O documento resume a filosofia de Hans Jonas sobre responsabilidade no contexto do século XX e suas preocupações com as ameaças ambientais e tecnológicas à humanidade. Discute suas ideias sobre manipulação genética, controle do comportamento e prolongamento da vida. Defende que devemos usar a técnica de forma responsável considerando as gerações futuras.
O documento resume a filosofia de Hans Jonas sobre responsabilidade no contexto do século XX e suas preocupações com as ameaças ambientais e tecnológicas à humanidade. Discute suas ideias sobre manipulação genética, controle do comportamento e prolongamento da vida. Defende que devemos usar a técnica de forma responsável considerando as gerações futuras.
O documento resume a filosofia de Hans Jonas sobre responsabilidade no contexto do século XX e suas preocupações com as ameaças ambientais e tecnológicas à humanidade. Discute suas ideias sobre manipulação genética, controle do comportamento e prolongamento da vida. Defende que devemos usar a técnica de forma responsável considerando as gerações futuras.
ESCOLA DE MEDICINA DISCIPLINA DE ÉTICA ALUNos: Kelly K. Sales Zem, Luana da Rocha Celli, Ana Beatriz Valverde, Vinicius Frank
Avaliação IV – Sobre a obra de Hans Jonas
A filosofia de Hans Jonas é reflexiva, sobretudo preocupada! Está
fortemente relacionada à sua história de vida. Isso lhe deu o status de ser um dos principais pensadores sobre as problemáticas surgidas no contexto do século vinte, principalmente após a Segunda Guerra Mundial, começaram a ser discutidas questões de ameaça ao futuro da humanidade devido ao esgotamento progressivo de recursos ambientais. Desse modo a obra de Jonas tem o objetivo de voltar o olhar para a importância do conceito de responsabilidade no mundo contemporâneo. Sob o princípio da responsabilidade coletiva, em que visa não só a vida do homem hoje, mas das gerações futuras, o autor acredita que devemos, com urgência, reformular o modo como pensamos. Além disso, apresenta uma fala de temor e imbute o medo, mas não de forma pessimista como meio de refletir acerca das ameaças a que estamos sujeitos. A manipulação genética, por exemplo, consiste na alteração de genes em um organismo fora de seu processo natural reprodutivo. Hans trata a modificação da natureza a partir do agir humano como detenção de posse de poder, sendo essa manipulação o último objeto de tecnologia aplicada, atribuindo um papel de criador ao individuo. Segundo ele, o "homem quer tomar em suas mãos a sua própria evolução" e tudo isso, sem uma finalidade de conservação e sim de melhoramento da espécie. Entretanto, devemos avaliar essa revolução com critérios éticos, já que a execução de experimentos em gerações futuras vai de encontro com direitos morais. Discute-se, também, quais são os parâmetros utilizados para a criação desses modelos ideais. Quanto ao controle do comportamento, Hans questiona até que ponto é ético criar substâncias ou procedimentos para intervenções. Por um lado, um dos objetivos da medicina é aumentar a qualidade de vida do doente, por outro, isso diminui a necessidade de adaptação humana e busca por melhora, por modular as interações sociais, para geração de um conforto. Com isso, surgiria outro conflito, qual seria o ponto que a intervenção seria necessária? Quais os critérios e quem iria definir isso? Ademais, pode-se questionar se esse conforto alcançado não seria ilusório, uma vez que seria mediado por fatores não intrínsecos ao ser. A ética que Hans Jonas propõe não está pautada na felicidade, como sugeriu Aristóteles, ou em uma moral provisória, segundo a tese de Descartes, nem na liberdade, argumento de Kant, mas numa resposta prática para a resolução de problemas que se tornaram reais, como a existência da vida em todos os aspectos. Jonas não se preocupou em apresentar uma proposta política concreta para colocar em prática o seu princípio, mas, em resumo, sua tese consiste no cuidado, na preservação e na conservação daquilo que deverá garantir a continuidade da vida. Outro conceito importante trabalhado pelo autor em relação à influência da tecnologia na vida humana é no que diz respeito ao prolongamento da vida. Com o avanço da ciência médica, farmacológica e de outras áreas de suporte à vida, muitas questões éticas e filosóficas surgem também. A principal delas é o questionamento de até que ponto apenas o fato de estar vivo compensa a piora na qualidade de vida que se tem com o passar da idade. Com o avanço da medicina houve consequentemente um aumento na expectativa de vida geral da população, mas isso não necessariamente significou que as pessoas viviam com saúde e qualidade de vida até seus últimos momentos. A vida com altas doses de medicação, tratamentos intensivos e vidas mantidas por aparelhos viraram realidades que, mesmo prolongando a vida, podem ser questionadas pela sua efetividade em manter um ser humano vivo. E com esse dilema surge o questionamento: o que significa estar vivo para cada pessoa? Em todos os processos, ao falarmos de progresso, sempre procuramos estabelecer um avanço, procuramos algo que consideramos ser melhor. Contudo o caminho que o progresso tecnológico está tomando está marcado mais pela arrogância e pelo interesse do que pela real necessidade, gerando, assim, a impressão de que os ganhos são menores do que as perdas. Os poderes e os efeitos sobre a natureza, por exemplo, fazem com que ela não consiga mais atingir a demanda mundial. Mesmo se houvesse uma redistribuição dos recursos naturais e da riqueza global, provavelmente isso não seria de forma pacífica e muito menos suficiente para elevar o nível de vida das regiões mais pobres. O parecer de Jonas está voltado para uma mudança de cultura que se instaurou na era da tecnicidade. Estamos intimamente ligados à técnica e não nos imaginamos mais sem ela, e isso acontece no simples levantar, pelo alarme do relógio, até o prolongamento da vida, por meio de aparelhos de última geração de um hospital. Os recursos da técnica são meios criados pelo homem a partir de determinadas necessidades que foram surgindo ao longo da história. Então, já que não podemos (queremos) viver sem esses recursos, o filósofo nos chama, por seu senso crítico e ético, que seu uso seja de modo responsável.
Referência para consulta - “Ética, técnica e progresso científico: uma análise do
princípio da responsabilidade em Hans Jonas” – Disponível em: https://www.redalyc.org/jatsRepo/5766/576664563007/html/index.html