descongelamento dos preços). A inflação escapou de qualquer controle e alcançou
níveis ainda maiores. No final do mandato de Sarney, o país começou a alcançar as primeiras
grandes vitórias no sentido de sua redemocratização: a Constituição de 1988 e a primeira elei-
ção para presidente com o voto direto.
Fernando Collor de Mello
De um lado, Lula. Ex-metalúrgico, ligado aos movimentos sindicais, figura importante das
greves no ABC paulista durante a década de 1970 e líder do PT. Do outro lado, Fernando Collor
de Mello. Autodenominado “caçador de marajás” e que iria eliminar os corruptos do governo.
Lula apresentava propostas nacionalistas e pregava a moratória total da dívida. Afirmava que o
Brasil tinha que ter autonomia perante a política externa, principalmente perante os estaduni-
denses. Collor contava com o forte apoio da mídia e dos empresários brasileiros.
Estes foram os dois principais candidatos dessa eleição. A vitória apertada de Collor levan-
tou uma preocupação naquele momento, pois temia a ideia de Lula na presidência. O governo
Collor a travou uma luta para “enquadrar” o Brasil no novo modelo econômico da década de
1990 (o neoliberalismo). O Plano Collor eliminou vários cargos governamentais e privatizou
várias empresas. A abertura total para a economia estrangeira causou grande crise nas empre-
sas nacionais e uma recessão sem precedentes no crescimento econômico. O Plano Collor II
reforçou o combate à inflação (congelamento de preços e aumento de salário), forçando uma

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Educação para Jovens e Adultos

baixa na quantidade de compras e a queda da inflação. Esse plano em nada ajudava a eco-
nomia, e a situação política brasileira se agravava quando houve denúncias de que o próprio
presidente estava envolvido em um caso de corrupção e de uso indevido do dinheiro público.
O irmão de Fernando Collor, Pedro Collor, denunciou o presidente devido ao seu envolvimento
com corrupção. O crescimento das denúncias não abalou a autoconfiança de Collor, pois este
pediu a seus milhões de eleitores que fossem às ruas em manifestação de apoio. E realmente
aconteceu a manifestação, mas solicitando a retirada do cargo executivo, processo chamado
de impeachment.

Itamar Franco (1992-1994)


O grande ponto do governo do vice-presidente Itamar Franco foi o crescimento da dívida ex-
terna e a criação do Plano Real (pelo então ministro da Fazenda, Fernando Henrique Cardoso).
O plano estava ligado à dívida externa brasileira, ou seja, a cotação do real teria paridade com
a do dólar. Quando crescesse a necessidade de dólar no mercado (para pagar dívidas exter-
nas), o Banco Central interviria vendendo a moeda americana para garantir o fortalecimento
do real.
No início da década de 1990, o país contava com uma grande dívida externa e uma grande
reserva de dólares. O Plano Real realmente conseguiu controlar a inflação. Contudo, fez cres-
cer a especulação financeira (que consiste em investimentos em ações, que não geram empre-
gos nem aumento da renda para a população). Somente quem possuía um banco ou aplicava
números altos em bolsas de valores poderiam se beneficiar dessa política.
Fernando Henrique Cardoso (1995-2002)
Os oito anos de governo de Fernando Henrique Cardoso são marcados pela forte política
econômica e pela debilitação da parte social, um reflexo exato do que é o neoliberalismo. Para
o Plano Real funcionar foi necessário aumentar a quantidade de reservas de dólares. Uma das
maneiras era o capital de investimento, que trazia empresas multinacionais para o país, ge-
rando investimentos. Outra - muito mais praticada no governo FHC - foi a entrada de capitais
especulativos, que não tinham a função de gerar empregos, pois apenas compravam títulos
da dívida pública. Se você comprasse um desses papéis e o país pagasse a dívida, você obteria
parte do lucro desse pagamento. Claro que, quanto maior a taxa de juros, maior é o ganho de
quem compra esses títulos.
Dessa forma, o Brasil (para atrair dólares) começou a aumentar os níveis das taxas de juros,
tornando insustentável a solicitação de empréstimos junto ao governo para criação de em-
presas que poderiam gerar empregos. O efeito colateral foi o enriquecimento das instituições
bancárias nacionais e a diminuição do crescimento do restante da economia. Crises econômi-
cas ao longo da década de 1990 não permitiram que a paridade entre o real e o dólar perma-
necesse um por um, ou seja, R$ 1,00 equivalendo a US$ 1,00. Já em 1998, quatro anos após a
implantação do real, a cotação já estava em R$ 4,00 por US$ 1,00.
O neoliberalismo de FHC desregulamentou o mercado nacional por meio de privatizações
(retirando a participação do Estado para atender a áreas sociais). As dívidas do governo (exter-
nas e internas) desviaram investimentos da educação, por exemplo, para o pagamento dessas

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História 4aEtapa

contas. Com isso, a marginalização de indivíduos, o crescimento de favelas, o aumento da vio-


lência, da fome, do analfabetismo e de todos os problemas sociais do país aumentaram, pois
o Estado tornou-se mínimo para as questões sociais. Como conciliar crescimento econômico e
desenvolvimento social? Como acreditar que um dia o país será de todos? Como ter esperan-
ças de melhoria para as camadas mais populares?

Luiz Inácio Lula da Silva


Primeiro de janeiro de 2002. Esse dia é inquestionavelmente um marco na história do país. É
a primeira vez que o Brasil elege um presidente de origem humilde, que por toda a vida foi de
esquerda e que esteve (em sua campanha eleitoral) envolvido com as questões sociais.
Mas você se lembra do Lula de 1989? Nacionalista, de esquerda, com ideias populares.
Será que as grandes instituições brasileiras e mundiais aceitariam a aplicação de práticas
sociais em vez de pagamento de dívidas? É evidente que não. Para que Lula fosse eleito, ele
teve de convencer desde a extrema direita (como Antônio Carlos Magalhães) até a extrema es-
querda (como os integrantes do PC do B e do PSTU) de que era o presidente para o momento.
Ora, “apertar” a mão da direita, da esquerda, dos “centrais”, foi a solução para ser eleito, mas
um problema para governar.
O primeiro ano foi repleto de discursos políticos afirmando que o governo precisava elimi-
nar os erros do passado. Claro que, com o passar do tempo, não se podia mais utilizar esses
pretextos para se redimir da falta de investimentos na área social. Apesar das várias críticas
aos oito anos de administração FHC no país, o governo Lula não mudou da forma como havia
prometido em sua campanha. Não mudou a forma de governar o país, priorizando a economia
em detrimento do social.
Em 2005, é divulgada pela imprensa a existência de corrupção dentro das estatais. A mídia
levantou acusações de dinheiro desviado das principais instituições do governo (Correios, Pe-
trobras e Furnas). Se Lula foi eleito por mais de 60 milhões de brasileiros (um recorde) com a
esperança de mudanças, como acreditar num futuro em meio a esta crise política?
Apesar de todo o primeiro mandato repleto de problemas com o envolvimento em corrup-
ção, o nome Lula foi definitivamente poupado dos ataques e das CPIs, porém não da mídia,
que continuou - até o último dia de eleição, em 2005 - com acusações que envolviam o PT em
esquemas de corrupção. Porém, políticas sociais que atendiam a classes menos favorecidas - e
que representavam a maior parte dos eleitores - garantiram a Lula mais quatro anos de man-
dato político. Após a vitória, o governo entrou em um período relativo de calmaria política e
econômica.

Em sua vida
1. Aponte exemplos que possam mostrar a participação da população na política atual e
melhorar a vida do povo brasileiro.

2. Indique algo que você observa de errado no atual governo brasileiro.

3. Avalie de 0 a 10 a sua satisfação com o governo atual. Justifique a sua resposta.

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Educação para Jovens e Adultos

Hora da escrita
Em termos gerais, qual é a situação real dos estudantes na sociedade brasileira? Procure
pensar na seguinte afirmativa: “A educação não é uma das melhores do mundo”.

Atividades escritas
1. Procure explicar o significado de:
a) Redemocratização
b) Impeachment
c) CPI
d) Marajás da política
e) Crime do colarinho-branco
f) Medida provisória
g) Reforma agrária

2. Cite algumas características dos governos de:


a) Sarney (mínimo dois acontecimentos).
b) Collor (mínimo dois acontecimentos).
c) Fernando Henrique Cardoso (mínimo dois acontecimentos).
d) Luiz Inácio Lula da Silva (mínimo dois acontecimentos).

Hora de agir
Em 1992, estudantes levaram faixas e pintaram a cara em protesto contra a corrupção de
Fernando Collor. E você? Está insatisfeito com algum político? Escreva um cartaz e pregue na
escola. Envie seu recado para este político e mostre seu descontentamento.

Sabendo mais...
Da queda do muro de Berlim ao 11 de setembro
O muro de Berlim foi o principal ícone da Guer-
ra Fria e dividiu a Alemanha derrotada da Segun-
da Guerra Mundial em duas nações. Um lado era
capitalista e tinha a economia desenvolvida, en-
quanto o outro, comunista, era submisso à União
Soviética. Em novembro de 1989 o muro de Berlim
veio abaixo após uma série de protestos violentos
realizados, principalmente do lado comunista do
muro. A queda da URSS ocorreria dois anos depois.
Houve, no início daquela década, uma espe-
Alemães em pé em cima do muro, em rança de paz com o fim da ameaça de destruição
1989, que começaria a ser destruído no global pelas bombas nucleares. Contudo, o surgi-
dia seguinte. mento de conflitos e divisões derrubaria essa es-
perança e estabeleceria novas formas de relações

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História 4aEtapa

entre os países. O mundo globalizado se ergueu e criou fronteiras que, apesar de virtuais, são
muito mais ameaçadoras do que aquelas que nos faziam alvo das bombas H. A globalização
impõe novas políticas e economias para países com diferentes histórias e, consequentemente,
culturas distintas. A novidade transportada pela globalização se chama neoliberalismo, ou seja,
uma política na qual é necessária a diminuição ou a anulação do papel do Estado na economia.
No Brasil, assim como em outros países em desenvolvimento, o impacto do neoliberalismo
e da globalização acentua as diferenças sociais. Possibilita que produtos e serviços para as
classes altas se desenvolvam, enquanto os trabalhos do Estado para com os excluídos sociais
diminuam ou desapareçam.
A tecnologia desenvolvida na década de 1990 tem o maior salto da história. A popularização
do computador pessoal e da internet permitiu a formação da aldeia global. Produtos e serviços
circulam pelo planeta, atendendo pessoas e empresas de vários lugares do mundo. A explo-
ração do espaço sideral também teve um grande desenvolvimento, principalmente em razão
do lançamento do satélite Hubble. A medicina teve um progresso com o início das pesquisas
sobre o genoma humano, que decifrou o nosso DNA. Além disso, o estudo das células-tronco
promete a cura de diversas doenças e paralisias permanentes, como lesões na medula.
Apesar de todo esse desenvolvimento, a tecnologia não foi o principal símbolo desse perío-
do. Atentados terroristas de grupos extremistas marcam toda a década de 1990 e criam um
novo tipo de medo para as populações de diferentes países. O principal atentado terrorista,
após a queda do muro de Berlim, ocorreu em 11 de setembro de 2001. Grupos extremistas
islâmicos, liderados por Osama Bin Laden, sequestraram quatro aviões e acertaram alvos nor-
te-americanos (World Trade Center e Pentágono), o que provocou a morte de quase 3 mil
pessoas. Mas este atentado foi consequência de um ódio acumulado há décadas e dilatado
no período pós-Guerra Fria. Grupos neonazistas se multiplicam, principalmente nos países
europeus e nos Estados Unidos. Grupos minoritários, como homossexuais, negros, imigrantes
etc são alvo de ações violentas.
A queda do muro de Berlim representou o nascimento da esperança de paz. Conflitos entre
vizinhos - sejam nações ou nós, civis - sepultam, a cada dia, a possibilidade de um mundo me-
lhor. A crise ambiental, principal tema hoje em fóruns de todas as bandeiras, é uma amostra
de que o descaso humano com o amanhã começou a provocar reflexos. Provavelmente, não
veremos as consequências de nossas ações, seja contra o meio ambiente, seja com o nosso
vizinho. Serão as próximas gerações que terão a dura missão de conviver com a herança que
deixarmos.

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Unidade 7
Brasil atual

O impeachment
O impeachment de Dilma Rousseff consistiu em uma questão
processual aberta com vistas ao impedimento da continuidade
do mandato de Dilma Rousseff como presidente da República
Federativa do Brasil. O processo iniciou-se com a aceitação, em
2 de dezembro de 2015, pelo presidente da Câmara dos De-
putados, Eduardo Cunha, de uma denúncia por crime de res-
ponsabilidade oferecida pelo procurador de justiça aposentado
Hélio Bicudo e pelos advogados Miguel Reale Júnior e Janaína
Paschoal, e se encerrou no dia 31 de agosto de 2016, resultan-
do na cassação do mandato de Dilma. Assim, Dilma Rousseff tornou-se a segunda pessoa a
exercer o cargo de Presidente da República a sofrer impeachment no Brasil, sendo Fernando
Collor o primeiro, em 1992.

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História 4aEtapa

As acusações versaram sobre desrespeito à lei orçamentária e à lei de improbidade adminis-


trativa por parte da presidente, além de lançarem suspeitas de envolvimento da mesma em
atos de corrupção na Petrobras, que eram objeto de investigação pela Polícia Federal, no âm-
bito da Operação Lava Jato. Havia, no entanto, juristas que contestavam a denúncia dos três
advogados, afirmando que as chamadas “pedaladas fiscais” não caracterizaram improbidade
administrativa e que não existia qualquer prova de envolvimento da presidente em crime do-
loso que pudesse justificar o impeachment.
A partir da aceitação do pedido, formou-se uma comissão especial na Câmara dos Deputa-
dos, a fim de decidir sobre a sua admissibilidade. O roteiro começou com os depoimentos dos
autores do pedido e teve seguimento com a apresentação da defesa de Dilma. Enquanto isso,
manifestações de rua a favor e contra o impedimento ocorriam periodicamente em todo o país.
O relatório da comissão foi favorável ao impedimento da presidente Dilma: 38 deputados
aprovaram o relatório e 27 se manifestaram contrários. Em 17 de abril, o plenário da Câmara
dos Deputados aprovou o relatório com 367 votos favoráveis e 137 contrários. O parecer da
Câmara foi imediatamente enviado ao Senado, que também formou a sua comissão especial
de admissibilidade, cujo relatório foi aprovado por 15 votos favoráveis e 5 contrários. Em 12
de maio o Senado aprovou por 55 votos a 22 a abertura do processo, afastando Dilma da pre-
sidência até que o processo fosse concluído. Neste momento, o vice-presidente Michel Temer
assumiu interinamente o cargo de presidente. Em 31 de agosto de 2016, Dilma Rousseff per-
deu o cargo de Presidente da República após três meses de tramitação do processo iniciado
no Senado, que culminou com uma votação em plenário resultando em 61 votos a favor e 20
contra o impedimento.
A seguir, veja a tabela de votos do processo de Impeachment:

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Educação para Jovens e Adultos

`Michel Temer chegou à presidência da repúbli-

WIKIPEDIA
ca em maio de 2016 como interino e, em agosto
do mesmo ano assumiu definitivamente após o
impeachment de Dilma Rousseff, em meio a uma
grave crise econômica e política no país, herdada
do governo anterior, num processo que foi chama-
do pela oposição e pela população de “golpe”.

No ato de posse, afirmou que seu governo haveria de ser um governo reformista. Foram
trazidas à tona diversas propostas econômicas, a polêmica reforma da previdência, ainda em
fase de discussão; uma reforma trabalhista, já aprovada; e a liberação da terceirização para
atividades-fim.
Mais centrado nas questões econômicas, o objetivo inicial é tirar o país da recessão e re-
tomar o crescimento. Ocorreram também mudanças no campo social e da educação, como a
conclusão e inauguração de parte da obra de transposição do rio São Francisco, e a reforma
do ensino médio, entre outras.
O Governo Temer, contudo, tem sido acusado por entidades e especialistas de cometer
retrocessos, notadamente nas área social e ambiental, e também na condução das questões
indígenas. Segundo pesquisas de opinião de institutos distintos, o governo tem a menor apro-
vação popular da história no País.

Hora da leitura
Governo Temer tem aprovação de 6% e reprovação de 70%
Pesquisa do instituto Datafolha divulgada em janeiro de 2018 mostra os seguintes percen-
tuais de avaliação do governo do presidente da República, Michel Temer (PMDB):
Ruim/péssimo: 70%
Regular: 22%
Ótimo/bom: 6%
Não sabe: 2%
O Datafolha entrevistou 2.826 pessoas nos dias 29 e 30 de janeiro, em 174 cidades. A mar-
gem de erro é de dois pontos para mais ou para menos.
O nível de confiança da pesquisa, segundo o Datafolha, é de 95%, o que quer dizer que, se
levarmos em conta a margem de erro de dois pontos percentuais, a probabilidade de o resul-
tado retratar a realidade é de 95%.
Na pesquisa Datafolha anterior sobre a aprovação do governo, realizada em novembro de
2017, 71% avaliaram como ruim/péssimo; 23% como regular; 5% como ótimo/bom e 1% não
soube responder.
O Datafolha pediu aos entrevistados que atribuíssem uma nota de zero a dez para o governo
Temer. 43% deram nota zero; 14% deram nota cinco e 8% deram nota dois.
A média, segundo o instituto, foi de 2,6. Em julho de 2016, dois meses depois de ter assu-
mido a presidência, a média das notas atribuídas a Temer era 4,5, de acordo com o Datafolha.
FONTE: G1.GLOBO.COM

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Geografia
4aEtapa

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Unidade 1
Geografia Física

Hora da leitura
Conhecendo os continentes e as paisagens naturais
Os continentes que conhecemos:
Nosso planeta é formado por diferentes camadas, cada uma com suas características e fun-
ções específicas. Vamos estudar, nesta unidade, cada uma dessas camadas: a litosfera, a hi-
drosfera e a atmosfera.

Estrutura
da Terra.

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Geografia 4aEtapa

Litosfera
É a parte sólida do planeta. Formada por minerais e rochas, a litosfera é representada
pelos continentes, ilhas e pelo fundo dos oceanos. O ser humano conhece apenas 10
quilômetros dessa camada e obtém diversas riquezas do subsolo da litosfera, como os
minérios e o petróleo. Minérios são rochas ou minerais que possuem valor comercial,
como o ouro, a prata, o ferro, o cobre, a bauxita, o diamante etc. O petróleo, além de ser
motivo de guerras e de enriquecimento, é a consequência de inúmeros processos que
aconteceram em depósitos de seres vivos soterrados em mares rasos há milhões de anos
e que foram “prensados” por camadas de sedimentos durante esse longo período.
Existe petróleo em diferentes profundidades, tanto em terra como no fundo dos ocea-
nos. Atualmente, o petróleo é a principal fonte de energia do planeta e matéria-prima
para diversos produtos, como plásticos, borracha sintética, lubrificantes, asfalto, quero-
sene etc.
Relevo
Para compreendermos melhor a litosfera é importante que falemos sobre o relevo ter-
restre. As serras, montanhas, depressões, chapadas, planícies etc. são formas que o ter-
reno assume em diferentes lugares. O Brasil não possui cadeias de montanhas, ou seja, o
território de nosso país é relativamente plano. Veja abaixo os principais tipos de relevo:
• Planalto: relevo com terreno irregular e altitude de 300 metros acima do nível do
mar;
• Planície: relevo com superfície plana e altitude igual ou inferior a 100 metros;
• Depressão: relevo mais plano que o planalto, com inclinação suave e altitude entre
100 e 500 metros.
• Montanhas: as montanhas são as formas mais elevadas do relevo e apresentam alti-
tudes superiores às dos planaltos e planícies.

Hora da pesquisa
Você conhece a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN)? Quando foi criada? Por quem?
Onde fica? O que faz? Procure informações sobre esta importante companhia nacional.

Hora da leitura
Outras camadas do planeta Terra
É sobre a litosfera que o homem desenvolve suas atividades. Porém, há a necessidade
da existência de todas as outras camadas para garantir a vida de todas as espécies do
planeta. Veja a seguir algumas informações sobre essas camadas:

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Educação para Jovens e Adultos

Atmosfera
Camada de gases que envol-
vem a Terra e, entre esses, está o
ar que respiramos. A atmosfera é
composta de vapor de água, par-
tículas de poeira e gases como o
nitrogênio, oxigênio, gás carbônico
etc. É nessa camada que ocorrem
os fenômenos atmosféricos, como
a temperatura do ar, o vento, as
nuvens, a umidade do ar, a pressão
atmosférica e as chuvas. Atmosfera terrestre.
Hidrosfera
A outra camada de nosso planeta é a hidrosfera. Toda água, em estado líquido, gasoso ou
sólido, faz parte desta camada. A maior parte do planeta é composta de água, (73% da super-
fície terrestre), cerca de 510 milhões de quilômetros quadrados. Apesar dessa quantidade, a
água potável (própria para o consumo) está cada vez mais escassa. A poluição e a destruição
do meio ambiente extinguem, gradativamente, essa importante fonte de vida não renovável.

Hidrosfera, ciclo da água.

Hora da escrita
Escreva um texto e explique como podemos economizar água.

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Geografia 4aEtapa

Atividades escritas

1. Complete o texto abaixo:


A litosfera (do grego “Lithos” = pedra) é a parte do planeta Terra constituída por
_______________correspondendo à __________________. É um dos três principais grandes
ambientes físicos da Terra, ao lado da __________ e da ____________________________, que,
na sua relação como suportes de vida, constituem a ____________. A _____________________
é a camada sólida mais externa da Terra, enquanto a ___________ é a esfera de todas as
águas do planeta, as quais formam uma camada descontínua sobre a superfície da Terra. Por
outras palavras, é a camada do planeta que tem água. Por fim, há a _______________ ar que
respiramos. Esta camada é responsável por regular a __________________________, uma
camada da Terra e é onde se formam as chuvas e outros fenômenos climáticos.

2. A água é um bem finito ou infinito? Desenvolva um texto sobre esse tema.

3. Responda qual a origem de cada item abaixo (litosfera, atmosfera e hidrosfera):


a) Água mineral d) Petróleo g) Mármore j) Carvão mineral
b) Ar e) Geleiras h) Chuva k) Nuvens
c) Ouro f) Furacões i) Rios

4. Responda:
a) O nosso planeta é formado por qual porcentagem de água?
b) Por que a água do mar é salgada e das geleiras não?

5. Como é o relevo de sua cidade? Faça uma descrição rápida sobre sua cidade e tire uma
foto de algum local para mostrar uma planície, planalto, depressão ou montanha. Depois, co-
le-a no mural de sua escola ao lado de seu texto.

Hora da leitura
Clima
Qual foi a previsão do tempo de hoje para a sua
cidade? Céu claro, com temperatura elevada? Ou
foi de tempo fechado e com previsão de chuva por
todo o dia? Mesmo sem saber a previsão do tempo,
ao estudar climatologia ou meteorologia é possível
saber como será o tempo atmosférico de nosso dia.
Pessoas que vivem no campo, sem recursos tecnoló-
gicos, conseguem acertar diversas vezes como será
o tempo atmosférico da semana, ou seja, se será de
céu claro ou de tempo chuvoso.
Furacão Patricia (2015).

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Educação para Jovens e Adultos

Existem, basicamente, quatro tipos de clima no planeta. De acordo com a distância da linha
do equador, o clima é alterado. Isto se deve ao fornecimento de luz do sol para estas regiões.
Conheça os principais tipos de clima do nosso planeta:

Temporal em São
José dos Campos,
São Paulo.

Quente:
• Equatorial: áreas próximas à linha do equador de baixa latitude. Clima quente e úmido o
ano inteiro. Temperatura média anual de 25 °C e índice pluviométrico acima de 2.000 mm.
• Tropical: localizado entre os trópicos de Câncer e Capricórnio, tem o clima quente e tem-
peratura média superior a 20 °C. O índice pluviométrico está entre 1.000 e 2.000 mm.
• Desértico: geralmente ocorre em áreas subtropicais e se caracteriza por raras precipita-
ções (inferiores a 200 mm anuais). As amplitudes térmicas, mudanças na temperatura em um
dia, são altas. O deserto do Saara, por exemplo, registra temperaturas de 45 °C durante o dia
e 0 °C durante a noite.
Temperado:
• Mediterrâneo ou subtropical: tem o verão quente e o inverno moderado. A temperatura
pode chegar a 30 °C no verão e a mínima no inverno pode atingir 0 °C. O índice pluviométrico
está entre 500 e 1.000 mm.
• Oceânico: as estações são bem definidas. O inverno é frio e tem média de –3 °C, enquanto o
verão é moderado e tem média de 15 °C. O índice pluviométrico está entre 500 e 1.000 mm anuais.
• Temperado continental: o inverno é muito rigoroso com temperatura média de 5 °C. O
verão é curto e quente, com precipitações de 1.500 a 2.000 mm.
Frio:
• Continental frio: tem inverno rigoroso e verão brando. A temperatura pode chegar a –15°C
no inverno e, no verão, não ultrapassar 10 °C. O índice pluviométrico é inferior a 300 mm.
• Polar: A temperatura média no verão é de 4 °C, e no inverno permanece em torno de
–30 °C. O índice pluviométrico é de 100 mm de neve acumulada anualmente.

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Geografia 4aEtapa

Hypescience

Automóveis e rua
cobertos de gelo.

Montanhoso:
• Temperatura baixa, com queda de 6 °C a cada 1.000 m de altitude e neve constante acima
de 2.000 m.

Montanhas da Áustria.

Vegetação:
Há vários tipos de vegetação no planeta, e a sua distribuição geográfica obedece a fatores
climáticos, sobretudo umidade, temperatura e luz – fundamentais para realização dos proces-
sos vitais das plantas. Em regiões de baixa latitude (próximas da linha do equador), a chuva
abundante, a alta temperatura e a luz intensa propiciam o aparecimento de milhares de espé-
cies. Essa diversidade diminui à medida que nos aproximamos dos polos, onde há escassez de
luz e baixa temperatura. Como existem diversos tipos de clima em nosso país, a vegetação é
diversificada e rica. As formações florestais, os complexos, os campos e a vegetação litorânea
compõem o tipo de flora brasileira.

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Educação para Jovens e Adultos

Os principais tipos de vegetação no planeta são:


Florestas tropicais
• Ocorre nas baixas latitudes. Como está em regiões quentes e úmidas, a vegetação possui
folhas perenes e largas (latifoliadas), que absorvem mais energia solar. A cobertura vegetal é
densa e contínua, com espécies que chegam a atingir até 60 m de altura. Com solos geralmen-
te pobres, as plantas retiram seus nutrientes do húmus, que é formado da decomposição de
todos os seres vivos.

Floresta tropical em Vancouver, Canadá.

Savana
• Distribui-se pela faixa intertropical do planeta, também em baixas latitudes As áreas mais
úmidas, como a savana brasileira (cerrado), são formadas por plantas rasteiras e pequenas
árvores, enquanto nas regiões mais secas predomina a vegetação espinhosa.

Parque dos Pireneus, Goiás.

244

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Geografia 4aEtapa

Floresta temperada
• Encontra-se nas latitudes médias, sobretudo no hemisfério norte. Possui espécies decí-
duas, ou seja, que perdem suas folhas durante o inverno para suportar a baixa temperatura e
sequidão. É uma floresta aberta, com o solo recoberto por gramíneas e contém bem menos
espécies que as matas tropicais. As principais espécies são os carvalhos, os bordos e as faias.
Estepe
• Encontra-se nas áreas de clima temperado continental e é constituída, basicamente, por
gramíneas. Na África e na Europa chama-se estepe, nos EUA e no Canadá é conhecida como
pradaria, e na Argentina e no Brasil, como pampas.
Floresta de coníferas
• Ocupa áreas de alta latitude onde preva-
lece o clima continental e polar, com tempe-
ratura baixa, inverno longo e rigoroso e verão
curto. Entre as espécies adaptadas a essas
condições está o pinheiro e o abeto. As árvo-
res têm folhas em forma de agulha (aciculifo-
liadas) para não acumular neve.
Tundra
• Vegetação formada por musgos, liquens,
bétulas e espécies herbáceas, que aparecem
nos solos das regiões frias nos poucos meses
de degelo. Essa vegetação é predominante no
extremo norte do Canadá, do Alasca, da Fede-
ração Russa, da Groenlândia e da Noruega.
Vegetação mediterrânea e altas montanhas Araucárias
• Na costa do Mar Mediterrâneo e em pe-
quenas regiões no oeste da América do Norte e do Sul, de clima semelhante, a vegetação típi-
ca é o maqui, formado por árvores pequenas (como oliveiras e sobreiros), moitas e arbustos
(como murtas).
Acervo pessoal Roseli Gonçalves

Vilarejo incrustado
no meio da vegetação
montanhosa na
Córsega.

245

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Educação para Jovens e Adultos

• Nos planaltos mais elevados – como a cordilheira dos Andes, na América do Sul, nas Mon-
tanhas Rochosas, na América do Norte e a cordilheira do Himalaia na Ásia Central, tem-se uma
vegetação mais escassa. Sobrevivem ervas e arbustos resistentes à hostilidade do clima.

Atividades escritas

1. Pesquise o tipo de vegetação e de clima da sua região e do seu estado. Faça uma descri-
ção sobre eles.

2. Faça uma pesquisa em livros, jornais, revistas e periódicos sobre os três principais tipos
de clima e vegetação brasileira e destaque:
a) Quais são os principais tipos de vegetação e clima;
b) As principais cidades de cada região climática;
c) A principal atividade econômica;
d) Os principais rios.

3. Diversos estudos apontam que o aquecimento global causa grandes impactos no meio
ambiente. Faça uma pesquisa sobre os impactos deste aquecimento:
a) Clima
b) Vegetação

4. Pesquise em jornais e na televisão qual foi a previsão do tempo para a sua cidade hoje.

Vamos conversar
Você percebe alguma diferença na temperatura em sua cidade, comparando hoje com al-
guns anos atrás?

Sabendo mais...

A água é fundamental para a sobrevivência


do planeta. As maiores bacias hidrográficas do
mundo são as seguintes (nome, localização e
área em km²):
• Bacia Amazônica, Brasil, 7.050.000
• Bacia do Congo, Congo, 3.690.000
• Bacia do Mississippi, EUA, 3.328.000
• Bacia do Rio da Prata, Brasil, 3.140.000
• Bacia do Obi, Federação Russa, 2.975.000
• Bacia do Nilo, Egito, 2.867.000
• Bacia do Lenissêi, Federação Russa,
2.580.000 Rio Purus, na Bacia Amazônica, Brasil.

246

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Unidade 2
Geopolítica do século XX

Hora da leitura
Fronteiras: Os limites das nações
Wikipedia

A História é uma disciplina importante para a Geografia, principalmente para a compreen-


são da geopolítica. Ao longo da história, os sujeitos criaram seus espaços, valores, ideias e
fronteiras. Diversas guerras ocorrem entre diferentes nações, o que modifica as linhas imagi-
nárias que dividem cada território. Continentes, como a Europa, apresentaram várias confi-

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Educação para Jovens e Adultos

gurações de mapas em um curto período, no qual cada país possuía um tamanho diferente.
Atualmente, o mundo é formado por seis continentes, sendo cinco destes habitados. Europa,
Ásia, África, América e Oceania possuem divisões geográficas, estabelecidas devido às dife-
renças econômicas, sociais, culturais, políticas etc. A Antártica é um continente inabitado, po-
rém existem diversos países que mantêm lá bases de estudos, principalmente, climatológicos.
Além dessas divisões, há outra que considera mais a história, do ponto de vista europeu. Veja:
• Velho Mundo – Formado por Ásia, África e Europa. Estes três continentes formam o mun-
do conhecido pelos europeus até o século XV.
• Novo Mundo – nome dado à América, continente descoberto no século XV, e esta termi-
nologia é muito utilizada pelos europeus. Este continente está situado totalmente no hemisfé-
rio ocidental, compreendendo a América do Norte, América Central e América do Sul.
• Novíssimo Mundo – Este continente é formado pela Austrália, Nova Zelândia e milhares de
ilhas situadas no Oceano Pacífico. Foi o último continente descoberto pelos europeus.
A cultura europeia influenciou todo o planeta, e valores europeus, como a religião, são a
base da cultura ocidental.

Culinária alemã. Halloween, originada no Reino Unido.

Praça de São Pedro, Vaticano. Papa Francisco.

Atividades problematizadoras

1. Por que algumas regiões de nosso planeta são chamadas de Velho Mundo, Novo Mundo
e Novíssimo Mundo?

2. Responda:
a) Cite o nome de cinco países do Velho Mundo;
b) Cite o nome de cinco países do Novo Mundo;
c) Cite o nome de dois países do Novíssimo Mundo.

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Geografia 4aEtapa

3. Você escolheu os países na questão anterior sobre cada região. Pesquise quais são as
principais cidades de cada país escolhido.

Hora de agir
Procure realizar uma pesquisa e cite pelo menos duas diferenças e duas semelhanças entre
os outros continentes e o nosso.

Hora da leitura
A divisão e regionalização do mundo no século XX
“A guerra é mãe e rainha de todas as coisas; alguns se transformam em deuses, outros, em
homens; de alguns faz escravos, de outros, homens livres.” Heráclito.
O século XX é sacudido por duas guerras mundiais, com consequências e impactos socioe-
conômicos sem precedentes históricos. A Primeira e a Segunda Guerras Mundiais tiveram um
saldo de mais de 60 milhões de mortos, a economia europeia arruinada e a formação – a partir
da década de 1950 – de uma nova ordem geopolítica.
A Primeira Guerra Mundial (1914-1918) ocorreu entre a Tríplice Entente, liderada pelo Im-
pério Britânico, França, Império Russo (até 1917) e Estados Unidos (a partir de 1917) e a der-
rotada Tríplice Aliança (liderada pelo Império Alemão, Império Austro-Húngaro e Império Tur-
co-Otomano).

Oficial e soldados da Primeira Guerra Mundial.

A guerra causou o colapso econômico de quatro impérios e mudou de forma radical o mapa
geopolítico da Europa e do Oriente Médio.
Até 1917, a Rússia era governada por czares (um sistema político monárquico). Naquele
ano ocorreu uma revolução operária, que retirou a aristocracia do poder. O novo governo da
Rússia foi formado – no fim da revolução – por integrantes do partido bolchevique (maioria,
em russo). Os bolcheviques adotaram o sistema comunista de governo, que ficou conhecido
como ditadura do proletariado. Isto ocorreu durante a Primeira Guerra Mundial e fez com que
a Rússia se retirasse do conflito antes de seu término.

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Educação para Jovens e Adultos

A Revolução Russa (como ficou conhecido este processo) transformou a Rússia aristocrática
em uma nação governada por um Estado autoritário, que em 1922 passou a se chamar União
das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS). As novas divisões do mapa europeu não apaga-
ram o revanchismo entre as nações.

Pôster de propaganda dos Russos Brancos, no


qual Lenin é retratado com um manto vermelho,
Martelo e foice, símbolo do comunismo criado pela ajudando outros bolcheviques a sacrificar a Rússia a
então União Soviética durante a Revolução Russa. uma estátua de Karl Marx.

Contribuiu para que fronteiras se tornassem cicatrizes abertas e levou a Europa – e con-
sequentemente o mundo – a iniciar, 20 anos depois, um conflito em escala mundial. Entre a
Primeira e a Segunda Guerra houve, em 1929, uma grave crise econômica (crise da bolsa de
Nova York ou crise de 1929). Esta crise afetou e modificou a política de diversos países, que
deixaram de ser democráticos e adotaram regimes autoritários.

Portões de Auschwitz, na Polônia.

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Geografia 4aEtapa

Estes países foram a Alemanha, governada por Adolf Hitler, e a Itália, governada por Benito
Mussolini, além de Portugal e Espanha (países que adotaram o autoritarismo político, mas não
participaram da guerra como as duas primeiras nações).

Memorial do Holocausto, em Berlim.


A Segunda Guerra Mundial é – para muitos estudiosos – a continuação do primeiro confli-
to. A Alemanha, a Itália e o Japão se aliaram para expandir o domínio sobre regiões diversas
do planeta. Enquanto Alemanha e Itália buscaram ampliar os seus territórios na Europa e na
África, o Japão guerreou para aumentar seus domínios na Ásia, principalmente sobre a China.
Para evitar esse avanço, formou-se outra frente, chamada de aliados, composta por França,
Inglaterra e União Soviética e, mais tarde, em 1941, depois do ataque japonês à base estadu-
nidense de Pearl Harbor, os Estados Unidos.
Os aliados conseguiram deter o avanço das potências do eixo (Alemanha, Japão e Itália) e,
em agosto de 1945, a Segunda Guerra Mundial terminou com a rendição da última potência
do eixo (Japão) devido à utilização das bombas nucleares em Hiroshima e Nagasaki.
Após o fim da Segunda Guerra Mundial, a Euro-

Acervo pessoal Roseli Gonçalves


pa estava destruída economicamente. Sem condi-
ções de se reerguer sozinha, recebeu dos Estados
Unidos bilhões de dólares, o que contribuiu para a
recuperação econômica, porém criou uma depen-
dência política dos países europeus para com os
Estados Unidos. A União Soviética realizou o mes-
mo procedimento com os países do Leste Europeu
e conseguiu que estes se tornassem dependentes
das decisões tomadas em Moscou.
Mesmo depois de 70 anos de seu término, a Segunda Guerra
Mundial permanece viva na memória de quem fez parte dela. Na
foto, encontro de veterano da Segunda Guerra com um garoto,
ambos visitantes do Museu de Bayeux, França, em 2015.

251

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Educação para Jovens e Adultos

Estados Unidos e União Soviética conseguiram atravessar o conflito e manter a economia


estável. Porém, eram duas nações que possuíam política, ideias e economia diferentes. Os Es-
tados Unidos, capitalista e democrático, se opunha ao extremo da União Soviética, comunista
e governada pela ditadura do proletariado. Este antagonismo criou, após o término da Segun-
da Guerra Mundial, um novo conflito chamado de Guerra Fria.
Esse novo conflito não foi direto, como nas outras guerras. Foi uma disputa ideológica, na
qual as superpotências, Estados Unidos e União Soviética, buscaram aliados e afirmaram a
própria superioridade. A reprodução cinematográfica estadunidense ficou direcionada neste
discurso por décadas, enquanto a propaganda soviética divulgou informações que denegriam
a imagem dos países capitalistas.
Essas duas superpotências buscaram ampliar seus domínios em países do terceiro mundo.
São os países da América Latina, África e a maioria dos países asiáticos (com exceção de Israel
e Japão). Eram nações que, em geral, haviam conquistado a independência política após a
Segunda Guerra Mundial (durante a Guerra Fria), mas, na economia, ainda eram muito depen-
dentes. A União Soviética e os Estados Unidos aproveitaram a debilidade econômica dessas
nações e investiram no desenvolvimento militar, político e econômico para ampliar o número
de países aliados.
Para se fortalecerem, as superpotências formaram blocos militares. Do lado capitalista, hou-
ve em 1949 a criação da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan). Esta organização
teve como objetivo constituir uma frente militar oposta ao bloco comunista. A União Soviética
criou, em 1955, o Pacto de Varsóvia para fazer frente à Otan durante a Guerra Fria.

Organização das Nações Unidas (ONU)


A ONU surgiu após o final da Segunda Guerra
Mundial e teve como objetivo principal preservar
a paz mundial e desenvolver relações de coopera-
ção entre os povos. Não tem obtido sucesso abso-
luto como, por exemplo, na Guerra do Vietnã, nos
conflitos africanos, no Oriente Médio etc. Apesar
disso, a ONU conseguiu implementar diversos pro-
gramas sociais em todo o mundo, principalmente
Sede da ONU em Genebra, Suíça.
no combate à fome e à miséria.

A propaganda americana foi difun-


Cineclick.com.br

dida, principalmente, por meio da pro-


dução cinematográfica. Filmes e perso-
Os Vingadores,
nagens, como Super-Homem, Capitão
super-heróis
América, Rambo etc., foram criados no da Marvel.
intuito de repassar a imagem do ameri-
cano salvador, aliado.

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Geografia 4aEtapa

Com base nessas informações e sobre os filmes que você já viu, discuta a frase abaixo:
“Eu estava tão influenciado pelas imagens de heroísmo de Hollywood que fiquei desapon-
tado por não haver ninguém atirando atrás de mim.” Joseph Heller, escritor americano.

Atividades escritas

1. Quais eram os países que lutaram na Primeira e Segunda Guerras Mundiais?

2. O que foi a Revolução Russa? Qual o impacto deste evento para a Primeira Guerra Mundial?

3. Cite dois países que tiveram suas fronteiras modificadas na Primeira Guerra Mundial.

4. Descreva, utilizando suas palavras, o que foi a Segunda Guerra Mundial.

5. O que é Guerra Fria? Explique, com suas palavras, o que foi e como surgiu esse conflito.

6. “O vencedor não será perguntado se ele falou a verdade.” A frase é de Adolf Hitler. Expli-
que o que ele quis dizer.

Hora da pesquisa
Para se fortalecerem militarmente, as superpotências Estados Unidos e União Soviética cria-
ram blocos militares. Quais foram esses blocos? Quais eram os países pertencentes a cada bloco?

Hora da leitura
O fim do Mundo Bipolar e da Guerra Fria
“Enquanto o capitalismo e o socialismo existirem, não poderemos viver em paz. No fim, um
ou outro terá de triunfar – um réquiem será cantado sobre a República Soviética ou sobre o
mundo capitalista.”
VIadimir Lênin

Lênin estava certo. Um ou outro haveria de triunfar, pois as diferenças ideológicas entre as
superpotências, socialistas e capitalistas, criaram um ambiente de tensão e medo constante,
de uma provável catástrofe nuclear que destruiria o planeta. A partir da década de 1980, a
União das Repúblicas Socialistas Soviéticas apresentava sinais de debilidade, uma consequên-
cia de não crescer, economicamente, por três décadas consecutivas. A queda na qualidade de
vida, a corrupção, a estagnação econômica, a falta de desenvolvimento de diversas aparelha-
gens (como, por exemplo, o maquinário agrícola) etc., foram fatores importantes que levaram,
no início da década de 1990, à queda do mundo socialista.
Mikhail Gorbatchov foi o último dirigente soviético. Assumiu o cargo de secretário-geral
do Partido Comunista da União Soviética (PCUS) em março de 1985, substituindo Konstantin
Chernenko, que falecera naquele ano. Defensor de ideias modernas, instituiu dois projetos
inovadores: a perestroika (reconstrução econômica) e a glasnost (transparência política).

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Educação para Jovens e Adultos

Wikipedia

Wikipedia
Mikhail Gorbatchov Konstantin Chernenko
A reconstrução foi uma tentativa de reverter a estagnação na qual estava a economia por
três décadas. As principais medidas desta reforma foram:
• A quebra do monopólio estatal em alguns setores;
• Redução dos gastos militares;
• Entrada de capital estrangeiro para atender a alguns setores;
• Arrendamento de terras estatais por cooperativas de grupos familiares.
A glasnost foi além da palavra transparência, que é o seu sig-

Wikipedia
nificado. Com ela vieram a abertura política, como a libertação
de presos políticos e o retorno de exilados, e a concessão de
liberdade de imprensa. Setores mais conservadores do PCUS e
grupos liberais, apoiados pelos Estados Unidos, se opuseram
a esses projetos. O primeiro grupo não aceitava perder os di-
versos privilégios adquiridos por décadas, enquanto políticos
apoiados pela Casa Branca – como Boris Yeltsin – acreditavam
que as mudanças estavam ocorrendo de forma muito lenta. No
início da década de 1990, a linha dura do PCUS tentou um golpe
de Estado para impor as velhas estruturas no governo.
O golpe fracassou em razão da articulação popular, liderada
por Yeltsin. Foi o fim das Repúblicas Socialistas Soviéticas e da
Guerra Fria. Mas o fim deste período da história significou o tér-
Boris Yeltsin.
mino de um mundo dividido?

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Geografia 4aEtapa

Vamos conversar
Discuta em sala de aula qual é o sentido do filme, o que e porque o jovem Alex fez tudo
aquilo pela sua mãe.

Assista ao filme
“Adeus, Lênin”
(Wolfganger Becker,
2002. Alemanha).

Hora da pesquisa
Elabore um quadro comparativo entre o mundo capitalista e o mundo socialista, e analise a
política, a economia, a sociedade, as diferenças sociais e o IDH.

Atividades escritas

1. Explique o significado de perestroika e quais eram os principais objetivos desta doutrina.

2. Explique o significado de glasnost e quais eram os principais objetivos desta doutrina.

3. Em sua opinião, o que significou a queda do muro de Berlim?

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Unidade 3
Geopolítica do século XXI

Hora da leitura
Fronteiras e cicatrizes
Um mapa-múndi pode ter diversas faces. Podemos dividir os países por condições naturais,
históricas, de acordo com a industrialização etc. Nesta unidade, vamos conhecer uma forma
importante de dividir os países: a divisão norte-sul. Mas como fazemos para saber se um país é
rico ou pobre? O que pode parecer simples se complica quando estudamos casos como o Bra-
sil. Nós somos um dos países mais ricos do mundo, mas o brasileiro está entre os povos mais
pobres do planeta. Um dos primeiros passos para o estudo de países desenvolvidos (norte) e
subdesenvolvidos (sul) é analisar alguns indicativos econômicos, como a renda per capita, o
Produto Nacional Bruto (PNB) e o Produto Interno Bruto (PIB).
• Renda per capita: é o Produto Nacional Bruto dividido pelo número de habitantes do país,
isto é, o rendimento médio das pessoas desse país. Como a renda per capita depende do nú-
mero de habitantes da nação, um país pode ter um PNB alto e uma renda per capita baixa se
sua população for muito numerosa.
• Produto Nacional Bruto (PNB): leva em consideração a produção interna do país e todos
os recursos que entram e saem dele.
• Produto Interno Bruto (PIB): corresponde à quantidade total de serviços e bens produ-
zidos em um país durante o período de um ano, porém este indicativo se refere somente à
produção interna dos países.

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Geografia 4aEtapa

Veja o quadro abaixo sobre a renda per capita de alguns países:

Países com rendas per capita alta, média e baixa

Renda per capita


País
(em dólares)

Luxemburgo 79.593,91
Países com alta renda
per capita
Estados Unidos 51.248,21

Argentina 18.709,31
Países com renda
per capita média
Brasil 12.340,18

Serra Leoa 1.577,00


Países com baixa renda
per capita
Moçambique 1.186,00

Mesmo com todas essas informações, não é possível sabermos se um país pode ser considerado
como desenvolvido ou não. Um exemplo é a cidade-Estado de Cingapura, no sudeste asiático. Este
país possui o PNB de 477 bilhões de dólares e uma população de 5.607 milhões de habitantes.
Sendo assim, a renda per capita de Cingapura é de aproximadamente 53 milhões de dólares, uma
das dez maiores do mundo. Mesmo assim, é considerado um país pobre.
Existem alguns indicativos que podem indicar melhor se um país pode ou não ser tachado como
país pobre ou rico. O primeiro que estudaremos será a taxa de analfabetismo, que corresponde à
porcentagem da população que não sabe ler nem escrever. Em alguns países, basta saber escrever
o nome para não ser considerado analfabeto e isso acaba disfarçando alguns dados. Vamos tomar
nosso país como exemplo. Segundo o Censo 2010 do IBGE, 9,6% da população brasileira acima de
15 anos não sabia ler nem escrever. Porém, se analisarmos a porcentagem da população que não
consegue escrever uma carta com coerência, e utilizando a gramática com erros mínimos, certa-
mente o número de analfabetos será muito maior.
Outro indicativo importante para diferenciar países ricos dos pobres é a taxa de mortalidade
infantil. Essa registra a quantidade de crianças que sobrevivem ao primeiro ano de vida a cada mil
nascimentos.
257

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Educação para Jovens e Adultos

Nos países desenvolvidos, onde o nível de alimentação e a qualidade dos serviços médicos são
bons, essa taxa é bastante reduzida. Já em países que apresentam problemas como más condições
de saúde, moradia e educação, principalmente entre os mais pobres, essas taxas são elevadas.
Por exemplo, enquanto em Mônaco, a cada mil crianças nascidas, 1,8 morre antes de com-
pletar 1 ano de idade, no Afeganistão (Ásia Central), este número chega a 122 mortes a cada
mil nascimentos.
A expectativa de vida também é um bom indicador para qualificarmos uma nação como
pobre ou rica. Ela indica, em média, quanto tempo de vida tem a população de um país. Se a
população for bem alimentada, com boas condições de educação, saúde, moradia, lazer etc.,
a tendência é que sua expectativa de vida seja maior que a de países nos quais os indivíduos
não possuem as mesmas condições.
Em países como Canadá, Suécia e Japão, a expectativa de vida é de 70 a 85 anos, enquanto
em alguns países africanos, a expectativa de vida não chega aos 50 anos.

O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) é a soma de todos esses indicativos. A mortali-


dade infantil, o analfabetismo, a renda per capita, a expectativa de vida e o PNB são somados
e, por meio de cálculos, se alcança um número que vai de 0,001 a 1,000. Quanto mais próxi-
mo de 1, mais alto é o IDH e mais desenvolvida é a nação. Os países ricos, como Alemanha e
Suécia, têm o IDH acima de 0,800, enquanto países pobres, com o Moçambique e Serra Leoa,
possuem o IDH abaixo de 0,500.

Hora da pesquisa
Pesquise as informações estudadas no texto, referentes à sua cidade e ao seu estado:
• PIB e a principal atividade
• Índice de mortalidade infantil
• Índice de analfabetismo
• Renda per capita
• Expectativa de vida

Atividades escritas

1. “O Brasil é um país rico, mas o brasileiro é um povo pobre”. Para você, o que significa
esta frase?
2. Quais são os índices necessários para conhecer o IDH de um país ou região?
3. Por que alguns países com a economia forte, como Cingapura, apresentam baixos índices
de IDH?

Hora da leitura
Os países do Norte
Entre os países do Norte estão incluídas as nações que apresentam melhores indicativos
socioeconômicos do mundo. Os países ricos do norte, como são chamados, não são, precisa-

258

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Geografia 4aEtapa

mente, os que estão localizados acima da linha do equador, mas os que apresentam índices
de IDH mais elevados. Fazem parte deste grupo os países da América Anglo-Saxônica (Canadá
e Estados Unidos), Europa, os países da antiga União Soviética, Japão, Israel, Austrália e Nova
Zelândia. Como essas nações possuem alta e moderna produção industrial, são conhecidos
como “sociedades de consumo”. Cerca de 75% de toda a produção mundial é consumida pela
população dos países ricos.

Divisão norte-sul. Wikipedia

Os países do Sul
A realidade dos países do sul ou subdesenvolvidos é bastante complexa. Eles formam um
grupo bastante heterogêneo, com origens, histórias, povos, economias e culturas bastante
diversificadas. Países como Coreia do Sul e Chile, que possuem um bom IDH, são incluídos no
mesmo “mundo” que países como Serra Leoa e Etiópia, destruídos por guerras e pela miséria.
Mesmo com essas diferenças, esses países possuem algumas semelhanças, o que os colocam
na condição de terceiro mundo.
Nos séculos XV e XVI, os continentes já eram habitados por diversos povos nativos. Mas o
continente europeu já havia passado por todo um processo de formação política, cultural e
social, processo este realizado à custa de muitas guerras, invasões e tratados.

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Educação para Jovens e Adultos

Desafiodahistoria.files.wordpress
Grandes navegações dos séculos XV e XVI.

Vários países já haviam se consolidado como grandes impérios ou monarquias, que neces-
sitavam de muitos produtos que não eram encontrados na Europa. O comércio era feito com
a Ásia e com a África em longas jornadas por terra ou pelo mar Mediterrâneo. Nessa época,
tem início a expansão marítimo-comercial europeia, como descobrimento e a colonização da
América e, posteriormente, dos países da Ásia, da África e da Oceania.
Por séculos houve o domínio europeu por todo o planeta, que impôs sua cultura, sua polí-
tica e sua economia. Por todo esse período, os países da Europa criaram, em diversos lugares
do planeta, uma estrutura que permitiu que os países dominados apenas produzissem ma-
térias-primas. Como esses países dominados não conseguiam e não podiam produzir bens
de consumo, tinham de importar toda a tecnologia da Europa (de uma cadeira a um piano,
tudo era feito na Europa). Alguns países fora do Velho Mundo, como Estados Unidos, Canadá,
Japão, Austrália etc., não conseguiam fornecer matérias-primas lucrativas para a Europa. Isso
permitiu certa liberdade para que essas nações pudessem produzir os próprios utensílios, ou
seja, eram, relativamente, independentes economicamente.
A independência política não significou o fim da dominação. Os países da América Latina
conseguiram a independência somente no século XIX, enquanto os países da África e da Ásia,
somente no século XX. A dependência econômica em relação à Europa ainda é presente nos
países do terceiro mundo. Ex-colônias que, “por séculos”, não produziram manufaturados pos-
suem uma economia atrasada em relação à Europa e aos demais países ricos.

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Geografia 4aEtapa

Dentre os países do sul, há aque-


les que se desenvolveram e alcan-

Wikipedia
çaram um nível econômico mais in-
dependente em relação à Europa,
Estados Unidos ou Japão. Os princi-
pais são Brasil, México, Argentina,
Índia, Coreia do Sul, África do Sul.
Apesar de alcançar números me-
lhores que os demais países subde-
senvolvidos, esse grupo – chamado
de países em desenvolvimento –
ainda traz graves problemas sociais
Monumento da Independência, no bairro do
e apresenta, em seu interior, re-
Ipiranga, São Paulo.
giões miseráveis, como o nordeste
brasileiro e o sul do México.

Atividades escritas

1. Explique – baseado no texto, mas utilizando suas palavras – por que existe o terceiro mun-
do (mundo subdesenvolvido).
2. Por que os Estados Unidos, o Canadá, a Austrália e o Japão são países ricos, mesmo estan-
do fora do continente europeu?
3. Explique o que é “sociedade de consumo”. Em sua opinião é importante um país ser con-
sumista?
4. Em sua opinião, por que o Brasil pode ser considerado um país em desenvolvimento?

Vamos conversar
O que falta para o Brasil chegar lá? Quais são as necessidades para que o nosso país se torne
desenvolvido?

Hora da leitura
A organização do mundo multipolar
Foi em dezembro de 1991. O fim da União Soviética foi além de apenas um evento histórico.
O fim de um conflito que, por décadas, desafiou a própria existência humana como perigo da
guerra nuclear, trouxe a doce ilusão de que a paz reinaria. A amarga decepção ocorreu com
os diversos conflitos que eclodiram na década de 1990. Fascistas, muçulmanos, hinduístas,
extrema esquerda etc. iniciaram uma série de conflitos durante este período, o que colocou
em xeque a própria ideia de paz e segurança.
Os Estados Unidos ainda são a maior potência político-militar do planeta, mas atravessam
sérios problemas econômicos, como a recessão no crescimento e o aumento da taxa de juros.
A política neoliberal foi imposta, após a queda do muro de Berlim, no final da década de
1980, com maior rigor em países subdesenvolvidos. Em pouco tempo nós, brasileiros, senti-

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Educação para Jovens e Adultos

mos essas mudanças neoliberais no dia a dia, com o aumento do desemprego e o crescimento
da taxa de juros, assim como enfraquecimento de políticas sociais (previdência, saúde, segu-
rança pública etc.). Países como Brasil, Argentina, México, Índia e África do Sul atravessaram
sérias crises econômicas, resultado das alterações determinadas pelos países ricos.
Um meio encontrado por esses países ricos para dominarem com mais força foi a formação
dos blocos econômicos. Os principais são a União Europeia, a Nafta, o Mercosul e a Apec. Es-
tes blocos buscam formar uma economia mais fortalecida e fechada para os demais grupos.
O bloco mais desenvolvido é a União Europeia, que possui moeda própria, leis e eliminação
jurídica das fronteiras, ou seja, um cidadão português, por exemplo, pode viajar para qualquer
região dos países da União Europeia sem precisar de passaporte.

Em sua vida
Escreva um texto relatando a sua experiência de vida durante a década de 1990 do século
XX e as primeiras décadas do século XXI. Você ou alguém de sua família ficou desempregado?
Você percebeu se o nível de qualidade do serviço público piorou? Os preços dos produtos
aumentaram ou diminuíram?

Hora da pesquisa
Construa um portfólio sobre as diferenças entre o primeiro mundo e o terceiro mundo.
Mostre o que existe nos países ricos que não há por aqui, e faça o mesmo com os países po-
bres, mostrando o que há por aqui e que não existe lá.

Hora da leitura
As regiões subdesenvolvidas
América Latina
América Central e México: sua extensão territorial é de 742.266 km². É formada por uma
parte denominada de istmo que une América do Norte à América do Sul, além das nações que
compõem a parte insular (ilhas situadas no Mar do Caribe). A parte insular é composta de cinco
grandes ilhas: Cuba, Porto Rico, Jamaica, Haiti e República Dominicana. Durante o verão, o Cari-
be é assolado por furacões, que provocam ventos de até 200 quilômetros por hora. Nas ilhas, o
clima é tropical, enquanto no istmo varia
de acordo com a altitude: quente na fai-
xa litorânea e temperado nas montanhas.
A economia da América Central depende
da agricultura e do turismo, especialmen-
te no Caribe. Os principais produtos são a
banana, a cana-de-açúcar e o algodão.

Canal do Panamá, ponto de


ligação entre os oceanos Atlântico
e Pacífico, é uma importante fonte
de divisas para o Panamá.

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Geografia 4aEtapa

América do Sul
• A América do Sul possui 17.850.568 km2, e é banhada pelos oceanos Atlântico e Pacífico. Em
seu relevo, destaca-se em sua porção oeste a Cordilheira dos Andes. As terras altas do leste, bem
modestas com relação à altitude, têm como destaque os planaltos Brasileiro e da Guiana. Os rios
cujas nascentes estão na Cordilheira dos Andes e em direção ao Pacífico são, em geral, curtos. Ao
contrário dos que estão em direção ao Atlântico, que são extensos como o Amazonas.
• Na parte norte predomina o clima equatorial, onde estão as florestas tropicais úmidas, e
nas áreas mais secas do centro predomina o cerrado. A parte sul possui faixas áridas, como o
deserto do Atacama. Há também uma zona de clima temperado, ocupada pelas florestas sub-
tropicais e pelos pampas argentinos. A maior mata nativa é a Floresta Amazônica, seguida das
florestas temperadas do Chile e da Argentina.

Vale da lua, no deserto do Atacama, Chile. Rio Amazonas, na Floresta Amazônica, Brasil.

• Na América do Sul, a indústria está centrada no beneficiamento de produtos agrícolas e


na produção de alguns bens de consumo. No Brasil e na Argentina, a indústria se mostra mais
diversificada que no resto do continente e abrange setores como metalurgia, siderurgia, extra-
ção e refino de petróleo e indústria automobilística.
• O Brasil responde por aproximadamente 60% da produção industrial da América do Sul.
Com relação à pecuária, destacam-se a Argentina, o Uruguai e algumas regiões do Brasil. A
pesca tem grande importância de divisas para o Chile e o Peru.
A mineração tem como destaque a extração do pe-
tróleo (Venezuela e Brasil), cobre (Chile e Peru), prata,
chumbo, zinco (Peru), estanho (Brasil e Bolívia), man-
ganês, ferro, bauxita, ouro e cromita (Brasil).
A América do Sul possui uma população de, aproxi-
madamente, 350 milhões de habitantes. Existem re-
giões com alta densidade populacional, como os es-
tados do sudeste e do sul do Brasil e centros urbanos,
como Buenos Aires, Montevidéu, Santiago e Bogotá.
Área de mineração em
Itabira, Minas Gerais.

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Educação para Jovens e Adultos

Buenos Aires Santiago do Chile São Paulo

África
• A África tem 30.370.000 km2 e a maior porcentagem de terras desérticas do globo. Um
terço do seu território é ocupado pelo deserto do Saara (cerca de 9.200.000 de km2). Em sua
parte úmida equatorial, situam-se as florestas tropicais africanas e se transformam em sava-
nas à medida que se distanciam para as porções mais secas do continente. Seu litoral é regular,
possuindo poucas ilhas em sua faixa marítima e oceânica, destacando-se as ilhas de Madagas-
car, Madeira, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe, Canárias, Comores, Maurício e Seicheles.
• A economia do continente africano é a menos desenvolvida do mundo, com exceção de
algumas regiões, que cresceram por causa da exploração mineral, como é o caso de África do
Sul, Líbia, Nigéria e Argélia. A maioria do continente é essencialmente agrícola e cerca de 60%
das terras cultivadas têm baixa produtividade. O país mais industrializado é a África do Sul que,
sozinha, é responsável pela metade da produção industrial do continente. A população deste
continente é de 1,216 bilhão de habitantes.

Mulheres pegando água, no Quênia. Ponte Nelson Mandela, em Joanesburgo, África do Sul.

• O deserto do Saara forma uma barreira natural entre os povos que habitam a África. Ao
norte, do Mediterrâneo até o deserto, está a chamada África Branca, ocupada desde o século
VII por povos árabes. No centro e no sul, território conhecido por África Negra, a população é
predominantemente negra.

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Geografia 4aEtapa

Pôr do sol no deserto do Saara.

• No extremo sul, vivem minorias de brancos de origem europeia devido à época da coloni-
zação e do imperialismo europeu no continente, principalmente na África do Sul, no Zimbábue
e em Namíbia. Destaca-se também a minoria de chineses e indianos na África do Sul.

Ásia
• Podemos apontar como exemplo de desenvolvimento a China. Nos últimos anos, ela teve
um crescimento em torno de 10%. A maioria dos países asiáticos está localizada e integra a parte
dos países do sul, exceto Japão, Israel e Rússia, que fazem parte dos países ricos do norte.
• Em seu relevo, aparece a maior média em altitude do mundo (960 metros), destacando-
-se a cordilheira do Himalaia e a do Kunlun, que contornam o planalto do Tibet, denominado
como o teto do mundo.

Cordilheira do Himalaia, entre Nepal e Tibet.

• Em sua parte central nascem os principais rios, como o Amur, Huang He e Chang Jiang, que
deságuam no oceano Pacífico; rio Mekong, no mar da China meridional, os rios Brahmaputra,
Ganges e Indo no oceano Índico. É considerável o potencial mineral do Oriente Médio, onde
os países do golfo Pérsico (Irã, Iraque, Kuwait, Arábia Saudita, entre outros) respondem pela

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Educação para Jovens e Adultos

grande parte da produção mundial de petróleo. Os principais tipos de clima no continente


asiático são: continental frio, continental árido, montanhoso, continental mediterrâneo, equa-
torial, tropical e tropical árido. A sua vegetação é também variada, destacando-se: as estepes,
a floresta temperada e a floresta tropical. As florestas nativas restantes localizam-se principal-
mente em Mianmar, Laos, Camboja e Indonésia.
• Economicamente, há nações com grande potencial de exportação, como os Tigres Asiá-
ticos (Coreia do Sul, Cingapura, Tailândia, Malásia, Indonésia e Taiwan) e as Zonas Econômi-
cas Especiais (regiões da China que podem receber investimentos internacionais, como Hong
Kong). A Índia e a China são os países que registram o maior crescimento econômico do plane-
ta, o que já colocou a China entre as cinco maiores economias do mundo.
Oceania
• Centenas de ilhas no oceano Pacífico compõem a Oceania insular, considerada terceiro
mundo. A Austrália, para alguns estudiosos e por causa das suas dimensões, é considerada um
continente. As ilhas do Pacífico compreendem menos de 1 % da superfície da Oceania.
• Essas ilhas vivem, essencialmente, da agricultura, da pesca, do turismo e da exportação
de matérias-primas. Em Papua Nova Guiné, Fiji e Ilhas Salomão, há o extrativismo mineral,
principalmente de ouro e cobre.
A terra do gelo: Antártida
Esse continente, coberto por uma grossa camada de gelo, tem em torno de 14 milhões
de km², sendo o menor dos seis continentes. Existem estações de pesquisa de vários países
desenvolvidos e em desenvolvimento que, periodicamente, são ocupadas por cientistas. O
próprio clima, totalmente polar, não permite uma povoação permanente na região.

Noite de verão na Antártida.

As calotas polares da Antártida têm a sua importância para o equilíbrio ambiental do plane-
ta, pois concentram em torno de 70% das reservas de água doce da Terra, interferindo tam-
bém no nível dos oceanos em razão das variações em sua extensão e espessura.

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Geografia 4aEtapa

Atividades escritas

1. Elabore um quadro demonstrativo para as regiões destacadas como integrantes de países


do sul, destacando uma característica e os seguintes conteúdos:
a) Divisão regional (com os países integrantes de cada divisão regional dos continentes);
b) Aspecto econômico;
c) Aspectos social e populacional.

2. Construa um texto (mínimo de 25 linhas) sobre o seguinte tema:


“A Antártida e sua importância no mundo.”

3. Explique quais são os principais problemas dos países latino-americanos.

4. Explique quais são os principais problemas dos países africanos.

5. Quais são as epidemias que atingem a África? Em sua opinião, existe interesse dos países
ricos para eliminar essas doenças do continente africano?

6. Explique quais são os principais problemas do continente asiático.

Vamos conversar
Assista ao filme O jardineiro fiel (Fernando Meirelles. Inglaterra/Alemanha. 2005) e faça
uma discussão sobre a mensagem do filme.

Hora da leitura
Os países do Norte
América Anglo-Saxônica
Formada por Canadá e Estados Unidos, estas nações apresentam um alto índice de desen-
volvimento humano e uma economia baseada na produção industrial e tecnológica, o que as
colocam entre as nações mais ricas do planeta.
Quanto aos aspectos físicos, na parte oeste da América do Norte aparecem dobramentos
montanhosos recentes, destacando-se as Montanhas Rochosas e a cadeia da costa e das cas-
catas nos Estados Unidos e no Canadá, além da serra Nevada (EUA) há a presença de extensas
planícies, como a Planície Central Americana.

Parque Nacional
Grand Canyon, nos
Estados Unidos.

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Educação para Jovens e Adultos

A hidrografia tem como principal bacia a do rio Mississippi (Estados Unidos), além da pre-
sença dos grandes lagos na fronteira dos EUA com o Canadá.
Wikipedia

Wikipedia
Grandes Lagos da América do Norte, na fronteira do Niagara Falls, também na fronteira do Canadá com os
Canadá com os Estados Unidos. Estados Unidos.

O clima é diversificado, alterando de acordo com a proximidade da linha do equador. É


possível encontrar nessa parte do continente desde o clima polar (norte do Canadá) a regiões
subtropicais (sudeste dos Estados Unidos). A vegetação altera-se conforme o clima existente
em cada região. Nas regiões polares, temos a tundra, em regiões temperadas e subtropicais
aparecem florestas temperadas; e, entre a tundra e a floresta temperada, temos a taiga. En-
contramos vegetações de altitude nas altas montanhas do oeste, regiões desérticas, circunda-
das por estepes e pradarias.

Deserto do Arizona, nos Estados Unidos.

Os Estados Unidos têm a economia mais poderosa do planeta. A agricultura é muito de-
senvolvida, graças ao alto grau de mecanização das propriedades rurais, com destaque para
a produção de cereais, milho, laranja e soja produzidas nos famosos Belts, campos que são
exclusivos para cada tipo de cultura.

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Geografia 4aEtapa

Vinhedo em Napa Valley, Califórnia.

Com relação às reservas de petróleo, possui vastas reservas petrolíferas, sendo um dos gran-
des exploradores de petróleo e de gás natural no continente. Essa região destaca-se também
pela exploração de minérios, como o cobre, o chumbo, o ferro, o carvão, o zinco e a prata.

Monumento aos trabalhadores do petróleo próximo de Los Angeles.

Europa
A União Europeia formou um bloco político-econômico muito bem estruturado. O continen-
te europeu é o segundo menor continente do mundo, que inclui a parte europeia da Federa-
ção Russa e da Turquia. Seu litoral é bastante recortado.

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Educação para Jovens e Adultos

Bandeiras da União Europeia, em Bruxelas, Bélgica.

Possui grandes penínsulas, como Ibérica, a Itálica, a Balcânica, a Escandinava e da Jutilândia.


É banhado pelo mar Glacial Ártico, pelo oceano Atlântico e pelo mar Mediterrâneo. Possui
várias ilhas e arquipélagos de grande importância, como Islândia, Córsega, Sicília e Creta.
Acervo pessoal Roseli Gonçalves

L’Île Rousse, no norte da Córsega,


terra natal de Napoleão,
banhada pelo Mediterrâneo. Há
mais de 240 anos a ilha é alvo
de disputa entre França e Itália
e apresenta costumes e idiomas
dos dois países.

O território europeu é formado por


planícies e solos montanhosos, princi-
palmente na porção norte, destacando
a localização dos montes escandinavos,
as cadeias das ilhas britânicas e, na par-
te sul, destacam-se os Pirineus, os Al-
pes, os Cárpatos e os Bálcãs. Na parte
central existe uma vasta planície, esten-
dendo-se dos Pirineus até aos montes
Urais. Seus rios não são muito extensos,
o maior deles, o Volga, tem 3.531 km.
Vale do Rio Volga, na Rússia.

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Geografia 4aEtapa

O clima predominante é temperado, mas


possui uma variação por causa da latitude,
à influência do oceano e às frentes frias
originadas no ártico. O clima mediterrâneo
e a vegetação de arbustos caracterizam a
parte sul. À medida que se avança para o
interior, na parte central e leste, seu clima
é continental, cada vez mais frio.
Sede da Revolução Industrial, a Europa
foi o primeiro continente a se modernizar.
Seu parque industrial é um dos mais avan-
Paisagem de cachoeira nos Pirineus espanhóis.
çados do mundo, tendo uma progressiva
expansão da área de serviços. Grande parte dos países europeus depende da importação de
petróleo e utiliza a energia nuclear para se manter. A Europa possui aproximadamente 750
milhões de habitantes e tem a menor taxa de crescimento demográfico do mundo.

Japão
O arquipélago japonês está situado no círculo de fogo do oceano Pacífico. É considerada a área
mais instável da Terra (devido às falhas tectônicas, causando grandes terremotos e erupções vul-
cânicas), tendo pequenos terremotos em uma
sequência quase diária. Algumas vezes, ocor-
rem violentos terremotos como, por exemplo, o
que ocorreu na cidade de Tohoku, em março de
2011, seguido de um enorme tsunami.
A economia japonesa está entre as mais po-
derosas do planeta. Boa parte de toda a tec-
nologia de ponta produzida no mundo é feita
no Japão, principalmente na área de robótica,
automobilística, de eletroeletrônicos e apare-
Usina de energia solar no Japão. lhos digitais.

Austrália e Nova Zelândia


A Austrália e a Nova Zelândia possuem uma
excelente qualidade de vida. A indústria aus-
traliana é avançada nos setores automobilís-
tico, alimentício, têxtil, siderúrgico, metalúrgi-
co, petroquímico e químico. Na Nova Zelândia,
destacam-se a produção de alimentos e o tu-
rismo. Na pecuária, a Nova Zelândia possui
um dos maiores rebanhos de ovinos (carnei-
Vista do horizonte de Sydney, com a ópera e os
ros e ovelhas) do mundo, enquanto o rebanho
arranha-céus.

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Educação para Jovens e Adultos

bovino australiano está entre os maio-


res do planeta. Destaca-se também a
extração de bauxita, diamante, ouro,
chumbo, cobalto, ferro, níquel, prata,
zinco e urânio.
As maiores cidades da Austrália são
Sydney e Melbourne e estão situadas ao
longo da costa leste. Boa parte do terri-
tório australiano é pouco povoada, por
causa da hostilidade do meio ambien-
te. Devido ao relevo da Nova Zelândia, a
maioria de sua população está distribuí-
Vista de Auckland City, na Nova Zelândia.
da principalmente pelas faixas litorâneas.

Atividades problematizadoras

1. Elabore um quadro demonstrativo para as regiões destacadas como integrantes de países


do norte, apontando uma característica e os seguintes conteúdos:
a) Divisão regional (com os países integrantes de cada divisão regional dos continentes);
b) Aspecto econômico;
c) Aspecto social e populacional.

2. Explique quais são as principais características do Canadá e dos Estados Unidos.

3. O Canadá é um país muito desenvolvido, mas pouco conhecido. O que você sabe sobre
este país? Faça uma pesquisa sobre a sua economia, sua política, seu idioma e sobre as suas
principais cidades.

4. Você concorda que os países ricos só possuem essa condição porque exploraram por sé-
culos os países pobres? Justifique sua resposta.

5. A gripe aviária, ou gripe do frango, foi uma epidemia que assustou a comunidade inter-
nacional, pois ela não ficou “estacionada” em país pobre. Houve registros desta doença em
países europeus. Você acredita que as doenças como a gripe do frango terão o mesmo trata-
mento que a malária (que está restrita a países pobres)? Justifique sua resposta.

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Unidade 4
A globalização e o comércio internacional

O que é globalização?
Não existe uma única definição aceita por todos sobre a palavra globalização. Notamos a sua
existência na moda, na economia, na sociedade, na política, na informação, nos produtos, nas
ciências do mundo atual etc. A interação entre um espaço e outro, por meio de tecnologias
avançadas, permite que notícias circulem pelo planeta em segundos, que produtos viajem por
todo o país em poucas horas, que pessoas possam conhecer vários lugares e falar diversas
línguas, sendo, tudo isto, algo comum.

Hora da pesquisa

1. Existe diferença entre globalização, mundialização e internacionalização?

2. A partir de quando o mundo começou e ser globalizado?

3. Em sua opinião, o que é globalização?

Vamos conversar
A globalização pressupõe a padronização dos produtos, utilizando uma estratégia unificada
de marketing e propaganda para vender cada vez mais. As empresas globalizadas preocupam-se

273

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Educação para Jovens e Adultos

muito com o marketing atualmente. A grande revolução do capitalismo durante o século XX foi,
justamente, a criação do marketing, ou seja, criar a necessidade do produto, criar o consumidor.
Você concorda com o texto acima? Para você, o capitalismo cria consumidores ou nós sabe-
mos o que queremos?

Hora da leitura
A globalização gera desemprego?
A crise econômica de países ricos é resultado da globalização. Atraído por mão de obra mais
acessível, os países de primeiro mundo investem e muitas vezes transferem toda a sua pro-
dução para os países em desenvolvimento. Como consequência, essas empresas se tornam
mais competitivas, mas em seu país de origem cresce o número de desempregados. Apesar
desta aparente distribuição industrial, a globalização tende a deixar os ricos mais ricos, e os
pobres, mais pobres. Relatório sobre o desenvolvimento humano da ONU comprova que a
globalização concentra renda. O principal motivo são as reduções das tarifas de importação, o
que beneficiou muito mais os produtos exportados pelos países ricos (produtos tecnológicos).
Os países ricos subsidiam seus produtos agrícolas.

Atividades problematizadoras

1. Para você, o Brasil é beneficiado pela globalização?

2. Organize um quadro citando exemplos de vantagens e de desvantagens em relação à glo-


balização, partindo da sua realidade.

3. Faça uma entrevista e solicite que o entrevistado descreva a opinião dele sobre a globalização.

Hora da leitura
O comércio internacional e os mercados internacionais
A relação comercial internacional e os interesses de cada mercado fazem com que existam
os chamados megablocos econômicos. Na década de 1990 houve o fortalecimento de uma
nova ordem mundial, na qual a divisão entre os países em blocos fortaleceria a economia de
algumas nações (como a União Europeia) e impediria o desenvolvimento de outros (maioria
dos países africanos). Antônio Negri defende, em seu livro Império, que a nova realidade do
mundo é definida por uma forma de organização diferente da hierarquia vertical ou das estru-
turas de poder “arborizadas”, ou seja, partindo de um tronco único para diversas ramificações
ou galhos cada vez menores. Para Negri, esta nova dominação, que ele batiza de Império, é
constituída por redes assimétricas, e as relações de poder se dão mais por via cultural e eco-
nômica do que pelo uso da força. Negri entende que entidades organizadas como redes (tais
como corporações, ONGs e até grupos terroristas) têm mais poder e mobilidade (portanto,
mais chances de sobrevivência no novo ambiente) do que instituições paradigmáticas da mo-
dernidade (como o Estado, partidos e empresas tradicionais).

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Geografia 4aEtapa

Atividades problematizadoras

1. O que você entende por comércio local e comércio internacional? Cite exemplos.

2. Quais produtos você considera de melhor qualidade: o nacional ou o internacional? Explique.

3. Explique, utilizando as suas palavras, o conceito de globalização segundo Antônio Negri.


Blocos econômicos
União Europeia
Este bloco começou a se formar na década de 1950; a organização em blocos econômicos
menores originou o atual e grande bloco econômico. Este bloco possui milhões de consumi-
dores de alto poder aquisitivo e realiza cerca de 40 % das transações comerciais do mundo.
Nafta
Desde 1994, entrou em vigor um acordo de unificação entre os mercados dos Estados Uni-
dos, Canadá e México, chamado de Tratado de Livre Comércio (Nafta). As grandes diferenças
socioeconômicas entre os EUA e os demais países americanos dificultaram uma unificação. Os
EUA se organizaram e pretenderam conseguir que outros países da América Latina fizessem
parte de um bloco maior, que receberia o nome de Acordo de Livre Comércio das Américas
(Alca), porém esse projeto foi recusado por muitos países latino-americanos, pois estes não
viram nenhuma vantagem para si.
Apec
Este bloco é composto de alguns países do continente asiático, além de mais alguns países da
América e da Oceania banhados pelo oceano Pacífico. Recebeu o nome de Associação de Coo-
peração Econômica da Ásia e do Pacífico, e é composto de dezenas de países como: EUA, Japão,
Canadá, Austrália, Nova Zelândia, Chile, China, Coreia do Sul, Tailândia e outros.
Outros blocos econômicos:
• A Comunidade dos Estados Independentes (CEI) possui 11 das 15 repúblicas da ex-União
Soviética.
• O Comesa (Mercado Comum dos Países do Leste e do Sul da África)
• O Pacto de Visegrád (formado por países da Europa Central).
• O Mercado Comum do Sul (Mercosul), criado em 1995, é composto de Brasil, Paraguai,
Uruguai, Argentina e Venezuela (suspensa do bloco desde 2016).
• A Comunidade Andina (nomeado Pacto Andino até 1996) é formada pelos países que es-
tão situados próximo à cordilheira dos Andes, como Bolívia, Chile, Colômbia, Equador e Peru.

Atividades problematizadoras

1. Qual é a sua opinião sobre a formação dos blocos econômicos?

2. O que você acha do Alca? Você o aceitaria para o seu país? Justifique a sua resposta.

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Educação para Jovens e Adultos

3. Aponte os blocos de que você participaria se fosse o presidente do seu país e os blocos
do qual não participaria. Justifique a sua resposta.

Desafio
Procure reportagens que tratem do tema Mercosul e aponte as reais condições em que este
bloco se encontra, relacionando as vantagens e as desvantagens da participação dos países
que o integram.

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Inglês
4aEtapa

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Unidade 1
Meios de comunicação

Hora da leitura
Língua portuguesa é protegida por lei
A Comissão de Constituição, Justiça e Redação da Câmara dos Deputados aprovou, em ca-
ráter conclusivo, no dia 23 de março de 2001, o projeto de lei nº 1.676/99 do então deputado
Aldo Rebelo (PC do B-SP) que visa a proteger a língua portuguesa da degradação a que está
sendo submetida por estrangeirismos, provenientes sobretudo, do inglês. Segundo o deputa-
do, que também é jornalista, a língua portuguesa que o poeta Olavo Bilac chamou, impropria-
mente, de “inculta”, sofre atualmente uma desnacionalização que a empobrece. A Lei Aldo
Rebelo foi aprovada em dezembro de 2007.
O projeto de lei apresentado na Câmara dos Deputados determina ao Poder Público medi-
das para proteger e incentivar o ensino e a aprendizagem da língua portuguesa. Será de uso
obrigatório no trabalho, nas relações jurídicas, na expressão oral, escrita, audiovisual e eletrô-
nica de todos os documentos e eventos públicos, bem como deverão ser escritos ou falados
em português os meios de comunicação, a publicidade, as embalagens e toda e qualquer co-
municação dentro do território nacional, com as ressalvas e exceções cabíveis.
“Mais que uma lei, queremos criar um Movimento Nacional de Defesa da Língua Portugue-
sa. Sem xenofobia, e reconhecendo a incorporação de necessários vocábulos estrangeiros ao
longo dos séculos, mas com altivez e tenacidade, é possível resgatar o idioma da desnacio-

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Inglês 4aEtapa

nalização, do ostensivo bilinguismo que o desfigura e infunde nos brasileiros a deprimente


conclusão de que a língua é feia, limitada e vaga. Apesar das regras por vezes tortuosas, o
português é belo, pródigo e preciso, dotado de recursos léxicos suficientes para acompanhar
as inovações, descobertas, invenções e mudanças que transformam o mundo” - disse o ex-mi-
nistro Aldo Rebelo.
<http://www.npoint.com.br/sementeira/tiartig05.html>. Acesso em: 22 mar. 2018. (Adaptado)

Glossário
Xenofobia: s.f. Aversão a pessoas e coisas estrangeiras.

Vamos conversar
1. Qual é a sua opinião em relação à Lei do deputado Aldo Rebelo?

2. Você concorda que a nossa língua está sofrendo uma desnacionalização ao fazermos uso
de tantas palavras estrangeiras?

3. Hoje já estamos acostumados a usar essas palavras de origem estrangeira. Você já ima-
ginou se tivéssemos que, a partir de agora, falar “rato” em vez de “mouse”, ou ainda “carta
eletrônica” em vez de “e-mail”? O que você acha disso?

Hora da pesquisa
Procure mais informações sobre a Lei Aldo Rebelo e traga para a sala.

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Unidade 2
Habilidades

Sabendo mais...
This is Sarah, she is 20 years old. She is Brazilian and she loves music. Look at the things that
Sarah CAN do and the things she CAN’T do:
Can (+) Can’t (-)

Use the computer swim

Speak Spanish Ride a horse

Drive __________________________________

Cook __________________________________

Examples:
She CAN’T swim.
She CAN use the computer
She CAN speak Spanish.
She CAN drive.

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Inglês 4aEtapa

She CAN cook.


She CAN’T ride a horse.
Se você tivesse a oportunidade de perguntar a Sarah se ela consegue falar espanhol, você
diria o seguinte:

– CAN you speak Spanish?


Ela reponderia: “Yes, I CAN.”
Mas se você perguntasse:
CAN you swim?
Ela responderia: NO, I CAN’T

Glossário
Swim: nadar
Use the computer: usar o computador
Speak Spanish: falar espanhol
Drive: dirigir
Cook: cozinhar
Ride a horse: andar a cavalo

Vamos conversar
1. Pergunte a seu colega a respeito das habilidades a seguir e marque o nome dele seguido
da habilidade na coluna correta, faça o mesmo com seu professor:
Pergunte aos seus colegas e professor seguindo o modelo:
Can you swim?
(+) Yes, I can.
(-) No, I can’t

Can Can’t

Hora da escrita
Agora escreva um pequeno texto em inglês sobre as habilidades de seu colega de classe.

Vocabulary
Describing people
Em relação à aparência física, as pessoas podem ser:

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Educação para Jovens e Adultos

a) Tall - Short - Fat – Thin

Fat Thin

Tall

Short

Os cabelos podem ser:


b) Long – Short – Blonde – Dark – Straight – Curly
Comprimento dos cabelos:

Long hair

Short hair

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Inglês 4aEtapa

Blonde hair

Dark hair

Straight hair

Curly Hair

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Educação para Jovens e Adultos

c) Os olhos podem ser:


Brown – Blue – Green – Black

Brown eyes Green eyes

Blue eyes Black eyes

d) Falando sobre personalidade, as pessoas ainda podem ser:

Glossário
Outgoing: extrovertida
Shy: tímida
Boring: chata
Friendly: amigável, afável

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Unidade 3
Rotinas diárias

Falando sobre rotinas


Cotidiano
Todo dia ela faz tudo sempre igual
Me sacode às seis horas da manhã
Me sorri um sorriso pontual
E me beija com a boca de hortelã.
Todo dia ela diz que é pra eu me cuidar
E essas coisas que diz toda mulher
Diz que está me esperando pro jantar
E me beija com a boca de café.
Todo dia eu só penso em poder parar
Meio-dia eu só penso em dizer não
Depois penso na vida pra levar
E me calo com a boca de feijão.
Compositor: Chico Buarque

Atividades problematizadoras
1. Relacione o título da canção à sua temática.
2. Retire da canção alguns verbos que reforcem essa ideia de atividades rotineiras.

Para falarmos sobre nossa rotina (escolar, familiar, do trabalho) precisamos trabalhar uma
estrutura verbal da língua inglês, o simple present.
a) Os verbos no infinitivo (ou seja, sem conjugação, como cantar, pular, comer, correr etc.)
se apresentam da seguinte forma:

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Educação para Jovens e Adultos

Em inglês Em português
To like Gostar
To have Ter
To go Ir
To study Estudar

b) Agora conjugados:
Em inglês Em Português
I like Eu gosto
They have Eles têm
We go Nós vamos
You study Você estuda
Simples, não é?

Faça você
1. Tente fazer o mesmo com os seguintes verbos:
a) to watch (assistir) – I _______________
b) to dance (dançar) – They _______________
c) to eat (comer) – We _______________
d) to drink (beber) – You _______________
e) to speak (falar) – I _______________
Agora observe:

Infinitivo Em português He/she/it (conjugação) Em português


To work Trabalhar She works Ela trabalha
To come Vir He comes Ele vem
To happen Acontecer It happens Acontece

Apesar de simples, temos de prestar bastante atenção à 3ª pessoa do singular (he, she e it) e
acrescentar a letra “s” ao verbo.

Atividades problematizadoras
1. Complete com a forma adequada dos verbos as frases a seguir:
a) They____________(to look) tired today.
b) She____________(to like) to eat Japanese food.
c) I____________(to study) French twice a week.
d) We____________(to work) until 6 in the afternoon.
e) It____________(to rain) a lot in January

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Unidade 4
Indo às compras

Quanto vale o pão,


a mortadela,
a cachaça,
a reza,
a promessa,
o sim
e o ingrato não?

Eu digo,
meu senhor,
que não vale nada.
No poema, tudo é de graça!
Pegue amasse, use e leve.
Por que a leveza,
de levar,
é livre, pode soltar!

Coloque então,
no poema

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Educação para Jovens e Adultos

a minha cesta do mês


para as marias e para a dona Inês.
Vou levar
pão
mortadela
cachaça...
tudo!, menos o ingrato não.

Para os demais,
que não podem ter esse poema,
só lhes resta o ingrato não.
Esse,
meus senhores,
todos podem levar.
Nem precisa estar em poemas.
Autor desconhecido.

Atividades problematizadoras
1. Você pesquisa em vários lugares antes de fazer
uma compra? Considera a pechincha uma boa medida
para encontrar o preço mais barato do mercado?

2. Que pergunta você faz quando quer saber o preço


de alguma coisa?
a) Em inglês, como seria? Observe o panfleto de su-
permercado ao lado:
b) Para perguntar o preço, você deve dizer:
How much is the washing powder? Resposta: It’s six
reais and eighteen cents.
c) Em seu caderno continue fazendo o mesmo com
os outros produtos.

Faça você
Traga para a sala de aula panfletos de supermercados e pratique perguntas e respostas em inglês.
Enriqueça seu vocabulário pesquisando o nome dos outros produtos em um dicionário.

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Unidade 5
Saiba questionar e dizer não!

Simple present:

Questions and negatives


Para as formas interrogativa e negativa do Simple Present usamos os chamados “auxiliares”:
do, does, don´t e doesn´t. Observe.
Pronomes Pergunta Negativa

I/You/We/you/They Do no começo da frase Don’t

He/She/It Does no começo da frase Doesn’t

(+) You speak Spanish and English. (afirmativa)


(-) You don’t speak Spanish and English. (negativa)
(?) Do you speak Spanish and English? (interrogativa)

Faça você
1. Vamos praticar? Passe as frases a seguir para as formas negativa e interrogativa:

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Educação para Jovens e Adultos

a) They like studiyng.


Negativa:
Interrogativa:
b) We work at the same school.
Negativa:
Interrogativa:
c) You speak French and Spanish.
Negativa:
Interrogativa:
d) I study Arts at the museum.
Negativa:
Interrogativa:

Agora observe:
(+) She speaks English.
(-) She doesn’t speak English.
(?) Does she speak English?

Viu como é fácil? Para I, you, we e they usamos os auxiliares do (interrogativa) e don’t (ne-
gativa), e para he, she e it usamos does (interrogativa) e doens’t (negativa).

Atividades problematizadoras
1. Coloque os termos a seguir em ordem para formar frases, em seu caderno:
a) they - do - work - in a hospital?
b) Doens’t - he - Portuguese - speak.
c) We - play - soccer - don’t.
d) I - ballet - don’t dance.
e) She - watch - TV doesn’t - on Sundays.

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Unidade 6
Comidas e bebidas

Hora da leitura
Food around the world
Alguns países têm costume de comer animais que não são encontrados comumente à mesa.
• Egito: O hamaam, um tipo de pombo, tem o gosto parecido com o da galinha. Ele costu-
ma ser recheado e grelhado.
• Escócia: Estômago de carneiro cozido no uísque e recheado com miúdos e especiarias.
• Hong Kong: Além de cobra frita e coquetel feito com sangue do animal, o povo costuma
se alimentar de centopeias. Outra iguaria muito apreciada é o “ovo de mil anos”. Trata-se de
um ovo que fica “descansando” por três meses em uma mistura de chá, sal e cinzas de madei-
ra e carvão. Depois desse tempo ele fica com a clara amarela e a gema verde. É servido com
vegetais e carne de água-viva.
• Itália: O povo da região sul do país come carne de cavalo.
• Lapônia: A rena é ensopada ou frita. A carne pode ser servida em forma de almôndega. O
fígado é comido com passas. O gosto se assemelha ao do presunto italiano ou carne de pato.
• Máli: Algumas tribos costumam preparar um guisado com os vermes que se alimentam
das folhas das palmeiras.
• Mongólia: O carneiro e o ianque são cozidos e preparados com arroz e farinha. Os órgãos
internos, como estômago, são recheados com vegetais.
• Tailândia: Grilos, abelhas e larvas são fritos e servidos como aperitivo crocante. O acom-
panhamento pode ser o uísque thai.

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Educação para Jovens e Adultos

• Taiwan: A cobra é frita. O sangue e a bile viram coquetel depois de temperados com ervas
chinesas. Dizem que aumenta a virilidade.
• Uzbequistão: As tribos das montanhas comem um prato à base de cérebro e de olhos de
cabrito.
• Zimbábue: O pequeno antílope impala tem sabor levemente adocicado. Costuma ser gre-
lhado ou cozido e servido em molho cremoso.

Vamos conversar
1. Você gostaria de experimentar alguma dessas iguarias? Por quê?

2. Qual dos pratos apresentados no texto você considerou mais exótico? Justifique.

Curiosidades à parte, vamos aprender um vocabulário sobre comida bem mais familiar.

Glossário
Beef: carne bovina
Chicken: carne de galinha
French fries: batata frita
Juice: suco
Mineral water: água mineral
Pork: carne de porco
Sandwich: sanduíche
Salad: salada
Spaghetti /pasta: macarrão
Mineral water: água mineral

Hora da pesquisa
1. E você? O que você gosta de comer? Faça uma lista de comidas que você consuma, pro-
cure o significado em inglês e escreva no caderno.

2. Compartilhe com os amigos o que você escreveu seguindo o modelo:


I eat pasta

Hora da escrita:
Escreva um pequeno texto falando sobre as suas refeições em inglês. Peça ajuda ao profes-
sor ou ao seu colega caso precise.

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Arte
4aEtapa

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Unidade 1
As formas

Se você buscar o significado da palavra “forma” verá que ela significa várias coisas. Forma
pode ser a maneira, o aspecto ou até mesmo o estado das coisas ou pessoas. Por exemplo:
– “João é um menino que se expressa, verbalmente, de forma grosseira”.
– “O cabelo de Rita foi cortado de forma moderna”.
Forma também significa a silhueta ou vulto de alguém ou de alguma coisa, o contorno ou as
linhas exteriores. Por exemplo:
– “Aquele porta-retrato tem a forma retangular”.
Você deve estar pensando “e a fôrma de bolo ou pão”? Ora, é uma vasilha oca na qual colo-
camos a massa do bolo ou do pão, para, depois de assado, tomar a forma da vasilha. É por isso
que a vasilha de que falamos chama-se fôrma.
E no desenho?

Faça você
1. Podemos dizer que forma é tudo o que a linha contorna? Faça a experiência agora mesmo!
2. Pegue um papel em branco e coloque a sua mão sobre ele. Em seguida, passe o lápis em
volta de toda a mão, contornando os dedos, até encontrar o começo da linha. Pronto! Você
desenhou a forma da sua mão. É assim que você faz com os outros desenhos. A diferença é
que você não usa modelo para cada desenho que vai realizar, pois a forma está em sua imagi-
nação; então, você vai deslizando o ponto, formando a linha que, consequentemente, dese-
nha a forma que você imaginou.

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Arte 4aEtapa

Vamos conversar
Fazemos isso de maneira tão simples que nem percebemos esse processo. Vamos, então,
exercitar?
1. Pegue um papel, escolha um objeto pequeno e contorne tirando-lhe a forma. Logo depois,
faça um desenho usando a sua imaginação. Dê os acabamentos necessários e compare-os.

2. A que conclusão você chegou?

Sabendo mais...
Olhe ao seu redor e perceba que todas as coisas têm uma forma, e as formas dos objetos,
muitas vezes, estão ligadas à sua função. Observe uma cadeira. Se a função dela é nos acomo-
dar sentados, ela não poderia ser diferente. O que muda é o design, ou seja, o desenho dela.
E isso já originou uma profissão, pois existem muitas pessoas que ganham a vida desenhando
ou inventando formas diferentes para os objetos que já existem. Lembre se de quantos estilos
diferentes de cadeira você conhece ou já viu, não é?
As formas nos desenhos, nas pinturas ou nas demais expressões artísticas podem ser:

Formas figurativas
São as formas das figuras ou imagens reais, que também chamamos de for-
mas definidas, pois só de olhar para elas já identificamos o que são. Por exem-
plo: uma laranja e um copo.

Formas abstratas
São aquelas que desenhamos com liberdade de expressão. São também
chamadas de formas indefinidas. Por exemplo: manchas.

Formas geométricas
Percebemos essas formas na maioria dos objetos que nos cercam, pois são
projetadas com base nas figuras geométricas. Por exemplo: uma lata de milho
ou ervilha tem a forma de um cilindro.

Sabendo mais...
Observe ao seu redor! Quantos objetos têm forma geométrica?

Faça você
1. Vamos desenhar mais? Então, com base nas figuras geométricas crie formas figurativas.
Veja como é fácil!

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Educação para Jovens e Adultos

Hora de agir
1. Agora é com você! Com base nas figuras geométricas, crie um castelo, um animal ou um
personagem. Pode ser um palhaço, um soldado ou uma princesa, ou o que sua imaginação
permitir.

Em sua vida
Você já observou à sua volta que tudo possui forma? As cadeiras, os relógios, as comidas, as
casas, os carros, as igrejas e tudo mais que o cerca?

Vamos conversar
Imagine sua sala de aula em forma de círculo, agora em forma de um cisne. Somos nós que
construímos a forma no nosso subconsciente, e com a forma nós podemos desenhar o que
quisermos.

História da arte
O Cubismo
Esta corrente artística, que surgiu no início do século XX, é uma arte de vanguarda, que tenta
mostrar na pintura visões simultâneas do objeto, através da representação em vários ângulos,
como se o artista se movimentasse em torno dele, vendo mais de um
de seus lados.
O Cubismo nasceu com o artista Cézanne, quando este representou a
natureza com cilindros, esferas e cones, em 1906. Em 1907, Picasso pin-
ta o quadro Les Demoiselles d’Avignon (As Senhoritas de Avignon) com
claro conteúdo cubista. Mas, em 1908, no Salão de Paris, outro pintor,
chamado Matisse, julgando uma pintura de Braque, disse: “Demasiados
cubos”. Sem saber, Matisse estava batizando a nova pintura.
Seus principais representantes foram os artistas plásticos: Picasso,
Mulher chorando,
Braque, Léger, Juan Gris e Mareei Duchamp.
Picasso.
Pablo Picasso foi considerado um dos gênios do século XX. Passou por
várias fases em sua pintura, inclusive o figurativo, mas o que o consagrou foram os trabalhos
cubistas. Uma das características mais importantes de sua obra são as faces compostas de dois
lados: uma de perfil, outra de frente. Picasso morreu em 1973, aos 91 anos, no sul da França.

Sabendo mais...
Observe a obra de Picasso acima. Olhe bem o rosto da mulher, ela está de perfil e de frente
ao mesmo tempo!

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Unidade 2
Cores

Hora da leitura
As cores que nos cercam
O mundo que nos cerca é colorido. Observe a natureza e veja como a cor está em todas as
partes: no mar, no céu, na terra, no sol, nas florestas, nos animais, nos pássaros e nas flores.
Que linda é a natureza, tão colorida! Se você não pode, neste momento, olhar a natureza, ob-
serve como a roupa das pessoas é colorida, os objetos de cozinha, os objetos de decoração, os
meios de comunicação, as fotografias, a nossa escova de dente! Que bom que as coisas têm
cor, pois isso torna a vida mais alegre, não é mesmo?
As cores podem influenciar nossas emoções, nosso organismo e até nosso humor. Muitos
estudiosos pesquisaram como isso acontece. Não é difícil de perceber. O vermelho representa
o fogo e o sangue, e transmite dinamismo e sensação de violência e paixão; por outro lado, o
azul representa o céu, a imensidão, a calma, a tranquilidade. É uma das cores mais escolhidas
universalmente. Geralmente revela introversão e sensibilidade.
Podemos dizer que as primeiras cores de que se tem notícia são as da natureza, pois cada
elemento que a compõe já surge com a cor que o caracteriza. Veja como as flores são colori-
das e belas, assim como os animais. Observe uma arara, ela é linda, toda colorida, e nenhuma
pessoa é responsável por isso, ninguém a coloriu. Ela já nasceu assim, pois é um elemento que
faz parte da natureza.
Além de considerarmos as cores naturais, vamos classificá-las.
• Cor luz é aquela que podemos ver através dos raios luminosos, como as que vemos no
arco-íris, nos diamantes lapidados, nas superfícies dos CDs. Imagem mostrando a luz
colorida do CD ou do diamante.
• Cor pigmento é aquela que podemos extrair da natureza, como das plantas, das semen-
tes ou do barro da terra, que é a tinta usada pelo índio para pintar o corpo ou, então,

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Educação para Jovens e Adultos

aquela fabricada pelo homem e vendida nas lojas, como tinta para tela ou para pintar
uma casa.
Para observarmos essas cores precisamos da presença de luz.
Podemos classificar as cores pigmento em:
• Cores primárias também chamadas de cores puras, pois não precisam da mistura de
outras cores para se formarem. São elas: azul, amarelo e vermelho.
• Cores secundárias que surgem da mistura das cores primárias. São elas: verde, roxo e
laranja.
• Cores terciárias que surgem da mistura das cores primárias com as secundárias. Você vai
misturar cores para conseguir uma terceira cor. Então, a cor que tiver mais quantidade
na mistura feita é a que puxará o seu nome. Veja o exemplo:

Sabendo mais...
Você sabia que foram os gregos os primeiros a se preocupar com o estudo das cores? Mas
também sabemos que os homens pré-históricos já se preocupavam em colorir seus desenhos
nas cavernas (pinturas rupestres) e, para isso, copiavam as cores da natureza.
Nuanças ou matizes são as graduações quase imperceptíveis de uma cor. Aplicam-se a todas
elas, pois podemos dar-lhes sobretons, como, por exemplo: vermelho + branco = cor-de-rosa,
ou vermelho + preto = bordô.
Tanto o bordô como o cor-de-rosa são nuanças do vermelho. Entendeu por que o preto e o
branco são cores neutras? Porque elas escurecem ou clareiam as outras cores.
Tom (ou tonalidade) é a variação de uma cor obtida pela adição gradativa do branco ou do preto.
Cores terciárias que surgem da mistura das cores primárias com as secundárias. Você vai
misturar cores para conseguir uma terceira cor. Então, a cor que tiver mais quantidade na mis-
tura feita é a que puxará o seu nome. Veja os exemplos.
Verde avermelhado surge se você colocar mais verde do que vermelho; mas se colocar mais
vermelho do que verde, você obterá vermelho esverdeado
Vermelho + Roxo = Vermelho arroxeado ou Roxo avermelhado
Verde + Azul = Verde Azulado ou Azul esverdeado
Amarelo + Laranja = Amarelo alaranjado ou Laranja amarelado
Cores neutras que se caracterizam pela não predominância de tonalidades quentes ou frias.
São elas: preto, branco e a junção das duas cores que é o cinza.
Além delas, consideramos cores neutras os tons pastel: bege, marrom e as suas nuanças ou
matizes.
Cores quentes e cores frias
As cores quentes transmitem-nos energia e calor, pois nos lembram o sol e o fogo. São cores
alegres que têm o poder de aproximar as imagens e fazê-las parecer maiores do que são. São
elas: vermelho, amarelo e laranja, com todas as suas nuanças.
As cores frias transmitem-nos calma, tranquilidade e tristeza, pois nos lembram água, mar,
vegetais, florestas. Têm o poder de afastar imagens e fazê-las parecer menores. São elas: azul,
verde e violeta e todas as suas nuanças.

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Arte 4aEtapa

Monocromia e policromia
Uma cor com variação de tonalidades:
Mono = uma
Cromia = cor
Várias cores:
Poli = muita
Cromia = cor
O estudo da cor é muito interessante e, ao mesmo tempo, inesgotável. Em algumas expres-
sões, como vida cor-de-rosa, roxo de inveja, verde de fome etc., mostramos como a represen-
tação simbólica de cada cor está presente em nosso cotidiano.
O artista que desenha ou pinta vê as cores de uma maneira especial. Para o artista, a cor não
tem um valor único. Ela se modifica quando colocada ao lado de outra cor. Perceba como cada
artista, dentro do seu estilo e movimento artístico, buscou passar sua mensagem por meio da
composição visual. Ele trabalhou a cor com todo o seu significado, simbologia e beleza.

Abaporu (1929)
Tarsila do Amaral pertenceu ao Movimento Modernista do co-
meço do século XX, aqui no Brasil. Observe que em seu quadro,
ela trabalha com cores vivas, em policromia. Veja as formas, olhe
o sol. Ele tem forma do quê? Nessa fase os artistas brasileiros es-
tavam rompendo com os padrões de arte europeus e criando um
estilo próprio, fundamentado na nossa cultura.

Os pobres na praia (1903)


Esta obra é da fase figurativa de Picasso chamada fase azul, onde ele usava muita
melancolia e tristeza nos seus temas. É um exemplo de cores frias e monocromia.

Vaso de girassóis (1889)


Nesta obra, o artista Van Gogh usa cores quentes. Pertence ao movimento
pós-impressionista. Van Gogh retratava a beleza dos seres humanos e da natu-
reza por meio da cor, que para ele era o elemento fundamental da pintura.

Em sua vida
Você sabe que, estudando as cores, a escolha da cor de suas roupas ou da sua casa pode ser
melhor? É só saber misturar as cores!

Vamos conversar
O que mais lhe agradou ao estudar as cores?
Todas as cores possuem um determinado poder em nossa vida e é preciso conhecer o poder
de cada uma das que mais utilizamos, para poder usá-las a nosso favor.

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Educação para Jovens e Adultos

Vermelho – excitante
Azul – equilíbrio
Amarelo – chamar a atenção
Laranja – fartura
Cor-de-rosa – ingenuidade
Violeta – autocontrole
Branco – elegância, limpeza, paz
Preto – abandono

Sabendo mais...
Cromoterapia é a ciência que utiliza as cores do espectro solar para restaurar o equilíbrio
físico energético em áreas do corpo.

Hora de agir
Faça em seu caderno dois desenhos semelhantes. Você poderá trabalhar com formas figu-
rativas, geométricas ou abstratas. Em seguida, pinte o primeiro quadro com policromia, e o
segundo quadro, com monocromia. Quando terminar, compare os dois e veja com qual deles
você mais se identificou; depois, pesquise sobre o significado de cada cor que você usou e
você verá como combina com o seu modo de ser.

Hora da leitura
História da arte
O expressionismo
O expressionismo teve origem em Dresden (Alemanha) entre
1904 e 1905, com um grupo de pintores chamado “Die Brucke”,
que, em português, significa “A Ponte”. Desse grupo faziam parte
Ernest Ludwig Kirchner, Erich Heckel e Kart Achmidt - Rottluff.
Este movimento artístico procurou expressar as emoções huma- O grito, Edvard
nas e interpretar as angústias que caracterizaram psicologicamente Munch (1893).
o homem do início do século XX. Traduziu em linhas e cores os sen-
timentos mais dramáticos do homem. O artista Van Gogh, que era considerado pós-impres-
sionista, já pintava nessa tendência. Também o artista norueguês Edvard Munch foi muito
importante para esse movimento. O que você sente quando vê o quadro ao lado? Podemos
observar a angústia e o desespero. Que talento do artista!
O fauvismo
Em 1905, surgiu este movimento artístico, cujo nome deriva de
Fauves (que em português significa “Feras”) em função da intensi-
dade com que usavam as cores puras, sem misturá-las ou matizá-las.
Dois princípios regem esse movimento artístico: a simplificação
das formas das figuras e o emprego das cores puras. Seus principais
pintores foram André Derain, Maurice de Vlaminck, Othon Friesz,
e o mais famoso foi Henri Matisse.

300

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Unidade 3
Volume

Hora da leitura
Na linguagem artística, volume é o espaço ocupado por um corpo de três dimensões, ou
seja, com três medidas que são: altura, largura e profundidade, também conhecido de tridi-
mensional. A expressão artística que melhor se identifica com o volume é a escultura. Obser-
vando uma escultura ou uma estátua fica fácil perceber que ela tem volume, pois é tridimen-
sional. Podemos perceber o seu volume não só pela visão como também pelo tato.
E o desenho? E a pintura?
Pois bem. Essas formas de linguagem artística são executadas em planos bidimensionais,
isto é, com duas dimensões, largura e altura, como o papel e a tela. É aí que o artista usa re-
cursos gráficos para preencher a forma e dar noção de volume. Ele pode usar pontos, linhas
ou cores.

Existem alguns artistas que consideram a tela um trabalho tridimensional pela sua
espessura ou pela textura ou relevo da tinta usada. O que você acha? Pense nisso.
Procure observar essas obras e formar sua opinião.

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Educação para Jovens e Adultos

Pintura 3D em uma praça.


Pintor: Edgar Müller.

Pintura em 3D na Cidade do
México.
Pintor: Edgar Müller.

Pintor: Marcello Barenghi

Artista Desconhecido.

Atividades Problematizadoras
1. Observe as imagens.
a) Todas elas são pintadas em telas?
b) Qual sua impressão sobre elas?

302

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Unidade 4
Textura
Hora da leitura
A palavra textura indica o ato de tecer, como tecer um tecido ou tecer uma toalha de crochê,
uma blusa de lã ou como as rendas do Nordeste, tecidas pelas mulheres rendeiras. Também os
índios que tecem suas redes ou seus cestos, com uma trama tal que forma um lindo desenho,
extremamente bem trabalhado e organizado numa sequência e ordem.
Textura é isso e muito mais! E percebemos sua presença em todos os objetos que nos cer-
cam, de forma visual ou tátil.

Textura é a característica de determinada superfície, levando em consideração a aspe-


reza, o brilho, a cor, a trama e o material.

Sabendo mais...
Mas você sabe o que é uma superfície?
É a parte exterior e visível dos corpos: a pele, por exemplo, é a camada super-
ficial do corpo humano e tem uma textura própria. E, nas atividades artísticas,
onde estão as texturas?
Existem texturas em várias coisas ao seu redor, basta observar. No tecido
de sua roupa, na cortina, na toalha de mesa, na toalha de banho, no tapete,
no papel de presente etc. As texturas estão presentes em várias superfícies e,
às vezes, o seu visual é mais atraente e percebemos com mais intensidade
e, quando isso ocorre, chamamos de textura visual.
Outras superfícies, além da textura visual, têm um forte apelo
tátil, como, por exemplo, lixas, buchas, cascas de árvores, folhas,
paredes, pisos, azulejos, box do banheiro. Podemos chamá-las
de textura tátil, pois a percebemos passando a mão sobre ela.

Hora de agir
Vamos realizar atividades artísticas?
1. Desenhe em um papel duas ilustrações e utilize texturas conforme a atividade abaixo.
a) Nesta textura você pode usar o ponto, a linha e as formas. Crie uma sequência como um
papel de presente.
b) Nesta textura, use cores, faça uma policromia (lembre-se: muitas cores).
c) Volte e observe todas as obras que aparecem neste módulo, principalmente aquelas dos
fauvinistas e dos impressionistas. Veja como eles exploravam a textura com tintas e pincela-
das e também com as formas. Faça uma composição visual para colocar na sua sala! Que tal?
Use texturas!

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Unidade 5
Perspectiva, planos e profundidade

Hora da leitura
Perspectiva é o modo de representar os objetos com volume e as paisagens e ambientes
internos com profundidade sobre uma superfície plana. Portanto, é a arte que nos ensina a
desenhar, isto é, a representar os objetos como verdadeiramente são ou estão.

Chamamos de superfície plana: o papel, a tela, a parede, o muro.

Existe uma perspectiva linear que reproduz um fenômeno óptico: as linhas paralelas con-
vergem (se encontram) à medida que a distância aumenta, até encontrar o ponto de fuga na
linha do horizonte.

Linha do horizonte (LH) é a linha que


está na altura dos olhos do observador
de forma imaginária.
Ponto de fuga (PF) é aquele situado
sobre a linha do horizonte e para o qual
convergem todas as linhas paralelas em
perspectiva, com exceção das linhas hori-
zontais de frente.
Observe, na foto ao lado, a linha do ho-
rizonte e o ponto de fuga. PF

304

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Arte 4aEtapa

Agora, leia novamente as definições anteriores e perceba como a orientação ficou u mais
clara com esse exemplo. Desenhe em uma folha um cenário que utilize linha do horizonte e
ponto de fuga.
Já vimos que podemos realizar desenhos com perspectiva em espaços internos e externos.
E as figuras tridimensionais ou objetos com volume, como são representados?
Essas figuras podem ser pessoas, árvores, objetos ou sólidos geométricos, não é mesmo?
Lembra-se do que você já estudou na unidade que se refere à forma? Então, vamos ver na
prática!

Desenhar figuras em profundidade é a capacidade de representar as outras faces da figura,


ou seja, o seu volume.

Observe as figuras abaixo.

E agora o dado
Este é um dado está em perspecti-
mostrando uma va e profundidade,
face frontal. É pois conseguimos
uma figura plana. ver as outras faces
do objeto.

Através dos tempos, os artistas sempre se preocuparam com esse fenômeno visual chama-
do perspectiva. Porém, foi no Renascimento, com Leonardo da Vinci, que ela surgiu e foram
assentadas suas primeiras bases.
A perspectiva usa regras rigorosas e não é totalmente aplicada na arte. Um exemplo da não
aplicação da perspectiva são os cubistas, que romperam totalmente com essas regras. Muitos
pintores, para dar ideia de perspectiva nas formas humanas, pintam com cores fortes aquelas
que estão em primeiro plano e usam tons suaves para os demais planos!

Simples, não?
E sabe como os artistas faziam para trabalhar essas noções nas suas obras? Desde quando se
preocupavam com isso?

E agora, o que são planos?


Você pode relacionar os planos na ordem em que as imagens aparecem no desenho ou pin-
tura, sempre o primeiro plano como aquele que está mais perto do observador, obedecendo
às paralelas da linha do horizonte!

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Educação para Jovens e Adultos

Hora de agir
Que tal realizar numa folha avulsa um desenho que pode ser uma paisagem, contemplando
tudo o que você aprendeu sobre perspectiva, profundidade e planos? Não se esqueça de dar
um bom acabamento com lápis de cor, giz de cera ou tinta. Capriche! Depois de pronto, você
poderá colocar na parede de sua casa.

Hora da leitura
História da arte
O Renascimento
O Renascimento foi um momento na história da arte considerado de
extrema importância. Não foi simplesmente um reviver da antiga cultura
greco-romana, foi muito mais. Ocorreram, nesse período, muitos pro-
gressos e incontáveis realizações no campo das artes, da literatura e das
ciências, que superaram a herança clássica. Foi uma busca do humanis-
mo, com sentimento amplo, que pode ser entendido como a valorização
do ser humano e da natureza, em oposição ao divino e ao sobrenatural, Mona Lisa, por
conceitos que haviam impregnado a cultura da Idade Média. Leonardo da Vinci.
Os principais artistas dessa época foram: Sandro Botticelli, Leonar-
do da Vinci, Rafael Sanzio, Michelangelo Buonarroti e outros.
Leonardo da Vinci (1452-1519) sintetiza e exalta o Renascimento com uma interpretação
pessoal e poética da natureza. Além de pintor, foi um inventor magnífico e deixou muitos
escritos sobre anatomia, hidráulica, botânica, urbanismo, engenharia e matemática. Pintou
madonas e outras personagens. Destacam-se, entre seus quadros: A Virgem e a Santa Ana,
Adoração dos Magos, A Santa Ceia e, é claro, a Gioconda ou Mona Lisa.

Sabendo mais...
Você sabia que esse quadro é o mais famoso e mais caro do mundo? Dizem que, de qual-
quer lado que você olha para a Mona Lisa, ela está sempre olhando para você. Experimente!
Outro grande artista desse período foi Michelangelo (1475-1564), que era forte, eclético
e rebelde. Como pintor foi encarregado de pintar a Capela Sistina, no Vaticano e, depois de
vários anos realizando essa obra, ficou com a saúde comprometida. Foi também um grande
escultor e seu material preferido era o mármore. Suas esculturas mais famosas são Pietá (Nos-
sa Senhora com Jesus morto nos braços) e Davi.

Michelangelo, Capela Michelangelo, Davi.


Sistina, Vaticano.

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Unidade 6
Perspectiva, planos e profundidade

Hora da leitura
“Não haveria luz se não fosse a escuridão.”
Lulu Santos
A luz e a sombra são elementos fundamentais da linguagem visual. Com elas podemos criar
no desenho, na pintura e na escultura belíssimos efeitos como o de dilatação do espaço, o de
profundidade e o de valorização da parte mais iluminada. Podemos também variar o significa-
do das imagens, criando efeitos dramáticos, irônicos, grotescos e poéticos.
Todo objeto não transparente exposto à luz determina uma sombra. Vamos estudar cada
elemento importante da luz e da sombra.
A iluminação pode ser natural ou artificial.
• Natural: o objeto recebe luz do sol.

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Educação para Jovens e Adultos

• Artificial: o objeto recebe a luz de maneira artifi-


cial (lâmpada, vela etc.).
Você poderá observar que, quando um foco luminoso
(natural ou artificial) emite seus raios sobre um objeto,
este se apresentará com uma zona iluminada e outra
sombreada. O objeto então projeta, sobre o chão ou
sobre outros objetos próximos, a sombra de si próprio.
Definindo sombras:
• Sombra própria: é a que está no próprio obje-
to e aparece sempre que ele esteja voltado para
um ponto de luz: a parte iluminada do objeto faz
sombra na parte que ficou atrás. A sombra pró-
pria varia de intensidade: fica mais escura ou
mais clara de acordo com a intensidade de luz
sobre o objeto.
• Sombra projetada: é a que aparece fora do obje-
to; decorre do mesmo ponto de luz que, incidin-
do sobre o objeto, forma a sombra própria.

Você poderá realizar o sombreamento no seu dese-


nho usando lápis, nanquim, caneta hidrocor, lápis de
cor, giz de cera ou tinta, dependendo do tipo de traba-
lho, ou seja, se será branco e preto ou colorido, usando
o pontilhismo, linhas e hachuras.
Para você entender melhor: hachuras são linhas que
dão noção de claro e escuro, luz e sombra e textura.

Faça você
Vamos exercitar? Veja o desenho da moringa e copie-o em uma folha. Em seguida, de acordo com
o sombreamento, usando lápis preto ou lápis de cor, observe e faça em seu desenho a sombra de
acordo com a luz e sua direção, e lembre-se de que, tanto a sombra própria, como a projetada estarão
no lado contrário da luz.
Considere a vela como a única luz do ambiente e observe que ela se propaga em todas as direções.

Hora de agir
Aproveite o conhecimento adquirido sobre luz e sombra e faça experiências. Tente fazer
sombra com suas mãos na parede.
Use a imaginação! Você pode criar muitas formas, principalmente de animais. Faça um tea-
tro de sombras!
Concluindo: luz e sombra são os contrastes existentes entre as partes diretamente ilumina-
das de um desenho ou pintura, em contraposição com as partes que não recebem os raios
luminosos diretamente.

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Unidade 7
O desenho

Hora da leitura
O desenho é uma técnica que nos permite representar ideias, pensamentos ou coisas con-
cretas no papel ou em outro material que escolhermos. Para isso, podemos utilizar instrumen-
tos como lápis, caneta, pincel, carvão, pedra, spray, mouse de computador e, até mesmo, o
dedo. O desenho geralmente é feito com pontos, linhas, formas e texturas. Ele pode ser livre,
usado como terapia e lazer como também pode ser técnico e preciso, usado como ferramenta
de trabalho. Vamos abordar algumas formas de desenho? Como ficaria difícil colocarmos to-
das as formas, escolhemos aquelas que você mais utilizará.

Desenho de memória
Quando desenhamos algo que não está à nossa vista e sim em nossa memória.

Desenho de observação
Quando desenhamos algo que está à nossa vista, representando-o conforme o enxergamos.
Muitos artistas usam essa forma de produção.
Você se lembra dos impressionistas que mostravam no seu trabalho o que observavam, até
mesmo a intensidade da luz? Para você aplicar essa forma de desenho é necessária uma ótima
observação, percebendo a forma, a proporção, o volume, os detalhes que compõem o objeto
e, ainda, poderá colocar sua interpretação pessoal de luz, sombra, textura e cor.

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Educação para Jovens e Adultos

Desenho criativo dirigido ou livre


É o desenho feito conforme a nossa criatividade e imaginação. Pode ser algo que não existe
e você que criou à sua maneira, ou algo que já existe, mas que você deu a sua interpretação
pessoal. Pode acontecer de duas formas:
• Desenho criativo dirigido: quando outra pessoa escolhe o tema.
• Desenho criativo livre: quando você escolhe o tema.
Ainda existe o desenho só com pontos, que você já viu no pontilhismo, só com linhas de
forma figurativa ou abstrata e só com formas geométricas ou partindo delas, como você viu
no estudo da forma. Não poderíamos, no entanto, nos esquecer dos desenhos feitos no com-
putador, que são auxiliados por excelentes programas de computação, explorados pelos dese-
nhistas gráficos e programadores visuais.
Também vamos dar um espaço especial para os chargistas, cartunistas e caricaturistas.
Você sabe quem são? Tenho certeza que sim, pois eles estão em todos os meios de comu-
nicação como televisão, revistas, jornais, livros e gibis. Todos eles trabalham com um cunho
humorístico, fazem-nos rir ao mesmo tempo que nos passam informações, realizando críticas
e transmitindo conhecimentos. Eles são, sem dúvida, espetaculares!

Sabendo mais...
Caricaturista é o desenhista que, ao representar o seu personagem, exagera ou simplifica
alguns traços da pessoa, como o formato do rosto, do bigode, a orelha, o topete etc.
Cartunista é o desenhista que lança mão de caricaturas ou desenhos estilizados para re-
presentar uma cena ou situação humorística, com legenda ou não. Ele, normalmente, usa os
mesmos recursos gráficos que existem nas cenas de um gibi. O Brasil possui excelentes repre-
sentantes nessa área: Claudius, Fortuna, Henfi l, Chico e Paulo Caruso, Millôr Fernandes,
Glauco, Ziraldo, Jaguar, Mendez e outros.
Chargista é o desenhista que usa todos os recursos que você já estudou. Ele representa o
“humor”, com base em um conhecimento específico. Por isso, você deve manter-se informado
sobre os acontecimentos e notícias, para que possa entender a charge. O assunto preferido
dos chargistas é a política.
Ilustrador é o desenhista que dá vida, alegria e sentido por meio das imagens que produz,
aos cartazes, capas, textos de livros, folhetos, revistas, livros didáticos, livros literários, poesias
e crônicas.

Hora da pesquisa
Cole em seu caderno um exemplo de charge, um exemplo de cartum e um exemplo de ca-
ricatura. Identifique o artista que produziu cada obra e tente criar os seus próprios desenhos
por observação.

Curiosidades
As imagens produzidas pelo artista têm a finalidade de ilustrar, documentar, informar e di-
vertir. A ilustração pode ser feita por fotografias, gráficos, charges, cartuns, colagens e gra-

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Arte 4aEtapa

vuras. Sendo assim, um ilustrador não precisa ser somente um desenhista e sim desenvolver
uma ou mais técnicas para atingir seu objetivo. Mas o desenho continua a ser a forma mais
usada para realizar ilustrações.
O primeiro ilustrador a ter seu trabalho publicado na imprensa foi Braz Sinibald, em 1809,
mas tivemos e temos excelentes ilustradores. Destacamos o grande artista paranaense Poty
Lazzarotto, que foi ilustrador desde menino e, também, gravador, desenhista, escultor e mu-
ralista, cuja obra integra os mais diferentes espaços no exterior e no Brasil, principalmente em
Curitiba.
Poty Lazzarotto foi um dos ilustradores mais solicitados pelos escritores do país, como Gui-
marães Rosa, Mário Palmério, Graciliano Ramos, Jorge Amado, Rachel de Queiroz e outros. O
conjunto de suas ilustrações para Sagarana, de Guimarães Rosa, recebeu o primeiro prêmio
no setor de livros da “X Bienal de São Paulo”.

Em sua vida
Alguém já fez uma caricatura sua? Você gosta de caricatura?

Hora de agir
Faça uma caricatura, um cartum ou uma charge. Tente, você consegue!

Vamos conversar
Observar charges e caricaturas em jornais e em revistas é muito bom. Você já observou as char-
ges que aparecem no Jornal Nacional, por exemplo, envolvendo políticos e com piadinhas ao mes-
mo tempo? É uma forma criativa de realizar a contra-análise de políticos e personalidades da so-
ciedade.
Todo artista que realiza uma composição visual, seja bidimensional, seja ou tridimen-
sional, parte do começo fazendo um desenho. Na verdade, ele faz o estudo prévio da
sua obra. Por meio desse estudo ele planeja como ficará sua produção.

Hora de agir
1. Desenhe em uma folha de papel algo que não está à sua frente. Pode ser um sorvete todo
enfeitado, desses que a gente compra na sorveteria, no shopping ou na lanchonete, ou qual-
quer outra coisa que você queira. Não se esqueça de colorir.

2. É sua vez agora: coloque um objeto à sua frente, capriche na escolha e desenhe obser-
vando cada detalhe. Volte um pouquinho lá no desenho e perceba que nada mais é que um
desenho de observação. Não se esqueça de dar o acabamento.

3. Deixe a sua ideia voar e realize uma atividade. Pegue uma folha de papel e faça um dese-
nho criativo dirigido com o tema “Um dia feliz em minha vida”. Aplique todo o conhecimento
adquirido e use a sua imaginação.

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Unidade 8
Teatro

Hora da leitura
Um dia desses, estendido sobre minha rede, perdido em meus pensamentos, me detive a
pensar:
Espantei-me! Como era possível eu não saber definir em poucas palavras o que era teatro?
Depois de ter estudado tantos anos o assunto! Ter lido muitas e muitas peças de inúmeros
dramaturgos! Ter até escrito e dirigido alguns trabalhos! Isto era impossível! Como resolver a
questão? Aquilo realmente estava me incomodando. Para ampliar meus horizontes e refrescar
minha cabeça, decidi perguntar para alguns colegas o que eles entendiam por teatro. Sabem
o que me responderam?
• Teatro acontece quando há um cara esquisito, com a cara pintada de um jeito esquisito,
com uma roupa esquisita e que conta uma história esquisita que ele viu ou viveu pra
gente!
• Teatro é como o circo, só que não tem leões, nem zebras, nem elefantes!
• É quando um ator conta uma história para o público com muita emoção!
• É aquele prédio em frente à praça!
• É uma peça!
• O grande teatro é a ópera!
• É a obra de um dramaturgo!

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Arte 4aEtapa

O grande espetáculo do circo

Você já foi a um circo? Caso você não tenha tido essa oportu-
nidade, não perca mais tempo, pois trata-se de um espetá-
culo inesquecível e emocionante.

No circo, tudo parece um sonho, a começar pelos tocadores de bumbo e de corneta, que
nos deixam atentos ao perigo que os artistas enfrentarão. A magia continua com os animais
amestrados, com os acrobatas elegantes em suas vestimentas durante as apresentações de
equilíbrio, com a esguia equilibrista que cumprimenta o público com graça, sem falar dos ma-
ravilhosos palhaços que pulam e gritam com falso narigão, casaco xadrez e sapatos de quase 1
metro de comprimento, que nos fazem rir com suas encenações engraçadas.
Isso é apenas uma pequena parte do que é o circo, um espetáculo que no Brasil existe há
mais de 200 anos, cujas companhias passam de cidade em cidade, levando sempre muita ale-
gria para toda a população, que assiste a um espetáculo colorido, alegre e mágico.
O circo já existia na Roma Antiga. O poeta satírico Juvenal, que viveu no século I d.C., escre-
veu que o povo romano só queria duas coisas na vida: panem et circenses, isto é, pão e circo.
Os ludi circenses eram uma das principais distrações do cidadão romano, espetáculos que
consistiam em corridas de carros puxados por cavalos, exercícios acrobáticos e competições
de luta.
É importante não confundir o circo com os anfiteatros, como é o caso do célebre Coliseu,
onde eram realizados espetáculos desumanos, lutas sangrentas entre gladiadores ou entre es-
tes e animais ferozes. Durante o período de perseguições aos cristãos, foi nos anfiteatros que
muitos inocentes tiveram de enfrentar animais ferozes numa luta desigual.
O circo, ao contrário desse espetáculo cruel e desumano, sempre esteve associado a di-
versão, distração e alegria. Na Idade Média, havia os saltimbancos, artistas ambulantes, nor-
malmente atores, acrobatas, equilibristas, mímicos, ilusionistas, músicos, dançarinos, ven-
tríloquos, animadores de fantoches, domadores de animais etc., que se apresentavam com
enorme sucesso nas aldeias, em feiras e nas cortes medievais.
Nos palácios, era comum a figura do bobo da corte, um artista cuja função era alegrar o rei e
os nobres com suas apresentações. O circo moderno surgiu em 1770 com Philip Astley (1742-
-1814), responsável por inovar os espetáculos de equitação usando saltimbancos para realizar
acrobacias sobre os cavalos.
A partir de meados do século XIX, o circo se tornou muito popular, tendo surgido, nessa épo-
ca inúmeros circos que apresentavam uma estrutura idêntica ao que é observado atualmente,
ou seja, um picadeiro circular com 13 metros de diâmetro, coberto por uma grande lona sus-
tentada por um mastro ao centro.
Com o aumento do número de circos pelo mundo, a arte circense acabou dividida entre fa-
mílias, dando origem a verdadeiras dinastias no mundo dos espetáculos, cujos ensinamentos
passaram de pai para filho por gerações, perpetuando a arte do entretenimento.

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Educação para Jovens e Adultos

O palhaço, sinônimo da alegria e diversão


Uma atração à parte no mundo mágico do circo é a figura do palhaço, com sua inesgotável
graça e ilimitado talento. O palhaço, graças às suas trapalhadas, é o responsável por propor-
cionar alegria a crianças e adultos. O termo palhaço vem do italiano pagliaccio, que significa
pessoa que diz tolices ou faz papel ridículo.
O palhaço é uma figura original e exagerada, que usa trajes
extremamente coloridos e maquiagem carregada. Além de en-
graçado, muitas vezes ele é também acrobata, músico, ator e
mímico. O primeiro palhaço que reuniu essas características foi
Joseph Grimaldi, que apareceu nos circos ingleses no final do sé-
culo XVIII, interpretando o personagem Joey, uma figura azarada
e muito atrapalhada.

Atividades Problematizadoras
1. Você já teve a oportunidade de assistir a um espetáculo de circo? Descreva o que sentiu e
o que mais gostou. Caso você tenha visto pela televisão, conte-nos o que achou do espetáculo.

2. Quando e onde se ouviu falar em circo pela primeira vez na história?

3. Como eram os atores circenses na Idade Média?

4. Quando surgiu o circo moderno e como ele era?

5. O que você acha da figura do palhaço? Descreva-o, incluindo todos os detalhes que fazem
desse artista a alegria do circo.

Sabendo mais...
O ator
Aquele que “vive” ou “conta” uma história com sua voz e seu corpo.

O texto
Aquilo que é “contado” ou “vivido” pelo ator.

O público
Aquele que assiste ao que é contado.

Basicamente, é isso! Se faltar um dos três elementos não é teatro! Mas não se pode esque-
cer de que eles têm de estar presentes num mesmo espaço, ao mesmo tempo. A isso chama-
mos de tríade essencial.
O teatro é uma atividade coletiva. É feito por muitos profissionais com habilidades próprias.
Nele se encontram o ator, o diretor, o sonoplasta, o iluminador, o figurinista, o cenógrafo
e muitas outras pessoas que contribuem com o seu trabalho para o sucesso do espetáculo.

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Arte 4aEtapa

Em sua vida
Você já tinha pensado que o teatro era feito por tantas pessoas, tantos artistas? Imagine o
trabalho que isso dá!
Esses profissionais guiam-se pelas orientações do diretor e pelo texto da peça que se vai
montar. “Montar a peça”, no teatro, significa fazer todos os preparativos como leitura dos tex-
tos, confecção de cenários e figurinos, ensaios de que se precisa pra ficar pronto, para que a
peça possa ser apresentada ao público.

O texto é tão importante assim?

O texto é a base de sustentação do teatro. É dele que parte toda inspiração para que os inú-
meros artistas, que trabalham numa peça, possam compor seus trabalhos. É da interpretação
do texto que surgem as imagens, as cores, as formas, o movimento e os sons do espetáculo.
Ele serve de base para todo o trabalho que será desenvolvido.
Um texto pode ser montado de diversas maneiras, com diferentes linguagens visuais e for-
mas variadas de interpretação. As possibilidades são infinitas. Experimente!

Atividades Problematizadoras
1. Contar e escutar histórias, além de divertir e entreter, é um excelente meio de transmis-
são de informações e cultura. A isso chamamos de cultura oral. Exercite sua cultura oral con-
tando histórias de sua infância para sua família e amigos. Anote suas impressões.

2. Em sua opinião, o que significa teatro em nossos dias?

3. O que é tríade essencial do teatro, e quais são os três elementos que a compõem?

Hora da pesquisa
Procure saber se na sua cidade há teatro, e quantos são. Procure saber também se há artis-
tas em sua cidade, cursos de teatro e outras coisas que você tiver curiosidade em conhecer.

Vamos conversar
Você já foi a um teatro, já fez curso ou acha que tem facilidade para participar de uma peça
de teatro?

Hora de agir
Junte uma turma de colegas e amigos e tente improvisar uma peça de teatro, pode ser pe-
quena.

Curiosidades
Você sabia que o maior teatro do mundo é o “Ópera de Paris”? Possui uma área de 11 mil
metros quadrados e suas escadas têm 6.319 degraus. Em Nova York, há mais de 1.200 casas
de espetáculos. É a cidade que conta com o maior número de teatros!
Legal, né?
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Unidade 9
Música

Hora da leitura
É provável que você diga que a música é um som, o som do rádio, da televisão, do compu-
tador, da natureza, dos objetos e dos instrumentos musicais. Se você pensa assim já está com
meio caminho andado. Na Grécia Antiga, a música era a própria musa da inspiração e compa-
nhia dos homens em todos os lugares.

Sabendo mais...
A música é a arte de combinar os sons dentro das leis do gosto e do grau do conhecimento
musical de cada um, seguindo regras básicas para entender e agradar com um toque de in-
tenção.
Isso significa que todos nós temos acesso à música, pois ela está perto de nós, no meio de
nós e dentro de nós. Sabemos que o fundamento da música baseia-se nas sete notas musicais,
que são: dó, ré, mi, fá, sol, lá e si. Com as sete notas musicais podemos fazer qualquer tipo de
música.
Agora pense, você já parou para ouvir a natureza? O canto dos pássaros, o mover das águas,
as folhas das árvores, os sons do seu corpo, como por exemplo, a barriga roncando e, princi-
palmente, o som do seu coração batendo?

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Arte 4aEtapa

Quando paramos para ouvir, com atenção, percebemos os sons em movimento, e, em de-
terminado momento, podemos sentir o equilíbrio dessa movimentação sonora presente na
natureza. Muitas vezes, o som que provocamos e produzimos com a intenção de fazer ba-
rulho traz, evidentemente, a desagradável sensação de incômodo e perturbação aos nossos
ouvidos. Se resolvermos organizar os sons, de uma maneira geral, estamos construindo uma
produção e compondo uma sequência sonora organizada.
Certamente, você vai compor algo que agrade a seus ouvidos. Então, esse é o objetivo maior
da música: agradar.

Curiosidades
A música dos egípcios era igual à dos gregos? As duas civilizações gostavam de música, po-
rém a manifestação cultural era um pouco diferente.

A música dos egípcios era igual à dos gregos?

Na antiga Grécia, a música era mais contemplativa e dedicada aos deuses invisíveis em ofe-
rendas especiais.
No Egito antigo, a música também fazia parte da cultura e do lazer, pois homens e mulheres
juntavam-se para tocar, cantar e dançar. Tudo era tradição, diversão e descontração. Além
disso, as crianças tinham aula de música com o ensino voltado basicamente à aprendizagem
de um instrumento e na educação da voz. E todo esse empenho relacionava-se à cultura e à
religião.
Hoje, o conceito de música se modifica e se desenvolve rapidamente, porque o homem bus-
ca, na sociedade, maneiras diferentes de escuta musical como em fitas, CD, rádios, televisão,
jogos eletrônicos, computador, cinema, publicidade e instrumentos musicais.
Com isso, você tem uma visão global de música. Se, no antigo Egito, a música era caracterizada
pela cultura do lazer, do canto, da dança como motivo de diversão e de descontração, podemos
observar que, atualmente, a música, além dessas manifestações, ganha espaço nas relações so-
ciais e convence o homem a comprar, trocar, vender e se relacionar comercialmente.

Então, a música virou comércio? Eu queria que a música fosse mais lazer, mais diver-
são e mais contemplação, como era na Grécia e no Egito.

Não... É que a música se desenvolveu tanto que o homem encontrou outras relações que
não são só as do lazer. A música moderna constrói relações de comunicação com outras lin-
guagens da arte. Referimo-nos às maneiras pelas quais o homem moderno se comunica, por
exemplo: por meio de jingles, raps, vinhetas, propagandas de publicidade, teatro, cinema,
televisão, literatura e outros. São essas formas de se comunicar que provocam as diferentes
escutas musicais, assim como desenvolvem a escolha dos valores que permitem as mudanças
de atitudes e de posturas promovidas pela arte da música.

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Educação para Jovens e Adultos

Atividades Problematizadoras
1. Marque as questões que você julga de maior importância. “Sabemos que as propagandas
nos causam impactos visuais e auditivos e, muitas vezes, mexem consideravelmente com os
nossos comportamentos e nossas emoções. A música é uma arte dinâmica e revela-se através
da união das artes.”
Com base nesta afirmativa, você pode concluir que:
( ) a música existe para alegrar o homem.
( ) música, lazer e diversão não combinam.
( ) os jingles, os raps, as vinhetas, as propagandas, o teatro, a TV, o cinema e a literatura são
relações de comunicação artística.
( ) a música não provoca mudanças de atitudes em nenhuma pessoa.

2. Estabeleça as diferenças simples entre a música na Grécia e a música no Egito.

Em sua vida
1. Qual a influência que a música exerce em sua vida?

2. Você já assistiu a um espetáculo musical?

Hora da pesquisa
O Brasil é um país privilegiado em termos musicais, por contar com grandes talentos, des-
tacando-se compositores e instrumentistas. Desde o início de nossa colonização, a música
brasileira recebeu influências da cultura negra, indígena e europeia, o que é percebido nos
inúmeros ritmos existentes em nosso país.

Francisco Manuel da Silva


Autor da música do Hino Nacional.
Fundou o Conservatório Imperial de Música, hoje Escola Nacional de Música, da Universidade Fede-
ral do Rio de Janeiro.

Antônio Carlos Gomes


Destaque na música erudita.
Melhor aluno do Conservatório Imperial e de Francisco Manuel da Silva.
Ganhou fama internacional com a ópera O Guarani (1870), baseado no romance do escritor brasilei-
ro Jorge Alencar.

Heitor Villa-Lobos
Compositor e regente.
Foi também violoncelista. Valorizava a cultura brasileira.

Tom Jobim
Compositor, arranjador, e maestro carioca.
Antônio Carlos Brasileiro de Almeida Jobim foi autor de verdadeiros clássicos da música popular bra-
sileira, considerado o “Maestro da Bossa Nova”.

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Arte 4aEtapa

Vinicius de Moraes
Poeta, compositor e diplomata.
Marcos Vinicius da Cruz de Melo Moraes, carioca, poeta modernista, parceiro de Tom Jobim, letrista
da Bossa Nova.
Fez parceria com Carlos Lyra, Pixinguinha, Baden Powell, Edu Lobo, Francis Hime, Dorival Caymmi e
Toquinho com quem fez inúmeros shows pelo Brasil e no mundo.

Caetano Veloso
Caetano Emanuel Viana Telles Veloso, cantor e compositor baiano da música popular brasileira
(MPB).

Chico Buarque
Compositor popular e escritor carioca.
Francisco Buarque de Holanda, também da MPB.

Roberto Carlos
O Rei da Jovem Guarda.

Vamos conversar
Você se lembra desses artistas mencionados na Hora da Pesquisa? Com qual você simpatiza
mais? Bons tempos aqueles! Muitos dizem que a música era mais música.

Hora de agir
Procure uma música da Bossa Nova ou da Jovem Guarda e junte-se com um colega. Façam
uma dupla e cantem para os colegas, quem sabe vamos revelar novos artistas?

Curiosidades
• Estudos feitos nos anos 1990 dizem que a vaca produz mais leite só de ficar ouvindo
valsa.
• Já existem ratoeiras musicais para apanhar ratos, substituindo o queijo.
• A música é estimuladora do consumo de álcool.

Atividades Problematizadoras
Coloque (C) para as frases que você considerar certas e (E) para as frases que você conside-
rar erradas.
( ) A arte é uma das formas de comunicação e expressão humana.
( ) Composição visual em arte é compor um traje.
( ) O artista plástico é aquele que realiza composições visuais.
( ) Uma pintura, uma escultura, um desenho e uma obra arquitetônica identificam uma
composição visual.
( ) O artista plástico é aquele que cria animais

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Referências bibliográficas
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no Brasil. São Paulo: Ática, 1984.
BEZERRA, Aída; BRANDÃO, Carlos Rodrigues (org.) A questão política da educação popular.
São Paulo: Brasiliense, 1980.
BRANDÃO, Carlos Rodrigues. O que é educação?. São Paulo: Brasiliense, 1995.
DE MELLO, Paulo Eduardo Dias. Material didático para educação de jovens e adultos: his-
tória, formas e conteúdos. Tese (Doutorado em Educação) – Universidade de São Paulo, São
Paulo, 2010.
DECLARAÇÃO de Hamburgo sobre Educação de Adultos, V Conferência Internacional sobre
Educação de Adultos. Hamburgo, jul. de 1997.
FREIRE, Paulo. A educação na cidade. São Paulo: Cortez Editora, 1991.
______. A importância do ato de ler em três artigos que se completam. São Paulo: Cortez
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______. A propósito de uma administração. Recife: Imprensa Universitária, 1961.
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KHOL, Marta de Oliveira. Jovens e adultos como sujeitos de conhecimento e aprendizagem.
MEC/Unesco. Educação como exercício de diversidade. Brasília: Unesco/MEC, Anped, 2005
(Coleção educação para todos; 6).
PAIVA, Vanilda. Educação popular e educação de adultos: contribuição à história da educa-
ção brasileira. São Paulo: Loyola, 2003 (6ª edição).
TAKEUCHI, Márcia Regina. Análise material de livros didáticos para educação de jovens e
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2005.

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EJA
4a ETAPA

E
ste material lhe servirá como auxílio 8o E 9o ANOS
aos estudos regulares das disciplinas

EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS ENSINO FUNDAMENTAL


que integram as 4 etapas da EJA.
Procuramos descortinar os vínculos que
o conhecimento teórico tem para com a
realidade concreta de cada um, de modo
que a sua leitura de mundo possa servir
como ponto de partida para a construção
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EDUCAÇÃO
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4 FUNDAMENTAL

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