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UNEB – UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA

CURSO DE BACHARELADO EM ADMINISTRAÇÃO

ANDERSON SANTOS DA SILVA, JOÃO ELIAS SOUZA DOS SANTOS, MATHEUS


SCHLEU , RAYANNE MACHADO DOS SANTOS E RODRIGO DOS SANTOS DE
JESUS

RESUMO
CAPITULO UM DO LIVRO O PRINCÍPIO DA RESPONSABILIDADE

SANTO ANTÔNIO DE JESUS


2022
ANDERSON SANTOS DA SILVA, JOÃO ELIAS SOUZA DOS SANTOS, MATHEUS
SCHLEU, RAYANNE MACHADO DOS SANTOS E RODRIGO DOS SANTOS DE
JESUS

Resumo do capitulo um do livro O Princípio da responsabilidade

Trabalho como requisito para aprovação parcial nas disciplinas de Metodologia


do Trabalho Cientifico e Filosofia Ética, do 1° semestre do curso de
bacharelado em administração, na Universidade estadual da Bahia – UNEB

Orientador: Prof. Josevandro Chagas

SANTO ANTÔNIO DE JESUS


2022

SUMÁRIO
1 RESUMO INFORMATIVO..........................................................................................6
3 REFERÊNCIAS..............................................................................................................8
Curso: Bacharelado em Administração, 1° Semestre
Docente: Josevandro Chagas
Componentes: filosofia e Ética, Metodologia do trabalho cientifico
Discentes: Anderson Santos da Silva, João Elias Souza dos Santos, Matheus Schleu, Rayanne
Machado dos Santos e Rodrigo dos Santos de Jesus
JONAS, Hans. A natureza modificada do agir humano. In: JONAS, Hans. O princípio
responsabilidade: Ensaio de uma ética para a civilização tecnológica. 1.ed. Rio de Janeiro:
Contraponto: Ed. PUC-Rio, 2006. E-book. p. 27 – 66. Disponível em: usp.br

https://edisciplinas.usp.br › J...PDF

JONAS, H. - O Princípio Responsabilidade.pdf. Acesso em: 01 jul. 2022.

Cap 1

De acordo com Hans Jonas, todo exemplo de ética compartilha de três características, são
elas:
A condição humana, dada pela natureza do homem e das coisas, presente nos seus traços
fundamentais. Com base nisso determinamos se algo é bom ou não para o homem. Por fim
é definido a responsabilidade humana em suas ações.
Apesar disso, o autor afirma que ocorreram mudanças na forma de agir do homem, tendo
essas características perdido espaço, logo, mudando também, o que vemos de ética, ainda
segundo ele, abrindo janelas que nunca foram vistas e pensadas nesse assunto.

I-Exemplo da Antiguidade
O autor usa como exemplo sobre poder o canto do coral de Antígona, de Sófocles, no qual é
exaltada a força do homem sobre a natureza, seja sobre animais, rios, florestas ou até
mesmo a Deusa Gea, sendo seu único infortúnio a morte
1- Homem e Natureza
Segundo Hans Jonas além do domínio sobre a natureza, com base no intelecto e por meio
do discurso, da reflexão e sensibilidade social o homem chega a elaboração das casas e
cidades para proteger-se da parcela da natureza ainda não dominada. Oculto a glorificação
do homem no canto, Hans Jonas ressalta que está ainda a sua pequenez, o que torna suas
façanhas tão audaciosas para si, porém, perante a gigante natureza isso é apenas um
incomodo minúsculo que o tempo resolverá, no entanto, ao homem, este é inimigo e lhe
traz sempre a inescapável morte, porém, o canto trata ainda apenas o inicio das façanhas
que ao homem o futuro aguardava.
2- A obra humana da “cidade”
A criação das cidades, segundo Hans Jonas, cuja a finalidade era cercar e não expandir,
provoca um novo equilíbrio dentro do todo, tudo que o homem fará, estará destinado a
aquele espaço.
A vida humana evoluiu com base no que é mutável e imutável as suas ações, sendo o
primeiro as suas próprias obras e o segundo a invulnerável natureza que na sua vastidão
além de impor-se quanto a mudanças em si, impõe-se sobre a mutabilidade do homem e de
suas obras, não importando o que o ser humano faça, o fim sempre é o destino final de sua
criação, porém, dentro de uma cidade, o homem é mais responsável por si do que na
natureza, estando agora vivendo no meio social, a ética mais útil para lidar com seu
semelhante que a inventividade que usou contra a natureza.

II-Características da ética até o momento presente


Hans Jonas compara as características do agir do passado e do presente, iniciando por:
Segundo o autor, a atuação sobre objetos não humanos não formava um domínio
eticamente significativo pelo motivo de que a ação ou arte afeta-os apenas superficialmente
não mudando sua essência e a techne(habilidade) que era eticamente neutra, como
atividade, não é de extrema importância e nem exigia participação significativa da
humanidade.
O segundo diz que a ética tradicional é antropocêntrica, do homem relacionando-se consigo
e seu semelhante.
O terceiro diz o que o homem era constante em sua essência, não sendo objeto da Techne.
O quarto diz que a ação tinha um curto momento para se propagar, seja ela boa ou má,
sendo as consequências de longo prazo fruto do acaso ou destino, logo, a ética tinha a ver
com o momento que tal ação era tomada, seja no aspecto público ou privado.
Por fim, o quinto diz que o universo moral age em um curto espaço que se remete a ação
tomada pelo eu em relação ao outro, e mesmo que me falte algo, ainda é possível saber qual
ação devo tomar para seguir a moral em relação ao meu semelhante, sendo essa ação boa ou
má algo que depende do contexto a qual ela é executada, não estando suas consequências
futuras passível de julgamento, apenas a imediata.

III-Novas dimensões de responsabilidade


Segundo Hans Jonas, os tempos mudaram, o conceito do homem dominando a natureza, os
deuses, o poder humano, tudo sofreu transformações, sendo assim, a ética também passou
por essas modificações jamais vistas anteriormente.
1. A vulnerabilidade da natureza
Se no passado a natureza nem poderia sentir o poder humano, visto que este nem se
comparava a ela, o presente mudou esse cenário, o crescimento do poderio humano
segundo o autor tornou a natureza vulnerável a ação do homem, remonta a isso o
surgimento da ecologia, ciência que visa entender e proteger o meio ambiente, dever, para
Hans, ético e moral do homem numa visão ainda antropológica, já que, o homem depende
da natureza para existir. Além disso, essas mudanças ocasionam uma transformação no
impacto da ação, que se torna maior e acumulativa, sendo consequências de ações
anteriores somadas a consequências de ações presentes rompendo com o que era pregado na
ética tradicional.
2. O novo papel do saber moral
Para Hans Jonas, tais mudanças, tornam o saber dever prioritário, e ele deve ter magnitude
similar à da ação, ou seja, o conhecimento que o ser humano possui deve estar para o poder
que ostenta, porém, essa balança nem sempre é equilibrada, e isso constitui um problema
ético, já que o homem deve reconhecer quando lhe falta conhecimento para uso do poder,
usando do autocontrole para saber qual ação deve tomar.
3. Um direito moral próprio da natureza
Para o autor devemos pensar como espécie se o poder e domínio ao qual chegamos não nos
torna responsável a partir de então pelo nosso entorno, além da visão antropológica que
sempre cultivamos, Jonas diz que talvez deve-se buscar um olhar ético não apenas em
relação o homem, mas também aos outros seres não-humanos, algo para o qual nada além
de certos aspectos religiosos nos preparou.

IV- Tecnologia como “vocação” da humanidade

1- Homo faber acima do Homo sapiens


Hans Jonas diz que a Techne no passado era uma necessidade humana de sobrevivência, no
presente, tornou-se uma escolha, aonde evolui-la, buscar sempre mais nos foi ensinado que
era o futuro da humanidade, o domínio sobre tudo seria a realização final do homem, é o
homo faber triunfando sobre o homo sapiens. A poderio tecnológico tem um significado
ético pelo papel que desempenha na vida humana, de caráter cumulativo, quanto mais
ocorre seu uso, ele torna-se mais necessário para a sucesso na busca da realização final
humana, diminuindo o próprio homem como ser diante de sua cada vez maior necessidade
da tecnologia. Essa mudança faz o coletivo se sobressair ainda mais sob individual, seja
este o ator ou ato, tendo ainda a ação gerando consequências não apenas de curto, mas de
longo prazo, ocorreu a invasão da esfera do produzir sobre o espaço do agir essencial, logo,
a moral invade a esfera do produzir, a qual deve fazer como política pública.
2-A cidade universal como segunda natureza e o dever ser do homem no mundo
Hans comenta nessa parte que a fronteira entre estado e natureza diminuiu, tendo o homem
espalhado sua cidade pelo mundo natural e não-humano, uma esfera artificial tomou posse,
criando pelo poder humano uma nova natureza, agora, as ações do homem são dotadas de
poder que faz a antiga e a nova natureza correrem o risco do desaparecimento, tornando
aquela cidade, cada vez mais global responsável pela existência de um futuro, que é posto
como obrigação moral do homem do presente em relação ao que virá.

V- Velhos e novos imperativos


A ação deve ser exercida sem contradição, de acordo com a visão de Hans Jonas sobre o
imperativo categórico de Kant, porém, ainda segundo o autor, isso é seguido com base na
moral, não de forma lógica, colocando como exemplo o fato de não haver contradição
lógica em buscar o fim da humanidade, apenas moral, tampouco em sacrificar a felicidade
do presente em razão da futura, seja essa a própria ou de futuras gerações.
Hans Jonas diz que toda essa bússola moral pela qual exercemos nossas ações só pode ter
raízes religiosas e que agir de acordo com o que é bom para a humanidade ao invés do
nosso próprio bem não é contraditório em nenhum momento.
O autor afirma em seguida que, no entanto, o imperativo de Kant voltava-se para o
indivíduo, que era instigado a pensar o que aconteceria se todos seguissem esse ideal. Por
fim, o novo imperativo proposto por Jonas, baseia-se nos efeitos finais de uma ação,
pensando no futuro humano, aonde uma unidade de ações de um coletivo se completa.

VI- Antigas formas da “ética do futuro”

A ética do futuro que Hans Jonas propõe fundamenta-se sob um olhar ontológico, isto é,
“antigas formas da ética do futuro”. O esquema argumentativo de Hans Jonas em torno da
sua ética do futuro não se pretende a um princípio de ação moral, mas de responsabilização
moral, ou seja, uma responsabilidade pelo que será feito ou pelo que deverá ser feito. A
ética futura perpassa pela ética do presente, é por meio da tomada de responsabilidade do
que é e deverá ser feito que se dar a ética do futuro. Três exemplos são usados para
explicitar as formas éticas do passado: “a condução da vida terrena” - remente a religião, as
ações por uma salvação da alma- “a preocupação previdente do legislador e do estadista
com o futuro do bem comum” e a “política da utopia” baseada em um estado ideal, de
completa harmonia.

1 Na ética da consumação no mais além


Na ética da consumação no mais além, o agir humano está pautado em uma vida utópica
marcada por uma vida de completa harmonia. Hans Jonas, afirma que o agir humano o agir
humano só seria capaz de qualificar o indivíduo aos olhos de Deus a quem tem fé e de certa
forma quem confia na consumação do futuro, isto seria uma vida centrada em vista de uma
eventual felicidade eterna. Tal qualificação e vida citada pelo autor baseia-se na cresça do
transcendente que se dá e se assemelha à prescrições de justiça por uma vida que agrade a
Deus, em busca de gozar de uma recompensa eterna.
2 A responsabilidade do estado com o futuro
Ao Estadista é dado o dever de manter o estado em perfeita ordem, pois o estado que
permanece em perfeita ordem no presente, se manterá em perfeita ordem no futuro.
Portanto, o princípio da responsabilidade que Hans Jonas propõe é de uma ética que cuida
não somente das âmbito presente, mas futuro, isto é, não se pode sacrificar o futuro pelo
presente: se a humanidade se preocupar apenas com o presente, o futuro pode deixar de
existir.

3 A utopia moderna
A ética buscada por Jonas, não é a escatológica ou utópica, mas é antiutópica. Pois, o autor
apresenta uma crítica à forma de ética que é buscada pela religião e pelo marxismo, que
seria a vida voltada e guiada ao banquete escatológico, isto seria desconsiderar o passado e
viver em busca de um fim último belo e perfeito. É feita a comparação da promessa
messiânica, na qual o comportamento humano é considerado digno e perfeito por meio da
obediência de normas que lhe foram impostas, mesmo que sem perspectiva, ou seja, seria
uma vida contemplativa baseada em uma vida utópica. Por essa razão, o autor

VII- O homem como objeto da técnica

Este capitulo evidencia a necessidade de uma ética atualizada e particular a diversidade da


ação humana. Estando a ética apta para lidar com as mutações do agir, como forma de
prevenção e responsabilidade para todas as novas ações e limitações.
O texto fala da existência do homo Faber, que é o indivíduo que produz o objeto, mas se
torna objeto de sua própria criação. É aquele capaz de produzir um instrumento e tornar-se
apenas um executor daquele objeto que é previamente elaborado, sem adequar, ou criar
novos conceitos para as necessidades e situações atuais. Este demonstra a necessidade da
criação de uma nova ética devido o surgimento de uma arte que se sobrepõe a natureza.

Hans, objetiva a descoberta da finalidade e importância da vida, e critica o fato de a morte


tornar-se para a ciência uma falha da natureza, capaz de ser adiável e reversível, mas não
uma necessidade de todo ser vivente. O autor coloca em questão a necessidade de
questionar quanto ao desejo de ter vida eterna e a implicação desse desejo no equilíbrio
biológico entre morte e a procriação, incluindo também questões quanto os méritos de
quem seria “beneficiado” com vida eterna, e justificando a todos o beneficio em questão se
poder não morrer fosse uma realidade. No entanto o autor salienta que esse querer seria
prejudicial e explica que na medida em que uma vida se prolonga, existe um menor
ingresso de nova vida, sendo uma população cada vez mais idosa e menos jovem, desta
forma o autor nos convida a ponderar se esta seria uma ação boa ou ruim para a condição
geral do homem.
O autor diz que a mortalidade está ligada a natalidade e abolindo a morte estaríamos
dizimando a procriação e o mundo seria de velhice. Mais uma vez surge a necessidade de
uma ética cujos princípios respondam à questão da vida eterna em relação as gerações
vindouras e seus espaços no mundo e pensamentos atuais sedentos de saber e contribuições
para a própria existência de vida.

Trazendo assuntos sobre o comportamento social induzido por mecanismos químicos o


autor afirma que qualquer intervenção externa impessoal está subtraída ou minimizando a
dignidade do individuo tornando-nos seres de conduta programada. Para ele, a
funcionalidade social é apenas uma parte da existência em sociedade, conotando não ser a
principal ação do indivíduo.

O direito moral de fazer experimentos em seres futuros por modificação genética é uma
questão apontada pelo autor. Desta forma o autor salienta que o poder adquirido através da
ciência nos leva para além de toda a ética anterior.

VIII- A dinâmica utópica do progresso técnico

O autor fala da importância das forças representantes do futuro no presente para os não
nascidos, pois diz que são impotentes e não poderão cobrar dos responsáveis por quaisquer
feitos no presente e reforça que é necessário saber qual o conhecimento de valor representa
o futuro no presente.

IX. O Vácuo Ético

Hans, inicia discorrendo que o mesmo movimento que colocou o ser humano como
detentor dos bens daquelas forças e o uso do mesmo deve ser regulamentado por normas e,
— o saber moderno na forma das ciências naturais — começou a romper onde havia
possibilidade da existência de normas e, por conseguinte, começou a destruir a ideia de
normas a serem seguidas. É feita uma reflexão sobre os sentimentos, quando um suposto
saber é refutado ou não lhe mostra clareza sobre algo, ele começa a duvidar de si mesmo. E
o mesmo sentimento pode ainda haver vergonha dele próprio, por ter fundamentos e sem
possibilidade de ser mostrado diante de um saber superior. Esse saber neutralizou a
natureza sob o aspecto do valor, e posteriormente o homem, e agora, diante de um niilismo
que o maior dos poderes está unido ao maior dos vazios e, a maior das capacidades ao
menor dos saberes sobre como utilizar a sua capacidade. Sem restabelecer a categoria do
sagrado, que foi assolado pelo iluminismo científico, existe a possibilidade de haver uma
ética moderadora sobre o poderio extremo que atualmente possuímos, e somos obrigados a
continuar adquirindo e comandando. No medo está presente o melhor substituto para a
virtude e sabedoria, mas nesse conceito existe uma falha relacionada ao ponto de vista de
longo alcance, e é o que realmente importa. O receio diante da profanação do sagrado, é a
única coisa que não está relacionado ao medo e ao sentimento de conforto perante a
incerteza das consequências distantes. Mas, diante de uma religião irreal, não é possível
tirar da ética sua tarefa. No caso da religião é possível dizer que ela existe ou não existe
como influência a ação humana, mas no caso da ética é preciso dizer que ela tem de existir.
Ela tem de existir pois os homens agem, mas a ética precisa controlar suas ações e o seu
poder de agir. Por isso ela é necessária, quanto maiores forem os poderes do agir, ela terá
de regular. E o princípio ordenador deve se encaixar ao tipo de ação que é regulada. É
compreensível o fato que novas ações exigem novos tipos de ética. A ética é como uma
estrela-guia, que nos diz como devemos ou não agir, do que é errado e certo. A respeito da
ética das novas faculdades de ação tecnológicas do homem, se de fato forem novas como é
suposto, e se suas consequências potenciais tiverem abolido a neutralidade moral, sobre a
relação da técnica com a matéria, é importante entender que é preciso procurar algo novo
na ética para que seja possível guiar essas novas faculdades, mas antes precisa ser
suscetível de afirmar teoricamente o seu valor. O nosso agir coletivo-cumulativo-
tecnológico é de um novo tipo, tanto a forma que se refere aos objetos quanto a sua
magnitude, por seus efeitos, independente de qualquer intenção, deixou de ser eticamente
neutro. Sendo assim, inicia-se a tarefa propriamente dita, a de buscar uma resposta.

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